Praça Roosevelt amanhece pichada - Matéria do Estadão

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 1 DE OUTUBRO DE 2012 Cidades/Metrópole C5 Origem Em 1890, era a Praça da Consola- ção que circundava a igreja. Em 1950, passou a se chamar Frank- lin Roosevelt, em homenagem ao presidente dos Estados Unidos. Decadência A praça ganhou novo visual em 1970, quando foi reinaugurada. Tinha correio, mercado e restau- rante. Nos anos 1980, teve início o processo de degradação. Nova fase Reforma da praça começou em outubro de 2010. O projeto foi feito pelo arquiteto Rubens Reis em 2005, com base em estudos iniciados em 1989. Um conselho, sob coordena- ção da Subprefeitura da Sé, ficará responsável pela ges- tão da Praça Roosevelt, a par- tir de agora. Farão parte a Guarda Civil Metropolitana (GCM), a Polícia Militar, re- presentantes das duas igrejas presentes no entorno (uma católica, outra presbiteria- na), além da Ação Local da Praça Roosevelt. JOVECI DE FREITAS/AE NIELS ANDREAS/AE JÚLIO COSTA/FUTURA PRESS Juliana Deodoro Breno Pires Diego Cardoso ESPECIAL PARA O ESTADO Um dia após ser reinaugurada, a Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, amanheceu on- tem com pichações, sobretu- do na rampa próxima dos quiosques de floricultura. Al- guns visitantes que foram ao local no primeiro domingo de- pois da reforma de dois anos também reclamaram de falta de segurança – bases policiais e câmeras estão em fase de ins- talação. A Prefeitura removeu a sujeira e ressaltou que garan- te a segurança na área. Mesmo com a presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que tem uma guarita na praça, usuários mostraram preocupação com o vandalismo e o uso inadequado da área. “Se não tiver vigilância, não sei se (a nova Roosevelt) dura”, diz a pro- fessora Margarida Pereira. O projeto da nova Praça Roose- velt inclui uma base da Polícia Militar, no acesso pela Rua Au- gusta. A inauguração está previs- ta apenas para dezembro. Por enquanto, o principal controle de acesso e trânsito na área fica a cargo da GCM. A Guarda não possui câmeras de vigilância instaladas no en- torno – encontram-se atualmen- te em estudo de instalação –, o que impede também a identifi- cação dos pichadores. As únicas câmeras disponíveis na região estão nos arredores e perten- cem à PM. Estrutura. “Os skatistas estão passando muito perto das pes- soas e caindo em cima das plan- tas. Estava ao lado de uma senho- ra que quase foi atingida e disse que ia embora, com medo”, dis- se o presidente da Ação Local da Praça Roosevelt, João Carlos Santos, que deverá integrar o conselho gestor local. Ele também reclamou da pre- sença de cachorros soltos pelo espaço reservado, chamado de “cachorródromo”, bem como do barulho provocado pelo uso de skates durante toda a madru- gada do sábado para o domingo. “Ninguém conseguiu dormir. Um GCM falou que não podia fazer nada.” Frequentadores também rela- taram que não havia restrição ao uso de bicicletas. “Vamos pedir à Subprefeitura da Sé maior con- trole, para não ficar nessa desor- dem. Caso contrário, a praça vai ficar detonada como outras e vai ser dinheiro público jogado no lixo”, afirmou Santos. Outros visitantes se queixa- ram da estrutura da nova praça. “Não há bebedouros. Ninguém se preocupou em fazer quadras e há poucos brinquedos”, disse a auxiliar administrativa Luciana Lopes. E, por enquanto, o novo cartão-postal paulistano trouxe mais pessoas ao centro, só que ainda não favoreceu os comer- ciantes locais – não houve fatura- mento maior no domingo. Contraponto. Antigos frequen- tadores da praça, porém, elogia- ram a reforma e veem avanços na segurança. É o caso de Ivam Cabral, um dos fundadores do grupo teatral Os Satyros, com sede na área. Ele diz que a pre- sença de policiais e da GCM dei- xou o espaço mais seguro. “Nós estamos muito felizes. A refor- ma foi uma grande conquista. Se aconteceu algum problema, como a pichação, foi ocasional. Acho triste. Mas não é necessá- ria nenhuma histeria.” Na manhã de sábado, durante a inauguração da praça, o prefei- to Gilberto Kassab já havia afir- mado que não existia a preocu- pação de que o espaço, antigo reduto de moradores de rua e usuários de drogas, fosse ocupa- do novamente. “A Praça Roose- velt está confortável e segura e é um grande presente para a cida- de de São Paulo.” Limpeza. A Secretaria Munici- pal de Segurança Urbana, pasta responsável pela Guarda Civil Metropolitana, afirmou, em no- ta, que a pichação foi removida. Também não foram registradas ocorrências graves no fim de se- mana. Sobre os frequentadores da praça que andam de bicicleta e skate, a GCM afirma que vai orientá-los para que utilizem o espaço com segurança. /COLABOROU THIAGO MATTOS, ESPECIAL PARA O ESTADO Praça Roosevelt amanhece pichada Um dia após reinauguração, houve quem reclamasse de ciclistas e skatistas; mas antigos frequentadores elogiaram reforma PONTOS-CHAVE PARA LEMBRAR estadão.com.br Reforma interrompe fase de abandono Online. Veja o que internautas estão falando da praça www.estadao.com.br/e/roosevelt Conselho terá GCM e PM Dia 1º de outubro é o Dia Internacional do Idoso. Apoie. Respeite. Valorize. Vamos ajudar a dar um novo sentido à palavra “Velho”. Saiba mais sobre o Projeto Velho Amigo e também como ajudar em www.velhoamigo.org.br DM9 Exposição Painéis com 600 fotos que mos- tram a reconstrução da praça estão espalhados por 35 pontos comerciais da região central. As imagens são do comerciante de antiguidades Dario Bueno. Descuido. Prefeitura disse ontem que removeu os rabiscos

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Matéria do jornal O Estado de S. Paulo, mostra que no dia após a reinauguração, a Praça Roosevelt amanheceu pichada. Moradores fizeram reclamações. Material publicado na página C5 do caderno Metrópole em 1º de outubro de 2012.

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 1 DE OUTUBRO DE 2012 Cidades/Metrópole C5

● OrigemEm 1890, era a Praça da Consola-ção que circundava a igreja. Em1950, passou a se chamar Frank-lin Roosevelt, em homenagem aopresidente dos Estados Unidos.

● DecadênciaA praça ganhou novo visual em1970, quando foi reinaugurada.Tinha correio, mercado e restau-rante. Nos anos 1980, teve inícioo processo de degradação.

● Nova faseReforma da praça começou emoutubro de 2010. O projeto foifeito pelo arquiteto Rubens Reisem 2005, com base em estudosiniciados em 1989.

Um conselho, sob coordena-ção da Subprefeitura da Sé,ficará responsável pela ges-tão da Praça Roosevelt, a par-tir de agora. Farão parte aGuarda Civil Metropolitana(GCM), a Polícia Militar, re-presentantes das duas igrejaspresentes no entorno (umacatólica, outra presbiteria-na), além da Ação Local daPraça Roosevelt.

JOVECI DE FREITAS/AE NIELS ANDREAS/AE

JÚLIO COSTA/FUTURA PRESS

Juliana DeodoroBreno PiresDiego CardosoESPECIAL PARA O ESTADO

Um dia após ser reinaugurada,a Praça Roosevelt, no centrode São Paulo, amanheceu on-tem com pichações, sobretu-do na rampa próxima dosquiosques de floricultura. Al-guns visitantes que foram aolocal no primeiro domingo de-pois da reforma de dois anostambém reclamaram de faltade segurança – bases policiaise câmeras estão em fase de ins-talação. A Prefeitura removeua sujeira e ressaltou que garan-te a segurança na área.

Mesmo com a presença daGuarda Civil Metropolitana(GCM), que tem uma guarita napraça, usuários mostraram

preocupação com o vandalismoe o uso inadequado da área. “Senão tiver vigilância, não sei se (anova Roosevelt) dura”, diz a pro-fessora Margarida Pereira. Oprojeto da nova Praça Roose-velt inclui uma base da PolíciaMilitar, no acesso pela Rua Au-gusta. A inauguração está previs-ta apenas para dezembro. Porenquanto, o principal controlede acesso e trânsito na área ficaa cargo da GCM.

A Guarda não possui câmerasde vigilância instaladas no en-torno – encontram-se atualmen-te em estudo de instalação –, oque impede também a identifi-cação dos pichadores. As únicascâmeras disponíveis na regiãoestão nos arredores e perten-cem à PM.

Estrutura. “Os skatistas estãopassando muito perto das pes-soas e caindo em cima das plan-tas. Estava ao lado de uma senho-ra que quase foi atingida e disseque ia embora, com medo”, dis-se o presidente da Ação Local daPraça Roosevelt, João CarlosSantos, que deverá integrar oconselho gestor local.

Ele também reclamou da pre-sença de cachorros soltos peloespaço reservado, chamado de“cachorródromo”, bem comodo barulho provocado pelo usode skates durante toda a madru-gada do sábado para o domingo.“Ninguém conseguiu dormir.Um GCM falou que não podia

fazer nada.”Frequentadores também rela-

taram que não havia restrição aouso de bicicletas. “Vamos pedir àSubprefeitura da Sé maior con-trole, para não ficar nessa desor-dem. Caso contrário, a praça vaificar detonada como outras e vaiser dinheiro público jogado nolixo”, afirmou Santos.

Outros visitantes se queixa-ram da estrutura da nova praça.“Não há bebedouros. Ninguémse preocupou em fazer quadras ehá poucos brinquedos”, disse aauxiliar administrativa LucianaLopes. E, por enquanto, o novocartão-postal paulistano trouxemais pessoas ao centro, só queainda não favoreceu os comer-

ciantes locais – não houve fatura-mento maior no domingo.

Contraponto. Antigos frequen-tadores da praça, porém, elogia-

ram a reforma e veem avançosna segurança. É o caso de IvamCabral, um dos fundadores dogrupo teatral Os Satyros, comsede na área. Ele diz que a pre-

sença de policiais e da GCM dei-xou o espaço mais seguro. “Nósestamos muito felizes. A refor-ma foi uma grande conquista.Se aconteceu algum problema,como a pichação, foi ocasional.Acho triste. Mas não é necessá-ria nenhuma histeria.”

Na manhã de sábado, durantea inauguração da praça, o prefei-to Gilberto Kassab já havia afir-mado que não existia a preocu-pação de que o espaço, antigoreduto de moradores de rua eusuários de drogas, fosse ocupa-do novamente. “A Praça Roose-velt está confortável e segura e éum grande presente para a cida-de de São Paulo.”

Limpeza. A Secretaria Munici-pal de Segurança Urbana, pastaresponsável pela Guarda CivilMetropolitana, afirmou, em no-ta, que a pichação foi removida.Também não foram registradasocorrências graves no fim de se-mana. Sobre os frequentadoresda praça que andam de bicicletae skate, a GCM afirma que vaiorientá-los para que utilizem oe s p a ç o c o m s e g u r a n ç a ./COLABOROU THIAGO MATTOS,

ESPECIAL PARA O ESTADO

Praça Roosevelt amanhece pichadaUm dia após reinauguração, houve quem reclamasse de ciclistas e skatistas; mas antigos frequentadores elogiaram reforma

PONTOS-CHAVE

PARA LEMBRAR

estadão.com.br

Reformainterrompe fasede abandono

Online. Veja o que internautasestão falando da praça

www.estadao.com.br/e/roosevelt

Conselho teráGCM e PM

Dia 1º de outubro é o Dia Internacional do Idoso. Apoie. Respeite. Valorize.

Vamos ajudar a dar um novo sentido à palavra “Velho”. Saiba mais sobre

o Projeto Velho Amigo e também como ajudar em www.velhoamigo.org.br

DM9

● ExposiçãoPainéis com 600 fotos que mos-tram a reconstrução da praçaestão espalhados por 35 pontoscomerciais da região central. Asimagens são do comerciante deantiguidades Dario Bueno.

Descuido. Prefeitura disse ontem que removeu os rabiscos