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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
RAFAEL DE AZEVEDO D’AVILA
A CONTABILIDADE AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE GESTAO: APLICACAO PARCIAL DO SICOGEA NA EMPRESA COLETO
SÃO JOSÉ 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
RAFAEL DE AZEVEDO D’AVILA
A CONTABILIDADE AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: APLICAÇÃO PARCIAL DO SICOGEA NA
EMPRESA COLETO
Trabalho de conclusão do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ Orientador: Dr. Édson Telê Campos
SÃO JOSÉ 2015
RAFAEL DE AZEVEDO D’AVILA
A CONTABILIDADE AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: APLICAÇÃO PARCIAL DO SICOGEA NA
EMPRESA COLETO
Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito final para obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José — USJ avaliado pela banca examinadora:
_________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Édson Telê Campos
_________________________________________
Prof. Leandro Alair de Liz, Esp.
_________________________________________ Prof. Renato Brittes, Esp.
São José 08 de Dezembro de 2015.
Agradecimentos
Dedico este trabalho a minha mãe Maria Clara, meus
filhos Matheus e Miguel e a minha noiva Samira que
concederam muito apoio nesta etapa de minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me dar força para realizar minhas tarefas, pela sua
proteção divina e para que eu realizasse este trabalho com presteza e
perseverança, além da oportunidade de adquirir experiência impar que é viver.
A minha mãe por seus cuidados, atenção e principalmente pela paciência nos
momentos difíceis nos últimos anos.
Aos meus filhos Matheus e Miguel por serem minha fonte de inspiração.
A minha noiva Samira Cardoso pelo amor, carinho, apoio, paciência e por
entender minha ausência e falhas durante o decorrer desse trabalho.
A minha amiga Franciny Rozo pela ajuda e sempre me incentivando nos
momentos mais difíceis.
Aos professores da USJ por compartilhar seus conhecimentos, suas
experiências e claro, ao professor Dr. Édson Telê Campos pela orientação do
trabalho.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
(Chico Xavier)
RESUMO
A questão ambiental é uma realidade, tornando-se importante a aplicação da contabilidade ambiental na gestão estratégica dos negócios e auxiliando na tomada de decisões das organizações. No intuito de tomar medidas que diminuam agressões ao ambiente às empresas vêm percebendo os benefícios que trazem consigo, com a sociedade e ao meio ambiente. Desta forma, este trabalho tem como objetivo analisar através do SICOGEA a responsabilidade socioambiental de uma empresa coletora de óleo de cozinha. A metodologia adotada será um estudo de caso, com abordagem qualitativa e, quanto aos objetivos, tem característica descritiva, através da analise social e ambiental e também de um questionário elaborado na área. A trajetória metodológica divide-se em três fases, sendo a primeira consiste na fundamentação teórica do trabalho, onde são abordados os temas: meio ambiente e impactos ambientais, contabilidade ambiental, gestão ambiental, benefícios da gestão ambiental, sistema GAIA, SICOGEA e a contextualização da reciclagem de óleo usado. A segunda fase trata do estudo de caso na Empresa Coleto, onde é aplicada uma lista de verificação, que faz parte da primeira fase da terceira etapa do SICOGEA. Esta é analisada com intuito de mostrar o relacionamento da empresa com o meio ambiente. Na terceira fase apresentam-se os resultados com uma proposta de plano de gestão ambiental, composto pelo 5W2H (What? Why? When? Who? How e How much?), onde foram sugeridas melhorias continuas. O resultado da pesquisa obteve uma sustentabilidade de 92,05% demonstrando o comprometimento da empresa estudada com a questão ambiental. Verifica-se nas conclusões que os objetivos foram alcançados e que os resultados encontrados no estudo desta ferramenta gerencial foram satisfatórios.
Palavra-chave: Contabilidade Ambiental, Sistema de Gestão Ambiental,
Responsabilidade Ambiental, SICOGEA.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Partícipes envolvidos na responsabilidade social e ambiental ..................29
Figura 2: As cinco dimensões do desenvolvimento sustentável ...............................31
Figura 3: Relação entre empresa e meio ambiente, considerando a nova postura
ambiental e a postura ambiental tradicional .............................................33
Figura 4: Pressões Exercidas Sobre as Indústrias ....................................................39
Figura 5: Cinco etapas da implantação do Sistema de Gestão Ambiental ...............40
Figura 6: Estrutura do SICOGEA ..............................................................................46
Figura 7: Estrutura da primeira fase da terceira do SICOGEA ..................................49
Figura 8: Fachada da Empresa Coleto – Unidade Nova Santa Rita/RS....................80
Figura 9: Caminhão de Coleta de Óleo de Cozinha usado........................................80
Figura 10: Separação do Óleo de Cozinha usado – Parte I...................................... 80
Figura 11: Separação do Óleo de Cozinha usado – Parte II......................................81
Figura 12: Setor de lavação das bobonas..................................................................81
Figura 13: Estoque das bobonas................................................................................81
Figura 14: Reservatório de água; óleo usado e resíduos..........................................82
Figura 15: Coleta seletiva em diversos setores da empresa......................................82
Figura 16: Laboratório de análise da qualidade do óleo já separado dos resíduos...82
Figura 17: Frota da Coleto..........................................................................................83
Figura 18: Tanques de Armazenagem de Óleo.........................................................83
Figura 19: Foto Aérea.................................................................................................83
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Distribuição das respostas ........................................................................64
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Tipos de licença ambiental .......................................................................27
Quadro 2: Rede de relacionamento com stakeholders .............................................29
Quadro 3: Funcionalidade das Cinco Dimensões .....................................................31
Quadro 4: Benefícios da gestão ambiental ...............................................................41
Quadro 5: Identificação da fase de sensibilização ....................................................43
Quadro 6: Etapas da proposta de modelo do SICOGEA ..........................................44
Quadro 7: Avaliação da sustentabilidade e desempenho ambiental ........................51
Quadro 8: Sustentabilidade parcial por critério e subcritério .....................................51
Quadro 9: Critério de Sustentabilidade Fornecedores .............................................52
Quadro 10: Critério Sustentabilidade Ecoeficiência Processo Produtivo e do Serviço
Prestado ....................................................................................................................54
Quadro 11: Critério de Sustentabilidade Nível de tecnologia utilizada .....................55
Quadro 12: Critério de Sustentabilidade Aspectos e impactos ambientais da
prestação de serviços ................................................................................................56
Quadro 13: Critério de Sustentabilidade Recursos humanos na organização ..........57
Quadro 14: Critério de Sustentabilidade Disponibilidade de capital .........................58
Quadro 15: Critério de Sustentabilidade Indicadores ambientais de bens e direitos e
obrigações .................................................................................................................59
Quadro 16: Critério de Sustentabilidade Indicadores ambientais de contas de
resultado ....................................................................................................................60
Quadro 17: Critério de Sustentabilidade Indicadores de demonstração ambiental
específica ..................................................................................................................61
Quadro 18: Critério de Sustentabilidade Indicadores gerenciais ..............................62
Quadro 19: Critério de Sustentabilidade Utilização do produto ................................62
Quadro 20: Critério de Sustentabilidade Utilização do serviço .................................63
Quadro 21: Prioridade por ordem crescente de sustentabilidade de critérios e
subcritérios ................................................................................................................65
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Plano resumido de gestão socioambiental ................................................67
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
1.1 TEMA E PROBLEMA ......................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA............................................................................... 17
1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................... 17
1.2.2. Objetivos Específicos .................................................................................. 17
1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO............................................................................ 17
1.4 PROCEDIMENTO METODOLOGICO................................................................ 19
1.5 MODALIDADE DA PESQUISA .......................................................................... 19
1.6 COLETA DE DADOS ......................................................................................... 20
1.7 AMBIENTE DE PESQUISA................................................................................. 20
1.8 ESTRUTURA METODOLOGICA........................................................................ 21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 22
2.1 MEIO AMBIENTE ............................................................................................... 22
2.1.1 A conferência do Rio de Janeiro................................................................... 24
2.1.2 Impactos e desastres ambientais................................................................. 25
2.1.3 Reciclagem de Resíduos............................................................................... 26
2.1.4 Licenciamento Ambiental.............................................................................. 27
2.2 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL....................................................... 28
2.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.............................................................. 30
2.4 CONTABILIDADE AMBIENTAL ......................................................................... 31
2.4.1 Ativos Ambientais ......................................................................................... 33
2.4.2 Passivos Ambientais ..................................................................................... 34
2.4.3 Despesas Ambientais.................................................................................... 35
2.4.4 Receitas Ambientais ..................................................................................... 36
2.5 O PAPEL DO CONTADOR NA GESTÃO AMBIENTAL...................................... 37
2.6 CONTABILIDADE AMBIENTAL E O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL....... 38
2.6.1 Benefícios da Gestão Ambiental .................................................................. 40
2.7 GERENCIAMENTO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS – GAIA ....... 42
2.8 SISTEMA CONTÁBIL GERENCIAL AMBIENTAL – SICOGEA ......................... 44
3 ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 48
3.1 BREVE HISTÓRICO DA EMPRESA ESTUDADA ............................................. 48
4.1 ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL............................................. 49
4.2 INVESTIGAÇÃO E MENSURAÇÃO .................................................................. 50
4.3 FORNECEDORES ............................................................................................. 52
4.4. PROCESSO PRODUTIVO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO............................... 53
4.4.1 Ecoeficiência do processo produtivo e do serviço prestado.................... 53
4.4.2 Nível de tecnologia utilizada ........................................................................ 55
4.4.3 Aspectos e impactos ambientais da prestação de serviços...................... 55
4.4.4 Recursos Humanos na Organização ........................................................... 56
4.4.5 Disponibilidade de Capital ........................................................................... 57
4.5 INDICADORES CONTÁBEIS ............................................................................. 58
4.5.1 Indicadores Ambientais de Bens e Direitos e Obrigações......................... 59
4.5.2 Indicadores Ambientais de Contas de Resultado....................................... 60
4.5.3 Indicadores de demonstração ambiental específica.................................. 61
4.5.4 Indicadores Gerencias .................................................................................. 61
4.5.5 Utilização do Produto .................................................................................... 62
4.5.6 Utilização do Serviço ................................................................................... 63
4.6 ANÁLISE GERAL DO RESULTADO DA PESQUISA APLICADA ...................... 63
4.6.1 Sustentabilidade Total .................................................................................. 63
4.6.2 Comprometimento.......................................................................................... 64
4.6.3 Sensibilização das Partes Interessadas ...................................................... 64
4.6.4 Prioridade ....................................................................................................... 65
4.6.5 Plano de Gestão Ambiental pelo SICOGEA com auxilio da ferramenta
5W2H................................................................................................................ 66
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS... 69
5.1 CONSIDERAÇÕES QUANTO A PROBLEMÁTICA ........................................... 69
5.2 CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS OBJETIVOS .............................................. 70
5.3 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ................................................. 71
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 72
APÊNDICE A – lista de verificação aplicada em uma empresa especializada em
coleta e reciclagem de óleo vegetal saturado ............................................... 76
ANEXOS .................................................................................................................. 80
15
1. INTRODUÇÃO
Ao longo da história o homem procurou desenvolver tecnologias que lhe
trouxessem maior conforto e comodidade e tinha ao seu redor uma natureza
exuberante e farta o que o direcionou apenas para suas necessidades
momentâneas, fazendo-o esquecer-se de preservar ou pautar seu desenvolvimento
em ações sustentáveis que lhe garantissem um futuro seguro.
Neste sentido, o contador precisa de uma formação que se estenda além dos
limites das técnicas e dos procedimentos. É necessário acrescentar o registro
contábil do meio ambiente, dada a velocidade de sua afetação e a influência do
mundo atual na utilização e disposição dos recursos naturais. Precisa ser
considerada como uma ciência contábil integrada, pois com a ciência ecológica e
outras ciências são responsáveis pela natureza onde devem ser aplicados critérios
de proteção ambiental, demonstrando que os recursos naturais constituem nosso
principal capital.
Se o uso dos recursos naturais não afetassem as relações econômicas das
organizações, principalmente seu patrimônio, não haveria necessidade de relatar e
medir esses fatos. E devido às pressões exercidas por força de normas; de
investidores; de consumidores; de fornecedores e de certo modo do público em
geral, os mecanismos que são adotados por elas em relação ao meio ambiente
estão longe do desejável em resposta a esses usuários, e sua eficácia torna-se
ainda menos efetiva pelo fato de tais atitudes negativas impactarem inclusive nas
demonstrações contábeis.
Diante disto, as organizações buscam substituir matérias-primas não
renováveis por matérias biodegradáveis e reaproveitáveis, sendo necessária a
inclusão de novas contingencias na analise de viabilidade de processos produtivos,
com o maior aproveitamento possível de resíduos oriundos da fabricação de
determinado bem.
Para contribuir com esses eventos, a contabilidade ambiental surge com a
visão de identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-
financeiros que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação
ambiental, ocorridos em um determinado período de tempo. E com o auxílio do
Sistema de Gestão Ambiental (SICOGEA) que relaciona as informações dos
gestores com os impactos de suas ações sobre o meio ambiente.
16
O SICOGEA é uma ferramenta que possibilita alternativas para um processo
de melhoria continua, realizando a integração da cadeia produtiva, por meio da
verificação das degradações causadas e das atividades de formação, como um
evento econômico. Esta gestão de controle ecológico avalia os esforços aplicados
pelo empreendimento para reduzir ou eliminar os impactos ambientais,
apresentando novas alternativas para a continuidade do processo e a melhoria
desejada.
Ressalta-se que a presente pesquisa foi desenvolvida como estudo de caso
na Empresa Coleto que atua no setor de coleta de óleo de cozinha usado. A
necessidade do estudo deve-se a importância e a gravidade do tema abordado, pois
a questão ambiental nos meios empresariais passou a ser tratada não como assunto
secundário, mas pauta dos assuntos primordiais das empresas, visando o bem-estar
da sociedade e associando a imagem da empresa como ambientalmente correta.
1.1. TEMA E PROBLEMA
Atualmente muitas empresas atuam em diversas áreas de prevenção
ambiental, a Empresa Coleto é uma dessas empresas que desenvolvem suas
atividades diretamente na coleta de óleo utilizadas em residências e em comércios.
O mau gerenciamento desse resíduo urbano quando devolvido à natureza,
especificamente jogado no ralo da pia da cozinha ou no lixo, acaba por poluir
córregos, riachos, rios e o solo. Este resíduo tem a capacidade de interferir na
passagem de luz na água, retardando o crescimento de vegetais e interferindo no
fluxo de água, além de impedir a transferência do oxigênio para a água o que
impede a vida nestes sistemas.
Segundo Marcelo Morgato (SABESP), 1 litro de óleo de cozinha pode poluir
certa de 25.000 litros de água. A poluição pelo óleo faz encarecer o tratamento da
água, além de agravar o efeito estufa, já que o contato da água poluída pelo óleo ao
desembocar no mar gera uma reação química que libera gás metano, um
componente muito mais agressivo que o gás carbônico.
Em resposta a esta necessidade surgiram normas e processos que, através
de um Sistema de Gestão Ambiental, as auxiliariam no controle do impacto causado
pelas suas atividades no meio ambiente. Surgindo assim a questão norteadora desta
17
pesquisa: É possível aplicar parcialmente o Sistema Contábil Gerencial Ambiental
(SICOGEA) na Empresa Coleto?
1.2. OBJETIVOS DE PESQUISA
Com base no que foi até então exposto, apresentam-se, nos tópicos, a seguir
os objetivos geral e específico deste trabalho.
1.2.1. Geral
Propor um plano de ação contábil com a aplicação parcial do Sistema
Contábil Gerencial Ambiental (SICOGEA) na Empresa Coleto, com foco na primeira
fase da terceira etapa.
1.2.2. Específicos
Para o alcance do objetivo geral, são expostos alguns objetivos:
� Descrever e identificar temas relacionados à Contabilidade Ambiental,
Gestão Ambiental, Responsabilidade Social e Ambiental,
Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade Ambiental.
� Conhecer e descrever o setor de atividade de Reciclagem de
Resíduos;
� Demonstrar a aplicabilidade da ferramenta Sistema Contábil Gerencial
Ambiental (SICOGEA), com ênfase na sua primeira fase da terceira
etapa;
� Propor um plano de gestão ambiental com base no resultado da
sustentabilidade da empresa com auxilio da ferramenta 5W2H.
1.3. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
As reflexões sobre a temática ambiental devido às consequências dos
modelos de produção, a má utilização e o uso indiscriminado dos recursos naturais e
sua eliminação inapropriada no meio ambiente de todos os efluentes poluidores,
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sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos resultam em impactos negativos, trazendo à
tona a necessidade de se discutir formas de atingir o desenvolvimento econômico
sustentável.
O contador passa a ser visto como um agente social que facilita a tomada de
decisão, através de suas informações, que também estão voltadas a realidade social
do país. A contabilidade pode por meio de suas demonstrações, relatórios e notas
explicativas, serem usadas como ferramentas indispensáveis para a gestão de uma
entidade.
A busca por novas ferramentas para se adequar ao mercado, através de
atitudes ambientais como a implantação da gestão da responsabilidade social e do
Sistema de Gestão Ambiental, no qual se adotam tecnologias que propiciam a
utilização racional de recursos naturais e a diminuição do impacto ambiental
decorrente da geração de resíduos, as empresas se beneficiam economicamente,
alcançando destaque nos resultados. Um exemplo disto é a reciclagem de materiais,
que traz benefícios à empresa e à sociedade.
A presente pesquisa se justifica, uma vez que o tema meio ambiente é
essencial para a manutenção da vida e sobrevivência da sociedade humana, logo é
necessário rever a questão da educação ambiental e sua aplicação na prática. As
Empresas precisam repensar o seu papel quanto às questões ambientais, não
apenas inserindo-a em suas atividades fins, mas realizando programas e
divulgações no meio da sociedade a sua importância.
No meio acadêmico, esta pesquisa contribuirá na riqueza de conhecimentos,
pois, a partir da obtenção dos resultados, novos e importantes estudos poderão ser
realizados, ampliando e aprofundando as pesquisas sobre o tema em questão.
19
1.4. PROCEDIMENTO METODOLOGICO
A monografia é um trabalho de caráter acadêmico, de contribuição científica,
que se utiliza de procedimentos metodológicos de investigação para sua
consecução.
Monografia, segundo Longaray e Beuren (2006, p. 40), “é um trabalho
acadêmico que objetiva a reflexão sobre um tema ou um problema específico e que
resulta de um procedimento de investigação sistemática”.
1.5. MODALIDADE DA PESQUISA
Quanto à natureza da pesquisa, foi utilizada a forma aplicada, pois visa
aplicar os conhecimentos gerais na solução de um problema especifico.
A tipologia deste trabalho, quanto aos objetivos, é descritiva. De acordo com
Andrade (2002, RAUPP, BEUREN, 2003, p. 81):
[...] pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles. Assim, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador.
O uso desse método de pesquisa teve a finalidade de abrir as fronteiras do
conhecimento contábil para a problemática da gestão dos resíduos produzidos pela
sociedade, analisando as ações da empresa quanto à preservação do meio
ambiente e a utilização da lista de verificação do Sistema Contábil Gerencial
Ambiental (SICOGEA).
A abordagem da pesquisa é qualitativa por descrever a ordem e analisar
determinado problema dentre todas as variáveis, podendo também contribuir na
mudança em determinado grupo. Richardson (1999, p. 80) menciona que: “Os
estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a
complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis,
compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.
Quanto aos procedimentos, a pesquisa caracteriza-se como bibliográfica. Gil
(1994, p. 99) ressalta que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida por meio de
material já elaborado, principalmente livros e artigos científicos.
20
Quanto aos procedimentos de pesquisa, ou seja, a maneira pela qual se
conduz o estudo e se coleta os dados, fez-se o uso do estudo de caso, que deve
incorporar informações detalhadas de modo que auxilie na conclusão do estudo em
questão. Essas informações podem ser adquiridas através do uso de questionários,
levantamento de dados, entrevistas e outros procedimentos que possam contribuir
na coleta de informações para a realização da pesquisa.
1.6. COLETA DE DADOS
O processo de levantamento de informações foi realizado em duas etapas. A
primeira foi realizada através de pesquisa bibliográfica mediante a consulta em
livros, revistas, artigos e sítios eletrônicos.
A segunda foi na própria Empresa onde foram levantados os dados
necessários para elaboração do plano proposto, com um questionário estruturado
com aspectos de identificar e propor um plano de Sistema de Gestão Ambiental.
1.7. AMBIENTE DE PESQUISA
A pesquisa foi realizada numa empresa que presta serviços na coleta de óleo
usado de cozinha e posteriormente na sua reciclagem, está por sinal está situada no
Estado do Rio Grande do Sul e sua atividade é oferecer a correta destinação deste
resíduo liquido utilizado pelas indústrias alimentícias, pelo comércio e residências.
A Coleto realiza gratuitamente a coleta de volumes que sejam acima de 50
litros, possibilitando que empresas possam se adequar à resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama) que as obriga a oferecer uma destinação de
forma adequada a seus resíduos, e que também proporciona o cumprimento de
legislações municipais com os mesmos fins.
Visando estimular essa coleta, a Coleto cede gratuitamente às empresas
recipientes de grande volume, chamados de bobonas, onde o óleo pode ser
armazenado até a passagem do caminhão que por meio de sua logística é feito um
agendamento de modo a evitar o deslocamento desnecessário de sua frota.
21
1.8. ESTRUTURA METODOLOGICA
A trajetória metodológica divide-se em três fases distintas: fundamentação
teórica, estruturação do estudo de caso e análise dos resultados obtidos através de
um plano de gestão ambiental com a contabilidade.
A primeira fase é intitulada de "Introdução" e traz a abordagem do tema e
problema do presente estudo. O capítulo apresenta também os objetivos gerais e
específicos, justificativas do estudo, metodologia de pesquisa e trajetória
metodológica, limitações da pesquisa e a demonstração da estruturação e descrição
dos capítulos.
Para a segunda fase, faz-se a apresentação da "Fundamentação Teórica"
que compreende a base teórica para a realização do trabalho. Esta, por sua vez,
traz conceitos teóricos encontrados em livros e artigos por meios eletrônicos ou
impressos dos assuntos relacionados ao tema proposto, tais como: contabilidade
ambiental; a gestão ambiental; o sistema de gestão ambiental – SICOGEA.
A terceira fase vem com a estruturação do estudo de caso, compreende o
conhecimento da empresa estudada. Verifica-se através de visita “in loco” à
empresa, as atividades desenvolvidas; faz-se um breve histórico e analisa-se todos
os dados relacionados ao Sistema Contábil Gerencial Ambiental proposto, e
descreve o grau de sustentabilidade da empresa.
A quarta fase traz a conclusão do estudo, além de recomendações para
futuras pesquisas. Após, tem-se a listagem das referencias utilizadas para conclusão
deste trabalho, e por ultimo, tem-se o apêndice e o anexo A, composto por fotos da
empresa pesquisada.
22
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo apresenta-se, inicialmente, conceito de meio ambiente, a
evolução dos problemas ambientais, o conceito de desenvolvimento sustentável, sua
relação com a economia e sua importância para as organizações.
Para um melhor entendimento da fundamentação teórica, serão utilizadas
referências publicadas em livros, artigos, trabalhos de conclusão de curso e
documentos eletrônicos, trazendo consigo a contextualização de alguns assuntos,
como definições de Contabilidade Ambiental, Ativos Ambientais, Passivos
Ambientais, Receitas Ambientais, Custos Ambientais, Gestão ambiental,
Gerenciamento Ambiental e Sistema de Gerenciamento Ambiental.
2.1. MEIO AMBIENTE
O meio ambiente de um ser vivo é representado por tudo àquilo que o rodeia
e sobre ele o influencia, é constituído por fatores bióticos e fatores abióticos. Os
fatores bióticos são os outros seres vivos com quem compartilha o meio ambiente,
tanto da mesma espécie como de outras espécies. Os fatores abióticos são os
fatores do ambiente físico que influem sobre o ser vivo: a temperatura, a umidade, o
relevo do terreno etc.
Tinoco e Kraemer (2004, p. 34) definem o meio ambiente como "o conjunto de
elementos bióticos (organismos vivos) e abióticos (energia solar, solo, água e ar)
que integram a camada da Terra chamada biosfera, sustentáculo e lar dos seres
vivos".
Quando o ser humano começa a interagir com o meio ambiente, ele causa
modificações que podem ser benéficas ou maléficas, como por exemplo, o plantio de
árvores para recuperações florestais, ou uso de águas fluviais nos processos
produtivos de indústrias e o seu despejo sem qualquer tratamento adequado nos
rios, respectivamente.
Segundo Barbieri (2007, p. 37), os seres humanos têm papel imprescindível
na degradação ambiental, como discorre abaixo:
A ação humana desde os primórdios tem contribuído para a degradação do meio ambiente, No início, embora a ação antrópica existisse, sua incidência
23
sobre o meio ambiente não comprometia recursos naturais, pois a atividade humana executada voltava-se basicamente para a sua própria subsistência.
A questão ambiental passou a ser discutida com maior veemência a partir da
década de 1960, e pode-se considerar a Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente como um grande marco da consciência ambiental. Outro fato
marcante nesta década foi à publicação do livro da bióloga Rachel Carson
(Primavera Silenciosa), que alerta os efeitos nefastos da má utilização dos
pesticidas e inseticidas sobre os danos na humanidade e no meio ambiente.
Em 1972 na cidade de Estocolmo (Suécia) foi realizado o primeiro grande
encontro internacional, com representantes de diversas nações, para a discussão
dos problemas ambientais e nela se consolidou e discutiu a relação entre
desenvolvimento e meio ambiente. Para muitos autores, essa foi a mais importante
conferência sobre o assunto, o ambientalismo foi divido em “antes” e “depois” de
Estocolmo.
De acordo com Pelicioni (2005, p. 587), a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente, ocorrida em Estocolmo no ano de1972, foi o início da
conscientização ambiental, consolidando-se uma discussão acerca dos problemas
ambientais, desenvolvimento e meio ambiente.
A década de 90 se destaca pela globalização dos conceitos ambientais. Em
junho de 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, resultou na
adoção de várias convenções e protocolos: a Declaração do Rio, a Declaração de
Princípios sobre o Uso das Florestas, o Convênio sobre a Diversidade Biológica, a
Convenção sobre as Mudanças Climáticas e a Agenda 21, o mais importante
protocolo da Conferência e talvez a mais completa tentativa internacional de definir
quais são as ações necessárias para que o desenvolvimento ocorra com uma
preocupação de ordem ambiental.
Guerra (2007, p. 7) ressalta que esses documentos definiram o contorno das
políticas essenciais para alcançar o modelo de desenvolvimento sustentável que
atendesse às necessidades dos pobres, reconhecendo os limites de
desenvolvimento, de modo a satisfazer às necessidades globais. As relações entre
países pobres e ricos foram conduzidas por um novo conjunto de princípios
inovadores, como o do “poluidor pagador” e de “padrões sustentáveis de produção e
consumo”.
24
A questão ambiental é uma oportunidade para os profissionais da área
contábil demonstrarem por meio deste tópico contemporâneo que a profissão pode
ter novas oportunidades e desenvolver temas modernos, esta é uma mudança que
os contadores serão capazes de se adaptar e demonstrar que este é um tema que
podem dominar e contribuir sobre a questão ambiental.
2.1.1. A conferência do Rio de Janeiro
Em 1992 foi realizado a Conferência do Rio, a intenção nesse encontro era
introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento
econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico.
Foi a declaração final da ECO-92, que contém 27 princípios que buscam
reafirmar a Declaração aprovada em Estocolmo, em 1972. Acenando para um
mundo inspirado pelo ativismo ambiental, verde e utópico, porém vigilante.
Dentre os princípios adotados, os países acordavam que tinham direitos
soberanos sobre seus territórios, mas que deveriam aplicar políticas de preservação
do meio ambiente, sustentabilidade e cooperar com o espírito de solidariedade
mundial para conservar, proteger e restabelecer a saúde e a integridade do
ecossistema da Terra. Dentre os resultados pode-se colher:
a) A Agenda 21 é resultado da Conferência das Nações Unidas Sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento Humano, conhecida como Cúpula da Terra,
objetivando a conservação e preservação dos recursos naturais renováveis e não
renováveis e a melhoria da qualidade de vida da população do mundo. Propõe um
plano de ação com intuito de modificar os padrões de consumo e produção em
escala mundial, na tentativa de minimizar impactos ambientais sem deixar de
atender as necessidades básicas da humanidade.
b) Convenção sobre Diversidade Biológica, acordo assinado durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992.
O objetivo era fazer cumprir o tratado elaborado, com disposições sobre a
conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes
e a repartição justa dos benefícios dos recursos genéticos, estabelecendo assim
normas e princípios para reger o uso e a proteção da diversidade biológica em cada
país signatário de forma racional.
25
c) Convenção do Clima propõe entre os signatários de estabilizar a
concentração de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera, para evitar
interferências no sistema climático.
d) Protocolo de Kyoto tem como objetivo firmar acordos e discussões
internacionais para estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na
atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas
de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno
desenvolvimento.
2.1.2. Impactos e desastres ambientais
Os impactos ambientais estão associados à alteração ou efeito ambiental
considerado significativo por meio da avaliação da proposta / projeto de um
determinado empreendimento ou atividade, podendo ser negativo ou positivo.
Conforme a Resolução n° 01/86 do CONAMA, impacto ambiental pode ser
definido como:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota e a qualidade dos recursos ambientais.
E com o aumento populacional no mundo veio em consequência, o aumento
de resíduos orgânicos, o desmatamento, o aumento da poluição do ar (por meios de
transportes), produtos industrializados e a utilização de embalagens descartáveis
não renováveis, ocasionando o comprometimento na qualidade de vida das pessoas
e do meio ambiente.
O descarte inadequado de resíduos orgânicos resulta numa substância
chamada chorume, uma substância líquida resultante do processo de putrefação
(apodrecimento) de matérias orgânicas, este líquido é muito encontrado em lixões e
aterros sanitários, caso não seja tratado, ele pode atingir lençóis freáticos, rios e
córregos, levando a contaminação para estes recursos hídricos.
Ferreira (2002, p. 21) ressalta que, a periculosidade de um resíduo é definida
em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas que podem
apresentar riscos a saúde, aumento da mortalidade, incidência de doenças [...].
26
Não é diferente com relação ao óleo residual, este se encontre como outro
grande impasse que exige alternativas no que se refere ao seu descarte. Residêcias
e industrias alimenticias despejam o óleo usado diretamente no solo, senão no ralo
da pia, se depositado diretamente no solo, esse óleo impermeabiliza o solo e
contamina o lençol freatico, se despejado na pia, prejudica a rede de esgoto e pode
chegar aos corregos e rios, contaminando-os e criando uma barreira que dificulta a
entrada da luz e a oxigenação da água, comprometendo a vida aquatica.
Não obstante, em casos de entupimentos de caixas de gordura e tubulações,
a desobstrução necessita do uso de produtos quimicos toxicos, agregando mais
problemas para o meio ambiente.
2.1.3. Reciclagem de resíduos
De acordo com a Resolução no 275/2001 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), a reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e
expandida no país, para reduzir o consumo de matérias-primas, recursos naturais
não renováveis, energia e agua.
Diante da escassez de recursos, o crescente volume de resíduos produzidos
pelo homem e sua necessidade de tratamento, a reciclagem é uma das alternativas
mais viáveis no que se refere à produção de “lixo” e degradação ecológica.
Segundo ALBERICI (2004, p. 75), a reciclagem é uma forma muito atrativa de
gerenciamento de resíduos, pois transforma o lixo em insumos, com diversas
vantagens ambientais. Pode contribuir para a economia dos recursos naturais, assim
como para o bem estar da comunidade.
O óleo comestível usado pode ser reciclado, visto que possui grande
potencial poluidor e por ser bastante utilizado e consumido em residências e
indústrias alimentícias, a produção de resíduos é bastante significativa. Assim, a
reciclagem aparece como um modo possível e econômico de reutilização do óleo.
MORETTO e FETT (1998, p. 89) ressaltam que:
A grande maioria dos materiais descartados na natureza podem ser reciclados ou reutilizados. Dentre os diversos tipos de resíduos gerados por alguns segmentos da indústria, especialmente a alimentícia, e também pelas residências de uma forma geral, estão os resíduos oleosos.
27
Os principais aproveitamentos de tais óleos são produção de glicerina,
padronização para a composição de tintas, produção de massa de vidraceiro,
produção de farinha básica para ração animal, geração de energia elétrica através
de queima em caldeira, produção de biodiesel, obtendo-se glicerina como
subproduto.
Mas a alternativa de reaproveitamento do óleo para fazer sabão tem sido
considerada a mais simples produção tecnológica de reciclagem fazendo com que
haja um ciclo de vida desse produto.
2.1.4. Licenciamento ambiental
Para que determinada localidade possa ser utilizada para algum tipo de
serviço que utilize recursos naturais é necessário que se tenha Licença ambiental
para desenvolver as atividades planejadas.
A resolução CONAMA 237/97 em seu art. 1º define:
I – Licenciamento ambiental: procedimento administrativo pela qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis no caso.
A legislação prevê três tipos de licenças ambientais conforme Quadro 1
abaixo:
Tipo de Licença
Definição Prazo
Máximo
Licença Prévia (LP)
Concedida no início do planejamento, aprova localização, viabilidade ambiental e estabelece e condiciona os requisitos básicos a serem atendidos nas próximas fases. Só pode ser liberada após aprovação do EIA/RIMA.
5 anos
Licença de Instalação
(LI)
Autoriza a instalação do negócio, de acordo com os planos, programas e projetos aprovados, incluindo medidas de controle e todos os condicionamentos ambientais que são determinantes.
6 anos
Licença de Operação
(LO)
Autoriza a operação do negocio, após cumprimentos dos requisitos das licenças anteriores com medidas de controle e todos os condicionamentos ambientais para a operação.
10 anos
Quadro 1:Tipos de licença ambiental Fonte: (Barbieri, 2004)
28
Dessa forma, percebe-se que, para começar a desempenhar atividades, a
Empresa deverá passar por três fases de licenciamento até obter a licença de
operação que permite que a mesma entre em funcionamento seguindo as normas
de licenciamento ambiental.
2.2. RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Responsabilidade Ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou
empresariais, ou seja, estas atitudes devem levar em conta o crescimento
econômico ajustado à proteção do meio ambiente na atualidade e para as gerações
futuras, garantindo a sustentabilidade. Empresas experientes identificam resultados
econômicos e resultados estratégicos do engajamento da organização na causa
ambiental.
Estes resultados não se viabilizam de imediato, há necessidade de que sejam
corretamente planejados e organizados todos os passos para a interiorização da
variável ambiental na organização para que ela possa atingir o conceito de
excelência ambiental, trazendo com isso vantagem competitiva.
Chiavenato (1999, p. 447) esclarece que “entre uma Empresa que assume
uma postura de integração social e contribuição para a sociedade e outra voltada
para si própria e ignorando o resto, a tendência do consumidor é ficar com a
primeira”.
Porém, para que uma empresa seja sustentável, será· fundamental perceber
que a Responsabilidade Socioambiental não é meramente técnica, filosófica ou
modismo, mas uma forma de estratégia empreendedora que transforma uma
organização, tornando-a competitiva, dinâmica, ética e por meio desses requisitos a
sua imagem institucional se solidifica, trazendo como consequência retorno
financeiro, tanto em lucro, quanto no mercado de capitais, contribuindo para a
melhoria na qualidade de vida de todos os seus stakeholders.
De acordo com a Figura 1 a seguir, é possível verificar a influencia que a
empresa tem diretamente nas ações de seus stackeholders.
29
Figura 1: Partícipes envolvidos na responsabilidade social e ambiental
Fonte: Fonte: Carvalho (2008, p. 114)
Toda empresa possui uma rede de relacionamentos com seus stakeholders e
o conhecimento das expectativas mútuas nessa rede de relacionamento é condição
essencial para a sustentação de uma orientação estratégica para a responsabilidade
social nos negócios.
As estratégias mostradas no Quadro 2 a seguir são focos fundamentais na
relação da empresa com cada grupo de seus stakeholders.
ORIENTAÇÃO OBJETIVO VISÃO
Acionistas Maximização do lucro Econômica
Estado/Governo Cumprimento das obrigações Jurídica
Empregados Reter e atrair funcionários qualificados
Da área de Recursos Humanos
Comunidade Relacionamento socialmente
responsável com a comunidade na qual se insere
Assistencialista
Fornecedores Relações comerciais éticas Cadeia de produção e consumo
Publicação de Relatórios e promoção de marca Balanço Social Marketing Social
Ambiente Natural Desenvolvimento Sustentável Ambiental Quadro 2: Rede de relacionamento com stakeholders
Fonte: Ashley (2003, p. 37)
Organizações responsáveis destinam esforços humanos, materiais e
financeiros no processo de preservação e recuperação do meio ambiente, mesmo
que não sejam empresas poluentes, tudo porque tal comportamento é bom para
suas imagens perante aos stakeholders.
30
2.3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O termo desenvolvimento sustentável foi criado no ano de 1987 pela ex-
ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, e pode ser definido como:
[...] aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades, como também é uma forma de otimizar o uso racional dos recursos naturais e a garantia de conservação e do bem estar para as gerações futuras.
O conceito de desenvolvimento sustentável faz parte do relatório de
Brundtland, documento que este propõe diversas ações e diretrizes a serem
empreendidas para que se efetivem as mudanças necessárias, objetivando a
redução das ameaças à sobrevivência e dar um rumo viável ao desenvolvimento.
O Desenvolvimento Sustentável envolve três elementos principais: A melhoria
da eficiência econômica, a proteção e restauração dos sistemas ecológicos e o bem-
estar de pessoas, isto é, para haver o Desenvolvimento Sustentável, estes três
elementos necessitam estar em equilíbrio, ou seja, é necessário conceber o
desenvolvimento das sociedades e do meio ambiente saudáveis zelar para a justiça
na economia e nas questões sociais e buscar a prudência no uso de recursos
naturais e na expansão da economia.
Segundo Bellen (2005, p. 55), o desenvolvimento sustentável deve ser
entendido como desenvolvimento econômico progressivo e balanceado,
aumentando a equidade social e a sustentabilidade ambiental, e os tomadores de
decisão, que atuam em diferentes níveis de gestão (local, regional, nacional e
internacional), precisam de informações nesse processo.
O Desenvolvimento Sustentável está ligado diretamente aos interesses
relacionados à ecológica, ao espaço, à econômica, à sociedade e a cultura de um
local, ou seja, a sustentabilidade busca através da diminuição das diferenças, da
mudança de hábito das pessoas e da alocação correta da economia e da população,
faz com que os recursos disponíveis na natureza satisfaçam às necessidades para
sobrevivência sem degradação do meio ambiente.
Neste sentido, a Figura 2 a seguir demonstra as cinco dimensões do que se
pode considerar desenvolvimento sustentável.
31
Figura 2: As cinco dimensões do desenvolvimento sustentável
Fonte: Costa (2012, p. 10)
Para um melhor entendimento das cinco funções, o Quadro 3 a seguir
exemplifica cada uma das dimensões citadas acima:
Sustentabilidade social
Abrangendo todo o espectro de necessidades materiais e não materiais, acesso a educação, saúde, igualdade na distribuição das posses, assim diminuindo as diferenças nas classes sociais.
Sustentabilidade econômica
Alocação e gestão mais eficientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e privado, destinação eficiente dos recursos disponíveis.
Sustentabilidade ecológica
Adquirida por meio do uso racional dos recursos naturais evitando o esgotamento dos mesmos.
Sustentabilidade espacial
Pressupõe evitar a excessiva concentração geográfica de populações, de atividades e do poder. Buscar uma relação cidade/campo mais equilibrada.
Sustentabilidade cultural
Procura facilitar as soluções específicas para o local, ecossistema, a cultura e área em processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados.
Quadro 3: Funcionalidade das Cinco Dimensões Fonte: Elaborado pelo Autor
Ainda que alguns empresários tentem resistir, a questão do desenvolvimento
sustentável vem tomando proporções onde quem não se enquadrar num sistema de
proteção ambiental colocará em risco o andamento de seus negócios e
consequentemente no crescimento da economia.
2.4. CONTABILIDADE AMBIENTAL
Preocupada com os constantes desastres ambientais provocados por
indústrias de diversos segmentos, fez com que a contabilidade ambiental tenha o
32
dever de identificar e avaliar os eventos econômicos e financeiros ligados ao meio
ambiente que afetem o patrimônio e o resultado.
Segundo Ribeiro (2006, p. 45), o objetivo da contabilidade ambiental é:
[...] identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômicos financeiros que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado período, visando a evidenciação da situação patrimonial de uma entidade.
Já Freitas (2008, p. 2) ressalta que, são muitas as vantagens da contabilidade
na gestão ambiental, mas em especial, pode-se destacar como benefícios a
identificação, redução dos custos ambientais, o controle do desperdício e o uso dos
recursos naturais como água e energia e prevenindo a poluição.
Mas essa mesma contabilidade citada por tantos autores é pouco utilizada
pelas empresas, devido, a constante necessidade de veicular informação sobre o
impacto de suas atividades no meio ambiente, e por muitas vezes permitirem as
empresas manipularem os relatórios como lhes convém, a baixa consistência entre
as informações disponibilizadas e pouca comparabilidade entre o desempenho da
mesma empresa em períodos diferentes ou entre empresas diferentes do mesmo
setor de atividades, os custos não são previamente estabelecidos de forma
mensurável, impossibilitando seu posterior acompanhamento e os passivos
ambientais geralmente não são reportados de forma adequada, devido a
dificuldades em mensurá-los.
Carvalho (2008, p. 125) apresenta um sistema de contas tradicionalmente
utilizado pelas empresas e a relação com a nova postura ambiental, destacando a
maneira tradicional de apenas englobar passivos ambientais como despesas à
empresa. Enquanto a nova postura demonstra que, além disso, os custos e
despesas ambientais podem gerar receitas ambientais tais como maior
produtividade a empresa e diminuição do nível de poluição, conforme pode ser visto
na Figura 3 abaixo.
33
Figura 3: Relação entre empresa e meio ambiente, considerando a nova postura ambiental e a
postura ambiental tradicional. Fonte: Carvalho, Maria Braga, 2010 p. 125
A partir desse contexto faz-se necessário definir critérios para a
contabilização das variáveis ambientais e a forma de divulgação adequada.
Informações como investimentos, gastos realizados com meio ambiente, eventos
que causam modificações na situação patrimonial, mensuração e evidenciação,
dados que devem ser relacionados em seus relatórios no que diz a respeito ao meio
ambiente, facilitando o acesso, aos usuários, às informações ambientais, reduzindo
as incertezas e auxiliando-os no processo de tomada de decisões.
2.4.1. Ativos Ambientais
Ativos são bens e direitos de posse da organização que tenham capacidade
de gerar benefícios futuros a entidade. Hendriksen e Breda (1999, p. 283),
conceituam os ativos como “benefícios econômicos futuros prováveis, obtidos ou
controlados por uma dada entidade em consequência de transações ou eventos
passados”.
34
São considerados ativos ambientais todos os bens e direitos destinados ou
provenientes da atividade de gestão ambiental, podendo estar na forma de capital
circulante ou fixo.
Antunes (2000, p. 07) esclarece que:
“Os ativos ambientais representam os estoques dos insumos, peças, acessórios, utilizados no processo de eliminação ou redução dos níveis de poluição; os investimentos em maquinas, equipamentos, instalações, etc., adquiridos e/ou produzidos com intenção de amenizar os impactos causados ao meio ambiente; os gastos como pesquisas visando o desenvolvimento de tecnologias modernas, de médio e longo prazo, desde que constituem benefícios ou ações que irão refletir nos exercícios seguintes”.
O grupo do ativo também contempla o ativo ambiental intangível, que são
bens ou direitos incorpóreos de difícil mensuração. Como exemplo, pode-se citar a
certificação ISO 14.001, que trará valorização à imagem e à marca da empresa.
Segundo SANDRONI (1996, p. 61), intangível é definido como a reputação de
que a empresa goza junto aos consumidores devidos, além da qualidade de seus
produtos, atitudes e procedimentos em defesa do meio ambiente, apoio a programas
de defesa da criança, etc. Retrata o potencial econômico da empresa não registrado
pela contabilidade, mas que seria incluído no preço de venda.
A contabilização dos ativos ambientais não será igual para todas as empresas
estes dependem da atividade. As características dos ativos ambientais são
diferentes de uma organização para outra, pois a diferença entre os vários
processos operacionais das distintas atividades econômicas deve compreender
todos os bens utilizados no processo de proteção, controle, conservação e
preservação do meio ambiente.
2.4.2. Passivos ambientais
Passivo é o conjunto de obrigações futuras contraídas pela empresa seja ela
de curto ou longo prazo. Hendriksen e Breda, (1999, p. 283) afirmam que são
sacrifícios futuros prováveis de benefícios econômicos decorrentes de obrigações
presentes de uma dada entidade, quanto à transparência de ativos ou prestação de
serviços a outras entidades no futuro em consequência de transações ou eventos
passados.
35
Os passivos ambientais podem ter como origem qualquer evento ou
transação que reflita a interação da empresa com o meio ecológico, cujo sacrifício
de recursos econômicos se dará no futuro, como, aquisição de ativos para
contenção dos impactos ambientais (chaminés, etc.), insumos que não produzam
resíduos tóxicos, gastos com tratamento de áreas contaminadas, podendo também
contrair obrigações voluntária ou involuntariamente (fusão, aquisição e incorporação
de empresas), destinadas à aplicação em ações de controle, preservação e
recuperação do meio ambiente, originando, em contrapartida, um ativo ou custo
ambiental.
Segundo Ribeiro (2006, p. 75), passivo ambiental são benefícios econômicos
ou resultados que serão imolados em razão da necessidade de preservar, proteger e
recuperar o meio ambiente, de modo a permitir a compatibilidade entre estes e o
desenvolvimento econômico.
Para Kraemer (2003, p. 44) passivo ambiental são as obrigações contraídas
pela empresa perante terceiros, que origina um gasto ambiental (ativos, custos,
despesas etc.).
Em geral, além de um passivo ambiental demonstrar a obrigação que uma
entidade teve ao investir em meios para o esforço de manter ou recuperar o meio
ambiente, também pode demonstrar a sua responsabilidade em relação ao
descumprimento de legislações ambientais, como, por exemplo, multas por
desastres ecológicos, sendo passivos estes de difícil mensuração, pois o simples
valor da multa não é o valor do impacto que certos acidentes irão trazer à sociedade.
2.4.3. Despesas ambientais
Com relação as despesas ambientais, elas são representadas pelo somatório
de todos os custos dos recursos utilizados pelas atividades desenvolvidas com o
proposito de controle, preservação e recuperação nesse setor.
Ferreira (2006; p. 65) ressalta que, os custos ambientais podem ser
classificados em diretos e indiretos, dependendo de cada objeto que se deseja
custear. Aos custos diretos estão ligados os fatores que afetam o meio ambiente e
cuja ação poluidora ou recuperadora pode ser identificada pela entidade contábil,
como, por exemplo, os custos relativos à produção ou estocagem. Já os custos
indiretos seriam os fatores que afetam de forma indireta o meio ambiente e cujo
36
impacto não pode ser diretamente identificado pela contabilidade, como, por
exemplo, o uso de aerossóis.
De acordo com Carvalho (2008, p. 141-142), podem ser consideradas
despesas ambientais:
� Todos os gastos relacionados com as políticas internas de prevenção ambiental como folders, cartazes, cartilhas e outros;
� Salário e encargos do pessoal empregado na área de políticas internas de prevenção ambiental;
� Todos os gastos relacionados com treinamento na área ambiental como: horas-aula do instrutor e aquisição de matéria de expediente;
� Aquisição de equipamentos de proteção ambiental; � Despesa com depreciação do material permanente utilizado pela
administração na área ambiental; � Despesa com compensação ambiental; � Dano ambiental; � Despesa com auditoria ambiental; � Consultoria para elaboração do EIA/Rima; � Despesa com licenças ambientais; � Despesas com multas e indenizações ambientais.
A importância do conhecimento e separação de todos os gastos relativos a
custos e despesas da empresa, auxilia no gerenciamento correto, a fim de distinguir
os aspectos realizados na contabilidade em termos ambientais relacionados com o
objeto fim de uma entidade, seja ele um produto ou serviço.
2.4.4. Receitas ambientais
De acordo com Iudícibus e Marion (2000, p. 173) a receita pode ser definida
como:
[...] o acréscimo de benefícios econômicos durante o período contábil na forma de entrada de ativos ou decréscimo de exigibilidade e que resulta em um acréscimo do patrimônio líquido, outro que não o relacionado a ajustes de capital.
Tem-se, então, uma receita ambiental, toda vez que uma atividade gere
ganhos financeiros a uma entidade e, ao mesmo tempo, esta atividade traga
benefícios ao meio ambiente, deixando-se, portando, de devolver à natureza
elementos que pudessem prejudicá-la, como é o caso bem comum das receitas
ambientais com reciclagem de materiais que provavelmente seriam descartados.
37
Ao transformar os restos de materiais que iriam para o lixo em subprodutos e
vendê-los, a empresa além de preservar o meio ambiente encontra uma forma de
aumentar suas receitas, primeiro deixando de desperdiçar e segundo aumentando
seu lucro.
Eugênio (2002, p. 188) complementa que as receitas ambientais proveem de:
� Diminuição de despesas: em prêmios de seguros, em manutenção, em segurança e assistência médica e medicamentosa à trabalhadores por diminuição de riscos;
� Melhor gestão de resíduos: economia no uso de materiais por reutilização e reciclagem de resíduos, diminuição de custos de estocagem, redução de custos de transportes;
� Redução de indenizações: por diminuição de riscos de contaminação, destruição, etc.;
� Reduções de custos operacionais: menor consumo de matéria prima, materiais de consumo e embalagens, água, combustíveis e energia;
� Recebimentos efetivos: por venda de estudos, diagnósticos, serviços de tratamento de resíduos, tecnologias limpas, royalties, arrendamento de ativos ambientais, subsídios, prêmios, etc.
Desta forma, não é somente com a venda de produtos que a empresa pode
gerar receitas, a receita provem de outros recursos e praticando atitudes
ecologicamente corretas, além de melhorar a imagem empresarial, o que,
proporcionará benefícios futuros incalculáveis.
2.5. O PAPEL DO CONTADOR NA GESTÃO AMBIENTAL
Os profissionais da área contábil, que de acordo com Iudícibus e Marion
(2002, p. 43) tem de “[...] produzir e/ ou gerenciar informações úteis aos usuários da
contabilidade para tomada de decisões”, começaram a sentir a necessidade e a
responsabilidade de se adequar a esse processo de mudanças.
A respeito desse assunto Carvalho, Matos e Moraes (1999, p. 11) enfatizam
que:
Os pesquisadores da ciência contábil estão sendo chamados a solucionar problemas relacionados com a mensuração e o reconhecimento dos eventos que envolvam o meio ambiente, bem como o desenvolvimento de técnicas de auditoria e a utilização de índices econômico-financeiros (ecoindicadores) para avaliar o desempenho de empresas em questões que envolvam o meio ambiente.
38
Já Martins e Ribeiro (1995, p. 38) afirmam que todas as áreas científicas e
profissionais deveriam atuar na preservação e na proteção do meio ambiente,
inclusive os profissionais da área contábil, pois estes são capazes e podem ou
devem se empenhar para que os instrumentos de informações, da qual a
contabilidade dispõe, reflitam da melhor forma o valor real do patrimônio da
empresa, os seus desempenhos e, ao mesmo tempo, também satisfaçam as
necessidades dos usuários dessas informações, inclusive no aspecto ambiental.
2.6. CONTABILIDADE AMBIENTAL E O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Do ponto de vista empresarial, gestão ambiental é a expressão utilizada para
disciplinar à gestão empresarial que se orienta para evitar problemas para o meio
ambiente. Em outros termos, o objetivo da gestão é conseguir que os efeitos
ambientais não ultrapassem a capacidade de meio onde se encontra a organização,
ou seja, obter-se um desenvolvimento sustentável.
Segundo Costa (2012, p. 103), “Gestão ambiental é o principal instrumento
para se obtiver um desenvolvimento industrial sustentável. O processo de gestão
ambiental nas empresas está profundamente vinculado às normas que são
elaboradas pelas instituições públicas sobre o meio ambiente”.
É através do SGA que se obtém informações sobre a relação da empresa
com o meio ambiente, para garantir sua responsabilidade em atender as exigências
das leis ambientais e demonstrar seu compromisso com a questão ambiental.
Segundo Pfistcher (2004, p. 52), a empresa que opta por um sistema de
gerenciamento ambiental, tem inúmeras vantagens, como a melhoria da imagem,
competitividade e produtividade, além da própria conscientização da empresa, que
elimina desperdícios com um custo baixo. Estas informações podem reduzir os
riscos de acidentes, passivos ambientais, além de trazer a grande vantagem de
melhoria ambiental e financeira.
A Figura 4 a seguir ilustra o grau de envolvimento externo de uma Empresa.
39
Figura 4: Pressões Exercidas Sobre as Indústrias.
Fonte: Campos, 1996.
Percebe-se que a empresa não constitui em uma entidade isolada e sim um
Sistema Aberto, ou seja,
[...] sistema composto de recursos econômicos, financeiros, humanos, materiais e tecnológicos que interagem com a sociedade através das variáveis exógenas (política, economia, tecnologia, concorrência, etc) (PEREZ JÚNIOR; PESTANA; FRANCO, 1997, p. 28).
As decisões internas das empresas necessitam de considerações explícitas
das influências oriundas do ambiente externo, o que inclui em seu contexto
considerações de caráter social, político e econômico. E a forma para que as
empresas encontraram para assegurar a prevenção e o controle de falhas, bem
como atender partes interessadas, é a implantação de Sistemas de Gestão que atua
preventivamente em todo o processo de produção, evitando impactos sobre o meio
ambiente por meio de um conjunto de ações, que incluem menor consumo de
matérias-primas, controle de emissões tóxicas, reciclagem de resíduos, reutilização
de materiais, conscientização dos funcionários e fornecedores e relacionamento com
a comunidade.
Segundo Maimon (1996, p. 72), “a implantação do Sistema de Gestão
Ambiental se dá em cinco etapas sucessivas e continuas que são: Politica Ambiental
da Organização; Planejamento; Implementação e Operação; Monitoramento e Ações
corretivas; e Revisões no Gerenciamento”.
A Figura 5 abaixo ilustra essa afirmativa:
40
Figura 5: cinco etapas da implantação do Sistema de Gestão Ambiental Fonte: http://in3.dem.ist.utl.pt/novovidro/ineti-ita/sga.html
A introdução de um SGA nas empresas faz com que elas alcancem melhor
desempenho ambiental, constituindo-se, portanto, na relação de regras escritas e
procedimentos a serem seguidos por todos numa corporação.
Logo, o sucesso de uma empresa depende fundamentalmente de sua
capacidade de se adaptar as contingências e aos fatores críticos existentes no
ambiente no qual ela está inserida, é para que o sistema opere de acordo com as
metas traçadas é necessário que seja feito um acompanhamento através de
verificações periódicas e aprimoramento do SGA à medida que seja necessário.
2.6.1 Benefícios da Gestão Ambiental
Os benefícios são muitos, e em vários aspectos e como tal serve de
instrumentos de gestão com vistas a obter ou assegurar a economia e o uso racional
de matérias-primas, de insumos, destacando-se a responsabilidade ambiental da
empresa; orientar consumidores quanto à compatibilidade ambiental dos processos
41
produtivos e dos seus produtos ou serviços; subsidiar campanhas institucionais da
empresa com destaque para a conservação e a preservação da natureza; servir de
material informativo a acionistas; fornecedores e consumidores para demonstrar o
desempenho empresarial na área ambiental; orientar novos investimentos
privilegiando setores com oportunidades em áreas correlatas.
Kraemer (2008, p. 125) caracteriza os benefícios da gestão ambiental
conforme o Quadro 4 abaixo:
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
Economia de Custos
Economias devido à redução do consumo de água, energia e outros insumos. Economia devido à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes. Redução de multas e penalidades por poluição.
Incremento de receitas Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem ser vendidos a preços mais altos. Aumento da participação no mercado devido à inovação dos produtos e menos concorrência. Linhas de novos produtos para novos mercados. Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição.
BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS
Melhoria da imagem institucional Renovação do “portfólio” de produtos Aumento da produtividade Alto comprometimento do pessoal Melhoria nas relações de trabalho Melhoria e criatividade para novos desafios Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas. Acesso assegurado ao mercado externo Melhor adequação aos padrões ambientais.
Quadro 4: Benefícios da gestão ambiental Fonte: KRAEMER, 2008, p. 125
Dessa forma percebe-se que, os benefícios da Gestão Ambiental é aproveitar
melhor o uso dos recursos do meio ambiente, preservar a qualidade de vida de seus
funcionários tendo uma política que envolva todos os setores da empresa,
proporcionando redução dos custos diretos e indiretos, aumentando a receita com a
venda de seus “produtos e serviços verdes” e melhorando a imagem da empresa
tanto para o cliente interno quanto para o externo.
42
2.7. GERENCIAMENTO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
O método de Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais (GAIA),
criado por Lerípio em 2001, tem por objetivo auxiliar a organização a destacar os
impactos ambientais, bem como sugerir estratégias para sanar ou minimizar tais
impactos.
Segundo Pfitscher (2004, p. 81), o GAIA surge para valorizar as empresas, as
organizações e as áreas de recursos humanos nelas inseridas. Valoriza também o
público consumidor, uma vez que, ao verificar o impacto ambiental, atua na
sociedade.
O foco do GAIA está no desenvolvimento de uma consciência crítica nas
pessoas que compõem a organização, no que se refere aos níveis de desperdício de
matérias primas e insumos do processo produtivo, assim como sobre os efeitos
produzidos pelos resíduos, pelos efluentes e pelas emissões – ambos gerados
nesse processo – que são prejudiciais ao ambiente e as pessoas.
“A proposta básica do GAIA é oferecer as organizações produtivas um
instrumento de gestão para melhoria do desempenho ambiental das mesmas”
(LERÍPIO, 2001, p. 65).
Os princípios do GAIA são idênticos aos pressupostos básicos de
gerenciamento reconhecidos pela NBR ISO 14.001: melhoria contínua, prevenção
da poluição e atendimento à legislação. Dessa forma, os princípios básicos do GAIA
são definidos pela seguinte expressão: “Proporcionar às organizações o
atendimento à legislação, a melhoria contínua e a prevenção da poluição a partir de
atividades focalizadas no desempenho ambiental e na sustentabilidade, tomando
como elementos fundamentais do processo a organização e as pessoas através de
suas relações como o meio ambiente” (LERÍPIO, 2001, p. 66).
O Método GAIA é composto por três fases conforme Quadro 5 a seguir, nas
quais são subdivididas em algumas atividades.
43
FASES OBJETIVO ATIVIDADES RESULTADOS ESPERADOS
1. Sensibilização
Proporciona a adesão e o
comprometimento da alta
administração, com a melhoria
contínua do desempenho
ambiental.
1.1 avaliação da sustentabilidade do
negocio
Conhecimento do nível do desempenho ambiental da organização pela alta
administração
1.2 análise estratégica ambiental
Comparação do desempenho atual com aquele apresentado por filosofias
defensivas, relativas, indiferentes e inovativas de gerenciamento.
1.3 comprometimento
da alta administração
Definição da missão, Visão, Politica e Objetivos Organizacionais.
1.4 programa de sensibilização das
partes interessadas
Sensibilização dos colaboradores, fornecedores, comunidade, órgãos
ambientais e clientes
2. Conscientização
Identificar a cadeia de
produção e consumo e os
principais aspectos
ambientais, especialmente o
processo produtivo da
organização alvo.
2.1 mapeamento da cadeia de produção
e consumo
Identificação da cadeia de ciclo de vida do produto, desde a extração de
matérias primas até a destinação final do produto pós consumidor.
2.2 mapeamento do macro fluxo do
processo
Identificação das etapas do processo produtivo da organização alvo.
2.3 estudo de entrada e saídas dos processos
Identificação qualitativa das matérias primas, insumos utilizados, produtos,
resíduos, efluentes e emissões de cada etapa do processo.
2.4 inventário de aspectos e impactos
ambientais
Identificação dos principais aspectos e impactos ambientais do processo
produtivo.
3. Capacitação
Capacitar os colaboradores a
definir e implementar as
melhoras no desempenho
ambiental
3.1 identificação criativa de soluções
Propostas de soluções para os principais aspectos e impactos,
utilizando braimstorming e teoria do alpinista.
3.2 estudo de viabilidade técnica-
econômica e ambiental
Definir qual a solução mais viável sob pontos de vista técnicos, econômicos e
ambientais.
3.3 planejamento Definição de objetivos e metas, planos de ação e indicadores de desempenho
(5W2H) Quadro 5: Identificação da fase de sensibilização Fonte: Lerípio (2001; p. 67)
Conclui-se que, este método procura integrar, por meio de etapas sequenciais
padronizadas, abordagens relativas à sensibilização das pessoas e à melhoria dos
processos, utilizando para tal, princípios de seus fundamentos teórico-conceituais.
Foi a partir do aprimoramento do método GAIA que surgiu o SICOGEA,
sistema esse que é a base deste estudo.
44
2.8. SISTEMA CONTÁBIL GERENCIAL AMBIENTAL – SICOGEA
O SICOGEA foi desenvolvido a partir de adaptações do método GAIA, onde
une conceitos de contabilidade e controladoria. Sua primeira aplicação foi em uma
cadeia produtiva de arroz ecológico, mas se adaptado funciona em demais ramos de
atividade.
O Sistema Contábil-Gerencial Ambiental (SICOGEA) tem como objetivo gerar
informações ao gestor da empresa para utilizar o meio-ambiente de forma
adequada, com a menor degradação possível, sem tirar a competitividade de seu
negócio.
O sistema abrange um ambiente corporativo de parcerias com interesses
afins, e por isto trata-se de um processo complexo, onde os gestores devem
trabalhar numa linha de conscientização na preservação do meio ambiente com
redução dos impactos ambientais nocivos e probabilidade de sustentabilidade das
empresas envolvidas.
O Quadro 6 abaixo relaciona e descreve cada umas das três etapas aplicadas
no SICOGEA:
ETAPAS DA PROPOSTA DESCRIÇÃO
Integração da cadeia produtiva
Nesta etapa, poderá ser considerado o input para o processo de gestão ambiental, ou seja, verificar as degradações causadas em cada atividade e
sua formatação com um evento econômico.
Gestão de controle ecológico
Nesta etapa, empenham-se esforços no sentido de reduzir ou eliminar impactos ambientais.
Gestão da contabilidade e controladoria ambiental
Na ultima etapa, relacionou-se aspectos operacionais, econômicos e financeiros da gestão (investigação e mensuração); avaliação dos setores
da empresa (informação) e implementação de novas alternativas para continuidade do processo (decisão).
Quadro 6: Etapas da proposta de modelo do SICOGEA Fonte: Adaptada pelo autor
Vale ressaltar que o SICOGEA possui três etapas e para este trabalho foi
utilizado com maior ênfase parte da primeira fase da terceira etapa, “investigação e
mensuração”.
45
A primeira etapa do sistema, integração da cadeia produtiva, compreende,
basicamente, a mobilização daqueles que participam do gerenciamento do processo
produtivo.
É nesta etapa que se da a formação dos grupos de trabalho que irão discutir
sobre o modo como esta se desenvolvendo a produção ou prestação de serviço, e
os efeitos ambientais que poderão ser ocasionados, além da exposição das
vantagens de se ter um sistema de gestão ecológico que possui o auxilio da
contabilidade e da controladoria ambiental.
A segunda etapa de que o sistema e composto: a gestão do controle
ecológico assevera que e verificada a realidade socioeconômica da região em que
esta localizada a empresa, além de ser feito um diagnostico da entidade através do
levantamento patrimonial ambiental existente. Todas as informações coletadas nesta
etapa são registradas e armazenadas em um banco de dados para futuras
consultas. E neste momento, também, que novas técnicas de produção ou de
prestação de serviços podem ser experimentadas com o objetivo principal de tornar
mais eficiente todo o processo produtivo.
Já na terceira e última etapa, apresenta-se num primeiro momento, a
verificação do grau de sustentabilidade da empresa através da adoção de uma lista
de verificação e da analise, se existir, do balanço ambiental patrimonial da entidade.
Cada etapa do SICOGEA possui fases especificas, designando as prioridades
para o funcionamento do sistema, como se pode verificar a figura 6 abaixo:
47
Na primeira fase desta terceira etapa, tem-se, também, apos a identificação
do grau de sustentabilidade, o comprometimento por parte do empresário e de seus
colaboradores e o estabelecimento ou aperfeiçoamento de sua Missão, de sua
Visão, de sua politica e de seus objetivos almejadas com a implantação do
SICOGEA.
Nesta fase há, também, uma sensibilização das partes interessadas, um
acompanhamento dos participantes e a formação de agrupamentos de
responsabilidade.
Em outro momento, tem-se a segunda fase da terceira etapa que
resumidamente corresponde ao mapeamento do ciclo de produção ou prestação de
serviço, o estudo das entradas e saídas dos insumos que transitam pelo processo
produtivo e o desenvolvimento de uma planilha destinada a inventariar os principais
aspectos e impactos ambientais que envolvem a empresa.
E por fim, tem-se a terceira fase da terceira etapa do SICOGEA, esta fase
mostra as ações para continuidade da empresa no mercado. Estuda formas de
oportunidades de melhoria, viabilidade técnica, contábil-ambiental e planejamento.
E para a análise de estudo de caso, será tratado especificamente a terceira
etapa, realizando uma lista de verificação, que pertence à primeira fase
“Sustentabilidade e Estratégia Ambiental” e está dividida em determinados critérios e
subcritérios.
Através desse mecanismo de gestão do meio ambiente, SICOGEA, que
proporciona à empresa um subsídio confiável para avaliação dos seus aspectos e
impactos sobre o ambiente, com base no seu processo, podendo-se destacar
formas de melhor gerir estes eventos, e a contabilidade presta um “papel” relevante
ao gestor.
48
3. ESTUDO DE CASO
Este estudo de caso foi estruturado para demonstrar primeiramente a
evolução histórica da empresa e, em seguida, aplicar o SICOGEA, especificamente
a Terceira Etapa – Primeira fase, através dos dados obtidos sobre ela,
posteriormente analisá-los, e, ainda, propor uma forma de gestão utilizando a
contabilidade para tal.
3.1. BREVE HISTÓRICO DA EMPRESA ESTUDADA
A Coleto é uma empresa especializada na coleta e transporte do de óleo
vegetal saturado, prestando serviço com elevado padrão de confiabilidade,
qualidade e responsabilidade, buscando a completa satisfação de seus clientes,
sempre preocupada com o meio ambiente, contribuindo assim para uma sociedade
mais saudável e com mais qualidade de vida.
Seu escritório situado no município de Porto Alegre/RS e duas unidades
operacionais localizadas nos municípios de Nova Santa Rita e Cruzeiro do Sul,
ambas no Estado do Rio Grande do Sul, a empresa teve inicio de suas pesquisas
sobre a coleta de óleo no ano de 1999, buscando conhecer o mercado e seu
potencial para um destino certo ao óleo de fritura.
O primeiro e maior desafio foi o de convencer os proprietários de
estabelecimentos da área alimentícia e de condomínios a estocar e armazenar o
óleo de fritura usado. Hoje a empresa conta com mais de 3.000 colaboradores
cadastrados entre restaurantes, bares, lanchonetes, empresas, colégios,
condomínios, supermercados, prefeituras, ONGs, shoppings e pontos específicos
em cada município.
Com uma parceria firmada com o Grupo Faros, uma das maiores indústrias
do país no processo de resíduos (vegetal e animal), foi que a empresa conseguiu
uma melhoria tecnológica que garante total segurança na operação de coleta
transporte e reciclagem sem causar nenhum prejuízo ao meio ambiente.
A empresa possui todos os equipamentos necessários para execução do
serviço, atendendo rigorosamente as exigências de segurança e leis ambientais.
Trabalhando com uma frota de veículos próprio, recipientes devidamente
identificados e com total segurança no transporte da carga até a indústria. Com uma
49
equipe sempre uniformizada, especializada no trabalho de coleta, a empresa está
presente em 90% do estado do Rio Grande do Sul, sempre buscando novas
parcerias e maneiras de melhorar o atendimento.
É com grande orgulho que a empresa Coleto é reconhecida por seus
parceiros, colaboradores como a melhor empresa do Rio Grande do Sul na coleta de
óleo vegetal saturado. Reconhecimento alcançado pelo fruto de muito trabalho e
seriedade no compromisso com seus colaboradores, na pontualidade, no respeito e
principalmente nunca deixando de buscar o melhor no atendimento.
4. ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Nesta etapa, passa a ser analisado o grau de sustentabilidade da empresa, a
partir de critérios e subcritérios da lista de verificação do SICOGEA. Este sistema
tem como principal objetivo oferecer aos seus usuários benefícios direcionados aos
vários setores da empresa, assim como oferecer, também, benefícios ao meio
ambiente, pois proporciona o aporte necessário para que se possa além de
diagnosticar, prevenir possíveis transtornos ocasionados pela má gestão ambiental.
Tem-se na Figura 7 a estrutura completa desta primeira fase da terceira
etapa.
Figura 7: Estrutura da primeira fase da terceira do SICOGEA
Fonte: Pfitscher (2004, p. 120)
50
4.1. INVESTIGAÇÃO E MENSURAÇÃO
Na metodologia descrita pelo autor que desenvolveu este método de
avaliação de desempenho ambiental (PFITSCHER, 2004), esta fase é subdividida
em três ações, busca pela sustentabilidade e estratégia ambiental,
comprometimento e a sensibilização das partes interessadas. O objetivo desta fase
é verificar as situações que necessitam de melhorias.
Dentre as ações que compreendem esta fase, nesta pesquisa aplicou-se
somente a primeira ação: “Sustentabilização e estratégia ambiental” que trata do
“Desempenho ambiental e contábil”, que é analisado através da lista de verificação,
com seus critérios e subcritérios. Embora não menos importante, mas devido ao
tempo transcorrido para a realização do TCC, as ações Comprometimento e
Sensibilização das Partes Interessadas, não foram aplicadas no estudo.
Para este estudo utilizou-se a Lista de Verificação, composta de 116
questões, divididas em 6 critérios. Para o critério 1 – Fornecedores foram 11; no
critério 2 – Processo Produtivo e Prestação de Serviço foram 48 questões divididas
em, 13 questões para o subcritério Ecoeficiência do Progresso Produtivo e do
Serviço Prestado, 8 questões para o subcritério Nível de tecnologia utilizada, 13
questões para o subcritério Aspectos e impactos ambientais da prestação de
serviços, 8 questões para o subcritério Recursos Humanos na Organização e 6
questões para o subcritério Disponibilidade de Capital; no critério 3 – Indicadores
Contábeis foram 37 questões divididas em, 19 questões para o subcritério
Indicadores Ambientais de Bens e Direitos e Obrigações; 7 questões para o
subcritério Indicadores Ambientais de Conta de Resultado e 11 questões para o
subcritério Indicadores de Demonstração Ambiental Específica, no critério 4 –
Indicadores Gerenciais foram 11 questões, no critério 5 – Utilização do Produto
foram 4 questões e por fim no critério 6 – Utilização do serviço foram selecionadas 5
questões.
Após identificar as respostas à cada questão, são analisados os resultados de
forma geral e individual para cada critério e subcritério, a fim de fornecer ao leitor,
melhor entendimento a cerca dos reais acontecimentos que envolvem a área
ambiental da Empresa Coleto.
51
Dando sequência ao estudo, é feita a análise das respostas obtidas ao
questionário aplicado. As respostas obtidas foram dispostas da seguinte maneira:
“A” – Adequada, “D” – Deficitária e “NA” – Não de aplica a empresa.
Para o calculo geral e detalhado da sustentabilidade da Empresa Coleto foi
utilizado a seguinte formula:
(Total de respostas "A") x 100
(Total de questões) - (Total de respostas "NA")
Após o cálculo de sustentabilidade, é avaliado o grau de desempenho
realizado para cada critério, identifica o nível dentro de três parâmetros e serve
como referencial de classificação são eles: “Deficitária”, “Regular”, ou “Adequada”.
De acordo com o Quadro 7:
Resultado Sustentabilidade Desempenho: controle, incentivo, estratégia.
Inferior a 51% Deficitária - "D" Fraco, pode estar causando danos ao meio ambiente.
Entre 51% e 70% Regular - "R" Médio, atende somente a legislação.
Mais de 70% Adequada - "A" Alto, valorização ambiental com produção ecológica e prevenção da poluição.
Quadro 7: Avaliação da sustentabilidade e desempenho ambiental Fonte: PFITSCHER (2004, p. 130)
Com base no quadro 7 e na formula explicitada anteriormente: (total de
quadros “A” x 100) dividido por (total de questões – total de quadros “NA”), tem-se a
avaliação de sustentabilidade e desempenho ambiental, conforme o quadro 8:
CRITÉRIO SUBCRITÉRIO SUSTENTA BILIDADE
ANÁLISE
1 – Fornecedores xx 90,00% Adequada
2 – Processo Produtivo e Prestação de Serviço
a) Ecoeficiência do processo produtivo 92,31% Adequada
b) Nível de tecnologia utilizada 100,00% Adequada c) Aspectos e impactos ambientais da prestação de serviço 91,67% Adequada
d) Recursos humanos na Organização 83,33% Adequada
e) Disponibilidade de Capital 100,00% Adequada
3 – Indicadores contábeis
a) Indicadores Ambientais de Bens e Direitos e Obrigações 100,00% Adequada
b) Indicadores Ambientais de Contas de Resultado 80,00% Adequada
c) Indicadores de Demonstração Ambiental Específica 100,00% Adequada
4 – Indicadores Gerenciais xx 81,82% Adequada
5 – Utilização do Produto xx 100,00% Adequada
6 – Utilização do Serviço xx 100,00% Adequada
Quadro 8: Sustentabilidade parcial por critério e subcritério Fonte: Adaptado pelo autor
52
Fazendo uma análise geral, a partir dos resultados esperados expostos no
Quadro 8, percebe-se que a empresa está bastante comprometida com as questões
ambientais, todos os critérios e subcritérios estão num grau de sustentabilidade
superior a 80%, o que significa dizer que a empresa Coleto mantém alto
desempenho e valorização ambiental com serviço ecológica e prevenção da
poluição.
Partindo para uma análise individual de critérios e subcritérios verificados,
conclui-se o exposto a seguir.
4.2. FORNECEDORES
O critério “Fornecedores” é composto por 11 questões como mostra o Quadro
9 a seguir. Na avaliação deste critério, verificou-se que o grau de sustentabilidade
obtido foi de 90%, o que representa um ótimo nível de preocupação com o meio
ambiente, mostrando-se, assim, que a empresa adquiriu seus materiais de
fornecedores que possuem um nível adequado de preocupação ambiental.
Seus fornecedores são cadastrados e recebem orientações através de um
manual, em que é necessário preencher vários requisitos, mantendo assim o
controle de qualidade exigido.
Os fornecedores da empresa possuem conhecimento de suas metas, valores
e códigos de conduta. A Coleto acredita que para atingir seus objetivos é necessário
que o sucesso da empresa e dos fornecedores esteja intimamente ligado.
CRITÉRIO 1 – FORNECEDORES SIM NÃO NA 1 As mercadorias utilizadas são oriundas de recursos renováveis? A 2 Os fornecedores possuem monopólio do mercado? D
3 Os fornecedores apresentam processos produtivos que causam impacto ao meio ambiente e aos seres humanos? A
4 Os fornecedores estão comprometidos com o meio ambiente? A
5 Os principais fornecedores da organização são certificados pelas normas ambientais ISO 14001? A
6 Os fornecedores dão garantias de qualidade dos produtos? NA 7 A empresa informa a seus fornecedores suas metas, valores e código de conduta? A 8 Os fornecedores da empresa se obrigam a reciclar os seus produtos usados? A
9 A segurança do transporte e da manutenção dos abastecimentos da empresa obedece a normas? A
10 O controle na recepção das compras obedece a normas precisas quanto ao meio ambiente? A
11 O armazenamento das compras obedece a normas precisas quanto ao meio ambiente? A Quadro 9: Critério de Sustentabilidade Fornecedores Fonte: Adaptado pelo autor
53
Pode-se observar através da analise do quadro 9 que das onze questões uma
apresentou-se deficitária. A justificativa para essa questão resume-se no fato da
empresa obter fornecedores que descartam o resíduo, matéria prima da empresa
estudada, sem o proposito de ganhos ou qualquer outro meio que esteja relacionado
financeiramente. A sexta questão apresentou como resposta “NA”, isso porque o
óleo utilizado é despejado por seus fornecedores num grande recipiente sem o
devido acompanhamento de responsáveis, sendo apenas orientados em como
proceder com o deposito deste óleo. Conclui-se que a área que abrange o critério
“fornecedores” apresentou-se adequado e vem sendo muito bem gerenciada pela
empresa.
4.3. PROCESSO PRODUTIVO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
Para o critério “Processo Produtivo e Prestação de Serviço” foi obtido um
índice de 93,02 %, o que representa um grau de sustentabilidade adequada.
Portanto, os resultados encontrados nas questões deste critério
demonstraram que a sustentabilidade apresentada nas quarenta questões são
consideradas adequadas, enquanto apenas três delas possuem alguma deficiência
a serem abolidas ou corrigidas. Todas as questões adaptam-se normalmente ao
processo produtivo da empresa.
Vale salientar que a empresa é consciente em relação ao critério Processo
Produtivo e Prestação de Serviço, inclusive possui em suas dependências uma
central de resíduos, que são separados por sua natureza e encaminhados à
reciclagem ou outra destinação ecologicamente correta. Porém, ainda tem alguns
itens a melhorar, como criar um reaproveitamento ou reservatório de água pluvial e
buscar outras fontes alternativas de energia elétrica.
Contudo, faz-se necessário descrever mais detalhadamente o resultado
obtido, através da analise dos subcritérios, conforme abaixo.
4.3.1. Ecoeficiência do processo produtivo e do serviço prestado
A Empresa preocupada com seus colaboradores, e atendendo às normas de
segurança do trabalho, fornece a seus funcionários os instrumentos necessários e
54
estipulados pela lei para segurança de seus colaboradores, como exemplo: óculos,
máscara, sapatos fechados e luvas.
Com relação a matéria prima, o óleo que é coletado segue para o depósito
onde passa por um processo de separação e limpeza. Primeiramente por um
processo de filtragem onde são retirados todos os resíduos sólidos como restos de
alimentos, farinha entre outros que por fim são encaminhados a empresas que
esterilizam e os transformam em um farelo que pode ser utilizado como ração ou
componentes para fertilizantes.
O óleo já tratado é bombeado para os tanques de armazenamento de onde
será destinado para fabricação de novos produtos. Toda água retirada do óleo e do
processo de limpeza dos recipientes (bobonas) como também de limpeza dos
caminhões passa pelo processo de tratamento para reutilização.
A) ECOEFICIÊNCIA DO PROCESSO PRODUTIVO E DO SERVIÇO PRESTADO
SIM NÃO N.A.
12 Os processos produtivos são poluentes ou potencialmente poluidores? A
13 Ocorre a geração de resíduos perigosos durante o processamento do produto? A
14 O processo produtivo é responsável por um alto consumo de energia? A
15 A organização atende integralmente as normas relativas à saúde e segurança dos colaboradores internos e externos? A
16 Existe na empresa, um manual de segurança interna, que acompanha os processos produtivos? A
17 Existe utilização de fontes alternativas de energia elétrica? D
18 O controle de qualidade quanto a umidades, impurezas e avariados é devidamente verificado? A
19 Na etapa de pré-limpeza existe controle dos resíduos gerados? A
20 Os resíduos gerados são reaproveitados na empresa? A
21 Os resíduos são vendidos? A
22 Existe conhecimento do que as empresas compradoras fazem com os resíduos? A
23 Organização atende integralmente as normas relativas à saúde e segurança dos colaboradores internos e externos? A
24 No armazenamento existe distinção entre lotes advindos das propriedades? A
Quadro 10: Critério Sustentabilidade Ecoeficiência Processo Produtivo e do Serviço Prestado Fonte: Adaptado pelo autor
Dentre as 13 questões aplicadas, somente uma obteve como resposta “D” –
deficitária. Este subcritério apresentou uma sustentabilidade de 92,31%, o que a
leva a ser considerada adequada, pois, dentre os questionamentos realizados na
empresa, constatou-se apenas a necessidade de se avaliar uma forma de se utilizar
outras fontes alternativas de energia elétrica.
55
4.3.2. Nível de tecnologia utilizada
Para este subcritério foi diagnosticado um dos índices mais alto de
sustentabilidade de toda a lista de verificação, 100%. Mostra que a instituição está
tecnologicamente preparada, e que seus serviços não exigem níveis tecnológicos
danosos ao meio ambiente.
B) NÍVEL DE TECNOLOGIA UTILIZADA SIM NÃO N.A.
25 A tecnologia existente na empresa apresenta viabilidade somente para a grande escala de funcionamento? A
26 A tecnologia apresenta viabilidade em todo o processo? A
27 A tecnologia, na prestação de serviço, apresenta grau de complexidade elevado? A
28 A tecnologia, na prestação de serviço, apresenta alto índice de automação? (demanda uma baixa densidade de capital e trabalho) A
29 A tecnologia, na prestação de serviços, demanda a utilização de insumos e matérias primas perigosos? NA
30 A tecnologia, na prestação de serviço, demanda a utilização de recursos não renováveis? A
31 A tecnologia, na prestação de serviço, é autóctone? (capaz de ser desenvolvida, mantida e aperfeiçoada com recursos próprios) A
32 A tecnologia, na prestação de serviço, apresenta uma dependência da organização em relação a algum fornecedor ou parceiro? A
Quadro 11: Critério de Sustentabilidade Nível de tecnologia utilizada Fonte: Adaptado pelo autor
Fica evidente que a empresa não tem problema com o nível de tecnologia a
ser utilizada, provando que a empresa, quanto ao nível de tecnologia, está não só
atendendo a legislação, como também o meio ambiente, o que favorece a prestação
do serviço e facilita que os seus usuários se adaptem a este.
4.3.3. Aspectos e impactos ambientais da prestação de serviços
A Empresa tem o conhecimento de que para atingir suas metas econômico-
financeiras, existe a possibilidade de impactos ambientais. E a cada exercício
financeiro, as metas da organização são voltadas para as questões ambientais, no
âmbito de se precaver de possíveis impactos ambientais.
56
C) ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SIM NÃO N.A.
33 Durante o processo de prestação de serviços existe controle da poluição? A
34 Existe um alto consumo de água no processo produtivo? A
35 Existe um alto consumo de água total na organização? A
36 A fonte hídrica utilizada é comunitária? A
37 Existe algum reaproveitamento de água? A
38 Há controle por parte da empresa para amenizar a poluição sonora? A 39 Os padrões legais referentes ao processo de prestação de serviços são
integralmente atendidos? A
40 São gerados resíduos (líquido/sólido/gasoso) perigosos durante o processo de prestação de serviços? NA
41 A empresa possui um sistema de tratamento de seus resíduos? A
42 Existe algum tipo de reaproveitamento dos resíduos gerados? A
43 O controle de qualidade engloba normas de avaliação do impacto sobre o meio ambiente? A
44 Existe na empresa um plano de prevenção em caso de incidente grave? A
45 As normas de segurança e meio ambiente são rigorosamente respeitadas pelos funcionários? A
Quadro 12: Critério de Sustentabilidade Aspectos e impactos ambientais da prestação de serviços Fonte: Adaptado pelo autor
Observar-se que neste subcritério a predominância das questões é de se
“Adequa” a sustentabilidade.
Outro fator que contribuiu para o bom desempenho sustentável é que as
normas de segurança e meio ambiente são rigorosamente respeitadas por seus
colaboradores.
Dentre as 13 questões aplicadas, somente uma obteve como resposta “NA” –
Não de aplica. Na questão 40 que obteve como resposta “NA”, empresa não gera
resíduos perigosos durante o processo industrial. O resultado deste critério
“Aspectos e impactos ambientais da prestação de serviços” foi de 91,67%
considerado adequado, constata-se apenas a necessidade de se avaliar uma forma
de um plano de prevenção em caso de incidente grave.
4.3.4. Recursos humanos na organização
A questão 51 “Existe uma política de valorização do capital intelectual?” foi a
única questão do critério “Recursos humanos na organização” considerada
deficitária. Sugere-se a empresa parcerias externas para qualificação de seus
colaboradores, pois o capital intelectual é de suma importância para qualquer
empresa que busca prestar um bom serviço e/ou produzir seu produto fim.
57
Diante das respostas do quadro 13 pode-se perceber o comprometimento da
organização em relação a qualidade dos serviços oferecidos aliado a preocupação
com as questões ambientais. Fatores esses determinantes para o sucesso e seu
crescimento. A empresa acredita que sem o comprometimento de seus
colaboradores a organização não teria o reconhecimento que hoje possui.
D) RECURSOS HUMANOS NA ORGANIZAÇÃO SIM NÃO N.A.
46 A alta administração se mostra efetivamente comprometida com a gestão ambiental? A
47 O corpo gerencial se apresenta efetivamente comprometido com a gestão ambiental? A
48 A mão de obra empregada é altamente especializada? A 49 Os colaboradores estão voltados a inovações tecnológicas? NA
50 A criatividade é um dos pontos fortes da organização e de seus colaboradores? NA
51 Existe uma política de valorização do capital intelectual? D 52 A organização oferece participação nos lucros ou outras formas de
motivação aos colaboradores? A
53 Existe algum acompanhamento da área de Recursos Humanos com a Contabilidade Ambiental? A
Quadro 13: Critério de Sustentabilidade Recursos humanos na organização Fonte: Adaptado pelo autor
O grau de sustentabilidade alcançado por este subcritério foi de 83,33%,
considerado adequado. Apesar de a empresa contar com uma alta administração e
o corpo gerencial estarem efetivamente comprometidos com a Gestão Ambiental, os
colaboradores não estão voltados a inovações tecnológicas, ou por falta de interesse
dos mesmos ou a empresa ainda não possui uma politica de valorização de seus
colaboradores; e a questão 50 “a criatividade é um dos pontos fortes da organização
e seus colaboradores” também não se enquadra.
4.3.5. Disponibilidade de capital
Assim como verificado no subcritério “Nível de tecnologia utilizada”, este
subcritério também contou com um grau de sustentabilidade de 100%.
58
E) DISPONIBILIDADE DE CAPITAL SIM NÃO N.A.
54 Existe capital próprio disponível para investimentos em gestão ambiental? A
55 Existem restrições cadastrais ou legais para a concessão de empréstimos para investimentos em gestão ambiental? NA
56 A empresa paga multas e indenizações por falhas operacionais, como infração à legislação ou direito de terceiros? A
57 A empresa possui bens em uso no processo de proteção, controle, preservação e recuperação ambiental? A
58 Existe aplicação financeira em projetos ambientais? A
59 A empresa acredita numa vantagem competitiva no mercado com a valorização da questão ambiental? A
Quadro 14: Critério de Sustentabilidade Disponibilidade de capital Fonte: Adaptado pelo autor
Este alto desempenho obtido se deu em razão da existência de capital próprio
disponível para investimento na gestão ambiental, e por não possuir restrição legal
para obtenção de empréstimos destinados ao melhoramento desta gestão, e por
acreditar numa vantagem competitiva no mercado com a valorização da questão
ambiental.
4.4. INDICADORES CONTÁBEIS
Este critério é composto por três subcritérios, “indicadores ambientais de
bens, direitos e obrigações”, “indicadores ambientais de contas de resultados” e
“indicadores de demonstração ambiental específica”.
O objetivo deste critério é analisar as questões de cunho ambiental monetário
e em relação os demonstrativos que evidenciem os números gastos com os ativos
ambientais e passivos, se existentes. Ao fazer a análise “Indicadores contábeis” da
Empresa, nota-se, que a mesma praticamente não registra acontecimento contábil
na área ambiental. O que pode ser apontada como a principal falha da empresa.
Entretanto foi obtido um adequado grau de sustentabilidade de 93,75% neste
universo. E para maiores esclarecimentos deste critério à analise feita abaixo das
respostas obtidas nos subcritérios que envolvem os indicadores contábeis,
perceberá um melhor entendimento do porquê deste índice ter alcançado um alto
grau de sustentabilidade.
59
4.4.1. Indicadores ambientais de bens e direitos e obrigações
O subcritério “indicadores contábeis de bens, direitos e obrigações” busca
avaliar se a empresa possui ou tem conhecimento a respeito dos demonstrativos
contábeis ambientais e se a empresa possui títulos a receber provenientes de ações
ambientais. O Quadro 15 traz todas as questões e respostas do presente subcritério.
A) INDICADORES AMBIENTAIS DE BENS E DIREITOS E OBRIGAÇÕES SIM NÃO N.A.
60 A Empresa utiliza Balanço Social? NA
61 A Empresa apresenta resultados ambientais em notas explicativas? NA
62 A Empresa tem conhecimento da estrutura de Balanço Social? NA
63 A Empresa tem conhecimento da estrutura de Balanço Ambiental? NA
64 A Empresa tem conhecimento de indicadores ambientais? NA
65 Os estoques de insumo ambientais estão devidamente listados? A
66 A empresa possui títulos a receber CP? NA
67 A empresa possui outros créditos a receber CP? NA
68 A empresa possui títulos a receber LP? NA
69 A empresa possui outros créditos a receber LP? NA
70 A empresa possui demais elementos do ativo permanente? NA
71 A empresa possui gastos com pesquisas e desenvolvimento de tecnologias ambientais? A
72 A empresa possui passivos ambientais, relativos a empréstimos e financiamentos de investimentos na gestão ambiental CP? NA
73 A empresa possui multas e indenizações ambientais LP? NA
74 A empresa possui salários e encargos de especialistas da área ambiental CP? NA
75 A empresa possui passivos ambientais, relativos a empréstimos e financiamentos de investimentos na gestão ambiental LP? NA
76 A empresa possui multas e indenizações ambientais CP? NA
77 A empresa possui reservas para contingências de natureza ambiental? NA
78 A empresa possui bens em uso no processo de proteção, controle, preservação e recuperação ambiental? A
Quadro 15: Critério de Sustentabilidade Indicadores ambientais de bens e direitos e obrigações Fonte: Adaptado pelo autor
A empresa estudada por ser uma empresa recente no mercado, com apenas
16 anos de atividade e ainda estar em fase de expansão e crescimento, não possui
atualmente nenhum demonstrativo de cunho ambiental.
Com um total de 19 questões, o resultado obtido através da análise das
questões foi de 100%, nível de sustentabilidade considerado adequado de acordo
com a avaliação do SICOGEA. Porém a empresa estudada, por não possuir nenhum
demonstrativo ambiental a parametrização deste subcritério fica um pouco
comprometida, pois 84% das questões foram consideradas “NA”.
60
Contudo vale ressaltar que a empresa possui bens em uso no processo de
proteção, controle, preservação e recuperação ambiental.
4.4.2. Indicadores ambientais de contas de resultado
Ao realizar o cálculo através da fórmula do método SICOGEA, obteve-se
como resultado um nível de sustentabilidade de 80,00%, demonstrando que a
empresa vem gerenciando de forma adequada a sustentabilidade de suas contas de
resultado, embora não haja informações contábeis ambientais que possam
mensurar estes fatos, este resultado foi obtido através de questionários assim como
nos itens anteriores.
B) INDICADORES AMBIENTAIS DE CONTAS DE RESULTADO SIM NÃO N.A.
79 A empresa tem auferido receitas relativas a valorização do meio ambiente? D
80 Os custos de produção são superiores as receitas? A
81 Os custos de produção são inferiores a 50% das receitas? A
82 Existe consumo de recursos para controle, preservação, proteção ambiental e perda acelerada decorrente de exposição de bens à poluição? NA
83 O consumo de recursos para controle, preservação, proteção ambiental e perda acelerada decorrente de exposição de bens à poluição tem se mantido constante?
NA
84 O lucro bruto tem aumentado no último período? A
85 A empresa paga honorários de profissionais especializados? A Quadro 16: Critério de Sustentabilidade Indicadores ambientais de contas de resultado Fonte: Adaptado pelo autor
Pontos positivos devem-se ser ressaltados, a empresa não meça esforços
com honorários de pessoal especializado na área ambiental, e isso contribui a evitar
possíveis multas e indenizações por acidentes ambientais ou falhas operacionais,
também foram constatados que a empresa tem seus custos de produção inferiores
às receitas geradas e em consequência disto o lucro bruto obtido pela empresa foi
um aumento nos últimos períodos.
Em contrapartida, a empresa não vem auferindo receitas relativas à
valorização do meio ambiente além de não consumir recursos para controle,
preservação, proteção ambiental e perda acelerada decorrente de exposição de
bens à poluição.
61
4.4.3. Indicadores de demonstração ambiental específica
O grau de sustentabilidade atingiu 100% para este subcritério, ou seja,
“Adequado”. O questionário respondido pôde ser constatado como excelente, pois o
nível de sustentabilidade imposto pelo cálculo do SICOGEA atingiu o nível máximo,
o que demonstra, a partir dos itens verificados, que a empresa está realmente
preocupada e vem agindo no sentido de melhorar sua relação com o meio ambiente.
As questões do subcritério “indicadores de demonstração ambiental
específica” estão elencadas no quadro 17.
C) INDICADORES DE DEMONSTRAÇÃO AMBIENTAL ESPECIFICA SIM NÃO N.A.
86 Existe aquisição de estoques (parcela ainda não consumida)? A
87 Existe aquisição de imobilizados? A
88 A empresa paga insumos utilizados para redução dos impactos ambientais? NA
89 A empresa possui custos relativos a adaptação à legislação? A
90 A empresa possui gastos com divulgação na área ambiental? A
91 A empresa possui redução de refugos? NA
92 A empresa possui economia de energia elétrica? A
93 A empresa possui economia em transportes? A
94 A empresa possui economia de matérias primas? A
95 A empresa possui economia de gastos com pessoal? (saúde, improdutividade, absenteísmo, etc). A
96 A empresa possui grande quantidade de resíduo que causam impacto? NA Quadro 17: Critério de Sustentabilidade Indicadores de demonstração ambiental específica Fonte: Adaptado pelo autor
Em relação a questão 90 “A empresa possui gastos com divulgação na área
Ambiental?”, sugere-se a empresa que evidencie no site da mesma as práticas
ambientais realizadas pela organização a fim de demonstrar a seus clientes e
demais usuários externos o comprometimento com o meio ambiente.
4.4.4. Indicadores Gerenciais
Para este critério foi aplicado 11 questões, sendo que obteve duas respostas
como “D” – deficitária. Cabe ressaltar que essa porcentagem só não foi maior em
função da organização não possuir um Sistema de Gestão Ambiental e não obter
benefícios e/ou premiações pela atuação na valorização do meio ambiente.
62
CRITÉRIO 4 - INDICADORES GERENCIAIS SIM NÃO NA
97 A organização está submetida a um a intensa fiscalização por parte dos órgãos ambientais municipais, estaduais e federais? A
98 A organização é ré em alguma ação judicial referente à poluição ambiental, acidentes ambientais e/ou indenizações trabalhistas? A
99 Já ocorreram reclamações sobre aspectos e impactos do processo produtivo por parte da comunidade? A
100 Ocorreram acidentes ou incidentes ambientais no passado? A
101 São realizados investimentos sistemáticos em proteção ambiental? A
102 A avaliação de todo o processo é realizada mensalmente? A
103 A empresa possui um Sistema de Gestão Ambiental? D
104 A empresa tem algum retorno com resíduos no processo produtivo e na prestação de serviço? A
117 Os retornos dos investimentos em meio ambiente são satisfatórios? A
118 Existe aplicação financeira em projetos ambientais? A
119 A empresa já obteve benefícios e/ou premiações pela atuação na valorização do meio ambiente? D
Quadro 18: Critério de Sustentabilidade Indicadores gerenciais Fonte: Adaptado pelo autor
Porém observa-se como ponto positivo das respostas obtidas o fato de a
empresa nunca ter sido ré em ações que envolvam danos ao meio ambiente, bem
como nunca ter sido alvo de reclamações por parte das pessoas que, direta ou
indiretamente, estão envolvidas com a instituição.
A partir da análise dos dados concluiu-se que o nível de sustentabilidade do
presente critério é adequado, atingindo um grau de sustentabilidade de 81,82%.
4.4.5. Utilização do produto
Este critério se mostra uma sustentabilidade de 100%, sendo classificado
como adequado, nota-se nas respostas obtidas na lista de verificação que os
usuários dos serviços estão cientes da preocupação ambiental.
CRITÉRIO 5– UTILIZAÇÃO DO PRODUTO SIM NÃO N.A.
108 O produto é perigoso ou requer atenção e cuidados por parte do usuário? A
109 A utilização do produto ocasiona impacto ou risco potencial ao meio ambiente e aos seres humanos?
A
110 O produto situa-se em um mercado de alta concorrência? NA
111 O produto possui substitutos no mercado ou em desenvolvimento? A
Quadro 19: Critério de Sustentabilidade Utilização do produto Fonte: Adaptado pelo autor
63
4.4.6. Utilização do serviço
É notório nesta pesquisa que o serviço realizado está inserido num mercado
de pouca concorrência, entretanto isso não implica que seus usuários busquem
Empresas que priorizam pelo o bem-estar do meio ambiente.
CRITÉRIO 6 – UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO SIM NÃO N.A.
112 O consumidor tradicional do serviço apresenta alta consciência e nível de esclarecimento ambiental? A
113 O serviço requer atenção e cuidados por parte do usuário? A
114 A utilização do serviço ocasiona impacto ou risco potencial ao meio ambiente e aos seres humanos? A
115 Os serviços situam-se em um mercado de alta concorrência? A
116 Os serviços apresentam um mínimo necessário de embalagem? A Quadro 20: Critério de Sustentabilidade Utilização do serviço Fonte: Adaptado pelo autor
Verificado que o serviço prestado requer a atenção e o cuidado por parte do
usuário, este também demonstrou possuir alto nível de esclarecimento quanto aos
aspectos ambientais do serviço prestado, observando-se também que a prestação
deste serviço ocasiona impacto ou risco potencial ao meio ambiente e aos seres
humanos.
Verificado o critério “utilização do serviço”, este contou com um grau de
sustentabilidade de 100%, estando de acordo com o SICOGEA.
Apesar do alto índice de sustentabilidade é sempre necessário investir em
recursos que mobilizem a sociedade com a questão ambiental tratada.
4.5. ANÁLISE GERAL DO RESULTADO DA PESQUISA APLICADA
Ao término da análise de cada critério e subcritério em separado, parte-se
para análise geral dos dados pesquisados, assim concluindo a primeira fase
“Investigação e Mensuração da terceira etapa do SICOGEA”.
4.5.1. Sustentabilidade total
A sustentabilidade total compreende a análise de todas as questões da lista
de verificação, analisadas anteriormente, desmembrada por critérios e subcritérios.
Na analise global da lista e verificação, composta por 116 questões, sendo
64
consideradas adequadas – “A” 81 questões, deficitárias – “D” 7 questões e Não se
Adapta – “NA” 28 questões. O nível de sustentabilidade alcançado pela organização
totalizou 92,05%, nível esse considerado “adequado” de acordo com o sistema de
mensuração utilizado. A figura 8 mostra com maior clareza a distribuição das
respostas dadas na lista de verificação
Gráfico 1: Distribuição das respostas.
Fonte: Elaboração pelo autor
Por se tratar de uma empresa nova o resultado verificado na primeira ação
“Sustentabilidade e Estratégia” foi considerado satisfatório pelo autor.
4.5.2. Comprometimento
O comprometimento encabeça a segunda ação da primeira fase da terceira
etapa do SICOGEA. Essa ação consiste em apresentar a missão, visão, política e
objetivos da empresa com o objetivo de tornar-se mais responsável.
Após a realização do estudo verificou-se que a empresa aliada a qualidade
dos serviços prestados, e com o pensamento no futuro em ser uma empresa
sustentável e capaz de suprir as necessidades da geração atual e sem comprometer
as futuras gerações com o objetivo econômico, financeiro, ambiental e social.
4.5.3. Sensibilização das Partes Interessadas
A terceira ação do SICOGEA “Sensibilização das partes interessadas”, tem
como objetivo sensibilizar todos os envolvidos no processo produtivo da empresa,
65
juntamente com seus usuários de maneira direta ou indireta da empresa Coleto,
como colaboradores, comunidade, clientes, fornecedores, entre outros voltados ao
acompanhamento na formação de agrupamentos de responsabilidade.
Acredita-se que a sociedade ainda não esteja engajada o suficiente as
questões ambientais e com os problemas em decorrência da má utilização dos
recursos naturais e o descarte inadequado de resíduos. A empresa vem
intensificando programas educativos para campanhas de reciclagem do óleo de
cozinha usado.
Pela inviabilidade ocasionada por diversos fatores como tempo, recursos
financeiros, etc., esta etapa do estudo de caso não foi efetivada na Empresa Coleto,
ficando como sugestão para futuros trabalhos.
4.5.4. Prioridade
A quarta e última ação “Prioridade” resume-se em listar os critérios e
subcritérios por ordem crescente de sustentabilidade, conforme o quadro 21.
Priori dades
CRITÉRIO SUBCRITÉRIO Resultado Sustenta bilidade
(%)
1a Indicadores contábeis Indicadores Ambientais de Contas de Resultado Adequada 80,00%
2a Indicadores Gerenciais xx Adequada 81,82%
3a Processo Produtivo e Prestação de Serviço Recursos humanos na Organização Adequada 83,33%
4a Fornecedores xx Adequada 90,00%
5a Processo Produtivo e Prestação de Serviço
Aspectos e impactos ambientais da prestação de serviço Adequada 91,67%
6a Processo Produtivo e Prestação de Serviço Ecoeficiência do processo produtivo Adequada 92,31%
7a Processo Produtivo e Prestação de Serviço Nível de tecnologia utilizada Adequada 100,00%
8a Processo Produtivo e Prestação de Serviço Disponibilidade de Capital Adequada 100,00%
9a Indicadores contábeis Indicadores Ambientais de Bens e Direitos e Obrigações Adequada 100,00%
10a Indicadores contábeis Indicadores de Demonstração Ambiental Específica Adequada 100,00%
11a Utilização do Produto xx Adequada 100,00%
12a Utilização do Serviço xx Adequada 100,00% Quadro 21: Prioridade por ordem crescente de sustentabilidade de critérios e subcritérios. Fonte: Adaptado pelo autor
66
De acordo com o quadro 21, os critérios e subcritérios estão apresentados de
forma crescente, dando prioridade o de menor sustentabilidade.
No estudo realizado por Pfitscher (2004) o Plano resumido de gestão
ambiental por meio da ferramenta de gestão 5W2H, foi realizado a partir dos critérios
com menor índice de sustentabilidade. A presente pesquisa realizará o plano
resumido de gestão ambiental com base nas questões deficitárias da lista de
verificação, porém como todos os critérios e subcritérios tiveram índices acima de
80% será realizado um plano de Gestão Ambiental – 5W2H com base nas questões
com maiores índices de “NA” da lista de verificação propondo à empresa soluções
as questões, a fim de aumentar o grau de sustentabilidade da organização.
4.5.5. Plano de Gestão Ambiental pelo SICOGEA com auxilio da ferramenta
5W2H
O plano de gestão ambiental tem como objetivo mostrar como a empresa se
comporta frente aos seus indicadores de sustentabilidade, denotando assim, o
cumprimento das metas e objetivos estabelecidos pelos dirigentes. A elaboração
deste plano, conta com o auxilio da ferramenta 5W2H, uma ferramenta de qualidade
que visa sugerir atitudes que venham a melhorar a sustentabilidade.
Além de propor formas, indica quem será o responsável para colocar em
prática, e informa o custo orçado de tal procedimento.
5W2H deriva do inglês What? Why? When? Where? Who? How e How
much? que significa, respectivamente: O que? Por que? Onde? Quando? Quem?
Como? Quanto Custa?. Os 5W2H partem da medida definida pelo desdobramento
da meta (What – o que), identifica quem é o responsável pela ação (Who – quem),
fixa prazos em que tais ações devem chegar ao resultado (When – quando) e local
onde ocorrerão (Where – onde), dá o motivo, a explicação das razões para que tais
ações devam ser realizadas (Why – porquê), mostra como tais medidas podem ser
realizadas (How – como) e identifica quanto deve ser gasto com esta execução
(How Much – quanto custa).
É através das repostas para estes questionamentos que procura estabelecer
sugestões para melhoraria nos resultados desfavoráveis encontrados na pesquisa.
Desta forma, apresenta-se o plano na tabela 1.
67
Critério What? Why? When? Where? Who? How? How
much?
Subcritério O que? Por que? Quando? Onde? Quem? Como? Quanto custa?
Processo produtivo e
prestação de serviço Alternativa
de Energia Elétrica
Fonte alternativa e econômica
1 ano Em toda a Empresa
Corpo funcional da
empresa
Estabelecer junto a
Gerencia os benefícios
econômicos futuros
Valores não
orçados Ecoeficiência do processo
produtivo e do serviço prestado
Processo produtivo e
prestação de serviço
Alternativa de água
Fonte alternativa e econômica
1 ano Em toda a Empresa
Corpo funcional da
empresa
Estabelecer junto a
Gerencia os benefícios
econômicos futuros
Valores não
orçados Aspectos e impactos
ambientais da prestação de
serviços Processo
produtivo e prestação de
serviço Capacitação profissional
Motiva os colaboradores e tras novas experiências
com capacitação
imediato Em toda a Empresa
Corpo funcional da
empresa
Escolher uma
instituição eu ofereça cursos
destinados a área de atuação.
Valores não
orçados Recursos humanos na organização
Indicadores contábeis
Criação de um Balanço
Social
Mostrar a importância
deste Balanço para os
stakeholders
1 ano Setor
Contábil e Financeiro
Pessoas do Ramo
Contábil e Financeiro
Contratar um profissional
especializado para criação do Balanço
Social
Valores não
orçados Indicadores
ambientais de bens e direitos e
obrigações
Indicadores gerenciais
Sistema de Gestão
Ambiental
Para ter controle 1 ano Em toda a
Empresa
Profissionais qualificados
e contadores
Através de integração
com as demais setores
Valores não
orçados
Tabela 1: Plano resumido de gestão socioambiental Fonte: adaptado de Pfitscher (2004, p. 99).
Este plano resumido de gestão socioambiental, não pretende corrigir todos os
problemas presentes da empresa, porém, busca oferecer soluções para que as
atividades sejam realizadas da forma mais adequada, proporcionando um melhor
resultado.
Foram apontados acima, três critérios, que apesar de não serem deficitários,
precisam de um pouco mais atenção empresarial. As indicações realizadas na
tabela 1 procuram denotar possibilidades que podem ser adotadas pela Coleto a
gerar resultados benéficos para o futuro da organização.
68
Os valores colocados no “How much? Quanto custa?” não foram orçados, o
mais adequado e a realização de orçamentos, a fim de identificar o melhor preço.
Cabe também ressaltar, que se deve levar em consideração o montante previsto e
disponibilizado para a execução destas medidas.
A partir deste plano, pode-se ter uma visão mais específica do que precisa
mudar e até mesmo aperfeiçoar para diminuir os seus problemas relacionados à
área ambiental.
69
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
A partir do estudo realizado para efetivação deste trabalho, o assunto
“sustentabilidade” é um tema recente no Brasil e esta cada vez mais em pauta. Com
a influência dos países de primeiro mundo, o Brasil está atento às questões
ambientais com o objetivo de reduzir os impactos causados pelo homem ao meio
ambiente.
Seguindo a nova tendência do mercado, a contabilidade vem contribuindo de
forma positiva, através de suas ferramentas auxilia na mensuração os prejuízos
causados pelas organizações e propor soluções de forma a sanar tais problemas. E
o fato da empresa estudada obter conhecimento na área ambiental facilita a
identificação dos impactos sobre o meio ambiente e isso minimiza os impactos
negativos e maximiza os positivos.
Atitudes nessa linha fornecem vantagens competitivas como a capacidade de
obter os resultados esperados, não só no setor financeiro, como no pessoal e outros
setores que acabam por se empenhar em torno de uma meta. Permitindo a empresa
prevenir-se de riscos, além de reduzir custos, aprimorar processos e explorar novos
negócios voltados para a sustentabilidade ambiental, favorecendo a sua inserção no
mercado.
No decorrer deste trabalho detectou-se a importância da gestão ambiental no
cenário atual, onde as empresas passaram a adequar seus serviços e processos
produtivos com o intuito de minimizar os danos causados ao meio ambiente. Com a
pressão social as organizações fazem muito mais do que seguir a legislação,
tornam-se sustentáveis além de contribuir para o meio ambiente e sem deixar de
obter ganhos financeiros.
5.1. CONSIDERAÇÕES QUANTO A PROBLEMÁTICA
O presente estudo estabeleceu a seguinte questão problema: É possível
aplicar parcialmente o Sistema Contábil Gerencial Ambiental (SICOGEA) na
Empresa Coleto?
A pesquisa através do estudo de caso, com o auxilio da contabilidade
ambiental e de um questionário elaborado na área, a problemática desta pesquisa
foi devidamente respondida mostrando através de análises as práticas do processo
70
produtivo e administrativo da empresa estudada a fim de mensurar e elencar as
atividades desenvolvidas.
Concluir também que a empresa não possui um Sistema de Gestão Ambiental
eficaz, porém a empresa possui práticas que visam contribuir com o meio ambiente
e com a sociedade tanto no sentido do cumprimento de compromissos com o meio
ambiente quanto com os ganhos na produtividade de reciclagem de óleo.
Um ponto analisado e que merece atenção da empresa, é o não registros
contábeis de seus eventos nesta área, isto porque a contabilidade da empresa é
realizada por um escritório de contabilidade somente para fins de fisco, desta forma
a analise com relação ao ativo, passivo, notas explicativas, indicadores ambientais e
demais questões contábeis tornam-se de difícil mensuração.
5.2. CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS OBJETIVOS
Os objetivos propostos no início dessa pesquisa, tanto os objetivos gerais,
quanto aos específicos foram atingidos. Na fundamentação teórica atingiu-se parte
dos objetivos específicos, através descrição dos temas relacionados à Contabilidade
Ambiental, a Responsabilidade Socioambiental, o Desenvolvimento Sustentável, a
Gestão Ambiental e os Benefícios da Gestão Ambiental.
No capitulo destinado à descrição e analise dos dados, ou seja, ao estudo de
caso, fez-se uma apresentação da empresa pesquisada e, percebeu-se que a
aplicação da lista de verificação proposta pelo SICOGEA foi suficiente para analisar
o grau de sustentabilidade existente nesta organização, que foi, no geral, de
92,05%, considerado adequado. Porém, em uma analise mais pormenorizado
percebeu-se que o subcritério “Indicadores Ambientais de Bens e Direitos e
Obrigações”, apesar de ter apresentado um grau de sustentabilidade de 100%,
muito se deve a “Não aplicabilidade” em diversas questões.
Quanto ao objetivo geral, que consistia em propor um plano de ação contábil
e ambiental com a aplicação parcial do Sistema Contábil Gerencial Ambiental
(SICOGEA), com o caminho de pesquisas realizadas pelos objetivos específicos foi
possível a sua conquista.
Ao fim do estudo de caso realizou-se um plano resumido de gestão ambiental,
com o objetivo de propor à empresa soluções práticas as questões deficitárias da
lista de verificação. Os itens expostos no plano adequa-se a realidade da
71
organização. O autor acredita que as medidas elencadas são viáveis e importantes
para melhora das práticas ambientais da empresa.
Assim, pode-se constatar que com o estudo de caso realizado na empresa,
que teve como foco a aplicação parcial do SICOGEA, especificamente a primeira
fase da terceira etapa, mostrou-se eficiente desde sua fase de obtenção dos dados,
passando pela análise, até os resultados alcançados ao final.
Assim, chega-se a conclusão que a empresa é responsável e comprometida
com as questões ambientais, com a sociedade, e com seus colaboradores, por
oferecer aos seus clientes um serviço de qualidade por meio de práticas e processos
éticos, a empresa pesquisada apresentou um ótimo resultado, porem muito ainda
pode ser realizado, como a própria verificação in loco dos critérios e subcritérios,
constatando a veracidade de cada ação da empresa. Por fim, tem-se na próxima
abordagem uma lista de sugestões para trabalhos futuros.
5.3. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
Por se tratar de um assunto novo e de grande valia, percebe-se a
necessidade de explorar mais sobre o Sistema Contábil Gerencial Ambiental, com
base nos resultados obtidos, recomenda-se que prossigam as pesquisas. Neste
sentido, apresentam-se como sugestões para próximos trabalhos:
• Realizar um estudo comparativo entre empresas do ramo estudado com a
aplicação parcial ou integral do SICOGEA;
• Adaptar a aplicação do SICOGEA a empresas de outros setores da
economia;
• Verificar e analisar o grau de sustentabilidade da empresa utilizando outros
métodos ou sistemas de gestão ambiental; e
• Estudo sobre a visão geral dos profissionais da área de contabilidade quanto
às questões ambientais e sua contabilização.
72
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APÊNDICE A – lista de verificação aplicada em uma empresa especializada em
coleta e reciclagem de óleo vegetal saturado
CRITÉRIO 1 – FORNECEDORES SIM NÃO N.A.
1 As mercadorias utilizadas são oriundas de recursos renováveis? A
2 Os fornecedores possuem monopólio do mercado? D
3 Os fornecedores apresentam processos produtivos que causam impacto ao meio ambiente e aos seres humanos? A
4 Os fornecedores estão comprometidos com o meio ambiente? A
5 Os principais fornecedores da organização são certificados pelas normas ambientais ISO 14001? A
6 Os fornecedores dão garantias de qualidade dos produtos? NA
7 A empresa informa a seus fornecedores suas metas, valores e código de conduta? A
8 Os fornecedores da empresa se obrigam a reciclar os seus produtos usados? A
9 A segurança do transporte e da manutenção dos abastecimentos da empresa obedece a normas? A
10 O controle na recepção das compras obedece a normas precisas quanto ao meio ambiente? A
11 O armazenamento das compras obedece a normas precisas quanto ao meio ambiente? A
CRITÉRIO 2 – PROCESSO PRODUTIVO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
A) ECOEFICIÊNCIA DO PROCESSO PRODUTIVO E DO SERVIÇO PRESTADO SIM NÃO N.A.
12 Os processos produtivos são poluentes ou potencialmente poluidores? A
13 Ocorre a geração de resíduos perigosos durante o processamento do produto? A
14 O processo produtivo é responsável por um alto consumo de energia? A
15 A organização atende integralmente as normas relativas à saúde e segurança dos colaboradores internos e externos? A
16 Existe na empresa, um manual de segurança interna, que acompanha os processos produtivos? A
17 Existe utilização de fontes alternativas de energia elétrica? D
18 O controle de qualidade quanto a umidades, impurezas e avariados é devidamente verificado? A
19 Na etapa de pré-limpeza existe controle dos resíduos gerados? A
20 Os resíduos gerados são reaproveitados na empresa? A
21 Os resíduos são vendidos? A
22 Existe conhecimento do que as empresas compradoras fazem com os resíduos? A
23 Organização atende integralmente as normas relativas à saúde e segurança dos colaboradores internos e externos? A
24 No armazenamento existe distinção entre lotes advindos das propriedades? A
B) NÍVEL DE TECNOLOGIA UTILIZADA SIM NÃO N.A.
25 A tecnologia existente na empresa apresenta viabilidade somente para a grande escala de funcionamento? A
26 A tecnologia apresenta viabilidade em todo o processo? A
27 A tecnologia, na prestação de serviço, apresenta grau de complexidade elevado? A
28 A tecnologia, na prestação de serviço, apresenta alto índice de automação? (demanda uma baixa densidade de capital e trabalho) A
29 A tecnologia, na prestação de serviços, demanda a utilização de insumos e matérias primas perigosos? NA
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30 A tecnologia, na prestação de serviço, demanda a utilização de recursos não renováveis? A
31 A tecnologia, na prestação de serviço, é autóctone? (capaz de ser desenvolvida, mantida e aperfeiçoada com recursos próprios) A
32 A tecnologia, na prestação de serviço, apresenta uma dependência da organização em relação a algum fornecedor ou parceiro? A
C) ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SIM NÃO N.A.
33 Durante o processo de prestação de serviços existe controle da poluição? A
34 Existe um alto consumo de água na prestação dos serviços? A
35 Existe um alto consumo de água total na organização? A
36 A fonte hídrica utilizada é comunitária? A
37 Existe algum reaproveitamento de água? D
38 Há controle por parte da empresa para amenizar a poluição sonora? A
39 Os padrões legais referentes ao processo de prestação de serviços são integralmente atendidos? A
40 São gerados resíduos (líquido/sólido/gasoso) perigosos durante o processo de prestação de serviços? NA
41 A empresa possui um sistema de tratamento de seus resíduos? A
42 Existe algum tipo de reaproveitamento dos resíduos gerados? A
43 O controle de qualidade engloba normas de avaliação do impacto sobre o meio ambiente? A
44 Existe na empresa um plano de prevenção em caso de incidente grave? A
45 As normas de segurança e meio ambiente são rigorosamente respeitadas pelos funcionários? A
D) RECURSOS HUMANOS NA ORGANIZAÇÃO SIM NÃO N.A.
46 A alta administração se mostra efetivamente comprometida com a gestão ambiental? A
47 O corpo gerencial se apresenta efetivamente comprometido com a gestão ambiental? A
48 A mão de obra empregada é altamente especializada, também em contabilidade ambiental? A
49 Os colaboradores estão voltados a inovações tecnológicas? NA
50 A criatividade é um dos pontos fortes da organização e de seus colaboradores? NA
51 Existe uma política de valorização do capital intelectual? D
52 A organização oferece participação nos lucros ou outras formas de motivação aos colaboradores? A
53 Existe algum acompanhamento da área de Recursos Humanos com a Contabilidade Ambiental? A
E) DISPONIBILIDADE DE CAPITAL SIM NÃO N.A.
54 Existe capital próprio disponível para investimentos em gestão ambiental? A
55 Existem restrições cadastrais ou legais para a concessão de empréstimos para investimentos em gestão ambiental? NA
56 A empresa paga multas e indenizações por falhas operacionais, como infração à legislação ou direito de terceiros? A
57 A empresa possui bens em uso no processo de proteção, controle, preservação e recuperação ambiental? A
58 Existe aplicação financeira em projetos ambientais? A
59 A empresa acredita numa vantagem competitiva no mercado com a valorização da questão ambiental? A
CRITÉRIO 3 – INDICADORES CONTABEIS
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A) INDICADORES AMBIENTAIS DE BENS E DIREITOS E OBRIGAÇÕES SIM NÃO N.A.
60 A Empresa utiliza Balanço Social? NA
61 A Empresa apresenta resultados ambientais em notas explicativas? NA
62 A Empresa tem conhecimento da estrutura de Balanço Social? NA
63 A Empresa tem conhecimento da estrutura de Balanço Ambiental? NA
64 A Empresa tem conhecimento da indicadores ambientais? NA
65 Os estoques de insumo ambientais estão devidamente listados? A
66 A empresa possui títulos a receber CP? NA
67 A empresa possui outros créditos a receber CP? NA
68 A empresa possui títulos a receber LP? NA
69 A empresa possui outros créditos a receber LP? NA
70 A empresa possui demais elementos do ativo permanente? NA
71 A empresa possui gastos com pesquisas e desenvolvimento de tecnologias ambientais? A
72 A empresa possui passivos ambientais, relativos a empréstimos e financiamentos de investimentos na gestão ambiental CP? NA
73 A empresa possui multas e indenizações ambientais LP? NA
74 A empresa possui salários e encargos de especialistas da área ambiental CP? NA
75 A empresa possui passivos ambientais, relativos a empréstimos e financiamentos de investimentos na gestão ambiental LP? NA
76 A empresa possui multas e indenizações ambientais CP? NA
77 A empresa possui reservas para contingências de natureza ambiental? NA
78 A empresa possui bens em uso no processo de proteção, controle, preservação e recuperação ambiental? A
B) INDICADORES AMBIENTAIS DE CONTAS DE RESULTADO SIM NÃO N.A.
79 A empresa tem auferido receitas relativas a valorização do meio ambiente? D
80 Os custos de produção são superiores as receitas? A
81 Os custos de produção são inferiores a 50% das receitas? A
82 Existe consumo de recursos para controle, preservação, proteção ambiental e perda acelerada decorrente de exposição de bens à poluição? NA
83 O consumo de recursos para controle, preservação, proteção ambiental e perda acelerada decorrente de exposição de bens à poluição tem se mantido constante?
NA
84 O lucro bruto tem aumentado no último período? A
85 A empresa paga honorários de profissionais especializados? A
C) INDICADORES DE DEMONSTRAÇÃO AMBIENTAL ESPECIFICA SIM NÃO N.A.
86 Existe aquisição de estoques (parcela ainda não consumida)? A
87 Existe aquisição de imobilizados? A
88 A empresa paga insumos utilizados para redução dos impactos ambientais? NA
89 A empresa possui custos relativos a adaptação à legislação? A
90 A empresa possui gastos com divulgação na área ambiental? NA
91 A empresa possui redução de refugos? A
92 A empresa possui economia de energia elétrica? A
93 A empresa possui economia em transportes? A
94 A empresa possui economia de matérias primas? A
95 A empresa possui economia de gastos com pessoal? (saúde, improdutividade, absenteísmo, etc). A
96 A empresa possui grande quantidade de resíduo que causam impacto? NA CRITÉRIO 4 - INDICADORES GERENCIAIS SIM NÃO N.A.
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97 A organização está submetida a um a intensa fiscalização por parte dos órgãos ambientais municipais, estaduais e federais? A
98 A organização é ré em alguma ação judicial referente à poluição ambiental, acidentes ambientais e/ou indenizações trabalhistas? A
99 Já ocorreram reclamações sobre aspectos e impactos do processo produtivo por parte da comunidade? A
100 Ocorreram acidentes ou incidentes ambientais no passado? A
101 São realizados investimentos sistemáticos em proteção ambiental? A
102 A avaliação de todo o processo é realizada mensalmente? A
103 A empresa possui um Sistema de Gestão Ambiental? D
104 A empresa tem algum retorno com resíduos no processo produtivo e na prestação de serviço? A
105 Os retornos dos investimentos em meio ambiente são satisfatórios? A
106 Existe aplicação financeira em projetos ambientais? A
107 A empresa já obteve benefícios e/ou premiações pela atuação na valorização do meio ambiente? D
CRITÉRIO 5– UTILIZAÇÃO DO PRODUTO SIM NÃO N.A.
108 O produto é perigoso ou requer atenção e cuidados por parte do usuário? A
109 A utilização do produto ocasiona impacto ou risco potencial ao meio ambiente e aos seres humanos? A
110 O produto situa-se em um mercado de alta concorrência? NA
111 O produto possui substitutos no mercado ou em desenvolvimento? A CRITÉRIO 6 – UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO SIM NÃO N.A.
112 O consumidor tradicional do serviço apresenta alta consciência e nível de esclarecimento ambiental? A
113 O serviço requer atenção e cuidados por parte do usuário? A
114 A utilização do serviço ocasiona impacto ou risco potencial ao meio ambiente e aos seres humanos? A
115 Os serviços situam-se em um mercado de alta concorrência? A
116 Os serviços apresentam um mínimo necessário de embalagem? A
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ANEXOS
Figura 8: Fachada da Empresa Coleto – Unidade Nova Santa Rita/RS
Fonte: Autor
Figura 9: Caminhão de Coleta de Óleo de Cozinha usado
Fonte: Autor
Figura 10: Separação do Óleo de Cozinha usado – Parte I
Fonte: Autor
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Figura 11: Separação do Óleo de Cozinha usado – Parte II
Fonte: Autor
Figura 12: Setor de lavação das bobonas Fonte: Autor
Figura 13: Estoque das bobonas
Fonte: Autor
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Figura 14: Reservatório de água; óleo usado e resíduos Fonte: Autor
Figura 15: Coleta seletiva em diversos setores da empresa Fonte: Autor
Figura 16: Laboratório de análise da qualidade do óleo já separado dos resíduos Fonte: Autor