Prevalência de Grânulos de Fordyce, Líquen Plano oral e … · 2019. 11. 13. · relacionados...

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SÔNIA MARIA SOARES DA SILVA Prevalência de Grânulos de Fordyce, Líquen Plano oral e Leucoplasia, em grupo de pacientes do Serviço de Estomatologia da UFPE, entre os anos de 1999 a 2003 Recife 2005

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  • SÔNIA MARIA SOARES DA SILVA

    Prevalência de Grânulos de Fordyce, Líquen Plano oral e

    Leucoplasia, em grupo de pacientes do Serviço de Estomatologia

    da UFPE, entre os anos de 1999 a 2003

    Recife 2005

  • SÔNIA MARIA SOARES DA SILVA

    Prevalência de Grânulos de Fordyce, Líquen Plano oral e

    Leucoplasia, em grupo de pacientes do Serviço de Estomatologia

    da UFPE, entre os anos de 1999 a 2003

    Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Mestrado em Odontologia, com área de concentração em Clínica Integrada, Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.

    Orientador: Profº.Dr.Jair Carneiro Leão, Co-Orientador: Prof.ª Drª. Silvana Orestes

    Recife 2005

  • Dedicatórias ________________________

  • Aos meus pais, Urçulina (in memoriam) e Manoel,

    pelo exemplo de luta, pelos ideais e fé em Deus, pois

    sem eles, eu não estaria aqui, dedico este trabalho.

    Aos meus filhos, Guilherme, Victor e Érica, por

    compreenderem minhas ausências neste

    período. Ao meu Esposo Edmário, pela grande

    compreensão e carinho nesta minha caminhada

    profissional. A você meu muito obrigada.

  • Agradecimentos

  • Primeiramente a Deus pela minha existência e por me conceder a força de vontade para vencer todos os obstáculos de minha vida; Ao Profº. Edir Carneiro Leão, como exemplo de um grande herói na odontologia e amigo para com todos; A todos os funcionários do Mestrado, especialmente a Oziclere, pela sua atenção e dedicação com o próximo; A todos os meus colegas do Mestrado, pelo tempo de convivência e aprendizados uns com os outros; Aos meus familiares, por todo o suporte de carinho e amor com o qual sempre pude contar; A todas as pessoas que, de uma maneira direta ou indireta, contribuíram para a conclusão deste trabalho.

  • Agradecimentos

    Especiais _________________________

  • Ao Profº. Dr. Jair Carneiro Leão, meu orientador, pelo exemplo de generosidade, simplicidade e respeito com as pessoas, mesmo em sua ausência contribuiu intensamente para a conclusão deste trabalho; À Profª. Drª. Silvana Orestes, por ter acompanhado e estimulado cada etapa deste trabalho; À Profª. Drª Alessandra Carvalho e a Ana Micaeli Ferreira (Profª. substituta), pelo apoio que tem me dado durante meu estágio na Clínica de Estomatologia; A Joanna Queiroga e Joanna Barbosa, que colaboraram neste meu trabalho de pesquisa; A todos os pacientes que foram atendidos na clínica de Estomatologia da UFPE, por me oferecerem informações sobre as patologias estudadas.

  • Resumo ________________________

  • RESUMO

    O objetivo deste estudo foi mapear alterações da cavidade oral e de comportamento

    relacionados com saúde oral, abordando dois temas, a partir de uma investigação

    clínica. O primeiro tema visou determinar a prevalência de grânulos de fordyce, e o

    segundo teve o propósito de determinar a prevalência de duas lesões

    potencialmente malignas, o líquen plano oral e a leucoplasia, em um grupo de

    indivíduos da cidade do Recife. Foram analisados prontuários de pacientes

    atendidos na Clínica de Estomatologia do Curso de Odontologia da UFPE, no

    período de janeiro de 1999 a dezembro de 2003, e computada a distribuição dessas

    lesões, segundo as variáveis: gênero, faixa etária e cor de pele. A amostra foi

    constituída de 2.281 pacientes (651 do gênero masculino e 1630 do gênero

    feminino), com idade variando de 1 a 90 anos. A ocorrência de Grânulos de Fordyce

    foi registrada em 69 (3,0%) dos indivíduos avaliados. O gênero masculino foi mais

    acometido do que o feminino 4,3% versus 2,5%, (p> 0,05). Ainda, a prevalência foi

    nula na faixa de 1 a 10 anos e mais elevada (4,1%) na faixa etária de 30 a 64 anos;

    variou de 2,3% entre os leucodermas a 3,5% entre os faiodermas e entre os

    melanodermas 2,6%, (p› 0,05). Quanto ao líquen plano, sua presença foi registrada

    em apenas seis indivíduos (0,3%). Dentre os seis casos de líquen plano, cinco

    ocorreram em pacientes do gênero feminino; um caso ocorreu em paciente com

    idade entre 20 a 29 anos, e os outros cinco casos, entre pacientes com 30 a 64

    anos. A presença de leucoplasia, foi observada em 19 indivíduos (0,8%), 13 do

    gênero feminino e 6 do gênero masculino.

    A elaboração deste capítulo obedece ao disposto na NBR 6028 (maio,1990).

  • Vale ressaltar, contudo, que não houve diferença estatisticamente significante

    entre os gêneros. A prevalência de leucoplasia aumentou com a faixa etária,

    demonstrando uma diferença significante entre as duas últimas faixas etárias (30 a

    64 e 65 a 90) quando comparadas com cada um dos outros grupos etários.

    Palavras Chaves: Grânulos de Fordyce, Líquen plano oral, Leucoplasia oral.

  • Abstract

  • ABSTRACT

    The aim of the present study was to map the changes in oral cavity related to oral

    health. Three major themes were studied. The first topic aimed at determining the

    prevalence of Fordyce spots in a group of individuals from Recife. Secondly, the

    prevalence of two of the most important potentially malignant lesions, oral lichen

    planus and the leukoplakia were evaluated. A retrospective study including patients

    from the oral medicine unit, of Universidade Federal de Pernambuco, who attended

    the clinic between January 1999 to December 2003 was undertaken. The variants

    studied were gender, age range and skin color. The total sample comprised 2281

    patients – (651 males and 1630 females) age varying from 1 to 90 years old. The

    occurrence of Fordyce spots was found in 69 (3%) of the individuals evaluated.

    Males were more commonly affected than females 4.3 versus 2,5%, (P>0,05). Also

    the prevalence was null at the age range from 1 to 10 and higher from 30 to 64 years

    old; it varied from 2,3% among the leukoedema to 3,5% among the faioderma and

    melanoderma, (P>0,05). Of 2281 patients evaluated, the presence of lichen planus

    was observed in five female individuals and one in a male. One occurred in a patient

    between 20 to 29 years old, and the others five among patients from 30 to 64 years

    old. The presence of leukoplakia was observed in 19 individuals (0,8%), 13 females

    and 6 males. However it´s important to emphasize that there wasn´t significant

    statistical difference between genders. It was also possible to observe, that the

    prevalence of leukoplakia increased according to the age range, showing

    insignificant difference between the last two age range (30 to 64 and 65 to 90) when

    confronted with each one of the other age groups.

    KEY WORDS: Fordyce granules, Oral lichen planus, Oral leukoplakia.

  • Lista de Tabelas ________________________

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Variação geográfica da prevalência de Líquen plano oral ..................23

    Tabela 2 Variação geográfica da prevalência de Leucoplasia............................24 Tabela 3 Distribuição segundo as variáveis gênero e faixa etária (em anos nos

    pesquisados) .......................................................................................43

    Tabela 4 Distribuição segundo as variáveis: cor da pele, estado civil, nos pesquisados ................................................................................44

    Tabela 5 Distribuição segundo o consumo de álcool nos pesquisados................45 Tabela 6 Distribuição segundo o consumo de álcool no presente,

    nos pesquisados.................................................................................. 46

    Tabela 7 Distribuição segundo o consumo diário de cigarros, nos pesquisados..47

    Tabela 8 Distribuição de grânulos de Fordyce, segundo as variáveis: gênero, faixa etária e cor da pele nos pesquisados................................................... 48

    Tabela 9 Distribuição de Leucoplasia segundo cada uma das variáveis: gênero,

    faixa etária, consumo de álcool, consumo de fumo e cor da pele nos pesquisados

    .........................................................................................................51

  • Lista de Ilustrações

  • LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    Figura 1 Grânulos de Fordyce.....................................................................50 Figura 2 Líquen Plano oral ..........................................................................53 Figura 3 Leucoplasia ...................................................................................54

  • Sumário

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------21-24 2 REVISÃO DE LITERATURA------------------------------------------ 25 2.1 AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE GRÂNULOS DE

    FORDYCE-------------------------------------------------------------------26

    2.1.1 Considerações Gerais----------------------------------------------------26

    2.1.2 Prevalência e Distribuição dos Grânulos de Fordyce, Segundo

    Gênero e Faixa Etária -----------------------------------------------27-29

    2.2 AVALIAÇÃO NA PREVALÊNCIA DO LÍQUEN PLANO ORAL E

    LEUCOPLASIA ------------------------------------------------------------29

    2.2.1 Considerações Gerais------------------------------------------------29-30

    2.2.2 Líquen Plano oral -----------------------------------------------------30-31

    2.2.3 Incidência e Prevalência --------------------------------------------31-33

    2.2.4 Leucoplasia Oral-------------------------------------------------------34-35

    2.2.5 Incidência e Prevalência --------------------------------------------35-36

    3 OBJETIVOS ----------------------------------------------------------------37 3.1 Objetivo Geral --------------------------------------------------------------38

    3.1 Objetivos Específicos ----------------------------------------------------38

    4 METODOLOGIA ----------------------------------------------------------39 4.1 Materiais e Métodos ------------------------------------------------------40

    4.1.1 População Alvo ------------------------------------------------------------40

    4.1.2 Caracterização da Amostra --------------------------------------------40

    4.2 DESENHO DO ESTUDO -----------------------------------------------41

    A elaboração deste capítulo obedece ao disposto na NBR6027 (agosto 2002)

  • 4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ------------------------------------------------41

    4.3.1 Grânulos de fordyce, Líquen, Plano Oral e Leuplasia -----------41

    5 RESULTADOS ------------------------------------------------------------42 5.1 Resultados da Amostra nos Pesquisados ----------------------43-52

    6 DISCUSSÃO ---------------------------------------------------------------55 6.1 Grânulos de Fordyce -------------------------------------------------56-58

    6.2 Líquen Plano Oral e Leucoplasia ---------------------------------58-61

    7 CONCLUSÕES -------------------------------------------------------62-63 REFERÊNCIAS APÊNDICES ANEXOS

  • Introdução

  • 22

    1 INTRODUÇÃO

    As patologias que acometem a mucosa oral devem ser consideradas como

    um problema de saúde pública. A sua elevada ocorrência na população, e sua

    interferência direta na qualidade de vida dos indivíduos, e a efetividade na

    prevenção e seu tratamento caracterizam este problema. No entanto, apesar de os

    estudos sobre a prevalência de patologias orais serem essenciais para se conhecer

    o estado de saúde e as necessidades de tratamento de uma população, os dados

    sobre a prevalência de lesões da mucosa oral na população brasileira são escassos.

    Na odontologia, uma preocupação que deverá configurar-se como das mais

    importantes no futuro é a manutenção da saúde oral do paciente, não somente

    detendo-se no órgão dentário, mas também as diversas estruturas que compõem o

    sistema estomatognático.

    Grânulos de Fordyce são glândulas sebáceas ectópicas, pois estes são

    anexos naturais da pele e não da mucosa bucal. Clinicamente aparecem como

    pequenas pápulas amareladas, pouco elevadas de diâmetro não superior à 2mm

    (desde que não estejam coaptadas). Usualmente encontram-se unidas formando

    conglomerados que localizam-se com maior frequência na mucosa jugal (região

    posterior) e na mucosa labial. Há um aumento significativo da prevalência dos

    grânulos de fordyce com a idade (CERRI; SILVA, 2005).

    O líquen plano oral (LPO) é uma doença inflamatória crônica, relativamente

    comum, que acomete principalmente mulheres acima dos 40 anos de idade (Oliveira

    et al 2000;), quanto a leucoplasia é uma afecção da mucosa oral que se apresenta

    como uma mancha ou placa branca (Ceccotti et al 2003;). Diante do exposto o

  • 23

    propósito deste trabalho foi observar, mediante uma análise retrospectiva, a

    freqüência relativa das lesões de Grânulos de fordyce, e duas lesões potencialmente

    malignas, o Líquen plano e a Leucoplasia oral através de prontuários, em uma

    população aleatória.

    A incidência do líquen plano oral varia de 0,12 a 4% em diferentes partes do

    mundo. WHO (Tabela 1), (BOKOR-BRATIĆ; PIĆURIĆ, 2001, CARL, 1998, SCULLY;

    EL-KOM, 1985, EPSTEIN et al. 2003, KOVAC-KOVACIC; SKALERIC, 2000,

    JAHANBANI, 2003, MARTIN et al., 2003, SETTERFIELD, BLACK; CHALLACOMBE,

    2000). Estima-se que 0,6% dos pacientes atendidos em consultórios odontológicos

    podem apresentar a doença (RODRIGUEZ-NUNEZ et al., 2001).

    Tabela - 1 Variação geográfica da prevalência de Líquen Plano Oral

    País Prevalência (%) Referência

    Hungria 0,08 Banoczy e Rigo, 1991

    Irã 0,5 Jahanbani, 2003

    Alemanha 0,6 Reichart e Kohn, 1996

    EUA 1,1 Bouquot e Gorlin, 1986

    Turquia 1,1 Delilbaşi et al, 2003

    Iugoslávia 1,6 Bokor-Bratić e Pićurić, 2001

    Japão 1,8 Ikeda et al, 1995

    Suécia 1,9 Axell e Rundquist, 1987

    Slovênia 2,3 Kovač-Kavčlč e Skalerič, 2000

  • 24

    A incidência e prevalência da leucoplasia variam enormemente de acordo

    com diferenças geográficas. Taxas de prevalência entre 0,42% a 3,7% foram

    observadas em diferentes regiões e/ou países. WHO (Tabela 2).

    Tabela -2 Variação geográfica da prevalência de leucoplasia

    País Prevalência (%) Referência

    EUA 0,42 Scheifele et al, 2003

    Alemanha 0,9 Reichart e Kohn, 1996

    Hungria 1,3 Banoczy e Rigo, 1991

    Cambodia 1,1 Ikeda et al, 1995

    Iugoslávia 2,2 Bokor-Bratić, 2003

    Japão 2,5 Ikeda et al, 1991

    Turquia 2,5 Delilbaşi et al, 2003

    Slovênia 3,1 Kovač-Kavčlč e Skalerič, 2000

    Suécia 3,6 Axell, 1987

    Irã 3,7 Jahanbani, 2003

  • Revisão de Literatura

  • 26

    2 REVISÃO DE LITERATURA

    2.1 AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE GRÂNULOS DE FORDYCE

    2.1.1 Considerações Gerais

    Os Grânulos de Fordyce são glândulas sebáceas ectópicas e assintomáticas,

    localizados em diferentes sítios da cavidade oral, principalmente no vermelhão do

    lábio superior, na região retromolar e na mucosa oral (Figura 1). Do ponto de vista

    clínico, manifestam-se como pequenas pápulas esbranquiçadas ou amareladas

    confluentes que, ocasionalmente, formam placas (REGEZI; SCIUBBA, 2000;

    NEVILLE, DAMM; WHITE, 2001). Essa desordem, que afeta ambos os gêneros,

    começa a surgir durante a primeira década de vida, no entanto, uma prevalência

    significativamente mais baixa foi verificada na população infanto-juvenil em

    contraposição a 80% de pacientes adultos acometidos (OCAMPO-CANDIANI et al.

    2003). Acredita-se que os grânulos de Fordyce sejam estruturas normais que têm

    origem durante o desenvolvimento; autores, a exemplo de Padilha e Souza (1998),

    afirmam existir uma relação entre a idade e a presença desses grânulos, a qual

    parece estar ligada à diminuição da espessura da mucosa bucal com o processo do

    envelhecimento. Pelo fato de os Grânulos de Fordyce comprometerem a estética

    quando se localizam no vermelhão dos lábios, diferentes abordagens terapêuticas

    podem ser utilizadas, a exemplo da crioterapia, cauterização, químicos tópicos ou

    exérese. Atualmente, autores como Schonermark, Schmidt e Raulin (1997) e No et

    al., (2004) têm preconizado o tratamento com diferentes tipos de laser pelo fato de

    ser uma alternativa rápida, efetiva e segura de tratamento, pois os relatos de efeitos

    colaterais do tipo cicatriz atrófica e hiperpigmentação são achados raros. Este tipo

  • 27

    de tratamento oferece vantagens, tais como favorecer a homeostase durante o

    procedimento cirúrgico, reduzir o edema e a sintomatologia dolorosa (OCAMPO-

    CANDIANI et al. 2003).

    2.1.2. Prevalência e Distribuição dos Grânulos de Fordyce Segundo Gênero e Faixa Etária

    Diversos estudos sobre a prevalência de manifestações fisiológicas e

    patológicas da cavidade bucal têm sido realizados no Brasil, Veloso e Costa (2002;)

    Santos et al. (2004) e em outros países Espinoza et al. (2003;) Kovac-Kovacic,

    Skaleric (2000;) Reichart (2000), levando em consideração, principalmente, a

    distribuição de diferentes patologias segundo o gênero e a faixa etária.

    Em relação aos grânulos de Fordyce, Daley (1993) acredita que esta

    anomalia do desenvolvimento esteja presente em 70 - 95% da população em geral.

    Pesquisas com populações-alvo, como as realizadas por Darwazeh e Pillai (1998)

    em 2.175 jordanianos e por Kovac-Kovacic e Skaleric (2000) em 555 indivíduos, de

    25-75 anos, da Ljubljana, capital da Eslovênia, confirmam a alta prevalência (49% e

    49,7%, respectivamente) desta condição nas populações-alvo estudadas.

    No entanto, Cadugo et al. (1998), ao pesquisarem a prevalência de lesões

    orais entre os Dumagats ( San Jose Del Monte, Bulacan ) e Santos (2004) entre 587

    índios Waimiri Atroari, da Amazônia Central, Brasil, sendo 52,57% crianças e

    adolescentes de 0 a 12 anos e 73,44% de adolescentes e adultos com idade igual

    ou superior a 13 anos, encontraram uma prevalência de apenas 8% e 3,8%,

    respectivamente, incluindo ambos os gêneros.

  • 28

    Preocupados com a escassez de estudos quanto à patologia bucal do idoso,

    Birman, Silveira e Sampaio (1991) estudaram a prevalência de lesões da mucosa

    bucal em 170 pacientes acima de 60 anos, cuja faixa etária prevalente foi a de 70/79

    anos, tendo observado a presença de Grânulos de Fordyce em 13,53% da

    população.

    Reichart (2000), por sua vez, encontrou uma prevalência de 23,7%, em 1367

    pacientes geriátricos alemães, de ambos os gêneros. Taylor et al. (2004) estudaram

    a prevalência de lesões na mucosa bucal em 100 adultos maiores de 50 anos

    residentes no sul da cidade do México. A prevalência de grânulos de Fordyce foi de

    31%, incluindo ambos os gêneros.

    No Brasil, Veloso e Costa (2002) estudaram as manifestações fisiológicas e

    patológicas da cavidade bucal de 100 pacientes idosos (15 do sexo masculino e 85

    do sexo feminino), entre 60-68 anos, de São Luís do Maranhão. Os grânulos de

    Fordyce, classificados pelos autores no grupo de alterações fisiológicas, não foram

    observados no sexo masculino, e 11 casos foram registrados no sexo feminino.

    Levando-se em consideração a baixa prevalência de grânulos de Fordyce na

    população infanto-juvenil, Sedano et al. (1989) interessaram-se em estudar as

    anomalias congênitas orais e periorais em crianças mexicanas, tendo encontrado

    uma prevalência de Grânulos de Fordyce de 1.2 por 1000.

    Pelo exposto, observa-se que poucos são os estudos que enfatizam

    especificamente a prevalência dos grânulos de Fordyce em uma população

    específica. Neste sentido, é interessante a pesquisa realizada por Gorsky et al.

    (1986) que, ao estudarem os grânulos de Fordyce na mucosa oral em um grupo de

    2.462 adultos israelitas (1042 homens e 1420 mulheres), encontraram uma

  • 29

    prevalência de 94,9% na amostra total, sendo o gênero masculino mais acometido.

    Levando-se em consideração os problemas estéticos e funcionais associados a esta

    patologia.

    2.2 AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DO LÍQUEN PLANO ORAL E LEUCOPLASIA

    2.2.1Considerações Gerais

    Câncer de boca é ainda uma causa importante de morbidade/mortalidade no

    mundo atual e parece ser o sétimo tipo de doença maligna mais comum em

    mulheres e o quinto em pacientes do sexo masculino. Sua taxa de mortalidade

    aumentou em mais de cinco vezes desde o início da década de 60, principalmente

    devido a um aumento do número de casos de câncer de língua em homens. Ao

    estudarem Câncer e líquen plano oral em uma população Sueca, O líquen plano oral

    (LPO) geralmente é considerado como uma condição pré-maligna, há um aumento

    de risco para o desenvolvimento de células carcinoma escamosas em pacientes com

    OLP (RODSTROM et al., 2004). O hábito de fumar, bem como o uso do álcool, além

    de uma dieta inadequada, são fatores de risco associados ao aumento da

    mortalidade por câncer de boca. A identificação tardia das lesões potencialmente

    malignas podem igualmente contribuir para o fato de que apenas uma pequena

    fração dos casos de câncer de boca seja diagnosticada precocemente (CAMPISI et

    al., 2004).

    Um estudo transversal sobre a prevalência de lesões orais numa amostra de

    185 adultos com 40 anos de idade ou mais, usuários de drogas (cigarro e folha de

    betel), originários de Bangladeshi, as lesões na mucosa oral foram observadas em

  • 30

    40% dos participantes. A lesão mais comum encontrada foi a leucoplasia com uma

    prevalência de 25%, tendo sido observada uma associação significativa entre os

    fumantes de cigarro e os mastigadores de betel e a presença de leucoplasia. A

    mastigação da folha de betel é a maior causa tanto da LO e, o fumo de ciganos tem

    um efeito modificador no desenvolvimento da leucoptasia oral (PEARSON et al.,

    2001; LEE et al., 2003).

    2.2.2 Líquen Plano Oral

    O líquen plano oral (LPO) é uma doença mucocutânea, relativamente comum,

    caracterizada por uma reação inflamatória crônica de origem imunológica, cuja

    etiopatogenia ainda não foi completamente esclarecida (BOKOR-BRATIĆ; PIĆURIĆ,

    2001; MOLLAOGLU, 2000; RODRIGUEZ-NUNEZ et al., 2001; SEOANE et al., 2004;

    SUGERMAN; SAVAGE, 2002;).

    O LPO pode ser resultante de uma resposta imune degenerativa mediada por

    linfócitos T, células de Langerhans e macrófagos, na qual as células basais epiteliais

    da mucosa oral são destruídas, ocasionando diversos tipos de lesões de pele e

    mucosa (Figura 2).

    Embora a causa dessa destruição celular seja desconhecida (EDWARDS;

    KELSCH, 2002; MOLLAOGLU, 2000), sugere-se o envolvimento de fatores, como

    estresse, hereditariedade, determinados materiais odontológicos, algumas drogas,

    agentes infecciosos ou, até mesmo, uma associação com desordens imunológicas

  • 31

    (EPSTEIN, 2003; MARTIN; BROUGHTON, DRANGHOLT, 2003; SUGERMAN;

    SAVAGE, 2002).

    Clinicamente, o líquen plano oral pode ser predominantemente do tipo

    reticular (62,9% a 92,3%) ou erosivo (AXELL; RUNDQUIST, 1987, BOKOR-BRATIĆ;

    PIĆURIĆ, 2001, KOVAC-KOVACIC; SKALERIC, 2000, MOLLAOGLU, 2000,

    SETTERFIELD; BLACK E CHALLACOMBE, 2000, SEOANE et al., 2004), não sendo

    comum a presença de múltiplas variações em um mesmo indivíduo (EDWARDS;

    KELSCH, 2002). Vale ressaltar que, apesar do termo erosivo ser o mais utilizado, a

    denominação “ulcerativo” parece ser a mais adequada (SUGERMAN; SAVAGE,

    2002).

    Os pacientes com líquen plano oral geralmente apresentam lesões de distinta

    morfologia clínica e de distribuição característica, mas elas também podem

    apresentar-se de diversas formas atípicas semelhantes a outras doenças, o que

    dificulta o seu diagnóstico inicial (EISEN, 2002).

    2.2.3 Incidência e Prevalência

    Apesar de o LPO ser uma doença mucocutânea relativamente comum, não se

    sabe precisamente a fração da população geral acometida por esta desordem.

    Os pacientes geralmente são adultos de meia-idade, sendo a faixa etária

    entre os 40 e 60 anos a mais acometida (EDWARDS; KELSCH, 2002, RODRIGUEZ-

    NUNEZ et al., 2001, SEOANE et al., 2004, SETTERFIELD, BLACK E

  • 32

    CHALLACOMBE, 2000). Conseqüentemente, o líquen plano oral é considerado uma

    doença de adultos, em virtude de crianças serem raramente afetadas (0,56% dos

    casos) (ALAM; HAMBURGER, 2001, EDWARDS; KELSCH, 2002, MOLLAOGLU,

    2000).

    Há ainda uma predileção pelo sexo feminino de 54% a 75% (DELILBAŞI et

    al., 2003, EDWARDS; KELSCH, 2002, EISEN, 2002, JAINKITTIVONG, ANEKSUK,

    LANGLAIS, 2002; KOVAC-KOVACIC; SKALERIC, 2000, MOLLAOGLU, 2000,

    MARTIN et al., 2003, RODRIGUEZ-NUNEZ et al., 2001, SETTERFIELD, BLACK,

    CHALLACOMBE, 2000, SEOANE et al., 2004). Vários estudos indicam que, nos

    homens, as lesões normalmente surgem antes dos 40 anos, enquanto, nas

    mulheres, por volta dos 50 anos de idade (GORSKY et al., 1996).

    Quanto aos sítios anatômicos acometidos, esta condição pode ocorrer em

    qualquer área da cavidade bucal. Entretanto, a mucosa jugal é a região mais afetada

    (45,4%-92,3%), seguida pela língua (22,7-32,3%) e gengiva (29%), enquanto é

    incomum o envolvimento dos lábios (9,7%), palato (8,1%) e assoalho bucal (4,8%)

    (AXELL; RUNDQUIST, 1987, DELILBASI et al., 2003, MOLLAOGLU, 2000;

    SEOANE et al., 2004). As lesões bucais são, na maioria das vezes, simétricas e

    bilaterais ou até mesmo múltiplas (EPSTEIN et al. 2003, MOLLAOGLU, 2000;

    SETTERFIELD, BLACK, CHALLACOMBE, 2000).

    Em torno de 30% a 50% dos pacientes com lesões orais também apresentam

    envolvimento cutâneo, o que pode contribuir para o diagnóstico de líquen plano oral

    (EDWARDS; KELSCH, 2002). Vale ressaltar que as lesões orais geralmente

  • 33

    apresentam um tempo de duração maior, são mais persistentes do que as cutâneas,

    podendo permanecer por até 25 anos (SCULLY; EL-KOM, 1985).

    O líquen plano oral pode se manifestar esporadicamente ou estar associado a

    diferentes condições patológicas, como diabetes, hepatite C, doenças hepáticas e

    câncer bucal. Não há consenso quanto à possível associação do vírus da hepatite C

    e o LPO. Em um estudo em São Paulo, esta associação foi evidenciada

    (FIGUEIREDO et al., 2002), assim como Itália (CARROZZO et al., 1996) e Espanha

    (BAGÁN et al., 1998). Enquanto, na Holanda, não se comprovou esta relação (VAN

    DER MEIJ; VAN DER WAAL, 2000).

    Há controvérsia também quanto à possibilidade de transformação maligna do

    líquen plano oral. Estudos recentes revelam uma variação de 0,4% a 5,6% (ALLEN,

    1998, MARKOPOULOS et al., 1997; MOLLAOGLU, 2000; MIGNOGNA, 2002,

    SNEDDON et al., 1997).

    Alguns estudos indicam ainda que pacientes com líquen plano oral

    apresentam um risco de 10 a 50 vezes maior de desenvolver um carcinoma de

    células escamosas do que a população geral não acometida (EDWARDS; KELSCH,

    2002). Esta ocorrência aparenta ser mais freqüente em áreas avermelhadas,

    atróficas ou ulceradas do que estriadas (McCREARY; McCARTAN, 1999;

    MOLLAOGLU, 2000, SNEDDON et al., 1997).

    Devido ao risco de malignização, o acompanhamento periódico de pacientes

    com líquen plano oral torna-se fundamental (EISEN, 2002).

  • 34

    2.2.4 Leucoplasia Oral

    As leucoplasias orais são lesões potencialmente malignas que podem

    representar estágios iniciais do processo de carcinogênese . A Organização Mundial

    de Saúde (OMS) definiu leucoplasia como uma mancha ou placa branca não-

    removível que não pode ser caracterizada clínica ou histologicamente como

    qualquer outra doença (VAN DER WAAL; AXELL, 2002), (Figura 3).

    Histologicamente, ela pode apresentar uma diversidade de alterações epiteliais,

    desde a hiperplasia epitelial inócua até vários graus de displasia (VUCKOVIC,

    BOKOR- BRATIC, VUCKOVIC, 2004).

    O termo leucoplasia é, portanto, apenas de aplicação clínica e não deve ser

    utilizado diante do laudo histológico (VAN DER WAAL et al., 1997). Na

    indisponibilidade da biópsia, pode ser clinicamente subdividida em homogênea e

    não-homogênea. Estas duas formas clínicas também podem co-existir (SCHEIFELE,

    REICHART, DIETRICH, 2003; VAN DER WAAL, SCHEPMAN, VAN DER MEIJ,

    2000).

    A etiopatogenia da leucoplasia ainda é desconhecida. Estudos quanto aos

    fatores de risco da leucoplasia oral ainda são escassos. O tabaco, contudo, aparenta

    ser o fator de risco independente de maior contribuição para o desenvolvimento da

    lesão (DIETRICH, REICHART, SCHEIFELE, 2004, SCHEPMAN, 2001; SCHEIFELE,

    REICHART, DIETRICH, 2003, WALSH; EPSTEIN, 2000). Mais da metade dos

    pacientes com leucoplasia são fumantes (56 a 97%) (BOKOR-BRATIĆ, 2003,

    EPSTEIN; GORSKY, 1999, IKEDA et al, 1995,), que chegam a correr um risco seis

  • 35

    vezes maior de desenvolver a lesão em relação aos não-fumantes (BOKOR-

    BRATIĆ, 2003).

    Quanto ao papel do álcool no desenvolvimento das lesões leucoplásicas, é

    difícil avaliá-lo individualmente, uma vez que, geralmente, seu consumo está

    associado ao do cigarro (VAN DER WAAL et al., 1997). Mesmo assim, o álcool

    aparenta ter um efeito sinérgico ao tabaco, em virtude de ter-se observado uma

    maior prevalência de leucoplasia (33,3%) em pacientes tabagistas e etilistas do que

    os que são apenas tabagistas (18,2%) (BOKOR-BRATIĆ, 2003).

    Outros fatores independentes a serem considerados são diabetes, idade e

    status sócio-econômico (DIETRICH, REICHART E SCHEIFELE 2004). Ainda, o

    papilomavírus (HPV) foi encontrado em alguns casos de leucoplasia. No entanto,

    sua influência na etiologia das leucoplasias permanece incerta (CHANG et al., 1991).

    2.2.5 Incidência e Prevalência

    A distribuição quanto ao sexo também é variável, entretanto, parece haver uma

    predileção pelo sexo masculino numa proporção de aproximadamente 3:1 (KOVAČ-

    KOVACIC; SKALERIČ, 2000, PETTI, 2003, REICHART; KOHN, 1996; SCHEIFELE,

    REICHART, E DIETRICH, 2003;) ou 4:1 (BOKOR-BRATIĆ, 2000, IKEDA et al,

    1995;). Vale ressaltar que esta diferença entre os sexos, possivelmente, está

    relacionada ao consumo maior de cigarros por parte dos homens (JAHANBANI,

    2003).

  • 36

    As leucoplasias orais geralmente acometem pessoas acima dos 40 anos,

    aparecendo mais cedo nos homens (40-49 anos) quando comparado às mulheres

    (70 anos) (AXELL, 1987; BOKOR-BRATIĆ, 2000, DELILBASI et al., 2003 EPSTEIN;

    GORSKY, 1999, IKEDA et al, 1995; SCHEIFELE, REICHART, E DIETRICH, 2003;).

    A área mais comumente afetada é a mucosa jugal (AXELL, 1987; BANOCZY;

    RIGO, 1991, BOKOR-BRATIĆ, 2000, DELILBASI et al., 2003, IKEDA et al., 1995;

    KOVAC-KOVACIC; SKALERIC, 2000, SCHEIFELE, REICHART E DIETRICH 2003),

    embora qualquer outra região da mucosa oral possa ser acometida. Sugere-se que a

    influência do tabaco no desenvolvimento da leucoplasia varia de acordo com a

    região anatômica. Nos fumantes, observa-se um maior acometimento do assoalho

    bucal, enquanto, nos não-fumantes, a região mais envolvida é borda de língua,

    (SCHEPMAN et al 2001).

  • Objetivos

  • 38

    3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL

    O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de grânulos de

    Fordyce, de líquen plano oral e da leucoplasia, em um população atendida no

    serviço de estomatologia da UFPE, e relacionar às variáveis idade, gênero, consumo

    de álcool e/ou tabaco, além de aspectos sócio-econômico-demográficos, como local

    de procedência, etnia e ocupação.

    3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    a) Detectar a importância das patologias em estudo na mucosa oral,

    b) Estabelecer associação entre as patologias orais mais prevalentes como

    grânulos de Fordyce, Líquen Plano oral e Leucoplasia, com hábitos, tais como

    tabagismo e etilismo, decorrentes do estilo de vida dos pacientes.

    c) Verificar a associação das patologias orais mais prevalentes com algumas

    variáveis independentes do tipo idade, gênero, consumo de álcool e/ou tabaco.

  • Metodologia

  • 40

    4 METODOLOGIA

    4.1 MATERIAIS E MÉTODOS

    4.1.1 População Alvo

    Foram incluídos, no presente estudo, todos os prontuários de pacientes que

    procuraram à Clínica de Estomatologia do Curso de Odontologia da Universidade

    Federal de Pernambuco, Brasil. Com idades variando de 1 a 90 anos. A coleta dos

    dados foi realizada no Serviço de arquivamento de Prontuários, da referida clínica,

    cobrindo um período de quatro anos, com início em janeiro de 1999 e término em

    dezembro de 2003, de diferentes procedências, e a distribuição segundo variáveis

    gênero, faixa etária e cor de pele, um total de 2281 prontuários. Foram excluídos do

    estudo os pacientes com diagnóstico clínico impreciso e/ou sem confirmação

    histológica da respectiva patologia bucal, deve ser elucidado que p/ os grânulos de

    Fordyce o diagnóstico é eminentemente clínico. A presença de lesões foi analisada

    em 2278 pacientes, ou seja, para três pacientes, não se conseguiu um diagnóstico

    conclusivo.

    4.1.2 Caracterização da Amostra

    No total, 2281 (dois mil, duzentos e oitenta e um) prontuários de pacientes

    atendidos na clínica de estomatologia da UFPE. A idade média dos pesquisados foi

    de 32,02 anos, mediana 31 anos. O paciente mais novo tinha 01 ano no momento

    da consulta inicial,e o mais velho, 90 anos.

  • 41

    4.2 DESENHO DO ESTUDO

    Este foi um estudo retrospectivo, observacional, transversal e analítico,

    apresentando como vantagens simplicidade e baixo custo, rapidez e objetividade na

    coleta dos dados, tendo possibilitado, ainda, a descrição das características

    observadas na população escolhida e de eventos que necessitam de atenção

    especial (ESTRELA, 2001).

    4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

    4.3.1 Grânulos de Fordyce, Líquen Plano Oral e Leucoplasia

    a) Fase descritiva

    Após a coleta dos dados foram realizadas distribuições de freqüências

    absolutas e relativas (medidas estatísticas para a variável idade: valor mínimo, valor

    máximo, média, mediana, desvio padrão e coeficiente de variação).

    b) Análise Estatística Inferencial

    Para análise inferencial o nível de significância adotado foi 5% e intervalo de

    confiança de 95%, além do teste de comparação de duas proporções. O programa

    utilizado para a obtenção de cálculos estatísticos foi o SAS (Statístical Analysis

    System) na versão 8.0 para microcomputadores.

  • Resultados ___________________________________________________________________________

  • 43

    5 RESULTADOS

    5.1 RESULTADOS DA AMOSTRA NOS PESQUISADOS

    a) Caracterização dos pesquisados

    A idade dos pacientes variou de 1 a 90 anos, com média de 32,02 anos,

    mediana de 31,00 anos, desvio padrão de 14,55 anos e coeficiente de variação de

    45,44%.

    Na Tabela 3, consta que a faixa etária de maior percentual foi composta de

    adultos de 30 a 64 anos (49,3%), seguida de adolescentes de 11 a 19 anos (24,0%)

    e de adultos jovens de 20 a 29 anos (23,1% da amostra), sendo a maioria dos

    pacientes do gênero feminino (71,5%).

    Tabela 3 – Distribuição segundo as variáveis gênero e faixa etária (em anos), nos pesquisados.

    VARIÁVEIS N % Faixa etária (em anos) 1 a 10 (Crianças) 12 0,5 11 a 19 (Adolescentes) 547 24,0 20 a 29 (Adultos jovens) 527 23,1 30 a 65 (Adultos) 1124 49,3 65ou mais (Idosos) 69 3,0 TOTAL (1) 2279 100,0 Gênero Feminino 1630 71,5 Masculino 651 28,5

    TOTAL 2281 100,0

    (1) Para dois pesquisados, não se dispõe desta informação.

  • 44

    Da Tabela 4 constata-se que: aproximadamente metade dos pesquisados

    (50,9%) foi declarado faioderma, em segundo lugar com 26,9% a cor leucoderma e

    22,1% melanoderma; mais da metade (58,4%) eram solteiros, 35,4% eram casados.

    Os viúvos e divorciados representavam 3,4% e 2,9% respectivamente. Em relação à

    procedência apurou-se que a maioria (61,5%) era procedente de Recife, em

    segundo lugar com 31,1% da amostra proveniente de municípios da Região

    Metropolitana e 7,4% provenientes do interior.

    Tabela 4– Distribuição segundo as variáveis: cor da pele, estado civil, nos pesquisados

    Variáveis N % • Cor da pele Melanoderma 468 22,1 Faioderma 1076 50,9 Leucoderma 569 26,9 TOTAL(1) 2113 100,0 (1) – Para 168 pesquisados não se dispõe desta informação. • Estado civil Casado 801 35,4 Solteiro 1321 58,4 Viúvo 76 3,4 Divorciado 65 2,9 TOTAL(1) 2263 100,0 (1) – Para 18 pesquisados não se dispõe desta informação. • Procedência

    Recife 1403 61,5

    Região Metropolitana do Recife 709 31,1

    Interior 169 7,4

    TOTAL 2281 100,0

  • 45

    Mais da metade (51,6%) dos pesquisados nunca tinham consumido álcool e

    em segundo lugar apurou-se que 32,9% tinham consumido álcool no presente e

    15,5% tinham consumido álcool no passado (Tabela 5).

    Tabela 5 – Distribuição dos pesquisados segundo o consumo de álcool

    Consumo de álcool N % Presente 741 32,9 Passado 349 15,5 Nunca 1164 51,6 TOTAL(1) 2254 100,0

    (1) – Para 27 pesquisados não se dispõe desta informação

    Interessante notar que um pouco mais da metade da população alvo (51,6%)

    jamais consumiu álcool e que quase 10% o fizeram no passado, enquanto,

    aproximadamente, 1/3 (32,9%) dos pesquisados faz uso de bebidas alcoólicas no

    presente. Dentre estes, a maioria (29,2%) consome entre 1 e 5 unidades de álcool

    por semana. Os percentuais dos que consomem entre 6 e 10, 11 e 20, e 21 ou mais

    unidades por semana foram respectivamente, 4,7%, 2,7% e 1,4% (Tabela 6).

  • 46

    Tabela 6 – Distribuição segundo consumo de álcool no presente, nos pesquisados.

    Quantidade de álcool (em unidades por semana) N %

    Nenhuma 1164 62,0

    1 a 5 549 29,2

    6 a 10 89 4,7

    11 a 20 50 2,7

    21 ou mais 26 1,4

    TOTAL(1) 1878 100,0

    (1) – Para 403 pesquisados, não se dispõe desta informação.

  • 47

    Dentre 2281 pesquisados para os quais se dispõe dado sobre o consumo de

    cigarros, foi observado que 79,7% não fazem uso do fumo, ou o fizeram no passado.

    Ainda, dentre os 20,3% dos indivíduos tabagistas, 8,6% consumiam de 1 a 5

    cigarros por dia; 4,9% consumiam de 6 a 10 cigarros; 5,3% consumiam de 11 a 20

    cigarros e 1,5% consumiam 21 ou mais cigarros por dia (Tabela 7).

    Tabela 7 – Distribuição segundo consumo diário de cigarros, nos pesquisados

    Quantidade de cigarros por dia N %

    Nenhum 1664 79,7

    1 a 5 180 8,6

    6 a 10 102 4,9

    11 a 20 111 5,3

    21 ou mais 31 1,5

    TOTAL (1) 2088 100,0

    (1) – Para 193 pesquisados, não se dispõe desta informação.

  • 48

    a) Distribuição dos Grânulos de Fordyce

    Dentre os 2281 (dois mil duzentos e oitenta e um) indivíduos pesquisados, a

    prevalência de grânulos de Fordyce foi registrada em 69 (3,0%) dos indivíduos é

    possível verificar que a ocorrência de grândulos de Fordyce foi mais elevada no

    gênero masculino do que no feminino (4,3% versus 2,5%); foi nula na faixa de 1 a

    10, seguida da faixa de 11 a 19 anos e foi mais elevada (4,1%) na faixa etária de 30

    a 64 anos; variou de 2,3% entre os leucodermas a 3,5% entre os faiodermas.

    Através da aplicação do teste de comparações pareadas foi verificado que houve

    diferença significante entre gêneros e entre as faixas etárias de 11 a 19 anos e de

    30 a 64 anos em relação à ocorrência de grânulos de Fordyce. Deve ser ressaltado

    ainda que, devido à ocorrência de freqüência nula, deixou-se de aplicar teste

    estatístico comparativo com a faixa de 1 a 10 anos (Tabela 8).

  • 49

    Tabela 8 - Distribuição de grânulos de Fordyce, segundo as variáveis: gênero, faixa etária e cor da pele nos pesquisados

    Variáveis Número de casos Ocorrência

    analisados N % Gênero (N = 2278) Feminino 1628 41 2,5 (A)Masculino 650 28 4,3 (B) Faixa etária (anos) (N = 2276) - 1 a 10 12 - - **** - 11 a 19 547 8 1,5 (A)- 20 a 29 527 13 2,5 (AB)- 30 a 64 1122 46 4,1 (B)- 65 a 90 68 2 2,9 (AB) Cor da pele (N = 2113) (1) Melanoderma 467 12 2,6 (A)Faioderma 1075 38 3,5 (A)Leucoderma 569 13 2,3 (A)

    (***) – Não foi possível aplicar o teste estatístico devido à ocorrência de freqüência nula. (1) – Para seis casos com Grânulos de Fordyce, não se dispõe da cor da pele. Observação 1 – Resultados comparativos através do teste de comparação de proporções.

    Observação 2–Letras distintas entre parênteses indicam diferença significante entre respectivas

    distribuições.

  • 50

    FIGURA-1 GRÂNULOS DE FORDYCE

  • 51

    C) Distribuição de Líquen Plano Oral e Leucoplasia

    A presença de lesões foram analisadas em 2281 prontuários, ou seja, para

    quatro pacientes, não se conseguiu um diagnóstico conclusivo. A presença de

    leucoplasia foi observada em 19 indivíduos (0,8%), 13 do gênero feminino e 6 do

    gênero masculino. Vale ressaltar, contudo, que não houve diferença estatisticamente

    significante entre os gêneros. Foi possível observar também que a prevalência de

    leucoplasia aumentou com a faixa etária, demonstrando uma diferença significante

    entre as duas últimas faixas etárias (30 a 64 e 65 a 90) quando comparadas com

    cada um dos outros grupos etários. Ainda, houve diferença estatisticamente

    significante entre os indivíduos que consumiram álcool no passado, quando

    comparado com os que nunca consumiram. O mais importante, porém, foi observar

    que a maior prevalência foi registrada entre os que consumiam fumo no presente e

    menos elevada entre os que nunca consumiram, com diferenças significantes entre

    cada uma das categorias. Finalmente, a prevalência da lesão foi mais elevada entre

    os pacientes melanoderma, entretanto, sem diferenças significantes entre as três

    categorias desta variável. Ressalta-se que, devido à ocorrência de freqüência nula,

    deixou-se de aplicar teste estatístico comparativo com a faixa de 1 a 10 anos.

    Dentre os seis casos de líquen plano, cinco ocorreram em pacientes do

    gênero feminino; um caso ocorreu em paciente com idade entre 20 a 29 anos, e os

    outros cinco casos, entre pacientes com 30 a 64 anos.Um caso ocorreu entre os que

    consumiam álcool, um entre os consumiram no passado e quatro entre os que nunca

    consumiram; em relação ao tabagismo, um caso ocorreu entre os que fumavam e

    cinco entre os que nunca consumiram o produto; quatro casos ocorreram entre os

  • 52

    faiodermas, um caso entre os pacientes melanoderma e um ocorreu entre os que

    não tinham a cor da pele definida .

    Dos 2281 prontuários pesquisados, a presença de líquen plano foi registrada

    em apenas seis indivíduos (0,3%). Devido ao reduzido número de casos, não foram

    aplicados testes comparativos entre gêneros, faixa etária, consumo de álcool,

    consumo de fumo e cor da pele.

    Tabela 9 - Distribuição de leucoplasia segundo cada uma das variáveis: gênero, faixa etária, consumo de álcool, consumo de fumo e cor da pele.

    Variável Número de casos Prevalência • Gênero (N = 2278) analisados N % - Feminino 1628 13 0,8 (A)- Masculino 650 6 0,9 (A)

    • Faixa etária (anos) (N = 2276) - 1 a 10 12 - - *** - 11 a 19 547 1 0,2 (A)- 20 a 29 527 1 0,2 (A)- 30 a 64 1122 13 1,2 (B) - 65 a 90 68 4 5,9 (C)

    • Consumo de álcool (N = 2254) - Presente 741 8 1,1 (AB)- Passado 349 6 1,7 (A)- Nunca 1164 5 0,4 (B)

    • Consumo de fumo (N = 2257) - Presente 236 10 4,2 (A) - Passado 357 4 1,1 (B)- Nunca 1664 5 0,3 (C)

    • Cor da pele (N = 2111) (1) Melanoderma 467 6 1,3 (A)Faioderma 1075 7 0,7 (A)Leucoderma 569 3 0,5 (A)(1) – Para 3 casos com leucoplasia, não se dispõe da cor da pele (***) – Não foi possível aplicar o teste estatístico devido à ocorrência de freqüência nula. Observação 1 - Resultados comparativos através do teste de comparação de proporções.

    Observação 2–Letras distintas entre parênteses indicam diferença significante entre

    respectivas prevalências.

  • 53

    Figura -2 Líquen Plano oral

  • 54

    Figura -3 Leucoplasia

  • Discussão ___________________________________________________________________________

  • 56

    6 DISCUSSÃO 6.1 GRÂNULOS DE FORDYCE

    É inquestionável a necessidade de se estudarem as alterações que

    acometem a cavidade bucal, sejam elas patológicas ou fisiológicas. Em relação aos

    grânulos de Fordyce, pelos problemas estético-funcionais a eles associados,

    modelos de animais com a condição estão sendo avaliados, a exemplo da pesquisa

    realizada por Yoshitomi, Brown, Eustis (1990) sobre a prevalência de grânulos de

    Fordyce na mucosa gengival de ratos da linhagem 344F. Interessantes também são

    os relatos de casos clínicos sobre esta condição como uma das possíveis

    complicações benignas tardias de enxertos da mucosa oral em outros sítios

    anatômicos, a exemplo dos casos de patologias ou traumatismos que acometem o

    globo ocular (LANDENBERGER, SIEPMAN E ROHRBACH, 1999; MARBACK et al.,

    2002). Em relação aos estudos epidemiológicos em diferentes populações humanas,

    autores como (DALEY, 1993; DARWAZEH E PILLAI, 1998; KOVAC-KOVACIC,

    SKALERIC, 2000) concordam que a prevalência de grânulos de Fordyce é alta nas

    populações estudadas por eles, variando de 49% a 95%. No entanto, os resultados

    desta pesquisa, registraram uma prevalência de 3,0% na amostra total, dados esses

    que convergem para os estudos realizados por Cadugo et al. (1998) e Santos et al.

    (2004), os quais registraram uma prevalência de 8% e 3,8%, respectivamente. A

    razão pela qual nossa população parece ser menos acometida pelos grânulos de

    Fordyce permanece obscura. Uma das possíveis interpretações pode estar

    associada ao fato de que, eventualmente, o acadêmico supervisionado por um

    professor da área, ou mesmo alguém com maior familiaridade no diagnóstico deste

  • 57

    tipo de alteração, não tenha feito a anotação na ficha clínica do paciente de forma

    adequada, principal razão da dificuldade de reprodutibilidade em estudos

    retrospectivos. Vale ressaltar, contudo, que os grânulos de Fordyce são facilmente

    visualizados e que os alunos responsáveis pelo exame inicial na clínica de

    Estomatologia, são orientados a anotar qualquer modificação na mucosa oral, de

    modo a evitar que alterações e/ou lesões passem despercebidas Isto posto, é

    provável que a explicação para o fenômeno observado só possa ser

    satisfatoriamente elucidada a partir de estudos sobre a genética das populações,

    uma vez que os grânulos de Fordyce são alterações fisiológicas de estruturas

    normais que têm origem durante o desenvolvimento.

    No presente estudo, quando a distribuição dessa desordem foi analisada,

    segundo as variáveis gênero e idade, foi observada uma diferença significante entre

    os gêneros e as faixas etárias de 11 a 19 anos e de 30 a 64 anos em relação à

    ocorrência de grânulos de Fordyce, tendo sido mais elevada (4,1%) na faixa etária

    de 30 a 64 anos, acometendo mais o gênero masculino do que o feminino (4,3%

    versus 2,5%). Esses achados estão de acordo com a maior parte da literatura

    consultada, demonstrando serem os grânulos de Fordyce uma alteração observada,

    particularmente, em pacientes do gênero masculino e, principalmente, a partir da

    quarta década de vida (GORSKY et al. 1986; TAYLOR et al. 2004). É interessante

    observar que nenhum caso foi registrado em crianças menores de 10 anos de idade.

    Devido à grande miscigenação que existe no Brasil, os indivíduos foram

    classificados em três grupos (melanodermas, faiodermas e leucodermas), com o

  • 58

    objetivo de verificar a distribuição dos grânulos de Fordyce de acordo com a variável

    cor de pele, como uma das características sinalizadoras de pertinência a um grupo

    étnico. Foi constatada uma variação de 2,3% entre os leucodermas a 3,5% entre os

    faiodermas, entretanto, não houve diferença estatisticamente significante entre os

    grupos (p >0,05).

    6.2 LÍQUEN PLANO ORAL E LEUCOPLASIA

    Os dados do presente estudo sugerem que, pelo menos nesta população

    estudada, os índices de prevalência de leucoplasia oral (0,8%) e líquen plano (0,3%)

    estão de acordo com estudos de população geral de outras partes do mundo

    ocidental (BOUQUOT et al 1986; AXELL, 1987; BOKOR-BRATIC, 2003; DELILBAŞI

    et al 2003). A grande variação produzida por alguns estudos que sugerem índices de

    prevalência mais elevados (GORSKY et al 1996) pode ser devido à falta de critérios

    de diagnóstico mais precisos, principalmente com relação ao líquen plano oral. O

    critério estabelecido para o presente estudo foi bastante rígido, sendo incluídos

    apenas aqueles que obtiveram confirmação histopatógica do diagnóstico clínico

    inicial. Foi sugerido, anteriormente, que o mesmo critério pode não ter sido aplicado

    à totalidade dos estudos anteriores. Ainda, o líquen plano possui, em sua

    etiopatogenia, forte influência do sistema imunológico, e doenças imunológicas

    parecem acometer pacientes caucasianos com mais freqüência. A cor da pele dos

    pacientes, no presente estudo, não foi fator determinante para o aparecimento das

    lesões, mas cabe ressaltar que a definição de padrões étnicos em nossa população,

    altamente miscigenada, pode deixar a desejar.

  • 59

    O fato de o líquen plano acometer, com maior freqüência, pacientes do

    gênero feminino corrobora com os achados de outros estudos (JAHANBANI, 2003),

    muito embora, apesar de apresentar uma tendência bastante forte (cinco pacientes

    do gênero feminino contra um do gênero masculino), não foi suficiente para

    demonstrar associação estatisticamente significante. A idade parece ser também um

    fator importante no aparecimento do líquen plano oral (JAINKITTIVONG, ANEKSUK,

    LANGLAIS, 2002). No presente estudo, cinco dos seis pacientes acometidos (83%)

    tinham mais de 30 anos de idade.

    A presença de lesões foram analisadas em 2281 prontuários, ou seja, para

    quatro pacientes, não se conseguiu um diagnóstico conclusivo. A presença de

    leucoplasia foi observada em 19 indivíduos (0,8%), 13 do gênero feminino e 6 do

    gênero masculino. Vale ressaltar, contudo, que não houve diferença estatisticamente

    significante entre os gêneros. Foi possível observar também que a prevalência de

    leucoplasia aumentou com a faixa etária, demonstrando uma diferença significante

    entre as duas últimas faixas etárias (30 a 64 e 65 a 90) quando comparadas com

    cada um dos outros grupos etários. Ainda, houve diferença estatisticamente

    significante entre os indivíduos que consumiram álcool no passado, quando

    comparado com os que nunca consumiram. O mais importante, porém, foi observar

    que a maior prevalência foi registrada entre os que consumiam fumo no presente e

    menos elevada entre os que nunca consumiram, com diferenças significantes entre

    cada uma das categorias. Finalmente, a prevalência da lesão foi mais elevada entre

    os pacientes melanoderma, entretanto, sem diferenças significantes entre as três

    categorias desta variável. Ressalta-se que, devido à ocorrência de freqüência nula,

    deixou-se de aplicar teste estatístico comparativo com a faixa de 1 a 10 anos.

  • 60

    Em relação à presença de leucoplasia oral, na população estudada, foi

    possível observar que o gênero não parece ser importante no aparecimento destas

    lesões. Vale ressaltar que, neste grupo estudado, não foi estabelecido se os

    pacientes do gênero masculino, fumavam e/ou consumiam álcool com maior

    freqüência do que as pacientes do gênero feminino. Seria interessante, em estudos

    futuros, estabelecer se existe essa associação. Contudo, independente da variável

    gênero o consumo presente ou passado de tabaco e/ou álcool, demonstraram (VAN

    DER WAAL et al 1997, BOKOR –BRATIC, 2003) estar associado com o

    aparecimento de leucoplasia oral.

    A variável cor da pele também não parece ser importante no aparecimento de

    leucoplasia oral (PETTI, 2003). A variação geográfica existente entre os diferentes

    estudos de prevalência pode ser devida aos hábitos das populações estudadas

    (REICHART et al 1996; SCHEIFELE, REICHART E DIETRICH, 2003). Desta forma,

    populações cujo hábito do fumo, em suas mais diversas modalidades, é mais

    comum, como, por exemplo, na Índia, índices alarmantes de leucoplasias e outras

    doenças potencialmente malignas são mais elevados.

    O fumo parece ser o principal fator desencadeador das leucoplasias orais

    (SCHEPMAN et al 2001). No presente estudo, talvez até de forma surpreendente,

    somente uma minoria da população estudada declarou fazer uso presente ou

    passado do fumo, 593 de um total de 2257 (26%). Este parece ser o motivo pelo

    qual somente menos de 1% da população estudada seja portadora desta lesão.

  • 61

    A razão pela qual pacientes que nunca fumaram ou consumiram álcool no

    presente ou no passado e, ainda assim, serem portadores de leucoplasia oral,

    permanece obscura e não foi objetivo do presente estudo. Entretanto, é possível que

    outros fatores ou co-fatores sejam responsáveis pelo aparecimento da referida

    lesão. É possível que, em estudos futuros, seja avaliada a presença do papiloma

    vírus humano (HPV) através de captura híbrida ou através da reação de

    polimerização em cadeia (PCR).

  • Conclusões

    ________________________

  • 63

    7- CONCLUSÕES

    Com base na literatura consultada e comparando-a com os dados obtidos do

    presente trabalho, e após discussão analítica, podemos afirmar que: estudos para se

    detectarem patologias fisiológicas do desenvolvimento são importantes, no sentido

    de que elas podem acarretar desordens estético-funcionais.

    No caso dos grânulos de Fordyce, há comprometimento da estética quando

    estes se localizam no vermelhão dos lábios, e da função, pois existem relatos de

    alteração de paladar, com a predominância de gosto salgado na cavidade oral dos

    pacientes pesquisados. A ocorrência deste tipo de anomalia deve ser pesquisada,

    notificada e divulgada por ser uma alteração relativamente comum, principalmente

    entre indivíduos adultos do gênero masculino, a partir da quarta década de vida.

    Neste mesmo estudo pode-se afirmar que o líquen plano oral e a leucoplasia são

    doenças com baixo índice de prevalência na população estudada. Os fatores de

    risco para o aparecimento de leucoplasias, no presente estudo, puderam ser

    verificados como sendo o fumo e o álcool.

    Finalmente, tanto a leucoplasia quanto ao líquen plano oral parecem acometer,

    com maior freqüência, pacientes do gênero femenino a partir da quarta década de

    vida.

  • Referências ________________________

  • 65

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    C.; MARTINEZ, E. S. Prevalencia de alteraciones de la mucosa bucal en el adulto

  • 73

    mayor. Estudio en dos grupos del sur de la ciudad de México,

    http://cueyatl.uam.nvdtemasselectos/Prevalenciade_alteracione.htm publicado em:

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    http://cueyatl.uam.nvdtemasselectos/Prevalenciade_alteracione.htm

  • Apêndices ________________________

  • 75

    APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

    ESCLARECIDO (De acordo com os critérios da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Pesquisa) Eu, ___________________________________________________, paciente matriculado (a) na Clínica de Estomatologia da Universidade Federal de Pernambuco com registro ___________, declaro que fui devidamente informado(a) por intermédio de __________________________________sobre as finalidades da pesquisa, “Prevalência de Grânulos de Fordyce, Líquen Plano oral e Leucoplasia, em grupo de pacientes do Serviço de Estomatologia da UFPE, entre os anos de 1999 a 2003” e que estou plenamente consciente de que: 1) concordei em participar da pesquisa sem que recebesse nenhuma pressão dos pesquisadores que participam do projeto; 2) continuarei sendo atendido (a) no Serviço de Estomatologia da Universidade Federal de Pernambuco, dispondo de toda a atenção devida, independente de minha participação na pesquisa; 3) participando do estudo, serei submetido (a) ao exame clínico intra-oral periodicamente, para a verificação de possíveis alterações na mucosa da boca; 4) este tratamento não impedirá que eu realize minhas funções fisiológicas; 5) apesar de não existirem relatos de complicações com relação aos procedimentos acima descritos, fica garantido, pela equipe, total apoio clínico e tratamento de possível complicação;

  • 76

    6) poderei abandonar a qualquer momento a pesquisa caso não esteja satisfeito(a), sem que isso venha a prejudicar meu atendimento na Clínica de Estomatologia da Universidade Federal de Pernambuco. Assinatura dos pesquisadores responsáveis: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Assinatura do paciente: __________________________________________________________________ Recife, ____de ____________________de _______________

  • 77

    APÊNDICE B – FICHA PARA COLETA DE DADOS

    Identificação do Paciente Nome do Paciente ___________________________________________________________________ Endereço ___________________________________________________________________ CEP ______________Telefone ________________ Naturalidade_______________________ Sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) Idade: Ocupação: __________________________________ Cor da Pele: __________________ Estado Civil: ____________________ Hábitos Consumo de álcool: Não ( ) Sim ( ) Presente ( ) Passado ( ) Nunca ( ) Idade de início:_____ Idade em que parou:_____ Consumo médio:_______ unid /sem Fumo: Presente ( ) Passado ( ) Nunca ( ) Idade início: ______ Idade em que parou:______ Consumo médio:_______ unid / dia EXAME FíSICO Extra Oral/Cabeça e Pescoço Descrição de alterações: Olhos ___________________________________________________________________ Linfadenopatia ___________________________________________________________________ Tecidos da face______________________________________________________ Tireóide____________________________________________________________ Lábios_____________________________________________________________ Glândulas salivares___________________________________________________

  • 78

    ATM_______________________________________________________________ Intra Oral Gengiva____________________________________________________________ Língua______________________________________________________________ Palato ______________________________________________________________ Assoalho da boca - Mucosas: Jugal ______________________ Labial ___________________________ Tipo de Lesão Sim ( ) Não ( ) Macular _________________________ Nodular ______________________________ Vesículobolhosa___________________ Ulceração____________________________ Única____________________________ Satélites_____________________________ Endurecida________________________ Aderente_____________________________ Inflamação periférica_____________________________________________________ Localização____________________________________________________________ Superfície_____________________________________________________________ Consistência___________________________________________________________ Tamanho______________________________________________________________ Outros dados __________________________________________________________ Outras lesões SIM ( ) Não ( ) Detalhes ____________________________________________________________ Diagnóstico Clínico:

    Examinador ___________________________________________________________________ Assinatura___________________________________________________________ Data_______/ _________________/ ________

  • Anexos ________________________

  • 80

    ANEXO A - Parecer do comitê de Ética em pesquisa

    SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Comitê de Ética em Pesquisa

    Of. N° 1 98/2004 - CEP/CCS Recife, 20 de maio de 2004.

    Ref. Protocolo de Pesquisa n°120/2004-CEP/CCS intitulado “Estudo sobre a prevalência de patologias da mucosa oral na clínica de estomatologia da UFPE”. Senhor (a) Pesquisador (a): Informamos que o Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco CEPICCSIUFPE analisou, de acordo com a Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, o protocolo de pesquisa em epigrafe aprovando-o e liberando-o para início da coleta de dados em 18 de maio de 2004. Ressaltamos que ao pesquisador responsável deverá apresentar relatório, em

    30/04/2005 Á

    PROFa. SÔNIA MARIA SOARES DA SILVA MESTRADO EM CLÍNICA INTEGRADA

    Av. Prof. Moraes Rego, s/n Cid. Universitária, 50670-9011, Recife - PE, Tel/fax: (81) 2126. 8588; [email protected]

    mailto:[email protected]

  • 81

    ANEXO B - FICHA CLÍNICA DE ESTOMATOLOGIA

    IDENTIFICAÇÂO DO PACIENTE Nome do Paciente:____________________________________________________________ Endereço:___________________________________________________________ CEP: _________________Telefone: _____________Naturalidade: _____________ Sexo: Feminino Masculino Idade: _______Ocupação: __________________ Cor da Pele: __________________ Estado civil: _________________Filhos:_________________________________________ Filiação: ______________________________________________________________________________________________________________________________________ ANAMNESE Queixa Principal: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ História da Doença Atual: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Antecedentes Familiares: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • 82

    Antecedentes Pessoais Está tomando algum medicamento?

    Sim Não Alérgico a algum medicamento?

    Sim Não Causa ________________________________ Já teve hemorragia?

    Sim Não Já esteve hospitalizado?

    Sim Não Causa ________________________________

    História médica /uso de drogas Não Detalhes SCV - Doença de coração, hipertensão,angina, cirurgia

    cardíaca, febre reumática, hemorragia, anti-coagulante,anemia.

    SR Asma, bronquite, TB. GU Problema renal, DST (Sífiles,herpes, HPV)

    gravidez, menstruação, pílula

    GI Hepatite SNC Crown. Colite Ulcerativa,

    Úlcera.Visão,Audição,AVC,Parkinson,Problema psiquiátrico,Eplepsia

    END Diabetess,Tireóide OUTROS Doenças de pele

    Outras condições não mencionadas

    Hábitos:

    Consumo de álcool: presente; passado; nunca

    Idade início: ________; Idade que parou:________; Consumo médio:________unidade/ semana

    Fumo: : presente; passado; nunca

    Idade início: ________; Idade que parou:________; Consumo médio:________unidade / dia

    Bruxismo Onicofagia Drogas

    Outros:____________________________________

  • 83

    Extra Oral/ Cabeça pescoço

    Normal detalhes

    Olhos ----------------- Linfadenopia --------------------- Tecidos da Face ----------------- Tireóide --------------------- Lábios ----------------- Glândulas salivares --------------------- ATM ----------------- salivares ---------------------

    Intra Oral Normal detalhes Gengiva ----------------- Linfadenopia --------------------- Língua ----------------- Tireóide --------------------- Palato ----------------- Glândulas salivares --------------------- ----------------- salivares ---------------------

    Intra Oral Mucosas Normal detalhes Gengiva ----------------- Jugal --------------------- Língua ----------------- Labial --------------------- Palato ----------------- Assoalho de boca ---------------------

    Lesão Sim Não Sim Não Macular Nodular

    Vesiculobo Ulceração

    Lhosa Satélites

    Única Inflamação

    Endurecida Periférica

    Aderente

    Localização--------------------------------------- Superfície---------------------------------------------- Cor-------------------------------------------------- Consciência------------------------------------------- Tamanho------------------------------------------ Outros--------------------------------------------------- Outras lesões: Não Sim Detalhes: -----------------------------------------------

  • 84

    Diagnóstico Provisório: ---------------------------------------------------------------------------------- Diagnóstico Diferencial :--------------------------------------------------------------------------------- Exames complementares:

    Hemograma Biópsia Citologia Esfoliativa Outros,Quais?

    Plano de Tratamento ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Revisão:

    1 semana 2 semanas 3 semanas 4 semanas 6 meses 1 ano

    Evolução Clínica: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________