PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS E SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO - Parte 2

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PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS E SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO Parte 2

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PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS E SISTEMAS DE MANEJO DO

SOLO

Parte 2

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PRÁTICAS DE CARATER MECÂNICO

Técnicas em que se recorrem a estruturas artificiais mediante a disposição de adequada de porções de terra , com a finalidade de quebrar a velocidade de escoamento da ENXURRADA e facilitar a infiltração do solo.

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ESTIMATIVA DA ENXURRADA

Quantidade e Intensidade da Enxurrada.

O processo mais simples para o calculo da vazão máxima da enxurrada, denominado método racional.

Q = CIA 360

Q= Enxurrada (m3/s); C= Coeficiente de escorrimento, relação entre as quantidades de enxurrada e a quantidade de chuva; I= Intensidade máxima de chuva (mm/h); A= área da bacia em hectares.

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Coeficiente de enxurrada para diferentes condições de topografia e cobertura vegetal.

CLASSE DE DECLIVIDADE COEFICIENTE DE ENXURRADA (C)

I. Onduladas (5 a 10%) de declividade

Com culturas anuais 0,60

Com pastagens 0,36

Com florestas 0,18

II. Montanhosa (10 a 30%)

Com culturas anuais 0,72

Com pastagens 0,42

Com florestas 0,21

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TEMPO DE CONCENTRAÇÃO

É a duração da chuva que corresponde ao máximo de enxurrada.

Pode-se defini-lo como o tempo que gasta uma gota de água para movimentar-se desde a parte mais longínqua da bacia até o ponto de desague.

O importante no cálculo da enxurrada máxima é a chuva que pode cair num tempo igual ao tempo de concentração.

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As principais variáveis que afetam o tempo de concentração de uma bacia hidrográfica são:

TAMANHO: quanto maior a bacia, maior o tempo de concentração;

TOPOGRAFIA: em bacias de topografia acidentada que ocasiona escoamento rápido da enxurrada, o tempo de concentração será menor que em bacias de topografia suave;

FORMA: em duas bacias com a mesma área e um sistema de drenagem semelhante, sendo uma quadrada e outra retanqular, esta sendo mais longa, terá um tempo de concentração maior, intensidade menor e menos intensidade de enxurrada.

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Estimativa aproximada do tempo de concentração de bacias hidrográficas, com base na área.

ÁREA TEMPO DE CONTRAÇÃO

hectares minutos

0,4 0,2 4,0 40,5 202,5 405,0

1,4 3,5 4,0

17,0 41,0 75,0

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Valores aproximados da velocidade de escorrimento da enxurrada, em metros por segundo.

Declividade do Terreno

Cobertura Vegetal da Bacia

Floresta Pastagem Culturas Anuais

0-4% 0,30 0,45 0,60

4-10% 0,60 0,90 1,20

10-15% 1,00 1,20 1,50

15-20% 1,20 1,50 1,70

20-25% 1,40 1,60 1,80

25-30% 1,50 1,80 1,90

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Fórmula empírica desenvolvido para determinar essa magnitude de descarga de uma bacia, sendo a mais comum a seguinte:

Q = K Ax

Q: vazão máxima esperada; K: coeficiente que depende das várias características da bacia; A: área da bacia; e, x: expoente determinado de observação de campo.

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a) Distribuição racional dos caminhos - o traçado usual dos caminhos em linhas retas, desconsiderando a topografia do terreno, tem sido a causa do prejuízo devido às perdas por erosão.

b) Plantio em contorno - consiste em dispor as fileiras de plantas e executar todas as operações de cultivo no sentido transversal à pendente, em curvas de nível ou linhas em contorno.

ASPECTOS CONSERVACIONISTAS

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c) TERRACEAMENTO

É uma das práticas mais eficientes para controlar a erosão nas terras cultivadas.

A palavra terraço é usada, em geral, para significar camalhão ou a combinação de camalhão e canal, construído em corte da linha de maior declive do terreno.

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A declividade do terreno é que determina a praticabilidade do terraceamento, uma vez que a erosão aumenta com esse declive;

O custo da construção e da manutenção do terraço aumenta com o grau do declive do terreno a tal ponto que esse fator pode tomá-lo desaconselhável.

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Limites de comprimento de rampa e declividade para o plantio em contorno.

DECLIVIDADE COMPRIMENTO DE RAMPA MÁXIMA

2% 120m

4-6% 90m

8% 60m

10% 30m

12% 24m

14-24% 18m

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PARTES COMPONENTES DE UM TERRAÇO.

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TIPOS DE TERRAÇOS

MANGUM - é construído pelos dois lados do terreno, dando assim um terraço com um camaIhão mais alto: é o tipo adaptado para a conservação da água.

NICHOLS - é desenvolvido com a movimentação do solo unicamente do lado de cima do terreno, com a desvantagem de não poder ser aproveitada para o cultivo a faixa destinada ao canal.

BASE LARGA - são de ser bastante largos, rasos, de suave inclinação, é o mais comum, podendo ser facilmente cruzado por máquinas agrícolas e permitindo o plantio em todas as dimensões.

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BASE ESTREITA - combinação de valetas e leiras de pequenas dimensões, é bastante utilizado na proteção de culturas perenes; os cafeicultores o denominam de "cordão-em-contorno.

PATAMAR - consiste em plataformas construídas em terrenos de grande inclinação, formando uma espécie de degraus.

INDIVIDUAL - pequeno patamar circular construído ao redor de cada árvore, é também usado em terreno de grande inclinação.

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Terraço individuais

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MURUNDUM OU LEIRÃO

É o termo utilizado para terraço construído raspando-se o horizonte superficial do solo (horizonte A), por tratores que possuem lâmina frontal, e amontoando-a para formar um camalhão de avantajadas proporções (pode chegar a mais de 2 m).

O murundum é recomendado para áreas com uso agrícola intensivo com declividade máxima de 15%.

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TERRAÇO DE BASE LARGA

É uma das formas mais seguras de proteção do solo contra os efeitos da erosão, podendo ser empregados tanto em culturas anuais como perenes, e até mesmo em pastagens.

É indicado para terrenos de até 12% de declividade; em alguns solos de boa permeabilidade, porém, pode ser utilizado em terrenos com declividade de até 20%.

Pode ser indicado para terrenos de pouca declividade, como 0,5%, cuja topografia, porém, seja formada de grandes lançantes, com a finalidade de reduzir a erosão produzida por grandes concentrações de enxurrada.

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Os terraços de base larga podem ser construídos de duas maneiras:

(a) removendo a terra tanto pelo lado de cima como pelo de baixo, e,

(b) removendo a terra unicamente pelo lado de cima do terreno.

Os terraços de construção pelos dois lados se adaptam melhor aos terrenos de declives suaves e são os únicos que podem ser construídos com os equipamentos não reversíveis.

Os terraços de construção unicamente pelo lado de cima servem tanto para os terrenos de declives suaves como para aqueles de declives mais fortes; para a sua construção, são necessários os equipamentos reversíveis.

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As operações de construção e manutenção de terraços de base larga podem ser realizadas por grande variedade de equipamentos.

Os principais são: (a) plainas com lâminas de

aço;(b) arados; e, (c) outros equipamentos

especializados.

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TERRAÇOS DE BASE ESTREITA

Estruturas mecânicas utilizadas especialmente em terrenos de maior declividade, quando não é possível construir terraço de base larga, são os mais indicados para proteção de culturas perenes do tipo de pomares, cafezal, cacoal.

São também denominados "cordões-em-contorno" e em alguns lugares recebem a designação de "curvas de nível.

Em virtude de sua pequena largura, podem ser construídos por entre as árvores já formadas, ao longo das curvas de nível do terreno, mesmo que a cultura seja formada em esquadro.

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Esses terraços não são recomendados para culturas anuais, pois a forte inclinação dos taludes do camalhão e da valeta dificultam o cruzamento das máquinas nos tratos da cultura e impedem o cultivo na sua faixa.

Podem, todavia, ser empregados em terrenos de topografia mais acidentada, com inclinações às vezes até de cerca de 40%.

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TERRAÇOS PATAMAR

São estruturas utilizadas em terrenos muito inclinados, para proteção de culturas perenes de grande valor, como pomares, vinhedos e mesmo cafezais .

É uma prática muito antiga para conservação do solo de regiões montanhosas;

Se adaptam melhor a terrenos com declividades acima de 20%.

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ESPAÇAMENTO ENTRE TERRAÇOS PATAMAR

ESPAÇAMENTO VERTICAL = ESPAÇAMENTO HORIZONTAL X DECLIVIDADE 100

Exemplo: Deseja-se plantar um pomar com ruas de 10 metros , em um terreno com declividade de 40%.

Assim: 10 x 40/100 = 4m

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TERRAÇO INDIVIDUAL

É indicado para culturas perenes já formadas, em terrenos de declividade muito forte.

A inclinação da plataforma, para o lado de dentro do terreno, é de cerca de 15%.

Com essa inclinação, tem-se, em geral, uma diferença de nível entre o fundo e o topo da banqueta de 0,20 a 0,40m.

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O controle da voçoroca, além de difícil é muito caro, podendo até ser mais elevado que o próprio valor da terra.

O principal problema é o da sedimentação dos córregos e barragens.

CONTROLE DE VOÇOROCAS

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Seu controle é realizado com estes objetivos:

(a) intercepção da enxurrada acima da área de voçorocas, com terraços de diversão; (b) retenção da enxurrada na área de drenagem, por meio de práticas de cultivo, de vegetação e estruturas especificas;(c) eliminação das grotas e voçorocas, com acertos do terreno executados com grandes equipamentos de movimentação de terra;(d) revegetação da área; (e) construção de estruturas para deter a velocidade das águas ou até mesmo armazená-Ias; (f) completa exclusão do gado; (g) controle da sedimentação das grotas e voçorocas ativas.

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ESTRUTURAS DE CONTROLE DE VOÇOROCAS

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ESTRUTURAS MECÂNICAS PARA CONTROLE DE EROSÃO E ESTABILIZAÇÃO

São dispositivos, construídos ou manufaturados, para a conservação do solo, servem para reter, regular ou controlar o movimento da enumerada.

Podem ser construídos em canais escoadouros vegetados, para diminuição do gradiente efetivo do leito vegetado, ou, em voçorocas, para uma proteção permanente da grota, sob a forma de pequenas barragens de terra, de concreto, de pedras soltas, e de tijolos.

Tais estruturas são usadas para as seguintes finalidades: controle da voçoroca; armazenamento de água; prevenção de enchentes; controle de velocidade do escoamento da enxurrada em canais escoadouros; controle de sedimentos; irrigação; drenagem; proteção de praias e de barrancos de corregos e rios.

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CONTROLE DA EROSÃO EÓLICA

Pelo conhecimento da mecânica da erosão eólica e dos fatores que a influenciam, pode-se indicar três métodos básicos para o seu controle:

(a) aumento da estabilidade do solo e rugosidade da superfície;

(b) estabelecimento e manutenção da vegetação, restos culturais, ou outros tipos de cobertura do terreno;

(c) colocação de barreiras perpendiculares à direção predominante dos ventos.

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SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO

a) ROTAÇÃO DE CULTURAS - Rotação de culturas é o sistema de alternar em um mesmo terreno, diferentes culturas em uma seqüência de acordo com um plano definido.

A escolha das culturas que deverão entrar numa rotação terá que levar em conta as condições do solo, a topografia, o clima e a procura do mercado;

Não é necessário que sejam anuais, pois aquelas de cicio mais longo, como a mandioca, a cana-de-açúcar e mesmo as pastagens, podem estar num mesmo plano de rotação das culturas anuais.

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b) PREPARO DO SOLO

Emprego da máquina como meio de diminuir os custos de produção.

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c) SUBSOLAGEM

É o processo mecânico para soltar e quebrar o material do subsolo, a fim de que haja um aumento na infiltração da água de chuva, maior penetrabilidade das raízes e melhor aeração.

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d) PLANTIO DIRETO

As práticas de cultivo desempenham um papel importante no processo de erosão pela chuva.

Nas áreas cultivadas, as partículas do solo são desprendidas pelo impacto das gotas de chuva e carregadas pela água da enxurrada.

O conceito desse plantio consiste em:

(a) eliminar a vegetação existente com um herbicida com ação de pré-emergência;

(b) plantar a semente e colocar fertilizantes para o desenvolvimento inicial, movimentando o solo o mínimo possível, e,

(c) efetuar a colheita.

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