Pré-eclâmpsia
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Transcript of Pré-eclâmpsia
Dr. Inácio Teruo InoueUniversidade Estadual de Londrina - UEL
Departamento de Ginecologia & Obstetrícia
Setor de Medicina Materno-Fetal
Classificação dos Distúrbios Hipertensivos na Gestação
Hipertensão crônica
Pré-eclâmpsia - Eclâmpsia
Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia
superajuntada
Hipertensão gestacional
National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in Pregnancy (2000)
Pressão arterial 140 x 90 mmHg
Repouso
Paciente sentada
PAD - 5° bulha Korotkoff
Mais que uma medida
Aferições em
2 ocasiões com
intervalo
de 4 horas
Aferição da PA
Detalhes técnicos
Obesidade
ClassificaçãoGRAU I IMC 30-34
GRAU II IMC 35-39
GRAU III (mórbida) IMC ≥ 40
IMC = P(Kg)/ Altura 2
Manguito adequado para obeso
Circunferência braquial
Correção de PA
Circunferência
braquial
Pressão sistólica
15 – 18 Somar 15 mmHg
19 – 22 Somar 10 mmHg
23 – 26 Somar 5 mmHg
27 – 30 Sem correção
31 – 34 Subtrair 5 mmHg
35 – 38 Subtrair 10 mmHg
39 – 41 Subtrair 15 mmHg
42 – 45 Subtrair 20 mmHg
46 - 49 Subtrair 25 mmHg
Tabela de Correção de pressão arterial para obesos (IMC > 30)
Tabela de Correção de pressão arterial para obesos (IMC > 30)
Circunferência
Braquial
Pressão Diastólica
15 – 20 Sem correção
21 – 26 Subtrair 5 mmHg
27 – 31 Subtrair 10 mmHg
32 – 37 Subtrair 15 mmHg
38 – 43 Subtrair 20 mmHg
44 - 47 Subtrair 25 mmHg
Hipertensão arterial crônica
NHBPEP, 2000
CLASSIFICAÇÃO
HA
antecede gestação
presente antes da 20a semana
diagnosticada após 20a semana
persiste 12 semanas após parto
HAC + PE
NHBPEP, 2000
CLASSIFICAÇÃO
Hipertensão Arterial Crônica
+
Proteinúria ≥ 0,3 g/24h
HIPERTENSÃO GESTACIONAL
Diagnóstico não específico
Hipertensão sem proteinúria durante a gestação
National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in Pregnancy :
Report of the National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in
Pregnancy. Am J Obstet Gynecol 2000; 183: 1S-22S.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
CLASSIFICAÇÃONHBPEP, 2000
Hipertensão gestacional
PA
Sem proteinúria
Significativa ( < 0,3g/24h )
Proteinúria
significativa
Sem proteinúria
significativa
Pré-eclâmpsia
Hipertensão
gestacional
PRÉ-ECLÂMPSIA
PATOLOGIA ESPÉCIE HUMANA
HIPERTENSÃO ARTERIAL + PROTEINÚRIA
IMPREVISÍVEIS: APARECIMENTO E EVOLUÇÃO
CURA ESPONTÂNEA Remoção da placenta
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
2a METADE GESTAÇÃO
Fatores de riscoNuliparidade
Primipaternidade
“pai de risco” (“dangerous father”)
Doação de óvulos ou esperma
Extremos de idade reprodutiva
Gestação múltipla
História familiar de pré-eclâmpsia/eclâmpsia
Pré-eclâmpsia /eclâmpsia prévias
Multípara com gestação de novo parceiro
BERGHELA V. Maternal-Fetal Evidence Based Guidelines. 2 e., Informa Healthcare,2012.
Fatores de riscoNefropatia ou hipertensão arterial crônica
Diabetes
Resistência à insulina
Obesidade
Colagenoses
Tirosina-quinase 1 fms-like solúvel
Fator de crescimento placentário ↓
Sínd. do anticorpo antifosfolípidio (SAAF)
Raça negra
Gestação molar
Hidropsia fetal não-imune
Células fetais elevadas na circulação materna
Critérios diagnósticos
• Hipertensão arterial PA ≥ 140/90 mmHg
• Proteinúria ≥ 0,3 g/ 24h
• Labstix + (30mg/dl) em 2 amostras com intervalo de 4 horas
• Antigamente edema
Critérios diagnósticos
ATUALMENTESem Proteinúria :
• Plaquetas < 100.000/mcL• ↓ função hepática (Transaminases 2x)
• Insuficiência renal recente creatinina > 1,1 mg/dL• 2x creatinina sem patologia renal prévia
• Edema agudo de pulmão• Distúrbios visuais e cerebrais de inicio recente
The American College of Obstetricians and Gynecologists. Hypertension in Pregnancy - Report of the American
College of Obstetricians and Gynecologists’ Task Force on Hypertension in Pregnancy .2013 ; 1122-31.
Quando suspeitar de pré-eclâmpsia ?
• Fatores de risco (Paridade / idade
materna)
• Primigesta com níveis diastólicos ≥ 90 mmHg
• Iniciar investigação mínima (LABSTIX) e seguir semanalmente com controle pressórico diário
• Ganho de peso ≥ 1,8 Kg/sem = Retenção hídrica significativa
(EDEMA)
Durante o acompanhamento pré-natal ou eventual consulta de pronto-atendimento
Avaliação inicial da paciente com suspeita de pré-eclâmpsia
À nível de pronto-atendimento (PAM/UBS)• Checar a idade gestacional (IG) de início da hipertensão arterial
diagnóstico diferencial (PE x HAC x HG )
• Confirmar PA alterada (critérios de aferição na gestante)
• Realizar Labstix (fita reagente urinária para proteinúria) avaliação qualitativa ¨grosseira¨ da proteinúria
• Negativo ou traços = provável hipertensão gestacional ou HAC não diagnosticada
previamente seguimento ambulatorial
• 1+ = provável pré-eclâmpsia leve solicitar proteinúria 24 horas AMBULATORIAL
• ≥ 2+ = provável pré-eclâmpsia grave internação para melhor avaliação
Como diferenciar
pré-eclâmpsia leve de grave ?
DIAGNÓSTICO
Pré-eclâmpsia levePAS 140 mmHg e < 160 mmHg
PAD 90 mm Hg e < 110 mmHg
Proteinúria de 24 h 0,3g e < 5,0g
ou > 0,1g/l ( 1 a 2+ no dipstick)
DIAGNÓSTICO
Pré-eclâmpsia gravePAS 160 mmHg ou PAD 110 mmHg em duas ocasiões distintas com intervalo de 6 horas , paciente em repouso
Proteinúria 5,0g na urina de 24 horas
( ≥ 3+ no dipstick)
Creatinina sérica > 1,2 mg/dl (Normal até 0,8 mg/dl)
Oligúria ( diurese 24 h < 400 ml)
Distúrbios visuais ou cerebrais
Edema pulmonar ou cianose
Trombocitopenia
Dor epigástrica ou em hipocôndrio direito persistentes
Restrição de crescimento fetal intra-uterino
ACOG Practice Bulletin N 33, 2002
ANORMALIDADE LEVE GRAVEPressão arterial diastólica (PAD)
Pressão arterial sistólica (PAS)
< 100 mmHg
< 160 mmHg
110mmHg
≥ 160 mmHg
PROTEINÚRIA 1 + 2+
CEFALÉIA Ausente Presente
DISTÚRBIOS VISUAIS Ausente Presente
DOR EM ANDAR SUPERIOR DE ABDÔMEN Ausente Presente
OLIGÚRIA Ausente Presente
CONVULSÕES (ECLÂMPSIA) Ausente Presente
CREATININA SÉRICA Normal Elevada
TROMBOCITOPENIA Ausente Presente
ELEVAÇÃO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS Mínima Exuberante
RESTRIÇÃO DE CRESCIMENTO FETAL Ausente Evidente
EDEMA PULMONAR Ausente Presente
Avaliação básica INICIAL da paciente com diagnóstico laboratorial confirmado de pré-eclâmpsia
Avaliação Materna (paciente internada)• Iniciar coleta de urina de 24 horas
• Proteinúria
• Clearance de creatinina
• Hemograma
• Ácido úrico
• Creatinina sérica
• Exames para síndrome HELLP
• Somente para pacientes com diagnóstico confirmado de pré-eclâmpsia (proteinúria +)
• plaquetas , pesquisa de esquizócitos,TGO(AST),desidrogenase láctica (DHL) ,bilirrubinas
Avaliação MÍNIMA FETAL
• Ultrassonografia obstétrica• Avaliação ou confirmação da IG
• Crescimento fetal (Biometria fetal) RCIU• Vitalidade fetal = PBF
• Dopplerfluxometria ( se IG ≥ 26 sem)• Vitalidade fetal
• Estudo do fluxo uteroplacentário (aa uterinas, a. umbilical) e fetoplacentário ( a. cerebral média)
• Doppler venoso (ducto venoso)
• Cardiotocografia anteparto• Tão precoce quanto 26 semanas de gestação SE NECESSÁRIO = pré-eclâmpsia de 2° TMT
Condutas na Pré-eclâmpsia
Analisar • Idade gestacional de início da hipertensão e gravidade do
caso• Antes da 20ª semana ?• Final do 2 trimestre ?• Início do 3 trimestre ?• Final do 3 trimestre ?
Contra indicações à continuidade da gestação ?• Agravo materno ?
• Agravo fetal ?• Insuficiência placentária ?
Pré-eclâmpsia leve
PG se necessário
Resolução da gestação
< 37 semanas
Manejo internada ou ambulatorial
Avaliação materno-fetal
Agravo materno e/ou fetal
TP ou amniorrexe prematura
Vitalidade fetal alterada
RCIU
Suspeita de DPP
≥ 37 semanas
< 34 semanas ≥ 34 semanas
Expectante
Sim
Não
Sibai BM . Hypertensive Emergencies . In : FOLEY M , STRONG TJ,GARITE T. Obstetric Intensive Care Manual. 3 ed. , McGraw-Hill Professional , 2011.
Pré-eclâmpsia Grave
Admitir para resolução da gestação em 24 h
MgSO4 EV por 24 horas
Agravo Materno
Agravo Fetal
TP / ROPREMA
RCIU grave
≥ 34 sem
Resolução
da gestação
< 23 sem 23 – 32 sem 32 – 34 sem
Orientação materna
PROPOR
RESOLUÇÃO DA GESTAÇÃO
Corticóides
Anti-hipertensivos
Neuroproteção
Avaliação materno-fetal diária
Corticóides
Resolução ≥ 48h
≥ 34sem
Resolução
Conduta na pré-eclâmpsia grave
• Gestações < 23 semanas– Resolução da gestação
A sobrevida perinatal global sem o término da gestação é de 6,7% !!!
• Gestação entre 23 e 34 semanas– Corticoterapia para aceleração da maturação pulmonar fetal
– Anti-hipertensivos = proteção materna– Avaliação diária das condições materno-fetais
– A sobrevida perinatal com a conduta expectante é de 65% contra 24% do parto imediato !
• Gestação ≥ 34 semanas– Resolução da gestação !!!
Esquemas1. Betametasona (CELESTONE SOLUSPAN® ( 2 ampolas =
12 mg) ; CELESTONE® ( 3 ampolas = 12 mg)• 12 mg IM 24/24h ( 2 doses = 24 mg ) ou
• 12mg 12/12 IM
2. Dexametasona ( DECADRON® )• 6 mg IM 12/12 h por 2 dias ( 4 doses = 24 mg)
• Ação dos corticóides = mínimo 18 h após a 1ª doseefeito máximo = 48 horas após a 1ª dose
• Indicação = gestações entre 24 a 34 semanas
Anti-hipertensivos na gestação
ANTI-HIPERTENSIVOS
Controle da crise hipertensiva
(Urgência e emergência hipertensivas
Terapia de manutenção
( Proteção materna )
Hidralazina
Nifedipina
Nitroprussiato de sódio
Metildopa
Nifedipina
-bloqueadores
TRATAMENTO E CONTROLE DA CRISE HIPERTENSIVA
DrogasHidralazina
Nifedipina
Labetalol
Nitroprussiato de sódio
CRISE HIPERTENSIVA
PAD ≥ 110 mmHg e/ou PAS ≥ 160 mmHg
Hipotensor
Inibidores ECA
Antagonistas receptor AII
diuréticos
Indicações para resolução da gestação(dentro de 72 horas)
Indicações maternas• Iminência de eclâmpsia (cefaléia, borramento da visão ,
epigastralgia)• Trombocitopenia ou HELLP síndrome• Hipertensão grave não controlável
• Suspeita de DPP• Coagulação intravascular disseminada (CIVD)
• Edema agudo de pulmão• Insuficiência renal
• Eclâmpsia• Trabalho de parto ou amniorrexe prematura
• Ascite
Indicações para resolução da gestação
Indicações fetais• Sofrimento fetal independente da idade gestacional e
maturidade pulmonar = desacelerações tardias ou variáveis moderadas e/ou graves repetitivas
• PBF ≤ 4 em duas ocasiões com intervalo de 4 horas
• Oligodramnia (ILA < 5)
• RCIU grave (< p 5%)
• Diástole reversa
• Ducto venoso alterado em gestações < 32 semanas
• Gestações 34 semanas
VIA DE PARTO
< 32 semanas Cesárea• O trabalho de parto pode agravar a sobrecarga hídrica e o controle
pressórico
• parto vaginal terá sucesso em menos que 50% dos casos.
≥ 34 semanas• Via de parto depende das condições materno-fetais
SULFATO DE MAGNÉSIO
Indicações– Eclâmpsia
– Pré-eclâmpsia grave em trabalho de parto
– Iminência de eclâmpsia
– Hipertensão gestacional com sinais premonitórios de eclâmpsia ?
• Causa precisa das convulsões = desconhecida
Etiologia prováveis• Encefalopatia hipertensiva
• Vasoespasmo• Hemorragia
• Isquemia e edema dos hemisférios cerebrais
Sistema Nervoso Central
• Cefaléia frontal ou occipital , obnubilação, torpor, alteração comportamento
Visuais
• Escotomas cintilantes , turvação visual
Gástricas
• Dor epigástrica / hipocôndrio D, náuseas / vômitos
Eclâmpsia
Crise convulsiva e / ou coma
Pritchard
• Dose de ataque = 4 g a 20% EV + 10 g a 50% IM (QSE)
• Manutenção = 5 g IM a 50% 4/4h
Zuspan Modificado
• Dose de ataque = 4 g a 20% EV lentamente (em 20 min)
• Manutenção = 2 g/h EV a 20% ( infusão contínua)
Sibai
• Dose de ataque = 6 g a 20% EV em 15 min
• Manutenção = 2 g/h EV a 20% (infusão contínua)
SULFATO MAGNÉSIO
CONDIÇÕES ADMINISTRAÇÃO
Reflexos presentes ( patelar )
FR ( 16 mov. / min. )
Diurese ( 100 ml / 4h )
TEMPO ADMINISTRAÇÃO
24 h apósresolução gestação
última crise convulsiva
Sulfato de Magnésio
• Níveis terapêuticos 4 – 7 mEq/l• Abolição do reflexo patelar 8 – 10 mEq/l
• Depressão respiratória 10 - 12 mEq/l• Parada respiratória ≥ 12 mEq/l• Parada cardíaca 30- 35 mEq/l
• Gluconato de cálcio 10% 10 ml (1,0g) EV em 15 minutos
Antídoto
ECLÂMPSIA
Sulfato de magnésio
anticonvulsivante
Benzodiazepínicos
Fenitoína
MgSO4.7H2O
Terapia de suporte (adjuvante)1. Evitar lesões → maca com proteção lateral, restringir a paciente ,
cânula de Gedel
2. Manter oxigenação → O2 (máscara = 10 L/min; catéter nasal = 5
L/min) / instalar oximetria de pulso / gasometria arterial (se necessário)
3. Estabelecer acesso venoso calibroso → mínimo venocath 18
(coleta de exames sanguíneos e administração de drogas (sulfato de
magnésio, hidralazina)
4. Minimizar aspiração → decúbito lateral, remoção de secreções
orofaríngeas
5. Sondagem vesical de demora → controle de débito urinário
(sulfato de magnésio)
Medidas específicas(concomitante a de suporte)
Sequência prioritária1. Administração de sulfato de magnésio
2. Controle da crise hipertensiva
3. Avaliação da vitalidade fetal
4. Estabilização do quadro materno
5. Resolução da gestação
Síndrome HELLP
Plaquetopenia
Hemólise
↑Enzimas hepáticas
- Incidência = 2% - 12% das pacientes pré-eclâmpticas
- Multíparas ( 2:1 ) e brancas
- Anteparto = 70% ; Pós-parto = 30%
- Hipertensão ausente em 20% ; leve em 30% dos casos
- Recorrência = 5%
• Presença de esquizócitos no sangue periférico
• Baixos níveis de haptoglobina
• Bilirrubinas totais ≥ 1.2 mg/dl
Hemólise
• Desidrogenase láctica (DHL) maior que 2 x o
limite superior da normalidade ( 600UI/L )
• TGO (aspartato aminotransferase sérica – AST ) 70 UI
Elevação das Enzimas
hepáticas
• PLAQUETAS < 100.000/µLPlaquetopenia
Queixas principais– Mal estar com alguns dias de duração (90%)
– Dor epigástrica ou em hipocôndrio direito (65%)
– Dor em ombro ou flanco
– Icterícia
– Hematúria
– Hemorragia digestiva
– Sangramento gengival
Eventos associados com a morte materna– Hemorragia cerebral = 45%
– Parada cardio-respiratória = 45%
– CIVD = 39%
– SARA = 28%
– IRA = 28%
– Sepsis = 23%
– Hemorragia hepática = 20%
– Encefalopatia hipóxico-isquêmica = 16%
Isler CM, Rinehart BK, Terrone DA et al. Maternal mortality associated with HELLP ( hemolysis,elevated liver enzymes, and low
platelets) syndrome. Am J Obstet Gynecol 1999 ; 181: 924-928.