Problemas na criação de rebanho e resíduos de...

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1 Problemas na criação de rebanho e resíduos de matadouros Sandra Cointreau Solid Waste Advisor The World Bank March 2006

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Problemas nacriação de rebanho

e resíduos dematadouros

Sandra CointreauSolid Waste Advisor

The World BankMarch 2006

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Demanda doconsumidor paraa produção derebanhos

� A produção de rebanhos nos países emdesenvolvimento projeta-se que crescerá quqtro vezesmais rápido do que nos países desenvolvidos.

� O consumo de carne quintuplicou e o de leitetriplicou entre o início dos anos 70 a meados dos anos90 nos países em desenvolvimento.

� O crescimento de carne suína e de aves é o dobro decarne dos ruminantes.

� Mas 800 milhões de pessoas ainda padecem de cronicasub-nutrição e fome.

Sources: Christopher Delgado, IFPRI, ; Gregg BeVier, AASV; Henning Steinfeld, FAO

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Preocupaçõesna produçãode pequenaescala.

� Em torno de 675 milhões de pobres nas áreas ruraissão mantidos pela receita proveniente de animais oude sua propriedade.

� Produção intensiva de criação de gado em largaescala está crescendo 6 vezes mais do que ocrescimento anual da produção de pastos.

� A pobre aplicação de leis ambientais e de segurançaalimentar nos países em desenvolvimento, baixospreços de eletricidade favorece a criação intensiva degado dos grandes produtores.

Sources: IFPRI, FAO and World Bank Reports

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� Alguns países desenvolvidos requerem dos países emdesenvolvimento uma moderna produção intensiva derebanhos articulada com matança moderna e eficientesinstalações para o aproveitamento necessário.

� A menos que associados a grandes produtores/processadores, ospequenos criadores têm acesso somente aos mercados vivos,matadouros públicos a maioria dos quais são velhos anti-sanitários e com o mínimo contrôle veterinário.

� As taxas pagas aos matadouros são mantidas baixas paradesencorajar a matança ilegal fora das instalações.

Source: David Gue, Guidelines for Livestock Marketing and Processing

Matança eprocessamento nospaíses emdesenvolvimento

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Problemas nosrebanhos/resíduos dosmatadouros

� A maioria do estrume dos rebanhos se aplica às terras sem tratamentoou contrôle dequalidade(arsenico,antibióticos,patógenos resistentes, nitrogenio,fósforo e pesticidas).

� Os produtos secundários dos matadouros públicos são vendidos comfrequência aos setores informal que fabricam rações de animais.

� As águas da lavagem dos matadouros e o sangue não reciclado sãodespejados em bueiros, usualmente com pouco ou nenhumtratamento.

� Resíduos sólidos não recicláveis, carcaças de animais doentes queforam rejeitados e estrume dos cercados são despejados em depósitosabertos onde animais domésticos, cachorros, roedores e alguns animaisselvagens reviram o lixo à procura de comida.

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Reciclagem deresíduos dematadouros pararação de animais.

� Os priones da proteína da BSE(vaca louca) não são destruídospela decomposição ou temperaturas normais de processamento.

� A doença nas vacas se dissemina através dos resíduos dematadouros que são processados para ração animal.

� O período de incubação é maior do que 5 anos , causandoinfecção em larga escala antes dos sintomas da doençaaparecer..

� Semalhante doença (TSE) existe nas ovelhas, gatos domésticos ,grandes felinos,bisões e visons.”Scrapie” da ovelha podeinfectar seres humanos através do contato com carcaças eplacenta.

Sources: John W. Willesmith, Manual on BSE, and EU data

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Recentes surtos dedoenças com grandesconsequênciaseconômicas.

� Surtos de doenças humana originadas em zoonoses:� Transmissível encefalopatia espongiforme(prions de proteína)� Grave síndrome respiratória-SARS(coronavírus), altamente

patogênico o vírus da influenza aviária.

� Surtos de doenças de animais:� Febre aftosa(vírus)� ‘Peste suína( vírus)� Doença de Newcastle(vírus).

Sources: USDA and OIE outbreak reports

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Impactos econômicoscausados por surtos dedoenças zoonóticas

� SARS reduziu o PIB regional da Ásia Oriental em 2% nosegundo trimestre de 2003.

� A Europa sacrificou mais de 5 milhões de cabeças de gado paraconter a propagação doBSE(vaca louca) e sofreu grandes perdasnas exportações.

� O surto de febre aftosa no Reino Unido em 2001 custou $1.7bilhões para compensar os criadores pela seleção de 4.5 milhõesde animais.O surto de febre aftosa na Argentina interrompeu aexportação de carne do país por 3 anos.

� Vietnam e Thailandia perderam de 15-20% do seu estoque defrangos, devido a mortes causadas pela influenza aviária(H5N1)mortalidades e seleção...mais de 50 milhões de aves.Globalmente mais de 145 milhões de aves morreram ou foramselecionadas para influenza aviária(H5N1) desde 2003.

Sources: World Bank, EU, CIDRAP, OIE and USDA data

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Incidentes da Influenza AviáriaH5N1 emaves domésticas e silvestres

� Ásia Oriental – Cambodia, China, Hong Kong, Indonésia,Japão, Laos, Malásia, Mongólia, Mynamar, Coréia do Sule Vietnam.

� Europa, Oriente Médio, Africa do Norte – Afeganistão,Bósnia & Herzegovinia, Croácia, Romania, Turquia,Egito, Iraque, Iran, Arábia Saudita, Cyprus, Grécia,Alemanha, Áustria, Itália, Bulgária, Eslovenia,Azerbaijão, França, Dinamarca, Hungria, Eslováquia,Albania.

� Central, Sul da Ásia – Paquistão, Índia, Kazaquistão,Rússia, Ukrania, Geórgia, Yemen, Suécia, Suíça, Sérbia eMontenegro, Israel.

� África – Nigéria, Camarões, Níger, ZimbabueSource: OIE, FAO, WHO

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Surtos de H5N1 nasaves domésticas

� Infecção em grande número.� Propagação de país a país principalmente

através do comércio de aves vivas.� Frangos, patos, gansos, perus, codornas,

pombos, avestruz, pavões, galinha d’angola.� O vírus do H5N1 se transmite através do

sangue, ovos e carne de aves infectadas.

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Aves silvestresencontradas mortas eestavam positivasparaH5N1

� Em pequenos números comparados com as avesdomésticas.

� Provavelmente infectadas por água e terracontaminadas por excreções das aves domésticas ouingestão de carne contaminada das mesmasdescartadas.

� Patos, gansos, cisnes, cormorões, gaivotas, pombos,corvos, estorninhos, gaviões, corujas, falcões,cegonhas, garças, pelicanos, urubus, mainás, pegas epardais.

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H5N1 – Resistentevírus que se propaganas excreções

� Aves infectadas despejam grande quantidade devírus nas excreções por semanas, mesmo se as avesinfectadas estão assintomáticas.

� O vírus H5N1 no excrementopode permanecerinfectivo por semanas em temperaturas moderadasno meio ambiente, e mais de 1 mes em água fria, esobrevive indefinidamente em temperaturascongelantes.

� O problema nos países em desenvolvimento, são osaterros sanitários abertos e o uso de estrume nasterras sem tratamento. Source: WHO, CIDRAP

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H5N1 – O pássarointeiro infectado écontagioso

� Patos domésticos e outras aves infectadas podemestar asintomáticos mas são tão contagiosos quantoas aves com sintomas.

� Contato direto com carcaças e ingestão de aves malcozidas pode causar infecção em seres humanos enuma grande variedade de mamíferos.

� O problema nos países em desenvolvimento é o fatode despejarem resíduos de matadouros nos aterrossanitários abertos aonde pássaros silvestres eanimais procuram comida e seres humanos fazemreciclagem.

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H5N1 Inativação dovírus

� Temperaturas de 56 graus Celsius por maisde 3 horas ou 60 graus Celsius por mais de30 minutos:� Digestão anaeróbica~70 graus Celsius� Decomposição ~40 – 60 graus Celsius

� Condições de PH ácido:� Digestão anaerobica mantém condições ácidas.� Decomposição se torna ácida brevemente e então

se transforma em alcalina.Source: OIE, WHO, CIDRAP

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H5N1 – Disposição deexcreções, carcaças esangue

� Localização e enterro em trincheiras para limitar oacesso e minimizar o movimento do vírus através devazamento drenagem ou aerosol.

� Adubação envolve excessivo manuseamento e poeira,não sendo recomendado para material altamentepatogênico.

� Digestão anaeróbica será contida e destrutiva ao vírus.� Equipamento de incineração é raramente disponível

para grandes quantidades, caríssimo para materiaishúmidos, com alta taxa de desuso e dependente dadisponibilidade de combustível.

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Externalidades globais –Instrumentos econômicos

� Condições precárias nos mercados municipais, matadouros, e locais de despejo nos países em desenvolvimento são elementos chave na cadeia das doenças zoonóticas.Os municípios precisam de investimento intergovernamental e apoio recurrente no orçamento para acabar com esses elementos

� Melhorias ambientais no gerenciamento dos resíduos de rebanhos de criação e de matadouros tratariam dos objetivos nas mudanças climáticas global, e o contínuo financiamento do carbono é necessário para sustentar o sistema de resíduos.

� Subsídios inter governamentais para tratamento de estrume e transporte para áreas rurais, melhorariam o solo nesta zona e reduziria o carregamento de nutrientes nas áreas urbanas periféricas de intensa produção de animais.

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Colaboração essencial para o sucesso

� O banco e o IFC precisam trabalhar juntos incentivando o setor privado no melhoramento e na administração das instalações de matadouros e dos resíduos regionais, estabelecendo uma certificação de segurança biológica.

� É necessário a colaboração e a infraestrutura dos setores de agricultura, saúde, meio ambiente, urbana e social.

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Para informação em gerenciamento de resíduos:

http://www.worldbank.org/solidwastePara atualização em doenças zoonóticas:FAO, OIE, WHO, CIDRAP

Contato:[email protected]