Presidenciais Às urnas Portugueses! · O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por...

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Portugueses também estão em campanha eleitoral 03 Presidenciais Às urnas... Portugueses! DR GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Edition nº 306 | Série II, du 19 avril 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais José Vieira é o cineasta da emigração portuguesa em França, com vários filmes, como “A fotografia rasgada” 12 José Vieira Aeronave caiu em Cascais e matou três Franceses Avioneta suíça descolou de Tires em direção de Marseille 10 La Lys. As comemorações da Batalha de La Lys vão ter lugar no dia 22. O único soldado português fusilado foi João de Almeida 08 Cabo Verde. Os serviços consulares de Cabo Verde em França estão cada vez pior e os Deputados do PAICV reclamam junto do Governo 09 Empresas. Depois da Suíça, do Luxemburgo e da Bélgica, a Parcial Finance criada por Fernando Graça instala-se em França 11 21 Futebol. Os Lusitanos de Saint Maur voltaram a empatar, desta vez contra o Dieppe e deixaram o comando do grupo B do Campeonato CFA PUB PUB

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Portugueses também estão em campanha eleitoral

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GRATUIT

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Edition nº 306 | Série II, du 19 avril 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais

José Vieira é o cineasta da emigração portuguesa em França,com vários filmes, como “A fotografia rasgada” 12

José Vieira

Aeronave caiu em Cascaise matou três FrancesesAvioneta suíça descolou de Tires em direção de Marseille 10

La Lys. As comemorações da Batalha de La Lys vão terlugar no dia 22. O únicosoldado português fusiladofoi João de Almeida

08

Cabo Verde.Os serviços consulares deCabo Verde em França estãocada vez pior e os Deputadosdo PAICV reclamam junto doGoverno

09

Empresas. Depois da Suíça, do Luxemburgo e da Bélgica, aParcial Finance criada porFernando Graça instala-seem França

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21 Futebol.Os Lusitanos de Saint Maurvoltaram a empatar, desta vezcontra o Dieppe e deixaram ocomando do grupo B doCampeonato CFA

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02 OPINIÃO

Pergunta dos leitores

Pergunta:Caro Diretor,[...] Aqui em casa lemos o LusoJornaltodas as semanas. O nosso filho trazia-o da escola e depois ficámos “depen-dentes” do vosso trabalho. Nuncativemos a oportunidade de o fazer,mas queremos dar-vos os parabénspelo excelente trabalho que fazemtodas as semanas. [...]Preocupa-nos que vários Portuguesesapoiem o Front National e não sabe-mos o que fazer para lhes dizer queestão errados. Nós não podemos ter amemória curta. E vocês, podem fazerqualquer coisa? [...]Adelina FernandesLe Vesinet

Resposta:Cara leitora,Quero agradecer-lhe as palavras quesimpatia que diz a nosso respeito.A edição desta semana é, de umacerta forma, uma resposta à sua men-sagem.Claro que o LusoJornal é neutro politi-camente. Claro que não temos ne-nhum candidato preferido. Mastambém é verdade que o LusoJornalé o jornal das Comunidades portugue-sas de França e por isso, defendemosos Portugueses de França e a nossarelação entre os dois países.Depois de analizarmos, em detalhe, oprograma da Candidata Marine LePen, percebemos que afinal ela mentequando diz que os Portugueses nãosão estrangeiros como os outros. Por-que, segundo os 144 Compromissosde campanha, os Portugueses terãoexatamente o mesmo tratamento dosdemais estrangeiros.Ousamos esperar que vai haver luci-dez por parte dos Portugueses quevão poder votar, o que, como sabe,não é o caso de todos os Portuguesesde França. Longe disso.Boa leitura.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal

Envie as suas perguntas para: [email protected]

É por demais evidente que o fenó-meno Macron é, do princípio ao fim,uma construção político-mediática,tendo a personagem em questão sur-gido do nada: desconhecido aquandoda sua entrada no Governo, como Se-cretário-geral adjunto da Presidênciaem 2012, dele saiu em 2016, comoMinistro da Economia, com um graude popularidade próximo de zero. É apartir daí que Macron, sózinho, ouMacron com a mulher, começam aser notícia na comunicação social enas capas dos tablóides. Numa delas,a fotografia do casal é acompanhadada interrogação/sugestão: um casal acaminho do Eliseu?A pretexto de dissenções com o Go-verno de François Hollande por estenão ter ido demasiado longe nas re-formas (entenda-se, no que ao caráterliberticida ou neoliberal das mesmasrespeita), a saída do jovem Ministrofoi realizada com a cumplicidade doPresidente francês do qual se desti-nava a ser, ou o Primeiro-Ministro seaquele se recandidatasse ao Eliseu,ou o sucessor no caso contrário, o queviria finalmente a acontecer. Destapersonagem pouco popular, fabricou-se assim uma virgindade política, dehomem independente, anti-sistema,nem de Direita nem de Esquerda,moderno e... revolucionário.Este retrato do candidato ao Eliseu fa-bricado pelo aparelho político-mediá-tico, em nada coincide comEmmanuel Macron, filho querido deHollande e do hollandismo e esco-lhido como seu sucessor.Alto funcionário da Administração pú-blica antes de se tornar Banqueiro denegócios, para depois se transformarem Governante, Emmanuel Macronfoi, como Secretário geral adjunto daPresidência num primeiro tempo(2012-2014) e como Ministro daEconomia num segundo tempo(2014-2016), o inspirador e instiga-dor da política económica de FrançoisHollande: desde o chamado Pacto deResponsabilidade até à célebre LeiTrabalho, passando pelo CICE (Cré-dito de Imposto para a Competitivi-dade e o Emprego) e a Lei Macron,um condensado de medidas de des-regulamentação de certos mercadosde bens e serviços, do mercado do

trabalho e da proteção social, na exatalinha das injunções de reformas es-truturais reclamadas pela OCDE, oG20, a Comissão e o Conselho Euro-peus, ou seja o Capital na sua tenta-tiva de captar mais rendas.Todas estas medidas de política eco-nómica já se traduziram (Pacto deResponsabilidade, CICE) em gigan-tescas transferências de valor do setorpúblico (Orçamento do Estado) parao privado, em benefício dos grandesgrupos económicos e das multinacio-nais; no âmbito laboral, foi consa-grado um amplo retrocesso quepoderíamos sintetizar dizendo que foidado um passo de gigante do Direitodo Trabalho para o trabalho sem direi-tos. Se em Portugal a aspiração é des-troikar o Código do Trabalho, emFrança conseguiu-se a proeza de otroikisar sem Troika.Sobre este ponto de vista, se o quin-quénio de François Hollande foi mor-tífero, foi também histórico e, isto, porduas razões.Primeiro, porque, pela primeira vez nahistória da 5ª República, um Governode maioria socialista é objeto de umatão intensa, duradoura e generalizadacontestação; a esta contestação res-pondeu contrapondo a violência ins-titucional (através da passagem emforça das leis sem voto do Parla-mento, fazendo uso do célebre artigo49.3) e do arsenal repressivo (proibi-

ção de manifestações ou mudançaconstante do seu itinerário, aparatopolicial, força utilizada contra os ma-nifestantes, detenção de ativistas...).O ponto dois é corolário do primeiro:foi durante este quinquénio que osSocialistas franceses deixaram cairpor completo a máscara debaixo daqual ainda se íam encapotando;agora, ficou patente perante toda apopulação francesa que os Socialistaspodiam fazer exatamente como a Di-reita e, até, ir mais longe do que ela,se necessário.Se François Hollande foi o Presidentemais impopular da 5ª República, foitambém e, por isso mesmo, um Pre-sidente histórico, ao assinar a sen-tença de morte do Partido Socialista.Alguns dirão que a política dos Socia-listas franceses constituiu mais umatraição a adicionar às sucessivas trai-ções do passado. Cremos poder afir-mar, com o economista e filósofofrancês Frédéric Lordon, que se trata,pelo contrário, de um ato de fideli-dade. A fidelidade ao que o PartidoSocialista francês se tornou desde asua renúncia definitiva ao Socialismo,em 1983, dois anos após a tomadade posse do Presidente François Mi-terrand. Esse ano marcou a virageminexorável do Partido Socialista, a suaconversão aos mercados financeiros eà desregulamentação, à política doFranco forte e da deflação competi-

tiva.Assim sendo, podemos dizer que ociclo de abandono do Socialismo ini-ciado por François Miterrand foi defi-nitivamente fechado por FrançoisHollande ao dar o golpe de morte aoSocialismo tal como estávamos habi-tuados a entendê-lo.O seu sucessor é o Macronismo, umatendência indefinida, nem de Direitanem de Esquerda, desideologizada,como desideologizado é o Neolibera-lismo que esconde a ideologia atrásda técnica, para reduzir as opções devida a uma só, a do ‘There is no alter-native’ da Margaret Thatcher e dosseus discipulos.Não há pois diferença de fundo entrea Direita de François Fillon e o “nemDireita nem Esquerda” de EmmanuelMacron, se excluírmos algumas ques-tões de sociedade. Do ponto de vistadas políticas económicas, elas sãoidênticas, distinguindo-se apenaspelo seu caráter brutal de austeridadeinjetada a dose de cavalo (FrançoisFillon) ou de forma gradual (Emma-nuel Macron).Se as sondagens se confirmarem -e sabemos hoje mais do que nuncao quanto elas nos devem merecercircunspeção - e se a conversão su-cessiva a Emmanuel Macron dosmastodontes do Partido Socialista- que culminou com a do ex-Pri-meiro Ministro Manuel Valls - nãoprovocar um enfraquecimento docandidato pela sua colagem pordemais evidente ao Governo deHollande, o candidato que se orgu-lha de ter sido banqueiro disputaráa segunda volta das eleições presi-denciais contra Marine Le Pen.Poderá ganhar as eleições - tal comoFrançois Fillon se este ascender aomesmo lugar - graças à chamadaFrente Republicana, ou voto útil; setal acontecer, continuaremos con-frontados com este paradoxo: o deuma sociedade que, ao escolher oque julga ser o menor mal para fazerbarragem à Extrema-Direita, elege ospreconizadores das políticas néolibe-rais que, ontem como hoje, a fazeminexoravelmente crescer; políticasque empurram para os braços da Ex-trema-Direita, a massa cada vezmaior dos excluídos que fabricam.

Macron ou o candidato do pós SocialismoOpinião de Cristina Semblano, economista, dirigente do Bloco de Esquerda

Le 19 avril 2017

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret:52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, CindyPeixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira,Jorge Campos (Lyon), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie deOliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits |Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenuede la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: avril 2017 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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POLÍTICA 03

Artistas portugueses preocupados com Extrema-Direitanas Presidenciais

Vários artistas portugueses residen-tes em França estão preocupadoscom a ameaça da Extrema-Direitanas eleições presidenciais francesas,como a atriz Maria de Medeiros, opintor e ceramista Manuel Carga-leiro, o realizador José Vieira e o ga-lerista Philippe Mendes.Maria de Medeiros, que vive entreParis e Barcelona e tem nacionali-dade portuguesa e francesa, disse àLusa que vai votar nas Presidenciaise mostrou-se “preocupadíssima”com a possibilidade de Marine LePen, candidata da Frente Nacional,vencer as eleições. “Não sei o quevamos fazer às nossas vidas se issoacontecer porque a Extrema-Direitaé a vitória do esquecimento. O dis-curso da Extrema-Direita é sempreaquela coisa ‘Vamos voltar a ser oque somos’. Mas voltar onde? É umdiscurso que não tem nenhum cabi-mento e que, na realidade, nega ahistória e a cultura dos países”, afir-mou a realizadora de “Capitães deAbril”.Maria de Medeiros considerou que“é muito necessário a Esquerda unir-se”, apontando “o que está a acon-tecer neste momento em Portugal”como “formidável” e como uma“coabitação muito civilizada e parabem dos Portugueses”.O artista Manuel Cargaleiro, que vivedesde 1957 em Paris - onde realizoupainéis de azulejos para a estação demetro Champs-Élysées-Clemenceau- também está “bastante preocu-

pado” porque foi em França que dizter aprendido a viver em democracia.“Já moro aqui há 60 anos. A Françaé o país da democracia. A França éo país que deu lições ao mundo deliberdade e vejo a situação perigosaem que nós nos encontramos. Amim a única coisa que me interessaé viver em liberdade e democracia eisso eu aprendi quando vim paraFrança porque aqui se vivia com li-berdade”, contou o artista plásticode 90 anos.O cineasta José Vieira considerou

que “as ideias do FN estão a ‘vam-pirizar’ a vida política francesa com-pletamente” e também se mostroupreocupado com a subida das inten-ções de voto em Marine Le Pen. “Seeu não estivesse preocupado comisso, era completamente incons-ciente. Estou preocupado. Porque éque as pessoas estão a votar no‘Front National’? É porque estamosem crise. A crise é económica, masagora já é identitária. O problema éque eu não vejo o fim da crise e issoé que me mete medo”, afirmou o

realizador de “Gente do Salto” e “AIlha dos Ausentes”.O realizador de 59 anos não acre-dita, ainda assim, que a líder da Ex-trema-Direita seja eleita Presidentede França e critica a “ideia de agente votar pelo menos pior”: “Tive-mos o Sarkozy e as pessoas para sedesfazerem do Sarkozy, votaram peloHollande. Agora para se desfazeremdo Hollande, vão votar por quem?” -questionou.Também Philippe Mendes, galeristafranco-português, está “muito mais

que preocupado”, afirmando-se“muito triste” com a ascensão “tãorápida” de Marine Le Pen e crendoque se está num “ponto de rutura”.“Eu acho que não é o extremismoque está a subir. Eu acho que aspessoas não vão votar por razões ex-tremistas pela Marine Le Pen. Vãovotar para eliminar os outros que jánão suportam. A política chegou aum ponto em que a crise é tão forteque os Franceses já não têm con-fiança nos homens políticos”, consi-derou.

“Preocupadissima” diz Maria de Medeiros

Por Carina Branco, Lusa

Le 19 avril 2017

Le Pen, os Portugueses e a EuropaOpinião de Paulo Pisco, Deputado (PS) pelo círculo eleitoral da Europa

Depois das vitórias do referendo naSuíça “contra a emigração emmassa”, no Reino Unido para sair daUnião Europeia e de Donald Trumpnos Estados Unidos, ninguém podeficar descansado a pensar que MarineLe Pen não tem hipótese de ganhar aspróximas eleições presidenciais emFrança. Uma vitória de Le Pen seriauma tragédia para a França, para avasta Comunidade portuguesa detodas as gerações, para a Europa e,por consequência, para o equilíbrio domundo.Tal como relativamente a outros popu-listas e nacionalistas, também o FrontNational apresenta um conjunto deideias simplistas, tanto em matériaseconómicas como sociais e, sobre-tudo, de emigração, a sua maior forçade atração. Economicamente são in-sustentáveis, como muitos especialis-tas têm referido, particularmente adefesa da saída do euro, que condu-ziria a uma brutal desvalorização dosrendimentos e dano na competitivi-dade das empresas; ou o aumento dovalor das pensões e a redução daidade para atingir a reforma. Já emtermos de emigração, as propostaschegam mesmo a ser desumanas,como o impedimento da reunificaçãofamiliar ou das expulsões em massa.Vemos hoje mais claramente como a

aventura irresponsável do referendo noReino Unido atingiu o país, agora mer-gulhado na incerteza, tenso, dividido,com uma pesada fatura económica àscostas e em sério risco de desintegra-ção. Com uma campanha muito emo-tiva assente no medo da imigração, narecuperação da soberania contraBruxelas, favorável à saída da UniãoEuropeia, a primeira vítima do Brexitacabou por ser o próprio Reino Unido,tal como certamente acontecerá coma França, se for pelo mesmo caminho.A equação é simples. Se Le Penconseguisse tirar a França da UniãoEuropeia, então todos os cidadãos co-munitários perderiam os direitos de ci-dadania que agora têm, passando aser tão estrangeiros como qualquer ci-dadão de um país terceiro. E estãonesta situação várias centenas de mil-har de Portugueses, ou seja, milharesde pais e avós que hoje têm os seusfilhos e netos com dupla nacionali-dade, criando um conflito insustentá-vel na sociedade francesa.É a pertença à União Europeia que ga-rante aos cidadãos portugueses emigualdade de circunstâncias os direi-tos de cidadania assentes na liberdadede residir, de trabalhar e de ter negó-cios, bem como de ter direitos políti-cos, designadamente a possibilidadede votarem e de serem eleitos nas

eleições municipais e para o Parla-mento Europeu. E, claro, como o FNjunta as questões de soberania com assecuritárias, regressariam as fronteirase os inerentes constrangimentos buro-cráticos para pessoas, bens e serviços.Morria a liberdade de circulação, umadas maiores aquisições civilizacionaisdo projeto europeu. Pior. A própriaUnião Europeia deixaria de fazer sen-tido sem a França.Le Pen advoga precisamente o mesmoque os “brexiteiros”, os Suíços de Ex-trema-Direita ou os trumpistas, que é“a França e os Franceses primeiro”,sem se preocuparem com as conse-quências económicas e sociais, nemcom a destruição do projeto europeu,que nasceu da morte e das ruínas dasegunda guerra mundial. É terrívelque quem hoje defende o fim daUnião Europeia se tenha esquecidoque ela foi criada precisamente paraque não voltasse a haver guerras noContinente e para que os povos pu-dessem viver e prosperar em paz e co-operação.Portanto, é paradoxal e incompreensí-vel que haja muitos Portugueses ou ci-dadãos de origem portuguesa emFrança que aderem ao FN, que façamparte das suas listas municipais, quedefendam as suas ideias. Parecemesmo que a proximidade do FN aos

Portugueses tem servido de cortina defumo para fazerem crer que o Partidonão tem nada contra os Europeus co-munitários, para o que contribuiu aprojeção que tem o facto dos mem-bros do FN terem como a sua “can-tina” um restaurante portuguêsmesmo frente à sua sede, em Nan-terre.Como dizia recentemente o historiadorisraelita Zeev Sternhell, a verdade éque o FN está pouco preocupado comos direitos fundamentais dos cida-dãos. Está é preocupado com os direi-tos dos Franceses e principalmentedos de linhagem, daqueles que serevêm nos mitos de resistência e pa-triotismo criados em torno de figurascomo Vercingétorix, Joana D’Arc, o reiClovis ou Napoleão.As ideias da direita extremista estãobem enraizadas em França, mesmoque ao longo da história apenas ten-ham sido seguidas por minorias, comdiferentes manifestações mais oumenos expressivas em diversos perío-dos do século XX. Mas a sua estruturaideológica está consolidada e numtempo de acelerada transformaçãoeconómica global e de desconfiançaem relação à política e às instituições,o nacionalismo que a sustenta emergefacilmente para dar conforto a todosos deserdados da sorte, aos que per-

deram os empregos e rendimentos ouse sentem inseguros por causa da pre-sença de estrangeiros ou da ameaçaterrorista. O extremismo fraturante deLe Pen pai surge agora embrulhadoem respeitabilidade pela filha Marine.Os líderes da Extrema-Direita são tam-bém eles paradoxais. Nascidos daselites, contestam as elites políticas eeconómicas em nome de um povo doqual sempre estiveram separados, ju-rando a sua proteção num mundo fe-chado e conservador. Querem oregresso das fronteiras, da segurançacontra os estrangeiros e dos valoresmorais algures entre a pátria e a reli-gião. Não hesitam em pôr as pessoasque vivem numa mesma sociedadeumas contra as outras, criando assimos bodes expiatórios de que precisampara mobilizar os seus aderentes,puxando pelos seus instintos mais bá-sicos.Numa palavra, seria muito importanteque os Portugueses em França não sedeixassem iludir com a raposa que éo FN que se esconde por debaixo dapele de cordeiro e que se lembrassemque quem melhor os pode proteger éuma União Europeia forte, aberta, de-mocrática e defensora dos direitos doscidadãos, na recusa do racismo, daxenofobia e dos atentados aos direitosfundamentais.

Atriz Maria de Medeiros

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04 POLÍTICA

Os Portugueses não podem votar em Marine Le Pen

Os Portugueses de França (pelosmenos os bi-nacionais que têm direitoa voto) e os seus descendentes nãopodem votar em Marine Le Pen.Desde logo pela ideologia que defende.O FN é um Partido de Estrema-Direitae Portugal conhece muito bem o quefaz a Estrema-Direita no poder.Durante os anos 50, 60 e 70, milharesde Portugueses tiveram de emigrarpara França quando precisamente Por-tugal estava governado pela Estrema-Direita de Salazar. Alguns vieram porrazões políticas, mas a maior partefugiu à miséria do país, ao isolamento,à Guerra colonial. E mesmo para sairdo país, tiveram de fugir, tiveram depassar aa fronteira a salto, porque Sa-lazar nem os deixava sair do país. Apli-cava a Portugal o famoso lema do“Orgulhosamente sós” que, no fundo,é aquilo que quer aplicar à França aCandidata Marine Le Pen.Os Portugueses sabem bem o que é aExtrema-Direita. Melhor do que osFranceses.Mas outra das razões pela qual os Por-tugueses e os seus descendentes nãopodem votar por Marine Le Pen, é peloseu Programa eleitoral.Marine Le Pen tem dito que gosta dosPortugueses. É verdade! Tem dito quegosta de Bacalhau e que os Portugue-ses são trabalhadores. E depois? Issochega para voltar nela?Logo no seu primeiro compromisso decampanha diz que quer tirar a Françada União Europeia e do Euro. Isto re-presenta muito mais do que termos devoltar a apresentar o passaporte nafronteira. Representa muito mais doque termos de voltar a viajar com doisporta-moedas por deixarmos de ter amoeda única. Representa muito maisdo que isso. Representa que vamosvoltar a ser estrangeiros em Françacomo qualquer outro estrangeiro.

Afinal as cantiguinhas bonitas de quesomos “melhores emigrantes” do queos “outros” é para inglês ver. Porqueseremos estrangeiros como qualqueroutro. Deixaremos de poder votar naseleições municipais franceses e deixa-remos de poder ser eleitos, como qual-quer estrangeiro.No 21° Compromisso de campanha,Marine Le Pen é clara: os estrangeiroscriminosos ou delinquentes em Françasão expulsos. Portugueses ou não. E o24° Compromisso é clarissimo: resta-belecer as fronteiras do país. Nem háPortugueses, nem meio-Portugueses.Haverá os Franceses e os estrangeiros.E quem pretender naturalizar-se vai verque será bem mais difícil. Pelo menosé o 25° Compromisso de Marine LePen e ela prometeu cumprir com rigoros 144 Compromissos do seu pro-grama eleitoral.A Candidata do Front National quer re-duzir a emigração ao ponto de suprimiro automatismo do reagrupamento fa-miliar para todos os estrangeiros (Com-promisso n° 26), e nós seremos

estrangeiros como os outros.Aliás, contrariamente ao que aconteceagora, os nossos filhos que nasceremem França não serão Franceses. SerãoPortugueses, porque Marine Le Penquer suprimir o “Direito do Solo”. É oCompromisso n° 27. Atualmente, os fi-lhos dos Portugueses que nasceremem Portugal, são automaticamenteFranceses. Deixarão de o ser.Por detrás do Compromisso n° 37,com o “verdadeiro patriotismo econó-mico”, as empresas portuguesas quevêm trabalhar em França vão deixar deo poder fazer. Aliás, Marine Le Pen vaimais longe do que a atual “CláusulaMolière” que tem dado tanto que falarpor obrigar os trabalhadores destaca-dos a falar francês. Marine Le Pen su-prime definitivamente a possibilidadedas empresas enviarem “trabalhadoresdestacados” para França (Compro-misso n° 38), sem aliás se importar dofacto de muitas empresas Francesasenviarem trabalhadores destacadospara trabalharem no estrangeiro. Quan-tos trabalhadores, por exemplo da Peu-

geot, são enviados para trabalhar emPortugal sem falarem português?O 55° Compromisso também é muitoclaro em relação aos Portugueses quetêm filhos em França. Todos os incen-tivos natalícios só se aplicarão aosFranceses. Os Portugueses serão poisestrangeiros como os outros. Mas estadiscriminação aplica-se também aossubsídios de terceira idade (o ASPA)que se aplicará unicamente aos Fran-ceses (58° Compromisso), passando aser os muitos Portugueses reformadosresidentes em França, tratados deforma diferenciada, como estrangeiros.No 65° Compromisso, Marine Le Penreserva a Segurança Social aos Fran-ceses.Marine Le Pen quer instaurar na Cons-tituição Francesa o estatuto de “cida-dania francesa previlegiada” (92°Compromisso). Os Franceses terão di-reitos que os Portugueses de Françanão terão. E no Compromisso n° 95 dizque não aceita “nenhuma Comuni-dade”. Podemos deduzir daqui que ocaminho fica aberto às Leis vigentes

antes de 1981, como por exemploproibir aos estrangeiros de criar e dirigirassociações, de serem empresários eeventualmente proibir a existênciamesmo de órgãos de comunicação so-cial como este jornal.No 96° Compromisso Marine Le Pendiz defender a língua francesa ao pontode eliminar o ensino das línguas Elco(Compromisso 101), como era ensi-nado até aqui a língua portuguesa.No Compromisso n° 142, Marine LePen diz que a atribuição de aloja-mentos HLM vai ser reservada aosFranceses.Em nenhum dos Compromissos estámarcado que haverá duas categoriasde estrangeiros. Em nenhum dos Com-promissos diz que os Portugueses terãoum tratamento diferenciado dos ou-tros. Em nenhum dos artigos MarineLe Pen tece comentários sobre as Co-munidades “europeias” em França.Toda a gente passará a ser estrangeirae o Compromisso n° 98 é muito claroao afirmar que a República francesavai promover a “assimilação” e não a“integração”.Isto quer dizer que aquilo que os Por-tugueses sempre conseguiram fazer -amar os dois países, estarem integra-dos em França, continuando a gostarde Portugal - deixa de ser possível aosolhos de candidata do FN.Em suma: quando Marine Le Pen dizque nós somos os “bons emigrantes”e “os outros” são “os maus emigran-tes” está a deitar-nos areia para osolhos. Porque no Programa eleitoralque está a apresentar aos Franceses,está bem claro que nós passaremos aser estrangeiros e como não seremosFranceses, aplicar-se-ão a nós, as mes-mas políticas que se aplicarão aos ou-tros estrangeiros. Bons ou mais.E não temos nenhuma razão que nosdeixe pensar que a Candidata do FrontNational não cumpra os seus 144Compromissos.

A Candidata do Front National mente aos Portugueses

Por Carlos Pereira

Le 19 avril 2017

Indecisão e desânimo com a política na reta final de campanha

A uma semana da primeira volta daseleições presidenciais em França, a23 de abril, muitos eleitores mos-tram-se indecisos e desanimadoscom a política durante ações decampanha dos diferentes Partidos.No “Marché de la place”, em Gen-tilly, junto a Paris, ouvem-se falar vá-rias línguas e há legumes e frutaspara todos os gostos desde o funchoao alho francês, couves e grelos por-tugueses na barraca de AméricoMaurício que não se recenseou paraestas eleições por “falta de tempo”e porque “a política aqui é umagrande vergonha”.“Bem, se eu votasse seria pelo Mé-lenchon porque ele apoia os empre-gados”, disse à Lusa o feirantefranco-português, há 40 anos emFrança, enquanto o filho, Mathieu,de 19 anos, afirmou ir votar Emma-nuel Macron porque estudou econo-mia e acha que “ele tem audácia e

o que quer fazer é bom”.Num dos acessos à feira, são distri-buídos panfletos de François Fillon,candidato de Os Republicanos, euns metros adiante militantes de AFrança Insubmissa entregam o pro-grama de Jean-Luc Mélenchon, massão muitos os eleitores que aindanão sabem em quem vão votar nasPresidenciais, como Keraz Rachid,vendedor de ténis que deixou “deacreditar na política”.“Eles estão lá todos pelos tachos.Ainda não decidi porque todos oscandidatos são uns trapaceiros. Ti-rando um ou dois, roubam todos etêm imensos privilégios. Ainda estouindeciso se votarei Hamon ou Mélen-chon ou se não voto. São os únicosde que não se fala de corrupção”,afirmou o feirante de 54 anos.Cliente habitual da feira, Catia Os-sian, de 62 anos, disse estar farta deouvir os governantes “a pedir sacri-fícios ao povo quando há políticosque se servem diretamente do di-

nheiro público” e lamentou que “omundo político esteja totalmentedesligado da realidade”.“É escândalo atrás de escândalo edepois dizem-nos que temos deapertar o cinto. Eles vivem noutroplaneta com os seus privilégios. Porisso, vou votar Mélenchon mas achoque vamos ser governados por umacoligação”, indicou a francesa.Algumas ruas depois, ao lado deuma pastelaria portuguesa, o restau-rante franco-português Lieutadesserve arroz de cabidela a uma clien-tela maioritariamente lusa, em quea política francesa é um tema indi-gesto para alguns. “Vou votar peloFillon porque a Le Pen é contra asminhas ideias e Macron não tem ca-pacidade para gerir o Estado francês.Mas também não era Fillon que euqueria votar. Acho que não há ne-nhum atualmente que seja capaz deendireitar a França. É pena”, afir-mou Fernando Moreira, de 62 anos,que vive há 52 em França.

Caso Marine Le Pen seja eleita Pre-sidente, o franco-português diz quesó há um remédio: “Botá-la lá parafora e acabou! Bloqueia-se Paris,bloqueia-se as estradas ou não sepagam os impostos. Senão, vamospara Portugal!”Opinião contrária tem José Gomes,oriundo de Ponte da Barca e há 20anos em França, que não vai votarpor não ter nacionalidade francesamas se o fizesse seria pela candidatada Extrema-Direita que ele considera“a única capaz de endireitar aFrança”.“A França foi toda a vida comandadapelos alemães e precisa de um Pre-sidente para que não mandem nela.Um homem mau como o Trump. AMarine Le Pen é a única, os outrossão todos uns garotecos. E não, elanão é contra os imigrantes portugue-ses porque os Portugueses são osque mais trabalham em França e elanão é contra quem trabalha. Euestou cheio de pagar para quem não

trabalha”, afirmou o português de47 anos.Didier Caramalho, de 19 anos, vaivotar em branco porque “é impor-tante participar no debate político eeleitoral mas nenhum dos candida-tos” corresponde às suas expetati-vas. “Não dou o meu voto aninguém. Eu sou um homem de es-querda. A Direita de Fillon e a Ex-trema-Direita de Marine Le Pen nãome interessam. Fui votar nas primá-rias da Esquerda e não votei porHamon porque não tem a estatura eo carisma para ser Presidente. O Mé-lenchon é Extrema-Esquerda e já sa-bemos o que dão os extremos nopoder como o Tsipras na Grécia”,afirmou o estudante.O lusodescendente, residente emParis, também pensa votar embranco na segunda volta porque nãoquer votar “por eliminação” e quergarantir “a legitimidade de ir para arua protestar” se estiver contra ocandidato eleito.

Portugueses estão divididos

Por Carina Branco, Lusa

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Antiga candidata portuguesa do FN espera vitória de Le Pen

A candidata às eleições distritais de2015 pelo FN, Hermínia Domin-gues, espera que Marine Le Penvença as Presidenciais francesaspara “ajudar quem vive emFrança”.“A Frente Nacional interessa-sepelos que vivem em França. Porexemplo, aqui não se ajuda ossem-abrigo mas ajuda-se os quevêm de fora e que nunca deramnada à França”, criticou, em de-clarações à Lusa, a assistente deeducação que vive na região deParis.Hermínia Domingues, que aos 12anos chegou a França oriunda deMelgaço, argumentou que viveneste país e, por isso, “em pri-meiro lugar deve estar a França”,recordando que foi “muito bemacolhida no FN” depois de ter ex-plicado “de onde vinha” e argu-mentando que os Portugueses“estão muito bem integrados”.“Espero que ela ganhe porque seela não passar, deixaremos deestar em casa. Teremos de nosadaptar à lei dos outros. As fron-teiras estão abertas, passa-se deum país para outro sem problemae quando houve atentados elespuderam viajar sem problemas”,afirmou a franco-portuguesa de 45anos.Para Hermínia Domingues, “aFrança está muito mal”, com“cada vez mais desemprego”, em-presas que se instalam no estran-geiro e um “laxismo total najustiça”.“As medidas principais do FN sãoajudar as pessoas em França, aju-dar as pessoas idosas e as pes-soas com deficiência, fechar asfronteiras. Há também medidaseconómicas para evitar a desloca-lização das empresas visto que jánão temos indústria porque fugiupara o estrangeiro. Depois, é sairda Europa que é uma grande fal-catrua”, enumerou.O marido, David Domingues, temandado a fazer campanha para asPresidenciais, através da distribui-ção de panfletos nas caixas decorreio e considerou que há“100% de hipóteses” que MarineLe Pen se apure para a segundavolta, ainda que esteja mais céticosobre a possibilidade de ela ga-nhar as Presidenciais. “Há pratica-mente 100% de hipóteses paraque Marine Le Pen vá à segundavolta. Depois, se for como das ou-tras vezes, toda a gente vai-se pôrcontra a Frente Nacional... Há 40anos que as coisas estão mal e aspessoas votam sempre a mesmacoisa”, criticou.

POLÍTICA 05

lusojornal.com

“Cada vez há mais insubmissos” a apoiarJean-Luc Mélenchon em França

A Deputada municipal em Gentilly(94), Cristina Semblano tem feitocampanha por Jean-Luc Mélenchon,candidato do movimento “A FrançaInsubmissa” às eleições presiden-ciais, e acredita que “cada vez hámais insubmissos” em França. “Cadavez mais pessoas se reconhecem noprograma dele. Cada vez há mais in-submissos. Insubmissos em relação àsituação atual, insubmissos em rela-ção a esta França que tem tantos de-sempregados, que tem tanto trabalhoprecário, que tem tanta guerra entreas populações, que opõe os francesesque são de origem gaulesa aos filhosde emigrantes”, afirmou CristinaSemblano.A economista sublinhou estar “con-vencida que cada vez há mais pes-soas que não se reconhecem nestaFrança em guerra civil” que opõe “osjovens aos mais idosos, os jovensentre eles” e que “é agudizada” peloestado de emergência e pela políticaexterna do Governo francês que, nasua opinião, “favoreceu o terrorismo”porque “ao armar a oposição a Assadfoi na realidade armar muitos militan-tes de Daesh”.Em dia de feira perto da Mairie de

Gentilly, Cristina Semblano juntou-seaos colegas para distribuir panfletosde Jean-Luc Mélenchon e tentar con-vencer os indecisos numa altura emque há sondagens a apontar o candi-dato da esquerda radical como o ter-ceiro homem da primeira volta dasPresidenciais em França. “Eu apoio oMélenchon porque acho que o Mélen-chon é o único candidato que é sus-cetível de mudar a política francesa.É o único candidato que é suscetívelde pôr fim à monarquia presidencial,é o único candidato que vai aprofun-dar a democracia, nomeadamentepondo fim aos privilégios da casta”,considerou a economista de 61 anosque chegou a França com 16 anos.Cristina Semblano vincou que o pro-grama de Mélenchon pretende “fazerface ao desastre social patente numpaís que é extremamente rico”, apon-tando que “França é um dos paísesmais ricos do mundo e que essa ri-queza coabita com seis milhões dedesempregados, nove milhões de po-bres e 25% dos jovens entre os 18 eos 24 anos que estão no desem-prego”.A Deputada municipal defendeu tam-bém um programa que pretende “areconversão ecológica da economia”e a proposta de uma “assembleia

constituinte onde vão ser os cidadãosa redigir a próxima Constituição deFrança”.Cristina Semblano vai presidir umamesa de voto em Gentilly na primeiravolta, a 23 de abril, e, ainda que nãopossa votar por não ter nacionalidadefrancesa, não vai apoiar ninguém seMélenchon não for apurado para a se-gunda volta. “Eu estou farta das fren-tes ditas republicanas, estou farta daspessoas canalizarem o seu voto parao candidato que poderá fazer frente àExtrema-Direita. Nos últimos anos,temos verificado que ao votar poraquilo que julgam ser o menor mal,as populações estão a eleger aquelescujas políticas favorecem o cresci-mento inexorável da Extrema-Direita”,considerou.Para a economista, François Fillon,candidato de “Os Republicanos”, eEmmanuel Macron, do movimento“Em Marcha!”, apresentam políticaseconómicas que são “exatamente asmesmas”, mas “a dose brutal de aus-teridade que preconizam será injetadade uma só vez pelo François Fillon” e“de forma gradual pelo Macron”.Cristina Semblano lembrou que Fran-çois Fillon foi constituído arguido poralegado desvio de dinheiro público eapropriação indevida de fundos, la-

mentando não só “os empregos su-postos fictícios da mulher e dos fi-lhos” como “as prendas de fatosluxuosos, de relógios” e “a própriaempresa de conselho que ele criouonde há conflitos de interesses”.A portuguesa apontou, ainda, queMarine Le Pen, candidata da FrenteNacional (FN), “se diz contra a Eu-ropa mas usa as instituições euro-peias para desviar fundos daEuropa”, em referência à investiga-ção sobre funcionários do FN emParis pagos como assessores do Par-lamento Europeu em Strasbourg eBruxelas.Cristina Semblano também criticouEmmanuel Macron, que chamoude “filho querido de Hollande e dohollandismo”, que “vai prosseguiras políticas neoliberais de FrançoisHollande” e que, no seu entender,“também não está completamentelimpo”, lembrando o alegado favo-recimento empresarial do antigoMinistro da Economia na organiza-ção de uma viagem a Las Vegas em2016 “onde gastou 300.000 eurosde fundos públicos”.Cristina Semblano é dirigente doBloco de Esquerda (BE) e membro doSecretariado do BE Europa e BEFrança.

Por Carina Branco, Lusa

Apoiantes de Benoît Hamon à conquistados indecisos

Entre os apoiantes do socialista BenoîtHamon, a esperança de ver o candi-dato apurado para a segunda volta daseleições presidenciais francesas residena conquista do voto dos indecisos emações de campanha “porta-a-porta” enas feiras.Ao longo das últimas quatro semanas,“todos os dias”, das 18h00 às 20h00,Nuno Martins e outros voluntários so-cialistas têm ido bater diretamente àporta dos eleitores na cidade de Noisy-le-Grand, nos arredores de Paris. “Bon-jour! Somos militantes benévolos daequipa de Benoît Hamon e estamos afalar com os residentes do bairro sobreas eleições. Pode abrir-nos a porta sefaz favor?”, lançou o franco-portuguêsnum dos prédios do bairro Pavé-Neuf.Nesta cidade de 64 mil habitantes,onde Nuno Martins já foi Deputadomunicipal, as portas nem sempre seabrem mas quando se abrem ele e oscolegas de campanha não deixam es-capar a brecha para tentar convenceras pessoas, em poucos minutos, paravotarem Benoît Hamon. “O nosso ob-jetivo no ‘porta-a-porta’ é ir buscar osindecisos aqui em França. Como háum grande potencial de entre 30 a 35por cento das pessoas, é aí que deve-mos ir buscar as pessoas para ir votarBenoît Hamon”, explicou à Lusa o téc-nico mecânico, acrescentando que,num mês, ele e os outros voluntáriosbateram em “mais de 1.200 portas”em Noisy-le-Grand.

Com a porta entreaberta, SimagaFatou, de 20 anos, disse estar “inde-cisa” mas indicou que vai votar à Es-querda e que prefere Mélenchonporque “num dos debates na televisãodeixou todos K.O.”, ao que Nuno Mar-tins replicou que “um Presidente nãoé apenas um bom orador, tem de terum bom projeto construído”.Ibrahima Wagné, dirigente associativoconhecido no bairro, também aindanão se decidiu, mas Nuno Martins per-guntou-lhe se “o coração não batemais à Esquerda” e ele admitiu quesim, ainda que “a coisa esteja com-plexa” entre um “Mélenchon umpouco utópico” e um “Hamon com os

pés assentes na terra”.Apesar das sondagens deixarem Be-noît Hamon longe dos favoritos, NunoMartins acredita que o candidatoeleito nas primárias socialistas podepassar à segunda volta e justifica queHamon tem o programa “mais rea-lista e que quer mesmo mudar a so-ciedade francesa”.“O projeto que ele tem não é só umaou duas ou três, quatro ideias. Sãoideias globais. Quando ele fala deecologia, não é para fazer só menospoluição, é também para criar empre-gos. É um ciclo, é um projeto global”,defendeu o também representante doSindicato dos transportes de Paris

CGT-RATP.Nuno Martins elencou, ainda, comooutras medidas importantes “o reco-nhecimento do voto branco, o rendi-mento universal e o reconhecimentodo voto dos imigrantes de fora daUnião Europeia”, não sabendo, por en-quanto, o que fará na segunda volta seHamon não for apurado.Hermano Sanches Ruivo, Conselheirode Paris, também tem feito campanhapor Benoît Hamon junto dos Parisien-ses através da distribuição de panfletosnas feiras e nas saídas do metropoli-tano, tendo organizado a viagem docandidato a Portugal em janeiro.O autarca franco-português lamenta“profundamente” que não tenha ha-vido uma “união à Esquerda” entreBenoît Hamon e Jean-Luc Mélenchon,o candidato de “A França Insub-missa”, e “sem união” não vê “comoo candidato da Esquerda pode estar nasegunda volta”.“Penso que vai ser muito difícil Be-noît Hamon passar à segunda volta.Na situação atual da política fran-cesa, se houvesse uma união à Es-querda, o candidato da união estariapraticamente na segunda volta. QueMélenchon esteja ou não na frente,infelizmente os dois correm o riscode ficar para trás”, considerou. Porisso, sem a união da Esquerda, Her-mano Sanches Ruivo argumentouque “claramente os indecisos podemfazer a diferença” mas que são “vá-rios os candidatos que podem bene-ficiar” desse voto.

Nuno Martins faz “porta-a-porta” em Noisy-le-Sec

Por Carina Branco, Lusa

Cristina Semblano, Conselheira municipal em Gentilly

Le 19 avril 2017

Por Carina Branco, Lusa

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Nuno Martins faz campanha por Hamon

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06 POLÍTICA

Paulo Marques é Presidente do “Comité de SoutienLes Portugais avec François Fillon”

Há vozes portuguesas “a bater ter-reno” desde janeiro para ajudar o can-didato da Direita, François Fillon, nacampanha para as eleições presiden-ciais, disse à Lusa Paulo Marques,Conselheiro municipal em Aulnay-sous-Bois (93), nos arredores deParis.“Há iniciativas todos os dias nas fei-ras, duas vezes por semana distribuí-mos o programa nas caixas de correio,há encontros com os cidadãos. Hátambém iniciativas portuguesas emque os apoiantes de François Fillonvão ter com o movimento associativo,algumas organizações lusófonas, em-presas e restaurantes. Desde janeiroestivemos a bater terreno”, explicou oautarca.Paulo Marques é Presidente do “Co-mité de Soutien Les Portugais avecFrançois Fillon” que junta cerca deuma centena de pessoas de origemportuguesa em França, incluindo au-tarcas, que “fazem o retorno sobre a

campanha local” que se quer “focadano programa do candidato” do partidoOs Republicanos.Apesar de a campanha ter sido mar-cada por diversas revelações nos jor-nais franceses sobre alegadosempregos fictícios da esposa e dos fi-lhos do candidato - com Fillon a serconstituído arguido por alegado desviode dinheiro público e apropriação in-devida de fundos - Paulo Marquesacredita no apuramento do candidatopara a segunda volta e nem equacionaoutra possibilidade de voto em casode derrota. “Ele vai passar à segundavolta. As sondagens já o tinham apon-tado como terceiro nas primárias dosRepublicanos. A indecisão à primeiravolta, nomeadamente pró-Macron étão imensa que é muito provável queFrançois Fillon esteja à segundavolta”, afirmou o franco-português de47 anos.Paulo Marques acrescentou que o an-tigo Primeiro-Ministro “será muitoprovavelmente o único que terá umamaioria na Assembleia da República

francesa” nas eleições legislativas dejunho e considerou-o como “a pessoamais preparada para conseguir dar

resposta ao próximo mandato de cincoanos”.“Em França, a situação socioeconó-

mica é um caos. A taxa de desem-prego disparou nos últimos cincoanos. Se não houver emprego, não hápaz social. Segundo, é essencial quehaja sinais fortes de segurança emFrança e que haja um apoio pelo can-didato François Fillon, futuro Presi-dente da República, para dar meiosaos autarcas para poderem imple-mentar uma política de segurançamuito próxima do cidadão”, conside-rou.Paulo Marques sublinhou que “no ter-reno todos os dias verifica-se que hásinais muito claros sobre a indecisãodo voto” e afirmou crer que “no mo-mento de escolher, os indecisos” nãovão votar Emmanuel Macron, antigoMinistro socialista da Economia, “oholograma de François Hollande”.O autarca franco-português adiantounão acreditar que Marine Le Penpossa vencer as Presidenciais porqueainda que tenha “um discurso quepossa iludir e agradar alguns”, é“vazio, contraditório” e “o programaeconómico não é viável”.

Vozes portuguesas em campanha por François Fillon

Por Carina Branco, Lusa

Le 19 avril 2017

Conselheira municipal lusodescendenteapoia Macron em nome da “exemplaridade”

A lusodescendente Adeline Roldão-Martins, Conselheira municipal nacidade de Survilliers (95), nos arre-dores de Paris, decidiu apoiar Em-manuel Macron nas eleiçõespresidenciais de 23 de abril e 7 demaio por uma questão de “exempla-ridade” na política.Adeline Roldão-Martins é candidataàs eleições legislativas francesas de11 e 18 de junho pelo partido Uniãodos Democratas e Independentes(UDI) e ainda que este partido apoieo candidato da Direita, François Fil-lon, para as Presidenciais, ela pre-feriu apontar o seu voto para oantigo Ministro da Economia do Go-

verno socialista. “Decidi apoiar Em-manuel Macron no início do ano porcausa do que aconteceu em tornode François Fillon. O Partido UDIapoia o François Fillon, mas não é aminha conceção da política. Aminha conceção da política é, emprimeiro lugar, ser exemplar”, disseà Lusa a lusodescendente de 34anos.Adeline Roldão-Martins elencoucomo principais medidas de Macrona “exemplaridade e a moralizaçãoda vida política”, “a sua conceçãoda laicidade” e “a política para aeducação”, sublinhando que “umaboa decisão não é de Direita nem deEsquerda” e que “é ao reunir ascompetências que se avança”.

A gerente de uma empresa no aero-porto de Charles de Gaulle, emParis, considerou que “a situaçãosocial em França” é como “uma pa-nela no fogão” em que “as pessoasestão umas contra as outras” e que“esta campanha presidencial é de-plorável”.“As questões de fundo foram muitopouco tratadas. Quando se quer ace-der a altas funções, sejam presiden-ciais ou locais, temos de serexemplares. É uma campanha àimagem dos políticos ao nível nacio-nal”, afirmou a autarca em referên-cia às polémicas que marcaram acampanha presidencial, com Fran-çois Fillon a ser constituído arguidopor alegado desvio de dinheiro pú-

blico e apropriação indevida de fun-dos.Considerando que “nada estáganho” e que “hoje as pessoas estãoindecisas”, Adeline Roldão-Martinsindicou que se Macron não passar àsegunda volta vai votar “no candi-dato republicano e não em MarineLe Pen”, candidata da Extrema-Di-reita.A lusodescendente, que nasceu emToulouse e tem raízes familiares noPinhal Novo, no concelho de Pal-mela, não acredita que Marine LePen vença estas Presidenciais por-que “à segunda volta costuma haverum sobressalto democrático e repu-blicano” mas teme pelas Presiden-ciais de 2022.

“A Marine Le Pen mete-me medoporque hoje atinge uma geração quenão alcançava antes quando havia opeso do pai. Mas hoje, ao nível dosjovens, ela tem um discurso polido,readaptado e rejuvenescido. Houveuma certa anti-diabolização daFrente Nacional. Este eleitoradojovem ainda não é significativo paraque ela vença. Quanto a 2022, eunão diria a mesma coisa”, afirmou.Adeline Roldão-Martins disse, ainda,que o combate à Extrema-Direitapassa por “mostrar valores humanis-tas e explicar a história”, assim como“responder aos problemas das pes-soas que veem o seu quotidiano de-gradar-se” e optam por “um voto decontestação”.

Por Carina Branco, Lusa

O peso dos Portugueses nas Eleições francesasOpinião de Marco Martins, Jornalista

No próximo dia 23 de abril, os Fran-ceses vão votar para escolher o novoPresidente da República, o candi-dato que vai substituir François Hol-lande. Nesse lote de candidatos, doisfavoritos, Emmanuel Macron, inde-pendente, e Marine Le Pen, Extrema-Direita. Os Partidos que têm vencidoas eleições, o Partido Socialista e osRepublicanos parecem definitiva-mente fora da corrida à vitória. TantoBenoît Hamon da Esquerda, comoFrançois Fillon da Direita parecemnão terem hipóteses frente aos doisprimeiros. A surpresa poderá até virde Jean-Luc Mélenchon, candidatoda Extrema-Esquerda, que tem vindoa aproximar-se de maneira inespe-rada dos dois líderes.Campanha indecisa, escândalos, de-bates… e intervenção dos meios de

comunicação portugueses. Um poucopor todo o mundo, os diferentesmeios de comunicação interessam-seàs eleições francesas sobretudo coma expectativa de ver o país dos Direi-tos Humanos passar a ser um país li-derado pela Extrema-Direita, quequer recolocar em funcionamento asfronteiras, limitar o número de estran-geiros no território gaulês, sair daUnião Europeia e até sair da moedaúnica, o Euro. Temos os meios de co-municação que estão na expectativa,e aqueles que decidem avançar comapostas.A aposta dos meios de comunicaçãoportugueses tem sido a Marine LePen.Um título deixou-me perplexo quantoao verdadeiro papel de um jornalista:“O feitiço Marine Le Pen conquistou

os Portugueses”. Isto não é um títulodo Correio da Manhã mas da RádioRenascença. Um título sem sentido,porque quem são os Portugueses?Um Português se é Português peloBilhete de Identidade e não tem oBilhete de Identidade francês, nãopode votar. Então que interesse tema Marine Le Pen de conquistar estaspessoas? Nenhuma. E eu que souunicamente Português, não meconquistou. Então quem são essesPortugueses? Talvez os franco-portu-gueses e os lusodescendentes? Sim,claro que só podem ser eles os visa-dos porque eles podem votar. Agoraafirmar de forma categórica que elesvão votar pela Marine Le Pen, nãotenho a certeza, pois à minha volta hámuita indecisão e muitos pensam emvotar mais à Esquerda. É esta a diver-

sidade de uma eleição.Já vejo alguns dizerem, “mas é só umtítulo”. O problema é que segundo asestatísticas, muitos internautas ape-nas vão ler os títulos na internet e nasredes sociais, porque admito naminha análise que o artigo até estábem redigido com uma parte a favore uma parte contra Marine Le Pen.Não gosto muito é esta maneira defazer títulos para chamar a atençãodas pessoas. Quem também foi nessetema, foi o Expresso. O título destavez é “Simplesmente Marine”, que édescrita como tendo uma relação pri-vilegiada com os Portugueses deFrança porque ela soube valorizá-los,designando os Portugueses como osmelhores imigrantes. Eu chamo issode discurso político.Um Partido de Extrema-Direita terá

sempre como inimigo a imigração. Eunão posso votar, sou Português, mashá muitas pessoas que esqueceramos anos 70-80 em que vieram para aFrança de maneira clandestina eagora têm a sorte de poder verfilhos(as), irmãos(ãs), sobrinhos(as),ou primos(as), entrarem como que-rem em França, graças ao espaçoSchengen para trabalharem aqui. Aspessoas esqueceram que até hoje emdia, há uma forte imigração portu-guesa. Votar por um candidato não ésó votar pela personalidade, mas simpelas ideias que ele tem e isso sópodem saber se vão ler os programas.No dia 23 de abril, espero que aspessoas vão votar, com a alma, aconsciência e sobretudo a responsa-bilidade que vão ter no resultadofinal.

Paulo Marques faz campanha por Fillon

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Comemoraçõesda Batalha deLa Lys no dia22 de abril

As cerimónias comemorativas do99° aniversário da Batalha de LaLys vão ter lugar, este ano, no sá-bado, dia 22 de abril.A Batalha de La Lys foi a maiorderrota militar portuguesa depoisde Alcacer Quibir. Teve lugar nodia 9 de abril de 1918, com as for-ças alemãs a atacar o setor portu-guês da frente das tropas aliadasna Flandres francesa.“A Embaixada de Portugal emParis vai uma vez mais promoveras cerimónias evocativas do ani-versário da Batalha de La Lys, pro-curando reunir Portugueses eFranceses num ato revestido degrande simbolismo, com o objetivode prestar a justa homenagem atodos quantos participaram na IGuerra Mundial e, em particular,aos militares do Corpo Expedicio-nário Português (CEP) que derama sua vida fora das fronteiras,combatendo em França ao ladodos aliados durante o conflito” dizuma carta enviada ao LusoJornalpelo Adido de Defesa em posto emParis, Coronel Pedro Branco Ba-tista.As cerimónias começam às 11h00com a chegada das entidades ofi-ciais ao Cemitério Militar Portuguêsde Richebourg. Desconhece-se, noentanto, quem são as entidadespresentes!Está prevista uma intervenção re-ligiosa, a deposição de coroas deflores, algumas alucoções, nomea-damente do Maire de Richebourge a assinatura do Livro de honrapor parte das entidades oficiais.Uma hora mais tarde, na locali-dade vizinha de La Couture, ha-verá uma segunda cerimónia emfrente do Monumento ao SoldadoPortuguês. Também aqui haveráalocuções, nomeadamente doMaire de La Couture e deposiçãode coroas de flores.Finalmente, no Pavilhão de Des-portos de Richebourg, haverá umPorto de Honra.Para quem quiser almoçar, a asso-ciação L3C de La Couture, orga-niza um almoço franco-portuguêscom especialidades... da Flandres(Potjevleesh, Carbonade flamandecarrotes e Tarta caseira).As reservas devem ser feitas juntode Anne Serniclay, pelo telefone:06.78.09.56.09.

08 COMUNIDADE

Il faut réhabiliter João Ferreira de Almeida

João Augusto Ferreira de Almeida. Lenom ne vous dit rien. Il restera, malgrélui, inscrit dans l’«histoire» de la par-ticipation portugaise pendant la pre-mière Guerre mondiale.João Almeida est né à Sordelo deOuro, Bairro Ocidental à Porto et estmort à l’âge de 23 ans, le 16 septem-bre 1917, à 7h45, à Pincantin, prèsde la route de Bacquerot, dans le Pasde Calais. Fusillé, il sera enterré dansun premier temps au Cimetière de La-ventie, avant de rejoindre, commebien d’autres restes mortels (1.830),l’unique Cimentière Militaire Portu-gais à l’étranger (hors ex-colonies), leCimetière de Richebourg. Il occupe latombe 19, du rang 6, de la partie B.L’histoire du Portugal retiendra de luideux choses. La première: João Al-meida a été le seul soldat portugaisfusillé pendant la I Guerre mondiale.Quel crime lui a-t-on reproché? Crimede trahison à la Patrie. La deuxièmeraison: João Almeida a été le dernierprisonnier à avoir été commandé à lapeine capitale et le seul condamné àmort par le Portugal durant le XX siè-cle.Victor Hugo dans un courrier envoyéau quotient portugais «Correio daManhã» félicitait le Portugal commeétant un des premiers pays au mondeà abolir la peine de mort, en 1867.Elle sera rétablie, malheureusement,pour João Almeida, par décretn°2867 du 30 novembre 1916 duCode de Justice Militaire. Ce décretne pouvant s’appliquer qu’en cas deguerre avec d’autres pays et seule-ment sur le terrain du conflit et par fu-sement.Des fusillés pendant la I Guerre mon-

diale, il y en a eu bien d’autres chezles différents belligérants. Le cas deJoão Augusto Ferreira de Almeida fututilisé par le Corps ExpéditionnairePortugais (CEP) comme un exemple.La France, rien que pendant les 5 der-niers mois de 1914 a fusillé 199 deses soldats et en 1915 on a compta-bilisé 296. Un des fusillés des plusconnus de France est Théophile Mau-pas. Il a refusé d’envoyer ses troupesà la bataille suicide de la Marne.L’aventure de la Guerre pour João n’adurée que 6 mois. Il embarqua vers laFrance le 16 mars 1917, laissant der-rière lui son travail chez un allemandqui vivait dans la région de la Foz. Ildébarquera à Brest le 21 mars.Le 22 juillet 1917, João Almeida estcondamné à une peine correctionnellede 60 jours et est intégré au Bataillon23 pour accomplir cette peine. Lemotif de sa condamnation ayant étécelui d’avoir déserté pendant 24heures, entre le 8 et le 9 juillet saSection Mobile. Section qui était res-ponsable du transport de l’eau auxtroupes du CEP.Il restera sept longues semaines dansles lignes avant des tranchés. C’est làqu’il exprime auprès de ses cama-rades sa volonté de passer chez l’en-nemi. Il montrera même deux cartesavec la localisation stratégique destroupes portugaises. Un camarade es-sayera de le dissuader.Le 30 juillet, le soldat du Bataillon del’Infanterie 23, António Reis, est ap-pelé par le Capitaine Mousinho d’Al-buquerque, à qui il donneral’information selon laquelle João deAlmeida cherchait à savoir quel étaitle meilleur chemin pour rejoindre lestroupes allemandes pour ne pas ac-complir les 60 jours de peine qui lui

avait été infligée. Pour arriver à sonobjectif, il affirmait avoir payé unautre soldat pour l’aider à passer chezl’ennemi.João Almeida est fait prisonnier etprésenté au Tribunal de Guerre par in-dication du Commandant du CEP, leGénéral Tamagnini. Neuf témoins sontentendus pendant un jugement trèssommaire qui aura lieu le 15 aout àRoquetoir. A charge, João Almeidaavait en sa possession: un pistolet, unchargeur de balles, un couteau, uneclef mécanique, une petite carte duPas de Calais et deux cartes topogra-phiques de la région à l’échelle1:1.000. On l’accuse de prétendredonner à l’ennemi des informationssur la position militaire portugaise. Ilsera exécuté le 16 septembre 1917,exactement 6 mois après son embar-quement du port de Lisboa.Les responsables portugais craignantdes débordements des troupes, ontmis en prévention à Laventie, unnombre important de soldats au mo-ment de fusiller le pauvre João.Il est dit, qu’au moment de l’exécu-tion: «il régnait une atmosphère depitié, chez les témoins, et que Joãon’était pas, ou plus vu comme un trai-tre, un ennemi, mais comme un ca-marade que la loi, inexorable etinflexible, punissait avec la peine demort. Des larmes tombèrent… Le prê-tre aidera et soutiendra João Al-meida». Le prisonnier demandera auprélat de transmettre «saudades» àses familiers encore vivants. Avantd’être fusillé, João exprimera un der-nier souhait: qu’on ne tire pas sur safigure, pour éviter d’être défiguré. Des12 armes pointées sur lui, une ne ti-rera pas.L’exécution n’a pas fait l’unanimité au

sein des troupes et de certains Co-mandants. La thèse selon laquelleJoão Almeida a été exécuté sous lapression du Haut CommandementAnglais a été soutenue notammentpar le Capitaine Raul Roque.João Almeida aura servi d’exempleaux troupes portugaises. Car, malgréla brévité de notre participation à laGuerre, nombreux ont été les révoltes,les désertions vers l’arrière et les ho-micides sans que condamnation s’ensuive.Comme dans bien d’autres pays, lePortugal, lui aussi, réhabiliteraquelques uns de ses soldats. Le Por-tugal le fera début des années 1930.João Almeida n’en fait pas partie.Selon la Liga dos Combatentes le sol-dat João Augusto Ferreira de Almeidaa des circonstances atténuantes, pourque demande soit faite de l’amnistierun siècle après son exécution: il n’apas eu un jugement équitable, il avaitdes antécédents familiaux, son père aété considéré faible d’esprit et il a tra-vaillé pour un Allemand au Portugal.Tout ceci l’a conduit à minorer dansson esprit l’ennemi.Le Président de la Liga dos Comba-tentes de Portugal, Chito Rodrigues,fait des démarches depuis 2014 pourque l’honneur de João Almeida soit ré-habilité.Une chose est sûre, par inadvertanceau pas, son honneur, dirions nous, estdéjà partiellement rétablie, puisqueJoão Almeida figure parmi les 2.266noms de soldats portugais morts pen-dant la I Guerre mondiale inscritsdans l’Anneau de la Mémoire. Unedernière étape reste à franchir... Noussommes surs et confiants qu’avant lafin des commémorations de la GrandeGuerre, le Portugal saura pardonner.

Un cas unique de la participation portugaise à la I Guerre mondiale

Par António Marrucho

Parlamento: relatório sobre petição de emigrantesA Comissão Parlamentar de Assun-tos Constitucionais, Direitos, Liber-dades e Garantias da Assembleia daRepública aprovou o relatório sobrea petição “Também somos Portugue-ses”, que pretende a simplificação

das leis eleitorais relativas aos Por-tugueses que vivem no estrangeiro.Foram pedidos pareceres a váriasentidades. Quanto à possibilidadede voto eletrónico, a Comissão Na-cional de Eleições depois de referir

os princípios a que deve obedecero mesmo (pessoalidade, liberdade,segredo do voto, autenticidade, au-ditabilidade e confiabilidade nosistema), declarou que “a conver-são do atual processo de votação

(por via postal) em votação eletró-nica com recurso à Internet nãoparece introduzir nem mais nemnovos elementos problemáticos,com exceção dos inerentes à segu-rança da informação”.

Le 19 avril 2017

Le nom du soldat fusillé à L’Anneau de la MémoireLusoJornal / António Marrucho

Le nom pratiquement affacé au Cimetière de RichebourgLusoJornal / António Marrucho

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Jovem franco-portuguêsde Nantesmorreu no Tahiti onde estava em lua-de-mel

O jovem Adrien Morais Pereira, flo-rista em Nantes, morreu na semanapassada no Tahiti, onde estava emviagem de lua de mel com o ma-rido. Foi apanhado de surpresa,quando fazia um passeio pedestreintegrado num grupo de 18 outrosturistas. Alguns dos participantespadeceram no acidente.O corpo do jovem franco-portuguêse o de uma mulher que viajava como grupo foram encontrados algu-mas horas depois, já sem vida, euma terceira pessoa do mesmogrupo estava desaparecida ainda nahora de fecho desta edição do Lu-soJornal. Os secorristas estavam atentar encontrar o terceiro corpo.Adrien Morais Pereira tinha 32anos, era natural de Saint nazaire,mas abriu em 2013 uma loja de flo-res “Dit la Fleur” na route de SainteLuce, em Nantes.Considerado com um “jovem ale-gre, fantasista, cheio de energia ecombatente de todo o généro dedescriminações” Adrien Morais Pe-reira - que adotou o nome de ca-sado Aubin - era militante LGBT epróximo do Partido Socialista emNantes. Era uma figura pública nomeio gay de Nantes e casou hápouco tempo. Aliás a viagem à Po-linésia Francesa foi organizada pre-cisamente no seguimento docasamento e estava em lua de melcom o marido que saiu são e salvodo acidente.Quando estavam em passeio noVale de Papenoo, em poucos se-gundos chegou uma onda, causadapor uma massa importante de águaque desceu das montanhas, arra-sando o leito do rio e levando tudoà frente, incluindo alguns dos turis-tas que foram apanhados de sur-presa, tal como o guia,aparentemente experiente.Tanto a associação que organizou opasseio, a Avae Tere Tere, como oAlto Comissário da República naPolinésia Francesa, ambos confir-maram que se tratou de um “aci-dente imprevisível”.

COMUNIDADE 09

lusojornal.com

Deputados indignados com a situação doConsulado Geral de Cabo Verde em ParisO Deputado caboverdiano FranciscoPereira e sua suplente Isabel Borges-Voltine, eleitos pela lista do PAICVpara o círculo eleitoral da Europa eresto do mundo confirmam, em entre-vista ao LusoJornal, a sua preocupa-ção com a situação desastrosa doserviço e do atendimento dos seusconcidadãos no Consulado Geral deCabo Verde em Paris.A situação difícil que se vive há já al-guns tempos, transformou-se nos úl-timos meses numa autênticabarbaridade com utentes pernoitandoà porta desta instituição esperandouma hipotética “senha” que é o fa-moso “sésame” para efetuar os atosconsulares.“Os nossos conterrâneos por questãode sobrevivência total se expõem a ta-manha injúria: dormir à porta do es-paço que representa a origem, no paísde acolhimento!” questiona o Depu-tado Francisco Pereira. “Muitas daspessoas por nós contactadas expli-cam-nos não poder aguardar seismeses para um ‘rendez-vous’. Período

extremamente longo para quem temuma ‘Carte de séjour’ para renovar oubem assuntos profissionais, movimen-tação de conta bancária ou viagem ur-gente a efetuar” disse ao LusoJornal.“Neste casos, para os utentes neces-sitando justificar da sua identidade, a

única opção restante é dormir ao re-lento em condições desumanas e in-dignas para o nosso povo e o nossopaís. Estes homens e mulheres que sesacrificam na emigração estão a serduplamente sacrifícados” diz o Depu-tado.

Devido à crise económica e à transfe-rência de emigração entre os paísesdo sul da Europa - Portugal e Espanha- “a Comunidade caboverdiana emFrança suportou um acréscimo impor-tante que consequentemente levou osserviços consulares que já se encon-travam em flux-tendu a uma situaçãode implosão” afirma o Deputado.Agora, “face à imponência da situa-ção, cabe ao Governo, mais concreta-mente ao nosso Ministro dos NegóciosEstrangeiros, Defesa e Comunidadede tomar as medidas que se impõempara por cobro à situação”.Os Deputados do PAICV salientamjá ter alertado sobre este tema, naprecedente sessão parlamentar defevereiro de 2017, “sem observarnenhuma medida governamentalem resposta”. No entanto, reiteramo seu “apego à causa” e o “compro-misso de continuar a levar à Casaparlamentar os problemas que afli-gem a nossa Diáspora” e manifes-tam a sua “total solidariedade paracom a Comunidade”.

Délégation de Vila Nova de Famalicão em SaintFargeau Ponthiery pour dynamiser le jumelageLa ville de Saint Fargeau Ponthierrya reçu les 10 et 11 avril, une délé-gation venant de Vila Nova de Fama-licão composée de Leonel Rocha,Maire-Adjoint en charge de l’éduca-tion, le gestionnaire de projet Do-mingos Sousa et le Coordinateur duMusée de l’industrie textile MarcoMarier. Le voyage en France a été or-ganisé suite à la visite du Conseillermunicipal délégué au patrimoinebâti à Saint Fargeau Ponthierry, JoséMachado Ferreira, d’origine portu-gaise, qui s’est déplacé à Villa Novade Famalicão, avec d’autres mem-bres du groupe Cívica. Ils ont ren-contré sur place le Maire PauloCunha, le 22 février dernier.La venue en France de la délégationportugaise a eu comme objectif de

dynamiser «le jumelage qui était ensommeil depuis de nombreuses an-

nées, un jumelage qui se veux pluscréatif et qui évolue avec le temps

vers l’éducation, la santé, et biend’autres sujets encore» explique auLusoJornal José Machado Ferreira.«Tout ça pour compléter nos tradi-tionnels échanges culturels».La délégation portugaise a visité laville et l’hôtel de ville et a rencon-tré le Maire de Saint Fargeau Pon-thierry, Jérôme Guyard. Un dînerofficiel a été organisé en honneurdes représentants de Vila Nova deFamalicão, et il y a eu beaucoupd’échanges pendant une réunionde travail. «Un vrai pari entre SaintFargeau Ponthierry et Vila Nova deFamalicão. Nous aurons la possibi-lité de travailler ensemble pourl’avenir de ce jumelage» expliquele Conseiller municipal José Ma-chado Ferreira.

Paulo Pisco elogia recenseamento automático de Portugueses no estrangeiroO Deputado socialista Paulo Pisco,eleito pelo círculo da Europa, consi-derou “uma verdadeira revolução” aaprovação pelo Governo do recensea-mento automático para os Portugue-ses residentes no estrangeiro.Num comunicado, o Deputado con-siderou que a decisão, tomada na nasemana passada pelo Conselho deMinistros e já anunciada na semanapassada, em exclusividade, pelo Lu-soJornal, “é da maior importânciapara as Comunidades Portuguesas etem um enorme significado político,pois consagra a igualdade entre osPortugueses residentes no país e osque vivem no estrangeiro em matériade recenseamento eleitoral”.De acordo com o Deputado, “passaráa haver mais cerca de um milhão de

inscritos nos cadernos eleitorais”.“Pelo precedente que abrem, me-recem também referência especiala aprovação também neste pacotelegislativo sobre participação elei-toral do voto em mobilidade e doteste que será feito no continentepara o voto eletrónico presencial,além, claro, da adoção do voto embraille para os invisuais”, destacouainda.O Conselho de Ministros aprovou oVoto em Mobilidade com o objetivode “alargar e facilitar o exercício dodireito de voto”, tendo igualmenteinstituído o recenseamento auto-mático dos cidadãos nacionais comresidência no estrangeiro.Relativamente à proposta de lei queinstitui o recenseamento automático

dos cidadãos nacionais com residên-cia no estrangeiro, o Governo pre-tende acabar com a necessidade dainscrição voluntária junto dos Consu-lados.Com a uniformização do recensea-mento eleitoral assente na moradainscrita no Cartão de Cidadão ficamde fora apenas os ainda portadoresde Bilhete de Identidade nestas si-tuações, cuja inscrição se mantémvoluntária.O Executivo quer assim “contrariar aelevada taxa de abstenção registadaentre os eleitores residentes no es-trangeiro”, que são na maioria por-tadores de Cartão de Cidadão, masnão se encontram inscritos no recen-seamento eleitoral.O Voto em Mobilidade “permite aos

eleitores a possibilidade de exerceremo seu direito de voto nas eleições paraa Assembleia da República e para oPresidente da República no sétimodia anterior ao dia das eleições e nolocal por si indicado”, caso não o pos-sam fazer no dia das eleições na áreade residência.De acordo com o diploma, é aindaalargada a possibilidade de os elei-tores recenseados em território na-cional exercerem o direito de voto,de forma antecipada, no estrangeiro.Com o Voto em Mobilidade - com oqual o Governo quer “aumentar aparticipação dos cidadãos nos atoseleitorais” - é ainda implementado orecurso ao Braille para que deficien-tes visuais possam votar sozinhos ede forma pessoal.

Eleitos pela lista do PAICV

Le 19 avril 2017

Deputado Francisco Pereira e suplente Isabel Borges-VoltineDR

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Exposição deJoão Moniz naAssembleia daRepública

O pintor João Moniz expõe a partirdesta quinta-feira, dia 20 de abril, noAndar Nobre da Assembleia da Re-pública, em Lisboa.A exposição “Plurais de Branco”,com mais de 60 telas, vai ser inaugu-rada na quinta-feira, às 18h00, apóso Plenário, e vai ficar patente ao pú-blico até ao dia 2 de junho.João Moniz mora em Paris e o Presi-dente da associação Bateau Lavoir,em Montmartre, a associação criadapor Pablo Picasso e outros artistasplásticos que viviam na altura na ca-pital francesa.

Colloque sur Crise et création artistiqueUn Colloque sur «Crise, création,critique. Politique des artistes dansle Portugal d’aujourd’hui (Arts duspectacle, Cinéma, Littérature)»aura lieu le mardi 25 avril.Les interventions seront centréessur des œuvres significatives de lacréation contemporaine au Portu-gal et sur leurs conditions de pro-duction et de diffusion. Uneprojection de courts et moyens mé-trages récents aura lieu en find’après-midi.La première partie de la manifesta-tion aura lieu à l’Université Paris Di-derot le matin à partir de 9h30(salle Pierre Albouy, 6ème étagedes Grands Moulins). Et l’après-midi aura lieu à la Fondation Ca-louste Gulbenkian - Délégation àParis.L’organisation est du CERILAC(Paris Diderot), CRILUS (UniversitéParis Nanterre), lectorat de l’Uni-versité Paris 8, en partenariat laFondation Gulbenkian, la Maisondu Portugal – André de Gouveia, leCentre culturel Camões à Paris et lefestival «Parfums de Lisbonne».Interviendront l’artiste visuel, dra-maturge et cinéaste João SousaCardoso, l’essayiste, chroniqueur etcritique littéraire au journal PúblicoAntónio Guerreiro, l’écrivaine, ci-néaste et dramaturge Regina Gui-marães, le sociologue JacquesLemiere, le critique de théâtre etdramaturge Rui Pina Coelho, les ci-néastes António Preto, SaguenailHélastre et Ana Vinuela.

10 COMUNIDADE

Philippe Moine e Sónia Gonçalves convidadosdo Portugal Business Club de Lyon

Na sexta-feira da semana passada,dia 14 de abril, o Portugal BusinesClub de Lyon organizou o seu habitualalmoço mensal no barco-restauranteBelladona, fundeado no rio Rhône,perto do Museu Confluence. Nestedia, a Direção convidou o perito dese-nhador e arquiteto de interiores Phi-lippe Moine que apresentou várias dassuas obras passadas e recentes atodos os convivas presentes neste al-moço. “Comecei a trabalhar com aidade de 14 anos como marceneirona construção de móveis, e depois in-tegrei a famosa escola ‘Boulle’ quefrequentei durante três anos e maistrês anos numa escola de artes e de-coração, onde obtive os meus diplo-mas de arquiteto” explica PhilippeMoine ao LusoJornal.Com 47 anos de idade, PhilippeMoine vive na região de Saint Etienne,mas trabalha em toda a França e es-trangeiro há 20 anos. “As minhasobras são múltiplas, pois trabalho

para várias marcas, para quem dese-nho objetos do quotidiano e fabrico osprotótipos. Conto cerca de duzentosprodutos da minha autoria. Faço tam-bém a decoração e a remodelação deinteriores, assim como mobiliário paravárias cadeias de hotéis”.No almoço estiveve também presente

Sofia Gonçalves, jovem madeirensedo Funchal que termina o seu cursode direito internacional na Universi-dade de Lyon 3, e que estagiou noConsulado Geral de Portugal em Lyon.“A minha paixão seria de trabalharnuma organização da União Europeiaem relacionamento com Portugal ou

outros países” explica Sofia Gonçal-ves ao LusoJornal. “Estou muito felizde estar aqui neste encontro e de des-cobrir este o Portugal Business Clube também pelos intercâmbios possí-veis entre empresários, banqueiros eoutros mais. Estou mesmo muitograta ao Presidente Gil Martins poreste convite”.Gil Martins explica ao LusoJornal queestá “a cumprir” o programa doclube. “O Philippe Moine apresentouo seu percurso profissional e todas aspossibilidades da sua profissão. Todosos presentes apreciaram este convívioe a sua apresentação. No próximomês já podemos anunciar a vinda deAlfredo da Silva que nos apresentaráo projeto de desenvolvimento daRadio Capsao, da qual é Presidente.Uma palestra certamente interes-sante”.Também está previsto “para breve”um encontro entre os clubes ibéricosde empresários - o Portugal BusinessClub e o Espanha Business Club -agendado para o mês de maio.

Almoço mensal tem lugar no barco-restaurante Belladona

Por Jorge Campos

Três Franceses morreram na queda de um avião em PortugalUma aeronave caiu na segunda-feiradesta semana, já em cima do fechodesta edição do LusoJornal, em Tires,Cascais, e morreram os quatro ocupan-tes, três deles Franceses e o quarto eraSuíço, segundo a Proteção Civil, acres-centando que o aparelho se dirigia paraMarseille, em França.Segundo o comandante do ComandoDistrital de Operações de Socorro deLisboa, André Fernandes, os ocupanteseram todos “adultos”. A quinta vítimamortal encontrava-se no parque de des-cargas do supermercado LIDL, junto doqual caiu a aeronave, de matrículasuíça. Registou-se ainda quatro feridosligeiros, por inalação de fumo.O dispositivo de socorro no local envol-veu 90 operacionais, apoiados por 37viaturas, acrescentou o responsável da

Proteção Civil. Além dos danos no su-permercado, prosseguiu, registaram-setambém danos no primeiro andar deuma habitação próxima do local. Novepessoas ficaram desalojadas mas fica-ram em casa de familiares, disse à Lusafonte da Proteção Civil de Cascais.A avioneta pertencia a uma empresasuíça de próteses ortopédicas, a Sym-bios Orthopédie, com sede na suíça e opiloto era Suíço. Saiu do aeroporto deLausanne-Blécherette na passadasexta-feira, em direção a Cascais e des-colou na segunda-feira, com três pas-sageiros Franceses, em direção aMarseille.A aeronave descolou do aeródromo deTires, tendo-se despenhado cerca dedois mil metros depois da descolagem,caindo perto do superfície comercial.

Fonte do setor aeronáutico indicou àLusa que o aparelho é um Piper, mo-delo Cheyenne II, bimotor.No local esteve o Presidente da Repú-blica, Marcelo Rebelo de Sousa, aacompanhar as operações de socorro.No local esteve também o Secretário deEstado da Saúde, Manuel Delgado. Ogovernante referiu que as autoridadesde socorro chegaram ao local num es-paço de “seis minutos”, após o alerta.Trata-se de um avião Piper PA-31TCheyenne II, de fabrico americano. Temdois motores e uma autonomia de voomáxima de 2.739 km. Pode atingircerca de 550 km/h de velocidade má-xima. Tem capacidade para transportardois pilotos e até seis passageiros, de-pendendo da carga e configuração uti-lizada.

BES: Emigrantes entregaram petição a pedir queDeputados investiguem vendas fraudulentasA associação dos emigrantes lesadospelo BES entregou na semana pas-sada, no Parlamento, uma petição apedir a atenção dos Deputados ao seucaso e a defender uma investigação àsvendas fraudulentas de produtos ban-cários, designadamente com uma co-missão de inquérito.A petição com mais de sete mil assi-naturas foi entregue ao Vice-Presidenteda Assembleia da República José Ma-nuel Pureza pelo Presidente da AMELP(Associação Movimento dos Emigran-tes Lesados), Luís Marques, que disseà Lusa que gostaria que fosse “no-meada uma Comissão de inquéritopara rever a prática dos bancos de ven-das fraudulentas”.No documento a que a Lusa teveacesso, os peticionários explicam que

estavam convictos de que estavam ainvestir em depósitos no Banco EspíritoSanto (BES) quando em verdade obanco lhes vendia investimentos emprodutos financeiros com risco, queconsideram que o que houve foi práticade ‘misselling’ (venda fraudulenta)com o intuito de os enganar e queixam-se ainda da recusa do Novo Banco(que ficou com a responsabilidade des-tes produtos) em participar numa ne-gociação extrajudicial.A petição destaca ainda o perfil dos le-sados, nomeadamente que, “na suamaioria, são pessoas com pouca ou ne-nhuma formação ou literacia finan-ceira”, “humildes, com média deidade superior a 65 anos”, para consi-derar que estes não mereciam “tal tra-tamento pelo país onde confiaram as

suas poupanças”.Os peticionários dizem que “sabemque o Parlamento não pode substituir-se aos tribunais”, mas afirmam que “aAssembleia da República tem “o poderde conformação da justiça através deleis, recomendações, resoluções, ava-liações, comissões de inquérito e fis-calização da constitucionalidade”, peloque querem que esta intervenha nesteprocesso, nomeadamente avaliandoaquilo que consideram ter sido a vendafraudulenta de produtos.É assim pedido que os Deputadosouçam várias entidades, seja os “ge-rentes de conta da sucursal BES emParis, no sentido de poder ser atestadoo uso de mecanismos fraudulentos decomercialização dos produtos coloca-dos ao dispor dos emigrantes”, a Co-

missão do Mercado de Valores Mobi-liários e o Banco de Portugal, com vistaa pronunciarem-se sobre este caso queafeta milhares de emigrantes.Após a resolução do BES, em 04 deagosto de 2014, mais de 10.000clientes emigrantes (sobretudo deFrança e Suíça) vieram reclamar umtotal de 728 milhões de euros, acu-sando o banco de lhes ter vendido pro-dutos arriscados (ações de sociedadesveículo) quando lhes tinha dito que setratavam de depósitos a prazo para nãoresidentes.O Governo e o Banco de Portugal assi-naram em março um acordo com ofundo norte-americano Lone Star paraa venda de 75% do Novo Banco, man-tendo o Fundo de Resolução os 25%de participação restantes.

Le 19 avril 2017

LusoJornal / Jorge Campos

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Novo Conselho deAdministraçãoda AICEP assumiu funções esta semanaA Administração da AICEP - Agênciapara o Investimento e Comércio Ex-terno de Portugal, E.P.E. para o triénio2017-2019 assumiu funções na se-gunda-feira desta semana, dia 17 deabril, numa cerimónia que decorreuna Sala do Protocolo, no Ministério dosNegócios Estrangeiros.A cerimónia contou com a presençado Ministro dos Negócios Estrangeiros,Augusto Santos Silva, do Secretário deEstado da Internacionalização, JorgeCosta Oliveira, e outros membros doGoverno.Luís Filipe de Castro Henriques passaa presidir à Agência, tendo como Vo-gais executivos António Carlos Silva,João Paulo Salazar Dias, Maria Mada-lena de Sousa Monteiro Oliveira e Silvae Maria Manuel Prado de Matos AiresSerrano.

“InfluênciasLusas na arquitetura de imigrantes portuguesesem França”

O Consolata Museu - Arte Sacra eEtnologia, em Fátima, e a sua Ligade Amigos, realizaram no dia 18 deabril, terça-feira, já depois do fechodesta edição do LusoJornal, maisum “Chá com Arte”. Após a habitualdegustação de chá e biscoitos, ini-ciou-se a conversa com Ana Saraivaque falou a partir do tema “Influên-cias Lusas na arquitetura de imi-grantes portugueses em França”.“Num relato ao longo de um século(1900-2015), são descritos trêstipos habitacionais da arquiteturapopular em Portugal: a ‘casa do tra-balhador rural’ (1900¬1960), ligadaà agropecuária; a ‘casa do emi-grante’ (1970-2015), ligada à emi-gração e a mudanças profundas noscampos; e a ‘casa emblematizada’(1990-2015), ligada à reificação datradição. Narrativas e biografias emtorno da casa incidem nos camposportugueses, com estudos de casona Alta Estremadura e em Ourém, eestendem-se à periferia de Parispara mostrar os impactos da emi-gração em Portugal e em França ex-pressos na arquitetura doméstica.Estas leituras são feitas a partir deum olhar contemporâneo atento àglobalização e ao transnacionalismoe que reflete continuidades e des-continuidades na arquitetura popu-lar e nas trajetórias identitárias dosportugueses no último século” diznota dos organizadores.Ana Saraiva é antropóloga, mestreem museologia e património, douto-rada em antropologia pela Universi-dade Nova de Lisboa.

EMPRESAS 11

lusojornal.com

Parcialfinance chega a FrançaPresente desde 2000 na Suíça, a Par-cialfinance apresentou o lançamentodas suas atividades em França no pas-sado dia 8 de abril, em Paris. Foi numambiente descontraído e de boa dispo-sição que a empresa recebeu no Chaletde la Porte Jaune, cerca de uma cen-tena de convidados, clientes, represen-tantes da banca, companhias deseguros, Câmara de Comércio e Indús-tria Franco-Portuguesa e ainda os par-ceiros Adonis Avocats e do CartórioNotarial de Nuno Monteiro.Em simultâneo, foi também apresen-tado o novo condomínio privado «Praiada Granja Residence» do promotorimobiliário José Neves Construções SA,destinado exclusivamente aos clientesdo Grupo Parcialfinance.Além de França, a Parcialfinance deFernando Graça está ainda presente naSuíça, Luxemburgo, Bélgica e tambémem Portugal, onde tem uma forte es-trutura profissional de apoio à emigra-ção e aos clientes estrangeiros queprocuram instalar-se e investir em Por-tugal.Foi de forma natural e sem nunca tersido um objetivo, que após 15 anos aoserviço da Império França e 3 anoscomo Diretor comercial na ImpérioSuíça, Fernando Graça fundou a pri-meira empresa, a ParcialfinanceSuisse. O Grupo representa hoje cercade 20.000 clientes emigrantes e con-tinua o seu crescimento nos mercadosfrancófonos, tendo para isso criado nosúltimos anos um departamento espe-cífico em Lisboa, para responder às ne-cessidades dos clientes estrangeirosque nestes últimos anos tem investidofortemente em Portugal. Este departa-mento presta apoio a todos os pedidoschegados do estrangeiro, seja através

do próprio grupo como também aosmuitos pedidos vindos de agênciasimobiliárias francesas, belgas, suíças eluxemburguesas, propondo-lhes umservico “clés-en-main” no apoio à ins-talação dos seus clientes em Portugal.Fazem parte deste “pacote de servi-ços” a seleção dos investimentos a pro-pôr, o acompanhamento dos clientesnas visitas a Portugal, no processo deescritura e todos os aspetos dai decor-rentes e aspetos juridico-fiscais.O Fundador define a Parcialfinancecomo “uma empresa de emigrantes,para emigrantes”, tendo muito orgulhonas suas origens e mantendo-se fiel àsmesmas ao longo dos anos. Por essarazão e pela responsabilidade socialque lhe é reconhecida, sempre estevemuito perto das atividades associati-vas, desportivas e culturais e económi-cas das Comunidades.Sendo uma mediadora financeira, a

Parcialfinance atua na área segura-dora, bancária e de imobiliário, tendoainda uma atividade de exploração deempreendimentos turísticos no Al-garve.A abertura em França, acontece no se-guimento lógico das aberturas dos ou-tros paises francófonos onde asComunidades portuguesas têm umaforte implantação, e por outro lado é oregresso natural de Fernando Graça àssuas origens profissionais, tendo porisso um peso simbólico muito especial.Como o próprio defende, “o capitalmais importante das empresas são aspessoas”, por esse motivo é dada umaatenção muito especial à formaçãocontínua de todos os seus colaborado-res, fazendo das suas competências edisponibilidade a chave do seu desen-volvimento.Contrariamente ao que é habitual noGrupo, a atividade em França iniciou-

se com uma carteira de clientes exis-tente, vinda da mediadora Golden As-surances de Filipe Pereira, nomeadoDiretor-Geral da Parcialfinance França.Tendo uma posição de referência edestaque dentro destas atividades, noseio das Comunidades portuguesasonde está presente, é por isso normal,na visão dos responsáveis da empresa,seguir o mesmo tipo de objetivos parao mercado francês.Atingir esse fim, passa como nos outrospaíses, pela criação de uma rede co-mercial forte, competente, exigente esempre disponível para assegurar aplena satisfação dos seus clientes.A Parcialfinance mantém o atual escri-tório da Golden Assurances, no 28 ruede Saint Maur, em Paris 11 e abre apartir de maio um novo espaço no 28rue Chapsal, em Joinville-le-Pont (94),ao lado do RER.www.parcialfinance.com

Le Centre du Portugal est l’invité d’honneur duFestival des produits AOC/AOP de Cambremer

Les Rencontres de Cambremer (14)nous entraînent cette année dans lesud.Le Portugal - et plus précisément leCentre du Portugal - est en effet l’in-vité d’honneur du Festival des pro-duits AOC/AOP en Normandie quiaura lieu sur le weekend du 29 et 30avril. Il est d’usage de dire qu’avec sesmontagnes, ses lacs glaciaires et sesplages de surf, avec ses villages deschiste et ses petites villes aux mai-sons blanches, cette région est «unpays dans le pays». Ses produits AOP,uniques et authentiques, qui s’em-ploient à respecter culture et tradi-tions, sont à découvrir à Cambremer.Un rendez-vous annuel pour faire lepoint sur les AOC/AOP, un temps derencontre et d’échanges avec les pro-ducteurs agricoles et les transforma-teurs des appellations de Normandie,de France, d’ailleurs en Europe voiredans le monde…Des producteurs japonais, américains,québécois, norvégiens sont déjà venusà Cambremer. Cette année: c’est lePortugal!Sur les deux jours, un momentd’échange avec les agriculteurs etl’ensemble de la profession pour vivre

de nombreuses animations en familleou entre amis, et découvrir et com-prendre le concept, les valeurs, lefonctionnement, les garanties des Ap-pellations d’Origine. Entre marché deproduits, conférences, concerts, ran-données, piqueniques, ateliers de cui-sine, ateliers enfants, ateliers du goût,et les ateliers de l’info, au programmele samedi, la région Centre du Portu-gal se présente: son agriculture et sesproduits AOP par Ana Soeiro, Direc-trice de Qualifica, association des pro-ducteurs de produits AOP et IGPportugais. Différents ateliers de cui-

sine et pour enfants sont mis enplace. Côté portugais, ce sera plutôtl’atelier «Ovos Moles de Aveiro, undessert d’origine monastique qui estun péché du ciel» avec Vítor de Oli-veira, de l’Academia de Corte.Le dimanche, l’invité d’honneur re-vient avec son atelier «Recettes avecl’or du Portugal: l’huile d’olive».«O Centro Faz Bem», tel est le nomd’un vaste programme de promotioncofinancé par le Centro 2020 etl’Union Européenne dont les objectifssont d’améliorer la connaissance del’offerte de tourisme gastronomique.

Comme un hommage à cette région,à l’ingéniosité, la simplicité des mé-thodes, la force créatrice et la volontéde tous ceux qui continuent à croireet veulent maintenir cette traditiond’une qualité distinctive. Fromages,miel, vins, huile d’olive, fruits,viandes... AOP, comme il se doit.Les AOC/ AOP sont des produits ali-mentaires originaux et de qualité quitiennent leur spécificité de leur terroir.Les producteurs sont, eux-mêmes,responsables de leur Appellationd’Origine. Ils proposent des règles deproduction qui sont arrêtées par lespouvoirs publics. La démarche d’ap-pellation d’origine est un facteur dedynamisme dans l’activité écono-mique et joue un rôle important dansl’aménagement du territoire.Lancé en 1995, les Rencontres deCambremer ont donc pour objectif deréunir professionnels et grand publicautour de réflexions sur la notion d’ori-gine des produits. Après la Savoie l’andernier, le Festival convie cette annéecomme invité d’honneur le Centre duPortugal. Une région hétéroclite oùses produits AOP nous promettentbien des surprises gustatives et serontà découvrir à Cambremer.Impossible de ne pas succomber àl’appel du bien-manger à Cambremer.

Par Clara Teixeira

Depois da Suíça, Portugal, Luxemburgo e Bélgica

Le 19 avril 2017

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FrançoisChaignaud estreou performanceem Lisboasobre místicade Hildegardade BingenA performance/instalação musical“Symphonia Harmoniae CaelestiumRevelationum”, de François Chaig-naud e Marie-Pierre Brébant, teveestreia mundial na semana pas-sada, no Teatro Nacional de SãoCarlos, em Lisboa, no âmbito daprogramação da bienal BoCA.O artista francês François Chaig-naud, um dos residentes da bienal,utiliza a dança, a performance e ocanto como ferramentas para criarobras performativas marcadas pelaexuberância, metamorfose e rigor,descreve a programação.François Chaignaud tem por obje-tivo abordar a integralidade dasobras musicais de Hildegarda de Bi-ngen (1098-1179), a partir dos ma-nuscritos do século XII, para mostrara relação fervorosa de uma mulhercom o divino.Em Lisboa, para a primeira etapadeste desafio de longa duração, uti-lizou, no entanto, as primeiras seisantífonas das 69 melodias compos-tas por Bingen na sua “Sinfonia deharmonias celestes”, que tem tam-bém hinos, sequências e responsó-rios.Hildegard de Bingen foi uma freiraalemã, compositora, escritora, filó-sofa, mística e visionária, conside-rada a fundadora da história naturalcientífica na Alemanha.Apresentadas em ‘loop’, as peçasserão objeto de construção de umaperformance estática e coreogra-fada, cantada, dançada, fantasiadae instrumentada.François Chaignaud e Marie-PiereBrébant fazem uma interpretaçãovisual e musical para voz e bandura,instrumento que evoca tanto a me-tálica ascese da cítara quanto as vi-brações celestes da harpa, aindasegundo a descrição da BoCA.A cocriação e interpretação são deFrançois Chaignaud e Marie-PierreBrébant, a música é de Hildegardade Bingen, numa produção daBoCA.Até ao final de abril, a primeira edi-ção da BoCA - Bienal de Arte Con-temporânea vai apresentar umaprogramação em Lisboa e no Porto,com 15 espetáculos em estreiamundial num contexto transdiscipli-nar, das artes visuais e performativasà música.Com direção artística de JohnRomão, a bienal apresenta espetá-culos de quatro dezenas de artistasportugueses e estrangeiros, entre osquais Vera Mantero, Gilles Delmas,Damien Jalet, Aram Bartholl, MarinoFormenti, Ricardo Jacinto, ThianzuoChen, Cecília Bengolea, Jan Mar-tens, Hector Zamora, Ana Borralhoe João Galante e Mariana TengnerBarros.

12 CULTURA

José Vieira, o cineasta da emigração portuguesa para França

O cineasta José Vieira tem dedicado asua filmografia à emigração portu-guesa para França, foi pioneiro no re-trato dos que fugiram “a salto”,quebrou silêncios sobre a história dosque, nos anos 1960/70 foram pararaos “bidonvilles”.“É a minha vida, foi a minha vida,simplesmente por isso, simplesmentemostrar por onde a gente passou.Quer dizer, é a minha vida e a de mi-lhares de pessoas. Acho que disse nodocumentário ‘Fotografia Rasgada’que ‘é procurando as nossas históriasna memória dos outros que se constróiuma memória coletiva’, e acho que foiassim que eu trabalhei sempre”, disseà Lusa o realizador de 59 anos.Licenciado em Sociologia, José Vieiraaprendeu a filmar no terreno e entrouno mundo do documentário como“uma forma de militância”, porque seapercebeu de que as pessoas comquem se manifestava nas ruas “nãoconheciam a história da emigraçãoportuguesa” e, no princípio dos anosde 1980, “não havia praticamentenenhum filme” sobre o tema, exceto“O Salto” (1967), de Christian deChalonge.“O ponto de partida para mim foi terpassado por uma história tão compli-cada, tão dolorosa, podemos dizerassim, e não haver nada sobre isso. Enão era só o facto de não haver nada,era como se a gente não tivesse histó-ria nenhuma, como se os portuguesestivessem chegado de avião, como seuma cegonha os tivesse trazido paracá”, recordou o autor de “A Ilha dosAusentes” (2016) e “A Primavera doExílio” (2011).O seu primeiro filme, “Weekend enTosmanie” (1985), falava já sobre aComunidade portuguesa em França e“foi muito mal recebido”, porque osPortugueses “não queriam ver a reali-dade”, da mesma maneira que foimal recebida a exposição que organi-zou em 1989, “O Sonho Português”,na qual uma réplica de uma barracalevou a que as pessoas fossem em-bora, “nem queriam ver aquilo”.Alguns anos depois, “a vergonha” deulugar a “uma história coletiva” com os

testemunhos recolhidos para o docu-mentário “A Fotografia Rasgada”, in-cluído na série de filmes “Gente doSalto” (2005), que retratou as memó-rias dos Portugueses que fugiram paraFrança clandestinamente nos anos1960. “As pessoas sentem-se culpa-das do que viveram e acho que umdos trabalhos que eu fiz é as pessoassentirem que é uma história coletivae não a culpa de cada um. Por exem-plo, o meu pai sempre viveu comaquela culpa de nos ter trazido paracá (...). Não é só uma história indivi-dual, é uma história coletiva, social epolítica. É isso que tento fazer, nãoandar a contar histórias da carochinhaou a fazer chorar as pessoas sobre asaudade”, explicou.Oriundo da vila de Oliveira de Frades,no distrito de Viseu, José Vieira che-gou ao bairro de lata de Massy, nos ar-redores de Paris, em 1965, e aí ficoucinco anos, tendo reencontrado omesmo tipo de barracas no mesmolocal, quase meio século depois, destavez ocupadas por imigrantes romenos,algo que filmou em “Souvenirs d’unFutur Radieux” (2014).No filme, o português afirma ter, “porvezes, a impressão de filmar” as suaspróprias “memórias da infância” e, naconversa com a Lusa, explicou que

“há coisas que são iguais”, até “o do-mingo no bairro de lata”, em que, “lala la la la la”, era “sempre o mesmodisco”, Maria Albertina, Teixeirinha ouRoberto Carlos, só que hoje, “o Ro-berto Carlos chama-se Nicolae Guta”e é o ídolo dos romenos.“Aquelas cantigas nostálgicas que aspessoas trouxeram da aldeia a passarem ‘boucle’, as crianças a brincar comas mesmas coisas, o cheiro da lamamisturado com aquela porcaria que aspessoas deitam de dentro de casapara fora. O mesmo cheiro, exata-mente o mesmo”, descreveu o tam-bém realizador de “Drôle de Mai”(2008) e “Le pays où on ne revient ja-mais” (2005).Ainda assim, “fora a vergonha, na es-cola, de morar no bairro da lata” e da“mentira em Portugal, de não sepoder dizer onde se morava”, JoséVieira passou “uma infância feliz”,porque “um bairro da lata para crian-ças é um terreno de jogos imenso”,lembrando que o mais difícil foi paraos pais e as irmãs adolescentes, nummeio com “muitos homens, muita be-bedeira, violência - um western”.Para o realizador, a emigração dosanos de 1960 foi uma “história alta-mente política tanto do lado de Por-tugal como da França” porque, “além

da ditadura, da miséria e da guerra co-lonial”, na parte portuguesa, “a partirde 1964 a França vai favorecer a emi-gração clandestina dos Portugueses”,porque eram “mais trabalhadores,mais submissos e mais bem-educadospelo fascismo”.Hoje, o drama da emigração persiste,mas “há uma rejeição dos estrangei-ros”.Atualmente, apesar das dificuldadesem arranjar financiamentos de apoio àprodução, José Vieira está a montar umfilme sobre “como o Governo fascistase apoderou dos baldios em Portugal eas pessoas ficaram completamente es-poliadas”, e vai continuar a filmar a al-deia de Adsamo, na Beira Alta, queretratou em “O Pão que o DiaboAmassou” (2012) “para ver se se vaisafar ou se vai desaparecer completa-mente”.“É a infância. Portugal é a minha in-fância. A partir de 2010 comecei aquerer trabalhar mais em Portugal, afalar daquelas terras de onde vem aimigração para França. O que é queainda existe do Portugal que a gentedeixou? Esse Portugal está a desapa-recer”, concluiu o homem que, emcriança, quis ser arqueólogo e hojediz ser “arqueólogo das aldeias por-tuguesas”.

Realizou “A Fotografia Rasgada” entre muitos outros filmes

Por Carina Branco, Lusa

Le 19 avril 2017

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Edgar Pêrafilma terceiraadaptação deBranquinho daFonseca emGuimarãesEdgar Pêra começou a rodar em Gui-marães, na segunda-feira desta se-mana, “Caminhos Magnéticos”, asua terceira adaptação de Bran-quinho da Fonseca, contando coma participação do brasileiro NeyMatogrosso e do francês Domini-que Pinon.O filme, que tem como base oconto “Tragédia de D. Ramon”,presente no livro “Caminhos Mag-néticos”, de Branquinho da Fon-seca, desenrola-se num único diada vida da personagem Raymond,interpretada por Dominique Pinon,um parisiense que vive em Portu-gal há 40 anos e que descobre nanoite do casamento da filha que “odinheiro não é tudo”, disse à Lusao realizador Edgar Pêra.No dia do casamento da filha,Raymond martiriza-se por ter con-sentido a união da sua filha a umhomem rico sem escrúpulos etoma “medidas desesperadas paradar um fim ao casamento”.A expressão “o dinheiro não étudo” surge como um ‘slogan’ nofilme, que será dito por Ney Mato-grosso, que, em “Caminhos Mag-néticos”, é uma “espécie deconsciência que vai atormen-tando” Raymond, segundo EdgarPêra. “É um pau de dois bicos. Aexpressão faz todo o sentido, maspara quem não tem dinheiro ne-nhum, torna-se uma afronta. É umparadoxo”, nota Edgar Pêra, con-siderando que o conto de Branqui-nho da Fonseca “exprime essedilema sem proselitismo”.O pano de fundo é um Portugal“40 anos depois do 25 de Abril”,a viver um clima de guerra civil,com um regime militarizado e emque a ponte com o nome da datada Revolução dos Cravos sechama “25 de Novembro”. No en-tanto, sublinha o realizador, ofilme, apesar de ter “um substratopolítico”, “é sobretudo um filmepoético, mais do que outra coisa,e plástico”, realça.“O Branquinho da Fonseca temuma escrita muito adequada aostempos de hoje. É como se esti-véssemos na cabeça de alguém.Deixa ao leitor um espaço de ima-ginação e combina muito bem osentido de humor dele com umsentido trágico”, bem como a mis-tura do “realismo com o surrea-lismo”, conta o realizador.As rodagens em Guimarães esten-dem-se até 6 de maio. No elenco,participam, entre outros, PauloPires, Teresa Ovídio e Iris Cayatte.O produtor é Rodrigo Areias, a di-reção de fotografia está a cargo deJorge Quintela e o filme vai contarcom a participação na banda so-nora de artistas nacionais como TóTrips, Jorge Prendas, LegendaryTigerman ou Bezegol.

CULTURA 13

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L’incroyable parcours du documentaire de Stéphane de Freitas jusqu’aux salles de cinéma

Le documentaire «À voix haute - laforce de la parole», qui avait connu unsuccès fulgurant en novembre dernier,continue sa course au cinéma.D’abord diffusé sur France 2 en find’année, le film réalisé par Stéphanede Freitas a tellement plu aux specta-teurs que «Mars Films» a décidé de lediffuser au cinéma. Un parcours horsdu commun pour un documentairedestiné initialement au petit écran.Pour ceux qui n’ont pas eu l’occasionde le voir, préparez vos pop-corn, il estsorti le 12 avril dernier.Le grand jour est finalement arrivépour le jeune lusodescendant qui s’estdéplacé dans le cinéma des Halles oùil a pour habitude de passer ses di-manches soirs, «pour regarder monpropre film. C’était avec une joie in-commensurable d’être assis dans lasalle et de pouvoir le regarder en ver-sion longue».Le documentaire raconte la prépara-tion d’un groupe d’étudiants auconcours Eloquentia, organisé parl’Université Paris 8, qui élit le meilleurorateur de Seine-Saint-Denis depuisquatre ans. «À Voix Haute sort enpleine période d’élection présiden-tielle, un moment de débat particu-lier», explique le réalisateur. Il espèreaussi que le fait de voir le film ensalles donnera envie aux gens de ré-fléchir ensemble et d’ouvrir le dia-logue; de se mobiliser autour duvivre-ensemble et de cette idée quin’est pas une utopie pour lui: «Oui, onpeut avoir des regards différents sur lavie et réussir à se comprendre mutuel-lement; on peut se parler».

C’est d’abord une démarche militantequi l’a d’abord poussé à créer leconcours encadrés par des comé-diens, des avocats et des experts del’éloquence. Par ailleurs, il rêvait ausside réaliser un film. Depuis 4 ans et ledébut d’Eloquentia, il est frappé parla magie et la force qui se dégagentdes jeunes candidats. «Je croyais ence projet de documentaire».Le jeune réalisateur parle alors de sonpassé et comment tout a démarré.«J’ai grandi en banlieue et j’ai étéfrappé de voir à quel point la façonavec laquelle on s’exprime peut êtrediscriminante. Nous vivons dans unepériode où le repli sur soi gagne duterrain et où cette jeunesse est stig-matisée alors qu’elle est dotée d’untalent invisible».Ce jeune homme de 30 ans reste pro-fondément marqué par ce qu’il a vécu

à l’âge de 16 ans. À l’époque, il intè-gre une filière sport-études dans leprestigieux lycée Notre-Dame de Bou-logne, à l’ouest de Paris. Pratiquant lebasket depuis l’âge de 4 ans, il de-vient sportif professionnel. «Au lycée,j’étais avec des fils d’héritiers alorsque je viens d’un milieu plus modeste- mon père est garagiste. J’évoluaisdans ces univers et en même temps,j’avais l’impression d’y être étranger.À chaque fois, je devais m’adapter».À 19 ans, il arrête le basket pour en-treprendre des études supérieures.Quelques années plus tard, un masteren droit d’Assas et un diplôme de l’Es-sec en poche, il fonde une associationpour faciliter le lien social et repenserune société plus collaborative: la Coo-pérative Indigo.Chaque année, Eloquentia sélec-tionne 28 étudiants qui vont suivre

une formation à la prise de parole. Lefond et la forme y sont travaillés. Dessimulations d’entretiens d’embauchesont organisées pour préparer les étu-diants à l’entrée sur le marché du tra-vail.Conscient que les médias préfèrentmettre en avant des sujets passion-nels ou sensationnels, il estime queles jeunes que l’on suit dans ce docu-mentaire sont à la fois normaux et ex-traordinaires. «Parmi eux, il y a desprofils fantastiques et tous ont deschoses à dire».Rarement un documentaire n’aura euautant d’impact dès sa diffusion. Al’heure où la sinistrose envahit la so-ciété française, le film émeut des mil-liers de téléspectateurs qui y voientune bouffée d’air salvatrice dans cesparcours de jeunes étudiants de quar-tiers.

“A voix haute - la force de la parole”

Par Clara Teixeira

«Visite ou Mémoires et Confessions» de Manoelde Oliveira sort en DVD en France le 25 avril

O filme «Visite ou Mémoires et Con-fessions» de Manoel de Oliveira, cujotítulo em português é «Visita ou Me-mórias e Confissões», vai sair emFrança, em DVD no dia 25 avril.Este é um filme documentário pós-tumo que Manoel de Oliveira terminouem 1982, mas que guardou a setechaves para que fosse tornado públicoapenas depois da sua morte. O reali-zador tinha depositado uma cópia naCinemateca Portuguesa, deixando es-tipulado claramente em que contextopoderia ser difundido. É um filme au-tobiográfico sobre a vida do realizadorportuguês mais conhecido internacio-nalmente e sobre a casa casa ondeviveu.Com diálogos escritos por AgustinaBessa-Luís, para as vozes de DiogoDória e Teresa Madruga, este é umfilme biográfico de Manoel de Oli-veira, rodado quando tinha 73 anos,na casa onde viveu cerca de quatrodécadas com a mulher, os filhos e osnetos e com a qual estabeleceu “umarelação íntima”.Nesta casa o realizador viveu e viu asua família crescer, ele que tambémnasceu na Invicta, na freguesia de Ce-

dofeita, em 1908. “Uma casa é umarelação íntima, pessoal, onde se en-contram as raízes (…) a meu pedido,a Agustina fez um texto, muito bonito,a que chamou Visita. E eu acrescen-tei-lhe algumas reflexões sobre a casae sobre a minha vida”.“Visita ou memórias e confissões” foiexibido no Festival de Cinema de Can-nes, em França, cerca de um mês de-

pois da morte do cineasta, a 2 de abrilde 2016, aos 106 anos de idade.Aliás, o Festival de Cannes por váriasvezes reconheceu o cinema de Ma-noel de Oliveira.Em 1982, Manoel de Oliveira vê-seobrigado a vender a casa onde viviadesde 1942, por motivos financeiros.Um momento doloroso que serve deponto de partida para uma reflexão e

a uma síntese sobre a vida, a morte, afamília e o cinema. Além da presençade Manoel de Oliveira, que fala dire-tamente para a câmara, o filme incluientão diálogos da escritora portuguesaAgustina Bessa Luís, com quem Oli-veira trabalhou várias vezes.É fascinante perceber que no mo-mento em que realizou o filme, Ma-noel de Oliveira estava muito longe dofim. Ao contrário, estava prestes a co-meçar o período mais rico da sua car-reira. Até 1982, o realizadorportuense tinha realizado 15 filmes.Acabou por deixar-nos cerca de 60obras.O filme é também um testemunhopessoal sobre a história de Portugal,os períodos da Ditadura e da Revolu-ção. É uma obra simples e despojada,que mistura naturalismo e fantasia, eonde encontramos toda a frescura e ajuventude de Manoel de Oliveira aos73 anos.O DVD agora à venda em França temvários “bónus” inéditos: a média me-tragem “Le Cinéma, Manoel de Oli-veira et Moi” de João Botelho (76min), Manoel de Oliveira visto pelosseus próximos e os seus colaboradorese, “Le veillard du Restelo”, uma curtametragem de Manoel de Oliveira,…

Par Manuel Martins

Le 19 avril 2017

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14 CULTURA

Alunos do ILCP já comemoraram o 25 de abril

No sábado dia 15 de abril, o Institutode língua e cultura portuguesa (ILCP)de Lyon, organizou nas suas instala-ções, o dia do projeto Ler Consigo, euma conferência com o tema “O Sa-lazarismo e o 25 de Abril”.Mário Máximo, poeta e escritor de vá-rias obras que tratam deste período dahistória de Portugal, publicou, porexemplo, “O Infausto Quarteto” ou ul-timamente “O heterónimo Luís de Ca-mões.No projeto Ler Consigo estiveramainda presentes nas aulas com os alu-nos do ILCP, várias personalidades,como por exemplo a Cônsul Geral dePortugal em Lyon, Maria de FátimaMendes, que partilharam tempo deleituras com os alunos daquele Insti-tuto.Cerca de uma centena de pessoas as-sistiram à Conferência de Mário Má-ximo que também propunha a vendados seus livros, seguida de uma ses-são de autógrafos e dedicatórias. Nopúblico estavam antigos alunos e con-

vidados que apreciaram este dia departilha e de conhecimentos. No finalfoi servido um almoço de confraterni-zação onde António Pinto pode expri-

mir os seus talentos e conhecimentos,falando sobre os vinhos e tambémsobre a ementa do dia.Uma parte musical com temas de

abril foi animada pelo autor, compo-sitor e intérprete Zé Praia.“Gostei muito de apresentar os meusúltimos livros e também de ter estapalestra sobre o que foi o Salazarismonos finais da Ditadura em Portugal.Penso que deixei uma ideia bem realdo que foi esta época da nossa histó-ria, que eu mesmo vivi, e que possotestemunhar porque tinha 17 anos emorava em Lisboa” declarou ao Luso-Jornal Mário Máximo.Mário Máximo também esteve comalunos da Universidade Jean Monet,em Saint Etienne onde pode discursare apresentar os seus livros.“Um pouco antes da data, mascomo se diz e bem, que o 25 deAbril começou já em março, com aprimeira tentativa de golpe de Es-tado das Caldas da Raínha, nós fes-tejámos em Jean Monet e aqui noILCP o 43° aniversário deste aconte-cimento que foi encontrarmos a li-berdade e a democracia. Porque nodia mesmo estamos em período deférias” explicou Rosa Maria QueirozFréjaville ao LusoJornal.

Escritor Mário Máximo esteve em Lyon

Por Jorge Campos

Instituto Camões tem nova aplicação paraaprendizagem do português à distância

Os cursos de português à distânciapara estrangeiros têm uma aplicaçãopara telemóveis. Trata-se de uma apli-cação do Instituto Camões, apresen-tada na semana passada em Lisboa,na sede do Instituto.Agora a aplicação tem 3 níveis - auto-aprendizagem, básico e premium - etem ainda mais conteúdos.É uma plataforma com um objetivomuito concreto, afirma o Ministro dosNegócios Estrangeiros: o de melhorara oferta do ensino da língua portu-guesa à distância.“Esta é uma forma muito concreta demelhorar a oferta de educação à dis-tância em português, da responsabi-lidade do Instituto Camões” disseAugusto Santos Silva aos jornalistas.

“O que nós fazemos hoje aqui sãoduas coisas: em primeiro lugar apre-sentámos a nova oferta de cusos - hácursos para os cinco níveis de apren-dizagem, nas três modalidades nasquais essa aprendizagem pode serfeita, ou autonomamente por cada es-tudante, ou com uma tutoria básica,ou com uma tutoria mais permanente- e estamos também a apresentaruma nova forma de acesso a essescursos, utilizando as tecnologias deinformação, neste caso uma aplica-ção que nos permite chegar rapida-mente à plataforma digital doInstituto Camões, que por sua vez foirenovada”.O Ministro confessor ter estado a tes-tar a aplicação. “Como compreende,eu considero-me um falante portu-guês de nível C2 e portanto não pre-

ciso de aprender português, mas paraaprender o meu francês que está umpouco esquecido ou para aprenderum pouco mais de espanhol que bemme é necessário agora, usaria comproveito este tipo de plataformas”.Para a Presidente do Camões, Insti-tuto da Cooperação e da Língua, o en-sino à distância através das novastecnologias está na ordem do dia. Porisso Ana Paula Laborinho diz que háque acompanhar a procura que chegade outras partes do mundo.“Nós sabemos que hoje em dia, estasaplicações de ensino à distância estãona ordem do dia e por isso, temostambém de fazer este esforço. Tam-bém a questão da interatividade dosconteúdos que estamos a produzir, vainaturalmente agradar, esperamos, aonosso público e tornar mais atrativa a

aprendizagem da língua portuguesa”disse Ana Paula Laborinho.“Estes cursos são pagos, natural-mente, mas o que temos é uma pro-cura muito grande e por issorespondemos a essa procura. Não es-quecer que também há a sustentabi-lidade deste projeto - é assim que nóso vemos, naturalmente não estamosaqui para ter receitas, mas estamosaqui para fazermos com que estesprojetos sejam sustentáveis e por issolevar mais longe esta oferta a novospúblicos, a novos espaços no mundoe corresponder àquilo que é efetiva-mente uma procura muito grande”.A aplicação Camões está disponívelpara telemóveis - IPhone e Android -e permite aprender português emqualquer parte do mundo e a qual-quer momento.

Por Paula Machado, RDP

Le 19 avril 2017

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«Un crime délicat», deSérgioSant’Anna

Né à Rio de Janeiro, en 1941, SérgioSant’Anna est considéré au Brésilcomme l’un des plus grands écrivainscontemporains. Il a débuté sa carrièreen 1969, avec le recueil de nouvellesintitulé «O sobrevivente». Son in-fluence sur la nouvelle cartographielittéraire brésilienne est indéniable.Lauréat de deux grands prix (Prix Ja-buti et Prix Portugal Telecom de Lite-ratura), ses œuvres sont traduites enplusieurs langues, mais il restait in-connu du lectorat français. Avec «Uncrime délicat» (éd. Envolume, 2015,traduction d’Izabella Borges-Barrot),cette erreur est réparée. Rappelonsaussi que ce roman a été adapté aucinéma en 2007.Une des réflexions que nous inspirece récit pourrait se résumer à traverscette maxime de La Rochefoucauld:«Toutes les vertus finissent dans unfleuve de passions». Et si le person-nage principal de ce livre, AntónioMartins, la cinquantaine, critique re-nommé de théâtre, se retrouve sur lebanc des accusés c’est précisémentparce que la passion qu’il vit va in-fluencer sa vision des choses et sescritiques, autant que celles-ci influen-ceront sa vie.António Martins, personnage-narra-teur, nous raconte sa relation avecInês, 20 ans, modèle, qu’il rencontredans un café et qui le séduit. Quelquetemps après, il la rencontre à nou-veau, cette fois-ci dans le métro où illa sauve d’une chute et s’aperçoitqu’elle est atrophiée d’une jambe.Malgré sa claudication elle continueà poser comme modèle. Naît alorschez António un désir ambigu vis àvis de cette femme, qui l’accusera deviol. Mais le personnage principal estpersuadé qu’elle est manipulée. Sesrapports suspects avec Inês leconduisent sur le banc des accusés.Est-il victime d’un piège élaboré parl’artiste plasticien Vitório Brancatti,protecteur et possible amant d’Inês?Ou bien est-il acteur de son propredrame, de ses tourments et de sesquestionnements sur l’art? L’imagina-tion du lecteur est sollicitée jusqu’à lafin du récit. «Un crime délicat» est unmélange subtil d’érotisme et de rai-sonnement autour des arts et de lacritique.

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

LusoJornal / Jorge Campos

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Ruben AlvesapresentouLisboa ao siteMr Porter

“Mr” Ruben Alves, realizador de ci-nema, franco-português, realizadordo filme “A Gaiola Dourada”, juntou-se ao site de moda para homem orterpara mostrar alguns dos muitos ‘hots-pots’ de Lisboa e arredores.Um confesso apaixonado pela cidadeque trocou por Paris, Ruben Alvesaceitou este desafio e pelo prisma doseu gosto pessoal, foi fotografado porBill Gentle nos seus locais favoritos,para um roteiro destinado a cada diada semana.A seleção foi difícil, mas o passeioapelativo. E este convite, uma duplahonra para Ruben Alves, que dá aconhecer o seu trajeto profissional eabre ainda mais as portas de Portugalao mundo.

CULTURA 15

lusojornal.com

Livro sobre Jean Pina ajuda Misericórdia de Paris

O empresário Jean Pina entregouna semana passada, ao Provedorda Santa Casa da Misericórdia deParis, Joaquim Sousa, um chequede 1.500 euros correspondenteaos resultados da venda do livro“Jean Pina, de sonhador a promo-tor”, escrito por Elisabete Dente.O livro foi apresentado nos salõesdo Santuário de Nossa Senhorade Fátima, em Paris, e nessa al-tura o empresário tinha anunciadoque o resultado da venda dos li-vros reverteria a favor da SantaCasa da Misericórdia de Paris. Porisso fez questão de entregar o

cheque ao provedor JoaquimSousa, naquele Santuário portu-guês, na presença do Reitor NunoAurélio. Fê-lo no fim de semanapassado.Jean Pina conta no livro autobio-gráfico o seu percurso de vida atéParis e os anos que já passou emFrança. Depois de um acidenteque o deixou em estado de coma,tornou-se um fervente devoto deNossa Senhora de Fátima aoponto de ter construído um altarà Santa no jardim da sua própriacasa, junto do qual se benzetodos os dias quando sai de casae quando regressa.Apresentar o livro no Santuário de

Nossa Senhora de Fátima era simbo-licamente importante para JeanPina, mas também era importanteque o lucro das vendas revertesse afavor de obras sociais. Com este livroeditado no ano passado e que já es-gotou a primeira edição, Jean Pinaajudou uma instituição social naGuarda - cidade de onde é originário- a associação Asta de Almeida queencontrou em Mutzig, onde o livrofoi apresentado, e a Santa Casa daMisericórdia de Paris.O provedor Joaquim Sousa agra-deceu o gesto e lembrou que estasoma vai ajudar quem mais ne-cessita na Comunidade portu-guesa.

Empresário entregou cheque ao Provedor da Santa Casa

Por Carlos Pereira

Le 19 avril 2017

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Portugal Mag edições vai editar “Resistir ao Tempo”

“Resistir ao Tempo” é o título dolivro de poesia escrito por FernandaRumor Miranda e que vai editadopela Portugal Mag Edições. A obrade caráter poético reúne um con-junto de poemas inspirados nassuas vivências e no dia-a-dia.A autora confessou “sentir um im-pulso em passar para o papel osmeus sentimentos e impressões. Jádivagavam em mim num espírito sa-turado, e foi assim que ao conhecera editora decidi dar o passo para afrente”.Foi aquando da apresentação daPortugal Mag Edições, no Consu-lado Geral de Portugal em Paris queFernanda Rumor Miranda sentiu ser

o momento para concretizar o seusonho. Quanto ao responsável daeditora, Frankelim Amaral declarouque era importante poder acompa-nhar os novos escritores e dar-lhesa oportunidade de realizar os seusprojetos. “Pareceu-nos um projetode escrita interessante e quisemosdar-lhe esta oportunidade”. Daí serimportante antes de tudo, podercontar com uma opinião exterior.“Temos uma parceria com AdélioAmaro, ex-editor em Portugal e cujaexperiência é notável e nos podeajudar com alguns conselhos emtermos de conteúdo”.Fernanda Rumor Miranda nasceuem 1965 em Corticeiro de Cima,Coimbra. Reside em França, na re-gião parisiense, desde 1989 após

regressar da Venezuela onde viveualguns anos. Emigrar foi o embar-que de uma grande aventura. Comuma abertura de espírito virada parao mundo, foi ao encontro de novoshorizontes sem saber até onde po-deria chegar. Atravessou as frontei-ras levando no coração tantaslembranças, tantas saudades dequem lhe era querido, enfrentandoos medos e as dificuldades por ca-minhos desconhecidos, aprendendonovas línguas, aprendendo a convi-ver com novas culturas e outras tra-dições, levando sempre na bagagemo atrevimento, um monte de so-nhos, a fé, a esperança e a vontadede uma vida melhor.

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Livros

Por Clara Teixeira

Padre Nuno Aurélio, Jean Pina e Joaquim SantosLusoJornal / Carlos Pereira

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lusojornal.com

Les Amis duLusofolie’s fêtent le 25avril à la Maison duPortugalL’Association les Amis du Lusofolie’set la Maison du Portugal André deGouveia organisent le mardi 25 avril,entre 19h00 et 22h00, à la Maison duPortugal, Cité Internationale de Paris14ème, une Fête pour commémorerla Révolution des Œillets à la «mé-moire des générations de Portugaisexilés en France dont Mário Soares,ancien Président de la République ré-cemment disparu».L’entrée est gratuite et l’Association lesAmis du Lusofolie’s et la Maison duPortugal André de Gouveia ont le sou-tien de la Coordination des collectivi-tés portugaises de France (CCPF), duLusoJornal et de Radio Alfa.Au programme du Cante Alentejanoavec Grândola Vila Morena, desChants de lutte et d’espoir par Agri-pino, un concert de guitare par leGroupe Paris Guitare Quartet et destémoignages: «L’histoire des généra-tions des Portugais exilés en France»par João Heitor, «Un illustre exilé,Mário Soares» par Monique da SilvaTerra et «Résistance à la peur, té-moignages d’hommes et de femmesrésistants du régime fasciste au Por-tugal».Le Délégué à la commémoration estCândido Faria.

Lizzie invitéedu 25 avril del’associationLusophonie de Pau

Comme chaque année, l’associationLusophonie de Pau organise un évé-nement culturel pour fêter le 25 avril1974.Cette année, l’association propose unciné-concert au Cinéma Le Méliès, àPau, le 25 avril, à 20h15.Tout commence par un concertd’«Além Fado», un projet né de larencontre de trois musiciens: NunoEstevens, Lizzie et Philippe de Sousa.C’est un spectacle de Fado qui va au-delà des racines traditionnelles decette musique. Mêlant passion pourla tradition et une interprétation plussingulière, il est une sorte de voyagedans l’univers du fado. C’est un fadopersonnel, un fado d’aujourd’hui quin’oublie pas d’où il vient.Ensuite il y aura la projection du film«Un avant poste du progrès» deHugo Vieira da Silva.

16 ASSOCIAÇÕES

Hommage à Aristides de Sousa Mendes àSaint Martin-de-Seignanx dans les LandesL’Association Portugal Passion Tra-ditions a organisé le samedi 8 avril,à la salle Camiade, à Saint Martin-de-Seignanx (40), un après-midien hommage au Consul du Portu-gal à Bordeaux pendant la IIGuerre Mondiale, Aristides deSousa Mendes.Cet homme, qui avec courage et ungrand humanisme, a sauvé, en juin1940, plus de 30.000 réfugiésdont 10.000 Juifs, en délivrantdes visas à Bordeaux, Bayonne etHendaye sans l’autorisation de sahiérarchie et en désobéissant audictateur Salazar, qui dirigeait lePortugal.Plus tard, Aristides de Sousa Men-des a été condamné à l’oubli, ausilence et à la misère par Salazar.Un Comité national français enhommage à Aristides de SousaMendes a été crée à Bordeaux, enoctobre 1987, par le père BernardRivière, Manuel Dias Vaz et Joa-quim Nogueira. Ces fondateurs ontà cœur de réhabiliter et promouvoirla mémoire de ce notable à traversdiverses actions.A Saint Martin-de-Seignanx, Ma-nuel Dias Vaz était présent et a faitdécouvrir aux présents une exposi-tion de 14 panneaux retraçant lavie de ce Consul et de sa famille.Un film français «Désobéir» deJoel Santoni, a été projeté. Ce filmétait également consacré à la viede Aristides de Sousa Mendes avecdes images d’archives reconsti-tuant les grandes dates de la II

Guerre mondiale; l’invasion destroupes allemandes en Pologne; fin1939, Bordeaux voit arriver des ré-fugiés venant des pays du Nord del’Europe, de Pologne, d’Autriche,d’Allemagne. Le réalisateur JoelSantoni a su sensibiliser le publi-que au désarroi de cet homme quia dû prendre des décisions lourdesde conséquences pour lui et poursa famille. Mais suite à une granderéflexion et en conscience, il a pré-féré «désobéir» et sauver des mil-liers de vies.Après la projection du film, il y aeu une Conférence-débat animépar Manuel Dias Vaz. Celui-ci a

complété l’histoire du Consul avecd’autres éléments historiques. Il aégalement parlé de la position duPortugal pendant la II Guerre mon-diale et à fait d’autres parallèleshistoriques avec les autres pays del’Europe.Un autre témoignage très émou-vant a été celui de Marie Rose deSousa Mendes Faure, la fille duConsul Portugais, qui habite Pau etqui a évoqué le souvenir de sonpère et l’histoire de sa famille.L’Association Portugal Passion Tra-ditions a remercié très chaleureu-sement la présence de Marie RoseFaure qui a apporté une émotion

très forte et une approche très per-sonnelle de l’action héroïque deson père. Le public à été très tou-ché par cette histoire qui pour laplupart ne connaissait pas. Il y aeu ensuite beaucoup d’échangesautour des dédicaces des livres, etaussi des selfies.Nous noterons également la pré-sence du Maire de Saint Martin-de-Seignanx, Lionel Causse, qui lorsdes présentations, a fait le paral-lèle avec l’histoire de nos jours,avec tous les réfugiés et que nousavons beaucoup à apprendre del’histoire de Aristides de SousaMendes.La soirée s’est terminée par unrepas servi par les membres del’association.Le Président Carlos Águeda Rosa,lors de son discours, a remercié laprésence de tous et l’intérêt portéégalement par tous à cet après-midi d’hommage à Aristides deSousa Mendes. Il a rajouté que «lecourage de cet homme ne peutnous laisser que de l’admiration,j’imagine à peine le cas de cons-cience que cela a dû être. Il fautreplacer dans le contexte que sousla dictature de Salazar il a fallu àcet illustre Portugais une volontéexceptionnelle pour n’obéir qu’àdes impératifs d’humanité et desolidarité».En 1966, le Mémorial de Yad Vas-hem, à Israël, a honoré Aristides deSousa Mendes du titre de «Justeparmi les Nations».

Organisé par l’Association Portugal Passion Traditions

Festas da Páscoa na associação APCRCde Caluire

A Associação Portuguesa Cultural eRecreativa de Caluire (69), nos arre-dores de Lyon, organizou no fim de se-mana de Páscoa, entre sábado esegunda-feira desta semana, várioseventos onde os seus sócios tinham apossibilidade de dançar no sábadocom o grupo “Anjos da Noite” e nodomingo aplaudiram o artista da can-ção popular portuguesa Luís Manuel,vindo de Portugal para apresentar oseu último espetáculo, acompanhadodas suas bailarinas.Na segunda-feira pela tarde um lan-che foi oferecido a todos os sócioscom as cotas em dia. “Nós quisemosoferecer aos nossos sócios uma festavalente. Só pedimos uma pequenacontribuição, pois havia também ocomer que era Porco no espeto” ex-plica o Presidente Cunha.Atualmente a nossa Associação temno seu seio um grupo folclórico, o“Rio Lima Alto Minho” e “brevementeteremos um clube de motoqueirosque estamos a criar. Já temos dozeinscritos” explica o Presidente ao Lu-soJornal.No grupo folclórico estão implicadascerca de quarenta pessoas, entre dan-çarinos e músicos sob a chefia de JoséManuel e de José Rodrigo que prepa-ram atualmente o festival da associa-

ção que está agendado para o fim desetembro. “Eles ensaiam aqui na sedetodas as sextas-feiras, a partir das21h00. Antes dos ensaios temosainda a Escola de concertinas ondevários jovens aprendem a tocar con-certina. Hoje a associação conta pertode trezentas famílias inscritas, e entãopara eles organizamos atividadescomo jantares, espetáculos, bailes,saídas culturais, religiosas e viagens.

Este ano estamos a preparar uma via-gem organizada pela associação aosAçores, no ano passado fomos à Ma-deira. As pessoas gostam e participamfacilmente”.O Presidente Cunha anunciou tam-bém que a associação vai festejar o S.João “aqui, no nosso recinto, ondetambém se realizará o nosso festival”.Para além do Presidente Cunha, aatual Direção é composta ainda pelo

Vice-Presidente José Brigas, pelos trêsSecretários José Rodrigues, Gérard eAndré Fernandes e também pelos trêsTesoureiros: Nogueira, Armando eJorge Couto. A Direção conta tambémcom as esposas dos dirigentes paraajudarem nas atividades.Luis Manuel apresentou o seu últimotrabalho, um Best Off de toda a suacarreira musical. Cerca de trinta ál-buns editados em trinta anos, e o ar-tista sente-se “feliz” pelo percursoque fez. “O meu público várias vezesme solicitou este trabalho para pode-rem ouvir os meus sucesso desde oinício da minha carreira e então aca-bou por ser realidade. Tive altos e bai-xos, mas hoje tudo está a correr bem,com um novo ritmo, mas bem” ex-plica Luís Manuel ao LusoJornal.“Tenho agendado vários espetáculosem Portugal e no estrangeiro e esta-mos a trabalhar para vir ao Olímpia deParis em 2018. Outros artistas daminha época já la estiveram, só faltoeu. Então agora vou preparar esseconcerto naquela sala cheia de noto-riedade, o que será muito agradávelpara mim” concluiu Luís Manuel.Ainda nessa tarde, a dupla musicalque animou baile da associação deCaluire foi Mário Amaral e Carla Gam-boa, também foram muito aplaudidospelo público presente nesta organiza-ção da APCRC.

Por Jorge Campos

Le 19 avril 2017

LusoJornal / Jorge Campos

Manuel Dias, Marie Rose Faure, Carlos Águeda Rosa et Lionel CausseDR

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Alunos daACP de CG visitaram Lisboa

Os alunos do 9° e do 10° ano de es-colaridade dos cursos de portuguêsda Associação Cultural Portuguesa deCourbevoie-la-Garenne descolaram-se a Portugal para uma visita de es-tudo de três dias em Lisboa.Os alunos foram acompanhados peloPresidente da associação, JoséSousa, e pela professora Sónia Mal-veiro, e o projeto tinha o lindo nomede “Lisboa na ponta da língua”.Os alunos visitaram vários monumen-tos em Lisboa e até foram recebidosna Assembleia da República pela De-putada Laura Magalhães que lhes fezuma visita guiada.No fim da viagem todos os alinos afir-mavam estar “muito contentes” coma viagem pedagógica a Lisboa.

Jantar da Liberdade em MontessonTal como nos anos anteriores umgrupo de amigos - Rogério Vieira,Nuno Cabeleira, Vítor Ferreira, LuísGoncalves e José Gomes de Sá - de-cidiram “festejar” o 25 de Abril coma realização do já tradicional “Jantarda Liberdade”.Este jantar, com participação de 30euros, vai ser realizado no dia 24 deabril, às 20h00, no restaurante “LesJardins de Montesson”, 29 boulevardde la République, em Montesson(78).As inscrições estão abertas:01.30.71.59.85.

La Révolutiondes œilletsévoquée àPontault-Com-baultL’Association Portugaise Culturelle etSociale de Pontault-Combault et l’Ins-tituto Lusófono, organisent une expo-sition, entre le 18 et 28 avril, sur le 25avril 1974 et la Révolution des œillets.L’exposition est ouverte du mardi euvendredi, de 9h00 à 18h00, avec en-trée libre.Le vendredi 21 avril, à 20h00, l’asso-ciation organise la présentation dulivre: «Chronologie d’un combat paci-fique» par son auteur, Manuel doNascimento, suivi d’un débat co-animé avec Carlos Pereira, journaliste,Directeur de LusoJornal.APCS, 62 rue Lucien Brunet, à Pon-tault-Combault (77).

ASSOCIAÇÕES 17

lusojornal.com

Assemblée Générale de l’association Regarde Ailleurs à Chabeuil

Pour la 11ème fois, s’est tenue l’As-semblée Générale de l’association«Regarde ailleurs» présidée par Jean-Philippe Leroy, le samedi 8 avril, dansles locaux de Vinothentik, à Chabeuil(26), dans la Drôme. L’associationutilise la photographie principale-ment noir et blanc pour venir en aideaux populations capverdiennes: A sesprémices, dans l’île de São Antão etdepuis quelques années dans cellede São Nicolau. Les interventionsportent à la fois sur la capacité d’offrirdes outils de travail aux pêcheurs duvillage de Juncalinho, mais aussi dequoi améliorer sensiblement l’ordi-naire des enfants scolarisés de cemême village.D’abord modestement pour un équi-page de 3 pêcheurs sous les directi-ves de Nelson Silva, responsableéconomique de ce projet au Cap Vert.Avec une première barque baptisée«Nossa Família», équipée d’un mo-teur, d’un sonar, d’un GPS et de toutle matériel de pêche nécessaire. Pasfacile pour eux de gérer le bien col-

lectif, suivre l’entretien régulier dumatériel sous la responsabilité dechacun, en écartant le profit immé-diat individuel si tentant. Que diredes réparations qui traînent dans letemps, faute de pouvoir technique-ment tout assurer sur place.En revanche, la construction d’unepetite maison en dur dans la zone depêche sur le bord de la plage pourpermettre le repos des pêcheurs, unecuisine, douche et WC, achevée plusrapidement que prévu, marque uneavancée sensible dans l’organisationde leur métier de pêcheur.Pedro Silva, le Président de Vila Ri-beira Brava, avait suivi de près cetteconstruction qui devrait en 2017s’agrandir d’une pièce supplémen-taire pour rangement de matériel.Une construction d’une table en durpour découpe et nettoyage des pois-sons est aussi prévue alors qu’au-jourd’hui tout ceci se pratique àmême le sol.Quelques chiffres néanmoins: 10tonnes de poissons pêchés pour unepériode de 362 jours de sorties enmer sur 38 mois, pour un chiffre d’af-

faires de plus de 1.500.000 EscudosCV. Ce n’est pas mal du tout.Sont en projet l’acquisition de pharesde mer, avec batterie, pour permettrela pêche très matinale, ainsi que deskits de sécurité tel gilets, fusées, etc.à raison pour chaque barque, de 150euros l’unité. Soit un minimum indis-pensable pour la protection des tra-vailleurs de la mer. Sans oublier laformation de jeunes en mécaniquepour l’entretien des bateaux et répa-rations de leurs moteurs.Pour un budget plus modeste, de l’or-dre de 31.500 Escudos CV, du maté-riel d’hygiène et d’amélioration ennourriture pour 250 enfants del’école primaire et du matériel péda-gogique pour une quarantaine d’en-fants en école maternelle ont étéfournis à la demande des enseignantsdu village de Juncalinho.Leur souhait d’acquisition d’un pho-tocopieur à se procurer au Cap Vertest à l’étude. «Regarde ailleurs» noteque les projets comme les jardins po-tagers et congélations déjà opération-nels, fonctionnent toujours très bien.Comme dans toutes les associations

à caractère humanitaire, les démar-ches en France prévoient diversesmanifestations culturelles et festivespour dynamiser les adhérents par lebiais d’expositions photographiquesalliant la découverte des Îles du CapVert et la présentation des différentsprojets en cours.La recherche de sponsors en lien avecles activités autour de la mer et lapêche et de subventions à solliciterau Cap Vert comme en région Au-vergne-Rhône-Alpes occupe unebonne partie du temps libre jusqu’àla mission suivante, tant attendue parles Capverdiens.«Regarde ailleurs» souhaite égale-ment faire un appel à soutien auprèsdes Mairies françaises se situant surle littoral, en envisageant un partena-riat cohérent entre une ville françaiseet capverdienne. Celles ayant enpoint commun l’économie maritime,qu’elle soit de petite ou grande taille,se sentant concernées et ayant enviede dynamiser ces projets peuventcontacter l’association. Auprès de sonPrésident Jean-Philippe Leroy. Infos:09.53.94.00.11.

L’association vient en aide aux populations capverdiennes

Par Gracianne Bancon

Le Groupe Folklorique des Portugais deTarbes a animé le vide-grenier de l’Association France-Portugal d’Oloron

Le dimanche 9 avril, l’AssociationFrance-Portugal-Europe a organiséson vide-grenier annuel à l’EspaceLaulhère, à Oloron-Sainte-Marie(64).Cette manifestation sert à financercertaines opérations dans le courantde l’année ayant toujours pour but la

divulgation de la culture portugaisedans la région. Malgré le très beausoleil, plus de 45 exposants se sontretrouvés sur le lieu de la manifesta-tion, un peu frisquet le matin et sousune grosse chaleur dans l’après-midi, mais à la l’abri des pollens quiaffluent en cette période de l’année.L’animation de la journée à étéconfiée au Groupe Folklorique des

Portugais de Tarbes qui venaient àOloron pour la première fois.C’est un groupe jeune, très sympa-thique et dynamique qui mérited’être connu.Ce furent quatre heures de chants etde danses qui ont ravi le public venunombreux, ainsi que les exposants.Chacun a été très heureux du par-tage de ce grand moment de convi-

vialité, qui a été aussi l’occasion decommémorer le 25 Avril avecquelques jours d’avance.Rendez-vous fut pris pour la pro-chaine manifestation qui est pro-grammée le 13 mai, en partenariatavec la ville d’Oloron, et cette fois-ci, c’est l’Europe qui sera à l’hon-neur. Un beau programme enperspective!

Par Christian Godfrin

Le 19 avril 2017

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lusojornal.com

18 RELIGIÃO

Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima esteve na Diocese de Versailles

Foi no âmbito do Centenário das Apa-rições que a imagem peregrina deNossa Senhora de Fátima foi acolhidapor uma dezena de Comunidades por-tuguesas da diocese de Versailles (78),durante 10 dias. Os momentos maisfortes foram marcados pela celebraçãoinicial na Catedral Saint Louis de Ver-sailles, para terminar na Paróquia deMantes-la-Jolie, no domingo 2 de abril.Foi juntamente com a Capelaria nacio-nal portuguesa e a Pastoral de migran-tes da Diocese de Versailles, que oPadre Carlos Caetano trouxe a imagemperegrina até à região parisiense.“Reuni-me com o Conselho das Comu-nidades Portugueses da Diocese deVersailles onde está representada umaforte Comunidade, convidámos váriasParóquias e depois tentámos privilegiaras Comunidades portuguesas mais es-truturadas para levar a Santa”.Há mais de um ano que o Padre Cae-tano estava a trabalhar neste projeto.“Penso que há uns anos atrás a ima-

gem ficou no Santuário de Fátima emParis, mas não me recordo bem. Achoque mais nenhuma Diocese organizoualgo semelhante”, adiantou ao LusoJor-nal. Foi o próprio padre que se encar-regou de ir buscar a imagem aoSantuário de Fátima em Portugal e quea trouxe no avião. Segundo o reitor há13 imagens peregrinas que viajam empermanência. “Nunca páram! Já viaja-ram pelos 5 continentes a convite dasvárias Dioceses, apenas pára uns diasem Portugal quando necessitam umapequena restauração”.A imagem seguiu de Saint Germain-en-Laye para Noisy-le-Roi, Chevreuse,Poissy, Bois d’Arcy, Versailles, Houilles,Carrières-sur-Seine e finalement Man-tes-la-Jolie. A alegria dos presentes foiimensa e todos se congratularam coma initiativa. “Tivemos muitos comentá-rios positivos que demonstravam clara-mente a felicidade dos fiéis por terema imagem peregrina connosco aqui emFrança. Os ecos foram mesmo muitoencorajantes e de ver que toda a ener-gia investida resulta numa alegria e gra-

tidão tão grandes, é de facto muito gra-tificante”.De acordo com o Padre português, oevento não era apenas dirigido aos Por-tugueses, mas também à Diocese,“criando laços com os fiéis franceses,para colaborar, dialogar e partilhar amensagem de Nossa Senhora de Fá-tima”. Muitos Franceses presenciaram

assim à devoção e ao carinho dos Por-tugueses pela Santa e perceberam me-lhor o seu significado. “Acredito quetambém alguns Portugueses redesco-briram a mensagem de Nossa Senhorade Fátima”, sublinhou.Quando Nossa Senhora de Fátima apa-receu em 1917 aos três Pastorinhos,Lúcia, Francisco e Jacinta, acredita-se

que deixou uma importante mensa-gem, que deveria ser repassada pelascrianças a todos. Na época, o nazismoe o comunismo ameaçavam o mundo,e o significado da mensagem era rela-cionada ao que acontecia, entretanto,ainda nos dias de hoje as suas previsõesnão perderam a importância. A cartaque ficou conhecida como o terceiro se-gredo de Fátima revela a importânciada penitência, não só de todos, mastambém das três crianças, que segui-ram exatamente o que Nossa Senhorahavia pedido. Nossa Senhora pediu in-sistentemente que os três Pastorinhosrezassem o Santo Rosário pela salvaçãodas almas da condenação eterna no In-ferno. Deviam ainda rezar o Terço ma-riano pelos próprios pecados. Emresumo, a mensagem de Nossa Se-nhora de Fátima teve grande importân-cia. Cem anos depois, as penitências esacrifícios são vistos como soluçõescontra a busca pelo dinheiro, pelopoder e ganância. A mensagem da Vir-gem Maria consiste ainda na transfor-mação dos corações para vencer o mal.

Durante 10 dias

Por Clara Teixeira

Le 19 avril 2017

Santuário de Lourdes também vai rezar com FátimaO Santuário de Lourdes, em França,recusa a existência de “concorrência”com Fátima para atrair fiéis ou turis-tas, preferindo sublinhar a “comple-mentaridade” que há entre os várioslocais de culto mariano, com “tonali-dades” diversas, em todo o mundo.“Apercebemo-nos que não estamosem concorrência, porque todos cele-bramos a Virgem Santa”, disse à Lusao Vice-Reitor do Santuário de NossaSenhora de Lourdes, acrescentandoque “há uma complementaridadeprofunda entre todos os Santuáriosmarianos, indo os peregrinos de um aoutro”.Para Xavier d’Arodes, “cada santuáriotem uma tonalidade própria” equando se vem a Lourdes procura-se“uma cura para uma doença física oupsicológica”.Há centenas de locais de culto ma-riano (de Maria, “mãe” de Jesus) em

todo o mundo, estando Lourdes e Fá-tima entre os mais importantes e osmais visitados. “Atualmente assisti-mos a um aumento do número depessoas que vão aos santuários, por-que as pessoas estão à procura de re-ferências”, disse Xavier d’Arodes,recordando uma imagem antiga quecompara “locais de culto” com “hos-pitais de campanha”.O Vice-Reitor de Lourdes acreditaque, num contexto de descristianiza-ção do continente europeu, “aquelesque estão, por vezes, em dificuldade,que se interrogam sobre o sentido dasua vida”, vão a um Santuário comoiriam a um hospital tratar da suasaúde.O complexo de igrejas do Santuário deNossa Senhora da cidade dos Pirinéusfranceses foi construído em finais doséculo XIX, na sequência de váriasaparições da Virgem Maria perante

uma camponesa de 14 anos, Berna-dette Soubirous, a partir de 1858.Xavier d’Arodes também rejeita queLourdes não seja mais do que tudoum local turístico, com os hotéis a in-vadir a cidade e a chegarem aos locaisde culto. “Claro que há uma pressãode hotéis”, admite d’Arodes, mas ex-plica que é “por razões diferentes naestrutura da peregrinação dos fiéis”.Os peregrinos que vão a Lourdes são,na sua maioria, doentes que precisamde serviços hospitalares, ficando nacidade “vários dias”, ao contrário deFátima, onde “a experiência é muitomais curta”, segundo o Vice-Reitor.“As pessoas participam na celebra-ção, em Fátima, por volta do dia 13de cada mês, mas em seguida partemmuito rapidamente, enquanto emLourdes a peregrinação dura maistempo, por isso precisamos de estru-turas de acolhimento que não há em

Fátima”, explica Xavier d’Arodes.O Santuário de Nossa Senhora deLourdes é uma área com várias igrejase outras instituições construída emtorno da Gruta de Nossa Senhora deLourdes, local da primeira “aparição”.A fama de Lourdes cresceu muito nosanos seguintes a 1858, quando maisde 2.000 curas sem explicaçõesforam reconhecidas pelo posto mé-dico instalado no local. Entretanto, aIgreja também reconheceu cerca desete dezenas destas curas comosendo “milagrosas” e validou oficial-mente as “aparições” logo em 1862.O número dois do Santuário de Lour-des realçou as “relações excelentes”com Fátima: em 1947 a estátua deNossa Senhora de Fátima viajou atéLourdes e em 2008, aquando das co-memorações dos 150 anos da pri-meira aparição na cidade francesa, osreitores e padres de Fátima também

vieram a Lourdes. “Há relações muitofortes entre os dois Santuários”, in-siste Xavier d’Arodes, assegurandoque tanto ele como o Reitor de Lour-des irão a Fátima em 13 de maio pró-ximo, para assistirem àscomemorações do centenário dasaparições naquele local de culto, queterá a presença do papa Francisco.Na cidade francesa, de maio a outu-bro de 2017, todos os dias 13 haveráuma evocação a Nossa Senhora deFátima e todas as procissões previstasterão imagens dessa santa. Por outrolado, a cerimónia presidida em 13 demaio próximo pelo papa Francisco,em Fátima, será retransmitida numecrã gigante instalado na BasílicaSaint-Pie X, em Lourdes. “Para nós, éuma grande alegria podermos tam-bém celebrar o centenário das apari-ções em Fátima”, concluiu Xavierd’Arodes.

Feira Lusitana de Toulouse já se prepara

Decorreu no dia 8 de abril, com inícioàs 19h00, um cocktail de agradeci-mento a todos os patrocinadores daprimeira edição da Feira Lusitana deGastronomia e Artesanato de Tou-louse.Este evento contou com a presençade diversas empresas da região queajudaram a que a Feira se tornasseuma realidade em 2016. Neste dia,foram igualmente convidados todos osque ajudaram a organização a colocara feira de pé. A organização de 2016foi levada a cabo pelas associações“Grupo Folclórico Vila Rosa”, “A Ca-bana” e “Nossa Senhora de Fátima”.Para o ano de 2017 foi criada umaassociação especificamente para esteevento, e que tem nos seus corpos di-retivos elementos das 3 associações

que organizaram o evento de 2016.Esta opção foi tomada pelos elemen-tos das associações uma vez que a di-mensão e responsabilidade agregadasà feira de 2017 aumentam em rela-ção a 2016, “o que faz com que a or-ganização tenha que ser efetuada deuma forma independente”, adianta oresponsável máximo desta. O Presi-dente desta associação é José Rodri-gues, o Vice-Presidente é José Vieira,o Tesoureiro é Alberto Gomes e a Se-cretária é Irene da Silva.A edição de 2017 realizar-se-á no es-paço de festas de La Fourguette, nomesmo recinto que em 2016.No cocktail realizado dia 8 de abrilfoi efetuada a pré-apresentação docartaz. A mesma será efetuada a todoo público brevemente, indicam osresponsaveis. A organização adiantaque a animação acontecerá durante

os 3 dias do evento, que já se encon-tra marcado para 9, 10 e 11 dejunho. O que difere em relação a2016 é que a organização tem o cui-dado de preencher os dias com ani-mação desde o período da manhã,para que os expositores possam termais público.Os expositores que já confirmarampresença nesta edição vão desde acharcutaria aos vinhos, passando pelapastelaria portuguesa, cerâmica, cal-çado entre outros.A organização espera acolher cerca de5.000 pessoas nos 3 dias de evento,o que ultrapassará os números de2016.Para dia 9 de junho, dia da cerimóniade abertura, já está confirmada a pre-sença de Jean-Luc Moudenc, Mairede Toulouse e Presidente da ToulouseMétropole.

Por Vítor Oliveira

LusoJornal / Vítor Oliveira

Padre Carlos Caetano

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lusojornal.com

Portugal termina osCampeonatosEuropeus Opende sub-18 de râguebi, emQuimper, emquarto lugarA Seleção portuguesa de râguebi ter-minou no sábado passado os Cam-peonatos Europeus Open de sub-18no quarto lugar, depois de ter sido der-rotado pelo Japão, 22-16, no jogo deatribuição do último lugar do pódio.Em Quimper, no norte de França, Por-tugal chegou ao intervalo já a perderpor 10-6 e, mesmo com dois ensaiosde Vasco Morais na segunda parte,não foi capaz de fugir à derrota.O Japão acabou por assegurar o ter-ceiro posto da prova, enquanto a Sele-ção nacional ficou pelo quarto lugar.

Hóquei em Patins: Portugal conquistou 2° lugar emMontreux

A Argentina conquistou o Torneio dasNações de hóquei em patins, em Mon-treux, na Suíça, depois de vencer Por-tugal na final, por 6-5.A Seleção lusa, que era tetracampeãem título e soma 18 troféus, perdeu apossibilidade de alcançar o “penta”frente à regressada Argentina, que feza primeira aparição desde 2011 e játinha vencido a prova em 1989 e1993. “Portugal fez um jogo muito in-tenso, muito forte, frente ao Campeãodo Mundo em título. Crescemos nesteTorneio de Montreux, mostrámos quepodemos estar nas decisões, mas hojeo fator sorte não caiu para nós”, afir-mou o Seleccionador luso, Luis Sénica.O português João Rodrigues, do Ben-fica, foi eleito o melhor jogador do Tor-neio, enquanto Pedro Henriques,emprestado pelo Benfica ao Réus, foiescolhido como o melhor guarda-redes.A Espanha garantiu o terceiro lugar,após vencer a França por 5-3, com re-viravolta nos últimos 15 minutos, de-pois de ter estado a perder por 3-2.Angola surpreendeu e venceu a Itália(9-4), conquistando a quinta posiçãoda prova, enquanto o anfitrião Mon-treux ficou em último lugar, ao perder(5-4), após prolongamento, com oChile.Portugal goleou nas meias-finais aFrança (8-2). No encontro com osFranceses, Portugal chegou ao inter-valo a vencer por 2-0, consolidando avantagem no segundo tempo e cons-truindo uma goleada expressiva.Pelos Portugueses, marcaram Henri-que Magalhães, Rafa, João Rodrigues,Hélder Nunes, João Souto (x2) e Gon-çalo Alves (x2).

20 DESPORTO

Afonso Figueiredo: “Quero fazer o máximode jogos até ao fim da temporada”

No passado sábado, dia 15 de abril,o Rennes venceu o Lille por 2-0 numjogo a contar para a 33ª jornada doCampeonato francês de futebol daLigue 1. Um encontro com vários Por-tugueses dentro das quatro linhas. Dolado do Lille, o trio luso composto porEder, Xeka e Rony Lopes jogou os 90minutos, enquanto do lado do Ren-nes, Afonso Figueiredo foi titular ePedro Mendes ficou no banco dos su-plentes.Após a derrota, os jogadores do Lillesaíram cabisbaixo e não quiseramfalar à comunicação social. Quanto aAfonso Figueiredo, falou com o Luso-Jornal.

Foi uma vitória importante?Sim, porque agora vamos poder dis-putar os cinco jogos que faltam maistranquilamente. Esta vitória tambémtraz uma certa segurança para aequipa trabalhar tranquila e melhor.A partir de agora, as coisas vão corrermelhor.

Com a manutenção adquirida, aequipa vai jogar de uma maneira maissolta?Acho que sim. Agora vamos ter o pra-zer de jogar sem pressão, o que ajudamuito, e tentar fazer o melhor possí-vel. Vamos tentar fazer o máximo depontos possíveis para tentar acabarbem e dar uma alegria aos nossosadeptos.

Como podemos analisar esta vitóriafrente ao Lille por 2-0?Acho que tivemos uma grande eficá-cia. Aproveitámos muito bem as opor-tunidades que tivemos e soubemosaproveitar uma pontinha de sorte quenos estava a faltar em alguns jogos.Fomos eficazes, trabalhámos muito epareceu fácil mas foi um jogo bas-tante difícil.

O segundo golo foi iniciado peloAfonso?Sim, o meu cruzamento acabou porser desviado por um jogador do Lillemas felizmente a seguir deu o golo eisso é o mais importante.

É a época que sonhava no Rennes?Sinceramente acho que queremostodos jogar mais. No entanto eusoube aproveitar as oportunidades

que tive, soube esperar, soube conti-nuar a trabalhar, mesmo não tendomuitas oportunidades, e acho que aíé que está a chave do sucesso. Pormuito que as coisas não aparecem,temos de continuar a trabalhar e es-tarmos preparados para quando elasaparecerem.

O Afonso parecia estar muito bem in-tegrado no onze inicial...Desde muito cedo senti-me integradona equipa. Ainda por cima tenho asorte de ter Portugueses neste clube,o que ajuda muito, mas sem dúvidasque me sinto muito confortável naequipa.

Como tem sido viver em Rennes?É muito diferente do Porto. Sintomuito a falta do sol, mas já me estoua habituar à cidade, à língua, às pes-soas e gosto muito de estar aqui. Éuma cidade muito tranquila e parajogar futebol é o que se quer, umacerta tranquilidade. Acho que aquitenho tudo.

Há muitas diferenças entre o futebolportuguês e o francês?

Sim, porque aqui em França, é muitomais físico. O ritmo também é umpouco mais alto, mas tenho gostadomuito. Tenho tido um enorme prazerdentro de campo, e com mais tempode jogo e de ritmo, poderei fazer ascoisas melhor e é esse o meu obje-tivo.

Foi uma escolha acertada vir paraFrança?Sim, desde o início. É um grandeclube e tem todo o tipo de condiçõespara ter sucesso. Agora vou continuara aproveitar as oportunidades e tentarchegar o mais longe possível. O meuobjetivo a curto prazo é tentar fazer omáximo de jogos possíveis até ao fimda temporada para tentar terminar damelhor maneira o Campeonato. Émais importante o final do que o iní-cio, porque as pessoas esquecem doque fazemos no início. O fim é a úl-tima imagem que fica e é isso quequero deixar, uma imagem forte paracomeçar com uma imagem forte nopróximo ano.

Foi formado no Sporting Clube dePortugal, passou pelo Baga e pelo

Boavista... Continua a seguir o Cam-peonato português?Claro que continuo a seguir a liga por-tuguesa e o Sporting porque foi oclube que me formou, mas tambémsigo o Boavista. São os dois clubesque acompanho. Neste momento aluta pelo título é entre o Porto e oBenfica, e acho que o Campeonatoestá equilibrado entre essas duasequipas. Vamos ver até ao fim quemserá o Campeão.

O dérbi lisboeta, do dia 23 de abril,entre o Sporting e o Benfica vai serdecisivo para o título?Acho que o Sporting vai ganhar por-que é muito forte em casa. Sem gran-des objetivos até ao final da época,acho que vai ser um jogo que o Spor-ting vai querer ganhar a todo o custoe acho que vai acontecer.

Na próxima jornada, o Rennes des-loca-se ao terreno do Saint Etienne,no dia 23 de abril. Recorde-se que oRennes ocupa atualmente o 9° lugarcom 43 pontos, mais um do que oNantes, clube treinado pelo portu-guês Sérgio Conceição.

Futebol / Rennes, Ligue 1

Por Marco Martins

Le Créteil/Lusitanos toujours au bord duprécipice

Encore une triste soirée pour l’US Cré-teil/Lusitanos battue par Belfort,concurrent direct dans la course aumaintien (1-0). Malgré ce 5ème re-vers consécutif, les Béliers restent endehors de la zone rouge. Une bienmaigre consolation…

Dans un match terne et fermé, le Cré-teil/Lusitanos a pourtant eu sa chanceen touchant notamment du bois parl’intermédiaire de Puygrenier en se-conde période. Mais les attaquantsVal-de-Marnais n’ont pas su exploiterleurs quelques occasions et ce qui de-vait arriver, arriva...Alors que Créteil/Lusitanos réclamaitsur faute sur Kanga, ce sont les Bel-fortains qui ont porté le coup de grâce

sur un contre rondement mené etconclu par Slidja (70 min). De retourdans la cage cristolienne, Kerborioun’a rien pu faire...C’est seulement la deuxième victoirede Belfort à Serzian. La première de-puis plus de 5 mois.Encore un résultat inquiétant pour desBéliers qui, journée après journée,voient se dessiner un scénario pour-tant inimaginable en début de sai-

son... Car, si la victoire de Béziers àPau permet aux Cristoliens de garderla tête hors de l’eau, c’est bien vers leCFA, désormais, que tous les regardssont tournés.Pour continuer à croire au maintien, ilfaudra faire beaucoup mieux et com-mencer par sonner la révolte la se-maine prochaine à domicile face àBastia.On ne lâche pas!

National 16/17

Par Joël Gomes

Le 19 avril 2017

Por Marco Martins, com Lusa

Belfort 1-0 US Créteil/Lusitanos

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lusojornal.com

Le retour des Lusitanos de Saint Maur sur terre

En concédant le nul sur le terrain deDieppe (0-0), les Lusitanos de SaintMaur perdent leur place de leader duGroupe B, au profit de l’EntenteSSG, Fleury-Mérogis et l’ACBB. Une4ème place bien amère…Poussifs et à la limite depuis plu-sieurs matchs, les Lusitanos ontpayé au prix fort son dernier mois decompétition. Privés de victoire de-puis 5 rencontres (3 nuls, 2 dé-faites), les Saint-Mauriens perdentleur place de leader au plus mauvaisdes moments. Pourtant, au momentde se rendre en Normandie, leshommes de Carlos Secretário sa-vaient qu’ils n’auraient pas le droit àl’erreur. Ses poursuivants - EntenteSSG, Fleury-Mérogis, ACBB - n’al-laient pas manquer une nouvelle oc-casion de passer devant lesLusitanos. Et cela n’a pas loupé. Vic-

torieux respectivement d’Arras (3-0),Lens B (2-1) et Lille B (2-3), SaintMaur recule dorénavant au qua-trième rang du classement duGroupe B du CFA à un petit point dela concurrence.Pourtant, face au FC Dieppe, 15ème,les Lusitanos de Saint Maure espé-raient bien se relancer et casser cettespirale infernale. Seulement depuisl’arrivée de Jean-Guy Wallemme, lesharengs se sont enhardis avec notam-ment une victoire face à l’EntenteSSG (1-0). Et dès le coup d’envoi, leton de la rencontre est donné. Dieppese contentant de jouer le contre dansun système à 5 défenseurs bloquantles couloirs saint-mauriens. Re-douane Kerrouche ayant même ledroit à un marquage strict du numéro10 adverse.Pourtant au fur et à mesure de la pre-mière période, les meilleures occa-sions seront à mettre au crédit des

Lusitanos. Que ce soit Jony Ramos,Kévin Farade, Wilson Moreira ou JoëlSaki, ils manqueront de réussite dansla finition, permettant à la défensedieppoise de prendre confiance au furet à mesure des minutes. En 2èmepériode, malgré la sortie de Kévin Fa-rade, les Lusitanos de Saint Maurcontinueront leur travail d’agressionsur le but adversaire sans pour autantréussir le geste décisif qui aurait pufaire basculer la rencontre. Même lafrappe d’Ousmane Kanté ou la malicede Gilberto Pereira ne seront pas ré-compensées.Au coup de sifflet final, les minesétaient défaites du côté des Saint-Mauriens.Leader depuis la trêve hivernale, lesLusitanos ont pris un sacré coup surla tête. Pour Carlos Secretário, il estévident qu’il ne faudra pas encores’avouer vaincu lors des derniersmatchs de la saison. “On a dominé

le match. On méritait la victoire. Leterrain était difficile mais on n’a pasd’excuse. On aurait dû mettre nosoccasions. L’adversaire n’en a paseu. On est dans une phase difficileoù la réussite nous fuit... Mais rienn’est terminé. Il reste encore 4matchs. On va lutter jusqu’au boutcomme depuis le début de la saison.On a encore du travail à accomplir.Dès la semaine prochaine, on va serelancer dans la bataille en pensantà Calais. Il n’y a qu’un point! Si nosadversaires avant cette journée ycroyaient avec 1 point de retard,pourquoi on ne devrait plus y croire.On ne va rien lâcher. L’an passé, onétait dans la même situation, il fauty croire jusqu’au bout, on sait quetout est encore possible».Mais pour encore croire au rêved’une fin de saison exceptionnelle,les Lusitanos de Saint Maur n’aurontplus le droit à l’erreur…

Football / CFA

Par Eric Mendes

Lyon de Anthony Lopes atacado duas vezes

Foi uma semana para esquecer nofutebol. Para além do BorussiaDortmund, clube germânico ondeatua o lusodescendente RaphaëlGuerreiro, o Lyon do também luso-descendente Anthony Lopes foiatacado duas vezes, uma em casa,outra em Bastia.O futebol tem dado uma imagempouco recomendável, quando aomesmo tempo, a solidariedadetambém tem estado presente. EmDortmund, na Alemanha, após oataque com três explosivos de quefoi alvo a equipa do Borussia Dort-mund, e durante o qual houve doisferidos - um polícia e um jogadorespanhol, Marc Bartra - váriosadeptos germânicos propuseramaos adeptos franceses de serem al-bergados, visto que o jogo quedevia ser terça-feira 11 de abril,apenas decorreu a 12. Um movi-mento de solidariedade apreciadoe apreciável.

No entanto em França, os adeptosé que fizeram cenas pouco reco-mendáveis. Durante o jogo da LigaEuropa, o Lyon recebeu o Besiktasda Turquia. Antes do encontro co-meçar, os adeptos do Lyon foramatacados pelos turcos que estavampor cima deles no estádio. Um erroda organização que não contavacom cerca de 20 mil adeptos tur-cos, num estádio que pode receberquase 60 mil espetadores. O jogodecorreu e o Lyon de AnthonyLopes venceu por 2-1, mas houveum atraso de mais de 45 minutosem relação ao apito inicial. A se-gunda mão nesta quinta-feira 20de abril promete ser tensa em Is-tambul. Recorde-se que no clubeturco joga o Campeão europeu por-tuguês, Ricardo Quaresma, au-sente na primeira mão.O Lyon não teve realmente uma se-mana tranquila. No domingo, naCórsega, onde os jogadores esta-vam para defrontar o Bastia, numjogo a contar para a 33ª jornada da

Liga francesa, os problemas conti-nuaram. Durante o aquecimentodas duas equipas, vários adeptosdo Bastia entraram dentro das qua-tro linhas e começaram a provocaros jogadores do Lyon, empurrandoalguns, antes de haver confrontosfísicos. Os jogadores do Lyon fugi-ram para o balneário. A Liga fran-cesa decidiu no entanto disputar oencontro, um pouco à imagem dojogo entre o Lyon e o Besiktas.A primeira parte até decorreu tran-quilamente, o resultado estando fi-xado em 0-0 no fim dos primeiros45 minutos. No entanto, antes dechegar ao balneário, o guarda-redes lusodescendente AnthonyLopes foi abordado por uma pessoanão identificada que queria tirar al-gumas satisfações com ele. Oguarda-redes reagiu e entrou emconfrontos com essa pessoa, à qualveio acrescentar-se mais pessoasdo Bastia, com o intuito de entra-rem na confusão.O jogo foi definitivamente cance-

lado. No entanto os jogadores tive-ram de permanecer ainda largosminutos no balneário porque ascondições de segurança não eramas melhores fora do estádio e osadeptos podiam atacar o autocarrodo Lyon. As forças de intervençãofrancesas tiveram de proteger asaída do autocarro que regressou aLyon. Uma semana para esquecerpara o clube.Quanto ao Bastia, treinado peloTécnico português Rui Almeida,vai conhecer as sanções nestaquinta-feira. Tudo indica que o jogofrente ao Lyon vai ser perdido ad-ministrativamente, e os últimosdois jogos em casa no Campeonatopoderão ser à porta fechada. O ce-nário mais dramático poderá ser aexclusão da equipa do fim da tem-porada, o que condena o Bastiavisto que o clube da Córsega ocupaatualmente o último lugar na ta-bela classificativa com 28 pontos,a três do primeiro clube acima dalinha de água.

Futebol

Por Marco Martins

DESPORTO 21Le 19 avril 2017

Futebol dePraia: Portugal voltou a vencera França

Portugal venceu a França, por 6-2, noúltimo jogo de preparação da Selec-ção das Quinas, antes da partida parao Mundial Bahamas-2017, na moda-lidade de Futebol de praia.Num encontro em que esteve sem-pre na frente do marcador, Portugalmarcou por Rui Coimbra, Pedro Silva(x2), Léo Martins (x2) e José Maria.Recorde-se que no primeiro encontrofrente aos gauleses, Portugal já haviaganho por 7-2.A comitiva lusa viajou para Nassau,capital das Bahamas, na terça-feiradia 18 de abril, efetuando escala emMiami, nos Estados Unidos. Nas Ba-hamas, Portugal tentará revalidar o tí-tulo conquistado no último Mundial,em Espinho.As Seleções de Panamá (28 abril),Paraguai (30 abril) e Emirados Ára-bes Unidos (2 maio) serão os primei-ros adversários da armada lusa, noGrupo C.Qualificam-se para os quartos-de-final os dois primeiros classificados decada grupo. O vencedor do grupo dePortugal cruzará com o segundo clas-sificado do grupo D e o segundo clas-sificado do grupo C encontrará oprimeiro classificado do grupo D,composto do Brasil, do Taiti e da Po-lónia.As meias-finais estão marcadaspara o dia 6 de maio e a final serájogada no dia seguinte, a 7 de maio.“Tirámos partido destes dois jogosde preparação frente à França. Jo-gámos contra uma equipa aguer-rida como a que vamos encontrarna primeira jornada do Mundial, oPanamá. Criámos rotinas de jogo,os jogadores estão hoje fisicamentemais fortes do que no arranque doestágio. Os objetivos para esta etapade preparação foram cumpridos”disse o Selecionador Nacional,Mário Narciso, antes da partida. “ASeleção nacional não pode entrarnuma competição só por entrar ousó para competir. Temos de entrarcom o intuito de ganhar e é comesse intuito que vamos para as Ba-hamas. Sabemos que não seráfácil, pois estarão em ação as 16melhores Seleções do Mundo.Neste momento, todos os canhõesestão apontados na nossa direção,mas também temos as nossasarmas. Favoritos além de Portugal?A Suíça, o Taiti e o Brasil, que voltoua estar em grande forma”.

Por Marco Martins

Lusitanos de Saint Maur / EM

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22 TEMPO LIVRE

Boa notícia

«Vê as minhasmãos»A missão dos apóstolos de anunciara Ressurreição não começa nadabem… A primeira pessoa que tentamconvencer é São Tomé e a sua res-posta é famosa: «Se não vir nas suasmãos o sinal dos cravos, se não metero dedo no lugar dos cravos e a mãono seu lado, não acreditarei».O relato deste episódio (que escuta-remos no Evangelho do próximo do-mingo, dia 23) é um convite a reflectirsobre os desafios enormes da evan-gelização e as frustrações que pode-rão provir: se Tomé (um dos dozeapóstolos, que viveu e seguiu Jesusdurante três anos) inicialmente nãoacredita sem ver, que esperançapodia cultivar a Igreja nascente deevangelizar/converter o mundo?Podemos considerar esta páginacomo mais um exemplo da honesti-dade do Evangelho que não escondeas dificuldades do anúncio e a incre-dulidade que frequentemente oacompanhará.Felizmente, este episódio revela-nostambém uma outra verdade aindamais importante: a evangelização nãodepende apenas dos nossos esfor-ços! Cristo caminha com a sua Igreja(ontem, hoje e sempre) e o EspíritoSanto enriquece-a com diversos donse carismas. Aliás, é Ele que sopra noscorações dos fiéis aquele mesmo es-pírito de missão que animava o pró-prio Cristo.A fé é realmente dom de Deus, masisso não significa, obviamente, des-responsabilizar-se. Implica porémaceitar a natureza da nossa missão:não somos chamados a “recolher osfrutos”; somos chamados a semear,semear sempre! E tal como nos re-corda o Papa Francisco, o elementomais importante do anúncio da fé éeste: «que os cristãos demonstremvivê-la concretamente, através doamor, da concórdia, da alegria».

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Eglise Notre Dame du Réveil Matin1 bis rue de Buzenval78420 Carrieres-sur-SeineDomingo às 9h30

Le 19 avril 2017

lusojornal.com

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Jusqu’au 24 avril Exposition «L’or de Viana» dans le cadre de«Portugal d’avril» organisé par O Sol de Por-tugal. Salle Municipale Sardine, 23 avenueMontesquieu, à Pessac (33).

Jusqu’au 28 avril Exposition sur le 25 avril au siège de l’Asso-ciation Portugaise Culturelle et Sociale(APCS) et de l’Instituto Lusófono, 62 rue Lu-cien Brunet, à Pontault-Combault (77).

Jusqu’au 29 avril Exposition «Snapshots» de l’artiste peintreportugais Duarte Vitória. Galerie de Thorigny,1 place de Thorigny, à Paris 03. Infos: 01.42.76.95.61.

Jusqu’au 1er mai Exposition de l’artiste franco-portugaisCosta. Galerie Art Jingle, 31 bis rue desTournelles, à Paris 3. Infos: 01.40.29.40.03.

Du 26 avril au 5 mai Exposition «Terra Brasil» peintures de Mar-cia Prates, dans le cadre de la 9ème Tem-porade Brésil Sertão et Mer. Maison del’Animation et de la Culture, 10 rue MichelBerger, à Pont Sainte Marie (10). Infos: 03.25.82.81.29.

Jusqu’au 31 mai Exposition «Chiado et Carmo» Arts dans lasphère publique. Plusieurs institutions d’en-seignement artistique de Lisbonne, Paris,Grenade et Auckland sont associées à ceprojet de 27 artistes, avec des conférences,des expositions, des projections vidéo et unlivre d’essais. Commissaire: José Quaresma.En partenariat avec la Chaire Lindley Cintrade l’Université Paris Nanterre, le Lectoratportugais de l'Université Paris 8 et le Centreculturel Camões - Ambassade de Portugal.Maison du Portugal André de Gouveia, 7Pboulevard Jordan, à Paris 14.

Jusqu’au 9 juillet Exposition «Pissarro à Eragny - La nature re-trouvée» du peintre impressionniste d’ori-gine portugaise Camille Pissarro, au Muséedu Luxembourg, 19 rue Vaugirard, à Paris6. Du lundi au jeudi, de 10h30 à 18h00 etdu vendredi au dimanche, de 10h30 à19h00.

Le mercredi 19 avril, 18h30 Conférence de Gilberto Icle sur «La centra-lité du corps dans l’énonciation du théâtrebrésilien». Fondation Calouste Gulbenkian,Délégation en France, 39 boulevard de LaTour Maubourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le jeudi 20 avril, 18h30 Conférence de José de Guimarães sur «L’artde revisiter l’Afrique». Fondation CalousteGulbenkian, Délégation en France, 39 bou-levard de La Tour Maubourg, à Paris 07.Infos: 01.53.85.93.93.

Le vendredi 21 avril, 20h00 Présentation du livre «Chronologie d’uncombat pacifique» par l’auteur Manuel doNascimento, suivi d’un débat co-modéré parle journaliste Carlos Pereira, Directeur de Lu-soJornal, au siège de l’Association Portu-gaise Culturelle et Sociale (APCS) et del’Instituto Lusófono, 62 rue Lucien Brunet,à Pontault-Combault (77).

Le lundi 24 avril, 18h30 Conférence de Marta Lança sur «Buala, versune pensée et une pratique décoloniales».Fondation Calouste Gulbenkian, Délégationen France, 39 boulevard de La Tour Mau-bourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le mardi 25 avril, 19h00 Lancement du livre «Le Droit à la Vie - O Di-reito à Vida» d’Heitor de Pedra Azul, ilustrépar le peintre Yvan Jourdain dans le cadrede la 9ème Temporade Brésil Sertão et Mer.Maison de l’Animation et de la Culture, 10

rue Michel Berger, à Pont Sainte Marie(10). Infos: 03.25.82.81.29.

Le mardi 25 avril, 20h30 Présentation du libre “Cette petite île s’ap-pelle Mozambique” de Jordanne Bertrand,journaliste, en présence de l’auteur. Ci-nema Jean Eustache, place de la V Répu-blique, à Pessac (33).

Le mardi 25 avril, 15h00 Conférence sur «Crise, création, critique.Politique des artistes dans le Portugal d’au-jourd’hui (Arts du spectacle, Cinéma, Lit-térature)». Fondation Calouste Gulbenkian,Délégation en France, 39 boulevard de LaTour Maubourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le mardi 25 avril, 19h00 Commémoration de la révolution du 25avril, dédiée à la mémoire de Portugais exi-lés en France, dont Mário Soares, ancienPrésident de la République récemment dis-paru. En partenariat avec l’Association LesAmis de Lusofolie’s. Photographie de la vi-site de Mme Barroso Soares à la Maison duPortugal, le 25 avril 1995. Archives du Pro-fesseur José Terra. Maison du PortugalAndré de Gouveia, 7P boulevard Jordan, àParis 14.

Le jeudi 27 avril, 18h30 Présentation de livre «Bibliothèques: le webest à vous» de Véronique Mesguich. Fon-dation Calouste Gulbenkian, Délégation enFrance, 39 boulevard de La Tour Mau-bourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le dimanche 23 avril, 16h00 Spectacle “Os Malucos do Riso” avec JoséCruz en première partie. Le Trianon, 80boulevard Rochechouart, à Paris 18.

Jusqu’au 29 avril «Voyage dans les Mémoires d’un Fou» écritet interpretée par Lionel Cecílio. Théâtre de

l’Archipel, 17 boulevard de Strasbourg, àParis 10. Infos: 01.73.54.79.79.

Le samedi 29 avril, 15h00 Conto Contigo, contes pour enfants enlangue portugaise. “Liberdade - Em abril,cravos mil”. Consulat Général du Portugal àParis, 6 rue Georges Berger, à Paris 17. Entrée libre.

Le vendredi 5 mai, 20h30 José Cruz, one man show, au Centre Clturelde Biganos, 1 rue Pierre de Coubertin, àBiganos (33). Infos: 06.72.32.74.26.

Le samedi 22 avril, 19h00 Projection vidéo /performance live musique“Transitions” avec Miguel Sá, Ana Barroso,Nuno M. Pereira, Edmundo Díaz Sotelo etVanda Franco. Organisé par la Chaire LindleyCintra de l'Université Paris Nanterre et parle Lectorat de portugais de l'Université Paris8. Maison du Portugal André de Gouveia, 7Pboulevard Jordan, à Paris 14.

Le mardi 25 avril, 18h30 Projection du film «A Virgem Margarida» deLicinio Azevedo (2012, Mozambique,VOSTF), dans le cadre de «Portugal d’avril»organisé par O Sol de Portugal. Cinéma JeanEustache, place de la V République, à Pes-sac (33).

Le mardi 25 avril, 21h15 Projection de 4 films de Raymond Arnaud:«La fête du solstice d’hiver», «Les masquesd’Ousilhão», «Le taureau de la frontière» et«Les ballons de la Saint Jean», dans le cadrede «Portugal d’avril» organisé par O Sol dePortugal. Cinéma Jean Eustache, place dela V République, à Pessac (33).

Le samedi 29 avril, 18h00 Short film festival. Courts métrages sélec-tionnés par le Arte Institute NYC. Organisépar la Chaire Lindley Cintra de l'UniversitéParis Nanterre et par le Lectorat de portugais

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TEMPO LIVRE 23Le 19 avril 2017

de l'Université Paris 8. Maison du PortugalAndré de Gouveia, 7P boulevard Jordan, àParis 14.

Le samedi 22 avril, 20h00 Soirée Fado avec repas, avec Nina Tavares,Manuel Boavida et Diana Santos, accom-pagnés par Manuel Corgas et CasimiroSilva, organisée par l’association Raízes duPortugal d’Ablon-sur-Seine, au 81 rue duGénéral de Gaulle, à Villeneuve-le-Roi (94). Infos: 06.72.15.82.54.

Le dimanche 23 avril, 16h00 Les Rencontres Mensuelles de Gaivota,avec Fado, chansons, peinture et littéra-ture. Château Lorentz, 11 avenue GeorgesClémenceau, à Bry-sur-Marne (77). Infos: 06.64.13.48.94.

Le mardi 25 avril, 20h15 Concert du groupe Além Fado avec Liz-zie, Filipe de Sousa et Nuno Estevens,suivi par la projection du film «PostoAvançado do Progresso» de Hugo Vieirada Silva, organisé par l’Association Luso-phonie pour commémorer le 25 avril. AuConéma Le Méliès, à Pau (64). Infos: 05.59.27.60.52.

Le samedi 29 avril Concert de Mariza au Palais des Congrèsde Paris, 2 place de la Porte Maillot, àParis 17.

Le samedi 20 mai, 18h00 “Há Fado na Academia”, spectacle desélèves de l’Academie de Fado. Théâtre deMénilmontant, 15 rue du retrait, à Paris20. Infos: 01.43.28.14.61.

Le samedi 27 mai, 20h30 Nelson Freitas, Beautiful Live Tour, àl’Olympia, 28 boulevard des Capu-cines, à Paris 9.

Le samedi 29 avril, 20h30 Concert «Le Droit à la Vie» avec le TrioBrésil Sertão et Mer: Heitor de PedraAzul (voix/guitare), Damien Hennicker(saxophones), Paulinho Catunda (per-cussions), dans le cadre de la 9èmeTemporade Brésil Sertão et Mer. Maisonde l’Animation et de la Culture, 10 rueMichel Berger, à Pont Sainte Marie (10).Infos: 03.25.82.81.29.

Le samedi 22 avril, 19h00 Dîner dansant animé par Cordas Soltas,organisé par l’Association des travail-leurs sans Frontières de Bezons. SalleLouis Aragon, rue Francis de Pres-sencé, à Bezons (78). Infos: 06.11.19.43.70.

Le samedi 29 avril, 21h00 Fête portugaise avec Johnny, Rosinhaet le groupe Kapa, organisée par l’asso-ciation Os Transmontanos. Salle RogerDonnet, rue Ferdinand Berthoud, àGroslay (95). Infos: 07.64.08.87.15.

Le samedi 29 avril, 21h00 Soirée dansante pour les 42 ans del’APCS, avec Gipsy Fusion, Tino Mar-tins, Nelson Costa et Ruben Ferreira.Salle des fêtes Jacques Brel, à Pontault-Combault (77). Infos: 01.70.10.41.26.

Le samedi 29 avril, 19h30 Dîner dansant animé par Carlos Costaet Raphael Pinto, organisé par l’Asso-ciation des Portugais de Montesson.Salle des Fêtes, place Roland Gauthier,à Montesson (78). Infos: 06.17.18.04.07.

Le samedi 6 mai, 21h00 Spectacle avec Elena Correia et sesdanseuses, bal animé par Leonel Fi-gueira, dans le cadre du 11ème Festi-val de folklore de l’AssociationPortugaise de Voreppe. Salle de l’Arro-soir, rue Nardan, à Voreppe (38).

Le samedi 6 mai, 21h30 Spectacle avec le duo Némanus, dansle cadre du 27ème anniversaire de l’As-sociation culturelle et sportive portu-gaise. Gymnase Léo Lagrange, avenueLèon Lagrange, près du Lycée FrançoisArago, à Villeneuve-Saint-Georges (94). Infos: 06.61.57.64.15.

Le dimanche 7 mai, 20h30 Nuit spéciale avec Daniel et la partici-pation de Johnny et de Jackson et Ales-sandro. Salle Jean Vilar, 9 boulevardHéloïse, à Argenteuil (95).

Le samedi 13 mai, 21h00 Spectacle du groupe Némanus, balavec Leonel Figueiredo, organisé par le

Groupe folklorique Neuvy-Dompierre,en partenariat avec l’Association NotreDame de Fátima de Moulins. Lieu ditSite de Tricoule, à Tiel-sur-Acolin (03).Infos: 06.67.29.01.19.

Le dimanche 14 mai, 15h00 Spectacle d’Elena Correia, bal avecLeonel Figueiredo, organisé par leGroupe folklorique Neuvy-Dompierre,en partenariat avec l’Association NotreDame de Fátima de Moulins. Messe lematin. Lieu dit Site de Tricoule, à Tiel-sur-Acolin (03). Infos: 06.67.29.01.19.

Le samedi 29 avril, 19h30 Soirée dansante de présentation duRancho Folclórico Franco-Português,fondé le 25 avril 2016. Association cul-turelle franco-portugaise, 3 cours duvieux moulin, à Gap (05). Infos: 06.69.73.23.87.

Le dimanche 30 avril 5ème Festival de folklorique portugais,avec les groupes de Pierrelaye, Argen-teuil, Buchelay, Mantes-la-Jolie et Ru-gles, organisée par l’Association Danseset Traditions Portugaises. Salle desFêtes de Rugles (27). Entrée libre.

Le samedi 6 mai, 14h00 11ème Festival de folklore de l’Associa-tion Portugaise de Voreppe. Salle del’Arrosoir, rue Nardan, à Voreppe (38).

Le dimanche 7 mai, 14h30 Festival de folklore avec les groupesFlores do Minho de Villeneuve-SaintGeorges, As Cantarinhas de La Queue-en-Brie, Campinos do Ribatejo deMontgeron, ARCOP de Nanterre, OsAventureiros de Thiais, Terras do Minhode Kremlin Bicêtre et Alegria do Minhode Vigneux-sur-Seine, dans le cadre du27ème anniversaire de l’Associationculturelle et sportive portugaise. Gymnase Léo Lagrange, avenue LéonLagrange, près du Lycée FrançoisArago, à Villeneuve-Saint-Georges (94).Entrée libre. Infos: 06.61.57.64.15.

Le dimanche 21 mai, 14h30 Festival de Mondétour avec la partici-pation des groupes Esperança de LesUlis-Orsay, Juventude de Paris 7, Ale-gria do Convívio de Gometz-le-Châtel,Juventude de Villeneuve-le-Roi et Pas-tores da Serra da Estrela de Montigny-Lès-Cormeilles. 12h00 déjeuner avec spécialités portu-gaises. Place du Marché de Mondétour,à Orsay (91). Infos: 06.09.81.25.19.

Le samedi 13 mai, 20h30 Chapelet suivi d’une procession en hon-neur de Notre Dame de Fátima, orga-nisé par le Centre Pastoral desPortugais, à la Basilique d’Argenteuil(95).

Le samedi 13 mai, 20h30 Veillée aux flambeaux, dans le cadre du50ème anniversaire du Pèlerinage àNotre Dame de Fátima. Sanctuaire duMont Roland, à Dôle (39), dans le Jura.Infos: 06.71.95.90.69.

Le dimanche 14 mai, 11h00 Messe en honneur de Notre Dame deFátima suivie d’une procession entre laBasilique d’Argenteuil et la Salle JeanVilar. A partir de 15h00 spectacle avecla Philharmonique Portugaise de Pariset bal avec José Cunha, organisé par leCentre Pastoral des Portugais, à SalleJean Vilar, 9 boulevard Héloïse, à Ar-genteuil (95).

Le dimanche 14 mai, 10h30 Messes et processions. A 15h00 Cha-pelet et clôture du 50ème anniversairedu Pèlerinage à Notre Dame de Fátima.Sanctuaire du Mont Roland, à Dôle(39), dans le Jura. Infos: 06.71.95.90.69.

Les 19, 20 et 21 mai 8ème Marché Portugais de Cenon, or-ganisé par la ville de Cenon et l’Asso-ciation Alegria de Cenon. Domaine duLoret, à Cenon (33). Infos: 06.26.93.34.19.

Les 29 et 30 avril 2017 Commémoration des 30 ans de l’Asso-ciation Culturelle Portugaise de Stras-bourg. Le thème des commémorationssera: Le Portugal et l'Europe. Dans cecadre nous organisons divers événe-ments sur l’Europe et les 30 dans del’adhésion du Portugal à la CEE. Expo-sitions, conférence, folklore et concertavec Chris Ribeiro, Fado & Co et GospelKids. Ora,gerie, Pavillon Joséphine àStrasbourg (67). Infos: 07.83.44.36.78.

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