Exegese Gn

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Exegese Gn 29,9-14 1. INTRODUÇÃO O trabalho de exegese bíblica, aqui apresentado, tem por objetivo levar-nos a uma melhor compreensão do texto bíblico da perícope de Gn 29,9-12, apartir de uma tradução literal e um estudo mais criterioso que envolve a crítica literária, a crítica da tradição, a crítica da forma, a hermenêutica e a conclusão. Este trabalho, além de nos auxiliar numa melhor compreensão do texto e questão nos faz refletir sobre a função do pastor na lida com seu rebanho que se faz representar pelos líderes religiosos e a igreja ao qual ele é responsável. O trabalho de tradução está organizado da seguinte forma: Tradução literal, organização e mudança pessoal das palavras; Tradução João Ferreira de Almeida e Tradução da Bíblia de Jerusalém. 9 Ainda falar com eles e Raquel entrada/acesso com as ovelhas/rebanho falava quando chegou para seu pai, pois ele mesmo quem pastorear do ela era pastorea va. (Ainda falava com eles quando Raquel chegou com o rebanho do seu pai, pois ela era quem pastoreava). 10 E aconteceu que Jacó olhar/perceber, a Raquel, filha de Labão, irmão mãe avistou Raquel de sua e, com as ovelhas Labão, irmão mãe atrair/aproximar que estava de de sua Jacó aproximou-se e rolar a pedra de cima boca do poço e deu de beber as ovelhas de Labão

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Estudo exegético no primeiro livro da bíblia hebraica, o Gênesis. Um estudo introdutório.

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Exegese Gn 29,9-141. INTRODUÇÃO

            O trabalho de exegese bíblica, aqui apresentado, tem por objetivo levar-nos a uma melhor compreensão do texto bíblico da perícope de Gn 29,9-12, apartir de uma tradução literal e um estudo mais criterioso que envolve a crítica literária, a crítica da tradição, a crítica da forma, a hermenêutica e a conclusão. Este trabalho, além de nos auxiliar numa melhor compreensão do texto e questão nos faz refletir sobre a função do pastor na lida com seu rebanho que se faz representar pelos líderes religiosos e a igreja ao qual ele é responsável.   O trabalho de tradução está organizado da seguinte forma:            Tradução literal, organização e mudança pessoal das palavras; Tradução João Ferreira de Almeida e Tradução da Bíblia de Jerusalém.

                                                                                              

                                                                           

9Ainda falar   com eles      e      Raquel entrada/acesso  com as ovelhas/rebanho

falava                quando                   chegou                        

para seu pai,    pois ele mesmo       quem    pastorear           

do                            ela              era             pastoreava.

 

(Ainda falava com eles quando Raquel chegou com o rebanho do seu pai, pois ela era quem pastoreava).

 10 E aconteceu que Jacó olhar/perceber, a Raquel, filha de Labão, irmão         mãe

                                            avistou             Raquel                                   de sua                   

                    e, com as ovelhas        Labão, irmão            mãe   atrair/aproximar

    que estava                              de                        de sua        Jacó aproximou-se

    e rolar     a pedra   de cima    boca  do poço    e deu de beber as ovelhas de Labão

    e rolou                               da                                                    ao rebanho

    irmão de sua mãe.

(E aconteceu que Jacó avistou Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, que estava com as ovelhas de

Labão, irmão de sua mãe. Jacó aproximou-se e rolou a pedra de cima da boca do poço e deu de beber ao

rebanho de labão irmão de sua mãe).

 

                                                                

 11 E beijou      para/a Raquel Jacó ergueu a voz e lamentar-se.

                                                                               lamentou

(E beijou Jacó a Raquel, ergueu sua voz e lamentou).

 

 

 

 

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                   12 E anunciou Jacó para Raquel pois,       ele      irmão       seu pai     e pois, porque

   E Jacó anunciou                                 que     era           de                           e

filho de Rebeca. Ele     e correu   e disse para seu pai.

                           E ela     correu      

(E Jacó anunciou para Raquel que ele era irmão de seu pai e filho de Rebeca e ela correu e disse para seu

pai).

 

          

13 E aconteceu que Labão, ao ouvir as notícias/relatos     Jacó e correu ir ao encontro

                                                                                   sobre          correu    ao seu encontro

e abraçou-o     e tocou um ao outro/beijou e levou     para a sua casa             e contou

abraçando-o     e   beijando-o                     e o levou                           e Jacó    

para Labão   essas todas as coisas.

                     todas essas coisas.

(E aconteceu que Labão, ao ouvir as notícias sobre Jacó, correu ao seu encontro, abraçando-o e beijando-

o e o levou para a sua casa e Jacó contou para Labão todas essas coisas).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                            

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 14 E disse-lhe Labão: verdadeiramente você  osso meu  e          carne e habitar  com 

                                                                     é meu osso    minha         e habitou        ele

por um período      um mês.

                         De

(E disse-lhe Labão: verdadeiramente você é meu osso e minha carne e habitou com ele por um período de

um mês).

 

  

2. CRITICA TEXTUAL2.1. Aparato Crítico

A perícope de Gênesis 29, 9-14 não apresenta nenhum aparato crítico, motivo pelo qual este trabalho não faz nenhuma referência relacionada à crítica textual.

             

3. CRÍTICA LITERÁRIA3.1. Delimitação da perícopeIndicação do início da perícope         Conforme a explicação de Cássio Murilo Dias[1]existem alguns recursos de abertura ou de focalização que indicam o início de uma perícope. Ao analisar a perícope de Gn 29, 1-8, percebe-se que o diálogo que acontece entre Jacó e os pastores, a beira do poço com seus rebanhos, é interrompido pela “chegada” de uma nova personagem no versículo 9. Este tipo de mudança é classificado como actantes ou personagens e aponta para o término da perícope anterior, portanto, Gn. 29,1-8, dando início à perícope de Gn. 29,9-14. Existem outros elementos que apontam para o início de uma nova perícope no versículo nove, porém o elemento actantes ou personagem é o que melhor evidencia a mudança ocorrida.Elementos que surgem ao longo do texto         A perícope de Gn. 29,9-14, contêm algumas “ações” que dão ritmo e dinamizam o texto. No v. 10, quando Jacó avista Raquel, ele se aproxima, rola a pedra da boca do poço e dá de beber ao rebanho. No v. 11 Jacó beija a Raquel, ergue a voz e lamenta-se. Este lamento provavelmente faz referência à atitude de Jacó em ter tomado posse da benção de seu irmão Esaú, bem como tudo o que envolveu esta trama. No v.

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12 Jacó anuncia a Raquel que ele é irmão de Labão e Raquel sai correndo para contar para seu pai. No v. 13 Labão vai ao encontro de Jacó, o abraça, o beija e o leva para sua casa (retorno), e Jacó conta para Labão tudo o que acontecera. Neste momento o v. 13 parece concluir a perícope, delimitando o seu final, entretanto demarca somente o término de uma “ação” iniciada com o mesmo v. 13 quando Labão sai ao encontro de Jacó, retorna para a sua casa e ouve de Jacó tudo o que acontecera, provavelmente, tudo o que encontramos nas escrituras desde Gn.  27 – 29, 1-13.            O núcleo da perícope de Gn. 29, 9-14 é apontado pelas “ações” decorrentes no texto.Indicação do final da perícope         Ao término do episódio ou do argumento, outros indícios nos informam que a conclusão está próxima[2]. O elemento utilizado para estabelecer o final da perícope de Gn. 29, 9-14, ao qual estamos analisando, é o elemento “tempo”. Apesar do v. 13, conforme foi observado anteriormente parecer delimitar o final da perícope, esta delimitação final se dá no v. 14 em que a narrativa descreve que Jacó habitou com Labão por um “período de um mês”.

 3.2 Subdivisão do texto

 A.    Encontro de Jacó com Raquel

B.     Encontro de Labão com Jacó. 

 

 

3.3 Diagramação do texto 

9Ainda falava com eles quando Raquel chegou com o rebanhodo seu pai,

         pois ela era               quem pastoreava.10 E aconteceu que  Jacó avistou            Raquel,                           

                                                               filha                                                 de Labão,

irmão de sua mãe, que estava com as                                         ovelhas       de Labão,

irmão de sua mãe.   Jacó aproximou-se,

                                        roloua pedra de cima da boca do poço e

                                        deude beber ao                                    rebanho.                                               11 E   beijou

                                Jacó a                      Raquel,

                                        ergueusua voz

                                    e  lamentou.

                                     12 E Jacó anunciou para   Raquelque ele era             irmão de seu pai

e filho de Rebeca                                 e  ela        correu

                                                                          e disse para                              seu pai.                                                                                                                                          13E aconteceu que   Labão, ao ouvir

as notícias sobre     Jacó,                                                                                                      correu

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ao seu encontro,                                                                                                        abraçando-o

                                                                                                                                  e beijando-o

e o levou para a sua casa,

                            e Jacó  contou para                                                     Labão

todas essas coisas.

                                                                                                                                                                                                  14 E disse-lhe          

                                             Labão:

verdadeiramente você é meu osso e minha carne e habitou com ele por um período de um mês.         

3.4 Frases, expressões ou termos repetidos.

    lxer’ (r¹µ¢l)  A palavra Raquel ocorre quatro vezes na perícope e seu significado é “ovelha” adulta. Esse substantivo feminino é bastante antigo e cognato do acadiano laµru, mas sofreu metátese, ou transposição, um fenômeno não raro em palavras em que aparecem contiguamente os fonemas re ele. Ocorre quatro vezes no AT significando “ovelhas” (Gn 31.38); “duzentas ovelhas” (Gn 32.15;) um rebanho de ovelhas (Ct 6.6). A ocorrência mais importante está em Is 53.7, na grande profecia da expiação, “e, como ovelha (r¹µ¢l)muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”. Essa é a raiz do nome Raquel (r¹µ¢l).[3]     A palavra Labão significa “branco” e aparece cinco vezes na perícope. Descreve  (l¹b¹n) ָל�ָב�ן             

bode em Gn. 30.35 ‘!b’l'-rv,a](em que havia brancura); varas sem casca Gn. 30.37 !b’êL’h;(a

brancura); cavalos Zc. 1.8  ~ynI)b’l.W  (e brancos); Zc. 6.3 ~ynI+b’l. ~ysiäWs(cavalos brancos);  O leite ~yIN:ßvi-!b,l.W   (os seus dentes estão brancos); e a

infecção da lepra Lv. 13.13 !b”ßl’(branco). “O significado da palavra é teologicamente limitado. Na condição de cor que revelava infecção de lepra, ela podia representar apodrecimento e morte. Os cavalos brancos de Zacarias, particularmente em comparação com os cavalos brancos de apocalipse 6.2, pode ter o sentido da conquista militar. Em contraste, as vestes brancas defendidas pelo pregador estão associadas a

um hedonismo limitado Ec. 9.7-9. ~ynI+b’l.(alvas). Em Gn. 49.12 ~yIN:ßvi-!b,l.W(seus dentes estão brancos), a brancura é provavelmente descritiva e indica prosperidade e abundância.  Pegar pelo calcanhar, suplantar. Verbo denominativo (äqab`)  ָע�ַק3ָבAquele que vence em astúcia.” [4] (äqëb`)  עַק6ָב            “O emprego metafórico de `äqëbinclui idéias, tais como de um traidor que “levanta o calcanhar” contra Davi (Sl 41.9[10]), i.e., “demonstrando infidelidade e pouco caso”, e a de “iniqüidade no meu calcanhar” (lit., 49.5[6]; ARA, “iniqüidade dos que me perseguem”), com o sentido de seguir

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malevolamente os passos de alguém. A mais importante de todas as referências é a profecia de Gênesis 3.15, de que a humanidade há de alcançar vitória sobre Satanás e reconciliação com Deus pelo preço do Calvário, onde a serpente “ferirá o calcanhar do descendente da mulher.”[5]                                                     

bq[]Y: (ya`áqöb)  A palavra Jacó aparece seis vezes na perícope.              “Neto de Abraão e filho de Isaque. Quando empregado coletivamente refere-se as tribos de Israel, que descenderam dos doze filhos de Jacó”[6].            “Jacó, o segundo dos filhos gêmeos de Isaque, experimentou a preeminência já antes do nascimento (Gn 25.23; um exemplo da eleição Divina em geral, cf. Rm 9.11-13). Mas ele ganhou este nome pois, quando nasceu “segurava [simbolicamente] com a mão o calcanhar de Esaú” (Gn 25.26; Os 12.3[ 4]). Quando, mais tarde, adquiriu o direito de primogenitura (Gn 25.29-34) e roubou a benção de Isaque (Gn 27.1-29), Esaú exclamou: “Não é com razão que se chama Jacó  [ya`áqöb]? pois já duas vezes me enganou” (Gn 27.36)”.[7]            “No entanto em Betel, enquanto Jacó fugia de Esaú, Deus lhe assegurou que estava com ele e renovou a Aliança que previamente revelara a Abraão e a Isaque. Jacó fez então o voto de que, a partir daí Javé seria o seu Deus e receberia seus dízimos. Em seguida Deus, na pessoa do Anjo de Javé, presumivelmente Cristo pré-encarnado, encontrou-se com Jacó, com quem o Patriarca, literalmente, mas também em oração, lutou. Quebrantado por Deus, foi assim que Jacó alcançou sua derradeira vitória e benção espiritual, pois o anjo disse: “Não te chamarás mais Jacó [ya`áqöb, “suplantador], mas Israel, porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido. Os dois nomes, Israel e Jacó, tornaram-se designações honrosas para os descendentes do Patriarca  (Deus “ama Jacó”). E então, por fim, a benção se estende a todo o povo de Deus”. [8]                                                                                                                                                                                                                                    

!aco (tƒœ°n)  Rebanho de gado miúdo.         A palavra rebanho ou ovelha aparece duas vezes na perícope.            “(tƒœ°n) é o termo genérico para “gado miúdo”, constituído principalmente de ovelhas e cabras, mas a ênfase da palavra repousa sobre ovelhas. Ovelhas e cabras foram os principais animais na economia de Israel ao longo da história, especialmente durante o período patriarcal. Davam leite e carne. Com sua lã teciam-se panos que atendiam a diversas necessidades, e seu couro tinha muitos usos, inclusive o de coberta de tendas. A riqueza de uma pessoa era medida pelo tamanho de seus rebanhos. Abraãoo tinha um grande rebanho, e os rebanhos de Jacó e seus filhos eram tão grandes que pastavam desde Hebrom até Dotã. Achar água para os rebanhos era uma das maiores preocupações. Poços eram, por isso mesmo, locais importantes de encontros e também fontes de profundas discórdias.”[9]            “O pastor era responsável pelas ovelhas; ele tinha de arcar com o prejuízo de sua negligência, caso alguma delas se perdesse. Mas, se cumprisse com fidelidade a sua tarefa, toda ovelha perdida era prejuízo do proprietário.            As ovelhas frequentemente servem de símbolo do povo de Deus. A figura de linguagem indica que o povo é ingênuo e deve ser conduzido e protegido por um pastor compassivo. As ovelhas, de sua parte, têm a responsabilidade de atender à voz do seu Senhor. Quando se desviam, devem confessar o erro e voltar para o Senhor.”[10]                                     

xa’ (°¹µ)  Irmão. A palavra irmão aparece duas vezes referindo-se a Jacó como “irmão de Rebeca” e uma vez como “Jacó irmão de Labão”.            “Seu significado corresponde a “irmão, parente, companheiro do mesmo local, amigo”. Devido a vasta gama de significados e a prática da poligamia, é, as vezes, necessário descrever um irmão no sentido pleno do termo como filho da mãe de alguém.

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            Os descendentes mais remotos de um pai comuns são chamados irmãos. Assim “irmãos” ocorre juntamente com “filhos de Israel”. “Irmão” é usado de modo mais amplo com respeito ao sobrinho de Abraão, Ló, e o sobrinho de Labão, Jacó. O significado também inclui todos os filhos de Israel, de modo geral, conforme mostra o paralelismo com irmão. Este é, sem dúvida o pano de fundo do uso no NT de “irmãos” como companheiros na fé. Os compatriotas de Moisés, escravos no Egito, foram chamados “seus irmãos”.  Todos eram descendentes de Abraão e Jacó. Irmão também é usado por Jacó para se dirigir de modo educado a estrangeiros.”[11]                                                   

3.5 Uso das fontes            “O Livro do Gênesis está subdividido em dois períodos: A História dos primórdios (Cap. 1-11), e a História dos Patriarcas (Cap. 12-50). Neste período referente à história dos Patriarcas encontramos nos capítulos de 27-36 o Ciclo de Jacó.            Segundo G. von Rad[12], o Javista ampliou a seqüência narrativa preexistente: eleição dos Patriarcas – libertação do Egito – tomada da terra em três sentidos, qual seja: antepôs a história dos primórdios, ampliou história dos Patriarcas (Dt. 25,5ss só menciona um patriarca) e inseriu a revelação do Sinai. No entanto, esta concepção atribuiu um papel demasiado relevante ao Javista: dos três desenvolvimentos, dois, a ordenação dos Patriarcas em uma cadeia genealógica Abraão – Isaac – Jacó e a vinculação do evento da saída do Egito com a revelação no Sinai já ocorreram antes e, por isto, já são também do conhecimento do Eloista. Contribuição própria do Javista, em que é acompanhado apenas pelo posterior Escrito Sacerdotal, parece ter sido, porém, a anteposição da história dos primórdios (Gn. 1-11); o Eloista inicia apenas com a época dos Patriarcas e com isso decerto conservou o estágio traditivo mais antigo.”[13]              Conforme estudos realizados, o escritor Javista se interessa pela psicologia, particularmente pela das mulheres, e seus diálogos são notáveis pela precisão dos personagens e das emoções que ali se exprimem[14]. O autor Javista descreve um mundo que possui naturalmente uma interpretação religiosa das coisas, mas que não sabe identificar o autentico do sobrenatural e que hesita sobre os meios que permitam entrar em relação com ele. Tem um sentido do mistério; ele sabe que Deus está presente no mundo e na história, e que Ele comunica sua vida à humanidade que é pecadora, mas Deus não a abandona[15]. Outra característica do escritor Javista é que o dom de Deus é a benção garantida pela lei da sucessão que valoriza a liberdade em que o primogênito não é necessariamente o herdeiro.            Ao contrário do Javista, o escritor Eloista demonstra uma preferência pelos temas relacionados à Aliança. Mais interessado por aquilo que diz respeito à justiça de Deus, à sua palavra e a sua moral, do que pelas questões de legitimidade familiar, o Eloista tem uma característica mais jurídica do que o Javista.            A análise sobre estas duas fontes, Javista e Eloista, e as características distintas entre elas, reveladas através das pesquisas realizadas, nos possibilita afirmar que a fonte utilizada na perícope de Gn. 29, 9-14 é mais característica do escritor Javista.

4. CRÍTICA DA TRADIÇÃO

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            “Por volta da segunda metade do segundo milênio a.C surgiram as três tradições constitutivas para a auto compreensão do posterior povo de Israel: a promessa aos patriarcas, a libertação da servidão no Egito e a revelação junto ao Sinai. Na versão final que temos no AT, as tradições formam um continuumhistórico: os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó se inserem numa seqüência genealógica, os filhos de Jacó se multiplicam e constituem no Egito o povo de Israel.            Sobre a religião dos patriarcas existem apenas conjeturas. A solução clássica, hoje mais e mais questionada, detectou um tipo especial de religião da família ou clã que se enquadra bem na forma de vida dos nômades: a fé no Deus dos pais”.[16]            “O “Deus de Abraão”, o “Temor (parente?) de Isaque”, ou também “O Poderoso de Jacó”, não se vinculavam a nenhum santuário, mas se revelavam individualmente ao líder de um clã migrante, prometendo-lhe orientação no caminho, proteção, descendência e a pose de terras.            Segundo a exposição de Gênesis, os patriarcas se assentavam, durante suas migrações, em certos locais que se tornavam sagrados onde lhes eram concedidas as revelações de Deus.            Como seminômades os antepassados viviam com e de seus rebanhos de ovelhas e cabras (so’n= gado pequeno), de cujas peles também fabricavam suas tendas marrom-escuras. Os poucos mananciais de água eram objetos de conflitos e também de encontros. A vida dos seminômades parece ter sido determinada pela troca periódica das pastagens de meio em meio ano, entre a estepe e a terra cultivada.”[17]            Pelo fato da perícope de Gênesis 29,9-14 fazer referência a Jacó, um dos patriarcas, seminômades, podemos concluir que a tradição que envolve esta perícope e seus personagens é a “tradição da promessa aos patriarcas, que se inserem numa seqüência genealógica, proclamam a sua fé no Deus dos pais”, são seminômades que habitam em clãs e que economicamente vivem da criação de gados miúdos como ovelhas e cabras.

      5. CRITICA DA FORMA5.1  Estrutura do Texto A.        A chegada de Raquel (v. 9). B.        O encontro entre Jacó e Raquel (v. 10 – 12):            1. Jacó avista Raquel (v. 10);            2. Jacó beija Raquel (v. 11);            3. Jacó se apresenta para Raquel (v. 12a);            4. Raquel comunica ao pai (v. 12b)C.        Encontro de Labão com Jacó (v. 13 e 14):            1. Labão ouve as notícias de Jacó (v. 13a);            2. Labão vai ao encontro de Jacó (v. 13b);            3. Labão reconhece Jacó (v. 14). 

5.2 Explicação da Estrutura            O texto apresentado no v. 9 é a chegada de Raquel, que estava sendo aguardada por Jacó, enquanto ele conversava com os pastores.

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            Entre os versículos 10 e 12, o texto relata o encontro de Jacó com Raquel, as atitudes de Jacó, e por fim, a atitude de Raquel em resposta às atitudes de Jacó; já os versículos 13 e 14 relatam a atitude de Labão, que ouve as notícias sobre Jacó e vai ao seu encontro.            No versículo 14 o texto apresenta o encerramento sobre a narrativa dos encontros entre Jacó e Raquel, e entre Labão e Jacó, com Labão reconhecendo Jacó como seu parente. 

5.3 Forma do Texto            O texto pertence a um conjunto de perícopes que se desenvolve numa novela, mas que, também apresenta traços de uma saga de um clã ou de um povo.

5.4 Sitz in lebenou lugar vivencial            O Sitz in leben ou lugar vivencial é a Memória Familiar.   

 5.4 Intenção do texto         O texto se apresenta como um relato das atitudes de Jacó e seu interesse por Raquel; a atitude de Raquel diante dos fatos ocorridos no encontro entre ela e Jacó à beira do poço e a atitude de receptividade e hospitalidade de Labão para com Jacó. Em resumo, demonstra toda uma trama familiar que se desenvolve gradativamente em torno de três encontros.    

5.5 Autoria.A autoria do livro de Gênesis e de quase todos os livros do Pentateuco é anônima, porém a Tradição

atribuiu sua autoria a Moisés, enquanto que o Javista concorda com a argumentação de que Moisés tenha reunido apenas fragmentos dos escritos que viriam compor o Pentateuco. Não há traços do autor, o narrador não fala em primeira pessoa e nem participa dos fatos. Não expressa sua opinião, não demonstra suas emoções ou interfere na história dos personagens. Contudo, os personagens são escolhidos de acordo com o objetivo da obra, que tem direção e propósito bem definido: apresentar Israel e as raízes do judaísmo.              

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 5.6 Gênero Literário            Na leitura, sob um aspecto diacrônico, encontramos na crítica literária a “tradição histórica que aborda os relatos que querem dar a conhecer a ação de Deus na história de Israel a partir de uma releitura teológica. Ao analisarmos a perícope de Gn. 29, 9-14, não percebemos facilmente a presença de fatos que caracterizem sua tradição, porém essa perícope pertence a um conjunto de perícopes que formam o ciclo de Jacó. Ao analisarmos a perícope em questão, não isoladamente, mas como parte de um conjunto de perícopes, constatamos que o desenrolar dos fatos que formam este conjunto leva-nos a entender que se trata de uma novela.       Como qualquer relato histórico, o tempo da novela é o passado e trata de acontecimentos em série da vida pessoal e privada de um personagem, seus sentimentos e suas reações. Estes fatos são importantes por estarem relacionados diretamente ao povo, e a trama se desenvolve em três partes: No início ocorre uma situação de conflito ou tensão[18]; no meio o conflito se complica cada vez mais[19]; no fim acontece a resolução do conflito e esvaecimento das complicações[20].            A partir da analise desse conjunto de perícopes, é possível identificar, também, alguns traços de uma saga de uma tribo ou de um povo, pois esse tipo de tradição narra a história de um ancestral, real ou fictício, cujos traços essenciais e destino se prolongam em seus descendentes.            Em Metodologia da Exegese Bíblica[21], identificamos, na crítica da tradição, a utilização dos topói que oferecem elementos para desenvolver um raciocínio ou uma trama, e dentre os topóis descritos pelo autor encontramos um que diz respeito ao “motivo”. O motivo é uma situação típica que impulsiona e coloca em movimento, vários e semelhantes episódios, cada um de modo diferente. Dentre esses episódios encontramos o exemplo dos irmãos inimigos (Gn. 27,1 – 28,5; 33.1-17: Jacó e Esaú).    

    5.7 Comentário ExegéticoA Chegada de Raquel com o “rebanho” de seu pai.            O v.9 relata a chegada de Raquel com o rebanho de seu pai. Essa chegada é muito significativa no

texto, pois é a delimitação do início da perícope distinguindo-a da perícope anterior. lxer’ (r¹µ¢l)  A palavra Raquel ocorre quatro vezes na perícope e seu significado é “ovelha” adulta. Ocorre quatro vezes no AT significando “ovelhas” (Gn 31.38); “duzentas ovelhas” (Gn 32.15;) um rebanho de ovelhas (Ct 6.6). A ocorrência mais importante está em Is 53.7, na grande profecia da expiação, “e, como ovelha (r¹µ¢l) muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”. Essa é a raiz do nome Raquel (r¹µ¢l). O encontro entre Jacó e Raquel.            O encontro entre Jacó e Raquel tem início no v. 10, apresentando algumas das ações que dão rítmo ao texto. Jacó avista, se aproxima, rola a pedra da boca do poço e dá de beber ao rebanho. No v. 11 Jacó beija Raquel, ergue a voz e lamenta. E por fim, no v. 12, Jacó anuncia seu parentesco. O encontro desperta

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em Raquel duas ações: a de correr e a de dizer o que aconteceu a seu Pai. Esta atitude ocorre no v.12 e delimita o final do núcleo do texto.   O encontro entre Labão e Jacó.            Esse encontro é relatado nos versículos 13 e 14 e agora quem vem ao encontro de Jacó é Labão. As ações deste encontro partem de Labão para Jacó. Labão ouve o que Raquel lhe diz, corre ao encontro de Jacó, abraça-o, beija-o, e diz: “verdadeiramente é meu osso e minha carne” e Jacó habita com ele por um período de um mês. Esse período de um mês relatado no v. 14 é oelemento utilizado para estabelecer o final da perícope, e tal elemento é denominado “tempo”.            Toda a trama narrada nesta perícope gira em torno de três encontros: o encontro entre Jacó e os pastores, o encontro entre Jacó e Raquel e o encontro entre Labão e Jacó.   

     5.8 Considerações Finais            A perícope de Gn 29,9-14 apresenta vários fatos que devem ser analisados com muita atenção, pois revelam atitudes interessantes como, por exemplo, a aproximação de Raquel junto ao poço onde estava Jacó e os outros pastores, trazendo consigo o “rebanho” de seu pai Labão, pois era ela quem pastoreava. O

que chama a atenção neste episódio que ocorre no v. 9 é o fato de que lxer’ (r¹µ¢l)significa ovelha, e é justamente uma ovelha que pastoreia o “rebanho de ovelhas” de Labão. Na época, o pastor era responsável pelas ovelhas e tinha de arcar com o prejuízo de sua negligência, caso alguma delas se perdesse. Mas, se cumprisse com fidelidade a sua tarefa, toda ovelha perdida era prejuízo do proprietário. Dessa forma, a função de Raquel era uma função de extrema importância, pois cuidava daquilo que representava a riqueza de seu pai Labão.            A fonte Javista destaca em Gn 29,1-8 achegada de Jacó a Harran. Ele chega a um poço, presumivelmente o mesmo poço onde um servo de Abraão encontrou uma esposa para Isaque. Jacó, que pouco conversava, é descrito pelo autor como estando animado e tentando estabelecer um diálogo com os pastores. O diálogo concentra-se na inatividade dos pastores que não podem dar de beber ao rebanho enquanto a grande pedra que está sobre a boca do poço não for removida. Provavelmente essa pedra tinha a finalidade de garantir a igualdade de acesso ao limitado suprimento de água do poço e só podia ser removida quando todos os pastores estavam juntos. Quando Raquel chega, Jacó retira sozinho a pedra da boca do poço e da de beber às ovelhas de Labão. É o reverso do capítulo 24, quando Rebeca deu de beber aos camelos do servo. Ao remover a pedra, Jacó revela sua grande força e impressiona Labão.            Depois que Raquel informa a chegada de Jacó, Labão vai ao seu encontro para saudá-lo através das palavras “verdadeiramente és meu osso e minha carne”, (v.14). Essas palavras são ambíguas, podendo expressar o prazer de Labão por encontrar um parente ou então seu desapontamento por encontrar um parente em situação de pobreza. A Labão não restou nada além de oferecer-lhe abrigo; no entanto, em vista do tratamento que Labão dispensa a Jacó, é mais provável que a expressão indique desapontamento. O amor que Jacó sente por Raquel o deixa nas mãos de Labão, que o coloca como empregado. Jacó trabalha por sete anos sem nada receber, pois o único pagamento que almeja é casar-se com Raquel, contudo, assim como ele havia enganado seu pai que vivia na escuridão da cegueira, fazendo-se passar por seu irmão mais velho, foi exatamente na escuridão da noite e cego de amor, que Jacó, na noite de núpcias, foi enganado por Labão, que fez com que sua filha mais velha se entregasse no lugar da mais nova.  No primeiro ato de enganação, o filho mais moço se faz passar pelo filho mais velho enquanto que, no segundo ato de

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enganação, ocorre exatamente o contrário, a filha mais velha se faz passar pela mais moça. Nesse desenrolar da trama, o enganador torna-se o enganado.6. CRÍTICA SOCIOLÓGICA            Não existe a necessidade de apresentar uma crítica sociológica, pois o texto em questão não está voltado exatamente para questões políticas, econômicas, sociológicas e ideológicas. 7. HERMENÊUTICA (Aplicação Pastoral)            A exegese realizada a partir da perícope de Gn. 29,9-14 levou-nos à reflexão sobre a presença dos

termos que se repetem na perícope, a palavra lxer’ (r¹µ¢l) que significa “ovelha adulta” e a palavra !aco (tƒœ°n)  que significa rebanho de gado miúdo. Ao analisarmos a primeira palavra constatamos que se tratava de uma “ovelha adulta” cuidando de um “rebanho de gado miúdo”. Sob tal perspectiva, vale a pena promover uma associação com os nossos dias no que se refere à importância do serviço pastoral, em que a “ovelha adulta” (pastor) tem a incumbência de cuidar do “rebanho de gado miúdo” (membros da igreja).               Ao aproximarmos essa perícope à nossa realidade, enquanto exercemos a função pastoral, necessariamente devemos considerar que, diante de Jesus Cristo, o Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas, somos simplesmente “ovelhas adultas” que conduzem o “rebanho de gado miúdo” a um lugar seguro para se alimentar, saciar sua sede e descansar. Também é nosso dever zelar pela justiça e igualdade. Os pastores, com seus diferentes rebanhos, encontram-se em torno da mesma fonte e preservam a igualdade e o trabalho em conjunto, que tem por objetivo saciar, de maneira justa, a sede dos seus rebanhos.              A distinção entre ovelha adulta e rebanho de gado miúdo, evidente na perícope, orienta a nossa reflexão para o momento em que se dá essa distinção. Em que momento a ovelha se torna adulta e capaz de conduzir as demais ovelhas do rebanho? O meio acadêmico tem nos proporcionado um amadurecimento intelectual, tornando-nos mais adultos na fé quando comparados aos demais membros de nossa comunidade eclesial. Esse amadurecimento, uma vez reconhecido por aqueles que hierarquicamente são superiores a nós, em nossas comunidades eclesiais, permite-nos agora gozar de uma posição um tanto quanto elevada, pois deixamos de ser gados miúdos e assumimos agora a postura de ovelhas adultas, carregando conosco as responsabilidades e os deveres que competem a esse novo estado. No entanto, esse amadurecimento não deve nos transformar em líderes autoritários, e sim, em lideres que trabalham em função de seus liderados, abrindo caminhos e proporcionando os meios necessários para que mais e mais pessoas possam alcançar esse estado de liderança que certamente contribuirá para um melhor trabalho pastoral.                          Como condutores e responsáveis por nossos rebanhos, devemos desempenhar nossa função com responsabilidade, pois muito mais do que estar cuidando de animais, estamos cuidando de vidas humanas preciosas, compradas com o sangue de Jesus Cristo na cruz, motivo esse que exige do nosso trabalho muito mais responsabilidade do que era exigida dos pastores a que se refere Gn. 29,914.  As ovelhas frequentemente servem de símbolo do povo de Deus. A figura de linguagem indica que o povo é ingênuo e que deve ser conduzido e protegido por um pastor compassivo. As ovelhas, de sua parte, têm a responsabilidade de atender à voz do seu Senhor. Quando se desviam, devem confessar o erro e voltar para o Senhor. Ao desempenharmos nossa função pastoral, devemos estar conscientes de que arcaremos com os prejuízos de nossa negligência, caso alguma ovelha se perca; entretanto, se cumprirmos com fidelidade a nossa tarefa, toda ovelha perdida será prejuízo do proprietário, e em nosso caso, o proprietário é o próprio Deus.            Para concluir essa reflexão, aproximando a perícope à nossa realidade pastoral, podemos destacar a dupla função daquele que tem a responsabilidade de pastorear.

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             Enquanto pastores relacionando-se com outros pastores, nosso dever é o de estabelecer um diálogo saudável procurando, da melhor forma possível, preservar a integridade das ovelhas. Cabe a cada pastor empenhar-se, para que a exemplo dos pastores da perícope em questão, existam as possibilidades de um trabalho em conjunto, onde transpareça a importância de se unir em torno de um ideal, mesmo que para isso haja a necessidade de se quebrar determinados paradigmas que dividem e transformam o cristianismo em um cenário de conflitos e partidos.            Enquanto pastores relacionando-se com nossos rebanhos devemos nos preocupar com a valorização, formação, e inclusão daqueles que estão sob a nossa responsabilidade no projeto de salvação. Todos aqueles que estão sob os nossos cuidados tem o direito de se desenvolver espiritual e intelectualmente, para que posteriormente tenham consciência de sua capacidade e contribuam com a sua comunidade exercendo a função de líder, e cada um de nós, pastores, deve ter suficiente sensibilidade e necessária prudência para acompanhar esse desenvolvimento, e no momento oportuno destacar aqueles que alcançaram determinado grau de maturidade cristã para o serviço pastoral.                 

CONCLUSÃO            O trabalho apresentado neste estudo de exegese contribuiu para uma melhor análise e compreensão do processo de formação de um texto bíblico, bem como para o conhecimento de novas chaves de leitura. Através das pesquisas realizadas e de leituras minuciosas, os horizontes do conhecimento foram ampliando-se e a cada nova revelação e conclusão das etapas percorridas, a ampliação do olhar analítico fortaleceu as etapas subseqüentes, revelando as riquezas da exegese bíblica.               Analisar a perícope de Gn. 29,9-14 caracterizou-se como uma experiência muito produtiva e agradável. Retornar às fontes do texto, tendo como objetivo extrair ao máximo as intenções de seu autor, permitiu o entendimento do significado de cada frase, oração e bloco de texto, que representavam a vida, o costume e a tradição de um povo, que embora tão distante, pode se tornar para cada um de nós uma fonte rica em ensinamentos, enquanto observada com critérios.            Todas as etapas desta pesquisa foram muito significativas, principalmente no sentido de analisar um diálogo inserido em um contexto histórico muito remoto, aspecto esse que pode sugerir, em princípio, um estudo com pouca aplicabilidade. Contudo o oposto assume veracidade: o texto analisado dialoga com a

nossa realidade pastoral. Ao analisar o sentido dos termos lxer’ (r¹µ¢l) que significa “ovelha adulta”

e a palavra !aco (tƒœ°n)  que significa rebanho de gado miúdo e trabalhar a importância dessas duas palavras à luz da hermenêutica pudemos constatar que o ato de ser um pastor e o cuidado com o rebanho confiado exigem um cuidado muito superior ao que normalmente encontramos em nossas Igrejas.

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  Bibliografia 

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SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia da exegese bíblica.São Paulo: Paulinas, 2000.

[1]SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia da exegese bíblica.São Paulo: Paulinas, 2000. P. 70.

[2]SILVA, Cássio Murilo Dias da. Op.cit. p. 72.

[3] HARRIS, R. Laird (ORG). Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento (tradução de Márcio Loureiro

Redondo), São Paulo: Vida Nova, 1989. P. 1417

[4] HARRIS, R. Laird (ORG). Op. Cit. P. 767

[5] HARRIS, R. Laird (ORG). Op. Cit. P. 1160

[6]HARRIS, R. Laird (ORG). Op. Cit. P. 1161

[7]HARRIS, R. Laird (ORG). Op. Cit. P. 1162

[8]HARRIS, R. Laird (ORG). Op. Cit. P. 1162                

[9] HARRIS, R. Laird (ORG). Op. Cit. P. 1255

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[10] HARRIS, R. Laird (ORG). Op. Cit. P. 1256

[11] HARRIS, R. Laird (ORG). Op. Cit. P. 49

[12]SHIMIDT, Werner H. Introdução ao Antigo Testamento (tradução: Annemarie Höhn).  São Leopoldo, Sinodal, 1994.

[13]SHIMIDT, Werner H. Op. Cit. P???

[14]Podemos citar como exemplo dessa expressão emocional o v. 11 “E beijou Jacó a Raquel, ergueu sua voz e lamentou”.

[15]Como um exemplo bem característico do Deus que não abandona o pecador podemos citar o próprio Jacó que se faz passar

por seu Irmão Esaú, rouba-lhe a benção e prospera em suas investidas, apesar de alguns percalços. 

[16]SHIMIDT, Werner H. Op. Cit. P???

[17]SHIMIDT, Werner H. Op. Cit. P???

[18]O capitulo 27 de Gênesis relata a atitude de Jacó que se fez passar por seu irmão Esaú, e a descoberta dessa atitude que

leva Esaú a desejar a morte de seu irmão, dando inicio a uma situação de conflito e tensão, obrigando Jacó a procurar abrigo na

casa de seu tio Labão.

[19]Em Gn. 29,31-35 começa o conflito entre Lia e Raquel; em Gn. 31.1-44 acontece a perseguição de Labão a Jacó.

[20]Gn. 33 – O reencontro entre Jacó e Esaú e em Gn. 35,9-15 – Jacó, segundo a ordem de Deus, passa a se chamar Israel,

recebe a benção de Deus e institui a cidade de Betel segundo a promessa que havia feito a Deus. 

[21]SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia da exegese bíblica.São Paulo: Paulinas, 2000