PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA · ... os valores e as visões de um grupo, ... Em 10 de fevereiro...

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: TUPÃSSI – HISTÓRIA E MEMÓRIA

Autor José Roberto de Godoy

Escola de Atuação Colégio Estadual Vinícius de Moraes Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante

Município da escola Tupãssi

Núcleo Regional de Educação

Assis Chateaubriand

Orientador Dra. Geni Rosa Duarte

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

Disciplina/Área (entrada no PDE)

HISTÓRIA

Produção Didático-pedagógica

UNIDADE DIDÁTICA

Relação Interdisciplinar Geografia

Público Alvo ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Localização

Colégio Estadual Vinícius de Moraes Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante.

Apresentação:

O presente trabalho foi elaborado em

cumprimento à uma das etapas do Programa de

Desenvolvimento Educacional, junto a Secretaria de

Estado de Educação do Paraná e sob orientação da

Professora Drª Geni Rosa Duarte, vinculada à

Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Trata-se de

uma Unidade Didática onde os conteúdos abordados

referem-se a historiografia construída sobre o Estado do

Paraná, enfatizando a História e memória do município

de Tupãssi no período de 1970 a 2010, que será

utilizado como material didático destinado a alunos do

ensino médio do Colégio Estadual Vinícius de Moraes.

Assim como parte do projeto intitulado Tupãssi – História

e memória, cujo o objetivo é o de fazer da História local

uma das possibilidades para a compreensão da História

como um todo, trazendo à tona alguns apontamentos

importantes, tais como a modernização da agricultura, os

movimentos migratórios, entre outros, para que possam

ser contextualizados e analisados de forma crítica em

relação às suas influências no que se refere às

transformações econômicas ocorridas no Estado do

Paraná.

Palavras-chave História local – Estado do Paraná – memória.

INTRODUÇÃO

“A História local requer um tipo de conhecimento diferente daquele focalizado no alto nível de desenvolvimento nacional e dá ao pesquisador uma ideia muito mais imediata do passado. Ele a encontra dobrando a esquina e descendo a rua. Ele pode ouvir os seus ecos no mercado, ler o seu grafite nas paredes, seguir suas pegadas no campo”. (SAMUEL, 1990)

Investigar a História da região Oeste do Paraná, em especial o caso da

História de Tupãssi através de documentos, de fotos e de relatos orais é uma

maneira de ampliar as possibilidades do uso dessas fontes em sala de aula,

objetivando a construção de uma proposta de ensino identificada com as

expectativas e a realidade dos alunos. Essa prática visa também colocar os alunos

frente ao processo de construção do conhecimento histórico, conforme propõem as

Diretrizes Curriculares para o Ensino de História do Paraná.

A História local passa a ser uma das possibilidades metodológicas para

desenvolver no aluno habilidades de pesquisa para a compreensão e a construção

do conhecimento sobre uma realidade mais próxima. Pode-se iniciar essa discussão

tendo como ponto de partida o relato dos fatos ocorridos nos diferentes períodos.

Não se necessita partir do processo de fundação do município, mas levantar dados

que problematizem as questões vividas no presente, já que existe uma carência de

informações e de documentos a esse respeito, pois a maior parte da bibliografia

retrata o início do povoamento do município.

Através da narrativa oral é que se pretende tomar conhecimento das

transformações ocorridas na agricultura; portanto é de fundamental importância o

conhecimento histórico da comunidade tupãssiense, já que os atuais moradores do

município pouco conhecem do passado da cidade e da região, assim como as

transformações ocorridas nesse espaço a partir da modernização da agricultura.

Por meio da História oral, a memória pode ser compartilhada e socializada. Tais

narrativas possibilitam que a experiência, os valores e as visões de um grupo, bem

como os saberes construídos ao longo do tempo, se transformem em patrimônio

comum.

Pensar a História do município de Tupãssi do ponto de vista de cidadãos

que se encontram no anonimato, não é negar a importância dos chamados

pioneiros, que aparecem nos relatos sobre as origens do município, nem tampouco

desprezar o papel histórico dos personagens públicos, mas oportunizar aquelas

memórias vivas que participaram do processo histórico em outro momento e que se

encontram no esquecimento, bem como reconhecer que a construção da história é

decorrente da ação conjunta de todos os sujeitos envolvidos.

UNIDADE DIDÁTICA

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2011.

As entrevistas de história oral permitem explorar aspectos da experiência histórica raramente registrada, como as relações pessoais e interpessoais, possibilitando que as pessoas, pertencentes a categorias sociais, geralmente excluídas da história oficial, possam ser ouvidas, deixando registradas para análise futura sua própria visão de mundo e aquela do

grupo social a que pertencem. ( EULÁLIA, 2005)

TUPÃSSI- HISTÓRIA E MEMÓRIA ASPECTOS FÍSICOS - Localização e descrição

Fonte: http://pt.wikipdia.org. (Adaptado pelo autor.)

O município de Tupãssi está localizado no oeste do Estado do Paraná,

ocupando uma posição geográfica ao Sul da Linha do Equador, numa latitude de

24°35’16” (S) e, ao Oeste do Meridiano Inicial de Greenwich, numa longitude de

53°30’42’’ (W), aproximadamente 540,33 km de distância da Capital Curitiba, com

535m acima do nível do mar. Possui uma área territorial de 310,957Km²,

limitando-se ao Norte com Assis Chateaubriand, ao Sul com Cascavel e Toledo, a

Leste com Nova Aurora e Cafelândia e a Oeste com Assis Chateaubriand e Toledo.

(IPARDES, 2011)

Devido à sua localização geográfica apresenta o clima Subtropical Úmido

(Mesotérmico), com verões quentes e geadas pouco frequentes, com tendência a

concentração de chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida. (IAPAR,

2000)

Seu relevo é caracterizado como um planalto, apresentando pequenas

ondulações em 15% da área, sendo que 85% do restante são compostos por terras

planas, facilitando a mecanização das lavouras. (GREGORY, 1999). O solo

predominante é do tipo lato solo roxo caracterizado por ser o resultado de milhões

de anos de decomposição de rochas de basalto, originadas de derrames basálticos

que ocorreram no Planalto Meridional, na Era Mesozoica, onde as atividades

vulcânicas no Brasil foram intensas. Solo característico por sua aparência vermelho-

roxeada e boa fertilidade natural, favorecendo a exploração agrícola.

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2011. Fonte: ttp://www.sobiologia.com.br

A sua flora original era formada pela floresta subtropical mista, composta por

formações latifoliadas, tais como: o cedro, o marfim, o óleo-pardo, à peroba, à

canafístula entre outras e, também com a presença de coníferas. Estas últimas

representadas pelo pinheiro do Paraná. (WIKIPÉDIA, 2011) Ambas foram

devastadas para dar lugar às lavouras. Atualmente o município possui pequenas

reservas de matas e de matas ciliares.

A sua hidrografia é abundante, porém formada por pequenos córregos,

sendo que 306,2km² de sua área pertencem a Bacia Hidrográfica do Piquiri e, o

restante, ou seja, 4,8km² fazem parte da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (SEMA,

2010).

ATIVIDADE 01 – Com base na leitura feita sobre as condições

geográficas, geológicas e climáticas acima, escreva um pequeno texto contando a

uma pessoa que vem do nordeste brasileiro que não conhece a região como ela se

apresenta nesse sentido. E como essa pessoa deveria se precaver com relação a

roupas se ela se mudasse para Tupãssi.

Elabore um mapa do município, destacando os principais rios e estradas

pavimentadas.

No Brasil, esse tipo de solo aparece nas porções ocidentais dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul, destacando-se, sobretudo nestes três últimos estados por sua qualidade. Historicamente falando, esse solo teve muito importância, já que, no Brasil, durante o fim do século XIX e o início do século XX, foram plantadas nestes domínios, várias grandes lavouras de café, fazendo com que surgissem várias ferrovias e propiciasse o crescimento de cidades. O nome terra roxa é dado a esse tipo de solo, devido aos imigrantes italianos que trabalhavam nas fazendas de café, referindo-se ao solo com a denominação Terra rossa, já que rosso em italiano significa vermelho. E, devido a similaridade entre essa palavra, e a palavra "roxa", o nome "Terra roxa" acabou se consolidando.

HISTÓRICO, ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO

A historiografia não conta muito sobre Tupãssi. Através de documentos

coletados na Prefeitura Municipal e depoimentos de antigos moradores, sabe-se que

sua origem deu-se ao final da década de 1940 e início de 1950, quando vieram para

a região os primeiros moradores, dando início a pequenos povoados. Quando da

chegada dos chamados pioneiros, o local da sede atual do município chamava-se

“Gleba Quatro Lambari” (mas também era conhecido por “ Memória”, “ Gleba

Quatro” e Colônia Pindorama”) e pertencia ao município de Guaíra. (GREGORY,

1999)

Em 1960, o atual município de Assis Chateaubriand, na época denominado

de “Distrito de Tupãssi” foi promovido à condição, de Distrito Administrativo e

Judiciário, passando a fazer parte do Município de Toledo, ao qual o então povoado

de Gleba Quatro Lambari também passou a estar vinculado. (GREGORY, 1999)

Em 1962, o empresário Oscar Martinez, dono da Colonizadora Norte do

Paraná S/A, homenageia seu particular amigo, o jornalista e embaixador Francisco

de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, rebatizando o então Distrito de Tupãssi,

que passou a ser chamado de Assis Chateaubriand. (SOUTO MAIOR, 1996)

Com a emancipação político-administrativa do município de Assis

Chateaubriand, em 20 de agosto de 1966, o povoado de “Gleba Quatro Lambari”

passou a fazer parte deste novo município. (GREGORY, 1999)

De acordo com a Lei Estadual nº 5.486, de 30 de janeiro de 1967, foi criado

o distrito administrativo e judiciário de Tupãssi, sendo chamado inicialmente de Novo

Tupãssi, já que Assis Chateaubriand, até 1962, era chamado de Tupãssi.

Compreendendo a sede do distrito, à cidade de Tupãssi e os patrimônios de

Palmitolândia, Jotaesse e Brasiliana.

Em 10 de fevereiro de 1976 foi assinado o Decreto Legislativo nº 01/1976,

em que depois de votado pela Câmara Municipal de Assis Chateaubriand, foi

aprovada uma representação para a criação do município de Tupãssi e, em 25 de

novembro de 1979 ocorreu um plebiscito para a emancipação política de Tupãssi.

De um total de 7.350 eleitores habilitados a votar, compareceram 4.900, dos quais

4.597 votaram sim, 269 votaram não e 34 anularam o voto (GREGORY, 1999). Com

esses resultados a população demonstra seu desejo favorável à emancipação

político-administrativa.

O município foi criado pela Lei Estadual nº 7.270, de 27 de dezembro de

1979, porém a instalação oficial do município ocorreu em 1º de fevereiro de 1983,

com a posse do primeiro prefeito e dos primeiros vereadores.

ATIVIDADE 02 – Com orientação do seu professor, faça uma

pesquisa para conhecer um pouco mais sobre o seu município.

Procure descobrir:

Se ele já pertenceu a outro município.

Se teve outros nomes. Quais? Qual a origem do nome da cidade?

Em que ano seu município foi emancipado? Com o uso da internet, pesquise

e descubra em que ano os municípios vizinhos se emanciparam.

Quais os prefeitos que já administraram seu município? (CARDOSO, 2007)

Faça também:

Elabore uma linha do tempo, com os principais fatos da história política do

seu município.

Converse com pessoas antigas do município, procurando descobrir outras

histórias relacionadas à origem e o povoamento. Compare essas informações

com as obtidas nos documentos oficiais. De posse de todas essas

informações produza um texto e compartilhe com os colegas

…Naquele ano em 1979, o professor Sunaga, passou na nossa água. Lá tinha vários vizinhos. Tinha eu, tinha o Kalbaizer, Delfino Marques, Zé Balanção, Antônio Ubano. E ele fez nossa filiação. Nós nos filiamos no PMDB. Era para ajudar emancipar o Tupãssi. Eu sou filiado no PMDB desde daquela época. Ele tinha que montar uma bancada política… ele filiou outras pessoas também. Então, tinha que arrumar a casa. Nós demos uma mão para ele e, deu tudo certo, Tupãssi passou a município. (Entrevista 01)

OUTROS DADOS SOBRE O MUNICÍPIO DE TUPÃSSI Fonte: IBGE/IPARDES – ( Adaptado pelo autor).

Analisando o levantamento e dados, numa perspectiva favorável à

emancipação política de Tupãssi, no ano de 1976, nos deparamos com uma

declaração datada de 20 de maio de 1975, assinada pelo Chefe da Equipe de

Vacinação do município de Assis Chateaubriand, onde consta que foram vacinadas

23.600 (vinte três mil e seiscentas) pessoas no Distrito de Tupãssi. (TUPÃSSI, 1976)

Nesse mesmo documento consta que foram registrados 852 nascimentos no

ano de 1974, segundo o Cartório de Registro Civil. E ainda segundo declaração

emitida pelo vigário da Paróquia N. Senhora de Lurdes, no período de janeiro de

1970 a outubro de 1975 foram realizados 1.732 batizados e 727 casamentos. Em

relação à religião, além da Igreja Católica, nota-se a presença de outras religiões,

tais como: Assembleia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Luterana, Igreja do

Evangelho Quadrangular e Igreja Adventista do Sétimo Dia. (TUPÃSSI, 1976)

Natural de Barros Cassal, no estado do Rio Grande do Sul, o Sr. Jari da

Cruz Vargas, juntamente com a sua família, chegou a Palmitolândia, atual distrito de

Tupãssi em 1967. Quando da sua chegada, além de adquirir terras para o cultivo,

montou uma olaria, com a finalidade de produzir telhas e tijolos, atividade que

desenvolviam no município de Lajeado, onde morava antes de migrar para o

Paraná. Depois de cinco anos atuando no fabrico de telhas e tijolos a família Vargas

encerrou as atividades na olaria devido a certas dificuldades encontradas, quanto à

O município de Tupãssi pertence à AMOP (Associação dos municípios do Oeste do Paraná), com sede em Cascavel.

POPULAÇÃO:

1970 – 14.320 habitantes

1980 – 10.160 habitantes

1991 – 8.829 habitantes

2000 – 8.018 habitantes

2010 – 7.997 habitantes

ÁREA: 310.957 km²

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 25,72 hab./km²

GRAU DE URBANIZAÇÃO: 78,6%

(IDH – M) Índice e Desenvolvimento Humano: 0,809

reposição dos maquinários que se desgastaram, pois já haviam sido trazidos do Rio

Grande do sul, como também a matéria-prima encontrada na região não

apresentava boa qualidade. A partir de então passaram a se dedicar somente a

agricultura.

No mesmo período, o distrito de Tupãssi possuía 400 quilômetros de

estradas, sem pavimentação asfáltica, porém todas trafegáveis o ano todo.

Trafegavam pelo distrito linhas de ônibus, intermunicipais, interestaduais e

interdistrital que realizavam o transporte entre Tupãssi e várias outras cidades. Ao

todo eram 55 horários de ônibus, sendo 39 realizados pela Viação Umuarama LTDA,

14 realizados pelo Expresso Nordeste LTDA e 02 realizados pelo Expresso Princesa

dos Campos. Esta última ligando Assis Chateaubriand a Curitiba, passando por

Tupãssi. (TUPÃSSI, 1976)

Analisando esses dados estatísticos, os relatos orais, com também as

informações contidas no Compêndio de documentos efetuados pelos integrantes da

“comissão pró-emancipação de Tupãssi” no ano de 1976, fica evidenciado uma

notável mobilidade populacional durante a década de 1970, na região onde hoje se

encontra instalado o município de Tupãssi. Nota-se que na primeira metade dessa

década o índice de imigração foi bastante significativo, porém a partir da segunda

metade da mesma década, percebe-se que houve uma queda drástica no número

de habitantes. Nos períodos posteriores o município continua a perder população,

porém com menor intensidade.

…Veio muita gente depois que nós chegamos. Todo dia eram duas ou três mudanças

que chegava. Iche! Em 73, que veio muita gente. Em 73! Há influência do café. Derrubar e plantar café. Aquilo era só mato caindo. Só mato caindo. E formando café. Depois a geada desanimou muita gente. O povo foi desanimando com café. Não produziu! Ai aqueles que tinham café, a maioria foi embora. Foram vendendo o sítio e foram embora. ( Entrevista 03)

Tinha a Nordeste, a Umuarama,… Vinham de Assis até aqui na vila, (Palmitolândia) daqui iam para Cascavel. Passavam ali por Jotaesse e de lá seguia para Cascavel. De manhã, ao meio dia e de tarde. Três horários por dia, para Cascavel! ( Entrevista 03)

ATIVIDADE 03 - Analisando os dados gerais sobre o município de

Tupãssi, percebe-se que houve uma queda muito grande do número de habitantes

entre as décadas de 1970 e 2010. Procure descobrir quais os fatores que

influenciaram nessa queda.

O CAFÉ E A ECONOMIA PARANENSE

O café e a ocupação do Norte do Paraná

A cultura cafeeira exerceu fundamental importância no processo de

ocupação e no desenvolvimento do Norte do Paraná. O café atraiu vários imigrantes,

vindos de São Paulo, Minas Gerais e outras regiões do Brasil, preenchendo o vazio

demográfico que existia nessa região, fazendo com que surgissem vários

municípios. Sobre a importância do café no desenvolvimento do Estado do Paraná,

Nadir Aparecida Cancian, em seu livro “Cafeicultura Paranaense – 1900/1970”

relata:

“ Sintetizando o que foi a conjuntura dinâmica da cafeicultura paranaense cabe uma

imagem. Um hipotético viajante que, em 1950, tivesse percorrido o Norte do Paraná

partindo da fronteira com São Paulo, em Ourinhos, indo em direção ao Itararé, teria visto

cafeeiros em declínio e pastagens em algumas áreas onde já havia se processado

erradicação; próximo, a emergência de alguns núcleos que pouco depois seriam

municípios e onde o café fora plantado pouco antes; de Jacarezinho a Londrina,

cafeeiros ainda vigorosos em plena produção e outros novos, plantados quando os

preços começaram a subir e o Departamento Nacional do Café afirmava não possuir

mais estoques. De Londrina, na direção noroeste, teria visto cafezais em produção, de 5

a 10 anos e alguns um pouco mais, em toda a extensão até Maringá. Mais acima, até

Paranavaí e na linha de Campo Mourão, cafezais ainda pequenos, recém plantados,

alguns possivelmente em suas primeiras floradas. Mais além e na direção de Cianorte e

Umuarama veria derrubadas com vistas a novas plantações.

Em 1960, o panorama geral se constituía de um mar de ondulações de cafezais,

monocultura em alguns municípios, misturados a lavouras temporárias em outros. Nas

terras menos próprias ao café ou onde ele perdia produtividade havia uma tendência

nova emergente com o desenvolvimento da pecuária com pastagens artificiais. O café

estava sendo plantado no Extremo Oeste Paranaense.

Em 1970, o Norte do Paraná assemelhava-se a uma colcha de retalhos, com lavouras

diversificadas e pastagens ao lado do café em algumas áreas, em outras apenas café e

pasto ou café e lavouras temporárias, em outras ainda, apenas lavouras temporárias;

não estavam ausentes nem a “ monocultura do gado”, nem a do café”. (CANCIAN, 1981,

p.139)

ATIVIDADE 04 – Sistematize as mudanças que a autora faz em relação

ao desenvolvimento da cafeicultura nas décadas de 1950, 1960 e 1970.

Construa um mapa do Estado do Paraná, assinalando os municípios citados

no texto.

Café: pequena propriedade, mão de obra familiar.

No processo de ocupação do Norte do Paraná, com base na pequena

propriedade, além da presença dos imigrantes de outros Estados brasileiros, temos

também a presença de europeus e asiáticos. A historiadora Cancian fez a seguinte

afirmação:

No caso do Norte Novo de Londrina, eram áreas onde o planejamento antecedeu a

colonização, onde os lotes eram na maioria pequenos e médios e os pagamentos

parcelados da terra permitiam que antigos colonos e pequeno lavradores se

transformassem em proprietários. Nessas condições, e em vista dos índices maiores

do número de cafeeiros, fica evidente que a expansão estava se fazendo

preferentemente através da pequena exploração, o que por si mostra mudanças. O

café expandia-se em maior grau onde a pequenas e médias propriedades

indiscutivelmente se faziam presentes. Dá-se o inverso do que foi observado no

Norte Velho de Jacarezinho, onde a diminuição da área média das propriedades que

ocorria paulatinamente indicava fracionamento de terras. Nas áreas de colonização

dirigida os “sítios” precediam a cafeicultura intensiva.

Nos “sítios” o interesse pelo café existiu em função do antigo colono, transformado

em proprietário, ser o lavrador junto com sua família, da sua própria terra. Quase

não tendo dispêndio de mão de obra, morando no lote, realizando ele mesmo

derrubada da mata e ainda vendendo a madeira de lei encontrada, alimentando-se

com o produto do eu próprio esforço e trabalho, vivendo em casas que eram

verdadeiras choupanas de pau a pique recobertas de tabuinhas de palmito ou folhas

de palmeira, conseguiu capitalizar para pagar sua terra. E não apenas os antigos

colonos que tinham esse procedimento. Os imigrantes estrangeiros eram numerosos

e viviam de modo semelhante. Para esse tipo de lavrador, mesmo o pequeno lucro

representava muito. A poupança forçada foi realizada no mais alto grau, e tanto que

no final da década de 1940 e durante toda a década de 1950, muitos desses

pioneiros compraram novos lotes, quer no Norte Novo de Maringá, ou além, no

Norte Novíssimo.

Anos difíceis na verdade, mais profícuos, preparadores da conjuntura dinâmica da

cafeicultura paranaense no pós-guerra”. (CANCIAN, 1981, p. 76)

ATIVIDADE 05 – Elabore um pequeno texto fazendo a relação entre as

pequenas propriedades rurais, a mão de obra familiar e a cultura do café.

O café e o desenvolvimento da economia paranaense

Em relação expansão cafeeira no território paranaense, e sua importância

para o desenvolvimento da economia do Estado, Hermógenes Lazier, em seu livro “

Paraná: terra de todas as gentes e de muita história”, relata:

Natural de Jardinópolis, estado de São Paulo, o Sr. Amadeu Coleto, migra

para o norte do Paraná em 1949, juntamente com sua família. No momento em que

o Estado recebe uma grande leva de imigrantes, principalmente paulistas atraídos

por novas oportunidades de trabalho nas lavouras de café. Em seu depoimento, ele

diz:

Em 1875 já se plantava café, de ótima qualidade, na Colônia Militar de Jataí, no

norte do Paraná. O tenente Antonio Vasconcelos de Menezes, comandante da

colônia, em seu relatório de 1886 afirmou que, no futuro as terras da Região não

teriam competidores na produção de café. Data de 1912 a entrada do primeiro

grande cafeicultor no norte pioneiro. Em 1920 já existiam 5.286.460 pés de café em

Venceslau Braz. Na sua etinerância no território paranaense o café passou no norte

velho, para o norte novo e depois norte novíssimo. Em 1935/36 a produção de café

no Paraná representava 3% da produção nacional e em 1962/63 atingiu 62%. Entre

1958 e 1968 o Estado foi o maior produtor do Brasil. Na safra de 1965/6, o Paraná

possuía um bilhão de pés de café e produziu 21.058.000 sacas. Dados do

CODEPAR revelam que em 1960 o Estado produziu quase 1/3 da produção

mundial, metade da produção brasileira, o dobro da produção africana e três vezes

a produção colombiana. O norte do Paraná era um “mar de café” era uma “floresta”

de cafezais. O café mudou o Paraná. Em 10 anos, de 1950 a 1960 a população

dobrou, e o número de propriedades agrícolas aumentou de 90.000 para mais de

270.000. Só no ano de 1960 foram criados 57 municípios, sendo 40 só no norte do

Paraná. O café a partir de 1930 até mais ou menos 1970, influenciou toda a vida

econômica, social e política do Paraná, contribuindo para criar um novo Estado.

(LAZIER, 2004, p.255)

ATIVIDADE 06 - Elabore um texto relacionando o aumento da produção

de café no estado do Paraná, com as dificuldades encontradas pelos imigrantes que

chegaram nesse período.

Sistematize a evolução da economia paranaense de acordo com as

tendências abordadas pelo autor a partir da presença do café.

A queda da produção cafeeira no Estado do Paraná

Após atingir seu auge em relação à produção econômica, conseguindo as

cifras de maior produtor do país, o café no Paraná, vai aos poucos perdendo sua

importância econômica.

Vários fatores colaboraram para a decadência da cafeicultura paranaense,

dentre eles o clima foi fator decisivo para acelerar esse processo. As sucessivas

geadas ocorridas nas décadas de 60 e a grande “geada negra” de 75, que devastou

todas as lavouras de café do Estado provocaram profundas mudanças na economia

e na sociedade do Estado.

Meu pai trabalhava de colono, lá em Jardinópolis. Ele ganhava por mês, por dia. Quem trabalha assim, diziam que era colono. Tinha a caderneta patronal. Na caderneta estava tudo anotado. Com aquela caneta de tinteiro escrito com a pena. Quanto ele recebia, quantos mirreis custava cada grama de fumo… Nós viemos de trem para o Paraná. Embarcamos em Ribeirão Preto, viemos até Marília. De Marília, pegamos o ônibus com destino à Sertanópolis. Ele vinha lá pelos fundos, passando por Assis. Do lugar onde nós desembarcamos até em Sertanópolis, tivemos que andar uns 15 km a pé, para poder chegar, na casa de uns parentes, que moravam na tal de Sete Ilhas. Viemos com um saco de roupas. Meu pai com dois sacos nas costas, e nós com um embrulho cada um. Eu vim para Sertanópolis, com nove anos de idade. Trabalhava na lavoura de café, tocava meia rua de café, junto com o meu pai. Com nove anos, já estava do lado dele, puxando a enxada… (Entrevista 01)

Além do clima, a concorrência no mercado internacional, levou o Governo

Federal a adotar políticas de erradicação dos cafezais para diminuir a produção

nacional. Só na safra 1966/1967 foram erradicados no Paraná 96.915.998 pés de

café. (LAZIER, 2004). Sobre a crise na cafeicultura paranaense, Lucinéia Cunha

ESPECIAL - 35 ANOS DA GEADA DE 1975 - Entenda o que foi a Geada Negra que dizimou todas as plantações de café do Paraná.

No dia 18 de julho de 1975, uma forte geada dizimou todas as plantações de café do Paraná, o que provocou o êxodo de cerca de 2,6 milhões de pessoas.

Após a terrível geada negra, a cultura cafeeira do Estado do Paraná foi destruída.

Foi no amanhecer de 18 de julho de 1975, há 35 anos, que uma das geadas mais intensas do século passado reduziu a zero a área cultivada com café no Estado do Paraná. Em escala maior, o próprio Paraná nunca mais foi o mesmo. Aquela manhã fria, aliada a outros fatos ocorridos na mesma época, disparou uma série de transformações econômicas e demográficas que fizeram do Estado o que ele é hoje. As estatísticas dão uma dimensão grandiosa dos eventos daquele dia. Na safra de 1975, cuja colheita já havia sido encerrada antes da geada, o Paraná havia colhido 10,2 milhões de sacas de café, 48% da produção brasileira. Era o maior centro mundial nessa cultura e tinha uma produtividade superior à média nacional. No ano seguinte, a produção foi de 3,8 mil sacas. Nenhum grão de café chegou a ser exportado e a participação paranaense na produção brasileira caiu para 0,1%. Nos dias seguintes já começava a consolidar-se uma ideia de que o estrago seria duradouro. O governador Jayme Canet Júnior anunciava que o orçamento do Estado seria reduzido em 20% no ano seguinte. O prognóstico dos especialistas era de que o prejuízo chegaria a Cr$ 600 milhões (o equivalente, pela cotação da época, a US$ 75 milhões), apenas nas lavouras de café. Outras culturas, como o trigo, também sofreram perdas importantes, de mais de 50%. Mas era o café que sustentava a economia do Paraná naquela época – uma situação que mudaria logo em seguida, já que os cafeicultores nunca mais se recuperariam

desse impacto. (PANOBIANCO, 2010)

Steca, em seu livro “História do Paraná – Do século XVI à década de 1950”,

descreve:

Em seu itinerário, percorrendo o Estado do Paraná em busca de melhores

condições econômicas, trazendo em sua bagagem a experiência de alguns anos de

trabalho com a lavoura de café, nosso entrevistado, percorreu outros municípios,

antes de chegar a Tupãssi em 1979. Além de Sertanópolis no Norte do Estado,

residiu no final da década de 60 em Faxinal, na década de 1970 em Borrazópolis.

Em seu relato, ele diz:

Na década de 60 apesar da produção cafeeira paranaense estar em posição de destaque, sofreu alguns reveses. As frequentes geadas, a concorrência da produção africana com preços praticados bem mais baratos, a superprodução sem mercador consumidor, levou o governo a ampliar a política de erradicação dos cafeeiros. Na década de 70 o perfil econômico do Paraná começou a mudar, surgindo as grandes propriedades que engoliram as pequenas, aumentando o interesse pela produção de grãos e a mecanização da agricultura. Com a diversificação da agricultura e a utilização de tecnologia, extinguiu-se o sistema de colonato e o trabalhador enfrentou um novo sistema de trabalho, o temporário com pagamento de salários diário, cuja consequência foi o êxodo rural e o inchamento das cidades. (STECA e FLORES, 2002 p.197)

Em Faxinal nós trabalhamos um ano plantando arroz. Mas depois, já pegamos um sítio de café. Ali naquela região era muito café. Nós moramos perto de Faxinal, depois mudamos para um lugar chamado Olho D’água. Ali ficamos vários anos. Mas tudo no município de Faxinal. Próximo do Rio Ivaí. Em faxinal pegamos um sítio, que só trabalhava com cargueiro (animal de carga). Para amontoar o milho e puxar o café. A lavoura de café era na parte de baixo do sítio e nós morávamos na parte de cima. Ai tinha que puxar a produção com o cargueiro (um burro). Colocava três ou quatro sacos no balaio e vinha. O burro encostava-se ao monte, descarregava, e depois voltava. Ali as terras eram boas. É a região do Vale do Ivaí. Hoje, Borrazópolis é uma cidade até boa. Mas por volta dos anos 50, 60, foi considerada a capital do café. Se você olhar, hoje, não acredita que tinha tanto café plantado naqueles lugares. Era (é) tudo morro. Tinha o fusca, para ir para a cidade. E, em dois ou três lugares, tinha que engatar a primeira marcha. Ele chagava a patinar nas pedras. Ai veio a geada. Eu me lembro até da data. Foi em 18 de julho de 1975. A geada foi tanta, que se podia escorregar sobre o gelo. Nas descidas. É que lá as terras são quebradas (acidentadas). Dava até para patinar no gelo… chhhiiiiiiii (barulho da patinada), de tanto gelo que se formou. Foi uma das maiores geadas. Foi na lua cheia. Eu não esqueço, estou olhando na folhinha (calendário na parede) Ela foi em 18 de julho na lua cheia. Essa geada foi tão forte, que não teve café, nem nos lugares alto, nem nos lugares baixos, que resistiu. Morreu tudo! Até aquelas plantações que ficavam em cima dos morros. Não sobrou nada! Foi uma das maiores geadas que eu passei. Depois tiveram várias outras geadas menores. (Entrevista 01)

ATIVIDADE 07 - Com base no texto, ESPECIAL “35 anos da geada de

1975”, faça de conta que você é o agricultor. Escreva a alguém que está distante,

contando sobre a geada e suas consequências. Após compartilhe seu texto com os

colegas.

Com base no depoimento da entrevista 1, faça uma pequena história em

quadrinhos para ilustrar os acontecimentos.

Tema para discussão. “A geada de 1975” foi o fator decisivo, para a

erradicação dos cafezais no Estado do Paraná?

AS NOVAS TENDÊNCIAS DA ECONOMIA PARANAENSE

A partir da década de 1970 o perfil econômico do Estado do Paraná passa a

sofrer algumas mudanças. Com a erradicação dos cafezais, que ocasionou grande

êxodo rural, ganhou importância a cultura da soja, em quase todo o território

paranaense (LAZIER, 2004,). Através dos relatos nota-se que no final da década de

60 e início de 70 região de Tupãssi, a principal atividade econômica era a

agricultura, com destaque para o café e o milho, atrelado a pratica de outras culturas

de subsistência e criação de alguns animais. Mais ao norte do município paralelo ao

café nota-se à presença das culturas do algodão e do amendoim.

Até então a maioria da população vivia na zona rural, onde à realização do

trabalho era todo manual, desde o preparo do terreno, com o uso de arados

auxiliado por animais até o plantio e a colheita. Com participação de todo núcleo

familiar, destacando o trabalho da mulher, que além de cuidar das tarefas

domésticas auxiliava seu esposo e filhos na prática da agricultura e da pecuária.

(MACHADO, 2008)

Natural de Arcos, Estado de Minas Gerais, movidos pela incessante busca

de trabalho, trazendo toda sua experiência na atividade cafeeira, D. Conceição

migrou com sua família para Marialva, norte do Paraná em 1951. Percorreu uma

longa trajetória de migrações por vários municípios paranaenses até chegar a

Tupãssi. De Marialva para, Santa Cruz do Monte Castelo, retornou à Marialva, em

seguida foi para Terra Boa, depois Nova Olímpia, até chegar à comunidade do são

Camilo, no município de Assis Chateaubriand, no início da década de 70. Em

seguida se muda para Jesuítas. Retorna ao município de Assis Chateaubriand no

bairro Zé Lulu e em seguida para a Fazenda São Judas, no mesmo município no

ano de 1977. Onde residiu por 12 anos, até se mudar em definitivo para o município

de Tupãssi, na região da Água Paulista em 1989. Em seu depoimento ela, diz:

Atrelado a outras culturas percebemos também a presença da soja, que

nesse momento era cultivado de forma manual, sem a presença da mecanização,

que foi acontecendo de forma gradativa. Porém já aparece a figura dos boias-frias,

trabalhadores temporários, que eram encontrados nas áreas urbanas e eram

requisitados para executar o trabalho de limpeza das lavouras, como também para

trabalharem durante à colheita. No entanto as pessoas que residiam nas áreas

rurais, e possuíam pequenas propriedades ou trabalhavam como arrendatários e

porcenteiros, durante as colheitas, para aumentarem suas rendas também

trabalhavam como diaristas.

Há… o motivo que viemos foi serviço. Quando chegamos aqui na São Judas, era café e o terreno era sem mecanizar. Eles também plantavam algodão, milho e soja. O milho era da Cargill. Os meus meninos todos começaram a trabalhar com seis anos de idade. Muitas vezes eu falava; _Vocês ficam em casa, que eu vou pra roça. Mas eles choravam para ir para roça. Muitas vezes eles acabavam de limpar a nossa roça e iam colher algodão. Naquele tempo tinha bastante colheita de algodão. Então eles iam apanhar algodão para os outros. Eu não gostava que eles fossem não. Tinha medo que eles caíssem do caminhão de boia-fria e o pai deles não visse. .E quando nossa roça estava limpa eu ia costurar para fora. (Entrevista 02)

Eles (filhos) trabalhavam lá na fazenda… era de um japonês ali perto do Carajá. Era à Fazenda Cachoeira. Plantava-se 400 alqueires de algodão. Os meus meninos ajudava só colher, pois eles tinham a roça deles, que era aqui no município de Tupãssi. Eles faziam à roça, quando era tempo que não tinha serviço, a roça estava toda limpa e, era tempo de algodão, eles iam apanhar algodão. Eles (filhos) também cuidavam das terras que eles arrendaram do Ademar Barbosa e, trabalhavam por dia para ele, quando precisava. … O Ademar levava boias-frias daqui de Tupãssi, ia buscar em Ubiratã e, por toda a região. Era para colher amendoim, colher milho. Mas o Ademar pagava um pouco mais para os meninos, porque os boias-frias não faziam nada. (Entrevista 02)

Segundo levantamento de dados realizados pela “Comissão Pró

Emancipação de Tupãssi”, no ano de 1974 havia 1.459 propriedades rurais

ocupando uma área de 11.614,43 alqueires paulistas. Durante a safra 1974/75, o

valor total da produção agrícola do Distrito de Tupãssi atingiu as cifras de CR$

85.000.000,00. Nesse período temos uma produção diversificada, porém já se

destacando à cultura da soja, conforme podemos verificar no gráfico abaixo.

(TUPÃSSI, 1976)

Gráfico nº 01 – Produção Agrícola em Tupãssi: Safra 1974/1975.

Fonte: Prefeitura Municipal de Tupãssi – DEMEC,1976. (Adaptado pelo autor)

Analisando o gráfico podemos perceber que apesar da diversidade de

culturas, à atividade agrícola passa por um processo de transição, aonde aos

poucos policultura vai perdendo sua importância, cedendo lugar a uma monocultura

voltada à exportação. A formação e a consolidação de uma economia agrícola de

exportação no Oeste do Paraná é decorrência de fatores externos, no âmbito da

dinâmica do capitalismo e das políticas de Estado. (GREGORY, 1999)

Apresentando a cultura da soja como carro chefe desse processo de

mudança, já na safra 74/75, foi plantados 5.981,82 alqueires paulistas, do produto

38,94%

15,90%

15,40%

10,40%

9,76%

8,27%

1,19% PRODUTOS

SOJA

TRIGO

CAFÉ

ARROZ

MILHO

HORTELÃ

OUTROS

com um rendimento de 389.401 sacas de 60 quilos, perfazendo um rendimento

médio de CR$ 33.099.000,00. Embora o binômio soja/trigo nesse momento já

representava 65,13% da área cultivada, o café ainda representa um peso na balança

de produção, contribuindo com o fortalecimento da economia. Nesse momento a

área plantada correspondia a 981,57 alqueires e a produção nessa safra atingiu

65.483 sacas de café em coco. (TUPÃSSI, 1976)

ATIVIDADE 08 - A partir dos textos acima caracterize as formas

de trabalho; trabalho temporário, por arrendamento e porcentagem.

Faça uma pesquisa e descubra o que é o sistema de colonato.

Agora você é o repórter. Redija um texto jornalístico abordando o sistema

econômico da região nos anos de 1970, apontando algumas mudanças visíveis nos

dias atuais.

MIGRAÇÕES NA REGIÃO SUL

O estado do Paraná, que havia recebido um grande contingente de

imigrantes até a década de 1960, principalmente no meio rural, influência da mão de

obra necessária na atividade cafeeira, após a década a de 1970 vai sofrer um

processo inverso. Diminui-se o crescimento populacional, paralelo a um

esvaziamento do campo, atrelados a altos índices de urbanização, resultado das

profundas mudanças na agricultura. Sendo que dentre os estados da Região Sul,

nas últimas décadas foi o que teve as menores de taxas de crescimento

Então aqui, eu fui conhecer a soja. Os Gottardi plantaram. Plantava feijão, milho… Depois tiravam o feijão e plantavam a soja na palha. A colheita era tudo manual… Depois trilhavam com a trilhadeira. Aquele tempo parece que produzia melhor que hoje. Dava cada pé bonito! (Entrevista 03)

populacional. Sobre as migrações na Região Sul, veja as informações levantadas

pelo IPARDES em 1977.

É bem verdade que o ciclo de ocupação da fronteira agrícola sulina

desenvolveu-se segundo ritmos e padrões diferenciados de tempo e espaço no interior

da região (Sul), esgotando-se inicialmente no Rio Grande do Sul e só mais tarde em

Santa Catarina e no Paraná. Assim, o povoamento deste Estado, realizado em parte por

paulistas, mineiros e nordestinos, deveu-se também a participação de imigrantes

gaúchos e catarinenses. Com isso, em 1960 cerca de 40% da população residente do

Estado era não natural.

A década de 70 representou um ponto de inflexão significativo nessas tendências. O fim

do ciclo de incorporação extensiva de áreas agricultáveis no Sul, observado já no final

dos anos 60 – em paralelo ao advento das profundas transformações modernizantes da

estrutura produtiva agrícola, viabilizado no contexto do pacote tecnológico da “revolução

verde” – detonou um imenso processo de esvaziamento das áreas rurais dos estados

do Sul, fazendo com que, de receptora, a região passasse a constituir uma das

principais áreas impulsoras da população do País. Intensas correntes migratórias

deslocaram-se com destino às áreas urbanas da própria região, bem como em direção

aos centros urbanos do Sudeste e às zonas agrícolas pioneiras do Norte e do Centro-

Oeste brasileiro. O Paraná, que havia experimentado as mais altas taxas de incremento

demográfico no período anterior, foi o Estado que contribuiu com a maior parcela de

emigrantes do Sul nos anos 70, destacando-se como a UF de menor crescimento

populacional do País.

Os anos 80 testemunharam a continuidade desse processo. Pela segunda década

consecutiva, a Região Sul, em particular o Paraná, apresentou as menores taxas de

incremento demográfico, reafirmando seu caráter expulsor de população. De fato, as

evidências disponíveis, pelo menos no que diz respeito à realidade paranaense,

apontam para o prosseguimento da modernização das práticas agrícolas, da

concentração fundiária e da exclusão social. Apesar da capacidade demonstrada pelos

centros urbanos da região em reter parcelas significativas do êxodo rural e das perdas

sofridas pelas pequenas cidades, permanece a tendência ao saldo migratório negativo.

(IPARDES, 1997, p.27)

Tabela: 01 - População e Grau de Urbanização/Paraná e Tupãssi – 1950/2010

TUPÃSSI

PARANÁ

Ano

População Total

População Urbana

População Rural

Grau de Urbanização

População Total

População Urbana

População Rural

Grau de Urbanização

1950 --- --- --- --- 2.115.547 528.886 1.586.611 25.00%

1960 --- --- --- --- 4.236.721 1.310.969 2.952.752 30.75%

1970 --- --- --- --- 6.929.868 2.504.378 4.425.490 36.14%

1980 10.160 4.590 5.570 45.17% 7.629.392 4.472 561 3.156.831 58.62%

1991 8.829 5.361 3.468 60.72% 8.448.713 6.197.953 2.250.760 73.36%

2000 8.018 5.420 2.598 67.59% 9.563.458 7.786.084 1.777.374 81.41%

2010 7.997 6.286 1.711 78.60% 10.444.526 8.912.692 1.531.834 85.33% Fonte: IBGE (Adaptado pelo autor)

ATIVIDADE 09 - Construa gráficos para representar a evolução

populacional do município nas últimas quatro décadas. Sendo um gráfico de linhas

para a população total e um gráfico de colunas representando a população rural e

urbana.

Discuta o resultado com os seus colegas.

A modernização do campo e o comportamento da população em

Tupãssi

Analisando a tabela acima fica claro que o comportamento populacional no

município de Tupãssi diferencia-se do verificado no Estado do Paraná. Em primeiro

lugar, há uma queda da população do município do decorrer dos últimos 30 anos,

comparados com aos índices de crescimento do Estado. Em segundo lugar esses

dados nos mostra que o maior decréscimo populacional vem ocorrendo no meio

rural. No entanto, percebe-se que à população urbana só ultrapassa a população

rural no início da década de 1990, enquanto que no Estado esse processo já havia

ocorrido na década anterior. Diante disso nota-se que o processo de modernização

do campo no município é um pouco mais tardio, pois de acordo com alguns relatos

fica evidenciado que no início da década de 1980 algumas lavouras não eram

mecanizadas e ainda podia se encontrar algumas poucas plantações de café.

A mecanização da área rural paralelo ao uso das novas tecnologias na

agricultura proporcionou um aumento da produtividade, porém a utilização cada vez

menor de mão de obra ocasionou o desemprego, provocando um esvaziamento das

áreas rurais.

Esse processo gerou um aumento na concentração de terras e de riquezas,

devido à concorrência desleal entre os grandes proprietários rurais e os pequenos

proprietários, os quais não tiveram acesso às novas tecnologias. Muitos pequenos

produtores perderam suas propriedades para o pagamento de empréstimos

realizados junto aos Bancos. Outros venderam suas propriedades, aproveitando a

valorização dos terrenos e, adquiriram áreas maiores de terras em outras regiões

onde os preços eram mais acessíveis. Mas a maioria migrou para as cidades em

busca de trabalho.

Essa transferência da população do campo para cidade e da cidade para

outras cidades e também para outros estados, nos leva a sugerir que é, resultado do

intenso processo de mecanização e do incentivo do governo às culturas

agroexportadoras, que forçaram o deslocamento dos trabalhadores, a maioria sem

Eu morava lá em Borrazópolis. Eu, mais dois irmãos e, meu pai. Nós estava meio apertado la naquele sítio para morar e, faltava serviço. Nisso um parente meu comprou sete alqueires aqui na Água Lambari em 1979. Aí eu vim para cuidar do sítio. Aqui o sítio era de café. Eu toquei um ano. O café não deu nada. Quando cheguei o café já estava formado. Mas a produção era ruim. Não produzia quase nada! Não produzia mesmo! Não vingava! O café não vingava! Tinha que acabar mesmo. E depois as terras em volta já era quase todas mecanizadas. A produção era ruim por causa do clima. Chegava à época da florada ventava muito. E essa ventania não deixavam as flores vingar. Ventava muito naquela época, nos meses de agosto e setembro. Era muito vento! E também vinham as doenças. Não produzia mesmo! Era preciso mil pés de café, para produzir duas ou três sacas de café. A produção era muito pouco. Então, eu trabalhei um ano. Arrancamos o café e, começamos trabalhar com a terra mecanizada, plantar soja e trigo. (Entrevista 01)

… Quando mecanizou, a terra começou a valorizar. Ai um foi comprando do outro. Aquela ganância por terra. Um vendia para o outro… Muita gente vendeu… não pensavam também… achavam fácil de vender. O valor era alto. Muitos venderam, para ir para o Mato Grosso. Mais naquela época foi muita gente para a cidade. Muita gente! ( Entrevista 03)

especialização, para outras cidades, regiões e até para outros países em busca de

empregos.

Essa população que deixa o campo não foi atraída em sua maioria para as

áreas urbanas do município. Em um primeiro momento essas migrações ocorrem

para centros urbanos maiores, como: Cascavel, Toledo, Curitiba, consideradas polos

regionais, onde a oportunidade de sobrevivência eram maiores, ou ainda para outras

frentes de colonização agrícola no Mato Grosso, Bahia e até mesmo no Paraguai e

Bolívia (GREGORY, 1999). Mais recentemente, em busca de países com maiores

oportunidades de trabalho, na tentativa de uma possível independência financeira, e

em menor número, as migrações ocorreram para o Japão, Estados Unidos e países

da União Europeia.

ATIVIDADE 10 – Realize uma pesquisa de campo com famílias

de moradores que tenham vindo após a década de 1970 para Tupãssi. Faça uma

entrevista com ele seguindo o proposto no roteiro.

Nome, idade, local de nascimento.

Quando chegou a Tupãssi? (dia, mês e ano).

De que lugar você veio?

Você morou em muitos lugares antes de vir para Tupãssi? Quais?

Você veio para cá para fazer o quê?

Como se organizaram quando chegaram? Como era o município?

Quais foram às atividades econômicas que se dedicaram?

Conte um fato interessante que te marcou quando você chegou aqui.

Você guarda alguma foto ou objeto da época? Pode nos mostrar e

falar sobre eles?

Depois de feita a entrevista, faça um texto narrativo com a história de seu

entrevistado. ( BARTMEYER, 2007)

ATIVIDADE 11 - (Trabalhando em grupo)

Todas as narrativas escritas serão expostas a turma poderá escolher

algumas que acharem mais interessantes. Depois, a turma pode visitar novamente

esse mesmo entrevistado com um novo roteiro de entrevista.

Passo a passo:

Preparação de um novo roteiro para entrevista.

Realização da entrevista gravada.

Transcrição da entrevista.

Conferência de fidelidade da transcrição.

Solicitação por escrito do entrevistado para o uso da sua entrevista

em estudos e publicações.

Estudo dos textos transcritos em sala de aula.

Separar as fotos por temas, com descrição de cada conjunto

temático, inserindo-o no contexto histórico.

Organizar um painel, com as fotos coletadas.

Fazer cópias da transcrição de cada entrevista, como também das

fotos e deixar a disposição na biblioteca municipal e, nas bibliotecas

das escolas para futuras consultas de pessoas interessadas.

As transformações econômicas ocorridas no município influenciam no

processo educacional

Desde a chegada dos primeiros moradores, já havia preocupação com a

educação das novas gerações. Não existindo docentes com formação adequada, as

crianças eram atendidas por leigos, ou seja, os que sabiam um pouco mais

tornavam-se professores.

Oficialmente, a primeira escola foi criada em 1960, quando o povoado era

denominado de Gleba Quatro Lambari, sendo chamada de Escola Rural Getúlio

Vargas, localizada na Água São Vicente. Em um segundo momento, com expressivo

aumento populacional na região, foi implantado de forma gradativa cerca de dezoito

escolas rurais nas diferentes localidades e povoados.

E em setembro de 1975, de acordo com a Inspetoria Municipal de Ensino o

distrito, contava com 25 unidades escolares de Ensino Primário, onde lecionavam 65

professores, e estavam matriculados 2.970 alunos. Sendo que deste total, 692 se

encontravam no Grupo Escolar Castro Alves na Sede do Distrito e o restante estava

distribuído nas Escolas Rurais e nos patrimônios de Jotaesse, Palmitolândia e

Brasiliana.

Figura 01 – Escola Rural

Escola Rural Zacarias de Góis e Vasconcelos ( Acervo do D. Municipal de Educação)

Do total de alunos matriculados no Ensino primário, apenas, 23,3% se

encontravam na sede do Distrito. Esses dados nos levam a entender, que a grande

maioria da população residente no Distrito se concentrava nas áreas rurais.

Na Sede, encontrava-se em funcionamento desde 1971, o Ginásio Estadual

de Tupãssi, que no ano letivo de 1975, foram matriculados 1.080 alunos.

No final da década de 1970 e início de 1980, com a perda de população

ocorrida no município, paralelo ao esvaziamento demográfico do campo,

…Quando nós chegamos aqui em Palmitolândia, tinha aquela escolinha de madeira, lá em baixo perto da serraria. Era só essa e, em Tupãssi. Não tinha outras escolinhas aqui perto… Depois que foram desmatando e chegou mais gente, foram colocando outras escolas. Em 1973 foi inaugurada à Dr. Roberto Galvani. (Entrevista 03)

consequências da mecanização do meio rural e a modernização seletiva da

agricultura, as escolas rurais começaram a ser extintas. A última escola rural a ser

desativada foi a Escola Rural Municipal Castelo Branco, então localizada na

comunidade da Água Paulista, em 1997.

Para ilustrar esses dados veja o exemplo, da Escola Rural de São Roque.

Localizada na comunidade de São Roque da Memória, Distrito de Palmitolândia, ao

Sul do município, nos limites com o município de Toledo, iniciou suas atividades no

ano de 1968. Como as demais escolas rurais, funcionava em sistema multisseriada,

ou seja, organização de ensino, onde o mesmo professor trabalha na mesma sala

de aula, com alunos de idades e níveis educacionais diversos e, de forma

simultânea. Nesse mesmo ano recebeu, um total 39 matriculas, as quais

aumentaram com o decorrer dos anos, chegando ao ano letivo de 1973 com um total

70 alunos matriculados. Porém nos anos seguintes o número de matriculas sofreu

um decréscimo, ano após ano. Em 1983, ano em que ocorreu a instalação definitiva

do município, o número de alunos matriculados foi de 29. Diante dessa realidade a

escola encerrou em definitivo suas atividades em 1994 com um total de 06 alunos

matriculados.

Seguindo o exemplo da Escola Rural de São Roque, todas as demais

escolas rurais tiveram um desfecho semelhante. Hoje encontram apenas descritas

em documentos oficias e na memória daqueles que presenciariam e vivenciaram

essa fase da história do município.

De acordo com dados levantados junto a DEMEC (Departamento Municipal

de Educação e Cultura), atualmente existem as três escolas municipais, localizadas

na sede do município e nos Distritos de Jotaesse e Brasiliana, as quais oferecem as

modalidades de Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano. Além disso, existem três

(CMEI) Centro Municipal de Educação Infantil, atendendo alunos de 0 a 5 anos de

Tu vê a evolução! Começaram abrir, fazer escolinhas, lá no São Roque, no São Luiz, no Rio do Peixe. As escolinhas de madeira. Aquele ensejo, maluco, aquele povo espalhado pelo mato. E levaram poucos anos, (risos) a turma começou a se mudar de novo. Ir embora! As escolinhas foram ficando vazias. O povo foi saindo e diminuindo os alunos. No sítio mesmo tinha, muitas escolinhas. Ai o povo foi saindo, foi saindo e acabaram as escolas todas. Vieram para o Distrito. Do Distrito voltaram lá para a Sede do município… o que sobrou. (Entrevista 03)

idade e, o (EJA) Escola de Jovem e Adulto. Perfazendo um total de 931 alunos

atendidos pela rede municipal de ensino.

A rede estadual de ensino conta com 853 alunos matriculados no ano letivo

de 2011, distribuídos em quatro escolas, atendendo as modalidades do ensino

fundamental, médio e profissionalizante.

ATIVIDADE 12 – (Em grupo) Faça uma pesquisa nas escolas,

procurando saber o número de alunos que residem nas áreas rurais. Em que

período eles estudam? Como vem para as escolas?

Encontre um professor (a) que já tenha trabalhado em uma escola rural,

para que ele (a) possa relatar suas experiências vividas nesse período em relação

ao trabalho.

De posse de todas essas informações produza um texto e apresente aos

colegas.

Faça também:

Procure junto a comunidade fotos de antigas escolas do município, monte

um acervo e, em seguida descreva as mesmas contextualizando de acordo com o

momento histórico.

De posse dessas fotos faça uma exposição na escola.

GLOSSÁRIO Choupana: Casa pobre, coberta de palha ou sapê, cabana, choça.

Colono: Aquele que cultiva uma porção de terra ligada ao proprietário por um

acordo.

Compêndio: Rol de documentos contendo as informações necessárias para

a emancipação política de Tupãssi, organizado pela comissão “pró-

emancipação” e enviados à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.

Coníferas: Plantas que possuem folhas em forma de agulhas e frutos em

forma de cones com sementes expostas. No Brasil, a conífera nativa mais

conhecida é o pinheiro do Paraná.

Era Mesozoica: Era geológica que se iniciou a cerca de 250 milhões de anos

atrás, que ficou marcada pelo intenso vulcanismo e consequente derrame de

lavas em várias partes do globo.

Êxodo rural: É a saída das pessoas que vivem no campo, para as cidades,

geralmente em busca de melhores oportunidades e uma vida melhor.

Geada negra: Ocorre quando o ar está muito seco e a planta morre antes da

formação e congelamento do orvalho, ficando assim escurecida.

Latifoliadas: Planta que apresenta folhas largas.

Lavoura Temporária: São áreas plantadas ou em preparo para o plantio de

culturas de curta duração e que necessitassem, geralmente de novo plantio

após cada colheita.

Monocultura: Sistema de exploração do solo com especialização em um só

produto

Pau a pique: É uma construção feita basicamente de tiras de madeira e barro

entre elas.

Planalto Meridional: Planalto que recobre a maior parte do território da

Região Sul do Brasil, alternando extensões de arenito com outras extensões

de basalto.

Policultura: Sistema de exploração do solo, que consiste em obter vários

tipos de produtos numa mesma propriedade, numa mesma região.

Trilhadeira: Máquina de debulhar cereais.

Revolução verde: Disseminação de novas sementes e práticas agrícolas que

permitiram um vasto aumento na produção agrícola em países menos

desenvolvidos durante as décadas de 60 e 70. É um amplo programa

idealizado para aumentar a produção agrícola no mundo por meio do

melhoramento genético de sementes, uso intensivo de insumos industriais,

mecanização e redução do custo de manejo.

Sítio: Pequena lavoura; chácara, morada rural, campo, roça.

REFERÊNCIAS

BARTMEYER, Rosana Moraes. Os fundadores de Rolândia (PR). Produção didático-pedagógica – PDE/UEL. Londrina, 2007. Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/98-2.pdf> Acesso em: 25 de mai. 2011.

CANCIAN, Nadir Aparecida. Cafeicultura paranaense – 1900/1970. Grafipar. Curitiba, 1981.

CARDOSO, Engracia Alves. Cadê a história daqui? Produção didático-pedagógica – PDE/UEL. Londrina, 2007. Disponível em: <http://www.diaadiaeducação.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/588-4.pdf> Acesso em: Acesso em: 01 de ago. 2011.

COLOGNESE, Silvio; GREGORY, Valdir; SCHALLENBERGER. Tupãssi: do mito à História. Cascavel, PR: Edunioeste. 1999.

EULÁLIA, Maria do Carmo. A História oral: vetor do tempo para pessoas idosas. In: WHITAKER, Dulce Consuelo Andreata; VELÔSO,Thelma Maria Grisi (Orgs.). Oralidade e subjetividade: os meandros infinitos da memória. Campina Grande, Paraíba: EUEP, 2005. p. 70-83.

IAPAR. Cartas Climáticas do Paraná (Classificação climática). 2000. Disponível em: < http://www.iapar.br/modules/conteudo/conteudo.> Acesso em: 05 de jul. de 2011.

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