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TICO-TICO PREÇOS- No Rio $500 Nos Estados.... S60O Tico-Tico publica os relratos de Iodos os ssusleitorss/K^^ „-, ^«j*^ RIO DE JANEIRO. 22 OE ABRIL DE 1931lyWjCOE <aANEJI»10 ^1 UM JUDASVKS^iSx N'-333 ANNO XXVIIIu ^jVy g£r*ç> i.*,*.^iip^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^M'—' ¦m"'—'¦ ^v,OFoi no Sabbado da Allcluiai ^"""^¦"v^(siJujuba e Lamparina descobriram Goia- ' ' " "^^ ^v"—"" ^>»^' bada planando um pe *e abacate. Goibada ^^-"*¦>.^>>,_tem o descuido de andar sempre com os sus- '^—.j ^"""«^^T,Ipcnsonut soltos. ^""^V. ^Vv^-'. ' vj\ ] Havia ali perto um pau em cuja ponta | ©^> ^v*-. ,~0¦'^Ktinham collocado um prego "**^1 ^-^HT^InD -¦ ' ¦ Lamparina então enfiou nesse prego ^-- ^v^ ,V ^FJH|B|uma das ulca» dos suspensonos de Goiabada. ^>-^ ^mm\ V-^/Ira ** UL t—^m» i^Sr^5^^ * ^H T1? ^r-^ ^.^i9Depois os doiavadios subi» j " N ; ^^ ^^-''^ DLram na outra extremidade do pau i. ^P^"^ ~**^ W'• tomo se fora uma gangorra. •,,**"»^^^^^>,*¦,**",,*^^•,*l¦*¦ "^^^ ^^^liiram Goiabada. ' rV) Mm*T^^ ^ **-&j*\A P^ 1 LJ 4/-^%...* *-*-r-—©a... ¦¦ ²iaia».lj. ²¦ ©. i ¦ æ.,.-¦,,—¦,...i, ___—-—— *•? YVVyV^yVhVVbVVVAWUVWVVSrVS/V /WWVSJVV,^^^a•WVVVV¦^^y^/^J^a*V»VV>WVVlWVV*^^ O /ivro «te senhorinhas C1NEARTE-AIBUM.

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TICO-TICOPREÇOS-

No Rio $500Nos Estados.... S60O

Tico-Tico publica os relratos de Iodos os ssusleitorss /K^^ „-, ^«j*^

RIO DE JANEIRO. 22 OE ABRIL DE 1931 lyWjCOE <aANEJI»10 ^1

UM JUDAS VKS^iSx N'-333ANNO XXVIII u ^jVy g£r*ç>

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^v Foi no Sabbado da Allcluia i^"""^¦"v^ (si Jujuba e Lamparina descobriram Goia-

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^-- ^v^ V ^FJH| B| uma das ulca» dos suspensonos de Goiabada.

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O TICO-TICO 2 — 22 — Abril — 1931

A TRINDADEestavam um tinleiro,

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Em cima de uma escrivaninhauma penna e uma fo1ha de papel.

Dizia o tinteiro:Nós somos uma trindade hemdita e ma'dita!

É ver-idade ! —apoiou apenna.É mes-mo! — con-c o r d ou opape!.

Olha,disse a pen-na, temosfeito muitagenle rir echorar!...

— Qual !disse o pa-pel — Senão fosse eu,vocês nãovaliamnada '

•—O que ? 1f— r e t r u-cou a pen-na — se nãofosse euque é quevocês f a -ziam ? Você,"seu" papel,é até muitoinútil!

O tinteiroficou quietoesperando a sua vez de fa'ar.

Attenção! — sentencia a penna — você me magoou,mas eu sirvo para muita cousa, como para fazer um em-brulho, enfeitar um sa'ão, uma cartinha de amor, um bilhe-tolho azul e para muitas cousas '"chies"!...'

Emquantovocê, com este bicão de aço só serve para espetar o amigotinteiro e arranhar-me todo !

Ora! disse a penna. dando uma gargalhada. Eu te-cousas da "pon-

tinha", como testamentos e algum bilhete que'risco em cimade você! Ora, "sen" papel, procure o seu logar!

O tinteiro, que já se achava muito quieto, rindo á custados dois, resolveu entrar em acção:

— Idiotas! Vocês levaram tanto tempo a discutir e es-queceram-se de mim, talvez porque nãó sirvo para nada,

mas vamos

MALEITASPAL.UDISMO

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MALEIZINCOMPUIM—-O» I AMPOIAI

purgoléite!TUBOS E ENVeiOPPCS I

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/-RTURITISIM© ETC

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nho ido ás mãos de rainha e tenho feito

*ym*'V^*VJVVVV*JVVV-J*J-J*.-j-j

a saber: Senão fosse euo que éque vocêsar ra nja-vam, sem omeu liquido,sobre a es-cripta, sobreo bilhete eoutras cou-sas, comovocês dizem.

Ora !cala a boceap r e t ã o deuma f i g a I— disse apenna — nãoé você, feio,chato, boceade sapo!

E você,m a g ri c e-Ia! Bico depira, bicosujo, bicoaberto !

E a pen-na conti-nviava defen-dendo:

Barriga de pichelim ! Pescoço de sapo.E você, Lamparina! Faustina!

A penna não terminou a phrase, porque ouviu um rumorbaixinho: — Fecha a bocea para não entrar mosquito.

E o papel já estava magro de tanto rir!... A penna,muito nervosa com isso, diz: — E você "seu" papel, sóserve para forrar casas...

A penna não terminou a phrase, porque ouviu um rumorde passos que se approximava. — FRINCIPE NEGRO.

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22 — Abril — 1931 — 3 — O TICO-TICO

"liresca"... Eiíffeflto de um accidep-teProthegenes, o pintor grego, cia um homem impaciente.

Ao pintar o retrato de tua cansado e ofícgante cão, obtevegrande suecesso, excepto nas tentativas de imitar a baba(jue deveria ler sido vista na bocea do cão. Ele estavatão aborrecido com isto. que agarrou a esponja cota a quallimpava os pincéis e atirou-a contra a pintura, na intençãode estragal-a. Aconteceu que pegou exactamente na bocea docão. produzindo para espanto e contentamento do pintor opróprio effeito que elle havia trabalhado com tanta persis-tencia para obter.

A "viuva preta", as-sim chamada, a ara-nha da AmericaCentral, cuja mor-dedura venenosa éfatal a seres hurna-nos. Ella mata o seumarido, menor e in-offensivo, depois da

postura dos ovos.

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O TICO-TICO — 4 22 — Abril — 11)31

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O TICO -TICO

Ilcdnctor-Chcfc: Carlos Mnnhães — Dlrector-Gcrcnte A. de Souza e Silva jAssignatura — Eraail: 1 anno, 25$000; 6 mezes, 13?000; — Estrangeiro: 1 anno, C0$000; 0 mezes, _5$000. {

As assignaturas começam sempre no dia 1 do mez em qu.- forem tomadas e serfio accoltas annual ou semestralmen-te. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou car-ta regisrada com valor declarado), deve ser dirigida á Rua da Quitanda, 7 — Rio. Tel.phones: Gerencia: 2-4644,

Escriptorio: 2-G260. Directoria: 2-5264Succursal, em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador Feljt), 27, _• andar, salas 86 e 87.

CiÇOQItéK A

íSÈlfsVouoy___v3$r

O INSTINCTO DE CONSERVAÇÃO NOS ANIMAESMeus netinhos: de caranguejos conhecidos pelo nome de "eremitas".

É por demais notável o instineto de conservação na Esses crustáceos, meus netinhos, para fugirem ao alaque

maioria dos animaes, notadamente nos chamados inferio- de uni sem numero de inimigos que os persegue, escolhem

res. Parece que todo o animal, do homem ao mais simples para moradia as grandes conchas abandonadas, em cima

insecto, é dotado dessa preoc-ctipação de defesa do seu pro-prio ser contra os elcmento3

que o cercam.

O instineto de conserva-

çfío — dizem os estudiosos —

mais se accentua nos animaesrudimentares. Ora é um in-..do que, ao pousar nos ra-

mos de uma arvore, procurailocal onde não será fácil sof-

írer ataque das aves, ora a

ave,»a esconder no mais cerra-

do da folhagem a riqueza do

ninho — no afan de occullar-

Be ao inimigo.

O "cremita" sob a concha onde crescea anemona.

das quaes crescem as anemo-

nas. As anemonas, como VÔVÔ

já disse a vocês, matam todos

os animaes que se appro-

ximara dos seus tentáculos.,

Por isso, os carangueijos "ere-

mitas", procurando morar de-

baixo das conchas onde crês-

cem as anemonas, têm ca-a

COmmodá e ficam ao abrgo

dos ataques dos demais ani-

, seus inimigos.

E como essa espécie decaranguejo de que o Vôvdacaba de falar a vocês quan-tos outros animaes não evi-

Não faz muito tempo, pesquisadores da nossa fauna denciam o iusüucto dc conservação de que são dotados?

marinha tiveram opportunidade de descobrir quanto é ac-

centuado o instineto de conservação numa certa espécie VQVÔ

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O TICO-TICO — 6 — 22 — Abril — 1931

NASCIMENTOS

** <S> Nasceu a 10 deste mez alinda Carmen Lúcia, filha do casalJosué Pinheiro-Lucia Carvalho Pi-nheiro.

? ® Recebeu o nome de Armandoo lindo menino que desde o dia 12deste mez veiu enriquecer o lar do Sr. Armando GentilAraújo e de sua esposa D. Célia Vianna de Araújo.

ANNIVERSARIOS

Filho

"O TICO-TICO"MUNDANO

de.

do

UMA SERPENTE QUETAR O

<S> <Q> Faz annos hoje o menino Amaro,Dr. Luiz Veiga e nosso inteligente amiguinho.

<í> ? Completou seis annos a 16 deste mez a meninaPaula, filhinha do Sr. Jayme Duarte.

<3> ? Mauricinho de A1meida, nosso dilecto leitor, fes-tejou sabbado u'tim0 a passagem de seu anniversario natalicio,<» * Viu passar hontem a data de seu anniversario na-talicio a menina Edith Veiga, nossa prezada amiguinha.

$> <8> Edgard Machado,nosso amiguinho residenteem Ouro Preto, fez annosa 12 deste mez.

¦<$> 4s> Completou 9 an-nos no dia 4 de Abril a in-teressante Licinha (LucyProença Castello Branco),que offereceu aos sus ami-fuinhos no palacete em quereside em Copacabana, umaencantadora tarde dançante.

A gentil anniversariante.que é o encanto do lar dosseus extremosos pães, re-cebeu muitos brinquedo:?,bonbons e fores.

NA BERLINDA...

? Estão na berlindaas seguintes moças de Ren-lengo: Isabe! Soares, porser a mais graciosa; Di-va, por ser a fitais linda dologar; Dina Vargas, por sertristonha;' Elisabeth Barbosa,por ser alta: Maria F., porser sympathica; Dinorah, por ter os olhos mortos;Neuza S., por ser morena; Cecília Cordoyjl, por ser"alegre; Nina Martins, por ser dada; Juracy Fortes, porter a bocea pequena, e eu, por ser o — Marques diCasablanca.

* Estão na berlinda as seguintes moças e rapazesda E. Paquequer-Light — Estado do Rio: Belhinha, por serbaixinha; Carmen, por ser sympathica; Arlette, por ser boa*Juracy, por ser ciumenta; Jurany, por ser graciosa; Gua-racy por dansar bem; Grota, por ser muito acanhado comç; Noemia, por ser elegante; Gilda, por ser bonitinha;Lime. por querer "bancar" rr.oça; Zulmira, por ser levada;

Enedina, por ser querida detodos; Bellino, por ser gen-til; Torres, por ser estudioso;Chiquito, por ter andar ele-gante; Chiquinho, por ser bo-nito; José, por ser sympathi-co; Rubens, por usar calçascompridas de mais; Newton,por ser brincalhão; Yo'anda,por gostar de dansar.

® ® De cada um, umpouco... — Para que umamulher seja verdadeiramentebonita é preciso que tenha ps

NÃOCALOR

PODE SUPPOR-

irâf*-

Ha uma espécie de serpente que vive nas desertos norte ameri-canos que não pode supporlar a acção directa dos raios solarese por isso tem hábitos nocturnos. Al'junias horas ao sol signifi-

cam a morte para essa serpente.

va fy

deiues bei'issimos de Jorge Fernandes;os c lns da LcHab de M. Araripe; a

.jeirice de Lúcia Guimarães; a in-spiração de Jandyra Câmara; as covi-nhas da Abigail Leoncio Rebello; apele da Lia Portocarrero de Albuquer-que; a meiguice de Licinha; a elegânciae o porte do Gilberto de Castro Re-

bello; as mãos de Lucinda Simões; o encanto de Léa Lc-renzzoni de Azevedo; a gentileza do Raul Gastão; a sym-pathia da Lucilia M. de Figueiredo; saber tocar piano comoc Djalma Ferreira; ser discreta como o Lauro Lorenzzoni;o sorriso de Yalina Andrade; a ingenuidade do Heddy Fer-reira; os bonitos modos da Selvita Fonseca; o andar da LeiiaHerbster L.; o cabeilo da Lelia Oneto de Barros; a mei-guice da Acacy.la Andrade; a doçura do Evilasio Lopes;ó "it" do Joaquim C. Barbosa. — João Capeta & Zé Mulato.

NA GAIOLA...

* * Passeando em primoroso bosque encontrei, comgrande assombro as senhori-tas e rapazes da Estação dePaquequer — Light — Es-tado do Rio: Primeiro viuma descuidada garça, eraEnna; depois uma rola af-flicta, era a Arlette; ade-ante, uma cascata gemedora,era a Francisca; ã beira deum lago crystalino uma gra-ciosa nympha mirava-se lan-guidamente, era a Carmen;uma triste toutinegra, era aBelhinha; além, sobre a rei-va, passeavam quatro so-berbos pavões, que eramNewton, Chiquito, Chita eChiquinho; um mimoso fai-são, era o Grota; uma tra-vessa borboleta, era Gilda;numa frondosa arvore, ma-viosamente, estava um lindorouxinol, era Joãozinho; umfalcão, era o Torres; umgallo da serra, era Guaracy;duas abelhinhas douradas

i —¦———¦——i— eram a Juracy e Jurany;três briihantse colibris cor-

laudo o azul do espaço, eram Zico, Rubens e Bei íno,e eu, uma triste pombinha branca.

NO CINEMA...

3> ® Organizando um film brasileiro em 6 actos, de-nominado Dor dc recordar, contractei os seguintes artistas:Flavio, o cortez Paulo Morano; Almerinda, a gracisa Car-nieu Santos; Áurea, a seduetora Lelita Rosa; Stella, a in-teressante Didi Vianna; Augusto, o poético Carlos Monte-negro; José, o risonho Mario Marinho; Paulo, o galanteDecio Murillo; Dulce, a linda Carmen Violeta, e Catharina,a afainada Gina Cavalliére.

<ê> <£ Foram contractadospara um film os seguintes ar-tistas: Rosita, a Lüian Gish;Paulo, o Ramon Novarro;Alice, a Joan Colher; Ro-berto, o Ricardo Cortez; Al-cina, a Bessie Love; Ernesto,o Charles Farrell; Eulina, aJanet Gaynor; Eurico, o Ha-rold Lloyd; Anezia, a BebeDaniels; Júlio, o Ben Lyon;Carlos, o Ronald Colman;Maria Zita, a Lily Damita. \T CHIQUItlHO-

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22 — Abril — 1931 ~7 O TICO-TICO

NÃO MATES OS PASSARINHOSEmpunhando a atiradeira,Essa arma desastrada,Segue o menino insensatoOlhando os lados da estrada.

Seus olhinhos, muito vivos,Estão, como nunca, a brilhar,A procurar, pelo espaço,Algum pássaro a voar.

E se elle o encontra, coitadoDo pobre do passarinho! —Vae ter a asa partida!Não voará mais ao ninho!

Para o menino insensatoO prazer mais cobiçadoE' matar o passarinhoQue está no galho pousado.

Não sabe aquelle meninoQue um passarinho voandoLeva um grãozinho no bicoP'ro filho que está criando.;

E aquelle filhote implume,Bem escondido no ninho,Vae ser, dentro de algum tempo,Um mimoso passarinho.

Vae cantar, de madrugada,Uma linda saudaçãoTalvez para aquelle meninoQue tem tão mau coração.

Mas o menino insensato,De atiradeira na mão,Vae ter, para o passarinho,A mais vil ingratidão.

Não sabe aquelle meninoQue um passarinho, a cantar,E* o encanto harmoniosoDa matta virgem a falar!

Não descobriu o insensatoQue todos os passarinhosTêm amores escondidosNo encanto morno dos ninhos.

Disparar a atiradeiraPara um lindo passarinhoE' roubar á mãe queridaA ventura de um filhinho!

Menino, escuta um conselho:— Joga fora a atiradeira!Que é arma bem desastradaQue dá morte traiçoeira

Deixa, menino insensato,O passarinho voar!Que mal te faz a avezinhaQue passa a vida a cantar?

Joga fora a atiradeira,Vae pedir a Deu? perdão,Mostra que guardas no peitoA jóia de um coração!

R S M N H E S

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O TICO-TICO — s — 22 — Abril — 1931

p^QGi&^^^^®^k0éíê^®ê^m&^^SM

RecoReco levou um pilo do vendeiro porque mecheu no sacco de çínão-de-bico Òvenoeino o chamou de malcreado e elle...

...jurou que riparia uma desforra ,No ourrodia roubou do Ho,que era leiloeir-o, um car-Í3Z, annunciando leilão.

ET, com o auxilio de Bolão, pregou o car»tez, na por+a do apmaz,em, emquanFo Asei-l"ona bancava o vicjia.

r _!

As fres liopas começapam a cne^ap diyep-sãs pessoas que entravam no armazém e iam.ripando kido dos loçjapes, para examinar».

0 vendeipo deu o estailo cóm roda a-quellajenfe.^rou.deu pancadas abes--a. pediu ligação papa a policia...

.. e só quando lhe moslrapam o carraz. Foi queviu que Fora vicrima da vingança de Reco-Reco que„deion^e,posava com seus dois amidos.

CINEARTE - Uma revista exclusmoderno processo graphico é a única

iva mente cinematographica impressa pelo maiaque mantém em Hollywood redactores permanentes.

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(PAGINA DE ARMAR)

O ELEPHANTE INDIANOExplicação — Collem em cartolina todas as peças e

obedeçam, para a construcção do brinquedo, as indica-ções claras dos dois modelos

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O TICO-TICO v>- 10 22 — Abril — 193J

A vida, creinça, este labyrintho incom-^rchendido pelo homem, na leia de s^nhoíque se desfazem, na concretisação deideacs que se transformam em neblina,ethereos, fugazes, na realidade de destinosdiversos, é digna de estudo, na intimidadede nossos corações. — Creanças ricas ecreanças pobres! Rostinhos infantis des.abrochanlo sorrisos felizes entre vestidi»dinlios elegantes, de seda e de velludol...P.iliidos semblantes pequeninos, onde adôr se faz sentir na fome e na misériaquando deviam vibrar num prelúdio deventuras, na ignorância de grandes sof-frimentos... emquanto uns balbuciam afie-cto e caricias de um seio de mãi suavee bom, outros sentem o peso de um des-tino cruel privando-os deste amor sinceroque ha na vida. Quanto me penalisa osoífrimento das creanças, e como me dóeto coração, este olhar altivo de creança

teliz cercada de carinho para o pobrezinhoque tirita de frio?—(Ha da parte de certosprogenitores grande responsabilidade eraaugmentarem a semente do orgulho no co-ração das creanças, privando-as do con-tacio dos pobrezinhos, ensinmdo-lhes sen-timentos que só as poderão prejudicaramanhã). Ainda ha dias presenciei umcaso destes. Uma pequena abatida e ma-grinha approximou-se de umas creançasque brincavam numa alegria festiva de"calçadinha é minha, não é do dono",correndo pela calçada ligeiras, saltandoágeis na rua, emquanto a menina com umolhar esgazeado, mixto de tristeza e dis-tracção as acompanhava encostada nomuro de uma das casas mais próximas.Cansados daquella brincadeira os pe-tizes sentaram-se no meio fio da cal-cada offegantes, paradescançareiu c continua-rem depois e, foi, quan-«Io notaram a pequenaádmira:ido-os, com osolhinhos escondidos pe-los cabellos alvoroçados,atastauhados e com-pi idos. Escondi-me...ninguém mais do queeu gosta de apreciaros sentimentos n emo-Ções das crear.ças c seme vissem eu perderiauma boa opporturidadede admiral-as aprovei-tando-os para exemplodas outras creuuças, —"Quem é esta meni-na ?" indagou um dosgarotos esperto e in-Jelligente

ÍORPHANDADE— " E* uma pequena qualquer, suja,

respondeu o outro", e, ievan'ando-se,apertou fortemente o braço da pequenitadizendo-lhe: "Saia daqui do meu portãoporque você vae sujal-o, e vá-se emboraporque você não mora aqui".

Nisto, a mais velhinha das creanças,uma menina rosada e ilnda como sua ai-minha levantou-se indignada e puxandoo braço do irmão tão pequeno e tãogrosseiro, numa energia admirável dis-sc-Ihe: "Pedrinho, como você é mau.maltratando esta menina tão pobre quecom certeza não tem pae nem mãe... ellanos está olhando, coitadinha, com tantavontade de brincar coinnosco, e depois,Pedrinho, você não sabe que é uma co-vardia maltratar os fracos e os indefe-sos?... vou contar tudo á mamãe..." e.sahiu pressurosa com os olhinhos cheiosd'agua levando a garotinha pela mão en-volvendo-a numa caricia de madrinhatema e boa.

istoría ;poueo natural

Os textos antigos de historia natural nos diziam que o cão dosn^ Tia

°0rUJa C a serPente viajeira viviam todos em harmo-ma. íai cousa nao é verdadeira. A serpente viajeira alimenta-secom os cães dos prados, que mata; a coruja devora os filhotesaos cães do prado; mas tanto a serpente como a coruja nãodevoram mutuamente os seus próprios filhotes

Qua! não foi o meu espanto, porém,quando a senhora progenitora das crean-ças gritando de lá de dentro e á pro-porção que se approximava, me surpre-hendeu com estas palavras:—"Bota estamenina lá fora, Luiza, trazer uma peque-na destas da rui, para dentro de casa?Ora já se viu, esta menina :.3j apren iea medir a distancia igualando-se aos mo-leques e zinda quer que o irmão lhe rendahomenagens? — E eu, crea:iça, choreidentro de mim mesma... lagrimas que osoihos não vertem mas o coração as re-cebe dolorido, na vibração do prop -io sen-timento... porque, como poles, creançamimosa, educar e augmentar Citei tlieson-ros d'alma na caridade e no amor ao teusemelhante se te anniquilam estas se-mentes bemditas cujos responsáveis de-

viam esforçar-se para cultival-as e des-abrochal-as! O que não fará amanhãneste futuro desconhecido este meninorebelde e déspota que em vez de serpunido severamente, ganhou força- paramais humilhar e espesinhar os pequenos?O Christo, o modelo de caridade e per-feição, fez selecção quando mandouamar as creancinhas?

— Não, meninos, os preconeeites e asvaidades humanas fazem o homem es-quecer de que todos nós somos irmãosno dever grandioso de auxilio mutuo... eapesar de tudo isto a creança que possui;o germem dá bondade mesmo co-tra iadaem todas as acções caritativas, esta scente-lha divina vibrará ou ficará em eítadolatente... e a I.uizinha, embora trazendoao portão a sua compinheiiinha infeliz,desconcertada, não a deixou sahir com as

mãos vasias: a pobre-zinha estava com asmãos cheias de gulodi-ces, e brinquedos e uravestido embrulhados qufella tirara ás escondidas.Certamente st-a mãe-zinha lhe passou novareprehensão mas quempoderá conter as pulsa-ções radiantes do cora-ção por ter cumpridoseu dever, e-VrentandJresoluto a humanidadeindifferente e fria?

— Paes! Vibrae no*vossos filhos o respeitoe a commiseração ásdores alheias e fazei-ofamar os orphãos.

MRS. MERVYN.

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22 — Abril — 1931 — 11 - O TICO-TICO

l m^W / m* M^ O FILHO INGRATO

O velho Marianno sempre foraum pae extremosissimo, e Augusto,seu filho, lhe era tudo: a sua espe-

rança, o seu consolo, a sua alegria na velhice.Augusto, porém, era máo filho e, sobretudo ingra-

to. Assim que completou vinte e um annos, casou-se, eabandonou o seu velho pae.

Um dia estava elle sentado deante da porta comsua mulher. Tinham deante de si um frango assado eapromptavam-se para comerem-no regaladamente, quan-do viram de longe vir o velho. Por isso, tratou logo deesconder o prato para não ter que dividir com o pae.Marianno entrou, bebeu somente um trago e retirou-se.

Então Augusto foi buscar o prato para tornar a col-

jÉj§-llocal-o na mesa, porém o frangoassado tinha-se transformado numgrande sapo, que lhe saltou á ca-beca e ao rosto, e ahi se agarrou para sempre.

Quando tentavam tiral-o, o horrível animal apresen-tava um aspecto tão ameaçador, que ninguém se atrevia.

O filho ingrato estava condemnado a alimental-o,sem o que elle lhe devoraria a cabeça, e o resto de seusdias passou-os errando miseravelmente pelo mundo, comocastigo da sua má acção, da sua ingratidão negra, hor-rivel, para com o autor de seus dias.

E assim succede aos filhos que* não cumprem omandamento da Lei de Deus — Honrar pae e mãe. —Hygia Mattos da Silva.

"A MANGUEIRA"

Esta mangueira.Já foi viçosa,Foi bem formosa,Mui prazenteira.

Rosados fructos,I

Doces de todo,Deu com denodo,Como productos,

De seus trabalhos;Mas hoj'em dia,Na mattaria,Ostenta galhos.

Nus, desfolhados;A natureza,Com realeza,Que nos passados,

•Mezes de fruetas,Fel-a mui. linda,Deu-a por finda,Prás cruas lutas.

Hoje mirrada,Nem mesmo ninhos,De passarinhos,Tem, a coitada.

Renato Coelho.

O JUDEUO venho Salomão, rico negociante is-

raeKta está agonisante.Toda a família cerca o leito de morte.

A cada um dirige o moribundo uma pala-vra commovida.

Tu estás ahi, Rebccca, minha queri-da mulher?

Sim, Salomão, estou aqui.E tu, Ida? E tu, Esther, filhas que-

ridas ?Sim, papae, estamos a ten lado.

E tu, RaphacJ, e tu. EHezcr, meusfilhos?

S:tn, papae.E tu Baruch, meu velho gerente?Aqui estou, Sr. Salomão.

O moribundo ergue-se uin pouco e com

Voz mais forte!Mas, então quem è que ficou tomm-

do conta da loja?

A MULHER DO OVO

Havia uma mulher muito parecidacom as outras. Um dia, querendo seramável pari o marido, cosinhou doisovos, um para si e outro para elle, queestava na roça trabalh indo. Esperouum bocado que elle chegasse do servi-ço. Afinal de contas, como não che-gasse, disse:

Bom. Eu estou com muita fomee vou logo comer o meu ovo. Nãoespero mais por Fulino, não. Comeuo ovo e nada do marido chegar Dahia pouco, a mulher pc.isou eorr.sigo:

Meu marido não come nada semque não me dê timbem. Pjrtanto émelhor eu tirar um pouquinho do ovoque ficou para elle. Quando viei, eulhe direi que já comi a minha parte.E venha I

Comeu metade do ovo que deixarapara o marido. Andou, virou, mexeu,e mda do marido chegar. Afinal decontas, disse comsigo novamcnle a gu-losa:

Meu marido, vindo almoçar, nãocome esta banda da metade do vo semque não me dê um tiquinhj. portantodeixa-me tirar logo o que elle lem deme dir.

E lápo — comeu metade da bandado ovo que sobrava. Para encurtar ahistoria, leitor amigo, quando o maridochegou ci5o restiva nem a intenção,pois a mulher havia, aos bocad.s, comi-do o ovo todinho.

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O TICO-TICO' — 12 — 22 — Abril — 1931

Da hygiene e damoral

Um ar puro í mais útil doque uma boa digestão; o ar è onosso elixir vital (Dr. REVEIL-LÚPARISE).

Fazer Gymnastica é prolon-gar a juventude (LOCHE).

O exercicio é para o orga-nismo uma necessidade tão impe-riosa como a nutrição (L. MAN-OIN).

A água é para a pelle o queo ar é rpara os pulmões (BA"CON).

Beba quando tiver sede; masbeba pouco de cada vez (Dr.KNEIPP).

b'acre-se tanto com as per-nas como com o estômago (Dr.CHOMEL).

Não esqueças nunca os bene-ficios que recebeste e esquece de-pressa os que fizeste (PubliusSyrus).

Se não tivéssemos tantos de-feitos, não teríamos tanto prazerem notar os defeitos alheios (LaRochefoucauld).

Deve-se levar avante umaresolução pelo facto de ella serboa e não pelo facto de a haver-mos tomado (Do mesmo).

Só os grandes corações pó-ilcm avaliar exactamente a gloriade ser bom (Fénélon).

A única felicidade é a feli-cidade que a gente dá (Pailleron).

O menino, o gato e ocanário

Certo dia estava um menino noquintal de sua casa, quando appareceu.em cima de um muro, um gato magroe pellado que parecia estar com muitafome.

Condoído, o menino pegou-o e deu-lhe comida, água e tratou-o muito bem.

Passados alguns mezes, o gato nãoparecia o mesmo: estava gordo, bonitoe o pello estava tão alvo que pareciaalgodão. Por esta época o menino ga-nhou um canarinho amarello como gem-ma de ovo. Ficou radiante. Todas asmanhãs assim que levantava ia dar at-piste e água fresca ao canarinho ama-rcllo. Um dia o menino notando pro-longado silencio em casa foi espreitar agaiola.

Qual não foi seu espanto ao ver quea gaiola estava deserta. Como loucocorreu toda a vizinhança, perguntandose tinham visto o canário, mas ninguémsabia informal-o.

Foi ao quintal ver se o canário es-tava em cima do telhado, mas em vão.

Ao voltar-se viu que alraz de umastaboas velhas, dormia regaladamentesobre um monte de pennas ainda tin-tas de sangue, o gato a que um dia ra?tara a fome.

Moralidade: faze o bem mas olhandoa quem.

Luiz Gonzaga Magalhães.(13 annos)

^~?^^ ¦:^^

O padre JanuárioEra muito bom o padre Jantia-

fío. Respeitado, era ouvido sem-

pre com muita attenção pelos ho-mens, mulheres e creanças. Suaspalavras, pensadas e pausadas, ti-nham um encanto sublime. Asvezes, contava aneedotas muitoengraçadas que arrancavam risa-das e até gargalhadas dos ouvin-tes.

As suas praticas oratórias to-

mavam quasi sempre o aspectode sermão. De uma feita, elle pre-

gou contra todos os jogos; mas— disse — ha, entretanto, alguns

jogos innocentes que podem ser

praticados até pelas creanças.Ouvindo isto, tive a irrenve-

rencia — dupla irreverência portratar-se de um sacerdote — de

interromper o padre Januário edisse-lhe:

_ O reverendo ha de joga»commigo um desses jogos, mas eunão quero ser mão.

O padre deu um grande puloda cadeira em que estava sentadoe estendeu-se no chão. A mamãe,

que estava próximo, deu um gran-de grito, exclamando: — Q»«horror 1

Não pensem que o grito de ma-mãe foi devido á queda do padre:foi por causa do meu trocadilho.

Ignez Oliveira da Silva(8 annos)

Kossos leitores e a.migu__nlios

Sy.

j*% _H8E388&r 'wfrvrTsYnwK 48&v% - ¦ 1H 4ri___. _3_V^ ** >jf7^_3-rr^VH Ü^tKwStv __hhi¦*"¥*"* _99_.

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KHf ,-.>. . ¦ ^ i .JBJ _m" " 'PwBi ' jÊja J-Bj wh »*" âfcà WÍÊt''}'.'.'.'" I S_í —— '""ío^ff-' 'V' flh "¦_HEa___H _^* flnfl && «L 9t 'TÈt ^_^_9_í*rr^^ ¦¦.¦.¦¦ iaj ^^^v ^v m _J'

Zézé. Francisco e Antônio,nossos leitores de Ouro Preto.

Catecismo Parochial de ItanhaemPrimeira Communhão.

Syncsio, Sydney e Sydonft»Moreira Cordeiro.

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22 — Abril — 1931 — 13 o Tico-nco

0 PAPAGAIO DE ROBERTINHO(Das "Lições de Robertinho") — De- ALARICO CINTRA

— Ch;!. . O bichinho islã ftistínhor.icnmo, minha gente I Iss'i us tá de mata-musquito manado, qui veve balando krô-sene nas agiiinha quarqué qui discobre,pr'a mata musquito e inté us papagiio...

Theopompa, extremosa preta bahiana, aexcellente quituteira que entrara para oserviço da casa de Robertinho antes dopirralho choramingar neste mundo, só pres-tava attenção, naquelle dia, ao papagaiofalador, apreciadissimo de todos, que du-rante mais de 12 annos vinha gritando âvizinhança: — Koberrrtinho vem ahi —b-ni antes do garotinho receber a '.uz doeol... Coisas de Theopompa...

Apresentava-se a ave melancólica, porculpa dos empregados da Saiule Publicaincumbidos da inspecção dos domicílios.No dia anterior, á chegada dos mesmos, oinoffensivo louro dava um dos cjsluma-dos passeios por cima do gutrja-comidas.Um uiata-miisqiiito, inconsciente on máo,pingara, no deposito de água da gaiolayasia, duas ou tres gottas d? petróleo.

Affirmava Theopompa que havia desço-

berto veneno naquella água, ^».rq«je o"bichinho", depois de tocar o liquidocom a lingua, sacudira a cabeça deses- 1

peradamente fazendo-a d.-sco-jfiar e Averificar tuda a realidade de suas des-confiança*,

Jantavam em familia. O assumpto

era a tristeza do papagaio, itidiffcren-te aos mimos de todos, e ás "ciova3

lições" do caixeiro do armazém e deTheopompa: — Roberminho, gostodamnado... Ouvia, ouvia muito enco-rujado, cochilante, de pescoço torcido ebico mergulhado nas pennas.

Morre, não morre; — cadj qualemittia opinião, até que o pae de Ro-bertinho proferiu sinistra sentença,Sentado á cabeceira

— E' isolal-o, quanto ante?. QtBIfldonão morra, terá de ser morto. Na Eu-ropa, na America, em todos os paizesadeantados, os papagaios estão sendomortos, depois da descoberta da fatalmoléstia que transmittem ao homem —a pisitacósel

Testa franzida, Robertinho deixou es-

capar um "protesto", articulado com vozdolorida:

Matar meu papagaio?! Nunca! NuncaIE' que não tens a compretiensão do

mal perigosissimo, que os médicos desço-briram nos papagaios, e que apresenta seuprimeiro symptoma na tristeza de que es-sas aves ficam possuídas,

E já não lia muito tempo que estãono mundo os médicos e os papagaios?

Ha muitos séculos, uns e outros exis-tem. Feio menos, um casal dos primitivospapagaios devia ter viajado na arca deNoé.

Então, meu pae, só agora é que osmédicos aprenderam isso ? 1 E se eu ficassetriste, para morrer na casa dos outros, pa-pae gostaria que me matassem?!

E' doloroso, mas é nccessaiio. A com-paração que offcreccs não deixa Je...

Esta casa não é do papagaio... Ellefoi roubado e trazido da casa ilellf paraaqui. Obrigaram o bichinho a viver com-nosco. E deixou de ser máozinh», e dei-xou de beliscar, e deu gargalhadas, biin-cou, filou bonsinho, e até ajudou, chaman-

GIRAFA DA FAMÍLIA DASTARTARUGAS

Devido ao teu pescoço comprido, a tartarugadc pescoço de cebra, como i vulgarmente dc-nomiuada, pôde manter-se em posição inclina-

da, differentemenle das demais tartarugas.Encontra-se na bacia do A ma son as t na

Austrália.

do Theopompa, sempre que escutava o caf*xeiro ou o leiteiro! Meu pa... pa... ga..»i... o... zi... nho! Ma... a... tar. só..*ó... porque fi... i... ca tris... te...

Bonito I Temos hoje sobremesa de so-Iuços...

Entrava afflicta na conversa a extremo,sa mãe. Levautaudo-se, procurou con for-tal-o;

Não, meu filho; daremos um geito.para não matar o papagaio.

Erguendo o rosto, que escondido fora no>bracinho servindo ali de calço, Robertinhovoltou-se novamente para o pae

A casa do papagaio, quando elle erapequenino e não sabia falar, nunca foiesta 1 Tiraram o pobrezinho da casa delle.Agora é mandar o papagaio para a casa«de "sua familia".

Meu filho, esse papagaio foi me pr«3-«enteado pelo padrinho de meu casamento,— coronel Capivara — fazendeiro em Can-navieiras, importante cidade projjclora decacau, do sul da Bahia. As ffikttai de Can-navieiras estão cheias de casas de papa-gaios, há, dentro de algum veiln tronco

carcomido, é que este teve; ou tem a.casinha paterna...

1'uis, o pa... ga... pa.,, io...«jo pa... pa... io... ga, o p... po...

U papagaio, deixa de choro | ba»tu de choro.

O pa... pa... gaio volta pa... raCan... na... vi... ei... I,„ ras...

A' nova crise dc soluços, a:uiiu-lhaa mãe com novas caricias:

Voltará, meu filho. Papae resti»tuirá o louro ás florestas dc Çati.iavi»eiras.

Surpreso com tão pcrcmploria deli»beração, objectou-lhe o marido:

C"ino?l Só se fosse de avijo.Que viajes, mesmo de avia); cora»

tanto que o papagaio volte, me!hf»r« ounão melhore; replicou-lhe a esposa, ewcerrando as ultimas indecisões a rei-peito.

(Juando assim era assenta Io, Thco-pompa — passo preguiçoso de embala*criança — surgiu de avental tisnado 4sala de jantar.

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•O TICO-TICO — 14 22 — Abril — 1931

Alvos e invejáveis dentes de preta bahia-Oa antecipavam a alegre novidade:

Nhâzinha, o papagaio ittté parece quitá nvindo tudu i intendendo tudo... Tá benMtió, cum a cttnvcrsa de mala nen mata...Itilé já prendeu u qui sinliu na iingu e sitnsinô. Tá dizendo, já — Roberrrlinho gos-to danado... Iscula só, Nhãzinha I

De facto, naquelle instinte o papagaio•reclamava": — Roberrrtinho, gosto dana-do...

Todos riram; todos, menos Robcrtinho, o

qual, enxugando os olhos, supphcou:Meu pae, pelo amor de Deus leve o

papagaio para sua casa deile, nas maltasde Cannavieiras... Eu sei que quando mediz que faz uma cousa, faz mesmo... Eumorro de tris... te... za tam... bem sima... a... ta... rem me... u...

Basta de choro; eu levo o papagaio.Ficou combinado que o pae viaiaria de

avião e que, ao divisar mattas de Canna-vieiras, seria concedida a liberdade doprisioneiro de mais de doze annos, aoqual se haviam todos affeiçoado intensa-mente. A viagem vinha a propósito. Di-versos negociantes chamavam-no, comurgência, á Capital do Estado da Bahia.

O louro ficou bom. Tres dirs depois daconversa de mata não mata, já tagarcl-lava como gente...

Theopompa, mergulhando varias vezesa cara enxundiosa no avental, que lhe eraescasso para conter o farto pranto, cum-prira a ordem recebida, de transferir seubom aniiguinlio — de tantos annos 1 —para uma lata de biscoitos Aymoré mui-to furada a prego. O papagaia viajariaComo biscoito...

Robertinho por seu lado, orvalhou co-ciosamente as pennas da ave... As la-grimas que lhe subiram do coração acsolhos, desceram tremulas a seus mimososlábios, e dali tombaram, e pousaram em-fim, naquellas asas macias, cap'ivas dequatro paredes, durante annos e annos...

Soluçando os affagos da saudade emque se agitava, ptofügou tambem, empalavras entrecortadas de soluços, as cru-cidades dos homens: — Vae, meu leu...ri... nho... a... ma... do! vae paratu... a... ca... a... sa, dentro da ma...

tta que tem c... bras e Ia... a.... tos. Lá, os ma... a... ta-mos...

. tos não apparecem, nem os me...di... cos, para te ju di...

com mais um passageiio, escondido emuma lata de biscoitos... Um clandestina..Exactemente por sobre as espessas e ver-dejantes ramagens das arvores de C^nna-vieiras, foi aberta a lata e abandonado aoespaço o papagaio...

A principio, um pento negro nu ar. lem-brava uma pedra atirada pari traz, emlouca vertigem, correndo horizorta'men-te... Logo a seguir, porém, vnava .. evoava serenamente, rumo dos bosques quelhe perfumaram o berço...

Dois mezes depois de haver regressadoda cidade do Salvador, o pae de Rrberti-nho — agitando, c:rto dia, aos que acudi-ram a seus chamados, carta amsíosa docoronel Capivara, com noticias txíraordi-narias — exclamava: — Assombroso! Bemse vê que todos esses papagaies nasceramna Bahia de Ruy BarbosaI Venha cá!...Venham todos ouvir!

Preso do maio» espanto, olhos arregala-

—*—--——UM INSECTO VALIO-

SISSIMO

a..

garqui.e...a...

A cochinilha, um insecto muito pequeno,e usada como principal ingrediente no fa-bneo de um corante vermelho. Cerca de70.000 ovos são empregados para fabricaruma libra de corante. O macho tem asa>e é menor do que a fêmea, a qual i em-

pregada no fabrico do ccrjntr

A' hora estabelecida o avião partiu,a-.——•***********»--Ta***T**-i-a----^Ttl- -¦¦

dos em cima do papae, leu, então, alto,trechos da carta que já o havi :n alvoro-

çado: " O grande acontecimento desta ter*ra são os papagaios velhos que aprende-ram a falar, ensinados, todos, pcio ta' quedeixaste cahir do avião da " ConJor", emtua p-ssagem pela minha fazenda E' hojeuma alegria ouvir-se o nome Robcrtinhocantado sempre, sempre, peles pipngaiosde asas abertas, rutilantes por effeito dos

banhos da luz do sol, correndo aos bandos,

em todas as direcçõesl...

Os doutores de Cannavieiras, que assig*-

,nam revistas médicas, aconselharam os ha-

bitantes a enxotar de casa os papagaies, ou

a eliminal-os, por causa da nova moléstia— a pisittacose — e isso, parec;, tem con-

cerrido para o^lelirio de liberdade des do-

miciliados de nossas mattas" 1

Um grande abraço em Robertinho. Elle

que receba meus calorosos parabéns. O

gosto damnado esquecido está, completa-

mente, do adorado louro restituido aos pe-quiás. O nome — Robertinho — é que fi-

cou! Ficou e passou a constituir a musi-

ca das mattas! Foi ensinado por seu ami-

guinho e aprendido foi pebs papagaiostodos — velhos e novos — como letra de

um hymno á Liberdadej cantado das cé-

luras alturas!As cores de nossa bancleira — verde

e amarello — vivem agora rberlas de-baixo dos céos de Cannavieiras. São asasabertas, de todos os papagaijs, como

que congregados para a festa da bandei-ra, que aqui não mais acaba!

Beija o grande apóstolo da Liberdade— o Ruy Barbosa — como no co''egijtiveram que appellidar R.bc-ilhaho...Amigo velho e correligionário f-rree, —

Capivara."

Descançando as folhas da ca:'a em ei-ina da mesa, o pae beijou-o eífiisivanu-n-te, dizendo depois: — Esses, são meus;este, agora, — e mais um beijo aecres-centou — é o mandado por Capivara.

Então, meu pae, não foi mc'hor arsim? O papagaio não está fehz?!

Muito! Muito feliz, meu filho, aolado de todos os parentes seus, e conhe-cidos e amigos e companheiros dos primi-tivos tempos de vôos livres!

Eu tambem, meu pae. Estou muitofeliz, felis de meu^papagaio e de todosos papagaios de Cannavieiras! Manda di-zer assim, como eu quero que se diga.ao coronel

Rio, 1931.

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22 — Abril — 1931 — 15 —

FAUSTINA TOMA BAN

O TICO-TICO

E MAR

0 Man ESTAUma belleza'

Faustina vestiu numa radios.i manhã, o seu Na praia, um guardmagnífico roupão e foi tomar um banho de mar. começou a ollial-a.

Faustina julgou que o seu corpo escul-plural estava chamando a attenção...

. i llí!i'W^' ^vVf

e em "poses" admiráveis entrou ...fazendo varias acrobacias para Ao sahir do banho, o guarda deu.dentro d^agua... guarda rer. lhe voz de pnsüa

~~ i ClCiA' * ' 1

ePAHCA / 5NTAÕ NÃO SABE COW QUEM ESTA/*

_._ pí [m*aahoo9'!' a\^a4^mÁÓ f^ O Eu 5°u faust/na Jv ) . ^Vj:

Faustina não sabia atinar o motivo dessa prisão tão «..a denunciou como homem fantasiado de mulher. Foàinesperada. Mas ao chegar na frente do deegado o guarda... uni equivoco tremendo, que deu muito que fazer.

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O palhaço-Jogo de armarCollem em papelão a figura do palhaço e recortem cuidadosa-

n ente. Depois colloquem a figura, com o supporte que a sustem, so-bre uma mesa e, atirando pequenis bolas de vidro, façam estaspassar pela abertura que se encontra abaixo da figura. Terá maispontos quem maior numero de bolas fizer passar.

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22 — Abril — 1931 — 17 O TICO-TICO

AS AVENTURAS DO RATINHO CURIOSO{Desenhos de Walt Disney e U. B. íwerks, acçlusiviaade para O TICO-TICO, em todo o Brasil) i±t_"•"H""""" " ' ' JPj%M£2ÊÊyÁ fSSSP—Itir^W"""- ff tl^^ Tsjjt.

- "Seu" Guedes tem escapado, .,. Ratinko Curioso. —Adeus, minha ado-mas desta vez sou eu que vou mor- rada Macmuita! E puxando o cordão...rer! — dizia...

...do gatilho da espingarda, estadisparou e o tiro foi bater no relógio.

w&wwv&s =rv \ li ¦¦¦ y I "tu u "

, Desesperado com o insuccesso dosuicídio, Ratinho Curioso atira fora

,a espingarda.,4e**rrrtJpOT^-"«T

E vae para o alto da ponte,que atravessava o rio.

Desse logar se atira s águas marulhosas,mas cahe dentro de um...

__ ") yy;7x "

"S_^-E[ü^^S

fit --**** 'r^'lifr>-.. ,x-x>- -A» íjZ*

____¦_¦_________' **Vvc*'______/j^"*™ l'* X ^"i*L ¦ £J&^íb___p_Íii_ —~

fr*.M_ ^o»_Wr^ ^_ _j ___ 1,

.. .navio que ia passando, bem juntodo capitão...

T

...que lhe dá urna formidável surrae ordena que elle vá trabalhar a bordo.

Ratinho Curioso foi linx? ar o con-vés com uma maehina clectrica.

Ratinho Curioso, á noite, foi se dei-tar e uns esquilos oue estavam a...

...bordo quizeram pregar-lhe um susto, enchendo de.. .•

... gaz uma bola de borracha. E a bola de bor-racha, estourando, quasi mata de. susto a todoselles. {Continuai

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O TICO-TICO — 18 22 — Abril — 1931

CELINA

E

TÃO

MEDROSA!

Entre todos os sapos o que se vê

na gravura ao lado é o unico que,

"quando atacado", esguicha um li-

quido vesicante que provoca inflam-

inação quando attinge a peilt; i

ainda o unico que não tem

dentes.

Era um sabbado á tarde, e as crean-ças do Sr. Almeida tinham aproveitadoo meio feriado para reunir a1 gurisamiguinhos.

A semana ingleza, a meu ver, éa maior maravilha! — declarou Celso.

Depois das férias, se me faz' fa-vor! — acudiu Paulo.

Lá isso é verdade, mas aindaassim..., ia continuar o teimoso quefelizmente foi interrompido por Edgar:

Essas considerações ficam paraoutro dia. Vamos organizar um brin-quedo. O que ha de ser?

Cozinhadinho, ou de comadre! —¦»íembrarani as meninas

De pirata é melhor! — disseramos meninos.

Nem tanto á terra e nem tantoao mar: é me hor que seja de Pegador•u de Accusado.

Puzeram a votos, venceu o Accusa-do; tiraram a sorte e Paulo e Edgarficaram no caranianchão emquanto osoutros se foram esconder. Espalharam-se por toda a chácara e foi umacorreria.

O brinquedo ia muito bem quandotima das meninas se poz a gritai:

Ai que horror ! Soccorro!Acudiram os companheiros muito as-

Sustados:O que ha, Celina?Ah ! eu morro!Mas o que foi ? — insistia Celso

nervoso.Ali... um sapo 1

Tola ! Tres vezes tola! ex-Clamou Edgar, que não se poude con-ter. Você não sabe que os sapos sãoanimaes inoffensivos?

Não; e até ouvi dizer que ellesesguicham veneno na gente.

E' claro que sim, se forem ataca-dos procuram defender-se, mas primeirp

tentam fugir. Aliás, é só uma espéciede sapos que possue esse meio dedefesa. E por cansa desses, todos osoutros ficaram com a fama; emboraprestem reaes serviços nas hortas, co-mendo insectos e outros bichinhos no-civos, poucos são os que lhes fazemjustiça.

O sapo não podia avaliar, nem agra-decer tantos elogios; ele só compre-hendeu que aquellas creanças podiamser um perigo e tratou de fugir.

Dessa vez não encontrou advogadonem mesmo em Edgar e todos riramdos pulos desageitados e assustadosque dava.

As outras meninas estavam enver-gonhadas pela medrosa e os meninosindignados. Teriam certamente casti-gado Celina, se Celso não propuzesse:

Vamos descobrir onde mora esseheróe ?

E começaram a perseguir o pobrebicho, que se tivesse apresentado umcartão de visitas offerecendo sua re-sidencia, estaria livre dos curiosos.Mas elles o seguiram até um tanqueque havia n0 fundo da chácara e ondeo pobre sapo abandonou o bando.

Ora! —disse Elsa desapontada —morar num tanque qua'quer sapo mora!

E que esperava você? Que el!efosse um principe encantado, dono detun reino maravilhoso, e que, ao che-garmos aqui elle se transformasse numbello rapaz...

Ah! que implicante!Depressa, venham ver! — chamou

Edgar fazendo tanto estardalhaço quetodos pensaram encontrar alguma cousamuito extraordinária.

Não eram senão os ovos do sapo quepacatamente fluctuavam envolvidos em

uma espécie de espuma, junto dosagua-pés.

Felizmente veio o "seu" Joaquim,que graças aos seus muitos annos,podia ralhar com acpielíes peraltas.

Ora vejam o que me vão fazer iDeixem em paz os otHos do sapo...e ao sapo mesmo tambem, que eu bemvi quando o perseguiam. Daqui a poo-cos dias lhes mostrarei os fi'hotes,

que mais parecem peixinhos; pois nãotêm pernas e, em rtz dellas, murabo para nadarem. Depois, vêm as

perninhas da frente e, por fim, quan-do perdem a cauda, crescem-lhes as

pernas de traz, que são maiores.Talvez por virem atrasadas é

que crescem mais.Ah! então é essa differença ât

tamanho dos membros que dá ao sapoum andar tão desageitado.

Uh! qae boa idéa para um brin-

quedo! — exclamou SeTgjo — Vamosimitar a nossa victima de ba pcucj?

Apoiado!Um prêmio para quem melhor o

conseguir!E todos se puzeram a pular. "Seu*

Joaquim ria a mais não poder. Escon-dido, foi chamar o Sr. Almeida paraapreciar aquelles peraltas aos sa'tos.

Qual será o fim disso? — excla-mou o pae, rindo tambem, como o

jardineiro.O fim é um prêmio, papae, para

quem pular melhor.Pois eu me encarrego de julgar

e premiar. Que tal?Optimo!Então repartam estes bonbons..a

fraternalmente I

TIO NOUGU1

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22 — Abril — 1931

Sungas— 19 — O TICO-TICO

Lindas sungas de fina flaneüa branca e quadrados azuese amarellos, colarinho de cambraia branca e gravata azul;de linho estampado; de "toile de soie" verde agua e enfeitesde casas de abelha; de linho vermelho e viezes brancos; de

cambraia estampada', pala e golla de linho branco; de crepesemeado de flores tneudas; de "toile de soie" rosa, gollaviez do bolso e bordado em app'icação de "toile de soie*azul de pervinca. — S.

Dos últimos passeios que fiz, O áCascatinha foi o melhor.

Naquela vez quem ia "morrer comos cobres" era o meu tio Juvenal.

Mandamos chamar um auto.Após pouca demora lá estava elle a

buzinar em frente da nossa casa.Fui o primeiro a nelle entrra.

Depois que todos estavam sentados,mandámos tocar para a Cascatinha, noAlto da Boa Vista.

Andámos durante meia hora.Afinal, lá estávamos.Foi tuna delicia! Descemos do carro

e ficamos a ohar, durante uns 10 ou15 minutos, as pessoas que tomavambanho.

Depois daquelle pequeno tempo, re-sol vemos ir a uma chácara onde hou-vcsse frutas.

Proseguimos o caminho.Logo na primeira volta deparamos

com uma casinha de campo, deante daqual logo fui gritando:

Não existe por acaso aqui2 umachácara que nos possa ceder umas 2 ou3 dúzias de peras?

Não é tempo, agora. Mas sequizerem maçãs procurem numa cha-cara que fica mais ou menos a 3 ki-lometros daqui.

E por onde poderemos ir?O senhor segue por essa estrada.

Lá no caminho, o Sr. vira dará a drreita e mais adeante vire para a esquer-da. Depois "desça para baixo e subapara cima" e logo encontra um riozi-nho.

Depois vire para a direita e siga ocaminho até o fim, e no fim do cami-nho o sr. encontra um riozinho, passe

n _. _ i j

Yg/Y

||tl! Um passeio agradável I

o riozinho, e desce o riozinho, e depoisde ter descido o riozinho...

Muito obrigado "seu" Riozinho. Nósiá sabemos o caminho.

Continuamos. Logo á primeira curva,demos com uma casa que nos pareciaser chácara. Arrel — exclamei, até queemfim chegamos.

Não foi preciso descer porque lá naporteira estava uma velha carrancuda,sem dentes, mascando um pedaço defumo que tinha na mão.

Boa tarde, madamelBoa tarde, moço!Não haverá por aqui algumas fru-

tinhas que nos possa vender?Só temos umas 3 ou 4 dúzias da

maçãs serve?Serve. Mas quanto custa.

E' 4$000 a dúzia.

.- E' 4$ a dúzia..4$00ü? Pois se na cidade se com-

pra por 1Ç500IPosso fazer um pequeno abati-

mento, si levar muitas.Não queremos mais que 2 duzias.Bom! disse titio, si quizer por 5$

traga senão, não.Como são freguezes velhos (era

a primeira vez que lá tínhamos ido)deixo por 6$.,

Não disse titio, si quizer por 5$as duas duzias pode trazer.

Bom! Vae por 5$, e vou manda'B menina tirar.

Maria! Maria! berrou a ve'ha.E lá se foi a Maria a cortar ai

maçãs.Mamãe que estava comnosco,

achou que era loucura comprar 2 du-zias de pequenas maçãs por 5$.

Se quizer as 2 duzias por 4$ duga! exclamou mamãe.

Não, não, não, não posso.Então vamos.Bom! que é que se vae fazer, dis-

ge a velha.Esfregue fumo nos pés, respondi.

Mamãe dcu-ine um beliscão, mas nâogritei com medo de receber outro.

Emquanto isso, o carro poz-se emmarcha, emquanto lá na porteira a ve-íha me maldizia.

Quando iamos dobrando a cerca daJiacara, ainda pudemos ver a pobre daMaria colhendo as ultimas 2 maçãs pa-ra nós.

Nunca ri-me tanto como naquelle dia.

SAKE TACLA

(12 annos)

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O TICO-TICO 20- 22 — Abril — 1931

-D O 3VE ÜP TJ JD O IR,Em caminho por uma estrada, Dom Pudor, encontrou- Então as meninas não são protegidas de Deus?! Temerão,

se com três beüas creaturas; e, apesar da sua timidez e por acaso, as meninas algum castigo divino?!grande orgulho pessoal, não poude prosesmir o cinrnlu» cLã. iri ov *c&uir o cammno —Senhor!!!... Se quer que lhe demos mais algunssem ver satisfeita a sua curiosidade, de saber nurm ».-.,,-, . ji c, ae saoer quem eram momentos de attenção não nos fale nesse nome ! Fi-aqosllM jovens desconhecidas para el!e, que estava acostu-mudo a andar por toda a parte...

Tarando, Dom Pudor, depois de tirar „ chapéo e, emtom reverencioso, atreveu-se a perguntar:

Quem sâo, oh lindas meninas de semblantes tãofascinantes e de formosura jamais vista pelos meusolhos ? !

As jovens, parecendo a principio envergonhadas,abaixaram a cabeça para logo erguel-a- simultaneamentefitando o desconhecido, responderam;

Por que faz esta pergunta, cavalheiro?Perdõem-me se involuntariamente offendi com annnha pergunta , susceptibüidade de moças distinctas

' vcuturosas... Mas... comprehendem que, sendo eu jo-ven, rico e poderoso, tenho forçosamente vaidade e des-culpem-me; digam-me, por favor, quem são?E"gana-se, cava-heiro! _ exclamaram as jovens ao-mo tempo. Não somos quem 0 senhor ju^ga... Somos.ao contrario, umas infelizes e repellidas por iodos«uno, poderemos ser distinctas nem venturosasl

A» CfeT!tn;naíU^m€nè' gra"Jar C01"mÍg°)' disse «"*y

mesmo Doai Pudor, que, chegando-se mais para peitodas jovens, assim falou;Não se profanem,

meninas, e digam de umavez quem são*

Não estamosmentindo; 0 que dissemosé a-pura verdade, e dei-xe-nos, por misericórdia,seguir o nosso destino esem nunca nos querer co-uhecer..,

Cada vez me agu-Ça mais a curiosidade desaber quem são; e, porDeus, satisfaçam-me essegrande desejo!

Senhor !!! Não nosfale em Deus!

O que?! Teria eu

por acaso ouvido mal oque as meninas disseram?

que sabendo que vivemos completamente divergidasdelle... e...

Mas... será possivel? — exclamou Dom Pudor comvoz um tanto alteada — Digam-me, digam-me depressa, se-nhoritas, quem são?

Creia que se vae arrepender, senhor, mas, como in-siste, escute:

Eu, disse a menos joven das quatro, sou a Mentra;e> esta, a Falsidade; esta a Perversidade, e aquella, a Dc-

vassidão !Oh!... Que horror! — exc'amou Dom Pudor, ta-

pando os olhos com as mãos. E, em tom severo, orgullusje de cabeça erguida, virou-se para as jovens e disse: — Poisbem, eu sou Dom Pudor!

Foi como que cahisse uma faisca electrica do céo sobreas jovens que, espavoridas, cheias de terror, correram tro-pecando umas nas outras, pela estrada a fora

'

E, Dom Pudor, firme, resoluto e nobre, seguiu o seucaminho e para se unir ás companheiras de sempre: Fé,Esperança e Caridade I

LAVI IBSE DE MOURA

O vemdedor d© agtnayjw-jw.v.-jv. «$$®<$<i>$$$®4>

Pae e filho estão ai-moçando. O filho desper-dica muitos bocados depão.

Come esse pão, diz-lhe o pae; olha que podeschegar a ser pobre, e nãcencontrar esses pedaços,que hoje desprezas!

Mas, papae, replicao pequeno, se eu os co-mer, ainda menos os en-contrarei !

A borboleta nocturnaniaior que se conhece é aborboleta Atlas, que seencontra na China, ecujas asas medem 22Se exè cem Í6S

** ^ existera os fedores de aq exercem 0 seu commerc.o carregando bolsas de couro cheias centímetros de enver-de garrafas com agua. " d

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22 — Abril — 1931 — 21 O TICO-TICO

Todos os dias aquelle meninoia ao mercado levar os produ-ctos da pequena lavoura de seuspaes em uma carrocinha puxadapor uma cabrita.

O animalzinho affeiçoara-se àcreança, acompanhando-a, dócil-mente, por toda a parte como sefosse um cão fiel.

Os mercadores já o conheciame compravam-lhe as frutas e legu-mes sem regatear muito nos preços.

Tempo chegou, porém, no qualera grande a escassez de tudo e acrise monetária attingiu todas asclasses.

Os pobres lavradores aindamais pobres se sentiram, e os paesdo menino foram dos mais attin-

gidos pela desvalorisação geral.A tal ponto chegou sua penu-

ria que um dia se vi-

ram na necessidade de

vender a cabrinha.Lcvaram-n'a ao mer-

cado e facilmente acha-

ram comprador entre

os negociantes dali.

No dia seguinte, pelamanhã, o menino foi,

muito triste, levar suas

escassas frutas e le-

gumes, á venda, em-

narrando, elle próprio,a carrocinha que era

dantes puxada pela ca-brita.

Tinha vendido jáquasi tudo, quando,ao passar perto docompartimento, cujomercador comprara navéspera sua cabrinha,

esta o viu.

y^^AA*^W^%f-Wr_-V---_-r--%_S^

r<rV______%%-*T____ _%__-a>__^%"n%'|

/\ Generosidade?do fl\ercador ..

./¦_-.-. _-'.

trazentlo a cabrinha e entregan-do-a novamente ao novo dono.

Estava com os olhos cheios fielagrimas e tão commovido que não

ponde articular uma palavra.O mercador, homem generoso

e de bom coração, vendo o nobre

gesto do menino restituindo-lhe acabrinha qüe fugira para o acom-panhar, não quiz acceital-a, dizen-do:

— Faço-te presente da cabrí-nha que comprei hontem, e comovejo que és um menino honesto e

bom por seres amigo dos animaesconta commigo para te auxiliar na-fjuillo que precisares.

O menino agradeceu a gênero-sidade fio mercador e levnu, nova-mente, a cabrinha para casa ondecontou o que lhe aconteceu.

Os paes ficaram muito satis-feitos e, com a protecção do ge-neroso mercador que era um ho-mem abastado, conseguiram ven-eer a crise que os assoberbava eem breve tornar á normalidade dasua vida.

O menino fez-se homem e acabrita, sempre dedicada, foi aorigem fie um grande rebanho quelhe deu fortuna.

MAURÍCIO-

ÇJ___--.-.

4

0 THESOURO QUE E' A ARVORE

Immediatamente par-tiu a corda que a pren-dia e deitou a correracompanhando seu pe-quenino dono.

Este, comprehcnden-do que o animalzinhonão mais lhe pertencia,regressou ao mercado,

Da madeira extralic-se qua .1 um cento tte productos. £roggeatfcra gravura confeccionada pelo Botânico Dr. Eduardo ijBritto, mostra os producto9 quo se podem das madeiras ex- Jitraliir pela — distillação e rarhnnisação. ?

No desenho feito pela talentosa Professora D. Maria do CCarmo Paschoa!, comprehcndcrá o leitor o esforço empregado 5pelos chimicos para, de um simples pedaço de madeira con- íseguirem extrahir tantos e tao variados productos, dotados Ndas mais diverras propriedades e servindo para os fins maig idifferentes j

OS PENTEADOSDO PASSADO

No reinado de Luiz

XVI, na França, os

penteados eram assum-

pto dc especiaes cogi-

tações.

Quanto mais alta a

cabellcira, mais requin-

tadamen.c moderna era

considerada.

E a vaidade cia fidal-

guia d'aqucllcs tempos

chegou ao abysmo ile

collocar sobre pentea-

des fie meio metro ile

altura, castcllos de ouro,

navios de prata, grani-

pos de pcdrariai e plu-

mas finissimas. Quait«

do mais alto o pentea-

do mais na moda se

julgavam os fidalgos,)

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O TICO-TICO — 22 22 — Abril — 1931

»®Dr.»A»B*TlJ__tifc¦xs£DJALMA BERGAMINI DOS SANTOS (São

Paulo) — Pode mandar os contos, aneedotas, historias,etc, que se estiverem em condições serão publicados, nadalhe custando. As photographias tainbem serão publicadasse derem boa reproducção na gravura.

ARACY V. MOURA (São Paulo) — Sua letraainda está muito indecisa em formação, como seu caracter.Entretanto, já se vê bondade, generosidade, alguma energiae força de vontade... para o futuro.

O horóscopo dos nascidos a 26 de Outubro é este:"São muito volúveis, inconstantes, deixando os amigosvelhos pelos novos. São entlmsiastas, activos, trabalhado-res, e não desanimam deante de contratempos, conseguindosempre o que desejam. Só são inconstantes e infiéis e nãoterão felicidade por isso. Seu temperamento inquieto osfaz propensos ás doenças nervosas. Apesar de honestos ecumpridores dos seus deveres, têm o mau costume de seesquecer" das contas velhas e deixar que as novas...envelheçam..."JOÃO BAPTISTA MOURA (São Paulo) - Letrade pessoa fantasista, caprichosa, cheia de repentes impul-«va, procurando sempre ser original em qualquer cousa.balia-lhe o senso da medida; tem, entretanto, clareza esabe refrear a tempo seus ímpetos.Quanto ao horóscopo dos nascidos a 9 de Ju'ho éeste: "São amigos do dinheirot da fama e ficarão velhos

gosando boa saúde, soffrendo apenas dos rins na velhice'Tem grande e generoso coração e muita habilidade paradirigir grandes empresas. São optimos paes de familia,amigos dos filhos que fazem delles o que querem Seuniaw defeito é criticar os defeitos alheios c ficarem zan-gados quando alguém lhes aponta as propiias fahas"

CINEARTEIRO (Rio) - Não diga mais: "estudographologico da minha letra" que é uma expressão pleo-nastica. Dizendo: estudo graphologico, já se sabe que éo estudo da sua letra.

Vejo nella inconstância, versatilidade, pouca observa-çao, espirito pueril e fútil. Um pouco de teimosia quedeve ser combatida quando é para o mal, ou reincidênciatio que lhe foi prohibido, percebe?^ O horóscopo dos nascidos a 18 de Fevereiro é este-Tem grande intelligencia, apesar de serem desordenados!preguiçosos e amigos do ócio. São amigos fiei- c sincerosporem, inimigos terríveis, vingativos e rancotoso;. Sãotehzes_ no fim da existência tendo muitos filhos Devempreferir amisade com pessoas nascidas em Janeiro, Cutu-oro ou Julho. São, geralmente, de gênio alegre e com-tnumcativo .

„m ^lJ.TY (?) — Nunca deve odiar, porque o ódio éXencnT

° T"™*- NS° é ™S™ PÜS^el que

doso e meigo211" n° SCU C°raÇã0 qUC CU Sint0 ser büU-

,.J™;rr P°r t?(dos.os meios cham*r ao bom caminhoessa criatura que "está trilhando um camniho equivoco eprocurando a própria ruina", como dizEscreva-me, Kitty, contando o que conseguiu.

_ M. AMÉLIA A. (Jaboticabal) _ A falta de espaçonao permitte estudos pormenorizados como desejaDirei apenas que o horóscopos dos nascidos em 18 deJunho, é p seguinte: "São muito orgulhosos do seu nome

de familia e exaggerados em tudo, tanto assim que nr. ve-Ihice soffrerão do estômago e dos intestinos pelos seus ex-cessos á mesa. Ficarão ricos depois dos 35 annos. Têmgrande vocação para a medicina e para a política, e sãoincontentaveis; nunca estão satisfeitos com o que fazemnem com o que lhes fazem".

PEIXINHO DO MAR (Paraguassú) — Não en-contrei a "letra"

que diz ter mandado em papel sem pautapara o estudo graphologico.

Quanto ao horóscopo das pessoas nascidas em Feve*reiro tenha a bondade de ler o que já disse pouco antes ao"Cinearteiro".

FLOR DA PRIMAVERA (?) — Póde-me mandaios "contos"

que eu encaminharei ao redactor-chefe. Seestiverem bons serão publicados. Se forem "contos... dovigário" irão para a cesta dos papeis velhos.

O horóscopo dos nascidos a 24 de Maio é este: "Têmgrande habilidade manual e são amigos do luxo e das com-modidades. De gênio irri.lavel e impaciente, não sabemdominar seus impulsos, o que, ás vezes, os faz muito in-felizes. Gosarão boa saúde, ficarão velhos, porém, sof-frendo do figado por causa do mau gênio bilioso. Sf-u me-Ihor dia da semana é a sexta-feira; seu me; mais feliz éo de Julho. Suas pedras talismans a esmeralda e a agatha.Suas cores preferidas: o amarello, o roxo e o preto".

RAIOZINHO DE LUA (Nictheroy) — Muito in-teressante sua carrinha. Creio que já fiz seu estudo gra-phologico. Escreveu agora em papel pautado e nada maislhe poderei dizer a respeito. Escreva-me em papel sempauta, sim?

HAND SEVEN (São Luiz-Maranhão) — Sua letraindica bondade, doçura, indulgência, um pouco de incon-stancia, também e despreoecupação.

Para saber o horóscopo dos nascidos em Outubroqueira ter a bondade de ler o que disse já um pouco antesá "Aracy Moura" e para o horóscopo dos nascidos emMaio o que também já disse á "Flor de Primavera"..

ANTHROPOPHAGA (São Paulo) — Livra! Quepíeudonymo! Sua letra denota reserva, calma, capricho,ordem, clareza, espirito mystico e religioso. É capaz atéde abandonar o mundo e recolher-se ao claustro...

Intelligente e sentimental, .é uma grande emotiva.LEVINO DE SOUZA — As paginas com retrato»

de amiguinhos d'"0 Tico-Tico" são "armadas" com muitaantecedência, e, como são muitas, tem de "esperar a vez"de serem publicadas, o que se faz pela ordem chronolo-gica do recebimento dos mesmos retratinhos. Sua vez che-gará. Tenha paciência. Outros que mandaram antes doseu ainda não o foram, porém, serão publicados a seutempo, creia.

MORENINHA (Triumpho, Bahia) — Sua letrarevela alegria de viver, iniciativa própria, enthuíinsmo,actividade, esperança, ambição. Vê-se ainda poder de lo-gica e concatenação de idéas, assim como um pouco deegoismo nas amisades.

Quanto ao horóscopo dos nascidos em Junho queiraler o que disse um pouco antes ao consulente Beija-FlocTriste sobre este assumpto..

Dr. Sabe-tüdo

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22— Abril —1931 - 23 ~ O TICO-TICO

HISTORIADE UM RIO

Chamo-me Amazonas,Minha nascente fica no lago Lauri,

no Peru.Sou bello, gigantesco, magestoso,

mas nenhum desses dotes prodigaliza-dos pela Natureza me satisfaria tantocomo se fosse genuinamente brasilei-ro, como o meu irmão S. Francisco,pois elle nasce no Brasil, deslisa porterras brasileiras e morre no Brasil.

Atravesso os estados de Amazonas ePará. Nas minhas águas reflectem-seumas flores lindíssimas e lnteressan-tes pelo seu feitio original, chamadasvictorias-régias.

Durante o meu percurso, quantascousas lindas vejo e quantos beneticiosespalho!

Atravesso florestas espessas comauas arvores frondosas cheias de or-chideas de diversas qualidades e entre-laçadas de cipós floridos que formamBobre minhas águas límpidas e azula-das u m magnifíco docél, passopor valles verdejantes, campinas, fio-ridas, por entre tufos de verdura lu-xuriante e salpicados de diversa» fio-rinhas subtls, em fim, por m_tto_ ow-tros logares bellisHiruoa qi»e nem oimais. lllustros pintores comwgulramaté então, reproduzir.

Dou selva ás planícies ressequidas,tornando-as férteis, sacio a sede demuitos animaes que vêm beber deminhas águas marulhosas; torno fres-cas e fc*—M as plantações e Barriam-baias que pendem amerellecidas ásminhas margens. Sobre meu dorso des-lizam embarcações que v â o levarmercadorias a portos distantes; parted e minhas águas evaporam-se for-mando as nuvens que se condensame cabem, mais tardo, sob a fôrmade chuvas que refrescam as planta-ções e adubam a terra. Crio, no meu•elo, peixes, entre elles o pirarucu.De tempos a tempos minhas águas en-contram-se e combatem com a vagasdo oceano, formando, ahi, o phenome-tio: — pororoca.

Depois de prestar lnnumeros bene.fidos, venho lançar, satisfeito e feliz,minhas águas no selo amigo do OceanoAtlântico.,

NHANHA-TEQUENA

A BANDEIRA BRASILEIRALinda bandeira, dum pniz tflo bello,Com tuas cores, todos arrebatas;Teu: mil riquezas, n'ouro amarelloTens pino verde, que nos lembram

[ mattas!O teu azul, <5 este céo de anil,Que sempre puro, glorioso cobre,Teus filhos, tudo, tú, caro "Brasil",Paiz feliz, rico paiz, tão nobre.As vinte estrellas, que tu tens na es-

[ pher-i.Bem representam teus Estado» ricos,O branco, paz, que torto o povo e "pera,Dos vastos campos, aos mais altos

t picos!. . .No mastro ao ver-te, fulgurante, er-

[ guida,Linda bandeira, tremo de emoção;

' Por bem saber, que tua, é minha vida,Que teu tambem é o meu coraçãn!!!

RENATO COELHO

_._... quá quá, quá... Outra vez carue assada? Nesta

casa não se pode escolher, então?Sim, senhor. Pode-se escolher

entre comel-a ou deixa!-a. . .Não te recoruas daquelle relo-

gio que perdi lia una cinco mezes?Perfeitamente; por que;-

Não te lembras como o procureipor toda a parte inutilmente? Poisbem, hontem puz um collete que jánão usava ha muito tempo e o queencontrei no bobo?

Que homem de sorte! O relógio? Não digas tolices; encontrei o

buraco por onde ello sahiu. Mario é tão rayope quo usa

óculos para dormir. Naturalmente é para reconhecer

as pessoas que lhe apparecem em so-nhos.

Foi o Edywaldo que amarrouesta lata no rabb do pobre gato! Istoé multo feio! Vocô faria o mesmo,Oswaldo?

Eu? Não, senhor! Deus mu livre!Credo!

Muito bem! Mas por que não olmpedls-te tle fazer?

Não podia, não, senhor. Eu es-tava occupado, segurando o gato...

Esta madrugada, ás 2 horas, en-trou um ladrão lá om casa, juttnmen-te quando eu sabia do club e me dl-rlgla liara lá.

E levon alguma cousa?..Se levou! ... O homem está. no

hospital! Minha mulher pensou queera eu!

______E_B_I__I ____________*/^ l * v 3

O MARQuantas emoções, quintas idéas

desperta em nós a contemplação domar! Quando se avistam os seus horl-zontes dlaphanos, quando se observamos seus movimentos constantes, quan-do se esperimentam as suas temjjf.sta-dos desfeitas, quando se escutam oaseus bramidos iiorrisonoa, a alm-i oscil-lr.-nos, debate-se no calafrio do sirbll-me, fica absorta, extasiada; — porqueo mar é o que existe de mais gran-dioso e formidável, de mais solemnee sobrevo em toda a vastidão do pia-neta.

A transparência de sua superfície<iue parece um fragmento de céo eexcede em brilho um crystal venezia-no; o azul de suas agnas que assem*"lha uma liquefacção de turquezas; aphosphorescencia de suas ondas querecorda uma pulverização da diamau-tos; os raios intensos do sol, que lheextrai faixas de ouro e os reflexossuaves da lua que lhe finge arabescoade prata; as suas frescas brteas e aaBiias espumas referventes, as suas con-chás nacarinas e as suas fulvas areias,os sua» algas verdes e os smii" roseoacornes, as suas cavernas psponjo_,u eas suas plantas esquisitas, ou sQuanbysmos lnsondaveis e os seus peixesvariadiuslmos; e depois as sujs eer-rações medonhas e as suas borrascasfuriosas, as suas restingas traiçoeirase os seus naufrágios tremendos, osurros do vagalhão que osbravoja •arrebenta em serras, e os gritos daniaruja que se lho afunda e sepultanas voragons; e, por sobre tudo isto,a Immensldade, a uniformidade, o infl-nlto, tocando-so, contlnuundo-sc, con-fiindlndo-ao perdendo-se níquellns In-tei iniiiavols amplidões, oh! o mar éiia vida da Natureza 0 quo melhor do-fino e mais se approxima & vida doespirito, é por suas Inspirações e gi?.n-dozas e conlrant.es e tragédias, o quemelhor caracteriza e mais se aproprianos sonhos da phantasla, aos matAm<lo sentimento, ás profundidades daIdéa, aos estos do desejo, aos apertoaCS dôr, nos repoüões da desgraça, &poesia e á seiencla, á saúde e a espa-lança do hoinom.

Assim se explica e compioheiule.orqut o mar tom sido sempro o gran-de factor da historia, o granlc Irmpul-Eor e conduetor da civilização hu-mana.

A. G. M. JUNIOH

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O TICO-TICO 24 22 — Abril — 1931

AS AVENTURAS DO 6AT0 FELIX{Desenho de Pai Sullivcm — Exclusividade do "O TICO-TICO para o Brasil)- --ffl'"l tu., in tt—I |

1

I fe^ *""Para mostrar suas habilida, g, garboso, ufano, elegante,

des em jiu-jüziu, Gato Felix áo Qato Felix faz pose- de vence-mina o lampeão. dor#

Mas eis que o guarda exclama: —Destruindo a propriedade publica,hein?

Gato Felix, espantado, sahe a ' ° P°licial sahe tam- Mas Gato Felix cor- ,. .enfrentar o policial í ecorrer, vae fugir. tejn a iperseguil-o, para re muito e, no meio da mostrar-lhe quanto vaie;

prendel-o. carreira, resolve... um sportman.»t£ft*y

Vvl fl.

E, assim, segura o policial pela .. .toda a força, dá-ifee com-a.£abeça .. .valente se afasta em direcção ácabeça, suspende-o no ar e, com... no chão! Dapois,_ orgulhoso, o...* casa e encontra no caminho com...

--' i

.. .um bode que não quer sa-hir do legar onde está.

IW"' in i i . , i

£m\\ CA? ^rflj*-

m\ «tV N ll% X' SSeeaaáCBL SrAz2/sA^7f

i ^-v". "?a'""- -- ... G

Gaio Feftz vae também lutar como bode!

11 ji»im»i———— i* in ——

E, frente a frente, os dois batutasvão iniciar a luta. (Coníinúa)

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22 — Abril — 1931 25 O TICO-TICO

.-, .parecendo assustado. O ho- .. .lenha, atirando-se tombem Este homem era o rei d'aquel-me-m atirou-se ao rio, tentou água, formou uma jangada com le rpaiz, que, por ter um minis-nadai', mas ia morrendo quan- a qual Thiago salvou o ho- tro mau, fora victima de umadoa.., mem, revolução.

\\^ ^^A^^A'

O menino contou-lhe ocaso da lenha encantada. Orei não acreditou; tinas nisto appareceu a velha...

. que logo se transformouem uma fada lindissima.vista disso o rei ia ajoe-

,.. .quando chegaram os seus Então, o rei voltou ao seu pa- Quanto á lenha encantada, fi-guardas. lacio, levando Thiago, que ella cou na floresta, para defender

O mau ministro fugira e a re- adoptou como seu filho e nomeou os lenhadores contra os animaca'-Volução tinha terminado, principe, feroá:..

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O TICO-TICO 26 — 22 -» Abril — 1931

Dois amigos inseparáveis,chamados Saadi e Saad, pas-scavam um dia em um bair-ro pobre de formosa cidade esua attenção foi despertada pe-Ia morada pobre de um cordo-eiro que trabalhava á porta,apenas coberto com uns farra-pos.

Acercaram-se d .lie e 1 heperguntaram o nome e, ao sa-ber que se chamava Illan-Has-san, Saadi lhe dirigiu a pala-vra nestes termos:

Hassan, não ha officioque não mantenha quem oexerce e não duvido que o teute dê a ganhar o sufficientepara que possas viver. Se, co-mo dizes, faz já tanto tempoque o praticas, não comprehen-do a razão pela qual não tensfeito economias e vives nestamiséria ainda hoje.

Senhor, respondeu Has-san — tenho mulher e filhos.Cinco filhos, tão pequenos, to-dos, que nenhum está ainda ca-paz de me ajudar. Tenho quealimental-os e vestil-os. Pormaw nc trabalhe, não ganho osufficiente para viver melhor,eu vos asseguro! A vida émuito dura para a gente po-bre!

Coniprehcndo tua situa-ção — disse então Saadi. Dize-me: se te dou uma bolsa comduzentas moedas de ouro, pro-mettes empregar esse dinheiroe trabalhar até chegar a ser ocordoeiro mais rico da cidade?

Oh* — exclamou Has-

Sue Z "eiaP°dÍa Cr'r'n° W **¦ " Nã° **» «"*«

mas Ve rV BraCe,°' ^ ** ""^ SraCeJar assim:mas, se e certo que me proponde, semelhante coisa, asseguro que

_ ___- ___• ~v"™ —• ¦ -..™

~_^_T_L_Í tüftÉ »*¦ ** * r..«rem""

AqU', tCTS dUZemaS m°edas de ouro- Me" amigo e eu te-£_sr_*S_i- — - — ¦ "'»• í* 1?mi.

"grtde™:.3 "^ * **" ^ *" " **« ™

ta __T! r S"_ CaSaJ n5° haVÍa Sequer "m ar™™> ou gave-iíL__l íí_sroccu,tar ° thesour°' -^ Si

pa a sat. fazer "^ ^ anteS tÍrado ™as d<* moedas.

fher Céo" _tí__ deSP6SaS e "" ~ sua —iner ignorasse o que se havia passado.

f_viaCZr0queb.m """^ * Canham° Para ***** « »™ha ia dias que em sua casa nmguem comia carne, correu ao mer-cado e comprou um bom peso delia.

Voltava nosso homem muito contente para casa, quando umcachorro esfaimado cahiu de repente sobre elle, pretendendo ti-rar-lhe a carne. Hassan se defendeu suspendendo os braços mas ocao, vendo-se impossibilitado de carregar a carne, tomou entreos dentes seu turbante e com elle desappareceu.O pobre homem chorou, inconsolavel. O que mais o preoc-

Capava, entretanto, é que seus bemfeitores, que haviam promctti-

(TRADUCÇAO ESPECIAL PARA "O TICO-TICO'GALVÃO DE QUEIROZ, NETO-

do voltar, não acreditariam,quando lhes contasse, e suppo-riam que elle havia esbanjadoo dinheiro.

As dez moedas pouco du-raram e para bem pouco derame o cordoeiro voltou ao estadoprimitivo. Tempos depois pas-savam por ali novamente, osdois amigos.

Hassan lhes explicou o quesuceedêra, com lagrimas nosolhos e muito perturbado.

Saadi não acreditou, jul-gando que elle queria enga-nal-os e ia retirar-se, após re-prehendel-o, quando Saad in-terveiu. Tão bem o fez, queaquelle tirou nova bolsa demoedas e deu ao infeliz homem,dizendo:

Pela segunda vez tepresenteio com uma bolsa. Voi-taremos a ver como empregaso dinheiro.

O cordeiro correu para ointerior e procurou onde oc-cultar o dinheiro. Por fim,oceultou-o em um velho vasode barro cozido e foi em buscade mais canhamo para traba-lhar.

Durante sua ausência, amulher, que tudo ignorava, tro-cou o vaso por algumas mer-cadorias de um vendedor ani-bulante que passou.

Desgraçada mulher! —exclamou Hassan ao saber dis-so — Não sabes o mal que nosfizeste! Meus bemfeitores nãomais acreditarão em mim econtinuaremos a viver na mi-

seria, como até hoje!Emquanto isso, Saad e Saadi discutiam sobre o resultado

de sua generosidade. Acreditava o ultimo que o cordoeiro nãofalara a verdade; o primeiro achava que elle não mentira. Porfim, um dia, resolveram ir vel-o e elle lhes teve de confessar,rubro de vergonha, o que succedèra.

A fortuna é caprichosa — explicou Saad, intervindo —Não ha de que culpai-o! Pôde ser que diga a verdade. Vamostentar outra maneira de ajudal-o. Já que de nada lhe serviramas quatrocentas moedas, dar-lhe-emos aquillo que primeiro encon-trarmos no caminho. Pôde ser que lhe seja mais proveitosos.Resultou que o que encontraram foi um pedaço de chumboe conforme o combinado Saadi o deu a Hassan.

Succedeu que esta mesma tarde um pescador concertando asredes notou a falta de uma chumbada. Sua mulher sahiu erabusca de uma e foi bater á porta da casa do cordoeiro.Que casualidade! — disse a mulher de Hassan. — Menmarido tem uma...

E deu-a á mulherzinha do pescador. Esta ficou tão contenteque prometteu trazer-lhe, em retribuição um lindo peixe. E assimfez. Ao limpal-o, a mulher do cordoeiro tirou do buxo um3grande pedra que parecia um pedaço de vidro.

Ignorando o que pudesse ser, deu-a aos filhos para brincar.A pedra passou de mão em mão e quando, á noite, accenderama luz, os meninos notaram que brilhava muito. Loucos de alegriaas creanças fizeram tanto barulho, que uma vizinha, casada comum joalheiro, veiu reclamar.

¦A. Fortuna deIla._a-I_ra_ssa.1_1

POR

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22 — Abril — 1931 — 27 O TICO-TICO

"1 ONCUfiSO DE Sífl JOIO D' 0 TICO-TICO. Apresentamos hoje aos concurrentes destegrande certamen a 10a fracção do retratode carrapicho que, como dissemos ante-riormente, constitue a solução do " Con-curso de São João". Com duas insersõesmais, estará encerrada a primeira parte doconcurso. A segunda, é a remessa a estaredacção do retrato de Carrapichho coila-do ao " mappa" publicado n'0 Tico-Ticode 11 de Fevereiro, até o dia 10 de Juih.i,data do encerramento deste nosso con-curso.

Entre outros prêmios magníficos, dislri-buiremos os seguintes cm sorteio publico:

.3°. premio — UM AUTOMÓVEL'

Luxuosíssimo automóvel com fortespneus, e todo equipamento de um carromoderno, te.ido mais dc um metro dc com-priinento.

»°. premio — UM AUTOMÓVEL

Também este automóvel é de acabaincn»lo impeccnvel, carrosserie cm tinta esmal»;te com frisos de cores variadas.

s". premio UMA BONECA

Io. premio UMA BICYCLETTA

Solida e elegante bicycletta do afamadofabricante Peugeot, constitue o l* pre-mio deste concurso e é offerta da CasaIsaard & C., á rua Evaristo da Vei-ca, 20.

2". premio — UMA CARTEIRAESCOLAR

Rico movei próprio para menino ou me-nina estudar, digno de figurar em qual-quer sala. Com graduação necessária paraa altura de qualquer menino.

BsAtÊtmr^B'... W ..../. mmConcurso de S. João — Letra J

Linda boneca ricamente vestida, cCWlquasi setenta centímetros de comprimento^

6°. premio — UMA BONECA '

Elegante boneca de cerca de 60 centhmetros de comprimento.

J». premio — UM REMA-REMA

Magnífico premio este, solidamente con»feccionado e um optimo vehiculo para apratica do sport.

8o. premio - UM REMA-REMA

Igual ao 7° premio.

9°. premio - UM VELOCÍPEDE

De grande tamanho, rodas de borrachae de grande resistencia.

10". premio — UM VELOCÍPEDE

Igual ao premio anterior.

ftMMAi^VN^ft^AAAAMtfMiM^^m^Mtf^^^M^Wi^^MAnAnAAAAAMMAfl^KW^VWUWAMVWWWWWWVWVWWWi

Ao ouvir a explicação quiz ver a pedra e ao tel-a diantedc si, fingindo pouco caso, disse tratar-se de um simples crystal.

Mas como eu tenho um outro igual a este — acerescentoui— gostaria dc compral-o...

Os meninos protestaram e a mãe não ponde vendei-a.Quando o joalheiro soube da existência da pedra, que não

era menos que um riquíssimo diamante, encarregou a mulher dead«|iu'ril-a.

Atas a mulher de Hassan, percebendo o interesse disfarçadoda outra, negou-se a vcndel-a.

Afinal veiu o joalheiro cm pessoa e sua offerta estava emcem moedas quando Hassan appareceu.

Vendo do que se tratava, o cordoeiro, então, falou:Quem quizer levar a pedra, ha de dar por ella cem mil

moedas...

O cordoeiro disse tal somma como quem deseja o sol ou aleia, sem suppôr que fosse possivel, jamais, possuil-a.

Não tardou, porém, p joalheiro, a concordar em pagal-a, poisestava encantado pela pedra.

Hassan botou num Banco aquella fortuna. Tão bem soube

girar com ella, tle então por deante, que em breve chegou a

comprar, com a renda, uma casa magnífica.Ao passarem, um dia, Saad e Saadi pela cidade, sua bclleza

lhes chamou a attenção.Bateram e qual não foi sua surpresa ao ver que a casa

pertencia a Ilan-Hassan!Alegro-me de <iuc o dinheiro que te dei te tcnlia sido tão

proveitoso, — disse Saadi. Mas não posso comprehender por quenos oceultaste isso tanto tempo

Quanto a mim — disse Saad — nunca puz em duvida o

(me nos contaste c acredito que ao pedaço de chumbo que te demos

é que deves esta bella posição.Contou, então, Hassan, como se haviam passado as coisas e

ao terminar Saadi exclamou, rendido à evidencia:

— Fico agora convencido de que nem sempre o dinheiro éo melhor para iniciar fortuna. Muito mais ponde um simplespedaço de chumbo I Em todo caso, demos graças a Deus poese ter apiedado desse pobre homem I

(llluslracão de Juan Cario Hutrgo)

NÃO REPRESENTA IDADE OGUISO DAS COBRAS

O povo acredita que o quiso das cobras representa xdadt t qu*quanto mawt for, mais velho i o animal. Uma cobra pode mu-dar tres teses por anuo a pelle e o guiso, cm caia mudmca,

Pode augmcnlar ou diminuir.

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O TICO-TICO — 28 — 22 — Abril — 19.1

/f*-

RESULTADO DO CONCURSO N. 3.531Solução cxacta: Tiradcnlcs

Solucionistas: — João Baptista, Luiz1'ilta, Lygia Santos, Nadyr Pinho AlvesDjalma P. Britto, Álvaro Alves de FariasOdette Magalhães, Moysés Frederico Au-BUBtinho Enêa», Berenice Lisboa Á doSabota, Bllza Wilchea, ' Lygia RoltzonMarina Trapani, Carlos Carvalho SUV_Ecín Maria Silveira, Maria do Carmo Mi-chato, Octavio Gonçalves, Celia Motta,Rubio R. Gomara, Roberto de Liritto revino d'e Souza, José Ayres Pereira, Hay-dmea. Falcão, Ottilia Monteiro, Gerber AAlvim Haroldo H. Pinheiro, ítala da SiNvi, Roberto Rocha, Antônio Ferrani deCampos, Volard de Borba, Josó AntônioMathias, Jisó Tavares, dé Souza Jos"Mauricio B. de Barros, Adhelmo CardosoBotto, Odette Magalhães, Vera Lygt ês

ÍÍBhrf' TChfr,e S,arah* Lyeia Santos AdyrPinho José do Prado, Mauro Defeú, H,:.lio Octavio Pinto, Luiz Petrarca WilsonTnS™^'6',?' Man"«10 Lacerda Ma_José Barcellos, Maria de Luordes Barco!los, Neuza Mendes, Irece Marques I, 7:Marta Arruda. Bernardo de oliveira 4a rtins Nair Pavan. Eldah Duarte _rkiuita Macedo, Rachel Macedo, Hélio A ,V ¦¦ 7Djalma Pereira Britto, Nelson A p a,9WmmmmmiM ,- 7 v»7 , Amaral Barretto, IriasOiménoletonae°p' J°aqUim dos Sant^Maria Auíln 1- B"rr°s. Marcelüno AliceJuarez rXlaí!ora- amando Paulo SimasIoisa rt_ i- Ierre'ra- JJyls"n Baptista, He-m Pinto Ve?e0a' Maria M' CaVneirô, e.lAuramlv

VSr,e7,eir°. Amélia Pedroso Lima,Wn™ V* F?0' Edmir VasconcellosBâarda aS^F1_5ftítt0 Rcis' Guilherme3eA- A_ li Felicidade Vianna, DaysoAlmeida deMàrfa!n^„S6"?' E,yeth fle«ama. Braccímn r"g a fe-ssoa- José

Costa. Viniclo h Alf„e,1°, AIves. Jurandy

Martine, Alayr Sá rio ^ (MaHa JoséAra.,;|o Panií, <_*, d<isT Santos, Roberto •do Lima 1U ?r ,Mayor' Marina VazLeal v^;t„^ye'f, Valente, Rubem DiasLeal Er^tacio Alexandres Neves, Alfredo¦H-- C. Bastos, Emaldo Brandão, Benedi-

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Foi premiado, com um bello livro dehistorias, infantis, o concurrente:GOl-TIJO MARTINS MANEIRA

am\m£&iP**&'i C T _f*! '" r"a ^Mini _ra_

'' em Ar8Xâ- Estai1" «*6

RESULTADO DO CONCURSO N. I.ÇttJi(-í,postas c-ortus:1" — Falma.ii" — Abacate.ií° — Ai mundo.4» — Cã — Fã — Má — Sá.-¦' — F.go — Vi.o.Holucion.stas: — odette de Almeida,

Carlinlios Santos de Almeida, Maria Lau-ra de Freitas, Odette .Parciuncula, JoséMenezes de Castro, Heloísa Carvalho daVeiga, Maria Celina de Mendonça, Carme-lita de Alencastro, Olguinha ilcaeiros, Ta-lilha Fonseca, Gilbertinho R. Ratto, Lu-cilia de Jesus, Leda Correia, Rubem Dia»Leal, Amélia Ortigã», Joaquim Alves,Yolanda Vaz Lima, Ludia Machado da

Costa, Lourdes Canellas, Mandyr Pinho,Joio Baptista, Hilda p. p,nto, João Jor-ge de Barros, Roberto B. Pereira.Djena-no Simões, Edmir Vasconcellos, Laura

Maria Anôrés, Lygrla Santos, Decio Mon-teiro Santos. Utioiso Duque Estrada, M.-guel Rocha. Adelino Maurico, E-ulina lieis,Arlindo Queroz, Juzé M. Cardoso, NelaonA. Fernandes, João M. Cardoso, Ida doCoutto, ürcar Sysah, Ayrton Sá dos San-tos, Dina Maria das Neves, Decio M. Ko-sado, Heloísa Santos. Nelly Berto, AlcidesMedeiros, Júlio Villans, Yedda Regai, Ana-nias Santos Milão, Amariles Conceição,Helena dos Santos, Waldyr Pinho Alves,Murillo Victor Hallut, Luiz Alexandre Guio-mar de Queiroz, Pedro Carlos Neves. Na-rtyr Hugo de Jesus, Decio Geralüo Silvei-ra. Ilka Mendes Ludeisa. Carmen F. Co-trim, Sérgio Geraldo Teixeira. Roberto Ro-cha, Maria L. Martini, José de AraújoPinheiro, Orchideia -Pereira, Lfa Laci-r-da, Gilberto Leite de Barros, Hcloisa daFonseca, Maria Thereza Castanheiro. Mas»D. Ângelo, Sf-liastião D. Ângelo. AlbertoFurtado. Amparo d. Arruda Novita. liara*_;., Novita> Joz6 Novita, Elza S. Nápoles,Hilda Souza Nápoles, Dylson Baptista.Yvonne Reis, Florentino Reis.

Foi premiada, com um lindo livro dscontos infantis, a concurrenteHELOÍSA CARVALHO DA VEIGA

<Se 10 annos de idade e residente á ruaJardim Botânico n. 174, nesta Capital..

CONCURSO N. 3.546CABA os lkitores desta Capital e dos

Estados pko.íimosPcryuntas:1* — Qual o cairo da America que se lha

trocarmos uma letra é paiz euro-peu?

(4 syllabas) A- G. M. Júnior

DIGA.mcu filhinho:___>MIU-INAEvita os accidentes oada DENTIÇ/CO* FACILITAa SAHIDA DOS DENTES.f/B fàc/a) Q3 Pharmacias

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22 — Abril — 1931 — 29 — O TICO-TICO

TENDES FERIDAS. ESPI-NHAS, MANCHAS, ULCE-RAS. ECZEMAS, cmiim qual-quer moléstia de origem SY-

PHII.ITICA?usae o poderoso

Elixir de Nogueira

do pharme* Chimico

João dali?**. Silva Sil-'¦_____.

GRANDEU.PURATIVO DO SANGUE

Vinho Creosotadodo Pharm. Cliim.

João da Silva SilveiraPODEROSO FOR-TIFÍCANTE PARAOS ANÊMICOS EDEPAUPERADOS.

Empregado com sue-cesso nas Tosses,Bronchites e Fraque-

za geral.

FríNl9 \SÍTJP '-f*t__>

i _-j__Myj» ff^mi __¦

2" — Qual a Ilha Buropéa que é parôny-ma de um nome de mulher i

(4 syllabas)

Ncusa Maria Rebcllo Pinho

S" — Qual o agasalho formado pola ha-bitafiüo e pelo animal

(3 syllabas) Udelle Silva

4> — Qual o peixe que tem nome de umaágua mineral.

(3 syllabus) Va in, in,t

q> o que é, o quo 6 que suo dozeIrmã», todas tendo um quarto, to-daa tendo meias e nao tando su-patos?

Lauro Lima

Aa soluções dovem ser enviad'as fl. redac-ç&o d'0 TICO-TICO devidamente assignu-das, separadas das de outros quaesquerconcursos e ainda acompanhada* do valon. 3..1-.

Para este concurso, que «ora encerradonu «lia 15 de Maio próximo, daremos comonrenilo, por sorte entro as soluções certas,nm maravilhoso livro do historias Infantil.

COXCURSO N. 8.54.Para os lkitohes denta Capitai, e dos Kstadob

WÊmO concurso de hoje é dos mais faeels,

e para. que voei.» encontrem a sua BOtuc&obasta que recortem os triângulos de quecompõem o desenho acima e formem umpòlyRono de doze lados onde se leia a pa-lavra — Brasileiros,

A solução do concurso deve ser enviadaa ret-acção d'0 TICO-TK ). separada dasdé outros quaesquer concursos, e acompa-nhadas nao s6 do vale n. 3.545, como daassignatura e das declarações de idade eresidência do concurrrente.

Para este concurso, que serfl encerradono dia 22 de Maio vindouro, daremos c >.

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MODA E BORDADONUMERO DE ABRIL A' VENDA

gyt^s»>^¦»

P.V-.VV.-_--V-_»_VV-_VWW--V _f_-.VW

@ f iivale.a

Uma cuidadosa mãe tinha demonstra-do ao filho a necessidade de atirar foraas cascas das uvas e uns poucos diasdepois contoif-lhe a historia de Jonase a ha <ia;

mo prêmio, por sorte, entre aa soluçõe.certas, um Drlmoroso livro do historiaiinfantl»

IN^t*?^ _

<&$m'Mm PARA oa4BI CONCIJRfO

re* -3.515

A baleia é um grande monstro i<disse ella, e engtiliu Jonas.Ella enguliu outros homens tanl-bem? — perguntou o menino.

Sim, supponho — continuou a mãe,que estava um pouco hesitante sobre aContinuação da historia, quando o me-nino interrompeu-a, perguntando:E, mamãe, ella cuspiu fora tam»bem ?

Tá vendo, ma-mâesinha?,..

1'£&>

"Quanta criança fica com oi J,' pes. aleijados ló porque os paei ic |descuidam na escolha de um cal-çado, próprio para os teus delica- 'dos pesinliosl"

E' por essa razSo que o Tico-!Tico aconselha o uso das lindas,^resistentes e confortáveis alperca«jr

. tinhas, H

^fabricadas por processo iclentifl-'co e de uma belleza incomparavel.

Vendem-se em todai ai boaicasas da Capital e dos Estadoi.

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O TICO-TICO 30 — 22 — Abril — 1931

Contando.,.,Estou fundando uma liga contra a

invasão das palavras inglezas na nossalingua. Quer fazer parte delia?

Com muito gosto.Nesse caso cá o inscrevo.Ali rightl

__<?>_O Simplicio tem as suas contas em

atrazo com o alfaiate.Não lhe posso dar nada este mez,

dizia-lhe elle hontem.Mas isso é justamente o que o se-

nhor me disse o mez passado.E então! Bem vê que cumpri a

minha palavra._ •$> —

Alguém pergunta a um militar tan-farrão, que servira durante a GuerraMundial, qual fora a maior façanha quepraticara. O guerreiro respondeu comorgulho:

Cortei as pernas a um inimigo 1Por que não lhe cortou antes acabeça ?

Porque já lh'a tinham cortado._ <í> _

Dá-me dois tostões de linimento edois tostões de cimento, pediu o ra-pazito na drogaria.

Queres os embrulhos separados?—perguntou o droguista.

Quero, sim senhor, respondeu orapaz, porque o cimento é para a mi-nha mãe consertar o bule, e o linimen-to para meu pae, porque a mãe que-brau-lhe 0 bule na cabeça

os SabonetesROSAN

OLIVAN(QT EMBELLEZAM lConservam a Pelle6 Perfumes inalteráveis!

E DlFFERENTES

^arauní)a5finíras

s© por prociuiraçãoUm homem foi a uma drogaria e

perguntou por a'guma cousa que curas-se dõr de cabeça. O pharmaceutico se-gurou uma garrafa de animoniaco e le-

vou-a ao nariz do. homem, nue quasificou asphyxiado com o cheiro forte.Tão depressa elle voltou _ si, principioua ralhar com o pharmaceutico e amea-çando-o de dar-lhe um soeco na ca-beca:

Mas... eu não fiz melhorar suacabeça? — perguntou o pharmaceutico.

Curar minha cabeça! — replicouo homem; eu não tenho nenhuma dõrde cabeça, quem tem é a minha mulher!

Goinsfldleração devida áposição social

Um bem conhecido banqueiro, cujonome preferimos guardar, era tão as-pero em suas maneiras quanto rico einfluente. Um dia, estava el'e muitooecupado quando Lord X visitou-p eraseu gabinete.

Sem interromper 0 seu trabalho, ofinanceiro convidou-o a sentar-se. di-zendo:

Por favor, sente-se por um in-stante.

O outro, surpreso e admirado comesta recepção fria, respondeu:

Peço-lhe suas desculpas, eu souLord X.

Oh! é verdade! Faça favor, tomedois Iogares, meu Lord, foi a resposta.

O AVESTRUZ A mend íg

¦th ?mII 3wW£..........#.;|f.,*-..,._. .-«•-=-.'•-.*..<fe, _~,*^^ |«

tiHii r itTfrái' FF:'~_____V /"__-*"¦<%

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segundo V\3a menos f_X_l

aves- Ki _Bla!é onde t__rxle justo fff \ylO que tu \

ulo, em Ifí Ktruz da JV ||ssa ive AvJ jl•~4S

O avestruz é,epinião geral,intelligente dasNão sabemosé verdadeiroesse conceito.se tem observ;relação ao ave.1.AírWa, é qu*-possue excelentes quali-dades de dedicação paracom os filhos. O machoé prelo e a íemea branca. Esta choca os ovos de dia em-quanto o macho se encarrega de tal mister durante- a- noite.

Era uma tarde calma e tristonha. Uma pobre senhoraestava sentada nos degraus de uma egreja, e, tremula es-tendia as mãos esguias e descarnadas a todos que por alipassavam. Raros eram aqueles que se compadeciam deliae lhe deixavam nas mãos una nickel, ou uma prata. Ellaagn.decia com emoção. Quantas e quantas vezes, recos-tada em alguma porta, dormia sem ter ainda posto um pe-daço de pão na bocca sequiosa; e quando amanhecia, açor-d_va sentindo o aguilhão da fome!

Muitas vezes impionva a Deus:— Senhor que tudo podeis e escutaes! Ouvis as sup-pheas que vos faz esta pobre mendigante!

Nao deixae que eu durma sem matar a fome que medevora! Dae-me ao menos um único pedaço de pão de sua'sagrada hóstia. E de mãos postas, olhos erguidos ao céo,fazxa ella esta prece ao Senhor.

Um dia a senhora amanheceu cahida na beira da cal-cada; tintava de frio porque as vestes que tinha, mal lheabrigavam o corpo, quasi inerte.

Mãos piedosas recolheram-na a um hospital. Ella sa-bia que tinha somente poucos momentos de vida e espera-va-os com impaciência. Só a morte é que podia dar des-canço á sua alma soffredora. Ah! sorte eng.nadora e mes-qinnha! Para uns dás riqueza e conforto, para outros amiséria perpetua. Deus nunca desampara os bons. Crêem Deus e serás feliz. Terás a consciência tranquilla e Oconsolo de ser bom.

Maria Angélica da Çost^

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Oi Sonhosde ft!ataB

*»__./*__.,._

\.

O sonho lindo de todas as creanças, na qua-dra festiva do Nata!, é a figura veneránda doVelho Papae Noel.

Em cada creança vivem sempre, por esseTempo, um desejo, um anseio, uma esperança,para a posse de um cobiçado brinquedo,que o velhinho das longas barbas bran-cas traz escondido no sacco de surpresas.

— Vou ganhar uma boneca! — sonha a me-rijna. — Vou receber um trem de ferro! —

Jeseja ó menino. E cada brinquedo é um motivo de dcsc-jo para a noite risonha do Natal. Ha, porém, uma cousacobiçada por todas as creanças — é o

ALMANACH D'"0 TICO-TICO" PARA 1931

Publicação das mais cuidadas, única no gênero em todo o mundo,Ü ALMANACH D"0 TICO-TICO" PARA 1931, que está

á venda, em todo o Brasil, :—íz~^zzzzzzzzzz&czé um caprichoso álbum cheio de contos,

novcllas, historias (Ilustradas, scien»Cia elementar, historias O

brinquedos da ar«rhar. Chlqul»

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n h o, Carrapicho, Jagunço, Benjamin,jujuba, Goiabada, Lamparina, Pipoca, Ka«:;imbown, Zé Macaco, Faustma e outros perso-nagens tão conhecidos das creanças, tornam essa pit-blicação o maior e mais encantador Üvro infantil,

O ALMANACH D'"0 TICO-TICO" PARA 1931 está jS vencia erti todos os Jornalciros do Brasil, mas,se houver falta nesses jornaleiros, enviem 6$000 em carta registrada, cheque, vale postal ou em sellos do Cor-relo á GERENCIA DO ALMANACH D'"0 TICO-TICO" - Rua da Quitanda, 7 — Rio — que receberãologo um exemplar. Preços: — .$000 — Pelo Correio — C$000.

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AS AVENTURAS DO ÇHIQUINHO Q ]° MANDAMENTOA~ fim RT >fl 0Wr~/ t-spE?- ,y^^^ v^ ,</^^

D. Mariazinha, tia de Çhiquinho estavapreparando um doce de pecegos, e o nosso traqui-

nas, trepado á janella, saboreava (com osolhos) o delicioso petisco.

No momento em que D. Mariazinha pre-cisou afastar-se do doce, Çhiquinho saltou a ja-nella. por não poder conter mais a sua eulo-dice. )

Çhiquinho não ligou ijnportancia ao sábioe elevado conselho do seu amigo Benjamim,

que lhe dizia, insistentemente, para não bulirno doce.

JF

' ' —' .V ~~ 1 ¦—'¦- - ¦ —- ¦¦¦¦! ¦ - i. i — ¦*, ¦¦.....¦ nw-twwrp.1 ——. a-i>i ¦ ».*-*******a-a-a**»**»*******a ¦¦¦' ¦¦»

Tornando um garfo, tirou um lindo pecegeda calda fervendo. — Olha, seu bobo, este kum demais <para mim. ou de menos Dará você.Nesse momento. ,a

.. .chegou a titia, e Çhiquinho para esconder asua falta, sem perder o pecego, metteu-o nabocea. Com isso queimou-se. de tal fôrma que,passou mais de...

.. .oito dias em tratamento, e a ouvir Benja-mim sempre a dizer: "Não se esqueça maia

"seu" Çhiquinho, de que o 7' mandamento dalei de Deus dia — Não furtaráa..