Princípios de Exegese Bíblica

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Exegese Bíblica 1ª Aula Prof. Nelson Célio Rocha 1

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Teologia. Hermenêutica. Exegese Bíblica. Como extrair do texto bíblico a ideia original do autor, analisando textos e contextos mediatos e imediatos.

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  • Exegese Bblica1 Aula

    Prof. Nelson Clio Rocha*

  • Exegese BblicaPrincpios para a elaborao de Exegese nos textos do Antigo Testamento e do Novo Testamento

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  • O princpio de clareza e brevidadeDeve ser clara a explanao da Sagrada Escritura, porque ela em si clara. Isto se constitui uma virtude elevada. A exposio de um texto da Escritura deve ser claro e em si mesmo transparente; deve ser clara e concisa a exposio na ordem para ser claramente compreendida. Princpios*

  • O princpio que determina a inteno do autorA descoberta da inteno do autor tem como pressuposio a investigao do distintivo habitat lingustico especfico do autor. O habitat lingustico especfico do autor significa a sua maneira de escrever. O porqu da sua linguagem, a sua forma, que denotam a sua inteno. Se o exegeta no tiver essa percepo, no conseguir entender e muito menos passar a mensagem adiante.Diante disso, o que importa o fato do escrito ter sido inspirado por Deus, pelo Seu Esprito, e no a pessoa que foi tomada por Deus, pois ela foi apenas um mero instrumento para que o registro fosse elaborado.

    Princpios*

  • O princpio elementar de investigao das circunstncias histricas, geogrficas e institucionais preciso procurar estudar cuidadosamente a situao geogrfica e histrica, os costumes, instituies, e outros fatores que so relacionados ao texto bblico.

    Princpios*

  • Princpio do real sentido do relato ou da passagem deve ser colocado vista se a inteno do autor est sendo evidenciadaSeu real sentido tambm chamado sentido original, verdadeiro sentido, simples sentido, ou sentido gramatical. Esta tarefa somente pode ser efetuada atravs de um slido conhecimento das lnguas grega e hebraica.

    Princpios*

  • Investigar o contexto de uma passagemMuitos problemas exegticos podem ser explicados e corretamente definidos quando o intrprete investiga o contexto de sua passagem.A real fora de comentrios bblicos bem elaborados est em sua constante descoberta das distintas feies do ambiente do texto e a direo em que sua mensagem se move. Assim, se pode obter o sentido daquilo que foi escrito sob a inspirao do Santo Esprito de Deus.O texto no pode ser considerado fora de seu contexto, uma vez que existe uma inter-relao e uma integridade redacional.

    Princpios*

  • O princpio de que a exegese pode ir alm da redao bblico-literal Se a exegese for bem feita, pode ir alm de palavras, assim, ns devemos observar a precisa inteno relevante do autor, e na exposio firmada sua confivel inteno original.A nica questo como ns justificamos esse ir. preciso observar a viva explanao, verificar o que o texto quer dizer, e qual a inteno do autor. O que a Palavra quer dizer, verificando-se o intento do autor.

    Princpios*

  • O princpio de uma expresso metafricaO princpio de que o exegeta confronta um problema especial quando ele chega a interpretar uma expresso metafrica, uma figura de linguagem em que a coisa significada transferida para a figura de linguagem de maneira que deve ser cuidadosamente trabalhada fora. A metfora deve ser delimitada em dois lados. Ela no alegoria. No para ser entendida como hiprbole. As hiprboles pertencem ao reino da potica. Na metfora contm a expresso: Isto o meu corpo, o nome do sinal visvel colocado atracado coisa que est representada no sinal.

    Princpios*

  • O princpio do escopo de Jesus CristoAlgum que se desvie dessa oportunidade de se afadigar e estudar toda a sua vida, no vir a possuir um conhecimento verdadeiro. No devemos pensar que somos mais sbios do que a sabedoria de Deus. Em Cristo, temos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Col.2.3). Deve-se considerar que, Jesus Cristo observado como o critrio que explana toda a verdade cannica, ou ser assumido o contedo de um conhecimento prvio, que nos conduz em nosso trabalho de interpretao.

    Princpios*

  • Viso prtica para anlise Movimento para foraA exegese consiste em compreender o texto em sua forma e em sua essncia: compreend-lo como literatura (por meio da anlise literria), e como produto histrico cultural (por meio da anlise sociolgica).Para tanto, necessrio escolher um trecho do texto que tenha sentido completo (cuja palavra tcnica percope, um trecho do texto que tem sentido completo).

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  • IncioMeio FimPercope: texto que tem:*

  • Delimitao da percopeDelimitao interna da percope

    Para que a percope seja mais bem compreendida, importante perceber a sua delimitao interna, isto , onde a percope comea e onde termina, bem como sua estrutura interna, isto , as subunidades da percope.

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  • Para tanto se faz necessrio estar atento a alguns detalhes:

    Mudana de cenrio (atravs, por exemplo, de conectivos).Mudana de ao (mudana dos tempos verbais)Mudana de sujeitoMudana de personagensMudana de destinatrioMudana de assuntoMudana de vocabulrio

    Delimitao interna da percope*

  • Anlise de paralelosConsiste em observar os textos paralelos, por meio de percopes que tratam do mesmo assunto, no prprio livro que se est estudando ou noutros livros da Bblia, tanto do Antigo como do Novo Testamento.

    Delimitao externa da percope*

  • Anlise dos Fenmenos Literrios

    importante observar os fenmenos literrios mais importantes:Vocabulrio (palavras-chave do texto)Imagens e figuras literriasRepeties de frases e palavrasnfasesParalelismos (procedimento literrio de frases paralelas: sinonmico, antittico, progressivo ou sinttico.)Recursos de construo: palavras ou frases que organizam o documento ou texto: Assim diz...; No dia seguinte...;

    Delimitao externa da percope*

  • Anlise dos Fenmenos LiterriosQuiasmo: forma de organizar um texto por assunto; normalmente a parte central a parte enfatizada. Exemplo (Jo 6.37-39):

    a. Todos aqueles que o Pai me d viro a mim.b. e de modo nenhum jogarei fora aqueles que vierem a mim.

    c. Pois desci do cu para fazer a vontade daquele que me enviou e no a minha prpria vontade

    b. Quem me enviou quer que eu faa isto: que nenhum daqueles que o Pai me deu se perca,a. Mas que eu ressuscite todos no ltimo dia.

    Delimitao da percope*

  • Gnero Literrio e EstiloFaamos a distino entre gnero literrio e estilo, ainda que de modo sucinto. Uma distino necessria em face de uma tomada de entendimento, com o propsito de se poder melhor retirar do texto escriturstico inspirado a sua mensagem real.

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  • Gnero LiterrioO Gnero Literrio compreende o conjunto de textos que apresentam a mesma estrutura formal bsica, acrescidos de contedos ou outras caractersticas similares. Fala-se de gnero, portanto, quanto sobre ditos ou narrativas que apresentam um conjunto de formas idnticas, acrescidas de outros elementos comuns.Exemplos: ditos profticos, ditos sapienciais, ditos de seguimento, hiprboles e parbolas. No material narrativo temos os gneros dos relatos de milagres, das controvrsias, dos relatos da paixo, entre outros.*

  • EstiloO Estilo a criatividade do autor (ou da comunidade em que o texto foi produzido, por meio do seu crculo literrio), o jeito prprio de escrever dentro do Gnero Literrio escolhido, previamente conhecido naquela cultura.O estilo de um texto engloba toda a sua forma de apresentao, como introdues ou finais tpicos. E descries breves ou pormenorizadas dos eventos.

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