CUSTOS DE PRODUÇÃO. Curva/Fronteira de Possibilidades de Produção.
Produção de Tempeh
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – SETOR DE TECNOLOGIA
ANA LUIZA ANDRADE;
ANDRESSA M. JACKIW;
BEATRIZ R. SILVA;
ESTEPHANIE L. ESCOBAR;
KARINA MACAGNAM;
SAYMON SILVERIO
PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE TEMPEH
Curitiba - PR
2014
ANA LUIZA ANDRADE;
ANDRESSA M. JACKIW;
BEATRIZ R. SILVA;
ESTEPHANIE L. ESCOBAR;
KARINA MACAGNAM;
SAYMON SILVERIO
PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE TEMPEH
Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Integração I, como requisito parcial de avaliação, tendo como orientador a professora Regina Jorge.
Curitiba - PR
2014
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – TEMPEH ....................................................................................................2
Figura 2 – Diagrama de Blocos ..................................................................................5
Figura 3 – Fluxograma do Processo ..........................................................................9
Figura 4 - Gráfico de temperaturas aproximadas.....................................................22
i
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Correntes do fluxograma de produção ......................................................6
Tabela 2 – Composição das correntes do fluxograma de produção ...........................7
Tabela 3 – Tipos de Inox Empregados/Equipamentos .............................................10
Tabela 4 – Balanço de massa no secador ................................................................16
Tabela 5 – Balanço de massa no descascador .........................................................16
Tabela 6 – Balanço de massa no tanque de lavagem ..............................................16
Tabela 7 – Balanço de massa no tanque de hidratação e cozimento .......................16
Tabela 8 – Balanço e massa no trocador de calor ....................................................17
Sumário
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................1
1.1. Objetivo................................................................................................................................1
1.2. O Tempeh............................................................................................................................1
1.3. História.................................................................................................................................2
1.4. Mercado...............................................................................................................................4
1.5. Modos de preparação.......................................................................................................4
2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO..................................................................................................5
2.1. Fluxograma.........................................................................................................................5
2.1.1. Descrição dos equipamentos.................................................................................7
2.2. Diagrama de Blocos..........................................................................................................9
2.3. Descrição do processo....................................................................................................9
2.3.1. Hidratação.................................................................................................................10
2.3.2. Cozimento..................................................................................................................10
2.3.3. Fermentação.............................................................................................................11
2.3.4. Preparos.....................................................................................................................13
2.4. Seleção de materiais.......................................................................................................14
2.4.1. Tipos de inox aplicados nos equipamentos.....................................................14
3. BALANÇO DE MASSA............................................................................................................16
4 REFERÊNCIAS..............................................................................................................................18
iii
1
1. INTRODUÇÃO
Originário da Indonésia, é um alimento feito a partir dos grãos de soja
descascados, triturados, cozidos e sobre os quais é aspergido um fungo
Risopus oligosporus, para que ocorra a fermentação. Com o crescimento do
fungo, forma-se sobre a massa de soja uma fina camada esbranquiçada,
semelhante à do queijo brie e camembert (nesse caso o fungo utilizado é o
Penicillium). Depois de pronto, o tempeh, com um sabor que lembra o do
bacon, é cortado em pequenos tabletes, que podem ser consumidos ao
natural ou fritos. Graças à ação do fungo, o tempeh ganha significativa dose
de vitamina B12, o que é difícil de encontrar em alimentos de origem vegetal.
Atualmente, além de produzir um alimento com controle de qualidade,
deve-se levar em conta se é vantajoso ou não produzi-lo, já que somos parte
secundária de uma empresa processadora de soja para fins mais
comercializados. Havendo vantagem, a escolha da rota deve ser adotada
com postura ética e responsável. O exemplo disso na produção de tempeh é
saber escolher entre o uso do descascador ou da flotação para descascar os
grãos. Em nosso trabalho escolhemos o uso do descascador devido à
economia de água.
1.1. Objetivo
Neste trabalho, analisaremos as rotas de produção do tempeh, seus
mecanismos de reação, suas vantagens e desvantagens. Além disso, os
dados do tempeh no mercado serão também considerados.
1.2. O Tempeh
O tempeh (FIGURA 1) é um alimento fermentado, produzido por meio
da fermentação controlada de grãos de soja cozidos com uma cultura de
Rhizopus (iniciador de tempeh). A fermentação do tempeh pelo fungo
Rhizopus une os grãos de soja, formando um bolo branco compacto.
2
Ele é muito apreciado e é uma fonte básica de proteína na Indonésia
há centenas de anos. Atualmente, está se tornando cada vez mais popular
em todo o mundo, na medida em que as pessoas buscam maneiras de
aumentar sua ingestão de soja devido ao seu alto teor proteico e aos
benefícios que proporciona à saúde. Assim descobrem a versatilidade e o
delicioso sabor do tempeh. O tempeh tem uma textura firme e um sabor de
cogumelo e nozes. É muito versátil e pode ser utilizado de diversas maneiras
e em diversas receitas. Normalmente o tempeh é fatiado ou cortado em
cubinhos e frito até a superfície ficar crocante e dourada. Também é possível
esfarelá-lo ou gratiná-lo.
O tempeh é nutritivo e contém muitos fito químicos promotores da
saúde, tais como as isoflavonas e as saponinas da soja. A fermentação do
tempeh produz agentes antibióticos naturais, mas deixa as isoflavonas e a
maioria das saponinas da soja – que são desejadas – intactas. O tempeh é
um alimento proteico completo que contém todos os aminoácidos essenciais.
As isoflavonas fortalecem os ossos, ajudam a amenizar os sintomas da
menopausa, reduzem o risco de doenças cardíacas coronarianas e alguns
cânceres. O tempeh mantém todas as fibras dos grãos e adquire alguns
benefícios digestivos das enzimas criadas durante o processo de
fermentação.
Figura 1 – Amostra de Tempeh Fatiada
1.3. História
3
Indonésia – O processamento do tempeh talvez seja a mais antiga
tecnologia de alimentos na história do povo javanês. Serat Centhini, um livro
publicado no século XVI, indica que o tempeh já era produzido e consumido
quando da sua publicação. O tempeh talvez tenha sido introduzido pelos
chineses, que fazem um produto similar, o koji de soja, que são grãos de soja
descascados fermentados com fungo Aspergillus. O uso de Rhizopus como
iniciador de tempeh na Indonésia talvez se deva ao fato dele adaptar-se
melhor ao clima da Indonésia. A mais antiga referência ao tempeh por parte
de um europeu aparece em um dicionário javanês-holandês, de 1875. O
aumento da popularidade do tempeh em Java e sua disseminação para
outras partes da Indonésia e outros países do mundo começaram no século
XX. Na década de 1970, a casca de banana foi substituída como recipiente
para a produção de tempeh pelo uso de sacos plásticos.
Europa – Na Europa, o tempeh é conhecido pelos holandeses que
anteriormente colonizaram a Indonésia. Em 1895, o microbiologista e químico
Prinsen Geerlings realizou a primeira tentativa de identificar o fungo do
tempeh. As primeiras empresas de tempeh na Europa foram fundadas na
Holanda, por imigrantes da Indonésia.
EUA – Nos EUA, o tempeh é conhecido somente desde 1946, com a
publicação de "Possible Sources of Proteins for Child Feeding in
Underdeveloped Countries" (Possíveis Fontes de Proteína para a
Alimentação Infantil em Países Subdesenvolvidos), no American Journal of
Clinical Nutrition. Na década de 1960 houve novo interesse no tempeh, com
pesquisas sobre tempeh sendo realizadas na Universidade de Cornell (Nova
York) e pelo Northern Regional Research Center (Illinois), do USDA. Em
1961, Mary Otten foi a primeira a começar a produzir tempeh.
Grande parte do mérito pela apresentação do tempeh ao público norte-
americano é atribuída a The Farm, uma grande comunidade agrícola e
espiritual de Summertown, Tennessee. A primeira loja comercial de tempeh
foi estabelecida em 1975 em Undadilla, Nebraska. Um artigo em revista, no
ano de 1977, tornou a loja e o produto conhecidos nacionalmente.
Nos anos 1980, quando a indústria de tempeh se expandiu, a mídia
demonstrou renovado interesse e muitos artigos surgiram em publicações
4
científicas. Em 1983, cerca de 1 milhão de tempehs comerciais foram
produzidos.
Tendências atuais – Na Europa, nos EUA e outros países
industrializados, o interesse pelo tempeh está aumentando, em decorrência
do interesse crescente em saúde, nutrição e vegetarianismo.
1.4. Mercado
Introduzido no Brasil pela empresa Tempeh Totale no ano de 1996,
desde então o consumo de temepeh vem crescendo graças à adoção de
muitas pessoas à alimentação saudável, principalmente entre os vegetarianos
e veganos.
O Tempeh pode ser encontrado em lojas de produtos naturais. No
Brasil a produção é, em sua maioria, caseira, não existindo grandes fábricas
de tempeh devido ao seu baixo consumo.
Um grande nome da história do tempeh no Brasil é a Ana Cristina
Neves, conhecida por montar uma das primeiras cozinhas industriais para a
produção de tempeh. Além disso, ela também montou um laboratório para a
reprodução do fungo ativador de tempeh. Atualmente a empresa comercializa
300 quilos de tempeh por mês e o vende para 20 clientes em Brasília, estado
de maior consumo de tempeh no Brasil. O quilo do tempeh custa em torno de
R$32,00, porém, esse valor diminui com o aumento do consumo pelos
clientes.
1.5. Formas de Consumo
O Tempeh pode ser usado como substituto da carne nas suas receitas,
cozido, grelhado ou refogado com cebolas, cogumelos, verduras etc. Adquire
um sabor mais suave quando adicionado em ensopados, feijão e sopas.
Normalmente é cortado em fatias ou cubos. Pode se temperado com suco de limão
ou vinagre balsâmico e shoyo (molho de soja), com alho, gengibre, cúrcuma ou
outros ingredientes. Fritar, refogar ou cozinhar no vapor. O tempeh é pré-cozido,
você só necessita descongelar o tablete, temperar e fritar por 2 a 5 minutos ou
cozinhar por 10 a 15 minutos.
5
1.5.1.1. Preparo do inóculo
No objeto de estudo prático, utiliza-se como agente fermentador o
fungo Rhizopus oligosporus, devido a sua facilidade de reação e à fácil
inibição à qual a levedura está sujeita em meio ácido. Ressalte-se a
importância desse fato adiante.
Para preparação do agente fermentador, inoculam-se de 3 a 5 grãos
de sílica contendo esporos do fungo em 100 ml de MEA Agar emborcados em
um recipiente com capacidade de 200 ml levemente fechado. Sem privação
de oxigênio. O sistema deve ser encubado a 30°C. Após 4 ou 5 dias, os
esporos estão prontos para uma tripla lavagem em solução de NaCl (9 g/l)
que retira nutrientes residuais dos grãos. Esse procedimento desaloja os
esporos do continente de sílica.
Após o encube, o agente fermentador está pronto para a aplicação
desejada e deve ser mantido a 2°C para sua adequada conservação (Feng et
al., 2005).
Ressalte-se a possibilidade de a levedura - já pronta e em estágio final - ser
adicionada a mais esporos para formação de uma nova quantia de agente
fermentador e, consequentemente, economia de tempo e reagentes.
2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO
Segundo o método tradicional de fabricação de Tempeh descrito por Wei
(1991), os grãos de soja são descascados manualmente, hidratados, cozidos
6
em água, secos, resfriados a temperatura ambiente e inoculados com o fungo
Rhizopus oligosporus.
Figura 2 – Diagrama de Bocos
Industrializando o processo, como mostrado no diagrama de blocos(Figura N),
temos que, após a secagem e armazenamento do grão, a soja segue para ser
descascada, pois o Rhizopus oligosporus não fermenta sua casca. O grão, então,
passa por uma breve lavagem com água corrente e posterior moagem para, assim,
ser hidratado e cozido. Como esses dois processos ocorrem no mesmo
equipamento, a fim de minimizar-se custo de produção, após hidratado, um corrente
de água é novamente aberta e adicionada ao tanque.
Para ser corretamente inoculada, a soja cozida precisa ser resfriada. Para
isso, passa por um resfriador do tipo túnel de vento.. Para que qualquer excesso de
água seja eliminado, o “bolo” segue em esteira perfurada para a breve agitação
posterior, na qual sofre a adição do fugo utilizando 2g de inóculo por 100g de
cotilédones de soja cozidos. A soja, então, é corretamente cortada em pedaços de
200g, com 2 polegadas de altura e acondicionada em sacos de polipropileno
perfurados para que a fermentação aeróbia aconteça na incubadora com estantes
também perfuradas, favorecendo a troca gasosa. Depois de 18h incubado, o tempeh
está pronto e é embalado duas vezes, sendo, a primeira, à vacuo.
Posterioirmente neste trabalho, serão detalhadamente descritos os
processos de hidratação, cozimento e fermentação da produção de tempeh.
7
Figura 3 – Fluxograma de Produção de Tempeh
8
Tabela 2 – Composição das correntes do fluxograma de produção
LEGENDA DAS CORRENTES
CORRENTE COMPOSIÇÃO CORRENTE COMPOSIÇÃO
1 Soja bruta. 11 Água.
2 Vapor d’água. 12 Água.
3 Soja seca. 13 Água.
4 Soja seca. 14 Água quente.
5 Cascas de soja. 15 Soja hidratada e cozida.
6 Soja descascada. 16 Ar quente e úmido.
7 Água. 17 Soja resfriada.
8 Água com impurezas. 18Inóculo de Risopus
oligosporus.
9 Soja limpa. 19
Soja com inóculo de Risopus oligosporus
pronta para a fermentação.
10 Soja triturada. 20Tempeh pronto e
triplamente embalado.
Tabela 1 – Correntes do fluxograma de produção
9
LEGENDA DO FLUXOGRAMA
CÓDIGO EQUIPAMENTO
S – 01 Secador
SI – 01 Silo
D – 01 Descascador
TQ – 01 Tanque de lavagem
M – 01 Moedor
TP – 01 Tanque de hidratação e cozimento
RE – 01 Resriador do tipo túnel de vento
TQ – 02 Tanque de mistura
AC - 01 Acondicionador
IN – 01 Incubadora
E – 01 Empacotador A
E – 02 Empacotador B
2.1Descrição dos equipamentos
Com a automatização da produção, alguns equipamentos
convencionais tiveram que ser otimizados para o bom funcionamento do
processo. Por se tratar de um produto alimentício, a preocupação com
qualquer tipo de contaminação deve ser aumentada, portanto, todos os
esquipamento e esteiras foram projetados em aço inox. Seguindo a tabela “1
– LEGENDA DO FLUXOGRAMA” temos que:
S – 01: Secador a gás;
SI – 01: Silo de armazenamento;
10
D – 01: Descascador de soja. É composto por um reservatório, um moinho e
uma turbina. Utiliza o sistema de discos paralelos raiados com ajuste de
abertura. Apresenta um par de discos: um fixo e outro acionado por motor,
sendo a distância entre eles regulável.
TQ – 01: Tanque de lavagem do grão com pagua corrente;
M – 01: Moedor contínuo em circuito aberto;
TP – 01: Tanque de hidratação e cozimento revestido com uma camisa de
vapor de água quente proveniente de uma caldeira. Possui um filtro duplo
instalado no equipamento. No final do processo de hidratação, a água, que
precisa ser trocada, é descartada pelo filtro que retém o grão para ser cozido
no mesmo;
TV – 01: Resfriador do tipo túnel de vento, no qual o ar entra em contra-
corrente com a soja aliimentada .
TQ – 01: Tanque de mistura com pás convencional;
AC – 01: Acondicionador da soja em sacos de polipropileno perfurados;
IN – 01: Incubadora com sistema de convecção de ar integrado. As “estantes”
de suporte são perfuradas para que o fluxo de troca gasosa seja maior;
E – 01: Empacotador do tempeh à vácuo;
E – 02: Empacotador final do produto.
2.1.1. Tipos de inox aplicados nos equipamentos
O principal material empregado na fabricação industrial de Tempeh foi o Aço Inox
(aço inoxidável). Devido a sua formação básica, uma liga de Ferro-Carbono com
pelo menos 10,5% de Cromo, o Aço Inox possui altas resistência à corrosão,
ausência da necessidade de qualquer revestimento protetor, superfície compacta
que não apresenta porosidade, facilidade de remoção bacteriologica em
procedimentos de limpeza de sanitização, baixa retenção bacteriológica, alta
durabilidade e resistência a temperaturas extremas.
11
Tabela 3 – Tipos de Materiais Empregados/Equipamento
EQUIPAMENTOS TIPOS DE INOX
AUSTENÍTICO
FERRÍTICO MARTENSÍSTICO
ENDURECÍVEIS DUPLEX
ESTEIRAS X
DESCASCADOR X
SECADOR X
SILO DE ARMAZENAGEM
X X
TANQUE DE COZIMENTO
X
TANQUE DE LAVAGEM
X X
TANQUE DE MISTURA X X X
TRITURADOR X X
RESFRIADOR X
AÇOS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS:
ABNT 304 e 316, composição básica 18%Cr e 8%Ni. Dentre eles, o tipo 304
possui a maior resistência a corrosão e é mais inerte em contatos com os alimentos.
Indicado para revestimento interior do interior do silo de armazenagem, do tanque de
lavagem, do tanque de mistura e das esteiras.
AÇOS INOXIDÁVEIS FERRÍTICO:
ABNT 430, composição básica similar aos aços austeníticos variando
somente na composição de Cr (entre 12% a 18%). Possui alta resistência a corrosão
mas é menos inerte a contaminação com alimentos. Indicado assim como material de
revestimento externo do silo de armazenagem, tanque de lavagem e tanque de
misturas.
12
AÇOS INOXIDÁVEIS MARTENSÍSTICOS
ABNT 410 e 420, possuem alto limite de resistência a tração e elevada
dureza superficial. São geralmente utilizados como componente de corte e desgaste nos
equipamentos. Indicado para o descascador, triturador e pás do agitador do tanque de
mistura.
AÇOS INOXIDÁVEIS ENDURECÍVEIS POR PRECIPITAÇÃO
ABNT 630, possui elevada dureza superficial, alta resistência mecânica e boa
resistência a corrosão. Empregado no triturador principalmente pelo alto nível de dureza
superficial diminuindo a taxa de contaminação.
AÇOS INOXIDÁVEIS DUPLEX
ABNT 2205 e 2304, criados a partir de uma mistura de ferrita e austenita (por isso
duplex), contém alto teor de cromo em sua composição (18% a 28%), possuem elevada
resistência à corrosão (principalmente resistência à corrosão sob tensão) e alta
resistência mecânica. Altamente recomendado para processos que ocorrem altas
temperaturas. Indicado, então para o secador, tanque de hidratação e cozimento e
resfriador.
2.2 Preparo do grão de soja
O carregamento de soja chega à indústria com 14% de água em
massa. Para que a fermentação não ocorra prematuramente nem haja perda
do material por reações inadequadas, deve-se secar os grãos a 11 % de água
em massa. Em seguida, inicia-se o processo de preparação dos reagentes
para a produção de Tempeh.
De pronto, a soja é peneirada para que se retirem cascalhos e outros
detritos, em seguida os grãos devem ser selecionados para a segregação de
partes podres ou defeituosas, que serão inutilizadas. Com a soja selecionada,
faz-se uma lavagem com água tratada a temperatura ambiente para a retirada
de terra e impurezas.
13
Como a fermentação não ocorre nos grãos com casca, é necessária a
remoção dessas. Em escala industrial, o descascamento pode ser feito
através do aquecimento até 93°C, durante 10 minutos, seguido de aspiração
ou separação por ação da gravidade, com equipamentos adequados
(Winarno; Reddy, 1986).
2.3 Hidratação
A hidratação dos grão de soja ocorre na proporção 1:10 massa/volume,
durante 18 horas à temperatura ambiente. O meio se torna ácido, pois os
compostos solúveis atuam como substratos para a atividade bacteriana.
Adiciona-se uma pequena porcentagem (< 0.5%) de ácido acético para o
controle do pH e inibição do crescimento de bactérias indesejáveis. Na
produção, ela é feita com a adição de uma certa quantidade de água ao
tanque de hidratação. Passadas 18 horas, a água é descartada e a soja
úmida permanece no tanque para o cozimento.
Ao se hidratar os grãos de soja, já parcialmente triturados, proporcionamos
novas características ao material que serão importantes para o seu processamento.
A soja é um material poroso e apresenta afinidade com a água, portanto pode
alcançar altos teores de umidade se permanecerem em solução aquosa.
Nesta etapa, as proteínas solúveis presentes na soja , e outras substâncias,
compõem uma solução coloidal, conhecida como extrato protéico (base para a
produção do leite de soja). Estas proteínas não são descartadas junto com a água
quando o material é filtrado, permanecendo assim no leito de grãos.
É neste processo que, ao serem molhados, os grãos de soja amolecem e
incham, melhorando as superfície de contato para trocas térmicas (cozimento) e
para a atuação do fermento. Após a hidratação, o grão atingiu seu grau de saturação
de água, tendo aproximadamente 60% de umidade em base seca.
2.4 Cozimento
Com a soja hidratada já dentro do tanque, outra corrente de água é
adicionada, para que o processo ocorra. O cozimento é necessário pois
facilita a penetração do fungo nos grãos e disponibiliza alguns nutrientes
14
requeridos para a fermentação. A soja cozinha por 45 minutos a 80ºC e
absorve pouca parte da água utilizada no processo. Cozer o alimento inibe as
bactérias contaminantes e fatores antinutricionais, além de contribuir para a
textura, sabor e aromas do alimento.
Durante este processo algumas enzimas que dão mau paladar à soja são
desnaturadas por conta do aquecimento. Assim como nos outros alimentos, o
processo de cozimento também facilita a digestão de algumas substâncias pelo
corpo humano. Outro aspecto positivo é a melhoria da textura e maciez do material,
que já está prestes a ser inoculado, e é perceptível a formação de um “bolo” de soja
úmido.
2.5 Fermentação
O tempeh é um alimento produzido através da fermentação de grãos
de soja cozidos com a utilização do fungo Rhizopus oligosporus. Sua ação na
soja provoca uma transformação conhecida como “pré-digestão”. Essa
espécie é a mais indicada, devido ao rápido crescimento a temperaturas entre
30ºC e 42ºC.
A fermentação é influenciada pelas condições de preparo do tempeh:
tempo, temperatura de incubação, pH, presença de oxigênio, quantidade de
inóculo e umidade relativa. Esta etapa une os grãos de soja, formando um
bolo branco compacto. Além disso, deixa o produto mais leve, digestivo e com
uma textura macia, sendo as enzimas responsáveis por tornar as sementes
mais digeríveis.
Neste processo 30% dos lipídios e 25% das proteínas são degradados, há um
aumento na solubilidade proteica, ocorre hidrólise moderada de polissacarídeos e
redução dos oligossacarídeos (estaquiose e rafinose) presentes nos grãos de soja.
Durante a fermentação, condições ideias são criadas para o fungo Rhizopus:
substrato bastante seco, pH baixo e grandes quantidades de esporos Rhizopus. O
pH baixo da soja é obtido por uma fermentação de ácido láctico natural durante a
imersão em água ou pela adição artificial de ácidos (láctico ou acético) após o
processo de imersão.
15
O Rhizopus oligosporus é o responsável pela maior parte das transformações
bioquímicas, apresentando alta produção de antioxidantes e a incapacidade de
fermentar sacarose. Uma função importante desse fungo no processo é a síntese de
enzimas, as quais contribuem para o desenvolvimento de uma textura desejável e
aroma do produto.
Com o desenvolvimento do fungo, o micélio se desenvolve envolvendo o
grão, dando ao produto o aspecto de uma massa branca compacta. Esse micélio
fornece vitaminas do complexo B de origem vegetal (130% das necessidades
diárias).
2.5.1 Fermentação semi-sólida
A fermentação semi-sólida é muito utilizada na produção de tempeh.
Este processo fermentativo pode ser definido como o crescimento de micro-
organismos em substratos sólidos.
Esse método apresenta certas vantagens que justificam seu uso: a utilização
de tecnologia simples, portanto de baixo custo; a possibilidade reciclar resíduos
sólidos; pouco espaço operacional necessário; redução no índice de contaminação
devido ao baixo teor de umidade; menor gasto energético; menor produção de
resíduos indesejáveis; elevado rendimento e produto com melhor qualidade.
Em contrapartida, há algumas limitações observadas, pois esse processo
exige inoculação maciça e perfeita homogeinização do meio, principalmente nos
poros intersticiais, dificuldade de colher amostras representativas para o
acompanhamento do processo e reduzida oferta de publicações técnicas sobre o
assunto.
O processo de fermentação se resume a incubação dos grãos de soja na
presença do fungo Rhizopus oligosporus, a temperatura de aproximadamente
34ºC(Figura 4) durante 18 horas.
16
Figura 4 – Gráfico de temperaturas aproximadas
O tempeh é muito nutritivo e contém muitos fitoquímicos promotores da
saúde, tais como as isoflavonas e as saponinas de soja. A fermentação deixa
as isoflavonas e a maioria das saponinas da soja (que são desejadas)
intactas. O tempeh mantém todas as fibras dos grãos e adquire alguns
benefícios digestivos das enzimas criadas durante o processo de
fermentação.
A fermentação reduz os fatores antinutricionais, taninos, fitase e produz
ácidos que inibem a produção de bactérias patogênicas, algo importante na
produção de alimentos especiais para crianças e idosos.
3 BALANÇO DE MASSA
Tabela 4 – Balanço de massa no secador
SECADORC - 1 C - 2 C - 3
VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃOSOJA SECA 86 0,86 0 0 86 0,89
ÁGUA 14 0,14 3,371 1 10,629 0,11TOTAL 100 1 3,371 1 96,629 1
Tabela 5 – Balanço de massa no descascador
DESCASCADORC - 4 C - 5 C - 6
VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO
17
SOJA 91,80 0,95 0 0 91,798 0,995CASCA 4,83 0,05 4,35 1 0,483 0,005TOTAL 96,63 1 4,35 1 92,281 1
Tabela 6 – Balanço de massa no tanque de lavagem
TANQUE DE LAVAGEMC - 6 C -7 C – 8 C - 9
VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃOSOJA SECA 81,652 0,885 0 0 0 0 81,652 0,871
ÁGUA 10,629 0,115 70 1 68,5 1 12,129 0,129TOTAL 92,281 1 70 1 68,5 1 93,781 1
Tabela 7 – Balança de massa no tanque de hidratação e cozimento
TANQUE DE HIDRATAÇÃO E COZIMENTOC -10 C - 11 C - 12 C - 13 C -14 C - 15
VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO
SOJA SECA81,65
2 0,871 0 0 0 0 0 0 0 0 81,652 0,4
ÁGUA12,12
9 0,129 856,909 1 746,560 1 88,992 1 88,992 1 122,478 0,6
TOTAL93,78
1 1 856,909 1 746,560 1 88,992 1 88,992 1 204,129 1
Tabela 8 – Balanço de massa no trocador de calor
TROCADOR DE CALORC - 15 C - 16 C – 17 C - 18
VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO VAZÃO FRAÇÃO SOJA ÚMIDA 204,129 1 0 0 0 0 201,680 0,98
ÁGUA 0 0 0 0 2,450 1 0 0INÓCULO 0 0 4,083 1 0 0 4,083 0,02
TOTAL 204,129 1 4,083 1 2,450 1 205,762 1
18
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e documentação- Trabalhos Acadêmicos – Apresentação: NBR 14724. Rio de
Janeiro, 2002. 6 p.
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