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NOTÍCIAS

8.mar.2016N.670

www.aese.pt

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NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Uma alternativa à mística da competitividade

AGENDA

Edifícios com entradas separadas, consoante o que se pague

Gestão e Liderança na Casa Ermelinda Freitas

Intolerância na campanha pelo casamento gay

Islão na Europa: Mais mesquitas, mais…

Contabilidade para GestoresLisboa, 21 e 22 de março de 2016

Social Selling e a Força de VendasLisboa, 14 de março de 2016

Big Data: Business Value GenerationLisboa,10 de março de 2016

"As medidas mais perigosas são as assumidas acriticamente"

Avaliação Financeira para ExecutivosLisboa, 10, 17 e 24 de maio de 2016

A família, mais importante do que a creche

Negociar bem, negociar melhorLisboa, 6, 7 e 8 de abril de 2016

O stress na Sociedade da InformaçãoPorto, 31 de março de 2016

A obrigação de pôr os talentos a render

“Evereste”

Media

“Soluções eficazes procuram-se”entre outros…

Passaporte

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O Prof. José Luiz Carvalho Cardo-so, um dos fundadores da AESEBusiness School, recebeu a Co-menda da Ordem da Instrução Pú-blica, no dia 18 de fevereiro de2016, atribuída pelo Presidente daRepública, Aníbal Cavaco Silva.Numa entrevista, o homenageadoconta como deu início à AESE,contornou obstáculos e encontrousoluções para o empreendimento.

O que sentiu ao receber a notí-cia de que seria condecoradocom a Ordem de Instrução Pú-blica?JLCC: Uma notícia destas não serecebe sem um grande sobressalto.Com efeito, é algo que não mepassaria pela cabeça que pudessevir a acontecer, porque na verdadenão fiz nada para além do quepensei que poderia ser umamodesta contribuição para motivaralgumas pessoas amigas a cola-

borarem numa iniciativa de forma-ção de empresários, numa altura(1977/1980), em que a economiaestava praticamente toda estati-zada.Curiosamente, a minha reação, aoreceber a notícia da condecoração,foi lembrar-me dos meus Pais, decomo eles ficariam contentes. Nóséramos seis irmãos, eu era oquarto. Eram tempos muito difíceis,com o racionamento dos principaisgéneros alimentícios e outras difi-culdades provocadas pela guerrade 1939-1945. Esta situação aju-dou-me a crescer num ambienteque me deu capacidade de resis-tência às dificuldades.

Como surgiu a ideia arrojada decriar uma escola de negócios detopo, em Portugal, no pós-25 deAbril?JLCC: Os factos que antecederamo nascimento da AESE, em 3 de

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A obrigação de pôr os talentos a render

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Lisboa, 18 de fevereiro de 2016Ordem de Instrução Pública atribuída pela fundação da AESE

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Prof. José Luiz Carvalho Cardoso

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outubro de 1980, trazem lembran-ças que, por um efeito de contágio,se revelam extremamente ricaspelos bons exemplos de vontadesque se aglutinaram, em temposdifíceis, para lançar uma iniciativaque, analisando friamente, podianão ter grandes hipóteses de so-brevivência.Eu andava bastante preocupadocom o evoluir da situação socioeco-nómica, naqueles anos pós-25 deAbril. O poder dominante não pare-cia de molde a esperar-se umfuturo tranquilo e que permitisseantecipar uma evolução positiva dasituação socioeconómica, em tem-po útil. Pensava, por isso, que seriaimperioso fazer qualquer coisa quepudesse vir a contribuir no futuropara a recuperação da economia,como eu acreditava que teria inevi-tavelmente de vir a acontecer, em-bora não soubesse como.

Quais os contributos que consi-dera terem sido determinantesna altura para que o sonho sematerializasse?JLCC: Em primeiro lugar, as váriasconversas que tive com osengenheiros José Ramalho Fontes

e Viassa Monteiro para perfilarmosmelhor o projeto. Depois, na se-quência de um encontro nosso como Prof. Pedro Nueno, do IESE, viu--se que seria necessário formalizar-mos um pedido de colaboraçãocom o IESE, através do GrãoChanceler da Universidade deNavarra, coisa que fizemos imedia-tamente. E é muito honroso, paranós, saber que foi D. Álvaro delPortillo, atual Beato Álvaro, queacreditou neste pequeno grupo eabriu a porta para que o IESEaceitasse a nossa solicitação dearrancar com um programa PADEtendo por objetivo constituirmosuma nova escola de negócios.A clareza, a franqueza com que separtiu para esta aventura foicondição essencial para que nuncase tivesse verificado qualquerproblema. Julgo ser de realçar esteaspeto porque, infelizmente, quan-tas vezes pessoas que comungamdos mesmos ideais não são capa-zes de se compreenderem nassuas naturais diferenças, paralevarem a cabo iniciativas, em simesmas, extremamente válidas. Osuporte administrativo era simples.A sede era na R. Rodrigo da

Fonseca, numa empresa de que euera Administrador. Como colabo-radora única e tendo prestado àAESE serviços fundamentais parao bom arranque da atividade,tivemos a D. Isabel Girou, que eraa Secretária do Conselho deAdministração. E como motor daincipiente máquina da AESE jáestava atuante o Eng. ViassaMonteiro.

Embora não dispuséssemos denenhum capital inicial a não ser oque viesse a resultar do pagamentoque os participantes do 1.º PADEfizessem, tomámos a decisão de

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Entrega da Comenda pelo Prof. Cavaco Silva

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que tendo que alugar salas emalgum estabelecimento hoteleiro,por não dispormos de instalaçõespróprias, só deveríamos trabalharem hotéis de cinco estrelas, peloque imediatamente contactámos oHotel Ritz, por ser o que dispunhade salas que considerávamos maisadequadas. No entanto, como o 1.ºPADE se iria iniciar um mês após afundação da AESE, não foi possívelreservar salas para todos os diasdeste primeiro PADE. Comoalternativa, escolhemos o HotelAltis. A partir do 2.º PADE e durantedezassete anos, sempretrabalhámos no Hotel Ritz, ondetambém realizámos as primeirasAssembleias Gerais de Alumni. Nãoposso deixar de referir umProfessor do IESE, que asseguroua direção de sucessivos sucessivosPADE’s, enquanto o Eng. ViassaMonteiro se foi preparando paraassegurar por si próprio essasfunções, com a eficiência que éuma marca da sua atividade emtudo o que faz. Trata-se do Prof.José Luis Lucas, saudosamenterecordado por todos quantostiveram o privilégio de o conhecer

ao longo dos muitos anos em quecolaborou com a AESE e quesabemos que continua a sua muitomeritória atividade de professor deciências de empresa com umnotável acervo de obras publi-cadas. Os milhares de participantesque têm frequentado as iniciativasda AESE são a prova de que otrabalho desenvolvido a partir doimpulso proporcionado pela Univer-sidade de Navarra, foi corres-pondido e deu magníficos frutos,que começaram já a reproduzir-se

em Angola. Como estão longe ostempos em que todas as semanastinha que se transportar para ohotel todo o material necessáriopara os Programas, enquanto nãosurgiu a magnífica sede de quehoje usufruímos. A inauguração dasede é um ponto alto, merecedorde especial referência. Para isso,contribuiu um numeroso grupo depessoas, das quais se destacam opessoal técnico, não esquecendoum grupo de jovens estudantesque, praticamente desde o início da

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Nesta cerimónia foram também condecorados: Miguel Telles Antunes, António Sousa Lara, Alberto Duarte Carvalho, Michel Renaud, a Casa do Artista (representada por Carmen Dolores), Jorge Fernando e Nuno Rogeiro.

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AESE, prestaram o seu valiosocontributo. Como seu representanteé justo destacar o Dr. AgostinhoAbrunhosa, que tendo crescido eatingido a idade adulta na AESE, éhoje, com todo o mérito, o seuSecretário-Geral. Por último, é detoda a justiça destacar ainda duaspessoas que tão valiosa contri-buição deram para que se tornasserealidade esse objetivo tão ansiado.Uma já não está entre nós, o Eng.Carlos Parreira, que semprerecordaremos com muita amizade ereconhecimento. A outra continuaconnosco e pedimos a Deus queseja por muitos anos, dado oexcecional brilho e valia de cadauma das suas intervenções. Falodo Dr. Raul Diniz.

Sente ter cumprido a suamissão?Decorridos todos estes anos, vale apena pensar o como e o porquêdesta maravilhosa aventura. Estaconclusão tem-me levado muitasvezes a refletir sobre o que Deusterá em mente ao chamar-nos àcriação. Cada um tem um capital

de qualidades, que tem a obrigaçãode desenvolver, por muito que hajaa tentação, por falta de humildade,de dizer que se não tem capa-cidade para fazer isto ou aquilo.

O que fica ainda por fazer?JLCC: Tudo aquilo que irá permitirà AESE continuar a cumprir a suamissão, procurando antecipar-se eresponder às exigências de ummercado em mutação contínua.Neste aspeto, podemos estarserenamente confiantes. Estive 22anos como Presidente da Direção,seguindo-se o Dr. Raul Diniz, quese manteve 12 anos à frente daDireção, tendo-lhe sucedido o Eng.José Ramalho Fontes que, na atualcomposição da Direção, tem aEng.ª Maria de Fátima Cariocacomo Dean da instituição. Pode-mos estar tranquilos. A AESE estáem boas mãos.

Aceda ao artigo integral, clicandoaqui.

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A tomada de decisões, sejam denatureza pessoal ou profissional,refletem os princípios éticos dodecisor. Ao abrigo da cátedraAESE-EDP "Ética na Empresa e naSociedade", o Seminário “Éticaempresarial: da teoria à prática”,realizou-se nos dias 15 e 16 defevereiro, em Lisboa, com cerca de30 dirigentes de diferentes setoresde atividade.

Um tema gravado no ADN daAESEExiste na AESE uma preocupaçãoefetiva com a ética, que se confun-de com o ADN da instituição. AProf.ª Maria de Fátima Carioca,Dean da escola, referiu, no primeirodia de trabalho, a atenção prestadaà investigação empreendida sobreesta matéria que é transversal-mente debatida nos programas da

AESE. “É importante manter viva abase filosófica e antropológica daética e fazê-las verter nos novosparadigmas de gestão.”

A área de ética tem estado a serparticularmente trabalhada pelaProf.ª Ana Machado, que vê na“concilição da estratégia e nagestão das pessoas”, o desafio decolocar os valores ao serviço daação. A Professora é membro docapítulo Ibérico do PRME –Principles for Responsible Mana-gement Education, uma iniciativado Global Compact das NaçõesUnidas, motivado pela promoção edisseminação de práticas anticor-rupção.

“Fala-se muito de éticaempresarial; mas saber-se-á emque consiste?”

O Prof. Doménec Melé abordou otema da ética, sob o ponto de vistasocial, filosófico e antropológico.

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"As medidas mais perigosas são as assumidas acriticamente"

Lisboa, 15 e 16 de fevereiro de 2016Uma iniciativa da cátedra AESE-EDP "Ética na Empresa e na Sociedade"

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Participantes no seminário de “Ética Empresarial”

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“Grandes fraudes sacudiram aopinião pública nos últimos anos.”Atualmente, “a sociedade exigeresponsabilidade” e reinvindica“acabar com a corrupção”. Existemvários movimentos civis que semanifestam com força sobre estetema junto dos governos. Tambémo pedem grandes organizaçõesinternacionais, como o GlobalCompact das Nações Unidas - doqual a AESE faz parte-, o WorldEconomic Forum, entre outros...No contexto corporativo, “o compor-tamento ético está relacionado coma reputação e a criação de confian-ça; a atração de empregados deledepende.”

A reflexão profunda sobre ascausas da corrupção e a crescentecrítica a condutas empresariais egovernativas que excluem a éticana administração e na gestão dasorganizações foi uma das vanta-gens que advieram da crise de2008. Este facto mudou o modo depensar, passando a dar-se atençãoà visão a longo prazo.”É preciso “ampliar a lógica deintercâmbio (dou-te para que me

dês), para uma de gratuidade (dou--te sem esperar em troca).” O Prof.Melé considera ser importante“investir no desenho de organiza-ções que respeitem a iniciativa e aresponsabilidade, desenvolvam asabedoria prática e as outrasvirtudes para decidir, procurando omelhor (não só o mais útil eeconomicamente mais favorável).”“Cabe à direção de empresas gerira arte da ética”, identificando osideais e os valores, diretrizes, osconhecimentos e as competências.

"As medidas mais perigosas são asassumidas acriticamente. A éticaempresarial humaniza a empresa,gera confiança, diminui os custosde transação, promove a lealdade,favorece a aceitação social, reforçaa preocupação com os resultados,fomenta a imaginação moral, vigo-riza os hábitos morais e desenvolveculturas organizacionais éticas.”

“A empresa é uma comunidade depessoas, que se coordenam ecooperam com recursos materiais etrabalho pessoal, com o propósitode produzir bens e serviços e

alcançar objetivos particulares dequem constitui essa comunidade.”Por isso, “as pessoas são oprincípio, o meio e o fim da ativi-dade empresarial.”

“A chave reside na prevenção”“Como se consegue conquistar emanter a confiança?” Para o Prof.

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Sessão com o Prof. José Fonseca Pires

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José Ramón Pin, Visiting Professordo IESE, a resposta reside naética: “Um comportamento éticodefeituoso faz com que asinstituições não funcionem, factoque acarreta consequências naeconomia. Por isso, a criação dedepartamentos de “compliance” ede códigos de bom governo”.

O que podem os dirigentes fazerpara fomentar a ética nasorganizações? “Não dificultar ocomportamento ético, explicar oque se entende por tal e dar oexemplo. Se a Alta Direção nãoperfilha uma conduta ética, nãoexistem regras capazes de afirmar.”Durante o seminário da AESE, osProfessores José Fonseca Pires eAfonso Barbosa discutiram casosreais em que os participantes eramsolicitados a tomar decisõesdilemáticas.

Take away do seminário“O seminário de ética empresarialcaracterizou-se pela alta qualidadede conteúdos, oradores e parti-cipantes”. Quem o diz é o partici-

pante Jorge Amorim, o qualcomentou que “a reflexão já deuorigem a implementações práticasna Hikari, com a incorporação demedidas para garantir a excelênciaética e profissional. Estou comple-tamente convencido que goodEthics = good business".

Ricardo Damas, Business UnitDirector da Gilead, encontrou nestaformação uma oportunidade pararefletir sobre "o fato de tanto aexcelência organizacional como aresponsabilidade corporativa seremclaramente o resultado de uma boagestão e que esta requer uma baseética sólida baseada em valoreshumanos. A ética ou a falta dela,pode influenciar os índicesmotivacionais nas organizações.Os valores dos gestores são clara-mente evidentes em cada decisãoque toma. Por conseguinte, issoinfluencia uma organização comoum todo. Por último, a importânciade uma comunicação clara eobjetiva, reforçando a missão evalores das organizações e dosseus gestores, no sentido demotivar os seus colaboradores

a adotar igual conduta. Destaforma, os resultados das organiza-ções serão certamente mais conso-lidados e perpetuados no futuro”.

Artigos relacionadosDa ética dos mínimos à“imaginação moral”Portal Ver, 18.2.2016

3.º Encontro do PRME CapítuloIbérico1.2.2016, Lisboa8 CAESE março 2016

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“Por ocasião da visita de estudo daAESE”, conta Duarte Beltrão, HeadGreenpeaker na Golfe do BomSucesso, que “os alunos do 11.ºPGL tiveram o privilégio de visitar oafamado produtor de vinhos, casaErmelinda de Freitas – Pegões.

Como uma receção invulgar, foi--nos servido um requintadopequeno-almoço. Seguiu-se umaapresentação da empresa desde oseu início, com todos os passosrelevantes levados a cabo atéchegar aos dias de hoje. Empresaesta, já de grande dimensão nosetor, empregando mais de 30colaboradores, com uma faturaçãoque ascende aos 16 M de € e comgrande expressão nas exportaçõespara quase todo o mundo. Estevepresente nesta palestra o EnólogoEngº Jaime Quendera, pedrabasilar no processo vitivinícola daenorme gama de produtos e aExma. Srª Dª Leonor de Freitas,

atual proprietária, descendente deum vínculo de gerações ligadas àprodução de vinho.

Seguiu-se uma visita à adega, ondenos explicaram todo o processo deprodução desde a vindima até aovinho engarrafado. De referir atecnologia de ponta que esta adegapossui em equipamentos e

maquinaria. A visita terminou comchave de ouro, com um almoçogourmet antecedido de uma provade vinhos, com os anfitriões asalientarem as notas técnicas dosprodutos.

De tudo o que vimos eaprendemos, gostava de sublinharo franco desenvolvimento que a

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Gestão e Liderança na Casa Ermelinda Freitas

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Lisboa, 11 de fevereiro de 2016Participantes do 11.º PGL contam como foi a visita à Casa de Ermelinda Freitas

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empresa teve nos últimos 12 anos.Um crescimento enorme no planodas técnicas de produção, marke-ting, internacionalização, emprega-bilidade sazonal e temporária. Frutodo trabalho e dedicação de umaempresa Familiar, tornou-se refe-rência no setor da produção devinhos.

Agradecimentos: Ao Luís Rodri-gues, que estabeleceu a ligação àempresa através da amizade quetem à Família Ermelinda Freitas. Eà Srª Dª Leonor de Freitas, maridoe filhos, pelo dia magnífico que nosproporcionaram.”

José Cardinho, Coordenador daDireção de Exploração da ViaPública do Centro de ControloOperacional da Emel, destaca,“para além do carinho com quefomos recebidos por toda a equipa,o facto de esta visita nos terproporcionado não só um maiorconhecimento da produção dovinho, mas também de um mercadoemergente como é o mercado dosvinhos.

Tivemos também oportunidade detestemunhar como uma empresade cariz familiar se pode tornarnuma referência no setor e nummercado tão competitivo. Graças àDra. Leonor, passaremos a versempre o copo meio cheio em vezde meio vazio.”

Foi uma “visita de grande mais--valia na aplicação prática de diver-sas matérias discutidas no PGL,tais como o Comportamento Huma-no na Organização, Operações,Inovação e Tecnologia, Política deEmpresa e Marketing. A Casa Er-melinda Freitas, há 20 anos umapequena empresa familiar, é hojeuma grande empresa com reconhe-cimento internacional. Leonor Frei-tas, pelos valores e importância dafamília, numa atitude empreende-dora e com perfil de liderança ade-quado, consegue, em dedicaçãoexclusiva, levar o seu Projeto aogrande sucesso hoje visível!”, con-clui Helga Beirão, Coordenadora daÁrea de Organização no Departa-mento de Organização e Gestão dePessoal, do Instituto de Informática.10 CAESE março 2016

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Soluções eficazes procuram-se…

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In “Público”, 18 de fevereiro de 2016

AESE nos Media

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Há tempos, alguém comresponsabilidades imaginou eteimou na solução de um túnel noMarquês para obviar aoemaranhado do tráfego local comgraves sequelas. Choveram críticase boicotes que atrasaram eencareceram a construção. Mas otúnel é um enorme sucesso.

Há países com think tanks, criadospor Fundações ou ONGs, que sedebruçam sobre temas de interessenacional, para os aprofundar e criarcorrentes de opinião. Isso nãoimpede que junto de cada área degovernação, além do estudo dosassuntos do dia a dia, haja gruposad hoc, de ‘curiosos’ e imagi-nativos, a orientar o encontrar desoluções expeditas para os proble-mas emergentes.

Tem havido soluções transitórias(que, muitas vezes se fazem

permanentes, como os viadutosmetálicos de Santos e Castro) paraaliviar problemas, dando tempopara a solução definitiva. Na PonteSalazar, com as 4 faixas derodagem, um responsávelpreconizou criar/operacionalizar a5.ª faixa que se usariaalternadamente no sentido domaior fluxo. Uma magnífica‘solução-alívio’, até aparecer aoutra ponte!

Por vezes há capacidade instalada,ociosa; como aproveitá-la? Na netcorre uma anedota (imagino-a real)de um empresário de Nova Iorqueque vai a Mumbai, em negócios. Acaminho do aeroporto, entra numbanco e pede um empréstimo de$5000. Dizem-lhe que sim, masterá de dar uma garantia. Eleentrega a chave do seu carroJaguar, mais valioso que os $5000.Papelada... e aí estão os $5000.

Quinze dias depois, regressa, e vaidireto ao banco: devolve os $5000,e paga os juros e comissões, cal-culadas em $15,41.

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À saída interpelam-no, “à confian-ça”: “Tivemos curiosidade de saberquem era e verificamos tratar-se deum empresário bem sucedido erico”. Ficamos ‘baralhados’… porprecisar de um empréstimo de$5000 para os negócios”… Res-ponde-lhes: “indiquem-me um sítioem Nova Iorque onde possa ter ocarro em segurança, por quinzedias, pagando $15,41!!!”.

Esta ‘anedota’ faz pensar em muitacapacidade ociosa, nas sociedades‘ricas’: autocarros vazios, escolassem alunos, casas não habitadas,comboios com poucos passageiros,‘metro’ a meio, etc. Como aprovei-tá-la?, podia ser um exercício deimaginação muito produtivo. Comofazer que circulem menos carros nacidade, para que os transportescoletivos vão mais cheios e maisdepressa? As escolas sem alunospoderiam ocupar-se com cursostécnico-profissionais… ou seremcentros culturais locais…, museus,etc. As casas desocupa-das,…vender ou arrendar a bompreço… ?

Um flagelo grave da atualidade é o

desemprego: de pessoas comexperiência (engenheiros, arquite-tos, professores, advogados...), derecém-formados sem experiência ede jovens que abandonaram osestudos. Ao mesmo tempo háprocura de Informáticos…Procuram-se pessoas com algumaexperiência de empresa…e nada!Não será possível ‘desenhar’ umapós-graduação em Tecnologias deInformação, para os licenciadoscom experiência, com a parteescolar exigente, mas condensada,com avaliações e boa qualidade deensino, que em 6 meses possampreparar-se para trabalhar commestria na informática? Parecefácil, e a Índia faz muito disto!

Conhecimentos e experiênciaanteriores são úteis para adaptaras TI a esses domínios e criaraplicações de interesse.É socialmente relevante que asempresas recebam estagiários,digamos por 6 meses, comtrabalhos bem planeados, paratreinar os jovens para a vidaprofissional, tornando-os maisempregáveis e, quem sabe,capazes de começar alguma start-

up na atividade em que se sentemconfortáveis.

Perante o desemprego há quetocar todas as teclas donde possasaltar um emprego. Um think tankou uma comissão ad hoc paraestudar junto de cada PALOP, comfalta de pessoas qualificadas, oseventuais protocolos de colocação;tentando também apoios deorganismos europeus.

É preciso aguçar a imaginaçãopara desenvolver ideias de comuminteresse: o ensino generalizado,nos Palop’s que querem avançardepressa, pode ficar comprometidona qualidade, sem bonsprofessores; e haverá muito bonsProfessores e suas famíliasdisponíveis aqui, para se fixarempor alguns anos num dos paísespor quem nutrem uma simpatiaparticular. Devia ser um ‘jogo’ bempensado em que todos ganhas-sem…

12 CAESE março 2016

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Da ética dos mínimos à "imaginação moral"JORNAL DE NEGÓCIOS ONLINE - 19.2.2016

Cavaco condecora sete personalidades e a casa do artista JORNAL NEGÓCIOS - 19.2.2016

Distinção Cavaco homenageia ex-governante que vetou livro de José Saramago JORNAL NOTÍCIAS - 19.2.2016

Conferência «Negócios na América Latina» HUMAN.PT - 19.2.2016

Da ética dos mínimos à “imaginação moral” VER.PT - 18.2.2016

Cavaco condecorou ex-sub-secretário de Estado que vetou Saramago EXPRESSO ONLINE - 18.2.2016

Cavaco agraciou governante que vetou livro de Saramago RÁDIO RENASCENÇA ONLINE - 18.2.2016

Cavaco condecora António Sousa Lara DN.PT - 18.2.2016

"Casa do Artista acolhe aqueles que nos ajudaram a rir e sonhar" NOTICIASAOMINUTO.COM - 18.2.2016

AESE nos Media

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De 6 de fevereiro a 4 de março de 2016

13 CAESE março 2016

Soluções eficazes, procuram-se PÚBLICO - 18.2.2016

Soluções eficazes, procuram-se PÚBLICO ÚLTIMA HORA - 18.2.2016

PR condecora personalidades da Academia e da Cultura e agracia a Casa do Artista PORTO CANAL ONLINE - 17.2.2016

PR condecora personalidades da Academia e da Cultura e agracia a Casa do Artista RTP ONLINE - 17.2.2016

América Latina é responsável por 3 % das exportações nacionais DISTRIBUIÇÃO HOJE ONLINE - 17.2.2016

América Latina é responsável por 3 % das exportações... LOGÍSTICA & TRANSPORTES HOJE ONLINE - 17.2.2016

AESE realiza seminário sobre "Ética empresarial" VIDA ECONÓMICA - 12.2.2016

Esmirnados PÚBLICO - 11.2.2016

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AGENDASessões de continuidade

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14 CAESE março 2016

Sessão de continuidadeO stress na Sociedade da InformaçãoPorto, 31 de março de 2016Saiba mais >

SeminárioAvaliação Financeira para ExecutivosLisboa, 10, 17 e 24 de maio de 2016Saiba mais >

Seminários

Sessão de continuidadeBig Data: Business Value GenerationLisboa, 10 de março de 2016Saiba mais >

SeminárioSocial Selling e a Força de VendasLisboa, 14 de março de 2016Saiba mais >

SeminárioContabilidade para GestoresLisboa, 21 e 22 de março de 2016Saiba mais >

SeminárioNegociar bem, negociar melhorLisboa, 6, 7 e 8 de abril de 2016Saiba mais >

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Nesta secção, pretendemos dar notícias sobre algumas trajetórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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15 CAESE março 2016

Alexandra Reis (5.º Executive MBA AESE), é a nova Europe Procurement Director na NetJets Europe.

Dalila Tavares (38.º PDE), é a Southwest Iberia Transport Director na Luís Simões Logística Integrada, S.A..

Natália Leite (1.º PGL), é atualmente Head of Culture and Engagement no Grupo Jerónimo Martins.

Ana Martinez de Castro Pinto Luz (10.º Executive MBA AESE), é agora Product Manager na SIBS.

Miguel Oliveira (7.º Executive MBA AESE), é atualmente Conselheiro do Secretário de Estado do Ministro do Ambiente.

Tiago Andrade e Sousa (36.ºPDE), é atualmente Administrador Executivo na REN Trading.

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PANORAMA

Edifícios com entradas separadas, consoante o que se pagueNa cidade de Nova Iorque, ondea desigualdade é um assuntocandente, está a gerar polémicauma política urbanística que fa-vorece com incentivos fiscais aspromotoras de habitações de lu-xo que reservam uma quota deandares subsidiados pelo muni-cípio para as pessoas com me-nores rendimentos, mas com en-tradas e instalações diferentes.

No elegante bairro do UpperWest Side, no distrito deManhattan, entrou em funciona-mento um arranha-céus de vá-rios andares com duas entradasseparadas: a principal é reserva-da aos donos de luxuosos anda-

res adquiridos a preço de mer-cado; a outra, situada numa ou-tra rua e batizada pelas pessoascomo “a porta para pobres”, épor onde acedem os inquilinosdos andares subsidiados.

E uma vez dentro do edificio, asdiferenças aumentam. Os quemais pagam têm acesso livre(em troca de uma taxa) a ins-talações espetaculares: ginásio,piscina, teatro, pista de bow-

ling… já os outros não podementrar nessas zonas nem mesmose estiverem dispostos a pagarpor isso. Como na série “Down-ton Abbey”, os andares de baixosão ocupados pelos menos ricos.

O mesmo acontece noutro edi-fício situado em Williamsburg,um bairro de Brooklyn que seconverteu no formigueiro dacultura hipster. Os proprietáriospagam até mil dólares por mês(900 euros) de modo a contribuirpara a manutenção das instala-ções, às quais os outros vizinhosnão podem aceder.

“Ninguém me trata na minhacasa como a uma cidadã desegunda classe”, declara à NBCNew York, Jean Green, uma dasinquilinas beneficiadas pelo sor-teio do município, que apresen-tou uma queixa à Comissão deDireitos Humanos da cidade.

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16 CAESE março 2016

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Mas nem todos os que estão nasituação de Green partilham o seuponto de vista. Boleslaw Wisnie-wski considera que se trata de“um acordo muito bom”: paga peloseu estúdio 700 dólares por mês(636 euros), um quarto do preçode mercado em Williamsburg. Ou-tro inquilino declara que está felizpor poder viver num bom bairropor esse preço.

Para aqueles que entram pelaporta grande também lhes parecerazoável a distinção. “Se não sepaga o salário do porteiro, serájusto que se beneficie dos seusserviços?”, objeta uma das pro-prietárias, embora defenda queseja dada oportunidade aos outrosde pagarem pelas instalações quequeiram utilizar.

Outra coisa é que possam pagá--lo. O limite máximo de rendimen-tos para entrar no sorteio de umahabitação subsidiada nessa zonaestá em 50 340 dólares anuais(45 753 euros). O aluguer de umandar de duas assoalhadas nesseregime ronda os mil dólares, con-tra os mais de 25 milhões dedólares que custaram alguns dosandares de luxo.

As críticas relativamente aos edi-fícios com “portas para pobres”acentuaram-se há um ano quandose tornou pública a concessão auma das promotoras, a ExtellDevelopment Company. Mas ago-ra os detratores estão a ficar per-plexos ao verem o sucesso queestão a ter entre as pessoas debaixos rendimentos.

Segundo o “The New York Times”,para as 55 habitações subsidiadasoferecidas pelo edifício da Extellno Upper West Side, apresen-taram-se 88 200 pedidos, e apromotora estima que chegarão a90 000 antes de fechar o prazo.Das 219 habitações de luxo, já foivendida a maioria delas.

A elevada resposta popular indicaque, mesmo entrando por outraporta, as pessoas com menosrendimentos preferem viver lá. Aofim e ao cabo, se não lhes fosseoferecida essa possibilidade, te-riam de viver num bairro muitomenos agradável. E a diferençapara os da porta dos ricos seriaainda maior.

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“Suponho que as pessoas gostam[do projeto]”, diz Gary Barnett,fundador e presidente da Extell.“Isto indica que existe uma pro-cura enorme de habitações aces-síveis e de qualidade em bairrosbonitos”.

Não veem assim as coisas osvereadores Mark Levine e CoreyJohnson, que querem incluir umaemenda na lei antidiscriminaçãode Nova Iorque para proibir deforma expressa as distinções emvirtude da “classe do arrenda-tário”.

Mas o problema foi criado pelopróprio município ao aprovar, em2009, uma política urbanística queconcede isenções fiscais (por umperíodo de tempo que oscila entre10 e 25 anos) às promotoras dehabitações de luxo que tambémoferecem andares subsidiados.Um dos que votou o plano foi oatual presidente do município, odemocrata Bill de Blasio, entãovereador, que hoje se apresentacomo um lutador pela igualdadedos nova-iorquinos.

De Blasio afirma que quando vo-tou essa política não se sabianada acerca das chamadas “por-tas para pobres”. A sua adminis-tração acaba de anunciar que vairever o plano para evitar que“quando num mesmo edifício se-jam oferecidas habitações aces-síveis, não se esteja a autorizarentradas separadas em função donível de rendimentos”, diz um dosporta-vozes do gabinete do pre-sidente do município.

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Mas o problema não é só a en-trada: de facto, a “porta dos po-bres” facilita o acesso às habita-ções subsidiadas, que se encon-tram numa zona diferente doedifício. Daí que os promotores sedefendam, dizendo que cumpri-ram tanto a letra como o espíritoda lei: “Ninguém disse que o obje-tivo era a plena integração deambos os tipos de população”, dizDavid Von Spreckelsen, vice--presidente da Toll Brothers, outrapromotora que construiu habita-ções deste tipo em Nova Iorque.

Aquilo que agora perguntam al-guns é por que motivo se sequeria combater o problema daescassez de habitações acessí-veis não se recorreu a outrafórmula, em vez de dar terreno esubsídios às promotoras de habi-tações de luxo.

Uma iniciativa do Departamentode Habitação e DesenvolvimentoUrbano dos EUA (HUD - UnitedStates Department of Housing andUrban Development, nas suassiglas em inglês) que está real-mente a servir para corrigir o

mercado da habitação são os che-ques para o aluguer de habi-tações, destinados a famílias debaixos rendimentos. A família es-colhe um andar dos selecionadospelo HUD e só paga a diferençaentre o preço do aluguer e osubsídio, quantia que o HUD seencarrega de pagar através dasagências de habitação pública.

J. M.

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PANORAMA

Islão na Europa: Mais mesquitas, mais…Um fotógrafo da agência Magnumexibiu em Inglaterra uma amostrade imagens de como se arranjamos muçulmanos em Itália parafazer as suas orações. Quando oespectador vê os fiéis de joelhos,a orar num salão, numa garagemou numa nave industrial, e seapercebe de que existem apenasoito mesquitas para uma popu-lação de 1,3 milhões de crentes,abre a boca de assombro, emboraa feche um pouco a seguir, quan-do lhe esclarecem que existemoutros 200 sítios informais ondeos seguidores do profeta podemefetuar os seus ritos.

A Itália, como quase todas asdemocracias europeias, estabele-ceu disposições para que os fiéis

muçulmanos exerçam a sua li-berdade de culto dentro dos ne-cessários limites do respeito pelosoutros credos e pela ordem pú-blica.

Isto embora um projeto de lei daregião da Lombardia, de facto,impeça a construção de novasmesquitas (“Aceprensa”, 3.5.2015)— por pretextos vários, como quea arquitetura desses edifícios teriade estar em harmonia com apaisagem local, o que não tornariapossível erguer minaretes —, en-trando em choque com o desejodos líderes islâmicos e com o doprimeiro-ministro Matteo Renzi,que enviou o texto para o TribunalConstitucional de modo a ser feitaa sua revisão.

As leis italianas são estritamenterespeitadoras da cultura islâmica.De facto, existem disposições pa-ra que nas aulas se ensine oAlcorão como alternativa aosconteúdos de doutrina católica,sempre que haja o quórum ne-cessário de estudantes a solicitá--lo. Igualmente, os modos regu-lamentados para o sacrifício deanimais de consumo humano, queestabelecem dever ser entonte-cidos antes de morrer, permitemexceções a pedido de muçulma-nos e judeus, para os quais oprocedimento deve seguir outrasnormas.

Positivo, sem dúvida, embora paraalguns não seja suficiente queuma sociedade ocidental respeite

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20 CAESE março 2016

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e acolha tradições que não pas-sam de culturalmente minoritá-rias, pelo que podem atrever-se aditar diretrizes e tentar alargar atéà rutura os amplos limites daliberdade. Para amostra, o cruci-fixo que foi lançado da janela deum hospital de Áquila, em 2006,porque um muçulmano não queriavê-lo no quarto onde estavainternada a sua mãe. Talvez umligeiro lapso o tenha feito esque-cer que esse centro hospitalar nãoestava em Riade nem em Doha,mas a poucos quilómetros dotúmulo de São Pedro.

Não. Não basta com oito templos.Mas para quem se propõe irsempre mais longe, 2200 muitomenos seriam suficientes. EmFrança, por exemplo, o reitor daGrande Mesquita de Paris, DalilBoubakeur, referiu-se a esse nú-

mero: “Temos 2200 mesquitas,mas necessitamos de duplicar es-se número dentro de dois anos”.Aplausos da multidão. E a verda-de é que, na realidade, a ordemjurídica, se se reunirem os re-quisitos, poderia permitir este au-mento, além de que nos círculosde poder não se cansam de re-petir que o “verdadeiro Islão” nãotem nada a ver com a inter-pretação feita pelos fanáticos. Seas mesquitas são erguidas peloscrentes “autênticos”, não há mo-tivos para recear: estão no seudireito.

Sim, evidentemente. Mas não sedeve esquecer o facto de que, nãoraramente, os sítios dos “autên-ticos” são o quadro em que osdespercebidos proscritos se orga-nizam e recrutam novos guerrei-ros, como ficou demonstrado mais

de uma vez. Sabe-se que, nal-guns casos, são a pobreza e afalta de oportunidades que levamos afetados a encetar o caminhodas armas e a adotar algum credofanático — que também pode serideológico, como sucedeu comalgumas guerrilhas latino-ameri-canas no passado —, e que atéas prisões podem converter-se emescolas de extremismo. Mas nemsempre a exclusão social é a raizdo problema, e muitas vezes asnotícias aludem a rapazes e rapa-rigas “bem” que se radicalizaramna mesquita “correta” ou nalgumcírculo anexo.

O próprio presidente da Unió deComunitats Islàmiques de Catalu-nya, Mohamed el Ghaidouni, ma-nifestava ao “El Mundo” que a“maioria” dos imãs util iza asmesquitas para pregar sermões

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“incompatíveis com os valoresocidentais”, e que muitas destaspessoas – em geral, formadas emMarrocos – não fazem a mínimaideia da realidade cultural, social,linguística e histórica dessa comu-nidade autónoma (onde estão re-gistadas 60 % das detenções dejihadistas em Espanha). Isto in-clina a pensar que, nalguns des-ses centros, certos indivíduos in-citam a transformar a sociedadede liberdades que os acolhe, nu-ma à semelhança das monar-quias ou repúblicas semiteocrá-ticas de onde vieram.

Sim: há bastantes mais mesquitasna Catalunha do que em toda aItália. E o Estado de Direito tornou

possível também que sejam nu-merosas em França, Alemanha,Grã-Bretanha, Bélgica, etc. Podeser uma coincidência forçada,mas destes mesmos países pro-vém grande parte dos extremistasque foram para a Síria “esmagarinfiéis”: 1200 franceses, 600 britâ-nicos, igual número de alemães,440 belgas… enquanto se apon-taram “apenas” 80 italianos. Tantoem números absolutos como empercentagem, essa Itália lenta aadotar a proliferação dos lugaresoficiais de culto muçulmano ficabastante abaixo dos países maisabertos a fazer isso.

Por último, tomo nota da recla-mação de um líder da comunidade

muçulmana espanhola para queas escolas públicas introduzam deuma vez o ensino do Islão. Defacto, já foi assinado um acordohá alguns anos que o permite,mas é necessário que haja sufi-cientes alunos e imãs dispostos adar as aulas. O seu argumento éque, para os rapazes, “uma boaformação torna-os menos permeá-veis ao extremismo”. Muito bem;mas, relativamente à abertura daescola ao Islão, não será que,justamente, uma boa formação jádevem estar a recebê-la na mes-quita?

L. L.

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PANORAMA

Intolerância na campanha pelo casamento gayEm 22 de maio de 2015, realizou--se na Irlanda um referendo sobrese se devia alterar a Constituiçãopara definir o casamento como aunião entre duas pessoas semdistinção do seu sexo. Como emqualquer assunto submetido areferendo, supunha-se que ambasas partes devem poder expor osseus argumentos. Mas, neste ca-so, o mero facto de alguém defen-der o “não”, foi apresentado comoofensivo.

A opinião pública parecia clara-mente favorável (as sondagensvaticinavam um apoio de entre60 % e 70 %), mas mostrava-semais dividida no tema da adoção.O prognóstico seria muito mais

fácil se tivesse que basear-se naopinião dos meios de comuni-cação social. Praticamente todosmostraram o seu apoio incondicio-nal ao “sim”. A campanha a favordo casamento homossexual assu-miu uma tonalidade monopolísti-ca: os defensores da emendaconstitucional descreveram osseus oponentes como agentesperigosos para o bem público,guiados por interesses ocultos einimigos do progresso. Assim foijustificado que as suas opiniõesdeviam ser colocadas em quaren-tena.

Outra manifestação deste climararefeito é a hipersensibilidadeperante o que é encarado como

uma ameaça à liberdade de ex-pressão (a própria, claro; a dosoutros é outro assunto). Em de-zembro de 2014, a Autoridade Ir-landesa para a Difusão (BAIBroadcasting Authority of Ireland,nas suas siglas em inglês) teve depublicar um comunicado esclare-cendo que não havia obrigadonenhum meio de comunicaçãosocial a expor a visão do “não”para equilibrar os debates sobre ocasamento homossexual. Segun-do uma jornalista (Una Mullally), aBAI teria exigido que durante aapresentação do seu livro “In theName of Love” num programa derádio, interviesse uma pessoacom uma opinião contrária aocasamento homossexual.

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23 CAESE março 2016

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A autora pode ter razão ao opor--se a que em qualquer debatepolémico nos meios de comuni-cação social se deva guardar umaestrita proporcionalidade relativa-mente ao número de defensoresde uma e outra posição; no entan-to, que a BAI recorde a propósitodo incidente a necessidade de“uma cobertura equitativa” dápistas sobre o que ocorreu com acampanha pelo casamento ho-mossexual na Irlanda.

Mesmo alguns dos seus defen-sores levantaram a voz contra omonopólio do “sim” nos meios decomunicação social. Num artigosignificativamente intitulado “It’snot a debate if one side can’tspeak”, Eilis O’Hanlon explica que“em determinado momento dapolémica foi assumido que não é

apenas homofóbico admitir dúvi-das sobre o casamento do mesmosexo; também o é referir queaqueles que as têm deveriampoder expressá-las”.

Brendan O’Neill, editor da web deideologia libertária “Spiked”, reco-lheu vários exemplos de comoalguns defensores do “sim” pro-curaram silenciar os oponentesneste debate.

Uma das razões invocadas parasuprimir as opiniões politicamenteincorretas, é a saúde emocionalda população. A Psychological So-ciety of Ireland (PSI), pela boca doseu presidente, advertiu para opotencial efeito nocivo de certasinvestigações que salientam van-tagens nas crianças criadas porcasais heterossexuais. Para Paul

D’Alton, que segundo contou, so-freu durante a sua juventude oestigma associado à sua condiçãode homossexual, essas conclu-sões “contradizem a posição dosprofissionais da matéria em todo omundo”; para o demonstrar, citapalavras da American Psycholo-gical Association (APA) sobre afalta de evidência científica notema da criação por pais do mes-mo sexo.

Contudo, D’Alton não parecerecordar outras investigações comconclusões diferentes sobre otema; como uma (“Aceprensa”,28.6.2012) que revelou o pouco ri-gor científ ico dos 59 estudosutilizados pela APA para declararq u e o s f i l h o s e m c a s a i shomossexuais têm sido criadostão bem como nos restantes.

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Possivelmente, com esta omissão,D’Alton terá querido poupar àpopulação esses efeitos nocivosque, parece, provoca conheceropiniões diferentes da própria.

Outro dos recursos para não en-trar no debate de ideias, é asse-gurar que a posição do “não” po-deria incitar ao ódio através daviolência verbal. No “Irish Times”,Una Mullally, a mesma jornalistaque acusou a BAI, pedia a criaçãode um organismo de controlo paravigiar “a retórica inevitavelmentedestrutiva que caraterizará umaposição” na discussão sobre o ca-samento homossexual (é fácil adi-vinhar qual). Mas, nesse artigo, aautora declarava sem aparentesensação de poder estar a ofen-

der, que “a doutrina da Igreja cató-lica sobre o tema é homofóbica”.

Contudo, esta indignação a res-peito do dissidente convive fre-quentemente com a superficialida-de nos próprios argumentos. Umaamostra da pouca profundidadede certos raciocínios pode servista em “It’s not a debate if oneside can’t speak”. Apesar deO’Hanlon reclamar uma discussãoaberta e respeitadora para com osque pediam o “não”, despacha asua opinião sobre se dois homos-sexuais podem casar-se com aseguinte comparação: devido aofacto do casamento ser somenteum contrato particular assumidopelo Estado, “reservá-lo unica-mente para cônjuges de sexo dife-

rente faz tão pouco sentido, comoconceder empréstimos hipotecá-rios apenas às pessoas que falemesperanto”. O sentido social docasamento não parece merecer aO’Hanlon mais reflexões.

Este tipo de argumentos apontapara outro comportamento para-doxal: os defensores do “sim” cos-tumam autodescrever-se como li-vres pensadores e lutadores irre-dutíveis em prol de um ideal, masao mesmo tempo não têm dúvidasem abraçar um positivismo jurí-dico bastante conservador e muitopouco idealista: “se a lei declaraque dois gays podem casar-se,não há mais nada para debater”.

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A campanha a favor do casa-mento homossexual insistiu emetiquetar os argumentos contrá-rios como preconceitos derivadosde conceções morais ou religiosasirracionais. Daí que entre os de-fensores do casamento tradicio-nal haja quem tenha enfatizado osaspetos políticos, demográficos ousociais do debate.

Bruce Arnold é um jornalista eescritor inglês radicado na Irlandahá mais de 50 anos. Tornou-sefamoso por ter sido vítima deescutas telefónicas por parte dogoverno irlandês nos anos 80.Também é conhecido por ser um

crítico da Igreja católica no país.Os seus argumentos a favor do“não” no referendo eram insus-peitos de ser ditados pela hierar-quia eclesiástica.

Num relatório publicado com ou-tros jornalistas e especialistas,Arnold explicou as consequênciasnegativas que teria para a Irlandaa aprovação do casamento ho-mossexual. Não fala de religiãoem nenhum momento, nem tão--pouco alude a temas morais.Centra-se em aspetos jurídicos esociais: por exemplo, critica aideia de que a vitória do “sim”apenas teria como implicação o

alargamento a toda a gente de umdireito já existente; na sua opinião,seria criado um novo direito, poisa instituição à qual dá acessoseria reformulada no essencial.Também refere possíveis efeitoscolaterais, como a extensão dasbarrigas de aluguer, com a explo-ração de mulheres e os conflitosfamiliares que geralmente com-porta.

Neste referendo irlandês, o simganhou com 62 % dos votos, con-tra 38 % do não.

F. R.-B.

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PANORAMA

“Evereste”“Everest”

Realizador: Baltasar Kormákur Atores: Jason Clarke, Emily Watson, Jake Gyllenhaal Duração: 120 min.Ano: 2015

O jornalista Jon Krakauer relatano seu livro “Into thin air”, umaexpedição que, em 1996, conquis-ta o cume do Evereste, mas queno final se transformará emtragédia... Este filme inspira-senos factos ocorridos com váriosdos membros dessa expedição,focando-se de modo especial no

líder do grupo. Como responsáveldo projeto, ele vai procurar quetodos alcancem o topo, mas aodeixar-se levar pelos sentimentos,negligencia as normas de segu-rança e o plano estabelecido.Apesar de ser uma pessoa expe-riente, aceita correr riscos desne-cessários para evitar confrontar aspessoas com as suas reaiscapacidades. Além disso, surgemfalhas logísticas inaceitáveis, co-mo a não concretização de me-didas previamente decididas, oque será desastroso. É impossívelimprovisar quando não se pos-suem os recursos que tinham sido

garantidos mas que não haviamsido confirmados. De facto, nemtodas as pessoas se comprome-tem com o mesmo grau de fia-bilidade no cumprimento das suasfunções...

A motivação de cada elemento daequipa é também abordada nestefilme e fica claro que as relaçõesafetivas e familiares são um es-tímulo decisivo para não desistir econseguir encontrar forças julga-das perdidas...

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27 CAESE março 2016

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Tópicos de análise:

1. Conhecer os limites pessoaisé essencial ao marcar osobjetivos.

2. Um plano só se concretizapelo emprego de uma logísticaadequada.

3. Os interesses puramentepessoais são pouco eficazescomo força motivacional.

Hiperligação

Paulo Miguel MartinsProfessor da AESE

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28 CAESE março 2016

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DOCUMENTAÇÃO

Uma alternativa à mística da competitividadeFamília e trabalho, mulheres ehomens, são os fatores que inter-vêm no livro “Unfinished Business”(Oneworld Publications, Londres,2015), de Anne-Marie Slaughter,uma mulher de sucesso e compensamento original. Slaughterdemarca-se de um feminismo queencoraja as mulheres a singrarnum ambiente laboral ultra-competitivo. A sua ideia é que estána hora de alterar certos hábitoslaborais que impedem na prática aconciliação entre o desenvolvi-mento profissional e a formaçãode um lar. Uma tarefa parahomens e mulheres.

A autora foi de 2009 a 2011,Diretora do Planeamento Políticodo Departamento de Estado, com

a então Secretária de Estado,Hillary Clinton. Em 2011, deixou ocargo e retomou a sua carreiraacadémica. Atualmente é presi-dente da New America Foun-dation, um think tank norte--americano.

Pouco depois de abandonar o seutrabalho na Casa Branca, publicouum ensaio na “The Atlantic”,July/August 2012, intitulado “WhyWomen Still Can’t Have It All” (quefoi referido em “Aceprensa”,25.7.2012), tendo-se transformadono artigo mais lido e recomendadona história da revista, e que gerouuma intensa polémica no movi-mento feminista. Nele, Slaughterexplicava que o seu principalmotivo para deixar o Departamen-

to de Estado havia sido poderpassar mais tempo com a suafamília. Tendo vários filhos adoles-centes, sentia que aquele era ummomento importante para educá--los, pelo que necessitava deestar mais perto deles e do seumarido, também professor univer-sitário.

Mas, conta Slaughter no seu en-saio, a decisão de regressar ao larnão foi bem recebida por outrasfeministas como ela. Algumas fica-ram dececionadas (um pouco co-mo se “tivesse abandonado aequipa”), outras reagiram com es-tranheza (como é que pode umamulher de tão grande sucessoabandonar um cargo desse carizpara cuidar dos seus filhos?).

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29 CAESE março 2016»»

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As supermulheres não são omodelo

De algum modo, “Unfinished Busi-ness” responde a essas obje-ções, e critica um feminismo queencoraja as mulheres a transfor-marem-se em “super heroínas”:pessoas capazes de prosperar noambiente ultracompetitivo dosgrandes escritórios de advogadosou das empresas tecnológicasmais vanguardistas; o feminismoque repete como um mantra afrase “podes ter tudo isso”(referindo-se ao sucesso profissio-nal e à vida familiar).

Não é que Slaughter não acreditena inserção laboral das mulheres,mas pensa que além de umencorajamento a “unirem-se paraa luta”, está na hora de alterarcertos hábitos laborais que impe-

dem na prática a conciliação entreo desenvolvimento profissional e aformação de um lar. Continuar apropor modelos espetacularesmas inalcançáveis para a maioria,mesmo que seja com boas inten-ções, produz frustração nasmulheres que não consigam al-cançar esse ideal, e uma sensa-ção de culpa entre as que deci-dem afastar-se temporária ou defi-nitivamente do seu trabalho parase dedicarem à família.

Alguns comentaristas viram nolivro de Slaughter uma espécie decontraponto ao publicado porSheryl Sandberg em 2013, “LeanIn” (“Aceprensa”, 22.3.2013). Ne-le, a diretora de operações doFacebook pedia às mulheres para“se envolverem” no problema dapouca representação do sexofeminino nos órgãos diretivos das

grandes empresas. Slaughter, defacto, menciona este livro noprimeiro capítulo do seu, e reco-nhece que embora partilhe comSandberg muitos pontos de vista,pensa que a solução não dependefundamentalmente das mulheres,mas da sociedade em geral.

As preferências das mulheres

Uma das objeções que, por vezes,é feita ao feminismo das “super-mulheres”, é esquecer um grandenúmero delas que simplesmentenão desejam ascender tão alto,seja por preferirem outro tipo detrabalhos, seja por quererem darprioridade à vida familiar. Algunsestudos recentes levados a cabopela escola de negócios deHarvard mostram que as mulheresinquiridas, quando lhes era per-guntado pelo tipo de trabalho que

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idealmente gostariam de desem-penhar, citavam empregos que sesituavam numa faixa mais baixada “escada diretiva” que os pre-feridos dos homens. Também os“objetivos vitais” mencionados porelas eram diferentes, e estavammenos relacionados com o con-ceito de “poder” do que os deles.

Um artigo na “Slate” que comen-tava estes resultados, salientavaque na discussão sobre a inclusãolaboral das mulheres fala-sefrequentemente de barreiras cul-turais ou de diferenças inatasentre sexos, mas poucas vezessão tidas em conta as suaspreferências.

Ditadura das horas extraordi-nárias

Apesar de “Unfinished Business”oferecer uma “cura de realidade”

ao feminismo yuppie, a mensa-gem do livro é mais ampla.Slaughter propõe mudar a “místicada competitividade” que imperaem grande parte do mercado la-boral. Este modelo, que privilegiasetores como o tecnológico, ojurídico ou o financeiro sobre ou-tros trabalhos mais relacionadosdiretamente com o serviço a ou-tras pessoas, como ensinar oucuidar de crianças e idosos, tendea impor uma “ditadura das horasextraordinárias”. As jornadas labo-rais eternas parecem imprescindí-veis e são adotadas quase comoum sinal de distinção e profissio-nalismo, apesar de alguns estu-dos terem sugerido que nemsempre mais horas significa maisprodutividade (“Aceprensa”,20.11.2013).

Segundo Slaughter, a própria ideiade liderança subjacente nestes

setores, onde predominam oshomens, está estreitamente rela-cionada com a competitividade ecom falar mais do que escutar. Asolução não é as mulheres ado-tarem o padrão masculino, mas irmodificando pouco a pouco estesambientes. O último capítulo dolivro apresenta um catálogo demedidas que se poderiam adotarpara facilitar a conciliação familiare laboral sem sacrificar nenhumdos dois âmbitos. Algumas têm aver com o governo da empresa,mas outras salientam alteraçõeslegislativas: por exemplo, aumen-tar as licenças familiares pagaspara cuidar de um recém-nascidoou de um familiar doente.

Já há movimentos nesta linha. Odistrito de Washington está emvias de aprovar (ainda não votou,mas o “sim” é dado por adquirido)uma lei pela qual os empregados

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poderão ter uma baixa paga de 16semanas para atender diferentesnecessidades familiares. Se forpromulgada, Washington passaráa ser a quinta jurisdição queinstitucionaliza esta prática (aprimeira foi o estado da Califórnia,em 2002). Contudo, seria pioneiroa aumentar o período de licençaaté às 16 semanas, e também afinanciá-lo com um imposto aosempregadores, não na folha depagamento dos empregados.

No conjunto dos Estados Unidos,apenas 12 % dos trabalhadoresbeneficiaram alguma vez delicenças familiares pagas. Existeuma lei federal (a FMLA, aprovadaem 1993) que obriga os em-presários a proporcionar baixas deaté 12 semanas por motivosfamiliares ou de saúde, mas não aremunerá-las. Atualmente está atramitar no Senado – ainda seencontra na fase de comité – umprojeto para estender o modelo da

Califórnia (12 semanas pagas) atodo o país. No entanto, é poucoprovável que receba o apoio doscongressistas republicanos, quedominam ambas as câmaras.

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Servir não é um prémio deconsolação

Propostas deste estilo são as queSlaughter considera necessáriaspara avançar num feminismo quenão exclua a família. Todavia,para lá das medidas políticasconcretas recomendadas pelaautora – e que alguns críticosconsideram vagas –, “UnfinishedBusiness” faz uma apologia doserviço aos outros. A sociedade,dominada pela cultura laboralimperante, tem desvalorizado astarefas relacionadas com o cui-dado pelos outros, sejam da

própria família ou como trabalhoprofissional (“Aceprensa”,24.4.2013). Está na hora derevalorizá-las, possibilitando amais homens e mulheres poderemcompatibilizar o seu trabalho coma família, e também reconhecendodevidamente (por exemplo, no sa-lário) setores como o da edu-cação, o dos cuidados a prestaràs crianças ou o dos que pro-porcionam atendimento aos doen-tes.

Esta é, para Slaughter, a próximameta para a qual deveria dirigir osseus esforços o feminismo. Para

isso, conta com um crescenteapoio entre os homens, que cadavez se mostram mais favoráveis aassumir como própria a luta pelaconciliação. Embora algumas pes-soas pensem que o mundoempresarial não está disposto amudar, Slaughter não pensa omesmo: segundo um estudo de2003, o anúncio na imprensa de130 políticas familiares aplicadaspor outras tantas empresas, fezcom que estas últimas tenhamaumentado o seu valor na Bolsa.

F. R.-B.

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DOCUMENTAÇÃO

A família, mais importante do que a crecheVários especialistas alertam paraos riscos de que os mais pe-quenos passem pouco tempo comos seus pais.

Jay Belsky é um dos psicólogosda infância mais conhecidos noplano mundial. Os seus trabalhosderam o suporte científico à ideiade que os primeiros anos de vidasão decisivos para a formaçãodas competências não cognitivase, portanto, para o futuro compor-tamento dos adultos.

Nos anos 70 e início dos 80, es-creveu vários artigos que minimi-zavam o suposto efeito negativode as crianças pequenas (de um atrês anos) passarem muitas horasna creche. Estes trabalhos foram

muito bem recebidos pelo feminis-mo da altura, que estava a lutarpela plena entrada da mulher nomundo laboral e encarava comoadversário quem quer que puses-se em perigo este processo, mes-mo que fosse numa perspetivaacadémica.

Meias verdades

Mas quando Belsky publicou umestudo, em 1986, que contradiziaalgumas das suas teses anterio-res, foi repudiado pelo ambienteintelectual que antes o apoiava.Ele defendeu-se explicando queantes de tudo é um cientista e,portanto, deve ajustar as suasideias ao que lhe ditem os dados.

Publicou recentemente um artigono “Family Studies” que criticauma destas manipulações combase em “meias verdades”. Se-gundo Belsky, a imprensa –igualmente a especializada – con-tou somente uma parte da históriano referente à influência das cre-ches no desenvolvimento dascrianças. Foi sublinhado o seuefeito positivo em certas compe-tências cognitivas (um efeito quevárias investigações mais porme-norizadas associaram somente ameninos e meninas de baixosestratos socioeconómicos). Contu-do, não foram tão difundidas asconsequências negativas, sobre-tudo, nas competências não co-gnitivas.

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A qualidade dos cuidados

Segundo Belsky, alguns justifica-ram esta omissão dizendo que osriscos associados a um maior usode cuidados não familiares (maiscomportamentos agressivos, hi-peratividade, tendências compulsi-vas e desobediência) não sedevem na realidade à quantidadede tempo passado nas creches,mas à baixa qualidade dos cuida-dos proporcionados nestas insti-tuições. No entanto, Belsky defen-de que o maior estudo realizadoaté agora sobre este tema – o“NICHD Study of Child Care andYouth Development” – não apre-sentava indícios de que isto fosseassim, mas sim que os efeitosnegativos estavam presentes atéem crianças que tinham recebidouma boa instrução.

A literatura científica sobre o temanão é nem muito menos unânime.Por exemplo, uma investigaçãopublicada e referente à provínciacanadiana do Québec. Este estu-do analisa o impacto de um pro-grama implementado nesta zonanos finais dos 90 do século XX: ogoverno aumentou os subsídiospúblicos e conseguiu triplicar ataxa de escolarização de criançasmenores de quatro anos, até ní-veis superiores a 80 %. Para osautores, que comparam diversospadrões cognitivos e não cogniti-vos das crianças do Québec e deoutras províncias, a exposição aoprograma relaciona-se com umadeterioração de certas tendênciasnão cognitivas (ansiedade, agres-sividade, hiperatividade), e comuma pioria dos comportamentosde risco na adolescência.

Os problemas das criançascriadas nas creches

Embora o estudo sugira que oscuidados recebidos pelos meninose meninas do Québec não forambons – entre outras coisas, devidoao abrupto crescimento na procu-ra de professores, que obrigou abaixar os requisitos académicos –,os dados não permitem estabele-cer uma ligação entre a qualidadeda instrução e a maior ou menorintensidade dos efeitos negativos.Pelo contrário, assinalam sim umpadrão repetido por outros traba-lhos: os danos (primeiro nas com-petências não cognitivas e a se-guir nos comportamentos adoles-centes) são sofridos especial-mente pelos rapazes, sobretudoos de baixos estratos socio-económicos.

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O diferenciado efeito dos cuidadosfora de casa em crianças deacordo com a sua classe socialaponta para outra das ideiasdefendidas por Belsky nos seusestudos: que os fatores extra--académicos, e especialmente osfamiliares, têm muito maior pesodo que os académicos, refiram--se estes últimos à quantidade detempo passado em creches, ou àqualidade do atendimento aí rece-bido.

A influência de uma boa educação(por exemplo, que os pais falemcom o filho utilizando um voca-bulário relativamente rico) é maisdeterminante do que a de umaboa creche, tanto no desenvolvi-

mento de competências cognitivas(a leitura) como sociais. SegundoBelsky, isto não quer dizer que aqualidade dos cuidados fora dafamília não interesse. Os meninose meninas que não encontram emcasa um clima propício para umaboa educação (seja por viveremnum lar monoparental, seja porfalta de recursos ou de licençasfamiliares pagas não permitir anenhum dos pais dedicar muitotempo aos seus filhos, ou porqualquer outro motivo), beneficiamespecialmente com uma crecheque se esmere no seu atendi-mento. Todavia, a melhor crechenão pode substituir a atuação debons pais.

Suécia: exemplo ou adver-tência?

A Suécia foi um dos paísespioneiros em incentivar os cuida-dos extrafamiliares dos mais pe-quenos. Os primeiros programasforam implementados em meadosdos anos 70 do século XX, porparte de vários governos socialis-tas que os impulsionavam pormotivos económicos e ideológi-cos. Contudo, 40 anos depois, edepois de conseguirem que 90 %das crianças entre 18 meses e 5anos sejam assistidas numacreche, a saúde psicológica dosjovens suecos piorou.

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Como explica Jonas Himmel-strand num artigo para o Instituteof Marriage and Family Canada(publicado em duas partes: 1 e 2),os níveis de ansiedade e poucasatisfação com a vida têm vindo aaumentar entre os jovens, tantode classes altas como baixas.Também pioraram os resultadosacadémicos e a disciplina nasaulas. Os sucessivos governosatribuíram todos estes problemasa fatores culturais, económicos oulaborais, mas não prestaram muitaatenção ao facto da grandemaioria das crianças suecaspassar pouco tempo com os seuspais.

Para Himmelstrand, a extensãodos cuidados fora da família fezaos pais perderem a confiança nasua capacidade para criar os fi-lhos: “Foram formados por médi-cos, agências governamentais emeios de comunicação na con-vicção de que uma criança neces-sita de uma creche desde queatinge a idade de um ano para sepoder desenvolver […] Isto faz--lhes esquecer a sua responsa-bilidade. Acreditam (ou queremacreditar) que os especialistas pa-ra os seus filhos não são elespróprios, mas os que lhes prestamcuidados fora do lar. Pensam nãolhes poder oferecer o que umainstituição pode proporcionar”.

No entanto, comenta Himmel-strand, a psicologia do desenvolvi-mento explica que nos primeirosanos de vida, a criança necessitade uma ligação muito próximacom um adulto. Por isso, o gover-no sueco deveria incentivar a quemais pais possam ficar em casapara cuidar dos seus filhos. Porexemplo, através de ajudas eco-nómicas como as que são ofere-cidas na Finlândia ou na Grã--Bretanha.

F. R.-B.

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