prevalencia de maloclusao

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 Dental Press J Orthod  123 2011 July-Aug;16(4):123-31 Marcio Rodrigues de Almeida*, Alex Luiz Pozzobon Pereira**, Renato Rodrigues de Almeida***, Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin****, Omar Gabriel da Silva Filho*****  A RTIGO  I NÉDITO Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade Objetivo: vericar a prevalência de más oclusões em 3.466 crianças com 7 a 12 anos de idade, matriculadas em escolas públicas nas cidades de Lins/SP e Promissão/SP. Métodos: considerou- -se a relação sagital entre as arcadas dentárias, a relação interarcadas no sentido transversal e a relação de incisivos nos sentidos vertical e horizontal. Na relação intra-arcada avaliou-se a prevalência de diastemas, apinhamentos e perdas dentárias. Resultados: entre as más oclusões, 55,25% das crianças apresentaram uma relação molar de Classe I, seguida de 38% de Classe II e 6,75% de Classe III. Na relação de incisivos houve prevalência de mordida aberta em 17,65% dos casos, seguida de 13,28% para mordida profunda e 5,05% de mordida cruzada anterior. A mordida cruzada posterior foi encontrada em 13,3% das crianças. Na relação intra-arcada, 31,88% das crianças mostraram diastemas; 31,59%, apinhamento; e 4,65%, perdas dentárias. Resumo Palavras-chave: Má oclusão. Classicação de Angle. Oclusão normal. Epidemiologia.  * Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor Adjunto Doutor do Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Campus Londrina.  ** Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP . Professor de Ortodontia da Faculdade de São Luís do Maranhão.  *** Professor Associado da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor Adjunto do Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Campus Londrina. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da UNINGÁ, Campus Bauru.  **** Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universida de de São Paulo. Professora do Curso de Especialização em Ortodontia da UNINGÁ, Campus Bauru.  ***** Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP. Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, da Universidade de São Paulo, Bauru. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA O estudo de uma oclusão “normal”, assim como as características mais frequentes que compõem esse quadro, deve ser imperioso para o ortodontis- ta 1 . Não é difícil identicar uma oclusão normal. Pelo menos três requisitos básicos deverão estar presentes: 1) a inclusão total da arcada dentária inferior dentro da arcada dentária superior; 2) a relação sagital correta entre os dentes do segmen- to posterior, ou seja, uma relação de Classe I; e 3) relação de incisivos com trespasses horizontal e vertical positivos. De fato, a aspiração por denir essas características é secular. Edward Hartley An- gle 6 ,  no nal do século XIX, foi o primeiro a con- siderar a relação sagital entre as arcadas dentárias, usando como referência a relação de molares, e deu o nome de “Classe” para a relação que esses den- tes poderiam apresentar. A relação sagital correta entre os molares recebeu a designação de Classe I e exigia que a cúspide mesiovestibular do primei- ro molar permanente superior repousasse no sulco vestibular do primeiro molar permanente inferior. Como citar este artigo: Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, Almeida- -Pedrin RR, Silva Filho OG. Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):123-31. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie- dade ou nanceiros, que representem conito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Marcio Rodrigues de Almeida*, Alex Luiz Pozzobon Pereira**, Renato Rodrigues de Almeida***,Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin****, Omar Gabriel da Silva Filho*****

 A r t i g o i n é d i t o

Prevalência de má oclusão em criançasde 7 a 12 anos de idade

Objio: vericar a prevalência de más oclusões em 3.466 crianças com 7 a 12 anos de idade,matriculadas em escolas públicas nas cidades de Lins/SP e Promissão/SP. Moo: considerou--se a relação sagital entre as arcadas dentárias, a relação interarcadas no sentido transversal e

a relação de incisivos nos sentidos vertical e horizontal. Na relação intra-arcada avaliou-se aprevalência de diastemas, apinhamentos e perdas dentárias. Rlo: entre as más oclusões,55,25% das crianças apresentaram uma relação molar de Classe I, seguida de 38% de Classe IIe 6,75% de Classe III. Na relação de incisivos houve prevalência de mordida aberta em 17,65%dos casos, seguida de 13,28% para mordida prounda e 5,05% de mordida cruzada anterior.A mordida cruzada posterior oi encontrada em 13,3% das crianças. Na relação intra-arcada,31,88% das crianças mostraram diastemas; 31,59%, apinhamento; e 4,65%, perdas dentárias.

Rsumo

Plvrs-chv: Má oclusão. Classicação de Angle. Oclusão normal. Epidemiologia.

* Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor Adjunto Doutor do Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Campus Londrina.

** Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP. Professor de Ortodontia da Faculdade de São Luís do Maranhão.*** Professor Associado da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor Adjunto do Curso de Mestrado em Ortodontia da

Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Campus Londrina. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da UNINGÁ, Campus Bauru.**** Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professora do Curso de

Especialização em Ortodontia da UNINGÁ, Campus Bauru.***** Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP. Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, da

Universidade de São Paulo, Bauru.

IntROduçãO e RevIsãO de LIteRatuRa

O estudo de uma oclusão “normal”, assim comoas características mais requentes que compõemesse quadro, deve ser imperioso para o ortodontis-ta1. Não é diícil identicar uma oclusão normal.Pelo menos três requisitos básicos deverão estarpresentes: 1) a inclusão total da arcada dentáriainerior dentro da arcada dentária superior; 2) arelação sagital correta entre os dentes do segmen-to posterior, ou seja, uma relação de Classe I; e 3)relação de incisivos com trespasses horizontal e

vertical positivos. De ato, a aspiração por denir

essas características é secular. Edward Hartley An-gle6, no nal do século XIX, oi o primeiro a con-siderar a relação sagital entre as arcadas dentárias,usando como reerência a relação de molares, e deuo nome de “Classe” para a relação que esses den-tes poderiam apresentar. A relação sagital corretaentre os molares recebeu a designação de Classe Ie exigia que a cúspide mesiovestibular do primei-ro molar permanente superior repousasse no sulcovestibular do primeiro molar permanente inerior.

Como citar este artigo: Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, Almeida--Pedrin RR, Silva Filho OG. Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12anos de idade. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):123-31.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou nanceiros, que representem conito de interesse, nos produtos ecompanhias descritos nesse artigo.

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Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade

Angle6 também identicou mais duas Classes paradenir o comportamento sagital entre os molares:

Classe II e Classe III. Então, considerou que, naClasse II, a arcada dentária inerior se encontra emrelação distal com a arcada dentária superior; en-quanto na Classe III, o primeiro molar permanenteinerior encontra-se em posição mesial na relaçãocom o primeiro molar permanente superior.

Não há polêmica em armar que, entre as popu-lações, a má oclusão prevalece em relação à oclusãonormal, independentemente do estágio do desenvol-vimento da oclusão2,4,7,8,9,11,14-17,20,21,22. O predomíniode má oclusão justica-se pela etiologia multiato-

rial4,5,10,13,19

, incluindo os atores genéticos23

e inúme-ros atores ambientais3,6,16,18,23,24— que, somados, con-tribuem para o surgimento dos dierentes tipos de máoclusão. Os estudos epidemiológicos têm demonstra-do que a má oclusão Classe I predomina, com mani-estação de desordens oclusais nos sentidos transversale vertical; seguida pela má oclusão Classe II e, em me-nor requência, pela Classe III2,7,8,9,11,14-17,20,21,22.

Portanto, alicerçado nas inormações da litera-tura consultada, procurou-se determinar a preva-lência das más oclusões nos três planos do espaço,

bem como a presença de apinhamentos, diastemase perdas dentárias em crianças na aixa etária com-preendida entre 7 e 12 anos, matriculadas em esco-las públicas das cidades de Lins/SP e Promissão/SP.

MateRIaL e MétOdOsForam avaliados 3.466 escolares de ambos os

sexos na aixa etária de 7 a 12 anos, matriculadosnas escolas públicas das cidades de Lins/SP e Pro-missão/SP. Não houve preocupação na identica-ção de sexo ou raça e, tampouco, na identicaçãodos estágios do desenvolvimento oclusal — denti-ções decídua, mista ou permanente —, visto quenessa aixa etária a dentição mista prevalece. Tam-bém não oi objeto de estudo identicar a incidên-cia de hábitos bucais deletérios.

O exame bucal oi realizado por alunos do 7ºe 8º semestres do Curso de Odontologia e alunosdo Curso de Especialização em Ortodontia da Fa-

culdade de Odontologia de Lins (FOL/UNIMEP),devidamente paramentados (uniorme, luvas, tou-ca, óculos), sob a orientação de um dos proesso-res da disciplina de Ortodontia.

Utilizou-se espátulas descartáveis, réguas, lapi-seiras, canetas e o questionário exibido na Figura1, onde oram registrados os exames e os dadosde identicação dos escolares, mediante o acom-panhamento teórico-prático aos mesmos para queo levantamento tivesse o êxito esperado.

Para o exame clínico, as crianças oram senta-das comodamente e direcionadas para uma onteabundante de luz. Todos os exames oram ini-

ciados pedindo-se às crianças para que abrissema boca, permitindo-se, assim, que se registrassemos dados previamente escolhidos. Posteriormente,solicitou-se que as crianças ocluíssem em posi-ção habitual (máxima intercuspidação) para quese colhetassem dados mais especícos. Algumascrianças tiveram diculdade para ocluir em posi-ção habitual e, nesses casos, pediu-se que posicio-nassem a ponta da língua o mais posteriormentepossível no palato e ocluíssem comodamente.

A análise dos dados oclusais respeitou os precei-

tos de Angle6, que dividiu e agrupou as más oclusõesem: (A) Classe I — englobando os casos de má oclu-são onde a relação anteroposterior dos primeirosmolares superior e inerior está normal. Isso signicaque a mandíbula e a arcada dentária a ela superpostaestão em correta relação mesiodistal com a maxila edemais ossos da ace. A cúspide mesiovestibular doprimeiro molar superior oclui no sulco central doprimeiro molar inerior. A má oclusão está geral-mente connada aos dentes anteriores. (B) ClasseII — casos onde a arcada inerior se encontra emrelação distal com a arcada superior. A cúspidemesiovestibular do primeiro molar superior ocluino espaço entre a cúspide vestibular do primeiromolar inerior e a ace distal da cúspide vestibulardo segundo pré-molar inerior. Apresenta duas di-visões: (b.1) Classe II, 1ª divisão — a característicamarcante é a protrusão dos incisivos superiores,que apresentam uma inclinação axial vestibular.

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Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, Almeida-Pedrin RR, Silva Filho OG

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A orma da arcada se assemelha a um “V”, estandogeralmente associada com unções musculares anor-

mais, respiração bucal ou hábitos de sucção de dedo,língua ou chupeta. (b.2) Classe II, 2ª divisão — suaprincipal característica é a inclinação axial verticalou lingual dos incisivos superiores. A arcada supe-rior geralmente apresenta-se achatada na regiãoanterior, devido à inclinação lingual excessiva dosincisivos centrais superiores. Existe uma sobremor-dida prounda, e a arcada inerior requentementeapresenta curva de Spee exagerada. A unção mus-cular e a respiração são normais. (b.3) Subdivisão —quando os molares de um lado apresentam relações

de Classe I e os do lado oposto, relação de ClasseII. Recebe a denominação de subdivisão direita ouesquerda, conorme a chave de oclusão de Classe IIesteja do lado direito ou esquerdo, respectivamente.(C) Classe III — são aqueles casos em que o primei-ro molar inerior encontra-se em posição mesial narelação com o primeiro molar superior. A cúspidemesiovestibular do primeiro molar superior ocluino espaço entre a cúspide distal do primeiro molarinerior e a cúspide mesiovestibular do segundo mo-lar inerior. Também nesse caso, emprega-se a subdi-

visão quando um dos lados permanece em chave deoclusão. Os incisivos podem ou não apresentar mor-dida cruzada, com as aces vestibulares dos incisivossuperiores contatando com as aces linguais dos in-cisivos ineriores. Os incisivos e caninos inerioresencontram-se com excessiva inclinação lingual. Fre-quentemente a arcada superior está atrésica.

Como critério para a classicação da mordidaprounda, utilizou-se um trespasse vertical positi-vo acima de 4mm; e para a mordida aberta ante-rior, um trepasse vertical negativo de no mínimo1mm, de acordo com Silva Filho et al.17

Anteriormente ao início da pesquisa, procu-rou-se eetuar contato com as diretorias das esco-las e com os proessores, no intuito de esclarecero objetivo do estudo: levantamento epidemioló-gico para caracterização das más oclusões. A cola-boração constatada oi de 100% dos pesquisados.Além disso, utilizou-se um questionário de termo

de consentimento livre e esclarecido para os paisdas crianças participantes.

ResuLtadOs e dIscussãOO objetivo do presente estudo oi realizar um

levantamento epidemiológico que possibilitasse ca-racterizar as más oclusões em escolares de primeirograu — nas cidades de Lins e Promissão, estado deSão Paulo —, tendo como premissa que a má oclusãoestá presente em percentagem considerável em todasas comunidades, independentemente da etnia, raça,gênero e idade2,7,8,9,11,14-17,20,21,22. De ato, a má oclusãoé considerada, pela Organização Mundial da saúde, o

DIASTEMAS

RELAÇÃO

RELAÇÃO

RELAÇÃO

NOME:

A prevalência das más oclusões na região de Lins e Promissão:

IDADE:

CLASSE I

CLASSE II

CLASSE III

MORDIDA

ABERTA

MORDIDAPROFUNDA

SUBDIVISÃO

SUBDIVISÃO

DIVISÃO

11

2

D

D

E

E

RAÇA:

SEXO:

MORDIDA ANTERIORUNILATERAL

D

EBILATERAL

TOTAL

POSTERIORCRUZADATRANSVERSAL

VERTICAL

MOLAR

PERDAS

APINHAMENTOSPRESENTES

PRESENTES

SUPERIOR

SUPERIOR

INFERIOR

INFERIOR

AUSENTES

AUSENTES

DENTÁRIAS

DECÍDUOS

PERMANENTES

FIGURA 1 - Questionário utilizado no estudo.

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Dental Press J Orthod 126 2011 July-Aug;16(4):123-31

Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade

terceiro maior problema de saúde pública, visto queos levantamentos epidemiológicos realizados em ci-

dades brasileiras e em outros países apontaram umaincidência relevante de má oclusão. Essa realidade seaz presente desde a dentição decídua7,8,9,11,14,15,20,21,22.

Na cidade de Bauru/SP, oram realizados, pormeio de ortodontistas, dois levantamentos epide-miológicos avaliando crianças15,17. No primeiro le-vantamento, publicado em 1990, abrangendo 2.416crianças no estágio de dentição mista, a má oclusãoesteve presente em 88,53% da amostra17. O segun-do levantamento epidemiológico, mais recente, veiocomplementar o primeiro, denindo a caracteriza-

ção da oclusão na dentição decídua. A incidênciade má oclusão encontrada para a dentição decíduaoi próxima de 73% da amostra15. Portanto, a preva-lência de má oclusão encontrada na dentição mistaoi mais alta do que a encontrada em crianças nadentição decídua — respectivamente, 73% e 88%.Essa comparação transversal denota o aparecimentoprecoce dos desvios morológicos a partir da denti-ção decídua e a ausência de autocorreção das másoclusões instaladas, pelo menos desde a dentiçãodecídua até a dentição mista.

Quando esses dados são comparados com osobtidos em levantamento prévio, realizado na dé-cada de 1970, também na população de Bauru,porém na dentição permanente (perto de 90% demá oclusão), mantém-se a armação de que a máoclusão não se autocorrige da dentição decíduapara a mista e, tampouco, da dentição mista para apermanente. Alicerçado nos dados epidemiológi-cos transversais, conclui-se que a má oclusão man-tém-se com predominância nos três estágios dodesenvolvimento da oclusão, sem alteração epide-miológica com o passar do tempo. Pode-se resumirassim a prevalência de má oclusão nas crianças dacidade de Bauru/SP: 73%, 88% e 90%, respectiva-mente, nas dentições decídua, mista e permanente(Grá. 1). Esses dados querem dizer apenas quea maior parte das populações avaliadas apresentaalgum desvio da normalidade oclusal. Não se ava-liou a gravidade da má oclusão, o que deniria a

real necessidade de tratamento ortodôntico. Esseé um dos motivos que justicam a alta incidênciade má oclusão, já que todos os desvios morológi-cos, independentemente da sua magnitude, oramcatalogados como má oclusão. O segundo motivopara a incidência elevada de má oclusão deve-se àmetodologia minuciosa levada a cabo por pros-sionais com ormação em Ortodontia.

A distribuição geral das más oclusões encon-tradas nas cidades de Lins e Promissão, por ordemdecrescente de incidência, oi a seguinte: ClasseI (55,25%), seguida pela Classe II (38%) e, nal-mente, Classe III (6,75%) (Tab. 1, Grá. 2).

GRÁFICO 1 - Porcentagem das más oclusões encontradas nos diferen- tes estágios do desenvolvimento oclusal (dentições decídua, mista epermanente) na cidade de Bauru/SP (Silva Filho et al.15,17).

90

73%

88% 90%

dentição decídua

dentição mista

dentição permanente

80

70

60

50

40

30

20

10

0

TABELA 1 - Relação molar nas más oclusões.

Relação molar n %

Classe I 1.915 55,25

Classe II 1.317 38

Classe III 234 6,75

Total 3.466 100

GRÁFICO 2 - Relação molar nas más oclusões.

6,75% 55,25%

38,00%

Classe I

Classe II

Classe III

Bauru/SP

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Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, Almeida-Pedrin RR, Silva Filho OG

Dental Press J Orthod 127 2011 July-Aug;16(4):123-31

Em relação aos dados encontrados na literatura,a distribuição das más oclusões de acordo com a

relação sagital entre as arcadas dentárias é muitosimilar. Nos levantamentos eitos na cidade de Bau-ru/SP em 199017 e em 200215, os resultados para adentição decídua oram: 50% Classe I, 45,9% ClasseII e 4% Classe III. Para a dentição mista, a distribui-ção das más oclusões oi semelhante, com 55% paraa Classe I, 42% para a Classe II e 3% para a ClasseIII (Tab. 2). Embora o universo dessa pesquisa te-nha sido maior, comparado ao dos levantamentosdescritos anteriormente, esses resultados são muitosemelhantes. A variação maior oi para a incidência

das más oclusões de Classe II e Classe III, na po-pulação de Lins e Promissão. Há que se azer umaressalva metodológica. No levantamento eito emLins e Promissão, a relação sagital oi denida pelarelação molar, enquanto nos dois levantamentos deBauru, a denição sagital usou a chave de caninodecíduo ou pré-molar, na dependência da presençado pré-molar na oclusão. Além disso, sabe-se que naregião de Lins/SP existe uma maior miscigenaçãoracial de xantodermas, o que pode explicar a maiorvariação para a má oclusão de Classe III.

Encontrou-se mordida aberta em 17,65% dascrianças avaliadas nas cidades de Lins e Promissão(Grá. 3). Normalmente, a mordida aberta anteriorestá relacionada a hábitos bucais de sucção e pressio-namento lingual atípico3,4,18,24 e, como os hábitos desucção estão mais presentes na inância, sua incidênciatende a ser maior nesse estágio. Na dentição decíduaa incidência de mordida aberta anterior encontradanas crianças de Bauru oi de 27,97% da amostra15.

Essa incidência reduziu-se para 23% na dentiçãomista17; portanto, próximo da prevalência de mor-

dida aberta anterior encontrada nas crianças de Linse Promissão. Como o levantamento realizado nadentição mista excluiu a dentição permanente com-pleta, as crianças tinham menos idade cronológicado que as crianças recém avaliadas em Lins e Pro-missão. Isso provavelmente deve ter infuenciado aestatística. Assim, podemos quanticar a incidênciade mordida aberta anterior em Bauru, Lins e Promis-são: 28% na dentição decídua; 23% na dentição mis-ta em Bauru; e cerca de 17% na população de Linse Promissão, que abrange uma aixa etária dos 7 aos

12 anos de idade. Esses dados refetem o compor-tamento espontâneo dos hábitos de sucção na vidainantil, como sugerido nos Grácos 4 e 5 — querevelam a incidência de hábitos ao longo dos anos,durante a dentição decídua. Eles tendem a se reduzira partir da dentição decídua para a permanente10. Éde bom-senso abordar terapeuticamente os hábitosno nal da dentição decídua, preparando o ambientemuscular e alveolar para a erupção dos incisivos per-manentes, ou seja, criando as condições morológicaspropícias para uma relação de incisivos correta du-

rante a erupção dos incisivos permanentes.

Relação molar

Dentição

decídua em

Bauru

Dentição

mista em

Bauru

6-12 anos

Lins e

Promissão

Classe I 50,0% 55,0% 55,25%

Classe II 46,0% 42,0% 38,00%

Classe III 4,0% 3,0% 6,75%

TABELA 2 - Distribuição da relação molar nos levantamentos epi-demiológicos realizados em Bauru (Silva Filho et al. 15,17), na denti-ção decídua e na dentição mista, e no levantamento epidemiológi-co em Lins e Promissão.

TABELA 3 - Relação vertical nas mordidas.

GRÁFICO 3 - Relação vertical das mordidas.

Relação vertical n %

Mordida aberta 612 17,65

Mordida profunda 460 13,28

Normal 2.394 69,07

Total 3.466 100

Mordida aberta

Mordida profunda

Normal

69,07% 13,28%

17,65%

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Dental Press J Orthod 128 2011 July-Aug;16(4):123-31

Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade

A mordida prounda ou sobremordida estevepresente em 13,28% da amostra estudada (Grá.3). Quanto às relações transversal e horizontaldas mordidas cruzadas, observou-se 5,05% para aanterior e 13,3% para a posterior nas cidades deLins e Promissão (Tab. 4, Grá. 6). Quanto à mor-dida cruzada anterior, a incidência, de 3,57%, oimaior que a encontrada para a dentição decídua15 e menor que a registrada na dentição mista de

Bauru17, de 7,6%. A incidência de mordida cru-zada posterior identicada em Lins e Promissãocou intermediária em relação às amostras deBauru, nas dentições decídua e mista, que oramde 11,65% e 18,2%, respectivamente.

A presença de diastemas oi encontrada em31,88% dos casos pesquisados (Tab. 5, Grá. 7).O diastema pode ser denido como a ausênciade contato entre dois ou mais dentes consecuti-vos. É considerado anormal na dentição perma-nente, e desagradável do ponto de vista estético,

porém uncionalmente reduz pouco, ou nada, aeciência mastigatória.

O apinhamento dentário deve-se à discre-pância entre o perímetro da arcada dentária ea massa dentária, seja de caráter ambiental ougenético. Na dentição decídua sua prevalên-cia é insignicante, alcançando cerca de 10%das crianças. Porém, a partir da dentição mista,

ganha signicância epidemiológica, pois sua in-cidência aumenta consideravelmente, e também

sob o ponto de vista terapêutico, já que o trata-mento pode ser iniciado nessa ase de desenvol-vimento da oclusão. A porcentagem de criançascom apinhamento oi de 31,59% (Tab. 6, Grá.8). Esse dado é bem inerior ao encontrado nolevantamento realizado na dentição mista em1990, com cerca de 50% da amostra17. Em parte,pelo menos, isso pode ser explicado pelo ato de

GRÁFICO 6 - Relação horizontal e transversal das mordidas cruzadas.

GRÁFICO 4 - Avaliação transversal da presença de hábitos bucais desucção nas 2.016 crianças avaliadas no estágio de dentição decídua,entre 3 e 6 anos de idade, de acordo com o sexo, em porcentagem (SilvaFilho et al.15).X2

(sexo feminino) = 80,94, p<0,001*; X2

(sexo masculino)= 124,59, p<0,001*

GRÁFICO 5 - Avaliação transversal da presença de hábitos bucais desucção nas 2.016 crianças avaliadas no estágio de dentição decídua,entre 3 e 6 anos de idade, de acordo com o nível socioeconômico, emporcentagem (Silva Filho et al.15).X2

(escola pública)= 85,69, p<0,001*; X2

(escola particular)= 113,69, p<0,001*

Mordida cruzada n %

Anterior 175 5,05

Posterior 461 13,3

Normal 2.830 81,65

Total 3.466 100

TABELA 4 - Relação horizontal e transversal das mordidas cruzadas.

Masculino Escola particular

80,00 80,00(%) (%)

70,00 70,00

60,00 60,00

73,12%

63,49%

72,15%

66,23%

52,98%

59,59%

48,02%

30,09%

17,14%

25,20%

55,83%

26,56%

45,90%

25,00%

18,56%

56,30%

50,00 50,00

40,00 40,00

30,00 30,00

3 anos 3 anos4 anos 4 anos5 anos 5 anos6 anos 6 anos

20,00 20,00

10,00 10,00

0,00 0,00

Feminino Escola pública

Posterior

Anterior

Normal

81,65%

5,05% 13,30%

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algum apinhamento ter sido dissolvido esponta-neamente nas crianças de Lins e Promissão, vistoque algumas delas encontravam-se no estágio dedentição permanente. É sabido que o apinha-mento na dentição mista, conhecido como api-nhamento primário temporário, tem correçãoespontânea durante a dentição mista10.

As perdas dentárias estiveram presentes em4,65% dos 3.466 escolares pesquisados nas ci-dades de Lins e Promissão (Tab. 7, Grá. 9). Asperdas dentárias precoces estão associadas prin-cipalmente à cárie e aos hábitos de saúde bucal econstituem-se, também, num problema de saúdepública12 que vem sendo combatido por meioda prevenção e da oerta de prossionais da áreada Odontologia na rede estadual de ensino e narede básica de saúde, assim como pela atuaçãodas escolas de Odontologia que realizam traba-

lho preventivo na área de Odontologia social emsuas regiões de abrangência. Os dados obtidosnas cidades de Lins e Promissão são animadoresse levar-se em consideração que as perdas dentá-rias são menos requentes que as perdas dentá-rias encontradas nas crianças estudadas na déca-da passada17, permitindo inerir que o sistema deprevenção tem se mostrado eciente.

Além disso, os dados do presente estudo pare-cem corroborar os resultados obtidos por Almei-da et al.2 com relação à diminuição da incidênciade má oclusão em cidades com fuoretação deágua de abastecimento público. É extremamenteválido ressaltar-se que essa diminuição não estárelacionada com os atores genéticos do cresci-mento responsáveis pela determinação do padrão

GRÁFICO 7 - Presença de diastemas. GRÁFICO 8 - Presença de apinhamentos.

GRÁFICO 9 - Presença de perdas dentárias.

TABELA 5 - Presença de diastemas. TABELA 6 - Presença de apinhamentos.

TABELA 7 - Presença de perdas dentárias em relação ao total de casos.

Diastemas n %

Presentes 1.105 31,88

Ausentes 2.361 68,12

Total 3.466 100

Apinhamentos n %

Presentes 1.095 31,59

Ausentes 2.371 68,41

Total 3.466 100

Perdas dentárias n %

Perdas dentárias 161 4,65

Dentiçãopreservada

3.305 95,35

Total 3.466 100

Presentes Presentes

Perdas dentárias

Ausentes Ausentes

Dentição preservada

68,12% 68,41%

95,35%

31,59%

4,65%

31,88%

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Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade

acial, mas diretamente relacionada com a dimi-nuição da perda dentária e redução das áreas de

contatos interdentários, provenientes de cáriesinterproximais extensas.De qualquer maneira, as más oclusões apresen-

tam uma etiologia multiatorial5,10,19 e a perda den-tária e a redução dos contatos interdentários repre-sentam apenas um dos atores etiológicos (ambien-tais) responsáveis pelo surgimento da má oclusão.

cOncLusãOO presente levantamento epidemiológico

permitiu estabelecer a caracterização moro-

lógica da má oclusão em escolares das cidadesde Lins/SP e Promissão/SP, num total de 3.466alunos, cujas idades variaram de 7 a 12 anos. Osdados levantados permitem concluir que:

» O comportamento sagital das más oclusõesaz prevalecer a Classe I, com uma prevalên-cia de 55,25%, seguida pela Classe II, em 38%das crianças, e pela Classe III, em 6,75%.

» Quanto ao comportamento vertical, 17,28%das crianças exibiram mordida aberta ante-

rior enquanto 13,28%, mordida prounda.» A mordida cruzada posterior maniestou-seem 13,3% da amostra total.

» A mordida cruzada anterior apresentou-seem 5,05% da amostra total.

» Os diastemas estavam presentes em 31,88%e os apinhamentos em 31,59% das crianças.

» As perdas dentárias oram identiicadas em4,65% dos casos pesquisados.

aGRadecIMentO

Agradecemos a colaboração dos ex-alunosFabiana Babosa Silva, Patrícia Del Grossi e Ri-cardo Humberto Artioli Grassi, do Curso deOdontologia; e os ex-alunos Luiz Fábio SilvaFerrato e Paulo Roberto Miranda, do Curso deEspecialização em Ortodontia da Faculdade deOdontologia de Lins (FOL/UNIMEP) pela par-ticipação na seleção da amostra.

Prevalence of malocclusion in children aged 7 to 12 years

 abstrct

Objectives: This study determined the prevalence of malocclusion in a group of 3,466 children aged 7 to 12 years

enrolled in public school in the cities of Lins and Promissão, in the state of São Paulo, Brazil. Methods: It was ana-

lyzed the sagittal relationships between dental arches, the transverse relationship between arches, and the vertical

and horizontal relations of incisors. The prevalence of diastemas, crowding and tooth losses were evaluated. Results:

Among the types of malocclusion, 55.25% of the children had a Class I molar relationship; 38%, Class II; and 6.75%,Class III. The analysis of incisor relationships revealed 17.65% of open bite, followed by 13.28% of deep bite and

5.05% of anterior crossbite; 13.3% of the children had a posterior crossbite. The analysis of relationships between

arches showed that 31.88% of the children had diastemas; 31.59%, crowding; and 4.65, tooth losses.

Kywords: Malocclusion. Angle classication. Normal occlusion. Epidemiology.

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Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, Almeida-Pedrin RR, Silva Filho OG

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endrço pr corrspondênciMarcio Rodrigues de AlmeidaAv. José Vicente Aielo, 7-70CEP: 7053-011 – Bauru / SPE-mail: [email protected]

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Enviado em: 31/01/2008Revisado e aceito: 30/08/2009