UNIVALI – UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

NÚCLEO DAS LICENCIATURAS –

DISCIPLINA: PRÁTICA DOCENTE: PROJETOS INTEGRADOS

PROFESSORA: SUELI PETRY DA LUZ

ALUNO: EMERSON QUININS VIEIRA

1 - O vídeo “Os dois lados da moeda”, mostra os dois lados de um mundo

degradado, egoísta e, em estado adiantado de desvalorização social. Este é o

mundo onde vivemos , se para uns a vida tem muitas vantagens e facilidades,

para outros parece que nada foi reservado de bom, existe um contraste muito

chocante e, para nossa época em que a sociedade de forma geral esta tão

adiantada em relação há 50 anos, surpreende a cada momento o fato de

existirem tantas injustiças, parece que algumas coisas não evoluíram e sim

regrediram a épocas remotas do início das civilizações onde não existiam

recursos de ajuda humanitária.

Nos dias de hoje as pessoas nascem e crescem com imagens como as do

vídeo, pessoas passando por muitas dificuldades bem diante de seus olhos, e

isso acaba parecendo normal, a sensibilidade não existe quando é para se

perceber o quanto somos frágeis.

Ligar a TV e, via satélite ver imagens de guerra, tristeza, fome, falta de água e

morte para todos os lados, em outras regiões do mundo, ou aqui na esquina

mesmo e, simplesmente pensar que isso esta acontecendo, como em um filme

onde, nada é real, mas, tudo esta ali crescendo em proporções terríveis para

seres pensantes e inteligentes que tem a opção de ajudar ou não. Isso é muito

deprimente , ainda mais saber que o mundo tem recursos suficientes para

todos e isso esta dividido de forma um tanto egoísta.

2 - Particularmente acho que, o próprio ser humano esta construindo um

mundo a cada dia mais vazio e com pessoas com sentimentos inúteis, pois, as

grandes potencias e as pequenas agora, estão sempre preocupadas em serem

poderosas, bem armadas, desenvolvem muitas tecnologias de guerra e, o que

realmente poderia salvar a vida de seus descendentes esta sendo deixado de

lado. Eles provavelmente não devem saber que, não adianta serem fortes

desta forma se a cada dia que passa, aparecem novas doenças, e não são

apenas as pessoas pobres, de países menos favorecidos que estão

condenados e sim, todos porque, quando surge um vírus novo , ele ataca sem

diferenciar cor, status ou ideologia e, isso já esta acontecendo há muitos anos,

mas, muitas pessoas que tem o poder de realmente mudar muitas coisas no

mundo, não estão preocupados.

Quando vi este vídeo senti uma grande tristeza e também percebi o quanto

somos ingratos muitas vezes, e isso deve ser ensinado para as crianças desde

bem pequenas, elas devem aprender a valorizar o que realmente tem valor,

aquela outra criança que mora no lixão da cidade, também tem sede e sente

dor, e, isso deve estar impregnado na sensibilidade de todos. Passar a

enxergar um mundo onde, mais pessoas possam se ajudar e principalmente,

não deixar aquelas que estão em dificuldades abandonadas à própria sorte.

Isso talvez pareça até careta para nossas gerações pós-modernas, mas, se

estas pessoas que estão em suas casas com tanto conforto perderem isso de

uma hora para outra, sentirão o quanto são ingratas e egoístas em não abrir os

olhos para o outro lado desta antiga moeda.

Em todas as imagens de felicidade e de imensa tristeza que o vídeo traz, fica

muito evidente a realidade e, isso é muito atual, as pessoas geralmente

reclamam das condições em que vivem, mas, possivelmente nunca chegam

nem perto daquelas que estas imagens mostram então, deveriam

primeiramente olhar para os lados e, tentar ser mais sensível com quem esta

em dificuldades. Isso é algo quase impossível, se a TV mostra o que quer e

entra dentro da casa e dentro do barraco com toda a sua força de

convencimento, e não existe nem um tipo de criticidade então, não há como se

defender e agir de outra forma. Na atualidade, quem mais tem, mais quer ter e

assim vai, o que importa é atingir metas e as pessoas que estão ao redor,

geralmente não são consideradas por suas capacidades e muito menos pelas

suas dificuldades, é a sociedade em busca de um futuro certo só em na

imaginação de quem leva ao pé da letra que o melhor é chegar la, não importa

como.

Em suas pesquisas climáticas, os cientistas estão prevendo mais que em

outras épocas somente um futuro terrível e mesmo assim, a poluição continua,

o lixo aumenta mais e ninguém pode esperar muito dos próximos 20 oi 30

anos, sem falar na violência, nas doenças sem cura que até o momento

ninguém se preocupou realmente em gastar com isso e sim, um setor que gera

bilhões em dinheiro é o da guerra. Infelizmente, o futuro de nosso povo é bem

incerto, e sombrio e, é difícil não sentir-se desconfortável com as imagens,

parece que todo mundo um ida já reclamou de não ter aquele tênis importado

que apareça no comercial de TV, no entanto, muitas pessoas não tem o que

comer a dias, meses, anos, ou não tem pés, pernas, entre tantas outras coisas

que em minha opinião, deveriam estar presentes na educação desde a

infância, a pessoa deve crescer enxergando isso bem de perto e fazer o que

deve ser feito não fechar os olhos quando vê uma criança morrendo de fome,

ou mudar o canal.

3 – O professor em formação, independente da disciplina, deve estar

consciente do que ele vai fazer dentro de uma escola, sabe já de antemão que

estará em contato com crianças e adolescentes e, estes vêm de diferentes

famílias com culturas diversas e condições financeiras muito diversificadas.

Poderá este futuro professor, trabalhar em escolas públicas e particulares,

estando diante de indivíduos parecidos somente na forma de ser pertinente a

idade, pois, uma criança de 10 anos que mora na favela e outra, da mesma

idade que mora em um condomínio no centro da cidade, podem ter um

comportamento bem diferente, até por sua educação moral familiar.

Como resolver algumas, das muitas crises educacionais de nossos dias é uma

das tarefas do professor também, por mais que isso não esteja em descrito no

currículo formal de sua escola, mas, se ele não der conta disso logo percebera

que, não só os professores estarão em grandes apuros, mas, toda uma

geração futura inclui-se ai seus descendentes que poderão ser no mínimo

assaltados por um daqueles alunos com o qual ele não quis dedicar-se.

Sabe-se que, esta função não é totalmente da escola e dos professores, mas,

as famílias de nossa época são muito diferentes de gerações passadas onde,

geralmente as crianças ficavam o tempo todo com as mães e agora, estas

estão trabalhando. Existem outras desculpas além da falta de tempo, às vezes,

alguns pais não esta nem ai porque em sua infância também não fizeram isso

por ele, porque não tem estrutura financeira ou por muitas outras desculpas

sem sentido que ao final podem consentir que uma criança vá para escola e

desconte seus remorsos e suas carências afetivas no professor, e outras

formas até de violência contra colegas e todos ao em sua proximidade.

É um trabalho muito de muita responsabilidade ser professor nos dias de hoje,

mais que em outras épocas em que as pessoas já tinham uma parte da

educação em casa, mas, alguém deve dar um paço em direção à melhor

maneira de se viver e isso, esta nas mãos do professor e sua capacidade de

influencias as crianças e se possível, as famílias delas de alguma forma.

Quando Kanitz diz que, o primeiro passo para aprender a pensar curiosamente

é, aprender a observar, ele nos orienta a ultrapassar os muros da escola e ter a

pretensão de observar o indivíduo não apenas como uma peça importante do

quebra cabeça chamado educação, mas de uma forma profunda, como esta

observando como esta peça se encaixara na estrutura social já em corrida por

muitas falhas educacionais e humanas de nossa época

Qualquer estratégia ou comentário que venha a estabelecer uma ação

construtiva, não poderá ser feita apenas com uma carga teórica a respeito do

aluno e sua vivência naquele momento escolar, o ideal seria mesmo a

observação individual, o professor conhecer aluno por aluno, e observar o que

pode ser feito para contribuir na construção de seu futuro como ser humano

valorizando sua capacidade e respeitando seus defeitos. Isso já seria um paço,

pois, muitas crianças têm a escola como sua segunda casa, senão a primeira,

ali eles fazem sua única refeição do dia, outras, a escola pode ser a sua

vigésima casa ou, nem pode ser considerada, pois, saíram do shopping, depois

foram ao clube, depois vão ao cinema, e tantos locais onde terão contato com

diversas formas de influências, positivas e negativas e, isso vai para dentro da

escola, para as mãos do professor durante suas aulas.

4 – O vídeo mostra os dois lados da vida, pode-se dizer que não chega a ser

sensacionalista e sim, educativo, do ponto de vista crítico, pois, quem assistir e

não colocar em evidência algo construtivo para si mesmo, em sua própria

condição de estabilidade se comparado as imagens de injustiça social

mostradas. Muitos problemas do cotidiano, nem podem ser considerados

problemas se comparados a de muitas outras pessoas então. o vídeo tem um

direcionamento muito interessante para quem quer ser professor e trabalhar

com a diversidade, e acreditar que todo problema a ser encontrado, tem

solução e deve – se buscar o melhor dentro de si mesmo usando muita

criatividade, sensibilidade , profissionalismo e muita vontade de mudar

acreditando sempre nesta possibilidade.

5 – Dentro de uma perspectiva animadora pode-se incluir muitas considerações a respeito do que se vê no vídeo, relacionando – o com a realidade brasileira dentro e fora das escolas, à mídia que poderia ser a maior aliada de nossa evolução não faz um papel tão significativo por isso. Esta consegue absorver a atenção de praticamente toda uma população sem muito conhecimento cultural e, isto acaba acontecendo por muito mais tempo, ou seja, hoje uma criança que tem uma simples TV dentro de sua sala, fica mais tempo assistindo a programas de que nem sempre educam de forma adequada como na escola, como deveria ser a educação mais próxima da ideal.

Outras influências negativas acabam por determinar muitas atitudes que não ajudam quando o assunto é educação, pois, percebe – se que a população ainda é carente de informações corretas mesmo com toda tecnologia disponível para isso, neste caso, entra a figura de um profissional que, pode disseminar ou influenciar corretamente boas informações para crianças, adolescentes e jovens ou mesmo idosos que estão em fase escolar, se ele se propuser a isso é claro. O professor tem o poder de permitir ou não que indivíduos consigam enxergar uma verdade muitas vezes escondida, por negligencia de outras pessoas com cargos exclusivos para isso e que, no entanto, não o fazem.

Kanitz. ( 2004, p.18) diz que, “O primeiro passo para aprender a pensar, curiosamente, é aprender a observar só que isso, não é ensinado. Hoje nossos alunos são proibidos de observar o mundo, trancafiados, que ficam numa sala de aula estrategicamente colocada bem longe do dia a dia e da realidade.” Seria necessário repensar muitas atitudes dentro das escolas de forma geral, a educação deveria fazer com que as pessoas realmente enxergassem além da vida comum, das TV ou do que se impõe a toda pessoa que tem vários direitos que a todo momento não são respeitados.

Assistir a um vídeo que mostre algo um tanto assustador, parece à primeira vista interessante para quem consegue criticamente avaliar o que consta ali, mas, para pessoas que sente pena e apenas conseguem ver a dor daquelas pessoas e não os motivos que as levaram a sentir e passar por tudo aquilo, não tem o sentido que deveria ter, não atinge onde deveria. O mesmo pode acontecer com a educação, o professor pode até deixar passar uma imagem de vítima de sua condição, mas, quase ninguém sabe os motivos que leva ele a ser muitas vezes desconsiderado ou desmotivado pela importância de sua função dentro de uma sociedade que deveria pelo menos teoricamente, querer evoluir e ter uma melhor qualidade de vida para poder participar ativamente no meio em que vive.

Outra proposta pode ser encontrada dentro das escolas e, não pode ser considerada como eficaz a favor da educação é citada por Dayrel,

O processo de ensino /aprendizagem, ocorre numa homogeneidade de ritmos, estratégias e propostas educativas, para todos independentes da origem social, da idade, das experiências vivenciadas. ( DAYREL, 1996, p. 139)

Isto implica em não conseguir repassar o que o aluno esta necessitando em termos de afeto, posicionamento crítico e até mesmo conceitos dele e da sociedade em que vive necessário para obter sucesso em uma carreira profissional, seja ela qual for. O interesse pela escola nunca deveria permear apenas o objetivo de seguir até o ano seguinte, e sim, de mergulhar em um mundo de conhecimento onde, o professor estaria estruturado e convencido, orgulhoso e seria reconhecido pela sua competência em atender as verdadeiras perspectivas formadoras de uma verdadeira e justa sociedade.

Toda a desordem global parece estar voltada para um único e óbvil interesse, o dinheiro e, parece que quanto mais se percebe que isso não PE tudo, mais as pessoas destroem por causa dele. Alguns países consideram a figura do mestre educador, professor ou como quer que seja chamado , um verdadeiro construtor de indivíduos, em termos de conhecimento, as sociedades em que este conceito é desvalorizado, fica a sensação de que ninguém tem muito interesse em mudar algo que esta fora de controle.

REFERÊNCIAS

DAYREL, Juarez, A escola como espaço sócio cultural. In: - Múltiplos olhares sobre educação e cultura, Belo horizonte, Ed UFMG, 1996

KANITZ, Stephen, Observar e pensar. Revista veja, são Paulo, ano 37, nº 31,p. 18, ago. 2004, Ed. 1865