Princípios de administração na igreja

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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA EQUATORIAL COORDENAÇÃO DE TEOLOGIA CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA ROCICLÁUDIO RODRIGUES DE SOUZA PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO NA IGREJA

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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA EQUATORIALCOORDENAÇÃO DE TEOLOGIA

CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIAADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

ROCICLÁUDIO RODRIGUES DE SOUZA

PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO NA IGREJA

Belém - PA2013

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ROCICLÁUDIO RODRIGUES DE SOUZA

PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO NA IGREJA

Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da Disciplina ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA ofertada pela FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA EQUATORIAL.

Professor: Antônio Carlos Soares

Belém - PA2013

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ROCICLÁUDIO RODRIGUES DE SOUZA

PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO NA IGREJA

Trabalho julgado e aprovado, com Nota: ______

Professor: Antônio Carlos Soares

Belém - PA2013

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INTRODUÇÃO

A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Desde os primórdios da humanidade, o homem tem em si, a necessidade de se organizar, como se verifica através da história em uma escala crescente de famílias, tribos, exércitos e nações.

Por volta de 4000 a. C, já havia indícios de organização humana, uma vez que os homens evoluíram em seu modo de viver, passando de um grupamento essencialmente agrícola e familiar, para uma convivência entre várias famílias, o que ficou conhecido como às Cidades-Estados.

Dessas pequenas cidades-estados, nos séculos seguintes, já por volta do ano 3000 a. C, surgiram as grandes civilizações da Antiguidade, as quais demandaram, por certo, práticas administrativas para governar as grandes cidades que se formaram ao redor de rios e mares (rio Nilo e Mar Mediterrâneo), marcados nessa época, através dos grandes templos erigidos aos deuses desses reinados, ficando, assim, um grande legado arqueológico para as atuais gerações, inclusive, de informações gravadas em tábuas de argila, que permitem auferir princípios de administração através da distribuição de atividades e de funcionários.

Passados quase três milênios, o desenvolvimento desses reinados se transformaram em impérios, dentre os quais se destacam os gregos e os romanos, aqueles pelo legado de conhecimento e estes pelo legado governamental, em termos da forma de controle de seus impérios.

Especificamente em relação aos romanos, destaca-se a forma de condução militar, o que os fizeram manter seu império por cerca de quatro séculos e seus princípios e técnicas de administração perdurar por cerca de doze séculos, com resquícios até a atualidade, a exemplo de sua forma de comando em campanha e do seu código de disciplina, que se fazia valer através da figura dos centuriões, os quais figuram na história como a primeira corporação de oficiais, bem como, a utilização de funcionários civis (cônsules e magistrados).

No século III d. C, vê-se, na própria organização militar, a ocorrência de parâmetros de organização como o alistamento de profissionais, a regulamentação, a burocratização, os planos de carreira e certa organização no entorno, os quais serviram de modelo para os séculos vindouros.

Com o fim do Império Romano, a Igreja, nesta época, a Católica, se valendo de sua posição tida como divina, herdou do império muito de suas conquistas em termos de territórios e de conhecimento, como a forma de administrar seus territórios e de organizar seu sistema eclesial, como se depreende do pensamento de Raza (2005), ao qual se traz a colação:

“A Igreja Católica herdou muitas tradições administrativas dos romanos, a começar pela administração do território. Com suas dioceses, províncias e vigários, a Igreja copiou não apenas o tipo de organização geográfica, mas também a linguagem que os

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romanos usavam para designar os administradores locais. À estrutura geográfica, a Igreja acrescentou uma poderosa administração central com diversas assessorias criadas ao longo dos séculos, responsáveis pela propagação da fé, preservação da doutrina e formação de sacerdotes. Essa estrutura preservou e fortaleceu as tradições administrativas desenvolvidas pelos romanos como hierarquia, disciplina, descentralização de atividades e centralização do comando”. (Raza, 2005)

Diante do relatado acima, fica evidente a existência de indícios de administração na história que perpassa desde as pirâmides no Egito até a Revolução Industrial e, por fim, a Revolução Tecnológica, com o advento dos computadores, pelos quais se materializa através de pessoas que se envolvem em torno de um objetivo comum – quer deles ou de uma organização – para dai realizarem algo, o que parece, na perspectiva do grupo, apenas um evento, mas, historicamente, um ato transformador da história.

Nesta perspectiva, pode-se perceber um momento crucial na história da humanidade, a partir do qual há mudanças significativas na área de administração, a saber, a industrialização, conhecida na história como a Revolução Industrial.

Antes do referido momento, só haviam noções esparsas das funções administrativas e pouca consideração à atividade comercial como a conhecemos hoje, como se pode auferir do pensamento de Frederick Winslow Taylor, em seu livro Principles and Methods of Scientific Management (1911) sintetizado por Nóbrega (1997), este citado por Ribeiro, 2007, p. 78, da seguinte forma:

Observando o que ocorria no chão de fábrica do início do século - aquele ambiente chapliniano de Tempos Modernos - ele teve o insight decisivo: é possível otimizar a produção descobrindo e prescrevendo a maneira certa de se fazer as coisas - the one best way - para atingir o máximo em eficiência. Naquela época não havia nenhum pensamento por trás do ato de trabalhar. Trabalho era ação pura; trabalhava-se apenas. Não havia metodologia, só força bruta.

Na mesma esteira sugere o pensamento pré-industrial no sentir de LUGLIO et al (2007 apud Vasconcelos, 2004):

O crescimento do comércio, a introdução de uma economia monetária e o crescimento das cidades a partir do século XIV enfraqueceram a economia feudal, baseada na terra e na baixa mobilidade social. (Prestes Motta e Vasconcelos, 2004, p. 22).

No momento posterior, após a revolução, houve mudanças em todas as áreas da sociedade, mormente, em relação aos administradores, que se viram diante de alterações significativas no modo de produção, pela qual as atividades eram realizadas, tendo que adequarem, em curto espaço de tempo, as formas gerenciais dessas atividades, diante da explosão da produção e a grande massa de empregados contratados pelas fábricas, como se abstrai do pensar de LUGLIO et al (2007 apud MEGGINSON; MOSLEY; PIETRI, 1986), ao qual se traz a colação, confirmando tais adequações:

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Em pouco tempo o novo sistema fabril tornou obsoletas as atividades de produção e distribuição em uso na Europa naquela época. Porém, não mudou necessariamente a teoria e prática da administração. Os empresários tomaram consciência de problemas que não tinha tido antes do surgimento do sistema fabril. Mas na maioria dos casos não percebiam o relacionamento entre o ambiente que se modificava e suas atividades, nem compreendiam a natureza dos novos problemas da administração. [...] O desempenho das atividades gerenciais, que se baseavam em regras práticas ou métodos de ensaio e erro, tornou-se cada vez mais carente de exatidão e eficiência. Assim, os administradores tinham de confiar em seu próprio julgamento, sua intuição e seus registros contábeis para remediar os problemas críticos imediatos, porque não podiam considerar o longo prazo. Interessavam-se principalmente pelos problemas de máquinas, material e equipamentos e não pelas atividades gerenciais em si (MEGGINSON; MOSLEY; PIETRI, 1986, p. 55).

Na igreja, um dos desdobramentos da sociedade humana, posto que o lado espiritualista do homem lhe é inerente, também é afetado por tais mudanças, sendo-lhe necessário a aplicação de princípios de administração, na medida em que se vê, a partir de meados do século XX, explosões de crescimento em suas membresias, perceptível nos dizeres de Portela, 2011, ao trabalhar o tema Planejamento Estratégico aplicado ao Crescimento de Igrejas, do qual se destaca:

... As instituições eclesiásticas deixaram de ser vistas apenas como um conglomerado de pessoas (...) ou seja, o ato de administrar e gerenciar uma organização religiosa estava ligado, de uma forma ou de outra, às questões espirituais. Faltava, porém, conhecimento técnico por partes daqueles que gerenciam as igrejas, além das técnicas de modelos de planejamento que poderiam alavancar melhores resultados para essas organizações. Ou seja, mesmo em se tratando de uma organização religiosa, com objetivos diferenciados, por se tratar de fé, mesmo assim, uma organização como qualquer outra, com deveres, direitos e obrigações. (Portela, 2011)

Saliente a necessidade de organização às igrejas, uma vez que se trata de um agrupamento de pessoas que tem objetivos comuns, mormente, o de evangelizar as nações, e à medida que crescem, precisam se organizar para melhor se auto-administrar, bem como, alcançar melhores resultados num tempo mais exíguo.

Tal necessidade fica patente nas declarações ditas pelo Pastor Adrien Bausells, Pastor Presbiteriano, que, atualmente, está experimentando participar, diretamente, da implantação de uma igreja, ao afirmar que:

Muitas igrejas históricas brasileiras pararam de crescer já faz algum tempo. Salvo raras exceções a metodologia de crescimento mais comum é a criação de pequenas congregações ou os chamados pontos de pregação (...) O resultado é que muitas destas iniciativas não dão certas ou demoram muitos anos até atingir as condições econômicas, numéricas e estruturais para poderem andar com as próprias pernas. Geralmente permanecem dependentes da igreja mãe para o resto da vida. (...) Não sou daqueles que vêem a igreja como uma empresa dirigida por tendências de mercado e buscando o sucesso a qualquer custo. Tão pouco acredito que estratégias usadas em um determinado projeto de plantação podem ser aplicadas da mesma maneira em

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qualquer outro lugar. (...) Entretanto, não podemos ignorar que estratégias são importantes e trabalham a nosso favor ao lado de muita oração e dependência do Espírito Santo. Após quase dois anos envolvido em um projeto de plantação de igreja, (...) posso tirar alguns direcionamentos básicos que se aplicam a todo projeto de plantação de igreja. (Bausells, s.l)

Daí a necessidade de aplicação de princípios de administração nas igrejas, não para torná-las empresas no sentido capitalista de ser, mais para melhor otimizar seus resultados, dentre os quais podem ser elencados conforme tópicos a seguir.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Portela, Simão Dias. Planejamento Estratégico aplicado ao Crescimento de Igrejas. 23 agosto de 2011. Disponível em: <http://www.artigosgospel.com/planejamento-estrategico-aplicado-a-crescimento-de-igrejas/>. Acessado em 20/05/2013.

NÓBREGA, Clemente. Taylor Superstar. Exame. São Paulo, v.30, n.20, set. 1997

RIBEIRO, Renato Vieira. Teorias da Administração. 1ª. Edição – Curitiba – IESDE BRASIL S.A, 2007.

MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia de. Teoria Geral da Administração. 2. ed. São Paulo: Thomson, 2004.

VICENTINO, Cláudio. História memória viva: idade moderna e contemporânea. [S.l.]: Scipione, 1994.

Raza, Cláudio. A Evolução da Administração. 25 mai 2005. Disponível em: http://www.livrosbrasil.com.br/det_artigoslivros.asp?id_artigos=151. Acessado em 17/05/2013.

MEGGINSON, Leon C.; MOSLEY, Donald C.; PIETRI, Paul H. Jr. Administração: conceitos e aplicações. São Paulo: Harbra, 1986.

LUGLIO, A. P. A. et al. Nasce a era do capital. In: CADERNO DE ADMINISTRAÇÃO. V. 13, N.2, p. 3-8, JUL/DEZ. 2007.

Bausells, Adrien. Plantar igrejas é a melhor estratégia de crescimento!. S. l. Disponível em: < http://www.ctpi.org.br/artigos.asp?artigo=21&x=1> Acesso em 20/05/2013.