Produção de Texto

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Produção de Texto

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Portugues - Claudemir Belintane

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Produção de Texto

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É doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (1997). Desde agosto de 1997, atua como

professor doutor da Universidade de São Paulo. Na graduação trabalha com Ensino de Língua

Portuguesa, Literatura e Alfabetização; na Pós-Graduação, pesquisa e orienta sob este temário:

"memória, oralidade, escrita, suportes e linguagens contemporâneas".

Prof. Dr. Claudemir Belintane

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Seria o dom, a inspiração mais relevante do que a conjunção de outras habilidades

da área de linguagem?

Uma questão sobre a habilidade de produzir textos

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• Ler e compreender bem

textos do gênero que se

quer escrever

• Entender a temática, a

estrutura e o estilo de cada

gênero

• Ter bons autores e textos

como referência.

• Motivar-se em relação aos

temas propostos

• Predisposição para um

enredamento intersubjetivo

(conversas, debates e

outras participações

• Enredamento com as

diversas linguagens e

meios do mundo atual:

internet, cinema,

quadrinhos, revistas e

outros

Quais habilidades seriam fundamentais?

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Tipos textuais e gêneros

O que chamamos tipos textuais?

Como definir e exemplificar o conceito de gênero?

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• Na tradição escolar, basicamente três tipos eram tomados

como eixos para a produção textual: a descrição, a

narração e a dissertação.

• Atualmente, cada uma dessas modalidades são

compreendidas como fragmentos textuais ou como

habilidades exigidas por este ou aquele gênero.

Tipos textuais

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Em um conto, os fragmentos narrativos estruturam o texto

como um todo, podemos dizer que os fragmentos

narrativos (dos elementos da narrativa) prevalecem sobre

os demais. Isso não quer dizer que não possam haver, no

interior de um conto, outros tipos de fragmentos, por

exemplo, dissertativos (momento em que o narrador emite

uma opinião filosófico, por exemplo) ou descritivos.

O conto

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Em um artigo, prevalecem os fragmentos dissertativos,

pois a intenção geral é emitir e sustentar uma opinião. Isso

não quer dizer que esse gênero não possa conter um

fragmento narrativo, uma descrição e outros tipos de

fragmentos.

O artigo de opinião

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• O que estamos chamando “Tipo Textual” existe

isoladamente?

• Seu lugar de existência não seria sempre dentro

de um ou outro gênero?

• A descrição, por exemplo, onde podemos

encontrá-la em seu estado mais puro?

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• Qual a vantagem de adotarmos os gêneros discursivos

na produção textual?

• O que o aluno encontra nas mídias, nos livros, enfim, no

mundo da comunicação e da expressão? Será que fora

da escola ele encontraria dissertações, narrações,

descrições?

• Não seria mais fácil encontrar romances, contos, artigos

de opinião, biografias...?

Gêneros discursivos

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Com prevalência de tipos narrativos

• Relato pessoal e autobiografia• Crônica• Contos • Romances• Poemas épicos • Cordel • Filmes

Com prevalência de tipos dissertativos

• Artigo de opinião• Editorial de periódicos• Resenhas críticas• Comentário crítico oral• Debates

Gêneros e tipos textuais objetos dessa oficina

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É o texto em que o narrador conta uma experiência vivida por ele.

É organizado em uma sequência narrativa e apresenta situação inicial, elemento modificador e situação final.

Relato pessoal

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1. Lembre-se: você vai escrever um relato pessoal contando uma

experiência marcante vivida por você.

2. Seu relato será exposto no mural da classe e lido pelos colegas, por isso,

utilize uma linguagem adequada aos seus leitores.

3. Ao escrever, não se esqueça dos três momentos principais da ação:

situação inicial; elemento modificador; desfecho.

4. Tente marcar o tempo dos fatos narrados e criar emoção, como você

exercitou na Oficina.

5. Use a 1ª pessoa do singular (eu) para narrar (narrador em primeira

pessoa).

6. Fique atento à pontuação, à ortografia e às regras básicas da gramática.

Dicas para um bom relato

Page 14: Produção de Texto

A ação corresponde à ordem dos

acontecimentos em uma narrativa.

Nela, podemos identificar os três

momentos principais: a situação

inicial, que apresenta o contexto

inicial da história, o elemento

modificador, que altera o curso dos

acontecimentos, e o desfecho, que

apresenta a conclusão da história

IMPORTANTE MOSTRAR QUE O NARRADOR AQUI SE

APRESENTA NA TERCEIRA PESSOA.

A Crônica

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A partir do foco narrativo se

pode discutir o personagem,

pois é possível combinar o

tipo de narrador com o tipo de

personagem:

- Em primeira pessoa: sendo

ou não o protagonista

- Em terceira pessoa:

protagonistas, antagonistas e

personagens secundárias

Foco narrativo / Personagem

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Utilizando o cinema, sobretudo

filmes que se basearam em livros,

como por exemplo o Harry Potter ou

A fantástica fábrica de Chocolate é

possível chamar a atenção para os

fragmentos descritivos e narrativos

no interior de uma narrativa.

Cinema e texto: descrever e narrar

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NARRAR

DESCREVER

POSICIONAR O

PROTAGONISTA

AÇÃO

TEMPO

CENÁRIO

A visão e outras sensações

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O Sr. Wonka estava ali, sozinho,do lado de dentro dos portões abertos da fábrica.

Era um homenzinho incrível!

Na cabeça, uma cartola preta. Estava com um belo fraque de veludo

cor de ameixa. Suas calças eram verde-garrafa. Suas luvas eram cinza-pérola.

E, numa das mãos, segurava uma bengala com castão de ouro.

Cobrindo o queixo, tinha uma barbicha preta e pontuda – um cavanhaque. Seus olhos – seus olhos eram incrivelmente brilhantes. Pareciam estar o tempo todo faiscando e cintilando para as pessoas. De fato, todo o rosto dele era iluminado de alegria e felicidade.

E como parecia esperto! Era rápido, decidido e cheio de vida! Começou a fazer movimentos rápidos com a cabeça, balançando-a de um lado para outro, (...)

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Como o texto apresenta o sr. Wonka?

Por onde começa a descrição?

Localizar os aspectos visuais mais concretos (chapéu, roupa etc.) e distingui-los dos aspectos mais subjetivos

Perceber as comparações

O PERSONAGEM NO FILME ESTÁ BEM CARACTERIZADO, É FIEL AO LIVRO?

O Sr. Wonka no filme e no livro

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O tempo narrativo pode ser expresso na ordem em que os fatos acontecem, ou seja, na ordem cronológica (passado – presente – futuro) ou fora dessa ordem.

Sempre que a narrativa obedece a essa ordem, dizemos que apresenta tempo linear. Se não a obedece, apresenta tempo não linear.

O narrador pode romper a linearidade de dois modos:• antecipar os fatos que ainda vão ocorrer;• apresentar fatos que já ocorreram, alternando com acontecimentos do presente.

O tempo na narrativa

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• Criar histórias coletivas, realçando o suspense através de descrições objetivas e subjetivas.

• Desenhar personagens, depois descrevê-los.

• Situar protagonistas e antagonistas e personagens secundários.

• Criar um roteiro para filmes, descrevendo o cenário.

Atividades interessantes

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• Exercitar o controle “não linear”, iniciando uma história pelo seu final ou por um ponto fora da situação inicial.

• Exercitar os três momentos: situação inicial, elemento modificador e desfecho, tendo em vista algumas questões:

• O que provoca a mudança na situação inicial (um desafio? Uma ação do antagonista?);

• Como se dão as ações após a quebra da situação inicial?

• O desfecho tem um clímax, momento de maior emoção, quando o protagonista e o antagonista jogam suas últimas cartadas?

Atividades interessantes

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• É interessante trabalhar com os gêneros argumentativos a partir

da própria atitude espontânea dos alunos quando diante de um

fato emitem uma opinião.

• Juntam-se, portanto, vários gêneros para dar conta dos textos de

tipo dissertativo.

• As mídias aqui devem ser grandes aliadas.

Debate – Opinião – Gêneros Argumentativos

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Intertextualidade que aponta para os tipos dissertativos

• Notícia• Reportagem• Fotos• Artigos • Ocorrências na

escola• Comentários• Decisões políticas

• Debate• Exposição• Leitura• Pesquisa• Organização de

dados

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9º ano – p. 1619º ano – p. 173

Fotos como essas já suscitam posicionamentos

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Normalmente, os alunos trazem opiniões apressadas, com

argumentos pouco qualificados, embasados, quase sempre,

em suas reflexões mais imediatas. Diante disso, três

perspectivas podem nortear o trabalho:

Tese e argumentos

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1. Por meio de pesquisa (leituras, coleta de dados, cotejo

de informações) e de debates, tirá-los dessa posição

primária e enredá-los em situações mais complexas de

debates e opiniões. Neste ponto, a perspectiva

interdisciplinar é fundamental, pois é importante que eles

aprendam a utilizar o conhecimento advindo de outras

áreas (história, geografia, ciências, artes).

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2. Estruturar bem uma ambiência de debates e de trocas de

informação é fundamental. Por exemplo, criar painéis onde

artigos e reportagens pertinentes sejam publicados ou ainda

buscar o espaço da Internet, se possível usar gravadores ou

filmadoras para que o debate seja revisto e rediscutido.

O debate deve ser bem regulado, indo do espontâneo ao

formal. No espontâneo, o improviso acaba dominando, mas

no formal, os preparativos (o apoio em pesquisas) devem dar

a base de tudo.

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3. Estudar detalhadamente a estrutura dos gêneros

dissertativos: o artigo de opinião pode ser o mais relevante

e a meta mais ambiciosa; do mesmo, na oralidade, o debate

formal também deve constituir um objetivo dos mais

importantes.

A leitura e a contraposição de opiniões em textos bem

redigidos é fundamental.

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Que honra é essa? Uma besteira dita por um energúmeno justifica uma explosão de raiva, porque ele “mexeu com a minha irmã”? No fundo, um e outro agiram como dois moleques na rua, cheios de conceitos rasos sobre “honra” e “família”, sobre hombridade e justiça, provocando e passando recibo um ao outro. Dois tontos. Não deixa de ser revelador da educação dos meninos mundo afora, tenham eles quatro ou oito horas diárias de escola. Aliás, a que conclusão chegariam se o autor da cabeçada fosse um zagueiro?

(Sonia Francine – Soninha)

É preciso sempre ir mais fundo nas coisas; pensar nas razões pelas quais elas acontecem, o que faz um homem sereno perder a cabeça, mesmo sabendo das consequências do seu ato. Zidane sabia o que estava arriscando, mas saiu de bem com ele mesmo, e não se arrepende do que fez. Grande Zidane.

(Danusa Leão)

Atividade 9º ano – p.189

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• Tese: fragmento que condensa a opinião. Pode ser

afirmada no início (às vezes, de uma forma mais

disfarçada, não tão radical) e reforçada no final

(normalmente, com maior realce e ênfase) e até mesmo

pontuada durante o desenvolvimento.

• Argumentos: Em geral, são mais de um. Em boa

argumentação, há equilíbrio e combinação entre eles, às

vezes até mesmo gradação (do mais leve ao mais denso

ou vice-versa).

Tese e argumentos

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Há uma minoria no país que é altamente discriminada e que sequer é reconhecida e organizada como uma minoria. Estou falando dos obesos mórbidos. Considerada atualmente uma doença pela medicina, é fácil identificar a obesidade mórbida. Basta dividir o peso da pessoa por sua altura elevada ao quadrado. Se o número encontrado estiver acima de 39, a obesidade mórbida existe – e com ela os possíveis problemas de saúde relacionados. Mas há um mal ainda pior e pouco falado quando o assunto é obesidade: o preconceito.

INTRODUÇÃO DO TEMA EXPLICITAÇÃO DOS ARGUMENTOS

8ª ano – p. 208

Separar tese e argumentos no texto

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O obeso sente que a sociedade, quando não o ignora, o agride.A começar pelo rótulo: quem conviveria bem com a alcunha de“mórbido”? Não há proteção legal ou qualquer mecanismo de defesa aos vexames pelos quais o obeso passa nas ruas diariamente. Você já imaginou o que é ir ao cinema ou viajar de avião e não encontrar uma simples cadeira adequada ao seu tamanho? Ou perceber as risadas das pessoas quando você não consegue passar pela roleta de um ônibus? Enquanto o preconceito racial não é muitas vezes explícito, a maioria das pessoas não se intimida em rir diante de um obeso. É como se ele fosse assim apenas porque é preguiçoso,relapso e comilão. Logo, merece ser motivo de todo tipo de piada.(...)

Argumentos

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• A maior virtude de um texto de tipo dissertativo é a relação

de coerência entre argumentos e tese.

• Para avaliar um texto argumentativo, é interessante focar

a atenção na sucessão e na qualidade dos argumentos e

se lançar a pergunta: com esses argumentos é possível

defender a tese?

Articulação do texto

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Ficha de registro de leitura de textos dissertativos

INTRODUÇÃO

TESE

ARGUMENTOS

1

2

3

(....)

CONCLUSÃO(REFORÇO DA TESE)

Análise de artigos de opinião

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Ficha de registro do debate

Refutações

Retomadas

Esclarecimentos e exemplificações

Impasses

Análise de debate

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• Se o professor não quiser trabalhar apenas com as

velhas modalidades de redação em que tudo ficava

apenas entre professor e alunos (ou seja, o aluno

produzia um texto para o professor com a única intenção

de obter uma nota ou de atender a uma solicitação do

professor), então alguns procedimentos devem ser

adotados:

Concepção de linguagem e produção de texto

Page 38: Produção de Texto

• Os temas devem ser contemporâneos e decorrer de leituras, de pesquisas, de debates e de outras fontes ricas;

• O aluno só parte para a produção após ter explorado outras estratégias: conversa, debates, leituras, pesquisas;

• O aluno deve ter um público, saber que poderá ser lido por outros leitores além do professor

• A publicação do texto é fundamental, no entanto, os cuidados com a editoração e com a qualidade do texto são importantes. Não se deve publicar textos relapsos, cujos autores não se ativeram às exigências do gênero e do público leitor.

• O aluno deve avaliar seu trabalho de acordo com o que estudou sobre o gênero e decidir, juntamente com o professor, a forma de publicá-lo.