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^kTICO -TICO PREÇOS: No Rio $500 Nos Estados.... $600 ANNO X..VHI im^Mjm<m,. $_lâ&£feã O Tico-Tico publica os retratos de todos os .eus leitores RIO DE JANEIRO, 8 DE ABRIL DE 1931 A VOLTA DE CARRAPICHO E GOIABADA N. 1.331 v u |iXy\\jl\ \r\^-4^ ' '^n ~J\\ _" l.i.:i.o a velha Cúrúca üvhjc diio ciui- havia internado Jujuba c Lamparina mu".Eacalaraii mijo u muro üo oiplianato piaia próxima nra,m os dois pequeno. .:_, CurnqtirlM « Goiabada furam descobrir M I a i ra rürdadt.WiâtWadw com outras criança». ~^.:^N^ ~ ^V^^^-' M ~\ VV _-j.-'^ _____?_- ^ 311- Utí.iImiIh, iM.i", Miltou um .,- ovlu f iran»poi o muro ri-i»-fldo ptndenh LJujuba i Lamparina perceberam o piai ri uluto», IWnUo cor» rem ai outro» N___.n-.jri Lfi.a Ia ¦•¦•...¦•.i aterrada: t- Piga ladrfio! Pega ladrão! pequeno*, leg_raram aa awpentertó. de Cuiabadin uuhát o dentei, r ^——.._—_^__tt_c_\ \ u^ -3 _j__É__.__-—=—--. ^""\I / V__ \ \^ *•** ** "*V___^\(r*____P____Í» ii _, xJifct±7 \ h ? A^_íp_-__r_?__-?4wB?,JH 'V^T \ ~~~-—¦LvrXr __P!_l_P^VJO*VT. L£___ftL._i ^f; *W^^_Bi__«_^^I*^ pouci obedecendo _• recómmewlaçí»» d. <MubaJaUma vaa aobre 6 muro a familia enlão ..Hou iu_a gargalhada, deante da guar- m iu_iu .„,.„,._ . . ¦ ., , ,nac.iiaiia¦''¦' l' dal """W •wprth.ndliaa. CINEARTE Uma revista exclusivamente cinematographica impressa pelo mais moderno processo graphico é a única que maniem em Hollywood redactores permanentes:

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No Rio $500Nos Estados.... $600

ANNO X..VHI

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RIO DE JANEIRO, 8 DE ABRIL DE 1931

A VOLTA DE CARRAPICHO E GOIABADAN. 1.331

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l.i.:i.o a velha Cúrúca üvhjc diio ciui- havia internado Jujuba c Lamparina mu". Eacalaraii mijo u muro üo oiplianato piaia próxima • nra,m os dois pequeno..:_, CurnqtirlM « Goiabada furam descobrir M I a i ra rürdadt. WiâtWadw com outras criança».~^.:^N^ ~

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pouci obedecendo _• recómmewlaçí»» d. <MubaJa Uma vaa aobre 6 muro a familia enlão ..Hou iu_a gargalhada, deante da guar-m iu_iu .„,.„,._ . . ¦ ., , ,nac.iiaiia ¦''¦' l' dal """W •wprth.ndliaa.

CINEARTE — Uma revista exclusivamente cinematographica impressa pelo maismoderno processo graphico é a única que maniem em Hollywood redactores permanentes:

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O TICO-TICO — 2 — 8—- Abril — 1931

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WÉ I<; WíX MBSB -1 IflHP JHf «-1 1I

...f?'uma edição uucuasissima a de kcinearte Álbum d, 1951. rtó^*^>m<púfico {e-xto,reàci/w me-w&k Je artistas de bodo o mundo.

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Bafàaki. """^B 3HHHHHHKaaHaa^aaMaà^aa^aa^aT^aãTàT^ráTãTàTa*nrà

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*..'.?- Bfeaafeaa^a^aa^atfÉK jflfi

Publicação das mais cuidadas e impressas em rotogravura, oCIHEARTE--ALBUMa o- a venda em todos os jornaleiros do Brasil, mas, se houver falta nesses jornaleiros, enviem

9SÜ00 em carta registrada, cheque, vale postal ou em sellos do Correio áGerencia do CINJEJLMTM-jLLlilTMRUA DA QUITANDA, 7 — Rio — que receberão um exemplar

Preço 8S000 — Nos Estados, ou pelo Correio, 9$000V- J

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8 _ Abril — 19«1 — 3 — O TICO-TICO

A noção de darecção das abelhasOnde possuirão as abelhas a noção de direcção? Na3

antennas? Não. Nem nos olhos, nem nas antennas. E'opinião de alguns sábios, acceita sem contestação, que osentido de direcção das abelhas e^tá no cérebro. E foramos sábios levados assim a acreditar em virtude da sagaci-dade sem par dc tão inrlustriosos animaes.

<$> <S> O

O passarinho iimffelâzEra uma vez um passarinho infeliz. Fora capturado

çe'os ¦ perversos caçadores.Coitado... Ali preso na gaiola sem mais poder ver

seus queridos filhinhos, talvez morrendo de fome.Elle cantava de tristeza! Se os homens entendessem

"i sua linguagem elle diria: Soltem-me para cuidar de meus queridos filhinhos

que estão com certeza morrendo de fome e frio.Soltem-me...

E assim gemia o pobre psasarinho com saudades d_seu ninho onde ficaram os filhinhos idolatrados.

José Augusto Bockmann de Faria(8 annos)

Mães...iiiicnçâo

_¦¦¦¦———¦_¦_¦*_*-——*¦¦——————"i-"*'™ —

cm rodos os pharmacias ao Brasil

laboratório CAMARGO MENDES s/a

CAIXA 34-13 SAO' PAULO

POESIA DA ESCOLA DE

Theophilo BarbosaE'

UM LIVRO QUE TODOS DEVEM LER

[i

São tão gostosos osbiscoitos AYMORt, queas creanças exigemmais. E as mães cuida-dosas não hesitam emattendel-as, pois sa-bem que os biscoitosAYMORE são confec-cionados com farinhaespecial, producto doMoinho Inglez.

Peça ao seufornecedoros deliciosos

BISCOI TOS,

AYMOREO nnitrimjáo

Um cclelire p-iarata espa'hou pela cidade a noticiaque era possível ensinar a ler aos burros.

O rei sonhe dfl farto e fel-o vir :í sua presença.li verdade o <|Ue di/em por alli? Que é possível

ensinar a ler a um burro?Perfeitamente, Magestade. Ebtnprometto-me cm

dez annos de ensino, a transformai o mais burro dos btir-ros, em perfeito grámmatico.

F. que é preciso pari isso?Em primeiro logar um burro. Km segundo Jogai

outro burro, perdão! uma pessoa que me garanta a sub-listencia pelo esp?iço de dez annos.

l'ois doU-te o burro, disse () rei, e o que mais uc-cessitares. Se, porém, dentro deste prazo, não aprescn-tairea este burro lendo e escrevendo correctamente, aide ti!

O cbarlatão sabiti do palacto esfregando as mãos decontente,

F. como seus amigos vieram criticar-Mic o absurdodaquelle contraio desastroso, elle dis e!

No fim de dez annos eu, o burro, ou o rei já nãr»existiremos.

WAr.DYR Cintra Soares

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O TICO-TICO _4— 8 — Abril — 19:31

.^^^^^^^^^—^ CARTA ABERTA..."Quiem dia aos -©otores ^^JWJcfífJWÇJÇív

.i_ „ ir>«.n-_?« _P^*^B>-----£MMfl__-)3M_V.___i__> Boa amiguinha Lelita So-empresta a Penos - a ¦T.mTl &' k _jL-?_-b---X-u-j ¦¦¦- ge '"-1'IT.in tarde chuvosa fria, H_ffi EL à ' ¦ K / 1 ^'a (lual,t0 collaboras naVagava, de pouca idade. | §_»"^%******oB.BSB __9_É0_9__wS nossa querida revista "O Tico-\ ma infeliz que pedia. PS^v» J*^ V 'T^^P-i-^SSL^tj Tico"! Bor que? Não tens tempo?

¦Oi-' r-Mori i E7 AM Impossibilitado por grave mo-A filha da orphandade, RjtfJ EnDCLLcZAn E lestia, 11;-U) pU(]e escrever-te ha maisAssim pedindo se ia;

| CONSERVAM A PELLE! tempo, e agora não sei mais teuSe davam por caridade 1 endereço. Acho-me residindo emUns nickeis, agradecia. IO PERFUMES INALTERÁVEIS Aymoré — Minas — Av. Bento

%rf E DlFFERENTES yf Vieira, 32, onde espero ansioso tuaKo peito ^Í»smts^SmmmmmmmmmmmmmmmmmmraSWsmW r„--^stmMmmnsm»mmmmmmmmmmmMmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm l ÇNj.K_.:5ld.Dos paes, quem sabe! teria'!... . . o ,T1 ¦ , ^~^^-^ ,-J-m-jt.- *v*e nao queres corresponder-tePassando necessidade, vPra casa, triste seguia. 1U) \ c,,»-m-S° P°r me*° <*- cartas- res"

For qMe Minn paOiniO Alô ponde por intermédio desta revis-Angustia seu peito invade Hã GOUUServa O gello ta. e no mesmo estylo desta e estouDos entes que'l!a queria, ., / ccrto ^ <AUC ° Dr- Sabe-Tudo não< >ue nesta vida, não ha de )1 V s*Â Um e"° acrC('1 se zangará comnosco pur causa dis-IV ais vel-os, como os via. í\\t(Ém. Tf T

""' pan" ' to, não é?\li^WSb3? de Ia da calor. ir . , •, ,/Ill5-W^5__l ri •¦ Mu:to agradecido pela attenção,

Ko fim dum tecco, verdade WsdUMWé ?,e ° Pa"no de ,a estou como senipre á tua disposi-

Se era, um rico havia, íaz ,mPedir f*l,c cãoChegou com simplicidade ^mperatura exterior actue sobre < '

Ao abastado que ria f6"01"' P°r exeml)lo: ~ (luanf,° 1, ? Tfaz frio nos cobrimos com uma collegimiha de escola:

Pp,i;„ li,- ,*„,- ¦ 1 roupa de lã porque ella impede que1 eüiu-lhe por caridade, r ¦ . , • . , 7riinhoo, 1 1 , o frio exterior chegue ate nos e, ^iiinnu.(Jualquer esmola, pra tia, . ,. • *s"-

Que Deus em tudo lhe fada" 5°*>so%^edl^«» Ç» * Pa™" ~~Murmura quando pedia. de

la.n°S da Calor" ° calor nós °possuímos e o panno de lã apenas OlADRA

o m_^„ -sola o nosso corpo do frio exte-O moço rico, alguns cobres, rior A ^ ^ ^^ - Sou ja](1* K*ro illlperfeit0)

Jv , -' ÜOS,,seus> quando cobrirmos com um pedi- Pois no jardim da Amisade,Dizendo: quem da, aos^pobres ço de panno de a unia dra dc q^ -^ um amo erfeito>Esmolas, empresta a Deus ]0. A lã impede que o calor ex- Nasce sempre uma saudade...

tenor chegue até o gelo e o derretaRenato Coelho. mais depressa. Adelmar Tavares.

G RâTuTtaT^ÍTtE1.000 Victrolas marca tranceza _^

MODELO 1930 ^j_i__Sí_^__Í__á_^EMYPHONE ^|" lf

;» Grande concurso — Dadas a titulo de propaganda ás mm . . W-Jprimeiras mil pessoas que responderem ás perguntas abai-.o. M - ' K*»submettendo-se ás nossas condições. ¦ HJ Ç

E Prtciso responder ás perguntas seguintes «^-""""^I Vil !'"¦ QUAL E« O MELHOR PRODUCTO BRASILEIRO? {SZZÊÊüS* 1 —^^

QUAL E" O HOMEM MAIS' POPULAR *Do' 'bRASIL? 4^f^<^^^SSSSS^0^^F

W? J_f*^^Ê^|^ÍMpV^^Enviae com urgência vossa resposta, por carta e juntae B_iBSâSM_3^__iS^V^

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O TICO -TICO

Redactor-Chefe: Carlos Mnnhücs — Uirecior-Gcrcntc A. de Souza e SilvaAssignatura — Brasil: 1 anno, 25$000; 6 mezes, 13?000; — Estrangeiro: 1 anno, 60ÍU00; li mezes, Í6J0OO.

As assignaturas começam sempre no dia 1 do mez em que forem tomadas e serio acceilas annual ou semestralmen.te. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser falta por vale postal ou car-ta regisrada com valor declarado), deve ser dirigida & Rua da Quitanda, 7 — Rio. Telephone3: Uereucla: 2-4D44,

Escrlptorlo: 2-5260. Directoria: 2-5264Succursal, em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti — Rua Senador FeIJÔ, 27, 8* anflar. salas 86 e 87.

CiCOQIiUTILIDADE DOS GATA VENTOS

Meus netinhoj'.

Vocês sabem o que é um cata-vento, interessante apparelho quemarca a direcção dos ventos e quese colloca em pontas de mastros,nos telhados, etc. O que os meusamiguinhos talvez ignorem é a tttil-idade dc toda gente conhecer a di-recção do vento.

Mas para que é necessário co-nhecer-se a direcção dos ventos? —perguntarão os meninos.

Para estarmos aptos a saberqual o tempo que faz ou que vaefazer. E isto porque está scienti-ficamtnte estabelecido que o ventosul é sempre prenuncio de chuva,assim como o vento norte, o este eo nònleste são de bom tempo, sãoventos seçcps. Ainda teinos a con-siderar que 03 ventos do sul e dusudeste são brumosos e húmídos.Não quer isto dizer que se aftirmesempre a infallibilidade de taesprognósticos. Não. 0 estado hy-grometrico do ar, isto é, a maiorou menor quantidade de vapord'agua ali contida pode modificara certeza de qualquer previsão quecada um de nós possa fazer sobreo tempo.

E' necessário, então, que tenha-mos prudência quando quizermos

saber o estado do tempo que ha de*vir pela direcção dos ventos.

Não basta que olhemos para o ca-tavento pela manhã e, tendo veri-ficado a direcção do vento, faça-mos a declaração de que vae cho-ver ou não. As correntes aéreasmudam de direcção de uma horapara outra e só esse facto pôdedeterminar mudança de tempo.

Stipponham vocês que esteja des-de algumas horas um vento que ocatavento nos diz vir do sudeste.Ora, vocês sabem que este vento éhtimido e, por conseqüência, estáaccumulando na atmosphera umaquantidade de água e, como aindaesse vento esteja em temperaturaelevada, os vapores que elle contaem suspensão são invisiveis. De ummomento para outro começa a so-prnr o vento do lado Norte.

Que acontece? E' fácil de pre-ver. O ar se ívsfria bruscamente eo vapor d'agua de que está saturad.ia • atmosphera se transforma emágua, si nuvens, vapores, se lique-fazciu.

^$^**et*

á̂ctL

E' evitlentc, c vocês todos ver.loentão que não foi o vento que so-prou do lado Norte que trouxe achuva. Apenas, produziu elle umamudança brusca na temperatura,fazendo com que vapores d'agua seliqüefizessem, e Contribuiu, assim,para a formação da chuva.

Póde-se verificar também o con-trario: — o vento vindo do Nortetraz comsigo grandes nuvens, por«que a temperatura é tão baixa qtioelle não pódc tornar cm vapoi aporção dágua contida, cm gottr.j,nas mesmas nuvens. Vem ou*rovcnlo, começa a soprar, mais qtien-te ou mais frio c transforma as nu-vens cm vapores.

Os ventos, pela direcção que têma qual conhecemos pelo catavento;habilitam-noi a fazer prognostico!sobre o tempo, bom ou máo, quan*do permanecem numa direcção con-itante; Ahi reside a grande útil-idade dos cataventos,

Nem sempre, porém, os ventossão constantes: uma corrente con-traria, oppostá, inverte ou modificaa sua direcção, transforma a tempe-ratura dos vapores em BUSpensão, ea clima, implacável c impertinente,impede que vocês possam ir ao par-qtic ou ao quintal.

VOVÓ

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O TICO-TICO . — 8 — Abril — 1931

NASCIMENTOS ' "O TICO-TICO" MUNDANO

<8> <- Desde o dia17 do mez findo seacha enriquecido o lardo Sr. Fiavio Sodré e de D. Idyla de Sá Sodré, nerjocibr. .ante en; Araruama, Estado dc Rio d:

galante menino que tomou o nome deJaneiro, com o nas-

cimento de um .Altair de Sá Sodré.

<- <$> Nasceu a 28 do mez ultimo Osmar, filh"nho tioSr. André Moreira e de sua esposa D. Olga V. Moreira.

«_¦ * Maria Helena é o r-ome da linda filhinha primo-genita da Sra. D. Nadyr Bezerra de Menezes e de seuesposo Sr. Tito Bezerra de Menezes, estimado functionarioda secção de Cadastro do Banco doBrasil.

naBAPTISADOS

<S> <£ Com o n.;me de Geira serálevada á pia baptismal aquella encantadora filhinha do estimado casal Sra.e Sr. Durval da Silva Gama, nomemuito conceituado nas nossas classessociaes.

A N N 1 V E R S A R I O S

* <- Fez annos n0 dia 15 do mezfindo o joven Waldyr Pinho Alves do.Valle, filho d0 Dr. Optaciano Alvesdo Valle.

<- * Célia Vieira, nossa prendadaleitora, festeja hoje a passagem de seuanniversario natalicio.

Jí A BERLINDA...

<*> *-— Está na berlinda o seguintegrupo d0 5o anno dá Esco'a Republicado Peru, 2o turno: E_y, por ser gorda;Maria Elorinda, por ser gaúcha revo-lucionaria; Yvonne. por ser boazinha;Alemã, por ser meiga; Corina, por serbella; Jurema, por gostar de fracçõesordinárias; Daize, por não gostar doportuguez; Maria Apparecida, por gos-tar de estudar. Haydéa, por gostar dehistorias; Lydia, por ser sympathica;Dulce, por ser "mignone"; Antonietta,por ter ciúmes; Affonso, por gostar de todos 0s collegasOa classe; La-fontaine, por imitar a letra do "Dr. Sabetudo"-Kosieres, por saber muito e andar a pé; Jorge, por sercanhoto; Maüulde, por ser meiga; Maria B_id__, por serrisonha; Neusa, por ser bonitinha, e Gilda, a escriptura-r-a, por ser a — Linguaruda.

EM LEILÃO...

imite et £_!_ ^ ,e!la° as ¦*«**««¦ senhoritas e me-

_W_d_AM_. Q«>»f"o Bocayuva: Quanto dão pe agraça de Alda, pela meiguice de Amélia? pel0 sorriso'de

:'i

Elza? pela belleza deLaidinha? pelos olhosde Lydia? pela vozde Therpza? pe'a bon-dade de Ilka Cape!"a?

pela boa vontade de Nenen? pelas brincadeiras de likaLeal? pelos modos de Áurea? pe'a dipomacia de Nicia?pela elegância de * .Margarida? p_la gordura de Marietta?pela ingenuidade de Carmen? pelo vestido curto de MariaSerpa? peios lindos cabellos de Aita? e pela '-pose*' deLucy Leal? — Leiloeiro atrevido.• ' Estão em leilão os seguintes rapazes e senhor.ias: de Icarahy: Quanto dão p.a ''pose" de Celeste T..'pelos sorrisos d0 João? pe'a fa'a de Annita? pela elegan-

ria de Publio? pelos gestos da Lili?pela generosidade d0 Alcino? pela. ri-sadas da Cecy? pelo appellido do Paulo?pe'os medos de Alayde? pelo acanha-mento de Tanato? pelo andar da Ma-riinha? pela elegância de Gilberto V. ?

pose"!

Edmundo Ferreira Amorim— São Paulo. —

NO JARDIM...

? ® Foram vistas no jardim doMeyer as seguintes flores: Rosalia. umaangélica; Oswaldo, um lyrio; Rntíi,uma orchidea; Roberto, um bogary;Alzira, uma linda violeta; Arthur, w.ncopo de leite; Vera, uma bonina; Car-los, um amor-perfeito; Maria de Lour-des, uma cravina; Raul, um cravo ver-melho; Dora. uma açucena; Luiz. timbeijo de frade; Lúcia, uma margarida;Mario, um suspiro; Annita, uma pai-ma de Santa Rita; Humberto, uracactus; Olga, uma rosa chá; Altair,um botão .de ouro; Marina, uma forde cera; Hugo, um cravo-rosa; MariaAlice, uma magnolia; Pedrinho, umjasmin; Marietta, uma dhalia.

NO CINEMA...

^ 3> Foram contractados p'ara umgrande fiLm falado, cantado e dansadoos seguintes meninos e meninas de di-versos bairros: Theodomiro, o JackHo't; Zulmira, a Greta Garbo; Wal-demar o Richard Dix; Sarita, a BebeDaniels; Oscar, o Ben Lvon; Guilher-

mina, a Esther Ralston; Norival, o Fairbanks Jr.; Clelia,a Joan Crawford; Henrique, o Ramon Novarro; Nather-cia; a Lihan Gish; Eduardo, o John Gilbert; Annita, aIna Claire; Luizinho, o Ronald Colman; Lydia, a NancyCarro»; Manoel, o Jack Hoxie; Aristéa, a Mary Nolan;Euclydes, o Nils Asther; Elvirinha, a Anita Page. Fio-nano, o Adolphe Menjou; Herondina, a Dolores dei Rio;Milton, o Charles Farrell; Robertina, a Jetta Goudal; Octa-vio, o Conrad Nagel; Maria da Gloria, a Loreta Young;Antenor, o William Hains; Violeta, a Olive Borden; Al-fredo, o Charles Chapün; Yedda. a Margaret Levingston;Monsvaldo, o John Barrymore; Pequitita, a Billie Dove.

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8 ~ Abiil 1931 O TICO-TICO

p-c^/L^. ,^^7><riri^ ^<y^y^^ ~~~i^^y^y'^^-t^J^yy..

À Abelha e o VagalumeNum berço muito macio,Que era um cálice de rosa,Pousou, certa vez, cansada,Uma abelinha orgulhosa

E ao lado, num jasmineiro,Que ao vento perfume dava,Um inquieto vagalumeAs azas sempre agitava.

— Bom dia, amigo-lanterna! —Foi lhe dizendo a abelhinha.Estás agora descançandoDe girar toda a noitinha?

Que vida boa tu levas,A voar, piscapiscando,Emquanto eu, pobre abelhinha,Passo o dia trabalhando

E meu trabalho, tu sabes,Que é bastante proveitoso; —Eu encho um milhão de favosDe um mel dourado e, gostoso.

As rosas e as flores lindasDo prado ou do jardim ricoDão-me o summo delicadoPara o licor que eu fabrico.

Minha vida, vagalume,Posso dizer sem vaidade,E' uma lição bonitaDe trabalho e utilidade

— Você bem mostra, abelhinha.Que muito mal me conhece...Vae ver o encanto que façoNo bosque, quando anoitece

Voc\ arando a noite chega,\ Su >' &ssa descansar,E eu t-svoaço, correndo,Para o bosque üluininar

Na minha faina nocturnaEu rasgo da noite o véo,Como se fosse o encantoDe uma estrellinha do céo.

i

Uma estrellinha que andasseA correr, piscapiscandoLevando o orvalho íí rosa,A' flor o perfume dando.

A minha vida, abelhinha,rdim <k Também digo, sem vaidade,

ij(, • E' lição de encantamentoAos olhos da humanidade

CARLOS M A N II A E S

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O TICO-TICO

r— 8 — — Abril — 1931

^^ *——J *"¦' I L—. _r/tic^o era um menino orphão, Um dia, o patrão para abor- Thiago partiu, era já quasi

que trabalhava como criado de recel-o, mandou-o buscar lenha noite; toda a floresta estavaum hoteleiro. Este batia-lhe na" floresta, que ficava muito escura e isto causava-lhe gran-pnuito. longe. de terror.

' 7-fsVSa <O^M - $4 ¦% KWUÜY . «¦>í */* ffJvLjUtW^^^sW 7* ___R____f^_____r* ' " —- _-" Ifl\ * fíl ti III imT ,rP"^XjTjjiÍ

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^~^Por isso, tratou de arranjarO mais depressa que poude, umfeixe bastante grande.

Estava terminado esse...

¦ ...trabalho, quando viu umavelha, muito curvada e que cho-

Thiago perguntou-lhe o que.

. .tinha. — "Eu choro, respon-deu a velha, porque não tenhoforças para juntar lenha",

ThÁago, cojn pena. deu o seu

f_

-¦< I

feixe á velha, e ficou de novo só; hir e formaram um feixeera já noite fechada. colossal.

De repente, os galhos de umaarvore enorme começaram a ca- (Continua no próximo numero) \

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8 — Abril — 1931 .__ 9 O TICO-TICO

_K^xCáá^M

-^^^^^^v\r:^^^____________É_Pf^r_I i H-wi y^^xLx-

>^^^^*5^XQ34Í^_^5pfcvX^^3L " _M_h___-^é^

A_,t_ifona sonhou que o £aro da visinhe iinnã virado¦*'3c_ko

Quando accordou conlou o ?onho aos ami-oo? e p. opoz. fazerem uma féztnhd no bicho

[Collaboração de LuüSa \ÊJCr je I.Calváo de Queiroz,.nelo.J

(__-... ^fsO/oN < íxclusioamenle para )CiQ yvg)(svtn) L_5_Ji£2ÍE__r°jJi .'i ,

Reco-Reto e'8qlão acçeilaram e cada um foibuscar _uas ecoíiomiãs' ,bi_"á

'empregar na grande.enlahva de Por.una - X

Com o auxilio da cosinheir_ ori^anisapam umahsfa e foram levai-a ao bicheiro da esquina

Ao checagem ao porfèo..

...viram uma homem parado peno do posreObservaram-no bas.an.e e Bplão disse:-

"deve

see aquelle." Re'co-Re'co disfarçou; checou se a elle een.r*dou-lhe a üsra e a; dinheiro. _.

Mas o homem era jusramen.e um myeshgíado.q»e os prendeu em fla^ranre levando-os cava aDelegacia..» .

LfllzffoW-..-<s*epdo preciso o Papae de Reco-Reto ir bu$«çal-os mais larde, depois de rasparem um grande suslo e perderem lodo dinheiro.

^-WVW"!_v_.»_---y |-_-J^^^wn.-^.-J•J¦^Jv^r_í^r_,vr_ndV^ívv_r.-_l-^_n<-w-_n_

O livro das 'ms CINBA vte-album

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O TICO-TICO — 10 — 8 — Abril — J931

CONVERSÃO DO MOURO

Ao tempo em que viviam emguerra accesa os mouros e os chris-tãos pela conquista da Terra-San-ta e do túmulo de Christo, após umarenhida batalha, um mouro mal-ferido foi encontrado no campo daluta por um grupo de soldadostcbristãos.

Julgando chegada sua ultimahora, e querendo ainda vender carosua vida, lutando heroicamente con-tra os inimigos do Al-Koran, omussulmano, quasi moribundo, reu-niu suas derradeiras energias e, er-guendo-se a meio corpo, ainda ten-tou ferir um dos soldados chris-tãos com a cua cimitarra afiada ecurta.

Evitando o golpe certeiro comagilidade, o soldado christão conse-guiu desarmar o inimigo de suafé, que por estar muito fraco pelosangue derramado e abatido peloesforço feito, perdeu os sentidos,desmaiando.

Levado com carinho para o im-pròvisado hospital de sangue, ahiforam pensados seus ferimentoscom cuidado e, ao despertar, viu-seelle em frente do própriosoldado a quem pretenderaferir e que lhe servia de en-fermeiro.

Era um veterano das Cru-zadaso soldado christão que,por passar alguns annos en-tre os mouros, fôra obrigadoa lhes aprender a algaraviaque falava regularmente.

Assim, foi grande o deses-pero do mouro quando, ao sever desarmado, preso a umcatre e nas mãos de um inimi-go, exclamou praguejando:

• — Maldito sejas, cão doin f erno!

Seu desespero se mudou emsurpresa quando o soldado,sorrindo, calmamente, lhe re-trttcou no seu idioma;

— Não, meu irmão. Dizeiantes: Bemdito seja Allah,que é o teu Deus e te conser-vou a vida para que possasreconhecer a grandeza e ma-

gestade de Christo, Filho do ver-dad.iro Senhor dos Céos e daTerra.

Serás, por acaso, um dos nos-sos que ^houvesse renegado a fé noProphcta?

Não. Eu sempre fui e sereichrisíao, como espero que o sejaestambem algum dia.

Nunca! Bem sei que mepoupaste a vida que poderia serdecepada com a minha cabeça deum só golpe da tua espada, parame torturares^ depois, matando-meaos poucos, lentamente, em meio detnartyrios sem conta.

—' Enganae-vos; affirmou, s.vriamente, o christão, e a provaserá que, ao ficardes curado pode-reis regressar á vossa terra natal,pois os vossos exércitos foramdesbaratados pelos soldados daCruz.

O mussulmano não podia acre-ditar no que ouvia

Eoram-sé passando, entretanto.os dias; as' forças lhe foram vol-tando, as feridas recebidas no com-

IGUARIAS A LA CARTE

B

e elle se capaci-soldado christão

O carneiro de cauda gorda da Pérsia é mdito apre-ciado, porque consegue armazenar grandes quanti--ades de gordura na cauda. Os oersas usam umprocesso curioso, tal como se vê na gravura, paratavorecer o desenolvimento da gordura, que 6, muito apreciada naquelle paiz.

bate cicatrizaramtando de que odissera a verdade.

Durante a convalescença seudedicado enfermeiro lhe fazia áleitura de paginas e paginas doEvangeliho e da vida dos primei-ros Santos, traduzindo para o idio-ma sarraceno, á proporção que ialendo, as mais bellas passagemdesses livros.

No dia em que elle se sentiuinteiramente curado e forte, o sol-dado christão lhe disse:

— Graças a Deus estaes nova-mente na plenitude das vossasforças e podereis emprehenderviagem, se o quizerdes. Aqui-ten-des algum dinheiro, que é tudoquanto tenho da minha soldada,vira prover ás despezas da vossa\gem, sentindo eu sinceramente.

V-JVa ausência, pois já me haviahabituado com a vossa pessoa.

Ao dizer estas palavras, comum accento de verdadadeira triste-za na yoz maguada,' estendeu-lheuma pequena bolsa de couro co-tendo algumas moedas de prata.

O mouro, commovido, esten •deu-lhe os braços, dizendo:

Sinto que. apesar de ternascido de outros pães e emterra distante daquella . emque nasceste, sou teu irmão.

«Abraçaram-se os dois ho-mens demoradamente e, aose afastarem, o mouro de-clarou:

O teu Deus será o meuDeus. Dá-me o baptis.no datua crença para que eu sejaum novo soldado da Cruz,como tu és, e vá batalharpela gloria d'Aquelle a quem,insensato, já persegui.'

O soldado christão, cheiode grande júbilo e de santaemoção, fel-o beijar, ajoe-lhado. a cruz de ferro dasua espada, e baptisou omouro com o nome de Pau-Io, em honra do Santo Após-tolo convertido na estrada deDamasco.

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8 — Abril — 1931 —11— O TICO-TICO

GALERIA DOS NOSSOS AMIGUINHOS

D^ü__l

í I f j^^^^^H

Francisco Vieira An- Wagner, sobrinho do Amaro e Justinotunes — Bello Hori- Sr. José Mazzel Vasconcellos

zonte

Hayel, Margot e Gilka Laercio RodriguesMeirelles Corrêa

¦ VVS*«V«V««»/««*iVVVVV,«rfW,«rfVV,VV,«»^^

Soeeorros eseoteiros-HemorrhagiasQuando uma veia ou artéria é attin-

gida e cortada, ha grande perda desangue. E' isso uma hemorrhagia.

O primeiro cuidado do escoteirodiante de uma hemorrhagia é reco-nhecer se ella é produzida pelo rom-pimento de veia ou artéria,

No primeiro caso (veia), o sangueé escuro e corre em filete, continuo;no segundo caso (artéria), é verme-lho, vivo e corre aos borbotões, em

golfadas.

Tratamento — Quando a hemor-rhagia é venosa (de veia), com-

prime-se o membro um pouco abaixo

do ferimento, por meio de um torni-

quete ou garrote.

Quando arterial, acima. O garroteé feito dando uma volta ao membro

com uma borracha, uma correia, ou

um fio, e apertando-o bem, de sorte

a comprimir a veia ou artéria.

Quando houver duvida se se trata

de uma hemorrhagia arterial ou ve-

nosa, faz-se a compressão acima doferimento.

Uma hemorrhagia pequena, pre-duzida por um golpe pouco profundo,em geral cede com a simples pressãosobre o ferimento.

E' necessário ter calma. Nada deafobar. Pôde um homem, sem perigo,perder um litro de sangue.

Toda hemorrhagia ou ferimento

profundo, fora dos membros, deve setconsiderado grave e exige a presen-ça do medico, quanto antes.

BARCOS DE PAPEL ILLUSAO DE ÓPTICA

Levo horas e horas a fazer os meusbarquinhos de papel, para vel-os, de-pois, fluetuar, calmamente, sobre amansa superfície das águas do re-gato...

Ao vel-os navegar, calmamente,tenho a impressão que irão longe,jnuito longe, a um paiz portentoso,onde reinam a felicidade e a ventura,onde existe a mais completa alegria!1 Se eu fosse como os barcos de pa-pel, seria feliz, pois, só assim, teriao ensejo de ir a um paiz lindo e en-cantador, onde moraria toda a minhayida. feliz e ditoso!...

Hermogenio dos Santos

Imprimam d gravura um movimentode rotação e verão funcchnar os

fogos artificiaes

TROVAS

Vou vivendo a minha vida,Como Deus quer e consente.Sou como a folha cabida,Levada pe.' orrente...

Que tert» tu, que és tão sombrio,E hoje a rir, alegre, assim?...

Mal sabem que só me rio,Porque riste para mim...

• • *Não lamento a minha lida,Nem, pobre, choro os meus ais;

Quem tem um amor na vida,Tem tudol Para que mais?!...

Adelmar Tavare»

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O TICO-TICO 12 — 8 — Abril — 1931

OS ANIMAES mÍX&9*À*WgttNão imiteis o comportamento cTesse meni-

no inconveniente! Ninguém tem o direito demaltratar os animaes: são inconscientes, nãosabem mesmo quando praticam o bem ou o mal.

Muitas vezes, coitadinhos, causam prejui-zos; como castigal-os, porém, si não sabem pre-cisamente o que fazem?

E no caso referido, o menino não poderia,ao menos, allegar que o gato o houvesse moles-tado!

Batendo-lhe, por um simples capricho, semmotivo, praticara uma acção reprehensivel, in-digna de um menino de bom coração!

Bem o censurou a irmãsinha!E a propósito, não perderei o ensejo, meus

bons amiguinhos, de illustrar o assumpto, poralguns exemplos insinuantes de como são osanimaes carinhosamente cuidados entre os po-yos civilisados.

Em Paris, a bella capital da França, aindaultimamente, a sociedade beneficente denomi-nada Assistência aos animaes, organizou con-cursos para o fim de premiar os proprietáriosde cavallos, asnos, cães e gatos, classificadosnos primeiros logares, pelo bom tratamento quehouvessem tido. E essa mesma sociedade inau-gurou recentemente um Asylo especial para orecolhimento de gatos carecedores de assisten-cia.

Em differentes paizes da Europa, cultiva-

se, o humanitário habito de cobrir com um cha-peusinho de palha, apropriado, a cabeça desanimaes, em serviço de conducção, como a gra-vura mostra, na estação calmosa, para minoraros effeitos dos ardentes raios do sol.

E devo ainda dizer-vos, meus caros meni-nos, que essas provas de affecto, emfim, pelosanimaes não se manifestam somente durante avida dos mesmos: prolongam-se após a morte,precisamente como uma affirmação dos cuida-dos e do bom tratamento que receberam e mvida.

A estampa, que aqui se vê, representa jus-tamente um cemitério de — gatos, cachorros,papagaios e macacos — em Londres, a gran-diosa capital da Inglaterra, situado a um cantode um dos mais bellos logradoiros públicos, oHyde Park.

Posso attestar-vos, de vista, queridos me-ninos, o zelo que lhe dispensa o guarda que ve-Ia pelo asseio e pelas flores que vicejam sobreas pequeninas campas (*).

Apprendei, pois, a amar os animaes, quenos prestam, aliás, tão bons serviços, dispen-sando-lhes também assistência em suas enfer-midades.

Assim procedendo, praticareis o Bem.

Virgílio Cardoso da Oliveira(Do Mosaico Infantil)

AS PERALTÍCE'S DO ARTHURZ1 N li O

0G***fll^— Desaforo ! — excla- — Tenho que ir chamar Mas o tio Bonifácio não ...a vidraça appareceu

mon o tio Bonifácio. — E' o vidraceiro ! — disse, viu que fora o Arthurzinho limpa e direita com a«lnii-a quarta vez que quebram muito aborrecido, e partiu que collára á vidraça um ração do tio Bonifácio e do

os viJros da vidraça! a chamar o operário. papel. Tirado o papel... vidraceiro

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8 — Abril — 1931 — Í3 — O TICO-TICO

UMA CAÇADA NA ÁFRICA(Traducçao e adaptarão de I. Galvão de Queiroz, neto, especialmente para O Tico-Tico)

7" Eu sm> o celebre Barão da Cas- quasi abocanhando a miníia isca, gri- — Não ha duvida! Já estou no Riotaii.n.la exímio caçador de feras, que tei, do alto da arvore; de Janeiro, no Zoológico!hoje tenho a contar uma das maiores — Cuidado, que tem clilorcí onv.io! p se D0Z . d-_ _,' _.,„ • .,,_façanhas dc toda a minha vida 01- • - _ ,- P J '

T . . . ° le™ se.P"z.a _-* - d-' °3 -*'¦• «* Celebrei o êxito da caçada com umi-Dgo que me iniciei nessa arriscada bora. Depois foi um elephante, cota -^j*le a que, como é natural, assistisozinho pois não havia ninguém mais

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carreira, desembarquei, de uma feita, qual suecedeti a mesma coisaAfinal, após uma espera de varias

horas, vi appareçer no claro do lioivpieuma formosa panthera. Ao ver a üu-guiça deu um rugido de goso 1 de-pois improvisou tres arriscados saltosmortaes.

Depois comeu a lingüiça. Immedia*tamente sentiu um somno espantoso e,sem reparar, ficou completamenteadormecida.

Desci da arvore e fui ao sitio emque cahira dormindo: era um formo-so exemplar que me podia encher de

em terras d7\frica, disposto a ter- orgulho!min.-tr com todas feras que povoavam Cortei, então, no bosque, algumassuas mattas e florestas e caminhavasozinho e sem armas, tal a confiançaque depositava no meu poder inven-tivo.

Que feras abundam por aqui?— perguntei a um negro que encon-trei no caminho, dando umas carrei-ras desenfreadas.

Tigres e panthcras, sobretudopanthcras — respondeu.

Queres vir commigo á caça? —*lhe disse eu.

Impossível, tenho muito que tra-balhar. Não vê que estou suando <hizias de juncos, cravei-os em torno tinha duvidas sobre se aquele pobretinta? do animal, tendo-o pintado de preto, animal adormecido era uma fera das

Pin mir. é ,Vr>? cuidadosamente, antes. Dessa forma florestas dWfrica ou um pacifico cão* a fera parecia estar enjaulada. de qlli,1(ai.E muito simples. Estou con- ],*ejt0 jst0> e como visse que o bi-tractado a um fabricante de canetas c*10 começava a abrir os olhos, disfar-automáticas. Como sou negro, suo cei-me rapidamente em guarda e me

colloquei em frente ans bambus.A panthera acordou, o'hou a jau-

Ia. olhou para mim, moveu-se para secertificar de que estava acordada edepois exclamou:

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commigo. Diverti-me muito, pois du-rou até á madrugada.

Mas ahi começava o peor períododa minha empresa! Como levar aquel-le bicho até o Rio de Janeiro? Lira umproblema! E não sei como 0 teria re-solvido se não fosse meu poder deimaginação.

Tornei a adormecer a panthera peloprocesso do chlorofonnio na lingüiçae quando começou a roncar tirei 03juncos que a cercavam e pintei _ cui-dadosamente de cachorro.

Ao terminar o serviço, eu próprio

tinia e logo me espremem nas canet:s...

Deixei o pretinho. Dormi aquellano'te rio alto de uma arvore e ao des-pertar emprehendi a caçada. Em umalingüiça, que é o manjar predilertodas panthcras, coloquei grand; dós-í<!e chloroformio e depois deixei a isr\em um claro do bosque, onde ti"l*.aobservado pegadas de panthera.

Convém notar que eu estava inter-essado cm não matar a fera, mas simem captur.l-a viva para traze!-a aoRiu de Janeiro, para o Jardim Zopto-gico.

Subi depois a uma arvore para obServar a caça e passei os maiores apu-ros, pois. todos os bichos que prissr-vam por ali queriam comer a lin.uiça.Primeiro foi um !_ão, quando já ia

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Ao acordar, o bicho, ao ver-se somcercado, foi beber a um regato que pas-sava c ao ver, na água, sua imagem,reflectiu, ficou, de novo, estupefacto!

Mas que coisas estranhas meacontecem! — exclamou —. Estavaconvencida de que era uma patühetae .'.gora vejo que sou cachorro!

Nes._ instante me puz a assobiar_ ella accrescehtou:

Meu dono me chama. VejamosO que quer...

E veiu até mim, meucnndo a cauda.Acariciei-a, depois tomei um pau

qualquer e atirei para longe. A pan-thera partiu, veloz, e trouxe o pau ea«tre os dentes.

Desta maneira é que viemos daAfrica até r.qui. E hoje você- a tem,lavada já, no Jardim Zoológico, cotl-vertida em panthera, na jaula.

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O TICO-TICO — 14 — 8 — Abril — 2'>:Jt

Paulo é muito guloso.Tem apenas quatro annos, mas já

enda e fa^ regularmente.

Noutro dia, a mamãe foi passar o

cia na casa de sua irmã.

Quando ia sahir, chamou Paulinho

e recommendou-lhe:Filhinho, fica bem quie.inho,

sim? Se tu fizeres alguma travcssu-

ia cu se comeres algum doce, cu

nusmo assucar, o paezinho do céoverá e ralhará comtigo, ouviste"

Ouvi, sim, mamaezinkaTerás juizo?Sim, mãezinha

Cuidado! Se o pae do céovir alguma coisa ralhará muito com-tigc.

E virando-se para a creada disse-lhe em voz baixa:

Não o deixe sozinho!Maria fez um signai com a cabeça

e retirou-se para o interior da casa.O dia ia correndo sem novidade.Chegou afinal a hora do lunch.

iO PAPAEZINHODO

CÉO RALHOU...

A Maurício Maia

Depois de preparar o chá a cread?.ieparou que faltava o pão.

Como fosse peito a padaria, re-solveu ella ir até lá.

Depois de recommei.dar muito aPaulo que ficasse quieto durante asua curta ausência, sahiu e por causadas duvidas fechou á chave a portada rua.

Mal sahiu a Maria, o guloso me-nino correu para a porta da cozinha e

olhou o céo demoradamente e depois

pcasos:— Hoje, o papaezinho do céo não

me vae "vé" porque a casa "dei"

tá" to. peta".Na verdade, o fírmamento estava

deveras escuro, pois ameaçava uma

procellosa tempestade. .

Depois, Paulinho veiu até á sala

de jantar.Apanhou uma cadeira, anastcu-a

até á cozinha bem junto da prateie:-

ia. Depois subiu para a cadeira, cs-

ticou a mãozinha e apanhou um tor-

rão de assucar. Ia collocal-o na

üoeca, quando se rasgou no céo um

relâmpago acompanhado de um for-

midavel trovão.

O menino, assustado, cahiu da

cadeira e disse entie soluços:

— Não ralhe tanto, paezinho, eu

nem cheguei a "bota" o "susuca*

na "botinha".

JOSÉ' ANTÔNIO MATHIAS(13 annos)

O fPedrinho é um

menino muitohabilidoso, quesempre está afazer uma coisaútil. Ultimamen-te Pedrinho de-dicou-se á pin-tura e tem reali-zado nessa arteprogressos admi-raveis. Seusmestres dizemque elle será umartista emérito,que honrará onome dos paes eca Pátria. Hon-tem Pedrinho ul-timou um quadroque vinha pin-

U A D D E P E D I N H O

_fe___L__C^L_-__. ^^9^^^^ ^

tando. Represen-tava a tela umacasa de campo.Nesse momento,approxima-se dopequeno artistasua irmã Luiza ediz:

Não ha nemum só animal natua tela!

Olha bem— respondeu Pe-drinho, que en-contrarás um en-tre as arvores!

Vocês vão pro-curar o animaloceulto na tela dePedrinho.

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8 — Abril um 15 O TICO-TICO

f^ ]acpi5£ epfA damn^da! pBES.pipoca. ^ pO -W/^frffitájV^/ ETTAMO/ À<b "PO-R.T/\f

/—VJ5015 "CDiDAS 2^é , "

^<?7 L- 1 D^ miséria.'' (c^VCCNOMKàS r ^'fflv*//

1 -i-^7-' e preosc jh %VEo°'M e < mmm //\| H n^r.Hu.TA ^«i|e

W /que me\ mr>K r*^^ ((JjSP^l

tma se.(^ rp^íf \Y-^ ví \ 5s5fM5r\ r xUMA COZ«- |||M- \ /^~A __ POW—^ii n h E^t ^fjjjfe—\^—r ^ f-A

2fdf-i N^ jfc^ ^^ 1 Jr"77 . -rcoYmW^ f""1 ~~Y"11 ~^7ài • ^[ Co;2|-| se o òeRv-co-e ¦ dg i \. . *¦

i Mi.,12 !/R hAOHACOM° 5l ' -9tz3NHAR, CTRACA.POD€T<C&riMUITA a W~\_r\A GrENTe 5A MOu7^ LAVAR., mas í6VE/^\

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O TICO-TICO — 18 — 8 — Abril 1931

QUE VIAGEM DIVERTIDA!Logo cedo, antes de seguir

para o trabalho, o Dr. Silveira,entrando no escriptorio, chamouseu filho Armando para um ''casosério", como dizia.

O rapazinho, que já não an-dava com a consciência muito se-

Cegatla, por umas reinaçiies que praticara, ficou meio sougc.io e p'anejando algumas respostas para encobrir suascuipas, attendeu ao chamado do pae.

Momentos mais tarde, em vez de verem-n'o sahirmacambuzio e triste como era o costume depois do "pito"',o rosto de Armando exprimia sua satisfação.

Aos pulos, desceu as escadas do jardim, encaminho.;-ge para a casa de um collega e amigo do coração.

Encontrou-o oecupado em transplantar umas mudas dasua horta e terminar uns servicinhos de jardinagem.Escute, Joãozinho! e seus olhos faiscavam dealegria...

Escuto, sim; mas primeiro dê-me bom dia, seu ma'-Creado, nós não dormimos juntos!Perdõa-me, meu amigo, mas estou tão radiamecom a missão que me acabam de confiar...

E por isso esquece-se dos outros! j?*Para af firmar o contrario é que lhe" vim procurar.Escute...Agora sim!Não me interrompa! Papae ha pouco, chamou-

ine. e em vez do que eu esperava, — um castigo pela nossatraquinagem de hontem na chácara do "seu" Lopes...Aquella da tourada com pobres bezerros?Justamente. Pois bem, elle fez como se não sou-besse, mas tenho certeza de que está sciente, o chacareirofurioso, contou-lhe e...

E como vae o bezerro a que sem querer, deixamosCom a perna quebrada?Parece-me que vae melhor. Eu estou arrependidoe emendado mesmo, noutra não me metto! Ma« não meinterrompa... Olhe, deixe-me contar mais depressa, estouwicarresado de seguir amanhã cedo para Itú fazer as vezesde S. Nicoláo a uns priminhos que moram á beira do SaltoO pae está doente aqui, e os pobrezinhos iriam ter umIn atai bem sem graça.E quanto você ficará lá?

^2t*"«fc^rkí'*

NOSSOS

ffl

Quanto nós nos deniorare-mos? Pois você irá já pedir a seupae para passarmos juntos dois diascm casa de minha tia em Salto de Itú.

Bella idéa, mas a questão é...Qual nada, eu me faço de bom advogado e CGr.iio

na bondade de seu pae.Entrando na sala de jantar, onde o Dr. Monteiro abria,

o seu correio, Armando sentiu-se meio atrapalhado • nucomo expor o "caso sério", temendo uma recusa.

Mas, como sempre, foi bem recebido e depois de dizerdireitinho que pedia licença para ter como companheiro <ieexcursão o seu inseparável amigo, notou com surpresa quea physionomia do Dr. Monteiro, ao natural tão expansiva,mudou-se para uma expressão séria e este, batendo com o '

punho cerrado na mesa, pronunciou um "não*' tão soleinne.jue fez estremecer os meninos.

Essa mascara severa, porém, não durou dois segun-dos e, rindo-se, o bom senhor abraçou Armando, dizendo-ihe:

Não dou licença ao Joãozinho para ir a excursãoalguma, mas dou-lhe ordem de arrumar sua trouxa e deamanhã cedo seguir com o Sr. Armando Silveira pari^alto de Itú.

Riram-se todos e com um grande agradecimento Cff*dois amigos ao advogado, cada um íoi tratar de apromp:;.ro necessário para a primeira viagem que faziam semcompanhia de gente grande.

A maior alegria era de se imaginarem independente-:e. quando se poz o trem em movimento, seus olhares cruza-ram-se exprimindo todo o seu' contentamento.

Foi uma viagem optima. a folia da baldeação, a gen-tileza de ceder logar ás senhoras afflictas vendo o mamemrepleto, a compra de frutas, pasteis e doces nas estações,tudo era motivo de prazer para os dois traqninas.

A todo instante, porém, Joãozinho notava o HKsttMmovimento do companheiro para verificar <e guardar;i às 'passagens, foi um aiílivio para os'dois quando o chefe as 'reclamou pela ultima vez.

Dahi ha pouco fambem este annunciava: "Salto deItú" e o trem rajentava a marcha.

Desceram e, indagando de um e de outro, conseguiramachar o caminho que os levaria á chácara de D. Sinhá.

Até o sol estava camarada e não os apoquentava com

AMIOUENMOSORAGIO SOS

Célia, filha òn nosso(Ompanheiro Henrique F-

Rodrigues.

Ophir Mello Cavaicante

(Ceará\

José Carlos c Maria J:s-

ther, filhos do Sr. Moysés

Pacheco ão

Amaral,

Lygia Ramalhttte

Maria Lcllis.

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8 _ Abril — 1931 — 19 O TICO-TICO

Vm peixe orlgioal

"SflWT-iafiBi WtlF*^ ~<y? ^-^Jmmmwmmmtat wMr C.-.?-**!' ¦«•¦¦¦rt^*:. .-««—

A fauna marinha é prodigiosa nos especimens curiosos.Haja visto o peixe cuja reproducção aqui fazemos c que

tem a curiosa particularidade de possuir os QÍhOS noalto da cabeça.

A doiiinfaft lhiydroplholba

AI ^ v

•^ zÉhVBI Km^MI ' wmF' mmlr i*

~^m^mw *3m <mr

I****

A doninha malhada, frequciiteniente chamada "hydro-phoba", tem o habito de morder as pesroas que dormempelos campos á noite, muitas das quaes íallecem de ataquesde raiva. Acredita-se que essas doninhas tenham sido mor-

didas por coyottes aífectados desse mal horrível.

raios muito fortes; dispostos para andar, logo chegaramForam recebidos com surpresa e grande alegria de todos.

Joãoziuho ficou conhecendo os primos de Armando eíium instante fizeram boa amisade. Almoçaram á grande,e como a vontade de explorar quanto antes a villa, o rioe mattas, era enorme, o bando de peraltas sahiu a passeiologo após a refeição, levando o íarne! do "lunch" proni-pio, o que indicava ser longa a caminhada.

Mauricio e Cassio, os primos, levarain-nos a ver osalto e os dois jovens excursionistas ficaram maravilhado*com aquella torrente formidável de agua, de unia forçabrutal e de belleza rara como panorama.

Um facto interessante lhes chamou logo a attenção:inniiineros pássaros muito semelhantes ás andorinhas, gran-des, voavam de um lado a outro sobre a queda d'a.;;ua epousavam em enormes lages que se elevavam á margemdo rio.

Ali permaneciam como que colladas ás pedras, todosjuntos numa posição que aos meninos parecia bem incom-moda; não podiam imaginar o modo pelo qual os passbroíse agarravam a uma pedra vertical e tão lisa. Pediram logoexplicação sobre o nome do pássaro, por que e como sesustentava assim.

Obtiveram resposta, bem acertada, dos dois moradoresde Salto. Ainda que não pertençam á família das atidori-«hás são tambem como estas bastante úteis.

Durante todo o dia saem á procura dos insectos de quese alimentam; fazem bem ás plantações exterminando osbichinhos nocivos.

A' noite é que vêm para as pedras, onde permanecematé pela manhã na posição exquisita em que as viram osrap;.zes, e nessa hora fazem uni rumor • tão grande; quechegam mesmo a abafar o barulho da queda d'agua.

Muitas pessoas affirmam que seus vôos são longo.--, es-tendendo-se ás vezes até Santos.

Todos esses pormenores da vida desses pássaros lãobonitos, encantavam os meninos, que. continuando seu pa<-seio pela margem do rio, conversavam com alegria por terapi endido mais ailguma novidade.

Quando o sol se escondeu, tambem tinham saboreado ofamel e já se punham a caminho de casa planejando oitiriíiúrio do próximo passeio.

TIO NOUGUI

AlbertiohoO Albertinho era um menino insupportavel. Seus pro-

prios paes o aborreciam. Todos os dias ia para a esco'a, e

quando voltava ninguém o aturava.

Quando elle estava em casa só se ouviam as observações:Menino, não bula nisto! Albertinho, não jogues

pedra no telhado. Vá tomar banho, menino!Era um horror!Eu conhecia muito a mãe delle. Um dia, passando por

lá, ouvi as observações. Entrei e disse á mãe delle:D. Amélia, a senhora compre para o Albertinho,

toda a semana, a revista O Tico-Tico. E' uma revista boa

e barata, custa apenas 600 réis. Lendo-a, elle se corrigirá!Agora, quando eu passo por lá, o Albertinho está

lendo O Tico-Tico.D. Amélia me disse que elle está muito estudioso e

muito menos travesso.

Marietta Carvalho Lopcs

(12 annos)

Q u e ê ?Não é juiz e julga, não é letrado e arma demandas;

não é algoz e affronta, não é alfaiate e corta, e se étudo isto, não é nada disto e se não fnz nada gosa o céoe se faz tudo leva-o o diabo. ,

E' interprete do coração, oráculo rios pensamentos,chave da memória, porteira dos conceitos, vivo prelo daspalavras, freio da prudência, leme da vazão.

O medo coniprimea, o amor ata-a, a ira despedi:-acomo setta.

Resposta: — A lingua.

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O TICO-TICO 20 8 — Abril — 1931

O CASAL ZÉ MACACO FAZ VISITAS~_2~)~~ *v

\ P->.f./l QUANTO TBMPò/ || I

T^fe_Ss J-SS? ituPQ?^?^ ?4L^_e_i--_ Saõ ouas çt?Ar_DES

Zé Macaco e Faustina foram visitara Dona Jujuca e o seu Accacio. . .

•••qus ha muito tempo não viam. Emquanto os maridos covcrss.*A- surpresa foi agradável. vam sobre negócios as mulheres tam-

l)ESCULP£ mas O WST/DO,E Pr?£T0

£ ' PRETO ' M° 5FNHORA '

ADOmjJHQUiHHA MANDOUFAF£ "1'

íeTdervcasrtidmo,de aSS"mpt°S ™V°«™- Mas, no meio da conversa das duas discussão por causa da cor do ves-amigas surgiu uma... tido.

RA^Í QUE ELLAS f s _,^RANCÕT^gJ^ pREro/ 7~£GARahto çue o

A discussão azedou a tal ponto que apartar o rolo entre as duas c_n .-OS maridos tiveram que intervir para Retirando-se o «-_-_. «-spo-a.. ...para tua casa, «Jcpoti dc romper re-«.___..... lações com Dona j llcaj

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8 — Abril — ií.31 —21— O TICO-TICO

NOSSOS PRIÍZADOS AMÍGI Jl IVIIOS

__¦ m m BB zM 1 BflL*^ 8_i_________f ^^P i_________H_B ÍB iI _B___l •*Ma'' Jh| Kl •***" 3 I

___- i_*-fl__B__H-____ ^_*'-^*^^^_____B _______! ____SBf^*^^****' ^^UaWç*Sm BEB |m'mi §f *'i> «¦,*,. ¦"•^r v^

jl-.N-.l---*'» il l*»l ¦Wll^^-ill umO-_ I l^» fj

Glauco Fonsecade Sá.

Geraldo Fonsecade Sá.

J.eonor, filha do Sr.João M. Valladão.

A nossa leitoraCélia

Edesio Esteves(Rio).

COLIvI-SrJLS YKR.IDKSDe verde os val.es se alfombra-

vam, as arvores floridas verdeja-vam,

Profusão de flores. Exuberânciade perfume; por toda parte, painéisde vernal belleza. Mas em torno doengenho dai fazenda abalavam-se pe-quenas colunas esteiradas de gramma,lindamente verdejantcs, onde o gado

pastoreava nas horas luminosas dc.

sol. Dir-se-iam grandes pannos de vel-

Indo de sedai setlm vegetal. Como se-

ria agradável roçar o rosto pela sua

pennugem, resvalar vclludosamente

pelo seu dec .ve até o sopé onde pas-sa uma estrada e perto, da estrada uma

ribeira argentina.

Por toda parte, painéis de vernalbelleza. Primavera.

Em grinaldas despertara a Prima*vera. ,

Príncipes, rainhas e flores mil, ai-çando hymnos de perfume ao Creador,assistiam a cerimonia encantadora daPrimavera nas collinrjs verdes.

Marina Vaz de Lima

DESENHO FARÁ COLORIU

Depois dc colorido a lápis dc côr ou aquare'la, deve o desenho acima serenviado d redacção d'"O Tico-Tico". Os autores dos melliorcs trabalhos

verão seus iiomies publicados nesta secção.

ADIVINHAÇÃO SERTANE-JA CLÁSSICA

_-________• ^____^__n______M_______________H___f*-_-.____f___fa *4_____*-_E_____r «B ,*__. ^* k/j J-L. ^B

r( -íw1! / wè%>$3lPT w / v~M

Juntos vivemos e andamos,\ estindq trajes iguaes,E, sendo amigos, jamais\ cr lun ao otilro estimamos.Tinia que mui longe vamosPor solitário caninlm,Nenhum sáe do pátrio ninho.Por úteis ambos nos temos,Mas o que junto fazemosFaz qualquer de nós sozinho.

.Jne é minha geníc?Resposta: olhos.

Marina Vaz de Lima

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O TI CO -11(10 — 22 — 8 — Abril — 1931

tSMí MENINICELembras-te minha irmã,da velha casa colonial cm que nascemose onde havia o retrato do vovô Simões Lima?

Do relógio de pesos, dos moveisde jacarandá do quarto da vovó?

Da mamãe, dr> papae,suaves mas austeros e que liam á noiteo Rocambole e o Ponson du Terrail?

Da mesa de jantar em que garatujavamosa lápis de côr, quanta coisa havia?

Lembras-te da maior emoçãoque já tivemos: tão forteque ficámos paradosplhando-nos mutuamente:

Aquella tarde em que chegou"O grande Circo internacional de Vigo"?

...... O palhaço Seraphim...:«.. O anão que engulia uma espada...».. O cachorro que sabia números...•... O homem que sabia mágicas...»..• O cavallo ensinado...... O burrico que mordia o palhaço...a.. O palhaço que levava tombos....

A chsíranga do circo!Que bel'eza a charanga!

De repente vem a mocinha do trr.pezio...Cumprimentos, reverências, um sorrisopara o respeitabilissimo publico da cidadel

fTu não podias ver...Se a mocinha cahisse!Meu Jesus!

Eu olhei — ella subiu,deu duas voltar- immortaes!

A charanga parou.A emoção da cidade badalou!Tu não podias ver!Se a mocinha cahisse, meu Jesus!

Eu olhei: ella deu outravolta sensacional e zás!as calcinhas da moça se romperam!

El'a desceu...A charanga bateu forte.Meu coração bateu também!

Um dia o circo foi-se embora...Foi-se embora a moça das calcinhas...;.

Tu eras uma innocencia silenciosa,

que choravas por tudo.Eu era um menino de olhos extasiados

que tinham saudademas não choravam nunca!

Lembrns-te do meu gorro de marujo,de minha blusa de golla azul marinho?De teu saguim que morreu enforcadona grade do jardim?

Tu choraste tanto!A noite ti veste medo. da alma do saguim.

iTu eras uma innocencia supersticiosaque chorava por tudo...

•Eu era um menino de olhos extasiadosque tinham saudadesmas não choravam nunca!

JORGE DE LIMA^ ã

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8 — Abril — 1931 -1-23 -. O TICO-TICO

S^JjgjMSfcg_--r=^==|

K§)S l©JH ^PnB

ROUPAS INFANTIS"La layette'' — E' o enxoval de bebê. E

só se pensa no que ha de vir—o pequeno principeou a linda princezinha. Mama esmera-se. Etricota sapatinhos, barretes, borda camiso'as, pen-sa nas capinhas de flanella branca, e já aprom-pta também a camisa do baptisado.

O berço de bebê é um encanto. Todo de"toile de soie"' branco-marfim e os sapatinhosaquarellados. Certamente nã0 apreciará taes des-enhos logo nos primeiros dias. Virá, porém,a curiosidade, a attracção pelo colorido das avc3a medida que bebê se vá desenvolvendo.

Ho enxoval primeiro aqui figuram: uma"brassière" de Jersey branco festonado de azulesmaecido; sapatinhos de flanella e laçadas

A transp.írraçí

A transpiraçâo se faz, comoos meninos sabem, atravez de

pequenos orificios qut: existemna pelle e são chamados pó-ros. O phenomeno da transpi-ração executa-se no corpo hu-mano continuamen:e, quer emestado de repouso.quer, e prin-cipalmeute, no de movimento.

Neste ultima estalo a trans-pi ração se opera accelerada-mente e podemol-a observarem forma de gottas d'agua,

que- é o suor.

A transpiraçâo é composta

parte de água e parte de umasubstancia gordurosa e impura,

que fica adherida sobre a pei-le depois que a parte liquidacom a qual veiu junta seevaporou no ar.

m«\ €w

formigaA cigarra e aA cigarra cantava um dia. alegrenicnle,Quando ouviu da formiga: "oh! mu-

llier tagarc'.'a !"Pois então já se viu? que cousa im-

pertinente ?!E eu vivo a trabalhar sem chegar á ja-'

nella?:.

Pelo seio da terra brotava a semente.Era límpido o céu. a manhã era bendA cigana saudava o sol radinso e quente,E a formiga pensava: hei de dar cabo

delia.

Veiu a noite e dormiu a pródiga for-miga.

A cigarra cantava ao raio do luar,A cigarra cantava a ultima cantiga!

Poetisa do sol. da folhagem, do ar!Ensina-me a cantar. e::hatisto de fadiga,A caíitiga do céo, que tu sabes cantar!

César de Magalhães Couto

azues; graciosa camisola de baptisado, de mói-mói branco, pregas e largo entremeio de ren-da, capa de mól-mól com bordados abertos ebabado plissado; capa de flanella branca e bor-dado azul; capa de flanella azul guainecida deariuinho. — S.

A escolha demomes

Na índia, 60 aos do/e annosé que os meninos têm nome,

quasi sempre escolhido pelamãe; ás meninas, também danieina idade, dá-se o nome deuma Hor.

Os egypcios escolhem nome

para as filhas dc um modooriginal:

Quando nasce uma creança.•ccendetn tres velas, tendocada uma um nome, e sendosempre um o dc alguma ei-dade ou personagem cchbie;

a creança recebe o nome da

vela que mais tempo se con-

serva accesa.

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O TICO-TICO — 24 — 8 — Abril -- 1931

AS AVENTURAS DO 6AT0 FELIX(Desenho de Pat Sullivan — Exclusividade do "O TICO-TICO para o Brasil)

m»Mmm»\ 1 \. í-Çr^~~^ Ti^W mv^t **" M^^P^BI¦B,J'À» .^fc~'^m j. -^dj, (u WMzm»^»mm

— Attenção! Vajnos ver a fita que eu tirei na praia, com os rapazes! — dizia Gaio Fe-lix. O primeiro ouadro é...

— Que horror! Cojno pôdeacontecer isto? Vae ser umadesgraça!. .. .

— Então era' isso "que

Gato Felix fazia napraia? Como sahiu esta fita?

— Ftynos nós que tiramos a fita emquanto o titio estava distrahiuo!responderam os sobrinhos de Cato Felix.

— Perdôa-me, Gatinha! — chorouGato Felix Mas o perdão....

...que elle teve foi um valente ponta-pé que o fez sahir de casa apressado.

ia vez na rua, Gato F,elix quiz£xposição.

"m ,~ ¦ U | ¦¦ij. || | | |l -'-_k l-.JC tJ ' ' . .~ 1

Mas. ao entrar, levou um. "shoot" violento: Gato Felix. ferido em seu amor "V-

Hd de ensinar a essa gente quei nao en ravam gatos. próprio, resolveu vingar-se. pensa que gato é animal inferior!

ggÃÃga~£Ããgg££i~ÃSÃÃi^^ ccccceesccsoacstt - - e***&x**w(Coíiítntia)

O MAIOR ENCANTO DA<5 rv>\?Aici^A* . t „v u A s> CREANÇAS — ALMANACH D* OTICO-TICO PARA 1931

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Abril — 1931 25 — O TICO-TICO

AS AVENTURAS DO RATINHO CURIOSO(Desenhos de Waü Disney e U. B. Iiverks, exclusividade para 0 TICO-TICO, em todo o Brasil)

W f^*~~~T:==~l?fl WP"\\ _ "^ ¦- -r__*___=~?

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^^^^^^^B________Í______ÉÍ______jy . _1J ________________________________________________fc ¦ _.'¦.¦..- !_._.,. c-_». »•¦¦-¦ • "-~* ...- /<:

— Isso é demais! — dizia RatinhoCurioso ao ver a Macaquita. "flir-tando",

— Vou entrar e arrebentar a ca-beca daquelle rato inferior!

— Venha cá, seu Ratinho Curioso!— gritou uma voz. — Não seja ma-(uco! Não comprehende. . *»

I 3M-4I..que se voe! entrar e ,matar o "seu"

Guedes a Macaquita. fica contravocê?

Sim! — respondeu RatinhoCurioso dando Voltas em redor dacasa da Macaquita.

Emquanto isso se passava, Máca-quita perguntava: — Qüe devo tocaragora, "seu" Guedes?

F d,, la.hi de fora, Ratinho Curió- E, furioso, passeava de um ladoso pensava que "seu' Guedes estava para outro, apressado, agitado, zan-beijando a Macaquita. gado.

Depois, Ratinho Curioso sentou-se, hrini-to triste. A sua Macaquita — pensava —ora uma ingrata

E agitado, parava, a olhar para arspesse.uf que 'passav_un na rua.

Por fim, Ratinho Curioso tomou_,ma resolução. Ia matar-se

— Por que devo viver mais'/ Voupôr termo á vida, (C-nítntia)

.rj%.rjvv----->/__jvsivr_ívv-_íV---^-v^

O livro das sem toninhas — CSNEÀRYE-AIBUM.'

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O TICO-TICO 26 Abril — !«J31

&

NEGRINHO DO PASTCREJO(LENDA GAÚCHA) w

1 la\ i'a um êí tanciciro cruel para os escravos e parsa peonada. Uma feita, comprou elle uma boa ponta de

novilho*". Era inverno rigoroso e fazia frio de rachar.

Esse ,rado, para ser aquerenciado no campo da estância,

dos tentos, fez a armada, cerrou pernas no -cavallo c,

approximandn-se do novilho á SísfaucTa necessáriarou o laço certeiramente, laçandu-o. Em poucos tirõi.s

Egccos que deu o animal altaneiru. partiu-se o laço ¦

mandou elle que fosse pastorejado por um creoulito de novilho tahiu á disparada, sem que. por mais eu

quatorze annos.

Quando chegava o entrar do sol, trazia o negri-jiho o gado do pastorejo e o encerrava no curral, sendode antemão contado pelo estancieiro. Um dia, na con-tagem. deu elle falta de um novilho, e, sem mais demo-ra, encostou o cavallo no da pobre creança e deu-lhe avaler com grosso e pesado relho, deixando-lhe o corposemi-nú cheio de lanhos, a correr sangue. E depois quebateu barbaramente, á vontade, nas costas do infeliz,disse-lhe:

— Vaes me dar conta do novilho, ou, do contra-fio, veras o que te acontece.

Ao ouvir a ordem do cruel senhor, o crioulo deude rédeas ao cavallo e partiu á procura do novilho. Nãocaminhou muito tempo para avistal-o pastando em umacoxilha. Ao lançar-lhe as vistas, desatou um frágil laço

que fizesse o crioulo, fosse possível fazel-o dar volta.

Destnganado, o desditeso preto voltou, dando parte ao

cruel senhor. Este Einarrou-o de pés e mãos e d« |

de tornar a dar-lhe muito, fez abrir um formigueiro edeitou-o nu entre as formigas. No dia seguinte, ii

• i "

ver a sua victima para coittnwaf o cruel castigo, not a

que do formigueiro erguia-se uma nuvem, e, envolvi '. inella. suína <¦• ínartyr ao ce «. desapparecendo depois.

DesJe então os camponezes consideraram a vicii-ma como um santo e começaram a dirigir-lhe prolsas. E ficou entre elles esse uso: quando perdem qual-quer cousa, promettem logo velas ao Kegrinho do !'as-

torejo, as quaes accendem assim que encontraicto perdido. Por isso é que, não raro, se vêm, nas cs-tancias, \elas accesas á i.oite, que =ão o cumprimentade proíuessas feitas ao santo ínartyr do captiveiru.

vizimbro Jctcqu

? <?> O amor da íamUlia é a única semente do amorda pátria e de todas as virtu-des sociaes. Funck-Brentand.

IQ> <í> <S> E' tão ordinário

vêr mudar os gostos, como éextraordinário vêr mudar asinclinações.

? S> Não ha homem n-co, que seja tão ditoso com oque tem, como infeliz com oque não possue. — Seneca.

• 3> As paixões não sãofortes senão p.ôrque os ho-mens são fracos.

« « ^ Em virtude, quemnão progride retrocede. _ c.Fernandez.

Q •$> <í> O estudo vence ovicio.

LUTA DE GRILLOSPratos

Na China, sem duvida alguma, o sport favo-rito é a luta de grillos. Dois machos são collo-cados numa arena. Os circumstantes começama apostar, chegando a fazer apostas formida-veis. Os chinezes divertem-se immensameinecom isso, da mesma maneira que os hespanho-

es com as touradas.

Os faisões e os pavões ti-veram época nos banquetesde gala dos paços europeus.E com a particularidade de,assados, em pratos vistosos,mostrarem-se com pennasviMi.v:is ou flores.

Nos tempos chamados dacavallaria, o pavão, acepipedisputado pelo seu sab respecial, era o prato de mai-or solemnidade. Banqu-teeu jantar de apparato sem

pavão assado não era dignode ser offerecido aos cavai-leiros nobres e destemidos.

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8 — Abril 19__ — 27 — O TICO-TICO

RESULTADO DO CONCURSO NU-MERO 3.52S

Solução exacta: QUEMSEMPRE ALCANÇA.

ESPERA

Solucionistas: — Decio Monteiro San-tos, Fernandes Mendonça, ClodomiroF, Dias, Beatriz Striugtiiu-, Maria doCarmo Quaresma, Luiz Henrique, Gilda.Braga, Jcanne Dair Moraes, Ary Bar-roso, Maria da Conceição Azevedo,Ncise Ribeiro, José Alves, Wilson Bci-nhardt, José Damate, José Goyta, Al-berto Belga, Berence Lisboa, AlbertoMello, Diogenes Carlos Correia, Augus.to Gabriel, Esther Carvalho ArthurBernardes SanfAnna, Lygia Valente da •Couto, Maria José Barcellos. Maria deLourdes, Maria Lourdes M. Santos, An-tonio Souza, Edgard P de Souza Otti-lia Monteiro Stebler, Esther ílaclc, Tre-néa da Silva, Arlette Braziliano, Home-ro H. R. Rangel, Nanir Marina, HildaReis de Freitas, Lyssette Machado, Ra-chel Macedo, Mariquita Macedo, JoãoBaptista, Bernadette Souza, I. da DoCoutto, Alzira Vogado, Hélio, JorgeAlunes, João Carlos Tourinho, CreusaCaldas Falcão, Beatriz Vianna Vascon-cellos, Maria Eugenia Barreto llayc) d-Meirelles, Haydcl de Meirelles Correia,Lourival de Baptista, J. Pereira PassoSiLygia Santos, Maria de Lourdes Siva,Dulcelina Arminia, Eva Carolina S.Bandeira, José Alfredo Caetano, MariaDiva Garcia, Junc Isaac Silveira Sebas-tião Botto dc Barros, José de Araujo.Ozéa da Costa, Alça Soares Villares,Marilia de Aliucurt, José Maria Ferrei-ra, Amélia Pedroso, Nctisa Guimarães.Jos.é Luiz Castellar, Therczinha de Bar-ros! João Pedro da' Cruz, Fernando Oc-tavio, Maria da Penha Azevedo, Gilber-tinho Ribeiro Ratto, Jeame Dair Mora-es, Hélio Amaral, Maria José Dclduqiie,Álvaro B. Correia, Wilmar Werneck.Uva Macedo Braga, Maria Ivette da Sil-va, Adelvado Cardoso Botto, Helena dosSantos, Hélio Acqtiarone, Maria Cynira.

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Amdiles, B. da Conceição Noronha, OlyrGeraldo, Dulce Moura, Ivone Reis, Au-relio Villani, Idalina Cll"nar'íes' Epita-cia Guimarães, Ayrton Sá dos Santos,Oswaldo A. Lutz, Eloiza Duque Estra-da, Ricardo Hugo Lutz, Nylza Onofre.Henrique B. dos Santos, Maria Clarade Souza, Branca Azalea Salazar, Ar-thur B. Barbosa, Levy Carneiro, Mar-tha de Almeida Fagundes, Sebastião D,Ângelo Castanheira, Paulo Barbosa,Gastão Rodrigues 1 .lho, Paulo XavierBaptista, José Frederico Barroso, Mau-rillo, G. de Mattos, João -Cald-S, GoiseHumberto Mendonça Aloysio Santinho.Roberto de Brito, Pedro Francisco Bra-ria, Felisberto Mignot, Carlos Mignot.ga, Rosa Padula, Celeste Icdda de Fa-Carlos Mignot, Marina Vaz de Lima.João Carpenteri, Aida Dalmase, Oswal-do Cavalheiro, Ubirajara C. Brasil, Mas-sil. Machado, Nydia Dias Costa, Lauri-ta I.ino Liryo, João Fernandes, Hildadc Souza, Elza de Souza, Jordão Regi-nato," Eliza Wilahes, Rodovaldo RegoSouto, José Annanias, Léa Lacerda, Ly-gia Basto Aguiar, Edmir Vasconcellos.Rubem Vcrmieri, Margarida dc Castro.Sérgio Geraldo, Nelio Bcrta Marthade Castro, Maria Frapini, Antônio Z.Dias, Murillo Beltrão, José Fragoso.Lygia de Souza, Nclza Mendes, PauloAmaro Costa, Maria de Lourdes, OdilioDrasgenest, Thomé Fgnació de AndradeAntônio Carlos Galvão, Nelson Rama,Paulo Roberto Pinto, Nelson C. Gar-zeri. Francisco Augusto Galvão, AnnaGraziana. José Bezerras, João Alves Ro-zendo, Maria de Alvim, Isaura M. Tas-sig, Luiz Alexandre, Octacilio José Pa-gano. José Maria Alves, Darcy Vigier,Maria Pires, Roberto Rocha, NiltonNunes da Costa. Margarida Magalhães.Gerber Serpa, João Luiz Alves, Ilayde-nica Falcão, Guarez G. Ferreira, Mau-ricio Meira, Léa Ferraz, Caetano Netto.Francisco Moura, Maria Helena Fígue-

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O TICO-TICO 28 — Abril — 1931

rcdo, Germes Costa, Alberto Core. Ma-rio Carneiro, Oscr«r Freire, José Anto-nio, Elza Berto, Aldsmir Tavares, Du!-ride Carvalho Moura, Beatriz Heloísade Figueredo, Joaquim dos Santos, LuizBosges. João Gabriel Baptista, Pedro.Gomes. Hiolanda Amaral, José E.Glmo, Sylvia Oberlandsr, Mano dcCastro. Neyla Leal, Albino Costa, Ben-ta Martins, EUziolino SanfAnna, Natha-lina da Cunha. Maria de Lourdes.

Foi yremiado, com um valioso brin-quedo,

"o concurrente

Joré Bcrnaides Peria

dc 12 itanbs de idade e morador á ruaCarlor Sampaio n. 48, térreo, nesta Ca-pitai.

RESULTADO DO CONCURSO NU-MERO 3.532

Rcíiwslas certas:

í — Cantagallo.2'' — Milho-Milha.3* — Cascavel.4' -- O dente do5* — 0

alho.pe ce vento.

jAlucionistas: — Álvaro de 'Menezes

Salles, Arthur Pinheiro, Maria d?. Lcur-dts Pereira de Almeida, Odette Lemos,Oscar Lemos, Carlos Figueiredo de Sá,Célia de Oliveira, Cariolano de Mattos,Cecy dc Alvarenga Costa, Maria Pau-Ia de Oliveira, Jorge M. Porto, Moacv.-,M. Porto, Baby Torres, Cândido BorbaGuiomar de Menezes, Carlos Pinto daCruz Guimarães, Odette Rodrigues daSilva, . Noemia Salles, Ruth Vieira áiLemos, Godiva de Paula Aguiar, DecioGeraldo Vianna, Luiz A. Lafayette Ade-maldo C. Botto, Adelsan Cardoso Bot-to, Nàdyr Pinho Alves, José Mauriciò,Léa Carvalho Moura. João Baptista,Américo Florentino, Aurelia Wilches.Carlos Carvalho Silva, Maria Silveira,Maria do Carmo Machado, Pcdrinho deCarvalho, -Miguel Lemos, FlorentinoReis, Yvonne Reis, Irene Marques de

mnaeDIZ SEMPRE

QUE EU SOU FORTee ROBUSTO

PORQUE TOMO \

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Chimico

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veira

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João da Sil\a SilveiraPODEROSO FOR-TIFICANTE PARAOS ANÊMICOS- E

DEPAUPERADOS.Empregado com fuc-cesso nas Tosses,Bronchites e Fraque-

za geral

Oliveira, Amparo de" Arruda. Juracy Pe-reira.de Faria, Rachel Macedo EldahDuarte, Manquita Macedo, Mauriciò C.de Lacerda, Oswaldo Cavalheiro, LevyCarneiro, Laura ,-\ndré Ciiveira, LadyrPinho Alves,' Elyelh de Ai.Tteida NiyaV. ClcmeiT.e, Admir Vasconcellos ,Tei--xeira, Affonso Alnriro Ribeiro, StellaAmaral Barreto, Jtdda Legal Possolio.Amely Pedroso. Braccinin Braccin-',Amandyr Pedroso, Orchidea Pereirade Oliveira, Yor Magalhães, João Paia-no, Lucy Schara, Ornvnda Maldonadc,Manoel Ferreira, Odette Castro, Mariada Gloria Vieira de Alencar, GübcrtinhjRibeiro Rato, Taiitha Fonseca, AnanAsSantos Souza, Amariles B. da ConceACão, Esdras Ventura, Carlos de Souto,Eduardo Murta, Celina Braga ¦ Torrei,André Leocadio de Oliveira.

Foi premiado, 'com uma linda sur-

presa, o concurrente

Decio Geraldo da Silveira

dè 8 annos de idade e morador á ruaBrasilio. Machado n. 18, era São Taulo.

CONCURSO N. 3.3-12

TARA OS LEITORES DESTA CAPITA!, E L\l3ESTADJS PRÓXIMOS

3a — Qual o paiz da Europa -ji-e ord;na á mulher que trabaiha?

(4 syllabas) .Da mesma.

4a — Se trecarmos a vorjai initiil rVuma ilha Européa por oiVra vos d fka u inome d? mulher. Qual é a ilh:- r

(3 sy!'abas).Di nitsma.

5a — Qual a meeda Européi fjue larbem é adjectivo?

(2 syllabcs).D1, iresir.a.

As soluções devem ser enviadas a fsíaredacçao devid mente assignadas, sftsanrdas das de oulrjs quaesquer cjncyrcoi taiirda acompanhadas do vale n. 3 3-12. |

Para este concurso, que será erc-rradono dia 30 deste mez daremos coriro pr—mio, per sorte, entre ss so':u<%õ--s cerra.,uma surrr.za.

\pgk \ VV ^ss\mms\ ¦¦¦¦! «4^»m-—siasasj

3.542

BOM DIA, BOA TARDEE BOA NOITE

A mãe vem c chama,A filha, Maria,Que surge da cama.Murmura: — "Bom dia".

O Sol banha o mar,Seu brilho não arde,A filha ao chegar,A'mãe diz: — "Boa tarde".

Quando a ventania,A casa açoite,Deitando, MariaDará: — "Boa Noite".

Renato Coelho.

Perguntas:

Ia — Qual o rio da Europa qu; é ho- .monymo de uma parte do errpo?

(2 syllabas).

Neysa Maria Rebello Pinho2a — Se de um rio da Europa tirarmos

a inicial teremos um nome de íntrherQue nome?

(2 syllabas).Da mesma.

Que remed/Qusa confia. (/OPC79

PREf/#A SEMPRE -—

QrêdoD?Lu$tosê

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S — Abril — 1931 — 29 —

CONCURSO N. 3.5-11

PARA OS LEITORES DESTA CAPITAI E DOS ESTADOS

O TICO-TICO

CASAS QUE SAO CUMbl RUÍDASDE ESQUELETOS

n/\}\ §\II I 1]L======*

Com trinta e oito phosphor.iâ, Cliir,ui-nho escreveu a palavra — lJa:iJiJo — c,'liz elle, que sc vocês tirarem Ires phos-rhoros poderão formar o nome de um lio-mem.

A solução tio concurso deve sf enviadaá redicção d'0 Tico-Tico, separada das deoutros quaesquer concursos, e acompanha-ria não só do vale n. 3.S41, como dasdeclarações de idade, assignatti.-a e resi-dencia "do concurrente.

Para este co:icurso, que será ercerr .de

«A^^.^^AA_i>AA^AAAA^NAA^l^V>^V\AAA__«VWW^

Filffl||iJ

/

JLL_===s=__=' |

no dia 8 de Maio vindouro, daremos comoprêmio, por sorte entre as soluções cer-tas, um .-ieo livro de leitura infsutil

3.541

Concurso tlc São João

H i ;

A "coquina", empregada na Florida (Es-tadoi Unidos), como material de construc-ção, é constituída das caseis di bilhões de

Letra H.

animaes marinhos, que, devido á ncção dotempo, sc transformaram em uma massa re-sistente. Embora pese muito pouco é dura-

vcJ e pode ser cortadi em b.ccos.

O LEITO DE MORTE DOS ELEPHANTESSELVAGENS

Os elephantes Jtívagens da África andam cm hordas, oomotod< o mundo sabe. As expedições exploradoras que so ten inter-uad? pelo interior «fricano nSo conseguiram, no emtanto, ;:téhoje encontrar o esqueleto de um só elephante. Ninçurm sabe

portanto, onde01 ei pluintesselvagei * vãomo r re r. AI-guns naturalis-tas acreditamque. sentindoa morte, ellesse dirigem to-dos pira ummesmo local.Neste raso.Brande quanti-dade <V mar-fim ahi seriacn con tra d a.Mas até hoje aprocura desselocal continuaser um myste-rio. Onde mvrre o elephante selvagem?

^Wunlwíinbn*(bmàítc&afoj'

¦S£tf^*wM___pi^^' ^^TSi-*'". *"** -• ^^• • •¦— * ... i -<¦.""-"--"-T-Tl] ¦ ([ 1 I |_^^^i^^^^

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Os lenhosde ^laial

V 'Y?Y_

CY ^j

K?

O sonho lindo de todas as creanças, na qua«dra festiva do Natal, é a figura veneranda dovelho Papae Noel.

Em cada creança vivem sempre, por essetempo, um desejo, um anseio, uma esperança,para a posse de um cobiçado brinquedo,que o velhinho das longas barbas bran-cas traz escondido no sacco de surpresas

— Vou ganhar uma boneca I — sonha a me-nina. — Vou receber um trem de ferro! —

deseja 6 menino. E cada brinquedo é um motivo de dese»jo para a noite risonha do Natal. Ha, porém, uma cousacobiçada por todas as creanças — é o

ALMANACH D'"0 TICO-TICO' PARA 1931

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g¦__. Afuil — '1931 — 31 O TICO-TICO

Alexandre Magno e otf.

Durante muito tempo, um mari-nheiro, chamado Dioniedcs, percor-rcu os mares numa galera, atacai.-cando outros navios, saqueando oscarregamentos e afundando as em-barcações. Finalmente, preso e le-vado á presença de Alexandre Ma-gno, este perguntou-lhe como sc ti-nha atrevido a perturbar os maresctequePa fónna.

— Senhor; respondeu o pirata,Rena melhor perguntar por que écite vos atreveis a perturbar a ter-!_'. Mu não possuo mais que umagalera, c, portanto, não posso cau-f>ar grandes prejuízos; vos sois se-nhor de poderoso exercito e levaisppr toda parte a desolação e a guer-ra. Mas a mim chamam-me piratae vós sois rei e conquistador. Se eutivesse conseguido maiores êxito,que os vossos, ter-se-iam trocadoos nomes que nos dão. Commovctitanto o monarca este poderoso ar-pimento que deu *to pirata gran-des riquezas com a condição de quedeixasse de roubar c se convertesseem homem honrado.

O fp a 1Í1 € O

De um negro empregado cm rmafazenda, a principal missão eraordenhar uma vacca que pertenciaao fazendeiro. Este. para facilitaro trabalho do negro fez-lhe preseti-te de um pequeno banco e lhe dis-

"Com este, Boulou, tu poderá:.mais facilmente ordenhar a vacca".

Boulou respondeu:"Obrigado. Massa, Boulou vae

experimentar, neste momento".Elle desappareceu na cocheira e

voltou dentro dum quarto de hora.Elle estava transpirando, e trazia,

tristemente, o banco.

T0S5E-A5THMACOQUELUCHE

\\\»hOLIVEIRA

«JÚNIOR

'"Como vae, Boulou? lhe disseo mestre.

Não, não vou bem, Massa!Como? Que te aconteceu? Tu

não podes ordenhar o animal *

Boulou com raiva: "Massa, a vae-:a nâo pode sentar-se no banco.

Marina Vos de Lima

ASO ei-imegrec.iiiftieinito úos

DS

O cabello, cm geral, adquire O po-der de ennegrecimento após os cin-co mezes. O cabello ennegrcce commaior intensidade entre os dez eos vinte annos. As pessoas lourasadquirem a fixidez definitiva dacôr dos cabellos aos quinze annos.São essas as observações que umsábio allemão fez em seus estudos.

€> e> •$

Não temaes osNunca se deve temer cs bon:-, por-

que de suas acções só nos ai le iráo bem.

Assim pensava Diiycnes, olhando, madia, talvez com admiração, paia Ale-a tndre Magno.

Temes-nie ? — perguntou-lhe oconquistador.

Responde-me primeiro — obser-vou-lie o Interrogado: tu és máo oués bom ?

Sou bom — respondeu Alexandre.__ |¦;,,: ¦ ¦ és botn r replicou Dio-

i, ç (,¦ h i de lumT ?...por

LEITE de; BELLEZA

r 11 :J N _ hi-liO SUPREMO EMBELLEZADOR DA PELLE!

NAS

PERFUMARIAS LOPESRIO-5. PAULO

CASA BAZIN-PERFUMARIA CAZAUX

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AS AVENTURAS DO CHIQUINHO COM QUE ROUPA?!>_ yr X,. \^

^~^ "^w^ ^^^^__. £_"!_>__^^^:'^ >-»,»h.,'.,i,,,v^»|'í.;«i'*.aWi«X^

Chiquinho quando esteve veraneando, fugia de A mae de Chiquinho, rec.iosa que o filhocasa, ás vezes, e com Benjamim .a tomar banho no no. tosse Plcado 5>or «>">» cobra. contractou um ga-Pespiajn-ee, cahiam n'agua e deixavam as roupas so- roto 'Para lhes roubar as rouPas {luando estl"bre uma pedra. vessem e

Um dia, o garoto que os espreitava, furtou-lhes asroupas e sahiu a correr — Pega, pega ladrão! Entre-tanto o garoto, o pseudo ladrão, voava.

p_yç»»j^>*»i^ t -«'H ^^'¦*•¦/'*^ ' ">'v,£á&l ^r^i^^^i^

Chiquinho e Benjamim sahiram do banho á pro-cura do garoto, que já havia desapparecido. — E agoraBenjamim com que roupa eu vou?

¦— Ccsrrraquella que Deus no matto botou.

E, com umas tangas feitas de folhas ver-des, partira,m para casa Pelo caminho, iamí.cebendo vaias de toda a £_a*_i iue gritava ecantava o samba: "Com cu_ _._.;?_?"¦

Vieram para casa acompanhados de mais de cin-coenta pessoas. Ao chegar, encontraram as roupas rou-badas e comprehenderam tudo Não sahiram mais decasa sozinhos, tão envergonhados" ficaram.