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PRODUÇÃO DE CRISÂNTEMO EM VASOS (Dendranthema grandiflora TZVELEV) 1 - Introdução: O mercado mundial de flores e plantas ornamentais está, atualmente, em fase de plena expansão e desenvolvimento. A área estimada de produção em todo mundo é de 190.000 hectares. Os principais produtores são atualmente Estados Unidos com 20.181 ha, Japão com 17.569 ha e Holanda com 7.378 há. O Brasil conta com uma área de produção estimada em 4.500 ha Na década de 50, por iniciativa dos imigrantes portugueses, a produção e comercialização de flores e plantas ornamentais teve seu início em escala comercial no Brasil. Na década de 60, incentivados pelo surgimento desse novo mercado, iniciaram os imigrantes japoneses e, finalmente os holandeses, que deram maior consistência e estabilidade à comercialização, implantando um sistema de distribuição e comercialização para todo o país. Desde o surgimento do Veiling-Holambra em 1989, responsável por transformações substanciais no mercado brasileiro, influenciando o comportamento e as práticas do setor; a evolução do mercado interno chegou até índices de crescimento de 20% ao ano, valor dificilmente encontrado em qualquer outro setor da economia brasileira. Devido ao fato do mercado brasileiro estar em plena fase de crescimento, a produção encontra-se voltada para padrões domésticos. ou seja, não existem estruturas voltadas à exportação (câmaras frias nos aeroportos, empresas exportadoras, etc.), como em alguns países em desenvolvimento como Quênia, Colômbia, Equador, Costa Rica entre outros. Pelo contrário, com o advento da globalização, estão surgindo várias iniciativas de entrada de produtos estrangeiros no país, principalmente flores de corte naturais da Colômbia e Equador, e flores artificiais da China, além dos investimentos na área de tecnologia de produção, tais como insumos, mudas, sementes, equipamentos. e sistemas de comercialização totalmente informatizados. No ano de 1997, o mercado interno movimentou cerca de U$ 1,1 bilhão (a nível de varejo). Deste total, aproximadamente U$ 350 milhões são comercializados a nível de atacado. O Brasil importou em 1993, cerca de U$ 100 mil em flores e plantas, índice considerado baixíssimo se comparado ao do ano de 1995, que alcançou o valor de U$ 12,4 milhões. O aumento das importações deve-se ao fato de nosso mercado interno estar em fase de crescimento, atraindo assim maiores investimentos de países como Colômbia, Equador, principalmente nas datas comemorativas, tais como "Dia Internacional da Mulher", "Dia das Mães", "Dia dos Namorados", "Dia dos Pais", "Finados" e "Natal". Essas iniciativas estão fazendo com que a concorrência aumente e, conseqüentemente, causando uma sensível queda nos preços dos produtos. As exportações brasileiras, em 1995, chegaram a U$ 9 milhões, o que significa um aumento de 30% em relação a 1993; valores insignificantes quando comparados com os volumes exportados por outros países como Holanda com mais de U$3.000.000 milhões e Colômbia ultrapassando U$ 500 milhões, que são os principais exportadores mundiais. No ano de 1997, o mercado interno movimentou cerca de U$ 1,1 bilhão (a nível de varejo). A nível de produtores o valor movimentado foi de aproximadamente U$ 350 milhões. Outro fato de extrema importância para o setor, é a aprovação, no dia 10 de Abril de 1997, da Lei de Proteção de Cultivares, que autoriza o governo a conceder certificado de proteção a toda nova espécie de planta, tendo o pesquisador ou empresa de pesquisa, direito de vender seus produtos por 15 anos. Com essa lei, varias empresas internacionais fornecedoras de material de propagação (mudas, sementes e bulbos), deverão se instalar no Brasil e poderão inclusive surgir parcerias com empresas nacionais.

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PRODUÇÃO DE CRISÂNTEMO EM VASOS

(Dendranthema grandiflora TZVELEV) 1 - Introdução:

O mercado mundial de flores e plantas ornamentais está, atualmente, em fase de plena expansão e desenvolvimento. A área estimada de produção em todo mundo é de 190.000 hectares.

Os principais produtores são atualmente Estados Unidos com 20.181 ha, Japão com 17.569 ha e Holanda com 7.378 há. O Brasil conta com uma área de produção estimada em 4.500 ha

Na década de 50, por iniciativa dos imigrantes portugueses, a produção e comercialização de flores e plantas ornamentais teve seu início em escala comercial no Brasil. Na década de 60, incentivados pelo surgimento desse novo mercado, iniciaram os imigrantes japoneses e, finalmente os holandeses, que deram maior consistência e estabilidade à comercialização, implantando um sistema de distribuição e comercialização para todo o país.

Desde o surgimento do Veiling-Holambra em 1989, responsável por transformações substanciais no mercado brasileiro, influenciando o comportamento e as práticas do setor; a evolução do mercado interno chegou até índices de crescimento de 20% ao ano, valor dificilmente encontrado em qualquer outro setor da economia brasileira.

Devido ao fato do mercado brasileiro estar em plena fase de crescimento, a produção encontra-se voltada para padrões domésticos. ou seja, não existem estruturas voltadas à exportação (câmaras frias nos aeroportos, empresas exportadoras, etc.), como em alguns países em desenvolvimento como Quênia, Colômbia, Equador, Costa Rica entre outros.

Pelo contrário, com o advento da globalização, estão surgindo várias iniciativas de entrada de produtos estrangeiros no país, principalmente flores de corte naturais da Colômbia e Equador, e flores artificiais da China, além dos investimentos na área de tecnologia de produção, tais como insumos, mudas, sementes, equipamentos. e sistemas de comercialização totalmente informatizados. No ano de 1997, o mercado interno movimentou cerca de U$ 1,1 bilhão (a nível de varejo). Deste total, aproximadamente U$ 350 milhões são comercializados a nível de atacado. O Brasil importou em 1993, cerca de U$ 100 mil em flores e plantas, índice considerado baixíssimo se comparado ao do ano de 1995, que alcançou o valor de U$ 12,4 milhões. O aumento das importações deve-se ao fato de nosso mercado interno estar em fase de crescimento, atraindo assim maiores investimentos de países como Colômbia, Equador, principalmente nas datas comemorativas, tais como "Dia Internacional da Mulher", "Dia das Mães", "Dia dos Namorados", "Dia dos Pais", "Finados" e "Natal". Essas iniciativas estão fazendo com que a concorrência aumente e, conseqüentemente, causando uma sensível queda nos preços dos produtos. As exportações brasileiras, em 1995, chegaram a U$ 9 milhões, o que significa um aumento de 30% em relação a 1993; valores insignificantes quando comparados com os volumes exportados por outros países como Holanda com mais de U$3.000.000 milhões e Colômbia ultrapassando U$ 500 milhões, que são os principais exportadores mundiais. No ano de 1997, o mercado interno movimentou cerca de U$ 1,1 bilhão (a nível de varejo). A nível de produtores o valor movimentado foi de aproximadamente U$ 350 milhões. Outro fato de extrema importância para o setor, é a aprovação, no dia 10 de Abril de 1997, da Lei de Proteção de Cultivares, que autoriza o governo a conceder certificado de proteção a toda nova espécie de planta, tendo o pesquisador ou empresa de pesquisa, direito de vender seus produtos por 15 anos. Com essa lei, varias empresas internacionais fornecedoras de material de propagação (mudas, sementes e bulbos), deverão se instalar no Brasil e poderão inclusive surgir parcerias com empresas nacionais.

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O crisântemo produzido como flor de corte ou em vaso, é uma flor extremamente importante no mercado mundial sendo produzido praticamente em todo mundo.

Atualmente no Brasil o crisântemo em vaso é, juntamente com a violeta umas das principais flores em vaso produzidas em estufas. Com o forte crescimento da venda de flores em vaso em supermercados, vem ocorrendo uma popularização junto ao consumidor, estimulando o consumo freqüente, em especial de flores em vaso e plantas verdes. Esta publicação tem como objetivo principal fornecer informações ao público interessado no cultivo de crisântemo em vaso, para que possam aumentar seus conhecimentos, além de esclarecer as principais dúvidas e curiosidades a respeito da produção dessa fascinante cultura. 2) Origem da Planta e Características Botânicas: O crisântemo e originário da China e Japão e tem, no total, mais de 200 espécies comercializadas. Pertence a família Compositae e, desse grande numero de espécies, existem muitas que fazem parte do nosso dia a dia. como as diversas variedades de margaridas por exemplo. No Japão, simboliza vida longa e até existe uma data comemorativa especial para homenageá-lo. No final do século XVII, o crisântemo chega a Holanda e, devido ao seu sucesso, no começo do século XIX já se fazia presente em exposições de flores.

Principais formatos

de flores: A diversidade de cores e formas, a durabilidade das flores em vaso e a precisão com que respondem ao comprimento do dia (fotoperíodo) para o florescimento, são as principais características da grande popularidade dessas plantas. As diferentes formas de suas flores são fundamentais para a identificação das variedades. As variedades de crisântemos em vaso podem ser classificadas da seguinte maneira quanto ao formato da flor:

3) Principais Variedades:

A) Vaso de Barro e Pote 14:

White Diamond Decorativo creme

Fine Time Decorativo amarelo

Delano Decorativo lilás

Summer Time Margarida amarela

Davis Margarida rosa

Rage Margarida vermelha

Bi-Time Girassol Rosa

Puritan Decorativo branco

Yellow Diamond Decorativo amarelo

Maya Margarida branca

Lively Time Margarida lilás

Fury Margarida bronze

Mercedes Girassol branco

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B) Potes 11 e 13:

Crystal Time Margarida branca

Chantal Margarida branca

Lemon Crystal Time Margarida amarela

Brake Margarida amarela

Papillon Margarida rosa

Beat Time Girassol rosa

Obs.: Todas as variedades acima podem ser produzidas em praticamente todos os tipo de potes (barro, n0 11, 13 e 14) bastando para isso que seja feito um manejo adequado durante o ciclo de produção. Os produtores devem ter em suas propriedades um bom grupo de variedades com o intuito de satisfazer todas as preferências dos consumidores, obtendo assim flores de diversas cores e formas durante todo o ano. A escolha da variedade é uma etapa de grande importância, pois cada variedade apresenta diferentes características de produção e mercado. Sugere-se que o produtor consulte os técnicos especializados, empresas multiplicadoras e até mesmos faça pesquisas de mercado, antes de realizar o planejamento do plantio, viabilizando assim o sucesso do empreendimento. 4) Infra-estrutura de Produção: A) Definição do Tipo de Estufa: As estruturas necessárias à produção do crisântemo em vaso podem ser metálicas ou de madeira, sendo que as estufas com estruturas metálicas são mais resistentes e aceitam, com segurança, a instalação de sistemas que auxiliam a automação e o manejo das condições de cultivo. Na cobertura das estruturas para produção de crisântemos são utilizados plásticos a base de polietileno transparente que podem variar de 50 a 150 microns de espessura. Em estruturas metálicas são utilizados os que possuem maiores espessuras e tem uma maior resistência aos ventos, enquanto que em estruturas de madeira utilizam-se os plásticos de menor espessura. Existem os plásticos de PVC que são mais resistentes e melhores difusores de luz. Até o momento estes plásticos não estão sendo utilizados com muita freqüência no Brasil, pois são mais caros que os de polietileno e menos disponíveis no mercado. Também estão sendo utilizadas as placas rígidas de policarbonato, que apresentam uma maior durabilidade que os materiais tradicionais, não perdendo a capacidade de difusão de luz com o passar do tempo, sendo o grande fator limitante desse material o custo elevado. Nas laterais das estufas são normalmente utilizadas telas de sombrite 40% de sombreamento, com o objetivo de proteger os vasos, que estão na lateral das estufas, do excesso de radiação. Em algumas regiões, onde o clima é favorável ao cultivo de crisântemos, ou seja, onde não há temperaturas extremas, tanto baixas quanto elevadas, não há a necessidade da instalação de exaustores, aquecedores e sistemas de controle de umidade relativa. Se sua região apresentar riscos de ocorrência de temperaturas extremas, torna-se necessário a instalação de sistemas para controle de clima e para tanto será necessário consultar uma empresa especializada.

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Figura II Estufa de Estrutura Metálica.

As estufas metálicas apresentam-se no mercado, geralmente nas seguintes dimensões:

Comprimento: em múltiplos de 3,66 ou 4,50 metros;

Largura: em múltiplos de 6,40 ou 8,00 metros;

Altura do pé-direito: varia de 2,00 a 5,00 metros.

Figura III

Os vasos são normalmente colocados, sobre tijolos de cerâmica ou suportes plásticos, para evitar o contato com o solo, que poderia causar a fixação das raízes e contaminação por doenças.

B) Sistema de Irrigação: Os vasos de crisântemo necessitam de uma grande quantidade de água e fertilizantes. Irrigações devem ser realizadas sempre que o substrato estiver seco ou pouco úmido. Para cada tamanho de vaso ou pote, são recomendadas quantidades diferentes de água, em função da evapotranspiração das plantas. Esse controle é essencial para o bom desenvolvimento das plantas e para evitar desperdícios. As regas são feitas vaso a vaso e com uma freqüência de 3 a 4 vezes ao dia em média. A seguir estão relacionadas as quantidades médias de água que podem ser aplicadas na irrigação durante o dia.

Pote 11

Potes 13 e 14

Vaso de barro (VsB) -

70 a 120 ml/dia 160 a 210 ml/dia 300 a 400 ml/dia

Obs.: Os valores apresentados são dados médios utilizados por diversos produtores, e apresentam variações em função da época do ano, condições ambientes da estufa, tipo de substrato entre outros.

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Os sistemas de irrigação mais utilizados são: Spaguetti e Gotejamento.

Ambos os sistemas são compostos de uma tubulação central de onde saem várias mangueiras bem finas de polietileno que vão diretamente aos vasos (Spaguetti) ou, no caso do Gotejamento, no final dessas mangueiras são acoplados os emissores ou Gotejadores. A Tubulação central fica entre os vasos e, dela saem os tubos que, um a um, são colocados nos vasos. A utilização de sistemas totalmente ou

parcialmente automatizados é recomendável à todos que tiverem condições de implantá-los. Esses sistemas proporcionam melhor uniformidade de crescimento à cultura e reduzem os custos com nutrientes, água e mão de obra. C) Sistema de Aquecimento: A instalação de sistemas de aquecimento e sugerida principalmente em regiões com um inverno rigoroso e onde ocorram geadas com freqüência, nessas condições podem ocorrer 'queimaduras' de frio, atraso no ciclo de produção e florescimento desuniforme entre outros. Para que o aquecimento do ambiente seja uniforme, o número de aquecedores deve ser calculado corretamente, sempre de acordo com o tamanho da estufa. Por exemplo: Em uma estufa de l.000 m2, pode ser utilizado apenas 01 aquecedor modelo GP 100 a óleo diesel ou a gás. Portanto, se a sua estufa tiver 2000 m2, é aconselhado o uso de 02 aquecedores e assim por diante. Um cuidado bastante importante a ser tomado é o de se instalar os tanques de óleo diesel e tubulações em locais protegidos das baixas temperaturas para evitar o "congelamento" do óleo diesel nos momentos de geadas. Existem outros tipos de aquecedores no mercado destinados a esse fim. Deve-se fazer uma pesquisa para observar qual modelo adapta-se a sua realidade financeira e também as condições climáticas de sua região. D) Sistemas para Controle de Umidade e Temperatura: Em regiões onde ocorrem altas temperaturas e clima seco por longos períodos, sugere-se a utilização de sistemas para controle da umidade relativa e temperatura. Atualmente os sistemas de controle mais utilizados são PAD & FAN, PAD-HOUSE, FOGGERS, entre outros. Maiores informações podem ser obtidas junto aos fabricantes desses equipamentos ou junto aos produtores que utilizam esses sistemas. E) Medidores de Temperatura e Umidade:

Para a medição da temperatura interna são utilizados termômetros, que podem ser simples, porém precisos, como por exemplo o sistema de termômetros de "bulbo úmido e bulbo seco". Nas medições da umidade, que é outro parâmetro no qual deve-se prestar muita atenção, são utilizados os chamados Higrômetros. Também podem ser utilizados aparelhos digitais ou os termohigrógrafos (que fazem o registro dos dados). Todos os aparelhos citados são de fácil aquisição e manuseio, podendo ser adquiridos em lojas especializadas. Na Figura V podemos observar um termômetro de máxima e mínima e um higrômetro. termômetro e higrômetro

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F) Exaustores: São ventiladores comuns, utilizados para a exaustão do ar. Estes fazem a troca de ar e mantém a ventilação necessária à cultura, prevenindo, assim, problemas como o aparecimento de doenças. São utilizados também para deixar a temperatura mais amena, principalmente nos meses de calor intenso. Normalmente são instalados no ponto mais alto da estufa, onde ocorre a concentração do ar quente. G) Iluminação e escurecimento:

A iluminação na cultura de crisântemos em vaso é realizada durante o período que os vasos permanecem na estufa de enraizamento e geralmente são utilizadas lâmpadas incandescentes de 100 W de potência para que se obtenha uma intensidade luminosa mínima de 70 lux. O sistema de escurecimento é montado com cortinas plásticas pretas que impedem totalmente a passagem de luz, esse processo é realizado durante as fases de crescimento/desenvolvimento e florescimento. A Figura VI apresenta uma estrutura de escurecimento e sua disposição na estufa.

5) Planejamento da Produção: Depois de decidir quais serão as variedades cultivadas, o passo seguinte será elaborar seu planejamento de produção detalhado. A elaboração de um bom planejamento da produção é de extrema importância para o sucesso do empreendimento. Esse planejamento deve conter a quantidade de vasos que serão produzidos semanalmente e nos picos, todas as etapas necessárias para a produção e a programação semanal de atividades visando a obtenção de maior produtividade. Os fornecedores de mudas exigem que a programação de fornecimento seja feita antecipadamente. o que pode viabilizar a aquisição de novas variedades e melhores condições de negociação. Para o auxilio no planejamento, colocamos a seguir, o ciclo médio do crisântemo em vaso: (Tabela 1)

Fases do ciclo Dias do ciclo

1º Estaqueamento Plantio) 2º Enraizamento 3º Espaçamento 4º Pinch 5º Início do florescimento 6º Comercialização

1º 10º a 14º 15º a 21º 18º a 25º 65º a 75º 80º a 90º

Devemos ressaltar que os dados acima são valores médios, podendo sofrer alterações dependendo da variedade que está sendo cultivada. Deve-se observar o ciclo médio das variedades que serão produzidas e, só depois, estabelecer com maior segurança, as datas adequadas para o planejamento da produção, principalmente em picos. E recomendável, nessa fase inicial do cultivo. a presença de técnicos especializados nessa cultura, para que surpresas desagradáveis sejam evitadas. A seguir apresentamos a Tabela II com as principais datas comemorativas,

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datas médias para plantio e comercialização e respectivo tamanho de potes mais utilizados. Tabela

6) Controle de Fotoperíodo: O crisântemo é uma espécie sensível ao fotoperíodo, sendo classificado como uma planta de dias curtos, ou seja. floresce naturalmente nos períodos de dias mais curtos do ano. No período que compreende o final do mês de setembro até o final do mês de março, temos os dias longos do ano. sendo necessário o escurecimento artificial das plantas nas fases de formação e crescimento, submetendo a planta a um período mínimo de escuro de 13 horas permitindo assim florescimento uniforme. Além do recurso de escurecimento , também se utiliza a iluminação artificial (dias longos). na estufa de enraizamento, com o objetivo de impedir a formação de botões florais precoces, o que acarretaria na obtenção de plantas sem valor comercial. A) Fase da Iluminação (Dias Longos): A iluminação artificial é realizada através do uso de lâmpadas incandescentes de 100 w de potência que são ligadas durante o período noturno (vide tabela III) Esse sistema deve ser usado durante todo o ano e é realizado na estufa de enraizamento servindo para manter o estado vegetativo da planta. A Figura VII apresenta um painel para controle de ciclos de iluminação através de um "timer".

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B) Fase de Escurecimento (Dias Curtos):

O escurecimento artificial é realizado no período do final do mês de setembro até o final do mês de março, na estufa de formação e desenvolvimento com o objetivo de estimular o florescimento. Para a realização do escurecimento artificial utilizam-se cortinas de plástico preto que geralmente são fechadas entre 17:00h e 18:00h e abertas no dia seguinte entre 07:00h e 08:00h da manhã, proporcionado um período mínimo de 13 horas de escuro por noite, como mostra na Figura VII. Esse processo vai até a abertura da flor para mercado, e não devem ocorrer a interrupções durante todo o período de escurecimento. Esse método é fundamental para o ciclo da produção no verão permitindo que as plantas tenham um

florescimento uniforme. 7) Ciclo de Produção: O ciclo de produção do crisântemo em vaso é composto de uma série de etapas bem definidas entre si. A seguir apresentamos as etapas do ciclo de produção com as respectivas características técnicas: A) Método de propagação: O método de propagação tradicionalmente utilizado para crisântemo em vaso é a propagação vegetativa. Esse método consiste em enraizar estacas de ponteiro de aproximadamente 5 cm de comprimento, que foram mantidas em estado vegetativo sob condição de Iluminação noturna o ano todo. As mudas podem ser adquiridas em empresas multiplicadoras especializadas através do estabelecimento de uma programação de fornecimento onde se definem antecipadamente as variedades e quantidades para plantio semanal e também para o plantio em épocas de pico de consumo. De maneira geral as estacas são adquiridas sem raiz e plantadas diretamente nos vasos. Normalmente a própria empresa multiplicadora fornece o hormônio de enraizamento (Acido Indol-Butírico). É recomendada a aquisição das mudas de empresas especializadas, reconhecidas e idôneas pois estas garantem a qualidade de seus produtos, boa taxa de "pegamento" livres de doenças e pragas. e ainda fornecem informações técnicas necessárias ao cultivo que auxiliam o produtor durante as etapas de produção. Outro aspecto que deve ser observado é a ausência de mudas que já venham com botão floral formado ou induzido, o que prejudica a formação das plantas e uniformidade dos vasos, diminuindo a qualidade do produto final. De maneira geral os produtores tem optado pela especialização e eficiência na produção do produto final ou seja. os vasos, adquirindo as suas mudas de empresas multiplicadoras especializadas. Com a aprovação da Lei de Cultivares será necessário o pagamento de Royalties sobre cada muda produzida. o que geralmente já é feito pelas empresas multiplicadoras especializadas. Através desse recurso tornam-se viáveis os trabalhos de melhoramento genético e obtenção de novas variedades. Atualmente, todos os principais países produtores do mundo reconhecem a lei de cultivares e os multiplicadores realizam o pagamento de Royalties. Através dos acordos de Royalties. as empresas propagadoras tem fornecido aos seus clientes, prioridade na obtenção de novas variedades, e divulgação de informações técnicas viabilizando a diferenciação de seus produtos

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no mercado.

B) Substratos de Cultivo: Os substratos são os materiais preparados para servir de suporte físico e químico para as plantas, permitindo o bom crescimento das raízes e formação da parte aérea. São conhecidas varias combinações de substratos para os crisântemos em vaso. Estas combinações, sejam elas quais forem, devem apresentar as seguintes características:

Boa drenagem;

Leveza:

Boa aeração:

Retenção de umidade:

Adaptação ao sistema de irrigação:

Suporte físico para as plantas:

Alta porosidade:

Capilaridade (capacidade de transferir umidade de baixo para cima no vaso)

Baixa lixiviação (para não perderes nutrientes durante as irrigações);

pH adequado à cultura:

Eletrocondutividade - EC (Concentração de sais) adequada à cultura e;

Teor de matéria orgânica adequada Atualmente são utilizadas as seguintes matérias primas para a formação dos substratos:

Casca de pinus;

Palha de arroz carbonizada;

Pó de xaxim;

Turfa;

Areia;

Perlita (material vulcânico expandido);

Casca de arroz;

Bagaço de cana;

Terra vegetal;

Casca de eucalipto;

Esterco de gado;

Farelo de mamona;

Fibra de coco;

Terra vermelha ("Terra de barranco"); Podemos citar três formulações básicas para a produção de crisântemo em vaso: (Tabela IV) 30% Casca de pinus 35% Turfa 25% Terra Vermelha 10% Palha de Arroz Carbonizada

30% Pó de xaxim 30% Casca de pinus 25% Terra vermelha 15% Palha de arroz carbonizada

20% Pó de Xaxim 20% Casca de Pinus 40% Terra Vermelha 10% Areia 10% Esterco de curral bem curtido

Obs. A mistura final das matérias primas para a preparação do substrato deve

apresentar um valor de pH na faixa de 5.8 - 6,5. A eletrocondutividade - EC) deve estar em torno de 0,70 a 1,00 mS/cm.

Outra opção para o produtor é a compra de substratos já preparados por fornecedores especializados que. a exemplo dos fornecedores de mudas, devem ser idôneos, evitando assim, aborrecimentos futuros como o surgimento de plantas daninhas, pragas e doenças. queimadura de raízes e má formação das plantas. Para a maior segurança na produção e evitar o aparecimento de microorganismos causadores de doenças, sugere-se o tratamento do substrato

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com produtos químico~ específicos. tratamento com vapor ou ainda a realização do processo de compostagem. O enchimento dos vasos é realizado tradicionalmente através do processo manual. Também podem-se utilizar máquinas especialmente projetadas para o enchimento automático dos vasos.

C) Plantio e enraizamento (fase de Iluminação): Faz-se o plantio das estacas sem raiz diretamente nos vasos, através da fixação das mesmas a uma profundidade media de 1,5 cm em substrato umedecido. De maneira geral, utiliza-se o Acido Indol-Butírico como hormônio de enraizamento, a uma concentração de 1.500 ppm. Os produtores adquirem as mudas já impregnadas com o hormônio de enraizamento. Fig. VIII

Disposição das mudas nos vasos Após o plantio deve ser feita uma aplicação preventiva de fungicidas para controle de fungos de solo. Atualmente um produto bastante utilizado é o Metalaxil. Em seguida as mudas devem ser cobertas com filme plástico de polietileno fino e transparente com o objetivo de manter um microclima adequado à formação de raízes. Essa cobertura permanece por dez a quatorze dias sobre as plantas que ao final desse período já deverão apresentar as raízes bem formadas e o plástico deve ser retirado. Nessa fase, a temperatura na estufa não deve passar dos 350 C durante o dia e 220 C durante a noite. Os potes nº 11 e 13 devem permanecer na estufa de enraizamento, por mais 5 dias em média, após a retirada do plástico. No caso dos potes nº 14 e vaso de barro o período de manutenção na estufa de enraizamento é de aproximadamente 8 dias após a retirada do plástico, esse procedimento é recomendado para que as plantas estejam mais fortalecidas e enraizadas, e sofram menos as mudanças de ambiente no espaçamento.

D) Formação e desenvolvimento (fase de escurecimento): Nessa fase os vasos serão retirados da estufa de enraizamento e transportados para a estufa de formação e desenvolvimento. Nessa estufa as plantas serão acondicionadas já em seu espaçamento definitivo e serão iniciados os processos de fertirrigação e escurecimento artificial para indução da floração. Ocorrerá a formação de flores, colheita e envio das plantas para a comercialização. D1) "Pinch": É o processo de retirada do ponteiro central das plantas sendo que nessa etapa as mudas ficarão com média de 4 a 6 folhas. Esse processo estimula o surgimento de brotações laterais, dando uma melhor formação a planta e, conseqüentemente, maior produção de galhos. Deve ser realizado entre o 18º e o 25º dia após o estaqueamento (plantio). ou 3 a 5 dias após a colocação dos vasos na estufa de formação e desenvolvimento.

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D2) Espaçamento: O espaçamento final dos vasos dependerá da condução das plantas e das características de desenvolvimento de cada variedade. Os valores médios de espaçamento mais utilizados são:

Tabela V

Produto Área líquida

Pote 11

Pote 13

Vasos de barro (VB) e Pote 1 4

25 a 30 vasos/m2 16 a 20 vasos/m2 8 a 11 vasos/m2

Os números citados acima são valores médios, ou seja, podem sofrer pequenas alterações. desde que cuidados sejam tomados para não deixar as plantas muito adensadas ou muito separadas. Se deixarmos muitas plantas por metro quadrado, haverá competição. acarretando em mal desenvolvimento, além de aumentar as chances de proliferação de pragas e doenças. Deve-se evitar que as plantas permaneçam muito espaçadas pois nessa situação não será maximizada toda a área da estufa.

D3) Uso de Reguladores de Crescimento: São utilizados para regular o crescimento das plantas, de forma que se atinja o tamanho proporcional ao vaso na ocasião da comercialização. O padrão recomenda( é o de que a planta apresente em média 1.5 vezes a altura do pote, deve resistir ao transporte e apresentar uma copa bem formada. Se o regulador não for utilizado, a planta apresentará desenvolvimento maior que o desejado, ficando assim, com hastes longas e fracas e, conseqüentemente, fora dos padrões comerciais exigidos. O regulador mais utilizado por produtores de crisântemo em vaso é o Daminozide 85% (B-Nine). A freqüência e dosagem das aplicações dependem das variedades que estão sendo cultivadas, estação do ano, tamanho da planta, tamanho do vaso, etc. O Daminozide 85% deve ser aplicado de 1 a 4 vezes, em média, durante o ciclo, utilizando-se de 2 a 3 gramas por litro de água. Há casos em que são necessárias mais de 4 aplicações para que o produto chegue ao mercado com o porte ideal. As aplicações devem ser realizadas sempre ao final do dia, quando a luminosidade é reduzida ou no início da manhã sempre em plantas que não estejam murchas.

E) Florescimento: A fase de desenvolvimento dos botões florais tem seu início em torno da 6º semana. Com o desenvolvimento dos botões florais, deve-se realizar a retirada de botões (desbrota) assim que os mesmos puderem ser destacados. Geralmente retira-se o botão central nas variedades com flor do tipo margarida e os botões laterais nas variedades com flor do tipo decorativo. Na 10º semana, em média. os botões florais começam a abrir e, quando as flores estiverem 60% abertas, o que geralmente ocorre entre a 11º e a 12º semana, é chegada a hora da comercialização. Esse ciclo de produção poderá ocorrer, com todas as variedades, durante todo o ano, dependendo da programação feita pelo produtor e dos tratos culturais aos quais as plantas serão submetidas. Se as plantas não estiverem sadias, o florescimento pode ser prejudicado e, em extremos, pode nem ocorrer com perfeição.

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A Figura IX apresenta a imagem de uma estufa de produção em fase de florescimento.

8) Atividades Complementares:

A)Fertirrigação:

A. 1) Irrigação localizada:

Deve ser iniciada após o completo enraizamento das mudas, utilizando-se o sistema 'spaghetti' ou o gotejamento, no qual cada vaso é irrigado individualmente, juntamente com a quantidade de nutrientes necessárias em função do tamanho do pote (volume de terra) e do ciclo de produção. A quantidade de água a ser aplicada dependerá das condições ambientais (inverno/verão), devendo, ser realizada de 2 a 4 vezes ao dia, em média. No inverno é comum a redução dos volumes de água, devido a ocorrência de temperaturas mais baixas e menor perda de água das plantas, por evapotranspiração, e portanto, a solução de fertirrigação é aplicada mais concentrada. Recomenda-se sempre evitar o encharcamento dos vasos, o que pode causar a morte das raízes por asfixia.

A.2) Principais adubos utilizados:

A seguir estão listados os principais adubos solúveis utilizados atualmente no sistema de fertirrigação:

Fontes de Nitrogênio Fontes de Potássio Fontes de Fósforo

Nitrato de Potássio Nitrato de Cálcio Nitrato de Amônio Nitromag

Nitrato de Potássio Sulfato de Potássio

Fosfato Mono Amônico (MAP) Fosfato Mono Potássico

Fontes de cálcio Fontes de Magnésio Fontes de Enxofre

Nitrato de cálcio Sulfato de Magnésio Sulfato de Potássio Sulfato de Magnésio

A adubação utilizada na fertirrigação é dividida em duas fases do ciclo das plantas e se inicia após a fase de espaçamento: Fase Vegetativa: compreende a formação das hastes, massa foliar e raízes. Tem seu início após o plantio das mudas e dura aproximadamente seis semanas. A adubação vegetativa deve ser realizada desde o espaçamento, tendo seu término ao final da 60 semana do ciclo. As tabelas VII e VIII apresentam sugestões de esquemas de adubação onde as concentrações de nutrientes estão expressas em grama por 1.000 l de água.

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Estas aplicações deverão ser realizadas através de irrigação localizada (Gotejamento ou Spaguetti). Durante a fase vegetativa podem ser realizadas aplicações de macro e micronutrientes via foliar através de equipamentos de pulverização. Existem diversas formulações comerciais de adubos foliares, geralmente comercializados em embalagens de 20 litros. A seguir está apresentada uma formulação comercial para crisântemos em vaso:

Fase de Florescimento: compreende a formação das flores, que se inicia geralmente na 7ª semana do ciclo vai até o ponto de comercialização, que acontece a 110 e 120 semana do ciclo, podendo ocorrer variações dependendo da variedade cultivada. A adubação nessa fase deve ser realizada via sistema de gotejamento ou Spaguetti. (adubos utilizados estão a seguir em sua forma pura para cada 1000 litros de água. Tabela IX

Pote nº 14 e Vaso de barro Potes nº 11 e 13

Nitrogênio (N): 125 g Potássio (K): 380 g Enxofre (S): 10 g

Nitrogênio (N) 112 g Potássio (K): 340 g Enxofre (S): 9,6 g

Também pode-se usar a seguinte sugestão simplificada de Fertirrigação:

Tanque A

Nitrato de Amônia Nitrato de Cálcio

400 g/1.000 litros 800 g 1.000 litros

Tanque B

Nitrato de Potássio Sulfato de Magnésio MAP (Fosfato mono Amônico)

800 g/1.000 litros 600 g/1.000 litros 150 g/1.00 litros

Nitrogênio (N): Fósforo (P): Potássio (K): Magnésio (Mg): Enxofre (5): 8%

14% 4% 6%

1,5%

Manganês (Mn): Zinco (Zn): Boro (B): Molibdênio (Mo):

1,5% 2,0% 1,0%

0,06%

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Obs.:

Alternar diariamente tanque A e tanque B.

Realizar a primeira rega do dia no início da manhã e as demais segundo a necessidade das plantas. É importante lembrar que a adubação deverá ser fundamentada em análises do substrato realizadas em laboratórios idôneos e seguindo a recomendação de um consultor técnico especializado. As formulações de adubação apresentadas estão fundamentadas em experiências práticas de produção, mas devem ser adaptadas a realidade do desenvolvimento de cada ciclo de produção, levando em consideração vários fatores tais como: clima, época do ano, variedades, modelo de estufa, substrato entre outros.

A.3) Eletrocondutividade (E.C.):

É um índice que relaciona a condutividade elétrica da solução com os teores de sais solúveis presentes nessa solução. De maneira geral quanto maior é o valor da condutividade elétrica, maior é o teor de nutrientes na solução. O E.C. recomendado para o cultivo do crisântemo está apresentado a seguir: - EC da fertirrigação: pode variar de 1,30 a 2,00 mS/cm. - EC do substrato: pode variar de 0,70 a 1,00 mS/cm. Para saber qual a E.C. do substrato de cultivo, é necessário enviar amostras alaboratórios especializados para que sejam realizadas análises rápidas da solução do solo. Através dos resultados destas análises as devidas correções poderão ser realizadas.

A.4) Potencial Hidrogeniônico (pH): O pH indica o teor de acidez e alcalinidade do substrato. Para o maior controle desse índice, deverão ser feitas pelo menos duas análises: uma antes do plantio das mudas e outra na metade do ciclo. O ideal para esta cultura fica entre 5,8 a 6,5 sendo que, valores acima ou abaixo desse ponto, podem prejudicar a formação das plantas e conseqüentemente a qualidade final. B) Controle de pragas e doenças: B.1) Manejo do Microclima X Controle de Pragas e Doenças: O manejo do clima nas estufas é de fundamental importância para evitar o aparecimento de pragas e doenças. Controlando-se a irrigação, utilizando preferencialmente a localizada ao invés da aspersão. evitamos que um filme d'água se forme na superfície das folhas, o que permitiria o aparecimento de doenças foliares. A circulação do ar deve ser constante, durante todo o ciclo da cultura, proporcionando um ambiente arejado, que é favorável ao desenvolvimento das plantas. Infelizmente as condições climáticas ideais para o desenvolvimento das plantas em estufas, são também propícias ao aparecimento de algumas doenças. Essas condições ideais devem ser mantidas pois, plantas em bom estado de nutrição e desenvolvimento, são mais resistentes. Como não é possível evitá-las completamente, devemos tomar algumas medidas chamadas "preventivas" para diminuir a incidência de infestações e infecções.

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B.2) Medidas Preventivas: Medidas preventivas para o controle de pragas:

Verificações preventivas das plantas, para que os focos iniciais sejam detectados com a maior antecedência possível;

Desinfectar o solo por meio de tratamento a vapor ou químico;

Verificar, com freqüência, se não existem buracos no fechamento lateral da estufa. As áreas de produção e adjacências devem ser mantidas limpas para evitar a multiplicação de possíveis hospedeiros intermediários

Aplicações preventivas de defensivos em épocas de maior incidência de pragas, o que ocorre de maneira geral com clima seco e quente.

Uso de variedades resistentes.

Uso de placas coloridas (armadilhas>. Medidas Preventivas para o controle de Doenças:

Verificações preventivas das plantas, para que os focos sejam detectados com a maior antecedência possível;

Usar material de propagação sadio;

Desinfectar o solo por meio de tratamento a vapor ou químico;

Evitar encharcamento do substrato nos vasos;

Evitar que se forme uma película de água sobre a superfície das folhas;

Evitar as lesões causadas por pragas, que podem servir de porta de entrada para os agentes causadores de doenças (patógenos);

A área da cultura e adjacências devem ser mantidas limpas para evitar a multiplicação de possíveis hospedeiros intermediários;

Manter as plantas nas melhores condições (equilíbrio de nutrientes), para que tornem-se mais resistentes ao ataque dos patógenos;

Aplicações preventivas de defensivos em épocas de maior incidência de doenças, o que ocorre geralmente em épocas com alta umidade relativa do ar.

Uso de variedades resistente. B.3) Principais pragas e doenças: Apresentamos a seguir, as principais pragas e doenças que atacam o crisântemo e os respectivos sintomas apresentados pelas plantas. FUNGOS

Puccinia horiana (Ferrugem branca):é o responsável pela doença de maior importância na produção de crisântemos de vaso: a "ferrugem". Ocorre durante todo o ano, todavia, a maior incidência se dá durante a primavera e em invernos menos rigorosos. Pode ser notada na face superior das folhas onde aparecem pequenas manchas branca/amareladas de 1 a 3 mm de diâmetro. Estas manchas ficarão, mais tarde, com coloração marrom escura. Na parte inferior, podem ser notada pústulas de coloração amarelada de aspecto ceroso que, depois, se tornarão esbranquiçadas, liberando em seguida os esporos.

Botrytis cinerea (Bolor cinzento); pode ser observado principalmente em condições de alta umidade e temperaturas amenas. Ataca com maior intensidade as folhas e flores causando um tipo de podridão, com aspecto de bolor de coloração acinzentada, inutilizando-as para a comercialização Para se prevenir esta doença. é aconselhado que o nível de nitrogênio na adubação não seja acima do recomendado, pois este nutriente aumenta a susceptibilidade do crisântemo a essa doença. Deve-se evitar também molhar as flores, o que permite a entrada da doença, causando o apodrecimento das mesmas.

Murchadeira ou ("Damping off'): essa doença é causada por fungos dos gêneros Pythium e Rhizoctonia solani. Pode ser observada pela podridão das raízes e pelo tombamento das mudas.

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Para se prevenir esta doenças é necessário o uso de substrato e água livres de contaminações dos fungos e evitar o encharcamento. Septorla chrysanthemi (Mancha de septoria): pode ser notada com o aparecimento de manchas de coloração amarelada, circulares, que tornam-se escura podendo ocupar grandes áreas das folhas. Em casos de alto grau de infecção, as folhas podem secar e cair.

Fusarium spp: tem características semelhantes ao Verticillium dahliae, causando o murchamento das plantas desde a base até os ponteiros. Vive no solo, persistindo por vários anos nos restos de cultura. O controle é fundamentado em medidas preventivas como a obtenção de mudas sadias, evitar excesso de adubação nitrogenada e desinfectar os substratos com vapor ou produtos químicos. BACTÉRIAS

Agrobacterium tumefaciens: caracterizam-se pela formação de galhas ou tumores principalmente na região do colo e sistema radicular das plantas, podendo atacar algumas vezes a parte aérea. Sua proliferação se dá principalmente quando a.< condições climáticas e de disseminação são propicias

Erwinia chrysanthemi: ataca geralmente a base ou o centro das hastes. Essa doença causa manchas úmidas e alongadas as quais eventualmente tornam-se escuras. A parte interna das hastes apresentam-se na coloração marrom. Em ataques mais severos, a planta chega a murchar e as hastes acabam caindo. Condições de alta umidade e temperatura são idéias para seu desenvolvimento. As medidas de controle das bactérias são, basicamente, de ordem preventiva, visto não haver, até o momento, produtos químicos com efeito bactericida eficiente, registrados para a cultura do crisântemo. Devem ser aplicadas medidas culturais de controle com o objetivo de prevenir a entrada, erradicar ou diminuir o potencial de inoculo desses patógenos, em especial o controle de água livre, umidade relativa do ar, limpeza e higiene nas estufas. PRAGAS

Tripes (Thrips palmi, Thrips tabaci e Frankliniella occidentalis): são insetos muito pequenos que raspam e sugam os botões florais e folhas, prejudicando o desenvolvimento e a qualidade das flores. Quando o ataque é intenso, as folhas ficar amareladas como se estivessem queimadas. As folhas atacadas apresentam um fendilhamento e podem apresentar-se com aspecto prateado. Os tripés são um dos principais transmissores de doenças viróticas. Para a realização do combate às praga.' manter a estufa e áreas externas livres de plantas daninhas, utilizam-se placas de coloração amarela e azul impregnadas com cola e se realiza a aplicação de defensivo preventivamente em épocas de clima seco e quente.

Moscas Minadoras (Liriomysa trifolii e Liriomysa sativae): Causam danos como áreas necrosadas através de picadas de alimentação e oviposição nos tecidos foliares. As larvas alimentam-se das folhas, abrindo galerias e podem causar a queda das folhas danificando os tecidos condutores de seiva. A larva é conhecida popularmente como "bicho mineiro".

Ácaros (Tetrarnychus urticae): a fêmea mede cerca de 0,45 mm enquanto os machos 0,27 mm. São pequenas "aranhas" que vivem em colônias na face inferior das folhas. Pode ser identificados através das teias que estes produzem para sua proteção e através de cloroses na nervura central das folhas. Quando o ataque ocorre com alto grau de intensidade, causam desfolhamento e prejuízos no florescimento.

Pulgões (Aphis gossypii e Myzas persicae): são insetos pequenos que vivem em colônias nas partes inferiores das folhas e em brotações. Sugam a seiva

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causando o encarquilhamento das folhas, deformação nos brotos e botões florais. São transmissores de doenças, viróticas. Quando sugam a seiva, liberam um açúcar que favorece o aparecimento de um fungo chamado fumagina e das formigas que, além de protegê-los contra os inimigos naturais, ainda espalham o açúcar facilitando seu desenvolvimento. Do fungo que dificulta a fotossíntese e a respiração das plantas.

Besouros:

Diabrotica speciosa: mede cerca de 5 mm, possui coloração verde com manchas amarelas nas asas. E conhecido como "amarelinho". Danifica as pétalas das flores, prejudicando o valor comercial.

Macrodactylus pumilio: mede cerca de 9 mm, possui asas de coloração amarelada e é conhecido como "vaquinha amarela". Danifica as pétalas das flores, prejudicando o valor comercial.

Grilos (Gryllus ipsilon): mede cerca de 25 mm e tem coloração escura. Ataca a parte aérea e as raízes das plantas mais jovens.

Lagartas (Agrotis ipsilon): mede cerca de 45 mm quando adulta. É conhecida como lagarta rosca e tem hábitos noturnos, ficando, durante o dia, abrigada no solo. Atacam as plantas novas rente ao solo, cortando-as.

Mosca branca (Bemisia tabaci e B. argentifolii): são pequenos insetos que vivem em colônias na parte inferior das folhas. Sugam a seiva das plantas e possuem ação toxicogênica. São agentes transmissores de doenças viróticas.

Nematóides:

Pratylenchus Penetrans: as plantas infectadas apresentam o desenvolvimento vegetativo prejudicado, com clorose e murcha de folhas, atrofia do sistema radicular e até morte. A ação dos nematóides pode ser intensificada por sua interação com fungos.

Meloidogyne incognita: ataca as raízes das plantas causando-lhes deformações que são conhecidas como galhas. Afeta o desenvolvimento normal das plantas provocando o raquitismo. B.4) Controle Químico: O uso dos produtos químicos deve ser restrito aos que estiverem registrados para a cultura, devendo ser escolhidos sempre os menos tóxicos. As aplicações devem ser feitas com mão de obra especializada e com todos os equipamentos de segurança necessários. A seguir apresentamos as recomendações de Controle Químico das principais doenças de crisântemos extraídas do Boletim nº 05 do Instituto Biológico; intitulado "Aspectos Fitossanitários do Crisântemo".

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A seguir apresentamos as recomendações para o controle de pragas, obtidas através do Boletim nº 05 do Instituto Biológico e do Compêndio a Defensivos Químicos.

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O uso de defensivos químicos deve ser realizado sob a orientação de um Engenheiro Agrônomo. Maiores informações podem ser obtidas no Boletim Técnico número 05 do Instituto Biológico ou no Compêndio de Defensivos Químicos.

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9) Colheita: Na hora de colher o produto, deve-se tomar muito cuidado para não colocar plantas que não estejam bem desenvolvidas juntamente com as de excelente qualidade, pois quando for apresentado o lote de plantas aos compradores ou as equipes técnicas de classificação de qualidade, os vasos danificados ou com pragas e doenças irão fazer com que todo o lote obtenha má classificação. A seguir estão apresentadas as especificações de qualidade utilizadas atualmente no mercado brasileiro. A) Classificação da Qualidade: Com a evolução do mercado de floricultura, todos os elos da cadeia, que vão desde os produtores, passando pelos centros de comercialização, atacadistas, varejistas e consumidores, vem gradualmente exigindo que os produtos apresentem uma classificação de qualidade padronizada. Essa é uma tendência originária da Holanda, que é o país que possui os maiores centros de comercialização do mundo, com sistemas de classificação e identificação da qualidade já implantados a diversos anos. Atualmente os produtos comercializados pelo Veiling-Holambra, que é um dos principais centros de comercialização do Brasil, são submetidos a um sistema de classificação e padronização dos produtos que é reconhecido em todo o país. O sistema se baseia na classificação dos produtos a partir de parâmetros estabelecidos entre os grupos de produtores, fundamentados nas necessidades do mercado. A classificação é realizada nas propriedades durante a colheita e, no momento da comercialização é revista pelos técnicos do Veiling-Holambra. Os produtos são separados em quatro grupos (A1, A2, B e C), a seguir são apresentados os critérios de classificação para plantas em vaso de barro. Qualidade A1: são lotes formados por plantas de ótima qualidade. As plantas devem apresentar-se isentas de pragas, doenças; com hastes firmes e com boa sustentação; bem formadas; com florescimento uniforme; todas com o mesmo estado de maturação e com coloração firme. As folhas podem apresentar leve presença de resíduos químicos. As hastes não devem apresentar "ramos ladrões" laterais. O tamanho das plantas deve variar de 23 a 35 centímetros, mantendo assim, uma proporcionalidade com o tamanho dos potes. Qualidade A2: são lotes formados por plantas de boa qualidade. Os produtos podem apresentar leves infestações de pragas e doenças, desde que não estejam comprometendo o aspecto e a durabilidade das plantas; as folhas podem apresentar poucos resíduos químicos; os lotes podem apresentar-se levemente desuniformes; e fora dos tamanhos exigidos para a classificação Ai, mas cujas plantas apresentem-se ainda proporcionais aos potes. Qualidade B: são produtos de qualidade regular; que não se enquadram nos padrões exigidos para as classificações Ai e Qualidade C: são produtos de qualidade ruim apresentando-se fora de todos os padrões exigidos para as classificações acima e que não poderão ser comercializados no sistema Veiling-Holambra. Neste caso, o produtor deverá levar o produto de volta a propriedade e descartá-lo.

A Figura X apresenta um crisântemo em vaso no padrão de qualidade recomendado. White Diamond

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B) Embalamento: As plantas são colocadas individualmente em embalagens plásticas especialmente elaboradas para essa finalidade. Estas embalagens devem conter as informações da qualidade do produto, previamente estabelecida pelo produtor, e o nome da empresa produtora, deve conter também o logotipo do centro de comercialização. De maneira geral essas embalagens apresentam perfurações pare evitar o acúmulo de umidade sobre as plantas. C) Padronização: Atualmente os crisântemos são produzidos em diferentes modelos de vasos a saber: Pote na 11, Pote nº 13, Pote na 14 e Vaso de barro (equivalente ao pote nº15). As plantas produzidas nos potes nº11 e 13 são acondicionadas em caixas de papelão contendo respectivamente 15 e 06 potes cada uma. O embalamento em caixas de papelão representa uma evolução, principalmente pelo fato de várias informações serem impressas nas caixas tais como: Centro de Comercialização. Nome do Produtor e Qualidade, além da facilidade de manuseio no momento do embalamento e transporte, como também pelo fato de se trabalhar com matéria prima reciclável. As plantas produzidas em vaso de barro, em sua maioria, são acondicionadas em caixas de madeira, devido principalmente ao peso de cada pote. O padrão utilizado é o de 6 potes por caixa de madeira. Alguns produtores estão investindo em potes de plástico nº 15 de coloração marrom para substituir os vasos de barro, é utilizando caixas de papelão impermeável para o seu acondicionamento. 10) Transporte e Comercialização: O transporte até os centros de comercialização é feito geralmente pelo produtor, ou em alguns casos, por empresas transportadoras. As caixas são acondicionadas em prateleiras de madeira dentro do caminhão ou em carrinhos metálicos (Sistema utilizado no Veiling-Holambra). A Figura Xl apresenta o sistema de acondicionamento das flores em carrinhos metálicos de minicrisântemos em pote nº13.

O consumo de flores em vasos em nosso país vêm aumentando nos últimos anos. Existe uma forte tendência dos consumidores adquirirem plantas floridas para a decoração de ambientes internos, tais como residências e escritórios, restaurantes e outros. Tradicionalmente os crisântemos em vaso de barro são adquiridos com a finalidade de presentear e também para ornamentação. Com o aumento da produção em potes menores (potes nº 11 e nº13), vem surgindo uma nova tendência da utilização de crisântemos para a decoração de ambientes internos, sendo os vasos acondicionados em mesas e escrivaninhas, beirais etc. Os dados de comercialização demonstram um crescimento bastante acentuado do mercado de crisântemos em vaso, passando de uma comercialização de 391.000 vasos em 1992 para 1.867.000 vasos em 1997

(Volumes comercializados pelo Veiling-Holambra). Um fator que vem aumentando bastante o consumo de flores em vaso e, em especial, de crisântemos, é o crescimento das vendas em redes de supermercados, a preços mais acessíveis, sendo que, atualmente esse segmento já escoa aproximadamente 8% da produção nacional de flores e plantas.

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A nível de produtor, as principais formas de escoamento são através da comercialização em grandes centros atacadistas, sendo que atualmente, existem diversos centros de comercialização de flores e plantas, tais como:

CEASA- Porto Alegre.

MERCAFLOR - Joinville

CEAGESP - São Paulo.

CEASA - Campinas.

CEASA - Ribeirão Preto.

VEILING - Holambra.

CEASA - Brasília.

CEASA - Belo Horizonte.

CADEG - Rio de Janeiro, entre outros. Diante da formação de pólos de produção regionais, existe uma tendência de surgimento de novos centros comerciais próximos aos grandes centros de consumo. Outras formas de escoamento utilizadas são a venda nas propriedades para atacadistas, além da entrega dos produtores diretamente aos varejistas, nos centros de consumo. 11) Bibliografia: ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS DO CRISÂNTEMO- Boletim Técnico do Instituto

Biológico Numero 5 Novembro de 1996. CHASE, M.D.R. Ball Red Book Greenhouse Growing- Geo J. Ball Publishing 15th

Edition 1992 - 802p. FIDES MUM MANUAL FOR ALL YAR ROUND CHRYSANTHEMUMS -Edited by

Fides Holland B.V- 1990. HARTMANN et al.- Plant Propagation - Principles and Practices- Prentice Hall 15th

Edition 1990 647p. LOPES, L.C.- O Cultivo do Crisântemo- Boletim de Extensão-Universidade

Federal de Viçosa Minas Gerais 1977. MEJIAS, R.J. & RUANO, M.C. El Cultivo Industrial de Plantas en Maceta

Ediciones de Horticultura S.L.- Noviembre 1990 664p. SPRAY CHRYSANTHEMUM - Fides Catalogue 1995 34p.