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ISSN 1415-3033 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 35 Produção de sementes de hortaliças para a agricultura familiar Circular Técnica Brasília, DF Março, 2005 Autor Warley M. Nascimento Eng. Agr., PhD Embrapa Hortaliças Caixa Postal 218 70359-970 Brasília, DF Fig. 1. Agricultura familiar no município de Antônio Carlos, SC. Introdução A expressão “agricultura familiar” vem ganhando legitimidade social e política no Brasil, e a sua importância e papel são reafirmados em uma perspectiva diferenciada de desenvolvimento. Mesmo constituindo-se em um universo extremamente heterogêneo, seja em termos de disponibilidade de recursos, acesso ao mercado, capacidade de geração de renda e acumulação, os agricultores familiares brasileiros são responsáveis por 37,9% do valor bruto da produção agropecuária, ocupam 107,8 milhões de hectares, e são responsáveis por 50,9% da renda total agropecuária (Figura 1). Esse conjunto de informações atesta a dimensão e magnitude dessa categoria social na geração de renda e emprego e na segurança alimentar da população, pois grande parte dos produtos que compõem a cesta básica é proveniente de estabelecimentos familiares.

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ISSN 1415-3033Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

35

Produção de sementesde hortaliças para aagricultura familiar

Circular

Técnica

Brasília, DFMarço, 2005

Autor

Warley M. Nascimento

Eng. Agr., PhDEmbrapa Hortaliças

Caixa Postal 21870359-970 Brasília, DF

Fig. 1. Agricultura familiar no município de Antônio Carlos, SC.

Introdução

A expressão “agricultura familiar” vemganhando legitimidade social e política noBrasil, e a sua importância e papel sãoreafirmados em uma perspectiva diferenciadade desenvolvimento. Mesmo constituindo-se emum universo extremamente heterogêneo, sejaem termos de disponibilidade de recursos,acesso ao mercado, capacidade de geraçãode renda e acumulação, os agricultoresfamiliares brasileiros são responsáveis por37,9% do valor bruto da produçãoagropecuária, ocupam 107,8 milhões dehectares, e são responsáveis por 50,9% darenda total agropecuária (Figura 1). Esseconjunto de informações atesta a dimensão emagnitude dessa categoria social na geraçãode renda e emprego e na segurança alimentarda população, pois grande parte dos produtosque compõem a cesta básica é proveniente deestabelecimentos familiares.

2 Produção de sementes de hortaliças para a agricultura familiar

Um elemento importante na diferenciação dosagricultores familiares e na sustentabilidadeeconômica de suas unidades produtivas é oacesso e o uso da tecnologia. Especificamente,na produção de hortaliças, o acesso asementes de alta qualidade é condição básicapara a manutenção dessa sustentabilidade.

O direito do agricultor de utilizar sementespróprias, presente na lei da Biodiversidade, foiassegurado pela nova Lei de Sementes (Lein° 10.711, de 5 de agosto de 2003). Esta lei,que dispõe sobre o Sistema Nacional deSementes e Mudas – SNSM), dispensa dainscrição no Registro Nacional de Sementes eMudas – RENASEM, os agricultores familiares,os assentados da reforma agrária e osindígenas que multipliquem sementes ou mudaspara distribuição, troca ou comercializaçãoentre si e ainda as organizaçõesrepresentativas desses atores que multipliquemsementes ou mudas para distribuição a seusassociados.

A produção de sementes de hortaliças é umatividade bastante especializada, normalmenterealizada por empresas com nível tecnológico einfra-estrutura elevados. Seu sucesso estádiretamente vinculado a três importantesfatores: a) disponibilidade de cultivares,geralmente provenientes de programas demelhoramento genético, sejam eles públicos ouprivados; b) condições climáticas específicaspara cada espécie); e c) tecnologia deprodução. Todos estes fatores irão influenciarna obtenção de sementes de alta qualidade,nos aspectos genético, fisiológico, físico ousanitário.

Embora a obtenção de sementes de váriashortaliças requeira o uso de alta tecnologia,muitas vezes não acessível aos agricultoresfamiliares, principalmente as tecnologias deobtenção de sementes híbridas, a produção desementes a partir de variedades locais(crioulas) e ou de material genético de domíniopúblico e de polinização aberta (não híbridas) éuma possibilidade concreta para essesagricultores.

Esta publicação tem por objetivo apresentaraspectos técnicos da produção de sementesdas diversas hortaliças, disponibilizando esseconhecimento para a incorporação ao processoprodutivo dos agricultores familiares envolvidosna produção de sementes de hortaliças. Asinformações contidas nesta publicação podemser apropriadas pelos agentes do sistemaformal de sementes, quanto pelos agentesinformais de produção de sementes,representados pelos agricultores, que fazem aseleção, produção e armazenamento dassementes.

Produção de sementes de hortaliçasde cultivares de polinização aberta

Aspectos climáticos

A produção de sementes de hortaliças deve serdesenvolvida sob temperatura amena e baixaumidade relativa do ar. Essas condições, aliadaa baixa precipitação, principalmente porocasião da maturação das sementes e colheita,são fundamentais para a obtenção desementes de alta qualidade fisiológica esanitária. A presença de chuvas e detemperaturas mais altas, no entanto, podebeneficiar as culturas nas fases iniciais,permitindo um rápido estabelecimento e umcrescimento vigoroso e uniforme das plantas.

As condições climáticas influenciam aindavários outros processos. A temperatura, porexemplo, influencia na germinação dassementes e no estabelecimento edesenvolvimento das plântulas no campo. Cadaespécie apresenta uma temperatura mínima,máxima, e ótima para a germinação (Tabela 1).Ainda dentro de cada espécie, as cultivarespodem apresentar diferenças marcantesquanto à germinação nas diferentestemperaturas. Em geral, temperaturas maisbaixas reduzem a velocidade de germinação eas temperaturas mais altas aumentam.

As diferentes espécies de hortaliças exigemtemperaturas específicas para passar da fase

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vegetativa para a fase reprodutiva, ou seja,para florescer e produzir sementes. Porexemplo, as brassicáceas (ex: repolho, couve-flor, brócolos), cebola (Figura 2), cenoura, etc.exigem baixas temperaturas para florescer,enquanto alface (Figura 3) exige altastemperaturas. Outras espécies como assolanáceas (ex: berinjela, pimentão, tomate) eas cucurbitáceas (ex: abóboras, melancia,melão, pepino), não são exigentes durante afase de florescimento, mas preferemtemperaturas mais altas durante todo o ciclo dacultura.

Em geral, a maioria das hortaliças não édependente de fotoperíodo (duração doperíodo luminoso no dia) para florescer.Entretanto, algumas cultivares de cenoura ealface, por exemplo, iniciam o florescimento emdias longos. Já a beterraba exige dias longos ebaixas temperaturas para florescer.

Localização

A escolha do local a ser destinado à produçãode sementes é de extrema importância. Os

Tabela 1. Temperaturas exigidas para a germinação de sementes de algumas hortaliças.

Temperatura (°°°°°C)

Espécie Mínima Máxima Ótima*

Abóbora 16 38 20-30**Alface 2 29 20Berinjela 16 35 20-30Beterraba 4 35 20-30Cebola 2 35 20Cenoura 4 35 20-30Couve-flor 4 38 20-30Ervilha 4 29 20Feijão-vagem 16 35 20-30Melancia 16 41 20-30Melão 16 38 20-30Milho-doce 10 41 20-30Pepino 16 41 20-30Pimentão/Pimenta 16 35 20-30Quiabo 16 41 20-30Repolho 4 38 20-30Tomate 10 35 20-30

Fig. 2. Campo de produção de sementes de cenoura.

Fig. 3. Campo de produção de sementes de alface.

* Temperatura prescrita nas Regras para Análise de Sementes – MARA (1992).

** Indica temperaturas alternadas (16 h à noite em temperatura mais baixa e 8 h de dia em temperatura mais alta)

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principais fatores que devem ser consideradossão os edafo-climáticos (solo e clima), oisolamento (distância de outros campos deprodução de sementes e/ou áreas de produçãode hortaliças), e o histórico de cultivo dasáreas, pois a rotação das culturas é umaprática bastante importante. Não éaconselhável o cultivo de uma espécie em umadeterminada área que foi cultivadaanteriormente com espécies afins ou da mesmafamília. Isto pode acarretar a ocorrência decruzamentos indesejáveis bem comoproblemas de pragas e doenças. Neste últimoaspecto, certos patógenos causadores deimportantes doenças podem permanecer nosolo e restos de cultura por vários anos.

Solo e adubação

Áreas com solos de textura média, bemdrenados e naturalmente férteis devem ser aspreferidas para a multiplicação das sementes.Plantas bem nutridas apresentam uma maiorprodução, além de sementes de melhorqualidade. É importante lembrar que as plantasdestinadas à produção de sementesapresentam um maior ciclo, necessitando,portanto de maiores doses de adubação. Aadubação deve ser calculada em função daespécie e da análise de solo. A correção dopH do solo por meio da calagem é de extremaimportância para a disponibilidade dosnutrientes, e consequentemente o bomdesenvolvimento das plantas. O pH ideal para amaioria das espécies de hortaliças é de 6,0 a6,5. A adição de matéria orgânica, sejacomposto ou esterco bem curtido, érecomendada por aprimorar as condiçõesfísicas e biológicas do solo, além de fornecerdeterminados nutrientes indispensáveis ao bomdesenvolvimento das plantas e à produção desementes de melhor qualidade.

Origem e qualidade da semente

Na instalação de um campo de produção desementes, atenção especial deve ser dada àqualidade da semente original. As sementes

devem ser obtidas junto às empresas desementes ou instituições de pesquisa,utilizando preferencialmente sementes básicasou certificadas. Quando utilizar material local,próprio ou de vizinhos deve-se selecionar ecoletar sementes de no mínimo 50-100 plantaspara as espécies alógamas que são aquelasque cruzam entre si e dependem de agentespolinizadores, como insetos, vento, etc. Istoporque o plantio de um número muito pequenode plantas pode gerar uma “seleção negativa”.Recomenda-se ainda a seleção de plantas efrutos mais uniformes e sadios para retirar assementes.

Sementes de baixa qualidade tendem a originarcampos desuniformes e problemáticos, combaixo padrão tecnológico e com baixos níveisde produtividade e de qualidade da produçãopretendida. A qualidade fisiológica dassementes é determinada pela germinação e ovigor, que é o conjunto de características quedeterminam o potencial fisiológico dassementes em diferentes condições, estandorelacionado com a velocidade de germinação,emergência em campo, etc. A qualidade físicaestá relacionada principalmente com a purezadas sementes; sementes impuras, contendocontaminantes físicos como pedaços desementes, pedras, partículas de solo, restos deplantas, etc, não devem ser utilizadas. Oscontaminantes biológicos são os insetos e osorganismos causadores de doenças.

Estabelecimento da cultura

A maioria das hortaliças pode ser estabelecidapor meio de mudas para posterior transplantio(Figura 4). Atualmente, recomenda-se aprodução de mudas em bandejas utilizandosubstratos comerciais, facilmente encontradosno comércio. Isto permite uma série devantagens, dentre elas uma maior germinaçãoe emergência das plântulas, além de umamelhor uniformidade, sanidade edesenvolvimento das mudas. Na falta dossubstratos comerciais, pode-se ainda realizar aprodução de mudas em copinhos utilizando

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misturas de solo e esterco bem curtido, naproporção de 2:1; ou em sementeirasdevidamente preparadas. O transplante ocorrequando as mudas apresentam de 4-6 folhasdefinitivas. A idade das mudas varia com aespécie e as condições de produção.

Algumas espécies, como a cenoura, nãotoleram o transplante e devem ser semeadasdiretamente no local definitivo. Deve-seobservar a profundidade de semeadura.Sementes muito pequenas devem sersemeadas próximas à superfície do solo, nãomais que 1-2 cm de profundidade.

O espaçamento e a população de plantasdependerá da espécie, da época de plantiobem como do nível de fertilidade do solo. Emgeral, recomenda-se um espaçamento maiorem campos de produção de sementes do que ocomumente utilizado na produção dashortaliças, para se conseguir maior facilidadena execução dos tratos culturais, uma alteraçãodo microclima em favor da cultura e,principalmente, uma melhor visualização dasplantas por ocasião das inspeções de campo.

Isolamento

O isolamento consiste na separação doscampos de produção de sementes da mesmaespécie ou de espécies afins, para evitar aocorrência de contaminação genética oumistura varietal. Esta separação pode se dar noespaço ou no tempo. Por exemplo, pode-seproduzir sementes de duas cultivares damesma espécie na mesma propriedade, desdeque a semeadura de uma cultivar seja de dois atrês meses após a outra.

Nas espécies autógamas, que são as espéciesque produzem sementes sem a necessidade decruzamento entre diferentes plantas (Tabela 2),a produção de sementes de várias cultivaresde uma mesma espécie pode ser feita a um sótempo, na época ideal de cultivo, em locaispróximos. Deve-se cuidar para que os campossejam separados a uma distância mínimarecomendada, para impedir a ocorrência demisturas mecânicas de sementes nasoperações de semeadura e colheita. Nasespécies alógamas, que são as espécies ondeocorre a polinização cruzada entre plantas,havendo a necessidade de agentespolinizadores, como insetos ou vento (Tabela2), cuidados devem ser observados com adistância mínima entre campos de produção,evitando-se assim cruzamentos indesejáveispor insetos polinizadores. Distâncias entre2.000 a 3.000 metros entre campos deprodução das diferentes cultivares sãosuficientes.

Tratos culturais

Dependendo da espécie, diferentes tratosculturais são necessários. Destacam-se a podadas ramas, os amarrios, as desbrotas e otutoramento para as solanáceas, o desbaste deplantas necessário à cenoura e ao quiabo e odesbaste dos frutos de algumas cucurbitáceas,amontoa, raleamento e cobertura morta do solo,utilizando filmes plásticos ou material vegetal(capim seco, palha de arroz, etc.). Em algumascucurbitáceas, recomenda-se realizar o

Fig. 4. Produção de mudas de hortaliças na região

de Brasília, DF.

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“penteamento” das plantas, que é a orientaçãodo crescimento das ramas em uma mesmadireção, facilitando assim os demais tratosculturais. Outros tratos culturais essenciais àmaioria das espécies são descritos a seguir.

Irrigação

Geralmente a época de produção de sementescoincide com o período mais seco do ano,necessitando assim de irrigação suplementar.Irrigações leves e freqüentes devem seraplicadas logo após a semeadura até acompleta emergência das plântulas. As etapasdo florescimento e frutificação são as maiscríticas quanto ao défice hídrico, não podendofaltar água nestas duas etapas. Irrigações poraspersão podem proporcionar um ambientemais úmido, criando um microclima favorável aoaparecimento de doenças. A alta umidade namaturação das sementes prejudica suaqualidade fisiológica e permite o aparecimentode patógenos nas mesmas. Por conseguinte,deve-se preferir a irrigação por infiltração ougotejamento nas épocas de floração ematuração das sementes (Figura 5). A irrigaçãopor gotejamento, embora de custo deinstalação mais elevado, é recomendável paralocais com baixa disponibilidade de água e/ousolos com problema de salinidade.

Fig. 5. Irrigação por gotejo na cultura do maxixe.

Roguing

Uma prática fundamental na produção desementes são as inspeções de campo ou“roguing”, que consiste na eliminação deplantas doentes, atípicas (fora do padrão dacultivar) da mesma espécie, bem como deoutras espécies silvestres e cultivadas,devendo ser efetuada principalmente nasépocas de pré-floração, floração, pré-colheita ecolheita. Nestas ocasiões deve-se observar a

Autógamas * Alógamas **

Alface AbóborasBerinjela * BrócolosErvilha CebolaFeijão-vagem CenouraGrão-de-bico CoentroJiló Couve-florLentilha MelanciaPimenta * MelãoPimentão * Milho-doceQuiabo * PepinoTomate * Repolho

Tabela 2. Espécies de hortaliças autógamas e alógamas.

* Algumas espécies autógamas podem apresentar uma taxa de polinização cruzada. Neste caso, recomenda-se um isolamento entrecampos de produção de sementes entre diferentes cultivares;

** Com exceção do milho-doce, onde a polinização é efetuada pelo vento, todas as demais espécies necessitam de insetos polinizadores,como as abelhas.

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arquitetura da planta, tipo de folhas, coloraçãodas flores e frutos, época de florescimento,ciclo, dentre outras características. Nestesentido, a Portaria do MAPA nº 11, de 07/01/1985, estabelece os procedimentos e padrõesnacionais para a produção de sementesolerícolas. Tamanho das áreas, número eépocas das inspeções de campo, isolamento, eoutras importantes informações estãoestabelecidas nesta Portaria.

Controle de plantas daninhas

O campo de produção de sementes deve sermantido no limpo, livre da concorrência dasplantas daninhas, pois a competição por água,luz e nutrientes afeta significativamente aprodutividade e a qualidade fisiológica dassementes. Plantas daninhas são aindahospedeiras de vários patógenos causadoresde doenças, e suas sementes podem aindaafetar a qualidade física do lote de sementes aser colhido. Algumas plantas daninhasproduzem sementes do mesmo tamanho, pesoe forma da semente de hortaliça, e semisturadas vão trazer problemas durante obeneficiamento. O controle das plantasdaninhas pode ser manual (capinas), animal oumecânico (cultivadores) ou químico(herbicidas). As capinas permitem ainda orompimento da crosta em alguns tipos de solos,contribuindo assim para uma melhor aeração einfiltração de água. Existem poucos herbicidasregistrados para as diversas hortaliças quepodem ser utilizados no controle das plantasdaninhas. Esta prática deve receber orientaçãode um profissional qualificado.

Controle de pragas e doenças

O controle de pragas e doenças deve ser feitode preferência por meio do método integrado,buscando-se todos os meios para se manter aspopulações dos insetos e o nível de inóculo dosfungos, bactérias e vírus abaixo do seu limiarde dano econômico. Importantes doenças queocorrem em hortaliças podem ser transmitidaspor sementes. Os insetos podem causar danose transmitir certas viroses, como aquelastransmitidas por pulgões e tripes. Práticasculturais adequadas podem ajudar a reduzir ouso de agroquímicos. As doses e os períodos

de carência devem ser rigorosamenteobservados.

Polinização

Para várias espécies, principalmente aquelasalógamas, a polinização por insetos é deextrema importância, havendo necessidade, emalgumas situações, de instalação de colmeiasde abelhas (1 a 4 colmeias/ha) nas áreas deprodução por ocasião de florescimento. Baixataxa de polinização afeta a qualidade dos frutosbem como a produtividade das sementes(Figura 6). Nestas culturas, deve-se utilizar,preferencialmente, agroquímicos inócuos oumenos agressivos às abelhas, bem comoescolher horários de baixa atividade dosinsetos, como o fim do dia, para aspulverizações.

Fig. 6. Deficiência de polinização em pepino.

Maturação e colheita das sementes

A maturação das sementes representa oconjunto de transformações que ocorrem noembrião, desde a sua fertilização até atingir oponto de máximo conteúdo de matéria seca.Este ponto, em que se verificam níveis maiselevados de germinação e vigor, é denominadode “ponto de maturidade fisiológica”. Uma vezatingido esse ponto, inicia-se nas sementes umprocesso de deterioração natural, que pode sermaior ou menor, de acordo com as condiçõesambientais a que as sementes são submetidas.

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O período de maturação das sementes évariável em função da espécie e das condiçõesclimáticas da região de produção, o que exigeque os conhecimentos específicos sejamadaptados para as situações locais. Algumasespécies apresentam sinais característicos dematuração das sementes, como mudança dacor dos frutos (Figura 7), cicatrizes, pilosidade ecoloração das sementes, entre outros.

Fig. 7. Maturação de frutos de berinjela.

A colheita deve ser efetuada mais próximapossível do ponto de maturidade fisiológica,assim que o grau de umidade das sementes eas condições climáticas locais permitirem. Asespécies que apresentam crescimentoindeterminado e/ou maturação desuniformenecessitam ser colhidas parceladamente,retirando apenas os frutos (tomate, porexemplo) ou umbelas (cenoura, por exemplo)maduros. No processo mecânico, atençãoespecial deve ser dada ao teor de água dassementes bem como à correta regulagem e à

perfeita limpeza das máquinas e equipamentospara se evitar a ocorrência de injúrias emisturas mecânicas, respectivamente. Osfrutos e/ou as sementes devem ser colhidos emdias secos, ensolarados, diminuindo assim anecessidade de secagem.

Extração de sementes de frutos carnososAlgumas hortaliças como aquelas pertencentesa famílias das cucurbitáceas (pepino, abóbora,abobrinha, melancia, melão) e das solanáceas(tomate, pimentão, berinjela) tem frutoscarnosos e é necessário extrair as sementesantes do beneficiamento. Na maioria destasespécies recomenda-se um período de repousopós-colheita dos frutos (7-20 dias) antes daextração para que as sementes completem suamaturação ainda dentro dos frutos. Os frutosdevem ser armazenados em locais frescos,sombreados e protegidos.

O processo pode ser manual no caso depequenas quantidades de frutos, sendo osmesmos cortados com auxílio de uma faca eas sementes extraídas. O processo manual éde baixo rendimento e de alto custo. Por outrolado, a extração manual permite uma melhorqualidade das sementes, pela ausência dedanos mecânicos, além de um maioraproveitamento da polpa dos frutos. Emdeterminadas espécies, como é o caso daberinjela, recomenda-se bater ou amassar osfrutos com bastão de madeira roliça para soltarinternamente as sementes.Para maiores quantidades de frutos e/ou emuma escala comercial, recomenda-se autilização de equipamentos para este fim.

Existem alguns desses equipamentos nocomércio e a Embrapa Hortaliças temdesenvolvido e/ou adaptado algunsequipamentos para extração de sementes, osquais podem ser empregados também porprodutores de sementes de hortaliças empequena escala (Figura 8). Equipamentoscaseiros também podem ser utilizados, como éo caso de moedores de carne utilizados naextração de sementes de pimentas ardidas.

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Fig. 8. Equipamento manual para extração de

sementes de pimentão.

A etapa seguinte à extração de sementes, é aremoção da sarcotesta, que é a capagelatinosa (mucilagem), rica em pectina, queenvolve as sementes. Quando não removida, amucilagem causa aderência entre as sementes,formando aglomerados que dificultam o seumanuseio e processamento. Esta mucilagemremanescente pode ainda servir de substratopara o crescimento de microrganismos,trazendo com isto prejuízos à qualidade dassementes, devendo ser eliminada. A remoçãopode ser feita por meio da fermentação naturalou por processos químicos. Melão, melancia,pepino e tomate são algumas das espécies queapresentam mucilagem envolvendo assementes e, assim, necessitam passar por esteprocesso. Para isto, coloca-se as sementesjuntamente com o suco em baldes plásticospor um dia (épocas mais quentes) a dois dias(épocas mais frias), mexendo a mistura duas atrês vezes ao dia. Neste processo não há a

adição de água. Em períodos mais prolongadosde fermentação, as sementes podem germinare/ou perder o vigor. Terminada esta fase, assementes são lavadas em água corrente ecolocadas para secar. Sementes de berinjela,pimentão e abóboras podem ser extraídas como auxílio de água, mas não necessitam defermentação.

Extração de sementes de frutos secos

Várias hortaliças possuem frutos secos como éo caso da alface, brassicáceas (brócolos,couve-flor, repolho), cebola, cenoura, coentro,leguminosas (ervilha, feijão-vagem), quiabo,milho-doce, dentre outras, que necessitam sertrilhados para retirar as sementes. A trilhagemou debulha pode ser manual, colocando-seplantas ou partes das plantas sob lonas egolpeando-as com varas (Figura 9). Máquinaspróprias também podem ser utilizadas natrilhagem.

Fig. 9. Trilhagem manual de feijão-vagem.

Várias dessas espécies podem ser colhidasmecanicamente, trilhando-se as vagens(leguminosas), espigas (milho-doce), síliquas(brassicáceas), e umbelas (cebola, cenoura ecoentro) nas próprias máquinas. O cuidadoespecial nesta etapa é com relação aocorrência de danos ou perda das sementes. Érecomendável utilizar lonas plásticas e/ouefetuar uma boa regulagem das máquinas.

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Limpeza e beneficiamento dassementes

Após a colheita e extração, as sementesapresentam diversas impurezas que necessitamser removidas para um adequado manuseio earmazenamento. Esta etapa é chamada debeneficiamento e consiste em um conjunto deoperações de preparo das sementes, queenvolve principalmente a pré-limpeza, limpeza eclassificação das sementes. As separaçõesque se efetuam geralmente são baseadas emdiferenças físicas (tamanho, peso, forma, cor)entre a boa semente e as impurezas que aacompanham. Esta etapa requer determinadosequipamentos disponíveis no mercado, muitoembora, na maioria das vezes, não sejamadequados para pequenas quantidades desementes e/ou sementes pequenas, como amaioria das hortaliças.

Embora algumas máquinas consigam eliminareficientemente uma grande parte do materialindesejável em uma única operação, muitasvezes é necessária a disposição de váriasmáquinas em sequência apropriada, para que aremoção seja satisfatória. Os principaisequipamentos são a máquina de pré-limpeza, amáquina de ar e peneira, a mesa de gravidade(ou densimétrica), o espiral, e o sopradorpneumático.

Outros equipamentos como a correia inclinada(separa sementes arredondadas, como ervilhae quiabo) e o desaristador (retira aristas desementes de cenoura) também são utilizadosem algumas ocasiões.

Na falta desses equipamentos, pode-se realizara limpeza das sementes manualmente, com oauxílio de ventiladores (ou o vento) e peneiras(Figura 10). A utilização de água para eliminarimpurezas ou sementes mal formadas(chochas) também pode ser feita, embora comum maior risco das sementes absorverem águadurante a limpeza. Neste processo, coloca-seas sementes em baldes com água por dois atrês minutos, separando assim os materiais

mais leves (os quais bóiam) das sementes(descem para o fundo). Não se deve deixar assementes por um maior período de tempoporque as mesmas podem iniciar o processo deembebição. Quando se utiliza este método, assementes devem ser secas imediatamente.

Fig. 10. Limpeza manual de sementes de hortaliças.

Secagem das sementes

As sementes quando vem do campo e/ou sãoextraídas no galpão ou terreiro, geralmenteapresentam um teor de água incompatível como manuseio e armazenamento, necessitandoportanto, de secagem. Em regiões mais secas,com baixa umidade relativa do ar e ausência dechuvas próxima a colheita, a necessidade desecagem é mínima, uma vez que as sementessão colhidas bastante secas. Um dos métodosutilizados na secagem de sementes é o natural,em que as sementes recém-colhidas sãodispersas em estrados ou lonas de cor clara eexpostas à ação dos raios solares por nomínimo dois dias (Figura 11). A secagem diretaao sol não causa danos às sementes,recomendando-se portanto, o revolvimento dassementes várias vezes ao dia e guardar ouproteger com lonas durante a noite. Já asecagem à sombra pode ser altamenteprejudicial às sementes, pois estas demorammais tempo para secar e podem deteriorar.

O método de secagem natural apresentaalgumas vantagens como maior agilidade,

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baixo custo e possibilidade de manuseio demaiores volumes de sementes. Asdesvantagens são a falta de controle sobre atemperatura efetiva de secagem e apossibilidade de reidratação das sementes porchuvas ou orvalho. Um aspecto prático para se“determinar” a umidade das sementes consisteem dobrar as mesmas (cucurbitáceas, porexemplo), e se quebrarem facilmente é por queestão “secas”. Em sementes mais duras, finquea unha na superfície, e não permanecendo amarca é também sinal de que as mesmas jáestão “secas”.

O método artificial é um forte aliado dosprodutores de sementes ao permitir que lotessejam secos sob condições padronizadas euniformes, garantindo uma eficiente remoçãode água das sementes sem lhes afetar aqualidade fisiológica. A secagem de sementesde espécies de fruto seco (quiabo, feijão-vagem, coentro, cenoura, cebola, etc.) podeser feita por um ou outro método, logo após atrilha e a pré-limpeza das mesmas, cuidando-separa que a temperatura de secagem nãoexceda 42°C.

Por outro lado, a secagem de sementes deespécies de frutos carnosos (tomate, pimentão,berinjela, pepino, melão, etc.) deve ser feitalogo após a extração, fermentação e lavagem,e neste ponto, alguns cuidados especiaisdevem ser tomados. Ao sair da lavagem, écomum estas sementes apresentarem elevadosgraus de umidade (acima de 45%),incompatíveis com a aplicação de altastemperaturas de secagem. Assim, érecomendável que as mesmas sejamsubmetidas a temperaturas mais amenas, porvolta de 32°C, para que a remoção de umidadeseja mais lenta, provocando menos danos àssementes.

Na medida que se perceber a perda daumidade superficial das sementes, pode-seaumentar gradualmente a temperatura desecagem até atingir o limite máximo de 42°C.Para um armazenamento seguro, a maior partedas hortaliças exige que suas sementes sejam

secas lentamente até um grau de umidadepróximo a 5-7%. Sementes de leguminosas oude quiabo devem ser armazenadas com teoresde água mais elevados, acima de 9%.

Fig. 11. Secagem natural de sementes de tomate.

Tratamento das sementes

A aplicação de produtos químicos ou orgânicosàs sementes visa tratar as sementes contradeterminados patógenos associados a estasbem como protege-las durante oarmazenamento ou por ocasião do plantio.Existem no mercado produtos específicos paraeste tipo de tratamento. Deve-se tomar omáximo de cuidado para que os produtosquímicos tóxicos não causem danos aosoperários e também às sementes, uma vez quedoses maiores do que o recomendado podemcausar problemas. Pode-se ainda utilizartratamentos físicos (calor, por exemplo) oubiológicos. Sementes de espécies como feijão-

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vagem, ervilha ou milho-doce podem sertratadas com inseticidas visando o controle decarunchos, insetos comumente encontrados

por ocasião do armazenamento.

Atualmente, diferentes tipos de tratamentos desementes tem sido disponibilizados para umaagricultura mais tecnificada, visando um melhorestabelecimento de plântulas no campo

(semeadura direta) ou em casa de vegetação(transplantio). Estes tratamentos permitem umamaior segurança no manuseio das sementes,um melhor controle de microrganismos, umamaior e mais rápida germinação, umaemergência mais uniforme, e/ou uma melhor

distribuição das sementes. Exemplos destestratamentos são a peliculização, a incrustação,a peletização e o condicionamento osmótico.

Acondicionamento

As embalagens utilizadas para oacondicionamento das sementes ecomercialização devem adequar-se àsdiferentes espécies e a diferentes quantidades.Neste aspecto, pode-se encontrar no mercado

envelopes aluminizados (os quais são os maisindicados), latas de diferentes tamanhos, sacosde papel multifoliados e baldes plásticos.Geralmente estas embalagens são à prova deumidade, característica importante por nãopermitir que as sementes absorvam umidade

durante o armazenamento.

Na falta destes, garrafas plásticas (PET), vidrosou latas podem ser utilizados, desde quepreviamente limpos e secos (Figura 12). Assementes ao serem acondicionadas devem

estar bem secas, para se manterem viáveisdurante um maior período de armazenamento.As embalagens devem trazer informaçõessobre a espécie, cultivar, data, além de outrasinformações úteis como germinação, pureza,umidade, tratamento, etc.

Fig. 12. Acondicionamento de sementes de

hortaliças.

Armazenamento

Boas condições de armazenamento tendem adeixar as sementes sempre próximas dos seusníveis originais de germinação, vigor econtaminação por pragas e doenças. Atemperatura e a umidade relativa do ar sãofatores ambientais que atuam diretamentesobre as sementes, afetando o seumetabolismo. Altas temperaturas e umidaderelativas do ar, dentro de limites toleráveis,contribuem para acelerar a atividaderespiratória das sementes, resultando noconsumo desnecessário de energia. Isto reduza disponibilidade de reservas e faz as sementesperderem vigor, longevidade e até aviabilidade.

Em geral, as condições de armazenamento desementes da maioria das espécies podem serconsideradas adequadas, quando o resultadoda soma algébrica da temperatura (grauscentígrados) com a umidade relativa do ar(porcentagem) for menor que o limite de 55. Porexemplo, 10°C e 45% de umidade. Nestascondições, a longevidade das sementes podemvariar de três a dez anos ou mais, dependendoda espécie. Refrigeradores (parte inferior)podem ser utilizados para o armazenamentodas sementes, e para isso, recomenda-secolocar as embalagens dentro de sacos

13Produção de sementes de hortaliças para a agricultura familiar

plásticos. Na falta desses, as sementes devemser armazenadas em local fresco, seco e compouca luminosidade.

Avaliação da qualidade das sementesAs sementes podem ser enviadas paralaboratórios credenciados para determinar aqualidade das sementes. Determinação daumidade e a avaliação da germinação e apureza das sementes podem ser feitas porestes laboratórios. As duas últimascaracterísticas são exigidas pela fiscalizaçãode sementes. Neste sentido, a PortariaMinisterial n° 457, de 18/12/1986, estabeleceem todo o território nacional os procedimentose padrões de sementes olerícolas paradistribuição, transporte, comércio e importação.

O vigor das sementes, importante característicada qualidade fisiológica, pode ser realizado pordiferentes testes disponíveis (embora ainda nãopadronizados). Existem também laboratóriosque realizam teste de sanidade das sementes,ou seja, analisam a incidência demicrorganismos (fungos, bactérias, vírus enematóides) nas sementes. As Regras paraAnálise de Sementes, publicada pelo Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento –MAPA, fornece todas as informações sobre osdiferentes testes e determinações da qualidadedas sementes, servindo de guia aoslaboratórios e agricultores.

Na propriedade, para se ter uma idéia dagerminação das sementes, por exemplo, oseguinte teste pode ser realizado: semeie assementes entre duas folhas de papel toalhaumedecidas ou em caixas de areia lavada,colocando-se água, sem encharcar; após umperíodo de 7 a 14 dias (dependendo daespécie e da temperatura ambiente - dias friosacarretarão em uma demora na germinaçãopara a maioria das espécies), faça a contagemdas plântulas emergidas. Por exemplo, seforam colocadas 100 sementes para germinar e

depois de determinado período contou-se 80sementes germinadas, a germinação foi de80%.Algumas espécies apresentam dormência(característica da semente em não germinar,mesmo quando colocada em condições ótimasde germinação, como água, temperatura,oxigênio e luz) logo após a colheita. Nestecaso, um período maior de armazenamento érecomendado e/ou certos tratamentos, comofrio, reguladores de crescimento, etc. podem“quebrar” a dormência. Sementes deleguminosas (ervilha, por exemplo) ou quiaboquando colocadas para germinar apresentamsementes duras e não absorvem água,necessitando assim de escarificação (Figura 13).

Fig. 13. Germinação de sementes de quiabo em

papel toalha.

Rendimento de sementes

O rendimento de sementes para cada espécievaria com a cultivar, com as condições edafo-climáticas (solo e clima), com o manejo dacultura, dentre outros. A produção média desementes obtida para diferentes hortaliçaspode ser observada na Tabela 3. Nesta tabelaencontra-se ainda o número médio desementes por grama.

14 Produção de sementes de hortaliças para a agricultura familiar

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Tabela 3. Rendimento médio de sementes e número de sementes por grama das hortaliças.

Espécie Nome científico Rendimento(kg/ha) No sementes/g

Abóbora Cucurbita sp. 50 - 400 5Agrião Nasturtium officinale - 4000-5170Acelga Beta vulgaris var. cycla 1000 55-60Alface Lactuca sativa 300 - 1200 800-890Almeirão Cichorium intybus 1000 700-940Berinjela Solanum melongena 150 230-250Beterraba Beta vulgaris 1000 55-60Brócolos Brassica oleracea var. italica 600 - 700 315-500Cebola Allium cepa 150 - 500 340Cenoura Daucus carota 500 - 1200 700-825Chicória Cichorium endivia 500 600-940Coentro Coriandrum sativum 1000 - 1500 70-90Couve-flor Brassica oleracea var. botrytis 300 - 600 350-500Feijão-vagem Phaseolus vulgaris 800 - 2000 4Grão de bico Cicer arietinum 1000 2-3Ervilha Pisum sativum 2500 3-4Espinafre Spinacea oleracea 800 90-100Jiló Solanum gilo - 539-890Lentilha Lens culinaris 1500 14-23Maxixe Cucumis anguria - 154Melancia Citrullus lanatus 100 - 400 5-11Melão Cucumis melo 300 - 500 35-45Milho-doce Zea mays 1500 - 2500 3Pepino Cucumis sativus 150 - 300 35-40Pimentão Capsicum annuum 150 - 250 150-165Quiabo Hibiscus esculentus 1500 19Rabanete Raphanus sativus 1500 - 2000 350-500Repolho Brassica oleracea var. capitata 400 - 600 75-120Rúcula Eruca sativa - 550Tomate Lycopersicon esculentum 100 - 250 300-405

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