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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
MARCELO AUGUSTO MONTEIRO
RALF MARQUES PISANI ROBERTO AUGUSTO MENDES
DIAGNÓSTICO EMPRESARIAL DE UM ATELIÊ DE
CONFECÇÕES
São Paulo
2010
1
MARCELO AUGUSTO MONTEIRO RALF MARQUES PISANI
ROBERTO AUGUSTO MENDES
DIAGNÓSTICO EMPRESARIAL DE UM ATELIÊ DE
CONFECÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção da graduação em Engenharia de Produção, pela Universidade Anhembi Morumbi. Orientador: José Ricardo Fiaminghi
São Paulo 2010
2
MARCELO AUGUSTO MONTEIRO RALF MARQUES PISANI
ROBERTO AUGUSTO MENDES
DIAGNÓSTICO EMPRESARIAL DE UM ATELIÊ DE
CONFECÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção da graduação em Engenharia de Produção, pela Universidade Anhembi Morumbi. Orientador: José Ricardo Fiaminghi
Trabalho em: 08 de Dezembro de 2010.
__________________________________________ Profº. José Ricardo Fiaminghi
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
_________________________________________ Profº. Dr. Marcos R. Bonfadini
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
Comentários: _______________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
3
Este trabalho é dedicado especialmente aos
nossos pais, filhos e mestres, que de forma
direta ou indireta colaboraram para a
elaboração do mesmo.
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecemos a Deus pela capacidade, sabedoria e inteligência que
permitiu essa conquista.
Aos nossos pais pela paciência, compreensão e dedicação nesses cinco anos.
Às nossas esposas e filhos que permaneceram ao nosso lado, nos ajudando e
apoiando em todos os momentos.
Agradecemos aos Mestres Francisco Damante, Marcos Bonfadini, e José Ricardo
Fiaminghi que nos orientaram no desenvolvimento desse trabalho; e a todos os
professores da nossa graduação por todo ensinamento.
Agradecemos ainda as proprietárias da Empresa Estudada pela compreensão em
nos conceder todas as informações necessárias para o desenvolvimento desse
trabalho e gentileza com que sempre nos atenderam.
5
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido baseado nos processos de consultoria, que constituem normalmente no diagnóstico profissional e formulações acerca de um assunto ou de uma especialidade. O objetivo foi diagnosticar a situação atual da empresa e elaborar um plano de ação que visa demonstrar diferentes técnicas de soluções para os possíveis problemas detectados em cada departamento. A empresa selecionada foi “ATELIÊ E CONFECÇÕES BAIÃO LTDA ME”, pois atende a todos os pré-requisitos necessários para elaboração deste projeto e pela disponibilidade e comprometimento demonstrado pelos responsáveis da empresa com os objetivos traçados pelo grupo. Foram avaliados e diagnosticados os departamentos de Marketing/Comercial, Logística e Recursos Humanos.
Palavras-chave: Diagnóstico, Logística, Consultoria, Engenharia de Produção.
6
ABSTRACT
This work was developed based on processes of consultation, which are usually in the diagnosis and professional formulations about a subject or a specialty. The objective was to diagnose the current situation in order to prepare an action plan which aims to demonstrate different technical solutions to possible problems detected in each department. The company was selected "ATELIE E CONFECÇÕES BAIÃO LTDA ME” because attends all the prerequisites necessary for development of this project and the availability and commitment shown by the management of the company with the objectives outlined by the team. We evaluated and diagnosed the departments of Marketing / Sales, Logistics and Human Resources. Keyword: Diagnostics, Logistics, Consulting, Production Engineering.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Matriz BCG ............................................................................................... 20
Figura 2 – Fatores e condições influenciadoras da sazonalidade. ............................ 23
Figura 3 – Processo de Transformação. ................................................................... 34
Figura 4 – Representação Gráfica da Logística Reversa. ......................................... 36
Figura 5 – Hierarquia das necessidades ................................................................... 50
Figura 6 – Análise Swot ............................................................................................ 58
Figura 7 – Organograma vertical da Empresa Estudada. ......................................... 60
Figura 8 – Matriz BCG da Empresa Estudada .......................................................... 63
Figura 9 – Sazonalidade de serviços da empresa. .................................................... 75
Figura 10 – Inputs e Outputs da Empresa Estudada. ................................................ 83
Figura 11 – Capacidade Produtiva da empresa. ....................................................... 87
Figura 12 – Fluxo do Reparo em Garantia. ............................................................... 88
Figura 13 – Fluxograma de suprimento da Empresa Estudada. ............................... 90
Figura 14 – Fluxograma sugerido para suprimento da Empresa Estudada. ............. 90
Figura 15 – Fluxo de Investimento mensal da empresa. ........................................... 96
Figura 16 – Fluxo de Investimento para os próximos 5 anos. ................................... 96
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Dimensionamento e posição de vendas ................................................. 29
Quadro 2 - Os cinco processos básicos na gestão de pessoas ................................ 48
Quadro 3 – Organograma horizontal da Empresa Estudada..................................... 61
Quadro 4 – Concorrentes nas imediações da Luisilu. ............................................... 77
Quadro 5 – Tempo de uso das máquinas da Empresa Estudada. ............................ 81
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Percentual de participação de clientes em relação ao sexo. .................. 76
Gráfico 2 – Percentual de participação de clientes em relação à idade. ................... 76
Gráfico 3 – Percentual de participação de cliente em relação à classe social. ......... 77
Gráfico 4 – Representação do Market Share da empresa. ....................................... 80
Gráfico 5 – Média de Produção Mensal. ................................................................... 82
Gráfico 6 – Produção de Barras de Calça em 2010. ................................................. 85
Gráfico 7 – Produção de Barras de Calça em 2009. ................................................. 86
Gráfico 8 – Produção de Barras de Calça em 2008. ................................................. 86
Gráfico 9 – Devoluções de peças. ............................................................................. 89
Gráfico 10 - Ponto de Equilíbrio (maior valor) da Empresa Estudada. ...................... 98
Gráfico 11 – Ponto de Equilíbrio (menor valor) da Empresa Estudada. .................... 98
Gráfico 12 – Oportunidade de crescimento na Empresa Estudada. ........................ 105
Gráfico 13 – Importância do trabalho na Empresa Estudada. ................................. 105
Gráfico 14 – Participação nas reuniões da Empresa Estudada. ............................. 106
Gráfico 15 – Desconstração na Empresa Estudada. ............................................... 106
Gráfico 16 – Satisfação com o trabalho na Empresa Estudada. ............................. 107
Gráfico 17 – Satisfação com o salário na Empresa Estudada................................. 107
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Modelo proposto de obstáculos para a delegação .................................. 19
Tabela 2 – Sazonalidade de Vendas Empresa Estudada ......................................... 74
Tabela 3 – Obtenção de Recursos ............................................................................ 95
Tabela 4 – Fluxo de caixa projetado ......................................................................... 96
Tabela 5 – IOG de Empresa Estudada. .................................................................... 97
Tabela 6 – Gastos da Empresa Estudada em março de 2010 ................................ 110
Tabela 7 – Melhorias Quantitativas ......................................................................... 119
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 15
1. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 16
1.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 16
1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 16
2 METODOLOGIA APLICADA ........................................................................................... 17
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 18
4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 19
4.1 Organogramas .......................................................................................................... 19
4.2 Negócios e Mercados .............................................................................................. 20
4.2.1 Matriz BCG .......................................................................................................... 20
4.2.2 Vantagens Competitivas ................................................................................... 22
4.2.3 Sazonalidade ...................................................................................................... 22
4.2.4 Avaliação dos Concorrentes ............................................................................. 23
4.2.5 Sistema de Informação de Marketing (SIM) .................................................. 23
4.2.6 Política e Estratégia de Preços Praticados .................................................... 25
4.2.7 Programa de Desenvolvimento de Serviços .................................................. 27
4.2.8 Dimensionamento e Motivação da Força de Vendas ................................... 28
4.2.9 Sistema de Comunicação e divulgação de produtos e serviços ................ 29
4.2.10 Marketshare ...................................................................................................... 31
4.3 Logística, Processo Produtivo e Materiais ....................................................... 32
4.3.1 Tecnologia no Processo Produtivo .................................................................. 32
4.3.2 Processo Produtivo em Pequenas Empresas ............................................... 33
4.3.3 Processo de Transformação ............................................................................ 34
4.3.4 Capacidade de Atendimento e Produção ....................................................... 35
4.3.5 Expedição e Níveis de devolução .................................................................... 36
4.3.6 Cadeia de Suprimentos ..................................................................................... 37
4.3.7 Carteira de fornecedores .................................................................................. 38
4.3.8 Gestão de Estoques .......................................................................................... 38
4.3.8.1 Classificação ABC ................................................................................... 38
4.3.8.2 Estoques de produtos acabados ........................................................... 39
4.3.9 Compras .............................................................................................................. 39
4.3.10 Arranjo Físico de Produção ............................................................................ 40
4.3.11 Responsabilidade Social ................................................................................. 40
4.4. Área Financeira ........................................................................................................ 41
4.4.1 Estrutura e Capitalização .................................................................................. 41
4.4.2 Orçamento de Capital ........................................................................................ 41
4.4.2.1 Período de Retorno de Investimento (Payback Period) .................... 42
4.4.2.2 Valor Presente Líquido ............................................................................ 42
4.4.2.3 Taxa Interna de Retorno ......................................................................... 42
4.4.3 Capital Próprio e de Terceiros .......................................................................... 43
4.4.4 Fluxo de Caixa .................................................................................................... 43
12
4.4.5 Índices Financeiros ............................................................................................ 44
4.4.5.1 Capital de Giro .......................................................................................... 44
4.4.6 Demonstrativo de Resultados .......................................................................... 45
4.4.7 Balanço Patrimonial ........................................................................................... 46
4.4.8 Ponto de Equilíbrio ............................................................................................. 47
4.5 Análise da Estrutura de Recursos Humanos ................................................... 47
4.5.1 Estrutura de Recursos Humanos ..................................................................... 47
4.5.2 Políticas de RH ................................................................................................... 48
4.5.3 Recrutamento e Seleção ................................................................................... 49
4.5.4 Motivação ............................................................................................................ 49
4.5.5 Benefícios ............................................................................................................ 51
4.5.6 Plano de Carreira ............................................................................................... 52
4.5.7 Relações Sindicais ............................................................................................. 52
4.6 Custos ........................................................................................................................ 53
4.6.1 Custo de Matéria-Prima .................................................................................... 54
4.6.2 Custo de Reposição de Matéria-Prima a Valor Presente ............................ 54
4.6.3 Custo de Transformação ................................................................................... 54
4.6.4 Custos Indiretos de Fabricação ....................................................................... 54
4.6.5 Departamentalização ......................................................................................... 55
4.6.6 Despesas Administrativas e Comerciais – DAC ........................................... 55
4.6.7 Despesas Proporcionais de Venda – DPV .................................................... 55
4.6.8 Margem de Contribuição – MC ........................................................................ 55
4.6.9 Mark-Up ............................................................................................................... 55
4.6.10 OverHead .......................................................................................................... 56
4.6.11 Encargos para Financiamento de Vendas ................................................... 56
4.6.12 Classificação de Custos .................................................................................. 56
4.7 Análise SWOT ........................................................................................................... 57
5 ESTUDO DE CASO ........................................................................................................... 59
5.1 Caracterização e Histórico da Empresa ............................................................. 59
5.1.1 Identificação ........................................................................................................ 59
5.1.2 Sócios Proprietários ........................................................................................... 59
5.1.3 Histórico da Empresa ........................................................................................ 59
5.1.4 Missão .................................................................................................................. 60
5.1.5 Visão ..................................................................................................................... 60
5.2 Organogramas .......................................................................................................... 60
5.2.1 Organograma Vertical ........................................................................................ 60
5.2.2 Organograma Horizontal ................................................................................... 60
5.3 Negócios e Mercados .............................................................................................. 61
5.3.1 Ramo de Atividade ............................................................................................. 61
5.3.2 Setor de atuação ................................................................................................ 61
5.3.3 Linha de produtos e serviços ............................................................................ 62
5.3.4 Matriz BCG .......................................................................................................... 62
5.3.5 Vantagens Competitivas ................................................................................... 63
5.4 Análise do Setor ....................................................................................................... 64
5.4.1 O setor no Brasil ................................................................................................. 64
5.4.2 Características e configurações do segmento no país ................................ 69
5.5 Análise de Negócios ................................................................................................ 74
5.5.1 Área Comercial ................................................................................................... 74
5.5.1.1 Análise de desempenho de Vendas dos últimos 02 exercícios ....... 74
13
5.5.1.2 Sazonalidade de Vendas ........................................................................ 74
5.5.1.3 Pesquisas .................................................................................................. 75
5.5.1.5 Sistema de Informações Comerciais .................................................... 78
5.5.1.6 Política de Comercialização ................................................................... 78
5.5.1.7 Política e Estratégia de Preços Praticados .......................................... 79
5.5.1.8 Dimensionamento e Motivação da Força de Vendas ........................ 79
5.5.1.9 Sistema de Comunicação e divulgação de produtos e serviços ...... 80
5.5.1.10 Marketshare ............................................................................................ 80
5.6 Análise da Logística, Processo Produtivo e Mate riais .................................. 81
5.6.1 Avaliação da Tecnologia no Processo Produtivo .......................................... 81
5.6.1.1 Máquinas e Tecnologia no Processo Produtivo .................................. 81
5.6.1.2 Sistema ...................................................................................................... 82
5.6.1.3 Avaliação do Processo Produtivo .......................................................... 82
5.6.1.4 Gargalo na produção ............................................................................... 84
5.6.1.5 Capacidade de Atendimento e Produção ............................................ 84
5.6.2.1 Níveis de Devoluções .............................................................................. 88
5.6.3 Sistema de suprimentos .................................................................................... 89
5.6.3.1 Análise da carteira de fornecedores ..................................................... 91
5.6.3.2 Prazos de pagamentos e entregas ....................................................... 91
5.6.4 Gestão de estoques ........................................................................................... 91
5.6.4.1 Classificação ABC ................................................................................... 92
5.6.5 Compras .............................................................................................................. 93
5.6.6 Arranjo físico de produção ................................................................................ 93
5.6.7 Responsabilidade Social ................................................................................... 94
5.7 Análise da Área Financeira .................................................................................... 95
5.7.1 Estrutura e capitalização ................................................................................... 95
5.7.2 Plano financeiro .................................................................................................. 96
5.7.3 Investimento Operacional em Giro- IOG ........................................................ 97
5.7.4 Ponto de equilíbrio ............................................................................................. 97
5.8 Análise da Estrutura de Recursos Humanos ................................................... 98
5.8.1 Estrutura de recursos humanos ....................................................................... 98
5.8.3 Processos de recrutamento e seleção de pessoal ..................................... 101
5.8.3.1 Análise dos procedimentos com assuntos de documentação pessoal .................................................................................................................................. 102
5.8.3.2 Avaliação do quadro da documentação exigida ............................... 102
5.8.3.3 Adequação da empresa no atendimento das exigências legais .... 103
5.8.4 Pesquisa motivacional ..................................................................................... 104
5.8.5 Regulamentação das obrigações sociais e impostos ................................ 107
5.8.6 Programa de benefícios e plano de carreira ................................................ 108
5.8.7 Relações sindicais ............................................................................................ 108
5.9 Análise da Área de Custos .................................................................................. 108
5.9.1 Apuração do custo gerencial .......................................................................... 109
5.9.2 Estruturação de área de custos e gestão ..................................................... 110
5.10 Diagnóstico Geral da Empresa ......................................................................... 111
5.10.1 Análise SWOT ................................................................................................ 111
5.10.1.1 Identificação dos pontos fortes .......................................................... 111
5.10.1.3 Identificação das oportunidades........................................................ 112
5.10.1.4 Identificação das ameaças ................................................................. 112
5.10.2 Definição dos Mercados Estratégicos e Serviços Chaves ...................... 113
14
6 RECOMENDAÇÕES OBJETIVOS E METAS ............................................................ 115
6.1 Metas Quantitativas e Qualitativas .................................................................... 115
6.1.1 Metas qualitativas ............................................................................................. 115
6.1.2 Metas quantitativas .......................................................................................... 119
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 120
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 121
ANEXOS ............................................................................................................................... 124
Anexo A – Tabela de preços dos serviços oferecidos ....................................... 124
Anexo B – Questionário para Pesquisa de Satisfação de Clientes ................ 126
Anexo C – Macro Fluxo da Empresa Estudada .................................................... 128
Anexo D – Gráfico de Causas e Efeitos da Empresa Es tudada ....................... 130
Anexo E – Classificação ABC da Empresa Estudada ......................................... 131
Anexo F – Balanço Patrimonial Empresa Estudada ............................................ 133
Anexo G – Demonstração do Resultado ................................................................ 134
Anexo H – Projeções Financeiras ............................................................................ 135
Anexo I – Cálculos Ponto de Equilíbrio .................................................................. 136
Anexo J – Cálculos do Payback, VPL e TIR ........................................................... 137
Anexo K – Planilha de Gastos da Empresa ........................................................... 139
Anexo L – Layout atual – Empresa Estudada ....................................................... 142
Anexo M – Layout proposto– Empresa Estudada ............................................... 143
Anexo N – Questionário com Concorrentes .......................................................... 144
Anexo O – Script de Atendimento Sugerido ......................................................... 146
15
INTRODUÇÃO
Esse trabalho teve como objetivo diagnosticar, analisar e sugerir melhorias a
curto, médio e longo prazo de cada área por meio de consultoria na empresa
“ATELIÊ E CONFECÇÕES BAIÃO LTDA ME”.
Por meio de ferramentas apropriadas, a presente pesquisa teve como
propósito identificar os principais pontos fortes e fracos da organização por reuniões
com as proprietárias da empresa, pesquisas com clientes e concorrentes. As
informações foram separadas nas áreas de Logística, Recursos Humanos e
Marketing/Comercial buscando uma melhor visualização.
O foco Logístico será baseado no layout das instalações, procedimentos
internos, fluxos de informações, qualidade, compras e armazenagem. Em Recursos
Humanos, as análises serão voltadas para a satisfação dos funcionários, processos
de admissão, treinamento e demissão, conflitos e comunicação. Na área de
Marketing/Comercial, as ações promocionais tais como: folders, anúncios em
revistas e internet, convênios, parcerias, bem como todas as atividades
desenvolvidas por este departamento.
Com base neste diagnóstico, serão elencadas sugestões de melhoria
buscando um aumento nos lucros e competitividade perante aos concorrentes.
16
1. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho foi aplicar os conceitos adquiridos durante o curso
de Engenharia de Produção, tais como: Logística, Recursos Humanos, Marketing,
Custo Empresarial, Finanças, Pesquisa Operacional e Segurança no Trabalho, em
uma micro empresa do ramo de costura.
1.1 Objetivo Geral
Esse trabalho teve como objetivo diagnosticar, analisar e sugerir melhorias a
curto, médio e longo prazo nas áreas de áreas de Logística, Recursos Humanos e
Marketing/Comercial por meio de consultoria na empresa “ATELIÊ E CONFECÇÕES
BAIÃO LTDA ME”.
1.2 Objetivos Específicos
Fornecer planos de ação de modo a obter aumento de qualidade,
produtividade e carteira de clientes e ao mesmo tempo possibilitar controles que
visem descobrir o rigor administrativo da empresa estudada.
17
2 METODOLOGIA APLICADA
Este trabalho valeu-se dos conceitos adquiridos durante o curso de
Engenharia de Produção, que possibilitaram subsídios para a aplicação de um
estudo de caso que pudesse diagnosticar a fundo a linha administrativa da empresa
“ATELIÊ E CONFECÇÕES BAIÃO LTDA ME”.
O referencial teórico foi pesquisado em livros voltados à área de
Administração da Produção, Gerenciamento de Pessoas e Controle de Custo.
O grupo teve acesso aos processos e controles da empresa estudada, onde
observou a rotina no período do dia 13 ao dia 30 de julho de 2010.
No mesmo período, com a autorização da direção da empresa estudada, o
grupo desenvolveu pesquisa de satisfação dos clientes, motivacional em relação os
seus funcionários e pesquisa de reconhecimento dos principais concorrentes.
De posse dos registros da empresa, das percepções obtidas no período de
observação e dos resultados das pesquisas, elaborou-se um diagnóstico global da
empresa.
Por fim, o grupo elaborou algumas recomendações que constituem o plano de
ação que é objetivo deste estudo.
18
3 JUSTIFICATIVA
O tema escolhido para elaboração deste trabalho é de suma importância na
Engenharia de Produção, sobretudo na área de Administração da Produção, pois é
com o “diagnóstico empresarial” que se identificam os pontos prioritários a serem
revisados para melhorar o desempenho da Gestão Operacional e Estratégica. O
grupo enxerga que o tema é requisito básico para a formação do Engenheiro de
Produção em face da realidade das empresas no país.
19
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Organogramas
O Organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma
organização. Os organogramas mostram como estão dispostos os órgãos ou
setores, a hierarquia e as relações de comunicação existentes entre eles.
(CHIAVENATO, 2000).
Num Organograma, os órgãos são dispostos em níveis que representam a
hierarquia existente entre eles. Em um organograma vertical, quanto mais alto
estiver o órgão, maior a autoridade e a abrangência da atividade.
Existem fatores que podem facilitar ou prejudicar os trabalhos de supervisão e
coordenação de uma empresa e que influenciam diretamente nas tomadas de
decisões. São estes, a centralização, descentralização e delegação.
Segundo Djalma (2004), “Delegação é a transferência de um determinado
nível de autoridade de um chefe para seu subordinado, criando o correspondente
compromisso pela execução da tarefa delegada.” Porém, existem alguns obstáculos
entre o chefe e o subordinado a considerar, como pode ser observado na Tabela 1:
Tabela1 – Modelo proposto de obstáculos para a delegação Ponto de Vista da Empresa Ponto de Vista do Chefe Ponto de Vista do Empregado
1. Filosofia de Atuação Definida pela alta Administração
1. Medo de perder o poder 1. Medo de responsabilidades: * Medo de críticas pelos erros; * Falta de confiança própria.
2. Nível de Controle 2. Falta de tempo para treinar o empregado
2. Não se julga capacitado: * Falta de conhecimento; * Falta de informações necessárias e de recursos
3. Barreiras Legais 3. Desconfiança da capacidade e habilidades dos empregados
3. Não tem tempo disponível para novas tarefas
4. Gosta de fazer o trabalho do subordinado
4. Incentivos Inadequados
5. Mania de perfeição
6. Autovalorização
Fonte: (OLIVEIRA, 2004).
20
A centralização é a maior concentração na alta administração de uma
empresa e o contrário, a descentralização é a menor concentração do poder
decisório na alta administração e distribuído por diversos níveis hierárquicos.
A diferença entre descentralização e delegação está relacionada a seguir:
a) Descentralização: Ligada ao cargo, atinge vários níveis hierárquicos,
caráter mais formal, menos pessoal, mais estável no tempo;
b) Delegação: Ligada à pessoa, atinge um nível hierárquico, caráter mais
informal, mais pessoal, menos instável no tempo.
4.2 Negócios e Mercados
4.2.1 Matriz BCG
Segundo Porter (1991), a matriz de crescimento e participação, mais
conhecida como matriz BCG, foi desenvolvida em 1967 pelo Boston Consulting
Group (BCG), e relaciona a taxa de crescimento de mercado com a participação de
mercado da empresa, conforme Figura 2.
Figura 1 – Matriz BCG Fonte: (PORTER, 1991).
A proposta da matriz é que as unidades empresariais localizadas nos quatro
quadrantes identificados estarão em posições diferentes de fluxo de caixa, sendo,
21
portanto, administradas de maneiras diferentes, o que resulta em algumas
implicações no que se refere à construção do portfólio geral da empresa.
Foi adotado um "pitoresco" elenco de tipos de recomendações estratégicas,
que permite à administração classificar as unidades de negócio como estrelas,
pontos de interrogação, vacas leiteiras e abacaxis ou vira-latas.
a) As vacas leiteiras representam os negócios com alta participação em
mercados de baixo crescimento, geradores de um bom fluxo de caixa,
que pode ser empregado para financiar outros negócios,
especialmente os pontos de interrogação;
b) Os pontos de interrogação, também conhecidos como crianças-
problema, representam os negócios com pequena participação em
mercados que crescem rapidamente, podendo tornar-se estrelas e
posteriormente vacas leiteiras, se forem capazes de crescer; caso
contrário podem tornar-se abacaxis. Têm, portanto, uma grande
necessidade de injeção de recursos, e pouca capacidade de geração
de recursos;
c) Os abacaxis ou vira-latas representam os negócios com baixa
participação em mercados com baixo crescimento, que, embora
recebam poucos recursos de caixa, tem pouca capacidade de geração
de recursos, o que incorre em perdas para a empresa;
d) As estrelas representam os negócios com alta participação em
mercados com alta taxa de crescimento, que tem uma grande
necessidade de injeção de recursos, embora também tenham uma
grande capacidade de geração de recursos.
As empresas devem ter como orientação estratégica a seleção dos pontos de
interrogação que venham a se tornar estrelas e posteriormente vacas leiteiras,
garantindo assim o equilíbrio financeiro da empresa. Da mesma forma, devem tentar
retirar os abacaxis de seu portfólio.
22
4.2.2 Vantagens Competitivas
Vantagem competitiva ou diferencial competitivo é uma ou um conjunto de
características que permite a uma empresa ser diferente por entregar mais valor sob
o ponto de vista dos clientes, diferenciando-se da concorrência e, por isso, obtendo
vantagens no mercado.
Porter (1991) apresenta uma idéia focada no ambiente competitivo, no qual as
empresas devem entender como as forças competitivas podem influenciar seus
negócios e buscar diante deste entendimento a melhor posição de mercado. As
empresas podem promover melhorias na sua situação através de mudanças
estratégicas. Como exemplo, ele diz que é possível tentar aumentar os preços ou
acentuar a diferenciação dos produtos. Outra forma de melhoria da posição
estratégica da empresa no setor se dá através da focalização do esforço de vendas
nos segmentos do setor de crescimento mais rápido.
4.2.3 Sazonalidade
A sazonalidade de vendas ou serviços pressupõe a previsão para próximos
períodos de demanda, baseadas no histórico dos resultados mais recentes da
empresa. A sazonalidade é mais indicada quando há previsões de médio e longo
prazo, pois quando se trabalha com um número maior de períodos, se obtém uma
maior precisão quanto à previsão das vendas. Define-se então a sazonalidade,
como sendo oscilações para mais ou para menos na demanda da empresa,
podendo ser identificada pela regularidade de suas ocorrências nas vendas da
empresa.
A sazonalidade de vendas ou serviços pode ser encontrada de forma simples,
desde que se tenha o histórico de pelo menos dois exercícios passados da empresa,
conforme Figura 2.
23
Figura 2 – Fatores e condições influenciadoras da sazonalidade. Fonte: (SLACK, 2002).
4.2.4 Avaliação dos Concorrentes
É possível aprender muito com a avaliação da concorrência. Por isso, é
importante saber quem e quantos são e como atuam no mercado. Deve-se analisar
não apenas quantitativamente (quantidade de concorrentes), mas também
qualitativamente (como são estes concorrentes). Para facilitar a análise da
concorrência, é conveniente começar estudando o ramo de negócios.
Analisando a concorrência é possível identificar formas de atuação que
atendam as necessidades dos clientes, novos mercados, aprimorar estratégias de
comercialização e atendimento, entre outras oportunidades.
A ação da concorrência é o principal fator que cria ameaças e, algumas
vezes, oportunidades para as empresas. As oportunidades que a concorrência cria,
são novas idéias e produtos, novos mercados, novas necessidades e novos
conceitos de administração.
4.2.5 Sistema de Informação de Marketing (SIM)
Hoje em dia em uma empresa, a responsabilidade de identificar mudanças
significativas no mercado é dos profissionais de marketing. Mais do que qualquer
outro grupo, são eles que devem rastrear tendências e buscar oportunidades.
Pensando nisso, algumas empresas desenvolveram sistemas de informação de
24
marketing que oferecem à administração e aos profissionais de marketing dados
detalhados sobre as necessidades, as preferências e o comportamento dos
compradores e do mercado.
Toda empresa deve organizar e manter um fluxo contínuo de informações
para seus gerentes de marketing. Por isso, as empresas estudam as necessidades
de informações deles, e projetam seus sistemas de informações de marketing a fim
de satisfazê-los.
Um Sistema de Informação de Marketing (SIM) é um sistema complexo,
estruturado, constituído de pessoas, equipamentos e procedimentos dedicados a
coletar, classificar, analisar, avaliar e distribuir as informações necessárias, de
maneira precisa e oportuna para aqueles que tomam as decisões de marketing. O
sistema é desenvolvido a partir de registros internos da empresa, atividades de
inteligência de marketing e pesquisa de marketing.
É importante frisar que com um bom sistema de informações de marketing, a
empresa poderá ter vantagens citadas por Kotler (1992) como:
a) Poder proporcionar mais informação dentro das limitações de tempo
exigidas pela empresa. Concomitantemente, a empresa toda pode
conseguir melhor desempenho;
b) Poder proporcionar a recuperação seletiva de informação;
c) Poder proporcionar reconhecimento mais rápido das tendências de
mercado que se desenvolvem;
d) Os usuários poderão receber apenas o que querem e o que
necessitam;
e) Permitir melhor uso do material que comumente é coligido pelas
empresas no decorrer de suas atividades, como por exemplo, vendas
por produto, por cliente e por região;
f) Permitir melhor controle do plano de marketing da empresa;
g) Poder gerar relatórios para controles estatísticos;
h) Reduzir o número de decisões tomadas intuitivamente, pois leva à
informação conveniente e precisa.
25
Hoje as empresas procuram adaptar seus sistemas de informação de
marketing para as constantes mudanças de mercado e para as tendências, listadas
por Kotler (1992), que podem afeta-la:
a) Os dispêndios crescentes em pesquisa, desenvolvimento e a
quantidade de serviços e produtos novos lançados no mercado;
b) Aumento da competição e ciclos de vida dos produtos e serviços cada
vez mais curtos;
c) A crescente utilização de planejamento estratégico por produtos e
serviços pelos departamentos de marketing;
d) O uso crescente (apesar de lento) de técnicas analíticas mais
sofisticadas em marketing, incluindo modelos;
e) Mudança de marketing local para de mais regiões;
f) Transição de necessidades do consumidor para desejos do
consumidor;
g) Transição de concorrência de preço para concorrência de não preço;
h) Está ocorrendo uma diminuição do prazo concedido ao executivo para
a tomada de decisões;
i) A atividade de marketing está se tornando muito mais complexa e mais
ampla em seu campo de ação;
j) A crescente insatisfação do consumidor (dificuldade de satisfazer o
consumidor).
Com todas essas informações, fica claro que a empresa que conseguir adotar
um sistema de informação comercial bom e atualizado se sobressairá sobre seus
concorrentes, pois terão informações precisas e um melhor entrosamento com seus
clientes e mercado.
4.2.6 Política e Estratégia de Preços Praticados
As empresas lidam com a determinação de preços de várias maneiras. Nas
pequenas empresas, os preços em geral são determinados pelo seu dirigente. Nas
grandes, gerentes de divisão e de produto se incumbem da tarefa. E até mesmo
26
nessas organizações, a alta administração determina os objetivos e as políticas
gerais de determinação de preços e muitas vezes aprovam os preços sugeridos
pelos níveis mais baixos, na hierarquia gerencial. Em setores em que a
determinação de preços é um fator-chave (como os setores aeroespacial, ferroviário
e de petróleo), as empresas freqüentemente dispõem de um departamento para
realizar esta tarefa ou para auxiliar na sua execução. Esse departamento subordina-
se ao departamento de marketing, ao de finanças ou à alta administração. Outros
que exercem influência sobre a determinação de preços são também os gerentes de
vendas, os gerentes de produção, os gerentes financeiros e os contadores.
Para planejar e implementar estratégias de determinação de preço com
eficácia, é preciso entender profundamente a psicologia de preços do próprio
consumidor e adotar uma abordagem sistemática de estabelecimento, adaptação e
mudança de preços.
As empresas sempre tentam determinar um preço que lhe dê um maior
retorno possível, estimando uma demanda a ser atendida e os seus custos totais de
operação, porém, a determinação do preço depende muito também do tamanho e
objetivo da empresa analisada, sendo que normalmente, são encontrados muitos
problemas para a formação do preço na maioria das empresas.
As políticas de preços visam no geral, envolver os seguintes aspectos:
a) Obter determinado retorno sobre o investimento;
b) Estabilizar a margem de lucro da empresa;
c) Sustentar ou elevar uma posição de marketshare;
d) Associar a imagem do produto em conceitos qualitativos.
Sendo que a tomada de decisão sobre o preço deve considerar:
a) O momento econômico de forma geral, os reflexos do momento
econômico em particular para o segmento ao qual a empresa está
inserida, os custos totais, o comportamento da concorrência e os
objetivos estratégicos da empresa.
27
4.2.7 Programa de Desenvolvimento de Serviços
Sabe-se que a empresa trabalha efetivamente com as ordens de serviços, ou
seja, trata-se de uma empresa que presta serviços, logo podemos concluir que todo
o trabalho seguirá para o campo de desenvolvimento e aprimoramento dos mesmos.
A prestação de serviços é entendida como a realização de trabalho oferecido
ou contratado por terceiros (comunidade ou empresa), incluindo assessorias,
consultorias e cooperação interinstitucional. A prestação de serviços se caracteriza
pela intangibilidade, inseparabilidade (produzido e utilizado ao mesmo tempo) e não
resulta na posse de um bem.
Em “Desenvolvimento de produtos”, do livro “Marketing Básico” de Marcos
Cobra, temos:
a) Atividades/fases: Há muitas formas de se classificar as fases e
atividades do processo de desenvolvimento de produto. No modelo de
referência são identificadas sete fases: Conceber Produto, Conceituar
Produto, Projetar Produto e Processo, Homologar Produto, Homologar
Processo e Ensinar Empresa, no caso da empresa de confecção
podemos ordenar da seguinte maneira: Receber o pedido, identificar a
necessidade do cliente, verificar quais serão as técnicas empregadas
para o desenvolvimento da peça e elaborar o processo para execução
do serviço;
b) Recursos: compõe-se de todos os conceitos/filosofias,
métodos/técnicas e ferramentas/sistemas que podem ser aplicados no
processo de desenvolvimento de produto; neste caso no
desenvolvimento do serviço;
c) Organização: refere-se não só a estrutura organizacional responsável
e executora das atividades de desenvolvimento de produto como
também os elementos como cultura, qualificação profissional, formas
de comunicação entre os indivíduos, etc... , ligados aos aspectos de
organização do trabalho; importante ressaltar que estas características
são extremamente importantes para as empresas prestadoras de
28
serviços, pois deve existir integração entre todos os fatores
mencionados, para que o trabalho possa ser executado da melhor
maneira possível;
d) Informação: dimensão que representa o fluxo de informação existente
neste processo: os dados, sua estrutura e o formato como estes
circulam (relatórios, fichas, telas de computador, etc...), até mesmo as
pequenas empresas devem manter um controle acerca de todas as
informações, para evitar futuras complicações que acarretam em perca
de tempo e consequentemente dinheiro.
Não é novidade que desenvolver novas técnicas para execução de serviços
tem se tornado um dos processos-chave para a competitividade. Verificamos no
mercado onde o ramo de confecções esta presente, o aumento da concorrência, as
rápidas mudanças tecnológicas e maior exigência por parte dos consumidores que
necessitam de agilidade, produtividade e alta qualidade dos serviços, que dependem
necessariamente da eficiência e eficácia da empresa neste processo, logo se pode
entender que o aprendizado continuo, mais as técnicas hoje encontradas no ramo
de confecções, sejam elas artesanais ou tecnológicas, são fortes aliados das
costureiras que podem desenvolver-se profissionalmente e como resultado obter a
fidelização dos clientes.
4.2.8 Dimensionamento e Motivação da Força de Venda s
Os vendedores atuam como elo entre as empresas e os clientes. Sendo que
para muitos destes, o profissional de vendas é a própria empresa.
Também é ele quem traz as informações necessárias sobre os clientes, por
isso, a empresa precisa tomar cuidado ao formar sua força de vendas, procurando
em especial desenvolver sua estrutura, objetivos e estratégias.
O dimensionamento e posição dos vendedores dentro da organização
abrangem uma ampla gama de funções, como se pode verificar no quadro 1:
29
Quadro 1 – Dimensionamento e posição de vendas Fonte: Adaptado de (KOTLER; KELLER, 2006).
As posições movimentam-se num campo que se estende dos menores aos
maiores tipos criativos de vendas. As primeiras tarefas exigem principalmente
manter contas e preencher pedidos, enquanto as últimas exigem a procura de
clientes e a criação de novas vendas.
A motivação da força de vendas trata-se de um dos elementos essenciais
dentro das empresas, pois é preciso mantê-la sempre motivada, para que alcance
os resultados desejados. Atualmente, nesta sociedade em constante mudança, tanto
os produtos quanto as tecnologias banalizam-se rapidamente. Logo, os agentes da
força de vendas são os maiores responsáveis pela conquista e manutenção de
vantagens competitivas nas empresas.
4.2.9 Sistema de Comunicação e divulgação de produt os e serviços
Com a sociedade globalizada, não basta apenas uma empresa disponibilizar
para seus clientes um produto de qualidade, com preços acessíveis em pontos de
distribuição adequados. É preciso que as empresas utilizem meios de comunicação
adequados, para se tornar público seus produtos e sua marca.
Qualquer marca ou produto presente no mercado, necessita de propaganda
para aumentar sua procura e evitar perda de marketshare, ou até mesmo para se
manter viva e saudável junto ao consumidor, por isso são utilizadas técnicas de
30
comunicação, por serem poderosas ferramentas e poderem influenciar a atitude de
consumidores frente à marca/produto.
A propaganda constitui um dos instrumentos que ajudam as empresas a
vencer, ao mesmo tempo em que permite aos consumidores aumentarem o
conhecimento sobre os produtos e saberem distingui-los.
Dessa forma, as empresas vêm utilizando as ferramentas de comunicação
também conhecidas como o mix de marketing, para divulgar seus produtos e
serviços.
As ferramentas são divididas em cinco categorias: propaganda, promoção de
vendas, publicidade, venda pessoal e marketing direto.
O objetivo destas ferramentas de marketing é atingir a mente do mercado e
criar uma imagem de preferência em relação aos seus produtos e serviços tendo a
intenção de chamar a atenção, despertar interesse e criar desejo para o seu público
alvo.
Sendo assim, uma comunicação eficaz é de fundamental importância para a
criação do reconhecimento da marca/produto, visando estabelecer uma imagem
positiva, baseada em sua identidade corporativa e representada por seus produtos,
serviços, soluções e benefícios oferecidos.
Devemos lembrar também, que para Bateson e Hoffman, (2001), a estratégia
de comunicação para se vender serviços, deve ser baseada em quatro premissas:
a) Prometer o que é possível: A satisfação do cliente é criada pela
comparação de suas expectativas com suas percepções do processo
de prestação do serviço. Se a empresa faz promessas que não pode
cumprir, aumenta as expectativas do cliente e diminui a satisfação
deste quando essas promessas não são cumpridas. Os clientes saem
desapontados, perdem a confiança e contam sua experiência a outros
clientes;
31
b) Tornar tangível o intangível: Serviços são abstratos, desta forma a
propaganda deve torná-lo mais concreto através, por exemplo, de
números em seus anúncios ou usando sugestões físicas e evidências
tangíveis;
c) Tratar do relacionamento de trabalho entre cliente e fornecedor:
A entrega do serviço é um processo interativo entre o fornecedor e o
cliente e a propaganda de serviços, em particular, deve se concentrar
em encorajar clientes a comprar/consumir;
d) Minimizar os receios do consumidor em relação a var iações no
desempenho: Para minimizar os pontos de heterogeneidade na mente
do cliente, a comunicação pode aumentar a percepção de qualidade
incluindo números e testemunhos qualitativos que tranquilizem o
cliente.
4.2.10 Marketshare
Markeshare (termo mais comum no Brasil), ou pela tradução literal do inglês
"quota de mercado" (termo mais comum em Portugal) ou ainda fatia de mercado,
participação no mercado, porção no mercado etc. O termo em inglês tem a seguinte
composição: market significa mercado e share, divisão ou quota.
A expressão pode ser ainda traduzida como participação no mercado e
designa a fatia de mercado detida por uma organização. Sua medida quantifica em
porcentagem a quantidade do mercado dominado por uma empresa. Divide-se o
número total de unidades que a empresa vendeu pelo total de unidades vendidas no
segmento em que a empresa atua. O valor pode ser obtido ainda da divisão do valor
total em vendas da empresa pelo valor total em vendas do segmento.
O valor de um produto ou serviço as vezes aumenta exponencialmente com o
marketshare, pois quanto mais útil ele se torna, mais essencial será para os
consumidores ou comunidades de usuário. Porém, esta equação nem sempre é
verdadeira, principalmente quando analisamos mercados rígidos por uma política de
guerra de preços.
32
4.3 Logística, Processo Produtivo e Materiais
4.3.1 Tecnologia no Processo Produtivo
Todas as empresas, sendo de pequeno, médio ou grande porte, utilizam
algum tipo de tecnologia em seu processo produtivo.
Essa tecnologia utilizada pela empresa visa algum beneficio para a mesma,
seja ela uma redução de custo e tempo ou a melhoria da qualidade de seus bens.
Hoje, a busca de todas as empresas interessadas em aumentar sua fatia de
mercado é unir a redução de custo e tempo oferecendo produtos de qualidade aos
seus clientes.
É importante entendermos o que é tecnologia em um processo e porque uma
empresa deve buscar essa tecnologia para auxiliá-la.
“As tecnologias de processos são máquinas, equipamentos e dispositivos que ajudam a produção a transformar materiais, informações e consumidores de forma a agregar valor e atingir os objetivos estratégicos da produção” (SLACK, 2008).
As máquinas devem realizar o trabalho num menor espaço de tempo e com
maior qualidade, ou seja, elas devem realizar o trabalho de uma maneira que o ser
humano não consiga realizar. Dessa forma, as empresas devem investir no aumento
da tecnologia de seus processos quando a intenção da empresa é tornar a
realização do trabalho mais rápida com qualidade percebida pelos clientes.
Além das máquinas, também é considerado como tecnologia no processo
produtivo o sistema que a empresa utiliza.
Hoje, possuir um sistema que integre todas as áreas que existem na empresa
é um fator de extrema importância. Torna-se quase impossível ter um controle dos
dados de entradas e saídas que passam pela empresa.
33
Existem empresas que desenvolvem sistemas especializados em gerenciar
informações de pequenas empresas. Isso porque, mesmo para uma empresa de
pequeno porte, é difícil controlar as informações que fazem parte de seu processo.
4.3.2 Processo Produtivo em Pequenas Empresas
Alguns autores definem que a administração da produção, independente do
tamanho da organização, envolve as mesmas atividades. Porém, é diferente
administrar a produção de uma micro-empresa comparada a uma empresa de
grande porte.
Quando a empresa analisada é uma empresa de grande porte, torna-se
possível a utilização da mão de obra especialista, ou seja, aquela que desempenha
uma função somente no processo produtivo. Entretanto, quando a empresa
estudada é uma empresa pequena que possui poucos funcionários, percebemos
que uma só pessoa pode desenvolver diversas tarefas.
Nota-se que mesmo com essa informalidade, a empresa consegue uma ação
mais rápida, pois na maioria das vezes, não precisa esperar uma segunda pessoa
realizar a continuação de uma tarefa, ela mesmo pode fazê-la. Porém, podem surgir
confusões no processo.
“Empresas pequenas podem ter exatamente as mesmas questões de administração da produção que as empresas grandes, mas podem ter mais dificuldade em isolar as questões da massa de outras questões da organização” (SLACK, 2008).
É possível verificar que a informalidade resulta em confusão e
descentralização do processo decisório, pois trabalhando dessa maneira o
funcionário não consegue perceber ao certo quem é o responsável por determinada
atividade.
34
4.3.3 Processo de Transformação
Ao analisarmos qualquer tipo de empresa que tenha um processo de
transformação, vamos nos deparar com a estrutura de Inputs – Transformação-
Outputs. Para Slack (2008), “Por transformação nos referimos ao uso de recursos
para mudar o estado ou a condição de algo para produzir outputs”. Podemos nos
referir aos inputs todos os dados e as informações e matérias necessários para que
haja o processo. A fase da transformação é quando trabalhamos esses dados de
forma a atender as exigências de nossos clientes. Os outputs são considerados
como os inputs transformados, ou seja, as entradas lapidadas, depois que o
processo de transformação chega à fase do outputs, o bem é entregue ao
cliente/consumidor.
Um processo de transformação ocorre da seguinte forma, conforme
demonstrado na Figura 3:
Figura 3 – Processo de Transformação. Fonte: (SLACK, 2002).
Nos processos de transformação, os Inputs são:
a) Matéria-prima;
b) Informação;
c) Serviços (solicitações dos consumidores).
35
Eles são definidos como aqueles que alimentam o processo de produção das
empresas, sejam elas empresas produtoras de bens de consumo, por exemplo,
comidas congeladas, empresas prestadoras de serviços, conserto de roupas.
Os Outputs são os produtos acabados. Ocorre quando a matéria-prima,
informação ou serviços, foram processados pela empresa e chegam ao que os
consumidores desejam ou solicitam.
4.3.4 Capacidade de Atendimento e Produção
Quando analisamos a capacidade de atendimento e produção de qualquer
empresa, queremos “medir” o quanto à empresa deve produzir e atender para
chegar a um nível máximo de produtividade.
“Prover a capacidade produtiva para satisfazer à demanda atual e futura é uma responsabilidade fundamental da administração de produção. Equilíbrio entre capacidade e demanda pode gerar altos lucros e clientes satisfeitos, enquanto equilíbrio errado pode ser potencialmente desastroso” (SLACK, 2008).
Não raras vezes, as empresas não possuem controle do que produzem, com
isso podem produzir em excesso e talvez não conseguir alcançar o lucro máximo.
Segundo Sandroni (2002), “Demanda é a quantidade de um bem ou serviço
que um consumidor deseja e está disposto a adquirir por um determinado preço e
em determinado momento”.
A maior parte dos produtos e serviços possui sazonalidade. Essa
sazonalidade é causada por diversos fatores.
Considerando a Demanda como medição da capacidade de produção,
conseguimos perceber qual é o mês com maior quantidade de serviços.
36
4.3.5 Expedição e Níveis de devolução
Muitas empresas possuem controle de seu processo, desde a aquisição da
matéria-prima até a distribuição para seus clientes. Porém, as empresas não podem
deixar de controlar o processo após a distribuição.
Quando a empresa trabalha com materiais retornáveis como garrafas de
vidro, aqueles que utilizam a embalagem como sucata, ou ainda quando um produto
chega ao consumidor final com problema, esse material retorna para empresa e isso
é chamado de Logística Reversa. Segundo Leite (2003), “Logística Reversa é a área
da logística que trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou
materiais ao seu centro produtivo ou descarte”.
Esse processo de Logística Reversa deve ser controlado pela empresa, pois
de acordo com Lacerda (2006), “Do ponto de vista financeiro, fica evidente que,
além dos custos de compra de matéria-prima, de produção de armazenagem e
estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão
relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso”.
Segue, na figura 4, representação gráfica do processo de Logística Reversa:
Figura 4 – Representação Gráfica da Logística Reversa. Fonte: (FIGUEIREDO, 2006).
37
4.3.6 Cadeia de Suprimentos
A cadeia de suprimentos é um importante tópico a ser discutido nas
empresas. Faz parte da cadeia de suprimento todo o material necessário para o
funcionamento da empresa, seja ela uma empresa comercial ou produtiva.
“Cadeias de suprimentos é a gestão dos fluxos correlatos de informações e de produtos que vão do fornecedor ao cliente, tendo como contra partida os fluxos financeiros.” (WANKE, 2006).
É considerada como cadeia de suprimentos desde a matéria-prima até a
entrega do produto ao consumidor. São considerados suprimentos:
a) Matéria-prima;
b) Informação;
c) Mão de obra;
d) Alimentos.
A área de suprimentos é uma área que traz resultados nas empresas.
Quando, por exemplo, um processo de compra de matéria-prima tem um atraso,
todo o processo da empresa sofre influência, esse atraso pode ocasionar a perda de
um cliente para um concorrente.
Uma gestão eficiente da cadeia de suprimentos pode gerar:
a) Redução dos níveis de estoques;
b) Agilidade no atendimento ao cliente;
c) Customização em massa.
A cadeia de suprimentos envolve desde o processo de requisição de matéria-
prima até a entrega do produto acabado ao cliente. Hoje, também faz parte da
cadeia de suprimentos a logística reversa. Para alcançar o objetivo da cadeia de
suprimentos que é a redução do tempo do processo, precisa ser uma empresa bem
organizada.
38
4.3.7 Carteira de fornecedores
Dentro das organizações, os fornecedores devem ter um papel de parceria. A
empresa deve manter um bom relacionamento com seus fornecedores.
“O papel dos fornecedores dentro da logística moderna é o de parceiros operacionais. Esse conceito exige um relacionamento aberto, que compreende desde o desenvolvimento conjunto de produto, até contratos de fornecimento com preço, qualidade e prazos sujeitos a uma mútua administração, visando a conservação do mercado pela contínua satisfação do cliente. (MARTINS, 2000).
O bom relacionamento com os fornecedores pode trazer à empresa diversos
ganhos como, por exemplo, descontos, prazos maiores de pagamento, fretes
gratuitos entre outros.
4.3.8 Gestão de Estoques
Estoques são todos os materiais que uma empresa possui para o bom
funcionamento de seus processos. Também pode ser definido como acumulação
armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. (SLACK,
2002). Todos os tipos de operações possuem estoque, algumas organizações não
possuem estoque de materiais (físico), mas possuem estoques de informações.
“O controle ou gestão de estoques compreende todas as atividades, procedimentos e técnicas que permitem garantir a qualidade correta, no tempo correto, de cada item do estoque ao longo da cadeia produtiva, dentro e fora das organizações.” (MARTINS; CAMPOS, 2000).
4.3.8.1 Classificação ABC
“Curva ABC é um método de diferenciação dos estoques segundo sua maior
ou menor abrangência em relação a determinado fator, consistindo em separar os
itens por classes de acordo com sua importância relativa”. (TIBUNO, 1997)
39
4.3.8.2 Estoques de produtos acabados
Para que um produto alcance o estágio de produto acabado, passa por
diversas etapas, nessas etapas estão inclusas a mão de obra, matérias, energia
elétrica entre outros. É interessante que a empresa não mantenha um estoque muito
elevado de produtos acabados, pois é como se a empresa possuísse “dinheiro”
parado.
4.3.9 Compras
Uma empresa que possui um processo de transformação, precisa de matéria-
prima para conseguir iniciar seu processo. Por isso é tão importante o departamento
de compras de uma empresa.
“Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam compreender tanto as necessidades de todos os processos da empresa, como as capacitações dos fornecedores que podem oferecer produtos e serviços para a organização” (SLACK, 2002).
Os objetivos da atividade de compra são requisitados para qualquer tipo de
material ou serviço que a empresa necessite. Esses materiais ou serviços precisam
ter:
a) Qualidade;
b) Entrega no prazo determinado;
c) Flexibilidade;
d) Preço correto.
Todos esses itens são atingidos juntos com os fornecedores, por isso é muito
importante que a empresa possua um bom relacionamento com seus fornecedores.
“A definição de uma estratégia de compras correta, pode dar à empresa uma
grande vantagem competitiva.” (MARTINS, 2000). Quando a empresa consegue
estruturar essa atividade, consegue negociar prazos, preços, entre outros, com seus
40
fornecedores e com isso conseguir vantagem competitiva com relação a seus
concorrentes.
4.3.10 Arranjo Físico de Produção
O Arranjo Físico de uma empresa está diretamente ligado a eficácia na
produção. As mudanças no arranjo físico devem ser realizadas quando existem
alguns problemas no processo produtivo da empresa.
No arranjo físico, devem ser levados em consideração, máquinas,
equipamentos e pessoas.
Existem alguns motivos que fazem da mudança de layout uma decisão
importante:
a) É uma atividade difícil;
b) Pode levar a interrupções do processo produtivo;
c) Quando não está correto, pode tornar os fluxos longos e complicados.
“Arranjo Físico é uma das características mais evidentes de uma operação produtiva porque determina sua “forma” e aparência” (SLACK, 2002).
4.3.11 Responsabilidade Social
Para responsabilidade social existem diversas definições que já estão pré-
estabelecidas em nossa mente. Para Ashley (2006), “Responsabilidade Social é
uma prática que atesta o comportamento da empresa com os seus públicos
(stakeholders) e com a sociedade, ultrapassando a idéia de que ela só existe em
função de seu caráter econômico”.
Em muitas empresas o “lucro” passou a dividir espaço com a
“responsabilidade social”, pois a responsabilidade social começou a trazer a
competitividade para diversas empresas o que ocasionou o aumento das ações
dessas empresas na bolsa de valores (ASHLEY,2006).
41
Seria ingenuidade dizer que a responsabilidade social ocupa posição de
destaque também para as pequenas empresas, entretanto, nota-se que cada vez
mais essas empresas buscam se aprofundar em questões sociais.
4.4. Área Financeira
4.4.1 Estrutura e Capitalização
Segundo Batista et al. (2005), a estrutura de capital é uma área importante de
tomada de decisão que afeta diretamente o custo de capital, as decisões de
investimento de capital e o valor de mercado da ação. As decisões inadequadas de
estrutura de capital podem resultar em um elevado custo de capital, o que tornaria
difícil encontrar investimentos aceitáveis. Boas decisões podem baixar o custo de
capital, tornando mais fácil achar investimentos aceitáveis que aumentarão a riqueza
dos proprietários.
A complexidade da tomada de decisão com relação à estrutura de capital cria
inúmeros inter-relacionamentos entre a estrutura de capital e as diversas variáveis
de decisão financeira e este fato obriga o administrador financeiro possuir uma
habilidade para avaliar a estrutura de capital da empresa e o entendimento do seu
relacionamento com o risco, retorno. As diferenças entre as formas de capital podem
ser definidas nos seguintes itens: voz na administração e direito sobre os lucros e
prazo. O capital de terceiros possui prazo declarado e direito prioritário sobre os
lucros e ativos, mas não possui voz na administração. O capital próprio possui voz
na administração, subordinação de lucros e ativos ao capital de terceiros e prazo
indefinido (BATISTA et.al, 2005).
4.4.2 Orçamento de Capital
Moreira (2010) afirma que Orçamento de Capital é a decisão estratégica de
investimento, ou seja, decisões sobre investimento de longo prazo. Estes
investimentos geralmente são permanentes, investimentos em ativos que produzem
resultados no longo prazo.
42
Seus principais métodos são:
4.4.2.1 Período de Retorno de Investimento ( Payback Period )
São utilizados na avaliação de investimentos. Trata-se do tempo para que a
empresa recupere seu investimento inicial em um projeto, calculado com suas
entradas de caixa.
Se o período do payback for menor que o período máximo aceitável de
recuperação, o projeto será aceito, caso seja o contrário, o projeto deverá ser
rejeitado, segundo Moreira (2010).
4.4.2.2 Valor Presente Líquido
Oliveira (2009) diz que o método do Valor Presente Líquido, também
conhecido como método do valor atual líquido é caracterizado basicamente, pela
transferência para a data zero das entradas e saídas do fluxo de caixa associado ao
projeto, tendo como base de cálculos sua taxa mínima de atratividade (TMA). Ele
não apura diretamente a mensuração da rentabilidade do projeto, pois ao descontar
todos os fluxos de entradas e saídas de caixa de um investimento por uma taxa de
desconto mínima aceitável (TMA) pela empresa, o VPL expressa, em última análise
seu resultado atualizado.
4.4.2.3 Taxa Interna de Retorno
A Taxa Interna de Retorno (TIR), de um projeto convencional é a taxa de juros
para a qual seu valor presente líquido (VPL) é nulo, ou seja, zero. A TIR de um
projeto é a taxa de juros para a qual o valor presente das entradas iguala, em
valores absolutos, o valor presente das saídas do seu fluxo de caixa. Caracteriza
desta forma, a taxa mínima de remuneração do capital investido.
Se a TIR for maior que o custo de capital (TMA), deve-se aceitar o projeto,
caso contrário o projeto não deverá ser aceito (OLIVEIRA, 2009).
43
4.4.3 Capital Próprio e de Terceiros
Silva (2007) define Capital Próprio como recursos originários dos sócios ou
acionistas da entidade ou decorrentes de suas operações sociais. Correspondem ao
patrimônio líquido. Capital de terceiros representam recursos originários de terceiros
utilizados para a aquisição de ativos de propriedades da entidade. Correspondem ao
passivo exigível.
4.4.4 Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa é considerado um dos principais instrumentos de análise e
avaliação de uma empresa, proporcionando ao administrador uma visão futura dos
recursos financeiros da empresa, integrando o caixa central, as contas correntes em
bancos, contas de aplicações, receitas, despesas e as previsões. As decisões
relacionadas a compra, venda, investimentos, aportes de capital pelos sócios
captação ou pagamento de empréstimos e desinvestimentos, constituem um fluxo
contínuo entre as fontes geradoras e as utilizadoras de recursos. Deve e pode ser
utilizado por empresas de qualquer porte dada a sua importância e simplicidade.
Entre os Micro e Pequenos Empresários se a sua necessidade ainda não foi sentida,
com certeza foi intuída (SANTOS, 2010).
Conforme diz Santos (2010), a projeção do fluxo de caixa permite a avaliação
da capacidade de uma empresa gerar recursos para suprir o aumento das
necessidades de capital de giro geradas pelo nível de atividades, remunerar os
proprietários da empresa, efetuar pagamento de impostos e reembolsar fundos
oriundos de terceiros.
44
4.4.5 Índices Financeiros
4.4.5.1 Capital de Giro
Lunelli (2010) define capital de giro como o conjunto de valores necessários
para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar). Existe a expressão
"Capital em Giro", que seria os bens efetivamente em uso.
Em geral de 50 a 60% do total dos ativos de uma empresa representam a
fatia correspondente a este capital. Além de sua participação sobre o total dos ativos
da empresa, o capital de giro exige um esforço para ser gerido pelo administrador
financeiro maior do que aquele requerido pelo capital fixo (LUNELLI, 2010).
Segundo Lunelli, o capital de giro necessita ser acompanhado e monitorado
permanentemente, pois está sofrendo o impacto das diversas mudanças no
panorama econômico enfrentado pela empresa de forma contínua.
As dificuldades relativas ao capital de giro numa empresa são devidas
principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores:
a) Redução de vendas;
b) Crescimento da inadimplência;
c) Aumento das despesas financeiras;
d) Aumento de custos.
O Capital de Giro é um conceito econômico financeiro, constituindo uma fonte
de fundos permanente utilizada para financiar a Necessidade de Capital de Giro, o
mesmo apresenta-se razoavelmente estável ao longo do tempo. Diminui quando a
empresa realiza novos investimentos em bens do ativo permanente (aumento dos
imobilizados) (LUNELLI, 2010).
O mesmo autor diz que o Capital de Giro pode ser negativo. Neste caso, as
aplicações permanentes são maiores do que as fontes permanentes, significando
que a empresa financia parte de seu ativo permanente com fundos de curto prazo.
45
Embora esta condição aumente o risco de insolvência, a empresa poderá se
desenvolver, desde que sua necessidade de Capital de Giro seja negativa.
IOG= FDE – FRE (Financiamentos dados espontaneamente – financiamentos
recebidos espontaneamente).
Se POSITIVO: a empresa esta investindo no capital de giro.
Se NEGATIVO: a empresa, isto é a atividade fim esta sendo financiada com
recursos de terceiros espontâneos.
4.4.6 Demonstrativo de Resultados
Moura (2009) diz que Demonstração de Resultado do Exercício – DRE é uma
demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do
resultado líquido em um exercício, através do confronto das receitas, custos e
despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência.
A DRE oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e não
operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas
anualmente para fins legais de divulgação, em geral são feitas mensalmente para
fins administrativos e trimestralmente para fins fiscais (MOURA, 2009).
De acordo com a legislação (Lei nº 6.404, de 15 – 12 – 1976, Lei da
Sociedade por Ações), as empresas deverão discriminar na Demonstração do
Resultado do Exercício:
A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
46
O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais. O
resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a provisão para tal imposto;
As participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados. O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu
montante por ação do Capital Social.
4.4.7 Balanço Patrimonial
Segundo o Portal da Contabilidade (2010), Balanço Patrimonial mostra a
situação estática da empresa em determinado momento. É a demonstração contábil
destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a
posição patrimonial e financeira da Entidade.
No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os
elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da empresa.
De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de
cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das
demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação.
Composição:
a) Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de
recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios
econômicos futuros, originados de eventos ocorridos;
b) Passivo compreende as origens de recursos representados pelas
obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que
exigirão ativos para a sua liquidação;
c) Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e
seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do
47
Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o
resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão
Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto.
4.4.8 Ponto de Equilíbrio
Callado (2010) diz que o ponto de equilíbrio operacional da empresa (break-
even) é o nível de vendas suficiente para cobrir todos os custos e despesas
operacionais.
A análise do ponto de equilíbrio (ou análise custo-volume-lucro) é útil para:
a) Determinar o nível de operações necessário para cobrir todos os
custos operacionais;
b) Avaliar a rentabilidade associada a diferentes níveis de vendas.
4.5 Análise da Estrutura de Recursos Humanos
4.5.1 Estrutura de Recursos Humanos
Nascimento et al (2010) afirma que as empresas ao longo do processo de
crescimento e desenvolvimento estão naturalmente criando e aprimorando
conhecimentos e experiências para responder ao novo cenário do mundo
globalizado, definindo assim, a incessante busca pela competitividade. Estas estão
ligadas aos fatores fundamentais como a qualidade e a produtividade, introduzindo
novas formas de gestão de recursos humanos, procurando reformular seu
relacionamento com a força de trabalho, objetivando melhorias contínuas de
produção e visando atrair trabalhadores á co-participação dos desafios competitivos.
Nascimento et al (2010) diz que não há leis para a Administração de
Recursos Humanos. Por isso, que a ARH é situacional, ou seja, depende da
situação organizacional, como ambiente, políticas e diretrizes vigentes, da qualidade
e quantidade de recursos humanos disponíveis.
48
Existem cinco processos básicos na gestão de pessoas que juntos formam
um processo global e dinâmico através do qual as pessoas são contratadas,
aplicadas em suas tarefas, mantidas na organização, desenvolvidas e monitoradas
(NASCIMENTO et al, 2010).
Processo Objetivo Atividades envolvidas
Provisão Quem irá trabalhar na organização
• Pesquisa de mercado de RH • Recrutamento de pessoas • Seleção de pessoas
Aplicação O que as pessoas farão na organização
• Integração de pessoas • Desenho de cargos • Descrição e análise de cargos • Avaliação do desempenho
Manutenção Como manter as pessoas trabalhando na organização
• Remuneração e compensação • Benefícios e serviços sociais • Higiene e segurança do trabalho • Relações sindicais
Desenvolvimento Como preparar e desenvolver as pessoas
• Treinamento • Desenvolvimento organizacional
Monitoração Como saber o que são e o que fazem as pessoas
• Banco de dados\Sistemas de Informação
• Controles – Frequência - Produtividade - Balanço Social
Quadro 2 - Os cinco processos básicos na gestão de pessoas Fonte: (CHIAVENATO, 2002).
4.5.2 Políticas de RH
Na busca incessante pelas novas políticas da gestão de recursos humanos, a
inovação tornou-se um dos fatores essenciais para as organizações dos novos
tempos. As exigências de conhecimentos práticos, como teóricos, além das novas
atitudes e habilidades decorrentes da introdução das inovações tecnológicas e
sócio-organizacionais, nas quais, vêem alterando o perfil dos talentos humanos
dentro da organização.
“Políticas são regras estabelecidas para governar funções e assegurar que elas sejam desempenhadas de acordo com os objetivos desejados. Constituem orientação administrativa para impedir que as pessoas desempenhem funções indesejáveis ou
49
coloque em risco o sucesso de suas funções específicas. Assim, políticas são guias para a ação”. (CHIAVENATO, 2006).
4.5.3 Recrutamento e Seleção
“A seleção busca entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados
aos cargos existentes na empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o
desempenho do pessoal, bem como a eficácia na organização”. (CHIAVENATO,
2002). A escolha do candidato recrutado deve ser pelo que apresentar maior
probabilidade de ajustar-se ao cargo vago e desempenhá-lo bem.
“Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É basicamente um sistema de informação, através do qual a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos oportunidades de emprego que pretende preencher”. (CHIAVENATO, 2002).
4.5.4 Motivação
A motivação vai muito além do elogio por um trabalho bem feito. A
organização precisa compreender e criar as condições em que todos possam se
tornar motivados. Esse é um enorme desafio: pessoas diferentes responderão a
diferentes condições que podem mudar com o tempo.
“Estar motivado é mais do que estar feliz ou satisfeito em um emprego. Pessoas motivadas querem dar o melhor para si mesmas. Motivação é algo que se sente internamente e não algo que se possa impor”. (HELLER, 2004)
A “hierarquia das necessidades” de Abraham Maslow, sugere-se que as
necessidades do indivíduo aumentem progressivamente: quando uma necessidade
de nível inferior é satisfeita, o indivíduo busca satisfação no nível seguinte. Ele não
buscaria satisfazer necessidades de “auto-realização”, as do nível mais alto, até que
todas do nível mais baixo tivessem sido satisfeitas. Ou seja, os funcionários não
darão o melhor deles a menos que se sintam seguros, respeitados e valorizados.
50
Figura 5 – Hierarquia das necessidades Fonte: Adaptado de HELLER, 2004.
Um funcionário motivado normalmente tem energia e entusiasmo,
apresentando um bom desempenho e buscando sua superação. Tal indivíduo não
se sente intimidado pela possibilidade de mudanças e possui abordagem positiva a
desafios. Um membro de equipe altamente motivado pode ajudar a elevar o espírito
do resto da equipe e ajudar a levá-la a maiores resultados.
Por outro lado, membros de equipe desmotivados frequentemente parecem
não dar importância à suas tarefas e metas. Como resultado, seu desempenho pode
ser mais baixo; podem chegar atrasados ou até mesmo faltar ao trabalho. “Se um
único membro desmotivado estiver deixando de cumprir suas obrigações sem uma
ação profilática, outros membros da equipe acabarão por segui-lo”. (HELLER, 2004)
A falta do empregado ao trabalho, mais conhecida com absenteísmo, impacta
significativamente o desempenho da organização, principalmente àquelas que
trabalham com um quadro reduzido de funcionários.
Segundo Chiavenato (2000), “as causas e os efeitos do absenteísmo são
complexos, faltando ainda estudos adequados, principalmente no Brasil, acerca da
análise de seus valores reais, identificação de seus tipos, qualidade, grandeza e
repercussão na produtividade”.
51
4.5.5 Benefícios
“O salário pago em relação ao cargo ocupado constitui somente uma parcela
do pacote de compensações que as organizações costumam oferecer aos seus
empregados”. (CHIAVENATO, 1991). Além do pagamento em salário, a
remuneração é constituída de benefícios sociais e serviços sociais.
Os benefícios sociais são facilidades, ou seja, vantagens que as organizações
oferecem aos seus empregados no sentido de poupar-lhes esforços e
preocupações. Estão intimamente relacionados com a gradativa conscientização da
responsabilidade social da organização.
Os planos de serviços e benefícios sociais podem ser classificados de acordo
com sua exigência, sua natureza e seus objetivos.
Quanto à sua exigência, podem ser classificados em legais ou espontâneos,
conforme sua exigibilidade. Enquanto que, os benefícios legais são aqueles exigidos
pela legislação trabalhista ou previdenciária, ou ainda por convenção coletiva entre
sindicatos, os benefícios espontâneos são concedidos por liberdade das
organizações.
Quanto à sua natureza, podem ser classificados em monetários ou não-
monetários, conforme a sua natureza. Os benefícios monetários são os benefícios
concedidos em dinheiro, geralmente através da folha de pagamento e gerando
encargos sociais deles decorrentes. No caso dos benefícios não-monetários, os
benefícios são oferecidos na forma de serviços ou facilidades.
Quanto aos seus objetivos, os planos podem ser classificados em
assistenciais, recreativos e supletivos.
Planos assistenciais são os benefícios que visam prover o empregado e sua
família de certas condições de segurança e previdência em casos de imprevistos ou
emergências como, por exemplo, assistência médica hospitalar.
52
Planos recreativos são aqueles que visam proporcionar ao empregado
condições de repouso podendo, em alguns casos, se estender à família do
empregado.
4.5.6 Plano de Carreira
O plano de carreira é um importante instrumento de desenvolvimento da
organização e proporciona aos empregados os meios adequados para a orientação
profissional.
“Em uma organização, a carreira de um funcionário é um longo processo que tem início com a seleção e admissão, passa por todo seu desenvolvimento profissional e se estende até a aposentadoria”. (CHIAVENATO, 1991).
Assim, cada organização deve estruturar seu próprio plano de carreiras, de
acordo com quatro parâmetros básicos:
a) Formação escolar necessária a cada cargo;
b) Experiência profissional prévia para cada cargo;
c) Capacitação funcional por meio de cursos, estágios, etc;
d) Desempenho funcional no cargo e na organização.
O plano de carreira permite ao funcionário planejar sua carreira em longo
prazo e o estimula a estabelecer metas apropriadas para alcançar seu objetivo. No
âmbito de conquistar a vaga almejada, o funcionário irá expor seus pontos fortes,
contribuindo com o crescimento e enriquecimento da organização.
4.5.7 Relações Sindicais
As relações trabalhistas representam sistemas de relacionamentos entre a
organização, seus membros e os sindicatos que os representam. São
profundamente influenciadas pela legislação do trabalho que podem assumir caráter
de intervencionismo total ou básico. Por outro lado, as relações trabalhistas também
são influenciadas pelo estágio do sindicalismo.
53
Os sindicatos não constituem um fato recente entre as organizações e seus
membros. Suas origens remontam do sistema capitalista que se desenvolveu a partir
do século XVIII, com a Revolução Industrial na Inglaterra.
Como organização, o sindicato é uma agremiação ou associação voltada para
a defesa dos interesses de seus membros. Existem os sindicatos de empregados ou
trabalhadores e os sindicatos patronais ou de empregadores.
“Convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho”. (FALJONE, 1984).
A convenção coletiva de trabalho prescreve em detalhes quais as condições
de trabalho que regerão os contratos individuais de trabalho nas organizações
envolvidas, a saber: horários de trabalho, horários de descanso, descanso semanal
remunerado, jornada semanal de trabalho, salário profissional (salário mínimo da
categoria), índice de reajuste salarial, índice de produtividade da categoria, aumento
real de salários em relação à inflação, condições de trabalho da mulher e do menor,
adicionais de insalubridade e de periculosidade, adicionais de horas extraordinárias,
condições de desligamento do pessoal, equiparação salarial, etc.
4.6 Custos
A revolução nos métodos para melhor gerenciamento das empresas está em
andamento e ganha cada vez mais força, desempenhando um importante papel
econômico-social, tanto para quem consome produtos ou serviços, quanto para
aquele que o vende ou presta.
E, uma das mais importantes decisões de qualquer empresa é fixar
corretamente os preços dos produtos ou dos serviços, de forma a manter o equilíbrio
custo-benefício, sendo que num mercado competitivo os preços são formados pela
Lei da Oferta e Procura. Porém uma empresa que melhor analisa e gerencia seus
54
custos e despesas, gera relatórios que com certeza facilitarão na visão geral e no
futuro dela mesma e consequentemente na tomada de decisão.
Para alguns autores a análise dos seus custos e a formação do preço de
venda consistiria na verdadeira arte do negócio.
E diante desta visão vamos apresentar formas de analisar, formular e
gerenciar os custos e despesas da Empresa, ou seja, alguns conceitos básicos
utilizados e a metodologia de apuração de custos e formação de preço.
4.6.1 Custo de Matéria-Prima
Correspondem ao preço negociado com o fornecedor, excluído dos impostos
incidentes recuperáveis, acrescido das despesas acessórias de fretes e seguros por
conta da empresa, se houver.
4.6.2 Custo de Reposição de Matéria-Prima a Valor P resente
Representa o valor a ser gasto com a matéria-prima, para repô-la ao estoque
em idênticas condições após seu consumo no processo produtivo. Valor presente
correspondente a quanto vale “hoje” um item que será pago no futuro, ou seja,
montante equivalente a pagamento à vista.
4.6.3 Custo de Transformação
São todos os custos diretos, exceto os materiais e matérias-primas, que estão
associados com a execução do serviço. Inclui nestes valores a mão-de-obra direta
(inclusa dos encargos sociais e benefícios), GLP, consumo de energia elétrica,
produtos químicos, embalagens e depreciação técnica.
4.6.4 Custos Indiretos de Fabricação
São todos os demais gastos industriais de natureza fixa não incluída no custo
de transformação, isto é, gastos do período que não oscilam com o volume de
55
produção, tais como: mão-de-obra indireta, manutenção industrial, supervisão de
produção, aluguel da fábrica, entre outros.
4.6.5 Departamentalização
Uma empresa com departamentos é uma empresa dividida de forma a melhor
atender a formulação de custos diretos ou indiretos em cada departamento, setor ou
seção. Mesmo que o departamento só componha apenas uma pessoa, uma
máquina. O importante é saber dividir os gastos de cada setor de acordo, não sub
ou super valorizando cada setor produtivo.
4.6.6 Despesas Administrativas e Comerciais – DAC
Envolvem os gastos incorridos para a manutenção da estrutura administrativa
e comercial, sem guardar nenhuma relação com a produção, e sim com a receita
prevista de vendas dos produtos.
4.6.7 Despesas Proporcionais de Venda – DPV
São despesas que guardam relação direta com o volume de vendas obtido,
cuja existência está na ocorrência de faturamento. Como exemplo, citamos: os
impostos incidentes sobre as vendas, comissões de vendedores e fretes (CIF).
4.6.8 Margem de Contribuição – MC
Representa quanto cada produto ou linha contribui para cobrir a estrutura fixa
(overhead): fabril, administrativa e comercial, e formar o lucro desejado. É expressa
também pela diferença obtida entre a receita bruta e os custos e despesas variáveis.
4.6.9 Mark-Up
Índice multiplicador ou divisor que aplicado sobre o custo direto (matéria-
prima + custo de transformação), indica o preço de venda objetivo de cada produto.
56
4.6.10 OverHead
È a estrutura de despesas fixas da Empresa, ou seja, o overhead não varia
conforme a produção da Empresa.
4.6.11 Encargos para Financiamento de Vendas
Constituídos quando da concessão de prazos de vendas aos clientes.
Correspondem ao custo do capital financiado a ser remunerado de acordo com as
taxas médias de financiamento aplicadas pelo mercado.
4.6.12 Classificação de Custos
Fator preponderante na avaliação e análise de custos corresponde à perfeita
classificação dos valores empregados na elaboração de cada produto e alocados
nos respectivos departamentos.
Desta forma apresentamos a classificação de custos, sendo:
a) Quanto ao Volume de Atividade:
Fixos: São aqueles que estão intimamente relacionados com o tempo
não oscilando proporcionalmente ao volume de atividade. Podemos
distinguir três tipos de custos fixos;
De capacidade: Representam os custos estruturais da empresa, a
mão-de-obra indireta e o aluguel são custos que estão nessa categoria;
Operacionais: Correspondem aos custos fixos necessários à operação
da empresa, tais como seguros, taxas e supervisão;
Programados: São aqueles não relacionados com as instalações e
suas operações e sobre os quais a direção da empresa tem controle,
isto é, a sua descontinuidade não afeta de imediato as operações,
entre outros podemos citar a pesquisa de novos produtos;
Variáveis: São aqueles que flutuam proporcionalmente ao volume de
produção, cuja existência é indispensável para a elaboração dos
produtos.
57
b) Quanto ao Produto:
Diretos: São aqueles que podem ser identificados perfeitamente com
uma unidade de produto. Como exemplo, podemos citar o consumo de
matérias-primas;
Indiretos: São aqueles que para serem apropriados aos produtos
necessitam ser rateados, não sendo possível a sua identificação
objetiva com uma unidade de produto. Como exemplo, citamos o
aluguel da fábrica.
c) Quanto aos Departamentos:
Específicos: São aqueles que existem em função de determinado
departamento, sendo esses descontinuados, deixam de existir;
Comuns: Representam os gastos de estrutura da empresa, não sendo
identificável especificamente com algum departamento.
4.7 Análise SWOT
A análise SWOT é uma poderosa ferramenta de marketing, e deve ser
realizada ao menos uma vez por ano, durante o planejamento estratégico de
marketing. A sigla SWOT vem das iniciais das palavras inglesas Strenghts (forças),
Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças), pois
estes são justamente os pontos a serem analisados.
Esta análise desenvolveu-se nos anos 60, nas escolas americanas de
administração o objetivo inicial era focalizar a combinação de “forças e fraquezas” de
uma organização com as “oportunidades e ameaças” provenientes do cenário o qual
a organização pertencia, alguns estudiosos explicam que esta abordagem utiliza a
opinião dos executivos da organização para avaliar os pontos importantes do
planejamento. São realizadas entrevistas com os executivos, e as informações
obtidas são agrupadas em uma matriz SWOT.
58
Pode-se, segundo esta ferramenta, adotar estratégias que busquem a
sobrevivência, manutenção, crescimento ou desenvolvimento da organização, diante
da predominância dos pontos a ser analisados.
Figura 6 – Análise Swot
Fonte: (KOTLER,1992).
Esta análise de cenário se divide em ambiente interno e ambiente externo. As
forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da empresa e se
relacionam, quase sempre, a fatores internos. Já as oportunidades e ameaças são
antecipações do futuro e estão relacionadas a fatores externos.
O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da empresa, uma vez
que ele é resultado das estratégias de atuação definidas pelos próprios membros da
organização. Desta forma, durante a análise, quando for percebido um ponto forte,
ele deve ser ressaltado ao máximo; e quando for percebido um ponto fraco, a
organização deve agir para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito.
Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização, mas
apesar de não poder controlá-lo, a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo com
frequência, de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças. Evitar
ameaças nem sempre é possível, no entanto pode-se fazer um planejamento para
enfrentá-las, minimizando seus efeitos, e é exatamente neste caso que a Matriz
SWOT deve ser utilizada entre o diagnóstico e a formulação estratégica
propriamente dita.
Na conquista do objetivo
59
5 ESTUDO DE CASO
5.1 Caracterização e Histórico da Empresa
5.1.1 Identificação
Razão Social: Ateliê e Confecções Baião Ltda – ME
Nome Fantasia: Luislú Confecções
Logradouro: Rua Lincoln Albuquerque, 160
Atividade Econômica: Confecção de Peças de Vestuário em Geral
5.1.2 Sócios Proprietários
Duas sócio-proprietárias.
5.1.3 Histórico da Empresa
O Ateliê e Confecções Baião Ltda – ME, atualmente conhecida como Luislú,
originou-se de um serviço artesanal iniciado já na adolescência de dois jovens,
vindos do Piauí que em São Paulo montaram uma alfaiataria, tendo como principais
atividades o serviço de roupas sob medida e de reformas, porém também se
dedicaram a fabricação de lençóis e venda de roupas.
Com o tempo, aperfeiçoaram-se em diversos cursos e módulos do SENAI,
realizando trabalhos com muita qualidade. Em paralelo, uma das proprietárias atuais
da empresa, tornou-se modelista na antiga Pakalolo (Loney Tunes). Como a procura
de seus serviços era intensa, a mesma realizava tarefas em sua própria residência,
logo decidiu montar uma oficina para atender a demanda crescente de seus
pedidos, como por exemplo, a confecção de becas para formatura. Alguns anos
depois aprenderam algumas técnicas e procedimentos de gestão na franquia
Restaura Jeans, na qual os serviços eram freqüentes. Desta maneira, pode-se dizer
que a Luislú nada mais é do que uma continuidade dos serviços prestados no
passado, ou seja, uma relação de amor e respeito pela profissão e pelos clientes.
60
5.1.4 Missão
Oferecer um serviço diferenciado pela alta qualidade, conquistando cada vez
mais a satisfação dos clientes.
5.1.5 Visão
Tornar-se referência regional no conserto e reforma de roupas em geral.
5.2 Organogramas
A Empresa Estudada é considerada uma empresa de pequeno porte. No topo
da hierarquia estão duas Sócias-proprietárias.
5.2.1 Organograma Vertical
Figura 7 – Organograma vertical da Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010.
5.2.2 Organograma Horizontal
61
Administrativo
Sócia-proprietária
Sócia-proprietária
Recepcionista
Operacional
Costureira
Costureira
Costureira
Quadro 3 – Organograma horizontal da Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010.
A empresa não possui divisões de departamentos, como Recursos Humanos,
Finanças, Marketing. Todas as atividades realizadas por estes departamentos estão
centralizadas na direção.
Algumas funções são delegadas à atendente, que conforme representado no
organograma serve como um apoio para alguns serviços administrativos. Entre eles
estão: lançamento dos serviços no sistema, recebimento, atendimento a clientes e
costureiras, etc. Porém, a autonomia para estas atividades é média para as funções
pré-determinadas e sempre precisa reportar à direção antes e depois de tomar
alguma decisão.
5.3 Negócios e Mercados
5.3.1 Ramo de Atividade
A empresa Ateliê e Confecções Baião Ltda – ME, atua no ramo de moda,
suas atividades estão voltadas para o público em geral: masculino, feminino, adulto
e infantil.
5.3.2 Setor de atuação
62
A empresa dispõe de mão-de-obra especializada, qualificada e padronizada
nos serviços de confecção, consertos e roupas sob medida que ganham
acabamentos finos e precisos, possuem uma marca que remete a um trabalho
artesanal, com delicadeza, precisão e estilo que traduz agilidade e credibilidade aos
serviços prestados.
5.3.3 Linha de produtos e serviços
Os serviços oferecidos pela Empresa Estudada são: confecção de peças,
consertos em geral e roupas sob medida.
a) Confecção de Peças: é quando são produzidas peças de roupa,
cama, mesa ou banho conforme as exigências do cliente. De acordo
com as peças solicitadas, as costureiras analisam o grau de dificuldade
e estipulam o preço do serviço;
b) Consertos em Geral: neste caso, o cliente já possui a peça de roupa
pronta e deseja modificá-la de acordo com suas necessidades. Podem
ser realizados desde reparos simples até a transformação total;
c) Roupas sob medida: é realizado para clientes que geralmente não
usam medidas padrões, ou seja, foge do padrão convencional de
modelagem e entra com as medidas do cliente.
No Anexo A, temos a Tabela de Preços praticados.
5.3.4 Matriz BCG
Ao analisarmos a empresa, identificamos que o setor de “Confecção de
Peças” é o “ponto de interrogação” ou a “criança problema”, pois tem baixa
participação de mercado, pois não possui muitos clientes. Portanto, necessita de
investimentos e atenção para seu desenvolvimento. Caso não ocorra uma
negociação correta, pode acarretar prejuízos para a empresa, uma vez que, a
confecção de uma peça solicitada pelo cliente pode ter um custo alto para ele e para
a empresa.
63
O item “Consertos em Geral” se enquadra na posição de “estrela”, pois tem
um alto número de procura pelos clientes, crescimento e participação no mercado.
Contudo, ainda necessita de investimentos e de atenção para manter o ritmo de
crescimento.
O quesito “Roupas sob Medida” está no quadrante “vaca leiteira”, que apesar
de ter grande participação de mercado, apresenta baixo nível de crescimento. Esse
serviço traz um bom retorno para a empresa e proporciona recursos que são
extraídos para aplicar, por exemplo, na confecção de peças.
Figura 8 – Matriz BCG da Empresa Estudada Fonte: Dos Autores, 2010.
5.3.5 Vantagens Competitivas
A empresa conta com uma grande vantagem competitiva em relação à sua
concorrência. O tempo de atuação no mercado e a fidelidade que conquistou de
seus clientes comprovados através do resultado da pesquisa de satisfação
respondida por 56 clientes no período de três semanas.
Seguem algumas vantagens competitivas identificadas na pesquisa:
a) O Cliente é comunicado quando atrasa sua entrega;
64
b) A empresa tem preferência pela qualidade dos serviços;
c) A maioria dos clientes conhece a empresa pela sua localização e
indicação;
d) 70% dos clientes utilizam os serviços da empresa há mais de 1 ano;
e) Os clientes que utilizam os serviços da empresa são da classe social
média, ou seja, não reclamam do preço dos serviços, estão
preocupados com a qualidade.
Na Pesquisa de satisfação dos clientes, foi utilizado o modelo estruturado não
disfarçado, ou seja, foi aplicado um formulário (Anexo B) com questões pré-
determinadas com o objetivo de obter o maior índice de veracidade das informações.
Foi identificado que a empresa está com um ótimo conceito, 32% dos entrevistados
responderam “excelentes” os serviços da empresa como um todo e 55%, que de um
modo geral os serviços são “ótimos”, 11% “bom” e apenas 2% responderam
“regular”.
Portanto, a empresa conseguiu atingir o objetivo proposto, a satisfação e valor
percebido pelos seus clientes na região em que atua (Perdizes).
5.4 Análise do Setor
5.4.1 O setor no Brasil
O Brasil possui praticamente todos os elos da indústria têxtil-vestuário, fato
raro entre os países em desenvolvimento. A cadeia integra atividades desde a
produção de fibras/filamentos até o segmento de confecção, assim como os diversos
tipos de produtos. É possível ampliar este campo para incluir a produção de fibras
naturais e a pesquisa agrícola que a sustenta. A indústria têxtil foi a mais importante
do setor de transformação no Brasil até o ano de 1939.
Atualmente, o setor têxtil-vestuário apresenta participação bem mais modesta,
mas ainda permanece como grande gerador de emprego e renda no país. Em 2002
representou apenas 1% do valor adicionado (a preços básicos) da indústria de
transformação (em 1991 representava 2%) e foi responsável por uma contribuição
65
de apenas 3,9% do valor da transformação industrial do total da indústria (IBGE,
2002), porém era responsável por 23,18% dos ocupados na indústria de
transformação (15,12% do total da indústria).
O setor têxtil-vestuário brasileiro teve significativas transformações na década
de 90, sendo que o cenário macroeconômico – marcado pela abertura combinada
com a valorização cambial do Plano Real – foi muito relevante para estas mudanças.
Nesse período, as alíquotas de importação dos produtos deste setor foram
significativamente reduzidas e sem qualquer plano de reestruturação industrial. Isso
castigou o setor, especialmente em suas vendas no Brasil e em sua competição no
exterior. Dois elementos são constitutivos deste quadro:
a) A taxa de câmbio sobrevalorizada;
b) Baixos preços aos quais são vendidos os produtos chineses e asiáticos
de uma forma geral.
Observou-se um forte crescimento das importações de fibras de algodão em
meados dos 1990 em função da praga do bicudo que atingiu a produção nacional de
algodão, assim como um notório crescimento das importações de tecidos de fios
artificiais e sintéticos , em que os países do sudeste asiático são muito competitivos,
sendo que o segmento de tecidos planos sintéticos foi o mais afetado,
especialmente a região de Americana, onde ocorreu uma redução drástica do
número de empresas e de postos de trabalho.
Destaca-se que perante a crise do algodão, num primeiro momento, as
empresas de fiação e tecelagem se beneficiaram pela importação de algodão a
baixos preços (decorrentes da expressiva oferta mundial), juntamente com a queda
nas alíquotas brasileiras do produto. No entanto, num segundo momento, com a
redução acentuada da safra do Paquistão (em 1995), entre os maiores produtores
de algodão, os preços internacionais subiram rapidamente, prejudicando a cadeia
têxtil diante da impossibilidade de suprir o fornecimento de algodão domesticamente
(HIRATUKA; GARCIA, 1995). Neste contexto de forte crescimento das importações,
a indústria têxtil-vestuário a partir de 1995 apresenta déficits comerciais.
66
No entanto, apenas na segunda metade dos anos 1990, foram adotadas
algumas medidas para reverter este quadro de perda de competitividade no
comércio internacional, acompanhado por redução significativa do número de
empresas e de postos de trabalho (notoriamente no segmento têxtil): “incentivo à
cotonicultura no Centro-Oeste; aumento (temporário) de alíquotas do imposto de
importação e o estabelecimento de cotas para têxteis de origem externa”.
Precisamente, foram introduzidas salvaguardas somente em 1996, que suavizaram
o problema da competitividade nas exportações. Além disso, segundo estudo de
Bielschowsky (1997) o setor defrontava-se, no mercado interno, com elasticidades,
renda e preço da demanda extremamente baixo.
Rovere et al (1995) diz que diante de um mercado mais competitivo e com
mercado interno pouco dinâmico (com retrações frequentes), houve, desde meados
da década de 1990, forte concentração da produção, especialmente nos segmentos
de fiação e tecelagem, com redução expressiva no número de empresas,
principalmente pequenas e médias, que têm maiores dificuldades e fragilidades
financeiras para se modernizarem e se manterem ativas, uma situação que deve
muito ao alto custo do capital e à restrição de crédito no país.
Conjuntamente, observou-se também uma redução significativa nos postos de
trabalho, em especial no segmento têxtil, que está associada à queda no número de
empresas assim como aos esforços em modernização, com a implementação de
máquinas e equipamentos mais recentes que são poupadores de trabalho. Observa-
se, neste sentido, que a indústria têxtil no Brasil se tornou mais intensiva em capital,
seguindo a tendência internacional (ROVERE et AL,1995).
Rovere et al (1995) diz que nos anos mais recentes, especialmente desde
1999 (depois da forte desvalorização cambial) estudos de meados da década de
2000, de uma forma sintética, apontam que, apesar do complexo têxtil ter sido uns
dos mais afetados pela abertura comercial, houve uma modernização na indústria
têxtil-vestuário brasileira, evidenciada tanto pela melhora nas máquinas e
equipamentos (quantidade de máquinas instaladas e suas idades médias) – em
grande medida decorrente das significativas importações feitas – como pelo
67
desempenho comercial do setor, que a partir de 2001 voltou a apresentar superávit
comercial, fato que desde 1994 não acontecia.
Com relação à melhora das máquinas e equipamentos, o Brasil fez
significativos investimentos na indústria têxtil-vestuário em máquinas e
equipamentos na década de 1990, totalizando US$ 6 bilhões ao longo da década,
sendo US$ 4 bilhões em importações de equipamentos. Houve um expressivo
crescimento de importações de equipamentos têxteis (filatórios, teares, máquina de
costura), que atingiu US$ 740 milhões em 1995 (maior pico da década de 1990,
sendo que o ano de maior montante da década de 1980 chegou a apenas US$ 278
milhões). Como mostram os dados apresentados por Prochnik foi entre 1994-1997,
período em que os preços dos produtos importados se reduziram por conta da
apreciação do câmbio, que ocorreram as maiores importações de máquinas têxteis
(ROVERE et al,1995).
Lupatini (2004) diz que guardadas a devidas especificidades e tratamentos,
pode-se dizer que foi o período em que ocorreu o mini-ciclo de modernizações
tratado por Bielschowsky. No entanto, é importante observar, como ressalta Garcia,
que, por um lado estes investimentos resultaram em avanços na modernização do
parque produtivo têxtil-vestuário, mas, por outro, esse esforço não esteve vinculado
ao fortalecimento e desenvolvimento da indústria nacional de máquinas têxteis, em
que se observou desestruturação do setor, com falências de empresas e
fechamentos de unidades de empresas estrangeiras.
Para se ter uma idéia, em 1990 a produção nacional de máquinas têxteis
totalizou US$ 307 milhões despencando em 2000 para US$ 185 milhões. Ademais,
os investimentos realizados na indústria têxtil-vestuário ficaram, por exemplo, abaixo
dos patamares investidos pela Turquia, que investiu US$ 10 bilhões apenas em
importações de equipamentos para o complexo têxtil. Em 1998, no segmento de
tecelagem brasileiro 27% dos teares é sem lançadeiras, nível próximo ao observado
mundialmente, que em média 30% dos teares são sem lançadeiras, mas bem abaixo
do patamar dos Estados Unidos, que 89% dos teares são sem lançadeiras. Já China
vem bem abaixo com apenas 7% dos teares sem lançadeiras (LUPATINI, 2004).
68
No tocante ao desempenho comercial, após a desvalorização cambial de
1999, como mostra Prochnik citado por Lupatini (2004), tanto o segmento têxtil como
os de vestuário apresentaram crescimento das exportações e uma pequena redução
nas importações. Este crescimento se deu principalmente nos segmentos de
algodão e vestuário. Este resultado está vinculado à presença de grandes
empresas, principalmente no segmento de cama, mesa e banho, que estão
conseguindo ter um melhor desempenho exportador; enquanto aquele desempenho
pode ser explicado pela recuperação da produção doméstica, principalmente pela
constituição e intensificação de grandes e competitivas regiões produtoras de
algodão no Centro-Oeste, fato decorrente em grande medida das políticas e
incentivos adotados. Em meados de 2000, as exportações brasileiras se concentram
em fibras de algodão e tecidos de algodão, roupas de malha (principalmente de
algodão) e roupas de cama, mesa e banho. Estes segmentos totalizam,
aproximadamente, 59% das exportações da indústria têxtil-vestuário do Brasil em
2001.
Entretanto, conforme afirma Lupatini (2004), os saldos comerciais positivos,
historicamente observados nesta indústria, no período entre 2001 e 2002 estão mais
fortemente associados à queda nas importações do que ao aumento das
exportações da indústria têxtil-vestuário, como também ao desempenho
superavitário do segmento de vestuário, pois o segmento têxtil ainda em 2002
apresentava déficit comercial.
Vasconcelos (2006) diz que o período entre 2002 e 2004 mostra um
desempenho exportador expressivo e significativos saldos comerciais. Entre 2002 e
2004 as exportações cresceram 75% e as importações apresentaram uma ascensão
menor, cresceu no mesmo período 37%. Já entre 2004 e 2005 as exportações e
importações apresentam um desempenho semelhante. Apesar deste importante e
recente desempenho exportador e dos saldos comerciais significativos (em 2005 a
indústria têxtil-vestuário acumulou um saldo comercial de US$ 663 milhões) ainda
não se pode afirmar que o desempenho comercial apresenta uma trajetória sólida e
sustentável, pois o fim do Acordo sobre Têxteis e Vestuário em 2005 e o câmbio
valorizado nos últimos anos parecem ter produzido significativos efeitos comerciais:
os dados de janeiro a agosto de 2006, por exemplo, mostram que a indústria têxtil-
69
vestuário possui um saldo comercial negativo de aproximadamente US$ 72 milhões.
Com o intuito de aprofundar a análise, vamos observar o segmento têxtil e o de
vestuário de forma desagregada.
No ano 2002, tanto o segmento têxtil como o vestuário apresentaram
desempenho inferior ao ano 2001, mesmo com o crescimento do saldo comercial no
vestuário e com a redução do déficit no segmento têxtil, ambos resultantes da queda
nas importações nos respectivos segmentos. Já entre 2002 e 2004, as exportações
do segmento têxtil aumentaram em duas vezes e as do segmento de vestuário
aumentaram quase 1,5 vezes. No mesmo período, as importações cresceram de
forma menos pronunciada em ambos os segmentos (38% para o têxtil e 34% para o
de vestuário), o que fez o segmento têxtil passar de deficitário para superavitário e o
segmento de vestuário ampliar o saldo comercial (VASCONCELOS, 2006).
5.4.2 Características e configurações do segmento n o país
Ferraz (2007) afirma que uma das características marcantes da indústria
têxtil-vestuário do Brasil é a organização das empresas da cadeia em aglomerações
regionais, o que reflete o aspecto primordial da configuração da indústria têxtil-
vestuário desde a Revolução Industrial do Século XVIII, passando por Flandres e
Lyon, e que encontra a sua expressão atual na Terceira Itália.
As aglomerações regionais da cadeia têxtil-vestuário do Brasil estão
localizadas, principalmente, na Grande São Paulo (vestuário); na região de
Americana (têxtil, em especial fios e tecidos sintéticos e artificiais); no Vale do Itajaí-
SC (confecção, em especial cama, mesa e banho) e em Fortaleza-CE (ramo de
algodão). Além destas aglomerações regionais, podem ainda ser incluídas as
regiões de Caxias do Sul, Sul de Minas Gerais e Norte do Paraná (FERRAZ, 2007).
Ademais, a indústria têxtil-vestuário brasileira é uma indústria com mercado
muito segmentado (em grande medida está vinculado à estrutura da renda), possui
empresas de diversos tamanhos, assim como com distintos níveis e capacidades
industriais e tecnológicas. Este aspecto da heterogeneidade estrutural é
70
frequentemente abordado nos estudos da cadeia têxtil-vestuário no país. Segundo
Haguenauer et al. (2001), cada etapa/elo da cadeia:
“pode ser realizada em pequenas ou grandes quantidades, de maneira especializada ou com diferentes graus de integração vertical. Além disso, as diferenças de níveis tecnológicos entre as etapas raramente trazem problemas de compatibilização ao longo do processo. Se aliarmos a esses fatos a evidência de os produtos serem facilmente transportáveis e de as atividades já estarem implantadas há mais de um século no país, configurando em geral pequenas barreiras à entrada, pode-se entender a grande heterogeneidade tecnológica da cadeia (interfirmas e mesmo intrafirma), junto à heterogeneidade de tamanho das firmas, principalmente no final da cadeia”.
Prochnik (2001) afirma que ainda no âmbito desta heterogeneidade, um
aspecto relevante para o desenvolvimento da cadeia têxtil-brasileira é o elo da
cadeia de fibras sintéticas e artificiais. Em primeiro lugar, este comércio deste elo
apresenta déficits estruturais e o consumo de fibras químicas nacionais está muito
abaixo do observado mundialmente. No mundo ocorreu um expressivo crescimento
no consumo de fibras químicas e produção de tecidos mistos (combinação de fibras
químicas e naturais): em 1950, 80% do consumo mundial de fibras têxteis eram de
fibras naturais, enquanto que em 2000 foi de apenas 42,6%. Entretanto esta
tendência não deve ser entendida como o fim das fibras naturais, pois há um
crescente aumento da produção de tecidos mistos, que englobam fibras naturais. Já
no Brasil ocorre o inverso: em 2000, mais da metade do consumo de fibras e
filamentos (por volta de 59%) são naturais.
Em segundo lugar, conforme diz Prochnik (2001), no segmento de fibras e
filamentos sintéticos predominam empresas de capital estrangeiro – que têm se
destacado na configuração dos elos a jusante da cadeia têxtil-vestuário – enquanto
nos demais segmentos da indústria têxtil-vestuário do Brasil, há a presença
predominante de empresas de capital nacional.
Outra característica importante refere-se à estrutura de mercado e graus de
integração entre os elos da cadeia perante a heterogênea indústria têxtil-vestuário
do Brasil. Pode-se afirmar que na média, nos segmentos mais a montante da cadeia
têxtil-vestuário as empresas são de maior porte e nos segmentos mais a jusante da
71
cadeia são de tamanhos menores. Em grande medida, isso se deve à própria
gênese do processo produtivo da cadeia têxtil.
O segmento de fiação, em especial de fibras sintéticas, é o mais oligopolizado
em virtude da existência de grandes economias de escala e do alto custo das
máquinas e equipamentos. Ademais, o processo tem se tornado cada vez mais
intensivo em capital. No segmento de tecelagem, especialmente no ramo de
algodão, frequentemente as empresas são integradas verticalmente com a fiação e
podem estar integradas também à etapa de confecção. Entretanto, no segmento de
tecidos sintéticos e artificiais há maior flexibilidade (em grande medida voltado para
o segmento da moda), as escalas são menos relevantes e, em função da altíssima
concentração na fiação, não se verifica integração vertical. Já a confecção, por sua
vez, é o ramo mais pulverizado no qual coexistem micros, pequenas e médias
empresas com grandes empresas. Frequentemente a literatura diz que há quase
ausência completa de barreiras à entrada no segmento de confecção. A este
respeito Gereffi traz um elemento fundamental para se compreender as barreiras
que se constituíram neste segmento, barreiras de outra natureza. São as barreiras
impostas pelas grandes compradores mundiais (tratados em itens anteriores neste
relatório) ou mesmo grandes lojas brasileiras. Ainda que o processo produtivo seja
relativamente banalizado na indústria de vestuário, existem significativas barreiras
nesta indústria, que cada vez mais é intensiva em marketing e desenho, pois há
grandes compradores que comandam cada vez mais a indústria de vestuário, que
investem pesado em desenvolvimento de produto, propaganda, além de, muitas
vezes, monopolizarem os principais canais de distribuição e comercialização
(PROCHNIK, 2001).
Prochnik (2001) diz que trata-se aqui do processo de desverticalização das
empresas e da desconcentração regional da produção e do emprego no setor têxtil-
vestuário no Brasil, que são elementos de fundamental importância para
compreendê-la a configuração da indústria têxtil-vestuário nacional. A
desverticalização das empresas, em grande parte, é atribuída à natureza
segmentada do processo produtivo têxtil que é discreto e descontínuo, o que
propicia a configuração das empresas em pelo menos três dimensões:
72
a) Patrimonial – a empresa de fiação pode ter capital estrangeiro, a
tecelagem tem origem nacional e a confecção tem participação
predominante também do nacional, podendo fornecer para um grande
comprador mundial;
b) Geográfica – o processo produtivo pode ser distribuído em diferentes
localidades (regiões, países): por exemplo, a fiação e tecelagem no
interior de São Paulo, confecção no Nordeste;
c) Relações de subcontratação – como o processo produtivo é discreto
e descontínuo, é comum o estabelecimento de relações de
subcontratação entre as empresas.
Vasconcelos (2006) diz, nos anos 1990, a característica segmentada da
fabricação da cadeia têxtil-vestuário facilitou o intenso processo de deslocamento
regional das empresas brasileiras, principalmente o deslocamento da região Sudeste
para o Nordeste, sendo que a região Sul também ganhou importância. Entretanto, o
que impulsionou este deslocamento (em especial o segmento de confecção)
predominantemente para a região Nordeste, foram basicamente dois outros
elementos: custos do trabalho menores e incentivos fiscais e de crédito.
Em 1990, a região Nordeste era responsável por 13,3% da produção nacional
(em volume) têxtil-vestuário saltando para 20,6% em 2001; a região Sul aumentou
em torno de dois pontos percentuais sua participação, enquanto a região Sudeste
reduziu de 56,8% para 47,5% entre 1990 e 2001. Quando se olha o emprego,
observa-se o mesmo movimento em direção à região Nordeste, com um elemento
adicional já que a região Sul ganha participação de forma mais pronunciada
(VASCONCELOS, 2006).
Lupatini (2004) diz que os dados de emprego, por segmentos da cadeia têxtil-
vestuário mostram que o segmento de confecção da região Sudeste foi o que mais
perdeu participação – de 81,04% em 1991 para 59,22% em 2001, enquanto a
participação do Nordeste no emprego do segmento de confecção brasileiro
aumentou em torno de 2,5 vezes e a da região Sul quase 2,0 vezes. Já no segmento
têxtil (principalmente a fiação, mas também a tecelagem), a região Nordeste teve um
crescimento significativo em função da migração e/ou constituição de empresas
73
integradas verticalmente no ramo de algodão, mas as regiões Sul e Sudeste
perderam parcela relativa do emprego no segmento têxtil.
Lupatini (2004) diz que este deslocamento regional da produção se dá via
implantação de uma unidade produtiva ou, principalmente, por meio de
terceirização/subcontratação da produção. Nos últimos anos, o segundo caso
(subcontratação) ganhou maior amplitude no Brasil, de certa forma, seguindo o que
aconteceu desde 1970 no âmbito na configuração internacional da indústria têxtil-
vestuário, em que as grandes empresas estadunidenses e européias subcontratam
a produção em regiões/países onde o custo do trabalho é inferior. Em linhas gerais,
é possível observar dois formatos de configuração produtiva na indústria têxtil-
vestuário brasileira:
Presença de estruturas produtivas mais integradas, como no caso do estado
de Santa Catarina, explicados pela consolidação dos investimentos nessas regiões;
Participação de empresas do sul de Minas Gerais e da região Nordeste que
têm a sua competitividade justificada por investimentos em vias espúrias, com base
em incentivos governamentais (renúncia fiscal, por exemplo) e na flexibilização e
precarizacão das relações de trabalho, como as cooperativas de produção industrial.
Nesse sentido, a utilização de formas precárias de trabalho é característica
marcante na indústria têxtil-vestuário, em especial na confecção, apesar de
movimentos de resistência no âmbito nacional e internacional.
A este respeito, apesar dos enormes e incansáveis esforços em defesa dos
direitos humanos, contra práticas precárias de trabalho (muitas vezes de
escravidão), este quadro parece não ter se reduzido significativamente no mundo:
em função de pressões pela utilização de práticas precárias de trabalho, muitas
vezes as próprias multinacionais adotam em seus discursos códigos de conduta que
rompem com este tipo de ações, mas na prática, não raro, permanecem utilizando
formas precárias de trabalho (LUPATINI, 2004).
74
No Brasil, grandes empresas têm argumentado que, até pela própria
exigência dos grandes compradores mundiais, não se utilizam de formas precárias
de trabalho. Entretanto, nada garante que estas práticas não sejam usadas pelas
suas subcontratadas ou pelas contratadas das subcontratadas, como trabalho
domiciliar, cooperativas de produção industrial, por exemplo (PROCHNIK, 2001).
5.5 Análise de Negócios
5.5.1 Área Comercial
5.5.1.1 Análise de desempenho de Vendas dos últimos 02 exercícios
Segundo análise realizada, nota-se através do Balanço Patrimonial, a
Empresa Estudada teve um crescimento de 74% no ano de 2008 para 2009 nas
suas vendas, ou seja, na prestação de serviços.
5.5.1.2 Sazonalidade de Vendas
A sazonalidade de vendas ou serviços pode ser encontrada de forma simples,
desde que se tenha o histórico de pelo menos dois exercícios passados da empresa.
Tabela 2 – Sazonalidade de Vendas Empresa Estudada
Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Média
2008 45 242 516 477 627 952 500 551 614 930 502 606 547
Indicador/08 0,08 0,44 0,94 0,87 1,15 1,74 0,91 1,01 1,12 1,70 0,92 1,11
2009 534 564 512 478 613 777 773 860 752 655 604 688 651
Indicador/09 0,98 1,03 0,94 0,87 1,12 1,42 1,41 1,57 1,38 1,20 1,10 1,26 Sazonalidade média 0,48 0,67 0,86 0,80 1,04 1,44 1,06 1,18 1,14 1,32 0,92 1,08
Fonte: Dos Autores, 2010.
75
Figura 9 – Sazonalidade de serviços da empresa. Fonte: Dos Autores, 2010.
Observando a tabela e gráfico acima, a empresa teve um crescimento de 19%
em suas vendas. De 6.562 peças arrumadas e confeccionadas para 7.810 peças,
nos períodos de 2008 e 2009 respectivamente.
Pode-se verificar também com os gráficos, que os períodos de sazonalidade
para o serviço de confecção da Empresa Estudada são representados pelos meses
de março, abril, maio, junho, novembro e dezembro, épocas do ano de outono,
inverno e verão, onde as pessoas costumam comprar novas roupas, ou
simplesmente ajustá-las, consequentemente, aparecem mais serviços nestas
épocas.
5.5.1.3 Pesquisas
O objetivo da pesquisa é analisar a percepção do consumidor, em relação aos
serviços da empresa e seus atributos para descobrir onde focar as ações de
comunicação, melhorias e correções dos serviços e imagem empresarial.
Foi desenvolvida uma pesquisa de “Satisfação dos Clientes” usando o método
qualitativo e objetivo, que visa demonstrar de forma clara, qual a opinião dos
76
consumidores em relação a empresa e aos serviços prestados. Deixando em aberto
um espaço para críticas e sugestões de melhoria na visão do cliente. (Anexo B)
5.5.1.3.1 Resultados obtidos
Na pesquisa de “Satisfação dos Clientes” foi obtido resultado positivo, 71%
dos clientes utilizarem os serviços há mais de 1 ano, 55% acham que os serviços
oferecidos são “ótimos”, 50% dos clientes estão satisfeitos com o atendimento, 41%
classificam como “excelentes” a satisfação com o atendimento, 95% indicam os
serviços para amigos e familiares, 47% responderam como “bom” o prazo de
entrega. As respostas foram satisfatórias fazendo com que a empresa tenha uma
vantagem competitiva em relação ao mercado.
Gráfico 1 – Percentual de participação de clientes em relação ao sexo. Fonte: Dos Autores, 2010.
Gráfico 2 – Percentual de participação de clientes em relação à idade. Fonte: Dos Autores, 2010.
77
Gráfico 3 – Percentual de participação de cliente em relação à classe social. Fonte: Dos Autores, 2010.
Conforme os gráficos, a maioria dos clientes da empresa são clientes do sexo
feminino, com participação de 96% contra 4% do sexo masculino, a faixa etária que
mais utiliza os serviços é de 41 a 50 anos com 48% e a classe social que mais utiliza
os serviços é a classe média com 70%.
5.5.1.4 Avaliação dos Concorrentes
Para o estudo realizado, a empresa cedeu uma pesquisa feita com os
concorrentes para melhor avaliação do grupo. Ao condensar essa pesquisa, o grupo
criou o seguinte quadro, a fim de avaliar melhor quem são os concorrentes e onde
estão localizados, conforme demonstrado no Quadro 4.
Quadro 4 – Concorrentes nas imediações da Luisilu. Fonte: Dos Autores, 2010.
Levantou-se alguns dados, principalmente do concorrente Hero Costureira,
pois este é um dos que mais se identifica com a empresa analisada em um contexto
geral.
78
a) Presta os mesmo serviços;
b) Possui estrutura física com melhor divisão;
c) Empresa investiu também nas propagandas de TV, nos programas:
Mulheres, Fala Brasil, Diário de São Paulo e Mais Você;
d) Mesma média de preços;
e) Possui nove lojas, inclusive duas Lojas estão alocadas dentro da
Unidade Citibank, devido ao convênio;
f) Fachada bem definida com cores fortes, para atrair ainda mais clientes;
g) Possuem convênios com os Pós-Graduados da PUC, Advogados
filiados ao CAASP e aos funcionários do CITIBANK;
h) Também trabalha com conserto de sapatos, lavanderia, aluguel de
trajes e serviços em domicílio;
i) Site bem elaborado, que atrai ainda mais clientes, quando procuram os
serviços que a empresa oferece.
5.5.1.5 Sistema de Informações Comerciais
O Sistema da Empresa Estudada é um sistema de simples manuseio, porém
de poucas informações relevantes para tomada de decisão. São exibidas
informações de simples conferencia, como por exemplo: cadastro de clientes,
faturamento total, data de expedição para os serviços e controle de produção.
Não são exibidas informações mais complexas, que serviriam para tomada de
decisão em marketing, como por exemplo: consulta de última compra de todos os
clientes, relatórios de todos os clientes cadastrados por região de atuação,
juntamente com a data de sua última compra, relatórios sobre os clientes mais
rentáveis para estratégias de diferenciação e relatórios de faturamento por região
entre outras informações e relatórios necessários para tomada de decisão em
marketing.
5.5.1.6 Política de Comercialização
A Empresa não possui uma política de comercialização clara e objetiva, seus
clientes têm conhecimento das datas de entrega da mercadoria e limitado modos de
79
recebimento (dinheiro ou débito). Por outro lado, a empresa gerencia a
inadimplência de modo especial, liga para os clientes para que retirem as
mercadorias, anuncia através de um informativo pendurado no ambiente interno, que
se o cliente não retirar a mercadoria em um prazo pré-determinado a mesma será
vendida pelo preço do conserto.
5.5.1.7 Política e Estratégia de Preços Praticados
Na Empresa Estudada, a estratégia de preços praticada está sendo a de
sobrevivência, pois além de possuir uma concorrência intensa e direta de franquias
como Restaura Jeans, Sapataria do Futuro, Moderna Oficina de Costura, Medida
Certa, SOS Costura e Hero Costureira próximas de sua região de atuação, a
empresa esta sendo obrigada a trabalhar com margens mínimas de lucro para que
seus preços estejam no mesmo patamar dos concorrentes. Com isso, os preços de
venda de seus serviços estão sendo utilizados basicamente para cobrir custos fixos
e custos variáveis. Ela continuará a funcionar, entretanto, trata-se de uma estratégia
de curto prazo e ao longo do tempo a Empresa Estudada terá que mudar esta
política de preços para agregar mais valor aos seus serviços, e com isso crescer no
mercado. Se não, futuramente ela poderá correr o risco de enfrentar uma falência.
A vantagem competitiva da Empresa Estudada é que mesmo praticando um
preço de “sobrevivência”, a qualidade de seus serviços se destaca em comparação
com a da concorrência, além dela possui uma localização muito favorável por estar
em um bairro residencial e muito próximo de uma das maiores e melhores
faculdades de Moda do Brasil, a Faculdade Santa Marcelina, tornando-se assim um
ponto de grande demanda por serviços de confecções.
5.5.1.8 Dimensionamento e Motivação da Força de Ven das
Como a Empresa Estudada não possui uma expressiva força de vendas, fica
mais fácil de mantê-la motivada, pois quem exerce esta função é uma das sócias.
Ao considerar a pesquisa de satisfação realizada, todos estão contentes e
motivados em trabalhar na empresa.
80
5.5.1.9 Sistema de Comunicação e divulgação de prod utos e serviços
A Empresa Estudada por não utilizar nenhum tipo de propaganda e nenhuma
comunicação através de mídias como rádios e jornais regionais, não possui um
reconhecimento de marca/serviços tão bom no mercado geral, pois seu único meio
de comunicação e propaganda é realizado através do popular “de boca-em-boca”
onde seus clientes indicam os serviços da empresa para amigos, familiares e etc,
abrangendo somente a região onde atua (Perdizes).
Sugestões sobre melhorias na campanha de marketing da empresa serão
apresentadas no capítulo de sugestões.
5.5.1.10 Marketshare
Após desenvolver uma análise da participação de mercado na região do
bairro de Perdizes, a empresa “Ateliê e Confecções Baião Ltda ME” aparece na
sexta posição com 10% do faturamento da região, ficou acima apenas das empresas
“Hero Costureira” e “Costureira Maria Rodrigues Gonçalves”.
Gráfico 4 – Representação do Market Share da empresa. Fonte: Dos Autores, 2010
81
5.6 Análise da Logística, Processo Produtivo e Mate riais
5.6.1 Avaliação da Tecnologia no Processo Produtivo
5.6.1.1 Máquinas e Tecnologia no Processo Produtivo
A Empresa Estudada, uma empresa do ramo de consertos de roupas em
geral, possui um espaço de quarenta e seis metros quadrados, contendo nove
máquinas de costura, sendo quatro máquinas do modelo Reta, duas máquinas
Galoneiras, duas máquinas de Overloque e uma máquina Ziguezague.
Comparada aos seus principais concorrentes, a Empresa Estudada possui
maior quantidade de máquinas, pois um deles possui quatro máquinas e o outro
três. No entanto, não conseguimos com nossas pesquisas os modelos das
máquinas que os concorrentes possuem.
Das máquinas utilizadas pela Empresa Estudada, algumas delas estão em
uso a mais de 30 anos, conforme pode ser visto no quadro que segue:
Tempo de uso (anos)
Quantidade
30 01 20 02 10 02 03 03 02 01
Quadro 5 – Tempo de uso das máquinas da Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
Por meio da pesquisa realizada com os principais concorrentes da Empresa
Estudada em julho/2010 identificou-se a seguinte situação:
82
Média de Produção Mensal
900; 35%
1000; 40%
650; 25%
Luislu
Costura do Futuro
Restaura Jeans
Gráfico 5 – Média de Produção Mensal. Fonte: Dos Autores, 2010.
De acordo com a pesquisa, em primeiro lugar em quantidade de consertos
fica a Costura do Futuro, em segundo lugar a Restaura Jeans e por ultimo a
Empresa Estudada. Pegou-se como base o ano de 2010 (jan. a set.).
5.6.1.2 Sistema
A Empresa Estudada possui um sistema que foi desenhado pela sócia. Foi
desenvolvido na plataforma SQL. É composto de um banco de dados que armazena
informações do pedido e dados do cliente formando um cadastro. Sua finalidade é
emitir relatórios para controle de faturamento e produção. Emite um documento de
Ordem de Serviço (OS) que serve para controle do serviço. O sistema armazena
dados dos funcionários referentes à produção, além de dados cadastrais dos
fornecedores. No sistema, quando ocorre a entrega da mercadoria, é necessário que
ocorra a baixa da OS, entretanto, quando escolhem a forma de pagamento, só
existe a opção de dinheiro ou cheque. Com isso, a empresa não consegue controlar
qual é seu faturamento real.
Quando questionamos os concorrentes a respeito do sistema que utilizam,
disseram que não poderiam passar informações.
5.6.1.3 Avaliação do Processo Produtivo
83
Na Empresa Estudada, nos deparamos com uma situação normalmente
encontrada em pequenas e médias empresas, várias tarefas sendo realizadas por
uma mesma pessoa.
No processo produtivo da empresa, ou seja, no processo de conserto das
roupas, não existe separação do trabalho por modelo de roupa ou tipo de conserto.
Por exemplo, das quatro costureiras existentes, sempre há aquela que apresenta
melhor qualidade em determinado serviço, entretanto, isso não é definido no
processo.
No macro fluxo (Anexo C) visualizamos o processo de produção envolvido
nos demais processos da empresa. Percebemos que os serviços que apresentam
maior nível de dificuldade passam por uma das sócias. Isso ocorre tanto no início do
processo, quando ocorre o corte da peça para que seja transformada, quanto no
final do processo, quando acontece a análise de qualidade.
Existem alguns problemas que ocorrem no processo da empresa. Esses
problemas são de processos, sistemas, pessoas e espaço físico. De acordo com o
diagrama de Ishikawa - espinha de peixe, (Anexo D) falta, por exemplo,
treinamentos, desenvolvimento do sistema, conforto aos clientes e funcionários,
além da definição de uma rotina dos processos.
Na Empresa Estudada, o processo de transformação acontece da seguinte
maneira:
Figura 10 – Inputs e Outputs da Empresa Estudada.
84
Fonte: Dos Autores, 2010
5.6.1.4 Gargalo na produção
Uma das principais dificuldades encontradas no ramo da costura é a falta de
mão de obra especializada. Na empresa estudada não acontece diferente. Apesar
de o serviço ser reconhecido pelos clientes como um serviço com alto padrão de
qualidade, nos deparamos também com essa questão, pois todo o processo de
produção precisa passar pela Sócia-proprietária. Todas as peças que possuam
algum detalhe, um grau superior de dificuldade, passam pela Sócia-proprietária.
Como consequência, temos um gargalo na produção.
Um gargalo acontece nesse caso quando as peças que apresentam um grau
de dificuldade maior, tanto para corte quanto para o controle de qualidade, precisam
passar pela Sócia-proprietária. Conforme MAROUELI (2008), “Os “gargalos” são
todos os pontos dentro de um sistema industrial que limitam a capacidade final de
produção”. Caso a Sócia-proprietária não possa comparecer na empresa por um
motivo qualquer, o fluxo de produção de determinada peça é interrompido.
A reclamação mais frequente são os atrasos nas entregas. Existem alguns
motivos que podemos citar como fatores que contribuem para esses atrasos:
a) Corte de roupas com grau de dificuldade maior, ficam centralizadas na
Sócia-proprietária;
b) O conserto é realizado normalmente no dia da entrega. Caso surja
qualquer eventualidade, ocasiona o atraso na entrega da mercadoria;
c) As roupas sob medidas ficam somente com a Sócia-proprietária.
Porém, esta tem que dar suporte às outras costureiras quando o
conserto exige um pouco mais de atenção;
d) Não existe uma sequência para execução das tarefas. As costureiras
chegam à empresa e ficam um tempo paradas aguardando atribuição
das tarefas a serem realizadas. Isso traz atraso na produção.
5.6.1.5 Capacidade de Atendimento e Produção
85
A maior parte dos produtos e serviços possui sazonalidade. Essa
sazonalidade é causada por diversos fatores. Considerando a Demanda como
medição da capacidade de produção, consegue-se perceber qual é o mês com
maior quantidade de serviços.
Para entender o que acontece na Empresa Estudada, analisou-se um período
de três anos, conforme demonstra o Gráfico 6.
Gráfico 6 – Produção de barras de calça em 2010. Fonte: Dos Autores, 2010
Nota-se um aumento na produção a partir do mês de abril. Isso se estende
até o mês de julho. Referente ao mês de agosto ocorreu queda na produção com
relação ao mês de julho.
O mês que apresenta maior quantidade de OS é o mês de julho com
setecentos e oitenta e duas peças.
86
Gráfico 7 – Produção de barras de calça em 2009. Fonte: Dos Autores, 2010
Referente ao ano de 2009, foi identificado um crescimento a partir de maio
estendendo-se até o mês de agosto. A partir de mês de setembro a quantidade de
OS começa a cair.
O mês que possui maior quantidade de OS é o mês de agosto, com
oitocentos e sessenta OS.
Gráfico 8 – Produção de barras de calça em 2008.
Fonte: Dos Autores, 2010.
87
O ano de 2008 possui maior quantidade de OS no mês de junho com
novecentas e cinquenta e duas.
O mês de outubro também teve uma quantidade muito significativa tendo
como base o total geral do ano com novecentos e trinta OS.
Ao analisar os três últimos anos, identificou-se que o ano de 2008 foi o ano
que apresentou maior quantidade de OS. Porém, ao realizar a média, a situação
encontrada é de seiscentas e setenta peças em 2010, seiscentas e cinquenta em
2009 e quinhentas e quarenta e sete em 2008. Desta forma, notamos um aumento
na entrada de serviços com o decorrer dos anos. A Empresa Estudada obteve um
aumento de 22,5% se compararmos o ano de 2008 com 2010.
Foi realizada uma pesquisa para identificar a capacidade produtiva da
empresa. Por não ser linha de produção, utilizou-se como base o conserto de barras
de calça jeans. Essa pesquisa retornou as seguintes informações:
Figura 11 – Capacidade Produtiva da empresa. Fonte: Dos Autores, 2010
Constatou-se que se as quatro costureiras realizassem durante oito horas o
serviço de conserto de barra de calça jeans, conseguiriam produzir por dia trezentos
e oitenta e quatro operações. Não foi possível comparar os serviços realizados pela
Empresa Estudada com as empresas de confecções em geral, pois a Luislú não
possui uma linha de produção. Utilizou-s o serviço de barra jeans por ser o serviço
de maior procura na empresa.
88
5.6.2 Expedição e níveis de devolução
Na Empresa Estudada, a logística reversa ocorre somente quando alguma
peça não fica de acordo com o que foi solicitado pelo cliente. Quando isso ocorre, a
partir dos dados gravados no sistema, a atendente consegue visualizar quem foi que
realizou o conserto e assim entregar para a responsável para que ela refaça o
serviço. Entretanto, quando a peça possui um grau elevado de dificuldade, quem
refaz é a Sócia-proprietária.
Abaixo, podemos observar como é o fluxo desse processo, conforme
demonstrado na Figura 12.
Figura 12 – Fluxo do Reparo em Garantia. Fonte: Dos Autores, 2010.
Com base no fluxo, verificou-se que a Sócia-proprietária está presente em
todo o processo da empresa, inclusive o de Logística Reversa, pois quando a
costureira não se sente preparada para realizar o serviço que retornou, esse fica
centralizado na Sócia-proprietária.
5.6.2.1 Níveis de Devoluções
Segundo parecer das sócias, a Empresa Estudada possui um índice baixo de
devolução, a cada cem peças entregues, três são devolvidas para acertos.
Constatou-se que isso se deve ao fato de todas as peças passarem por um controle
de qualidade, pois a própria Sócia-proprietária afirma que suas funcionárias são
treinadas conforme os consertos vão surgindo.
89
Foi realizada uma comparação com empresas do mesmo ramo de atividade,
empresas concorrentes que ficam na mesma região que a Empresa Estudada.
Essas empresas são a “Restaura Jeans” e a “Costura do Futuro”. Ambas são
franquias, suas donas não são costureiras, portanto não possuem a experiência que
as sócias da Empresa Estudada possuem. Na Costura do Futuro, a cada cem peças
entregues, cinco são devolvidas para acerto enquanto que na Restaura Jeans esse
número aumenta para oito peças.
No Gráfico 9, é demonstrado esse comparativo entre a Empresa Estudada e
duas de suas concorrentes:
Gráfico 9 – Devoluções de peças. Fonte: Dos Autores, 2010.
Esse gráfico demonstra que a Empresa Estudada é a empresa que menos
recebe mercadoria para acertos após a entrega. Nota-se que a qualidade é
visivelmente percebida por seus clientes.
5.6.3 Sistema de suprimentos
Na Empresa Estudada, a cadeia de suprimentos não é bem estruturada. O
processo de compra, por exemplo, ocorre a partir de uma necessidade
momentânea, ou seja, não há um controle de estoque para saber que mercadoria
está em falta e assim iniciar o processo. Primeiro ocorre a falta da mercadoria para
90
posteriormente comprarem. O atendimento ao cliente ocorre de forma rápida,
entretanto, a entrega do produto acabado ao cliente é uma das maiores reclamações
que a empresa recebe, pois esse processo muitas vezes demora a acontecer por
atrasos na produção, sendo que muitas vezes, o atraso na produção acontece pela
falta de controle da área de compras.
Hoje o fluxo de suprimento da empresa ocorre da seguinte forma, conforme
demonstrado na Figura 13.
inícioCliente solicita
serviço
Data de entrega
da mercadoria
Entrada no
sistema
Compra de
MP
Tem MP
necessária?
ProduçãoEntrega da
mercadoriaFim
Entrada de
OS
Sim
Não
Figura 13 – Fluxograma de suprimento da Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
O ideal seria que a Empresa Estudada tivesse um controle do seu estoque
para conseguir gerenciar de maneira eficaz a compra de matéria-prima, assim o
processo ocorreria da seguinte maneira:
Figura 14 – Fluxograma sugerido para suprimento da Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
A Empresa Estudada conseguiria detectar a falta da mercadoria antes do
processo de produção iniciar, e não como ocorre hoje, onde normalmente detecta-se
a falta da matéria-prima posterior ao inicio da produção.
91
5.6.3.1 Análise da carteira de fornecedores
A Empresa Estudada possui alguns fornecedores. Segundo uma das sócias,
os fornecedores foram escolhidos no início do funcionamento da empresa.
Questionada pelo motivo da escolha, afirmou que primeiramente foram escolhidos
pelo preço, porém hoje não fazem mais pesquisa de preço, prefere a facilidade de
acesso, proximidade.
Alguns dos principais fornecedores escolhidos pela Empresa Estudada são as
empresas: Armarinhos 25, Plast Lapa e Centre Fabril Decorações.
5.6.3.2 Prazos de pagamentos e entregas
Na Empresa Estudada quase todos os materiais comprados são pagos à
vista. A empresa adota essa postura para não adquirir dívidas, além disso, o valor
pago aos fornecedores é quase sempre muito baixo o que facilita o pagamento à
vista. O único material que costuma comprar à prazo são os tecidos. Quando
precisam comprar algum tipo de tecido, se o valor da compra for superior a R$
80,00, a compra é realizada com um prazo de pagamento de 30 dias, caso contrário,
o pagamento é efetuado à vista como para os demais itens.
Na Empresa Estudada, todos os materiais comprados são retirados na
mesma hora. Os fornecedores não entregam. O único fornecedor que entrega é a
Silva Santos que é o fornecedor de Tecidos da Luislú. Essa empresa possui
mostruário na Empresa Estudada, quando surge a necessidade de algum tipo de
tecido, é solicitado por telefone a quantidade necessária e a entrega é efetuada
geralmente em um dia útil. Normalmente é o próprio cliente quem leva o tecido.
5.6.4 Gestão de estoques
A Empresa Estudada não possui um controle de seus estoques, só percebe
que precisa comprar algum material quando, no momento da produção percebe sua
falta. Não tem um controle via sistema nem manual de estoques. Isso impossibilita
uma negociação com seus fornecedores, mesmo porque, segunda uma das sócias,
92
suas compras são valores baixo, o que não causa interesse por parte dos
fornecedores.
Na Empresa Estudada encontramos dois tipos de estoques:
a) Estoques de matérias primas;
b) Estoque de produtos acabados.
O estoque de matéria-prima é necessário para qualquer empresa que possui
um processo de transformação. Quando ocorre a falta de matéria-prima, todo o
processo da empresa fica estacionado. É muito importante controlar o volume de
estoque evitando excessos ou falta de materiais.
O estoque da Empresa Estudada é composto de materiais como agulhas,
linhas, fios, entre outros e não existe um controle efetivo sobre esse estoque. As
sócias responsáveis pela logística não sabem quando devem comprar uma
determinada cor de linha, ou quando um tipo de agulha está em falta, só percebem
isso quando esse material precisa ser utilizado e não está disponível no estoque.
5.6.4.1 Classificação ABC
Muitas vezes a Curva ABC é adaptada de acordo com o estoque da empresa.
O critério utilizado na Curva ABC da Empresa Estudada foi:
a) Classe A: Itens que a falta causa paralisação do processo. (50% -
porcentagem acumulada);
b) Classe B: Itens que a falta não paralisa o processo da empresa. (85% -
porcentagem acumulada);
c) Classe C: Os demais itens. (100% - porcentagem acumulada).
Conforme a Classificação ABC (Anexo E), os itens que constam na classe “A”
são os que representam de 8% a 4,9%, na classe “B” são os itens que apresentaram
93
de 4,8% a 2,5% e os de classe “C” são aqueles representam de 2,4% a 0% do
estoque.
5.6.4.2 Estoques de produtos acabados
A Empresa Estudada possui uma grande quantidade de produtos acabados
que estão parados. Roupas que seus clientes não retiram, ou seja, além da empresa
ter que arcar com o custo que teve aquele determinado serviço ainda tem de
disponibilizar um espaço para que essas roupas fiquem alocadas. No caso da
Empresa Estudada, como não recebe parte alguma na entrada da ordem de serviço
(OS), precisa arcar com todo o gasto ocorrido no conserto daquela peça. As sócias
afirmam que os clientes podem demorar até um ano para retirarem a mercadoria,
mas sempre retiram. Entretanto, nesse um ano, essa mercadoria fica parada o que
significa dinheiro parado, que deveria ter entrado para empresa e não entrou.
No caso da Empresa Estudada, seria interessante não manter estoque de
produtos acabados, pois não utilizam de seus produtos para comercialização. Porém
foi questionado para as donas se os clientes assinam algum documento que
contenha uma data limite para a retirada desses produtos, elas disseram que não
existe esse documento e que não sentem a necessidade dos clientes assinarem,
que os produtos (que na maioria das vezes são roupas) são deles mesmos e que
eles que estariam perdendo se não fossem buscá-los.
5.6.5 Compras
Na Empresa Estudada, a política de compras determinada, é a de comprar
conforme surge a necessidade do material. Não existe controle algum pelo sistema
que a empresa possui. A mesma não possui um histórico das últimas compras que
efetuou de um determinado material, o que impossibilita que tenha controle de
valores pagos anteriormente para que possa negociá-los.
5.6.6 Arranjo físico de produção
94
Conforme Anexo N, nota-se que não houve critério na determinação do
arranjo físico da Empresa Estudada. A área de produção e atendimento ao cliente se
confundem, todas as máquinas estão distribuídas de forma aleatória e os estoques
estão espalhados de modo que não há otimização da movimentação das costureiras
nem possibilidade de melhoria no controle dos insumos.
Identificou-se a necessidade de uma alteração no layout da empresa (Anexo
L) para que o espaço físico seja mais bem aproveitado pelos funcionários e clientes.
5.6.7 Responsabilidade Social
Entendendo stakeholders como funcionários, clientes, fornecedores,
comunidade que está inserida, governo, conseguimos citar algumas práticas que
notamos na Empresa Estudada.
Porém, existem alguns pontos negativos na Empresa Estudada ao que diz
respeito à responsabilidade social:
a) Não trabalham com embalagens recicláveis;
b) No processo de recebimento do serviço, a empresa não adota uma
postura correta quanto a um documento que deveria ser assinado pelo
cliente informando a data limite de retirada das roupas;
c) Não oferece aos funcionários um ambiente para realizarem as
refeições;
d) Não trabalha com um programa de doação de roupas para pessoas de
comunidades carentes;
e) Não praticam a coleta seletiva dos lixos;
f) Não possui acesso para deficientes físicos.
Entretanto algumas questões que foram citadas acima a empresa quer
solucionar, portanto pode-se dizer que o fato de quer mudar esse cenário é muito
importante. Como exemplo a questão do ambiente que os funcionários fazem as
refeições, uma das sócias disse que essa situação a incomoda, pois não acha legal
que seus funcionários não tenham um ambiente reservado para suas refeições,
95
sendo obrigados a fazerem suas muitas vezes sentadas na escada. Porem à sócia
afirmou que isso ocorre por falta de espaço físico e que é de grande interesse da
empresa que essa situação acabe.
Sabemos que responsabilidade social não ocorre somente dentro da
empresa, porém é interessante que a empresa comece a tornar-se mais responsável
no ambiente interno.
5.7 Análise da Área Financeira
5.7.1 Estrutura e capitalização
Encontramos na Empresa Estudada uma estrutura formada exclusivamente
por capital próprio, justamente por tratar-se de uma nova organização no mercado
(desde 2006), logo a mesma é constituída por tudo que os sócios investiram na
abertura, contudo desejamos propor melhorias que impulsionem seu lucro e
otimizam os resultados.
Através da análise da viabilidade dos projetos, buscamos encontrar fontes de
financiamentos ofertadas por instituições financeiras, onde a empresa passaria a
obter capital de terceiros na sua estrutura, desta maneira seria possível realizar
determinados projetos.
Tabela 3 – Obtenção de Recursos: com taxa de juros estimada em 4,5%
Fonte: Dos Autores, 2010
Conforme os cálculos realizados (Anexo J) encontram-se períodos de
payback favoráveis ao retorno dos investimentos, pois em média a empresa obterá
resultado positivo em aproximadamente metade do tempo determinado.
96
De acordo com as determinações do VPL, foi montado o fluxo de caixa dos
investimentos propostos, desta maneira verificamos a viabilidade da aplicação dos
mesmos, porém só será possível expor nossas conclusões acerca do tema, quando
envolvermos o cálculo da TIR
Figura 15 – Fluxo de Investimento mensal da empresa. Fonte: Dos Autores, 2010
Figura 16 – Fluxo de Investimento para os próximos 5 anos. Fonte: Dos Autores, 2010
5.7.2 Plano financeiro
Tabela 4 – Fluxo de caixa projetado
FLUXO DE CAIXA PROJETADO
2011 2012 2013 2014 2015 Lucro Liquido 17.286,00 18.755,00 20.349,00 22.079,00 23.956,00 Depreciação 1.829,00 1.567,00 1.409,00 1.268,00 1.191,00 Sub-total 19.115,00 20.322,00 21.758,00 23.347,00 25.147,00 Impostos 2.593,00 2.982,00 3.429,00 3.943,00 4.535,00 Saldo Final 16.522,00 17.340,00 18.329,00 19.404,00 20.612,00
Fonte: Dos Autores, 2010
Através da DRE - Demonstração de Resultado do Exercício (Anexo G) pode-
se também projetar situações na organização para os próximos anos. Para a
Empresa Estudada, os cálculos das projeções foram feitas com base no crescimento
econômico (Anexo J).
O mercado aponta um cenário otimista, no que diz respeito ao crescimento do
setor têxtil, pois este foi utilizado como base para projetarmos a evolução do fluxo de
97
caixa. Desta maneira, encontramos uma taxa de crescimento de 8,5%, que foi
mantida para o cálculo dos próximos cinco anos.
O lucro líquido que estará em torno de R$17.286,00 em 2011, vai para R$
23.956,00 em 2015, ou seja, um aumento de 38%, no período de 5 anos, logo a
empresa poderá ganhar mais espaço na região que atua poder de capital para
investimento e alavancar o lucro.
5.7.3 Investimento Operacional em Giro- IOG
A Empresa Estudada depende estritamente de terceiros, pois necessita dos
pedidos dos clientes e de seus fornecedores para execução de seu serviço, assim
podemos verificar que o IOG está negativo e vem aumentando, consequência do
aumento de pedidos.
Tabela 5 – IOG de Empresa Estudada. ATIVO CIRCULANTE
2009 2008 FDE 53.565,00 43.010,00
IFF 15.565,00 11.196,00
PASSIVO CIRCULANTE
2009 2008
FRE 68.131,00 53.206,00
IOG
2009 2008 FDE-FRE (14.566,00) (10.196,00)
Fonte: Dos Autores, 2010
Pelo Balanço Patrimonial (Anexo F) foi identificado que a Empresa Estudada
tem trabalhado bastante para alavancar seus recursos, apesar da notável falta de
controle acerca dos dados financeiros, não encontramos ambiguidade de valores,
nem mesmo dados surreais, porém já se explanou mais profundamente estas
análises, com os resultados obtidos pelos indicadores financeiros.
5.7.4 Ponto de equilíbrio
98
O ponto de equilíbrio operacional da empresa (break-even) foi calculado
conforme o Anexo J e apresentou os seguintes resultados:
Gráfico 10 – Ponto de Equilíbrio (maior valor) da Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
Gráfico 11 – Ponto de Equilíbrio (menor valor) da Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
5.8 Análise da Estrutura de Recursos Humanos
5.8.1 Estrutura de recursos humanos
99
Ao analisar a Estrutura de Recursos Humanos da Empresa Estudada, foram
avaliados alguns dos assuntos tratados pela Administração de Recursos Humanos
(ARH) como: recrutamento e seleção; treinamento e desenvolvimento; qualidade de
vida no trabalho; cargos e salários; avaliação e desempenho; plano de carreira e
processo de comunicação.
Na empresa estudada, não existe um órgão próprio de recursos humanos.
Todas as decisões são tomadas pelas sócias da empresa com auxílio da prestação
de serviços de um contador. Portanto, pode-se dizer que este órgão situa-se em
nível institucional: sua colocação na estrutura organizacional corresponde ao nível
hierárquico de diretoria.
Existem cinco processos básicos na gestão de pessoas que juntos formam
um processo global e dinâmico através do qual as pessoas são contratadas,
aplicadas em suas tarefas, mantidas na organização, desenvolvidas e monitoradas.
A inexistência de um órgão de recursos humanos impossibilita a manutenção
dos cinco processos básicos de recursos humanos (Quadro 4). Por estar
diretamente relacionados, a falta de um causa grandes impactos para a
organização.
Nota-se que a empresa preocupa-se com requisitos fundamentais de recursos
humanos. Os funcionários são devidamente registrados com o auxílio da prestação
de serviços de um escritório de contabilidade, a remuneração é paga de acordo com
o salário base da categoria correspondente e são concedidos alguns benefícios, tais
como vale transporte, seguro de vida e participação nos lucros e resultados (PLR).
Entretanto, alguns processos como integração de pessoas e desenvolvimento
organizacional são descartados pela ausência de funcionários e tempo para
realização dessas atividades.
5.8.2 Políticas de recursos humanos da empresa
100
A empresa estudada não possui políticas específicas para orientar seus
funcionários na busca do objetivo da organização. Todas as decisões são
provenientes da diretora da organização e as funções são determinadas a partir do
“ponto de vista” da mesma, com o auxílio de sua sócia, sem prévia formulação ou
estudo dos aspectos afetados.
Não existem políticas de Suprimento de Recursos Humanos. A
disponibilidade de uma vaga surge no momento em que a diretora da empresa
“entende” que necessita de mão-de-obra e há recursos financeiros suficientes para
remunerar o novo funcionário. Neste momento, as sócias iniciam o processo de
divulgação da vaga através de contatos pessoais e optam pela indicação de
pessoas conhecidas. O pré-requisito fundamental na contratação do novo
funcionário será o domínio da costura, uma vez, que essa mão de obra é escassa no
mercado de trabalho.
O novo funcionário inicia suas atividades sem nenhum tipo de treinamento e
sua rotina de trabalho será estabelecida pela diretora da empresa que criará uma
sequência para execução das atividades conforme o grau de prioridade.
Como se trata de uma empresa pequena com estrutura familiar, não há um
plano de carreira estruturado. Os funcionários operacionais almejam cada vez mais
a especialização do trabalho que realizam e a inexistência de diferentes áreas
dentro da organização desmotiva os funcionários a almejarem uma possível
promoção.
A remuneração da diretora consiste no mesmo salário pago para as demais
costureiras. Apesar de a diretora ter sua folha de pagamento entregue mensalmente
pelo contador, seu pagamento só é retirado do caixa da empresa quando este
apresenta saldo positivo ao final do mês.
Os salários são pagos diretamente aos funcionários na própria empresa
através da folha de pagamento fornecida pelo contador, 60% do salário acontece no
quinto dia útil do mês e o restante todo dia 20.
101
Não foi encontrado nenhum critério estabelecido para avaliação de
desempenho. O desempenho dos funcionários é mensurado diariamente através do
resultado apresentado. Nota-se que a mão de obra mais especializada é a da
diretora da organização e a diferença da sua capacitação com relação às demais
costureiras é apresentada explicitamente para os demais funcionários.
Apesar de as costureiras apresentarem um nível de serviço inferior ao
apresentado pela diretora da organização, não há programa de capacitação com o
objetivo de elevar o nível de qualidade. O principal fator consiste na falta de tempo
disponível dentro do cronograma de trabalho.
Não existem políticas de desenvolvimento de recursos humanos, como
treinamentos e reciclagens, o que justifica a exigência da capacitação no momento
da contratação. Nota-se a ausência de critérios de desenvolvimento de recursos
humanos a médio e longo prazo, visando à contínua realização do potencial humano
dentro da organização.
5.8.3 Processos de recrutamento e seleção de pessoa l
Por tratar-se de uma empresa de pequeno porte, a Empresa Estudada não
possui departamentos para realização de atividades distintas. Como visto no
organograma, trata-se de uma empresa familiar, com uma pequena variedade de
cargos e todos os funcionários, sem distinção, respondem diretamente para as
sócias.
Por não existir um departamento de Recursos Humanos, a responsabilidade,
desde a divulgação de uma possível vaga, até a contratação do funcionário é das
sócias da empresa.
A verificação das necessidades da organização em relação às suas carências
de recursos humanos, a curto, médio e longo prazo é realizada pelas sócias,
principalmente pela Sócia-proprietária, principal afetada quando há defasagem no
quadro de funcionários. Nota-se que esse levantamento não é constante, mas
102
esporádico, uma vez que a possibilidade de contratação está diretamente
relacionada às finanças e layout da organização.
Assim que a vaga é disponibilizada, as sócias iniciam sua divulgação para
pessoas conhecidas e familiares no intuito de receber indicação. O processo de
recrutamento utilizado dificulta a escolha de profissionais qualificados, uma vez que
falta mão-de-obra especializada em costura e não existe nenhum processo formal
para captação desses candidatos.
O principal requisito na contratação de um novo funcionário é a experiência,
principalmente quando a vaga a ser ocupada for para costura. Como não há
disponibilidade de tempo para treinar os funcionários, o recém-contratado deverá
dominar sua área de atuação, descartando a necessidade de treinamento.
5.8.3.1 Análise dos procedimentos com assuntos de d ocumentação pessoal
Todos os funcionários são devidamente registrados. Os documentos
necessários para contratação são solicitados e encaminhados para o escritório de
contabilidade que realizará a análise desses documentos e o processo de
contratação conforme as exigências legais.
5.8.3.2 Avaliação do quadro da documentação exigida
5.8.3.2.1 Contratação
− Cópia do registro geral (RG);
− Cópia do cadastro de pessoa física (CPF);
− Cópia do título de eleitor;
− Cópia do cartão do PIS;
− Cópia da certidão de casamento;
− Cópia da certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos;
− Cópia do comprovante de residência;
− Carteira de trabalho;
103
− Foto 3x4;
− Exame médico admissional.
Informações enviadas para análise do escritório de contabilidade no processo
da contratação:
− Data de admissão;
− Cargo ocupado;
− Valor do salário;
− Horário de trabalho destacando o horário de almoço;
− Estado civil;
− Grau de instrução;
− Endereço residencial completo;
− Telefone residencial;
− Dados bancários.
6.8.3.2.2 Demissão
− Termo de rescisão do contrato de trabalho assinado pela empresa (05
vias);
− Comprovante de pagamento das verbas rescisórias;
− Comprovante do aviso prévio;
− Extrato do fundo de garantia por tempo de trabalho (FGTS);
− Atestado médico demissional;
− Seis últimas guias pagas do FGTS;
− GRRF paga;
− Chave de conectividade social;
− CTPS atualizada;
− Livro de registro de empregados.
5.8.3.3 Adequação da empresa no atendimento das exi gências legais
104
A Empresa Estudada trabalha de acordo com as exigências da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). O quadro de funcionários é composto por duas sócias,
quatro costureiras, sendo que uma encontra-se em período de experiência, e uma
atendente. Todos são devidamente registrados e são remunerados de acordo com o
salário base da categoria. Atualmente o piso salarial das costureiras é de R$ 630,00
e de atendente de R$ 502,00.
“Direito do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições atinentes à relação de trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhe são destinadas”. (MARTINS, 2000)
A jornada de trabalho é constituída de 44 horas semanais, os funcionários
trabalham das 8 às 18 horas com uma hora de intervalo e aos sábados das 9 às 14
horas. A empresa trabalha com banco de horas concedendo folga ao funcionário
sempre que este completa um dia de trabalho.
Não foi encontrada nenhuma irregularidade com férias, pagamento de 13º
Salário, vale transporte e seguro de vida.
5.8.4 Pesquisa motivacional
Ao comparar a empresa estudada com a hierarquia das necessidades de
Maslow, identificou-se que os funcionários encontram-se no nível de segurança, pois
se satisfazem com as condições salariais e não almejam ascensão dentro da
organização, sabendo que sua estrutura não permite promoção de cargo.
Nota-se que apesar dos funcionários considerarem seu trabalho importante e
demonstrarem satisfação com a atual remuneração, entendem que deveriam
participar mais de reuniões na empresa e terem momentos de descontração dentro
do cronograma de trabalho.
Os gráficos abaixo apresentam os resultados obtidos com a pesquisa de
clima aplicada a todos os funcionários da empresa em julho de 2010.
A empresa oferece oportunidade de crescimento?
105
Gráfico 12 – Oportunidade de crescimento na Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
Nota-se que os funcionários que responderam que a empresa oferece
oportunidade de crescimento possuem faixa etária superior a 30 anos e estão
satisfeitos com sua atual posição.
Você considera seu trabalho importante?
Gráfico 13 – Importância do trabalho na Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010.
Os funcionários estão satisfeitos com a organização e entendem que o
trabalho que realizam é importante para a empresa e para o desenvolvimento
profissional.
Participam das reuniões da empresa?
106
Gráfico 14 – Participação nas reuniões da Empresa Estudada.
Fonte: Dos Autores, 2010
Nota-se a ausência de reuniões entre a direção e operação da empresa.
Destaca-se a necessidade de participação dos funcionários no processo decisório.
Existe reunião para descontração?
Gráfico 15 – Descontração na Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
O resultado nos apresenta ausência de descontração durante a após a
jornada de trabalho. Não há interrupção do processo produtivo para descontração.
Qual sua satisfação com o trabalho?
107
Gráfico 16 – Satisfação com o trabalho na Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
Todos os funcionários apresentam alto grau de satisfação com a atual
condição de trabalho.
Está satisfeito com o salário?
Gráfico 17 – Satisfação com o salário na Empresa Estudada. Fonte: Dos Autores, 2010
Há unanimidade nesse quesito. Todos os funcionários são remunerados com
o salário base da categoria correspondente e entendem que são bem remunerados.
5.8.5 Regulamentação das obrigações sociais e impos tos
A Empresa Estudada realiza o pagamento dos impostos exigidos por lei
conforme a atividade da empresa e ramo de atuação.
São eles:
108
a) Encargos sociais;
b) Guia da previdência social (recolhida todo dia 10 do mês);
c) FGTS (recolhido todo dia 07 do mês);
d) FGTS rescisório (recolhido todo dia 07 do mês);
e) Sindicato das costureiras (recolhido todo dia 06 do mês);
f) Sindicato das costureiras assistencial (recolhido todo dia 10 do mês);
g) ISS – Imposto NF DAMSP (recolhido todo dia 10 do mês);
h) COFINS (recolhido através de DARF);
i) PIS (recolhido através de DARF);
j) IRPJ Trimestral (recolhido através de DARF);
k) CSLL (recolhido através de DARF);
5.8.6 Programa de benefícios e plano de carreira
A Empresa Estudada concede aos seus funcionários além dos benefícios
legais, vale transporte, seguro de vida e Participação nos Lucros e Resultados
(PLR).
A Empresa Estudada é uma empresa pequena, constituída apenas pela
direção, operação e atendimento o que impossibilita a existência de um plano de
carreira. A falta de variação de cargos faz com que os funcionários busquem a
especialização de suas funções, descartando a possibilidade de uma promoção.
5.8.7 Relações sindicais
A empresa estudada, devido ao seu pequeno porte, não desperta interesse
do sindicado da categoria. Assim, a única relação sindical é o cumprimento integral
do acordo coletivo da categoria, assim como a adoção do piso salarial estabelecido.
5.9 Análise da Área de Custos
Para a materialização e sucesso da implantação da sistemática de custo
gerencial e formação e análise de preços é indispensável à participação e consenso
da direção e dos colaboradores nas sugestões, discussões e forma de
109
implementação das ações, assegurando o comprometimento, unidade de objetivos e
execução compartilhada, segundo as responsabilidades específicas.
5.9.1 Apuração do custo gerencial
Para formulação dos cálculos envolvendo os gastos da Empresa Estudada,
utilizamos valores aproximados, mas que não são reais. Na Empresa Estudada são
exercidas as vendas, confecção de roupas sob medidas e serviços de conserto de
roupas em geral. A partir das informações obtidas junto ao pessoal de Administração
a empresa tem seu maior faturamento em cima da prestação de serviços de
conserto de roupas, assim para apresentação do nosso trabalho, utilizaremos
apenas esse tipo de serviço, que abrangerá 70% da Receita Bruta da empresa e os
outros 30% são provenientes de venda de roupas e confecção sob medida.
Observem que utilizamos esta forma como método para demonstração e os critérios
adotados podem ser usados para qualquer produto ou serviço da empresa.
Segue Tabela 6, com a classificação dos gastos da Empresa Estudada tendo
como referência o mês de Março de 2010:
110
Tabela 6 – Gastos da Empresa Estudada em março de 2010 CUSTOS FIXOS + Despesas
Descrição Valor
Aluguel - 46 m2 843,08
Água 49,88
Energia Elétrica 163,62
Copa 55,73
Telefone 163,00
Contabilidade 260,65
Contabilidade 177,46
Total de Custos Fixos 1.713,42
CUSTOS VARIÁVEIS
Encargos – DPV 104,38
ISS 40,35
Cofins 24,21
Pis 14,30
IRPJ 17,60
CSLL 7,92
Folha Pagamento 3.976,72
INSS 688,06
FGTS 178,50
Salários 2.457,36
Vale Tranp. 604,80
Refeição 48,00
Produção 234,06
Tingimento 7,90
Lavanderia 149,60
Tecidos 41,68
Aviamento 34,88
Total dos Custos Variáveis 4.315,16
Total de Gastos (Fixos + Variáveis) 6.028,58 Fonte: Dos Autores, 2010
5.9.2 Estruturação de área de custos e gestão
a) Custeio de fichas técnicas de serviços, de acordo com os princípios de
custeio direto e valor presente;
b) Formação do preço de venda objetivo;
111
c) Participação em conjunto com a área comercial na preparação das
fórmulas de reajustes de preços para discussões junto aos clientes
rotineiros;
d) Análise e racionalização do overhead (custos e despesas fixos), de
acordo com o mapeamento e avaliação de atividades para identificação
dos níveis de agregação de valor nos produtos (alto, médio e baixo);
e) Estudo de programas de redução de perdas de materiais, planejamento
de trocas de cores nas cabines de pintura e ociosidade de produção;
f) Preparação de programa orçamentário (produção, administração e
comercial) por natureza de gastos;
g) Implementação de informes gerenciais – pasta da Diretoria;
h) Adoção de conceitos gerenciais: margem de contribuição, valor
presente e de reposição, custo do capital empatado, análise de valor
agregado das naturezas de overhead.
5.10 Diagnóstico Geral da Empresa
5.10.1 Análise SWOT
5.10.1.1 Identificação dos pontos fortes
Os pontos fortes foram amplamente explanados e comprovados no capítulo
2.3.5 Vantagens Competitivas.
5.10.1.2 Identificação dos pontos fracos
O sistema de informações adotado pela empresa não proporciona retiradas
de relatórios claros, fazendo com que a empresa tenha descontrole de alguns
dados.
As formas de pagamento eletrônicas podem ser feitos somente por uma
bandeira de cartão, fazendo com que clientes não tenham outra opção de
pagamento a não ser cartão de débito.
112
O conhecimento da proprietária da Empresa Estudada, Sócia-proprietária, faz
com que ela tenha uma sobrecarga na execução dos serviços, gerando falta de
tempo para treinamento de outros funcionários e o atraso do tempo nas entregas
dos produtos, por ser a mesma a responsável pela fiscalização do serviço. Caso
imprevistos aconteçam, não há outra pessoa que possa assumir sua função no
trabalho, o que no futuro pode ocasionar prejuízos para a empresa.
O espaço físico em si, deve ser revisto, pois a distribuição das maquinas, bem
como outros bens da empresa, impossibilitam o melhor desenvolvimento e
mobilidade dos serviços, dos funcionários e clientes.
A principal forma de divulgação dos serviços prestados é o “boca-a-boca”,
apesar de barato e eficiente, não garante que outros públicos, até mesmo de outra
região, passem a conhecer a qualidade do trabalho, logo devem ser levantadas
outras hipóteses, visando o crescimento e sustentabilidade do negócio.
5.10.1.3 Identificação das oportunidades
Existe oportunidade de crescimento no mercado, devido á escassez de mão-
de-obra qualificada, na modalidade de roupas sob medida.
O ramo de confecções apesar de pouco explorado apresenta muitas
curiosidades relevantes para os proprietários de oficinas de costura, como novas
técnicas, novos materiais e tecnologia avançada, por exemplo, máquinas que
bordam, estampam e customizam peças.
Aprimorar o sistema de entrega para uma melhor prestação de serviços aos
clientes gerando assim uma vantagem competitiva.
5.10.1.4 Identificação das ameaças
Grande parte dos concorrentes é franqueada. As franquias têm uma
administração estruturada, oferecendo suporte aos franqueados com o
acompanhamento do negocio, desde a contratação do funcionário com
113
treinamentos, orientações fiscais e contábeis, cuidando também de toda parte de
logística e marketing.
Os principais clientes da empresa pertencem às classes B e C. Essas
clientelas se destacam pela grande exigência da qualidade dos serviços, pelo alto
valor das peças entregues para reforma (roupas de grife).
Os concorrentes geralmente trabalham com a padronização de prazos para
execução dos serviços, no entanto a organização estudada não possui o mesmo
controle, o que muitas vezes atrapalha a elaboração das tarefas e ocasiona atrasos
quanto à entrega.
A empresa teve seu crescimento interferido pelo aumento dos impostos com a
implantação do Simples Nacional ou Super Simples em 01.07.2007.
A administração da empresa acompanhou obrigatoriamente e de acordo com
pesquisas em jornais, revistas e levantamentos realizados e reuniões realizadas
com escritório de contabilidade a “Campos Consultoria e Assessoria Ltda” houve
aumento de impostos ao invés de reduções, a principal queixa foi a do setor de
serviços, na qual a empresa está inserida, que perderia com a cobrança em
separado de encargos trabalhistas, pois com a primeira versão da lei, a troca seria
desvantajosa para empresas que gastam menos de 40% da receita bruta com
salários de funcionários e sócios, isso porque a lei em vigor agora faz com que
empresas do ramo migrem para uma tabela mais pesada. Assim, elas perdem a
cobrança unificada e a redução do tributo obtida com o Simples Federal, entre vários
outros aumentos, o pagamento sobre notas fiscais emitidas passou de 9% para 17%
sobre o valor da nota, ou seja, esta nova lei trouxe um impacto negativo para a
organização.
5.10.2 Definição dos Mercados Estratégicos e Serviç os Chaves
Identificamos através de análises da situação atual da Empresa como
mercado estratégico, o público alvo de Mulheres com idade entre 41 á 50 anos, de
classe social média a alta, o tempo médio de utilização dos serviços é de mais de 1
114
ano, 86% dos clientes são efetivo, prestando serviços de Confecção de Peças,
Consertos em Geral e Roupas sob Medida.
a) Mercado Principal: Confecção de Peças, Consertos em Geral e Roupas
sob Medida;
b) Mercados secundários: Atividades artesanais e acabamentos
diferenciados finos e precisos.
115
6 RECOMENDAÇÕES OBJETIVOS E METAS
A empresa tem como objetivo tornar-se referência na região em que atua,
com um crescimento sustentado, atendendo as necessidades dos clientes.
Trabalhando com eficiência e qualidade.
6.1 Metas Quantitativas e Qualitativas
6.1.1 Metas qualitativas
a) Marketing ;
Meta: Buscar parcerias com lojas, faculdades e empresas de outros
segmentos, ex: lavanderia.
Retorno estimado: divulgação da marca, possibilidade de aumento na
carteira de clientes.
Meta: Implantação do site
Retorno estimado: irá expandir suas fronteiras de acesso, informando sobre
os serviços prestados, atualizando cada vez mais os clientes sobre as
novidades da empresa.
Meta: Métodos de divulgação em revistas do bairro, brindes, folders, etc.
Retorno estimado: no método de divulgação através dos brindes, irá fidelizar
ainda mais os clientes, pois toda vez que precisar dos serviços, terá fácil
acesso ao contato da empresa e ainda indicar aos amigos e conhecidos.
Divulgação nas revistas do bairro e folders aumentará o marketshare na
região em que atua.
Meta: Implantação do Script de Atendimento padrão (Anexo O)
Retorno estimado: padronização para os funcionários informar corretamente
o cliente, vender produtos pouco oferecidos, incrementar as vendas e
padronizar as filiais (ou futuras filiais).
b) Recursos Humanos;
Meta: Convênio com o Sindicato das Costureiras / SENAC para indicar
profissionais qualificados para o Processo de Recrutamento e Seleção.
116
Retorno estimado: Formalização do processo de recrutamento e seleção,
trazendo maior segurança no momento da contratação, pois temos a garantia
que os candidatos estão bem preparados, ganho de tempo, evitando-se o
atual cenário de indicações de vagas através do “boca a boca”.
Meta: Plano de Desenvolvimento dos Funcionários.
Retorno estimado: Aumento da qualidade e produtividades, lembrando que
quanto maior o conhecimento dos funcionários, menor o tempo gasto na
execução de cada tarefa, maior segurança para os funcionários
desempenharem suas funções e benefícios financeiros para os funcionários
que apresentarem o melhor resultado.
Meta: Ginástica Laboral
Retorno estimado: os funcionários terão maior satisfação no trabalho, evitará
o absenteísmo em decorrência de doenças ocupacionais.
Meta: Convênio com um restaurante próximo a empresa
Retorno estimado: adequação da empresa à legislação evitando possível
multa ou menos o fechamento da empresa pela fiscalização. Esse convênio
será para os funcionários almoçarem todos os dias.
c) Finanças;
Meta: Implantação de uma planilha de fluxo de caixa
Retorno estimado: melhor controle das alocações de recursos obtendo
maior transparência nas informações e facilitar a visualização para futuros
investimentos.
Meta: Financiamento de capital de giro
Retorno estimado: alavancar o lucro líquido da empresa, obter recursos para
investimento e incentivar as melhorias nas outras áreas.
Meta: Contratação de um profissional na área contábil que acompanhe toda
movimentação da empresa.
Retorno estimado: Melhorias no controle da empresa e veracidade em
fiscalizações futuras.
Meta: Abertura de conta corrente e cota salário.
Retorno estimado: obter separação dos recursos da organização em relação
aos próprios, conseguindo assim planejar melhor as despesas, economia em
relação às tarifas bancárias e garantir segurança na movimentação.
117
d) Logística;
Meta: Implantar módulo de Compras.
Retorno estimado: Com a implantação de um módulo de compras, a
empresa terá um controle maior dos gastos efetuados e assim saberá quanto
foi seu lucro real. No módulo de compras, haverá um campo para
fornecedores separados por produtos a serem comprados com os dados das
últimas compras.
Meta: Incluir no sistema opções para pagamentos com cartões de débito e
crédito.
Retorno estimado: Com a inclusão dessas opções a empresa conseguirá
controlar melhor seu fluxo de caixa. Verificará se é viável possuir essas
opções de pagamento, pois hoje, isso não ocorre na empresa, só existem as
opções de pagamento em dinheiro e cheque.
Meta: Exportar para o Excel os relatórios gerados pelo sistema.
Retorno estimado: Conseguirá trabalhar melhor as informações geradas
pelo sistema, podendo manipular os dados para que consiga dados
quantitativos e qualitativos dos processos de atendimento, financeiros e
demais.
Meta: Incluir no campo de cadastro de clientes opção para e-mail e prazo de
entrega das mercadorias para os clientes.
Retorno estimado: A empresa conseguirá uma forma diferente de contato
com o cliente e maior proximidade. Quando precisar avisar qualquer
imprevisto, terá outra forma de comunicação. Com a inserção do campo para
prazo de entrega de mercadoria, quando o cliente assinar as vias, terá ciência
que tem “x” dias para retirar a mercadoria. Caso isso não ocorra, a empresa
poderá se desfazer do bem.
Meta: Criação de um campo que calcule tempo médio para produção de cada
serviço.
Retorno estimado : Com a criação desse campo, a empresa terá um controle
dos prazos para entrega das peças evitando os atrasos. O prazo de entrega
será definido no momento da entrada do serviço. O calculo será realizado a
partir do tempo médio para produção de cada peça (serviço realizado pela
empresa), será coletado os dados no sistema de peças a serem entregues, e
dessa forma, indicará um dia propicio para entrega.
118
Meta: Adquirir um Provador – Alteração do layout.
Retorno estimado: Ao adquirir mais um provador, a empresa conseguirá
atender mais de um cliente ao mesmo tempo. Isso trará um retorno financeiro
para empresa. Além do retorno financeiro, a empresa estará melhorando o
espaço para atendimento dos clientes.
Meta: Adquirir Colméia de madeira / Colméia de ferro – Alteração do layout.
Retorno estimado: Com a compra das colméias, a empresa investirá no
espaço físico. Será possível eliminar o excesso de móveis auxiliando na
limpeza visual da empresa.
Meta: Reforma de Mesa / Tábua de passar – Alteração do layout.
Retorno estimado: Com a reforma da mesa, que seria eliminada, estará
aproveitando esse móvel. Adaptando esse móvel para que seja utilizado
como uma tábua de passar, o espaço será aproveitado e o espaço que a
tábua de passar ocupa será liberado.
Meta: Rampa para cadeirantes.
Retorno estimado: Com a construção da rampa para cadeirantes, a empresa
adotará uma conduta de inserção de clientes com deficiência física ou
dificuldade de locomoção.
Meta: Coleta seletiva de lixo.
Retorno estimado: Adotando uma postura de coleta seletiva dos lixos, a
empresa estará colaborando com a redução da poluição. Ao separar as
agulhas dos demais resíduos, evitará acidentes de trabalho e qualquer tipo de
problema com a sociedade referente a esse assunto.
Meta: Doações de roupas para comunidades carentes.
Retorno estimado: Ao adquirir essa postura, a empresa estará ajudando a
comunidade além de trabalhar a questão da responsabilidade social.
Meta: Implantação do 5 S.
Retorno estimado: Adotando a política do 5 S a empresa conseguirá uma
melhora na organização do processo, limpeza e descarte dos materiais que
não serão mais utilizados. Dessa forma, a empresa obterá um ambiente com
maior segurança e limpeza para a realização do trabalho.
119
6.1.2 Metas quantitativas
Tabela 7 – Melhorias Quantitativas
Fonte: Dos Autores, 2010
120
CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo diagnosticar a situação atual da Empresa
“ATELIÊ E CONFECÇÕES BAIÃO LTDA ME” e elaborar um plano de ação que visa
demonstrar diferentes técnicas de soluções para os possíveis problemas detectados
em cada departamento. Foi efetuada uma consultoria nas áreas de
Marketing/Comercial, Finanças, Recursos Humanos e Logística. Foi diagnosticada
na área de Marketing/Comercial uma deficiência nas técnicas adotadas, havendo
assim uma deficiência em relação aos concorrentes. Na área de Finanças foi
diagnosticada a ausência de técnicas mais completas para as tomadas de decisões.
Em Recursos Humanos não há aplicação de todas as técnicas e desatualização dos
salários e benefícios. Muitos itens de logística não se aplicam a Empresa por se
tratar de uma empresa de prestação de serviços, o foco logístico foi voltado ao
layout das instalações, procedimentos internos adotados, fluxo de informações,
qualidade, compras, armazenagem, etc.
Após o levantamento do diagnóstico de cada área, foi elaborada uma gama
de sugestões de melhorias que ficarão a disposição dos responsáveis da Empresa
para colocar em pratica as ações e soluções propostas ou não.
121
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SLACK, Nigel – Administração da Produção. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 36. SROUR, Robert Henry – Ética Empresarial: A Gestão da Reputação. Rio de Janeiro: Campus, 2003. TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e controle da produção. São Paulo: Atlas, 1997. VASCONCELOS, Eva. Análise da Indústria Têxtil e do Vestuário . Universidade do Minho, Portugal, 2006. WERNKE, R. Gestão de Custos: Uma Abordagem Prática. Ed Atlas, São Paulo, 2001.
124
ANEXOS
Anexo A – Tabela de preços dos serviços oferecidos
S erviç os Pre ços
A ju st e d e B la ze r Fo rra do (s ó p el as co s ta s) 1 4,0 0R $
A ju st e d e B la ze r Fo rra do (t o d as co st u ras) 1 8,0 0R $
A ju st e d e B la ze r Fo rra do + d im i nu ir c om p rim e nt o do co rp o + d i mi n ui r c o m prim en t o d a ma ng a 3 9,0 0R $
A ju st e d e B la ze r Fo rra do n as lat e rais ( sem pre gar cav a d e m an ga) 2 5,0 0R $
A ju st e d e B o ca ( co m pre su po n t o ) 1 6,0 0R $
A ju st e d e B o ca ( sem p re su p o nt o ) 1 4,0 0R $
A ju st e d e B o ca + b arra a mã o 1 8,0 0R $
A ju st e d e B o ca + b arra o ri g ina l 1 8,0 0R $
A ju st e d e B o ca + b arra sim p les 1 6,0 0R $
A ju st e d e C ó s 1 6,0 0R $
A ju st e d e C ó s + Ajus te d e B o c a 2 8,0 0R $
A ju st e d e C ó s + ba rra a m ão 2 8,0 0R $
A ju st e d e C ó s + ba rra a m ão + Fe c ha r b o lso s 2 9,0 0R $
A ju st e d e C ó s + ba rra i ta li an a 2 8,0 0R $
A ju st e d e C ó s + ba rra i ta li an a + f ec h ar b o ls o s 3 2,0 0R $
A ju st e d e C ó s + ba rra o r ig in al 2 5,0 0R $
A ju st e d e C ó s + ba rra sim ples + Fe c ha r B o ls os 2 9,0 0R $
A ju st e d e C ó s + fec h ar b o l so s 1 9,0 0R $
A ju st e d e C ó s + lat e ra l + A jus te d e B o c a 2 8,0 0R $
A ju st e d e C ó s + lat e ra l + A jus te d e B o c a+ b arr a 3 2,0 0R $
A ju st e d e C ó s + lat e ra l + ba rra a m ão 2 8,0 0R $
A ju st e d e C ó s + lat e ra l de p e rna 2 4,0 0R $
A ju st e d e C ó s + pe rna at é a b arr a ( se m at in gi r a b arra) 2 7,0 0R $
A ju st e d e C ó s co m p as san t e 1 6,0 0R $
A ju st e d e C ó s co m p as san t e + b arra o r i gin al 2 5,0 0R $
A ju st e d e C ó s em je an s 1 6,0 0R $
A ju st e d e C ó s sem pa ssa nt e 1 4,0 0R $
A ju st e d e C ó s sem pa ssa nt e + b arra or i g in al 2 3,0 0R $
A ju st e d e C ó s sim p le s em ca lç a so cial m as cu l in a 1 2,0 0R $
A ju st e d e c ou ro ( a co m b in ar) -R $
A ju st e d e sa ia fo rrad a + ba rra a m ão 2 8,0 0R $
A ju st e d e m an ga 2 6,0 0R $
A ju st e L at eral + A ju s te d e C av a (S/ P res up o n to ) 1 4,0 0R $
A ju st e L at eral + A ju s te d e m an ga (S/ P r esu p o n to ) 1 4,0 0R $
A ju st e L at eral + b a rra + c ava em ca mi sa so c ia l 2 4,0 0R $
A ju st e L at eral + B a r ra O rig i na l 2 1,0 0R $
A ju st e L at eral C a sac o d e C o u ro 4 0,0 0R $
A ju st e L at eral a té a b o c a + b arra n a g alo n eira 1 6,0 0R $
A ju st e L at eral e m b l us in h a 8,0 0R $
A ju st e L at eral e m c al ça 1 2,0 0R $
A ju st e L at eral e m c al ça + b arra a mã o 2 4,0 0R $
A ju st e L at eral e m c al ça a té a b ar ra 1 6,0 0R $
A ju st e L at eral e m c al ça a té a b ar ra + ba rra i ta lian a 2 1,0 0R $
A ju st e L at eral e m c al ça a té a b ar ra + ba rra gal o n eira 1 6,0 0R $
A ju st e L at eral e m c al ça a té a b ar ra + ba rra o r igi n al 1 8,0 0R $
A ju st e L at eral e m c al ça a té a b ar ra + ba rra si m pl es 1 6,0 0R $
A ju st e L at eral e m c am isa ( S/ P re gar c av a ) 1 2,0 0R $
A ju st e L at eral e m s aia c o m Fo rro 1 4,0 0R $
A ju st e L at eral e m s aia s em Fo rro 1 2,0 0R $
A ju st e L at eral s em pre gar cava e m c am is et a 8,0 0R $
A ju st e si m p le s d e q u ad r il 8,0 0R $
A ju st e so m e nt e e nt re pe rna S im ples 1 2,0 0R $
A pl icar b ot ão e je an s (c o m c erzi d o ) 5,0 0R $
A pl icar co lc he t e "si m ples " 2,0 0R $
A pl icar jo e lh e iras 1 2,0 0R $
B a ix ar có s 1 6,0 0R $
B a ix ar có s + b arra a m ão 2 7,0 0R $
B a rra e m c am is a s o cial 1 0,0 0R $
B a rra e m c am is et a 9,0 0R $
B a rra e m c asa co de c o u ro 3 0,0 0R $
Ta be la d e P reç os
125
Serviços Preços
Barra em terno forrado 28,00R$
Barra Italiana 14,00R$
Barra Italiana em manga de camisa 14,00R$
Barra Lenço ( o metro) 12,00R$
Barra Lenço ( A partir de ...) 16,00R$
Barra na Galoneira 9,00R$
Barra Original 11,00R$
Barra Original + fechar bolsos 18,00R$
Barra Original com detalhe 14,00R$
Barra postiça a mão 16,00R$
Barra postiça a maquina 14,00R$
Barra Simples 9,00R$
Barra Sobreposta (s/ cortar) 13,00R$
Blusa sob medida -R$
Botão de Jeans 4,00R$
Calça sob medida -R$
Calça sob medida ( Masculina com Bolso) 65,00R$
Calça social sob medida -R$
Camisa sob medida -R$
Cerzir ( a partir de ...) 5,00R$
Cortar Barra 5,00R$
Descer barra aplicando uma postiça 14,00R$
Descer barra de calça sem cortar 9,00R$
Diminuir alça embutida 8,00R$
Diminuir alça simples 6,00R$
Diminuir barra do terno forrado 28,00R$
Diminuir Cava blazer forrado 22,00R$
Diminuir cava em couro 40,00R$
Diminuir Cava blazer forrado (mechendo na manga) 25,00R$
Diminuir manga com forro sem botão 14,00R$
Diminuir ponta de colarinho 12,00R$
Diminuir punho s/ subir lapela 14,00R$
Diminuir punho subindo lapela 16,00R$
Entrega a domicilio 6,00R$
Fazer pence em manga de casaco para tampar algum defeito ( a partir de ;....) 16,00R$
Fechar bolso 6,00R$
Folgar calça masculina pelo cós 18,00R$
Folgar calça masculina pelo cós + Ajuste lateral + Barra Italiana 34,00R$
Folgar calça masculina pelo cós + Ajuste lateral + Barra simples 32,00R$
Folgar tudo o que der 14,00R$
Inverter o colarinho 12,00R$
Inverter o colarinho casaco de couro 25,00R$
Pacote completo blazer (manga e ajuste de barra) 55,00R$
Pacote de Blazer s/ forro ( manga, ajuste e barra) 35,00R$
Recostura a (partir de...) 3,00R$
Trocar ziper de saia sem forro 11,00R$
Trocar ziper de jaqueta 28,00R$
Trocar ziper de calça social ( até 18 cm + barra simples) 20,00R$
Trocar ziper de calça social ( até 18 cm ) 12,00R$
Trocar ziper de calça social ( até 20 cm + barra original) 21,00R$
Trocar ziper de calça social ( até 20 cm ) 14,00R$
Trocar ziper de calça social ( até 25 cm ) 13,00R$
Trocar ziper de calça social ( acima 25 cm ) 17,00R$
Trocar ziper de casaco de couro (avaliar antes) 35,00R$
Trocar ziper ( acima 25 cm ) 18,00R$
Troca de gola em casaco de couro (trazido pelo cliente) 28,00R$
Troca de Forro casaco de couro 55,00R$
Troca de Forro dos bolsos (frente) de calça 14,00R$
Troca de elastico da cintura 12,00R$
troca de colarinhos e punho 25,00R$
Tirar manga ou detalhe deixando regata 8,00R$
Tingimento 25,00R$
126
Anexo B – Questionário para Pesquisa de Satisfação de Cliente s
PESQUISA DE SATISFAÇÃO
Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino
Idade
( )15 á 20 ( )21 á 25 ( )26 á 30 ( )30 á 35
( )36 á 40 ( )40 á 50 ( )50 á 60 ( )Acima de 60 Anos
Classe Social
( )Baixa ( )Média baixa ( )Média
( )Média alta ( )Alta
1. Há quanto tempo você utiliza os serviços da Atêl ie (antiga Luislú)?
( )É a 1 vez ( )Até 6 Meses ( )de 6 meses à 1 ano ( ) Mais de 1 ano
2. Você se considera um cliente efetivo (fixo) da E mpresa?
( )Sim ( )Não
3. Qual seu grau de satisfação com o atendimento da Empresa?
( )Ruim ( )Regular ( )Bom ( )Ótimo ( )Excelente
4. Qual seu grau de satisfação com o serviço entreg ue pela Empresa?
( )Ruim ( )Regular ( )Bom ( )Ótimo ( )Excelente
5. Você já teve alguma insatisfação com a Empresa?
( )Sim ( )Não
Se sim favor indicar:
( )Atendimento ( )Prazo de entrega ( )Falta de Organização
( )Outros__________________________________________________
6. Você indica os serviços da Empresa para os seus conhecidos e familiares?
( )Sim ( )Não
7. Como você entende o valor cobrado pelos serviços da Empresa?
( )Baixo ( )Na média do mercado ( )Alto
127
8. O que você acha do espaço físico da Empresa?
( )Ruim ( )Regular ( )Bom ( )Ótimo ( )Excelente
9. Como você conheceu a Empresa?
( )Indicação ( )Reside nas proximidades
( )Outros__________________________________________________
10. Você acha que falta o serviço de propaganda na Empresa?
( )Sim ( )Não
11. Porque você escolheu os serviços da Empresa?
( )Qualidade ( )Preço ( )Localização
( )Outros__________________________________________________
12. O prazo para entrega dos serviços da Empresa é:
( )Ruim ( )Regular ( )Bom ( )Ótimo ( )Excelente
13. Você revende os produtos confeccionados pela Em presa?
( )Sim ( )Não
14. Você gostaria de revender os produtos confeccio nados pela Empresa?
( )Sim ( )Não
15. O prazo de pagamento da Empresa em relação ao m ercado é:
( )Ruim ( )Regular ( )Bom ( )Ótimo ( )Excelente
16. Em eventuais atrasos de entrega, sempre sou com unicado?
( )Sim ( )Não
17. Para chegar na Empresa utilizo?
( )Carro ( )Moto ( )Metrô ( )Ônibus
( )Outros__________________________________________________
18. A embalagem em que os produtos da Empresa são e ntregues é:
( )Ruim ( )Regular ( )Bom ( )Ótimo ( )Excelente
128
Anexo C – Macro Fluxo da Empresa Estudada
129
130
Anexo D – Gráfico de Causas e Efeitos da Empresa Estudada
131
Anexo E – Classificação ABC da Empresa Estudada
Código Produto Descrição Prod. Unidade Quant. Vl.
Unit. Vl. Total % Por Item
Classificação ABC
F6 Fio marrom Novelo 29 R$ 4,90 142,1 7,4% A F3 Fio verde Novelo 28 R$ 4,90 137,2 7,1% A F4 Fio vermelho Novelo 26 R$ 4,90 127,4 6,6% A L7 Linha preto Novelo 88 R$ 1,40 123,2 6,4% A B2 Botão médio Unidade 1578 R$ 0,07 110,46 5,7% A F5 Fio rosa Novelo 21 R$ 4,90 102,9 5,3% A
F8 Fio amarelo/creme Novelo 20 R$ 4,90 98 5,1% A
L8 Linha branco Novelo 68 R$ 1,40 95,2 4,9% A F2 Fio cinza Novelo 17 R$ 4,90 83,3 4,3% B F9 Fio branco Novelo 16 R$ 4,90 78,4 4,1% B F1 Fio azul Novelo 16 R$ 4,90 78,4 4,1% B Z3 Zipper 18 cm Unidade 80 R$ 0,93 74,4 3,9% B F7 Fio roxo Novelo 14 R$ 4,90 68,6 3,6% B Z2 Zipper 15 cm Unidade 80 R$ 0,85 68 3,5% B L2 Linha verde Novelo 48 R$ 1,40 67,2 3,5% B L4 Linha marrom Novelo 48 R$ 1,40 67,2 3,5% B L3 Linha azul Novelo 40 R$ 1,40 56 2,9% B Z1 Zipper 10 cm Unidade 70 R$ 0,70 49 2,5% B B3 Botão grande Unidade 658 R$ 0,07 46,06 2,4% C L6 Linha vermelho Novelo 28 R$ 1,40 39,2 2,0% C L1 Linha roxo Novelo 24 R$ 1,40 33,6 1,7% C L5 Linha amarelo Novelo 24 R$ 1,40 33,6 1,7% C Z2 Zipper 12 cm Unidade 45 R$ 0,74 33,3 1,7% C B1 Botão pequeno Unidade 1052 R$ 0,03 31,56 1,6% C F10 Fio preto Novelo 4 R$ 4,90 19,6 1,0% C A1 Agulha nº 18 Unidade 856 R$ 0,02 17,12 0,9% C A3 Agulha nº 12 Unidade 802 R$ 0,02 16,04 0,8% C A2 Agulha nº 09 Unidade 571 R$ 0,02 11,42 0,6% C A5 Agulha nº 14 Unidade 428 R$ 0,02 8,56 0,4% C A6 Agulha nº 16 Unidade 427 R$ 0,02 8,54 0,4% C A4 Agulha nº 22 Unidade 57 R$ 0,02 1,14 0,1% C
Total 7263 1926,7 100,0%
Curva ABC do Estoque A 936,46 48,60% B 690,50 35,84% C 299,74 15,56%
132
Curva ABC do Estoque
Série2
Série1
Série2 48,60% 35,84% 15,56%
Série1 936,46 690,50 299,74
A B C
133
Anexo F – Balanço Patrimonial Empresa Estudada
134
Anexo G – Demonstração do Resultado
135
Anexo H – Projeções Financeiras
136
Anexo I – Cálculos Ponto de Equilíbrio
137
Anexo J – Cálculos do Payback, VPL e TIR
� Payback referente ao investimento mensal:
Payback Médio
Payback Efetivo
� Payback referente aos investimentos anuais:
Payback Médio:
PayBack Efetivo:
138
� Valor Presente Líquido:
Anual:
Mensal:
139
Anexo K – Planilha de Gastos da Empresa
Descrição de contas jan/10 fev/10 mar/10 abr/10
Resultado por atividade de acordo Sistema R$ 7.007,33 R$ 7.841,10 R$ 8.600,57 R$ 5.426,20
Resultado por atividade entrada cheque e Cartão R$ (786,17) R$ (1.944,68) R$ (1.868,35) R$ (2.519,48)
Receitas Líquidas
Receitas por serviços R$ 5.384,80 R$ 3.896,00
R$ 4.417,60
R$ 4.436,10
Depósito bancário c/c Luislú R$ 2.169,00 R$ 462,00 R$ 828,00 R$ 2.391,50 Depósito bancário c/c proprietária R$ 1.775,00 R$ 3 .106,00 R$ 2.927,00 R$ 2.044,60 Credito cartão de crédito R$ 768,00 R$ 247,00 R$ 36 4,60 Crédito cartão de débito R$ 672,80 R$ 81,00 R$ 298, 00 (-)Deduções sobre Receitas
Gastos Quantidade de colaboradores 5 5 5 5
Gastos com pessoal (dia 20 e 5º útil) R$ 2.628,90 R$ 2.591,98 R$ 2.457,36 R$ 2.687,20 Salário e remuneração - funcionária R$ 600,00
Salário e remuneração - atendente R$ 673,75 R$ 673,75 R$ 437,58 R$ 424,19 Salário e remuneração - costureira R$ 673,75 R$ 673,75 R$ 560,00 R$ 546,85 Salário e remuneração - costureira R$ 300,00 R$ 560,00 R$ 560,00 R$ 546,85
Salário e remuneração - costureira R$ 527,09 R$ 260,29 R$ 587,28 R$ 569,31 Salário e remuneração - proprietária R$ 454,31 R$ 424,19
Complemento e Premiações R$ 312,50 Encargos Sociais R$ 839,38 R$ 689,93 R$ 1.202,37 R$ 1.616,19 Previdência social GPS (dia 10) R$ 537,38 R$ 568,65 R$ 907,15 R$ 1.006,76 Recolhimento de FGTS (dia 07) R$ 96,35 R$ 103,64 R$ 178,50 R$ 201,86 Recolhimento de FGTS RESCISÓRIO (dia 07)
Sindicato das Costureiras (dia 6) R$ 136,00 R$ 17,64 R$ 37,86 R$ 405,47
ISS - Impostos-NF DAMSP (dia 10) R$ 69,65 R$ 40,35 R$ 2,10 DARF - Imposto "Cofins" R$ 41,49 R$ 24,21
DARF - Imposto "PIS" R$ 14,30 DARF - Imposto "IRPJ Trimestral" R$ 52,80 DARF - Imposto "CSLL" R$ 23,76
Benefícios a funcionários R$ 526,60
R$ 604,80
R$ 652,80
R$ 602,10
Transportes (dia 1º) Funcionária R$ 20,00
Atendente R$ 115,00 R$ 110,40 R$ 115,00 R$ 96,60 Proprietária R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00
Costureira R$ 96,60 R$ 92,00 R$ 87,40 R$ 78,20
Costureira R$ 92,00 R$ 87,40 R$ 86,80
Costureira R$ 115,00 R$ 110,40 R$ 115,00 R$ 96,60 Refeições R$ 48,00 R$ 23,90
Gastos com instalações e localização
140
R$ 1.060,69
R$ 1.046,00
R$ 1.056,58
R$ 1.058,38
Aluguel do Imóvel (dia 16) R$ 843,08
R$ 843,08
R$ 843,08
R$ 843,08
IPTU 2007
Água (dia 4) R$ 49,88 R$ 49,88 R$ 49,88 R$ 49,88 Energia Elétrica (dia 14) R$ 167,73 R$ 153,04 R$ 163,62 R$ 165,42 Conservação Predial e Limpeza
Manutenção de Edifícios e Instalações Taxa de Lixo
Taxa de fiscalização de estabelecimento
Gastos com Manutenções Diversas R$ - R$ - R$ - R$ - Manutenções Máquinas de Escritório Manutenções em Sistemas de Informática
Gastos com Comunicação
R$ 178,56
R$ 157,84
R$ 163,00
R$ 150,78
Linhas Telefônicas Fixas (dia 27) R$ 178,56 R$ 157,84 R$ 163,00 R$ 150,78 Provedor terra (dia 17)
Máquina Mastercard Cartório, correio, Xerox
Gastos com Serviços Prestados por
Terceiros
R$ 392,20 R$ 573,40 R$ 595,61 R$ 589,15 Lavanderia Tingimento R$ 7,90 R$ 17,90
Contabilidade R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 260,65 R$ 330,45 Despesas Contábeis Apresentadas R$ 5,00 R$ 187,00 R$ 177,46 Medicina do Trabalho LILI (anual 28/08)
Lavanderia (dia 30) R$ 187,20 R$ 186,40 R$ 149,60 R$ 240,80 Lavanderia - Somente para controle
cheque R$ 87,20 R$ 83,80
Aviamentos, tecidos - matéria-prima
R$ 248,25 R$ 15,95 R$ 76,66 R$ 105,17 Aviamentos diversos R$ 158,57 R$ 85,17 Tecidos diversos R$ 89,68 R$ 15,95 R$ 41,78 R$ 20,00
Casa Romeu Couros Silva Santos Tecidos Aviamentos R$ 34,88
Armarinho 25
Outros Gastos
R$ 46,39 R$ 160,78 R$ 81,57 R$ 146,61 Propaganda e Marketing
Materiais de escritório R$ 1,60 Supermercado R$ 20,55 R$ 91,29 R$ 55,73 R$ 94,17 Galão de água
Padaria R$ 2,15 Farmácia / Remédios R$ 8,50 Outros R$ 35,15 R$ 22,85
Plano de saúde Maria das Merces R$ 25,84 R$ 25,84 R$ 25,84 R$ 25,84
141
Prejuízos
Investimento - ativo fixo R$ 250,00 R$ - R$ - R$ - Máquinas e equipamentos R$ 250,00
Aluguel de máquina de costura (Marlene)
Total de Gastos Total de Gastos R$ 6.170,97 R$ 5.840,68 R$ 6.285,95 R$ 6.955,58 Resultado por atividade de acordo Sistema R$ 7.007,33 R$ 7.841,10 R$ 8.600,57 R$ 5.426,20 Receita R$ 836,36 R$ 2.000,42 R$ 2.314,62 R$ (1.529,38) Total de Gastos R$ 6.170,97 R$ 5.840,68 R$ 6.285,95 R$ 6.955,58 Resultado por atividade entrada (cheque + cartão) R$ 5.384,80 R$ 3.896,00 R$ 4.417,60 R$ 4.436,10
Receita R$ (786,17)
R$ (1.944,68) R$ (1.868,35) R$ (2.519,48)
O que sobrou!
142
Anexo L – Layout atual – Empresa Estudada
143
Anexo M – Layout proposto– Empresa Estudada
144
Anexo N – Questionário com Concorrentes
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
Curso: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Data: Empresa: Nome: 1 – Qual a metragem do espaço Físico da empresa? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- Quantas máquinas de costura existem na empresa? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3- Quantos anos de uso possuem cada máquina? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4- Quantos funcionários existem na empresa? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- Quantos deles são costureiros? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6- Como é realizado o treinamento dos costureiros da empresa? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7- Qual foi o investimento para abertura da empresa? ( no caso de franquia, qual foi a valor pago e o que vinha incluso nesse valor?)
145
____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 8- Quantas ordens de serviços são realizadas mensalmente ( número aproximado)? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9- Qual o prazo médio solicitado para entrega das mercadorias? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10- A cada 100 peças entregues, quantas são devolvidas para acertos? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11- A cada 100 peças entregues, quantas não são retiradas? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 12- Qual o número de fornecedores que a empresa trabalha? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 13- Qual o prazo de pagamento utilizado para os fornecedores? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Anexo O – Script de Atendimento Sugerido
Saudação (Bom Dia... Boa tarde)
O que deseja?
Lançamento do serviço no sistema
Oferecer serviços prestados (ex. Lavanderia, Linhas diferenciadas, estampas,
etc)
Informação sobre o sinal de pagamento de 50% dos serviços no ato da
solicitação.
Informação sobre os meios de pagamentos (bandeiras de cartões, cheque,
pré –datado (dependendo do valor do serviço).
Anuncia sobre o prazo de entrega, e se a mesma não for retirada em x dias,
terá um valor de multa (propor)
Alguma dúvida ou sugestão?
Posso te ajudar em algo mais?
No momento da entrega da mercadoria, entregar brindes propostos e
panfletos.