PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um...

59
PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO JULIEN CHIQUIERI UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES RJ JULHO - 2003

Transcript of PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um...

Page 1: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM

CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

JULIEN CHIQUIERI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

JULHO - 2003

Page 2: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente
Page 3: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

JULIEN CHIQUIERI

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Orientadora: Profª Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ JULHO - 2003

Page 4: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Ao

meu pai e à minha mãe pelo amor e confiança incondicionais.

À

minha esposa Tatiana e à nossa filha Giulia pela paciência, estímulo e grande ajuda intelectual e emocional

DEDICO.

iv

Page 5: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e ao

Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), pelo oferecimento deste

curso.

À FAPERJ pela concessão de bolsa de estudo.

Aos meus pais, esposa, filha e irmão pelo apoio incondicional.

À minha orientadora, Rita da Trindade R. N. Soares, pela orientação e

apoio na realização dos trabalhos.

À ICC do Brasil pela doação de ingredientes indispensáveis à realização

deste trabalho.

Ao professor Jorge Carlos Dias de Souza, da UFRRJ, pela grande ajuda na

avaliação das carcaças dos suínos.

Ao professor Eulógio Carlos Queiroz de Carvalho e à técnica Luciana da

Silva Lemos (LSA/CCTA/UENF), pela ajuda fundamental na avaliação das

vilosidades intestinais dos suínos.

À Maria Beatriz Mercadante, Jonas e José pela intensa dedicação na

realização da parte prática do trabalho.

v

Page 6: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

À Ana Paula Delgado, pela ajuda essencial na realização da colheita e

análises do sangue dos suínos.

À Gina, do LSA, pelo empenho nas análises microbiológicas das fezes.

À Bianca Gomyde Ventura pela intensa colaboração e presteza,

fundamentais para o bom desenvolvimento deste trabalho.

Ao amigo Afonso Aurélio de Carvalho Peres pela ajuda prestada na hora do

abate dos suínos.

vi

Page 7: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

BIOGRAFIA

JULIEN CHIQUIERI, filho de Abner Chiquieri e Ana Maria Crepaldi

Chiquieri, nasceu em 17 de dezembro de 1976, na cidade de Bauru – SP.

Em 1995, ingressou no curso de Graduação em Zootecnia da Universidade

Federal Rural do Rio de janeiro (UFRRJ), em Seropédica – RJ, onde completou

sua Graduação no ano de 2000.

Em agosto de 2001, foi admitido no Curso de Pós-Graduação em Produção

Animal, Mestrado, Nutrição de Monogástricos, da Universidade Estadual do Norte

Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), em Campos dos Goytacazes – RJ,

submetendo-se à defesa de tese para conclusão do curso em julho de 2003.

vii

Page 8: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

CONTEÚDO

DEDICATÓRIA.........................................................................................................iv

AGRADECIMENTOS................................................................................................v

BIOGRAFIA.............................................................................................................vii

LISTA DE TABELAS.................................................................................................x

LISTA DE FIGURAS................................................................................................xi

RESUMO.................................................................................................................xii

ABSTRACT............................................................................................................xiv

1. INTRODUÇÃO........................................................................................1

2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................4

2.1. Antibióticos na alimentação animal...............................................4

2.2. Probióticos na alimentação animal................................................6

2.3. Prebióticos na alimentação animal..............................................11

2.4. Simbióticos na alimentação animal..............................................13

viii

Page 9: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

2.5. Leucometrias e Bioquímica do sangue........................................14

2.6. Características da carcaça...........................................................15

2.7. Altura das vilosidades intestinais.................................................16

3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................25

4.1. Características de desempenho..................................................25

4.2. Leucometrias e Bioquímica do sangue........................................28

4.3. Características de carcaça...........................................................30

4.4. Altura das vilosidades..................................................................34

5. CONCLUSÕES......................................................................................36

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................37

7. APÊNDICE.............................................................................................43

ix

Page 10: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição das rações basais das fases de crescimento e terminação..............................................................................................................19 Tabela 2. Temperaturas médias durante as 11 semanas do experimento.............20 Tabela 3. Valores de consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar na fase de crescimento................................................................................................26 Tabela 4. Valores de consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar na fase de terminação.................................................................................................27 Tabela 5. Valores de consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar na fase total do experimento........................................................................................27 Tabela 6. Valores dos dados de bioquímica do sangue.........................................29 Tabela 7. Valores das leucometrias global e específica.........................................30 Tabela 8. Valores de área de olho de lombo..........................................................31 Tabela 9. Valores de espessura de gordura de cobertura......................................32

Tabela 10. Valores de espessura de gordura de cobertura da picanha.................32 Tabela 11. Valores de peso do fígado, peso do baço, peso da carcaça quente e comprimento da carcaça quente.............................................................................33

Tabela 12. Valores do grau de marmoreio.............................................................33

x

Page 11: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

LISTA DE FIGURA

Figura - Altura das vilosidades intestinais...............................................................35

xi

Page 12: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

RESUMO

CHIQUIERI, Julien, M. S. , Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; julho de 2003. Probiótico e prebiótico na alimentação de suínos em crescimento e terminação. Orientadora: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares.

O experimento foi conduzido no Setor de Suinocultura do Laboratório

de Zootecnia e Nutrição Animal do Centro de Ciências e Tecnologias

Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense. Foram utilizados

40 suínos mestiços (Landrace X Large White) machos castrados. Os animais

foram submetidos a diferentes tipos de rações contendo probiótico e/ou prebiótico

e antibiótico como estimulantes de crescimento. Os tratamentos utilizados foram

os seguintes: T1) ração basal (sem aditivo); T2) ração basal + antibiótico

(Nitrovim); T3) ração basal + probiótico (Saccharomyces cerevisiae); T4) ração

basal + prebiótico (mananoligossacarídeo); T5) ração basal + probiótico

(Saccharomyces cerevisiae) + Prebiótico (mananoligossacarídeo). Foram

avaliadas as características de desempenho (Consumo de ração, ganho de peso e

conversão alimentar) em cada fase experimental (crescimento e terminação).

xii

Page 13: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Amostras de sangue de 20 suínos foram colhidas três vezes ao longo do

experimento para posterior análise laboratorial das leucometrias global e

específica e da bioquímica. Desses mesmos vinte animais foram colhidas as fezes

para posterior identificação das bactérias. Foram feitas três análises in vivo da

carcaça de todos os suínos, com aparelho de ultra-som para análise da área de

olho de lombo, espessura de gordura de cobertura, espessura de gordura de

cobertura da picanha e grau de marmoreio. Após o abate foram colhidas amostras

do intestino delgado (duodeno) de vinte animais para análise da altura das

vilosidades intestinais. Além disso, foram feitas as medições de comprimento de

carcaça quente, peso de carcaça quente, peso do fígado e baço. Não foram

encontradas diferenças significativas nas características avaliadas (P>0,05). As

médias de consumo de ração diário (kg), ganho de peso diário (kg) e conversão

alimentar (kg/kg) no período total foram respectivamente: 3,83/0,75/2,56;

3,83/0,80/2,41; 3,94/0,78/2,53; 3,91/0,75/2,59 e 3,89/0,74/2,64 para os

tratamentos 1, 2, 3, 4 e 5. As médias da área de olho de lombo (cm2), espessura

de gordura de cobertura (mm) e espessura de gordura de cobertura da picanha

(mm) no período total foram respectivamente: 36,4/16,0/16,0; 38,4/15,7/15,5;

39,5/16,4/16,0; 35,1/16,3/16,6 e 36,8/16,0/15,9 para os tratamentos 1, 2, 3, 4 e 5.

Pode-se concluir que é possível a substituição do antibiótico por probiótico e/ou

prebiótico sem nenhum prejuízo para o desempenho dos suínos.

Palavras-chave: Aditivos, estimulantes do crescimento, monogástricos

xiii

Page 14: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

ABSTRACT CHIQUIERI, Julien, M. S., Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy ribeiro; July 2003. Probiotics and prebiotics in swine feeding at both growth and termination phases. Advisor: Dr. Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares.

The experiment was conducted at the Swine Sector of the Animal

Husbandry and Animal Nutrition Laboratory of the Center for Agricultural and

Pastoral Science and technology of North Rio de Janeiro State University. Forty

crossbred (Landrace x Large White) castrated male swine were used. The animals

were fed various types of feeds containing probiotics and/or prebiotics plus

antibiotics as growth stimulants. Treatments used were as follows: T1) basal feed

(no additives); T2) basal feed plus antibiotic (nitro vim); T3) basal feed plus

Probiotic (Saccharomyces cedrevisiae); T4) basal feed plus prebiotic

(mananoligosaccharid); T5) basal feed plus probiotic (Saccharomyces cerevisiae),

plus prebiotic (mananoligossaccharid). Swine were weighed both at onset and end

of each experiment phase (growth and termination) in order to obtain, by difference

observation, weight gain both per experimental phase as well as daily weight gain.

xiv

Page 15: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Blood samples from 20 swine were collected three times daily throughout

the experiment for later laboratory analysis of both global and specific leukometry,

as well as biochemical analysis. From those same 20 animals feces were collected

for later identification of bacteria. Three in vivo analyses were made of carcasses

of all of the swine by means of ultrasonic set, of the area of loin eye, fat cover

thickness, thickness of cover fat of the superior gluteo (“picanha”) and degree of

marmorean.

After slaughter small intestine (duodenum) samples were collected from

twenty animals for analysis of the height of intestinal vilosity. Furthermore,

measurements were made of hot carcass length, hot carcass weight, liver and

spleen weight. In all of the characteristics, no significant (P>0.05) differences were

found amongst the various treatments. Results found for daily weight gain were,

namely, 0.75 kg, 0.80 kg, 0.78 kg, 0.74 kg, 0.75 kg for treatments 1, 2, 3, 4, and 5,

respectively, during the overall period of experiment. Daily average feed intake as

measured during overall period of experiment was 3.83 kg, 3.83 kg, 3.94 kg, 3.89

kg, and 3.91 kg, on treatments 1, 2, 3, 4, and 5, respectively. With those results,

the alimentary conversion was calculated throughout the whole period: 2.56 kg,

2.41 kg, 2.53 kg, 2.64 kg, and 2.59 kg for treatments 1, 2, 3, 4, and 5, respectively.

Results found for the area of loin eye (cm2), fat cover thickness (mm), thickness of

cover fat of the superior gluteo (“picanha”) (mm) were respectively: 36,4/16,0/16,0;

38,4/15,7/15,5; 39,5/16,4/16,0; 35,1/16,3/16,6 and 36,8/16,0/15,9 for the

treatments 1, 2, 3, 4, and 5.

Through the observation of such results it can be concluded that it is

possible the replacement of antibiotics by probiotics and/or prebiotcs without any

losses for swine performance.

Key-words: Additives, growth stimulants, monogastrics

xv

Page 16: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

1. INTRODUÇÃO

A suinocultura brasileira tem mostrado grandes avanços nos últimos anos,

em relação à nutrição, manejo e melhoramento genético, contribuindo para uma

melhoria na produtividade. Entretanto, as condições de higiene das granjas não

garantem ambientes livres de microrganismos patogênicos, provocando, desta

maneira, vários problemas relacionados a distúrbios entéricos, baixo

aproveitamento de nutrientes e doenças em geral (POZZA, 1988).

Dessa maneira, fez-se necessária utilização de produtos antimicrobianos

que garantissem ao animal a oportunidade de expressar todas as suas

qualidades, conseguidas através do intenso melhoramento genético.

Os antibióticos passaram a ser usados na alimentação de suínos com o

objetivo de reverter este quadro de desequilíbrio da microbiota, promovendo uma

melhor performance dos animais. De acordo com TALAMINI et al., (1998), na

última metade do século 20 o “status” sanitário dos suínos foi sustentado pela

disponibilidade de antibióticos no tratamento e controle de doenças e no uso de

vacinas para evitá-las. Com o passar dos anos e o uso indiscriminado dos

antibióticos, desencadeando muitas discussões negativas, tanto a nível técnico

como a nível de mercado consumidor, vários aditivos alternativos têm sido

testados, como é o caso dos probióticos e prebióticos.

Page 17: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por

agente microbiano vivo, que atua beneficamente no hospedeiro, melhorando o

equilíbrio microbiano do intestino (FULLER e COLE, 1988).

Os probióticos não surgem como substitutos dos antibióticos e sim como

alternativa eficaz e econômica para que os antibióticos sejam utilizados quando

realmente necessários.

Os probióticos têm efeitos exclusivamente para distúrbios gastrintestinais,

não proporcionam resistência aos microrganismos patogênicos e não deixam

resíduos indesejáveis ao consumo humano. Essas são as principais vantagens

dos probióticos, em relação à produção e ao mercado consumidor, sobre os

antibióticos.

O uso de probióticos permite a redução de resíduos químicos na carcaça, o

controle da Salmonelose, redução do colesterol, produção de substâncias

anticarcinogênicas e imunoestimulação, podendo potencializar os programas de

vacinações em suínos. Se suficiente número de bactérias láticas pode ser

introduzido no trato intestinal na época em que o equilíbrio está favorável ao

desenvolvimento das bactérias patogênicas ou quando nenhuma ou baixo número

de bactérias láticas está presente (ex.: após tratamento com antibióticos), então o

distúrbio digestivo pode ser minimizado ou superado (BIOTECNAL, 1996).

As pesquisas com utilização de probióticos na alimentação de suínos ainda

são insuficientes para se ter uma dimensão exata de sua utilização e eficácia.

Outro aditivo que vem ganhando cada vez mais importância como promotor

de crescimento é o prebiótico. A principal ação dos prebióticos é estimular o

crescimento e/ou ativar o metabolismo de algum grupo de bactérias benéficas do

trato intestinal. Desta maneira, os prebióticos agem intimamente relacionados aos

probióticos; constituem o "alimento" das bactérias probióticas.

Oligo e polissacarídeos, alguns peptídeos e proteínas e certos lipídios são

candidatos a prebióticos. Entretanto, as substâncias que têm sido mais estudadas

como aditivos em alimentação animal são os oligossacarídeos, especialmente os

frutoligossacarídeos (FOS), glucoligossacarídeos (GOS) e mananoligossacarídeos

(MOS).

Page 18: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

A glicose e GOS são igualmente assimilados por espécies de

Bifidobacterium , mas os GOS não são assimilados por espécies patogênicas,

favorecendo a proliferação de bactérias benéficas, o mesmo ocorrendo com o

FOS (Iji e Tivey, 1998).

Os MOS adicionados à dieta podem aderir às fímbrias bacterianas,

bloqueando a adesão das bactérias à superfície intestinal (MENTEN, 2001).

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a utilização de probiótico

(Saccharomyces cerevisiae) e/ou prebiótico (mananoligossacarídeo) na

alimentação de suínos, nas fases de crescimento e terminação, como

estimulantes do crescimento.

Page 19: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ANTIBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Vários aditivos alimentares têm sido adicionados às dietas de suínos para

melhorar o desempenho animal. Há mais de cinco décadas os principais aditivos

alimentares são constituídos por antibióticos, quimioterápicos e anti-helmínticos

(PARKER et al., 1989).

CUNHA (1956) cita JUKES et al. (1949) como sendo os primeiros a

publicarem um trabalho científico, no qual foi utilizado um antibiótico, a

aureomicina, em dieta para suínos, com resposta no aumento da taxa de

crescimento.

De 1949 a 1963, outros antibióticos foram descobertos e, ao serem

testados, mostraram-se eficientes, a exemplo da aureomicina, como estimulantes

do crescimento animal (VIEIRA, 1993). Em mais de 90% das pesquisas, foram

verificados aumentos de 10% a 20% na taxa de crescimento e em mais de 80%

delas, aumentos de 3% a 5% na eficiência alimentar (BRAUDE et al., 1953;

CUNHA, 1956, citados por VIEIRA, 1993). Por outro lado, STOKSTAD (1954)

Page 20: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

relatou que poderia haver uma variação de até 100% no aumento da taxa de

crescimento, o que pode ter ocorrido também devido à variabilidade experimental.

A partir da década de 50, os antibióticos começaram a ser adicionados à

alimentação animal com a finalidade de cura e prevenção de doenças, otimizando

o desempenho dos animais por meio da exclusão de microrganismos que

competissem com o alimento no trato intestinal.

Desde o início de seu uso na produção animal se concordou que o efeito

dos antibióticos e quimioterápicos era resultado de sua ação sobre os

microrganismos maléficos presentes na flora intestinal dos animais. Isto porque

aves e suínos produzidos no estado de “germ-free”, ou seja, num ambiente livre

de qualquer contaminação microbiana, não se beneficiaram do efeito promotor de

crescimento de antibióticos (WHITEHAIR e Thompson, 1956; FORBES e Park,

1959), além de terem uma produtividade superior à dos animais criados em

ambiente convencional.

Em 1960, FULLER e Newland revisaram vários estudos sobre o efeito de

antibióticos na microbiota e notaram que os resultados eram conflitantes. VISEK

(1978) argumentou que o efeito promotor de crescimento poderia estar ligado a

mudanças no metabolismo dos microrganismos de modo a beneficiar o animal

hospedeiro.

Um conceito importante foi proposto por MUIR (1985), ao considerar os

aditivos antimicrobianos como permissores de crescimento, uma vez que eles

permitem que os animais que tenham seu desempenho prejudicado pela

microbiota intestinal possam produzir em níveis mais próximos de seu potencial.

Os resultados, alcançados rapidamente devido à utilização de antibióticos

na ração, fascinavam os produtores, pois até mesmo com pequenas doses se

obtinha sucesso em todos os sentidos: crescimento, conversão alimentar e

prevenção de infecções. Na ocasião, as condições de higiene e criação eram bem

inferiores às de hoje e o uso de antibióticos foi propagado pelo mundo inteiro.

Além da taxa de crescimento e da melhoria na conversão alimentar, o uso de

antibióticos na dieta de suínos permite a redução na mortalidade e morbidade,

particularmente de leitões mais jovens (CROMWELL, 1991).

Page 21: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Anos mais tarde, começaram a surgir as primeiras críticas, por parte dos

profissionais ligados à produção animal e à saúde humana, com relação ao uso de

antibióticos na alimentação animal. O uso sem critérios e diário deste tipo de

medicação acarreta não apenas a destruição das bactérias patogênicas, como

também das benéficas.

A possibilidade de que o uso de aditivos antimicrobianos na ração induza a

resistência cruzada em bactérias patogênicas para humanos tem levado a

restrições de seu uso em muitos países, de modo que hoje existe um menor

número de opções aos produtores. Além disso, o aparecimento da resistência

bacteriana, devido ao emprego indiscriminado e abusivo de antibióticos, traz

várias conseqüências como: queda na eficiência dos antibióticos, já que os

animais podem ser acometidos por uma infecção provocada por um germe

resistente ao antibiótico utilizado; transmissão destas bactérias resistentes ao

homem através do consumo de carne e derivados ou contato com os animais. A

presença de resíduos não degradáveis de antibióticos nos alimentos de origem

animal pode contribuir para um aumento destes problemas (MENTEN, 2001).

Por tudo isso, a utilização dos antibióticos na alimentação de suínos tem

sido cada vez menor, principalmente pelos exportadores, pois os países

importadores da carne suína brasileira têm proibido, cada vez mais, a utilização

desses produtos nas rações.

2.2 PROBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Depois que a Comunidade Econômica Européia e os Estados Unidos

proibiram o uso da grande maioria dos antibióticos, a procura por aditivos

alternativos vem crescendo cada vez mais. Por isso, o interesse centralizou-se em

um dos mecanismos de defesa naturais dos animais que até então havia recebido

pouca atenção: a população de microrganismos não-patogênicos que está

presente no trato intestinal de todos os animais domésticos e do homem,

Page 22: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

mantendo com estes uma relação simbiótica que foi denominada probiose

(BIOTECNAL, 1996).

O termo probiótico foi usado, pela primeira vez, em 1965 para descrever

“fatores promotores de crescimento produzidos por microrganismos”, entretanto,

isto não reflete o conceito atual. Posteriormente, PARKER (1974) definiu

probióticos como microrganismos ou substâncias que contribuem para o balanço

da microbiota intestinal. Como essas substâncias incluem antibióticos, FULLER

(1989) estreitou a definição de probióticos para suplementos alimentares à base

de microrganismos vivos que afetam beneficamente o animal hospedeiro

melhorando o balanço microbiano intestinal. Este último foi adotado, e é aceito

pela comunidade científica como melhor definição de probiótico.

Microrganismos com propriedades probióticas incluem os suplementos

alimentares, que são culturas definidas de organismos; e os produtos de exclusão

competitiva, que são misturas inespecíficas de organismos isolados do trato

intestinal (MENTEN, 2001).

A ação dos probióticos dirige-se basicamente em melhorar a saúde geral e

a performance dos animais. Os probióticos são biorreguladores do trato intestinal,

tendo ação preventiva e curativa. O mecanismo de ação dos probióticos é

complexo e pode variar com o microrganismo, com fatores ambientais e condições

físicas do animal hospedeiro. Aspectos positivos na produtividade, na conversão

alimentar e no ganho de peso têm sido constatados com o uso de probióticos

(TOURNUT, 1998).

Um grande número de substâncias tiveram sua eficácia comprovada em

melhorar a produtividade de animais em muitos experimentos realizados em

instalações experimentais e em condições de campo (BIOTECNAL, 1996).

Do ponto de vista da produção animal o interesse está em elucidar os

mecanismos de ação dos probióticos que diretamente resultam em aumento de

produtividade.

Os principais mecanismos de defesa contra as infecções causadas por

microrganismos patogênicos são uma mucosa intestinal intacta (sem lesões)

formando uma verdadeira barreira, uma população não-patogênica aderida ao

Page 23: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

epitélio intestinal para evitar a colonização deste por microrganismos patogênicos

e um sistema imunológico de defesa natural (BIOTECNAL, 1996).

O epitélio, especialmente no intestino, é eficientemente protegido contra a

invasão de bactérias por mecanismos como peristaltismo, secreção de muco,

produção de substâncias antibacterianas, secreção de IgA etc. Apesar destes

mecanismos, às vezes acontece a invasão por bactérias altamente patogênicas

(BIOTECNAL,1996).

A flora microbiana normal e em equilíbrio no trato gastrintestinal atua como

barreira defensiva do animal, aderindo às paredes intestinais impedindo a fixação

dos patógenos. Condições de desequilíbrio microbiano como estresse, troca de

alimento e transporte, que são situações comuns ao desmame, podem criar um

ambiente favorável à fixação de microrganismos patógenos que podem provocar

modificações estruturais como o encurtamento das vilosidades. Esta redução na

área de absorção resulta em menor desenvolvimento enzimático, menor

transporte de nutrientes e predispõe os animais à má absorção, à possível

desidratação e às condições de infecções entéricas (Cera, 1988, citado por

POZZA, 1998).

CHATEAU et al. (1993) isolaram 103 Lactobacillus de dois probióticos

comerciais e testaram sua capacidade de inibir patógenos; cerca de metade dos

isolados inibiram as duas espécies de Salmonella e os seis sorotipos de E.coli

utilizados.

JIN e HO (1997a) relataram diversos estudos em que a alimentação de

frangos com Lactobacillus resultou em menor número de coliformes no intestino

delgado e nos cecos. Pintos “germ-free” tratados com a combinação de E. coli e

Lactobacillus foram protegidos de S.typhimurium mais efetivamente que com cada

organismo isoladamente. Segundo os autores, o mecanismo envolvido foi a

aderência dos probióticos a sítios de ligação no epitélio intestinal, competindo com

outras bactérias.

A atividade antagonista, especialmente das bactérias láticas, contra

patógenos pode ser atribuída a substâncias bactericidas, tais como bacteriocinas,

ácidos orgânicos e peróxidos de hidrogênio (JIN e HO, 1997b). Apesar das

Page 24: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

bacteriocinas intestinais serem pouco conhecidas, há evidências de que sua

produção por bactérias láticas inibe diversos gêneros de bactérias prejudiciais

(Proteus, Salmonella, Staphilococcus ), além de E. coli. A produção de ácidos por

bactérias láticas (acético, propiônico, butírico, lático) pode inibir o crescimento de

patógenos através da redução do pH em si (LEEDLE, 2000a) ou pelo efeito direto

dos ácidos sobre bactérias (JIN e HO, 1997b).

A administração constante de bactérias benéficas da flora normal dos

animais impede a fixação de patógenos, mantendo o equilíbrio mesmo em

condições adversas. À medida que bactérias probióticas são administradas, a

população das bactérias no trato digestório vai sofrendo alterações, diminuindo o

número dos coliformes e aumentando o número das bactérias benéficas

produtoras de ácido lático (ROSE, 1989).

Os microrganismos benéficos competem por nutrientes e locais de ligação

no epitélio do trato intestinal, produzindo metabólitos como o ácido lático e o ácido

acético, capazes de reduzir seletivamente o número de patógenos (RUIZ, 1992).

Alguns gêneros de bactérias intestinais, como Lactobacillus e

Bifidobacterium, estão diretamente ligados com o aumento da resposta imune. JIN

e HO (1997b), ANDREATTI FILHO e SAMPAIO (1999), e LEEDLE (2000b)

revisaram o assunto indicando efeitos no aumento da produção de anticorpos,

ativação de macrófagos, proliferação de células T e produção de interferon.

Se o organismo do hospedeiro funcionasse em ótimo estado, os animais

estariam na sua máxima capacidade de crescimento, então não seria possível

detectar qualquer prova da eficiência da utilização de bactérias benéficas. Muitos

fatores contribuem na performance e saúde dos animais, entre eles o ambiente, o

grupo genético a que pertencem os animais, o nível de estresse sofrido e grau de

contaminação dos animais (JONSSON e CONWAY, 1992).

As leveduras, também usadas como probióticos, agem multiplicando-se e

produzindo metabólitos nutritivos no trato digestório. Esses são responsáveis pelo

aumento do desempenho. Muitas leveduras possuem minerais (Mn, Co, Zn) e

vitaminas (A, D3, B12), que podem melhorar a ação dos microrganismos

probióticos (ROSE, 1989). As leveduras são fornecidas aos animais por meio da

Page 25: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

ingestão direta de células viáveis, muitas vezes associadas com outros

microrganismos e agem multiplicando-se e produzindo metabólitos nutritivos no

trato digestivo. Esses metabólitos são responsáveis pelo aumento do desempenho

(HIGGINBOTHAM, 1991), isto é, estimulam a microbiota intestinal (DANSON,

1990; citado por EWING e COLE, 1994), trazendo benefícios diretos aos

hospedeiros.

Em estudo utilizando-se rações para suínos dos 10kg aos 30kg contendo

dois diferentes probióticos, sendo um à base de Lactobacillus acidophilus,

Streptococcus faecium e Saccharomyces cerevisiae e outro à base de Bacillus

toyoi, VASSALO (1995), verificou melhora significativa no ganho de peso com a

inclusão de ambos, em relação ao tratamento controle e ao tratamento com

antibiótico.

Uma outra proposta é que enterotoxinas produzidas por bactérias

patogênicas possam ser neutralizadas por substâncias produzidas por organismos

probióticos. Tal como no caso dos antibióticos, também existem indicações de que

os probióticos tenham o efeito de reduzir a produção intestinal de amônia, a qual

pode ser tóxica às células epiteliais (JIN e HO, 1997b). Os probióticos, por

exemplo, tanto quanto os antibióticos, aumentam o aproveitamento das proteínas

através da diminuição das perdas de nitrogênio, aumento da matéria seca fecal e

do metabolismo, fazendo com que haja melhor desempenho dos animais

(TOURNUT, 1998).

A utilização de probióticos demonstra alguns resultados conflitantes.

Segundo JONSSON (1985) e CONWAY (1989), não existem evidências diretas

para explicar essas diferenças. Por isso, a evolução do uso de probióticos inclui

mais estudos na influência da microbiota digestiva incluindo bactérias patogênicas;

influência do trato digestório, função e morfologia; performance e saúde dos

animais; associação de organismos probióticos e associação com antibióticos.

A quantidade e as características das cepas do microrganismo utilizado na

elaboração do aditivo alimentar vão influenciar na eficácia do probiótico. Muitas

vezes os probióticos não produzem bons resultados, pois não possuem os

microrganismos que atendam aos requisitos para atuar como probiótico, como

Page 26: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

exemplo, sobreviver às condições adversas do trato gastrintestinal; não ser tóxico,

nem patogênico; ter capacidade antagonista às bactérias intestinais indesejáveis;

ser altamente viável e estável durante estocagem, além de ser,

comprovadamente, benéfico ao hospedeiro. Também devem ser observados

alguns microrganismos que poderiam ser usados como probióticos, mas não

resistem à ação de alguns antibióticos (JIN e HO, 1997b; TOURNUT, 1998).

Portanto, é importante a análise dos probióticos como produtos separados,

da mesma forma como é feita com os antibióticos (TOURNUT, 1998).

Vários microrganismos têm sido usados como probióticos, entre eles estão

as bactérias do ácido lático: Lactobacillus acidophilus; L. bulgaricus, L. plantarum,

L. casei, Streptococcus faecium, S. lactis, S. thermophilus e Diacetilactus. Além de

Outros, como o Bacillus subtilis, B. toyoi, Aspergillus oryzae, Torulopsis sp., e

Bifidobacterium bifidum.

A partir da década de 90 cresceu o número de pesquisas sobre a utilização

de probióticos. A portaria número 159 de 13/06/1992 do Ministério da Agricultura e

Reforma Agrária proibiu o uso de determinadas drogas nas rações animais,

deixando claro que a preocupação com o uso de antibióticos é cada vez mais

evidente no Brasil, uma vez que somos exportadores de produtos de origem

animal para países europeus. O Brasil pode sofrer sanções por estar empregando

na alimentação animal drogas proibidas por estes países (BIOTECNAL, 1996).

2.3 PREBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

O termo prebiótico foi empregado por GIBSON e ROBERFROID em 1995

para designar "ingredientes nutricionais não-digeríveis que afetam beneficamente

o hospedeiro, estimulando seletivamente o crescimento e atividade de uma ou

mais bactérias benéficas do cólon, melhorando a saúde do seu hospedeiro".

As substâncias, para serem consideradas prebióticas não devem ser

metabolizadas ou absorvidas durante a sua passagem pelo trato digestório

superior; devem servir como substrato para uma ou mais bactérias intestinais

benéficas (estas serão estimuladas a crescer e/ou tornarem-se metabolicamente

Page 27: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

ativas); devem possuir a capacidade de alterar a microbiota intestinal de maneira

favorável à saúde do hospedeiro e devem induzir efeitos benéficos sistêmicos ou

na luz intestinal do hospedeiro (MENTEN, 2001).

Alguns açúcares absorvíveis ou não, fibras, alcóois de açúcares e

oligossacarídeos estão dentro deste conceito de prebióticos. Destes, os

oligossacarídeos - cadeias curtas de polissacarídeos compostos de três a dez

unidades de glicose ligados entre si - têm recebido maior atenção pelas inúmeras

propriedades prebióticas atribuídas a eles.

Oligossacarídeos são as substâncias mais estudadas como prebióticos,

havendo evidências de que os mananoligossacarídeos (MOS) podem aderir às

fímbrias bacterianas, bloqueando a adesão das bactérias à superfície intestinal

(MENTEN, 2001).

Os frutoligossacarídeos (FOS) são polissacarídeos que têm demonstrado

excelentes efeitos prebióticos, "alimentando", seletivamente, algumas espécies de

bactérias benéficas e, desta maneira, reduzindo a quantidade de outras bactérias

patogênicas.

Arabinose, galactose, manose e, principalmente lactose, são outros

carboidratos utilizados com efeito prebiótico em aves. Lactose adicionada à ração,

juntamente com probiótico, reduz a colonização por Salmonelas. (MENTEN,

2001).

Os prebióticos podem ser obtidos na forma natural em sementes e raízes

de alguns vegetais como a chicória, cebola, alho, alcachofra, aspargo, cevada,

centeio, grãos de soja, grão-de-bico e tremoço. Também, podem ser extraídos por

cozimento ou através de ação enzimática ou alcóolica. Há, também, os

oligossacarídeos sintéticos obtidos através da polimerização direta de alguns

dissacarídeos da parede celular de leveduras ou fermentação de polissacarídeos.

Os oligossacarídeos sintéticos têm apresentado melhores resultados como

prebiótico e menos efeitos colaterais.

As substâncias prebióticas agem alimentando e estimulando o crescimento

de diversas bactérias intestinais benéficas, cujos metabólitos atuam também

reduzindo o pH através do aumento da quantidade de ácidos orgânicos presentes

Page 28: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

no ceco. Por outro lado, atuam bloqueando os sítios de aderência (principalmente

a D-manose), imobilizando e reduzindo a capacidade de fixação de algumas

bactérias patogênicas na mucosa intestinal. Especula-se, também, que atuem

estimulando o sistema imune, através da redução indireta da translocação

intestinal por patógenos, que determinariam infecções após atingir a corrente

sangüínea (SAVAGE et al., 1996).

O uso de produtos denominados prebióticos em associação com os

probióticos apresenta ações benéficas superiores aos antibióticos promotores de

crescimento, notadamente, não determinando resíduos nos produtos de origem

animal e não induzindo o desenvolvimento de resistência às drogas, por serem

produtos essencialmente naturais (MENTEN, 2001)

2.4 SIMBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

O desenvolvimento de um organismo probiótico introduzido por meio da

ração depende da presença de nutrientes e condições ambientais adequadas. O

conceito de simbiótico alia o fornecimento de microrganismos probióticos

juntamente com substâncias prebióticas específicas que estimulem seu

desenvolvimento e atividade, potencializando o efeito de ambos para o hospedeiro

(MENTEN, 2001).

Em estudos desenvolvidos por FUKATA e SASAI (1999), pode-se perceber

a eficácia da associação de microbiota cecal com oligossacarídeo (FOS) em

reduzir a quantidade de Salmonella enteritidis no ceco de frangos inoculados

experimentalmente aos 21 dias de idade. Nos três períodos em que foram

avaliados, o probiótico e o prebiótico reduziram a infecção, mas a combinação

teve efeito sinérgico. Entretanto, a simples inclusão de um nutriente para a

microbiota suplementada pode resultar numa associação simbiótica; foi

demonstrado que 5% de lactose na ração, que individualmente não teve qualquer

efeito, aumentou muito a eficácia da microbiota suplementada na prevenção da

colonização por Salmonella enteritidis.

Page 29: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

2.5 LEUCOMETRIAS E BIOQUÍMICA DO SANGUE

Sendo parte do hemograma que pesquisa alterações quantitativas e/ou

morfológicas das séries leucocitárias, a leucometria é composta da contagem

global de leucócitos e contagem diferencial, considerando-se seu número relativo

e absoluto. As alterações quantitativas dos leucócitos são a leucocitose e a

leucopenia. Essas alterações devem ser avaliadas, tendo-se como base valores

normais da espécie considerada (LOPES et al., 1996).

A determinação das leucometrias global e específica em suínos é uma

forma indireta de avaliação da eficiência dos promotores de crescimento, pois os

leucócitos são as células responsáveis pela defesa do organismo, principalmente,

contra as infecções bacterianas (JAIN, 1993). Os monócitos, eosinófilos, linfócitos,

basófilos, bastões e neutrófilos são algumas das células que compreendem as

leucometrias.

As concentrações sangüíneas de proteínas totais, albumina, globulina,

hemoglobina e uréia podem ser utilizadas para se avaliar o metabolismo protéico

dos animais e para avaliação do metabolismo energético, normalmente se utilizam

as concentrações de glicose sangüínea (GONZALEZ, 1997).

As proteínas orgânicas são componentes orgânicos essenciais de todas as

células e constituem, aproximadamente, 18% do peso corpóreo dos animais. As

proteínas dietéticas são hidrolisadas na luz intestinal e nas células mucosas do

trato gastrintestinal pela ação de inúmeras proteases e peptidases, resultando na

produção de aminoácidos livres, que, em sua maior parte, são transportados para

o fígado pelo sangue porta (DUKES, 1996).

As proteínas funcionam como reguladores do metabolismo, tais como

enzimas e hormônios, elementos estruturais, substâncias de transporte,

osmorreguladores, como a albumina, componentes do ácido nucléico e

defensores do organismo, como as imunoglobulinas e os interferons (DUKES,

1996).

O carboidrato característico do sangue e de outros líquidos tissulares é a

glicose. Os carboidratos dietéticos fornecem mais da metade da energia

Page 30: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

necessária para o desempenho de trabalho metabólico, crescimento, reparo,

secreção, absorção, excreção e trabalho mecânico na maioria dos animais. A

ruptura da manutenção desse ajuste perfeito resulta em metabolismo anormal e,

freqüentemente, em estados patológicos (DUKES, 1996).

A avaliação do padrão bioquímico do sangue de um animal pode dar uma

idéia das condições de saúde desse animal, podendo ser uma ferramenta útil na

explicação para o melhor ou pior desempenho desse animal quando submetido a

condições diferentes daquelas à que ele estaria habituado.

2.6 CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA

A avaliação de carcaça é o instrumento final do processo de produção

animal de uma determinada espécie, dando o direcionamento para o mercado,

proporcionando pagamento justo ao produto final com benefício ao produtor, à

indústria e ao consumidor, que receberá um produto de melhor qualidade.

A indústria valoriza a carcaça magra, ou seja, aquela apresentando pouca

espessura de toucinho (espessura de gordura de cobertura), alta porcentagem

total de músculo, com boa distribuição na carcaça e que origina cortes com alto

rendimento (QUADROS et al., 2001)

A administração de controladores microbianos naturais, como os probióticos

e prebióticos, pode superar ou minimizar os efeitos de microrganismos

patogênicos desenvolvidos em períodos susceptíveis como o de estresse,

doenças, nascimento e após tratamento com antibióticos, podendo determinar

maior eficácia nas fases entre o desmame e o abate, refletindo sobre o ganho de

peso diário, consumo de alimento, idade de abate e, conseqüentemente, na

rentabilidade da atividade (FOX, 1988).

Page 31: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

2.7 ALTURA DAS VILOSIDADES INTESTINAIS

A colibacilose é causada pela invasão da porção anterior do intestino

delgado por cepas patogênicas de E.coli. Uma vez colonizado o trato intestinal,

estas bactérias começam a produzir enterotoxinas. Estas inibem o processo de

absorção no intestino, aumentando a quantidade de líquidos no lúmem. As

vilosidades, então, vão diminuindo e, conseqüentemente, tendo uma menor área

de absorção. O volume de líquidos no lúmem é muito grande para ser absorvido

pelo intestino grosso e causa um inbalanço iônico e o desenvolvimento de diarréia.

Este quadro é seguido por perda de eletrólitos, desidratação, acidose e morte do

animal. Os suínos, seguidos pelos ruminantes, são os mais susceptíveis a este

tipo de infecção, (BIOTECNAL, 1996).

Animais “germ-free” são, freqüentemente, usados para estudar o efeito dos

microrganismos no hospedeiro. POLLMAN e BANDYCK. (1984) relataram que

animais artificialmente criados, alimentados com produtos fermentados por

Lactobacillus e desafiados por E. coli não tiveram diferença na morfologia do

intestino delgado. Ao contrário, JONSSON e HENNINGSSON (1991) detectaram

diferenças notáveis na estrutura do intestino delgado de suínos. Neste estudo, os

suínos alimentados com rações contendo probiótico apresentaram maior

quantidade de vilosidades intestinais sem nenhum dano ou diminuição de

tamanho em relação aos animais controle.

Page 32: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

3. MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa de campo foi conduzida no Setor de Suinocultura do Laboratório

de Zootecnia e Nutrição Animal do CCTA-UENF, situado na Escola Técnica

Agrícola Antônio Sarlo, na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, por um período

de 77 dias, entre os meses de setembro e dezembro de 2002.

Foram utilizados 40 suínos mestiços (Landrace X Large White X Pietran X

Duroc), machos castrados, com peso médio inicial de 24,98kg + 2,7kg, alojados

em baias com piso de cimento, comedouros de cimento e bebedouros tipo

chupeta, até atingirem o peso médio de 91,5kg.

O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com cinco

tratamentos e quatro repetições com dois animais por baia, representando a

unidade experimental.

O peso inicial dos animais foi utilizado como critério para formação dos

blocos. Os animais utilizados neste experimento foram submetidos aos seguintes

tratamentos:

T1) ração basal (sem aditivo); (BAS)

T2) ração basal + antibiótico (Nitrovim); (ANT)

T3) ração basal + probiótico (Saccharomyces cerevisiae); (PRO)

T4) ração basal + prebiótico (mananoligossacarídeo); (PRE)

Page 33: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

T5) ração basal + probiótico (Saccharomyces cerevisiae) + Prebiótico

(mananoligossacarídeo); (PRO+PRE)

A ração basal (Tabela 1) foi formulada utilizando-se milho, farelo de soja,

suplementos minerais e vitamínicos, atendendo às exigências nutricionais

preconizadas por ROSTAGNO et al. (2000), para as fases de crescimento e

terminação. O probiótico, prebiótico e antibiótico foram adicionados às rações em

substituição ao caulim (inerte), nas seguintes quantidades: 0,05%, 0,1% e 0,02%,

respectivamente, conforme recomendação dos fabricantes. O probiótico (Levedura

ativa) e o prebiótico (Nutricell – MOS) utilizados foram doados pela ICC do Brasil.

O antibiótico Nitrovin (FURAMIZOL N – 250) e o suplemento mineral vitamínico

(Polimix suínos) foram formulados pela FATEC S/A, também utilizados em níveis

recomendados pela empresa.

Page 34: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Tabela 1: Composição da ração basal fornecida nas fases de crescimento e

terminação.

Ingredientes (%) Crescimento Terminação Milho 69,80 73,05

Farelo de Soja 27,30 24,50

Fosfato Bicálcio 1,40 1,15

Calcário 0,80 0,70

Sup. Mineral/vitamínico* 0,20 0,15

Sal 0,35 0,35

Lisina 0,05 0,05

Caulim (Inerte) 0,10 0,10

Total 100,00 100,00

Composição calculada

EnergiaDigestível (kcal/kg) 3.400 3.400

Proteína Bruta (%) 17,5 16,5

Lisina (%) 0,95 0,84

Metionina + Cistina (%) 0,62 0,59

Cálcio (%) 0,76 0,65

Fósforo Disponível (%) 0,36 0,32

*Níveis de garantia por kg do produto: Vitamina A – 3.500.000UI; Vitamina D3 – 500.000UI; Vitamina E – 5.000 mg; Vitamina K3 – 1.000 mg; Vitamina B1 – 400mg; Vitamina B2 – 1.600 mg; Vitamina B6 – 500 mg; Vitamina B12 – 11.000 mcg; Ácido fólico – 350 mg; Biotina – 10 mg; Niacina – 14.000 mg; Pantotenato de cálcio – 6.000 mg; Co – 125 mg; Cu – 9.000 mg; Fé – 48.000 mg; I – 125 mg; Mn – 25.000 mg; Se – 75 mg; Antioxidante – 2.000 mg e Veículo q.s.p. – 1.000 g.

Page 35: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Água e ração foram fornecidos à vontade para os animais.

As temperaturas médias máximas e mínimas foram anotadas todos os dias

do experimento (Tabela 2), sendo o termômetro disposto, na instalação, na altura

dos animais. Durante o período experimental, as médias das temperaturas

mínimas e máximas no interior do galpão foram 21,2 + 2,8ºC e 31,2 + 3,5ºC,

respectivamente.

Tabela 2: Temperaturas médias observadas no interior do galpão durante as 11 semanas do experimento.

SEMANA

MÍNIMA(°C)

MÁXIMA(°C)

18,8

27,1

20,6

32,4

20,2

33,0

20,3

27,3

22,0

32,3

20,8

27,3

22,5

31,8

24,0

32,5

9ª 23,7 33,8

10ª 21,6 30,5

11ª 22,7 31,0

Page 36: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Os animais foram pesados no início e no final de cada fase experimental

(Crescimento e Terminação), para a determinação do ganho de peso, por

diferença entre o peso inicial e o peso final de cada fase.

O consumo de ração foi medido semanalmente e no final de cada fase de

criação. Os cálculos foram feitos pela diferença entre as pesagens da ração

fornecida e a sobra nos comedouros das unidades experimentais. Ao final de cada

fase, foi calculado o consumo acumulado por suíno.

Amostras de sangue de vinte suínos, sendo quatro de cada tratamento,

foram colhidas para posterior análise da bioquímica sangüínea e das leucometrias

global e específica.

As amostras foram colhidas da veia jugular com seringa descartável de 10

ml e agulha de 40 X 12 mm aos 50, 90 e 120 dias de idade. Após a colheita, o

sangue foi acondicionado em três tubos: 1) contendo EDTA para a determinação

de hemoglobina, 2) contendo EDTA + fluoreto de sódio (antiglicolítico), para

avaliação de glicose, 3) sem aglutinante, para determinação de uréia, proteínas

totais e albumina. A concentração de hemoglobina foi determinada por meio do

contador hematológico de células, MS4 (France). As demais amostras foram

avaliadas por Espectrofotômetro semi-automático Microlab 200 (Merck, Germany)

e utilizando-se “kits” de reagentes específicos para cada análise (Analisa

Diagnóstica Ltda, Brasil) após prévia centrifugação a 1.500 rpm por 3 minutos. As

amostras destinadas à determinação de glicose foram centrifugadas

imediatamente após a colheita. Após a centrifugação, o soro e o plasma foram

separados e acondicionados em “eppendorf” a –200C, para posterior análise. A

concentração de globulina foi obtida por diferença após a determinação de

proteínas totais e de albumina, subtraindo-se das proteínas totais a albumina. As

concentrações sangüíneas de proteínas totais, albumina, globulinas, hemoglobina

e uréia foram utilizadas para avaliação do metabolismo protéico. A avaliação do

metabolismo energético foi possível por meio da determinação das concentrações

de glicose.

A leucometria global foi determinada utilizando-se um contador

hematológico de células, MS4 (Melet Schloesing Laboratories, France). Para a

Page 37: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Leucometria específica confeccionou-se o esfregaço sangüíneo utilizando-se o

método panótico para coloração (Laboclin Produtos para laboratórios Ltda, Brasil),

sendo determinadas as concentrações sangüíneas de neutrófilos, linfócitos,

monócitos, eosinófilos, basófilos e bastões.

Foram recolhidos alguns gramas de matéria fecal (5 a 10g) em recipiente

estéril (Swab ginecológico) no início do experimento, final da fase de crescimento

e no final da fase de terminação para exame de identificação de bactérias (Tabela

1A).

As amostras para identificação de enterobactérias foram inoculadas nos meios

de cultura ágar MacConkey, Agar sangue e Agar SS. Após a inoculação, as

amostras foram colocadas em estufa a 37ºC por 24 a 48 horas, para crescimento

bacteriano.

O diagnóstico bacteriológico foi feito através da microscopia das bactérias

replicadas das colônias através do método de Gram e provas bioquímicas

necessárias para identificação do gênero das bactérias.

As características da carcaça foram avaliadas no início e final de cada fase

experimental, perfazendo um total de três avaliações in vivo com aparelho de

ultrassom Aloca 500. Foram avaliadas a espessura de gordura de cobertura, área

de olho de lombo, espessura de gordura de cobertura da picanha e grau de

marmorização.

Ao final do experimento, quando os animais atingiram peso médio de 91,5Kg +

5,7kg, os mesmos foram submetidos a um jejum de 12 horas para posterior abate.

Os animais foram abatidos em Itaperuna, RJ, no frigorífico Frigohelena. Vinte

animais foram utilizados para avaliação dos pesos de carcaça quente,

comprimento de carcaça quente, peso do fígado e peso do baço. Além disso,

foram coletados fragmentos do intestino delgado (duodeno) para posterior análise

da altura das vilosidades.

As vilosidades do intestino foram avaliadas microscopicamente em segmentos

de 1 cm de diâmetro. As amostras foram fixadas em formol tamponado neutro a

10%, acondicionadas abertas com a camada serosa moldada em papel filtro.

Page 38: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

A etapa seguinte consistiu na preparação das amostras em processador

automático de tecidos Leica TP 1020, para cortes em parafina (6 µm), em

micrótomo semi automático Leica RM 2145 e coradas pelo método de eosina e

hematoxilina (AFIP, 1994), no Setor de Morfologia e Anatomia Patológica do

LSA/CCTA/UENF.

No processador automático de tecidos Leica TP 1020, a primeira etapa da

imersão consiste na desidratação, ou retirada da água dos tecidos e a sua

substituição por álcool, através de várias etapas, com banhos seqüenciais de

baterias de álcool 70, 80, 90% e duas baterias de álcool 100% (absoluto), seguida

de duas baterias de xilol com duração de uma hora cada e duas baterias de

parafina a 60ºC por trinta minutos cada.

Na segunda etapa, diafanização, o álcool presente nos tecidos foi

substituído por xilol. Na impregnação, o xilol é substituído por parafina, por meio

de banho por duas horas em parafina fundida em estufa entre 56 e 580C. Uma vez

impregnados, os tecidos são colocados em fôrmas de papel à temperatura

ambiente, contendo parafina fundida e deixando-a endurecer. Assim, as amostras

envoltas em parafina sólida são denominadas de blocos.

A finalidade da inclusão é impregnar os tecidos com uma substância de

consistência firme que permita cortá-los em fatias finas para depois corá-los,

possibilitando sua visualização ao microscópio.

Os cortes nos blocos foram feitos em micrótomo, com a espessura de 6 µm,

sendo as fitas obtidas durante a microtomia transferidas para o banho-maria

mantido a 400C. Os cortes são distendidos na superfície da água e depois

colocados na superfície de uma lâmina mergulhada em banho-maria.

Para a coloração, os cortes são desparafinizados, colocados na estufa a

600C por 30 minutos. A seguir são colocados em duas baterias de xilol (cinco

minutos cada), depois colocados em soluções decrescentes de álcool a 100, 90,

80 e 70% (hidratação), pelo período de três minutos cada e, posteriormente, em

água corrente por três minutos. Após esta etapa, os cortes são corados pela

solução aquosa de hematoxilina (corante básico) por cerca de um minuto e meio e

deixados em água corrente por cinco minutos, para depois serem corados pela

Page 39: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

solução de eosina (corante ácido) por três minutos, permanecendo em água

corrente por cinco minutos.

Depois de corado, tem início a desidratação, na seguinte seqüência de

soluções com concentrações crescentes de álcool (70, 80, 90%), por dois minutos

cada e duas baterias de álcool etílico absoluto (100%) pelo período de três

minutos cada, iniciando-se a diafanização, com duas baterias de xilol por cinco

minutos cada. As lâminas são montadas com uma gota de bálsamo do Canadá

sobre o corte e, a seguir, são colocadas as lamínulas.

Foram confeccionadas quatro lâminas por tratamento e em cada uma foram

realizadas medições (comprimento em linha reta, de acordo com unidade adotada

- µm) de cinco vilosidades bem orientadas do duodeno, utilizando-se o

microscópio óptico, perfazendo um total de 20 medições de vilosidades por

tratamento.

Os dados estatísticos foram analisados utilizando-se o programa SAEG

(Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas), versão 7.1, desenvolvido pela

UFV, utilizando-se a análise de variância, de acordo com o seguinte modelo:

Yij= m + Ti + Bj + eijk , onde:

Yij = observações referentes ao tratamento I no bloco J;

M = média geral;

Ti = efeito do tratamento (i = 1, 2, 3, 4, 5);

Bj = efeito do bloco (j = 1, 2, 3,4) e

eij = erro aleatório, associado a cada observação ijk.

Page 40: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO

Os resultados de desempenho são apresentados nas tabelas 3, 4 e 5 Não

foram encontradas diferenças significativas (P>0,05) para consumo de ração total

ou diário, ganho de peso total ou diário e conversão alimentar na fase de

crescimento, na fase de terminação ou no período total do experimento.

Resultados semelhantes foram encontrados por outros autores (JONSSON e

CONWAY, 1992). Apesar de não ter havido diferença estatística significativa,

pôde-se observar que os suínos alimentados com as rações contendo antibiótico

(T2) e probiótico (T3) tiveram um ganho 5,3% superior, em ralação aos demais

tratamentos, o que pode ser importante para o produtor do ponto de vista

econômico. Além disso, os animais que receberam antibiótico em suas rações

apresentaram um consumo de ração diário 1,2% menor em ralação aos outros

tratamentos, portanto, uma melhor conversão alimentar.

Os resultados encontrados, provavelmente, ocorreram pela condição

experimental das instalações e o baixo desafio sofrido pelos animais. É importante

salientar que no local do experimento, não havia suínos de outras fases de

criação. É sabido que melhores resultados com probiótico e prebiótico na

Page 41: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

alimentação, como estimulantes do crescimento, são obtidos quando os animais

estão sujeitos a estresse comportamental, desequilíbrio da microbiota, estresse

térmico e outros (POZZA, 1998), o que não ocorreu nesta pesquisa. VASSALO,

em 1995, utilizando rações contendo probióticos e antibióticos para leitões de

10kg a 30kg, encontrou melhores resultados para ganho de peso diário, consumo

de ração e conversão alimentar nas rações contendo probióticos. Por isso, seria

importante que fossem realizadas outras pesquisas nessa área para que se possa

observar, com melhor precisão, o desempenho dos animais.

Tabela 3: Consumo de ração diário (CRD) e Ganho de peso diário (GPD),

Consumo de ração total (CRC) e Ganho de peso total (GPC) e conversão

alimentar (CA) de suínos na fase de crescimento, alimentados com dieta basal

(BAS), contendo antibiótico (ANT), ou probiótico (PRO), ou prebiótico (PRE) ou

probiótico+prebiótico (PRO+PRE)

TRA CRD (kg) GPD (kg)

CRC (kg) GPC (kg) CA

BAS

3,76

0,75

176,6

35,4

2,51

ANT 3,79 0,79 178,4 37,1

2,41

PRO 3,85 0,79 181,3 37,2

2,44

PRE 3,85 0,76 180,9 35,7 2,54

PRO+PRE 3,83 0,74 180,0 34,6 2,60

C.V (%) 1,7 4,3 1,7 4,8 3,8

Page 42: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Tabela 4: Consumo de ração diário (CRD) Ganho de peso diário (GPD), Consumo

de ração total (CRT) e Ganho de peso total (GPT) e conversão alimentar (CA) de

suínos na fase de terminação, alimentados com dieta basal (BAS), contendo

antibiótico (ANT), ou probiótico (PRO), ou prebiótico (PRE) ou

probiótico+prebiótico (PRO+PRE)

TRA CRD (kg) GPD (kg) CRT (kg) GPT (kg) CA

BAS

3,95

0,75

118,4

22,5

2,64

ANT 3,88 0,81 116,4

24,2 2,41

PRO 4,06 0,76 121,9 22,7 2,69 PRE 3,97 0,74 119,2 22,3 2,68

PRO+PRE 3,99 0,74 119,7 22,4 2,68 C.V (%)

2,1

5,5

2,0

5,6

3,9

Tabela 5: Consumo de ração diário (CRD) Ganho de peso diário (GPD), Consumo

de ração total (CRT) e Ganho de peso total (GPT) e conversão alimentar (CA) de

suínos no período total do experimento alimentados com dieta basal (BAS),

contendo antibiótico (ANT), ou probiótico (PRO), ou prebiótico (PRE) ou

probiótico+prebiótico (PRO+PRE)

TRA CRD (kg) GPDT (kg) CRT (kg) GPT (kg) CA

BAS 3,83 0,75 295,0 57,8 2,56

ANT 3,83 0,80 294,8 61,3 2,41

PRO 3,94 0,78 305,2 59,9 2,53

PRE 3,91 0,75 300,1 57,9 2,59

PRO+PRE 3,89 0,74 299,7 56,9 2,64

C.V (%) 3,6 4,0 3,6 4,3 6,7

Page 43: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

4.2 LEUCOMETRIAS E BIOQUÍMICA DO SANGUE

Os resultados de bioquímica do sangue são apresentados na tabela 6.

Não foram observados efeitos significativos (P>0,05) dos tratamentos sobre

os parâmetros sangüíneos avaliados. Os resultados encontrados estão de acordo

com aqueles encontrados por outros autores (BLOOD e RODOSTTITS, 1991;

KANEKO et al., 1989; LOPES et al., 1996; MEYER et al., 1995).

Apesar de não terem sido encontradas diferenças estatísticas, alguns

resultados nos mostram diferenças biológicas, que podem ser consideradas

importantes. Os valores de hemoglobina, globulina e proteínas totais encontrados

foram menores nos animais alimentados com rações contendo antibiótico (T2). Os

suínos que não receberam promotores de crescimento na ração (T1)

apresentaram menores concentrações sangüíneas de glicose. Por outro lado, os

suínos submetidos aos tratamentos T2 e T4 apresentaram maiores concentrações

de glicose, o que é um efeito benéfico, tendo em vista a participação da glicose no

metabolismo energético. Uma outra consideração importante seria a avaliação das

concentrações de glicose e uréia no T4. Os suínos submetidos à associação de

probiótico e prebiótico (simbiótico) na ração (T4) apresentaram maiores

concentrações de glicose e menores de uréia (Tabela 6). Tendo em vista que a

uréia sérica origina-se da metabolização hepática de compostos nitrogenados

(STRYER, 1996), uma menor concentração desta pode estar relacionada a um

menor catabolismo protéico, principalmente se forem consideradas as taxas de

glicose observadas no T4.

Estes resultados evidenciam que, em relação ao metabolismo protéico e

energético dos animais, poderia ser feita a substituição do antibiótico pelo

probiótico e/ou prebiótico sem prejuízos para os animais. Os suínos submetidos

ao simbiótico na ração (T4) apresentaram um melhor perfil metabólico.

Page 44: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Tabela 6: Bioquímica do sangue dos suínos alimentados com dieta basal (BAS),

contendo antibiótico (ANT), ou probiótico (PRO), ou Prebiótico (PRE), ou

probiótico+prebiótico (PRO+PRE).

Trat. Proteínas

Totais (g/dl)

Albumina (g/dl)

Globulina (g/dl)

Glicose (mg/dl)

Uréia (mg/dl)

Hemoglobina (g/dl)

BAS 7,76+0,72 3,33+0,78 4,34+0,96 124,41+24,6

44,33+16,97 12,16+3,19

ANT 7,43+0,97 3,75+0,87 3,98+0,95 140,42+30,9

45,29+9,25 10,96+1,15

PRO 7,90+0,90 3,50+0,67 4,40+1,13 128,39+22,9

43,17+17,08 11,49+1,72

PRE 8,08+0,68 3,58+0,67 4,16+0,78 125,44+44,4

43,17+9,93 11,19+1,70

PRO+PRE 7,94+0,53 3,42+0,67 4,31+0,72 145,18+41,9

39,94+15,72 11,26+1,33

Os valores encontrados para leucometria global e específica (Tabela 7) não

diferiram estatisticamente entre si (P>0,05), segundo os resultados obtidos pela

análise de variância. Os valores observados nas determinações das leucometrias

global e específica são similares aos já descritos por outros autores (JAIN, 1993;

BLOOD e RODOSTTITS, 1991; KANEKO et al., 1989; MEYER et al., 1995 LOPES

et al., 1996).

Apesar de não terem sido observadas diferenças entre os tratamentos,

variações biológicas foram detectadas. Na avaliação da leucometria global foi

observada maior média para os animais alimentados com ração sem adição de

promotor de crescimento em relação aos demais tratamentos. Este resultado

sugere que os animais não tratados com promotores de crescimento,

provavelmente, foram mais susceptíveis a microrganismos intestinais

desenvolvendo, com isso, uma maior resposta leucocitária.

Acredita-se que os promotores de crescimento tenham agido como

moduladores da microbiota, modificando a resposta leucocitária.

Os melhores resultados foram observados nos tratamentos 2 e 4, que

utilizaram antibiótico e prebiótico, respectivamente. Quando avaliada a leucometria

específica foi observada para os animais alimentados com ração sem promotor de

Page 45: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

crescimento maior média nas concentrações sangüíneas de neutrófilos e

monócitos em relação aos demais tratamentos. Este aumento, provavelmente,

está relacionado a uma maior resposta leucocitária, tendo em vista que os

neutrófilos e monócitos constituem a primeira linha de defesa do organismo

(LOPES et al., 1996). Basófilos e bastões foram raramente encontrados.

Percebe-se, com esses resultados, que a não-utilização de estimulantes de

crescimento na alimentação dos suínos teve como conseqüência um maior efeito

dos microrganismos intestinais no organismo desses animais em relação ao

sistema de defesa (leucocitário).

Tabela 7: Número de Neutrófilos, monócitos, linfócitos, eosinófilos (leucometria

específica) e leucometria global de suínos alimentados com ração basal (BAS),

contendo antibiótico (ANT), ou probiótico (PRO), ou prebiótico (PRE) ou

probiótico+prebiótico (PRO+PRE).

Tratamento Neutrófilo

(x 103/ µl) Linfócitos (x 103 µl)

Monócitos (Nº de Cél. por µl)

Eosinófilos (Nº de Cél. por

µl)

Leuc. Global (x 103/ µl)

BAS

8,75+5,41

10,21+2,30

794,92+453,20

435,17+305,45

20,10+5,80

ANT 5,63+3,14

8,85+2,18 551,83+309,86 437,00+279,17 16,16+2,19

PRO 6,67+2,91

10,99+2,81 454,08+195,80 362,75+199,03 18,64+2,56

PRE 6,36+2,32 8,94+3,38 650,58+700,66 493,42+219,37 16,33+4,07

PRO+PRE 5,98+1,87

10,88+2,90 733,67+484,58 447,92+334,77 18,13+3,84

4.3 CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA

Os resultados encontrados para as características de carcaça na medição

“in vivo” e após o abate são apresentados nas tabelas 8, 9, 10, 11 e 12. Não foram

encontradas diferenças estatísticas significativas (P>0,05) nos valores analisados.

Page 46: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Em 1987, BÖHME e OSLAGE, citados por VIEIRA (1993), também não

encontraram diferenças na qualidade das carcaças de suínos alimentados com

diversos antibióticos. Os mesmos autores verificaram, também, que não houve

variação nos pesos de rins, coração e fígado dos suínos estudados. QUADROS et

al. (2001) observaram que o uso de probióticos proporcionou a redução da perda

de peso no transporte para o abatedouro, melhorou o rendimento da carcaça

quente e também aumentou a profundidade do músculo Longissimus dorsi, mas

não encontrou diferenças nas outras características analisadas, como peso da

carcaça fria, rendimento da carcaça fria, percentagem de carne magra, espessura

de toucinho e comprimento de carcaça

Tabela 8: Dados de área de olho de lombo inicial (AOLi), na fase de crescimento

(AOLc) e na fase de terminação (AOLt), de suínos alimentados com ração basal

(BAS), contendo antibiótico (ANT), ou probiótico (PRO), ou prebiótico (PRE) ou

probiótico+prebiótico (PRO+PRE).

Tratamentos AOLi (cm2) AOLc (cm2)

AOLt (cm2)

BAS 12,0 23,5 36,4

ANT 13,4

27,0 38,4

PRO 13,7 26,8 39,5

PRE 12,9 23,9 35,1

PRO+PRE 13,4 26,3 36,8

C.V (%) 13,8 11,0 7,1

Page 47: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Tabela 9: Dados de Espessura de gordura de cobertura inicial (EGCi) na fase de

crescimento (EGC) e na fase de terminação (EGCt) de suínos alimentados com

ração basal (BAS), contendo antibiótico (ANT), ou probiótico (PRO), ou prebiótico

(PRE) ou probiótico+prebiótico (PRO+PRE).

Tratamentos EGCi (mm) EGC (mm) EGCt (mm) BAS 3,8 11,8 16,0

ANT 4,2 11,7 15,7

PRO 4,1 11,4 16,4

PRE 3,7 11,5 16,3

PRO+PRE 3,9 11,4 16,0 C.V (%) 10,5 5,8 9,3

Tabela 10: Dados de Espessura de gordura de cobertura da picanha inicial

(EGPi), na fase de crescimento (EGP) e na fase de terminação (EGPt), em suínos

alimentados com ração basal (BAS) contendo probiótico (PRO), ou prebiótico

(PRE), ou probiótico+prebiótico (PRO+PRE).

Tratamentos EGPi (mm) EGP (mm) EGPt (mm) BAS 3,1 12,3 16,0

ANT 3,0 12,0 15,5

PRO 3,0 11,7 16,0

PRE 3,1 11,5 16,6

PRO+PRE 2,9 11,4 15,9 C.V (%) 12,5 4,3 7,0

Page 48: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Tabela 11: Dados peso do fígado (PF), peso do baço (PB), carcaça quente (PCQ),

comprimento da carcaça quente (CCQ), em kg, em suínos alimentados com ração

basal (BAS), contendo antibiótico (ANT), ou probiótico (PRO), ou prebiótico (PRE),

ou probiótico+prebiótico (PRO+PRE)

TRA PF PB PCQ CCQ BAS

1,45

0,14

34,55

93

ANT

1,64

0,15

37,03

99,05

PRO

1,59

0,13

35,20

93,13

PRE

1,62

0,14

34,13

93,35

PRO+PRE 1,64 0,15 33,08 94,2

C.V (%) 15,0 10,8 5,3 3,7

Tabela 12: Leitura inicial (10), final da fase de crescimento (20) e final do

experimento (30) do grau de marmoreio, nos diferentes blocos e tratamentos.

TRA BLO 10 20 30

1 1 TRA PEQ PEQ 1 2 TRA PEQ MED 1 3 TRA PEQ MED 1 4 TRA LEV PEQ 2 1 TRA PEQ MED 2 2 TRA LEV PEQ 2 3 TRA MED MED 2 4 TRA LEV PEQ 3 1 TRA MED MED 3 2 TRA PEQ PEQ 3 3 TRA PEQ MED 4 1 TRA LEV PEQ 4 2 TRA LEV PEQ 4 3 TRA LEV LEV 4 4 TRA LEV PEQ 5 1 TRA TRA PEQ 5 2 TRA PEQ PEQ 5 3 TRA PEQ PEQ 5 4 TRA LEV LEV

Traço-TRA, Leve-LEV, Pequeno-PEQ, Médio-MED, Moderado-MOD, Abundante-ABU.

Page 49: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

4.4 ALTURA DAS VILOSIDADES

As médias das alturas das vilosidades intestinais encontram-se na figura 1.

Não foram encontrados efeitos dos tratamentos sobre a altura das vilosidades

(P>0,05). Esses resultados não satisfazem as expectativas de que o consumo de

probiótico e/ou prebiótico na ração melhoram a qualidade da mucosa intestinal, o

que está de acordo com POLLMAN e BANDYCK (1984), que não encontraram

diferenças na morfologia intestinal de suínos alimentados com rações contendo

probiótico e antibiótico. Por outro lado, JONSSON e HENNINGSSON (1991)

encontraram diferenças na morfologia intestinal de leitões alimentados com rações

contendo ou não probiótico, confirmando o fato de que a utilização de estimulantes

de crescimento tem melhor efeito nas fases de aleitamento e creche. O fato de

terem sido usados neste estudo animais mais velhos pode explicar a ausência do

efeito dos estimulantes de crescimento sobre a morfologia intestinal, sugerindo

que estudos futuros devam ser conduzidos nas diferentes fases de criação de

suínos. Além disso, o estudo demonstra que a substituição do antibiótico por

probiótico e/ou prebiótico não alterou a altura das vilosidades intestinais dos

suínos. Portanto, estes resultados sugerem a possível substituição do antibiótico,

normalmente utilizado nas rações comerciais de suínos, por probiótico e/ou

prebiótico, sem que ocorram diferenças significativas na altura das vilosidades

intestinais dos suínos, já que, hoje em dia, a utilização dos antibióticos como

promotores de crescimento vem diminuindo cada vez mais, por pressão do

mercado consumidor.

Page 50: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

Figura1: Altura das vilosidades intestinais (duodeno) de suínos alimentados com

rações contendo diferentes tipos de estimulantes de crescimento (T1- Ração

basal; T2 - Ração basal + Antibiótico; T3- Ração basal + Probiótico; T4 - Ração

basal + Prebiótico; T5 - Ração basal + Probiótico+ Prebióitico ) (P> 0,05).

Page 51: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

5. CONCLUSÕES

Para suínos nas fases de crescimento e terminação, o antibiótico pode ser

substituído pelo probiótico Saccharomyces cerevisiae e/ou prebiótico

mananoligossacarídeo (MOS) sem prejuízo de desempenho, características

hematológicas e de carcaça dos suínos.

Page 52: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFIP. (1994) (Armed Forces Institute of Pathology). Laboratory Methods in

Histotechnology. American Registry of Pathology. Washington, D.C.

ANDREATTI FILHO, R.L.; SAMPAIO, H.M. (1999) Probióticos e Prebióticos . Rev.

Educ. Continuada do CRMV-SP, 2:50-71.

BIOTECNAL. (1996) O fantástico mundo dos probióticos, Três Corações, MG,

97p.

BLOOD, D.C., RODOSTTITS, O.M. (1991) Clínica Veterinária. 7ª ed. Guanabara

Koogan, Rio de Janeiro.

BRAUDE, R.; KON, S.K.; PORTER, J.W.G. (1953) Antibiotic in nutrition. Nutr.

Abst. Ver., 23(3): 473-95.

CHATEAU, N.; CASTELLANOS, I.; DESCHAMPS, A. M. (1993.) Distribution of

pathogen inhibitionin the Lactobacillus isolates of a commercial probiotic

consortium. J.Appl.Bacter.74:36-40.

Page 53: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

CONWAY, P. L. (1989) Lactobacilli:fact and fiction in the regulator y and protective

role of the normal microflora, (EDSR. Grubb), Macmillan press, Basingstoke,

263-281.

CROMWELL, G.L. (1991) Antibiotics. In: Miller, B.R.; Ulley, D.E.; Lewis, A.J. (eds)

Swine nutrition. Stoneham, England, Butterworth-Heinemann.

CUNHA, T.J. (1957) Antibiotics for swine, beef catle, sheep and dairy catle. In:

International conference on use of antibiotics in agriculture, 1, New York.

DUKES, H. H., SWENSON, M.J., REECE, W.O. (eds.) (1996) Fisiologia dos

Animais Domésticos. Guanabara Koogan, 11ª ed. 856 p. Rio de Janeiro, RJ.

ENGBERG, R. M.; HEDEMAN, M.S. (2000) Effect of zinc Bacitracin and

Salinomycin on intestinal microflora and performance of broilers. Poultry

Sci.,79:1311-1319.

EWING, W.N., COLE, D.J.A. (1994) The living gut. A introduction to micro-

organisms in nutrition.

FORBES, M.; PARK, J.T. (1959) Growth of germ-free and conventional chicks:

Effectsof diet, dietary penicillin and bacterial environment. J.Nutr.,67:69-84.

FOX, S.M. (1988) Probiotics: Intestinal inoculants for production. Veterinary

Medicine, August, p. 806-829.

FUKATA, T; SASAI, K. (1999) Inhibitory effects of competitive exclusion and

fructooligosaccharide singly and in combination, on Salmonella colonization of

chicks. J. Food Protec., 62:229-233.

FULLER, R. (1989) Probiotcs in man and animals. J.Appl.Bacteriol.,66:356-378.

Page 54: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

FULLER, R.; NEWLAND, L.G.M. (1960) The normal intestinal flora of the pig.IV.

The effect of dietary supplements of Penicillin, Chlortetracyclin or copper sulfate

on the cecal flora. J. Appl.Bact.,23:195-205.

FULLER, R.; COLE, C.B. (1988) The scientific basis of the probiotic concept. In:

Stark, B.A. Wilkinson, J.M. (eds). Probiotis: theory and applications. Marlows:

Chalcombe Publications, p. 1-14.

GIBSON, G. R.; ROBERFROID, M. B. (1995) Dietary modulation of the human

colonic microbiota: introducing the concept of prebiotics. J. Nutr., 125:1401-

1412.

GONZALEZ, F.H.D. (1997) O perfil metabólico no estudo de doenças da produção

em vacas leiteiras. Arq. Fac. Vet. UFRGS v. 25. O2 p.13-33.

HIGGINBOTHAM, J. (1991) The importance of yeast metabolites in a yeast

culture. Feed Compounder, v.11, p.37-39.

JAIN, N.C. (1993) Essentials of Vetrerinary Hematology. Lea & Febiger.

Philadelphia. 19-53p.

JIN, L.Z.; HO, Y.W. (1997a) Probiotcs in poultry: Modes of action. World´s poultry

Sci.J.,53:351-368.

JIN, L.Z.; HO, Y.W. (1997b) Growth performance, intestinal microbial.

JONSSON, E. (1985) Lactobaccilli as probiotcs to pigs and calves. Dissertation.

Dept. Animal Nutrition Management, Swed. Univ. Agric. Sci.,148:1-65.

JONSSON, E., e CONWAY, P. (1992) Probiotics for pigs. In: Fuller, R. Probiotics:

the scientific basis. p. 259-315. London: Chapman e Hall.

Page 55: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

JONSSON, E. AND HENNINGSSON, S. (1991) Establisment in the piglet gut of

lactobacilli capable of degrading mixed-linked “B”-D-glucans. J. Appl. Bacteriol.

70. 512-16.

JUKES, T.H. (1949) The history of the antibiotic growth effect. Federation

proceedings, 37:2514-2518.

KANEKO, J.J., HARVEY, J.W., BRUSS, M.C. (1989) Clinical Biochemistry of

Domestic Animals. 4ª ed. New York, Academic Press, 932p.

LEEDLE, J. (2000a) Intestinal microbiology – Action mechanisms. In:Simpósio

sobre aditivos alternativos na nutrição animal. Anais. Campinas: CBNA, p.1-14.

LEEDLE, J. (2000b) Probiotica and DFMs – mode of action in the gastrointestinal

tract. In: Simpósio sobre aditivos alternativos na nutrição animal. Anais.

Campinas: CBNA. p25-40.

LOPES, S.T.A., CUNHA, C.M.S., BIONDO, A.W., FAN, L.C. (1996) Patologia

Clínica Veterinária. UFSM, Santa Maria, 160p.

MENTEN, J.F.M. (2001) Aditivos alternativos na nutrição de aves. 38ª Reunião

anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Anais. Piracicaba, SP.p.141-157.

MEYER, D.J., COLES, E.H., RICH, L.J. (1995) Medicina de Laboratório

Veterinária. Interpretação e Diagnóstico. Roca, São Paulo.

PAPADOPOLOUS, G. (1983) Comparative study on the efficacy of Mercadox

Bayo-nox and Avotan as growth promoters in starting, growing and finishing

pigs. Bull. Hell. Vet. Med. Soc., 84 (4): 333-52.

Page 56: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

PARKER, R.B. (1974) Probiotics, the other half of antibiotic story. Anim. Nutr.

Health, 29:4-8.

PARKER, G.; CROMWELL, G.; HAYS, U. (1989) Feed additives for swine. Pardue

University. West Lafayette, Indiana.4:63-71.

POLLMAN, D.S. e BANDYCK, C.A. (1984) Stability of Lactobacillus products.

Anim. Food Sci. Technol. 11, 261-7.

POZZA, P.C. (1998) Uso de probióticos para suínos. CONEZ, 1998, viçosa, MG.

Anais... Viçosa, MG. p. 279-294.

QUADROS, A.R.B. DE, KIEFER, C., HENN, J.D., SCARIOT, G., BENDER, P.

(2001) Efeito do uso de probióticos sobre características quantitativas da

carcaça de suínos. Congresso Brasileiro de Veterinários Especialistas em

Suínos, 9. Anais. Belo Horizonte, MG.

ROSE, A.H. (1989) Yeast culture, a microorganism for all species: A theoretical

look at its mode of action. Proceedings of ALLTECH´S FIFTH ANIMAL

SYMPOSIUM, Biotechnology in the feed industry, ed. T.P.Lyons. Alltech

Technical Publications, Nicholasville, Kentucky. 309p.

ROSTAGNO, H.S. (2000) Composição de alimentos e exigências nutricionais de

aves e suínos (tabelas brasileiras), 6ª impressão, Ed.Impr. Univ. da UFV,

Viçosa, 59p.

RUIZ, R.L. (1992) Microbiologia Zootécnica, 1ª ed., Ed. Roca, São Paulo, 314p.

SAEG 7.1. (1997) Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas. Universidade

Federal de Viçosa, Viçosa, MG.

Page 57: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

SAVAGE, T. F.; COTTER, P. F.; ZAKREWSKA, E. I. (1996) Effect feeding a

mannan oligosaccharide on imunoglobulin, plasma igG and bile IgA of Wrolstad

MW male turkey. Poultry Sci. 75(Suppl.1):143.

STOKSTAD, E.L.R. (1954). Antibiotics in animal nutrition. Physiol. Rev., 34(1): 25-

51.

STRYER, L. Bioquímica. (1996) 4ª ed.Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. 1000p.

STUTZ, M.W.; JOHSON, S.L; JUDITH, F.R. (1983) Effects of diet and Bacitracin

on growth, feed efficiency, and population of Clostridium perfrigens in the

intestine of broiler chiks. Poultry Sci.62:1619-1625.

TALAMINI, D.J.D., CANEVER, M.D., SANTOS FILHO, J.I. (1998) Suinocultura

brasileira: perspectivas para o início do próximo milênio. In: Seminário

Internacional de Suinocultura, 3, 1998, São Paulo, SP. Anais...São Paulo, SP.

EMBRAPA-CNPSA, p01-09.

TOURNUT, J.R. (1998) Probiotics. In: Reunião da Sociedade Brasileira de

Zootecnia, 35, 1998, Botucatu. Anais...Botucatu: SBZ, p. 179-199.

VASSALO, M. (1995) Probióticos em rações para leitões dos 10 aos 30kg de peso

vivo. Tese (Mestrado) - Lavras - UFLA, 73p.

VIEIRA, A.A. (1993) Alho como estimulante do crescimento e da eficiência

reprodutiva de suínos. Tese Doutorado, UFV, 137p.

VISEK, W.J. (1978) The mode of Growth Promotion by Antibiotics. J. Anim. Sci.,

46(5). 1447-69.

WHITEHAIR, C. K.; THOMPSON, C.M. (1956) Observations on raising “disease-

free” swine. J. Amer. Vet. Med. Ass., 128:9498.

Page 58: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente

APÊNDICE

Tabela 1 A - Identificação de bactérias em amostras fecais dos suínos em duas

coletas (Início e final do experimento -1 e 2)

Bactérias

Tratamentos Enterobacter sp. Klebsiella sp. Escherichia coli

1 2 1 2 1 2

Basal X X X X

Antib. X X X X

Prob. X X X X X X

Simb. X X X X

Preb. X X X X X

Page 59: PROBIÓTICO E PREBIÓTICO NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS … · O probiótico constitui-se de um suplemento aditivo de ração, composto por agente microbiano vivo, que atua beneficamente