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PRINCIPAIS FATORES DETERMINANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DA LOGÍSTICA FARMACÊUTICA: APRESENTANDO UM ESTUDO DE CASO NO LABORATÓRIO PÚBLICO NO RIO DE JANEIRO LARRUBIA PEREIRA BARBOSA (UVA ) [email protected] JULIANNA RIBEIRO DOS SANTOS (UVA ) [email protected] Este artigo almeja analisar e avaliar quais são os impactos logísticos na indústria farmacêutica, afim de apresentar um "Hub logístico Farmacêutico". A cadeia de distribuição de produtos farmacêuticos vem se tornando cada vez mais complexa e especializada. O medicamento ou o produto para a saúde, possui uma longa trajetória a percorrer desde que é produzido até chegar à população, e o papel da logística neste sentido é imprescindível. A empresa que adota a logística em sua postura organizacional administra melhor os custos de matéria-prima, produtos, transportes, produção, estoques e prazos de entrega. Será apresentado o estudo de caso realizado em um Laboratório Farmacêutico Público na cidade do Rio de Janeiro. Palavras-chaves: Logística farmacêutica, Logística de armazenagem, Hub logístico. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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PRINCIPAIS FATORES DETERMINANTES PARA

O DESENVOLVIMENTO DA LOGÍSTICA

FARMACÊUTICA: APRESENTANDO UM

ESTUDO DE CASO NO LABORATÓRIO PÚBLICO

NO RIO DE JANEIRO

LARRUBIA PEREIRA BARBOSA (UVA )

[email protected]

JULIANNA RIBEIRO DOS SANTOS (UVA )

[email protected]

Este artigo almeja analisar e avaliar quais são os impactos logísticos na

indústria farmacêutica, afim de apresentar um "Hub logístico Farmacêutico".

A cadeia de distribuição de produtos farmacêuticos vem se tornando cada

vez mais complexa e especializada. O medicamento ou o produto para a

saúde, possui uma longa trajetória a percorrer desde que é produzido até

chegar à população, e o papel da logística neste sentido é imprescindível. A

empresa que adota a logística em sua postura organizacional administra

melhor os custos de matéria-prima, produtos, transportes, produção,

estoques e prazos de entrega. Será apresentado o estudo de caso realizado

em um Laboratório Farmacêutico Público na cidade do Rio de Janeiro.

Palavras-chaves: Logística farmacêutica, Logística de armazenagem, Hub

logístico.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

1.Introdução

Este artigo quer demostrar como inúmeras mudanças na gestão logística têm ocorrido na gestão

empresarial, consequência de aspectos dentre os quais se destacam: as variações de demandas,

novas tendências de mercado e nova cultura empresarial e do cliente. A esse respeito, Junior e Filho

apud Pimenta (2000) argumenta que o mais obstáculo da logística moderna é a exigência cada vez

maior dos clientes por melhores níveis de serviços, onde o preço passa a ser um qualificador, e o

nível de serviço um diferenciador perante o mercado.

Segundo Council of Supply Chain Management Professional, “Logística é a parte do Gerenciamento

da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente

e econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as

informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de

atender às exigências dos clientes”.

A logística é a chave de muitos negócios que por muitas razões é incluído o alto custo de operação

das cadeias de abastecimento. Na logística, cumprir prazos é questão de planejamento, estrutura e

recursos”, (PEREIRA, 2012, ASLOG)

No estudo de caso foi possível observar o ciclo da logística dentro do laboratório farmacêutico

público localizado na cidade do Rio de Janeiro:

a) Seleção;

b) Programação;

c) Aquisição;

d) Armazenagem;

e) Distribuição;

f) Dispensação;

2.LOGÍSTICA FARMACÊUTICA

Entende-se como Logística Farmacêutica o gerenciamento da cadeia do abastecimento que planeja,

implementa e controla o fluxo e armazenagem de insumos farmacêuticos, produtos semiacabados e

produtos farmacêuticos acabados, bem como as informações a eles relativas desde o ponto de

origem até o ponto de consumo, com o propósito de preservar a qualidade através do

desenvolvimento destas atividades conforme as determinações das boas práticas referentes a cada

etapa da cadeia.

A indústria farmacêutica pode ser definida como um complexo de processos, operações e

organizações envolvidas na descoberta, desenvolvimento e produção de drogas e remédios. De uma

forma geral, os custos logísticos de grande parte dessa indústria são relativamente altos, e são

“disfarçados” pela alta margem dos produtos.

A cadeia de distribuição de produtos farmacêuticos vem se tornando cada vez mais complexa e

especializada. O medicamento ou o produto para a saúde possui uma longa trajetória a percorrer

desde que é produzido até chegar à população, e o papel da logística neste sentido é imprescindível.

No final da década de 1990, com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),

estabeleceram-se normas sanitárias específicas para a armazenagem e o transporte de

medicamentos e de insumos farmacêuticos. O mesmo passou a ser o profissional responsável e

qualificado para acompanhar todo o processo de armazenagem e de distribuição de medicamentos.

A adequada distribuição de medicamentos, de insumos farmacêuticos e de produtos para a saúde é

imprescindível para manter a integridade e a segurança destes produtos, desde o momento em que

são captados nas indústrias até chegarem ao consumidor final.

Os transportes de cargas possuem tipos de modais, cada um com custos e características

operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos:

transporte terrestre (rodoviário, ferroviário e duto viário) e aquaviário (marítimo de longo curso,

cabotagem, fluvial e lacustre aéreo). Todas as modalidades possuem vantagens e desvantagens.

Algumas são adequadas para um determinado tipo de mercadorias e outras não. A opção mais

adequada deve ser escolhida analisando-se os custos, as características de serviços, as rotas

possíveis, a capacidade de transporte, a versatilidade, a segurança e a rapidez. “Sabe-se que o modal

rodoviário é responsável por até 65% do volume de produtos transportados no Brasil”, (PEREIRA,

2012, ASLOG).

A logística na indústria farmacêutica é uma fonte de importante de oportunidades competitivas. Para

que um sistema logístico seja corretamente implantado e atinja os objetivos planejados, alguns

pontos precisam ser observados:

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˗ O sistema deve ser planejado para atender as necessidades dos clientes;

˗ O pessoal envolvido deve ser treinado e estar capacitado;

˗ Devem ser definidos os níveis de serviços a serem oferecidos;

˗ Faz-se necessária a utilização de tecnologia de informação para integrar as operações;

˗ Por fim, necessita-se da adoção de indicadores de desempenho que permitam garantir que

os objetivos sejam alcançados;

3.Desenvolvimento de Hub Logístico

Hub Logístico Farmacêutico é uma área específica, onde todas as atividades relativas à transporte,

logística e distribuição de mercadorias farmacêuticas – tanto para transito internacional quanto

nacional. Podemos definir então que a função principal de um hub logístico farmacêutico é promover

a integração entre as várias atividades logísticas, tornando-se o centro de uma ampla rede de

entidades comerciais, agregando valor às atividades e oferecendo uma solução completa ao cliente.

Para o desenvolvimento de um hub, características naturais e ações catalisadoras são necessárias. As

características naturais como localização, base industrial, boa infraestrutura e eficiência em

atividades logísticas se traduzem em vantagem competitiva de custos (BRITO; TREVISAN; BOTTER

apud HAYES, 2006). A interação com redes de carga adjacentes e localização são as duas

características mais importantes para o desenvolvimento de um hub logístico.

4.Logística de armazenagem

Armazenagem é uma atividade que diz respeito a estocagem ordenada e a distribuição de produtos

acabados dentro da fábrica ou em locais destinados a estes fim, pelos fabricantes, ou através de um

processo de distribuição.

No passado, um armazém era definido como " lugar para guardar materiais." Hoje “Armazenagem

entrega a política da empresa no que diz respeito a produção, marketing e finanças”.

A essência fundamental da armazenagem é estar provido de espaço para o fluxo de materiais entre

as funções comerciais e operacionais que em grande parte não mantem uma frequência de fluxo,

variando em função da demanda e capacidade de produção.

A armazenagem surge como uma das funções que agrega um estimulado valor ao sistema logístico,

pois a mesma apresenta soluções para os problemas de estocagem de materiais e melhorando a

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integração entre os componentes, destacados na figura 1 abaixo descrita.

Figura 1: Relacionamento na cadeia de suprimentos

Fonte: Dados da Pesquisa (2013). Notas: Elaborado pelos autores (2013)

A redução dos custos de armazenagem estão baseadas em práticas operacionais, administração de

inventários, técnicas de movimentação de materiais, métodos de estocagem, processamento de

pedidos e administração de tráfego.

Estas atividades devem mutuamente integrar o mais alto nível de serviço para atender seus clientes

dentro de prazos e custos reduzidos. E ainda se responsabilizando pelo recebimento, cuidados,

entrega pontual do produto certo, na hora certa, na quantidade certa, condições adequadas e ao

menor custo possível.

4.1.Estratégia para layout de instalações logísticas

Estratégias de instalações requer escolhas relativas a localização, dimensão e especialização de

plantas individuais, e um profundo entendimento de interação dessas decisões.

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Com relação a dimensão, três conceitos importantes têm sido definidos. Primeiro é a noção de

tamanho mínimo econômico. Segundo, a noção do tamanho máximo econômico. Em algum ponto

esses dois extremos terão a dimensão ótima para planta industrial.

O número de empregados, o número dos níveis de gerência, as características da tecnologia

empregada, a filosofia da empresa relacionada a estrutura organizacional são todos muito

importantes para a determinação do tamanho ótimo da planta.

Outro elemento é a especialização, o conceito de foco é poderoso. Há cerca de seis maneiras de

concentrar plantas: focar o mercado, produto, volume, processo, produto/mercado e o foco

geográfico. Determinado qual combinação desses é mais apropriado para a organização desenvolver

a sua própria estratégia de instalações.

O operador logístico deve observar com a tenção pontos importantes, que de certa forma asseguram

uma parcela de confiabilidade do seu planejamento quanto à administração de suas instalações

(centro de distribuição), aspectos como: meios de zoneamento locais, atitudes da comunidade e do

governo, local com relação ao depósito, custo para o desenvolvimento conforme o terreno, custo de

construção, possibilidades e acesso a serviços de transporte, potencial para expansão, transporte,

disponibilidade para expansão, segurança do local (fogo, furto, etc.), taxas de seguro e

disponibilidade de financiamento e congestionamento de tráfego nas redondezas do local. (JUNIOR;

FILHO apud BALLOU, 1995)

5. Método ABC (Activity Based Consting)

A metodologia ABC nasceu nos Estados Unidos em meados da década de 80 e foi desenvolvida e

criada basicamente pelos Professores Cooper e Kaplan.

O ABC é um método que permite apurar quais os recursos consumidos pelas atividades dentro de

uma empresa, refletindo o relacionamento destas atividades com toda a distribuição dos custos no

processo. Podendo definir também parâmetros eficazes para a avaliação do impacto de cada uma

destas atividades no processo de produção. Como resultado, as empresas podem cortar desperdício,

melhorar serviços, avaliar programas de qualidades etc.

Em poucas palavras, as empresas podem medir e melhorar as atividades que compõem os processos

do negócio e calcular com precisão os custos dos produtos.

A alocação dos custos indiretos aos produtos ocorre em dois estágios. No primeiro, os custos dos

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recursos (elementos de custos) são transferidos para as ativadas. Essa alocação é realizada com base

em direcionadores de custos primários ou de recursos. No segundo, os custos das atividades são

transferidos para os objetos de custos (produtos, serviços, clientes, etc.), com base no consumo

dessas atividades pelos objetos. Conforme figura abaixo.

Figura 2: Método ABC

Fonte: Dados da Pesquisa (2013). Nota: Elaborado pelos autores (2013)

Em relação ao método tradicional de custeio, o custeio ABC pode ser descrito como uma técnica de

contabilidade que aloca custos indiretos em proporção real, consumido pela produção. ( JUNIOR;

FILHO apud CHASE, 2002)

6.Metodologia

Este estudo foi desenvolvido em parceria com o laboratório farmacêutico público que encontra-se na

cidade do rio de janeiro onde foi avaliado o processo logístico de aquisição, armazenagem e

distribuição. A metodologia aplicada foi uma visita a todo o processo do laboratório e entrevistas

com o farmacêutico e engenheira química.

7.Análise do processo logístico farmacêutico do laboratório: Estudo de caso

A solicitação de matéria-prima é feita através do "pregão eletrônico". Por ser um órgão público a

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aquisição deve ser feita através de licitações obedecendo a Lei 8666/93 - que estabelece normas

gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obra, serviços, inclusive de

publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios. A licitação destina-se garantir a observância do princípio

constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosas para a administração e a

promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estreita

conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da

igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,

do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Subordinam-se ao regime desta lei, além dos

órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as

empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades de licitação, ressalvadas as

hipóteses previstas nesta lei.

Na chegada da encomenda de matéria-prima, o material é descarregado e colocado na área de

transferência, é preenchido o relatório de recebimento de material, verificando seu peso ou

quantidade do material, havendo inadimplência o material é devolvido, estando apropriado é

transferido para a área de "quarentena " e só então é registrado e identificado com o adesivo

'quarentena'. Retirada uma amostragem do material para realizar o controle de qualidade, sendo

reprovado pelo laboratório a mercadoria segue o mesmo processo de devolução, aprovado ele

recebe um laudo e é transferida para o estoque de insumos com o adesivo "aprovado".

O controle de qualidade é realizado em um ambiente climatizado e esterilizado com o funcionários

responsável devidamente uniformizado, o material não possui contato com o homem para não

alterar suas propriedades. É realizado a análise físico-química e análise biológica.

O estoque é separado em dois espaços um onde é colocado as embalagens e as farinhas, no outro

ativos. O primeiro é mantido a uma temperatura ambiente, e o segundo é climatizado há 12ºC.

Os insumos para a produção são solicitados pela administração através de um protocolo. Foi visitado

o processo de purificação da água onde envolve a entrega de água potável oriunda da rede de

distribuição, onde segundo o farmacêutico e a engenheira química do laboratório dizem ser “o

coração da fábrica” onde qualquer manutenção, falha ou contaminação para todo a produção de

medicamentos. No laboratório farmacêutico faz-se o uso de destilados para a purificação da água

utilizando os aparelhos importados da Itália, que realizam o processo “Pilsen”, onde a água a ser

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destilada é pré-aquecida antes de entrar na caldeira e depois é evaporada o vapor da água segue por

um tríplice movimento para ser purificado e logo entra na câmara de condensação para sair como

água purificada pronta para seguir nos processos de fabricação logística medicamentosa.

Somente depois da conclusão de todos os testes de qualidades e com resultados satisfatórios, que a

mesma será liberada para a produção dos medicamentos e limpeza de alguns maquinários.

O manuseio e estocagem dos produtos prontos é bem parecido com o de insumos. O produto é

transferido para o almoxarifado logístico e novamente posto na seção de "quarenta" com um

adesivo de identificação 'quarentena', até que seja mais uma vez retirado uma amostragem e feito o

controle de qualidade, com o laudo positivo o material é distribuído no estoque recebendo o adesivo

'aprovado'. O transporte das mercadorias é terceirizado.

Figura 3: Fluxo de recebimento e armazenagem de insumos

Fonte: Dados da Pesquisa (2013). Notas: Elaborado pelos Autores (2013)

Os medicamentos são comercializados para as bases do exército, marinha, aeronáutica importados

para outros países em momentos de guerra e redes públicas, para salvar vidas em hospitais e centros

de saúde.

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7.2.Falhas encontradas

Podem-se encontrar falhas logo na compra dos insumos com a utilização do "pregão eletrônico", pois

não é possível escolher a marca ou a qualidade dos produtos desejados não sendo também um

método muito econômico.

Foi visto juntamente com a engenheira química que o processo de compras das máquinas que

realizam a purificação não foram feitas por funcionários que conhecem o layout e o processo, pois as

máquinas ficaram mal localizadas e não houve treinamento técnico para os operadores. Uma

manutenção acaba parando todo o processo produtivo da fábrica por cerca de duas semanas por não

ter outro maquinário disponível para utilização quando o outro estiver em manutenção. Como

consequência pode ocorrer atrasos nas entregas dos medicamentos.

Outra falha encontrada foi em uma das caldeiras pois ela não passa a água para o outro processo de

purificação na etapa de manutenção, então deve-se pegar a água purificada numa distância

considerável sem transporte adequado correndo o risco de contaminações e perda no percurso.

Problema facilmente resolvido com o estudo correto do layout.

A falta de um engenheiro de produção nessa indústria farmacêutica implica falhas no processo de

gestão e fabricação de medicamentos.

8.Conclusão

A logística farmacêutica pode ser definida como um ramo de gestão cujas atividades estão

voltadas para o planejamento, implementação e controle de fluxo eficiente e eficaz de

matérias-primas, armazenagem de produtos semiacabados e acabados, bem como de fluxos de

informações a eles relativo, desde a origem até o consumo, com o propósito de atender aos

requisitos dos clientes/pacientes.

O objetivo final é entregar os produtos ao destino final ao menor intervalo de tempo possível,

reduzindo os custos. No ramo farmacêutico quando trabalhamos com os medicamentos e

produtos hospitalares são necessárias adaptar os processos à legislação sanitária vigente

(ANVISA).

A utilização do "pregão eletrônico" apesar dos problemas traz a vantagem de não ter prejuízo,

pois o pagamento só é feito depois que o controle de qualidade é aprovado. O estoque de

produtos finalizados é pequeno a fabricação é por encomenda, isso gera uma rotatividade

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muito grande no ambiente, foi possível observar também que o mesmo armazena

(medicamentos e produtos afins) com qualidade e quantidades adequadas, economicamente

desejáveis para o laboratório.

“Um dos maiores gargalos no setor de logística é a falta de profissionais qualificados em todos os

níveis organizacionais. Alguns fatores contribuem para isso, como o aumento da demanda por esses

profissionais – fruto do crescimento do mercado -, a quantidade insuficiente de escolas de

preparação técnica e superior e o aumento do nível de exigência das empresas contratantes. Estima-

se que a procura por esta mão-de-obra tenha crescido cerca de 30% nos últimos 12 meses, devido ao

aumento da competitividade, o que fez com que a logística assumisse papel essencial na estratégia

das empresas”, conclui (PEREIRA, 2012, ASLOG).

A logística farmacêutica é uma etapa crítica do processo, visto que inúmeros problemas podem ser

aplicado corretamente a aquisição, armazenamento, transporte correto e controle de qualidade dos

medicamentos, com isso evitando gerar inconformidades nos produtos. Além do que quando bem

aplicada, a logística irá ajudar a reduzir os cursos ao processo de fabricação/distribuição, além de ser

uma etapa primordial ao atendimento das necessidades dos clientes em termos de prazo e custos.

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9.Referências

BOTTER, Rui; BRITO, Thiago; TREVISAN, Edson. Fatores Críticos para o Desenvolvimento de Hub

Logístico no Panamá. São Paulo: USP, 2012. Artigo Escola Politécnica da Universidade de São Paulos.

FILHO, Zeferino; JUNIOR, Aluisio. O processo de Armazenagem Logística: O Trade-off para Verticalizar ou

Terceirizar. Rio de Janeiro: UVA, 2003. Artigo – Universidade Veiga de Almeida.

JUNIOR, Maurício; NETO, Francisco. Logística Empresarial. Rio de Janeiro: Coleção Gestão Empresarial,

2006.

MACEDO, Sonja. Logística Farmacêutica Comentada. São Paulo, Medfarma Livraria e Editora, 2000.

NUNES, Sammara. Logística Farmacêutica. São Paulo, Coordenação Central de Abastecimento Farmacêutico,

2004.