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PRODUÇÃO DE BACTERIOCINAS POR DIFERENTES ISOLADOS E RAÇAS F IS I OLÔG ICAS DE Xanhomo na campe PV·.· malvaceaum (E,F, SMITH 190.1) DYE 1978 EDERALDO JOS� CHIAVEGATO Eng Agrônomo Orientador: Prof. Dr. CLIO LI SAL Dissertação apresentada à Escola Serior Agricultura "Luiz Queiroz" , da iversidade de São Paulo, para obtenção do título de stre em Agronomia, Área Concentração: Fitopatologia. PIRACIC Estado de São Paulo - Brasil Novero - 1988

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PRODUÇÃO DE BACTERIOCINAS POR DIFERENTES ISOLADOS E RAÇAS F IS I OLÔG I CAS DE Xan.:thomo na.6 c.ampe..6:tll.,i,.6 PV·.· malvac.e.all.um

(E,F, SMITH ., 190.1) DYE., 1978

EDERALDO JOS� CHIAVEGATO EngC? Agrônomo

Orientador: Prof. Dr. C1BLIO LIMA SALGAOO

Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" , da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Agronomia, Área de Concentração: Fitopatologia.

PIRACICABA. Estado de São Paulo - Brasil

Novembro - 1988

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C532p Chiavegato, Ederaldo José

Produção de bacteriocinas por diferentes iso lados e raças fisiológicas de Xanthomonas cam­pestris pv. malvacearum (E.F. Smith, 1901) Dye, 1978. Piracicaba, 1988.

62p.

Diss.(Mestre) - ESALQ Bibliografia.

1. Algodão - Doença - Controle 2. Bactéria fitopatogênica - Bacteriocina - Produção 3. Bacte­riocina - Produção 4. Mancha angular do algodão -Controle I. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba

CDD 589. 95

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PRODUÇÃO DE BACTERIOCINAS POR DIFERENTES ISOLADOS E RAÇAS

FISIOLÕGICAS DE Xan�hornona� earnpe���i� pv. -rnalvaeea�urn (E.F. SMITH, 1901) DYE, 1978

Aprovado em: 28/02/89

Comissão Julgadora

Prof. Dr. Clélio Lima Salgado

Prof. Dr. Chukichi Kurozawa

Prof. Dr. Hiroshi Kimati

Ederaldo José Chiavegato

ESALQ/USP

UNESP/Botucatu ESALQ/USP

Salgado

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A oh m e..u..6" p a.ih

1RMA e. REYNALVO

ii.

com 1:,a.uda.de.h, minh a. gJz.a.�idão.

à minha. e.hpoha.

L1SETE

e. me.uh fiilhoh

VERIVIANA, MARfLIA e. REYNALVO

pe.i'..o a.moJz., ca.túnho e. compJz.e.e.nhã.o

VEVICO.

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iii.

AGRADECIMENTOS

O autor expressa os seus agradecimentos:

Ao P�ofessor Doutor Cl�lio Lima Salgado, pela orientação

na pesquisa.

Ao Departamento de Fitopatologia da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz'', pela possibilidade de rea­lização do curso de Pós-graduação.

Ao Dr. Mauro Hideo Sugimori, pelo apoio e sugestões apre­senta das durante a realização dos trabalhos.

Ao Dr. Edivaldo Cia, pelo apoio e sugestões apresentadas, especialmente nos estudos de variabilidade do pat6geno e revisão dos originais.

à Seção de Microbiologia Fitot�cnica do Instituto Agron6-mico pela possibilidade de realização dos trabalhos de la hora tório.

Aos Drs. Im:re Lajos .Gridi-Papp e Milton Geraldo Fuzatto,

pelo apoio, sugestões apresentadas e revisão dos origi­. nais.

Ao Dr. Jfilio Rodrigues Neto� pelos trabalhos de liofiliz� ção da bact�ria, sugestões apresentadas e revisão dos ori ginais

Aos Drs. Luiz Henrique Carvalho, Nelson Machado da Silva, Nelson Paulieri Sabino, Júlio Isao Kondo e Popílio Angelo CavaleTi, pelo estímulo.

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iv.

À técnica de laboratório Vera Lúcia Lucas Machado pelo au xílio nos trabalhos de laboratório.

À Srta. Sueli Aparecida Signori pelos serviços de datilo­

grafia.

Aos funcionários da Seção de Algodão e Seção de Microbio­logia Fitotfcnica do Instituto Agron6mico e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização de� te trabalho.

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v.

INDICE

Página

LISTA DE TABELAS . . . . . . . •. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

RESUMO •..••.••..•••....•.••••••.• -----; ••...•..•.•••..

SUMMARY ••••••.••.•.••••.••••••..•••.••.•....•.••.

1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 . REVI SÃO DE LI TERA. TURA. .•...••..................

2. 1. Bacteriocinas

vii

viii

X

01

06 06

2. 2. Variabilidade do pat6geno . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3. MATERIA IS E Ml?:TODOS . . . . . • . . . • . . . . . . . . . . . . . • . • . 22 3. 1. Local da pesquisa . . . ··�····. . . . . . . . . . . . . . 22 3. 2. Origem dos isolados • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3. 3. Meios de cultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . •. . 24 3. 4. Isolamento e purificação do patógeno. . . . . . . . 25 3. 5. Manutenção e preservação do patógeno . . . . . 26 3. 6. Inoculação do patógeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 7

3�6. 1. Obtenção e preparo do inóculo . . . . . 27 3. 6. 2. Métodos de inoculação . . . . . . . . . . . . . 28

3. 7. Identificação das raças fisiológicas . . . . . 29 3. 8. Método de avaliação dos sintomas . . . . . . . . . 29 3. 9. Produção de bacteriocinas . . . . . . . . . . . . . . . . 30

3. 9. 1. Determinação da sensibilidade de bacteriocinas ao calor . . . . . . . . . . . . 32

4. RESULTADOS . . . . . . • . . • . . . . . • . . . • . . . . • . . . . . . . . . . 34

4. 1. Produção de bacteriocinas . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4. 1. 1. Comportamento dos isolados . . . . . . . . 34 4. 1. 2. Influência dos meios de cultura na

produção de bacteriocinas 36

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vi.

Página

4. 1. 3. Determinação da sensibilidade de bact�rioéinas ao _ calor . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . 3 7

4. 2. Identificação das raças fisio16gicas4. 3. Produção de bacteriocinas a nível de raça fi­

siológica

37

39

5. DISCUSSÃO . . .. .. . . . . . . . . • . .. . . .. . . . . .. .. .. . . .. . . . . 42

6. _CONCLUSÕES . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 52

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vii.

LISTA DE TABELAS

TABELA N9 Página

01 Procedência dos isolados de X. campe-0tnl-0 pv. ma.lvaceanu.m

02 Produção de bacteriocinas por diferentes

23

isolados de X. campe-0tnl-0 pv. ma.lvaceanu.m 35

03 Reação de linhagens diferenciais de algo­doeiro inoculadas com vinte e nove isola-dos de X. campe-0t�l-0 pv. ma.lvaceanu.m •••. 38

04 Produção de bacteriocinas por diferentes raças fisiológicas de X. campe-0t1Li-O pv. ma.lvacea�u.m 40

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viii.

PRODUÇÃO DE BACTERIOC INAS POR DIFERENTES ISOLADOS E RAÇAS FISIOLÓGICAS DE Xan.thamonah eampeht�ih pv. malvaeea�um (E. F. Smith, 1901) Dye, 1978

RESUMO

Autor: EDERALDO JOSf'. CHIAVEGATO

Orientador: Prof . Dr. CLf'.LIO LIMA SALGADO

No presente trabalho, foi investigada a prod�

çao de bacteriocinas por diferentes isolados e raças fisiol6

gicas de Xanthamana-0 eampe-0.t�i-0 pv. malvaeea�um (E. F. Smith)

Dye.

Isolados provenientes de várias localidades,

diferiram entre si quanto à capacidade de produção e à sensi

hilidade as bacteriocinas, tanto a nível de raças ou de iso­

lados� como em relaçio à origem desses isolados. Consequent�

mente, foi impossível a caracterização destes em grupos por

tipos de bacteriocinas.

De acordo com os resultados obtidos, as bac­

teriocinas produzidas são termoestáveis a 79º C por 15 minu­

tos.

Foi observado que 55% dos isolados produziram

bacteriocinas contra os demais, quando testados em meio de

cultura BDA. Em Agar-Nutriente a produção foi inibida.

Paralelamente aos estudos de produçio de bac-

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ix.

teriocinas, foram feitas observações a respeito da variabili

dade patogênica de X . campeh�4lh pv. malvaceanum. Foram de­

tectadas as raças fisiológicas 3, 7, 13, 17, 18 e 19, com ba

se nas reações de patogenicidade apresentadas pelo grupo de

linhagens diferenciais de algodoeiro. Todas essas raças fo­

ram observadas no Estado de São Paulo. A raça 18 foi detec­

tada em amostras provenientes de todos os outros Estados pro

<lutares de algodão na Zona Meridional do Brasil (Paraná, Ma­

to Grosso, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do S·ul), porém,

nessas regiões foi observada ocorrência menos

das demais raças.

generalizada

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x.

PRODUCT ION O F BACTERIOC INS BY DIFFERENT ISOLATES AND PHYSIOLOGIC RACES OF Xanthomona� eampe�tni� pv . malvaeeanum (E. F. Smith, 1901) Dye, 1978

SUMMARY

Author: EDERALDO JOSg CHIAVEGATO Adviser: Prof. Dr. CLgLIO L IMA SALGADO

The production of bacteriocins by different

isolates and physiologic races of Xanthomona� eampe�tni� pv.

malvaeea�um (� . F. SmitW Dye was investigated .

Isolates coming from several localities dif­

fered as bacteriocins productors and to the sensibility to

such substances . Differences were also observed among races

as well as according to geographic origin. Characterization

and grouping of the isolates by the type

produced was not �ossible.

of bacteriocins

The bacteriocins were thermostable at

for 15 minutes.

The results showed that 55% of the isolates

produced bacteriocins against the others� when tested in

PDA medium. Bacteriocin production was inhibi ted in Nutrient­

Agar.

Observations concerning the variability of

X. campe�tni� pv. malvaeeanum were made. Physiologic races

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xi.

3, 7, 13, 17, 1 8 and 19 were detected on the basis of reactions

exhibited by the group of cotton lines generally recognized

as differentials.

All those races were observed in São Paulo state,

Brazil. Race 18 was detected also in samples collected in the other

cotton producing meridional states of Brazil (.Paraná, Mato

Grosso, Minas Gerais, Goiás and Mato Grosso do Sul) ; however,

a less generalized occurrence was observed for the other

races in the sarne states.

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1. INTRODUÇÃO

Em 1891, no Estado do Alabama, EUA, Atkinson

citado por ELLIOTT (1930) , foi o primeiro pesquisador a re­

latar e descrever, com a denominação de ferrugem negra do

·algodão, a ocorrência de manchas angulosas em folhas de al­

godoeiro. Após a constatação por Earle (1900), citado por

ELLIOTT (1930) , de que a doença era devida diretamente à ação

de uma bactéria, muitas propostas de classificação para o

patôgeno foram apresentadas e aceitas por algum tempo, entre

as quais: P.óe.udomon.a.6 malvac..e.all.um E.F. Smith, 1901; Bac...:teJÚum

ma.lvac.e.a.Jz.um (_Smith) Smith, 1 905; Bac..illu.6 malvac..e.a.Jz.um (Smith)

Holland, 19 20; Phy.:tomo n.a.6 malvac..e.all.um (_Smith) Be rgey e t al. ,

19 2 3 e Xan..:thomon.a.6 malvac.e.aJtum (_Smith) Dowson, 19 39 (BRADE!.!_

RY, 1986). Estudando o genero Xan..:thomon.a.6, DYE & LELLIOTT

(_1974} concluíram que a maioria das espécies que o compõem di

fere de X. c..ampe..6.:t:Jz.i.6 somente pela reação da planta hospedei_

ra. Consequentemente, DYE (J978l propôs caracterizar essas

espécies como patotipos de X. c..ampe..6.:tll.i.6 segundo a especifi­

cidade dos hospedeiros aos quais são patogênicos. Com base

nesses estudos e também em trabalhos de outros autores para

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2.

outros generos, YOUNG et alii (1978) apresentaram como uma

proposta geral para esses patotipos, considerados como sub­

espécies, a utilização do termo patovar para diferenciar a

sua capacidade patogênica, mantendo entretanto o coricei to gl9_

bal da espécie . . Atendendo, desta maneira, as exigências do

Código Internacional de Nomenclatura de Bactéria. Com a acei

tação dessa proposta pelo Comitê de Taxonomia de Bactérias F!

topatogênicas da Sociedade Internacional de Patologia de Plan­

ta (.SPP) (.DYE et alii, 1980) , o patógeno utilizado neste es­

tudo passou a ser denominado, Xanthomonah eampeht�ih pv. mal

vaeea�um (�.F. Smith, 1901) Dye, 1978.

No Brasil, o primeiro relato de ocorrência do

patógeno foi feito por HEMPEL (J927), com referência a uma

moléstia criptogâmica causada por uma espécie de bactéria, que

se desenvolvia nas células interiores das folhas de plantas

� algodoeiro, invadindo tamb€m o capulho. Na década segui�

te, BITTANCOURT (.1935) descrevendo a mancha bacteriana, mui­

to comum nas plantações de algodoeiro do Estado de São Pau­

lo, define esta como sendo uma doença das folhas e das maças

podendo, eventualmente apresentar-se nas hastes. Já .nesta

época, o autor salienta a importância da associação bactéria

x Colletot�iehum gohhypii em maçãs, doença considerada até

então, a mais importante nas plantações de algodoeiro do Es­

tado. Atualmente a doença, conhecida principalmente por man

cha angular do algodoeiro, vem ocorrendo de forma generaliz�

da em todas as regiões produtoras de algodão no Brasil, pri�

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3.

cipalmente em lavouras no Estado de São Paulo e Paraná (CIA,

1977 e RUANO & MOHAN, 1982) .

Muito influenciada pelas condições de ambien­

te, a doença pode ocorrer com maior ou menor severidade to­

dos os anos (CRUZ, 1965; CIA et alii, 1976 e CIA, 1977) . Pa­

ra o desenvolvimento de epidemias., além da alta umidade e

vento, r�gimes em que a temperatura noturna se mostra baixa

e a diurna alta favorecem a manifestação de sintomas até mes

mo em variedades consideradas geneticamente mais resistentes

(�IMATI, 1980). Os sintomas provocados pelo patógeno ocor-

rem principalmente nas folhas, na forma de lesões angulosas

e nas maçãs, podendo ainda em .condições especiais incidir

nos pecíolos, pedúnculos e hastes principais da planta (.CIA

et alii, 1976 e CIA, 1977). Nas maçãs, as lesões provocadas

pela bactéria são invadidas frequentemente por fungos causa­

dores de podridões, principalmente por C. go-0�ypii, que e

isolado mais frequentemente nestas lesões, contribuindo com

esta associação para a completa·destruiçio do produto final

()lALMER et alii, 1967).

O controle da doença por meio de produtos quf

micos, embora possível atravfs de pulverizações das plantas

no campo, sô se justifica, em nosso meio quando as

são extremamente favoráveis ao desenvolvimento de

condições

epidemias

(_KIMATI, 1980).. De uma maneira geral, o controle mais prâti_

co, eficiente e econômico tem sido através do emprego de

cultivares resistentes (�IA, 1977).. Neste particular, gran-

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4.

de número de trabalhos de melhoramento foi realizado, visan­

do à mancha bacteriana (GRIDI-PAPP et alii, 1985) . A maio­

ria destes trabalhos entre eles, HUNTER et alii (1968) , BRIN-

KERHOFF ( .1970) , CIA (1972) , HUSSAIN & BRINKERHOFF

BRINKERHOFF & HUSSAIN ( _1978) , BIRD (1981) e BIRD et

(1978) ,

alii

( .1984). é dedicada aos estudos sobre a variabilidade do pat6

geno.

Até o momento, foram descritas 19 raças da

bactéria (_BIRD, 1981 e RUANO & MOHAN, 1982) , das quais cinco

tiveram ocorrência relatada no Brasil, a saber, três no Es­

tado de São Paulo, raças 3, 8 e 10 ( .CIA, 1972) e duas no Es­

tado do Paraná, raças 18 e 19 (�UANO & MOHAN, 1982) .

Considerando a importância do conhecimento das

raças fisiol6gicas para os trabalhos de melhoramento, seria

importante também caracterizar o comportamento dessas raças

dentro·da espécie, uma vez que a avaliação da resistência g�

nética do hospedeiro geralmente é feita através de inocula

ções com mistura de isolados ou raças do pat6geno (TJ-là.XTON et

alii, 1983; MAHILL et alii, 1983 e BIRD et alii, 1984) . Nes­

se caso, a determinação da produção de bacteriocinas seria

de grande valia uma vez que, segundo LWOFF (.1953), uma parti

cula de bacteriocina é suficiente para destruir uma célula

bacteriana sensível; raças bacteriocinogênicas poderão des­

truir as raças sensíveis a esta bacteriocina alterando canse

quentemente, a proporçao das raças na mistura e os resulta­

dos das inoculações.

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5 •

O presente trabalho teve por objetivo inves­

tigar a produção de bacteriocinas por diferentes isolados e

raças de X. eampe���i� pv. malvaeea�um encontrados no Brasil

bem como possíveis relações entre eles.

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6.

2, REVISÃO DE LITERATURA

2,1, BACTERIOCINAS

Os estudos de bacteriocinas tiveram início em

1925, com a descoberta por Gratia (REEVES, 1965) de uma subs

tância produzida por uma linhagem de EJehe�lehla eoll, ativa

contra outras linhagens sensíveis da mesma espécie. Posterio�

mente, com a evolução dos estudos, essas substâncias, produ­

zidas por vários membros da família Enterobacteriaceae, fo­

ram consideradas como um grupo de antibióticos naturais, al­

tamente específicos . Gratia & Fredericq (1946), citados por

MAYR-HARTING et alii (_19721, propuseram para esses antibióti

cos o nome genético de "colicinas".

Após o conhecimento de que outros organismn.s...

além dos. colif ormes, eram capazes de produzir tais substân­

cias, JACOB et alii (1953) propuseram o termo geral "bacterio

cinas" para designar essas substâncias antibacterianas. En­

tretanto, a nomen clatura das bacteriocinas encontra-se desor

denada porque para denominá-las não foi estabelecido uma nor

ma. Os nomes são derivados a partir do gênero ou da espécie,

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7.

ou ainda, de urna linhagem particular da bactéria produtora

(VIDAVER, 1976). Dessa forma, são encontrados na literatu­

ra denominações tais corno: Agrobacteriocina I produzida por

Agnoba.c.te.11,,í.um tume.óa.c.,í.e.n.6 (.STONIER, 1960), piocina por P.6e.u­

domona..6 pyoc.ya.ne.a. CGILLIES & GOVAN, 1966); hacteriocina 84

(KERR & HTAY, 1974), Agrocina 84 pela linhagem 84 de Agnoba.!:_

te.n,í.um na.d,í.oba.c.te.Jz. (�OORE & WARREN, 1979 e KERR, 1980) e si-

ringacina W-1 pela linhagem W-1 de P .6 e.udom.o na..6 .6 yn,í.nga.e. (S-1IDT

& VIDAVER, 1982 e 1986}. Embora sejam atribuídos por alguns

pesquisadores nomes específicos a tais substâncias, a rnafuria

deles prefere denominá-las genericamente de bacteriocinas (KQ

ROZAWA, 1980).

Segundo LWOFF Cl953), urna partícula apenas de

bacteriocina é suficien�e para rn�tar urna célula bacteriana

sensível e tais partículas diferem de bacteriófagos princi­

palmente por nao serem multiplicados pela célula bacteriana

afetada, paralelamente ao fato de possuírem natureza protéi­

ca e nao nucleoprotéica. OKABE & GOTO (1963) relatam que

apesar das evidentes diferenças entre as bacteriocinas e os

bacteriôfagos, os métodos para detectar a presença de ambos em

meio de cultura são semelhantes.

Os estudos sobre bacteriocinas foram revistos

por diversos autores, entre eles IVÀNOVICS (.1962), REEVES

(J9.65}, BRADLEY (_1967), NOMURA (J967), REEVES (.1972) e TAGG

et alii (1976}.

Por definição, bacteriocinas sao substâncias

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8.

bactericidas, antibióticos altamente específicos de nature­

za protéica, não multiplicáveis, sintetizadas por certas li­

nhagens de bactéria e ativas contra algumas outras linhagens

da mesma espécie ou raças estreitamente relacionadas

RA, 1967 e ECHANDI & MOYER, 1979).

(NOMU-

Mais re�entemente HAYES et alii (_1983) descre

veram as bacteriocinas como substâncias bactericidas que di

ferem de outros agentes antimicrobianos pela presença de uma

proteína essencial condicionada por genes dos plasmídeos, c�

ja ação bactericida é efetuada pela ligação a receptores es­

pecíficos do envoltório celular e ativa principalmente contra os or

ganismos gram-positivos do que aqueles gram-negativos.

BRADLEY · (J96 7) propôs um .critério taxonômi­

co classificando as bacteriocinas em dois grupos: a) bacteri�

cinas que possuem baixo peso molecular - não sedime_ntâveis,

sensíveis à tripsina, termoestãveis e não visíveis ao micro�

côpio eletrônic;:o; bl bacteriócinas que possuem alto peso mü­

lecular, sedimentáveis, resistentes à tripsina; termolábeis,

visíveis ao microscópio eletrônico e semelhantes a cauda de

b.acteriófagos. Entretanto, VIDAVER (_1976} considera p'rematu­

ra a ampla aceitação dessa proposta uma vez que existem gru­

pos distintos de bacteriocinas e assim, outra classificação se

ria desejável.

Segundo REEVES (_1965}, linhagens bacteriocin�

gênicas embora possuam habilidade genética estável para pr�

<luzir bacteriocinas, não o fazem todo o tempo ou sob todas_ as

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9.

condições. REEVES (1972) observou que muitos agentes têm si

do usados para induzir a produção de hacteriocinas; entre

eles estão a luz ultravioleta e mitomicina C, entretanto, nem

todas as bacteriocinas são induzíveis. Diversos autores,

entre eles VIDAVER (.1976}, CUPPELS et alii (.1978), ECHANDI &

MOYER (.1979), EXPERT & TOUSSANT (_1985) e SMIDT & VIDAVER (,1.986)

têm mostrado aumento na produção de bacteriocinas para algu­

mas espécies de bactéria, com relação i quantidade produzida

em-condições normais, pela indução com luz ultravioleta e/ou

mitomicina C. · Por outro lado, ECHANDI (1976), GROSS & VIDA­

VER (.19 79) , CROWLEY & DE BOER (_19 80) e KUROZAWA (_19 80) obse r

varam que o tratamento por um e/ou outro destes agentes, não

incrementou a produção de bacteriocinas.

DE VAY et alii (_196 8} verificaram que a produ

çao de bacteriocina em P. �y�ingae foi maior�quando em con­

centrações mais elevadas de agar e D-glucose no meio de cul­

tura. Outros meios tais como extrato de carne e agar, nu­

triente-agar e ainda outros contendo peptona, mostraram - se

excelentes quanto �o crescimento do pat6geno mas foram insa­

tisfat6rios quanto i produção de bacteriocina. GROSS & VIDA

VER (1979) e MESQUITA et alii (.1983) também observaram o efei

to de inibição de peptona, quando presente em meio de cultu

ra, na produção de bacteriocinas por algumas espécies de Co­

�ynebaete�ium e na produção de siringomicina produzida por

P. �y�ingae. Por outro lado, entre outros autores que veri­

ficaram produção de bacteriocinas por diferentes espécies de

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10.

bactéria em meio de cultura na presença de peptona, SANTOS

(1979) também observou que 47% dos isolados de X. eampe-0tni-0

produziram bacteriocinas em meio de agar-nutriente (Extrato

de carne e peptona) .

VIDAVER et alii (1972) verificaram que a tem�

peratura de incubação afetou a produção de bacteriocinas em

isolados de P. -0yningae, P. glyeinea e P. pha-0eolieola. Para

as tr�s espécies, a produção de bacteriocina foi melhor en­

tre 20 a 249 C do que na temperatura de 28 9 C, tida como óti­

ma para o crescimento da cultura. CUPPELS et alii (1978)

constataram que para P-0eudomana-0 -0olanaeeanum, embora a tem­

peratura Ótima para o crescimento da cultura tenha sido de

329 C, a condição mais favorivel para a produção de bacterio­

cina se deu a 309 C. Comportamento semelhante foi observado

por GROSS & VIDAVER (J9 79}, trabalhando com 12 espécies de

Co1iyne.baete1z.ium: embora a temperatura média ótima para o

crescimento da cultura tenha sido de 25 9 C, houve um increme!!,

to na produção a 209 C para a maioria das bacteriocinas tes­

tadas.

As bacteriocinas, de um modo geral, sao prod�

zidas por muitas linhagens de bactéria, incluindo aquelas f!

topatogênicas. Dentre estas, foram observadas linhagens ba�

teriogênicas em isolados de A. tume.6aeie.n� (STONIER, 1960),

E1iwinia eh1iy�anthemi (�CHANDI & MOYER, 1979 e EXPERT & TOUS­

SAINT, 1855) , E. eanotouoll.a (�ROWLEY E DE BOER, 1980) . Co-

1iynebaete.1iium in�idio�um (NELSON & SEMENIUK, 1964), C. miehi

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11.

ga.ne.n1.>e. (ECHANDI, 19 76 e KUROZAWA, 19 80) , Co1tyne.ba.c.:t.eJÚ.um .6pp

(GROSS & V IDAVER, 1979) _, C. ne.b11.a.�fl.e.n..tle. (VIDAVER, 1981), P •

.6 y1tinga.e. (VIDAVER et alii, 19 72 e SMIDT & VIDAVER, 19 82 e

1986), P. g.iyc.ine.a. (_VIDAVER et alii, 1972 e BECKER, 1980),

P. pha.1.>e.o.iic.o.ta. (VIDAVER et alii, 1972), P. 1.>o.tãna.c.e.a.1tum (CUP

PELS et alii, 1978), P1.>e.udomona.1.> spp (YIDAVER & BUCKNER, 1978

e MESQUITA et alii, 1983). Segundo HAMON et alii (_1961) , vá

rias espécies de Xa.nthomona.1.> possuem a propriedade de produ

zir ___ bacteriocinas, fazendo referência a X. jug.tand-<-.6, X. pha.

.6 e.o.ti, X. a.tbi.tine.an.6, X. ve..6ic.a.toJtia. e X. be.t.iic.o.ta. YANO

(_1976) verificou a produçio de bacteriocinas por diferentes

patovares de X. c.a.mpe..6tll.-<-.6; inclusive dois de malva.c.e.aJl.wn. SAN­

TOS (_1979), trabalhando com isolados de X. c.a.mpe.1.>tll.-<-.6 pv. c.am

pe.1.>t1ti.6 provenientes de vários hospedeiros do gênero B1ta..6.6-<-­

c.a., verificou que oito dos 17 isolados eram bacteriocinogêni

cos.

Segundo AZEVEDO (_1977), o numero de isolados

bacteriocinogênicos varia de acordo com a espécie. De fato,

entre as espécies de bactêrias · fitopatogênicas foram observ�

dos níveis variáveis, por diversos autores. Entre eles, VI­

DAVER & BUCKNER (.1978) observaram que 85% dos isolados testa

dos de P. g.tyc.ine.a sio bacteriocinogênicos; ECHANDI (_1976)

e KUROZAWA (J980) observaram respectivamente 57% e 63% em C.

mic.higane.n1.>e.; ECHANDI & MOYER (_1979), 88% em E. c.h1ty1.>ante.

mi; YANO (.19 76) , 41, 9% entre quinze pa tovares de X. c.ampe.�

tll.i.6 e SANTOS (.1979), 47% em X. c.ampe.1.>tll.i.6 pv. c.ampe.1.>t1ti.6.

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12.

Assim� diversas bact€rias fitopatogênicas sin

tetizam bacteriocinas, entretanto, somente algumas destas têm

sido isoladas e caracterizadas (CUPPELS et alii, 1978) . Se­

gundo estes autores, siiringacina 4A produzida por P. .6 ljtiin-

gae foi a primeira bacteriocina produzida por uma

fitopatogênica a ser completamente caracterizada.

bactéria

Segundo SMIDT & VIDAVER (1986) , as bacterioci

nas produzidas por bactérias fitopatogênicas diferem muito,

quanto às características físicas e químicas, daquelas pro­

duzidas por outras bactérias. Resultados não publicados por

Vidaver, citado por SMIDT & V IDAVER (_1986), indicam que pre­

paraçoes imperfeitas de bacteriocinas têm efetivamente redu­

zido populações de bactérias fitopatog;nicas. Entretanto, a

purificação destas é necessária l?ara que isso possa ser atri

buída realmente à ação das hacteriocinas. Deste modo, os au

tores purificaram siringacina W-1, uma bacteriocina produzi­

da pela linhagem Psw-1 de P • .61jtiin9ae pv • .6ytiingae, concluin

do que a caracterização biofísica e bioquímica desta bacterio

cina é um conhecimento essencial para avaliar o real poten­

cial desta, usada isoladamente ou em combinação com siringa-

cina 4A ou outras b.acteriocinas para o controle de

causadas por essa bactéria.

doenças

Segundo Hamon e Péron (_1963}, citados por, EffiA!i

DI (J976}, isolados bacterianos de diferentes origens podem

ser diferenciados ou tipificados pelos seus padrões de sensi

b.ilidade a bacteriocinas. Embora mui to utilizado na área mé

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13 .:

dica, a tipificação tem sido pouco empregada em bactérias fi

topatogênicas. Alguns autores têm procurado estabelecer gr�

pos e tipos de bacteriocinas com base na produção, sensibil!

dade, ou ambos, para algumas dessas espécies. Entre eles,

ECHANDI (1976) ilustra o possível uso da tipificação de bac­

teriocinas na classificação em subgrupos e estudos epidemio-

16gicos .de C. michiganen-0 e, enquanto que YANO (1976) nao en­

controu relação entre patovares de X. campe-0tni-0 e a produ­

ção de bacteriocinas, com exceçao do observado para os pat�

vares malvaceanu.m e nicini-0 . GROSS & VIDAVER (1979), traba­

lhando com 12 espécies de Ca�ynebacteniu.m, sugerem que pa-

. dr5es de sensibilidade a bacteriocinas podem ser fiteis na di

ferenciação de muitas linhagens e espécies deste genero. Do

mesmo modo, VIDAVER & BUCKNER (1978)_ estabeleceram grupos de

linhagens produtoras de bacteriocinas entre vãrias espécies

de P-0eudamana-0 fluorescentes fi topatogênicas e observaram

que a tipificação destas, especialmente de P. -0 yningae, po­

de ser utilizada em estudos epidemiológicos.

ECHANDI & MOYER (1979) demonstraram o possf

vel uso de bacteriocinas na tipificação e classificação in­

frasubespecífica de E. chny-0 anthemi e CROWLEY E DE BOER (1980)

observaram que a sensibilidade de linhagens de E. cano.ta v o

na var. atna-0eptica e E. ca�otavana var. canotavana as mes

mas bacteriocinas confirmam a estreita relação entre estes

dois patotipos. Adotando o mesmo esquema de classificação em

grupos, VIDAVER (.19 81) verificou que a produção de bacte-

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-14.

riocinas constitui um instrumento útil para a diferenciação

de linhagens de Canyne.bac.:te.,i-lum ne.bna.6k.e.n.6e.. Entretanto, ve

rificou também que há necessidade de mais estudos e deste

modo, possa ser utilizada para avaliar a distribuição das di

ferentes linhagens do patógeno pelo ano de isolamento e ori­

gem dos isolados. CARLSON & VIDAVER (_19 82), trabalhando com

várias espécies de Canyne.bac.�e.nlum, observaram que o tipo de

bacteriocina produzida pelos patógenos não pode ser correla­

cionado com.a origem geográfica, cultivar ou ano de isolamen

to.

A utilização prática de bacteriocinas efetiva

mente no controle de doenças bacterianas de plantas tem sido

verificada. Desde 1973, agricultores na Austrália vem pro­

tegendo plantas frutíferas e roseiras contra a galha da co­

roa, causada por A. nadlabac.�e.11, var. :tume.6ac.le.n.6, por imer

são de material vegetal em s uspensão de células bacterianas

de A. 11,adiabac.:te.11, var. 11,adlobac.:te.11,, produtora da Agromici-

na 84, alcançando quase completo controle da doença (_KERR,

1980}. Segundo o autor, este é o primeiro uso comercial de

um microrganismo específico para controlar um patógeno de

planta no solo e também é o primeiro uso comercial de uma

bactéria para o controle de doença de planta.

O valor potencial de bacteriocinas no contro­

le de outras doenças bacterianas de plantas tem sido verifi­

cado por diversos autores. Entre eles, Echandi (_1975), cit�

do por VIDAVER (_19 76), verificou que a produção de bacterio-

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15.

cina por uma linhagem nao patogênica de C. mlehlganen�e pode

controlar o cancro bacteriano do tomateiro.

CUPPELS et alii (1978) isolaram uma bacterio­

cina produzida pela linhagem Bl, variante avirulenta de P.

�olanaeea4um e observaram que esta linhagem produz um alto

título de bacteriocina a qual inibe um grande número de li­

nhagens deste patógeno. Desde modo, os autores sugerem que

esta bacteriocina pode ser Gtil no desenvolvimento de medi­

das de controle biológico para a murcha bacteriana do toma­

teiro.

Estudos preliminares nao publicados por Vida­

ver et alii, citados por SMIDT & VIDAVER (_19 82) , indicam que

o tratamento foliar em plantas de soja e sementes de milho

com diferentes bacteriocinas, reduzem significativamente a

produção de bactérias patogenicas quando se inocula subse­

quentemente.

De uma maneira geral, a produção de bacterio­

cinas tem sido estudada em meio de cultura. Mais recentemen

te, SMIDT & VIDAVER ()982} verificaram em tecido de plantas,

a produção e atividade de siringacina W-1, uma bacterioci­

na produzida por uma linhagem de P. �y4ingae. A produção da

hacteriocina dentro do tecido da planta foi observada quando

uma mistura da linhagem produtora de bacteriocina PsW-1, e

uma linhagem sensível foi inoculada no caule de uma espécie

de feijoeiro. Este é o primeiro relato de produção de bac­

teriocina dentro do tecido de plantas através de inoculações.

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16.

Com base nestas observações s obre a produção de bacterioci­

nas por uma linhagem e a inibição do crescimento de outra li

nhagem sensível em tecido de planta, estes pesquisadores pr�

poem a hipótese de que tais partículas possam ser ativas tam

bém no ambiente natural da bactéria. Além da possibilidade de

que, as bacteriocinas possam ser úteis para o controle de

certas doenças bacterianas, da mesma forma estes resultados

sustentam as hipóteses propos tas por BECKER (1980) e KUROZA­

WA (J980), de que maiores cuidados devem ser tomados quando

da mistura de raças ou isolados de bactérias para inocula­

ções de plantas, uma vez que é evidente ocorrer a destrui­

ção de células bacterianas sensíveis pela produção de bacte­

riocinas em condições naturais, alterando consequentemente os

resultados esperados.

2,2, VARIABILIDADE DO PATÓGENO

Com o objetivo principal de identificar genó­

tipos de algodoeiro com resistência a X. campe-0tni-0 pv. mal­

vaceanum, a variabilidade do patógeno tem sido amplamente e�

tudada em mui tos países, por vários pesquisadores (CIA, .1972) •

Como resultado destes trabalhos, foram descritas até o momen

to, 19 raças fisiológicas do patógeno (_BIRD, 1981 e RUANO

& MOHAN , 19 8 2} •

Os primeiros estudos sobre a variabilidade des

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17.

se patógeno foram realizados por HUNTER & BLANK (1954) de­

monstrando a ocorrência, nos Estados Unidos, de dois tipos

patogênicos de X. campe-0tni� pv. malvaceanum, com base nas

reações de susceptibilidade e resistência em diferentes va­

riedades de algodoeiro. A seguir, Bird & Hunter (1955) , ci­

tados por HUNTER et alii (,1968), designaram esses dois tipos

patogênicos como raça fisiológica 1 e raça fisiológica 2 com

base nas reações apresentadas pelas linhagens americanas de

algodoeiro Stoneville 2B-S9, Stoneville 20 e Me bane B-1.

Outras raças do patõgeno foram determjnadas por

B.rinkerhoff· (J961) e Bird et alii ().961), citados por HUNTER

et alii ( _196 81, utilizando diferentes linhagens de Go-0-0 ypium

hin-0utum L. e G. · banbaden-0e L. Porém, Hunter ( _1963) , cita

do por HUNTER et alii (J968)_, visando unificar o sistema de

determinação de raças fisiológicas, propôs um grupo de linh�

gens de algodoeiro, que foi adotado pelo Conselho de Doenças

do Algodão, estabelecendo o grupo americano de hospedeiros di

ferenciais. Nesse estudo, foram selecionadas as :_linhagens,

Acala 44, Stoneville 2B-S9, Stoneville 20, Mebane B-1, 1-l0B,

20-3, 101-102 B e Gregg, que proporcionaram reações ao pató­

geno consistentemente razoâveis, sem no entanto interagir

com o ambiente . Com base nas reações apresentadas por esses

hospedeiros, o autor determinou 12 raças do patógeno. Poste

riormente, HUNTER et alii ( .1968), utilizando o mesmo grupo de

hospedeiros diferenciais, confirmaram os resultados obtidos an

teriormente para as 12 raças e detenninaram as raças 13, 14 e 15.

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18.

VERMA & SINGH (.1970), trabalhando com estes

hospedeiros diferenciais na fndia, relataram a ocorrência de

duas novas raças, a 16 e a 17.

BRINKERHOFF (J9 70) , em sua revisão sobre a

variabilidade do patógeno, reúne em uma tabela única, as rea

ções apresentadas pelas oito linhagens diferenciais a todas

as 17 raças até então determinadas.

B IRD & TSAI (J975} observaram um novo isolado

do pat ôgeno, que pelas reações apresentadas pelos oito hos­

pedeiros diferenciais, caracteriza-se como raça 10. Entre­

tanto, com a inclusão de uma nova linhagem, a DPxP4 ao grupo

de hospedeiros, · a qual se mostrou resistente à raça 10 e sus

cept ível ao novo isolado, os autores sugeriram que este pod�

ria ser designado raça 18 °' Posteriormente, HUSSAIN & BRINKER

HOFF (J978) utilizaram esta linhagem e uma outra, a Empire

R4 em adição ao grupo de · hospedeiros diferenciais preconiza­

dos anteriormente, para · a constatação da ocorrência da raça

18 no Paquistão. A seguir, B.I RD (_1981) propôs formalmente ao

Conselho de Doenças do Algodio, a inclusão destes dois novos

hospedeiros ao grupo de oi to hospedeiros. diferenciais até e_!!:

tão utilizados � perfazendo portanto um total de dez diferen

ciais para que estes possam ser usados na diferenciação da

raça 18.

RUANO & MOHAN (_198 2 ) relataram a ocorrência no

Brasil de um isolado do patõgeno apresentando comportamen­

to distinto das 18 raças fisiológicas já conhecidas. Desse

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19.

modo , os autores propuseram a designação dessa estirpe como

raça 19 , completando-se assim as 19 raças fisiológicas de

X. eampe-0tni-0 pv. malvaeeanum identificadas até o presente mo

menta.

FOLLIN (.1983), trabalhando com o patógeno pro­

veniente 1a África, encontrou novos tipos virulentos em G .

hin-0utum. Estirpes que são virulentas a todas as dez linha­

gens do grupo de hospedeiros diferenciais, particularmente à

linhagem 101-102 B. Esta linhagem, imune a todas as 19 ra­

ças fis iológicas descritas, ipresenta reação de susceptibili

dade, precisamente mais susceptível do que a linhagem suscep

tível Acala 44 , um hospedeiro sem genes maiores de resistên­

cia. Estes resultados foram confirmados por BIRD et alii

(1983} e BIRD et alii (}984} .

No Brasil, são . poucos os estudos sobre a va­

riabilidade de X. eampe.-0tni-0 pv. malvaeeanum. CIA (19 72) , tr�

halhando com isolados do patôgeno provenientes de diferentes

regiões algodoeiras do Estado de São Paulo , constatou a ocor

rência das raças fisiológicas 3 , 8 e 10 , com base nas rea­

ções apresentadas pelo grupo de oi to hospedeiros diferenciais

adotados até aquela data. Segundo aquele autor embora fosse

determinada a ocorrência destas três raças , nao foi pos s ível

determinar a distribuição das mesmas no Estado salientando o

grande interes se da determinação das áreas de ocorrência das

diferentes raças existentes , para um melhor direcionamento dos

programas de melhoramento visando resistência genética ao p�

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20.

tógeno. RUANO & MOHAN (1982) além de identificarem uma nova

raça , ou seja a raça 19, relataram também a ocorre.ncia da ra

ça 18 pela primeira vez no Brasil , em lavouras de algodão do

Estado do Paraná.

CIA (1972), estudando a variabilidade do pató­

geno , observou que alguns cuidados devem ser tomados quando

da manutenção dos isolados, principalmente com relação à via

bilidade e ou a patogenicidade destes. Devido às constantes

repicagens dos isolados em meio de cultura, verificou-se a per­

da de pa togenicidade após· seis repicagens sucessivas. Desse

modo , o autor salienta a importância da frequente passagem

dos isolados pelos hospedeiros, a fim de serem eliminados os

bíótipos não patogênicos. Com relação a uma possível sele­

çao por parte dos hospedeiros sobre os isolados, não foi ob­

servada alteração na patogenicidade dos respectivos reisola

dos.

Frequentemente, tem sido observado por diver­

sos autores, entre eles BRODIE & COOPER (1960) ; SCHANATHORST

et alii (_1960) , SMITH (_196 2 1 � BRINKERHOFF (196 6 ) e CHEW et

alii (J969) , a presença de raças do patógeno , ocorrendo jun­

tas ou separadamente numa mesma lavoura . CHOWDHURY et alii

(J9 7 9 l observaram a presença de mais de uma delas no mesmo

hospedeiro, na mesma folha e ainda na mesma lesão.

De um modo geral, com a existência de raças

fisiológicas do patógeno e a variável distribuição destas,

ênfase tem sido dada aos trabalhos de melhoramento para re-

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2 1 .

sistência genética. Desse modo, os trabalhos de melhoramen­

to têm sido conduzidos para todas as raças e frequentemente ,

a mistura de raças tem sido utilizada para inoculações em

linhagens de algodoeiro por diversos autores, entre eles

THAXTON et alii (_1983), MAHI LL et alii (_1983) e BIRD et alii

( _1984) .

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2 2 .

3 . MATERIAL E MÉTODOS

3,1, LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada nos laboratórios da

Seção de Microbiologia Fi totécnica e nos laboratórios e ca­

sas de vegetação da Seção de Algodão, do Instituto Agron6mi­

co, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de

São Paulo, em Campinas , S. P.

3 , 2 , ORIGEM DOS ! SOLADOS

Os isolados de X . eampe-0�4i-0 pv. malvaeeanum

utilizados no presente trabalho foram obtidos de folhas de

algodoeiro G. hi4-0 u�um que apresentavam lesões típicas de

mancha angular, provenientes de diferentes regiões algodoei_

ras ,dos Estados de São Paulo , Paraná, Mato Gr.osso, Minas

Gerais, Goi ás e Mato Grosso do Sul. Os diferentes isola­

dos, conforme procedência, são listados na Tabela 1.

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2 3.

Tabela 1. Procedência dos isolados de X. eampe-0�'1.l-0 pv . mal­

vaeea11.um .

Isolado

1 2

3

4 5

6

7

8

9

10

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

21 22 23

24 2 5 26 27 28 29

Procedência

Município

São Sebastião da Amoreira

FlÕrida Paulista

Guaíra

Fátima do Sul Guará

Cambará

Campinas

Campinas

Quinta do Sol CambarêÍ

Taquari tuba

Mococa Gsvaldo Cruz

Tangará da Serra Capinôpolis Dracena Miguelôpolis

Rio Verde

Leme

São Miguel do I guaçú Castilho

Guaíra Aguaí Santo Anastácio Presidente Bernardes Goio-Erê Londrina Aguaí I tuverava

Estado

PR

SP SP

MS SP

PR

SP

SP

PR PR

SP

SP SP

MT

MG SP SP

GO

SP

MS

SP SP SP SP SP PR PR SP SP

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2 4.

3, 3, MEIOS DE CULTURA

Foram utilizados os seguintes meios: I - Meio de cultura para isolamento e manuten

çao do patógeno

Meio de Bata ta-Dextrose-Agar (_BDA) (_CIA, 1972)

Dextras.e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0 g

_Batata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 0 g

.Agar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15g

Ãgtia destilada q. s . p . p/ . . . . . 1000ml

pH . � . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7, 2

I I - Meios de cultura para a produção de bac­

teriocinas:

A) Meios sólidos:

a) Meio de B atata-Dextrose-Agar (_BDA)

Dextrose • . • . • • . . . . • . . . . . . . . 10g

Batata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200g

Agar (J)if col • • • • . . • . . . . . . . . 15 g

Água Destilada q . s . p . p/ . . . . 1000ml

pH. • • • • • • • • • • . • . • • • • • • • • • . • . 7 , 2

b) Meio Agar - Nutriente (_SANTOS, 19 79)

Extrato

Peptona

de carne . . • . . . • . . . . 3g

S g

Ag ar (J)ifco) . . . . • . . . . . . . . . 15g

Ãgua destilada q . s . p . p/. . . . 1000ml

pH. . . . . • • • • . . . • . • . . . . . . . . . . . 7 , 2

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c) Meio YDC ( DYE, 1968)

Dextrose . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20g

Extrato de Levedura . . . . . . . 10g

Caco3 precipitado . . . . . . . • . 20g

Agar (Difco) . . . . . . . . . . . . . . 15g

Água destilada q. s. p. p/ •. 1000ml

pH • . . • . . • . . • . . . . . . . . . . . • . . 7 , ·z

BJ Meios semi-s6lidos :

25 .

Foram utilizadas as mesmas composições dos

meios s6lidos, exceto a quantidade de agar (Pifco) que foi

reduzida para 7g.

3 , 4 , I SOLAMENTO E PUR I F I CA�Ão DO PATÓGENO

O isolamento do patógeno foi feito adotando -

se a metodologia descrita por C IA (.1972). As folhas de algE_

doeiro com lesões angulosas típicas de mancha angular foram

primeiramente herborizadas no local de coleta. Posteriormen

te, procedeu-se os isolamento s conforme as seguintes etapas :

1. C@rte de pedaços da parte lesada do tecido

foliar, na região de transição para a área sadia da folha.

2 . Imersão dos pedaços de limbo foliar em ál­

cool 959G , L. , durante um minuto.

3. Imersão dos pedaços de limbo foliar em uma

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solução obtida pela diluição de uma parte de hipoclorito

sódio, contendo 2% de cloro ativo, para três partes de

destilada, durante dois minutos.

26.

de

agua

4. Lavagem dos pedaços de limbo foliar em água

esterilizada, por aproximadamente meio minuto.

5. Maceração dos pedaços de limbo foliar em

aproximadamente 0, 5 ml de água esterilizada em placa de Pe­

tri.

6. Transferência da suspensao bacteriana obti

da para placas de Petri contendo 20 ml de meio de cultura e

espalhada pelo método de "riscas'' com o auxílio de uma alça

circular .

7. Transferência das placas de Petri para es­

tufa incubadora com temperatura regul ada em 28 9 C.

Apôs 48 horas de incubação, procedeu,- se a pu­

rificação dos isolados através da diluição de colônias indi­

viduais da bactéria em tubos com água estéril. A seguir, a

suspensão bacteriana obtida foi transferida com alça, para

placas contendo meio de cultura e novamente incubada por 48

horas a 28 º C. Este processo foi repetido por três vezes.

3 . 5 , MANUTENi;:Ão E PRESERVAÇÃO no PATÓGENO

As culturas de bactérias obtidas foram manti

das mediante a transferência periódica , a cada 20 dias, pa-

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27.

ra tubos de ensaio contendo meio BDA inclinado. Foram efe­

tuadas até quatro transferências para cada cultura de bacté­

ria, sendo as culturas renovadas apos este período. A reno­

vaçao das culturas foi feita mediante a inoculação e reisola

mento destas, do cultivar susceptível IAC 12- 2 (CIA et alii,

19 7 8) . Durante os · trabalhos, . as culturas manipuladas foram

mantidas em estufa incubadora com temperatura regulada em

2 8º C .

A preservaçao das culturas originais foi rea­

lizada mediante: (_i) cultivo em tubos com BDA não inclinado

e, apôs três dias de incubação em estufa a 289 C , foi adicio­

nado 61eo mineral previamente esterilizado até aproximadame�

te 1 cm acima do meio de cultura; (ji) através de liofiliza­

ção , realizada nos laboratórios da Seção de Bactérias Fito­

patogênicas , do Instituto Biol6gico, da Secretaria de Agri­

cultura � Abastecimen to do Estado de S ão Paul o , Estação Exp�

rinental de Campinas , S. P.

3 , 6 , ! NOC ULA,ÃO DO PATÓGENO

3. 6 . 1. Obtenção e Preparo do Inóculo

Para cada isolado, o inôculo foi obt ido a P ª!

tir do cultivo da bactéria em tubo de ensaio contendo meio

BDA inclinado , apôs incubação em estufa a 28º C por 48 horas .

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2 8 .

� Posteriormente , foi adicionado quantidade suficiente de agua

destilada esteril sobre estas culturas , obtendo-se uma sus­

pensão bacteriana com aproximadamente 108 UFC/ml (CIA , 1972) ,

correspondendo a 40% de transmi tância obtida em aparelho - E�

pectrofotômetro "Baush & Lomb " , Spectronic 20.

3. 6. 2. Método de Inoculação

A inoculação dos isolados nos hospedeiros di­

ferenciais de raças fisiol6gicas de X . campehtfl.ih pv. malva­

cea.11.um foi efetuada através do método de ferimento mecânico

na página inferior das primeiras folhas definitivas com o

auxílio de um estilete de madeira , conforme metodologia ado­

t ada por CIA (19 72) .

A verificação da patogenicidade foi realiza­

da em quatro plantas de cada hospedeiro diferencial. Em cada

uma dessas plantas foram inoculados quatro isolados diferen

tes por folha além do tratamento testemunha. Repetiu-se as

inoculações em duas folhas da mesma idade por planta. Desta ma-

neira foram efetuadas oito inoculações para

do .

cada isola

Os estiletes de madeira previamente mergulh�

dos nas suspensões bacterianas , ou em água esterilizada , no

caso da testemunha , foram levemente pressionados sob as fo­

lhas , provocando ferimentos em forma de riscas.

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29.

3 . 7 . l DENT I F I CA,ÃO DAS RA�AS F I S I OLÓG I CAS

Para a identificação das raças fisiológicas de

X. eampe�thi� pv. malvaeeahum foi utilizado o grupo de hos­

pedeiros diferenciais composto pelas seguintes linhagens de

algodoeiro : Acala 44, Stoneville 2B- S9, Stoneville 20, Meba­

ne R-1, 1-l0B. , 20-3 , 101-102 B.., . Gregg, Emp i re B4 e

DPxP4 citadas por BIRD (_19.811, onde são apresentadas as rea­

ções de cada urna destas linhagens para 18 raças fisiológic�

do patógeno e com o quadro de reaç5es da raça 19 citado por

RUANO & MOHAN (J9 821 para os mesmos hospedeiros diferenciais.

Foram real izados três testes de patogenicida­

de para as raças do pat5geno em casa de vegetação. A tempe­

ratura neste ambiente oscilou de 22 a 30 º C e a umidade rela­

tiva do ar ao redor de 80%.

3 , 8 , M�TODO DE AVAL I AÇÃO DOS S I NTOMAS

A avaliação de reaçao dos hospedeiros difere�

ciais para raças fisiológicas do patôgeno foi efetuada quin­

ze dias após a inoculação mediante uma escala de notas de 1

a 5, semelhante a utilizada por CIA (_1972), para condiç6es

de casa de vegetação. A escala de notas foi empregada con­

forme descrição a seguir :

1 = necrose seca, escura, restrita a risca.

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30 .

2 = risca encharcada, verde- oleosa, com pequ�

nas expans oes arredondadas , nunca angul�

sas.

3 = risca encharcada, verde- oleosa, com pequ�

n as expans oes angulosas.

4 = risca encharcada , verde- oleosa , com expa!!_

soes angulosas , nao ultrapassando · 3 mm.

5 = risca ench.arcada, verde"'." oleosa, com expa!!_

soes angulosas superi ores a 3 · mm.

Como critério de avaliação das reaçoes pelos

hospedeiros diferenciais ao p at6geno foi adotado aquele des­

cri to por CIA (_1972 ) : F oram c onsi derados resi stentes lRl os

hospedeiros que medi ante os s intomas apresentados receb eram

nota média máxima de 1, 9 e susceptíveis (�l aquelas que apr�

sentaram nota média superior ou igual a 3 . Aqueles cuj as n�

tas vari aram de 2 a 2 , 9 foram consi derados de reações inter­

mediárias 0 1 -

3 . 9 , PRonu,Ão DE BACTER I OC I NAS

Para verifi car a produção de bacteri ocinas em

X. campe-0�ni-0 pv. malvaceanum foram adotadas as técnicas des

cri tas por VIDAVER et alii (J972 ) , ECHANDI (.1976) e KUROZAWA

(J980} . Os i solados , manti dos em tub os de ensai o contendo

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31 .

óleo mineral ou oriundos de reisolamentos de plantas do cul­

tivar IAC 12-2 de algodoeiro susceptível ao patógeno , foram

transferidos para placas de Petri contendo 20ml de meio BDA

sólido. Após incubação em estufa com temperatura regulada

em 2 89C :por 48 horas, procedeu-se à trm1sferência de cada isolado para

placas de Petri contendo o mesmo meio de cultura , através de

um replicador descri to por KUROZAWA (1980) obtendo-se desta

forma , placas matrizes com oito isolados ·diferentes por pla­

ca. As placas assim semeadas , após 48 horas de incubação a

28ºC, foram replicadas para outras placas de Petri conten-

do 20 ml dos diferentes meios sólidos e novamente incubadas

por 48 horas a 2 4º C. Foram replicadas placas suficientes p�

ra possíbili tar todas as . comb.inações desejadas entre os iso­

lados testados. Ao final do período de incubação, as placas

de Petri foram invertidas , coiceando-se nas tampas de cada

uma de las, 1, 5 ml de clorofórmio. Após 45 minutos de exposi:_

çao ao vapor de clorofórmio as placas foram entreabertas em

câmara asséptica de ar contínuo durante 60 minutos para a CO_!!!

pleta evaporaçao do clorofórmio . A seguir , foram vertidos

sobre o meio de cultura destas placas, 4 ml dos meios semi­

sólidos correspondentes , contidos em tubos de ensaios e li­

quefeitos à temperatMra de 45 º C em banho-maria , aos quais fo

ram adicionados O, 5 ml de suspensão bacteriana de cada um dos

isolados previamente i ncubados durante 48 horas a 289 C . Pos­

teriormente , estas placas de Petri foram incubadas por 48 h�

ras a 24º C e após este período procedeu-se à leitura dos ha-

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32.

los de inibição formados ao redor das colônias. Deste modo,

cada isolado foi testado corno produtor de bacteriocina con­

tra todos os demais isolados .

A produção de bacteriocinas através da indu­

çao com luz ultravioleta foi testada e comparada com testernu

nhas não irradiadas. Os isolados em placa de Petri com meio

BDA após 36 horas de incubação a 24º C, antes da exposição ao

vapor de clorofórmio, foram irradiados com luz ultravioleta

(_lâmpada germicida de 15W, marca GE, modelo G15T8, compri­

mento de onda de 253, 7 nrn) em amb iente asséptico escuro du-

rante 30 segundos a 1 5 centímetros da fonte luminosa. Após

o tratamento, as placas irradiadas foram envolvidas com p�

pel alumínio (BECKER, 1980) e novamente incubadas por mais

12 horas a 24º C. Posteriormente, foram conduzidas conforme

os procedimentos descritos anteriormente para produção de bac

teriocinas.

Para a determinação dos isolado·s bacteriocin�

gênicos, foram realizados três ensaios. O primeiro ensaio foi

conduzido com os três meios de cultura citados em 3. 3. e os outros cbis

ensaios seguintes foram conduzidos em meio de BDA.

3. 9. 1. Determinação da Sens ib ilidade de

Bacteriocinas ao Calor

Os isolados determinados como produtores de

bacteriocinas, após o período de incubação de 48 hs a 249 C,

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33.

e após a exposição aos vapores de clorofórmio , foram expos­

tos a temperatura de 79 º C em uma estufa durante 15 minutos.

Decorrido esse tempo, as placas de Petri contendo os isola­

dos foram resfriadas por 10 minutos e mantidas durante 60 mi

nutos em temperatura ambiente, para a seguir receber o meio

de cultura semi-sólido inoculado e a seguir as etapas nor­

mais descritas anteriormente no item 3. 9 para produção de

bacteriocinas. A produção de bacteriocina, através do tama­

nho do halo de inibição apre sentado, foi compara.da com a pr�

dução �s mesmos isolados sem exposição ao calor.

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34.

4 . RESULTADOS

4 . 1 . PRODU�ÃO DE BACTERIOCINAS

4 . 1 . 1 . Comportamento dos Isolados

Apôs a realização de três testes em meio BDA,

para verificação da produção de bacteriocinas, utilizando-se

os 2 9 isolados de X. eampeh���� pv . maLv�eea�um, foi poss�

vel determinar que 16 deles produziram b acteriocinas, nas con

<lições do presente estudo. Os resultados de produção e sen­

sibilidade dos isolados a bacteriocinas são apresentados na

Tabela 2 .

Observa- se. que o isolado 1 produziu bacterio­

cina contra o maior número de isolados e mostrou-se insensí

vel a todas as b acteriocinas produzidas pelos demais, com

exceçao do isolado 25 . Dos 29 isolados testados , 5 foram

insensíveis, ou seja, não indicadores de nenhum dos isola­

dos produtores e 13 não foram bacteriocinogênicos. Entre os

isolados nao bacteriocinogênicos estão incluídos quatro (14,

18, 19 e 261 que não foram estáveis quanto à produção de bac

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36.

teriocina em todos os testes realizados. Pode-se notar ain­

da que os mesmos 5 isolados não indicadores, insensíveis a

todos os demais isolados são entretanto , produtores de bac­

te riocinas.

De uma maneira geral, todas as hactetiocinas

produzidas sao de tipos diferentes e todos os isolados prod�

tores foram imunes à sua própria bacteriocina.

Não foi observada alteração na produção de

bacteriocinas quando os isolados foram submetidos à irradia­

ção com luz ultravioleta.

4 . 1. 2. Influência · dos Me ios de Cultura na Produção

de Bacteriocinas

O primeiro ens aio para · determinação dos isola

dos hacteriocinogênicos foi conduzido utilizando-se os três

diferentes meios de cultura descritos no item 3. 3 . Verificou

se que no meio de BDA, 55% dos isolados de X. Qampeh��ih pv.

malvaQea�um foram capazes de produzir bacteriocinas enquanto

que nenhum dos isolados as produziu no meio Agar-Nutriente. No

meio YDC, não foi possível a constatação da produção de bac­

teriocinas, devido a opacidade do meio causada pelo carbona­

to de cilcio , dificultando a leitura dos halos de inibição .

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4. 1. 3. Determinação da Sensibilidade deBacteriocinas ao Calor

37 .

Foi observado que as bacteriocinas produzidas

por todos os isolados não foram inativadas pela exposição a

79º C de temperatura durante 15 minutos.

4 , 2 , l DENTIFICA�ÃO DAS RA�AS FISIOLÓGICAS

Os resultados obtidos nos três testes para

identificação das raças fisiolÕgicas de X. eampe�x�i� pv.

malvaeea�um mediante as reações de linhagens diferenciais de

algodoeiro, lR) resistentes e lS) susceptíveis, estão resumi

dos na Tabela 3. Do total de vinte e nove isolados proveni­

entes de diferentes localidades foram observados : Quatorze

isolados da raça 1 8 (_3, 5, 1 6, 19 e 29 do Estado de São Pau

lo; 1, 6, 9, 10 e 26 do Estado do Paraná; 14 do Estado de Ma

to Grosso ; 15 do Estado de Minas Gerais; 18 do Estado de

Goiás e 20 do Estado do Mato Grosso do Sul) ; três isolados

da raça 1 9 (.7 e 13 do Estado de São Paulo e 27 do Estado do

Paraná) ; três isolados . da raça 7 (_2 3, 25 e 28 do Estado de

São Paulo; dois isolados da raça 13 (21 e 22 do Estado de São

Paulo). � um isolado da raça 3 (_2 do Estado de São Paulo) ; um

isolado da raça 17 (.8 do Estado de São Paulo) e cinco isola-

dos não apresentaram patogenicidade (.11, 1 2, 17 e 24 do Esta

do de São Paulo e 4 do Estado do Mato Grosso do Sul).

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4 . 3 . PRoDu,Ão DE BACTERIOC INAS A N f VEL DE RAÇA

FIS IOLÓGICA

39.

A reaçao de resist� ncia e sensibilidade a bac

teriocinas foi variável entre raças e isolados dentro da mes

ma raça, como pode ser ob.servado na Tabela 4. Exemplo disto

pode ser verificado com a raça 18, que foi a mais representa

tiva. De modo geral, a maioria dos isolados desta raça, pr�

<luziu bacteriocinas · contra as demais raças, exceto os da ra-

ça 7, bem como apresentou estirpes sensíveis ãs

nas produzidas pelos isolados desta mesma raça.

bacterioci-

Este fato

nao ocorreu com os demais isolados produtores das outras ra

ças, os quais foram imunes ã sua própria bacteriocina. Alg_!:!

mas estirpes da raça 18 foram sensíveis ãs bacteriocinas pr�

<luzidas por isolados de outras raças e sem excessao, foram

resistentes ao Único · produtor da raça 19.

Reciprocidade de produção de bacteriocinas en

tre raças pode ser verificada de uma maneira geral, por exem

plo entre as raças 1 3 e 18 onde os isolados da raça 1 3 pro­

duzem contra alguns isolados da raça 18 e vice�versa. Produ

çoes do tipo unidirecional entre raças também foram observa

das, como no caso das raças 7 e 18 em que todos os isolados

da 7 produzem contra alguns isolados da 18 mas o contrário não

ocorreu . Reciprocidade de não produção entre raças foi ob­

servada entre os isolados da raça 3 e 7, 3 e 17 e . 7

com 1 7.

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.

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41.

A exemplo do que ocorreu com os isolados pat�

gênicos comportamento semelhante foi observado para os isol�

dos não patogênicos , com respeito i produção e sensibilida­

de a bacteriocinas.

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42.

; ) , D ISCUSSAO

Dos tr�s meios de cultura testados no presen­

te estudo para produção de bacteriocinas, por isolados de X .

eampe�t4l� pv. malvaeea4um, apenas o meio BDA se mostrou efi

ciente. Este meio, além de favorecer principalmente a prod�

ção de hacteriocinas é de baixo custo quando comparado com �

outros mei os e permite a leitura do halo de inibição com maior

precisão, devido a sua característica de translucidez. Con­

trariamente, o meio YDC, escolhido por se mostrar eficiente

para o crescimento da cultura bacteriana, impossibilita a

leitura dos halos de inibição devido a opacidade do meio cau

sada pelo carbonato de cálcio.

Enquanto que 55% dos isolados do patôgeno pr�

<luziram b.acteriocinas no meio BDA, em Agar- Nutriente a pro­

dução foi nula , provavelmente devido a presença de peptona

no meio. Embora SANTOS (_1979), trabalhando com X. eampe�;t,Ji,f__f.,

pv. eampehtnlh , tenha observado que 47% dos isolados produz!

ram bacteriocina no mesmo meio Agar-Nutriente , diversos pes­

quisadores entre eles GROSS & V IDAVER (1979) verificaram que

a composição do meio de cultura pode afetar profundamente a

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43.

produção de bacteriocinas, ribservando que meios contendo peE

tona podem incrementar ou inibir a produção.

A produção de bacteriocinas, em níveis bastan

te variáveis, tem sido verificada em diferentes espécies · de

b�ctérias fitopatog�nicas . No presente estudo, 5 5% dos iso­

lados de X. c.ampe..6 .tJz.i.6 pv. ma.lvac.e.aJz.um produziram bacterioci_

nas e este nfimero é bem pr6ximo daqueles obtidos por

(.1976) entre vários patovares desta espécie e SANTOS

para o patovar c.ampe..t. .tJz.i.t..

YANO

(1979)

Diferenças na capacidade de produção e sensi

bilidade ã bacteriocinas entre isolados de uma mesma espécie .

ou entre espécies proximamente relacionadas tem possibilit�

do a classificação infrasubespecífica das espécies (VIDAVER

et alii, 19 72; VIDAVER & BUCKNER, 19 7 8) . Por outro lado, urna

vez que a produção de bacteriocinas . embora geneticamente es­

tável é alterada sob determinadas condições (REEVES, 1965 ) ,

a utilização prática da mesma, quer na diferenciação das esp�

cies ou raças, quer em estudos epidemiol6gicos, requer uma

melhor caracterização da bacteriocina.

Com base nos resultados obtidos, pode-se veri

ficar que todos os isolados produtores diferem entre si qu�

to ã produção e à sensibilidade às bacteriocinas , tanto a nf

vel de raças ou · de isolados, bem como em relação à origem de�

ses isolados. Portanto, não foi possível a caracterização de�

tes em grupos por tipo de bacteriocinas devido a esta gran­

de variação apresentada. Estes resulta dos são senelhantes aos

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44.

observados por YANO (19 76) em patovares de X. campe-0tni-0 e

SANT OS (1979) para o patovar c.ampe-0-tni-0, sugerindo que a ati

vidade bacteriocinogênica em Xant.hamana-0 é mais complexa do

que aquelas observadas para outras espécies pertencentes aos

demais g�neros de bactérias fitopatog�nicas.

De acordo ainda com os resultados obtidos, el�

mentas p ara uma caracterização inicial das bacteriocinas pr�

<luzidas puderam ser observados: as bacteriocinas produzidas

por todos os 16 isolados produtores, podem ser consideradas

termoestáveis e consequentemente, segundo BRADLEY (1967) , bac­

teriocinas termoestáveis possuem baixo peso molecular; a pr�

dução por todos os isolados foi influenciada pela condição

nutricional do meio de cultura, sendo provavelmente inibida

em presença de peptona no meio; irradiação com luz ultravio­

leta não alterou o tamanho dos halos de inibição em nenhum

dos isolados produtores, sugerindo que todas as bacterioci

nas produzidas são liberadas totalmente pela açao do cloro­

fórmio.

Excepcionalmente, uniformidade na sensibilida

de a bacteriocinas foi observada apenas entre os isolados da

raça 7 , os quais foram imunes às bacteriocinas produzidas por

todas as outras raças. Como foi observada uma grande varia­

ção da atividade bacteriocinogênica entre os isolados estuda

dos, ficam impossibilitadas de uma análise definitiva as ra­

ças que possuem poucos isolados representantes, como é o ca­

so pelo menos das raças 3, 13 � 17. Embora os isolados des-

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45.

tas raças j untamente com os das raças 7 e 19, pouco mais re­

presentativas, não foram sensíveis às próprias bacteriocinas

produzidas, não se pode afirmar que não o sejam, uma vez que

este fato foi evidenciado entre os isolados da raça 18, con­

siderada mais representativa . Como pode ser observado na Ta

bela 3, a raça 18 é mais patogênica que as demais raças, e

embora exista uma certa tendência dos isolados que a repre­

sentam em produzir bacteriocinas contra um maior número de

isolados, não foi observado relação entre produção de bacte�

riocinas e patogenicidade uma vez que isolados considerados não

patogênicos também produziram tais substâncias. Neste particular, a exi�

tência de isolados não patogênicos produtores de bacteriocinas pode ser

de grande valia na proteção cruzada de doenças bacterianas de plantas.

Segundo LWOFF (_1953), uma partícula de bacte­

riocina é suficiente para matar uma cé lula bicteriana sensí-

vel. Com base nesta informação, BECKER (.1980) e KUROZAWA

(.1980) sugeriram a possibilidade de que quando se desej a fa­

zer inoculações de plantas com mistura de isolados ou raças,

aqueles isolados ou raças que possuem propriedades bacterio­

cinogênicas, �ausarão a morte das células sensíveis, conse­

quentemente, alterando os resultados das inoculações sobre

o hospedeiro. De fato, os resultados obtidos no presente es

tudo, sustent�m esta possibilidade.

Particularmente, para a bactéria em questão,

o uso de mistura de raças para inoculação em trabalhos de me

lhoramento visando resistência do algodoeiro, € pritica de

rotina, como pode ser observado nos trabalhos de THAXTON et

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46.

alii (1983) , MAHILL et alii (1983) e BIRD et alii (1984) . Te�

do em vista que, é possível a presença de mais de uma raça

desta bactéria no mesmo hospedeiro, na mesma folha e ainda

na mesma lesão (CHOWDHURY et alii, 1979) , acrescida da pos­

sibilidade de bactérias desenvolveram atividades bacterioci­

nogênicas no tecido da planta (�MIDT & V IDAVER, 1982) é de

se refletir com base nos resultados obtidos no presente estu

do, sobre a importância da determinação da produção de bac­

teriocinas pelos isolados representantes das raças antes de

serem misturados e inoculados no hospedeiro�

Como pode ser observado nos trabalhos de BIRD

(.1981} e RUANO & MOHAN (J982}, são conhecidas até o presente

momento, 19 raças fisiol6gicas de X. campe���i� pv. malva­

cea�um. Destas , apenas cinco de ocorr�ncia no Brasil ou se­

j a, as raças 3, , 8 e 10 no Estado de São Paulo (.CIA , 1972) e

as raças 1 8 e 19 no Estado do Paraná (�UANO & MOHAN , 1982) .

De acordo com os resultados obtidos, resumi­

dos na Tabela 3 , entre os isolados estudados provenientes de

diferentes regiões algodoeiras do Brasil (Jabela 1) , foi po�

sível detectar a ocorr6ncia de seis raças, sendo as raças 3,

18 e 19 j ã conhecidas anteriormente enquanto que para as ra­

ças 7, 13 e 1 7 o autor deste trabalh.o desconhece relatos de

ocorrência nas regiões mencionadas.

Até o presente momento, nao existiam informa­

çoes a respeito da ocorrência de raças nos Estados de Goiás,

Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A única raça

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4 7 .

constatada entre os isolados oriundos destas regiões foi a

raça 18. Para o Estado do Paraná, não houve alteração das

· informações sobre as raças, sendo confirmadas as raças 18 e

19 já relatadas. Porém, para o Estado de São Paulo , o pano­

rama foi alterado com a constatação das raças 7, 13, 17, 18

e 19, sobre as quais o autor desconhece relatos de ocorren

eia e por outro lado, das três raças já detectadas anterior­

mente ou seja, raças 3, 8, e 10 apenas a raça 3 teve a sua

ocorrência confirmada. Sobre a raça 8, embora se tenha tra­

balhado com isolados provenientes de lavouras �as regiões og

de esta raça foi detectada pela primeira vez, nao foi possí­

vel recuperá-la. Entretanto, é prematura qualquer conclusão

definitiva a respeito da não recuperação desta raça, uma vez

que poucos isolados foram avaliados . A raça 10 também nao

foi observada, porém, é possível que esta seja a mesma raça

18 detectada no presente estudo. Quando a raça 10 foi de­

tectada por CIA (_19 72) , apenas 17 raças fisiológicas do pat_§

geno tinham sido identificadas até aquela data com base nas

reações apresentadas por sete linhagens diferenciais de al­

godoeiro (_BRINKERHOFF, 1970) . Destas , apenas a linhagem 101-

l 0 ZB apresentou reação de resistência a esta raça. Postetior

mente, HUSSAIN & BRINKERHOFF (J.9 7 8) acrescentaram a este gru­

po, permanecendo até a presente data , três novas linhagens

para diferenciação da raça 18. Portanto, estas três novas

linhagens diferenciam a raça 10 da raça 18 urna vez que as

reações das sete linhagens anteriores, são idênticas para arn

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4 8.

bas. Deste modo , das dez linhagens que compoem o atual gru­

po de hospedeiros diferenciais , apenas a linhagem 101 - 102B

apresenta resistência à raça 18 enquanto que para a raça 10,

além dessa linhagem duas outras das três novas linhagens in­

troduzidas no grupo, apresentam reações de resistência.

Nas condições do presente trabalho, foi pos­

sível detectar a presença de raças fisiológicas do patóge­

no nas regiões algodoeiras estudadas, da seguinte forma: ra­

ças 3, 7, 13, 17, 18 e 19 no Estado de São Paulo; raças 18 e

19 no Estado do Paraná; raça 18 nos Estados de Goiás, Minas

Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Como se pode ob­

servar , a raça 18, considerada até o presente momento como a

mais virulenta , capaz de infectar todas as linhagens porta­

doras de genes de resistência, com exceção da linhagems 101-

l0 ZB, foi detectada em todas as regiões estudadas. Embora

não tenha sido possível no presente trabalho, seria de gran­

de interesse determinar as ireas de distribuiçio das diferen

tes raças fisiológicas para uma melhor orientaçio, quando da

distribuição de cultivares para o plantio. Por ora, o conh�

cimento da predominância da raça 18, considerada a mais pat�

gênica atualmente, em diferentes regiões algodoeiras, vem

contribuir para um direcionamento mais adequado dos progra­

mas de melhoramento visando ã introdução de resistência gen�

tica a esta raça. Cabe ressaltar também que a variabilida­

de do patógeno deve ser investigada constantemente, uma vez

que mutantes tem sido observados (JOLLIN, 1983; BIRD et alii,

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49.

1983 e BIRD et alii, 1984), os quais podem infectar todas as

linhagens diferenciais inclusive a 101-102B, considerada re­

sistente a todas as raças at� entio identificadas.

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6 1 CONCLUSÕES

Dos resultados obtidos no presente

pode-se concluir :

50 .

trabalho

a - Existe grande variação entre os isolados

de Xan�homona-0 eampe-0�nl-0 pv . malvaeeanum quanto a capacida­

de de produção e sensibilidade às bacteriocinas, impossibi­

litando a caracterização por grupos segundo a atividade bac­

teriocinogênica tanto a nível de raças ou isolados ou quanto

a procedência dos mesmos;

b - As bacteriocinas produzidas mostraram-se ter

moestáveis a 79º C por 15 minutos ;

c - O meio BDA foi adequado para a produção

de bacteriocinas por isolados do pat6geno, enquanto que em

meio Agar-Nutriente a produção foi inibida;

d - Foram detectadas as raças fisiol6gicas 3,

7, 1 3, 17, 18 e 19 de X. campe-0�nl-0 pv. malvaeeanum, com ba­

se nas reações de patogenicidade apresentadas pelo grupo de

linhagens diferenciais de algodoeiro. Todas estas raças fo­

ram observadas no Estado de S ão Paulo;

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51.

e - A raça fisio16gica 18 foi detectada em �so

lados provenientes de todas as regiões produtoras de algo­

dão da Zona Meridional do Brasil , enquanto que para as de­

mais raças foi observado ocorrência menos generalizada.

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5:2 .

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