PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations...

57
MARIA CRISTINA DOS SANTOS FIGUEIRA PREVALÊNCIA DE MORTE DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL POR CAUSAS EXTERNAS NA CIDADE DO RECIFE: ANO DE 2001 e 2002. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA AO MESTRADO DE SAUDE MATERNO INFANTIL DO INSTITUTO MATERNO INFANTIL DE PERNAMBUCO – IMIP PARA OBTENÇAO DO TÍTULO DE MESTRE EM SAUDE DA MULHER E DA CRIANÇA. ORIENTADOR:GILLIATT HANOIS FALBO NETO CO-ORIENTADORES: LUIZ CLÁUDIO ARRAES DE ALENCAR MELÂNIA MARIA RAMOS DE AMORIM IMIP 2004

Transcript of PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations...

Page 1: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FIGUEIRA

PREVALÊNCIA DE MORTE DE MULHERES

EM IDADE FÉRTIL POR CAUSAS

EXTERNAS NA CIDADE DO RECIFE: ANO

DE 2001 e 2002.

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA AO MESTRADO DE SAUDE MATERNO INFANTIL DO INSTITUTO MATERNO INFANTIL DE PERNAMBUCO – IMIP PARA OBTENÇAO DO TÍTULO DE MESTRE EM SAUDE DA MULHER E DA CRIANÇA.

ORIENTADOR:GILLIATT HANOIS FALBO NETO CO-ORIENTADORES:

LUIZ CLÁUDIO ARRAES DE ALENCAR MELÂNIA MARIA RAMOS DE AMORIM

IMIP 2004

Page 2: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

AGARDECIMENTOS

Page 3: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

SUMARIO

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

I. INTRODUÇAO..............................................................................................1

1.1 CONTEXTUALIZAÇAO DA VIOLENCIA..............................

1.2 VIOLENCIA NO MUNDO..........................................................

1.3 VIOLENCIA NAS AMÉRICAS..................................................

1.4 VIOLENCIA NO RASIL.............................................................

1.5 VIOLENCIA EM RECIFE – PERNAMBUCO..........................

II. JUSTIFICATIVA...........................................................................................

III. OBJETIVOS.................................................................................................

IV. MÉTODOS...................................................................................................

4.1 LOCAL DO ESTUDO............................................................................

4.2 DESENHO DO ESTUDO......................................................................

4,3 POPULAÇAO DO ESTUDO................................................................

4.4 SELEÇAO DOS SUJEITOS..................................................................

4.5 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS.................................

4.6 OPERACIONALIZAÇAO DA COLETA DE DADOS.......................

4.7 VARIAVEIS DE ANALISE..................................................................

4.8 DEFINIÇAO DOS TERMOS................................................................

4.9 PROCESSAMENTO DE ANÁLISE DE DADOS.................................

Page 4: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

V. RESULTADOS............................................................................................

VI. DISCUSSÃO...............................................................................................

VII. CONCLUSÃO.............................................................................................

VIII. CONSIDERAÇOES GERAIS......................................................................

IX. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................

ANEXOS

Page 5: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

LISTA DE ABREVIATURAS

Ap. Aparelho

SSECNC Sintomas, sinais e achados anormais de exame de exames

clínicos, laboratoriais não classificados em outra parte

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CID Código Internacional de Doenças

CLAP Centro Latino Americano de Perinatologia

CLAVES Centro Latino Americano de Estudos da Violência

CNS Conselho Nacional de Saúde

CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

DEVIS Diretoria de Epidemiologia e Vigilância a Saúde

DNV Declaração de Nascido Vivos

DO Declaração de Óbito

EPI-INFO Programa de Epidemiologia para Microcomputadores

EUA Estados Unidos da América

Grav./par./Puerp. Gravidez, parto e puerpério

FUNASA Fundação Nacional de Saúde

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDB Indicadores de Dados Básicos

IML Instituto de Medicina Legal

OMS Organização Mundial da Saúde

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

PCR Prefeitura da cidade do Recife

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio

Page 6: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

RPA Região Político Administrativa

SIM Sistema de Informações de Mortalidade

SINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund

WHO World Health Organization

CLAVES Centro Latino Americano de violência e saúde

FIGO Federação Internacional Ginecologia e Obstetrícia

MS Ministério da Saúde

CENEPI

DAC Doença do Aparelho Cardiovascular

DIP Doenças Infecciosas e Parasitárias

D. Doença

SMS Secretaria Municipal de Saúde

Page 7: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

LISTA DE FIGURA, GRÁFICOS E TABELAS

Figura 1. Mapa da cidade do Recife divido pelas RPAs com as causas externas

plotadas por tipo de causa. Recife, 2001 – 2002.

Gráfico 1. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil de

acordo com a causa. Recife, 2001 – 2002.

Gráfico 2. Distribuição das seis primeiras causas de óbitos em mulheres de idade

fértil. Recife, 2001 – 2002.

Gráfico 3. Distribuição das mortes de mulheres em idade fértil por tipo de causa

externa estratificado por idade.Recife, 2001 – 2002.

Tabela 1. Caracterização das mulheres em idade fértil que morreram devido a

causas externas em Recife nos anos de 2001 e 2002, quanto a idade, raça,

estado civil, escolaridade, ocupação e local de ocorrência do óbito.

Tabela 2. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por

causas externas de acordo com a causa. Recife 2001 – 2002.

Tabela 3. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por

causas externas - eventos de intenção não determinada, de acordo com a

causa. Recife, 2001 – 2002.

Tabela 4. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por

causas externas, de acordo com a Região Político Administrativa (RPA),

de residência. Recife. 2001 – 2002.

Tabela 5. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por

causas externas, de acordo com a relação com o ciclo grávido-puerperal,

Recife, 2001 – 2002.

Page 8: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Tabela 6. Coeficiente de mortalidade em mulheres em idade fértil por causas

externas. Recife, 2001

Tabela 7. Coeficiente de mortalidade em mulheres em idade fértil por causas

externas. Recife, 2002

Page 9: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Prevalence of death due external causes in women of childebearing-age, Recife

2001/2002

Abstract

Objectives: to establish the prevalence of death due causes in women of childbearing-

age in Recife, at the period from January/2001 to December/2002, and describe the

subjects characteristics related to death certificate variables.

Methods: A cross sectional study was carried out focusing a group of women who lived

in Recife, aging from 10 to 49 years, witch died due to external causes during the

study’s period. To do it so, a secondary data base was made with information collected

from the SIM (Mortality Information Sistem) and the SINASC ( National Live Births

Information Sistem). A cross match investigation between this two data bases were

performed to identify if some of the deaths happened during the gestational and

puerperal period.

Results: Cancer was the principal cause of death followed by coronary disease and

external causes. An important number of homicides perpetrated mostly at the political-

mortality coefficients increase was found at the ages of 20 to 39 years. After the cross

match of the data bases (SIM and SINASC) was found five more deaths that were not

notified before. The number of suicides in the group was 26 (12,3%) and follows the

tendency of North America mainly of adolescents and young adults.

Conclusion: Is scarce the number of studies focusing external causes in female

population specially of childbearing-age. Violence strikes this group with relevant

intensity and it is wise to improve our knowledge on this subject to contribute to better

planned measures to minimize this important Public Health problem and prevent

woman precocious deaths.

Key words: mortality, violence, childbearing-age

Page 10: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Prevalência de morte de mulheres em idade fértil por causas externas na cidade do

Recife – 2001/2002

Resume

Objectifs:Déterminer la prevalence de mort parmi lês femmes em age fertile par dês

causes externes.Recife, 2001-2002.

Méthodes:Étude de la population des femmes entre 10 et 49, habitants à Recife,qui sont

mortes entre lês années 2001 et 2002 .Une banque de données secondaires a été

construit à partirdes informations contenues dans le Systême d’ Information de

Mortalité (SIM) et du Systême d’information dês nouveaux-nés vivants(SINASC).On a

aussi realizé un croisement des données dans le but de de savoir si quelques un de ces

décés sont arrivés pendant la période de la grossesse ou pendant la période puerpérale.

Résultats:Nous avons trouvé lês tumeurs comme la principale cause de mort, suivies dês

maladies cardio vasculaires et les causes externes. Ces données démontrent un grand

nombre d’ assassinats , surtout dans la région politique administrative RPA 6,p=0,001.

Malgré le court espace du temps ,nous avons une croissance importante es coéficients

de mortalité dans les tranches d’ âge entre les âges de 20 a 29 et celles de 30 a 39 ans.

Quanto on compare la banque de données du SIM et du SINASC, nous vons rencontré

cinq morts pendant la période puerpérale qui n’ avait pás été notifiées.La quantité de

suicides a suivi la tendence dês Amériques, avec um chiffre élevé chez les adolescents

et les jeunes adultes.

Conclusion:Les études sur les causes externes concernant les femmes jeunes sont

rares.Des efforts sont nécessaires pour une meuilleure connaissance de cette réalité et

dês mesures preventives doivent être planifiées et et mises em service avec l’ objectif de

minorer le problême de la violence, dans le but d’ éviter la mort precoce des femmes .

Mots eclefs: mortalité,vilence, âge fertile

Page 11: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Prevalência de morte de mulheres em idade fértil por causas externas na cidade do

Recife, nos anos 2001 e 2002

Resumo

Objetivos: Determinar a Prevalência de Morte de Mulheres em Idade Fértil por Causas

Externas. Recife, 2001-2002 , Caracterizar a população quanto às variáveis contidas na

declaração de óbitos.

Métodos:Estudo da população de mulheres entre 10 e 49 anos, residentes em Recife,

que foram a óbito entre os anos 2001 e 2002. Foi construído um banco de dado

secundário a partir das informações contidas no Sistema de Informação de Mortalidade

(SIM) e Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC). Realizado um

cruzamento dos dados afim de investigar se alguns desses óbitos se encontravam no

período gravídico puerperal

Resultados: Encontramos as neoplasias como a principal causa de morte, seguidas pelas

doenças do aparelho circulatório e pelas causas externas. Essas apontam para um

grande número de homicídios, sobretudo na região político administrativa RPA 6.

Apesar do pouco espaço de tempo, encontramos um crescimento importante, nos

coeficientes de mortalidade nas faixas etárias entre 20 e 39 anos. Ao compararmos o

banco do SIM e do SINASC, encontramos cinco mortes em período puerperal que não

tinham sido notificadas. O número de suicídio foi segue a tendência das Américas, com

um elevado número para os adolescentes e adultos jovens.

Conclusão: São escassos os estudos a respeito de causas externas envolvendo a

população feminina Esforços são necessários para o melhor conhecimento desta

realidade e medidas preventivas devem ser planejadas e implantadas com o objetivo de

minimizar o problema da violência evitando a morte precoce de mulheres.

Palavras-chave mortalidade, violência, idade fértil.

Page 12: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...
Page 13: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde, (OMS) define violência como: o uso

intencional de força física ou de poder, ameaças ou atos contra si, contra outra pessoa

ou contra um grupo ou comunidade, que resultem em prejuízo físico ou psicológico,

morte, retardo de desenvolvimento ou privação.1

Exclui-se aqui, as causas violentas, porem não intencionais, como os acidentes. 1

A violência, os acidentes, e os eventos de intenção não determinada são reunidos

pelo Código de Classificação Internacional de Doenças décima revisão (CID 10) sob a

denominação de causas externas.2

A violência é uma questão constante, talvez inerente da prática relacional. Desde

os primórdios percebe-se uma permanente preocupação do homem em compreender a

essência do fenômeno da violência, sua natureza, suas origens, na intenção de atenuá-la,

preveni-la ou elimina-la da convivência social. 3

“Os historiadores sociais e os antropólogos têm se referido sempre ao fato de

que inexistem sociedades, sobre as quais se guarda algum tipo de informação, sem

violência (mesmo que esse termo “violência”, em sua conotação negativa, seja usado

apenas no período da história moderna)”. 4 Embora, as estatísticas revelem que não há

correlação direta entre pobreza e violência, os seus maiores índices são encontrados

nas populações desenraizadas. Os assentamentos humanos feitos sem respeito às

relações entre as pessoas geram violência e criminalidade. 5

O problema da violência, na nossa sociedade foi, durante muito tempo, de

responsabilidade exclusiva da segurança pública. Considerada uma questão social,

contudo, não é vista na maioria das vezes, como um campo do setor saúde.6 Todavia,

devido ao impacto que tem causado na qualidade de vida das pessoas, pelas lesões

físicas, psíquicas e morais que elas carreiam, e pelos cuidados médicos e hospitalares

Page 14: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

que as vítimas muitas vezes necessitam, a violência hoje, é objeto da intersetorialidade,

onde o campo médico-social se enquadra.6

Violência no mundo

O impacto da violência pode ser visto de diversas formas em todas as regiões do

mundo.1 Atualmente, ocupa a primeira causa de morte no mundo entre jovens de 15 a

44 anos. Em média, 1.424 pessoas são assassinadas por dia, representando quase um

assassinato por minuto e um suicídio a cada 40(quarenta) segundos. Em alguns países,

os gastos devido à violência chegam a ser maior que 5% do produto interno bruto.7

O suicídio, na faixa etária de 15-44 anos, é uma das primeiras causas de mortes

no mundo, ocupando o quarto lugar dentre todas as causas de óbito e a sexta causa de

adoecimento e invalidez.8

Estima-se que no século XX, 191 milhões de pessoas perderam suas vidas como

resultado direto ou indireto de conflitos armados, ressaltando que a maioria destas

mortes ocorreu em cidadãos civis.7

As lesões por acidentes de transporte, embora, segundo a OMS, sejam

negligenciadas, são considerados como um dos grandes desafios da saúde pública, pois

de todos os sistemas que as pessoas têm que lidar no dia a dia, o sistema de trafego de

estradas é o mais complexo e perigoso. Estima-se que 1,2 milhões de pessoas são

mortas em acidentes automobilisticos a cada ano, e mais de 50 milhões sofrem danos de

alguma ordem devido aos acidentes de transporte. 9

No ano 2000, 1.600.000 de pessoas morreram no mundo como produto da

violência. 10

Na epidemiologia das mortes violentas no mundo, as taxas de suicídio são

maiores que as de acidentes e homicídios, exceto, na América Latina, Caribe e Sub-

Sahara onde as taxas de suicídios são superadas pelas de homicídios. 2, 11

Page 15: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Dentre as diferentes formas de violência, destacam-se os homicídios, definidos

pela OMS como “lesões infligidas por outra pessoa, empregando qualquer meio, com a

intenção de agredir e matar”. 12

A violência é considerada um problema global, e a mortalidade como

conseqüência dela é alta, particularmente nas Américas. 13

Durante as últimas décadas, o aumento no nível de violência tem sido

presenciado em todas as partes do mundo. Na Região das Américas, tem assumido

proporções epidêmicas e chega a ser um dos mais sérios problemas que a saúde pública

tem enfrentado. 14

A cada ano, mais da metade de mulheres e meninas em qualquer lugar do

mundo, já experimentou algum tipo de violência física pelo parceiro ou membro da

familiar, entretanto apenas 44 países adotaram legislação específica dirigida para

violência domestica. 15 Estima-se que aproximadamente 300.000 pessoas morrem nas

Américas devido a causas externas. Os dados da Organização Pan Americana de Saúde

(OPAS), mostram que a violência interpessoal e a terceira causa de morte na faixa etária

de 15 a 44 anos. 16

Violência na Américas

A violência interfere na qualidade de vida das pessoas e destrói estruturas

sociais. Embora seja um fenômeno global, não há dúvida que a região das Américas é

uma das áreas com os mais altos níveis de violência. 17

Nas Américas as lesões são as principais causas de morte em todas as idades,

independente do gênero, raça ou status social. 18 De acordo com a OPAS, para cada

criança ou adolescente que morre devido ao trauma, 15 são severamente atingidas pela

violência. 14

Page 16: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

No Brasil, o consumo de álcool e drogas ilícitas é um problema relevante do

ponto de vista da saúde pública, neste contexto reflete agravos na sociedade por sua

relação comprovada com danos sociais, tais como: acidentes de transporte e de trabalho,

violência domiciliar e crescimento da criminalidade. 19

Segundo dados da OPAS, aproximadamente 120.000 homicídios e 55.000

suicídios são registrados anualmente no hemisfério sul, além do quê, estima-se que haja

um percentual de 10% de sub-registro. Mulheres e crianças são vítimas de violência

doméstica. Jovens assumem ao mesmo tempo, o papel de vítimas e de agressores, nas

diversas formas de violência. 17

A OPAS vem trabalhando a violência, no intuito de colocar o problema em um

contexto mais amplo do que os jurídicos/legais, na tentativa de enfocar os aspectos

socioeconômicos, políticos, sanitários entre outros, com objetivo de reduzir as altas

taxas de mortalidade e incapacidades provocadas pela violência. 20

As mortes e danos causados por atitudes violentas estão aumentando na Região

das Américas, e devido ao grande número de vítimas, tem assumido características de

uma endemia (OPAS, 2004). Um outro sério problema na Região são os crimes contra a

mulher que ocorre com freqüência, mas não exclusivamente como contexto de violência

familiar. 21

A questão de gênero e violência, não é um problema recente, no entanto o seu

reconhecimento como uma violação dos direitos humanos o é. 22

Violência contra mulher tem sido associada a maiores índices de suicídio, abuso

de drogas e álcool, e distúrbios psíquicos em geral. 23

Homens e Mulheres estão expostos universalmente às violências de formas

diferentes segundo os contextos (o lugar, o trabalho, os ambientes públicos, etc.) e os

Page 17: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

tipos de violência específicos (suicídio, homicídio, acidentes). Em todos os âmbitos, as

taxas masculinas são maiores que as femininas, no entanto, para ambos os sexos os

números vem crescendo, sobretudo na faixa de 15 a 24 anos. 24

Os acidentes e as violências no transito são considerados um problema social,

pois tiram vidas e provocam lesões e traumas por muitas vezes incapacitantes.25 De uma

maneira geral, as características da mortalidade por acidente de transporte, referem uma

maior exposição para o sexo masculino, pois os homens possuem comportamento social

e cultural tais como: dirigir em mais velocidade, maior consumo de álcool, mais

agressividade, dentre outros. No entanto, esse quadro deve se modificar devido a

crescente adoção desses mesmos comportamentos pela mulher. 26

A OPAS, relata que uma a cada três mulheres são vítimas da violência nas

Américas. Trinta e três por cento das mulheres afirmaram que foram vítimas de

violência sexual, 45% se refere ter sofrido ameaças por parte seus parceiros. 27

Nos Estados Unidos os homicídios ocupam o segundo lugar entre as mulheres

de 15 a 24 anos, e na faixa etária de 01 a 54 anos, os acidentes, suicídios e homicídios

estão entre as cinco primeiras causas de óbitos de mulheres. 28 Ainda nos Estados

Unidos, 1,8 milhões de mulheres (3% da população feminina) são severamente

agredidas por seus companheiros a cada ano.29

Violência no Brasil

Os acidentes e a violência no Brasil configuram um problema de saúde pública

de grande magnitude e transcendência com forte impacto na mortalidade e morbidade

da população devendo ser melhor estudados. 30

Existe uma peculiaridade no quadro brasileiro, enquanto no mundo encontramos

os suicídios e acidentes como a principal causa de morte dentre as por causas externas,

aqui, os suicídios são substituídos pelos homicídios e, juntando-se aos acidentes,

Page 18: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

lideram as causas de morte dentre as externas. 3 No entanto, no Brasil entre os anos

1980 e 1999, houve um aumento significativo das taxas de suicídios. Essas taxas

começam a subir a partir de 1991. É importante ressaltar na região Nordeste foi onde

houve um maior incremento (86,8%), seguida pela região Centro Oeste e Sul.31

No Brasil, a violência urbana, está sempre nas manchetes dos jornais. Ela é de

tal forma ameaçadora, recorrente e geradora de um profundo sentimento de insegurança.

Aqui, a taxa de homicídio, tornou-se seis vezes maior entre 1975 e 1989, sendo

comparável com as da Inglaterra na Idade Média. 32

A criminalidade violenta atinge índices intoleráveis nas cidades brasileiras

(25/100.000 hab.), colocando o Brasil em condição altamente desfavorável diante dos

outros países, não só os tranqüilos como Japão, Inglaterra e França (com taxas de 0,6;

1,0 e 1,0/100.000 hab.) respectivamente, mas também na América Latina, onde só perde

para Colômbia. 33

O Ministério da Saúde do Brasil define violência como: “o evento representado

por ações realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações, que ocasionam danos

fisicos, emocionais, morais e ou espirituais a si próprio ou a outros”.30

O custo da violência no Brasil corresponde anualmente a 10,5% do produto

interno bruto. Esses gastos vão desde a segurança privada, até ausências no trabalho. 34

No panorama brasileiro, as causas externas ocupam o segundo lugar no quadro

da mortalidade geral, antecedidas apenas pelas doenças do aparelho circulatório. No

entanto, quando observado a faixa etária compreendida entre 05 a 39 anos de idade, esse

grupo de causa, se torna a principal causa de morte no país. 10 No segmento feminino, as

causas externas ocupam o quarto lugar da mortalidade geral feminina. 35

O perfil da mortalidade por causas externas no Brasil, quando nos referimos a

faixa etária e gênero, é semelhante à tendência mundial, com maior incidência para o

Page 19: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

sexo masculino e principalmente nos adultos jovens 3. Contudo, em 1988, o percentual

de óbito no sexo feminino, nas faixas mais extrema (0-14 anos, 40-64 anos e 64 anos e

mais), são maiores que os observados no sexo masculino. 36

No Brasil, em 1998, 65,8% dos homicídios envolviam armas de fogo. Os

estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo apresentam taxas superiores a

100/100.000 habitantes. 4

Embora seja menor a incidência na mulher do que no homem, no ranking geral

de mortalidade, as causas externas, ocupam o quinto lugar no total de óbitos femininos.

10

Paiva, 1998 evidenciou que nas mulheres jovens, a estimativa de morrer por

homicídio se eleva (8,6/100.000). 37

Um estudo sobre mortalidade devido a homicídios, realizado na cidade de São

Paulo no período de 1979 a 1994, evidenciou que as taxas de óbitos/100.000 habitantes

passaram de 12,21 no ínício para 34,22 no final do período considerado. 12 Nesse

mesmo estudo, quando observado apenas as mulheres em idade fértil, essas taxas

chegam quase a dobrar, passando de 3,1 para 5,8/100.000. 12 No Brasil entre os anos 80 e 90, as taxas de mortalidade por causas externas na

população masculina houve aumentou em 18% enquanto que na população feminina em

geral, houve uma redução dessas taxas em 10%.38 No entanto, nas regiões Norte,

Nordeste e Centro-Oeste, houve um aumento dessas taxas de 40% , 20,1% e 8,9%

respectivamente. 38

Estudos multipaíses ( Brasil, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Filipinas, Peru e

Tailândia) realizados pela OMS e pela Rede Internacional de Epidemiologia Clínica

sobre a saúde da mulher e violência domestica, identificaram que as mulheres, devido

ao fato de que são mais expostas as pressões e violência, tentam se matar com mais

Page 20: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

freqüência que os homens, no entanto esses quando o fazem tendem a ter melhor êxito

que as mulheres.31

A violência fatal contra a mulher apresenta um menor impacto do que em

relação ao sexo masculino, mesmo em nível mundial. No entanto, isso não significa que

este problema seja desprezível do ponto de vista da saúde pública. 39

O comportamento da mulher no Brasil, nas duas últimas décadas, apresentou

importantes mudanças. A crescente participação como força de trabalho e como chefe

de família, associado ao uso excessivo de álcool e fumo, etc. Papéis que em outrora

eram tipicamente masculinos, faz com que também estejam mais expostas aos acidentes

e outros tipos de violência. 26,40,41

As mudanças no comportamento da mulher e sua crescente participação no

processo produtivo e contribuição no desenvolvimento econômico e social do país,

fizeram com que ficassem mais expostas a doenças crônicas e como também aos

acidentes e violência. 42

Em Campinas-SP, na análise da mortalidade de mulheres em idade fértil (10 a

49 anos) entre os anos 1985 a 1994, as mortes devido a causas externas ocuparam o

segundo lugar, perdendo apenas para as doenças do aparelho circulatório e representam

1/5 da mortalidade em idade fértil. O homicídio foi a causa externa mais comum na faixa

etária de 20 -24 anos e de 35-39 anos. 41

Em, 1998 no estado de São Paulo, dados revelam que a morte de mulheres em

idade reprodutiva traduz 13% de homicídio e destes 60% foram cometidos pelos

parceiros. 23

No ano de 1997, no Brasil, os homicídios ocupam a terceira causa de morte no

país, com uma taxa nacional de 25,4 por 100.000 habitantes. No entanto neste mesmo

Page 21: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

ano, Pernambuco se apresenta com uma taxa de 49,9 por 100.000 habitantes, quase o

dobro da taxa nacional. 43

Violência em Recife/Pernambuco

Pernambuco que em 1980 se encontrava em décimo quarto lugar, em 1998

chega ao terceiro lugar. Quando observamos apenas os homicídios, Pernambuco ocupa

o primeiro lugar. Dentre as capitais do Nordeste, Recife ocupa o primeiro lugar nas

causas externas. 38

A mortalidade por causas externas, em Recife no ano de 1977 ocupava o sétimo

lugar e em 1990 passou a ocupar o segundo lugar. O coeficiente de homicídio

46,7/100.000 caracteriza a cidade como uma das capitais mais violentas do país.44.

Estudo realizado em Recife, PE (1991-1992) identificou 1013 óbitos de

mulheres em idade fértil, as causas externas ocupam o terceiro lugar no quadro geral de

mortalidade, porém quando observamos as faixas de 10 a 19 anos e 20 a 29 anos, a

mortalidade por essa causa ocupa o primeiro lugar. 45

A problemática das causas externas apresenta complexidade e variações, como

podemos deduzir.

Além do mais, do reconhecimento recente desse fenômeno como problema de

saúde pública decorre a escassez de trabalhos sobre o tema.

Essa escassez é particularmente notada no nosso país. Quanto ao gênero,

existem mais trabalho sobre a situação masculina e quando o enfoque é a mulher,

preponderam a temática da violência doméstica. A escolha do nosso tema é

conseqüência direta dessa escassez.

Esperamos que esse estudo possa contribuir para o entendimento de um

problema de dimensão preocupante e crescente.

Page 22: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

II. JUSTIFICATIVA

Na literatura pesquisada, não encontramos dados específicos do Recife e do

Brasil sobre mortalidade de mulheres em idade fértil devido a causas externas, no

entanto, o papel da mulher tem mudado muito, especialmente nas últimas duas décadas.

Isso se expressa na crescente participação feminina como força de trabalho e como

chefe de família.

O impacto dessas mudanças sobre a saúde e como conseqüência sobre a morte,

ainda é pouco conhecido, mas na medida em que estas adquirem hábitos e

comportamento que eram mais freqüentes na população masculina, como fumar e beber,

ficam também mais expostas aos acidentes e outros tipos de violência.

O presente estudo terá como objetivo, determinar a prevalência de morte de

mulheres em idade fértil por causas externas no Recife, permitindo o conhecimento da

magnitude do problema na capital pernambucana.

Page 23: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

III. OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Determinar a prevalência de morte de mulheres em idade fértil por causas

externas na cidade do Recife nos anos de 2001 e 2002.

. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Caracterizar as vítimas quanto a variáveis demográficas (endereço de moradia),

sócio (nível de escolaridade) e econômicas (ocupação da vítima).

2. Determinar a freqüência de óbitos por de causas externas em mulheres em idade

fértil.

3. Determinar a freqüência de óbitos por tipo de causas externas em mulheres em

idade fértil.

4. Caracterizar as vítimas quanto a variáveis ligadas às circunstâncias do óbito

(local do óbito, meio utilizado, tipo de causa externa)

5. Determinar a freqüência de óbito em relação a gestação, parto e puerpério.

6. Calcular o coeficiente de mortalidade de mulheres em idade fértil por causas

externas.

7. Determinar uma razão de mortalidade materna incluindo as causas externas.

Page 24: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

IV. MÉTODOS

4.1 Local do estudo

O Recife é uma cidade do Nordeste do Brasil, com 457 anos de fundação

e ocupa uma área de 2.200 km² do território nacional, com 1.473.461 habitantes

(Censo demográfico, 2001 DATASUS), destes 788.263 são do sexo feminino e

513.842 estão compreendidas na faixa etária entre 10 e 49 anos (idade fértil). O

Recife é considerada uma das cidades mais violentas do país.

A cidade apresenta uma taxa de analfabetismo de 20,6% da população

geral.68 O saneamento básico só é adequado para um terço da população71 e em

torno de 24.000 domicílios o lixo não é coletado pelo serviço de limpeza.70

O Recife é caracterizado por ser uma cidade com uma alta taxa de

desemprego onde 15% de 10 anos e mais encontram-se desocupadas. No que se

refere aos indicadores econômicos, são considerados pobres 35% da população69

e a renda dos 20% mais ricos supera em 26,6 vezes a renda dos 20% mais

pobres. Desta a cidade apresenta o maior índice de desigualdade do pais no ano

de 2002. 63,64

4.2 Desenho do estudo

Foi realizado um estudo descritivo tipo corte transversal. Este tipo de estudo foi

escolhido por permitir a observação do fator e efeito em um mesmo momento

histórico.

Page 25: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

4.3 População do estudo

Mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), residentes na Cidade do Recife,

que tenham ido a óbito devido a causas externas nos anos de 2001 e 2002.

4.4 Seleção dos sujeitos

Critérios de Inclusão

Mulheres com idade entre 10 a 49 anos, residentes na cidade do Recife,

que foram a óbito devido a causas externas , no período de 01/01/2001 a

31/12/2002.

Critérios de Exclusão

Mulheres nas mesmas condições que:

- Não se tenha informação sobre a sua procedência.

- Não residiam em Recife

- Sem identificação

- Sem possibilidade de se estabelecer a idade

4.5 Instrumento para coleta de dados

Foi elaborado formulário estruturado como um instrumento para coleta de

dados, com questões fechadas segundo informações extraídas da declaração de

óbito (D. O.) Anexo (1)

Page 26: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

4.6 Operacionalização da coleta de dados

Os dados foram coletados, pela pesquisadora principal, através de um

formulário previamente elaborado, com os dados contidos no banco de dados,

fornecidos pela Diretoria de Epidemiologia e Vigilância a Saúde (DIEVS) da

Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura da Cidade do Recife. Foram

selecionadas todas as mulheres de idade fértil (10 a 49 anos), residentes na cidade

do Recife. Posteriormente estes dados foram cruzados com o Sistema de

Informação de Mortalidade (SIM) e com o Sistema de Informações de

Nascimentos (SINASC) desta mesma secretaria no ano do óbito e do ano anterior

ao óbito, a fim de verificarmos se algumas destas mortes foram de mulheres se

encontravam no período puerperal.

Em relação a escolaridade as inconsistências de alguns resultados foram

corrigidos pelo código de ocupação descrito no banco de dados da prefeitura.

Quanto à causa de óbito, além do preenchimento do campo homicídio,

suicídio, acidentes, outros e ignorado, tal qual o banco de dados foi construído.

Realizou-se uma dupla checagem pela causa básica do óbito descrita no referido

banco com as causas classificadas no código internacional de doenças CID 10,

para correção dos possíveis erros.

Page 27: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

4.7 Variáveis de Análise

• Data do Óbito: variável categórica considerada como data do óbito a data

registrada no banco de dados da DIEVS/PCR.

• Idade da vítima: variável categórica, contínua, classificada como o número de

anos de vividos pela vítima, a contar desde o seu nascimento até o dia do

óbito e tendo início aos 10 anos completos e fim aos 49 anos

• Raça: variável categórica, policotômica, que será classificada conforme as

informações constantes na Declaração de Óbito que são: branca, preta,

amarela, parda e indígena.

• Estado Civil: variável categórica, policotômica, que será classificada segundo

as informações constantes na Declaração de Óbito que são: solteiro, casado,

viúva, separado judicialmente, união consensual e ignorado.

• Escolaridade: variável categórica, policotômica, observada em anos de

estudos concluídos, classificada segundo as informações constantes na

Declaração de Óbito que são: Nenhuma, de 1 a 3 anos, de 4 a 7 anos, de 8 a

11 anos, de 12 e mais e ignorado.

• Ocupação habitual ou ramo de atividade: variável categórica policotomica e

classificadas segundo informações contidas na Declaração de Óbito.

• Logradouro do Falecido: variável categórica dependente dicotômica

Page 28: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

• Bairro de Ocorrência do óbito: variável categórica policotomica classificadas

segundo a divisão das regiões político administrativas (RPA)da Prefeitura da

Cidade do Recife, sendo elas:

RPA 1 - centro composta por 11 bairros; Boa Vista; Cabanga; Ilha Joana

Bezerra; Ilha do Leite; Paissandu; Recife; Sto Amaro; Sto Antônio; São José;

Soledade.

RPA 2 – Norte, composta por 18 bairros; Arruda; Campina do Barreto;

Campo Grande; Encruzilhada; Hipódromo; Peixinhos; Ponto de Parada;

Rosarinho; Torreão; Água Fria; Alto de Santa Terezinha; Bomba do

Hemetério; Cajueiro; Fundão; Porto da Madeira; Dois Unidos; Beberibe;

Linha do Tiro.

RPA 3 – Nordeste, composta por 29 bairros; Aflitos; Alto do Mandu;

Apipucos; Derby; Dois Irmãos; Espinheiro; Graças; Jaqueira; Monteiro;

Parnamirim; Poço; Santana; Sítio dos Pintos; Tamarineira; Alto José

Bonifácio; Alto Jose do Pinho; Mangabeira; Morro da Conceição; Vasco da

Gama; Brejo da Guabiraba; Brejo de Beberibe; Córrego do Jenipapo;

Guabiraba; Macaxeira; Nova Descoberta; Passarinho; Pau Ferro; Casa

Amarela; Casa Forte.

RPA 4 – Oeste, composta por 12 bairros; Cordeiro; Ilha do Retiro; Iputinga;

Madalena; Prado; Torre; Zumbi; Engenho do Meio; Torrões; Caxangá;

Cidade Universitária; Várzea.

Page 29: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

RPA 5 – Sudoeste, composta por 16 bairros; Afogados; Areias; Barro; Bongi;

Caçote; Coqueiral; Curado; Estância; Jardim São Paulo; Jiquiá; Mangueira;

Mustardinha; Sam Martin; Sancho; Tejipió; Totó.

RPA 6 – Sul, composta por 8 bairros. Boa Viagem; Brasília Teimosa; Cohab;

Ibura; Imbiribeira; IPSEP; Jordão e Pina.

• A morte ocorreu durante a gravidez, parto ou aborto: variável categórica

policotômica classificada segundo a Declaração de Óbito como: sim, não e

ignorado.

• A morte ocorreu durante o puerpério: variável categórica policotômica

classificada segundo a Declaração de Óbito como: sim até 42 dias; sim de 43

dias a 1 ano; não; e Ignorado.

• Recebeu assistência médica durante a doença que ocasionou a morte: variável

categórica policotômica classificada segundo a Declaração de Óbito como:

sim , não e ignorado.

• Confirmação diagnóstica por exame complementar; cirurgia ou necropsia:

variável categórica policotômica classificada segundo a Declaração de Óbito

como: sim , não e ignorado.

• Prováveis circunstâncias de morte não natural: variável categórica

policotomica classificadas segundo as informações da Declaração de Óbito

são elas: acidente, suicídio, homicídio, outros e ignorado.

Page 30: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

• Acidente de trabalho: variável categórica policotomica classificada segundo

as informações contidas na Declaração de Óbitos são elas: sim, não e

ignorado.

• Fonte de Informação: variável categórica policotômica classificada segundo

as informações contidas na Declaração de Óbito, que são: Boletim de

Ocorrência, Hospital, Família, Outra e ignorado.

4.8 Definição dos termos

• Nascido Vivo: é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe,

independente da duração da gestação de um produto de concepção que depois

da separação, respira ou manifesta outro sinal de vida tal como batimento

cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou contração voluntária tenha sido ou

não cortado o cordão umbilical e esteja ou não desprendida a placenta. 49

• Nascido Morto: é o nascimento de um feto que pesa mais de 500 g e que não

tem evidencias de vida depois de nascer. 49

• Morte Materna: Morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um

período de 42 dias após o termino da gestação independente da duração ou da

localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada ou agravada

pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas

acidentais ou incidentais. 50

Page 31: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

• Morte materna tardia: É a morte de uma mulher por causas obstétricas diretas

ou indiretas mais de 42 dias mas menos de uma ano após o término da

gravidez.

• Puerpério: período que se estende desde o momento em que ocorre o

delivramento da placenta até 1 ano após o parto.

• Idade Fértil: mulher com idade entre 10 e 49 anos.

• Causas Externas: Ocorrências relacionais e acidentais a circunstancias

ambientais como causas de lesões, envenenamentos e outros efeitos adversos.

Ministério da Saúde, 2001. Dentro das causas externas se enquadram os

homicídio; os suicídio; os acidentes e por essa razão, esses termos estão

abaixo definidos como sub item das causas externas.

Homicídio: lesões infligidas por outra pessoa, empregando qualquer meio,

com a intenção de lesar (ferir) ou de matar (CID 10)

Suicídio: morte devido a injuria, envenamento, ou sufocamento onde é

evidente que a injuria foi auto infligida e que descende da intenção de se

matar.

Acidente: evento não intencional e evitável, causador de lesões físicas e/ou

emocionais no âmbito doméstico ou nos outros ambientes sociais, como o do

trabalho, do transito, da escola, de esportes e o de lazer.

Page 32: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

o Acidente de Transporte: todo acidente que envolve veículo

destinado ao transporte de pessoas ou mercadorias de um lugar

para outro.

o Acidente de trânsito: São acidentes com veículos, ocorridos na via

pública.

o Outras causas: Definido como eventos acidentais como

envenenamentos, quedas; exposição a forca mecânica inanimadas

e animadas; afogamento e submersão acidentais; choque; fogo,

fumaça e chamas.

4.9 Processamento de análise de dados

Foi construído um banco de dados com as variáveis do formulário

previamente elaborado no EPI INFO 2000. Por medida de segurança foi feita

uma cópia adicional.

Foram construídas tabelas de distribuição de freqüência das características

epidemiológicas e calculado o coeficiente de mortalidade de mulheres em idade

fértil por causas externas para os anos de 2001 e 2002.

Page 33: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

V RESULTADOS

Na caracterização das vítimas na distribuição de óbitos por homicídio, a faixa

etária entre 15 e 39 anos são as mais vulneráveis (79%). Quanto aos acidentes esse

grupo representou 61% dos óbitos e em relação aos suicídios, essa faixa etária

representou 84% . Caracterizando os óbitos pelas circunstâncias, encontramos que os

homicídios, acidentes e lesões de intenção não determinada, representam

respectivamente 37,4%, 19% e 10,4% dos óbitos por estas causas. (Tabela 1)

Quando observamos as vítimas no que se refere a raça percebemos que em todas

as causa de óbito, predominaram a parda e a negra. Quanto ao estado civil, observamos

que as solteiras se apresentam com a maior freqüência para todos os tipos de morte

causas externas com um percentual de 76,3%. (Tabela 1)

A escolaridade foi ignorada em 88% dos casos, evidenciando um deficiente

preenchimento da Declaração de Óbito. Ao observarmos a ocupação das vítimas,

identificamos queo homicídio ocorreu em maior freqüência nas donas de casa,

representando 56,5% dos óbitos por essa causa. (Tabela 1)

Quanto ao local de ocorrência, 53,9% dos óbitos por homicídios ocorreram na

via pública, já óbitos por acidentes, suicídios e de intenção não determinada ocorreram

em sua maioria nas unidades de saúde representando 60,9%, 65,3% e 47%

respectivamente. (Tabela 1)

Tabela 1. Caracterização das mulheres em idade fértil que morreram devido a causas

externas em Recife nos anos de 2001 e 2002, quanto a idade, raça, estado civil,

escolaridade, ocupação e local de ocorrência do óbito

Page 34: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Homicídio Acidentes Suicídios Intenç. Indeter. Idade N % N % N % N % 10-14 anos 10 9,8 10 15,2 1 3,8 - - 15-19 anos 19 18,6 12 18,2 2 7,6 03 17,6 20-29 anos 36 35,3 17 25,8 10 38,5 06 35,3 30-39 anos 24 23,5 11 16,7 10 38,2 05 29,4 40-49 anos 13 12,7 16 24,2 03 11,5 03 17,6 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0 Cor N % N % N % N % Parda/negra 91 89,2 51 77,2 18 69,2 16 94,1 Branca 09 8,8 12 18,1 7 26,9 - - Ignorado 02 1,9 03 4,5 01 3,8 01 5,9 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0 Estado Civil N N N N Casada 08 7,8 03 4,5 05 19,2 01 5,8 Solteira 83 81,4 51 77,3 18 69,2 09 52,9 Separada/viúva 12 11,8 1 1,5 - - 05 29,4 Ignorado 09 8,8 11 16,7 03 11,5 02 11,7 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0 Escolaridade N % N % N % N % Nenhuma 02 2,0 - 0,0 - 0,0 01 100,0 1-3 anos - 0,0 - 0,0 03 11,5 - - 4-7 anos 04 3,9 04 6,1 03 11,5 - - 8-11 anos 02 2,0 02 3,0 04 15,4 - - > 12 anos 02 2,0 02 3,0 02 7,7 - - Ignorada 92 90,1 58 87,9 14 53,9 - - Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 01 100,0 Ocupação N % N % N % N % Dona de casa 48 56,5 22 33,3 11 42,3 06 50,0 Trabalhadores 20 23,5 9 13,6 10 38,4 02 16,6 Estudantes 17 20,0 20 30,3 05 19,2 04 15,3 Ignorado 17 16,6 15 22,7 - - 05 29,4 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0 Local de Ocorr. N % N % N % N % Hospital 22 21,5 40 60,6 17 65,3 08 47,0 Via pública 55 53,9 22 33,3 01 3,8 04 23,5 Residência 21 20,5 03 4,5 07 26,9 02 11,7 Outros 03 2,9 01 1,5 01 3,8 02 11,7 Ignorado 01 0,9 - - - - 01 5,8 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0

Page 35: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

A principal causa de óbito em mulheres nos anos de 2001 e 2002 com idade

entre 10 a 49 anos na cidade do Recife, foi o grupo das neoplasias, representando 27,4%

da mortalidade geral de 1197 óbitos, seguidas pelas doenças do aparelho cardiovascular

(22,6%) e em terceiro lugar as causas externas, que representaram respectivamente

(18,7%). (Gráfico 1).

0,0%

5,0%

Neoplasia = 308DAC = 254Causas Externas = 211DIP = 116

10,0%

15,0%

0%

25,0%D. Respiratórias = 71 D. Digestivas = 6220,D. Endócrinas = 48Gravidez, Parto e Puerpério = 23D. Sistema Nervoso = 22 Sint e sinais e ach. Anormais = 22Outras = 60

Gráfico 1. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil, de acordo

com a causa. Recife, 2001-2002.

Page 36: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Estratificando por faixas etárias as mulheres em idade fértil, evidenciamos que

as causas externas como primeira causa de morte entre 10 e 30 anos de idade. A partir

desta idade é ultrapassada pelas neoplasias e doenças do aparelho cardiovascular e só

apenas a partir doa 42 anos pelas doenças do aparelho respiratório. Gráfico 2

Disribuição da seis principais causa de óbitos em mulheres em idade fértil Recife 2001-2002

0

50

100

150

200

10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49

causa externaneoplasiasistema nervosoDACS.S.ñ def.Gravidez/par/puer.D.do Ap.Resp EndocrinasD.do Ap.Digestivo

DIEVS - SMS – PCR

Gráfico 2 Distribuição das seis primeiras causas de óbitos em mulheres em idade fértil

Recife 2001-2002

Page 37: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Na subdivisão das causas externas, percebemos que os homicídios ocuparam o

primeiro lugar, concorrendo para 48,3% dos óbitos por esta causa, dentre as causas de

homicídio, os por arma de fogo são os mais freqüentes, representando 74,5% dos casos.

Os acidentes representaram 31,3% dos óbitos por esta causa, destes, os de trânsito

(colisões entre veículos e atropelamentos) são os de maior freqüência concorrendo com

68,2% dos óbitos por esta causa. Os suicídios representaram a terceira causa, com

freqüência de 12,3%. Destes, as auto-intoxicações por uso de drogas, pesticidas e

produtos químicos foram os mais utilizados pelas vítimas (53,8%) Os eventos de

intenção não determinada corresponderam a 8,1% óbitos (Tabela 2).

Page 38: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Tabela 2. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por causas

externas de acordo com a causa. Recife, 2001-2002

CAUSAS EXTERNAS N %

Homicídios 102 48,3

Arma de fogo em rua ou estrada 76 74,5

Objeto cortante ou penetrante 15 14,7

Enforcamento 04 3,9

Objeto contundente 04 3,9

Agressão não especificada 01 1,0

Agressão sexual 01 1,0

Maus tratos 01 1,0

Total 102 100,0

Acidentes 66 31,3

Acidentes de trânsito 45 68,2

Queda 05 7,6

Afogamento 05 7,6

Choque elétrico 05 7,6

Acidentes não especificados 04 6,1

Envenenamento acidental 02 3,0

Total 66 100,0

Suicídios 26 12,3

Auto-intoxicação, drogas, pesticidas e produtos químicos 14 53,8

Objeto contundente 05 19,2

Arma de fogo 02 7,7

Precipício 02 7,7

Enforcamento 01 3,8

Exposição a vapor, gases e líquidos quentes 01 3,8

Outros meios 01 3,8

Total 26 100,0

Eventos de Intenção não determinada 17 8,1

Total 211 100,0

DIEVS - SMS – PCR

Page 39: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

No total de óbitos por causas externas, 17 foram diagnosticados como de

intenção indeterminada. Dentre esses eventos, encontramos 41,2% dos óbitos devido a

contato com objeto contundente. O afogamento ocupou o segundo lugar dentro dessa

categoria com 23,5% e são seguidos por outros fatos de intenção não determinada e

exposição ao fogo com cada uma delas representando 11,8% da mortalidade dentro

desse grupo. Os envenenamentos e exposição a vapores, gases e líquidos quentes juntos

representam 11,8% dos óbitos (Tabela 3).

Tabela 3. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por causas

externas – eventos de intenção não determinada, de acordo com a causa. Recife, 2001-

2002.

CAUSAS N %

Contato com objeto contundente 07 41,2

Afogamento 04 23,5

Exposição ao fogo 02 11,8

Outros fatos de intenção não determinada 02 11,8

Envenenamento 01 5,9

Exposição a vapor quente, gases e líquidos quentes 01 5,9

Total 17 100,0

DIEVS - SMS - PCR

Ao observarmos os tipos de causa estratificadas por idade encontramos que os

homicídios, acidentes e suicídios são, respectivamente, as três primeiras causas de óbito

na faixa etária entre 15 e 39 anos. Entretanto na faixa etária entre 40 e 49 anos, os

Page 40: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

acidentes que vinham com tendência a diminuir, voltam a subir e chegam a superar os

homicídios. Gráfico 3

3310

19

36

24

131210

1611

17

1 2

1010

0 36 50

510152025303540

10-14 anos 15-19 anos 20-29 anos 30-39 anos 40-49 anos

Homicídio Acidentes Suicídios Intenç. Indeter.

Gráfico 3 – Distribuição das mortes por tipo de causa externa estratificado por idade

Page 41: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Na distribuição de freqüência dos óbitos de acoro com a região político

administrativa – RPA, encontrou-se que a RPA 6 isolada foi responsável por mais de ¼

do total de óbitos por causas externas. Tabela 4

Tabela 4. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por causas

externas, de acordo com a região político-administrativa (RPA) de residência. Recife,

2001-2002.

Região Político-Administrativa N %

RPA6 54 25,6

RPA5 36 17,1

RPA3 35 16,6

RPA2 33 15,6

RPA1 22 10,4

RPA4 22 10,4

Ignorado/ Sem informação 09 4,3

Total 211 100,0

DIEVS - SMS – PCR

X2=32,66 p=0,018

Page 42: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Figura 7 Mapa da Cidade do Recife, dividido pelas RPA, com as causas externas

plotadas por tipo de causa.

Page 43: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Em relação a freqüência de óbito de acordo com o ciclo gravídico puerperal

encontramos que 1,4 % dessas mortes ocorreram nesse período. No entanto foram

encontrados mais cinco casos (2,4%) subnotificados durante o puerpério (Tabela 5)

Tabela 5. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por causas

externas, de acordo com a relação com o ciclo grávido-puerperal. Recife, 2001-2002.

Morte no ciclo grávido-puerperal N %

Durante a gravidez/parto/aborto

(notificados)

03 1,4

No puerpério (não notificados) 05 2,4

Não 203 96,2

Total 211 100,0

DIEVS - SMS - PCR

Page 44: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

O coeficiente de óbitos de mulheres em idade fértil por causas externas foi de

16,4/100.000 mulheres na faixa etária de 10 a 14 anos. Já na faixa de 15 a 19 anos esse

coeficiente chega a 23,3/100.000 mulheres, se apresentando de maneira semelhante na

faixa etária de 20 a 29 anos com um coeficiente de 24,1/100.000. Na faixa etária de 30 a

39 e 40 a 49 anos, os coeficientes foram de 19,0/100.000 e de 20,2/100.000

respectivamente. (Tabela 6)

Tabela 6 – Coeficiente de mortalidade em mulheres de idade fértil por causas externas,

Recife, 2001.

Faixa

etária

No. total de

óbitos

No. total de óbitos

por causas externas

População

residente sexo

de mulheres

Coeficiente de óbitos

por causas

Fonte: DIEVS/IBGE 2001-2002

externas (por 100.000)

10 – 19 57 31 141.327 21,9

20 – 29 86 32 140.528 22,8

30 – 39 175 21 123.164 17,0

40 – 49 287 22 96.174 22,9

Total 605 106 501.193 21.1

Page 45: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

Tabela 7 – Coeficiente de mortalidade em mulheres de idade fértil por causas externas,

Recife, 2002.

Faixa

etária

No. total de

óbitos

No. total de óbitos População

residente sexo

de mulheres

Coeficiente de óbitos

por causas por causas externas

externas (por 100.000)

10– 19 59 26 142.501 18,2

20 – 29 95 36 141.696 25,4

30 – 39 153 26 124.088 21,0

40 – 49 285 17 96.974 17,5

Total 592 105 505.259

Fonte: DIEVS/IBGE 2001-2002

21,0

Page 46: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

REFERENCIAS

1. Krug EG, Dahlberg LL, Mercy JÁ, Zwi AB, Lozano R. World report on violence

and health. World Health Organization 2002.

2. Classificação Internacional de Doenças 10a revisão disponível in

http://www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/v01_y98.htm acesso em 14 de julho de

2004.

3. Minayo MC. A violência social sob a perspectiva da saúde pública. Caderno de

Saude Pública 1994; 10 (supl.1):07-18.

4. Centro Latino Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli -

CLAVES/Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ/Centro Colaborador do

CENEPI. Morbimortalidade de jovens por causa violenta no Brasil: uma análise

dos anos 90.CLAVES 2002.

5. Conselho Nacional de Saúde. Seminário Nacional sobre violência urbana e

segurança pública. Carta de Brasília. Disponível in:

http://conselho.saude.gov.br/eventos/carta.htm acesso em 08 de outubro de 2004.

6. Minayo MC. A difícil e lenta entrada da violência na agenda do setor saúde.

Caderno de Saúde Pública 2004; 20 (3):646-647.

7. World Health Organization. First ever Global Reporto n Violence and health

released. WHO 2002

8. World Health Organization. Self-directed violence. WHO 2002.

Page 47: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

9. World Health Organization. World report on road traffic injuty prevention

Disponível in:http://www.who.int/world-health-

day/2004/infomaterials/world_report/en/ acesso em 08 de outubro de 2004.

10. Minayo M C S, Souza E R. Violência sob o olhar da saúde pública: a infrapolítica

da contemporaneidade brasileira. Brasil/FIOCRUZ 2003 pags.131-160/ Souza E

R, Ximenes L F. Avanços do conhecimento sobre causas externas no Brasil e no

mundo:enfoque quanti e qualitativo.

11. Reza A, Mercy J A, Krug E. Epidemiology of violent deaths in the world. Injury

Prevention 2001;7:104-111.

12. Barata R B, Ribeiro M C S A, Moraes J C. Tendência temporal da mortalidade

por homicídios na cidade de São Paulo, Brasil, 1979-1994. Revista de Saúde

Pública 1999; 15(4): 711-718.

13. Falbo G H, Buzett R, Cattaneo A. Homicide in children and adolescente: a case

control study in recife, Brasil. Bulletin of the World Health Organizatio 2001;

79(1).

14. Weaver K, Madaleno M. Youth violence in the Latin América: current situation

and violence preventiom strategies. Revista Panameircana Salud Pública/ Pan

Am/ public health 5 (4/5, 1999; 338-344.

15. UNICEF. Violence Agains Women and girl a epidemia global. Disponível in:

http:// www.eurwrc.org/13.instituitions/7.unicef/unicef/unicef.htm Acesso em 27

de ljulho.

16. OPS

Page 48: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

17. Pan American Health Organization(PAHO). 44th Directing Council, 55th session

of the regional Comittee. World Health Organization 2003.

18. Department of Helth and Human Service.Centers for Disease Control and

Prevention. Injury and Violence. Disponível in:

http://www.cdc.gov/nodr.do/id/0900f3ec800e539 acesso em 22 de julho de 2004.

19. Ministério da Saúde 2004. Álcool e outras drogas uma questão de saúde pública.

Disponível in: http://portal.saúde.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idxt=563

acesso em 08 de outubro de 2004.

20. Organização Pan Americana de Saude. Violência e Saúde Pública. Disponível in:

http://www.opas.org.br/mostrant.cfm?codigodest=186 acesso em 28 de junho de

2004.

21. Organização Pan Americana de Saude. Overview of the problem. Acesso em 06

de outubro de 2004.

22. Pan American health Organization. World Health Organization. Subcommittee on

planning and programming of the executive committee. Violence against women

in the Américas. 31st Session. WHO 1998.

23. Schraiber L B, Oliveira A F P L d’, Junior I F e Pinho A A. Violência contra a

mulher: Estudo em uma unidade de atenção primária a saúde. Revista de Saúde

Pública 2002; 36(4):470-7.

24. Yonoub R C. Gênero y mortalidad por causas externas em jóvenes argentinos.

Acta Psiquiátrica Psicol Am lat.1997;43(4) 327-335.

25. Marin L, Queiroz M S. A atualidade dos acidentes de transito na era da

velocidade: uma visão geral. Caderno de Saúde Pública 2000; 16(1): 7-21.

Page 49: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

26. Andrade S M, Mello Jorge M H P. Características das vítimas por acidentes de

transporte terrestre em municípios da Região Sul. Revista de Saúde Pública

2000;34(2):149-156.

27. News and public information. One Out of Three Women is Victim of Violence.

Pan American Health Organization. 2003; disponível in:

http://www.paho.org/English/DD/PIN/pr031124.htm acesso em 28 de junho de

2004.

28. CDC 10 leading Causes of Death, United States. 2001, All Races, Females

29. CDC, Reproductive Health. Violence Against Women. Disponível in:

http://www.cdc.gov/nccdphp/drh/mh_introviol.htm acesso em 02 de julho de

2004.

30. Ministério da Saúde, Política Nacional de redução da morbimortalidade por

acidentes e violência. Portaria GM/MS n0 737 de 16 de maio de 2001. Publicada

no DOU n0 96 seçao 1e- DF 18 de maio de 2001.

31. Santana F S, Souza E R, Minayo MCS, Malaquias JV e Reis A C. Evolução

temporal da mortalidade por suicídio no Brasil, 1980 a 1999. CLAVES ano II n0 6

– julho de 2002.

32. Chesnais J C, A violência no Brasil: causas e recomendações.Ciencia & Saúde,

1999; 4(1)53-69.

33. Filho F V S. Estratégias policiais para a redução da violência. Instituto Fernand

Braudel de economia mundial. Disponível in:

http://wwwbraudel.org.br/pesquisas/primeiro.htm acesso de 08 de outubro de

2004.

Page 50: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

34. BBC Brasil disponível in:

http://www.bbc.co.uk/portugeuse/ciencia/story/2004/06/040609_violenciaml.shtm

l acesso em 08 de outubro de 2004.

35. Ministério de Saúde. Análise dos dados de mortalidade de 2001 Secretaria de

Vigilância em Saúde. Janeiro de 2004.

36. Minayo M C S, Souza E R. Violência para todos. Caderno de Saúde Pública

1993; 9(1): 65-78.

37. Paiva TM, 1998. Mortalidade por causas externas, município de Santos, 1080 –

1995. Dissertação de Mestrado.

38. Minayo M C S, Souza E R, Silva C M F P. Perfil de Mortalidade por causas

externas no Brasil: uma análise temporal das décadas 80 e 90. Ministério da

Saúde/CLAVES/ENSP. 2001.

39. Reis A C, Souza E R, Minayo MCS e Malaquias J V. Mortalidade Feminina por

causas externas: Brasil e macro regiões. CLAVES/FIOCRUZ/CENEPI – Boletim

abril – 2002.

40. Galdino R E e Mameri C P. De que morrem as mulheres Brasileiras. Disponível

in:

http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/2002/GT_SALL_ST35_godinha

_texto.pdf Acesso em 03 de outubro de 2004.

41. Faundes A, Parpineli M A, Cecatti J G. Mortalidade de mulheres em idade fértil,

em Campinas, São Paulo 1985 – 1994. Caderno de Saúde Pública 2000. v 16 n0 3,

Rio de Janeiro. Julho/setembro de 2000.

Page 51: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

42. Haddad N e Silva M B. Mortalidade Feminina em idade reprodutiva no Estado de

São Paulo, Brasil, 1991 – 1995: causas básicas de óbito e mortalidade materna.

Revista de Saúde Pública 2000;34(1):64-70.

43. Souza E R, Reis A C, Minayo M C S, Santana F S, Malaquias J V. Padrão de

Mortalidade por homicídios no Brasil, 1980 a 2000.

CLAVES/FIOCRUZ/CENEPI/Ano II n0 07. Dezembro de 2002.

44. Lima M L e Ximenes R. Violência e morte, diferenciais da Mortalidade por

causas externas no espaço urbano e Recife, 1991. Caderno de Saúde Pública, Rio

de Janeiro, 14(4): 829 – 840. outubro-dezembro 1998.

45. Albuquerque R M, Cecatti J G, Hardy E E, Faundes A. Causas e fatores

associados à mortalidade de mulheres em idade reprodutiva, Recife, Brasil.

Page 52: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

ANEXOS

Page 53: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

FORMULÁRIO

Nº DO FORMULÁRIO

REGISTRO:

DATA DA COLETA

REGISTRO IML

DATA DO ÓBITO: / /

HORA: :

NOME:________________________________________________________________

NOME DO PAI:_________________________________________________________

NOME DA MÃE:________________________________________________________

DATA DE NASCIMENTO: / /

IDADE:

RAÇA:

1 – Branca 2 – Preta 3 – Amarela 4 – Parda 5 – Indígena

ESTADO CIVIL:

1 – Solteiro 2 – Casada 3 – Viúva 4 – Separado 5 – União

9 – Ignorado

ESCOLARIDADE (em anos de estudos concluídos):

1- Nenhuma 2 – de 1 a 3 anos 3 – de 4 a 7 anos 4 – de 8 a 11 anos

5 – 12 e mais 9 – Ignorado.

Page 54: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

OCUPAÇÃO HABITUAL E RAMO DE ATIVIDADE:_________________________

ENDEREÇO DA VÍTIMA:________________________________________________

______________________________________________________________________

BAIRRO:______________________________________________________________

LOCAL DE OCORRENCIA DO ÓBITO

1 – Hospital 2 – Outros estabelecimentos de Saúde 3 – Domicílio 4 – Via

Pública 5 – Outros 9 – Ignorado

ESTABELECIMENTO DE SAUDE:________________________________________

A MORTE OCORREU DURANTE A GRAVIDEZ, PARTO OU ABORTO?

1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado

A MORTE OCORREU DURANTE O PUERPÉRIO?

1 – Sim até 42 dias 2 – Sim de 43 dias a 1 ano 3 – Não 9 – Ignorado

RECEBEU ASSISTÊNCIA MÉDICA DURANTE A DOENÇA QUE OCASIONOU A

MORTE?

1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado

DIAGNOSTICO CONFIRMADO POR:

Exame Complementar?

1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado

Cirurgia?

1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado

Recebeu assistência médica durante a doente a que ocasiona a morte?

1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado

Page 55: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

PROVÁVEIS CIRCUNSTANCIAS DE MORTE NÃO NATURAL

TIPO

1 – Acidente 2 – Suicídio 3 – Homicídio 4 – outros 9 – Ignorado

ACIDENTE DE TRABALHO

1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado

FONTE DE INFORMAÇÃO

1 – Boletim de Ocorrência 2 – Hospital 3 – Família 4 – Outra

9 - Ignorado

Page 56: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA NOS BANCOS DE

DADOS DA PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE

O presente projeto foi devidamente analisado pelo departamento de vigilância

sanitária – DEVIS da Prefeitura da Cidade do Recife, não havendo quaisquer objeção

nem entraves administrativos autorizamos a sua realização.

Recife, 20 de julho de 2003.

Departamento de Vigilância Sanitária da Prefeitura da Cidade do Recife - DEVIS

Page 57: PREVALNCIA DE MORTE MATERNA POR CAUSAS … fileSINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund WHO World Health Organization CLAVES ...

D E C L A R A Ç Ã O

Maria Cristina dos Santos Figueira, enfermeira do Instituto Materno Infantil de

Pernambuco e aluna do Mestrado em Saúde Materno infantil de Pernambuco,

pesquisadora do projeto “PREVALENCIA DE MORTE DE MULHERES EM IDADE

FÉRTIL POR CAUSAS EXTERNAS NACIDADE DO RECIFE NO ANO DE 2001 E

2002” e Dr Gilliatt Hanois Falbo Neto orientador do referido projeto, declaram através

deste instrumento que se comprometem a seguir os postulados da declaração de

Helsinque (emenda em Honk-Kong) para pesquisa em serem humanos e a cumprir os

termos da resolução 196 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde

(informativo Epidemiológico do SUS – Brasil, Ano V, n.º 2, 1996)

Recife, julho de 2003

Maria Cristina dos Santos Figueira (Pesquisadora)

Gilliatt Hanois Falbo Neto (Orientador)