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PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU Secretaria Municipal da Educação ARTE/EDUCAÇÂO

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU Secretaria Municipal da Educação

ARTE/EDUCAÇÂO

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Traduzir-se

Uma parte de mim

é todo mundo: outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão.

Uma parte de mim pesa, pondera:

outra parte

delira.

Uma parte de mim

almoça e janta:

outra parte se espanta.

Uma parte de mim

é permanente:

outra parte

se sabe de repente.

Uma parte de mim

é só vertigem:

outra parte,

linguagem.

Traduzir uma parte

na outra parte

— que é uma questão de vida ou morte —

será arte?

Ferreira Gullar

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APRESENTAÇÃO

A atual concepção para a Arte na Educação Escolar é a de se tratar de uma área

fundamental do currículo escolar, objetivando promover a formação humana plena e integral de nossas crianças no tocante as questões da sensibilidade e da estética. Porém,

muitas são as questões que se colocam, visto que, apesar de estar consolidada como área do conhecimento no currículo escolar desde 1996, ainda sofre pelo desconhecimento de suas principais características e conteúdos. Isso é fruto de uma história formativa, tanto durante a escolarização básica, como na formação de professores.

Mas afinal... o que é Arte? Qual a sua função e seu significado para o ser humano?

Qual é a especificidade da atividade artística em relação às demais atividades humanas? Em que medida diferentes concepções sobre a função e o significado da Arte determinam as possibilidades pedagógicas de seu trabalho na escola?

É evidente que não conseguiremos responder a todas essas questões no espaço desse

texto, porém temos como objetivo declarar pontos fundamentais da área tendo como base

a teoria histórico-crítica, bem como, apresentar breve histórico da inserção da área no âmbito do currículo escolar.

Boa leitura!

Um grande abraço!

Coordenação da Área de Arte

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Segundo Vigotski “[...] o ato artístico não é um ato místico, celestial da nossa alma, mas um ato tão real quanto todos os

outros movimentos do nosso ser, só que, por sua complexidade, superior a todos os demais” (2001, p.325).

Nesse sentido, o primeiro ponto a ser esclarecido é o de que a Arte é fruto da capacidade e do trabalho humano e não de “dom divido”. Qualquer ser humano, reservadas suas especificidades, é capaz de, durante seu processo de humanização, formar-se para tanto. Porém, o autor nos mostra que apesar de estar inserida no âmbito do trabalho humano, a produção artística apresenta um alto nível de complexidade. Para exemplificar: todos nós professores somos alfabetizados, capazes de ler e escrever textos,

porém a questão que se coloca é a seguinte: Será que todos nós temos as capacidades necessárias para a produção de uma poesia tal qual a apresentada anteriormente? Possivelmente a resposta é negativa, mas dadas as condições necessárias de aprendizagem poderíamos nos instrumentalizar para tanto. Sob a perspectiva teórica adotada pela secretaria, assim como a Arte não deve ser concebida como dom, nosso entendimento é de que a área não deve ser concebida

como mero momento de entretenimento. Nossa proposta busca evidenciar um “trabalho pedagógico formativo com a Arte na escola para uma compreensão do real potencial humanizador presente das obras artísticas”. Assim como todo o processo educativo, a área de Arte também, deve vislumbrar o processo de humanização dos escolares, mais especificamente qto as questões ligadas à sensibilidade humana. Na perspectiva histórico-crítica e histórico-cultural, o caminho para

compreendermos a natureza e a especificidade da Arte passa necessariamente pela categoria atividade. A arte então surge como uma objetivação específica no interior da prática social humana.

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Existem registros de ações humanas que ultrapassam as exigências

utilitárias da atividade de trabalho (adornos, temas decorativos nos instrumentos etc.). Nesse momento essas ações estavam ainda organicamente vinculadas à atividade coletiva de transformação da natureza e produção da vida humana. Como esclarecem Duarte et al (2012), apenas muito lentamente a Arte emergiu desse solo originário que foi o trabalho,

mediante um longo e complexo processo que levou das primeiras formas de produção simbólica ao desenvolvimento da Arte e à necessidade de produção e fruição artística. Assim, vão sendo criadas historicamente as condições para o surgimento, diferenciação e desenvolvimento da atividade artística como forma específica de criação humana que supera a determinação prático-utilitária da atividade de trabalho. Essa atividade atende a necessidade socialmente produzidas pelos homens e realiza um outro tipo de

relação dos homens com o mundo que não aquela voltada a fins utilitários. A obra de arte tem o poder de produzir efeitos e evocar emoções profundas no receptor, possibilitando que ele reviva de uma maneira condensada e intensa dramas do presente, do passado e do que se anuncia como futuro da humanidade. A partir das proposições de Vigotski e Lukács, podemos compreender que a contribuição específica da Arte no processo de humanização é a possibilidade da elevação

da subjetividade a um nível superior, mediante a elevação dos sentimentos do indivíduo ao nível historicamente alcançado pelo gênero humano. Em síntese: a Arte proporciona a apropriação, pelo indivíduo, de formas socialmente desenvolvidas de sentir (DUARTE et al, 2012). De acordo com Fischer (2002), a arte é necessária porque o homem é um ser social e faz parte de sua condição buscar a vivência do outro para melhor compreender-se. Nesse

sentido, a arte supre essa necessidade, pois ela é uma forma de representação do mundo externo e interno dos indivíduos e da vida em toda a sua plenitude, relacionando conhecimento à emoção.

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A busca pela experiência sensível como possibilidade formativa...

• A Caverna de Platão https://www.youtube.com/watch?v=XvKzrsAk168

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ARTES VISUAIS

ARTES CÊNICAS

MÚSICA DANÇA ARTE NA

ESCOLA

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Linha do Tempo – Caminhos Percorridos pela Arte na Escola

Missão Artística Francesa trazida em 1816 por Dom João VI →

Fundação da Academia Imperial de Belas-Artes (Escola Nacional de Belas-

Artes)

•LDB 4.029/61 – Apresenta pouca ou quase nenhuma importância ao

ensino da arte na educação formal.

Faz menção ao oferecimento de atividades

complementares de iniciação artística.

• LDB 5.692/71 – Inclui a Arte como atividade educativa nos currículos

escolares.

Cria a Educação Artística nos currículos escolares de 1º e 2º

graus, não como matéria, mas como atividade educativa.

•LDB 9.394/96 (Lei vigente) – Torna o ensino da Arte obrigatório como

componente curricular em todos os níveis de ensino, sendo que,

recentemente houve alteração do dispositivo legal apontando como

conteúdo obrigatórios: Artes Visuais, Música, Teatro e Dança.

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Quando pensamos no ensino de Arte na escola, temos como horizonte o desenvolvimento da consciência estética dos alunos. Na escola de educação básica,

considerando-se as peculiaridades dos períodos do desenvolvimento da criança, o objetivo deve ser a formação das bases dessa consciência (DAVIDOV).

Relação Estética com a Realidade (experiência/relação sensível com o mundo)

Obras Artísticas

(materialização/objetivação)

Ampliação de Referências

Conteúdo de sua Individualidade

Apropriação de Processos e Procedimentos

Art

ista

Criança Experienciando

as manifestações da Arte

É ponto bastante significativo para a linha teórica o fato de que sempre se toma como referência o “mais desenvolvido” em determinada área. No caso, especificamente, das Artes os mais desenvolvidos seriam os Artistas. Esses profissionais são aqueles que tem a relação estética com a realidade mais intensificada, relação esta objetivada por meio das obras artísticas de suas autorias. Nós, enquanto educadores, propomos a mediação entre alunos e obras artísticas para

que esses possam; ampliar suas referências, se apropriarem de conteúdos significativos à constituição de suas individualidades e se apropriarem de processos e procedimentos desenvolvidos socialmente ao longo da história da humanidade.

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ARTE

leitura

Abordagem Triangular de Ensino da Arte

• A imagem (original ou

reprodução) volta para as salas

de aula.

•Ver, fazer e contextualizar

respeitando as vivências do

aluno

• São abordadas questões

acerca da história e crítica da

Arte e estética aliada é claro ao

fazer artístico (releituras).

•A Arte apresenta-se como

linguagem, meio de

comunicação e expressão

intelectual.

No que se refere a abordagem metodológica para o ensino da Arte, o que temos de

mais difundido entre os professores é a Abordagem Triangular. Essa abordagem foi criada pela professora Ana Mae Barbosa (ECA/USP) quando foi diretora do Museu de Arte Contemporânea da USP e tinha como objetivo aproximar o público à produção artístico-cultural existente na instituição. A base dessa abordagem é realizar um trabalho integrado de aproximação entre espectador (aluno) e obra de arte em momentos de: leitura, contextualização e produção.

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A importância de se oportunizar a Arte aos pequenos...

• A Escada Inexplicável https://www.youtube.com/watch?v=klthHlDcCXA

• Música Clássica https://www.youtube.com/watch?v=LJIWbd9_4Is