PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO … · com sucesso. Meus mais sinceros...

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ FUNDESJ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO YANNA DE AMORIM CANA BRASIL SCHÜTZ ANÁLISE, MODELAGEM E PROPOSTA DE REDESENHO DOS PROCESSOS DE COMPRAS DO CAMPUS FLORIANÓPOLIS DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA IFSC São José Julho/2011

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ – FUNDESJ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

YANNA DE AMORIM CANA BRASIL SCHÜTZ

ANÁLISE, MODELAGEM E PROPOSTA DE REDESENHO DOS PROCESSOS DE

COMPRAS DO CAMPUS FLORIANÓPOLIS DO INSTITUTO FEDERAL DE

EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA – IFSC

São José

Julho/2011

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ – FUNDESJ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

YANNA DE AMORIM CANA BRASIL SCHÜTZ

ANÁLISE, MODELAGEM E PROPOSTA DE REDESENHO DOS PROCESSOS DE

COMPRAS DO CAMPUS FLORIANÓPOLIS DO INSTITUTO FEDERAL DE

EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA – IFSC

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Orientador: Prof. MSc. Eng. Alcides José Fernandes Andujar.

São José

Julho/2011

YANNA DE AMORIM CANA BRASIL SCHÜTZ

ANÁLISE, MODELAGEM E PROPOSTA DE REDESENHO DOS PROCESSOS DE COMPRAS DO CAMPUS FLORIANÓPOLIS DO INSTITUTO FEDERAL DE

EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA – IFSC

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

_______________________________________________

Prof. Alcides José Fernandes Andujar, MSc. Eng. Orientador

_______________________________________________ Prof. Paulo Sérgio de Mora Bastos, MSc.

Examinador

_______________________________________________ Prof. Thiago Souza Araújo, MSc.

Examinador

São José, 04 de julho de 2011.

AGRADECIMENTOS

Com a conclusão de mais esta etapa de minha vida não poderia me furtar do

dever e da satisfação em agradecer aqueles que auxiliaram direta ou indiretamente

para que este meu objetivo pessoal se concretizasse.

Em primeiro lugar agradeço à minha mãe, Valeria Fendler, por todo o amor e

dedicação dispensados, não só neste momento, mas sim em todo o decorrer de

minha vida. Agradeço aos meus familiares, os que estão neste mundo ainda, e os

que agora cuidam de mim olhando de outro lugar. Agradeço em especial ao meu

esposo Daniel Schütz, por ter me ajudado e me dado o apoio de que precisei para

concluir esta etapa.

Agradeço também a todos os meus amigos, principalmente aos amigos da

turma de administração 2007/2, e em especial aqueles que estiveram mais perto no

decorrer desta jornada: Clécia Lima, Daniela Leal, Gabriel Wessler, Janaíne Olivo,

Paulo Roberto Costa, e Ruth Meier.

Agradeço ao professor Alcides Andujar pela orientação, e, como a ele,

agradeço a todos os outros mestres que passaram pela minha vida, e que a seu

modo contribuíram para que eu chegasse até aqui.

Agradeço especialmente ao Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia – Campus Florianópolis, representado aqui por seu Diretor Geral, o Prof.

Carlos Ernani da Veiga, que autorizou a coleta e a publicação dos dados aqui

apresentados. Em especial gostaria ainda de agradecer ao Administrador Carlos

Eduardo dos Santos por me orientar no estágio curricular obrigatório, que deu

origem a este Trabalho de Conclusão de Curso, e a Assessora de Planejamento,

Caroline Maes, por todo o apoio prestado durante o período de estágio. Além deles,

agradeço também a todos os outros servidores do Campus Florianópolis que

participaram direta ou indiretamente na construção deste trabalho.

Agradeço ainda a todos os outros que não foram explicitamente citados aqui,

mas que de alguma forma contribuíram para que este trabalho chegasse até o fim

com sucesso. Meus mais sinceros agradecimentos, com a certeza de que sem a

ajuda de cada um daqueles que são presentes em minha vida eu não estaria aqui

hoje.

Administrar é aplicar o conhecimento à ação.

Peter F. Drucker

RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como eixo principal o tripé teórico composto pela Administração Pública, Administração de Materiais e a disciplina de Organizações, Sistemas e Métodos. Baseado na atuação profissional da autora e no desenvolvimento de seu estágio obrigatório no Setor de Compras do Campus Florianópolis Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), este trabalho tem por finalidade aplicar os conhecimentos adquiridos na academia, na vida prática do profissional de administração, e na valorização do trabalho da instituição. O IFSC é uma instituição de ensino básico, técnico e tecnológico com mais de cem anos de existência. É referência em ensino, não só em Florianópolis, como em todo o estado. A história do Campus Florianópolis se confunde em muito com a história do IFSC, pois até o ano de 2006, este campus era a sede da instituição, mas agora ele é o primeiro de vinte campi espalhados pelo estado. Em virtude da complexidade da instituição e sua história, e avaliando toda sua trajetória, o presente projeto se constitui na elaboração de uma proposta de desenvolvimento de pesquisa aplicada a cerca dos processos do setor de compras do Campus Florianópolis do IFSC, que por ser uma instituição centenária e ter sofrido várias modificações nos últimos tempos, necessita buscar a constante reavaliação e readaptação de seus processos à atual conjuntura. Através desta pesquisa buscar-se-á observar, descrever, modelar, analisar e redesenhar os fluxos das atividades do setor de compras, buscando sempre a melhor forma de contribuir com o aperfeiçoamento das atividades do setor. Esta pesquisa se justifica na medida em que contribui para o aprimoramento do serviço prestado pela instituição, proporcionando uma melhor aparência da mesma perante o seu público interno e externo. A pesquisa se justifica também na medida em que proporciona para o aluno formando uma vivência do mundo profissional.

Palavras-Chave: Administração Pública. Administração de Materiais. Organização, Sistemas e Métodos. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSC).

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Organograma do Campus Florianópolis ................................................. 21

Figura 02 – Hierarquia de Processos ........................................................................ 45

Figura 03 – Estruturação dos Processos e Subprocessos do Setor de Compras ..... 61

Figura 04 – Fluxo atual do setor de compras ............... Erro! Indicador não definido.

Figura 05 – Novo fluxo do setor de compras ................ Erro! Indicador não definido.

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Critérios para Análise de Processos ..................................................... 53

Quadro 02 – Critérios de Identificação de Processo Crítico ...................................... 54

Quadro 03 – Critérios de Redesenho de Processos ................................................. 55

Quadro 04 – Relação das Etapas Identificadas ........................................................ 67

Quadro 05 – Normas pertinentes ao processo de compras ...................................... 68

Quadro 06 – Identificação de Soluções ..................................................................... 75

LISTA DE SIGLAS

ABPMP Association of Business Process Management Professionals

AF Autorização de Fornecimento

BPM Business Process Management

CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica

CEFET-SC Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina

CGU Controladoria Geral da União

DOF Departamento de Orçamento e Finanças

DOU Diário Oficial da União

ETF-SC Escola Técnica Federal de Santa Catarina

IFSC Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina

IGC Índice Geral de Cursos

IN Instrução Normativa

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC Ministério da Educação

NE Nota de Empenho

O&M Organização e Métodos

OSM Organização, Sistemas e Métodos

PE Pregão Eletrônico

SETEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

SI Sistema de Informação

SIDEC Sistema de Divulgação Eletrônica de Compras

SRP Sistema de Registro de Preços

TCU Tribunal de Contas da União

TI Tecnologia da Informação

TQM Gerenciamento da Qualidade Total

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

1.1 PROBLEMA ........................................................................................................ 12

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12

1.3 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA ..................................................................... 13

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ....................................................................... 14

2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO................................................................ 16

2.1 HISTÓRICO DO IFSC ......................................................................................... 17

2.2 O CAMPUS FLORIANÓPOLIS ........................................................................... 19

2.3 O SETOR DE COMPRAS ................................................................................... 23

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 25

3.1 ADMINISTRAÇÃO .............................................................................................. 25

3.1.1 Teoria Sistêmica ............................................................................................. 27

3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................................................. 28

3.2.1 Princípios básicos da administração pública .............................................. 30

3.3 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS .................................................................... 33

3.3.1 Atividade de compras .................................................................................... 34

3.3.2 Licitações ........................................................................................................ 35

3.3.3 Pregão ............................................................................................................. 38

3.4 ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS ....................................................... 39

3.4.1 Processos ....................................................................................................... 40

3.4.1.1 Classificação dos processos ......................................................................... 45

3.4.2 Fluxogramas ................................................................................................... 47

3.5 CRITÉRIOS PARA MODELAGEM, ANÁLISE E REDESENHO .......................... 48

3.5.1 Modelagem de processos .............................................................................. 49

3.5.2 Análise de processos..................................................................................... 51

3.5.3 Redesenho de processos .............................................................................. 54

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 57

4.1 NÍVEIS DE PESQUISA ....................................................................................... 57

4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 58

4.3 DEFINIÇÃO DA ÁREA E POPULAÇÃO ALVO ................................................... 59

4.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ....................................................... 59

4.5 FORMA E ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................... 60

5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................... 61

5.1 TRABALHOS DESENVOLVIDOS NO SETOR DE COMPRAS .......................... 61

5.1.1 SICAF e SICONV ............................................................................................. 62

5.1.2 Inexigibilidade e dispensa de licitação......................................................... 62

5.1.3 Aquisição de materiais e serviços ................................................................ 63

5.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO CRÍTICO ..................................................... 63

5.3 DESCRIÇÃO E DESENHO DO FLUXO ATUAL ................................................. 64

5.4 ANÁLISE DOS PROCESSOS ............................................................................. 70

5.5 REDESENHO E DESCRIÇÃO DO NOVO FLUXO ............................................. 76

5.5.1 Considerações a cerca do processo ............................................................ 76

5.5.2 O novo fluxo ................................................................................................... 77

5.6 MELHORIAS A MÉDIO E LONGO PRAZO ......................................................... 80

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 82

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 84

ANEXOS ................................................................................................................... 88

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente a área de administração e seus modelos de gestão pública

destacam-se como uma área relevante da administração. A gestão de uma empresa

privada é muito diferente de uma pública, e esta visibilidade que se tem dado para a

área pública demonstra a constante busca por qualidade nos serviços prestados à

população. Para que haja qualidade nos serviços prestados, há que se ter uma boa

gestão da máquina pública, principalmente quando se fala em gestão de materiais e

em gestão de compras. A área de compras é uma área fundamental para o perfeito

funcionamento da organização, de forma que uma gestão bem desenvolvida poderá

facilitar e contribuir para o desenvolvimento das atividades fim das instituições em

geral.

A instituição onde se desenvolve a pesquisa deste trabalho de conclusão de

curso é o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSC). É uma

instituição de ensino com a finalidade de formar e qualificar profissionais no âmbito

da educação profissional e tecnológica, nos diferentes níveis e modalidades de

ensino. A história do Campus Florianópolis, que é onde se aplica os estudos deste

trabalho, confunde-se em muitos aspectos com a história do IFSC, pois até o ano de

2006, este campus era a sede da instituição que hoje soma vinte campi espalhados

pelo estado.

Pensando nas questões levantadas a cerca da gestão pública e somando a

isto a atuação da autora no setor de compras do Campus Florianópolis do IFSC, a

presente pesquisa se constitui num estudo acerca dos processos do setor de

compras desta instituição. Através desta pesquisa buscar-se-á observar, descrever,

analisar e propor um novo desenho para as atividades do setor de compras deste

Campus, sempre com o intuito de contribuir para o aperfeiçoamento das atividades

desenvolvidas.

O tema a ser abordado nesta pesquisa é a Gestão de materiais no setor

público. Para dar sustentação ao estudo buscar-se-á aprofundar a pesquisa em

temas como Administração Pública, Administração de Materiais e a disciplina de

Organizações, Sistemas e Métodos (OSM). Este tripé se constitui uma vez que a

instituição objeto desta pesquisa é do âmbito público; o setor é o de Compras, que

está diretamente ligado à aquisição de materiais; e o resultado deste trabalho será

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apresentado na forma de um fluxograma, que é matéria ligada à OSM.

A administração pública, definida aqui como conjunto de instituições e

servidores, mantidos com recursos públicos e encarregados da decisão e

implementação das normas necessárias ao bem-estar social e das ações

necessárias à gestão da coisa pública, se faz importante para que sejam definidos

os limites de atuação tanto desta instituição como de seus gestores e até mesmo

funcionários. No âmbito público o gestor não é autônomo para proceder mudanças,

como por exemplo o aumento e redução de pessoal, obras e reformas do espaço

físico, aquisição de materiais e equipamentos, de forma que é importante que as

propostas apresentadas sejam compatíveis com a realidade da instituição, buscando

otimizar aquilo que já se possui, reorganizando da melhor forma possível os

recursos materiais, patrimoniais e humanos.

A administração de materiais, que é uma ponta importante do tripé, se

caracteriza por ser o ato de planejar, coordenar, direcionar e controlar todas as

atividades ligadas à aquisição, armazenagem, transporte, segurança, fluxo,

qualidade, entre outros fatores relacionados aos materiais. A importância de se

contextualizar a administração de materiais é que o setor de compras está

diretamente ligado à atividade de administração de materiais, então esta

contextualização virá para auxiliar a compreensão do setor objeto da pesquisa no

âmbito da administração.

A área de OSM, que é uma atividade administrativa voltada para a obtenção

da melhor produtividade possível dos recursos humanos, recursos materiais, e

recursos tecnológicos, através de técnicas científicas que envolvem os aspectos

comportamentais e instrumentais, no ambiente interno ou externo da empresa; vem

para dar suporte às questões relacionadas com a descrição e análise dos processos

desenvolvidos no setor. O desenho e redesenho de fluxogramas está diretamente

ligado à área de OSM.

Desta forma, o tema desta pesquisa se constitui no tripé exposto, onde cada

assunto está intimamente ligado ao outro e fundamentalmente relacionado com a

proposta da pesquisa. A conclusão se dará na forma de uma proposta de mudança

no fluxo das atividades do setor. Através da modelagem dos processos, da

identificação dos pontos críticos, e da análise baseada em critérios definidos e

apresentados ao longo do trabalho, serão indicadas as melhores formas através das

quais o trabalho do setor possa ser desenvolvido de forma a contemplar a melhoria

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contínua das atividades não só do setor, mas da instituição como um todo. A

proposta será apresentada para os gestores da instituição a fim de contribuir com o

desenvolvimento da instituição como um todo.

1.1 PROBLEMA

A problemática de pesquisa se apresenta primeiramente em função da

necessidade de uma boa administração de materiais, pois na ausência desta, alguns

problemas graves podem ocorrer. Primeiramente pode-se identificar a perda de

eficiência, eficácia e economicidade, desrespeitando um preceito constitucional, em

especial para as organizações públicas. Além disso, pode-se salientar a perda ou

até mesmo a ausência de qualidade e quantidade de serviços prestados à

sociedade. Outro fator que poderá ocorrer é a ausência de processos e fluxos

operacionais, causando danos ao erário público. O descontentamento e

desmotivação, o aumento no nível de estresse dos servidores e usuários, além de

outros inúmeros fatores, também serão consequência desta ausência de eficiência

na gestão de materiais.

Somado a todos estes fatores tem-se a necessidade de revisão das

atividades de compras do Campus Florianópolis, uma vez que esta tarefa se

encontra em mudanças desde que houve a separação entre Campus e Reitoria. A

problemática desta pesquisa parte então da necessidade iminente de reavaliação da

função de compras e do desejo da Direção Geral do Campus. Sendo assim, o

problema de pesquisa se caracteriza em: Como modelar, analisar e redesenhar os

processos do Setor de Compras do Campus Florianópolis a fim de atender da

melhor maneira possível à nova conjuntura que se apresenta?

1.2 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é a modelagem, análise e redesenho dos

processos do Setor de Compras do Campus Florianópolis do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – IFSC

Os objetivos específicos deste trabalho, que serão o alicerce para que se

atinja o objetivo geral apresentado são:

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Identificar os processos no Setor de Compras do Campus Florianópolis

Modelar as atividades desenvolvidas no Setor de Compras do Campus

Florianópolis na forma de fluxograma

Analisar os processos identificados e descritos

Redesenhar os fluxogramas dos processos do setor de Compras do Campus

Florianópolis

1.3 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA

Tendo em vista o caráter democrático da gestão do IFSC, este projeto de

pesquisa tem sua importância evidenciada na medida em que vem para contribuir

com uma proposta de estruturação conjunta dos servidores e dos gestores

responsáveis pelo Setor de Compras do Campus Florianópolis.

Ainda em relação à importância desta pesquisa pode-se destacar o fator

social, pois à medida que se propõe ações para melhora do trabalho de uma

instituição pública se está consequentemente melhorando o atendimento desta

instituição perante seu público interno e externo, e isso tem uma referência social

muito relevante.

Outros fatores que destacam a importância desta pesquisa são o econômico

e o legal. Uma vez que os princípios da administração pública englobam a eficiência

ou economicidade, ao propor um rearranjo das atividades a fim de melhorar o

rendimento, de certa forma está aqui também se falando em economicidade. Ainda

para justificar esta pesquisa pode-se levar em consideração o fator político, já que

com a proposta de redesenho a instituição passa a ter uma visibilidade positiva

perante seus públicos internos e externos.

Para o aluno formando, este trabalho apresenta a vantagem do caráter prático

de unir teoria e prática profissional, na busca de uma maior interação do aluno com

as práticas da profissão. Desta forma tem-se a oportunidade da vivência profissional

antes mesmo do aluno tornar-se egresso. Esta prática tem-se mostrado de muita

importância para o futuro profissional.

A importância deste projeto para o Centro Universitário Municipal de São José

se resume em dois fatores, o primeiro deles é a oportunidade de devolver os

investimentos aplicados para a sociedade, uma vez que a pesquisa tem caráter

prático e seu resultado final se constitui numa proposta passível de ser

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implementada pela instituição. O segundo fator de importância é a oportunidade de

geração de conhecimento através da pesquisa e desenvolvimento dos trabalhos.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho está organizado em seis capítulos, fazendo com que se apresente

da forma mais clara e encadeada a pesquisa proposta, suas fundamentações,

métodos e resultados.

O primeiro capítulo trata da introdução. Neste espaço são tratados a

introdução ao tema proposto, a apresentação resumida do local onde foi efetuada a

pesquisa, a apresentação do problema e dos objetivos do trabalho, a justificativa e a

relevância para o desenvolvimento do mesmo, e esta breve apresentação da

organização do trabalho.

O segundo capítulo traz a caracterização mais detalhada da instituição onde é

efetuada a pesquisa. O capítulo inicia-se com um breve histórico da instituição,

passando à apresentação do Campus Florianópolis e posteriormente ao setor de

compras. Aqui são apresentadas as atividades gerais do setor e um panorama mais

generalizado da atual situação do mesmo.

Na sequência é apresentada a fundamentação teórica do trabalho, que

compõe o terceiro capítulo. Aqui são revisitados vários autores sobre assuntos

correlatos ao tema, sempre com o intuito de dar subsídios para o desenvolvimento

dos objetivos apresentados anteriormente. Inicia-se com uma revisão a cerca dos

conceitos de administração, administração pública, administração de materiais. Na

sequência passa-se aos conceitos relacionados com a disciplina de OSM, como

processos, suas classificações e fluxogramas. Para finalizar este capítulo são

abordados temas que contribuem para a definição dos critérios utilizados na

consecução dos objetivos propostos.

O capítulo quatro é composto pela análise e descrição da metodologia da

pesquisa. È informada a linha de pesquisa, sua classificação, e os instrumentos

utilizados no decorrer da mesma. Desta forma, é feito todo o detalhamento das

especificidades metodológicas pertinentes ao desenvolvimento do trabalho.

Posteriormente é passada à descrição e análise dos dados, que constituem o

quinto capítulo. Aqui é apresentado o setor e toda a sua especificidade, tanto em

termos de atividades quanto em termo de recursos humanos, que são informações

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importantes para o desenvolvimento da pesquisa. Na sequência é identificado o

processo crítico, que será alvo da pesquisa detalhada. Posteriormente segue-se a

análise baseada nos critérios apresentados no capítulo três, para então haver a

sugestão de melhorias no processo e por fim o redesenho do novo fluxo, já

aplicando as melhorias propostas.

O sexto e último capítulo traz as considerações finais acerca da pesquisa. É

feita uma breve recapitulação do que foi desenvolvido ao longo do trabalho, sempre

buscando relacionar com os objetivos propostos e a importância detalhada no

primeiro capítulo. Aqui também é identificado como foram atingidos os objetivos

propostos e como foi solucionada a pergunta de pesquisa. Ao final deste capítulo

ainda são apresentadas propostas de implantação para as melhorias identificadas,

bem como propostas para o desenvolvimento de futuras pesquisas relacionadas

com a instituição e com o tema.

Desta forma passa-se ao segundo capítulo, que conforme visto anteriormente

tratará da apresentação da instituição. Mostrando suas características gerais e as

especificidades dos setores abordados por este trabalho.

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2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O IFSC é uma instituição pública federal vinculada ao Ministério da Educação

(MEC) por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC).

Tem sede e foro em Florianópolis, com autonomia administrativa, patrimonial,

financeira, didático-pedagógica e disciplinar.

É caracterizado por uma estrutura organizacional administrativa e didático-

pedagógica independente. Essa estrutura é conjugada sob a forma de sistema,

buscando a integração e o padrão nas ações de planejar e executar. Por outro lado,

esta estrutura possibilita a descentralização, flexibilizando, e tornando possível a

autonomia para os campi na operacionalização de suas ações.

A finalidade do IFSC é formar e qualificar profissionais no âmbito da educação

profissional e tecnológica, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, para os

diversos setores da economia, bem como realizar pesquisa aplicada e promover o

desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estreita

articulação com os setores produtivos e a sociedade, especialmente de abrangência

local e regional, oferecendo mecanismos para a educação continuada.

A missão da instituição é desenvolver e difundir conhecimento científico e

tecnológico, formando indivíduos capacitados para o exercício da cidadania e da

profissão.

A visão de futuro do IFSC é consolidar-se como centro de excelência na

educação profissional e tecnológica no Estado de Santa Catarina.

Em 2011, pelo terceiro ano consecutivo, o IFSC obteve a maior pontuação na

categoria “Centro Universitário” do Índice Geral de Cursos (IGC) do MEC. O índice

leva em conta a qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação de instituições

públicas e privadas de ensino superior de todo o país. A pontuação do IFSC foi

também a maior entre todas as instituições de ensino superior de Santa Catarina,

incluindo universidades, faculdades, centros de ensino superior e outros. O IFSC

ainda foi contemplado com o prêmio Top of Mind 2011, como a instituição de ensino

técnico e profissional mais lembrada pelas pessoas na região da Grande

Florianópolis. O prêmio, tradicional no estado, e que está em sua 17ª edição,

reconhece anualmente as marcas mais lembradas em várias categorias.

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Atualmente, o IFSC é composto por vinte campi: Florianópolis, São José,

Jaraguá do Sul, Joinville, Chapecó, Florianópolis – Continente, Araranguá, São

Miguel do Oeste, Canoinhas, Criciúma, Gaspar, Lages, Itajaí, Palhoça, Xanxerê,

Caçador, Urupema, Geraldo Werninghaus, Garopaba e São Carlos.

Com toda esta expansão o IFSC passa de uma gestão que era centralizada

no início de suas atividades, para uma gestão que busca ser descentralizada.

Atualmente a gestão se caracteriza por ser mista, uma vez que a Reitoria esta cada

vez mais delegando autonomia a seus campi, buscando futuramente se caracterizar

por uma gestão descentralizada.

Na sequência, apresenta-se um breve histórico da instituição para que se

tenha um panorama da construção deste que é hoje o maior responsável pelo

ensino tecnológico no estado de Santa Catarina.

2.1 HISTÓRICO DO IFSC

O IFSC foi criado em setembro de 1909, por decreto do presidente Nilo

Peçanha, como Escola de Aprendizes Artífices de Santa Catarina. Seu objetivo era

proporcionar formação profissional aos filhos de classes sócio-econômicas menos

favorecidas. A primeira sede foi instalada em um prédio cedido pelo governo do

Estado e situado na rua Almirante Alvim, no centro da capital catarinense.

Nesta primeira formação, a instituição oferecia, além do ensino primário,

formação em desenho; oficinas de tipografia; encadernação e pautação; cursos de

carpintaria; e escultura e mecânica, que compreendia ferraria e serralheria. Estes

cursos oferecidos visavam atender às necessidade da sociedade de Florianópolis,

que se deslocava por meio de bondes puxados a burro e embarcações que

transportavam carga do continente para abastecer a ilha. Assim, a instituição

trabalhava em consonância com os avanços tecnológicos de seu tempo para

atender às demandas do setor produtivo e da sociedade da época que necessitavam

de soluções em comunicação por meio impresso e soluções em transporte que tinha

como principal tecnologia a produção de pequenas embarcações e de ferraduras.

Dez anos depois da instalação, a Escola de Aprendizes Artífices de Santa

Catarina transferiu sua sede para um prédio na rua Presidente Coutinho, também no

centro de Florianópolis, onde permaneceu até 1962.

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Em janeiro de 1937 a instituição mudou de nome e status, para Liceu

Industrial de Florianópolis e, cinco anos mais tarde, transformou-se em Escola

Industrial de Florianópolis. Desde então, começou a oferecer cursos industriais

básicos com duração de quatro anos aos alunos que vinham do ensino primário e

cursos de mestria aos candidatos à profissão de mestre. Em 1962, a Escola

Industrial de Florianópolis transferiu-se para uma nova sede, na av. Mauro Ramos,

onde hoje funciona o Campus Florianópolis e que até 2006 foi sede da instituição. O

nome e o status da instituição mudaram novamente em agosto de 1965, passando

para Escola Industrial Federal de Santa Catarina.

A partir de junho de 1968 a instituição tornou-se Escola Técnica Federal de

Santa Catarina (ETF-SC). Naquela época, começou o processo de extinção

gradativa do curso Ginasial. O objetivo era especializar a escola em cursos técnicos

de segundo grau, atual ensino médio. Depois da edição da Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (LDB) de agosto de 1971, a então ETF-SC passou a

funcionar somente com ensino de segundo grau.

Nas décadas de 1970 e 1980, a então ETF-SC implantou diversos novos

cursos, motivados principalmente pelo dito “milagre brasileiro”, que fomentou o uso

da tecnologia para o desenvolvimento econômico. Em 1988, a escola iniciou a oferta

dos cursos de Telecomunicações e de Refrigeração e Ar Condicionado na cidade de

São José, em um prédio cedido pela prefeitura. Três anos depois, a instituição

inaugurou a Unidade São José, em instalações próprias. Foi a primeira unidade de

ensino fora da capital catarinense.

Em 1994, foi implantada a terceira unidade de ensino da instituição, a primeira

no interior de Santa Catarina, na cidade de Jaraguá do Sul. Um ano depois, passou

a ser oferecido, no município de Joinville, o Curso Técnico de Enfermagem, como

extensão da Unidade Florianópolis.

Por meio de lei federal todas as Escolas Técnicas se transformariam

automaticamente em Centros Federais de Educação Tecnológica. No caso da ETF-

SC, a transformação para CEFET-SC foi oficializada março de 2002. Depois desta

mudança, a instituição passou a oferecer cursos superiores de tecnologia e de pós-

graduação lato sensu (especialização).

Em 2006, como parte do plano de expansão da rede federal de educação

profissional e tecnológica, o então CEFET-SC implantou três novas unidades de

ensino. Uma delas, a Unidade Continente, foi instalada na parte continental de

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Florianópolis. As outras duas unidades foram implantadas no interior de Santa

Catarina: em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, e Joinville, no norte. Também

em 2006, a instituição passou a oferecer o primeiro Curso Técnico em Pesca

Marítima do país, em Itajaí, no litoral norte catarinense, vinculado à Unidade

Continente. A sétima unidade de ensino do CEFET-SC começou as atividades em

fevereiro de 2008, em Araranguá, na região sul de Santa Catarina.

Em dezembro de 2008 houve a última mudança, agora para Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSC). O Instituto passa a ser uma instituição

de educação básica, profissional e superior distribuída por vários campi e

especializada na oferta de educação profissional e tecnológica. Em 2009 passou a

oferecer seu primeiro curso de pós-graduação stricto sensu (mestrado) na área de

mecatrônica. A partir desta nova mudança, o Instituto terá forte inserção nas áreas

de pesquisa e extensão.

No ano de 2010, com o Plano de Expansão II, foram inauguradas outros doze

campi no estado, contemplando com educação profissional os mais diversos

municípios do interior de Santa Catarina. Em 2011 estão sendo inaugurados mais

dois campi, totalizando assim os vinte campi citados anteriormente.

O Campus Florianópolis, que é o alvo desta pesquisa, está contextualizado no

próximo subtítulo para que possamos entender como este campus se situa dentro

da Instituição como um todo.

2.2 O CAMPUS FLORIANÓPOLIS

O Campus Florianópolis está localizado na Av. Mauro Ramos, no Centro de

Florianópolis. Num terreno de quase 50 mil m², conta com uma área construída de

mais de 20 mil m².

Sendo a principal instituição de ensino federal responsável pela educação

profissional e tecnológica na região metropolitana da Grande Florianópolis, procura

inteirar-se e envolver-se acerca das características e condições de trabalho

presentes na região. A Instituição direciona sua atuação/intervenção para a

necessária qualidade na formação dos profissionais que capacita, assim como

procura estruturar o perfil dos profissionais em função das necessidades e carências

do mundo do trabalho que circunda a Instituição.

O histórico do Campus Florianópolis se confunde com a própria história do

20

IFSC, pois até o ano de 2006, o campus tinha a denominação de Unidade-Sede e, a

própria administração central se localizava fisicamente no espaço do campus. com

isso, confundiam-se as atividades administrativas e pedagógicas do Sistema com as

da Unidade.

Para iniciar a separação física entre a sede e a unidade, inicialmente a

Reitoria mudou-se para instalações no campus Florianópolis-Continente, porém o

espaço era restrito e a Reitoria teve que dividir-se, ficando alguns setores, como o

de compras, alojado ainda dentro da área do Campus Florianópolis. Com a falta de

espaço, a dificuldade em trabalhar em locais separados, e a previsão de conclusão

da obra do prédio da Reitoria, optou-se por locar um prédio localizado em frente ao

campus, e desta forma houve a mudança total da Reitoria no final de 2009. Com isto

o campus precisou assumir uma nova postura, de unidade independente e

autônoma tanto na concepção, como na realização de suas atividades.

O Campus também busca a sua identidade institucional através de uma

ampla e profunda reestruturação administrativa e acadêmica. A atualização e

modernização da Instituição também se efetiva pelas mudanças curriculares nos

cursos existentes, bem como pela ampliação de novos cursos. Nesse sentido, a

pesquisa passa a ocupar importância vital para a Instituição, buscando despontar no

desenvolvimento de produtos e sistemas tecnológicos e sintonizados com as

necessidades e urgências da economia estadual.

Funcionando com mais de 500 colaboradores, entre professores e técnicos

administrativos, o campus atende mais de 3.000 alunos por semestre em cursos

técnicos, superiores de tecnologia, e de pós-graduação.

A finalidade do Campus Florianópolis é formar e qualificar profissionais nos

vários níveis e modalidades de ensino para os diversos setores da economia,

realizar pesquisa e desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços, em

estreita articulação com os setores produtivos e a sociedade, oferecendo, assim,

mecanismos para a educação continuada.

O Campus é dotado de autonomia administrativa, patrimonial, financeira,

didática e disciplinar, compatíveis com a sua vinculação ao IFSC. Ele se organiza

por meio do regime de democracia representativa, que possibilita a

descentralização, flexibilizando e agilizando a operacionalização de suas ações.

Para atender seus objetivos institucionais, o Campus Florianópolis, ora

Unidade Florianópolis, elaborou um organograma a partir da sua estrutura básica.

21

Desta forma, a organização administrativa se desenvolve conforme o organograma

apresentado na figura 01 a seguir:

Figura 01 – Organograma do Campus Florianópolis

Fonte: www.ifsc.edu.br/fpolis

Na figura vê-se a Coordenadoria de Compras, Materiais e Patrimônio

subordinada ao Departamento de Infra-estrutura que é subordinado diretamente à

Diretoria da Unidade Florianópolis. Ligada subordinadamente e a esquerda da

diretoria, encontram-se as assessorias, inclusive a assessoria de planejamento, que

na sequência será apresentada como parte integrante desta pesquisa.

Em seu Regimento Interno, o Campus Florianópolis, enquanto Unidade,

descreveu detalhadamente as competências e as atribuições de cada um dos seus

órgãos. Para efetiva contribuição com os objetivos desta pesquisa, destacou-se os

trechos referentes ao Departamento de Infra-estrutura. Desta forma, tem-se:

“Ao Departamento de Infra-estrutura compete planejar, coordenar, supervisionar e executar as atividades que garantam o funcionamento da Unidade Florianópolis, garantindo a articulação entre a Direção da Unidade Florianópolis e os Departamentos.” (CEFETSC, 2008)

22

O regimento ainda demonstra que a Coordenação de Materiais e Patrimônio,

pelo Regimento Interno e organograma subordinada ao Departamento de Infra-

estrura é a responsável pelas atividades do Setor de Compras, e por seu

funcionamento. Assim tem-se:

“Ao Coordenador da Coordenação de Materiais e Patrimônio, vinculado ao Departamento de Infra-estrutura, atribui-se: I. planejar, coordenar e acompanhar as atividades dos setores de Compras, Almoxarifado e Patrimônio da UF; II. acompanhar e informar todos os envolvidos nos processos de aquisição de materiais e serviços; III. articular-se com os Coordenadores de Infra-estrutura dos Departamentos Acadêmicos para garantir a eficácia nos processos de aquisição de materiais e de serviços;[...] VII. supervisionar e atualizar o cadastro dos fornecedores do CEFET/SC (SICAF); VIII. auxiliar a comissão permanente de licitação na execução das atividades de aquisição de materiais e de serviços; [...]” (CEFETSC, 2008)

Na sequência, o mesmo regimento destaca as atribuições do Setor de

Compras, e explicita sua vinculação à Coordenação de Materiais e Patrimônio:

“Ao Setor de Compras, vinculado à Coordenação de Materiais e Patrimônio, compete: I. executar os processos de dispensa de licitação e inexigibilidade; II. registrar e manter atualizados os cadastros das empresas fornecedoras, no Sistema de Cadastramento de Fornecedores do Governo Federal (SICAF); III. responsabilizar-se pelo arquivamento e pela manutenção das documentações inerentes aos processos do setor; IV. elaborar informações gerenciais relativas aos processos de compras; V. desenvolver outras atividades, dentro da sua competência, a ele atribuídas pela Coordenação de Materiais e Patrimônio.” (CEFETSC, 2008)

Importante ressaltar que a instituição como um todo encontra-se em um

momento de transição. Esta transição é especialmente observada pelo Campus

Florianópolis, que está aos poucos se separando da Reitoria, tanto

administrativamente quanto fisicamente. Sendo assim, os referenciais de

organização e desenvolvimento de trabalho ainda são referentes à Unidade

Florianópolis.

Porém, cabe ressaltar ainda que a direção do Campus, juntamente com a

comunidade acadêmica, baseada nos ideais de democracia e participação

comunitária, vêm desenvolvendo um novo regimento e uma nova forma de

organização, que culminarão em um novo organograma e um novo regimento para o

23

Campus Florianópolis.

Desta forma, no Campus Florianópolis situa-se o setor alvo desta pesquisa,

que é o setor de compras. Uma vez vista sua localização no organograma da

instituição e suas subordinações, o próximo subtítulo irá tratar mais profundamente

das questões específicas do setor.

2.3 O SETOR DE COMPRAS

O Setor de Compras do Campus Florianópolis, que é o setor objeto desta

pesquisa, é subordinado diretamente à Coordenadoria de Compras, Material e

Patrimônio, que por sua vez é subordinada ao Departamento de Infra-estrutura,

como pode ser observado no organograma e no regimento interno da instituição,

ambos apresentados anteriormente.

Atualmente o setor de compras do Campus Florianópolis não está

completamente estruturado. Por muito tempo quem foi responsável pelas atividades

ligadas às compras do Campus era o Departamento de Compras que hoje é da

Reitoria. Até 2006 as compras da instituição eram feitas de forma separada, porém

por indicação da Controladoria Geral da União (CGU) elas passaram a ser

conjuntas. A CGU alegou um fracionamento de despesa, que é proibido por lei, além

de demonstrar que a instituição estava adquirindo materiais com preços diferente e

discrepantes. Além disto, a instituição foi alertada de estar se furtando do

beneficiamento de economia de escala.

Com esta nova conjuntura e a separação entre Campus e Reitoria que houve

a partir de 2006, e a efetiva em 2009, o Campus Florianópolis precisou se adaptar

para atender suas necessidades, nomeando assim uma comissão de licitação que

ficou responsável por desenvolver as atividades de compras, com o auxílio da

Reitoria. Isto funcionou por um tempo, porém, diante da necessidade de autonomia

do Campus, deu-se fim a comissão e iniciou-se uma estruturação do setor de

compras.

Estruturar um setor não é uma tarefa fácil, principalmente levando em

consideração as limitações impostas pela própria estrutura da instituição. As

atividades relacionadas à compras acabaram ficando sob supervisão da Assessoria

de Planejamento, que pelo organograma da instituição é um cargo ligado

24

diretamente à direção do Campus, e pelo qual não passam as atividades

relacionada ao Departamento de Infra-estrutura ou a Coordenação de Materiais e

Patrimônio. Desta forma, a Assessoria de Planejamento tem outras atribuições, mais

ligadas às atividades de gestão da direção do campus, que não passam pela

atividade de compras.

Para assumir o Setor de Compras, a Assessora de Planejamento contou com

o auxílio de três técnicos administrativos que desenvolvem os trabalhos do setor

numa pequena sala emprestada e dividida com outro setor da escola. Ainda assim,

resta uma dependência quase que integral do Setor de Compras da Reitoria para

atender a demanda de compras do Campus.

No ano de 2010, com a implementação do Plano de Expansão II do IFSC, a

Reitoria se viu sobrecarregada e cobrou do Campus uma posição em relação ao

desenvolvimento das atividades de compras dentro do próprio Campus. Com esta

cobrança a direção do Campus Florianópolis se viu na necessidade de direcionar

esforços para viabilizar a estruturação completa não só do setor de compras, como

também de outros setores que se encontram na mesma situação, para que

finalmente o Campus possa trabalhar por conta própria, exercendo amplamente sua

autonomia.

25

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem por objetivo revisar alguns dos conceitos difundidos e

abordar as teorias sobre os assuntos relacionados com o tema a ser trabalhado. Sua

função é dar um panorama geral sobre o que já foi estudado a cerca do tema a fim

de serem consideradas na elaboração da proposta final da pesquisa. O primeiro

subtítulo traz conceitos de administração, que é o âmbito geral onde se encontra

esta pesquisa.

3.1 ADMINISTRAÇÃO

Antes de entrar nas especificidades do trabalho e até mesmo para que se

possa estudar sobre suas subdivisões da administração, é necessário que se tenha

um panorama geral do conceito desta disciplina, que para Drucker (1998) pode

constituir a mais importante inovação do século XX.

Chiavenatto (2003) também concorda com Drucker (1998) quando diz que a

história da administração é recente. Ele afirma que a administração é um produto do

século XX, e que na verdade a administração tem pouco mais de 100 anos e

constitui o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de vários

precursores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários. Da mesma

forma, para Drucker (1998), as raízes da administração enquanto disciplina

alcançam 150 anos atrás, porém a administração enquanto função, área de estudo,

disciplina escolar, é fruto do século XX.

Para Andrade e Amboni (2007), a administração pode ser vista como uma

ciência e como uma arte. Cada um destes conceitos corrobora para a construção de

um conceito maior que é capaz de traduzir o que é administração. Para os autores, a

administração enquanto ciência lida com fenômenos complexos, sobre os quais o

administrador tem pouco conhecimento. Assim como visto em Chiavenatto (2003), a

administração enquanto ciência recebe diversas influências, como por exemplo, da

filosofia, sociologia, psicologia e economia. Andrade e Amboni (2007) acrescentam

que a administração pode ser considerada também uma arte, no sentido de

“proporcionar o desenvolvimento por meio do treinamento educativo das habilidades

26

necessárias para que o administrador realize com desenvoltura as atividades na

organização”. Para os autores, “a administração é a arte de liderar pessoas e de

gerir recursos escassos e valiosos dentro e fora da organização” (ANDRADE E

AMBONI, 2007, P.8).

De acordo com Chiavenatto (2003), a palavra administração vem do latim ad

minister, ou seja, direção, tendência para, e subordinação ou obediência; que

significa aquele que realiza uma função sob o comando de outrem. Porém, segundo

o autor, a palavra administração sofreu uma radical transformação:

“A tarefa da administração passou a ser a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação e garantir a competitividade em um mundo de negócios altamente concorrencial e complexo.” (CHIAVENATTO, 2003, p.11)

Chiavenatto (2003) ainda afirma que a administração é o processo de

planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos

organizacionais.

Para Drucker (1998), a administração e os administradores constituem

necessidades específicas de todas as entidades, da menor à maior. São eles que

mantém sua coesão e a fazem trabalhar. Nenhuma de nossas entidades poderia

funcionar sem os administradores. Administrar uma empresa privada ou uma

entidade pública de prestação de serviços é intrinsecamente diferente de dirigir o

que nos pertença.

Para Chiavenatto (2003), a tarefa de administrar se aplica a qualquer tipo ou

tamanho de organização. Toda organização precisa ser administrada para alcançar

seus objetivos com a maior eficiência, economia de ação e de recursos e ser

competitiva.

Conforme Drucker (1998), é avassaladora a mudança que se observa entre a

empresa dirigida pelo proprietário empreendedor, com a ajuda de “auxiliares” e a

empresa que exige administração.

Em relação aos novos panoramas da administração, Chiavenatto (2003)

destaca a influência da tecnologia da informação (TI), pois esta modifica

profundamente o trabalho dentro e fora das organizações.

27

“Nessa nova era, quanto mais poderosa a tecnologia da informação, tanto mais informado e poderoso se torna o seu usuário [...] A informação torna-se a principal fonte de energia da organização: seu principal combustível e o mais importante recurso ou insumo. A informação direciona todos os esforços e aponta os rumos a seguir.” (CHIAVENATTO, 2003, p.577)

Chiaventto (2003) diz que nesta era da informação que estamos vivendo

surgem soluções emergentes no intuito de reduzir o diferencial entre as práticas

administrativas e as exigências de um ambiente turbulento e instável.

Uma abordagem que vem ao encontro dos conceitos que se busca nesta

pesquisa é a abordagem sistêmica da administração que será tratada no próximo

subtítulo.

3.1.1 Teoria Sistêmica

A Teoria dos Sistemas surge com os trabalhos de Ludwig Von Bertalanffy,

biólogo alemão. De acordo com Kwasnicka (2006), a escola sistêmica considera que

uma organização é composta de várias parte que devem ter cada uma a função

necessária para a sobrevivência e o funcionamento de todo o sistema.

De acordo com Martins e Alt (2009), a teoria geral dos sistemas causou uma

revolução científica. Foi uma quebra de paradigma cujo conceito é a idéia de que

cada disciplina científica resolve os próprios problemas. Os autores ainda salientam

que não houve uma rejeição dos métodos tradicionais, mas sim o acréscimo de uma

nova dimensão de pensamento.

“A visão de sistema é intuitivamente simples. Tudo está relacionado com tudo. Talvez em diferentes graus de tensão e reciprocidade. Cada unidade, departamento, tarefa ou trabalho em grupo usa recursos, trasforma-os e envia-os para fora, interagindo desta forma, com o sistema maior. (KWASNICKA, 2006, p. 20)

Ainda de acordo com Kwasnicka (2006), a abordagem sistêmica pertence à

escola moderna e é considerada a mais completa das abordagens. Ela trata a

organização como um sistema aberto, pregando assim o conhecimento do ambiente

externo e introduzindo o conceito de troca de energia entre os elementos que

compõe o sistema social das organizações.

Martins e Alt (2009) afirmam que a teoria dos sistemas penetrou em todos os

campos da ciência, da tecnologia, dos serviços, da defesa, da indústria, e na esfera

socioeconômica, e esta cada vez mais presente na literatura ligada à administração.

28

Os sistemas podem ser do tipo abertos ou fechados. Para Martins e Alt

(2009), os sistemas abertos são aqueles que se relacionam com outros sistemas, e

os fechados são aqueles independentes, que não interagem com o meio ou com

outros sistemas.

Na administração, a aplicação da teoria dos sistemas, conforme Martins e Alt

(2009), junta os conhecimentos administrativos ao projeto e à criação integral de um

sistema complexo. Também se entende como administração sistêmica o foco no

funcionamento de um sistema total, incluindo o pessoal envolvido, em vez de o

funcionamento de partes.

O próximo título trata mais especificamente da administração pública, da qual

faz parte o objeto desta pesquisa.

3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A administração pública, de acordo com Kohama (2009, p.9), “é todo o

aparelhamento do estado, preordenado a realização de seus serviços, visando a

satisfação coletiva”. O autor ainda destaca que:

“verifica-se a existência de uma íntima sintonia entre a Administração Pública e o Serviço Público, fazendo pressupor, clara e nitidamente, que a execução deste seja feita privativamente por aquela, quer diretamente, quer por delegação. (KOHAMA, 2009, p.9)

Ainda conforme Araújo e Arruda (2004, p.2), “a administração pública assume

uma conotação de processo, com o propósito de possibilitar o cumprimento das

funções básicas do Estado, especialmente os serviços indispensáveis à satisfação

das necessidades coletivas”. Os autores continuam explicando que os processos

são o instrumental pelo qual os recursos públicos são coordenados e combinados

com vistas a definir e implementar políticas públicas e a realizar obras e serviços

demandados pelas necessidades coletivas.

Para Meirelles (2008), a administração pública, em sentido formal é o

conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do governo, e em

sentido material é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em

geral. O autor ainda ressalta que em acepção operacional, a administração pública é

o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços do próprio Estado,

29

ou por ele assumidos, em benefício da coletividade.

Meirelles (1984) apud Kohama (2009), ainda caracteriza a distinção entre

administração pública e particular no seguinte, “na administração pública não há

liberdade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei

não proíbe, na administração pública, só é permitido fazer o que a lei autoriza.”

Kohama (2009, p.10) ainda complementa que “é através do conjunto de órgão,

convencionalmente chamados administração, que o Estado pratica a gestão de

atividades que lhe são próprias, por corresponderem a interesse público.”

Araújo e Arruda (2004, p.6) ainda ressaltam que o “gerenciamento dos

interesses da coletividade, por meio da administração pública, cabe ao administrador

público, que é servidor legalmente investido em cargo público, [...] responsável pela

gestão dos negócios do Estado”.

“Em resumo, compete a ele desenvolver ação de planejar, dirigir, fiscalizar, acompanhar e controla os projetos, as atividades e os programas governamentais com a finalidade de garantir o cumprimento de metas preestabelecidas no plano de governo quanto aos aspectos da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade.” (ARAÚJO, ARRUDA, 2004 p.6)

Para exercer o seu conjunto de atividades, o Estado distribui-se em três

funções essenciais, que conforme Kohama (2009, p. 12), são: “função normativa ou

legislativa; função administrativa ou executiva; e função juducial”. Ainda de acordo

com o autor, a função administrativa é a conversão da lei em ato individual e

concreto.

A organização da administração pública, de acordo com Kohama (2009),

circunscreve-se ao Poder Executivo, nas três esferas (União, Estados e Municípios)

em que a administração do País se processa. Kohama (2009) segue esclarecendo

que o campo de atuação da administração pública compreende os órgãos da

administração direta ou centralizada e da administração indireta ou descentralizada.

No caso desta pesquisa, a organização faz parte da administração direta, ou

seja, segundo Kohama (2009, p.14), “a administração direta ou centralizada é a

constituída dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da

República no âmbito federal, do gabinete do governador no âmbito estadual, bem

como na municipal que deve seguir a mesma estrutura.

Sobre o controle na administração pública, Araújo e Arruda (2004) explicam

30

que, sendo um conjunto de medidas necessárias ao perfeito funcionamento de um

sistema, é fundamental que ocorra para que sejam alcançados seus fins e objetivos.

“a função da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da administração pública quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade está a cargo do poder legislativo, mediante o exercício do controle externo e com o apoio do sistema de controle interno.” (ARAÚJO, ARRUDA, 2004 p.25-26)

A administração Pública é objeto de lei, desta forma ela apresenta alguns

princípios básicos que são o assunto do próximo subtítulo.

3.2.1 Princípios básicos da administração pública

O art. 37 da Constituição de 1988 menciona que “a administração pública

direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência”. Alguns doutrinadores buscam extrair outros

princípios do texto constitucional como um todo, que seriam os princípios implícitos.

“Os princípios da administração pública estão consubstanciados em doze regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, motivação e supremacia do interesse público.” (MEIRELLES, 2008, p.88)

Conforme Silva Júnior (2008), o princípio da legalidade constitui um princípio

de autonomia de vontade. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo

que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei

permite. Para Meirelles (2008), a legalidade significa que o administrador público

está sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum.

Sobre o principio da impessoalidade, Silva Júnior (2008) explica que constitui

determinante para atender ao interesse público, relegando os privilégios e

favorecimentos pessoais, bem como as discriminações injustificadas de qualquer

natureza. Sua observância será de grande valia quando o ato visado for de ordem

discricionária, sendo que aqui ocorre a maior probabilidade de o administrador

incorrer em arbitrariedade, abusando dos vagos conceitos de conveniência e

oportunidade e sem saber qual o momento oportuno para a sua ocorrência. Este

princípio está ligado à imparcialidade do administrador público. Meirelles (2008)

31

complementa este conceito afirmando que a impessoalidade é o qual impõe ao

administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal,sendo este aquele

indicado pela norma.

O princípio da moralidade, ainda de acordo com Silva Júnior (2008), “exige da

administração comportamento não apenas lícito, mas também consoante com a

moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e

de eqüidade, a idéia comum de honestidade”. O autor ainda ressalta que na

Administração Pública o que é contra a moral é dado o mesmo tratamento do ilícito,

é infectado de nulidade, sendo possível a anulação do referido ato. Para Meirelles

(2008), a moralidade constitui pressuposto de todo o ato da Administração Pública.

Sobre a publicidade Silva Júnior (2008) explica que é o princípio que

determina a “obrigatoriedade de publicação dos principais atos e instrumento da

Administração Pública, inclusive a motivação das decisões, possibilitando o

conhecimento dos interessados e de todos os cidadãos.” O autor ressalta que aqui

cuida-se de oferecer transparência aos atos administrativos. Pela publicidade,

oportuniza-se a todo cidadão o conhecimento dos atos praticados pela

administração, a fim de que possa fiscalizar e impugnar eventuais irregularidades ou

ilegalidades. Também se considera interesse do Tribunal de Contas da União (TCU)

a transparência de tais atos, pois este órgão controla a forma com que é usado o

erário público. Ainda em relação à publicidade, Meirelles (2008) conceitua como a

“divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos

externos”.

Em relação ao princípio da eficiência, Meirelles (2008) afirma que é o princípio

que exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e

rendimento funcional. Silva Júnior (2008) explica o princípio da eficiência:

“é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, rimando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social”.

Para complementar o conceito de eficiência, é importante estabelecer que,

conforme Simcsik (2001), algo é eficiente quando é feito certo em qualquer tempo.

Porém este conceito já é amplamente complementado pelos conceitos de eficácia e

32

efetividade. Para Simcsik (2001, p.43) “eficaz é aquela atividade que produz muito

ou que dá o melhor resultado no tempo correto”. Para Meirelles (2008), a eficácia de

toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei.

A efetividade “é a manutenção da eficiência e eficácia de maneira constante,

de tal forma que o efeito seja real e permanente e ocorra a satisfação profissional.”

(SIMCSIK, 2001, p.43). Então, substituindo-se eficiência por eficácia tem-se um

conceito mais amplo que agrega mais valor para o princípio.

Em relação aos princípios implícitos, Meirelles (2008) afirma que a

razoabilidade ou proporcionalidade é o princípio que prega a proibição do excesso,

de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da administração

pública. Sobre a segurança jurídica, Meirelles (2008) afirma que é o princípio da boa

fé dos administrados ou da proteção da confiança. Em relação à motivação o

mesmo autor destaca que esta tem o papel de apontar a causa e os elementos

determinantes da prática de ato administrativo, bem como o dispositivo legal em que

se funda. Já a ampla defesa e o contraditório, para o autor, ainda para Meirelles

(2008), garantem o exercício do direito a defesa dos administrados. A supremacia do

interesse público é a primazia deste sobre o privado.

De acordo com Meirelles (2008) são pelos padrões dos princípios da

administração pública que deverão se pautar todos os atos e atividades

administrativas de todo aquele que exerce o pode público. “Relegá-los é desvirtuar a

gestão dos negócios públicos e olvidar o que há de mais elementar para a boa

guarda e zelo dos interesses sociais” (MEIRELLES, 2008, p.88).

Em relação aos princípios então, pode-se entender que são a base para que

ocorra a administração pública. Eles devem ser seguidos, caso contrário podem ser

evocados para anulação de qualquer ato que esteja fora de concordância com eles.

É importante entender os fundamentos e princípios da administração pública

para compreender a maneira como são desenvolvidos alguns processos dentro das

instituições públicas. É cumprindo tudo que está em lei e zelando pela manutenção

dos princípios da administração pública que se desenvolvem corretamente os

trabalhos dentro das instituições públicas.

Embora os ramos da administração sejam muito parecidos, como veremos no

próximo título sobre a administração de materiais, os processos se desenvolvem de

forma diferente.

33

3.3 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Administração de materiais é, de acordo com Vianna (2009, p. 41),

“planejamento, coordenação, direção e controle de todas as atividades ligadas a

aquisição de materiais”. E o seu objetivo fundamental é, determinar quando e quanto

adquirir. E ainda:

“Atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto terminado ao cliente.” (FRANCISCHINI E GURGEL, 2009, p.2)

Vianna (2009) explicita os procedimentos fundamentais da Administração de

Materiais: o que deve ser comprado, que implica a especificação do material, e

traduz as necessidades da empresa; como deve ser comprado, que revela o

procedimento mais recomendável; quando deve ser comprado, que identifica a

melhor época; onde deve ser comprado, implica o conhecimento dos melhores

segmentos do mercado; de quem deve ser comprado, que implica no conhecimento

dos fornecedores da empresa; por que preço deve ser comprado, que evidencia a

evolução dos preços do mercado; em que quantidade deve ser comprado, que

estabelece a quantidade ideal por meio da qual haja economia na compra.

Para Francischini e Gurgel (2009), a administração de materiais bem

aparelhada é sem dúvida uma das condições fundamentais para o equilíbrio

econômico e financeiro de uma empresa. Os autores ainda complementam dizendo

que “tratar adequadamente do abastecimento, do planejamento e do

reaproveitamento de materiais contribui para a melhoria do resultado de qualquer

organização”. (FRANCISCHINI E GURGEL, 2009, p.2)

A administração de materiais, de acordo com Viana (2009, p. 42),

compreende vários processos, como o cadastramento de materiais, que “visa

cadastrar os materiais necessários à manutenção e ao desenvolvimento da empresa

[...] objetivando a emissão de catálogo para utilização dos envolvidos nos

procedimentos de administração de materiais”. Outro processo seria a gestão, que

“visa o gerenciamento dos estoques por meio de técnicas que permitam manter o

equilíbrio com o consumo, definindo parâmetros e níveis de ressuprimento e

acompanhando a sua evolução”. O processo de compras, que “tem por finalidade

34

suprir as necessidades da empresa mediante a aquisição de materiais/serviços,

emanadas solicitações dos usuários, objetivando identificar no mercado as melhores

condições comerciais e técnicas”. O processo de recebimento, que “visa garantir o

rápido desembaraço dos materiais adquiridos pela empresa, zelando para que as

entradas reflitam a quantidade estabelecida, na época certa, ao preço contratado e

na qualidade especificada nas encomendas”. O almoxarifado, que é a atividade que

“visa garantir a fiel guarda dos materiais confiados pela empresa, objetivando sua

preservação e integridade até o consumo final”. E por último, Viana (2009, p.42)

coloca a atividade de inventário físico, que “visa ao estabelecimento de auditoria

permanente de estoques em poder do almoxarifado, objetivando garantir a plena

confiabilidade e exatidão de registros contábeis e físicos”.

Neste mesmo sentido, Francischini e Gurgel (2009) citam como tarefas da

administração de materiais as seguintes funções: controle da produção, controle de

estoque, compras, recepção, inspeção, armazenamento, movimentação de

materiais, distribuição, entre outras.

Tendo em visto a abordagem dos autores, vê-se que a atividade de compras

situa-se no âmbito da administração de materiais, que no caso desta pesquisa é a

atividade alvo a ser estudada. No próximo capítulo têm-se definições a cerca desta

atividade para melhor compreensão da pesquisa como um todo.

3.3.1 Atividade de compras

De acordo com Vianna (2009, p. 172), a atividade de comprar “significa

procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade especificada e no prazo

necessário, a um preço justo, para o funcionamento, a manutenção ou a ampliação

da empresa”. Ainda de acordo com o autor, o ato de comprar inclui as seguintes

etapas: determinação de que, do quanto e de quando comprar; estudo dos

fornecedores; promoção de concorrência para seleção do vencedor; fechamento do

pedido, mediante autorização de fornecimento; acompanhamento ativo durante o

período que decorre entre o pedido e a entrega; e o encerramento do processo,

após o recebimento do material, controle da qualidade e da quantidade.

Francichini e Gurgel (2009) salientam que as compras podem ou não ser

centralizadas, o que irá definir isso é a necessidade e o tipo de organização. Uma

prática muito usada é ter um comitê de compras, no qual pessoas de todas as áreas

da empresa participam das decisões.

35

“As vantagens da centralização dos serviços de compras são sempre questionadas pelos departamentos que necessitam dos materiais. De modo geral, a centralização apresenta aspectos realmente positivos pela redução dos preços médios de aquisição, apesar de, em certos tipos de compras, ser mais aconselhável a aquisição descentralizada.” (FRANCISCHINI E GURGEL, 2009, p. 20)

Os autores seguem destacando as vantagens dos dois tipos de compra.

Primeiro em relação à centralização, Francischini e Gurgel (2009) dizem que

apresenta maior visão global, poder de negociação, influência no mercado, maior

capacidade de análise do mercado, controle financeiro, economia de escala, melhor

qualidade, menores custos, sortimento de produtos, especialização de pessoal,

melhor aproveitamento da experiência, dentre outras características. Já em relação

à descentralização, os autores citam como pontos fortes a maior adequação do

material às necessidades, menor necessidade de estoque, maior coordenação e

flexibilidade.

No serviço público em geral, ao contrário do que ocorre na iniciativa privada,

as aquisições de qualquer natureza obedecem à Lei de Licitações (8.666/93) e suas

alterações. Conforme Vianna (2009), a diferença entre a atividade de compra da

empresa privada, é que ele é informal, enquanto no serviço público ela é formal.

Independente destas particularidades, os processos são idênticos.

De acordo com Silva (2006), para assegurar igualdade de condições a todos

aqueles que queiram contratar com o Poder Público, a Constituição Federal de 1988

trouxe no inciso XXI do art. 37 a previsão legal que obriga que as obras, serviços,

compras e alienações públicas sejam feitas através de processo licitatório. Esta

previsão constitucional foi regulamentada pela Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho

de 1993. É a Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos, que é assunto do

próximo subtítulo.

3.3.2 Licitações

Conforme Vianna (2009), licitação é o procedimento administrativo pelo qual a

administração pública, prevendo comprar materiais, contratar serviços, realizar

obras, alienar ou locar bens, convoca interessados para a apresentação de

propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função dos

parâmetros preestabelecidos.

Para Meirelles (2008), é o procedimento administrativo mediante o qual a

36

Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu

interesse.

As licitações são regulamentadas pela lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Esta

mesma lei que no seu art. 3o diz que:

“a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” (LEI 8.666/93).

Relacionando os princípios da administração pública vistos anteriormente,

com as licitações, tem-se Silva (2006), que diz que o princípio da legalidade é “o

qual determina que o processo licitatório é, em regra, uma atividade vinculada, ou

seja, a lei já determina a sua condução, não havendo subjetividade do

administrador”. O princípio da impessoalidade é “pelo qual deve existir

impessoalidade por parte da administração pública durante todo o processo

licitatório, sendo proibido qualquer critério subjetivo, tratamento diferenciado ou

preferência”. Já o princípio da moralidade "significa que o procedimento licitatório

terá de se desenrolar na conformidade de padrões éticos prezáveis, o que impõe,

para Administração e licitantes, um comportamento escorreito, liso, honesto, de

parte a parte”. O princípio da probidade determina que “o certame deverá ser

conduzido pela administração pública em estrita obediência a pautas de moralidade,

incluindo não só a correção defensiva dos interesses de quem a promove, bem

como as exigências de lealdade e boa-fé no trato com os licitantes”. O princípio da

publicidade é “segundo o qual deve existir transparência dos atos da Administração

Pública”. O princípio do julgamento objetivo é “pelo qual deve existir tratamento

isonômico na escolha da melhor proposta”. E o princípio da vinculação ao

instrumento convocatório é “segundo o qual deve haver respeito às regras

estabelecidas no edital ou na carta-convite”.

Para Meirelles (2008), ainda regem a licitação os princípios do procedimento

formal, publicidade de seus atos, igualdade entre os licitantes, sigilo na

apresentação das propostas, vinculação ao edital ou convite, julgamento objetivo,

adjudicação compulsória ao vencedor e probidade administrativa. O autor ainda

ressalta que a Lei de Licitações (8.666/93) destaca estes como os princípios mais

37

específicos, mas, obviamente, os demais princípios constitucionais também são

aplicáveis.

Em seu art. 38, a Lei 8.666/93 indica que:

“O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa.” (LEI 8.666/93).

Ainda em seu art. 41, a Lei de Licitações (8.666/93) institui em seu § 1o que

“qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por

irregularidade na aplicação desta Lei”, ou seja, deixa bem claro que em caso de

qualquer inconsistência no processo este poderá ser anulado por irregularidade, o

que reforça ainda mais a necessidade de aqueles que atuam no setor público,

principalmente nas áreas referentes a licitações, conheçam profundamente o teor

desta lei.

A Lei 8.666/93 estabeleceu cinco modalidades de licitação: Concorrência;

Tomada de Preços; Convite; Concurso; e Leilão. E, a Lei 10.520, de 17 de julho de

2002, instituiu a sexta modalidade de licitação denominada Pregão, para aquisição

de bens e serviços comuns.

Conforme lembra Silva (2006), “apesar de o ordenamento jurídico brasileiro

ter referendado a licitação como regra para a contratação, por parte da

Administração Pública, este prevê exceções nas quais a contratação pode ser

realizada de forma direta”. Em determinadas hipóteses, previstas na lei de licitações,

a Administração Pública pode dispensar a licitação ou considerar inviável a

realização deste processo. Quando isso ocorre, tem-se o processo para dispensa de

licitação.

Existem ainda os casos de inexigibilidade de licitação, prevista no art. 25, da

Lei de licitação. Conforme Meirelles (2008), ocorre a inexigibilidade de licitação

quando há impossibilidade jurídica de competição entre contratantes, quer pela

natureza específica do negócio, quer pelos objetivos sociais visados pela

administração.

Conforme visto, a lei 10.520 de 17 de julho de 2002 foi promulgada para

instituir a modalidade pregão para licitações, que é o assunto do próximo subtítulo.

38

3.3.3 Pregão

A lei 10.520 de 17 de julho de 2002 institui a modalidade de licitação

denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. De acordo com a

lei, em seu art. 1º, § único, “consideram-se bens e serviços comuns, [...] aqueles

cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo

edital, por meio de especificações usuais no mercado”.

Conforme Meirelles (2008), diferentemente das outras espécies de licitação

em que a modalidade é estabelecida em função do valor do objeto licitado, o pregão

destina-se à aquisição de bens e serviços comuns. Para o autor, o bem comum é

aquele padronizado, ou seja, aquele que pode ser substituído por outro com o

mesmo padrão de qualidade e eficiência.

Em seu art. 1º, § 1º a lei 10.520/02 institui a realização do pregão por meio da

utilização de recursos de TI, o que vai gerar a modalidade PE (Pregão Eletrônico)

que é adotada pela instituição objeto desta pesquisa. Para Meirelles (2008), PE é

aquele efetuado utilizando-se a internet. Seus procedimentos seguem as regras

básicas do pregão presencial, mas, deixa de ocorrer a presença física do pregoeiro

e dos participantes, já que todas as comunicações são feitas por via eletrônica.

Em seu art. 9º, a lei 10.520/02 estipula que “aplicam-se subsidiariamente,

para a modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

A lei 10.520/02 em seu conteúdo, ainda explicita as fases do pregão, que para

esta pesquisa destacam-se as fases preparatória e externa. A fase preparatória, de

acordo com a lei, constitui-se, entre outras, das seguintes etapas:

“I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento; II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados”

Desta forma, pode-se observar que toda a instrução do processo

administrativo que gera a abertura de um Pregão deve seguir o que consta nas leis,

tanto na Lei de Licitações e Contratos (8.666/93) quanto nesta que institui a

39

modalidade de pregão (10.520/02).

O sistema de licitação por pregão pode acontecer por duas modalidades, a

tradicional ou a modalidade SRP, que são previstas pela lei 8.666/93 e

regulamentada pelo decreto 3.931 de 19 de setembro de 2001. De acordo com esta

legislação, o pregão poderá ser executado no Sistema de Registro de Preços (SRP).

De acordo com os decretos, o SRP é o conjunto de procedimentos para registro

formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para

contratações futuras.

Ainda de acordo com o art.4° do Decreto 3931/01, o SRP será adotado

preferencialmente:

“I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações freqüentes; II - quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços necessários à Administração para o desempenho de suas atribuições; III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; e IV - quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.” (DECRETO 3.931/01)

Além destas considerações, a legislação esclarece as obrigações de cada

parte integrante da licitação e também conceitua a ata de registro de preços,

resultado final da licitação por SRP, como sendo um documento vinculativo,

obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação. É nela

onde se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a

serem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e

propostas apresentadas.

O próximo subtítulo trata do ramo da administração de Organização, Sistemas

e Métodos. O objetivo deste capítulo é mostrar como este ramo da administração

pode auxiliar não só no processo de compras, administração de matérias ou

administração pública, mas sim na gestão da instituição como um todo.

3.4 ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS

De acordo com Simcsik (2001), OSM é a nova denominação para a disciplina

de Organização e Métodos (O&M), que é de origem norte-americana. O&M assume

40

toda a responsabilidade da integração perfeita entre o capital e o trabalho. O&M

desenvolveu-se mais rapidamente depois da Segunda Grande Guerra, em pararelo

com a história da informática e automação.

Para Cury (2009) O&M é uma das funções especializadas de administração e

uma das principais responsáveis pela modelagem da empresa, envolvendo, a

institucionalização de uma infra-estrutura compatível com os propósitos do

empreendimento e a (re)definição dos processos e métodos de trabalho

indispensáveis à efetividade organizacional.

“OSM é uma atividade administrativa voltada para a racionalização e agilização das atividades e tarefas, através de técnicas científicas que envolvem a reorganização de como o trabalho é feito e de quando deve ser realizado com eficiência e eficácia pelos recursos humanos, com base no tratamento de dados transformados em informações, que mantém a empresa em contínuo processo dinâmico de comunicação para o crescimento.” (SIMCSIK, 2001, p.31)

Simcsik (2001) continua afirmando que no Brasil, OSM cresceu com a

implementação dos grandes computadores na década de 1960, porém firmou-se em

1970 com os microcomputadores.

A função de O&M tem como objetivo, de acordo com Cury (2009), a

renovação organizacional, por meio da manipulação da empresa como um sistema

social, aberto, em permanente sintonia com as demandas de seu ambiente externo

e/ou interno.

Simcsik (2001) ainda lembra que OSM deve estar concentrado não em

mudanças abruptas e repentinas nos produtos, serviços e tecnologia, mas sim nas

funções administrativas, com destaque para o planejamento e a avaliação,

garantindo a continuidade das operações e evitando o desperdício em mudanças

caras e nem sempre necessárias.

Um conceito importante para a área de OSM é o de processo, pois ele é a

atividade objeto de estudo desta área. O conceito e sua aplicação são tratados no

próximo subtítulo.

3.4.1 Processos

Os estudos sobre processos tem sido tema recorrente nos últimos tempos

nas discussões sobre Administração de Empresas. Estes estudos estão intimamente

ligados às questões como redesenho de processos, organização por processos e

41

gestão por processos. Embora muito presente, o conceito de processo não tem uma

interpretação única, de forma que se faz importante definir aqueles que nortearam

esta pesquisa.

Gonçalves (2001a, p.2), diz que na concepção mais freqüente, processo é

“qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a

ele e fornece um output a um cliente específico”.

Para Simcsik (2001, p.456) “processo é a operação contínua ou uma série de

operações que transforma materiais em produtos específicos”.

“Processos são sequências estruturadas de atividades que, por meio de ações físicas, comportamentais e/ou de informações, permitem a agregação de valor a uma ou mais entradas, transformando-as em uma ou mais saídas que representam um estado diferenciado do original.” (MARTINS E ALT, 2009, p.20)

Kleen, (1997) apud Gonçalves (2001a) ainda salienta que processo

empresarial também pode ser definido como qualquer trabalho que seja recorrente,

que possa ser realizado de maneiras distintas com resultados diferentes em termos

da contribuição que pode gerar com relação a custo, valor, serviço ou qualidade e

que envolva a coordenação de esforços para a sua realização.

Ainda de acordo com os conceitos citados, tem-se o conceito da Association

of Bussiness Process Management Professionals (ABPMP) (2009, p.30) que diz que

“um processo é um conjunto definido de atividades ou comportamentos executados

por humanos ou máquinas para alcançar uma ou mais metas”. E ainda afirma que

os processos são disparados por eventos específicos e apresentam um ou mais

resultados que podem conduzir ao término do processo ou a transferência de

controle para outro processo. Processos são compostos por várias tarefas ou

atividades inter-relacionadas que solucionam uma questão específica.

Para Capote (2011), processo é um conjunto de atividades ou

comportamentos inter-relacionados, realizado por pessoa ou máquina, utilizado na

realização de um ou mais objetivos, visando atender necessidades específicas.

O caderno de Excelência (2008) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ)

também conceitua processo como conjunto das atividades inter-relacionadas ou

interativas que transformam insumos (entradas) em produtos ou serviços (saídas).

Ou, numa abordagem mais técnica, é um conjunto de atividades preestabelecidas

que executadas numa seqüência determinada vão conduzir a um resultado

42

esperado que assegure o atendimento das necessidades e expectativas dos clientes

e outras partes interessadas.

Algumas vezes, para Bennis e Mische (1995) apud Gonçalves (2001a), as

atividades essenciais, ou seja, aquelas que são críticas para que sejam atingidos os

objetivos da empresa, podem ser chamadas de processos. Elas envolvem um

conjunto de atividades operacionais, diversos níveis organizacionais e práticas

gerenciais. Assim, elas são os processos que precisam ser executados para que a

empresa exista.

Conforme Gonçalves (2001a), a intensa utilização do conceito de processo na

modernização das empresas provavelmente tem origem na tentativa de aplicação,

no ambiente de escritório, das técnicas de aperfeiçoamento do trabalho que foram

desenvolvidas para o ambiente industrial.

“Os processos na área fabril são fáceis de se observar, tanto nos períodos de bom funcionamento como na ocorrência de problemas. O desperdício e o retrabalho são claramente identificáveis, e o fluxo do material é tão importante que os equipamentos e equipes de trabalho são dispostos ao longo dele. Toda uma ciência de aperfeiçoamento dos processos industriais foi desenvolvida ao longo de décadas, chegando, inclusive, a ser aplicada a situações de trabalho nos escritórios.” (GONÇALVES, 2001a, p.3)

Atualmente, o trabalho nos escritórios segue um fluxo informatizado, e o

percurso não é tão facilmente observável. Gonçalves (2001a, p.12) salienta que “o

impacto da tecnologia na realização do trabalho abrange desde alterações na forma

de realização do trabalho individual até a maneira pela qual as empresas trabalham

juntas em processos interorganizacionais, passando pela redefinição da maneira

pela qual os grupos de pessoas realizam suas tarefas grupais”. Por outro lado, a

utilização de ferramentas de comunicação modernas, viabiliza a montagem e o

funcionamento de novos modelos de trabalho grupal. Por causa disso, a tecnologia é

considerada a ferramenta do redesenho de processos por excelência.

Gonçalves (2001b) ainda elucida que a análise dos processos nas empresas

implica a identificação de diversas dimensões dos processos: fluxo, ou seja, volume

por unidade de tempo; seqüência das atividades; esperas e duração do ciclo; dados

e informações; e pessoas envolvidas e as relações e dependências entre as partes

comprometidas no funcionamento do processo.

“A idéia de hierarquia é fundamental para a identificação dos processos essenciais e para a análise sistêmica das organizações. De acordo com

43

essa idéia, os processos podem ser agregados em macroprocessos e subdivididos em subprocessos ou grupos de atividades, e o nível de agregação mais adequado depende do tipo de análise que se pretende fazer.”(GONÇALVES, 2001b, p.3)

Ainda de acordo com Gonçalves (2001a), o futuro pertence às empresas que

conseguirem explorar o potencial da centralização das prioridades, as ações e os

recursos nos seus processos. As empresas do futuro deixarão de enxergar processo

apenas na área industrial, serão organizadas em torno de seus processos não fabris

essenciais e centrarão seus esforços em seus clientes.

Dentro deste conceito, Hammer (1996) apud Gonçalves (2001a) afirma que a

organização orientada para processos está surgindo como a forma organizacional

dominante para o século XXI, abandonando a estrutura por funções, que foi a forma

organizacional predominante nas empresas do século XX. Esta adoção da estrutura

organizacional por processos, conforme Gonçalves (2001a) gera como

conseqüência positiva uma falta de sentido em se falar em centralização ou

descentralização administrativa, uma vez que as decisões são tomadas por grupos

de trabalho no local organizacional em que são necessárias. Entender como

funcionam os processos é importante para determinar como eles devem ser

gerenciados para a obtenção do máximo resultado. Afinal, cada tipo de processo

tem características específicas e deve ser gerenciado de maneira específica.

“A organização orientada por processos pressupõe que as pessoas trabalhem de forma diferente. Em lugar do trabalho individual e voltado a tarefas, a organização por processos valoriza o trabalho em equipe, a cooperação, a responsabilidade individual e a vontade de fazer um trabalho melhor. Ela projeta e mensura cuidadosamente seus processos e faz com que todos os funcionários entendam e se responsabilizem por eles, possibilitando o desenvolvimento de um sentimento de propriedade do processo. As pessoas cumprem tarefas, mas têm uma visão mais ampla e pensam a respeito dos processos” (HAMMER,1998, apud GONÇALVES, 2001,p.4 ).

Gonçalves (2001a, p.13) afirma que “depois de décadas de ostracismo,

entender e estudar os processos nas empresas resgata a importância do estudo do

trabalho nas organizações”. O estudo do trabalho analisa a forma pela qual ele é

realizado e os recursos que são necessários para a sua execução. Procura entender

a lógica da forma como os resultados são obtidos e ajustar as atividades e a

tecnologia empregada de maneira a otimizar o emprego dos recursos e a eficiência

geral dos processos.

44

E, ainda nesta linha de pensamento, temos o Caderno de Excelência (2008)

que diz que toda organização funciona como um conjunto de processos. A

identificação e o mapeamento destes processos apóiam o entendimento das

necessidades e expectativas dos seus clientes e demais partes interessadas,

permitindo um planejamento adequado das atividades, definição das

responsabilidades das pessoas envolvidas e o uso adequado dos recursos

disponíveis. Nestas condições, as pessoas são envolvidas não somente na

execução, mas também no planejamento dos processos, na prevenção e solução de

problemas, na eliminação de redundâncias e no aumento da produtividade.

“Toda organização desenvolve, no seu cotidiano, inúmeras atividades rotineiras, que levam à produção dos mais variados resultados na forma de produtos e serviços. Tais atividades, devido à sua natureza e à dos resultados gerados, podem ser enquadradas na forma de processos organizacionais que, de forma integrada, trabalham no sentido de promover a consecução dos objetivos principais da organização, diretamente relacionados a sua missão.” (GUIA D SIMPLIFICAÇÃO, 2010, p.01)

O Caderno de Excelência (2008) ainda coloca que os processos, além de

gerenciados e controlados, precisam ser analisados e melhorados. É necessário

proceder a uma análise de cada um dos processos principais do negócio e dos

processos de apoio, com o objetivo de identificar oportunidades para promover

melhorias nestes processos e a efetiva implementação das melhorias ou inovações

identificadas nos mesmos.

Tendo em vista o conceito de processo como uma transformação, fica

necessário o entendimento da subdivisão desta transformação. Para o Guia D

Simplificação (2010), a articulação de diversas ações desdobra-se na execução de

subprocessos, etapas e atividades. Para o Guia, pode-se dizer que existe uma

hierarquia entre processos, subprocessos, etapas e atividades. Essa hierarquia fica

melhor representada em forma de um sistema.

Um processo organizacional pode ser visto como um sistema composto por

subsistemas ou subprocessos. Estes subsistemas, por sua vez, são formados de

outros sub-subsistemas, representados pelas etapas, que ainda se dividem em

atividades, que é a menor unidade de um processo. O Guia D Simplificação (2010)

ainda lembra que todo este sistema é absolutamente interligado.

A figura apresentada na sequência, que foi adaptada do Guia D Simplificação

(2010), mostra esta hierarquia da subdivisão dos processos de forma gráfica. Pode

45

ser observada a primeira subdivisão dos processos organizacionais em

subprocessos. Na sequência, uma nova subdivisão dos subprocessos mostra as

etapas. E ainda, a figura mostra as etapas sendo divididas em atividades. Desta

forma, a hierarquia dos processos é primeiramente o processo, seguido pelo

subprocesso, que é seguido pela etapa e então pela atividade.

Desta forma tem-se então na sequência a figura:

Figura 02 – Hierarquia de Processos Fonte: Adaptado do Guia D Simplificação. Brasília, 2010.

No próximo subtítulo será tratado da classificação dos processos, que deve

ser utilizada para agrupar os processos da forma mais conveniente para o trabalho.

Existem vários tipos de classificação, que levam em conta as mais distintas

variáveis, na sequência serão apresentadas algumas das classificações disponíveis

na literatura.

3.4.1.1 Classificação dos processos

Os processos podem ser classificados segundo vários critérios ou autores.

Por exemplo, para Andrade e Amboni (2007, p. 7) podemos classificar os processos

46

em atividades fim e atividades meio. As atividades fim “são aquelas vinculadas

diretamente ao „carro chefe‟ da empresa”. Já as atividades meio “são aquelas que

dão suporte ao desenvolvimento das atividades fim”.

Para Martins e Alt (2009), os processos são divididos em operacionais e

gerenciais de suporte. Os operacionais são: entender mercados e clientes,

desenvolver visão e estratégias, projetar produtos e serviços, marketing, vendas,

produção e entrega, entre outros. Já os gerenciais de suporte envolvem o

desenvolvimento e gerenciamento de recursos humanos, administração da

informação, gerenciamento de recursos físicos e financeiros, a administração

ambiental, gerenciamento de relações externas, administração de melhorias e

mudanças, entre outros.

No Guia D Simplificação (2010), encontra-se a divisão dos processos em

duas categorias: os processos finalísticos e os processos de apoio.

“Os processos finalísticos são aqueles ligados à essência do funcionamento da organização. Recebem apoio de outros processos internos, gerando o produto/serviço para o cliente. Os processos organizacionais enquadrados nesta categoria estão diretamente relacionados ao objetivo das organizações. Já os processos de apoio produzem resultados imperceptíveis ao usuário, mas são essenciais para a gestão efetiva da organização, garantindo o suporte adequado aos processos finalísticos. Estão diretamente relacionados à gestão dos recursos necessários ao desenvolvimento de todos os processos da instituição.” (Guia D Simplificação, 2010)

Para o Guia D Simplificação (2010) ainda existem os processos ditos críticos,

que são aqueles encontrados tanto dentre os de apoio como os finalísticos. Estes

são de natureza estratégica para o sucesso institucional.

Para Capote (2011), os processos podem ser primários, de apoio, ou de

gestão. Os processos primários são aqueles que têm relação direta com os clientes.

Os processos de apoio são aqueles que colaboram com a realização dos primários.

Os processos de Gestão são aqueles estabelecidos formalmente com o intuito de

garantir que os processos por eles gerenciados atinjam suas metas operacionais,

financeiras, regulatórias e legais.

De acordo com Valle e Oliveira (2010), os processos podem ser de três

classes: primários, de apoio e gerenciais. Os processos primários são os mais

importantes para a organização, pois afetam diretamente os clientes externos. Já os

de apoio ajudam ou facilitam a execução dos primários, e os gerenciais facilitam a

47

execução destes, alocando, dirigindo e coordenando recursos e meios necessários

ao bom desempenho organizacional.

Valle e Oliveira (2010) continuam, explicando que os processos primários

podem ser subdivididos em processos chave e críticos. Os processos chave são

aqueles que apresentam alto custo para a organização e alto impacto para os

clientes externos. Entre os processos chave estão os críticos. Porém, nem todo

processo chave é crítico. Os processos críticos são os que estão diretamente

alinhados com a estratégia de negócio.

Desta forma, vê-se que existem vários tipos de classificação para processos,

porém a escolha de um tipo de classificação depende da finalidade para qual irá ser

utilizada. Algo em comum entre as classificações é que todas distinguem os

processos de apoio dos processos finalísticos ou chave. Porém, conforme Capote

(2011), apesar de parecer estar num patamar inferior ao do processo primários ou

chave, os processos de apoio possuem impacto na capacidade de realização do

processo primário, portanto, são extremamente delicados e devem ser alvo de

avaliação e controle.

O próximo subtítulo conceitua e explica fluxograma, que é uma das

ferramentas a serem utilizadas na implementação desta pesquisa, em especial na

parte de modelagem e redesenho dos processos.

3.4.2 Fluxogramas

Existem vários tipos de gráficos, porém, conforme Cury (2009, p.340), “o

gráfico de processamento, por excelência, para trabalhos de análise administrativa é

o fluxograma”. Ele representa o fluxo ou a sequência normal de qualquer trabalho.

O fluxograma é uma das ferramentas mais utilizadas por quem deseja

analisar e redesenhar um processo de trabalho, porque traz vantagens que facilitam

o desenvolvimento. É através dele que pode-se planificar as atividades

desenvolvidas e todos os seus processos a fim de verificar onde ocorrem os

problemas e redefinir as atividades de forma que o trabalho passe a fluir de uma

maneira melhor.

Oliveira (2009, p.260) define fluxograma como sendo a “representação

gráfica que apresenta a sequência de um trabalho de forma analítica, caracterizando

as operações, os responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidos no

processo”.

48

“Fluxograma é um método gráfico que procura facilitar a análise de dados, informações e sistemas completos e que possui alto grau de detalhamento visual, pondo em evidência os inúmeros fatores que intervêm num processo produtivo ou administrativo qualquer.” (SIMCSIK, 2001, p. 404)

Cury (2009) destaca algumas vantagens na utilização de fluxogramas:

primeiramente é o fato de que permitem verificar como funcionam todos os

componentes de um sistema, facilitando a análise de sua eficácia; proporcionam um

entendimento mais simples e objetivo que métodos descritivos; possibilitam

aplicação a qualquer tipo de sistema, dos mais simples aos mais complexos; e

proporcionam o rápido entendimento de qualquer alteração, por mostrar

rapidamente as modificações introduzidas.

A ABPMP (2009) destaca que fluxogramas se baseiam em um conjunto

simples de simbologia para tarefas, decisões e outros elementos primários de

processo. Em relação ao seu surgimento, a ABPMP (2009) destaca que os

fluxogramas estão muito associados ao movimento do Gerenciamento da Qualidade

Total (TQM) que surgiu no início da década de 1950 e ganhou popularidade ao

longo da década de 1970 para a adoção de técnicas de modelagem de fluxo para

mapear processos de negócio.

ABPMP (2009) ainda salienta a questão dos fluxogramas em modelos de

raias. Para ela, as raias são um complemento ao fluxo do processo de um

fluxograma que representa como os fluxos de trabalho cruzam unidades

organizacionais. As raias são a utilização de linhas dispostas horizontalmente ou

verticalmente, representando uma unidade organizacional, papel ou, em alguns

casos, organização externa. Essas linhas lembram a faixa de marcação de

competições de natação.

Assim, por meio da exposição gráfica dos fatos, os fluxogramas permitem o

diagnóstico de pontos falhos, das mais diversas origens, que podem responder

pelas deficiências constatadas na execução dos serviços.

No próximo subtítulo encontram-se os critérios adotados para a análise e o

redesenho proposto dos processos.

3.5 CRITÉRIOS PARA MODELAGEM, ANÁLISE E REDESENHO

Neste título serão apresentados os critérios e métodos utilizados para a

49

descrição e análise dos dados obtidos nesta pesquisa. Todos os critérios, tanto para

modelagem, como para a análise, a identificação de processos críticos e o

redesenho, são baseados no que foi citado no referencial teórico apresentado no

segundo capítulo.

Para Capote (2011), a revisão dos processos deve ser feita em algumas

ocasiões como a atualização ou revisão do plano de negócios, quando for detectado

algum problema de desempenho, ao iniciar um projeto de BPM, na monitoria

contínua, com a introdução de novas tecnologias, nas fusões, aquisições e

reorganizações corporativas, e na realização de análise SWOT.

“Business Process Management (BPM) é uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, controlar e melhorar processos de negócio automatizados ou não para alcançar os resultados pretendidos consistentes e alinhados com as metas estratégicas de uma organização”. (ABPMP, 2009, p. 30),

A ABPMP (2009) em seu guia, BPM CBOK, ainda ressalta que BPM permite

que uma organização alinhe seus processos de negócio à sua estratégia

organizacional, conduzindo a um desempenho eficiente em toda a organização

através de melhorias das atividades específicas de trabalho em um departamento, a

organização como um todo ou entre organizações. Ainda conforme a ABPMP

(2009), a disciplina profissional de BPM é formada por oito subdisciplinas:

modelagem, análise, desenho, gerenciamento de desempenho, transformação,

organização, gerenciamento de processos organizacionais e tecnologia. Em seu

Caderno CBOK, a ABPMP (2009) explica cada uma destas subdisciplinas, porém

para esta pesquisa cabe detalhar as três primeiras, que são a modelagem, a análise

e o redesenho. Estas três etapas estão descritas mais detalhadamente na

sequência. O primeiro subtítulo trata da modelagem de processos.

3.5.1 Modelagem de processos

Sobre a modelagem de processos, a ABPMP (2010) indica que é um conjunto

de atividades envolvidas na criação de representações de um processo de negócio

existente ou proposto. “O objetivo da modelagem é criar uma representação do

processo que o descreva de forma necessária e suficiente para a tarefa em questão”

(ABPMP, 2010).

No Guia D Simplificação (2010), esta atividade de modelagem se apresenta

50

como mapeamento de processos, e é divida em três fases: levantamento das etapas

e normas, identificação dos elementos do processo e, a terceira etapa que é o

desenho dos fluxogramas atuais.

O levantamento das etapas e normas, de acordo com o Guia D Simplificação

(2010), consiste na identificação das etapas que compõem o processo

organizacional priorizado, bem como das normas utilizadas em seu

desenvolvimento, culminando na identificação dos subprocessos que compõem o

processo de trabalho em estudo.

“Esse passo é de fundamental importância, pois é nele que se inicia o processo de conhecimento acerca do que se faz. Tem o objetivo de possibilitar a visualização das etapas por quem as executa, bem como a observação das normas que norteiam o trabalho, de forma a abrir um espaço de reflexão no tocante ao fazer diário relacionado com o processo organizacional que foi estabelecido como prioridade.” (GUIA D SIMPLIFICAÇÃO, 2010, p.03)

Em relação ao levantamento das normas, conforme conceitua o Guia D

Simplificação (2010), é a identificação por pessoa capacitada das regras e leis que

tem impacto sobre a ação envolvida no desenho e o grau de impacto que ela pode

exercer tanto em relação à atividade quanto ao processo como um todo e até a

instituição em geral. Após o levantamento das etapas e normas, conforme o Guia D

Simplificação (2010), é necessário agrupar as etapas similares em conjuntos, de

forma a possibilitar a identificação dos subprocessos de trabalho que integram o

processo organizacional..

A segunda etapa, ou seja, a identificação dos elementos do processo, ainda

de acordo com o Guia D Simplificação (2010), consiste na identificação e na

visualização dos quatro elementos essenciais dos processos de trabalho, ou seja,

fornecedor, entrada, saída e cliente/usuário. Para cada etapa identificada deverá

haver um grupo de elementos.

Em relação ao desenho dos fluxos atuais, ou seja, a terceira etapa, o Guia D

Simplificação (2010) aponta que é onde serão representadas as etapas identificadas

anteriormente. Como existe uma infinidade de modelos de fluxograma para se

utilizar, o Guia D Simplificação (2010) apenas indica que deverá ser escolhido um

modelo de representação de fluxos onde fique denotado os atores das ações, as

atividades a serem executadas, a sequência das mesmas, e outras informações que

sejam de fundamental importância para a compreensão do fluxo de trabalho como

51

um todo.

A ABPMP (2009), salienta que o propósito da modelagem é criar uma

representação dos processos e descrevê-los suficientemente para análise. Esta

etapa servirá para melhorar o entendimento do processo, dar apoio em treinamento

de recursos, avaliação de melhorias e mudanças em processos. Como recursos

para captura de informações para a modelagem, a ABPMP (2009) coloca a

observação direta, entrevistas, feedback por escrito, workshops, e

videoconferências.

No próximo subtítulo serão apresentados os critérios para a segunda etapa de

análise dos dados obtidos nesta pesquisa, que se constitui na análise dos processos

identificados anteriormente.

3.5.2 Análise de processos

Sobre a análise dos processos, a ABPMP (2009) indica que o primeiro passo

no estabelecimento de um novo processo ou atualização de um existente é criar um

entendimento comum sobre o estado atual dos processos e seu alinhamento com os

objetivos de negócio. A criação desse entendimento comum é denominada análise

de processos.

Para Capote (2011) esta análise inicial, pode ser considerada o primeiro

passo em direção à descoberta de como a organização e seus processos funcionam

naquele exato momento. Com a análise se cria um entendimento de como os

processos de negócio, de gestão, ou de apoio são realmente realizados. Capote

(2011) ainda ressalta que somente a análise de processos irá possibilitar a

realização de melhorias, desta forma ela deve retratar fielmente o que está

acontecendo no negócio, não o que se deseja.

Em relação aos objetivos da análise, a ABPMP (2009) define como sendo a

ação de criar um entendimento das atividades do processo e medir o sucesso

dessas atividades no alcance dos objetivos. Isso inclui frequentemente um estudo do

ambiente de negócio interno e externo, e fatores que contribuem ou interagem com

o ambiente, tais como regulamentações governamentais ou do segmento de

negócio, pressões de mercado e competição, entre outros. A ABPMP (2009) ainda

salienta que a informação obtida através da análise deve representar o que está

realmente ocorrendo e não o que se pensa ou deseja que ocorra. Deve também ser

uma visão imparcial.

52

“A análise de processos cria um entendimento comum do estado atual do processo para mostrar seu alinhamento com o ambiente de negócios. É realizada através do emprego de um analista profissional ou equipe de indivíduos que realizam análise. Utilizando várias técnicas diferentes, estruturas de trabalho, metodologias e práticas sugeridas, a equipe de análise documenta o ambiente de negócios e cria modelos e outras documentações para ilustrar o fluxo de trabalho de várias atividades envolvidas no processo e o relacionamento com o ambiente onde opera. Essa informação é, então, utilizada para descobrir áreas de atenção para o processo.” (ABPMP 2009, p.106)

Desta forma, a ABPMP (2009) avalia que a análise de processos não é

simplesmente um evento, mas um comprometimento que permite às organizações

continuamente melhorarem seus processos pelo monitoramento de desempenho,

aumentando assim a efetividade da organização.

Capote (2011) ainda alerta que na fase de análise deve-se buscar identificar

quem são os participantes do processo, as regras do negócio, as métricas de

desempenho, as formas de controle, as dependências entre as atividades, tudo com

o intuito de apresentar melhorias ao processo.

Baseado no CBOK da ABPMP (2009) elaborou-se um quadro elencando os

critérios para análise dos processos. Porém, para o melhor entendimento de alguns

termos do quadro, apresenta-se primeiramente algumas definições a cerca destes

mesmos termos segundo o PCM CBOK da ABPMP (2009)

A ABPMP (2009, p.39) define atividades de Handoff como aquela “que

passam o controle do processo para outro departamento ou organização. Transferir

um cliente a outro departamento após determinar o grupo para resolver a questão é

um exemplo de atividade de handoff”.

Um gargalo, para a ABPMP (2009, p.85) “é uma restrição no processo que

cria um acúmulo de trabalho a ser feito. Tipicamente não são bons em qualquer

processo”.

Já a escalabilidade, para a ABPMP (2009, p.312), é uma “característica

desejável em todo o sistema, em uma rede ou em um processo, que indica sua

habilidade de manipular uma porção crescente de trabalho de forma uniforme, ou

estar preparado para crescer”.

As métricas de desempenho, constantes dos critérios, são definidas como

técnicas que “fornecerão indicadores sobre onde e como um processo deveria ser

ajustado”. (ABPMP 2009, p. 82)

O quadro 01, na sequência apresenta então, de forma organizada todos os

53

critérios elencados e que serão utilizados para a execução da análise dos processos

identificados e modelados.

CRITÉRIOS DE ANÁLISE

01 Entradas e saídas do processo

02 Impacto nas partes interessadas internas e externas

03 Nível de interferência na eficiência do processo global

04 Ineficiências operacionais do processo atual

05 Riscos ao negócio (ambiental, financeiro, político, humano, tempo, qualidade)

06 Excesso de controle

07 Nível de consumo de recursos (humanos, materiais, tempo, financeiro)

08 Desconexões

09 Objetivos não alcançados

10 Falhas nas interações com o cliente

11 Handoffs que criam desconexões

12 Variações de processo

13 Gargalos (restrições)

14 Escalabilidade para atender a demanda

15 Controle do processo (regras, leis, portarias, decretos, resoluções)

16 Monitoramento do processo (métricas de desempenho)

17 Utilização melhorada de recursos

18 Oportunidades para reduzir restrições e aumentar a capacidade

19 Retrabalho

Quadro 01 – Critérios para Análise de Processos Fonte: ANDUJAR, Alcides J. F. Notas de aula. Adaptado de: ABPMP. CBOK, 2009.

Para o Guia D Simplificação (2010), esta etapa é a equivalente ao que ele

chama de análise e melhoria dos processos, e consiste na identificação dos

principais problemas que afetam um determinado processo de trabalho, com o

respectivo encaminhamento para sua solução. É fundamental também que sejam

registrados os pontos fortes do processo de trabalho, para valorizar e manter o que

há de bom. O Guia D Simplificação (2010) detalha esta fase com as seguintes

etapas: identificação do problema, análise de causa e efeito, detalhamento das

causas do problema, análise e priorização de solução.

Para o Guia D Simplificação (2010), é aconselhável que, para cada problema,

sejam identificadas soluções de curto, médio e longo prazo, conforme o caso. Tais

soluções são consideradas como: correções, ações corretivas, ações preventivas e

ações de encaminhamento. As correções são ações tomadas para resolver o

problema de imediato, são as de curto prazo. Ações corretivas são aquelas que têm

o objetivo de eliminar a causa do problema e atuam sobre o fato gerador de forma a

54

evitar que ele ocorra novamente, são adotadas em médio e/ou em longo prazo. As

ações preventivas são ações adotadas com o intuito de eliminar a causa de um

potencial problema ou de uma possível situação indesejável, também são adotadas

em médio e/ou em longo prazo. As ações de encaminhamento são ações que visam

dar andamento à solução de determinado problema, são, geralmente, ações de

articulação e/ou negociação, podem ser de curto, médio ou longo prazo.

Na sequência, o quadro 02 traz os critérios elaborados apartir do CBOK da

ABPMP (2009) para identificação dos processos críticos.

CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSO CRÍTICO

01 Riscos ao negócio (ambiental, financeiro, político, humano, tempo, qualidade)

02 Maior impacto nos clientes internos e externos

03 Gargalos

04 Fator crítico aos demais processos

05 Excesso de controle

06 Ineficiência operacional

07 Consumo excessivo de recursos

08 Riscos para o operador

09 Interferência na eficiência do processo global

10 Riscos ambientais

Quadro 02 – Critérios de Identificação de Processo Crítico Fonte: ANDUJAR, Alcides J. F. Notas de aula. Adaptado de: ABPMP. CBOK, 2009.

Conforme Valle e Oliveira (2010, p. 26), os processos críticos “são aqueles

que têm relação direta com a estratégia do negócio da sua empresa”.

No próximo subtítulo são apresentadas todas as considerações e os critérios

a serem utilizados para o redesenho do processo analisado, culminando na parte

final da consecução dos objetivos propostos.

3.5.3 Redesenho de processos

Para o desenho/redesenho dos processos, a ABPMP (2009) explica que uma

vez que o objetivo do BPM é garantir que os processos de uma organização sejam

eficazes, ágeis e eficientes, a importância da fase de desenho não pode ser

subestimada, pois é durante essa fase que o plano para o estado desejado é

desenvolvido.

“Redesenho de processos é o repensar ponta-a-ponta sobre o quê o processo está realizando atualmente. É diferente de melhoria de processos, pois toma uma perspectiva holística para o processo em vez de identificar e implementar mudanças incrementais. No entanto, embora possa levar a

55

mudanças significativas, essas mudanças continuam a ser baseadas em conceitos fundamentais do processo existente.” (ABPMP 2009, p. 153)

O redesenho também requer que se delimitem alguns critérios que definem o

redesenho de uma etapa ou de todo o processo. O quadro 03, apresentado na

sequência, é adaptado do CBOK (2009), e traz as diretrizes e definições a serem

utilizadas nesta pesquisa para o redesenho do processo de compras e elaboração

da proposta final desta trabalho, ou seja, estes serão os preceitos utilizados para

basear o redesenho do fluxo de trabalho do processo analisado nesta pesquisa.

CRITÉRIOS DE REDESENHO

01 Detalhamento de atividades

02 Identificação de atividades críticas

03 Inclusão de outras mídias

04 Inclusão de mais de uma mídia como alternativa

05 Inclusão de decisões

06 Inclusão de documentos anexos

07 Inclusão de ligações entre os processos (pipas)

08 Assinatura eletrônica

09 Inclusão de indicadores

10 Quadro de Pessoal

11 Inclusão de atividades

12 Exclusão de atividades

Quadro 03 – Critérios de Redesenho de Processos Fonte: ANDUJAR, Alcides J. F. Notas de aula. Adaptado de: ABPMP. CBOK, 2009.

Para o Guia D Simplificação (2010), após o redesenho é necessário que se

faça a proposta de simplificação, que nada mais é do que o documento que

apresenta a síntese do novo desenho do processo de trabalho e tem como objetivo

sua submissão à apreciação da autoridade competente para que seja aprovada e

implementada. A proposta de simplificação deve conter argumentos suficientes para

justificar as melhorias que se propõem, portanto, além de conter a apresentação do

novo desenho do processo, deverá ainda apresentar os pontos de melhorias que

foram passíveis de implementação, sugestões de encaminhamento para soluções

de curto, médio e longo prazo e benefícios resultantes da implementação do novo

processo.

Uma sugestão de estruturação da proposta, conforme o Guia D Simplificação

(2010), deveria contemplar os seguintes aspectos: objetivos, novo desenho do

processo, pontos de melhoria implementados, sugestões de melhoria para

56

encaminhamento e os benefícios da implementação do novo desenho do processo.

Descrevendo cada uma destas partes, o Guia D Simplificação (2010) resume

o objetivo do redesenho como a apresentação da finalidade da proposta que é,

fundamentalmente, servir como documento de referência para que o novo processo

de trabalho seja aprovado pela autoridade competente e implementado pelas áreas

envolvidas. O novo desenho do processo é definido com base na análise realizada e

surge como a proposta de uma nova forma de realizar o processo de trabalho.

Poderão ser apontadas as ações que devem ser incluídas, excluídas e/ou alteradas

em sua seqüência de realização; os atores que deverão ou não participar do novo

processo, a junção ou desmembramento de subprocessos. Os pontos de melhoria

implementados são as melhorias que foram passíveis de implementação imediata e

devem ser apontadas neste item, utilizando-se, se possível, de dados comparativos.

As sugestões de melhorias para encaminhamento são as melhorias que ainda não

foram implementadas e a razão.

O Guia D Simplificação (2010) ainda ressalta que o fluxo de trabalho ideal

pode depender de fatores que impedem sua implementação imediata, como as

melhorias que dependem de suporte da Tecnologia da Informação, de articulação

política interna e/ou externa, bem como as condições e pressupostos necessários

para a implementação do novo processo. Os benefícios da implementação do Novo

Desenho do Processo são os dados resultantes da análise feita, como redução de

tempo para execução da tarefa, redução de retrabalho, otimização de recursos

humanos e tecnológicos e outras vantagens observadas devem ser descritas.

No próximo capítulo será tratada a metodologia aplicada a esta pesquisa e

todas as suas particularidades.

57

4 METODOLOGIA

Este capítulo trata da metodologia utilizada nesta pesquisa e que é base para

a construção deste trabalho de conclusão de curso. De acordo com Silva e Karkotli

(2011, p.8), “A pesquisa objetiva a produção de novos conhecimentos através da

utilização de procedimentos científicos. Contribui para o trato dos problemas e

processos do dia-a-dia nas mais diversas atividades humanas, no ambiente do

trabalho, nas ações comunitárias, no processo de formação, e outros”.

“Pesquisa é o procedimento intelectual em que o pesquisador tem como objetivo adquirir conhecimentos por meio da investigação de uma realidade e da busca de novas verdades sobre um fato [...]. Com base em métodos adequados e técnicas apropriadas, o pesquisador busca conhecimentos específicos, resposatas ou soluções para o problema estudado.” (FACHIN, 2005, p.123)

Desta forma, aqui serão apresentados todos os procedimentos científicos

utilizados. Ainda para Silva e Karkotli (2011, p.8), “o pesquisador utiliza

conhecimentos teóricos e práticos. É necessário ter habilidades para a utilização de

técnicas de análise, entender os métodos científicos e os procedimentos, com o

objetivo de encontrar respostas para as perguntas formuladas”.

O próximo subtítulo mostrará todas as informações a cerca dos níveis desta

pesquisa.

4.1 NÍVEIS DE PESQUISA

Quanto à sua natureza, a pesquisa será básica, que segundo Gil (1999),

objetiva produzir conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem

aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.

De acordo com Gil (2002, p.41), a pesquisa exploratória “tem como objetivo

proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais

explícito”. Assim, quanto aos objetivos, esta pesquisa se classifica como

exploratória, pois irá procurar envolver-se com o problema e explicitá-lo de forma a

oferecer subsídios para uma futura revisão das atividades desenvolvidas. Para

Triviños (2006), os estudos exploratórios permitem ao investigador aumentar sua

58

experiência em torno de determinado problema.

Ainda vão ao encontro desta idéia: Martins (2002, p. 38), que diz que a

pesquisa exploratória “trata-se de abordagem adotada para a busca de maiores

informações sobre determinado assunto”; e Souza, Fialho e Otani (2007, p. 38), que

conceituam a pesquisa exploratória como método de “explorar o tema buscando

criar familiaridade em relação a um fato ou fenômeno”.

No próximo subtítulo será visto um delineamento completo da pesquisa

proposta neste trabalho.

4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Em relação aos procedimentos metodológicos, será utilizada a pesquisa

bibliográfica, que segundo Martins (2002, p. 35) “trata-se de estudo para conhecer

as contribuições científicas sobre determinado assunto. Tem como objetivo recolher,

selecionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre

determinado assunto”. Ou ainda conforme Gil (2002, p. 44), “é desenvolvida com

base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos

científicos”. Para Köche (2004) este tipo de pesquisa é a que se desenvolve

tentando explicar um problema,utilizando o conhecimento disponível a partir das

teorias publicadas em livros ou obras congêneres.

“Na pesquisa bibliográfica o investigador irá levantar o conhecimento disponível na área, identificando as teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para auxiliar a compreender ou explicar o problema objeto da investigação. O objetivo da pesquisa bibliográfica, portanto, é o de conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema, tornando-se um instrumento indispensável para qualquer tipo de pesquisa.” (KÖCHE, 2004, p. 122)

Além disto, será usada a pesquisa documental, que é, de acordo com Gil

(1999), elaborada a partir de documentos de segunda mão, que de alguma forma já

foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas

estatísticas, entre outros, localizados no interior de órgãos públicos ou privados

como manuais, relatórios, balancetes e outros. Para Fachin (2005), considera-se

documento qualquer informação em documentos oficiais, como editoriais, leis, atas,

relatórios, ofícios, ordem régia, entre outros.

59

O próximo subtítulo traz definições a cerca da área onde será aplicada e da

população alvo desta pesquisa.

4.3 DEFINIÇÃO DA ÁREA E POPULAÇÃO ALVO

A pesquisa irá se desenvolver no Campus Florianópolis do Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. O foco principal da pesquisa

é o setor de compras, e inicialmente serão consultados os três servidores que lá

desenvolvem suas funções, podendo ser estendido também àqueles outros que

executem funções em setores envolvidos no processo de compras, e ainda aos

gestores. Além disso serão consultados os materiais documentais disponibilizados

pela instituição que possam fornecer algum detalhamento a cerca da história ou dos

processos executados por ela.

O próximo subtítulo trata da definição dos instrumentos de coleta que serão

utilizados para se obter os dados manipulados no trabalho.

4.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Um dos instrumentos a serem utilizados são as entrevistas não estruturadas

ou semi-estruturadas. Conforme Martins (2002, p.37), este tipo de entrevista

“constitui parte do estudo exploratório [...] é concebida como meio de

aprofundamento qualitativo da investigação”.

“...aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa.” (TRIVIÑOS, 2006, p. 146)

Outro instrumento metodológico a ser utilizado é a observação, que de acordo

com Silva e Karkotli (2011, p.92), “é onde procura-se perceber as formas de

manifestação do fenômeno de forma sistemática ou assistemática”. Para Triviños

(2006), observar não é simplesmente olhar. É destacar de um conjunto algo

especificamente, prestando atenção em suas características. Ainda de acordo com

60

Fachin (2005), o método obsevacional fundamenta-se em procedimentos de

natureza sensorial. O objetivo da observação naturalmente pressupõe poder captar

com precisão os aspectos essenciais e acidentais de um fenômeno do contexto

empírico.

No próximo subtítulo será descrito a forma e o processo de análise dos dados

obtidos para esta pesquisa.

4.5 FORMA E ANÁLISE DOS DADOS

Esta pesquisa se desenvolverá a partir dos dados obtidos nas observações e

nas entrevistas. Uma vez de posse dos dados, estes serão desenhados na forma de

fluxograma pra que sejam mais bem visualizados. Na sequência o processo será

analisado conforme os quesitos descritos ao longo do trabalho.

Desta forma a pesquisa se caracteriza por ter uma abordagem qualitativa que,

conforme Gil (1999), é o processo em que a interpretação dos fenômenos e a

atribuição de significados são básicas, ou seja, não requer o uso de métodos e

técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o

pesquisador é o instrumento chave.

Após a análise, e baseado no referencial teórico pesquisado, será elaborado

um novo desenho para o processo, e ao final, serão feitas recomendações que

poderão ser adotadas pela instituição a fim de aprimorar o fluxo do processo

estudado.

Para Fachin (2005), ao resultado de uma pesquisa não se deve atribuir

verdade absoluta, pois as descobertas são sempre renovadas e toda análise sobre

um fato apresenta várias implicações de ordem apreciativa e analítica.

No próximo capítulo será feita, com base nos procedimentos metodológicos

apresentados neste capítulo e também com base no referencial teórico descrito no

capítulo anterior, a descrição e análise dos dados obtidos na pesquisa.

61

5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo serão apresentados os dados relativos aos processos

desenvolvidos pelo Setor de Compras do Campus Florianópolis do IFSC. Estes

dados trarão subsídios para a elaboração do fluxograma que apresenta a situação

atual. A partir deste primeiro fluxo serão analisadas as situações encontradas para

só então ocorrer o realinhamento das atividades através do redesenho do fluxo.

5.1 TRABALHOS DESENVOLVIDOS NO SETOR DE COMPRAS

O setor de compras é responsável pelo desenvolvimento de diversos

trabalhos, porém destacam-se três processos principais: alimentação e manutenção

do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF), e do Sistema de

Gestão de Convênios (SICONV); elaboração e montagem de processos

administrativos para inexigibilidade e dispensa de licitação; e elaboração e

montagem de processos administrativos para aquisição de materiais e serviços.

Figura 03 – Estruturação dos Processos e Subprocessos do Setor de Compras Fonte: Elaborado pela Autora, 2011

62

Atualmente, no setor de compras do Campus Florianópolis, conforme já citado

anteriormente no segundo capítulo, trabalham quatro funcionários. Estes

funcionários se dividem da seguinte forma: um deles é responsável pelo setor de

cadastro SICAF/SICONV; outro é responsável pelas dispensas de licitação e

inexigibilidades; o terceiro é responsável pela elaboração e montagens de processos

para aquisição de materiais e serviços; e a Assessora de Planejamento, que

coordena todos os trabalhos e auxilia em todas as áreas, além de desenvolver as

atividades da assessoria.

Na sequência são apresentadas as descrições de cada um dos processos. O

próximo subtítulo trata do cadastramento no SICAF/SICONV.

5.1.1 SICAF e SICONV

A alimentação dos cadastros SICAF e SICONV compreendem o

atendimento ao público em geral que vem até a instituição buscar informações,

entregar documentos e consolidar o cadastro. A atualização dos cadastros também

compreende o recebimento três ou mais vezes por dia de documentos protocolados

no setor responsável do Campus para que sejam inseridos no sistema e desta forma

seja atualizado o cadastro das empresas. Após esta inserção no sistema, ainda é

necessário que sejam arquivados todos os documentos recebidos. Esta atividade

acumula uma grande quantidade de serviço, pois o IFSC é um dos grandes

responsáveis por estes serviços. Em relação ao SICONV, o IFSC é a única unidade

cadastradora do estado, ficando assim responsável por toda a demanda gerada.

Essa exclusividade gera um grande incremento no volume de serviço.

O próximo subtítulo trata dos processos de inexigibilidade e dispensa de

licitação, que também são executados pelo setor de compras.

5.1.2 Inexigibilidade e dispensa de licitação

A elaboração e montagem de processo administrativo para inexigibilidade e

dispensa de licitação é um procedimento administrativo muito parecido com a

montagem de processos para a aquisição de materiais e serviços, que será tratado

na sequência. Tudo se inicia com o recebimento das demandas de cada área. Uma

vez identificado que aquele material/serviço é objeto de dispensa ou inexigibilidade

de licitação, conforme a legislação, dá-se inicio ao processo.

O processo necessita de autorização da Pró-Reitoria de Administração para

63

prosseguir, uma vez autorizado é hora de se elaborar um projeto básico, constando

tudo sobre o objeto e a forma de aquisição. Em seguida é necessário consultar a

regularidade da empresa junto ao SICAF, e dependendo do tipo de aquisição podem

ser necessários mais alguns documentos específicos.

O processo estando em ordem e passando por apreciação do procurador,

com parecer positivo segue-se a fase de empenho dos valores no Departamento de

Orçamento e Finanças (DOF), na Reitoria, pois o Campus ainda não possui setor

financeiro em funcionamento. Após o cumprimento de todas estas etapas pode-se

montar o processo físico, conforme as exigências legais, e proceder a aquisição dos

materiais ou contratação dos serviços propostos.

O próximo subtítulo trata da montagem de processos administrativos para

aquisições de material e contratações de serviços.

5.1.3 Aquisição de materiais e serviços

A elaboração e montagem de processo administrativo para aquisição de

materiais e contratação de serviços inicia-se com o recebimento dos pedidos com as

necessidades de cada área; em seguida deve-se compilar conforme a distribuição

exigida pela Reitoria; providenciar orçamentos dos materiais a serem adquiridos;

organizar os orçamentos conforme as exigências; e montar o processo.

Uma vez o processo aprovado pelo procurador federal, este retorna ao

Campus para ser lançado no Sistema de Divulgação Eletrônica de Compras (SIDEC)

e ser publicado em jornal. Este sistema é responsável pela divulgação do edital no

Diário Oficial da União (DOU), e faz parte de um sistema maior denominado

Comprasnet, no qual também é realizado o PE.

Daí para frente as atividades de execução de pregão, firmação de contrato e todas

as outras atividades inerentes a estes processos ficam por conta do Departamento

de Compras da Reitoria.

Na sequência será feita a análise dos três tipos de trabalho desenvolvidos

no setor de compras a fim de identificar quais são os processos críticos.

5.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO CRÍTICO

Como sugere o Guia D Simplificação (2010), a priorização deve ser a

“escolha consensual dos processos organizacionais que deverão ser simplificados,

64

priorizando os casos mais críticos, que necessitem de uma intervenção imediata.”

Conforme os critérios apresentados no capítulo três, dentre as três atividades

destacadas como principais no setor, a atividade de elaboração e montagem de

processo para aquisição de materiais e serviços é a mais crítica, pois gera riscos ao

negócio, uma vez que a falta de insumos pode gerar impossibilidade de cumprir as

aulas, em especial as práticas. Constantemente os prazos não são cumpridos e os

materiais não estão à disposição no momento adequado, prejudicando assim a

atividade fim da instituição.

Desta forma, também podem ser destacados fatores como o impacto nos

clientes internos e externos, já identificados como os professores e alunos. Este se

torna um fator crítico aos demais processos em geral, pois quase todas as outras

atividades de apoio dependem desta para se manter funcionando. A ineficiência

operacional também pode ser destacada aqui como fator de indicação de atividade

crítica, pois os funcionários além de serem poucos não são devidamente treinados e

desenvolvidos para que desempenhem sua função com total segurança.

Este processo contempla também o fator eficiência do processo global, pois,

como já foi salientado anteriormente, o processo é de apoio, porém ele é a base

para o desenvolvimento da atividade fim da instituição. Uma vez que ele não é

desenvolvido da melhor forma, afeta de forma grave a eficiência da atividade global

da instituição como um todo.

Então, em virtude do comprometimento do trabalho é o fluxo para esta

atividade que será desenhado, analisado e redesenhado conforme as necessidades

do setor. As outras duas atividades, por serem de menor complexidade, menor

volume, e não envolverem a participação de tantas pessoas no processo, estão sob

controle não causando prejuízos ao desenvolvimento dos demais trabalhos.

Na sequência então será descrito e apresentado na forma de fluxograma o

desenvolvimento da atividade de elaboração e montagem de processo para

aquisição de materiais e serviços.

5.3 DESCRIÇÃO E DESENHO DO FLUXO ATUAL

Nesta primeira etapa serão consideradas as atividades como elas são

desenvolvidas hoje no Campus Florianópolis. A Instrução Normativa (IN) n° 01 de 23

de outubro de 2009 (ANEXO B), regulamenta os procedimentos práticos dos

65

processos licitatórios do IFSC. A IN 01 apresenta alguns pontos principais a serem

observados, como a obrigatoriedade das compras conjuntas, também já indicada

pela CGU; a instituição de um calendário único de compras; e a obrigatoriedade da

utilização do SRP e do PE sempre que possível por lei.

Considerando-se então o instituído pela IN 01, o fluxo da atividade de

elaboração e montagem de processo para aquisição de materiais e contratação de

serviços se inicia com a definição do calendário de compras, cujo modelo está

apresentado no anexo I da IN 01. Esta definição se dá baseada no vencimento das

atas de SRP do ano anterior, levando-se em consideração a urgência na obtenção

do material ou serviço, e ainda conforme as áreas de atuação dos Campi.

Importante ressaltar que também é levado em consideração para a definição deste

calendário, o volume de trabalho suportado por Campus. Desta forma, se um

Campus está com contingência de pessoal, ele não será contemplado com muitos

processos, porém de qualquer forma, estará sobrecarregando aqueles outros que

tem maior quantitativo de funcionários em número, porém a escola tem uma

demanda bem menor de material ou serviço.

Uma vez definido qual Campus ficará com qual tipo de material, e as datas

correspondentes para envio dos pedidos, parte-se para a estimativa de demanda.

Em nosso Campus, devido ao tamanho e a quantidade de cursos e laboratórios

oferecidos, a estimativa percorre um longo caminho até a chegada no Setor de

Compras. Sendo assim, a estimativa é feita pelos professores e técnicos de

laboratório que passam aos seus coordenadores de curso, que por sua vez passam

aos chefes de departamento que encaminham ao Setor de Compras em forma de

pedido de material, contendo a descrição detalhada do objeto ou serviço e a

justificativa devidamente embasada para aquisição ou contratação dos mesmos.

Outros departamentos, que não os acadêmicos, percorrem os mesmos caminhos,

ou seja, os técnicos administrativos formulam as demandas, que são repassadas

aos seus coordenadores, que por sua vez repassam aos chefes de departamento

que devem repassar ao setor de compras.

Uma vez recebidas todas as demandas, de todos os departamentos, o setor

de compras é responsável por classificá-las e organizá-las conforme os grupos e

subgrupos constantes do Anexo II da IN01. Para os grupos que ficaram sob a

responsabilidade do Campus Florianópolis, na data estipulada deve-se socializar

com os demais campi a lista de demanda permitindo o acréscimo de quantidades

66

nos itens já especificados ou a inclusão de novos itens demandados.

Após o recebimento e organização dos acréscimos dos outros campi é

necessário que se faça a divisão mais apropriada para a obtenção dos orçamentos.

Esta divisão é de livre escolha do campus que organiza o processo, porém no

Campus Florianópolis ela é sempre feita levando-se em consideração o proponente

do item, ou quem solicitou maior quantidade de determinado item, Isto só não

ocorrerá quando um campus é responsável pela maioria dos itens, aí a divisão se dá

por quantidades igualitárias entre os solicitantes. Uma vez definido quem irá orçar os

materiais ou serviços, encaminha-se ao campus responsável ou ao departamento,

no caso de o responsável ser o próprio campus organizador.

Obtidos os orçamentos físicos, o setor de compras os organiza conforme o

fornecedor e elabora uma planilha de formação de preço médio (ANEXO C) que fará

parte do processo físico. Esta planilha também tem algumas especificidades

definidas pela IN 01, como a obrigatoriedade de haver no mínimo três preços para

cada item. Além disso, por determinação da Reitoria, os preços não podem ser

discrepantes entre si na medida de 50%; os orçamentos não podem ultrapassar 90

dias; não podem ser considerados preços de promoção; no orçamento obtido deverá

estar incluso o frete e a instalação caso seja necessária; e cada orçamento deve ter

identificado por folha timbrada, ou carimbo, a identificação da empresa, bem como a

data da obtenção do orçamento, e assinatura do responsável.

Estando tudo certo com os orçamentos e a planilha estando devidamente

preenchida, passa-se à fase de elaboração da minuta do edital de licitação. Esta

minuta é elaborada pelo setor de compras com base em uma minuta padrão

fornecida pela Reitoria. Estando pronta a minuta do edital, a mesma, juntamente

com a planilha de formação de preços é encaminhada por e-mail para apreciação e

avaliação do departamento de compras da Reitoria. Se houver alguma

inconsistência, as mesmas retornam ao campus para correção, ou, se estiver tudo

correto segue para a montagem do processo administrativo.

Ainda conforme a IN 01, os processos administrativos devem conter uma

sequência de documentos específicos. O artigo 8º da IN 01 especifica detalhada e

pontualmente cada um deles. Estando o processo fisicamente montado conforme

todos os quesitos estipulados pela IN 01, o setor de compras encaminha o mesmo

para o departamento de compras, que após uma breve análise da conformidade,

encaminhará para apreciação e análise jurídica do procurador. Este emite um

67

parecer que integra o processo administrativo, e havendo alguma inconformidade, o

processo retorna ao setor de compras para correção e reinicia o caminho novamente

a partir daí. Estando tudo em conformidade, o mesmo segue para inclusão no

SIDEC.

Na sequência, apresenta-se um quadro com a descrição resumida das etapas

identificadas e descritas anteriormente. Nele são identificados os atores para cada

etapa. Identifica-se primeiramente de onde vem a etapa anterior e posteriormente

assinala quem é a parte que irá receber após a etapa estar concretizada. Esta

metodologia esta sendo utilizada de forma complementar, pois se torna muito

esclarecedora das partes interessadas, e mostra com muita clareza os handoffs,

conforme indicado no Guia D Simplificação (2010):

RELAÇÃO DAS ETAPAS IDENTIFICADAS

De onde? Atividade Para onde?

01 Departamento de

Compras Definição do calendário de compras Todos os Campi

02 Departamentos Estimativa das demandas Setor de Compras

03 Setor de Compras Separação dos materiais conforme

as classes indicadas pela IN01 Setor de Compras

04 Setor de Compras Socialização da lista base de

demandas Todos os Campi

05 Setor de Compras Definição de responsáveis pelos

orçamentos Todos os Campi

06 Departamentos Obtenção de orçamentos Setor de Compras

07 Setor de Compras Organização dos orçamentos físicos Setor de Compras

08 Setor de Compras Elaboração da planilha de formação

de preços médios Departamento de

Compras

09 Setor de Compras Elaboração da minuta do edital de

licitação Departamento de

Compras

10 Departamento de

Compras Avaliação da minuta do edital e da

planilha Setor de Compras

11 Setor de Compras Montagem do processo

administrativo Procuradoria da

República

12 Procuradoria da

República Avaliação do processo

administrativo Setor de Compras

13 Setor de Compras Lançamento no SIDEC Licitantes

Quadro 04 – Relação das Etapas Identificadas Fonte: Adaptado de BRASIL, Guia D Simplificação. Brasília, 2010.

O próximo quadro mostra um breve levantamento das normas diretamente

pertinentes ao processo, e traz também uma breve ementa de seu conteúdo. Um

esclarecimento maior já foi apresentado na fundamentação teórica desta pesquisa.

68

Este tipo de identificação por quadros das leis e normas também é preconizado pelo

Guia D Simplificação (2010).

NORMAS PERTINENTES AO PROCESSO DE COMPRAS

IN01/09 Instrução Normativa n° 01 de 23 de outubro de 2009. Regulamenta os procedimentos práticos dos processos licitatórios do IFSC.

Lei 8.666/93 Lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública

Lei 10.520/02

Lei 10.520 de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns

Quadro 05 – Normas pertinentes ao processo de compras Fonte: Adaptado de BRASIL, Guia D Simplificação. Brasília, 2010.

Uma vez descritas e levantadas as etapas, bem como as regras pertinentes

ao processo de aquisição, o próximo passo é apresentar o fluxo desta atividade. Na

figura a seguir pode-se verificar a descrição anterior em forma de figura. O

fluxograma traça os caminhos percorridos para elaboração e montagem de

processos para aquisição de materiais e serviços. Este desenho servirá de base

para a análise descrita no próximo subtítulo.

69

70

5.4 ANÁLISE DOS PROCESSOS

Neste subtítulo será feita a análise do processo descrito anteriormente, item a

item, levando-se em consideração os critérios apresentados no terceiro Capítulo

deste trabalho:

a) Critério 1 – Entradas e Saídas

Em relação às entradas e saídas do processo, em geral estas são

demandadas pelo calendário, ficando de certa forma padronizadas. Porém pode

haver algumas demandas não estimadas que, por serem emergenciais causam

atraso no cumprimento do calendário oficial. Além disto, cada vez que se detecta

uma demanda além das já previstas no calendário, inicia-se um processo de

comunicação moroso, no qual serão registradas as intenções de participação dos

demais Campi.

b) Critério 2 - Impacto nas Partes Interessadas Internas e Externas

O processo em análise, é de apoio, porém é de grande impacto nas partes

interessadas, tanto internas como externas. Por ser uma instituição com muitos

laboratórios, a maioria das aulas, que é a atividade fim desta instituição, necessita

de materiais adquiridos pelo setor de compras para funcionar. Desta forma, o atraso

nos calendários de compras, ou a falta de material por qualquer motivo implicará em

perdas junto às partes interessadas.

c) Critério 3 – Nível de interferência na eficiência do processo global

Em relação ao nível de interferência na eficiência do processo global, pode-se

avaliar que uma vez o material não adquirido, irá gerar conseqüências na ponta do

processo chave da instituição, conforme visto no critério anterior. Pode-se considerar

um nível alto de interferência no processo como um todo.

d) Critério 4 – Ineficiências operacionais do processo atual

As ineficiências operacionais, caracterizadas por demoras, atrasos e

principalmente por metodologias distintas de se realizar um mesmo trabalho, são um

dos pontos principais a serem destacados nesta análise. Embora haja um grande

esforço por parte da Reitoria e até mesmo dos campi em cumprir o determinado para

padronizar as ações, o processo de aquisição em questão é repleto de gargalos,

71

atrasos e de formas diferentes para se atingir um mesmo objetivo comum.

e) Critério 5 – Riscos ao negócio

Os riscos ao negócio podem ser interpretados de várias maneiras. No âmbito

financeiro ele se dá pela falta de economicidade no processo como um todo,

causando mais gastos para o campus e para a Reitoria. Do ponto de vista político,

entende-se que o setor de compras, enquanto uma atividade de apoio, acaba

refletindo na atividade fim da instituição, e se não for bem desenvolvida ocasionará

reflexos na imagem política da instituição. Já para o fator humano pode ser

destacado como um grande risco a sobrecarga e o aumento no nível de estresse

dos funcionários do setor, bem como nos demais funcionários do sistema como um

todo, uma vez que o trabalho se desenvolve conjuntamente. Já os fatores tempo e

qualidade ficam altamente abalados uma vez que o processo é demorado e a

demanda é iminente.

f) Critério 6 – Excesso de Controle

Em relação ao excesso de controle pode-se destacar o papel da Reitoria no

processo. É necessário e até recomendado que haja um controle eficaz. Mas, como

no processo analisado, quando ele se torna exagerado acaba sacrificando a

celeridade do processo e o nível de autonomia dos participantes.

g) Critério 7 – Nível de consumo de recursos

Os níveis de consumo de recursos são altos. Principalmente os insumos de

expediente, uma vez que os processos exigem que tudo seja feito na forma

impressa. Em relação ao recurso humano, este também é utilizado à exaustão, uma

vez que são poucas pessoas e o controle é feito manualmente, exigindo uma

dedicação maior de atenção do servidor para que não haja erros, prejudicando

assim às compras de outros Campi ou as suas próprias.

h) Critério 8 – Desconexões

As desconexões podem ser apontadas em várias etapas do processo

analisado. Existem descontinuidades em várias atividades, mas principalmente

naquelas em que há troca de atores. As desconexões são ocasionadas em sua

maioria por falta de regras de procedimento e falta de sequência lógica nas ações.

72

No mesmo processo, uma área pode vir a interferir mais de duas vezes, tornando a

sequência descontínua e confusa.

i) Critérios 9 – Objetivos não alcançados

Os objetivos não alcançados podem ser apontados quando se tem um

insucesso na licitação. Na maioria das vezes esse insucesso provém de uma

especificação feita inadequadamente, ou de um orçamento estimado erroneamente.

Desta forma, os objetivos finais do processo não são alcançados devido a pequenas

falhas no decorrer do processo. O não alcance do objetivo primário para a ação de

aquisição irá refletir no não alcance do objetivo principal da instituição, conforme

visto em critérios anteriores.

j) Critério 10 – Falhas nas interações com o cliente

Em relação às falhas na interação com o cliente pode-se apontar

principalmente a comunicação com o público interno. Nem sempre às informações

fluem como deveriam, ocasionando a exclusão de alguns laboratórios ou até mesmo

departamentos das compras anuais. Isso se deve principalmente ao fato das

mudanças ocorridas nos últimos tempos. A maioria dos funcionários é antigo na

instituição e tem sérias dificuldades em se adaptar com as novas metodologias para

execução dos trabalhos.

l) Critério 11 - Handoffs que criam desconexões

Os Handoffs, que são as trocas de responsáveis no processo são excessivos.

Eles passam por muitas pessoas e isso pode ocasionar maior probabilidade de

falhas no sistema. Além de passar por um grande número de pessoas, uma mesma

pessoa pode ser responsável por adicionar informações no processo mais de duas

vezes, ocasionando um vai e vem que pode resultar em mais erros.

m) Critério 12 – Variações de processo

Embora ha muito tempo venha se tentando ter uma forma padronizada de

agir, ainda há muitas variações de processos decorrente dos conhecimentos dos

executores do trabalho. Isto só demonstra a real necessidade de ouvir estas

pessoas e incorporar os seus conhecimentos ao processo a fim de padronizá-lo de

uma forma lógica e que terá mais chances de ser seguida por todos.

73

A maioria dos funcionários aprendeu a trabalhar de forma empírica ou através

de um funcionário mais experiente no setor, ficando claro que este procedimento faz

com que pequenos vícios, erros e desconhecimentos sejam passados a diante.

n) Critério 13 – Gargalos

Os gargalos podem ser apontados tanto nos processos de obtenção de

orçamentos como nas análises, tanto do Departamento de Compras, como do

Procurador da República. Em geral os processos aguardam longos períodos pelas

devidas apreciações, demonstrando que há um grande gargalo nestes pontos.

o) Critério 14 – Escalabilidade para atender a demanda

Outro fator relevante a ser analisado é a escalabilidade para atender a

demanda. Seria necessário pelo menos o dobro de pessoas para que os servidores

do setor de compras pudessem trabalhar com margem de segurança para atender a

toda a demanda de processos. Mostra-se necessário o incremento de recursos

humanos para atender a esta área que pode impactar negativamente na atividade

fim da instituição.

p) Critério 15 – Controle do processo

Em relação ao controle do processo pode-se destacar que é bem pautado em

leis, normativas e resoluções. Como é sabido, as leis muitas vezes nos permitem

várias interpretações, e muitas vezes não são bem claras em relação à pequenas

atitudes operacionais, permitindo que se adote várias formas de proceder. Desta

forma, a operacionalização do que está nas regras é que gera descontrole.

q) Critério 16 – Monitoramento do processo

Em relação ao monitoramento do processo é importante ressaltar que só

existe por parte da auditoria interna e externa. Todo o desempenho é avaliado tendo

como base os relatórios da auditoria. O trabalho da auditoria, embora seja muito

bem feito, pode ser tardio, uma vez que é feito anualmente.

r) Critério 17 – Utilização melhorada de recursos

A utilização melhorada dos recursos é algo que precisa ser introduzido neste

processo, pois o que observa-se é a falta de utilização de sistemas de informação, e

74

a sub utilização de relatórios da auditoria para dar embasamento aos novos ajustes

exigidos.

s) Critério 18 – Oportunidades para reduzir restrições e aumentar a capacidade

A identificação de oportunidades de melhoria não é feita, bem como já foi

salientado anteriormente, a capacitação, o treinamento e o desenvolvimento dos

funcionários, quando há, é realizado de forma precária.

t) Critério 19 – Retrabalho

Em relação ao retrabalho, pode-se apontar que ele existe na medida em que

não há um sistema de informação capaz de compilar os dados. Cada vez que se faz

uma modificação, seja ela para atender uma correção da procuradoria ou do

departamento de compras, ocasiona retrabalho. Ele também pode ser percebido ano

a ano quando se inicia um novo calendário.

Partindo da análise efetuada anteriormente e dos critérios apresentados no

terceiro capítulo, elaborou-se o quadro 06. Neste quadro são descritos

detalhadamente os problemas identificados na análise anterior por quesitos. O

quadro apresenta ainda as prováveis causas e possíveis soluções para cada

problema individualmente.

IDENTIFICAÇÂO DE SOLUÇÕES

Problema Provável Causa Possível Solução

01

Atrasos no calendário em função de demandas emergenciais.

Pouco prazo para cumprimento do calendário oficial

Não há como negociar mais prazo, tendo em vista a complexidade do sistema integrado de Campi

Falta de pessoal Incrementar o quadro de pessoal do setor

02 Processo de comunicação moroso

Utilização de recursos inapropriados

Implementação de sistema de informação

03 Falta de material

Erros na estimativa de demanda

Trabalhar junto aos departamentos a necessidade de reavaliação constante das demandas

Atrasos no calendário Solução do item 1

04 Demoras / Gargalos Sobrecarga de trabalho em algum ponto da

Incrementar o quadro de pessoal do setor

75

cadeia

05 Falta de economicidade

Exigência de documentação em papel

Avaliar as reais necessidades de documentação e utilizar a forma impressa somente quando imprescindível

06

Sobrecarga dos funcionários / Aumento do nível de stress

Sobrecarga de trabalho Incrementar o quadro de pessoal do setor

Ambiente desapropriado Espaço exclusivo para o setor de compras

07 Excesso de controle Demasiado controle por parte da Reitoria

Menos idas e vindas do processo

08 Controle manual Utilização de recursos inapropriados

Implementação de sistema de informação

09 Sequência descontínua e confusa

Falta de planejamento e definição de regras e fluxos

Definição de regras e treinamento do pessoal

10 Especificação inadequada

Falta de entendimento da área solicitante

Treinamento e definição de parâmetros

11 Orçamento estimado erroneamente

Falta de entendimento da área solicitante

Treinamento e definição de parâmetros

Dificuldade em conseguir orçamentos

Formação de cadastro de empresas fornecedoras

12 Comunicação com o público interno

Mudança na forma de trabalho

Treinamento e definição de parâmetros

13 Excesso de Handoffs

Sequência descontínua e confusa

Solução do item 9

14 Falta de pessoal

Recente estruturação do setor

Incrementar o quadro de pessoal do setor

Realocação dos servidores de compras na Reitoria

15 Monitoramento tardio

Falta de tempo/pessoal Implementar forma contínua de monitoramento e correção

Quadro 06 – Identificação de Soluções Fonte: Adaptado de BRASIL, Guia D Simplificação. Brasília, 2010.

Esta etapa de identificação das prováveis causas e possíveis soluções dos

problemas identificados e descritos, também consta da etapa de análise do

processo, e já é uma introdução ao que será tratado no próximo subtítulo.

Levando em consideração todo o referencial teórico abordado no capítulo

dois, e também todos os critérios apresentados no terceiro capítulo para o

redesenho de processos, o próximo subtítulo traz a nova descrição proposta do

processo e finaliza com o redesenho do fluxograma do mesmo.

76

5.5 REDESENHO E DESCRIÇÃO DO NOVO FLUXO

Neste título será descrito o novo desenho do fluxo de trabalho no setor de

compras, sempre levando em consideração os critérios de redesenho apresentados

no terceiro capítulo, bem como as soluções identificadas no quadro 06 e nas

considerações que norteiam o próximo subtítulo.

5.5.1 Considerações a cerca do processo

Antes de iniciar o redesenho, é necessário considerar algumas demandas

apresentadas pela instituição. De acordo com as regras do IFSC, no novo desenho

deverá ser considerado o desenvolvimento das atividades já executadas pelo

campus, porém deve-se considerar também a continuidade do processo, parte que

hoje é executada pela Reitoria.

Os critérios a serem considerados para redesenho do fluxo são, entre outros,

o detalhamento da atividade, que significa descrever mais precisamente a atividade

a ser executada, definindo claramente quem são os seus executores, e definindo

mais precisamente como estes deverão agir para que saia tudo conforme o

esperado. Não poderão restar dúvidas.

Outro fator a ser considerado no redesenho do processo é a identificação das

atividades críticas para que possam ser alteradas ou melhoradas. No processo em

análise podem ser identificadas três atividades críticas. Estas atividades foram

definidas com base nos parâmetros apresentados no decorrer do trabalho, e levam

em consideração principalmente os riscos ao negócio, impactos nos clientes,

gargalos, ineficiências operacionais, e o nível em que afeta a eficiência do processo

global. Desta forma, as três atividades críticas são: a definição das demandas, a

elaboração da descrição detalhada do objeto, e a obtenção de orçamentos dos itens

a serem adquiridos. Estas atividades foram consideradas críticas pois eram os locais

dos gargalos, e são as que ocasionam mais objetivos não alcançados, afetando

seriamente a relação com os clientes internos e externos e ocasionando ineficiência

na atividade principal da instituição.

A inclusão de novas mídias, bem como a diversificação delas é um fator de

extrema importância, e que é capaz de dar grande celeridade ao processo, além de

evitar eventuais sumiços de documentos físicos ou mesmo os digitais. No caso do

processo analisado, sabemos que o final dele deve ser todo em papel, porém pode-

77

se substituir no decorrer do processo, documentos físicos por digitais.

A assinatura eletrônica é outro fator que gera celeridade ao processo uma vez

que estando autenticado no sistema, o usuário pode proceder atividades destinadas

ao seu cargo ou pessoa. No caso da execução de PE a utilização da assinatura

digital é imprescindível.

O quadro de pessoal é algo a ser fortemente considerado no redesenho do

fluxo, pois só tendo recursos humanos em quantidade e qualidade é que se poderá

esperar que o processo dê certo. No caso deste fluxo, será necessário considerar a

capacitação e o incremento no quadro de funcionários.

Um dos principais fatores no redesenho do fluxo é a inclusão e a exclusão de

atividades. Aquelas que estão inúteis ou com pouca utilidade prática devem ser

excluídas, e deverão ser incluídas novas atividades necessárias ao melhor

andamento do fluxo.

Considerando-se o exposto e todos as considerações apresentadas, o

próximo subtítulo descreve e apresenta o redenho do fluxo de trabalho estudado.

5.5.2 O novo fluxo

Antes de iniciar o novo fluxo, seria necessária a construção de listas padrão

para cada tipo de material conforme estabelecido no anexo II da IN01 (ANEXO B).

Estas listas devem ser elaboradas por pessoas capacitadas das áreas técnicas e

com base nos produtos ou serviços que foram adquiridos nos anos anteriores.

Diferentemente do que era feito anteriormente, quando as listas eram construídas a

cada ano, gerando retrabalho.

A partir destas listas padrão inicia-se o novo fluxo com a estimativa de

demanda já dividida por tipo de material e enviada na data conforme o cronograma

estipulado no início do ano. As estimativas devem continuar sendo feitas pelas áreas

requisitantes como era anteriormente, porém devem chegar por meio digital a fim de

agilizar o processo e facilitar a manipulação dos dados. A elaboração destas listas e

o envio das demandas já divididas por tipo eliminam a atividade de separação de

materiais por classe, que antes era elaborada pelo setor de compras.

Na sequência segue-se para a inclusão dos outros campi no processo. Com a

confecção das listas unificadas, evita-se duas atividades, que era a antiga

socialização da lista base e a inclusão de novos itens na lista base, sobrando

somente a inclusão de quantidades nos itens já definidos pela lista padrão.

78

Continuando o processo, tem-se a definição de quem deverá orçar os

materiais ou serviços, e para isso deverá ser seguido os mesmos parâmetros

utilizados anteriormente. Até aqui o processo deve ser feito todo por meio digital,

conferindo-lhe mais celeridade e clareza.

Só a partir do recebimento dos orçamentos, já que a lei exige que figurem

como parte integrante do processo administrativo, é que irá se introduzir o fluxo de

documentos em papel. Os orçamentos devem contemplar todos os quesitos

apontados anteriormente e que constam da IN 01. Tendo recebido os orçamentos, o

Setor de Compras pode confeccionar a planilha comparativa de preços.

Na sequência dá-se início à elaboração da minuta do edital que será enviada

ao departamento de compras para o controle e ajustes necessários. Isso deve

continuar sendo feito por meio digital, uma vez que não vai constar no processo

físico. Se houver alguma correção a ser feita envia-se novamente para análise, se

não, passa-se à montagem do processo físico.

Uma vez que a minuta do edital já passou pela apreciação do departamento

de compras, monta-se o processo físico e este deve seguir diretamente para a

procuradoria, onde será emitido parecer sobre o mesmo. Se houver divergência, o

mesmo retorna ao setor de compras para correções. Já no caso de estar tudo dentro

da legalidade, o processo retorna fisicamente ao Setor de Compras para que se

proceda a atividade de lançamento no SIDEC. Paralelamente a isso, e sem precisar

do processo físico, solicita-se por parte do Departamento de Compras a publicação

do edital em jornal e na página da internet.

Todas as atividades a partir deste ponto são novas e não constavam do

desenho anterior. Elas foram inseridas conforme a nova demanda do setor. Dentro

desta nova conjuntura o primeiro passo é proceder a execução do PE.

Finalizado o PE, e após a formalização da ata de registro de preços ou do

contrato de serviço, o Setor de Compras recebe as necessidades imediatas dos

departamentos e solicita ao departamento de compras da Reitoria a emissão da

autorização de fornecimento (AF) e da nota de empenho (NE). A partir da emissão

do empenho o setor de compras controla o prazo de recebimento dos materiais,

levando em consideração o tempo estipulado pelo edital.

Esta descrição para o novo fluxo das atividades do setor de compras,

excluindo processos desnecessários, e incluindo novas atividades que antes não

eram executadas, está representada detalhadamente no fluxograma a seguir.

79

80

5.6 MELHORIAS A MÉDIO E LONGO PRAZO

Este subtítulo tem por função trazer algumas contribuições, baseadas na

análise efetuada e para incrementar o trabalho no Setor de Compras do Campus

Florianópolis do IFSC.

Com base no que foi observado, houve a construção do novo fluxo, sempre

tendo em vista o que é disponibilizado hoje pela instituição. Não foram levadas em

consideração possíveis melhorias passíveis de negociação com a direção ou com a

Reitoria. Desta forma, o novo fluxo já pode ser implementado imediatamente, sem

maiores restrições de liberação de verba ou de realocação de materiais, sejam eles

patrimoniais ou humanos.

Embora o novo fluxo aparente ser mais eficiente que o primeiro, existem

outros fatores que podem ser muito importantes para a melhoria do trabalho no

setor, e estes sim, precisam ser negociados com a diretoria do Campus Florianópolis

e com a Reitoria do IFSC. Por isso estas ações foram colocadas aqui como

mudanças de médio e longo prazo.

A primeira e mais urgente ação a ser implantada é o incremento de pessoal

no setor de compras, bem como o devido treinamento destas pessoas, incluindo

aquelas que já estão alocadas no setor. É muito clara a necessidade de recursos

humanos neste setor, pois a identificação de sobrecarga, constantes atrasos no

calendário, entre outros fatores, apontam que este incremento irá aliviar em muito

alguns dos problemas do setor.

Outro ponto a ser tratado a médio prazo, é o espaço que o setor ocupa.

Conforme visto no segundo capítulo, o setor de compras atua juntamente com outro

setor da instituição numa pequena sala cedida, onde são alocados os 4 funcionários

e mais duas pessoas do outro setor, dono do espaço em questão. Esta falta de

delimitação de espaço é muito prejudicial ao desenvolvimento dos trabalhos para

ambos os setores. O ideal é que a direção do Campus providencie assim que

possível um espaço exclusivo para o setor de compras.

A demanda pela utilização de Sistema de Informação (SI) se mostrou muito

forte, tendo em vista o número de campi envolvidos nos processos e na dificuldade

de comunicação e de organização e manutenção dos dados trocados entre eles. Um

bom sistema poderia auxiliar na compilação de dados, na manutenção de banco de

dados e evitar erros, bem como a perda de informações preciosas ao trabalho.

81

Um item a ser construído a longo prazo, porém que permite a utilização breve,

é a construção de um cadastro de fornecedores, que irá auxiliar em muito a

obtenção de orçamentos confiáveis e com preços de mercado justos e condizentes

com aqueles que se deseja adquirir. Este cadastro também vai necessitar do auxílio

do SI para ser alimentado e constantemente consultado.

Uma sugestão importante a ser dada para a Reitoria, uma vez que é ela quem

define as regras e as normas a serem adotadas, é a definição precisa de todas as

atividades, identificado os atores, a fim de padronizar o que deve ser feito e por

quem deve ser feito. Após esta padronização, é importante que se esclareça

amplamente a todos os envolvidos no processo de compras as novas diretrizes.

Esta demanda de divulgação de princípios e treinamento de pessoal também

é identificada dentro do Campus, principalmente no que tange ao pessoal dos

departamentos responsáveis pelas estimativas de demanda de material, de

descrição detalhada dos itens, e de obtenção de orçamentos. Esta é uma parte

crítica do processo, e precisa ser pensada com muito cuidado, pois uma boa

instrução do pessoal pode evitar grandes problemas futuros.

Para finalizar, outro aspecto identificado que deve ser pensado a médio ou

longo prazo, é o monitoramento contínuo e a correção das ações fora do padrão.

Precisa-se pensar em uma pessoa, ou um setor, que possa estar sempre

monitorando não só o trabalho, mas também a forma como ele é feito para que se

possa através do processo de análise corrigir e melhorar os aspectos que estejam

desconformes. Seria um trabalho semelhante ao de auditoria, porém deveria ser

mais constante e focado também nos processos.

Dentro deste mesmo pensamento de monitoramento contínuo, seria

importante a construção de indicadores, como de produtividade, qualidade,

capacidade e gestão. Isso traria subsídios para um melhor controle do andamento

do fluxo de trabalho.

É importante ainda, pensar em alguém que possa responder como

coordenador do setor de compras, a fim de agir mais diretamente nas atividades

desempenhadas pelos servidores do setor, e para que o setor tenha uma linha de

comando. Isso ainda se faz necessário para que se possa liberar a assessora de

planejamento para desenvolver as atividades pertinentes à sua função.

O próximo capítulo traz considerações a cerca de todo o trabalho apresentado

e também algumas contribuições para continuidade de pesquisas semelhantes.

82

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa buscou tratar do assunto gestão de materiais no setor público

sob a ótica do setor de compras do Campus Florianópolis do IFSC. A problemática

de pesquisa desenvolveu-se baseada na necessidade de efetividade e qualidade

nos serviços prestados pela instituição e, principalmente, pela necessidade de

autonomia relatada pelo Campus Florianópolis perante a nova conjuntura junto ao

IFSC e sua Reitoria.

Para sustentar a abordagem do tema proposto, buscou-se mediante a revisão

de literatura abordar assuntos pertinentes ao tema, como administração pública,

administração de materiais e a disciplina de OSM, sempre buscando vários autores,

com pontos de vista convergentes. Desta forma criou-se subsídios para responder

ao objetivo geral da pesquisa que concretizou-se na modelagem, análise e

redesenho dos processos do setor de compras do Campus Florianópolis do IFSC.

O desenvolvimento da pesquisa deu-se de forma muito tranqüila e proveitosa,

tendo em vista o já citado caráter democrático da gestão nesta instituição, e o

interesse e a participação efetiva dos servidores do setor. Para eles, esta pesquisa

só veio a reforçar o sentimento de necessidade de aprimoramento que já era sentido

no ambiente de trabalho. Foi como uma oportunidade de expor e avaliar

sistematicamente os processos desenvolvidos por eles, com a finalidade de

melhorar os serviços prestados ao público interno e à sociedade em geral.

Primeiramente foram coletadas informações a cerca do trabalho desenvolvido

no setor da forma que é feito, ou seja, sem acréscimo das melhorias. Baseado neste

levantamento foi elaborado o desenho do fluxo atual. Com base no desenho

elaborado, e utilizando os critérios preconizados pelos autores abordados na revisão

de literatura, fez-se uma análise detalhada das atividades desenvolvidas, dos

problemas detectados, das suas prováveis causas e suas possíveis soluções a fim

de buscar um novo desenho para o fluxo das atividades do setor.

O redesenho do fluxo, que é a conclusão do objetivo desta pesquisa,

apresentado ao final do trabalho, mostra algumas soluções de melhoria passíveis de

implementação imediata. Na sequência foram apresentadas outras medidas

identificadas como necessárias para o aprimoramento do trabalho, que poderão ser

tomadas a médio e longo prazo, uma vez que envolvem outros aspectos, que não só

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a vontade de mudança dos gestores e dos envolvidos no processo.

A parte principal desta pesquisa, que envolveu apenas o processo

considerado crítico no setor de compras, ou seja, a montagem de processo para

aquisição de materiais ou contratação de serviços, demonstrou que se aplicada em

larga escala para os demais processos identificados, não só do setor, mas do

Campus, ou da instituição como um todo, pode vir a contribuir enormemente na

melhoria dos serviços prestados, bem como no sentimento de qualidade de vida no

trabalho e no sentimento de participação dos servidores da instituição.

Para concluir, é importante salientar que a pesquisa comprovou a importância

atribuída a ela em seu projeto. Sua construção contou com a participação dos

funcionários envolvidos no setor, bem como de outros que pela proximidade

acabaram participando também. Todos viram como uma iniciativa para melhora dos

trabalhos desenvolvidos e como parte do processo de estruturação inerente ao

Campus. Para a aluna formanda foi uma forma de estar em contato com o mundo

profissional, lidando com problemas reais e aplicando as teorias desenvolvidas em

sala de aula. Desta forma, a pesquisa concluiu mais um de seus papéis, que é

aproximar o aluno do mundo do trabalho, e ao mesmo tempo trazer melhorias para a

sociedade como forma de retribuição.

Este trabalho já traz como sugestão, dependendo da aprovação das pessoas

competentes, a possível implementação imediata do novo fluxo descrito e

redesenhado. Como recomendações para futuras pesquisas que se norteiem por

esta, tem-se a construção das soluções de médio e longo prazo, bem como a

elaboração do plano de ação para implementação das mesmas, que também são de

extrema importância para a melhora das atividades no setor de compras.

Além desta sugestão, fica ainda a proposta de uma aplicação global para toda

a área de materiais da escola ou ainda um projeto maior, que contemple todos os

setores da escola a fim de verificar, analisar e padronizar as ações, garantindo

assim a efetividade nos serviços prestados à comunidade.

84

REFERÊNCIAS

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ANEXOS

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PUBLICAÇÃO DE DADOS

OBTIDOS EM PESQUISAS ACADÊMICAS.............................................................. 89

ANEXO B – INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 01 DE 23 DE OUTUBRO DE 2009....... 92

ANEXO C – PLANILHA DE FORMAÇÃO DE PREÇO MÉDIO ............................... 109

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ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PUBLICAÇÃO DE DADOS

OBTIDOS EM PESQUISAS ACADÊMICAS

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ANEXO B – INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 01 DE 23 DE OUTUBRO DE 2009

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ANEXO C – PLANILHA DE FORMAÇÃO DE PREÇO MÉDIO

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