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CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA - MESTRADO PRH-11 GUISELA SANTIAGO GROSSMANN PROCESSAMENTO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS SÍSMICOS DE PARASOUND NO DELTA SUBMARINO DO AMAZONAS NITERÓI 2002

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CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA - MESTRADO PRH-11

GUISELA SANTIAGO GROSSMANN

PROCESSAMENTO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS SÍSMICOS DE PARASOUND NO DELTA

SUBMARINO DO AMAZONAS

NITERÓI 2002

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GUISELA SANTIAGO GROSSMANN

PROCESSAMENTO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS SÍSMICOS DE

PARASOUND NO DELTA SUBMARINO DO AMAZONAS

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Alberto Garcia Figueiredo Jr. - Orientador Lagemar/UFF

Dr. Jurandyr Schmidt - Orientador Petrobrás

MSc. Paulo Roberto Maldonado Petrobrás

Dra. Isa Brehme (Suplente) Lagemar/UFF

Dissertação apresentada ao programa de Pós-

Graduação em Geologia e Geofísica Marinha da

Universidade Federal Fluminense, como requisito

parcial para obtenção do grau de Mestre em

Ciências (M.Sc.). Área de concentração: geologia

e geofísica marinha

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FICHA CATALOGRÁFICA

GROSSAMNN, GUISELA SANTIAGO

PROCESSAMENTO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS SÍSMICOS DE PARASOUND NO DELTA SUBMARINO DO AMAZONAS

Niterói, RJ - Universidade Federal Fluminense - UFF, Instituto de Geociências, Departamento de Geologia, Lagemar, 2002 Dissertação de Mestrado em Geologia e Geofísica Marinha 1. Delta Submarino do Amazonas 2. Gás Metano 3. Processamento Sísmico 4. Interpretação Sísmica I. Universidade Federal Fluminense - Instituto de Geociências - Departamento de Geologia II. Processamento e Interpretação de dados sísmicos de Parasound no delta submarino do Amazonas

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Ao meu marido e aos meus pais

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RESUMO

O delta submarino do Amazonas é a principal feição geológica da

Plataforma Continental Amazônica e é influenciado por diversos fatores

oceanográficos e meteorológicos como a forte amplitude das marés, a

Corrente Norte Brasileira e os ventos alíseos, e, principalmente, pela

descarga do rio Amazonas. A construção do delta e a distribuição sedimentar

tem sido influenciada por estes fatores ao longo do tempo e para investigar

estes aspectos, foram utilizados registros de sísmica rasa de alta resolução e

testemunhos de sedimento.

O principal enfoque da pesquisa consistiu no processamento e na

interpretação de dados de sísmica Parasound, para o qual ainda não há uma

classificação específica para os tipos de eco.

Os dados sísmicos foram processados utilizando-se dois softwares, o

SENT da Universidade de Bremen (Alemanha) e o SEISMIC UNIX (SU) do

Center for Waver Phenomena da Colorado School of Mines (Estados Unidos).

Em uma primeira etapa foi feita uma filtragem de freqüências aplicando-se

filtros passa-banda para se eliminar os ruídos e melhorar a visualização do

sinal sísmico. Foram confeccionados espectros de amplitude do sinal para se

checar a atenuação do sinal em áreas com presença de gás disperso no

sedimento.

Após a etapa do processamento foi realizada a interpretação dos perfis

com a utilização de dados de análise granulométrica do sedimento e dos

espectros de amplitude. Foram interpretados dez perfis, sendo três

perpendiculares a linha de costa e o restante paralelos. A interpretação

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destes perfis permitiu o mapeamento das zonas com presença de gás,

caracterização das feições geológicas e distinção dos diferentes tipos de

caráter de eco.

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ABSTRACT

Amazon submarine delta is the main feature of the Amazon shelf. This

area is influenced by several energetic forces, such as the large tidal

amplitudes, the North Brazilian Current, the Trade Winds and specially by the

enormous water discharge from the Amazon River. The delta construction and

the sedimentary distribution have been influenced by this factors during the

geologic time. In order to understand these aspects, high resolution shallow

seismic and sediment cores were used.

The main focus of this research was seismic processing and

interpretation of Parasound data to which no echo-character classification was

yet established.

Data was processed using two softwares, SENT of Bremen University

and Seismic Unix (SU) of Center for Wave Phenomena of Colorado School of

Mines. At the first stage “pass-band” filters were applied in order to reduce

noise and improve the quality of seismic signal. Amplitude spectra were

constructed to check the signal attenuation when gas is present in sediment.

Profile interpretation was based on sediment grain-size analyses and

spectra amplitude. Ten profiles were interpreted, being three of them

perpendicular to the coast and others parallel. Interpretation allowed location

of gas charged sediment, characterization of geologic features and distinction

of echo character.

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SUMÁRIO

RESUMO …..………………………………………………………………….....… V

ABSTRACT ………………………………………………………..………………VII

AGRADECIMENTOS ………………………………………….………………….. X

ÍNDICE DE FIGURAS ………………………………………..………..………… XI

ÍNDICE DE TABELAS ………………………………………….…….………… XIII

1.INTRODUÇÃO ……………………………………...…………………………… 1

2. ÁREA DE ESTUDO ……………………………………………………….……..4

2.1. Evolução geológica e estratigrafia...…………………………………6

2.2. Fatores oceanográficos e meteorológicos atuantes ……………... 9

2.3. Sedimentologia e geomorfologia …………………………………..12

3. METODOLOGIA ………………………………………………………………..15

3.1. O sistema de Ecossonda Parasound……………………………….17

4. PROCESSAMENTO SÍSMICO ……………………………………………… 19

4.1. Aplicação de filtros …………………………………………………...21

4.2. Atenuação do sinal sísmico …………………………………………25

5. CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE CARÁTER DE ECO …………….…28

6. OCORRÊNCIAS DE GÁS METANO …………………………………………31

7. DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS PERFIS SÍSMICOS………....…36

7.1. Perfil A …………………………………………………………………36

7.2. Perfil B …………………………………………………………………38

7.3. Perfil C …………………………………………………………………42

7.4. Perfil D …………………………………………………………………47

7.5. Perfil E …………………………………………………………………49

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7.6. Perfil F …………………………………………………………………52

7.7. Perfil G ………………………………………………………………...54

7.8. Perfil H …………………………………………………………………57

7.9. Perfil I ………………………………………………………………….63

7.10. Perfil J ………………………………………………………………..67

8. CONCLUSÕES …………………………………………….…………………...70

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………...……………………….…..72

ANEXOS ………………………………………………………………………….. 78

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AGRADECIMENTOS

Antes de tudo agradeço à Deus, a estrela que sempre ilumina meu

caminho.

Ao meu marido, Philip Matheson, por estar sempre ao meu lado me

dando apoio desde o início do mestrado.

Aos meus pais, minhas irmãs e à tante Rose por acreditarem no meu

potencial e por estarem sempre torcendo para a minha realização

profissional.

Aos meus orientadores Alberto Figueiredo e Jurandyr Schimdt pelos

dois ótimos anos de convivência, aprendizado e amadurecimento profissional

e, é claro, pela orientação e dedicação.

À Universidade Federal Fluminense, ao LAGEMAR e à ANP por

tornarem possível a realização deste trabalho.

Aos colegas e professores do LAGEMAR por me proporcionarem

sempre um ótimo ambiente de trabalho.

Ao Hanno Von Lom (Universidade de Bremen) pela ajuda no

processamento dos dados à bordo do Meteor.

Aos colegas da Universidade de Bremen, à tripulação do Meteor e às

amigas Sandrinha e Lú por todos os momentos de descontração à bordo do

Meteor.

Aos amigos de turma Maira, Paola, Léo, Ivo, Sandrinha, Lú e Pedro

pela ótima convivência.

À todos que, de um modo ou de outro, ajudaram na realização desta

dissertação.

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ÍNDICE DE FIGURAS

1. Bloco diagrama do delta submarino do Amazonas..…………………….…...2

2. Área de estudo ……………………………………………………………….…..5

3. Arcabouço Tafrotectônico Cretáceo da área …………………………......….7

4. Pluma superficial …………………………………………………………….…10

5. Lamas Fluidas ……………………………………………………………….….12

6. Distribuição superficial dos sedimentos .....……………………….…………13

7. Área de estudo com a rota do Meteor e testemunhos utilizados……....…16

8. Ecobatímetro Atlas Parasound ………………………………………………..18

9. Espectro de Amplitude x Frequência …………………………...……………22

10. Exemplo da aplicação de filtros passa-banda ……………………………..24

11. Tipos de caráter de eco ………………………………………………………30

12. Registros sísmicos de 3,5 kHz e Geopulse …….……...………………..…35

13. Perfil A ………………………………………………………………………...37

14. Perfil B …………………………………………………………………………39

15. Espectro de amplitude na posição B1 ………………………………………40

16. Espectro de amplitude na posição B2 ………………………………………41

17. Perfil C ……………………………………………………………….…………43

18. Descrição do GeoB 3916-2 ………………………………………………….44

19. Espectro de amplitude na posição C1 ……………………………………...45

20. Espectro de amplitude na posição C2 ……………………………………...46

21. Perfil D …………………………………………………………………………48

22. Perfil E …………………………………………………………………….……50

23. Espectro de amplitude na posição E1 .……………..………………………51

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24. Perfil F …………………………………………………………………..……...53

25. Perfil G …………………………………………………………………..…..…55

26. Detalhe da progradação dos sedimentos no perfil G ………….………….56

27. Perfil H’ ……………………………………………………………...…………59

28. Perfil H’’ ………………………………………………………………………. 60

29. Espectro de amplitude na posição H1 …………………………………….61

30. Espectro de amplitude nas posições H2 e H3………………...…………...62

31. Perfil I …………………………………………………………………………..64

32. Descrição do testemunho GeoB 3918-4 ………………………......……….65

33. Espectro de amplitude na posição do GeoB 3918-4 …………………….. 66

34. Perfil J ……………………………………………………………………...…..68

35. Descrição do testemunho GeoB 3920-2 …………………......…………….69

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Análise granulométrica dos piston cores ............................ Anexos

Tabela 2. Valores de atenuação do sinal para 3,5 e 7 kHz ……………….. 26

Tabela 3. Valores de decaimento logarítimico para 14 kHz ……………...…27

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Os rios são os agentes mais importantes no transporte de sedimento

para os oceanos, totalizando um volume de 25,33 bilhões de ton/ano (Lisitzin,

1996). Como resultado deste transporte, são construídos nas margens

continentais, planícies costeiras, plataformas, taludes, elevações e outras

feições deposicionais. A dimensão e morfologia dessas feições irão depender

da fonte sedimentar e da dinâmica da região. Dentre todos os rios do planeta

o Amazonas se destaca por suas dimensões e o volume de sedimento

carreado para o oceano.

O rio Amazonas corta uma bacia de drenagem de 7x106 km2 e possui

a maior vazão do mundo, correspondendo a 20% de toda a drenagem de

água para os oceanos. Em épocas de cheia a vazão do rio Amazonas pode

atingir 354.793 m3/s (Figueiredo et al., 1993) e nas de baixa a vazão média é

de 80.000 m3/s (Costa, 1997). O suprimento sedimentar à plataforma

continental é de aproximadamente 1.2 x 109 toneladas por ano (Meade et

al.,1985), sendo o segundo do mundo, em termos de descarga de sedimento.

Com tamanha descarga sedimentar, o rio constrói um delta submarino que se

estende desde a foz até a plataforma externa (Figueiredo et al., 1972). Esta

região sofre ainda a influência da Corrente Norte Brasileira (CNB), que flui em

direção noroeste, desviando a descarga do rio Amazonas nesta direção, das

grandes amplitudes de marés e suas fortes correntes associadas e dos

ventos Alísios de nordeste (Figura 1). Todos esses fatores em conjunto,

promovem uma distribuição diferenciada de sedimentos ao longo da

plataforma, influenciando na sua evolução sedimentar (Costa, 1997). A pluma

superficial de sedimento gerada pelo desagüe do rio Amazonas nas águas

oceânicas expande-se ao longo da plataforma continental, enquanto na

interface água doce/água salgada ocorre a deposição de sedimento

floculado. Tal depósito estende-se até a foz do Rio Orinoco na Venezuela

dando origem a um dos maiores e mais contínuos ambientes deposicionais

do mundo moderno (Ayres Neto, 1994).

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Apesar das dimensões gigantescas e importância dos processos nesta

região, os trabalhos científicos de maior envergadura realizados na Bacia da

Foz do Amazonas datam do final da década de 60, sendo que desde então a

maioria enfocou a sedimentação e os processos deposicionais quaternários

restritos à região da plataforma continental, culminando com os estudos do

Projeto AmasSeds (A Multidisciplinary Amazon Shelf Sediment Study)

(Nittrouer et al.,1990). Por outro lado, a elaboração de trabalhos voltados

para a evolução geológica da Bacia da Foz do Amazonas só foi possível

devido a intensificação da exploração petrolífera na região (Oliveira, 1996).

Um dos primeiros estudos estratigráficos foi realizado por Shaller (1971)

Figura 1 – Bloco diagrama da área de estudo mostrando o delta submarino do Amazonas e os fatores oceanográficos atuantes. (Figueiredo et al., 1996)

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apresentando um arcabouço estratigráfico preliminar da bacia (Brandão &

Feijó, 1994).

Se por um lado existe grande quantidade de estudos dos processos

durante o Quaternário e também diversos estudos voltados para a evolução

geológica e exploração petrolífera, faltam estudos de como se estruturam os

depósitos sedimentares e são gerados e acumulados os hidrocarbonetos.

Estudos como do Projeto AmasSeds identificaram a presença de gás

biogênico nos sedimentos lamosos do delta submarino do Amazonas. Estes

depósitos possuem camadas discretas de areia de grande extensão lateral e

que muitas vezes estão saturadas de gás. Nesse aspecto, diversas questões

importantes estão ainda por ser respondidas, como por exemplo, a geometria

das camadas arenosas e a distribuição de gás no sedimento.

Quanto a estudos de tipos de caráter de eco, o trabalho mais

significativo é o de Damuth (1975). Como este trabalho consistiu na

classificação de diferentes tipos de caráter de eco para perfis de 3,5 kHz e na

região fora do delta submarino do Amazonas, se fez necessária para esta

dissertação uma classificação distinta para os perfis utilizados que são de

uma freqüência de 4 kHz e se encontram na plataforma amazônica.

A atenuação do sinal sísmico é um assunto ainda muito discutido e

pesquisado. Neste estudo, particula rmente, a perda do sinal devido a

presença de gás inserido no sedimento é marcante, assim a relação da

atenuação do sinal com a presença de gás através de espectros de

freqüência foi uma ferramenta de fundamental importância.

Finalmente, este estudo tem como objetivo a análise dos dados

sísmicos digitais do ecobatímetro e perfilador de subfundo Parasound. Essa

análise consistiu no processamento e interpretação dos dados sísmicos,

sendo identificados diferentes tipos de caráter de eco e ocorrências de gás

no pacote sedimentar.

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CAPÍTULO 2

ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo localiza-se na zona equatorial na Plataforma

Continental Amazônica, adjacente à foz do rio Amazonas e está

compreendida entre as latitudes de 0o e 5o N e as longitudes 46o e 51o W

(Figura 2). Segundo Palma (1979) a Plataforma Continental Amazônica é a

parte mais larga da plataforma continental brasileira, com uma largura média

que varia de 133 km no extremo norte da área para 330 km em frente a foz

do Amazonas. A declividade tende a diminuir com o aumento da largura de

1:1267 km no cabo Orange para 1:3143 km na foz do Amazonas, a

profundidade da quebra da plataforma na foz e no Cabo Orange encontra-se

a 105 m. Além destas características físicas, segundo Figueiredo et al. (1996)

a área é o palco de encontro de grandes agentes modificadores da natureza

como a descarga do rio Amazonas, as correntes de maré, a Corrente Norte

Brasileira e os ventos Alíseos.

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Figura 2 – Área de estudo em destaque e adjacências. Localização dos locais de coleta de testemunhos e a rota do navio Meteor durante o cruzeiro M34/4, do qual foram obtidos os dados sísmicos.

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2.1. EVOLUÇÃO GEOLÓGICA E ESTRATIGRAFIA

Sob o ponto de vista geológico, a área de estudo está situada na Bacia

da Foz do Amazonas formada a partir da abertura do Oceano Atlântico com

reversão da drenagem do Amazonas do Pacífico para o Atlântico com a

elevação dos Andes. A Bacia da Foz do Amazonas compreende uma vasta

área de sedimentação (360.000 km2) que se estende da Plataforma

Continental (200.000 km2) ao Cone profundo do Amazonas (160.000 km2).

Sua área enquadra-se entre os paralelos 00 e 50N e os meridianos 470 e

520W.

Assim como as demais bacias marginais brasileiras, a Bacia da Foz do

Amazonas tem sua gênese relacionada à evolução tectônica do Oceano

Atlântico. Segundo Azevedo (1992), a evolução da Bacia da Foz do

Amazonas está intimamente relacionada à abertura do Oceano Atlântico

Equatorial e propõe que o Oceano Atlântico Equatorial foi formado pela

fragmentação Albo-aptiana (113 a 96 Ma) do Gondwana setentrional. Rodarte

& Brandão (1988) sugerem que a evolução teve seu início no Juro-Triássico e

estaria mais associada à abertura do Oceano Atlântico Norte do que Oceano

Atlântico Equatorial /Sul.

Rezende & Ferradaes (1971) fornecem uma explicação detalhada da

evolução da área relacionando-a com a ruptura e subsequente deriva dos

continentes Sul Americano e Africano, dizendo que à ruptura progressiva dos

continentes (Jurássico Superior) desencadeou-se, a partir da atual área do

Cone do Amazonas, um fraturamento que se propagou intracratônicamente,

através da Bacia Paleozóica do Amazonas e do Maranhão. A este

associaram-se vários episódios magmáticos formando-se, parcialmente, o

Atlântico Norte e o Atlântico Sul. Entre estes se interpuseram uma cadeia de

proto-oceanos restritos nos quais predominaria mais tarde a sedimentação

evaporítica. Com a expansão do fundo do Oceano Atlântico, no lugar de

novos episódicos magmáticos, deu-se a abertura do sistema de fraturas do

Triássico Superior, resultando na tafrogenia cretácea da área. Na margem

continental evoluia a Cadeia Brasileira e entre esta e o continente, o baixo

Amazonas. A figura 3 mostra o arcabouço estrutural da Bacia da foz do

Amazonas.

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Figura 3 - Arcabouço estrutural da Bacia da Foz do Amazonas. (Brandão & Feijó,1994)

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A estratigrafia da Bacia da Foz do Amazonas constitui-se de dois

conjuntos de seqüências: uma de rift e outra de margem passiva. Estas

seqüências são limitadas por discordâncias e podem ser correlacionadas

com seqüências de idade e importância semelhantes, em outras bacias

costeiras do Brasil (Brandão & Feijó, 1994). Na seqüência rift são

característicos acúmulos de siliclásticos em grandes grabens que

apresentam tafrogenia de duas ocasiões distintas, no Triássico (associação a

abertura do Atlântico Norte) e no Aptiano-Albiano (120 Ma – rift precursor do

Oceano Atlântico Sul).

A seqüência rift compreende as formações Calçoene e Caciporé

(Brandão (1990); Brandão e Feijó (1994)). As formações Limoeiro, Marajó,

Amapá, Travosas e o Grupo Pará compõem as seqüências de margem

passiva que vão do Cretáceo Superior até o Quaternário e abrangem

siliclásticos finos transgressivos e arenitos e folhelhos progradantes do

Cretáceo Superior, siliclásticos e carbonatos do Terciário e siliclásticos finos

progradantes do Quaternário (Schaller et al. (1971); Brandão (1990); Brandão

e Feijó (1994)). Além dessas duas seqüências a plataforma continental da

Bacia da Foz do Amazonas apresenta duas fases deposicionais distintas

durante o Terciário, uma carbonática e outra siliclástica que estão

relacionadas a reversão do rio Amazonas no Neomioceno (Oliveira, 1996).

No Neomioceno se estabeleceu a conexão do rio Amazonas com o Oceano

Atlântico, como efeito da elevação da Cordilheira dos Andes e as plataformas

carbonáticas da Margem Continental Atlântica (bacias da Foz do Amazonas,

Amapá e Caciporé) foram extintas (Oliveira, 1996; Torres, 1997).

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2.2. FATORES OCEANOGRÁFICOS E METEOROLÓGICOS

A circulação de água na área costeira do Amazonas representa uma

interação do tipo estuarino, sistema frontal de água fluvial em direção ao mar,

com fortes correntes rotatórias de marés (norte-noroeste, sul-sudoeste) e

correntes superficiais (noroeste, sudoeste). Adicionalmente, a maior parte do

fluxo de calor para o Atlântico Norte passa pela ou próximo à plataforma

Amazônica, sob a forma da Corrente Norte Brasileira (CNB) (Nittrouer &

DeMaster, 1986). No verão, quando a Zona de Convergência Intertropical

está em uma latitude acima da foz do Amazonas, os ventos locais são fracos

e o sistema Corrente Norte Brasileira/Contra-Corrente Norte Equatorial

advecta a água doce para noroeste e nordeste criando uma grande pluma

(Masson & Delecluse, 2001).

A grande descarga fluvial do rio Amazonas é um dos fatores mais

importantes que influenciam a oceanografia da Plataforma Amazônica (Geyer

et al., 1996). A circulação estuarina na plataforma faz com que parte do

sedimento do Amazonas seja transportado da costa para a plataforma, em

forma de pluma na água de superfície, o que permite a água do oceano

penetrar em direção oposta e abaixo da pluma superficial de baixa salinidade.

Essa circulação ajuda a trapear os sedimentos recentes e particulados

(Gibbs, 1976, 1982). A região de transição entre as águas bem mexidas

próximas à costa e a pluma superficial, fortemente estratificada, é definida

como zona frontal (Geyer et al., 1996, Figura 4). A circulação d’água próxima

à foz do rio impede que grande parte do sedimento fluvial escape da

plataforma para o mar, o que causa a deposição do sedimento numa banda

altamente móvel, na parte interna da plataforma e que se estende por cerca

de 1600 km em direção noroeste e 50-150 km ao longo da plataforma

(Nittrouer & DeMaster, 1986).

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As marés são muito amplas na Plataforma Continental Amazônica e

podem chegar à 10m na foz do rio e criar o fenômeno conhecido como

pororoca (Elias, 2000). De acordo com Sternberg et al. (1996), durante

análises da estabilidade do fundo e dos fluxos oscilatórios, as correntes de

maré foram capazes de ressuspender o sedimento 91% das vezes. Densas

camadas de lamas fluidas ocorrem em fortes fluxos de maré na porção

interna da plataforma, em regiões de fortes frentes de salinidade associadas

com a descarga do rio Amazonas (Geyer et al., 1991). As marés são semi-

diurnas e mensalmente exibem uma forte variação de amplitude (sizígia e

quadratura), o que contribui para a variação da estratificação (Geyer et al.,

1996).

Figura 4 - Esquema mostrando as diferentes zonas da plataforma continental amazônica. (Modificada de Geyer et al., 1996)

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Os ventos predominantes da área são os ventos Alísios. O máximo de

estresse do vento corresponde aos ventos alísios de NE de dezembro a abril.

A importância da ação dos ventos alísios reside na influência indireta sobre

os sedimentos da plataforma continental. O movimento orbital das ondas

superficiais de gravidade geradas por estes ventos produz um fluxo

oscilatório, que pode atingir o fundo e influenciar no movimento dos

sedimentos. Os ventos Alísios também tem um papel importante, no tempo

de residência da água e dos sedimentos na pluma do Amazonas (Geyer et

al., 1996).

2.3. SEDIMENTOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

A sedimentação na Plataforma Continental Amazônica é controlada

pela descarga fluvial do rio Amazonas, pela circulação estuarina e pela

dinâmica das marés, que atuam na redistribuição e deposição dos

sedimentos. A área de maior sedimentação é a zona de turbidez máxima

(ZTM), devido à floculação. A concentração de sedimentos nesta zona pode

ser muito alta, formando lamas fluidas. A porção superior das lamas fluidas é

móvel, a porção inferior é estacionária e abaixo desta existe um fundo

coesivo (Figura 5) (Jaeger et al.,1995).

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A distribuição superficial dos sedimentos na Plataforma Continental

Amazônica, à noroeste do rio Pará, é marcada pela presença de sedimentos

terrígenos, compostos por lama na plataforma interna, passando a areias na

plataforma externa (Figura 6). Sedimentos carbonáticos ocorrem restritos à

plataforma externa e se concentram em frente à foz do rio Amazonas

(Oliveira, 1997). A noroeste do cânion do Amazonas, as fácies carbonáticas

são bem esparsas, predominando as que estão associadas a sedimentos

terrígenos (Kowsmann et al.,1979). Dentro da fácies lamosa, Milliman et al.

(1975) registraram a presença de uma estreita faixa de areias arcosianas,

estendendo-se a partir da foz do rio Amazonas, de forma perpendicular à

costa.

Figura 5 – Figura esquemática mostrando o comportamento das lamas fluidas durante o ano. (Interpretação de A. G. Figueiredo Jr. a partir de palestra e resumo de Jaeger et al.,1995)

Lamas Fluidas

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Ainda que a foz do rio seja predominantemente subaquosa, a lâmina

d´água aumenta em direção costa afora de forma muito gradual. Esta

profundidade rasa provavelmente resulta de altas taxas de acumulação de

sedimento, geralmente 2 cm/ano, mas que podem chegar em alguns locais a

40 cm/ano (Kuehl et al., 1993). Em estudos realizados por Sternberg et al.

Figura 6 - Distribuição superficial dos sedimentos na Plataforma Continental Amazônica (Ivo & Figueiredo, 1995).

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(1996) na área do prodelta (65 m de profundidade) a fonte mais importante

de sedimento parece ser a migração das lamas fluidas e o maior evento de

sedimentação ocorrido durante a pesquisa do Projeto Amasseds foi quando

44 cm de sedimento foram depositados durante um período de 14 horas.

Segundo Sternberg et al. (1996), o estresse cisalhante provocado pela

combinação de ondas e correntes pode representar um mecanismo

importante para iniciar o movimento downslope das lamas fluidas e o

conseqüente crescimento do delta.

No modelo clássico de Gilbert (1914), um delta pode ser dividido

morfologicamente em três regiões distintas: topset, foreset e bottomset. No

delta do Amazonas o topset estende-se da linha de costa a isóbata de 40 m,

é a porção de gradiente mais suave do delta e seus estratos são

primariamente de sedimentos lamosos com intercamadas arenosas, o foreset

está situado entre as isóbatas de 40 e 60 m e é a porção mais íngreme do

delta submarino, com estratos convergindo em direção ao mar, o bottomset

vai da base do foreset até a plataforma externa, tem uma superfície de baixo

gradiente, porém mais íngreme que o topset e seus estratos formam uma

camada fina de lama recobrindo a superfície da camada transgressiva de

areia (Nittrouer et al.,1988). Segundo Figueiredo (1993), a região topset

possui um predomínio de facies com granulometria de maior diâmetro, o

foreset tem sedimentos mais finos que os do topset e seus estratos

inclinados seqüenciais atestam a progradação desta feição. O delta

submarino do Amazonas é alongado na direção noroeste, sendo mais largo

em frente à Foz do Amazonas ( Figura 1). Sua estrutura é formada por uma

série de clinoformas acrecionárias suavemente inclinadas (Nittrouer et al.,

1988). Os refletores sísmicos delineiam um volume lamoso clinoforme

progradando sobre uma camada de areias transgressivas relíquias, a qual é

exposta na plataforma externa. Devido à esta estrutura clinoforme,

começando em aproximadamente 10 m de profundidade e estendendo-se até

as isóbatas de 70 m ou 80 m, o delta submarino do Amazonas tem potencial

para formar depósitos de sedimentos terrígenos de cerca de 60 m de

espessura (Figueiredo et al., 1995).

Page 28: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

15

CAPÍTULO 3

METODOLOGIA A pesquisa dessa dissertação foi desenvolvida em três etapas. Na

primeira etapa foi realizado um levantamento bibliográfico sobre as

características sedimentares da Bacia da Foz do Amazonas e sobre estudos

de sísmica de reflexão monocanal. A segunda etapa constituiu no

processamento dos dados digitais de perfilagem de subfundo do sistema

Parasound. Nessa etapa de processamento houve, também, a oportunidade

de realizar um processamento a bordo do navio Meteor utilizando um

software da Universidade de Bremen. A terceira e última etapa compreendeu

a interpretação dos perfis sísmicos com a ajuda de espectros de freqüência e

correlação com análises pretéritas de descrição de testemunhos.

Os dados digitais de subfundo, coletados pelo sistema de Ecossonda

Parasound, foram obtidos pela equipe da Universidade de Bremen, a bordo

do navio alemão Meteor, durante o cruzeiro 34, pernada 4, em abril de 1996,

e estavam disponibilizados no Departamento de Geologia (LAGEMAR/UFF)

sem qualquer tipo de processamento.

Para a correlação com os dados digitais foram utilizados dados de

análise granulométrica e descrição de testemunhos a pistão (Pistons Cores)

(Tabela 1 - anexos), obtidos no projeto AmasSeds que estão disponíveis no

Departamento de Geologia (LAGEMAR/UFF). Foram usados também

descrição de perfilagens de testemunhos a gravidade (Gravity Cores) com

medidas de velocidade de ondas P, suscetibilidade magnética, densidade

gama e datações com C-14 em três testemunhos coletados no Cruzeiro

Meteor M34/4.

A Figura 7 mostra um mapa da área com as informações mais

relevantes da coleta de dados. O traçado de deslocamento indica onde o

navio de pesquisa Meteor coletou os dados sísmicos e realizou as três

estações com coletas de testemunhos a gravidade. A Figura 8 mostra,

também, a localização dos testemunhos do projeto AmasSeds que estão

mais próximos aos perfis de sísmica Parasound.

Page 29: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

16

N

52o W 51o W 50o W 49o W 48o W 47o W 46o W

520W 510W 500 W 490 W 480W 470 W 460 W

Figura 7 – Mapa da área de estudo com a rota (track) do Cruzeiro Meteor, mostrando as linhas de aquisição e os locais de coletas dos testemunhos que foram utilizados. Os símbolos quadrados representam os testemunhos a pistão coletados no Projeto Amasseds e os círculos os testemunhos a gravidade do cruzeiro Meteor.

0o

1o N

2o N

3o N

4o N

Page 30: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

17

3.1. O SISTEMA DE ECOSSONDA PARASOUND

Existe uma grande quantidade de ecobatímetros que utilizam a

freqüência de 3,5 kHz. O uso de freqüências tão baixas implica na

necessidade de grandes transdutores e feixes de grande largura. Isso leva a

geração de ecos laterais que interferem no eco do sedimento (Grant &

Schreiber,1990).

O Sistema de Ecossonda Parasound oferece novas possibilidades em

perfilagens de fundo (Grant & Scheireber, 1990). É um ecobatímetro de água

profunda com um feixe muito estreito e um perfilador de sub-fundo. Segundo

Kuhn & Weber (1993), o sistema é baseado no princípio paramétrico. Em

adição à transmissão do primeiro sinal com freqüência de 18 kHz, uma

segunda freqüência primária, a qual pode variar entre 20,5 e 23,5 kHz, é

simultaneamente radiada. O resultado é uma freqüência secundária variando

entre 2,5 e 5,5 kHz. A freqüência secundária é gerada no centro do feixe

incidente, que é o estreito ângulo do feixe das freqüências primárias, e livre

de ecos laterais (Figura 8).

A utilização do efeito paramétrico possui muitas vantagens sobre o

sistema 3,5 kHz:

- O pequeno ângulo do feixe de cerca de 40 reduz o diâmetro acústico para

7% em comparação com os 35% do 3,5 kHz (Grant & Schreiber, 1990). O

pequeno diâmetro aumenta a resolução espacial verticalmente e

lateralmente e reduz os padrões de difração dos ecogramas, aumentando

a resolução da morfologia sedimentar (Kuhn & Weber, 1993);

- Devido às altas freqüências primárias, um pulso de curto comprimento

pode ser radiado. Este, combinado com a baixa freqüência secundária,

proporciona uma maior resolução vertical, mesmo em águas mais

profundas(Kuhn & Weber, 1993);

- Devido a possibilidade de variação da segunda freqüência primária e do

comprimento do pulso, o operador pode selecionar uma penetração ou

uma resolução máxima de profundidade (Kuhn & Weber, 1993);

- O sinal refletido digitalizado pode ser comparado com propriedades físicas

medidas em perfilagens de testemunhos (velocidade, densidade,

Page 31: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

18

porosidade, susceptibilidade magnética) e com sismogramas

confeccionados destes dados (Kuhn & Weber, 1993).

- Os diferentes valores de amplitude do eco podem ser correlacionadas

com o tipo de litologia quando se tem dados de análise granulométrica

(Grossmann et al., 2001).

A desvantagem do sistema Parasound, é que, devido ao pequeno

ângulo do feixe emitido, somente fracos sinais de fundo são refletidos para o

navio em áreas com topografia íngreme (Kuhn & Weber, 1993).

A fonte utilizada pelo equipamento é do tipo Sweep que consiste num

pulso emitido com freqüência no caso constante e com comprimento definido.

Este pulso possui uma amplitude constante. A saída dos dados é em ps3 e a

freqüência do pulso emitido nos dados do presente trabalho foi de 4.0 kHz.

Figura 8 –O ecobatímetro e perfilador de subfundo Atlas Parasound é acoplado ao casco do navio e a freqüência secundária (2,5 a 5,5 kHz) é gerada no centro do feixe incidente.

Page 32: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

19

CAPÍTULO 4

PROCESSAMENTO SÍSMICO

O processamento sísmico consiste em algumas etapas básicas como:

demultiplexação (reorganização dos dados), geometria da aquisição, edição,

aplicação de filtros (de freqüência, espacial e outros), deconvolução, análise

de velocidade e migração (Yilmaz, 1987).

No presente caso, os dados sísmicos do sistema Parasound são

monocanal, sendo o processamento bastante simplificado. Assim, o

processamento consistiu principalmente na aplicação de filtros passa-banda

e “cliping” dos dados a fim de atenuar os ruídos e realçar o sinal sísmico.

No processamento foram utilizados dois softwares. Um é o software

confeccionado pela equipe de processamento sísmico da Universidade de

Bremen chamado SeSuit, versão 1998 (SENT) e o outro é o Seismic Unix

(SU) da CWP (Center for Wave Phenomena – Colorado School of Mines).

O processamento dos dados foi dividido em duas fases. A primeira

etapa do processamento realizada necessitou de uma base teórica com

posterior parte prática. A base teórica consistiu no estudo da seqüência do

processamento de dados sísmicos, desde a aquisição dos dados até a

apresentação final de uma seção interpretada. Para tal foi necessário

também um estudo do ambiente operacional Unix, para a familiarização com

seus principais comandos. A parte prática do estudo do processamento

consistiu no uso do software Seismic Unix.

A segunda fase consistiu no processamento dos dados digitais de

perfilagem de subfundo coletados pelo sistema de ecossonda Parasound.

Para o processamento foi utilizado os softwares SeSuit e Seismic Unix .

O software SeSuit, utilizado a bordo do navio Meteor durante o

cruzeiro M49/3 em Março de 2001, é um software confeccionado apenas

para o processamento de dados de Parasound, formato ps3, e estava

instalado no sistema operacional Windows NT. O processamento com este

software consistiu em passar nos dados um Clip para subtrair os ruídos e

Page 33: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

20

realçar o sinal (amplitude do eco) e no final fazer um Mute para descartar a

área do perfil correspondente a água.

O Seismic Unix foi utilizado na estação de trabalho do Lagemar/UFF.

O SU é um software com uma arquitetura de trabalho mais complexa, sendo

utilizado nos sistemas operacionais Unix e Linux. Processa dados no formato

SU, derivado do formato Seg-Y, que é o formato padrão internacional de

dados sísmicos. O formato SU é similar ao formato Seg-Y, mas sem o header

EBCDIC e o header binário. Como os dados coletados pelo sistema

Parasound estavam no formato PS3, foi conseguido, através da Universidade

de Bremen, o programa Supsread que converte os dados digitais coletados

pelo Parasound (formato PS3) para o formato SU.

Page 34: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

21

4.1. APLICAÇÃO DE FILTROS

A quantidade de ruídos existentes nos traços é muito alta, dificultando

a obtenção de bons resultados sem a aplicação de filtros.

A filtragem de freqüências pode ser na forma de filtros passa-banda,

filtros corta baixas e corta altas, filtros passa-alta (corta-se as baixas

freqüências) ou filtros passa-baixa (corta-se as altas freqüências). O filtro

passa-banda é o mais usado porque o traço sísmico tipicamente contém

alguns ruídos de baixa freqüência e alguns que englobam altas freqüências

(Yilmaz, 1987).

O objetivo do filtro passa-banda é passar uma certa banda de

freqüência com pequena ou nenhuma modificação e suprimir a parte

remanescente. O filtro, em geral, é definido no espectro de amplitude que é

dado por:

A(f) = 1 , se f1 < f < f2

0 , para as freqüências restantes,

onde f1 e f2 são as freqüências de corte.

Para a escolha dos filtros mais apropriados foi realizada uma aná lise

de freqüências. Foram confeccionados espectros, com um ou mais traços, a

cada 50 km de perfil para se confirmar em quais freqüências os picos de

amplitude estavam mais elevados. Para exemplificação foi confeccionado um

espectro com apenas um traço sísmico para melhor facilidade na

visualização (Figura 9). Observa-se que determinadas freqüências possuem

picos de amplitude bem grandes. O pico de 150 Hz e 800 Hz correspondem

a interferência de máquinas do próprio navio e o pico em torno de 4000 Hz é

o responsável pelo sinal sísmico da reflexão no sedimento.

Page 35: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

22

Figura 9 – Espectro de Amplitude x Frequência. Observa-se os picos de amplitude nas frequências de 150 Hz, 800 Hz e 4 kHz. Os picos em 150 Hz e 800 Hz são ruídos gerados pelo navio.

Page 36: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

23

Foi selecionada uma seção com mil traços para exemplificar os testes

de filtros no SU. Estes traços compreendem 6 km do perfil B e a figura 10-A

apresenta esta seção sem ter sido aplicado filtro algum. Observa-se a grande

quantidade de ruídos que atrapalham a visualização do sinal de subfundo. A

figura 10-B mostra o mesmo conjunto de traços do perfil B submetido a um

teste com um filtro passa-banda entre 1500 Hz e 6000 Hz, onde todas as

freqüências abaixo de 1000 Hz e acima de 7000 Hz foram atenuadas

resultando na predominância do sinal de 4 kHz. Observa-se que os ruídos

provocados pelas freqüências de 150 Hz e 800 Hz foram eliminados,

ocorrendo uma melhora na qualidade de visualização do sinal sísmico.

Juntamente com os testes de filtros foram realizados testes para

encontrar o melhor valor de “clip” para aplicar nos dados afim de realçar o

sinal sísmico. O melhor valor encontrado para se clipar os dados foi utilizando

um percentual de 99%. Foi dado também um ganho nos dados através do

“automatic gain control” (AGC). O AGC eleva todas as amplitudes a um valor

de referência, em geral definido pelo valor RMS (Root Mean Square).

Page 37: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

24

A

B

Figura 10 – Seção que compreende 6 km do perfil B. Em A sem processamento. Em B a seção com as freqüências de 150 e 800 Hz eliminadas, resultando somente nas freqüências de 4 kHz.

1 km

1 km

Page 38: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

25

4.2. ATENUAÇÃO DO SINAL SÍSMICO

O sinal sísmico é formado por uma banda de freqüências e está sujeito

a absorção ao longo da propagação devido a atenuação intrínseca das

rochas. A Terra tem dois efeitos ligados a propagação de um campo de onda.

Em um meio homogêneo, a densidade da energia decai proporcionalmente a

1/r2, onde r é o raio da frente de onda. A amplitude da onda é proporcional a

raiz quadrada da densidade de energia e decai a 1/r. Na prática, a velocidade

normalmente aumenta com a profundidade, o que favorece a divergência da

frente de onda e um decaimento nas amplitudes com a distância mais

rapidamente. Já em um meio não homogêneo, como no ambiente real, o sinal

sísmico inicial muda conforme ela se propaga. Em particular, altas

freqüências são mais rapidamente absorvidas que baixas freqüências

(Yilmaz, 1987). A Terra funciona como um filtro corta altas freqüências.

O fenômeno da atenuação é complexo. Enquanto a propagação da

onda elástica é geralmente bem entendida, os processos não elásticos não

são. Como observado de dados atenuados, as variações não elásticas com

mudanças em estado físico são complicadas e provavelmente não podem ser

explicadas por um simples modelo ou mecanismo (Hamilton, 1972).

A atenuação pode ser dependente de vários fatores, como a

freqüência, a pressão, a amplitude da deformação da onda, a temperatura e

as propriedades das rochas (Johnston & Toksöz, 1980).

Em estudos da atenuação de ondas compressionais e cisalhantes em

sedimentos porosos saturados de água, a fricção interna (energia perdida

através dos movimentos entre os grãos) é o processo dissipativo dominante

(Hamilton, 1972).

As relações entre freqüência, velocidade da onda P e atenuação do

sinal tem importantes implicações na formação de parâmetros em modelos

para sedimentos porosos. De acordo com Hamilton (1972) a equação que

apresenta a dependência da atenuação com a freqüência é apresentada na

forma:

α = κ ⋅ fη

Page 39: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

26

onde α é a atenuação da onda compressional em db/m, κ é uma constante, f

é a freqüência em kHz e η é o expoente da freqüência.

Na literatura os seguintes valores de α dependente da freqüência

foram encontrados (Tabela 2).

α (db/m) Tipo de sedimento Vp (m/s)

3,5 kHz 7,0 kHz

Areia média 1798 1,5 3,8

Areia fina 1686 1,7 3,2

Areia muito fina 1708 1,5 3,5

Silte argiloso 1459 --- 1,2

Estes valores foram medidos in situ e a velocidade foi determinada

pela medida do tempo de ida e volta do sinal. A atenuação foi medida em

decibéis assumindo ser essa de valor zero no primeiro metro de sedimento.

Assumindo que a atenuação linear é dependente da freqüência, valores da

constante κ podem ser obtidos, dividindo-se a atenuação pela freqüência.

Relacionando a teoria acústica com a perda de energia acústica

experimental incidente no fundo do mar é usualmente necessário assumir

valores de atenuação em freqüências de interesse para vários tipos de

sedimentos e camadas. Essa relação tem sido um sucesso em muitos

estudos (freqüências de 0.1 a 4 kHz) nos quais a dependência da atenuação

com a freqüência foi assumida.

Para areias inconsolidadas, a atenuação pode ser correlacionada com

o tamanho do grão e a porosidade, já que depende dos contatos entre as

partículas. Na presença destes sedimentos a atenuação é maior do que em

outros sedimentos porque estes são mais permeáveis. A angularidade dos

grão de areia aumentam e a esfericidade diminui com o tamanho do grão,

assim em areias de granulometria grossa a atenuação pode ser menor do que

nas areias finas devido aos poucos contatos entre grãos. Em silte e argila a

atenuação é aparentemente relacionada com a coesão entre as partículas

Tabela 2 – Valores de atenuação (α), conforme Hamilton (1972). Vp é a velocidade da onda compressional.

Page 40: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

27

finas. Resumindo, a maior atenuação em sedimentos marinhos ocorre em

areias muito finas, silte de granulometria grossa e misturas de areia e silte

(Hamilton, 1972).

Nos dados de sísmica usados neste estudo não foram medidos in situ

a velocidade da onda compressional (Vp) e nem a atenuação do sinal (α).

Então, para se calcular a perda de energia sofrida pelo sinal sísmico devido a

mudança de litologia ou presença de gás foi usada a definição de decremento

logarítmico (∆p).

Este consiste no logaritmo da razão de duas sucessivas amplitudes em

um decaimento exponencial da onda (Attwell & Ramana, 1966):

∆p = 20log A1/A2

∆p é independente da freqüência e a tabela a seguir apresenta os valores

deste parâmetro para uma freqüência de 14 kHz:

Tipo de sedimento ∆p (14 kHz)

Areia média 0,101 – 10% Areia fina 0,100 – 10%

Areia muito fina 0,093 – 9% Silte argiloso 0,028 – 3%

Areia-silte-argila 0,009 – 1%

Neste trabalho para se distinguir a presença de gás, devido a

atenuação do sinal, foi usado o logaritmo da razão de dois valores de

amplitude na freqüência de 4kHz em um mesmo traço sísmico (mesmo

decaimento exponencial da onda). Para isso o sinal foi dividido em parte

superior (parte mais rasa) e inferior (parte mais profunda) de uma dada

profundidade onde começa a se observar a perda de sinal no perfil sísmico.

Em alguns casos espectros foram confeccionados para dois pontos

diferentes numa mesma profundidade do perfil sísmico (um traço sísmico em

cada ponto) para mostrar a nítida diferença da assinatura do sinal em dois

locais distintos, sendo em um destes interpretada a presença de gás.

Tabela 3 – Valores do decaimento logarítmico (∆p) para uma freqüência de 14 kHz (Hamilton,1972).

Page 41: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

28

CAPÍTULO 5

CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE CARÁTER DE ECO

Damuth (1975, 1978) tendo como base ecogramas de 3,5 kHz

classifica os tipos de eco em duas categorias principais: distintos e indistintos.

O primeiro tipo (Classe I) é subdividido em três tipos de eco, IA, IB e IC, em

função da presença ou não de refletores em sub-superfície. O tipo IA

apresenta a superfície do fundo marcada por um sinal forte e sem refletores

em sub-superfície. O tipo IB apresenta diversos refletores em sub-superfície e

é característico de regiões que apresentam baixas concentrações de

sedimentos de granulometria grossa. O tipo IC também apresenta refletores

em sub-superfície só que convergentes. O segundo tipo (Classe II) é marcado

por uma continuidade da superfície de fundo e se divide em dois grupos:

prolongado (IIA) e hiperbólico (IIB). O primeiro destes, subdividi-se em dois

tipos (II A-1 e II A-2), relacionados à presença ou ausência de refletores em

sub-superfície. O tipo IIA-1 é muito prolongado, sem refletores em sub-

superfície ou poucos refletores presentes de forma ocasional. O tipo IIA -2

possui refletores de sub-superfície paralelos, semi-prolongados e

descontínuos, os quais alternam com zonas sem reflexão. Os hiperbólicos

(tipo IIB) ramificam-se em seis diferentes tipos, de acordo com a quantidade,

espaçamento e amplitude das hipérboles.

Segundo Torres (1997), de acordo com amostras de sedimentos

coletadas na área da foz do Amazonas o tipo de eco IIA-2 classificado por

Damuth (1975) consiste em sedimentos finos (silte e silte arenoso) e grossos

(areia siltosa e areia) e caracterizou a região sem reflexão deste tipo de

caráter de eco como uma camada acusticamente semi-transparente chamada

de camada de turbidez acústica. Esse mascaramento das camadas

sedimentares ocorre devido a bolhas de gás trapeadas no sedimento que são

produzidas pela degradação bioquímica da matéria orgânica, que espalha e

atenua o sinal acústico (Carlson et al., 1985; Figueiredo et al.,1996). Em

Page 42: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

29

resumo, a presença de gás provoca um espalhamento generalizado na frente

de onda (scattering) e uma grande atenuação da amplitude do sinal,

resultando numa seção sem sinal.

Damuth (1975) correlacionando os tipos de eco com sedimentos de

granulometria grossa, constatou que áreas que retornam ecos distintos, com

refletores de sub-superfície plano paralelos (tipo IB), contém pouco ou

nenhum sedimento de granulometria grossa. E regiões que apresentam eco

indistinto, muito prolongado, sem refletores em sub-superfície (tipo IIA-1),

contém altas concentrações desses sedimentos. Áreas onde o eco refletido é

do tipo indistinto, semi-prolongado e com refletores intermitentes (tipo IIA-2)

apresentam concentrações intermediárias de sedimentos grossos. Baseado

nessas correlações, Damuth (1975) foi capaz de mostrar que a distribuição

regional destes três tipos de eco refletem a trajetória da dispersão dos

sedimentos terrígenos, da margem continental até a planície abissal da

Margem Equatorial Oeste do Atlântico.

Nos perfis utilizados neste estudo (4 kHz) foram encontrados alguns

padrões de caráter de eco semelhantes ou próximos àqueles mencionados

por Damuth (1975). Como a classificação de Damuth (1975) foi realizada para

perfis de 3,5 kHz e principalmente para a região fora da plataforma continental

amazônica se faz necessária uma classificação distinta para os perfis do

Parasound.

Os tipos de eco encontrados foram classificados como:

Tipo S: reflexão forte do sinal em superfície e ausência de refletores em sub-

superfície (semelhante ao tipo IA de Damuth, 1975). (Figura 11A);

Tipo SS: Presença de refletores de sub-superfície plano-paralelos e de

grande continuidade lateral (semelhante ao tipo IB de Damuth, 1975). (Figura

11B);

Tipo SP: Presença de refletores em sub-superfície, mas semi-prolongados e

intermitentes (semelhante ao tipo IIA de Damuth, 1975). (Figura 11C).

Page 43: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

30

A

B

C

Figura 11 - Tipos de caráter de eco encontrados. Em A caráter de eco tipo S, em B tipo SS e em C tipo SP.

Page 44: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

31

CAPÍTULO 6

OCORRÊNCIAS DE GÁS METANO

A presença de matéria orgânica combinada com alta taxa de

sedimentação são características comuns de estuários que criam condições

apropriadas para a geração e preservação de gás biogênico (Figueiredo et

al., 1996).

Os gases típicos encontrados em sedimentos marinhos incluem

hidrogênio, dióxido de carbono, nitrogênio, amônia, sulfídrico, metano e

outros hidrocarbonetos. Estes gases podem ser originados pela atividade

bacteriana em sedimentos rasos (processo biogênico) ou por processos

termogênicos ocorrendo em maiores profundidades (>1000m) e à altas

temperaturas dentro das rochas sedimentares (Floodgate and Judd, 1992).

Entretanto, dentre estes gases o único que pode ser encontrado em

considerável quantidade nos sedimentos marinhos é o gás metano (Davis,

1992; Floodgate and Judd, 1992).

Segundo Rice & Caypool (1981), o gás biogênico em sedimentos

marinhos é produzido pela matéria orgânica imatura. Estes autores indicam

três zonas distintas em diferentes profundidades nos sedimentos marinhos

durante o estágio imaturo: zona aeróbia, zona anaeróbia de sulfato - redução

e zona anaeróbia de carbonato - redução (zona de produção de metano). As

transições destas zonas são uma consequência geoquímica das mudanças

ambientais induzidas pelos microorganismos. Durante a respiração aeróbia o

oxigênio é rapidamente consumido. Depois do oxigênio esgotado, a sulfato –

redução é a dominante forma de respiração. Abaixo desta zona, a redução do

CO2, via hidrogênio produzido pela oxidação anaeróbia da matéria orgânica,

resulta na formação do metano (Okyar & Ediger, 1999).

Poucas bactérias são capazes de formar metano. Todas fazem parte

de um grupo chamado Archæbacteria. A metanogênese ocorre em diversos

ambientes, tais como, lamas marinhas e de água doce, pântanos, região de

Page 45: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

32

descarte de esgotos, sendo todas estritamente anaeróbias (Floodgate &

Judd, 1992).

Devido o encontro da pluma amazônica, rica em silicatos e nitratos

com as águas da Corrente Norte Brasileira, por sua vez rica em fosfatos e

amônia, a região se equipara com as mais férteis do mundo (Figueiredo,

1993). O rio Amazonas devido ao seu enorme volume d’água, carrega a

maior quantidade de Carbono Orgânico Total (COT) entre todos os rios do

mundo. Essa matéria orgânica encontrada nos sedimentos da plataforma

continental Amazônica é de origem mista (continental/oceânica) (Ayres Neto,

1994). O conteúdo do carbono orgânico total (COT) dos sedimentos de

superfície apresentam valores baixos de 0.6% a 0.1% (de sedimento seco)

para as lamas de superfície da plataforma interna. Os valores de COT variam

de 0.08%, em sedimentos arenosos próximos a boca do rio, a até 1.02% em

lamas ricas em material carbonático. Os valores mais altos de COT no

noroeste da plataforma provavelmente resultam do aumento de produtividade

naquela área (Showers & Angle,1986). Apesar de baixo, o conteúdo orgânico

dos sedimentos da plataforma Amazônica é comparável a composição

orgânica dos sedimentos do rio Amazonas (Elias, 2000).

Aproximadamente 60% do carbono orgânico do Amazonas é

transportado como carbono orgânico dissolvido (COD) dos quais 60% é

material húmico. Carbono orgânico particulado fino (COPF) e material

orgânico marinho são provavelmente a fonte principal de carbono para os

sedimentos provindos da descarga do rio Amazonas (Aller et al.,1996).

Segundo Elias (2000), em algumas regiões centrais da plataforma, a

matéria orgânica passa por um alto potencial redox (condição redutora)

durante sua deposição e resuspensão. Essa região contrasta com a área

adjacente à foz do Amazonas e a noroeste da plataforma que apresentam

um baixo potencial redox.

O gás observado no delta submarino do Amazonas é um gás

biogênico recente tipo metano. A profundidade do gás metano no sedimento

depende da espessura da zona de redução do sulfato e da oxidação

anaeróbia do metano (Blair & Aller, 1995) e de armadilhas estratigráficas

(Figueiredo et al., 1996) que aprisionam o gás produzido. De acordo com

Hart & Hamilton (1993), o gás em sedimentos deltáicos tende a ocorrer na

Page 46: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

33

porção mais superior da coluna sedimentar, comumente a menos de 10 m

abaixo do fundo marinho.

Historicamente, métodos geofísicos tem sido usados para mapear a

ocorrência e distribuição de gás nas camadas sedimentares rasas. Essa

distribuição é comum e as evidências de sua presença é variada (Davis,

1992).

Assinaturas de gás são reconhecidas em registros sísmicos de

superfície e sub-superfície de diferentes formas. A turbidez acústica (acoustic

turbidity) é o termo usado geralmente para se referir a partes da seção

sísmica onde detalhes do sub-fundo são perdidos devido aos efeitos de

bolhas de gás no interior do sedimento. É um bom indicador da presença de

gás, mas acredita-se que as concentrações deste sejam pequenas,

provavelmente o gás participa em uma pequena percentagem do volume total

do sedimento (Davis, 1992). De acordo com Judd & Holand (1992), a turbidez

acústica aparece como reflexões caóticas, causadas pelo espalhamento da

energia acústica, parecendo como uma borra preta no registro de 3,5 kHz. É

comum as reflexões subjacentes àquelas afetadas pelo gás exibirem um

efeito “pull down” (Judd & Holand, 1992). Como estas reflexões se prolongam

em direção a zona de turbidez acústica elas sofrem uma deflexão para baixo

devido ao decréscimo na velocidade (Vp) na zona sob influência do gás.

Esse decréscimo é mais pronunciado quando o gás está livre no sedimento

(bubble phase) (Okyar & Ediger, 1999).

Um outro tipo de ocorrência de gás seria o “gas brightening”,

caracterizado pelo aumento do contraste de impedância entre determinados

refletores e o sedimento subjacente devido à presença de gás, sendo

geralmente observado acima ou lateralmente, nas adjacências das zonas de

turbidez acústica (Hart et al., 1993). Segundo Judd & Holand (1992) essas

reflexões com aumento de amplitude que se estendem lateralmente de zonas

de turbidez acústica são denominadas de “enhanced reflections” (refletores

realçados por gás) e ocorrem quando o gás aparece como acumulações

dentro de poros de sedimentos (ricos em silte e areia) – mancha brilhante

(bright spots) ou disseminado dentro de sedimentos selados (ricos em argila).

O branqueamento ou mascaramento acústico (acoustic blanking) é o

termo usado para descrever áreas no registro sísmico onde as reflexões são

Page 47: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

34

fracas ou ausentes. Este efeito é atribuído à absorção da energia acústica

por um sedimento carregado de gás. O gás trapeado no sedimento pode dar

uma alta amplitude do eco, realçando o refletor, gerando um grande contraste

de impedância acústica com o sedimento acima sem gás (Davis, 1992; Judd

& Hovland, 1992). García-Gil et al. (1999) chamam este tipo de acumulação

de apantallamientos acústicos e identificam como um mascaramento total do

registro onde o limite superior da acumulação é marcada pela presença de

um refletor com geometria geralmente plana.

Há muitas outras classificações dos tipos de acumulações de gás nos

sedimentos, baseando-se principalmente nas características das respostas

sísmicas, geometrias e dimensões.

De acordo com Figueiredo et al. (1996) no delta submarino do

Amazonas os refletores “gas brightening” predominam na área próxima a foz

do rio Amazonas em depósitos de camadas de areia e lama, enquanto as

zonas de turbidez acústica dominam nos sedimentos finos da porção distal

do sistema. A Figura 12 apresenta uma seção sísmica da região foreset do

delta comparando registros de 3,5 kHz e Geopulse adquiridos ao mesmo

tempo e numa mesma área. Nos dois registros o gás aparece como zona de

turbidez acústica no lado direito do registro e como refletores “gas

brightening” no lado esquerdo. Observa-se ainda na figura 12, que em

registros de Geopulse (que tem maior potência), os refletores abaixo do gás

podem ser detectados, pois a reflexão não é tão forte se comparada aos

perfis de 3,5 kHz da mesma área. Vale ressaltar que nos registros de

geopulse foi utilizado um swell filter, o que tirou as ondulações na superfície

do fundo.

A extensão de gás na plataforma é tão grande que por horas e horas

de navegação o registro pode apresentar-se sem penetração devido ao gás

trapeado na superfície e subitamente registrar uma “janela” sem gás, onde é

possível observar as estruturas internas do pacote sedimentar, e depois

voltar ao padrão anterior (Figueiredo, 1993).

Nos perfis de Parasound são encontradas áreas com ausência de

sinal de vários quilômetros de extensão, principalmente nos perfis localizados

na região proximal à foz do Amazonas e as principais formas de ocorrência

de gás citadas anteriormente podem ser encontradas.

Page 48: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

35

Figura 12 – Registros sísmicos de 3,5 kHz e Geopulse, da mesma região, mostrando gás trapeado no sedimento. Em função da maior potência do Geopulse, em relação ao 3,5 kHz, é possível observar refletores abaixo da camada de gás (Figueiredo et al., 1996).

Page 49: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

36

CAPÍTULO 7

DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS PERFIS SÍSMICOS

7.1. PERFIL A

Este perfil localiza-se relativamente próximo a foz do rio Amazonas e é

caracterizado por refletores de sub-superfície plano-paralelos e de grande

continuidade lateral (Eco tipo SS), sobrepostos a areias relíquias, numa

discordância bem caracterizada (Figura 13). Esta continuidade pode ser

observada por vários quilômetros e é interrompida bruscamente quando o

sedimento está carregado de gás (acoustic blanking). Os refletores de sub-

superfície plano-paralelos possuem diferentes amplitudes do eco que são

associadas a laminações de areia e lama. Essa alternância de litologia pode

ter sido causada pela descarga do rio ou pela variação da maré (Grossmann

et al., 2001).

Algumas sand waves podem ser observadas no lado SE onde o caráter

do Eco passa a ser do tipo S.

Com base no testemunho 4236 (Projeto Amasseds – Tabela 1), que se

encontra próximo ao perfil A e na profundidade de 49 m de lâmina d’água, o

primeiro 1 m de sedimento é composto por laminações de silte e areia muito

fina, sendo o restante composto predominantemente por areia média.

Page 50: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

10km

Gás

Areias relíquias

PERFILA

NW SE

NíveldoMar

5 0 m

2 5 m

0 m

TipodeEco SS Tipo d e E c o S

SandWaves

Gás BranqueamentoAcústico

N

Figura 13 - Perfil sísmico A e mapadelocalização

Mapa delocalização doPerfilA( )edotestemunho4236( )˙ +

A

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

4236

Page 51: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

38

7.2. PERFIL B

É um perfil paralelo à costa, na região proximal a Foz do Amazonas,

numa área de grande descarga sedimentar e alta taxa de sedimentação

(Figura 14).

Com base no testemunho 4234 (Projeto Amasseds), que se encontra

próximo ao perfil B e na profundidade de 18 m de lâmina d’água, os primeiros

4 m de sedimento são compostos predominantemente por silte e a partir daí

até 5,8 m o sedimento é composto por laminações de silte e areia muito fina.

Já o testemunho 4235, que se encontra mais distante do perfil B, e a 49 m de

profundidade, possui 6,7 m de sedimento que são predominantemente

compostos de areia fina.

Características do caráter do Eco:

- refletores de sub-superfície plano-paralelos (tipo de eco SS);

- refletores com grande continuidade lateral (principalmente nos primeiros

cinco metros de sedimento);

- presença de zonas sem reflexão de sinal, perda da continuidade lateral

dos refletores aleatoriamente devido a presença de gás;

- Turbidez acústica e branqueamento acústico;

- presença de downlaps e paleocanal.

O espectro de amplitude do traço sísmico na posição B1 apresenta a

mesma variação da amplitude (o mesmo padrão), tanto para a parte superior

quanto para a inferior dos 5 m do pacote sedimentar (Figura 15).

No espectro de amplitude do traço sísmico na posição B2, a parte superior

(5 m) apresenta valores de amplitude (percentagem relativa entre as

freqüências) bem maiores do que para a parte inferior do espectro, onde a

perda de sinal, devido a presença de gás, na freqüência de 4 kHz, é calculada

em 87% (17,5db) (Figura 16). O refletor forte (bright spot) antes do

branqueamento acústico pode ser devido ao gás trapeado.

Page 52: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

N

NW SE

10km

PERFIL B

B1 B2

5 0 m

2 5 m

0 m Nível do Mar

GásGásGás

Paleocanal

BranqueamentoacústicoTurbidezAcústica

downlaps

TipodeEcoSS

Localização doPerfilB( ) e dos testemunhos 4234e4235( )˙ +

Figura 14 - Perfil Sísmico B com localizaçãodosespectros B1 e B2e mapa daárea de estudocomlocalizaçãodoperfil B edos testemunhos 4234 e 4235

B

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

0

4234

4235

Page 53: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

40

Figura 15 – Espectro de amplitude do traço sísmico na posição B1 (Figura 14). Traço vermelho corresponde a camada dos 5m superiores e o traço azul aos 5m inferiores.

superior

inferior

Page 54: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

41

Figura 16 – Espectro de amplitude do traço sísmico na posição B2 (Figura 14). Traço vermelho corresponde a camada dos 5m superiores e o traço azul aos 5m inferiores.

superior

inferior

Page 55: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

42

7.3. PERFIL C

Localiza-se em uma posição perpendicular a costa, na região do

foreset do delta submarino (Figura 17). É dividido em uma região com uma

reflexão em sub-superfície (tipo de eco SS) e outra região com apenas uma

reflexão forte em superfície (tipo de eco S). Observa-se neste perfil na região

do foreset (Eco do tipo SS) downlap de sedimentos terrígenos sobre areias

relíquias e presença de gás. Na região do bottomset, onde ocorre o eco do

tipo S, há muitas sand waves.

O testemunho 4233 (Tabela 1 e Costa (1997)), se encontra próximo a

este perfil e está à uma profundidade de 41 m de lâmina d’água, o primeiro

1,75 m do pacote sedimentar apresenta areia muito fina com laminações de

silte e alguns buracos preenchidos por lama, enquanto o restante até 7 m é

totalmente arenoso (areia fina) e repleto de fragmentos de conchas.

A Figura 18 apresenta descrição dos sedimentos, reflectância e as

propriedades físicas do testemunho à gravidade GeoB 3916-2 coletado

durante a perfilagem (Ficher, 1996). A profundidade da lâmina d’água é de 38

m e o comprimento do testemunho é de 5,95 m. Em toda sua extensão o

pacote sedimentar apresenta argila, com bioturbação de 30 a 60% do

sedimento até os 3 m e a partir daí a bioturbação cai para 30%. Nos últimos

50 cm ocorre fragmentos de conchas. A análise de C-14 feita neste

testemunho em 5,90 m indicou uma idade de 1150 anos com erro de ± 40

anos.

Devido a não continuidade de alguns refletores em sub-superfície,

foram confeccionados dois espectros para se analisar a perda do sinal. O

espectro de amplitude do traço sísmico na posição C1 (Figura 19) apresenta

forte reflexão do sinal nos primeiros 6 m de sedimento (profundidade de 37,5

m relativa ao nível do mar) e uma atenuação média de 97% (19,5 db) relativa

aos 6 m subsequentes. No espectro de amplitude do traço sísmico na posição

C2 (Figura 20) observa-se que não há perda de amplitude de sinal

significativa da parte superior para a inferior aos 6 m e as variações na

amplitude do sinal devem estar relacionadas a mudanças na litologia e não a

presença de gás, conforme indica o perfil sísmico C.

Page 56: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

N

SW NE

10km

PERFIL C

5 0 m

2 5 m

0 m

75 m

Nível do Mar

TipodeEcoSS TipodeEcoS

SandWavesAreiasrelíquias

Gás Downlaps

C2C1

GeoB3916-2

C

Mapa delocalização doPerfilC( ) e do testemunho a pistão 4233( ) e dotestemunho a gravidadeGeoB3916-2( )

˙ +!

Figura 17 - Perfil Sísmico C com localização dos espectros C1 e C2 e dotestemunhoGeoB3916-2 e mapa da áreacomlocalizaçãodoperfiledos testemunhos

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

4233

3916-2

Page 57: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

44

Figura 18 – Descrição dos sedimentos e características físicas do testemunho à gravidade GeoB3916-2 (Ficher, 1996).

Page 58: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

45

Figura 19 – Espectro de amplitude do traço sísmico na posição C1 (Figura 17). Traço vermelho corresponde a camada dos 6m superiores e o traço azul aos 6m inferiores.

superior

inferior

Page 59: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

46

Figura 20 – Espectro de amplitude do traço sísmico na posição C2 (Figura 17). Traço vermelho corresponde a camada dos 6m superiores e o traço azul aos 6m inferiores.

superior

inferior

Page 60: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

47

7.4. PERFIL D

O perfil D localiza-se na região do bottomset do delta submarino do

Amazonas (Figura 21). Não há penetração do sinal em sub-superfície em todo

o perfil (eco caráter tipo S). Observam-se grandes bancos de areia, podendo

chegar a 12 m de altura e a 2 km de largura no topo e algumas sand waves.

Supõe-se que a forte reflexão do fundo seja constituída de areias relíquias e

que nesta área não haja deposição de sedimentos provindos atualmente da

Foz do Amazonas devido a ação da Corrente Norte do Brasil que barra a

chegada desses sedimentos na área.

Page 61: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

PERFIL D

SENW

10km

5 0 m

7 5 m

100m

2 5 m

0 mNíveldoMar

Bancos deareia

Tipo de Eco S

N

Mapa delocalização doPerfilD( )˙

D

Figura21 - Perfil Sísmico D e mapa de localização

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

Page 62: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

49

7.5. PERFIL E

O perfil E localiza-se nas regiões de foreset e botomset do delta

(Figura 22). Possui dois tipos de eco, um com penetração do sinal em sub-

superfície (tipo SS) e outro do tipo S na região de profundidades maiores que

70 m (bottomset) com apenas uma reflexão forte do sinal em superfície.

A progradação dos sedimentos em direção costa afora é bem

caracterizada pelos downlaps, sendo possível ver as várias camadas

sedimentares, que devido as diferentes amplitudes do eco (reflexão mais

fracas em amarelo e mais fortes em preto) supõe-se serem laminações de

silte e areia.

Há um grande branqueamento acústico (ver perfil, Figura 22), de cerca

de 8 km de extensão, com grande atenuação do sinal, onde se observa a

descontinuidade lateral dos refletores sísmicos.

Na direçao SW desse mascaramento dos refletores é possível ver

downlaps pretéritos, identificando a progradação dos sedimentos terrígenos.

O espectro de amplitude localizado na posição E1 (Figura 23) mostra a

atenuação de cerca de 60% (12 db) do sinal dos primeiros 7,5 m para os 7,5

m seguintes na área do mascaramento.

O testemunho 4231 (Projeto AmasSeds), se encontra próximo a este

perfil e está à uma profundidade de 45 m de lâmina d’água, possui um

comprimento total de 8 m e é predominantemente lamoso. De acordo com

Costa (1997), a partir dos 5 m é constituído de muitas laminações de areia

muito fina a fina.

Page 63: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

Downlap

Downlap

Sand waves

NESW

5 0 m

0 m

7 5 m

1 0 0 m

NíveldoMar

Tipo de Eco STipo de Eco SS

Múltiplas

Areias relíquias

PERFIL E

10 km

2 5 m

BranqueamentoAcústico

E1

N

E

Mapa delocalização doPerfilE( ) e dotestemunho4231( )˙ +

Figura 22 - Perfil Sísmico E com localizaçãodoespectroE1emapadaáreacoma localizaçãodoperf i lEedotestemunho4231

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

4231

Page 64: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

51

Figura 23 – Espectro de amplitude do traço sísmico na posição E1 (Figura 22). Traço vermelho corresponde a camada dos 7,5m superiores e o traço azul aos 7,5m inferiores.

superior

inferior

Page 65: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

52

7.6. PERFIL F

Esse perfil encontra-se paralelo à costa e possui caráter de eco do tipo

SP (Figura 24). Sua morfologia possui altos que parecem remanescentes de

efeitos erosivos das correntes. Em direção NW, observa-se a presença de

uma feição similar a um vulcão de lama. Talvez pequenas concentrações de

gás inseridas no sedimento podem ser responsáveis pelo aparecimento dessa

feição e pela perda da penetração do sinal em algumas áreas.

Page 66: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

N

10km

2 5 m

5 0 m

NW

PERFIL F

0 m NíveldoMar

Vulcãodelama

SE

TipodeEcoSP

múltiplas

Gás

CNB

Figura 24 - Perfil sísmico F e mapadelocalização

F

Mapa delocalização doPerfilF ( )˙

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

Page 67: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

54

7.7. PERFIL G

Perfil perpendicular à costa incluindo região do foreset e do bottomset.

O caráter de eco apresenta-se sem penetração em quase toda sua extensão

(tipo S) (Figura 25).

O canal pretérito (paleocanal) recoberto por sedimento está a

aproximadamente 85 m de profundidade e pode estar relacionado a

correntes de fundo de direção noroeste.

O testemunho 4203 (Projeto AmasSeds – Tabela 1) localiza-se nas

proximidades do perfil G, está localizado a 40 m de profundidade de lâmina

d’água e possui um comprimento total de 4,65 m. A textura é

predominantemente siltosa (tabela 1). De acordo com Costa (1997) esse

testemunho possui muitas laminações de areia muito fina, principalmente nos

primeiros 2,5 m. Uma foto de 30 cm desse testemunho mostra uma coloração

escura e alguma variação na granulometria. O testemunho 4226 está

localizado a uma profundidade de 58 m de lâmina d’água e possui um

comprimento total de 7 m. A textura é predominantemente siltosa, mas os

primeiros 50 cm são compostos por areia muito fina.

A Figura 26 mostra um detalhe da progradação dos sedimentos

recentes sobre as areias relíquias.

Page 68: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

10km

SW

PERFIL G

NENíveldoMar

5 0 m

0 m

7 5 m

100 m

2 5 m

Tipos deEco S e SP

Downlaps

Múltiplas

PaleocanalAreias relíquias

Fotodo PC 4203(100 a 130 cm)

N

G

Mapa delocalização doPerfi lG( ) e dostestemunhos4226e4203( )˙ +

Figura 25 - Perfil sísmico G, mapadaáreacomalocalização do perfil G e dos testemunhos4226 e 4203 e fotodo testemunho 4203

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

4203

4226

Page 69: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

56

Figura 26 – Detalhe da progradação dos sedimentos sobre as areias relíquias na transição foreset-bottomset do perfil G.

Areias relíquias

Downlaps

Page 70: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

57

7.8. PERFIL H

Esse perfil encontra-se a noroeste da Foz do Amazonas, na região do

Bottomset, tem caráter de eco do tipo SP, possui 134 km de extensão e está

dividido em duas partes: perfil H’ (Figura 27) e perfil H’’ (Figura 28). Existem

cinco testemunhos nas proximidades que serão usados na interpretação.

O testemunho PC4205 é o mais distante do perfil H, sua granulometria

predominante é silte (Tabela 1), com algumas laminações de argila a partir

dos 2,7 m, está à uma profundidade de 18 m e possui um comprimento total

de 6 m. O testemunho PC4222 se encontra a uma profundidade de 37 m,

possui comprimento total de 6,5 m e é também composto basicamente por

silte. Os testemunhos PC 4224 e PC 4206 foram coletados a profundidade de

50 m, possuindo comprimento total de 7 m e 10,4 m, respectivamente. O PC

4224 é todo composto por variações granulométricas entre silte e argila. O PC

4206 possui silte nos primeiros 4 m de sedimentos e a partir desta

profundidade apresenta laminações de silte e argila. O PC 4223 está a uma

profundidade de 72 m e é o localizado mais próximo ao perfil, possuindo

apenas 2 m de comprimento. Os primeiros 20 cm são compostos de areia

muito fina, e a partir daí a granulometria que predomina é o silte.

Analisando-se os testemunhos conclui-se que há predominânica de

silte, podendo haver ou não uma camada de areia muito fina superficialmente.

Junto à continuação do perfil H (H’’) encontra-se uma foto de 30 cm do

PC4206. Nota-se uma coloração clara e uma faixa de coloração bem mais

escura que pode estar relacionada à florações planctônicas. Não observa-se

mudança de granulometria, a parte amostrada parece ser lamosa.

Na localização do traço onde foi confeccionado o espectro de

amplitude H1 (perfil H’) observa-se uma reflexão forte nos primeiros

centímetros de sedimento e um pouco mais fraca nos próximos 11,25 m,

quando a reflexão torna-se forte novamente. O espectro de amplitude (Figura

29) mostra que a parte inferior tem uma amplitude do sinal um pouco mais

alta, provavelmente devido às areias que estão sendo recobertas.

Correlacionando-se este padrão encontrado com o testemunho PC 4223

supõe-se que há areia no topo da seção e a partir daí, silte é depositado

sobre areias.

Page 71: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

Mapa de localização doPerfilH’( ) e dostestemunhos4205,4206,4222,4223, 4224( )

˙+

10 km

PERFILH’

NW SE

50 m

75 m

100m

0 m

25 m

NíveldoMar

Tipo de Eco SP

H1H3H2

I

NN

H’

H’’

Figura 27 - Perfil sísmico H’ com localização dos espectros H1, H2eH3e mapa daáreacom a localização do perfil e dostestemunhos

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 49W 4 7 W0 0 0

4222

4205 42244206

4223

Page 72: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

58

A Figura 30 apresenta a superposição de dois espectros de amplitude,

H2 e H3, para um mesmo intervalo de profundidade considerado (30 m).

Observa-se que não há penetração do sinal no traço sísmico H3, onde há um

banco de areia, sobre o qual ainda não ocorreu a deposição de sedimento

finos. A grande diferença de amplitude entre os pontos H2 e H3 e a não

penetração do eco, é devido ao sedimento arenoso e além disso a presença

de gás no ponto H3.

Page 73: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

Mapa de localização doPerfilH’( ) e dostestemunhos4205,4206,4222,4223, 4224( )

˙+

10 km

PERFILH’

NW SE

50 m

75 m

100m

0 m

25 m

NíveldoMar

Tipo de Eco SP

H1H3H2

I

NN

H’

H’’

Figura 27 - Perfil sísmico H’ com localização dos espectros H1, H2eH3e mapa daáreacom a localização do perfil e dostestemunhos

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 49W 4 7 W0 0 0

4222

4205 42244206

4223

Page 74: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

NW

NíveldoMarSE

10km

25m

0m

50m

75m

100m

PERFIL H’’

Tipo de Eco SP

CNB

FOTO do PC 4206(250 a 280cm)

N H’’N

Canal preenchidoCanal preenchido

Mapa delocalização doPerfilH’’( ) e dostestemunhos4205,4206,4222,4223,4224( )

˙+

Figura 28 - Perfil sísmico H’’, mapadaáreacom a localização do perfil e dostestemunhos e fotodotestemunho4206

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

4222

42054224

42064223

Page 75: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

61

Figura 29 – Espectro de amplitude do traço sísmico na posição H1 (Figura 27). Traço vermelho corresponde a camada dos 11,5m superiores e o traço azul aos 11,5m inferiores.

superior

inferior

Page 76: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

62

Figura 30 – Espectros de amplitude H2+H3 (Figura 27). Amplitude do sinal no ponto H2 do perfil corresponde ao traço azul e a amplitude do sinal no ponto H3 corresponde ao traço em vermelho. Para ambos os traços foram selecionados os primeiros 30m de sedimento.

H2

H3

Page 77: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

63

7.9. PERFIL I

Esse perfil localiza-se numa região de bottomset, possui caráter de eco

do tipo SP, vários bancos de areia e algumas sand waves (Figura 31). Em

algumas áreas é visível a progradação pretérita e recente dos sedimentos, o

que mostra que os sedimentos são carreados para noroeste da foz do

Amazonas e depositados no bottomset do delta submarino. Observa-se várias

áreas sem penetração de sinal que podem estar ligadas à presença de gás

disperso no sedimento.

A Figura 32 apresenta a descrição dos sedimentos, reflectância e as

propriedades físicas do testemunho à gravidade GeoB 3918-4 (Ficher, 1996)

coletado durante a perfilagem. A profundidade da lâmina d’água é de 51 m e

o comprimento do testemunho é de 4,84 m. Em toda sua extensão o pacote

sedimentar apresenta argila, com bioturbação do sedimento menor que 30%.

Há presença de bolhas de gás entre 36 e 46 cm. Abaixo de 1 m de

testemunho não foi possível medir a velocidade da onda sísmica (Vp) devido

a presença de gás metano. Análise de C-14 feita nos 4,5 m deste

testemunho indicou uma idade de 1030 anos com erro de ± 40 anos.

De acordo com estes dados do testemunho GeoB 3918-4, constata-se

que ainda há a presença de gás nesta região distal da foz do Amazonas e

provavelmente os sedimentos que estão progradando sobre os bancos são

lamosos.

Foi confeccionado um espectro de amplitude (Espectro I1) no mesmo

ponto onde foi coletado o testemunho GeoB 3918-4 a fim de se verificar a

presença de gás no sedimento, como apontado na descrição dos sedimentos

deste testemunho (Figura 33). Analisando-se esse espectro observa-se que

os primeiros 6 m de sedimento apresentam forte reflexão do sinal enquanto

que os 6 m seguintes possuem uma atenuação do sinal muito grande,

praticamente todo sinal é perdido, o que confirma a presença de gás inserida

no sedimento nesta região como descrito em Fisher (1996).

Page 78: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

I

N

10km

N

5 0 m

7 5 m

100m

10km

PERFIL I

S

2 5 m

0 mNíveldoMar

TipodeEcoSP

GeoB3918-4

Figura 31 - Perfil sísmico I comlocalização do espectro I1 e dotestemunhoGeoB3918-4 e mapa da áreacoma localização do perfil e dotestemunho

Mapa delocalização doPerfilI ( )edotestemunhoagravidade3918-4( )˙ !

I

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

3918-4

EspectroI1

Page 79: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

65

Figura 32 - Descrição dos sedimentos e características físicas do testemunho à gravidade GeoB3918-4 (Ficher,1996).

Page 80: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

66

Figura 33 – Espectro de amplitude I1 (Figura 31). Traço vermelho corresponde a camada dos 6 m superiores e o traço azul aos 6 m inferiores a localização do gás.

Superior

Inferior

Page 81: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

67

7.10. PERFIL J

O perfil J (Figura 34) apresenta um banco carbonático que ocorre como

uma feição alongada na quebra da plataforma em torno de 125 m de

profundidade, a offshore do Cabo Cassiporé, onde a plataforma continental se

estreita. Segundo Figueiredo & Grossmann (2001), este banco refere-se a um

recife carbonático cujo topo pode ser aplainado ou ondulado e uma

característica comum é que os recifes agem como uma barreira para o

sedimento que são transportados em direção ao talude.

Um testemunho a gravidade (GeoB3920-2 (Fischer, 1996)) foi coletado

ao final deste perfil e apresenta características bem distintas dos anteriores

(Figura 35). A profundidade da lâmina d’água é de 128 m e o comprimento do

testemunho é de 4,05 m. Os primeiros 20 cm de sedimento apresentam argila

arenosa com fragmentos de concha, um fóssil e arenitos de praia (beach

rocks). Em todo o testemunho a bioturbação do sedimento é menor que 30%.

A partir dos 20 cm a litologia característica é de argila siltosa, há ainda

fragmentos de conchas e fragmentos de arenito de praia até

aproximadamente 1 m. Em torno dos 62 cm foram encontradas bolhas de

gás. Laminações de areia foram encontradas em 90, 100, 120 e 136 cm.

Observa-se que a densidade obtida através de raio-gama é bem baixa nas

seções do testemunho onde ocorrem as laminações de areia.

Page 82: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

N

PERFIL J

100m

125m

150m

175m

NW SE

10km

75 m

Bancocarbonático

GeoB3920-2

Mapa delocalização doPerfi lJ( ) e dotestemunho a gravidade3920-2( )˙ !

Figura 34- Perfil sísmico J com localizaçãodotestemunhoGeoB3920-2 e mapa da área com a llocalizaçãodoperfil e dotestemunho

J

0

2 N

4 N

0

0

0

5 1 W 4 9 W 4 7 W0 0 0

3920-2

Page 83: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

69

Figura 35 - Descrição dos sedimentos e características físicas do testemunho à gravidade GeoB3920-2 (Fischer, 1996).

Page 84: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

70

CAPÍTULO 8

CONCLUSÕES

O processamento dos dados sísmicos de Parasound possibilitou a

interpretação de diferentes feições geológicas e de grandes extensões de

sedimento carregado de gás no delta submarino do Amazonas.

Com a ajuda dos espectros de amplitude confeccionados durante a

etapa do processamento sísmico foi interpretada a presença de gás na

maioria dos perfis, principalmente nas áreas mais proximais à foz e as mais

distais da foz do Amazonas. O gás inserido no sedimento provoca uma perda

de sinal bastante significativa, que é demonstrada nos espectros de

amplitude.

Conclui-se que o delta submarino do Amazonas é uma região que

apresenta gás disperso no sedimento em quase toda sua extensão e a

análise das amplitudes do sinal a partir de espectros de amplitude mostrou-se

como mais uma ferramenta para a interpretação de perfis sísmicos,

principalmente na detecção de gás.

De acordo com estudos do Projeto Amasseds o gás encontrado na

área é do tipo biogênico (gás metano) e de acordo com a interpretação dos

perfis este pode ser encontrado tanto abaixo dos primeiros centímetros de

sedimento quanto abaixo de uma camada de sedimentos maior, cerca de 5 a

8 metros. Nas áreas mais distais (perfis I e J) as ocorrências de gás ainda

foram constatadas nos primeiros centímetros através da análise de dois

testemunhos à gravidade coletados nessa área.

A interpretação dos perfis demonstrou que existem três tipos de caráter

de eco, classificados como: tipo S, tipo SS e tipo SP, que são comparáveis ao

tipos IA, IB e IIA de Damuth (1975), respectivamente. Os tipos S e SS

encontram-se na região do delta mais proximal à foz do Amazonas, enquanto

que o tipo SP é mais encontrado na região distal.

Foi possível também identificar várias feições geológicas, como a

presença de paleocanal, vulcão de lama, sand waves, bancos de areia,

Page 85: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

71

influenciados ou não pelos fatores oceanográficos atuantes na região. A

morfologia do delta submarino também é bem caracterizada pelos perfis,

podendo-se notar as três regiões distintas (topset, foreset e bottomset).

A utilização do caráter de eco na interpretação da distribuição de

fácies sedimentares, de gás inserido no sedimento e caracteri zação de

ambientes de sedimentação tem sido uma ferramenta de grande importância

para a geologia.

Page 86: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

72

CAPÍTULO 9

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ANEXOS

Page 93: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

Tabela 1 - Análise granulométrica dos Piston Cores do Projeto AmasSeds localizados na área de estudo Nº PC Latitude Long. Intervalo

Amostra- gem

cascalho (%)

Areia média grossa

(%)

Areia grossa

(%)

areia média

(%)

areia fina (%)

Areia média

fina (%)

Silte (%)

Argila (%)

Mediana

Média Classifi- cação

4203 2º,93 N 49º,48 W 30-40 0.00 0.00 0.00 0.04 0.05 6.03 77.83 16.05 4.176 5.401 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 60-70 0.00 0.00 0.00 0.03 0.03 2.32 76.59 21.03 4.204 5.772 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 90-100 0.00 0.00 0.00 0.02 0.04 4.94 67.95 27.05 4.225 5.821 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 120-130 0.00 0.00 0.00 0.03 0.04 4.77 73.97 21.20 4.205 5.758 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 150-160 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 6.05 70.08 23.15 4.224 5.809 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 180-190 0.89 0.00 0.00 0.01 0.03 4.33 74.31 20.43 4.203 5.492 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 210-220 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.77 57.26 41.97 7.074 7.139 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 240-250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.88 71.83 26.29 4.239 6.100 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 270-280 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 0.94 51.84 47.16 7.193 7.469 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 330-340 0.00 0.00 0.00 0.02 0.05 7.75 48.53 43.65 7.083 7.397 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 360-370 0.00 0.00 0.00 0.00 0.07 2.17 44.46 53.30 8.074 8.082 argila 4203 2º,93 N 49º,48 W 390-400 0.00 0.00 0.00 0.01 0.17 5.75 82.02 12.04 4.182 4.787 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 420-430 0.00 0.01 0.02 0.02 0.04 0.52 86.59 12.79 4.219 4.831 silte 4203 2º,93 N 49º,48 W 450-460 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 0.69 79.73 19.50 5.008 5.772 silte

4205 03º,14 N 50º,11 W 30-40 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.07 51.79 48.14 7.236 7.203 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 60-70 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 40.88 59.10 8.047 7.478 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 90-100 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 34.23 65.69 8.073 7.469 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 120-130 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 41.66 58.23 8.041 7.460 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 150-160 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 50.20 49.69 7.245 7.761 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 180-190 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.07 38.31 61.62 8.054 7.459 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 210-220 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 43.28 56.66 8.033 7.462 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 240-250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.07 39.14 60.79 8.220 7.543 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 270-280 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.12 28.80 71.09 9.030 8.721 argila 4205 03º,14 N 50º,11 W 330-340 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 28.98 70.91 8.197 8.136 argila 4205 03º,14 N 50º,11 W 360-370 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 32.89 67.07 8.082 7.510 silte

Page 94: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

4205 03º,14 N 50º,11 W 390-400 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 28.40 71.58 9.090 8.487 argila 4205 03º,14 N 50º,11 W 420-430 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 25.47 74.50 8.091 7.793 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 450-460 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 29.61 70.35 9.051 8.409 argila 4205 03º,14 N 50º,11 W 480-490 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 31.72 68.23 9.087 8.746 argila 4205 03º,14 N 50º,11 W 510-520 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 29.63 70.35 9.025 8.706 argila 4205 03º,14 N 50º,11 W 540-550 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 39.24 60.74 8.183 7.876 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 570-580 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 38.14 61.82 8.052 7.749 silte 4205 03º,14 N 50º,11 W 600-606 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 30.50 69.42 9.023 8.703 argila

4206 3º,23 N 49º,86 W 30-40 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 50.92 49.05 7.241 7.453 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 183-190 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.16 52.47 47.37 7.219 7.475 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 210-220 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 57.67 42.25 7.170 7.466 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 240-250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 74.63 25.27 6.248 6.517 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 270-280 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.24 61.83 37.93 7.045 7.363 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 300-310 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 53.62 46.30 7.206 7.765 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 330-340 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.76 60.46 38.78 7.107 7.371 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 360-370 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 50.70 49.26 7.242 7.809 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 410-420 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 47.82 52.13 8.039 8.076 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 470-480 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.09 47.28 52.62 8.051 8.371 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 500-510 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 23.90 76.05 8.077 8.469 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 530-540 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 36.47 63.48 8.216 7.522 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 550-560 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.66 50.86 48.48 7.227 7.477 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 570-580 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 44.38 55.58 8.109 8.102 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 600-610 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.14 34.33 65.53 8.123 8.079 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 630-640 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 70.03 29.97 5.248 6.773 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 660-666 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.27 52.02 47.71 7.208 7.455 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 680-690 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.19 53.54 46.27 7.196 7.473 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 700-710 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 46.44 53.50 8.060 8.115 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 730-740 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.17 48.69 51.13 8.021 8.033 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 760-768 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.13 56.20 43.67 7.142 7.147 silte 4206 3º,23 N 49º,86 W 790-800 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 39.24 60.72 8.185 8.453 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 820-830 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 40.88 59.07 8.152 8.440 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 850-860 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.15 37.29 62.56 8.211 8.467 argila

Page 95: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

4206 3º,23 N 49º,86 W 880-890 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.07 42.73 57.20 8.154 8.430 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 910-920 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 43.42 56.47 8.123 8.419 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 940-950 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.33 42.37 57.31 8.136 8.116 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 980-990 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2.11 43.94 53.94 8.094 8.105 argila 4206 3º,23 N 49º,86 W 1000-

1010 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 4.86 68.42 26.71 7.048 6.466 silte

4206 3º,23 N 49º,86 W 1030-1040

0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.15 42.39 57.46 8.151 8.424 argila

4222 3º,49 N 50º,22 W 30-40 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 94.25 5.64 7.102 6.824 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 60-70 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 95.89 4.05 7.111 7.104 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 90-100 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 91.32 8.64 7.113 7.106 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 120-130 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 37.69 62.26 8.056 7.450 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 150-160 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 32.75 67.23 8.072 7.769 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 180-190 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 34.44 65.51 8.063 7.750 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 210-220 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 29.90 70.00 8.100 7.790 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 240-250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 27.79 72.17 8.098 7.794 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 300-310 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 36.83 63.13 8.064 7.768 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 330-340 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 50.01 49.95 7.250 7.145 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 360-370 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 31.96 68.00 8.090 8.042 argila 4222 3º,49 N 50º,22 W 390-400 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 30.87 69.08 8.102 8.069 argila 4222 3º,49 N 50º,22 W 420-430 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 31.32 68.64 8.108 8.089 argila 4222 3º,49 N 50º,22 W 450-460 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 96.06 3.90 7.101 6.827 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 480-490 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 95.69 4.28 6.217 6.460 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 510-520 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 94.76 5.21 7.114 7.107 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 570-580 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.96 91.53 6.51 6.134 6.128 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 600-610 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 92.80 7.15 6.129 6.123 silte 4222 3º,49 N 50º,22 W 620-629 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.69 96.09 3.22 6.107 6.100 silte

4223 3º,50 N 49º,94 W 0-10 0.00 5.89 9.47 9.20 35.33 5.53 25.29 9.29 2.640 3.570 areia m fina 4223 3º,50 N 49º,94 W 2.42 2.95 7.99 8.91 42.52 7.30 17.85 10.05 2.600 3.320 areia m fina 4223 3º,50 N 49º,94 W 20-30 0.52 1.51 3.77 3.75 18.05 2.81 52.27 17.32 6.085 5.433 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 30-40 0.00 0.00 1.21 0.49 1.93 0.44 46.77 49.17 7.240 6.872 silte

Page 96: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

4223 3º,50 N 49º,94 W 40-50 0.00 0.00 0.00 0.00 0.97 0.37 60.45 38.21 7.115 7.425 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 50-60 0.00 0.00 1.20 0.27 1.11 1.15 69.57 26.71 6.157 6.439 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 60-70 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.80 65.28 33.92 6.185 6.484 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 70-80 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.11 56.21 42.68 7.154 7.431 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 80-90 0.00 0.00 0.40 0.51 14.27 2.29 48.44 34.09 6.187 6.135 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 90-100 0.00 0.00 0.11 0.23 9.61 2.53 63.00 24.52 6.035 6.361 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 100-110 0.00 0.00 0.00 0.00 1.74 1.25 58.71 38.30 7.071 7.367 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 110-120 0.00 0.00 0.00 0.00 0.44 1.09 58.79 39.68 7.082 7.369 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 120-130 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.86 56.84 42.30 7.150 7.763 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 130-140 0.00 0.00 0.00 0.00 0.39 2.69 62.65 34.26 6.241 6.530 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 140-150 0.00 0.00 0.00 0.00 0.92 5.25 67.80 26.03 6.054 6.404 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 150-160 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.02 61.77 37.22 7.070 7.396 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 160-170 0.00 0.00 0.00 0.00 0.27 2.01 67.25 30.48 6.179 6.488 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 170-180 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.43 59.65 39.92 7.156 7.403 silte 4223 3º,50 N 49º,94 W 180-190 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.47 51.15 48.38 7.224 7.820 silte

4224 3º,21 N 49º,73 W 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 49.46 50.47 8.010 8.078 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 40-50 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 50.23 49.67 7.245 7.819 silte 4224 3º,21 N 49º,73 W 70-80 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.14 47.02 52.85 8.081 8.399 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 104-110 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.54 66.42 33.04 6.217 6.523 silte 4224 3º,21 N 49º,73 W 130-140 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.52 56.27 43.21 7.147 7.137 silte 4224 3º,21 N 49º,73 W 160-170 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.09 46.49 53.42 8.072 8.119 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 190-197 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 46.99 52.91 8.047 8.055 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 200-210 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 44.38 55.57 8.118 8.136 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 230-240 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 41.73 58.21 8.165 8.432 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 260-270 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 45.13 54.83 8.092 8.119 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 290-295 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 32.27 67.69 9.043 8.440 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 320-330 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.13 47.18 52.69 8.061 8.109 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 350-360 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 40.65 59.32 8.178 8.434 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 380-390 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 42.88 57.03 8.131 8.408 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 410-420 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.16 51.60 48.24 7.225 7.770 silte 4224 3º,21 N 49º,73 W 440-450 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 42.33 57.57 8.100 8.119 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 470-480 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 41.36 58.57 8.134 8.121 argila

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4224 3º,21 N 49º,73 W 510-520 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 41.99 57.91 8.107 8.121 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 540-550 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 46.87 53.05 8.047 8.044 argila 4224 3º,21 N 49º,73 W 570-580 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.27 52.85 46.88 7.209 7.162 silte 4224 3º,21 N 49º,73 W 600-610 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.23 50.91 48.85 7.237 7.139 silte 4224 3º,21 N 49º,73 W 630-640 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.42 50.64 48.94 7.235 7.147 silte 4224 3º,21 N 49º,73 W 660-670 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.65 52.27 47.08 7.212 7.406 silte

4226 2º,75 N 49º,15 W 0-10 0.00 0.00 0.01 0.01 1.26 50.93 40.92 7.41 3.736 3.884 areia m fina 4226 2º,75 N 49º,15 W 30-40 0.00 0.01 0.02 0.03 1.52 57.65 32.65 8.12 3.688 3.858 areia m fina 4226 2º,75 N 49º,15 W 60-70 0.00 0.00 0.00 0.03 0.75 42.83 45.75 10.63 4.510 4.600 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 120-130 0.00 0.00 0.00 0.00 0.24 29.54 53.46 16.76 4.634 5.418 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 150-160 0.00 0.00 0.00 0.06 0.61 27.33 52.49 19.50 4.640 6.079 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 180-190 0.00 0.00 0.00 0.00 0.17 34.34 56.71 8.79 4.565 4.377 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 210-220 0.00 0.00 0.00 0.03 0.37 32.52 53.11 13.97 4.596 5.073 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 240-250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 18.22 70.16 11.51 4.621 4.841 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 270-280 0.00 0.00 0.00 0.00 0.21 32.13 55.80 11.86 4.577 4.774 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 330-340 0.00 0.00 0.00 0.00 0.57 40.88 47.53 11.02 4.514 4.719 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 360-370 0.00 0.00 0.00 0.00 0.21 33.86 50.98 14.95 4.578 5.094 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 390-400 0.00 0.00 0.00 0.00 0.20 33.87 51.35 14.57 4.581 5.081 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 430-440 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 15.21 53.97 30.74 4.707 6.614 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 460-470 0.00 0.00 0.00 0.00 0.16 27.19 55.27 17.39 4.629 5.756 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 490-500 0.00 0.00 0.00 0.00 0.19 39.44 47.56 12.80 4.546 4.767 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 520-530 0.00 0.00 0.00 0.00 0.14 24.86 58.63 16.37 4.627 5.429 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 550-560 0.00 0.00 0.00 0.00 0.14 20.80 54.92 24.13 5.010 6.259 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 580-590 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 14.04 52.58 33.30 6.154 6.611 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 600-610 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 6.44 61.08 32.40 6.225 6.963 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 630-640 0.00 0.00 0.00 0.00 0.14 19.80 54.42 25.64 4.730 5.867 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 600-670 0.00 0.00 0.00 0.00 0.09 23.42 49.78 26.71 4.733 5.864 silte 4226 2º,75 N 49º,15 W 690-700 0.00 0.00 0.00 0.00 0.14 27.92 52.57 19.36 4.656 5.769 silte

4231 2º,32 N 48º,64 W 30-40 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 3.28 56.94 39.78 7.053 7.424 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 60-70 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.79 58.49 39.72 7.045 7.139 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 90-100 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2.54 54.82 42.65 7.095 6.809 silte

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4231 2º,32 N 48º,64 W 120-130 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.41 58.37 41.22 7.009 7.402 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 150-160 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.71 67.39 31.90 6.089 6.426 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 180-190 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 4.93 57.78 37.29 6.155 6.780 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 210-220 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 4.02 62.80 33.18 6.236 6.832 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 240-250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.55 55.68 43.77 7.148 7.464 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 270-280 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.73 62.37 36.90 7.086 7.435 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 319-330 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2.94 56.11 40.94 7.078 7.128 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 350-360 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.04 67.17 31.80 6.155 6.780 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 380-390 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2.26 63.26 34.48 7.006 7.114 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 410-420 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.69 65.53 33.78 6.159 6.761 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 440-450 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.40 67.51 31.09 6.078 6.756 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 470-480 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.95 68.76 30.29 6.102 6.771 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 500-510 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.45 69.64 29.91 6.142 6.790 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 530-540 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.29 74.24 25.47 6.074 6.456 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 560-570 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.28 68.39 31.33 6.099 6.746 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 590-600 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 4.74 72.44 22.82 5.130 6.091 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 620-630 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.96 73.24 25.81 6.100 6.463 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 650-660 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 68.58 31.30 6.165 6.723 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 680-690 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 67.00 32.95 6.184 7.083 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 710-720 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.18 93.45 6.37 6.169 6.132 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 770-780 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.46 70.64 28.90 6.042 6.410 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 800-810 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.39 64.96 34.66 6.139 6.519 silte 4231 2º,32 N 48º,64 W 830-840 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.71 73.24 26.04 6.150 6.490 silte

4233 1º,88 N 48º,47 W 30-40 0.00 0.11 0.02 0.18 0.77 11.90 46.74 40.29 7.013 6.723 silte 4233 1º,88 N 48º,47 W 60-70 0.00 0.00 0.02 0.45 1.26 0.57 56.69 41.02 7.038 7.134 silte 4233 1º,88 N 48º,47 W 90-102 0.00 0.00 0.01 0.30 1.01 5.44 78.35 14.89 7.084 6.777 silte 4233 1º,88 N 48º,47 W 120-130 0.07 0.09 0.17 4.73 14.32 1.19 43.76 35.66 6.163 6.241 silte 4233 1º,88 N 48º,47 W 150-160 0.34 0.19 0.66 13.40 28.00 1.29 35.83 20.30 4.166 4.792 silte 4233 1º,88 N 48º,47 W 180-190 0.46 0.35 0.78 19.65 43.21 2.78 20.10 12.67 2.229 3.653 areia m fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 210-220 0.12 0.19 0.34 11.47 69.43 10.35 5.86 2.24 2.219 2.440 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 240-250 0.78 1.24 1.11 18.00 53.14 6.72 11.88 7.14 2.204 2.667 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 270-280 0.13 0.53 0.62 14.33 63.42 10.43 7.28 3.26 2.212 2.462 areia fina

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4233 1º,88 N 48º,47 W 300-310 0.27 0.53 0.77 15.80 65.21 9.42 5.86 2.14 2.192 2.322 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 330-340 0.29 0.40 0.57 13.22 67.04 8.90 5.76 3.83 2.206 2.436 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 360-370 0.47 0.24 0.35 11.70 68.32 10.38 6.07 2.47 2.218 2.445 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 390-400 0.15 0.46 0.41 13.60 66.30 10.52 5.90 2.66 2.214 2.441 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 420-430 0.21 0.16 0.30 12.55 69.43 10.98 4.64 1.74 2.218 2.424 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 450-460 0.12 0.17 0.26 10.94 65.52 11.44 7.15 4.40 2.245 2.496 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 480-490 0.04 0.17 0.21 9.30 64.37 11.74 8.71 5.46 2.526 2.729 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 510-520 0.61 0.21 0.31 10.23 69.83 10.26 5.52 3.03 2.229 2.449 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 540-550 0.12 0.27 0.31 8.37 64.99 14.65 8.31 2.99 2.530 2.701 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 570-580 0.04 0.30 0.24 7.39 69.07 16.36 4.39 2.20 2.531 2.575 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 600-610 0.33 0.22 0.27 10.07 69.33 12.33 5.98 1.46 2.237 2.460 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 630-640 0.18 0.10 0.16 8.83 72.15 12.44 4.42 1.72 2.243 2.452 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 660-670 0.20 0.35 0.29 9.55 71.51 11.13 4.05 2.92 2.238 2.444 areia fina 4233 1º,88 N 48º,47 W 700-711 2.28 0.67 0.53 10.67 70.84 9.62 3.95 1.45 2.211 2.319 areia fina

4234 1º,50 N 48º,54 W 30-40 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.27 50.67 49.05 7.236 7.503 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 40-50 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.69 64.17 35.13 6.206 6.855 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 50-60 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.58 58.22 41.20 7.059 7.438 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 60-70 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.09 44.49 55.42 8.089 8.061 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 70-80 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 57.93 41.97 7.111 7.522 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 80-93 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.20 51.09 48.70 7.223 8.089 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 93-100 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2.07 61.79 36.14 6.186 6.164 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 100-110 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.92 54.04 45.04 7.165 8.063 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 110-120 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.22 41.99 57.79 8.043 7.468 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 120-130 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 52.75 47.22 7.205 8.092 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 130-140 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.44 58.94 40.62 7.023 7.725 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 140-150 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.21 60.31 39.48 7.113 6.814 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 150-160 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 42.41 42.80 7.151 7.786 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 160-170 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 53.23 46.75 7.206 7.777 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 170-179 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.34 58.89 40.77 7.117 7.776 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 179-185 0.00 0.00 0.00 0.00 0.07 2.52 75.57 21.84 6.102 6.431 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 185-190 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.12 57.82 42.07 7.141 7.520 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 190-200 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.56 55.22 44.22 7.174 7.807 silte

Page 100: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

4234 1º,50 N 48º,54 W 200-210 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 46.28 53.70 8.022 7.422 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 210-220 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.54 62.02 37.44 7.073 7.485 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 220-230 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.15 53.13 46.72 7.202 8.070 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 230-240 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 52.90 47.04 7.222 8.095 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 240-250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.90 52.55 45.55 7.192 7.425 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 250-260 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.13 53.56 46.31 7.219 7.822 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 260-270 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.32 44.99 54.70 8.077 8.385 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 270-280 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.11 37.00 61.90 8.073 7.737 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 280-290 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.12 60.00 39.88 7.163 7.462 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 290-300 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.28 49.58 49.14 7.237 7.804 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 300-308 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.25 42.26 57.49 8.130 8.403 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 308-320 0.00 0.00 0.00 0.00 0.09 1.62 41.85 56.44 8.122 8.068 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 320-330 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 6.38 49.38 44.24 7.152 7.451 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 330-340 0.00 0.00 0.00 0.00 0.28 7.52 49.65 42.55 6.244 6.524 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 340-350 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 6.64 48.71 44.65 7.119 7.163 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 350-354 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 5.26 46.14 48.59 7.222 7.525 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 354-360 0.00 0.00 0.00 0.00 0.15 2.36 52.72 44.76 7.169 8.091 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 360-373 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 4.14 43.76 52.10 8.047 8.361 argila 4234 1º,50 N 48º,54 W 373-380 0.00 0.00 0.00 0.00 0.39 13.46 49.19 36.95 6.202 6.788 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 380-388 0.00 0.00 0.00 0.00 0.24 14.68 55.34 29.74 6.049 6.470 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 388-395 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 4.37 45.71 49.93 7.248 7.817 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 395-400 0.00 0.00 0.00 0.00 0.24 16.24 56.64 26.88 6.056 6.309 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 400-410 0.00 0.00 0.00 0.00 0.15 9.69 59.98 30.18 6.177 6.609 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 410-422 0.00 0.00 0.00 0.00 0.29 22.39 46.63 30.69 6.070 6.583 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 422-428 0.00 0.00 0.00 0.00 0.44 26.92 42.39 30.25 6.076 5.963 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 428-440 0.00 0.00 0.00 0.00 0.29 25.73 51.42 22.56 5.028 5.908 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 440-449 0.00 0.00 0.00 0.00 0.37 25.66 56.22 17.75 4.701 5.469 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 449-460 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 6.80 60.39 32.81 6.198 6.529 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 460-467 0.00 0.00 0.00 0.00 0.43 34.86 48.39 16.32 4.642 5.392 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 467-478 0.00 0.00 0.00 0.00 0.22 14.94 57.66 27.19 6.063 6.417 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 478-490 0.00 0.00 0.00 0.00 0.26 22.75 58.38 18.61 4.712 5.511 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 490-500 0.00 0.00 0.00 0.00 0.57 34.45 46.19 18.79 4.166 5.185 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 500-510 0.00 0.00 0.00 0.00 0.15 15.74 44.12 39.98 6.207 6.448 silte

Page 101: processamento e interpretação de dados sísmicos de parasound no ...

4234 1º,50 N 48º,54 W 510-520 0.00 0.00 0.00 0.00 0.10 11.36 58.15 30.40 6.165 6.743 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 520-530 0.00 0.00 0.00 0.00 0.29 33.22 51.97 14.51 4.151 4.955 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 530-540 0.00 0.00 0.00 0.00 0.36 40.56 43.85 15.23 4.591 5.095 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 540-550 0.00 0.00 0.00 0.00 0.49 42.34 37.53 19.64 4.114 5.161 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 550-560 0.00 0.00 0.00 0.00 0.24 26.32 55.76 17.67 5.025 5.569 silte 4234 1º,50 N 48º,54 W 560-570 0.00 0.00 0.00 0.00 0.22 16.37 55.54 27.88 6.034 6.302 silte

4235 1º,35 N 48º,00 W 0-10 0.00 0.25 0.42 9.58 64.07 25.67 0.00 0.00 2.541 2.562 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 30-40 0.35 0.34 0.47 11.16 61.55 26.13 0.00 0.00 2.536 2.557 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 60-70 0.04 0.15 0.36 7.59 54.54 29.95 5.57 1.80 2.626 2.632 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 90-100 0.27 0.75 0.62 9.42 58.73 30.22 0.00 0.00 2.562 2.577 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 120-130 0.21 0.19 0.30 6.83 46.27 29.41 13.02 3.76 2.707 2.938 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 150-160 0.20 0.31 0.38 9.65 47.53 20.55 15.69 5.68 2.655 2.965 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 210-220 0.17 0.29 0.39 12.44 63.96 22.76 0.00 0.00 2.515 2.538 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 240-250 0.00 0.17 0.29 3.73 15.67 17.55 49.72 12.88 4.161 4.631 silte 4235 1º,35 N 48º,00 W 270-280 0.97 1.00 0.81 16.60 66.19 14.44 0.00 0.00 2.189 2.204 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 300-310 3.96 0.78 0.85 11.99 66.20 16.22 0.00 0.00 2.209 2.307 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 330-340 0.35 0.69 0.55 11.65 68.82 17.93 0.00 0.00 2.231 2.424 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 360-370 0.32 1.05 0.92 12.25 67.80 17.65 0.00 0.00 2.227 2.419 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 390-400 0.92 0.74 0.63 13.34 68.11 16.25 0.00 0.00 2.206 2.402 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 420-430 0.57 0.56 0.60 13.41 68.57 16.29 0.00 0.00 2.209 2.404 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 450-460 0.22 0.36 0.54 12.20 65.23 21.45 0.00 0.00 2.246 2.443 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 480-490 0.48 0.64 0.64 12.63 67.30 18.30 0.00 0.00 2.224 2.421 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 510-520 0.56 0.67 0.63 15.08 64.79 18.28 0.00 0.00 2.216 2.326 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 540-550 0.12 0.54 0.50 11.24 63.39 24.21 0.00 0.00 2.521 2.546 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 570-580 0.56 0.59 0.34 7.27 80.89 10.35 0.00 0.00 2.200 2.310 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 600-610 0.52 0.30 0.31 9.84 80.37 8.66 0.00 0.00 2.185 2.295 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 630-640 0.14 0.18 0.14 10.09 82.62 6.83 0.00 0.00 2.157 2.269 areia fina 4235 1º,35 N 48º,00 W 660-669 2.49 0.17 0.11 14.48 80.10 2.64 0.00 0.000 2.127 2.129 areia fina

4236 1º,01 N 47º,82 W 0.08 0.14 0.27 4.51 42.28 28.20 13.12 11.40 3.031 3.452 areia m fina 4236 1º,01 N 47º,82 W 30-40 0.11 0.08 0.18 2.65 11.41 22.71 38.09 24.77 4.235 5.154 silte 4236 1º,01 N 47º,82 W 52-63 0.00 0.02 0.07 1.43 34.66 49.32 11.20 3.28 3.092 3.117 areia m fina

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4236 1º,01 N 47º,82 W 72-77 0.00 0.00 0.25 1.34 2.78 6.38 33.81 55.43 8.027 6.790 silte 4236 1º,01 N 47º,82 W 110-120 0.00 0.05 1.37 63.81 31.29 3.47 0.00 0.00 1.671 1.701 areia média 4236 1º,01 N 47º,82 W 120-130 0.00 0.27 8.63 66.72 21.00 3.39 0.00 0.00 1.585 1.597 areia média 4236 1º,01 N 47º,82 W 150-160 0.20 0.98 10.22 51.57 21.80 7.44 4.32 3.47 1.647 1.808 areia média 4236 1º,01 N 47º,82 W 180-190 0.47 1.39 14.56 62.79 17.53 3.26 0.00 0.00 1.548 1.462 areia média 4236 1º,01 N 47º,82 W 200-210 0.06 0.49 9.91 51.72 18.21 4.44 12.82 2.34 1.654 1.987 areia média 4236 1º,01 N 47º,82 W 230-240 0.12 0.83 10.43 57.71 24.34 6.57 0.00 0.00 1.617 1.721 areia média 4236 1º,01 N 47º,82 W 260-270 0.20 1.47 15.02 58.81 18.87 5.57 0.06 0.00 1.556 1.488 areia média