Princípios Metodológicos de Atividade Física para Idosos

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    Princpios Metodolgicos de Atividade Fsica para Idosos

    Livro sobre os Princpios Metodolgicos de Atividade Fsica para Idosos adotados no GEPAFI, grupo depesquisa que atua na Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Braslia

    Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos

    Marisete Peralta Safons e Mrcio de Moura Pereira

    Faculdade de Educao Fsica UnB Faculdade de Educao Fsica UnB

    Marisete Peralta Safons e Mrcio de Moura Pereira

    Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos

    Faculdade de Educao Fsica UnB Faculdade de Educao Fsica UnB

    BRASLIA 2007

    Tel: (61)3321-1417(61)32-6351

    Conselho Regional de Educao Fsica da 7 Regio CREF7 Endereo: SGAN 604 conjunto C Clube deVizinhana Norte CEP: 70840-040 - Braslia-DF Site: w.cref7.org.br

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    Presidente Alex Charles Rocha Alexandre Fachetti Vaillant Moulin Alexander Martinovic Alexandre FachettiVaillant Moulin 1 Vice-presidente Andr Almeida Cunha Arantes Paulo Roberto da Silveira Lima CristinaQueiroz Mazzini Calegaro Elke Oliveira da Silva 2 Vice-presidente Geraldo Gama Andrade Marcellus R. N.Fernandes Peixoto Guilherme Eckhard Molina Joo Alves do Nascimento Filho 1 Secretrio Jos RicardoCarneiro Dias Gabriel Marcelo Boarato Meneguim Lcio Rogrio Gomes dos Santos Luiz Guilherme GrossiPorto 2 Secretria Marcellus Rodrigues N. Fernandes Peixoto Elke Oliveira da Silva Marcelo BoaratoMeneguim Mrcia Ferreira Cardoso Carneiro 1 Tesoureiro Paulo Roberto da Silveira Lima Jos Ricardo

    Carneiro Dias Gabriel Ramn Fabin Alonso Lpez Ricardo Camargo Cordeiro 2 Tesoureiro Telma de OliveiraPradera Alex Charles Rocha Waldir Delgado Assad Wylson Phillip Lima Souza Rgo

    Alexandre Fachetti Vaillant Moulin Cristina Quiroz Mazzini Calegaro Mrcia Ferreira Cardoso Carneiro Mrcio deMoura Pereira Telma de Oliveira Pradera

    Universidade de Braslia UnB Faculdade de Educao Fsica FEF Grupo de Estudos e Pesquisas sobreAtividade Fsica para Idosos GEPAFI Endereo: Campus Universitrio Darcy Ribeiro Gleba B Asa NorteCEP: 70910-970 Tel.: 3307 2252 Site FEF: w.unb.br/fef Blog GEPAFI: http://gepafi.blogspot.com

    Diretor: Prof. Dr. Jnatas de Frana Barros Vice Diretor: Prof. Dr. Jake do Carmo Chefe do Centro Olmpico:Profa. Dra. Marisete Peralta Safons Coordenador de Graduao: Prof. Dr. Alexandre Rezende Coordenador dePesquisa e Ps-Graduao: Profa. Dra. Ana Cristina de David Coordenador de Extenso e AtividadesComunitrias: Prof. Dr. Andr T. Reis. Coordenador de Prtica Desportiva: Prof. William Passos

    Editores CREF/DF e FEF/UnB/GEPAFI

    Autores

    Marisete Peralta Safons Doutora em Cincias da Sade pela UnB

    Mrcio de Moura Pereira Mestre em Educao Fsica pela UCB

    Editorao Eletrnica Aderson Peixoto Ulisses de Carvalho

    Reviso Fernando Borges Pereira

    Publicao CREF7

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Safons, Marisete Peralta.

    Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos / Marisete Peralta Safons; Mrcio de Moura Pereira -Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007.

    110 p.:il. ISBN 978-85-60259-02-1

    1. Educao fsica para idosos. 2. Metodologia do ensino. 3. Esporte e educao. I. Pereira, Mrcio de Moura. I.Ttulo.

    CDU 796.4-053.9 Ficha Catalogrfica elaborada pela bibliotecria Jeane Ramalho CRB1/1225

    UNIDADE 1 NOES DE DIDTICA 7

    1.1. Planejar Preciso 81.2. Pilares do Planejamento 1

    3

    1.3. Reflexes Finais16

    UNIDADE 2 O PAPEL DO PROFESSOR: QUEM ENSINA? 17

    2.1. Competncias necessrias a um educador de idosos 18

    2.2. Reflexes Finais 26

    UNIDADE 3 OBJETIVOS: POR QUE EDUCAO FSICA PARA IDOSOS?273.1. Propostas pedaggicas de um programa para idosos 2

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    3.2. Objetivos em um Plano de Curso para idosos 32

    3.3. Reflexes Finais 35

    IDOSO? 36

    4.1. Epidemiologia do Envelhecimento 37

    4.2. Fisiologia do Envelhecimento 41

    4.2.1. Um novo paradigma para o envelhecimento 41

    4.3. Fisiopatologia do envelhecimento: doenas prevalentes43

    4.3.1. Doenas Cardiovasculares 4

    4.3.2. Doenas Ortopdicas e Reumatolgicas 45

    4.3.3. Doenas Metablicas 47

    4.3.4. Quedas: doena ou sintoma? 49

    4.4. Reflexes Finais 52

    5.1. Prescrio do exerccio para o idoso 545.1.1. Princpios da prescrio 5

    5.1.2. Orientaes gerais para uma prescrio 575.1.3. Escala de Borg no controle da Intensidade do Exerccio 605.1.4. Orientaes especficas para uma prescrio 625.2. Cuidados com as doenas prevalentes e riscos durante a aula825.3. Reflexes Finais 83UNIDADE 6 METODOLOGIA DE TRABALHO 846.1. Estratgias ou mtodos de trabalho 856.2. Trabalhando a Aptido Fsica com segurana 876.3. Avaliando resultados de um programa 86.4 Recursos 966.4.1. Espao Fsico 96

    6.4.2. Equipamentos e Materiais 966.4.3. Secretaria 986.4.4. Parcerias 96.5. Emergncias: Primeiros Socorros 9

    6.6. Reflexes Finais 102

    SUMRIO UNIDADE 4 FISIOPATOLOGIA DO ENVELHECIMENTO: QUEM O ALUNO UNIDADE 5 FISIOLOGIA DO EXERCCIO: O QU PRESCREVER PARA IDOSOS?53 7.BIBLIOGRAFIA................................................................................................................103

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    UNIDADE 1 NOES DE DIDTICA

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    Apresentao Nesta unidade demonstraremos que um professor eficaz planeja, organiza e se mantm umpasso frente. Comearemos contextualizando a prtica pedaggica de quem trabalha com atividade fsicapara idosos dentro das dimenses histricas e sociais das quais estes alunos provm. Depois passaremos conceituao dos pilares do planejamento, identificando cada ator ou atividade do processo pedaggico.

    Ao trmino do estudo desta Unidade, voc dever ser capaz de:

    Localizar o ensino de atividades fsicas para idosos enquanto prtica pedaggica, visando educao e sade dos alunos; Entender a importncia do ato de planejar;

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    1.1. Planejar Preciso

    O professor que assume um grupo de idosos para orientar atividades fsicas precisa saber que seu trabalho estinserido em uma realidade com fortes componentes histricos e sociais.

    Historicamente, seu aluno faz parte de uma populao que nasceu na primeira metade do sculo X. Ele fazparte da primeira gerao industrial brasileira, que veio de um Brasil rural, agrcola, que se urbanizou e semodernizou a uma velocidade astronmica. Este aluno vem de um pas com altas taxas de analfabetismo,alguns deles inclusive permaneceram analfabetos e tornaram-se parte do grupo de idosos, que hoje freqentaos programas de atividades fsicas comunitrios.

    Nestes grupos tambm no raro descobrir que, mesmo para quem tem formao superior, a escolarizao foium processo to penoso quanto para a maioria: alguns no tinham escolas onde moravam, outros no tiveramdinheiro para manterem-se na escola, outros se mudaram tantas vezes acompanhando a famlia em busca deemprego que perderam anos de estudo, enquanto outros, por necessidade ou falta de oportunidade, aindapermaneceram na roa at a idade adulta e no puderam ir escola.

    No aspecto social preciso lembrar que enquanto o Brasil buscava seu desenvolvimento do ponto de vistaglobal, individualmente tambm os cidados buscavam crescimento. Essa gerao, hoje idosa, trabalhou muito:construiu as grandes fbricas, as grandes estradas, as grandes hidreltricas, as grandes metrpoles deste pas.Esta gerao mudou a capital federal, transformou a

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    Essa gerao realmente trabalhou muito, lutou, mudou a cara do Brasile se

    agricultura em agroindstria. Essas pessoas trouxeram a televiso para o pas e foram os primeiros a ver oBrasil ganhar uma copa do mundo de futebol. So filhos de uma guerra mundial e viveram a maior parte da vidaem uma ditadura, mas tambm foram os primeiros a derrubar um presidente, a lutar por eleies diretas,defender o divrcio, lutar pela igualdade feminina e pelos direitos humanos, contra o racismo, contra aexcluso...a favor da natureza. aposentou.

    E o corpo destes indivduos? O corpo desta gerao foi excludo: coisificado pelas cincias da sade,adestrado pela educao, alienado pela poltica, demonizado pela religio. Objeto de trabalho, instrumento detransporte e palco de conflitos. Este corpo no teve acesso educao fsica escolar na infncia e adolescncia

    (nem no ensino noturno, que boa parte freqentou, normalmente no foram ministradas aulas de educaofsica) e na idade adulta este corpo no teve tempo para se exercitar, nem para o jogo, o esporte ou o lazer.

    Este corpo aos sessenta anos espoliado, cansado, frgil e com um repertrio pequeno de movimentos (s fazbem os movimentos relacionados ao trabalho). Muitas vezes este corpo apresenta-se com doenas associadasao sedentarismo (obesidade, hipertenso, cardiopatias, colesterol alto, diabetes tipo I, reumatismos) e,normalmente, com dores no corpo, muita dor (na coluna, nas pernas, nos braos, na cabea...). Isso sem contaroutras dores, tais como a da solido, do abandono, da pobreza, da falta de atendimento especializado, dodesrespeito a direitos bsicos ou da violncia onipresente.

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    O professor que assume um grupo de idosos para orientar na prtica de exerccios fsicos precisa ter essas

    realidades bem claras ao propor as atividades. preciso saber que nenhum exerccio proposto se reduz ao atomecnico de mover um brao ou uma perna.

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    J um professor que no se preparou e no planejou, jamais saber porque um aluno progrediu e outro no. Damesma forma que no poder afirmar com segurana que uma morte no foi causada por impercia de seutrabalho s porque ela no aconteceu durante a aula.

    Estas reflexes nos levam concluso de que Planejar preciso, no s por motivos tcnicos, mas tambmticos: conscincia tranqila e certeza do dever cumprido no tm preo. Assim, um bom planejamento foca osrecursos na direo da conquista dos objetivos; evita que o trabalho se torne rotineiro e repetitivo; previne os

    riscos do improviso e aumenta a segurana das prticas.

    Em seu planejamento, um professor bem preparado deixa claro QUEM faz O

    QU e POR QUE, PARA QUEM e COMO, determinando ainda procedimentos de AVALIAO paraacompanhar o processo. Este professor sabe que a parte mais importante de seu planejamento ser a tarefa deexecut-lo. Ele sabe tambm que o Plano A pode no funcionar na hora, mas como tem tudo planejado, temsempre um Plano B preparado com antecedncia. Assim nunca ter que improvisar e

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    dedicar-se- mais aos alunos e tarefa pedaggica, trabalhando sempre prximo ao ESTADO DA ARTEprofissional.

    1.2. Pilares do Planejamento

    O planejamento visa ao. um processo dinmico de coordenao de esforos e recursos, dentro dasatividades de ensino e aprendizagem, que permite ao professor prever e avaliar a direo da ao principal,determinando rumos de aes alternativas, servindo ainda para auxiliar o professor a tomar decises racionaistecnicamente embasadas.

    Quem faz

    O qu faz

    Para quem faz

    Por que faz

    Como fazer ((metodologia))

    Ao planejar uma aula ou projeto de atividades fsicas para idosos preciso especificar claramente: quem vaifazer o qu, para quem e por que, a fim de determinar o como fazer (a metodologia de trabalho). precisotambm especificar instrumentos de avaliao para acompanhamento e controle da atividade desde o incio.

    No caso de um programa de atividades fsicas para idosos cada item colocado acima corresponderia a: Quemfaz o profissional de educao fsica;

    Por que faz so as justificativas tericas e os objetivos para o programa ou para cada aula (sade, educao,esporte, lazer, etc.); Para quem faz o aluno idoso;

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    O qu faz so os contedos de Educao Fsica (atividade fsica, exerccios, esporte, jogos, etc.);

    Como faz a metodologia de trabalho adaptada para idosos, so as aulas propriamente ditas, prescritas eministradas aos idosos.

    Avaliao: instrumentos de acompanhamento e controle do aluno, da atividade e do programa a fim deverificar questes como: quem o aluno? Que atividades podem ser desenvolvidas com ele neste lugar? Otreinamento atingiu os objetivos? Por quanto tempo sero mantidas as estratgias atuais? Sero necessriosajustes? Onde?

    Por ser dinmico o planejamento no se resume ao plano de curso e aos planos de aula, metodicamente

    executados e jamais alterados. Na verdade ele se conclui por aproximaes sucessivas, sofrendo influncias otempo todo da realidade qual est sendo aplicado. Por isso a avaliao est presente o tempo todo, inclusivedurante a execuo das tarefas.

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    O planejamento deve expressar os objetivos do programa de exerccios e antever os meios para alcanar ospropsitos, racionalizando a utilizao dos recursos e otimizando a tarefa principal da educao que oprocesso ensinoaprendizagem.

    Isto deve ser feito por escrito, em um caderno, pasta de planos avulsos (em papel ou arquivadas emcomputador) ou em qualquer outro meio que o professor considere vlido para escrever, guardar, recuperar,estudar e refazer seus planos.

    No exemplo do caderno, pode-se ter um caderno para cada disciplina que se pretenda ministrar. As pginasiniciais so reservadas para o plano de curso e as seguintes ficam destinadas aos planos de aula. O plano decurso aquele mais geral, que resume os principais pontos que nortearo o desenvolvimento do

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    programa e a confeco dos planos de aula. J o plano de aula mais especfico e deve prever o queacontecer em cada aula.

    Nas prximas unidades voc aprender como estruturar o seu planejamento.

    H vrios modelos, voc no precisar seguir exatamente o sugerido neste curso, mas h algumas informaesque no podem faltar em um plano, independente do modelo. Lembre-se: planejar muito importante, faz partedas atribuies de um professor. Alm disso, pensar sobre cada aula tambm uma forma de demonstrar seuafeto e sua ateno para com seus alunos.

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    1.3. Reflexes Finais

    Fim da primeira etapa! Aps o contato com estas informaes iniciais, importante, neste momento, parar etentar perceber qual foi o entendimento que voc teve dos assuntos. A qual concluso voc chegou a respeitoda viso da atividade fsica para idosos como prtica pedaggica? Qual foi o seu entendimento a respeito daimportncia do ato de planejar? O que voc aprendeu a respeito dos pilares do planejamento? Diante destas

    reflexes, como voc tem pensado a sua prtica com os idosos?

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    UNIDADE 2 O PAPEL DO PROFESSOR: QUEM ENSINA?

    Apresentao Neste captulo nos concentraremos no estudo das competncias necessrias a um professorque pretenda trabalhar com a educao para idosos gerando aprendizagem significativa e de qualidade,utilizando o movimento como instrumento pedaggico. Veremos tambm que a capacitao profissional no definitiva, tendo um prazo de validade a partir do qual se torna obsoleta, sendo sempre necessrio atualizarinformaes, conceitos, tcnicas e materiais: s isso manter o professor dentro da realidade.

    Ao trmino do estudo desta Unidade, voc dever ser capaz de:

    Reconhecer a importncia da capacitao profissional para o trabalho com idosos;

    Descrever as competncias bsicas necessrias a quem trabalha com atividades fsicas com idosos;

    Discutir questes relativas a aprofundamento tcnico e terico, atuao reflexiva, educao continuada,produo de conhecimento, e comunicao pedaggica.

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    2.1. Competncias necessrias a um educador de idosos

    A formao do professor que trabalha com educao fsica dever priorizar o desenvolvimento de certascompetncias importantes para o trabalho esportivo voltado para qualquer idade, mas que se tornamindispensveis no caso do professor que atenda a idosos.

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    Medeiros (2004) aponta seis competncias necessrias ao profissional que orienta a prtica de atividadesfsicas: 1. Conhecimento da educao fsica no contexto da educao e da sociedade 2. Conhecimento tcnico-terico-filosfico a respeito da pessoa humana 3. Capacidade reflexiva para analisar os diversos fenmenos quecompem a prtica cotidiana 4. Capacidade de realizar sua formao continuada 5. Capacidade de produzirconhecimento 6. Capacidade de comunicar-se com seus interlocutores

    Com o objetivo de prestar sempre o melhor atendimento no trabalho com idosos, cada uma dessas reas de

    competncia da proposta de Medeiros pode ser objeto permanente de estudo e aprofundamento por parte doprofessor.

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    1. Conhecimento da Educao Fsica no contexto da Educao e da Sociedade

    A Atividade Fsica realizada separadamente do processo maior de Educao do aluno acaba por se reduzir auma prtica alienada. A Educao Fsica um elo na cadeia maior da Educao (outros contedos, outrasdisciplinas), da Sade (outros servios na rea da sade fsica, mental e social) e da Formao do Cidado.

    Por isso sempre bom ter em mente que embora o Exerccio promova

    Educao e Sade, ele sozinho, NO EDUCA TOTALMENTE, NEM CURA OU PREVINE TODOS OS MALES.

    O professor precisa ter conhecimentos mnimos das reas relacionadas ao seu trabalho e das possibilidades deorientao e encaminhamento a fim de fazer de suas aulas um efetivo momento de educao. Sem taisconhecimentos sua prtica se torna isolada, afastada da realidade, reduzindo-se ao papel de distrair os idosos,tir-los de casa, leva-los para tomar sol.

    Sem saber onde a atividade fsica se insere no contexto da educao e da sociedade o professor no utiliza seupotencial, faz um trabalho alienado e ainda oferece populao idosa um servio que no gera benefciosmaiores de sade em longo prazo, nem autonomia, incluso social ou cidadania.

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    2. Conhecimento Tcnico-Terico-Filosfico a respeito da pessoa humana

    O professor que vai trabalhar Atividades Fsicas com idosos precisa desenvolver um arsenal de conhecimentospara compreender questes relacionadas corporeidade do idoso.

    Do ponto de vista tcnico necessrio ter formao bsica em educao f sica (anatomia, fisiologia geral e doexerccio, didtica, psicologia da aprendizagem), conhecimentos de Sade (epidemiologia, fisiopatologia, sadepblica), Domnio do Esporte ou Atividade que pretende ensinar, conhecimentos de Administrao Esportiva,conhecimentos de Psicologia aplicada atividade fsica ou esportiva, etc.

    Do ponto de vista terico e filosfico preciso ter uma compreenso mais ampla da realidade na qual seutrabalho est inserido. Da serem necessrios conhecimentos mnimos de histria, sociologia, antropologia,filosofia, tica, poltica, etc.

    Tudo isso auxiliar o professor a entender os mecanismos da EXCLUSO DO

    IDOSO em nossa sociedade e a propor alternativas viveis para reverter essa situao a partir do seu trabalhocom exerccios fsicos, auxiliando o idoso em seu trabalho de se encontrar como SER HUMANO IDOSO(cidado, pai ou me de famlia, amigo, amante, profissional, consumidor, CIDADO).

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    3. Capacidade Reflexiva para analisar os diversos fenmenos que compem a prtica cotidiana

    O professor precisa ser capaz de contextualizar os contedos, levando em conta idade, sexo e condies fsicasdos alunos; clima e outras caractersticas geogrficas do local em que as atividades so desenvolvidas; os

    aspectos culturais, gostos regionais, etc. Deve tambm ser capaz de fazer referncia a situaes concretas aoensinar um exerccio (tal movimento melhora tal atividade da vida diria).

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    Deve ainda ser capaz de evitar a fragmentao do conhecimento, mostrando que o exerccio no um fim emsi, mas um meio, promovendo assim a interdisciplinaridade e trabalhando os temas transversais.

    4. Capacidade para Realizar a Formao Continuada

    O conhecimento no definitivo, a cada 3 ou 4 anos o volume de conhecimento em todas as reas de trabalhosimplesmente DOBRA. Portanto, para manter-se atualizado preciso fazer releituras e atualizaes constantes.

    Para isso preciso estudar sempre, ler muito (livros, revistas, jornais, da sua rea e de outras), assistircriticamente a filmes e documentrios (e at novelas de TV, pois para quem busca o conhecimento criticamente,qualquer texto pode iniciar uma discusso produtiva).

    Outra estratgia conversar com outros professores, buscar superviso ou coordenao de colegas maisexperientes, fazer visitas tcnicas para conhecer

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    abordagens utilizadas pelos colegas, conversar com os alunos buscando ver a realidade a partir dos olhares dequem j idoso a fim de propor novas aes focadas em suas necessidades.

    5. Capacidade para Produzir Conhecimento

    Estreitar a relao entre o ofcio de ensinar e o hbito de pesquisar. Levar para a discusso profissional (fruns,encontros, seminrios, congressos, cursos, etc.) as dificuldades e solues inovadoras observadas em suaprtica pedaggica socializando o conhecimento ou ainda lanando questes-problema para futuros estudos.

    O resultado imediato desta atitude se reflete em toda a classe profissional, melhorando mtodos eprocedimentos, diminuindo riscos e contribuindo para o sucesso profissional na forma de um melhor servio populao.

    Outros resultados na forma de publicao de artigos cientficos e livros, apresentao de trabalhos emcongressos e elaborao de cursos tambm podero advir da introduo da atitude cientfica, curiosa, no ofciode ensinar.

    6. Capacidade para Comunicar-se com seus interlocutores

    a utilizao consciente e intencional dos recursos da FALA PEDAGGICA, que pode ser entendida como umconjunto de discursos orais e corporais ou no verbais (gestual, atitudinal, comportamental) colocado a servioda dinamizao dos contedos. O professor no deve resumir sua fala aos contedos cognitivos, nem apenas acomandos verbais: preciso falar ao aluno por inteiro.

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    No trabalho com idosos a ateno a esse dilogo pedaggico pode explicitar questes interessantes a respeitoda formao do professor, gerando algumas situaes problema.

    H, por exemplo, o caso do professor desatualizado para o trabalho com idosos, mas carismtico, com grande

    habilidade na utilizao da fala oral sempre acompanhado por uma multido de alunos entusiasmados.Considere que nesta situao o professor est feliz, satisfeito com seu desempenho e os alunos tambm,absolutamente satisfeitos com o trabalho do qual fazem parte. Onde est o problema? Do ponto de vistamotivacional, do talento verbal do professor, absolutamente nenhum, boa parte dos professores do mundotrabalha para atingir este nvel de desempenho na fala oral.

    O problema situa-se em outro aspecto do discurso, aquele denominado noverbal. preciso lembrar que esteprofessor um professor de educao fsica, que o aluno matriculou-se em um programa de educao fsica eque, portanto, no dilogo pedaggico alm de se falar s emoes e ao intelecto do aluno, no se podeesquecer de falar ao corpo, aos ossos, articulaes e msculos, ao corao, artrias e sangue, aos hormniose neurotransmissores.

    Se este dilogo falhar, todo o processo pedaggico falhar e no final o prprio corpo do aluno denuncia estafalha, este fracasso pedaggico, falando durante a avaliao.

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    nesta hora que, sem utilizar uma nica palavra da fala oral, o aluno diz que no melhorou a flexibilidade, afora, a capacidade aerbia, o equilbrio, a coordenao, a presso arterial ou o peso. Nesta hora o professorprecisar ser muito bom na fala oral para explicar ao aluno por que, depois que ele veio a todas

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    as aulas e participou de todas as atividades, os resultados prometidos no foram atingidos.

    No extremo oposto temos o professor extremamente capacitado tecnicamente para falar com todas asestruturas anatmicas e funcionais atravs do movimento, meticulosamente planejado e acompanhado, masque fala pouco com o aluno do ponto de vista verbal. Considere que nesta situao o professor est feliz,plenamente satisfeito com seu desempenho e os alunos (normalmente 1 ou 2) tambm completamentesatisfeitos com o atendimento que recebem. Onde est o problema? Do ponto de vista tcnico, f isiolgico,absolutamente nenhum, o aluno est mais forte, mais flexvel, mais resistente ao esforo aerbio, maissaudvel. Boa parte dos professores do mundo trabalha e estuda muito at atingir este nvel de competnciapara falar com o corpo.

    O problema situa-se em outro aspecto do discurso, aquele denominado verbal. preciso lembrar que esteprofessor um professor de educao fsica, que o aluno matriculou-se em um programa de educao fsica eque, portanto, no dilogo pedaggico alm de se falar ao corpo do aluno, no se pode esquecer de falar semoes e ao intelecto, tornando a prtica motivante, envolvente, ldica, divertida, prazerosa, gregria,comunitria (lembre-se que a solido, a depresso e o isolamento so problemas prevalentes em idosos,portanto, privar o idoso da oportunidade de participar de um grupo, de estreitar laos e de fazer amizadessomente se justifica se suas condies de sade exigirem isolamento ou atendimento individualizado).

    Se este dilogo falhar, todo o processo pedaggico falhar e no final o prprio corpo do aluno denuncia estafalha, este fracasso pedaggico, falando com sua

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 24

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    ausncia s aulas ou durante a avaliao, relatando que no melhorou nos aspectos psicossociais.

    Estes dois exemplos so situaes fictcias extremas, mas que podem levar o professor que trabalha comidosos a reavaliar como tem explorado os diversos aspectos de sua fala pedaggica, levando-o tambm arefletir sobre a necessidade de investir parte dos esforos da educao continuada no desenvolvimento decompetncias relacionadas s diversas opes de comunicao com seus alunos.

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 25

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    2.2. Reflexes Finais

    Ao terminar esta unidade preciso parar e refletir sobre alguns dos temas abordados: 1 - o que voc pensa arespeito da importncia da capacitao profissional para o trabalho com idosos? 2 - Como voc se v comrelao s competncias bsicas necessrias a quem trabalha com atividades f sicas com idosos? 3 - Comovoc avalia os servios prestados aos idosos em sua comunidade a partir dos conhecimentos que agora possuia respeito da preparao profissional para o exerccio desta atividade?

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 26

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    UNIDADE 3 OBJETIVOS: POR QUE EDUCAO FSICA PARA IDOSOS?

    Apresentao Nesta unidade discutiremos algumas das questes tericas (pedaggicas, filosficas econceituais) relativas proposio de atividades fsicas para idosos. O convite para a reflexo a respeito dosrumos que um professor pretende dar ao seu programa e s propostas educacionais que pretende defenderperante o aluno e a sociedade.

    Ao trmino do estudo desta Unidade, voc dever ser capaz de:

    Situar sua prtica pedaggica dentro do universo das polticas pblicas, das recomendaes de organizaesde sade e do conselho profissional;

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    Refletir sobre os por qus, os objetivos maiores que fundamentam as suas propostas educacionais para osidosos;

    Discutir os possveis entendimentos de questes como autonomia, independncia fsica e envelhecimento ativo;

    Redigir parte de um Plano de Curso para uma proposta de uma atividade fsica para idosos, justificando aproposta e especificando alguns objetivos.

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 27

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    3.1. Propostas pedaggicas de um programa para idosos

    Um dos grandes desafios da Educao Fsica hoje atuar preventivamente na comunidade, combatendo osedentarismo e melhorando a sade da populao (CONFEF, 2002).

    De acordo com a Carta Brasileira de Educao Fsica (CONFEF, 2000), o profissional da Educao Fsicadever lanar mo de todos os meios formais e noformais (exerccios, ginsticas, esportes, danas, atividadesde aventura, relaxamento, etc.) para educar o ser humano para a sade e um estilo de vida ativo.

    Este documento sugere que o trabalho educativo a partir do movimento deve estabelecer relaes tambm com

    o Lazer, a Cultura, o Esporte, a Cincia e o Turismo e tem compromissos com as grandes questescontemporneas da Humanidade como a incluso dos idosos e das pessoas portadoras de necessidadesespeciais, o combate excluso social, a promoo da paz, a defesa do meio ambiente e a educao para acidadania, democracia, convivncia com a diversidade (tnica, sexual, cultural, religiosa, etc.).

    Tambm a Organizao Pan-americana da Sade (2005), atravs de sua representao no Brasil, divulgou odocumento Envelhecimento ativo: uma poltica de sade, no qual procura dar informaes para a discusso eformulao de planos de ao que promovam um envelhecimento saudvel e ativo, visando sensibilizar todosaqueles responsveis pela formulao de polticas e programas ligados ao envelhecimento (governos, entidadesno-governamentais, setor privado).

    Segundo este documento manter a autonomia e independncia durante o processo de envelhecimento umameta fundamental para indivduos e governantes. Alerta tambm que no conceito de envelhecimento ativo, apalavra ativo no se refere unicamente a manter o idoso fisicamente ativo e saudvel. Braslia: CREF/DF-

    FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 28

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    Embora estes tambm sejam objetivos a se perseguir, preciso ter o entendimento de um idoso ativo nosentido mais amplo de ser participativo.

    Um programa deve se preocupar em preparar as pessoas idosas para a participao contnua nas questessociais, econmicas, culturais, espirituais e civis, e no somente para serem fisicamente ativas. precisoeduc-las para saber que podem continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros,comunidades e pases - mesmo estando aposentadas, mesmo com alguma doena ou alguma necessidadeespecial.

    Na legislao brasileira h artigo especfico com relao atuao do poder pblico quanto "ao incentivo e criao de programas de lazer, esporte e atividades fsicas que proporcionem a melhoria da qualidade de vidado idoso e estimulem sua participao na comunidade" (Lei n 8.842/1994 art. 10 inciso VII - alnea e).

    Estes posicionamentos de Conselho Profissional, Organizao de Sade e

    Estado brasileiro deixam claro que no h dvida quanto necessidade de se implantar programas deatividades fsicas para idosos.

    Do ponto de vista acadmico, entretanto, surgem questes a respeito das questes pedaggicas, levandodiversos estudiosos a se debruar sobre o problema de quais seriam as caractersticas destas atividades, quefundamentos tericos e que objetivos especficos embasariam e justificariam uma proposta de programa deatividades fsicas para idosos.

    Para OKUMA (2004) uma proposta pedaggica de atividades fsicas para idosos deve situar seus objetivos paraalm das questes da aptido fsica e da sade, que so colocadas como meios e no como fins. O foco real da

    proposta deve ser o desenvolvimento do ser idoso e para este trabalho sugerem-se sete

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 29

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    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    princpios que tm por base uma Educao que abra para o aluno idoso um leque de perspectivas para: 1. oautoconhecimento 2. a autonomia 3. o aprender contnuo e atualizao 4. a descoberta de competncias 5. serresponsvel 6. usufruir do meio ambiente 7. a fruio e prazer

    processo educativo que ensina s pessoas os conhecimentos sobre

    Segundo esta pesquisadora a educao fsica : movimento humano e os procedimentos/habilidades paramelhor-lo e/ou mant-lo, de forma a otimizar suas potencialidades e possibilidades motoras de qualquer ordeme natureza, adaptando-se e interagindo com o meio ambiente, para ter qualidade de vida.

    Numa outra abordagem, mas dentro de foco semelhante, MIRANDA, GEREZ e VELARDI (2004) sugerem serimportante superar o paradigma biomdico na hora de se propor um programa de exerccios visando autonomiapara idosos.

    Dentro da viso biomdica, autonomia sinnimo de independncia fsica: basta um idoso manter-sefisicamente independente (cuidando de sua sade biolgica e treinando suas capacidades fsicas) para serconsiderado autnomo. Embora no neguem a importncia da independncia fsica para a autonomia, asautoras convidam o professor a refletir se uma prtica centrada no paradigma biomdico no estaria limitandoas possibilidades educacionais de um programa de atividades fsicas para idosos. Levantam a questo de que,na hora de propor atividades para idosos, uma abordagem que conceba sade de maneira mais abrangente

    possivelmente ajude o professor a ampliar os limites do que pode ser

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 30

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    considerado ser autnomo, incluindo at mesmo o idoso fisicamente frgil e o idoso deficiente fsico comopassveis de alcanar autonomia.

    mesmo na presena de alguma limitao fsicaNeste caso a autonomia passa a

    Esta abordagem baseada no conceito de Promoo da Sade (biopsicossocial) e utiliza a educao fsicacomo uma das estratgias de Educao em Sade. Esta viso estimula o professor a propor atividades queajudem o aluno a descobrir recursos para ser autnomo e continuar a manter o controle sobre vida, serconcebida no s a partir da independncia fsica, mas como algo que envolve reflexo, tomada de deciso e

    escolhas conscientes.Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 31

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    3.2. Objetivos em um Plano de Curso para idosos

    As reflexes que se fazem sobre educao e sobre a importncia da atividade fsica como meio na educao deidosos autnomos precisam, no final, se articularem com as atividades que pretendemos desenvolver dentro deum programa e isto se faz atravs da confeco de um Plano de Curso.

    durante a redao do Plano de Curso que o professor vai se questionar a respeito de como tornar importantee estimulante cada atividade e contedo para a vida diria de seu aluno, como dividir com eles a filosofia, aviso de mundo e concepo de envelhecimento que embasam a proposta pedaggica. durante a redao

    deste Plano tambm que o professor vai se perguntar a respeito de que espao fsico, equipamentos materiaisnecessitar. Tambm neste momento que ele vai se questionar a respeito de como avaliar se o programaest dando resultado ou no.

    Ao redigir o plano de curso, o professor muitas vezes se perde ou no articula os diversos componentes,esquecendo que o plano de curso resume e organiza os objetivos e as grandes aes para um perodorelativamente longo de tempo, como um semestre ou ano. Esta confuso pode ser evitada seguindo-se algumasregras simples.

    Primeiro importante saber que, no Plano de Curso, a fundamentao terica o centro da redao. Portanto ajustificativa, os objetivos gerais e os objetivos especficos devem estar explicitados claramente, enquanto quecontedos, estratgias, avaliao, equipamentos, etc. precisam apenas ser sugeridos em linhas gerais (poissero mais bem descritos nos planos de aula).

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 32

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    A justificativa situa o programa, atividade ou modalidade proposta dentro de uma proposta pedaggica, de umafilosofia de trabalho, de uma viso de mundo e de envelhecimento que nortearo o trabalho.

    Os Objetivos Gerais referem-se s grandes alteraes que se pretende implementar junto aos alunos ao longode um perodo de treinamento (um trimestre, um semestre ou um ano).

    J os Objetivos especficos apontam para alteraes mais exatas, mais definidas (fisiolgicas, psicolgicas,

    sociais) que se quer verificar em cada aluno durante as aulas ou dentro de uma unidade do curso. O seuenunciado j deve levar o professor a pensar em contedos e estratgias, pois neles j se consegue divisaraspectos mais operacionais, instrucionais, do trabalho que se pretende realizar.

    Ao redigir os objetivos preciso estar atento ao fato de que devem especificar os comportamentos esperadosdo aluno (e no do professor) e devem tambm especificar claramente a inteno do professor (no dandomargem a muitas interpretaes).

    Para redigir um Plano de Curso o professor deve conhecer bem o aluno (sua realidade, suas expectativas enecessidades), precisa estar bem fundamentado teoricamente, para justificar e propor objetivos para o trabalho,e necessita estar bem fundamentado tecnicamente (para propor atividades, escolher estratgias, metodologiase avaliao, prever necessidades de espao, equipamentos, materiais e ainda estar preparado para prevenirriscos e acidentes). O planejamento deve considerar ainda uma anlise detalhada do espao fsico em queacontecero as aulas. Conhecer previamente o espao onde sero desenvolvidas as atividades fundamentalpara um bom planejamento.

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 3

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    Embora existam modelos diferentes para redigir um Plano de Curso, observe na sua redao se foramcontempladas as informaes mnimas necessrias explicitadas no esquema abaixo:

    Atividade proposta: Pblico alvo: Professor:

    Durao do treinamento: semanas,meses

    Justificativa: defesa terica na necessidade e viabilidade do programa dentro de uma proposta pedaggica

    Objetivos: gerais e especficos explicitando resultados que se pretenda observar

    Contedos a serem adquiridos e desenvolvidos pelos alunos para alcanarem os objetivos

    Metodologia e recursos que facilitem o processo de ensino e aprendizagem

    Avaliao: Instrumentos de que possibilitem verificar, de alguma forma, at que ponto os objetivos foramalcanados.

    AULA N Contedos DATA

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 34

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    3.3. Reflexes Finais

    Essa parte do curso trabalhou com algumas noes bem tericas por um lado e outras diretamente ligadas prtica por outro e ambas sero importantes no ato de planejar. Talvez alguns conceitos que ainda no lhesejam familiares, pois os tpicos relacionados a contedos, metodologia, recursos e avaliao sero objeto deestudo aprofundado nas prximas unidades, eles foram apresentados sumariamente nesta unidade com afinalidade de permitir que voc j comeasse a pensar em um esboo do seu Plano de Curso.

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 35

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    UNIDADE 4 FISIOPATOLOGIA DO ENVELHECIMENTO: QUEM O ALUNO IDOSO?

    Apresentao Nesta unidade conheceremos melhor o nosso aluno. Quem o idoso em nossa sociedade?Ser verdade que o nmero de idosos est aumentando? Como que uma pessoa envelhece? O indivduo que

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    envelhece mais sujeito a doenas? Discutiremos essas questes a partir da epidemiologia, da fisiologia e dapatologia, numa abordagem voltada para as questes do envelhecimento.

    Conhecer o aluno fundamental para o planejamento. Sem esse conhecimento, corre-se o risco de pensarprimeiro na atividade e depois procurar que tipo de idoso se encaixa nela: o que acaba por se tornar umaatividade de excluso na prtica. Portanto, a partir do conhecimento do aluno, de sua realidade e de suasnecessidades que se comea a traar os objetivos de cada aula, e a partir do aluno que se escolhe contedos

    e metodologia de trabalho.

    Ao trmino do estudo desta Unidade, voc dever ser capaz de:

    Analisar a realidade na qual est inserido o seu aluno idoso, a partir das noes tericas de epidemiologiaaplicada ao envelhecimento;

    Compreender os mecanismos pelos quais o processo de envelhecimento atua sobre o seu aluno idoso, a partirdas noes tericas de fisiologia aplicada ao envelhecimento;

    Conhecer as principais doenas a que esto sujeitos seus alunos idosos, a partir das noes tericas depatologia aplicada ao envelhecimento.

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 36

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    4.1. Epidemiologia do Envelhecimento

    No Brasil, os idosos representam 8,5% do total da populao. Caso sejam mantidas as taxas atuais decrescimento, provavelmente at 2025 o pas contabilize cerca de um quinto de sua populao no grupo dosidosos. Isso gera, desde j, demandas para os Sistemas de Sade, Previdencirio e tambm para toda asociedade, devido s caractersticas e necessidades especiais desse segmento, mormente no que tange atividade fsica (OLIVEIRA, 2002).

    Alm das perdas sociais e cognitivas, ao envelhecimento est associada uma srie de outras perdas nos nveisantropomtrico, neuromotor e metablico, capazes de comprometer seriamente a qualidade de vida do idoso(MAZZEO et al., 1998).

    Os efeitos dessas perdas comeam a se fazer notar a partir dos 50 anos de idade, ocorrendo a uma taxaaproximada de 1% ao ano para a maior parte das variveis da aptido fsica. Na antropometria detecta-seaumento do peso corporal, diminuio da estatura e aumento da gordura corporal, em detrimento da massamuscular e da massa ssea. O envelhecimento tambm acompanhado de menor desempenho neuromotor,explicado pela diminuio no nmero e no tamanho das fibras musculares, levando a uma perda gradativa dafora muscular. Quanto s variveis metablicas, o principal efeito deletrio sobre a potncia aerbia quediminui mesmo nos idosos ativos (MATSUDO, MATSUDO e BARROS NETO, 2000).

    A fraqueza muscular pode diminuir a capacidade para realizar as atividades da vida diria, levando o idoso dependncia. Alm disso, conforme se perde fora aumenta-se o risco de traumas em conseqncia dasquedas. Resultados semelhantes tambm so observados a partir de perdas significativas na flexibilidade(BAUMGARTNER, 1998; GUIMARES, 1999). Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 37

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    As perdas na potncia aerbia tambm esto relacionadas maior morbidade e mortalidade por doenascrnicas e degenerativas, doenas metablicas, infarto agudo do miocrdio, acidentes vasculares cerebrais,demncia, depresso, dentre outras (NIEMAN, 1999).

    Do ponto de vista epidemiolgico, embora este quadro de perdas e sua associao ao desenvolvimento dedoenas crnicas e incapacidades seja prevalente na populao idosa de todo o mundo, isso no quer dizer queesta seja a nica via pela qual esta populao chega velhice.

    Examinado sob a tica puramente biolgica, sabe-se que o envelhecimento um processo natural e acontececom todas as espcies de forma semelhante. Entretanto, sabe-se tambm que, no caso do ser humano, esteprocesso fortemente influenciado pelos aspectos psicolgicos, sociais, histricos, filosficos, polticos,antropolgicos, que fazem o ser humano ser quem ele hoje, viver como vive hoje, envelhecer como envelhecehoje.

    Este modo de ser humano revela-se exteriormente como um conjunto de crenas, valores, atitudes, posturas ehbitos de vida que caracterizam cada grupo social e cada populao humana. J evidente hoje que algunsgrupos envelhecem seguindo uma via diferente daquela que termina em doena, incapacidade ou perda de

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    autonomia. O diferencial entre as pessoas pertencentes a estes grupos que, embora elas apresentem algumaperda, elas envelheceram de maneira saudvel e apresentam nveis de autonomia significativamente superioresaos do que se esperava verificar em idosos antigamente (CANADO e HORTA, 2002).

    Uma explicao provvel para esta realidade relaciona-se ao estilo de vida dessas pessoas. Verifica-se queesses idosos de alguma forma (consciente ou inconscientemente) fizeram algumas escolhas e promoveramalgumas alteraes no

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 38

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    seu estilo de vida que correspondem exatamente quilo que preconizado atualmente, em todas as reas dasade, como fundamental para se viver muito e com qualidade.

    Gentica Ambiente Sist. Sade

    As alteraes no estilo de vida, como a adoo de hbitos sadios tais como a incluso de exerccios fsicos ealimentao balanceada; ao lado da extino de outros hbitos nocivos sade, tais como o estresse, oexcesso de calorias, o tabagismo e o alcoolismo esto hoje entre as principais orientaes para uma melhorqualidade de vida e maior longevidade. Essa prescrio fundamenta-se em um estudo realizado porPAFFENBARGER et al. (1993), comparando qual o peso dos hbitos de vida no adoecimento e morte de 17.0universitrios acompanhados pelo tempo de 1 a 15 anos. Verificou-se que 50% dos adoecimentos e bitosnesta populao estiveram relacionados a alteraes negativas nos hbitos de vida adotadas aps a sada dauniversidade (tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade). Este estudo foi repetido no mundo todo,avaliando boa parte das doenas conhecidas e a concluso foi a mesma: os hbitos de vida tm um grandepeso no processo que leva as pessoas a adoecerem e morrer.

    Dentre os novos hbitos a serem adquiridos, a participao em atividade fsica regular desempenha importantepapel. Est estabelecido que a maior parte dos efeitos negativos atribudos ao envelhecimento deve-se, naverdade, ao sedentarismo, que leva ao desuso das funes fisiolgicas por imobilidade e m

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 39

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    adaptao e no esto diretamente relacionados nem ao avanar dos anos ou com o desenvolvimento dasdoenas crnicas (OLIVEIRA et al., 2001).

    O envelhecimento favorece a implantao de um quadro de perdas e incapacidades no idoso sedentrio, mas aatividade fsica contribui diretamente para a manuteno e incremento das funes do aparelho locomotor ecardiovascular, amenizando os efeitos do desuso, da m adaptao e das doenas crnicas, prevenindo partedessas perdas e incapacidades (SINGH, 2002).

    Verifica-se, portanto, que do ponto de vista epidemiolgico e da sade pblica, j existe consenso noreconhecimento dos benefcios advindos da prtica regular de exerccios fsicos pelos idosos, tanto nosaspectos fisiolgicos como psicossociais, proporcionando melhorias significativas na auto-estima e na qualidadede vida dessas pessoas.

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 40

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    4.2. Fisiologia do Envelhecimento

    4.2.1. Um novo paradigma para o envelhecimento

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    Para que se entenda a ao da atividade fsica no organismo de pessoas na terceira idade, torna-se necessriocompreender o qu, fisiologicamente, acontece com o corpo humano que envelhece.

    Autores como CANADO e HORTA (2002), consideram o sistema nervoso central (SNC) o sistema biolgicomais comprometido no processo de envelhecimento, sendo o responsvel pelas sensaes, movimentos,funes psquicas entre outros, alm das funes biolgicas internas. O comprometimento deste sistemapreocupa pelo fato de no dispor de capacidade reparadora eficiente, nem rpida, ficando este sistema sujeito

    ao processo de envelhecimento atravs de fatores intrnsecos (genticos, sexo, circulatrio, metablico, radicaislivres, etc.) e extrnsecos (ambiente, sedentarismo, hbitos de vida como, tabagismo, drogas, radiaes, etc.).Estes fatores acabam exercendo uma ao deletria no organismo ao longo do tempo.

    MATSUDO (2001) atribui evoluo etria e ao sedentarismo a diminuio da capacidade fsica das pessoas.Alteraes psicolgicas acompanham este processo, como sentimento de velhice, estresse, depresso. Areduo das atividades fsicas de vida diria tambm contribui para deteriorar o processo de envelhecimento.Para esta autora, o desuso das funes fisiolgicas o principal problema do envelhecimento.

    HAYFLICK (1996), alerta, que diminuies e perdas so coisas distintas porque dependem muito de como aspercebemos:

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 41

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    "Com a idade, nossa pele pode perder sua suavidade e adquirir rugas. Do ponto de vista da funo da pele, que encobrir nossos rgos e nos proteger do meio ambiente, no importa muito se nossa pele suave ouenrugada. O pessimista v a mudana como negativa e a classifica como perda; o otimista v a mudana comopositiva e a chama de ganho. Da mesma forma o cabelo branco uma mudana normal da idade que no afetaa sade. Se uma perda ou um ganho, depende do ponto de vista sob o qual este fato vivenciado.

    Estas colocaes nos fazem lembrar do estereotipo de que homens de cabelos brancos so charmosos,enquanto que as mulheres, em sua grande maioria, costumam recorrer a tcnicas diversas no sentido deesconder o branco passar do tempo sobre suas cabeas.

    preciso que se entenda que o envelhecimento por si s no uma doena e que a maior parte das pessoasidosas no tem uma sade debilitada. O envelhecimento est acompanhado de mudanas fsicas e assimaumenta a possibilidade de desenvolver enfermidades crnicas. Porm, a idia de que tudo piora na velhice

    uma imagem negativa e estereotipada (HAYFLICK, 1996).

    Na opinio de RAMOS (2002), o que est em jogo na velhice a autonomia, a capacidade de determinar eexecutar seus prprios desejos. Para este autor, a capacidade funcional surge como um novo paradigma desade e passa a ser resultante da interao multidimensional entre sade fsica, sade mental, independnciana vida diria, integrao social, suporte familiar e independncia econmica. Qualquer uma dessas dimenses,se comprometida, pode afetar a capacidade funcional do idoso. O bem-estar na velhice, ou sade num sentidoamplo, seria o resultado do equilbrio entre as vrias dimenses da capacidade funcional do idoso, semnecessariamente significar ausncia de problemas em todas as dimenses.

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 42

    SAFONS, M.P.; PEREIRA, M.M. Princpios Metodolgicos da Atividade Fsica para Idosos.

    A OMS define incapacidade como uma restrio ou falta de capacidade para realizar uma atividade da maneiraou dentro da amplitude considerada normal para um ser humano.

    Diversos estudos revelam que o idoso tem menos medo de morrer do que se tornar fisicamente dependente,conforme evidenciado por seu forte desejo de permanecer independente (BUCHNER et al., 1992).

    4.3. Fisiopatologia do envelhecimento: doenas prevalentes

    De acordo com (NIEMAN, 1999), aproximadamente 85% das pessoas idosas apresentam uma ou mais dasseguintes doenas ou problemas de sade, que necessitam ser considerados no planejamento da atividadefsica para esta populao: Artrite e Artrose (48%); Hipertenso arterial (36%); Cardiopatias (32%);Comprometimento da audio (32%); Comprometimentos ortopdicos (19%); Catarata (17%); Diabetes (1%);Comprometimento visual (9%); Alzheimer (de 4 a 1%).

    artrite

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    prevalncia (%) hipertenso cardiopatias audio ortopdicas catarata diabetes visuais alzheimer

    Braslia: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 43

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    4.3.1. Doenas Cardiovasculares

    Doena Cardiovascular a designao genrica para diversas doenas que acometem o corao e os vasossangneos. Dentro desta denominao se encontram: a hipertenso arterial; a doena coronariana (ou doenacardaca coronariana), doenas cerebrovasculares, doenas vasculares perifricas, etc. Sabese hoje que ocolesterol alto e o sedentarismo representam riscos maiores para o desenvolvimento dessas doenas que aobesidade e o tabagismo.

    coester ol alto se dentaris ob esidad hipe rtens ta bagi smo

    Risco relativo: sedentarismo x cardiopatias Perigos da hipertenso arterial

    Dentre as doenas cardiovasculares, deve ser dado cuidado especial

    Hipertenso Arterial devido sua morbidade (capacidade para desencadear outras doenas).

    A Presso Arterial normal de 120X80 mmHg (popularmente dito 12 por 8), mas ela pode variar numa faixa quevai de 90X60 mmHg (ou 9 por 6) at 140X90 (ou

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    14 por 9) mmHg e ainda ser considerada aceitvel para aqueles sem outros fatores de risco para doenascardiovasculares.

    O primeiro valor denominado Presso Arterial Sistlica (PAS ou presso mxima), ele torna-se perigoso paradesencadear problemas cardiovasculares quando est acima de 140 mmHg (acima de 14).

    O segundo valor denominado Presso Arterial Diastlica (PAD ou presso mnima), ele torna-se perigoso

    quando est acima de 90 mmHg (acima de 9).Quando pelo menos um dos valores est elevado, o indivduo apresenta hipertenso arterial (presso alta).

    4.3.2. Doenas Ortopdicas e Reumatolgicas

    As principais doenas ortopdicas e reumatolgicas que atingem os idosos so: osteoartrite, osteoporose,lombalgia e dor crnica.

    A osteoartrose (AO) a forma mais comum de artrite. uma doena crnica que afeta as articulaes,msculos e o tecido conjuntivo. Afeta mais pessoas do sexo feminino (2/3 dos casos relatados) e prevalenteem idosos (70% apresentam testes radiolgicos positivos para a doena e, destes, pelo menos 50%desenvolvero os sintomas clnicos).

    Os sintomas mais comuns so: inflamao (dor, calor, rubor, edema), rigidez, limitao de movimentos

    (seqelas de calcificaes, atrofias, etc), incapacidades (diversos nveis). Tudo isso leva o idoso :

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    dor e rigidez por longos perodos; dificuldade para andar, subir escadas, levantar-se da cama ou cadeira,entrar e sair de carro, carregar objetos; perda de independncia e de qualidade de vida.

    b) OSTEOPOROSE

    A Osteoporose definida como uma desordem esqueltica que compromete a fora ssea e aumenta do riscode fratura das reas afetadas. A fora ssea reflete a integrao entre a densidade mineral ssea e a qualidadessea. A diminuio da fora ssea indica que os ossos esto mais porosos, mais frgeis e, portanto, maisfceis de quebrar. Entretanto, at acontecer a primeira fratura a pessoa no sabe que portadora da doena,por isto a osteoporose considerada uma doena silenciosa.

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    A massa ssea do adulto reflete o acmulo de tecido sseo ocorrido durante o crescimento. A massa ssea avaliada atravs da densitometria ssea, um exame que compara a massa ssea do indivduo examinado coma mdia da densidade mineral ssea de adultos jovens. O resultado dado em T-Score que mostra o quanto oindivduo se aproxima ou afasta daquela mdia. Segundo a OMS a osteoporose definida quando o T-Score igual ou inferior a -2,5, dentro dos escores possveis: 1. normal: T-Score 1,0 2. osteopenia: T-Score < 1,0 e> 2,5 3. osteoporose: T-Score 2,5

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    A doena progride lentamente e raramente apresenta sintomas. Se no for avaliada a massa ssea aosteoporose ser percebida apenas quando surgirem as primeiras fraturas. Os locais mais comuns de fraturasso as vrtebras. As fraturas que se correlacionam com maior mortalidade e perda da independncia so asfraturas de quadril.

    Apesar de acometer mais as mulheres idosas, por volta de 13 % dos homens acima dos 50 anos podemapresentar algum tipo de fratura por osteoporose e as fraturas de quadril nos homens associam-se a maiormortalidade do que nas mulheres. Ou seja, as mulheres sofrem mais fraturas que os homens, mas os homensmorrem mais em decorrncia destas fraturas.

    c) DOR CRNICA

    Sabe-se que a dor crnica prevalente em idosos, podendo atingir at 71,5% destas pessoas em algumaspopulaes. Vrios estudos tm demonstrado que o fenmeno da dor no depende apenas do grau de leso,podendo ocorrer inclusive na ausncia de leso orgnica (BROCHET et al., 1998; PEREIRA e GOMES, 2004;HARTIKAINEN et al., 2005).

    Os pontos de dor mais comuns so: Ombro, Cotovelo, Punho, Mo e Coluna Lombar.

    4.3.3. Doenas Metablicas

    Doena Metablica o termo genrico utilizado para as doenas causadas por algum processo metablicoanormal. Uma doena metablica pode ser

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    congnita (devido a alguma anormalidade gentica herdada) ou pode ser adquirida (devido a alguma doena oudisfuno endcrina).

    As doenas metablicas mais comuns em idosos so: dislipidemias (colesterol e triglicerdeos);

    hiperuricemia (gota e hipertenso);

    distrbios do metabolismo do ferro (anemia e sobrecarga de ferro);

    desequilbrio hidroeletroltico (desidratao, desequilbrio do sdio e do potssio); desequilbrio cido-bsico(alcalose e acidose);

    transtornos do metabolismo da glicose (hipoglicemia, hiperglicemia e diabetes) e sndrome metablica. Asdoenas metablicas produzem sintomas diversos, que comprometem a qualidade de vida e o desempenho nasatividades da vida diria. Sem os devidos cuidados e tratamento, elas evoluem para estados mais graves epodem levar ao bito.

    Durante o exerccio, elas so as maiores responsveis por tontura, formigamento, fraqueza, viso turva, nusea,sncope, queda, parada cardaca e morte sbita.

    O controle dessas doenas necessita da combinao de tratamento mdico, acompanhamento nutricional e daprtica de exerccios fsicos orientados.

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    4.3.4. Quedas: doena ou sintoma?

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    As quedas e sncopes (desmaios) so muito comuns em idosos. As estatsticas mostram que 35% dos idososacima de 65 anos sofrem pelo menos 1 queda por ano. J entre idosos acima de 80 anos, 45% sofre pelomenos 1 queda por ano. Em pelo menos 10% dos casos, a queda resulta em FRATURA.

    importante observar sintomas como mal-estar, vertigem, desequilbrio e sncope em pessoas idosas porqueeles podem resultar em queda e tambm porque podem significar presena de situaes que necessitam decuidados especiais, primeiros socorros ou encaminhamento para o mdico: Crise hipertensiva;

    Ataque cardaco;

    Hipotenso postural;

    Labirintopatia e outros distrbios do equilbrio;

    Hipoglicemia e hiperglicemia;

    Comprometimentos ortopdicos/osteoporose;

    Em idosos saudveis as 4 principais causas de queda so as hipotenses posturais, perdas neuromotoras,perdas neurossensoriais e efeitos de medicaes.

    a) Hipotenso Postural

    A hipotenso postural a diminuio rpida da presso arterial sistlica (presso mxima) em valoressuperiores a 20 mmHg ou da presso diastlica

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    (presso mnima) em valores superiores a 10 mmHg, acompanhada de sintomas de hipoperfuso cerebral(diminuio da irrigao sangnea cerebral) levando a fraqueza, tontura, perturbaes visuais - viso turva,enevoada, escurecida - e sncope (desmaio).

    No importa os valores iniciais da presso arterial, basta uma reduo rpida na presso arterial nos nveisvistos acima para provocar os sintomas em pessoas de qualquer idade.

    comum acontecer quando o idoso passa da posio sentada ou deitada rapidamente para a de p. Acontecetambm quando se permanece muito tempo de p em posies de pouco movimento. Em idosos tambmcomum apresentar estes sintomas aps as refeies, mesmo os lanches rpidos.

    Deve-se esperar encontrar eventos de hipotenso postural e sncopes em idosos que apresentem dificuldadepara caminhar, quedas freqentes, histrico de infarto do miocrdio, de eventos isqumicos transitrios e,particularmente, naqueles com a estenose das cartidas por aterosclerose (SGAMBATTI et al., 2000; FREITASet al., 2002; RUTAN et al., 1992).

    b) Perdas Neuromotoras

    tambm, maior incidncia dequedas

    As perdas de massa e fora muscular esto ligadas maior incidncia de doenas crnicas como aosteoporose, aos distrbios de equilbrio e da marcha e,

    Verifica-se tambm que a degenerao progressiva dos proprioceptores, devido ao envelhecimento, faz comque o controle da prpria posio no espao seja bastante comprometido, prejudicando o equilbrio eaumentando o risco de