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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: O estudo da musicalidade nas poesias de Cecilia Meireles

Autor Irma Ruch Weippert

Escola de Atuação Colégio Estadual Padre Anchieta – Ensino Fund. e Médio

Município da Escola Salgado Filho – Paraná

Orientador Fausto José da Fonseca Zamboni

IES Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-

pedagógica

Caderno Pedagógico

Público Alvo Alunos do 8º Ano

Localização Rua Augusto Cechini, 50

Resumo Este Caderno Pedagógico tem como objetivo apresentar a

poesia na escola como uma estratégia de ação

pedagógica que poderá possibilitar ao aluno o

desenvolvimento de sua capacidade criativa e de

compreender melhor a aquisição da escrita e da oralidade

no ensino da Língua Portuguesa. Ao longo dessa produção

didático-pedagógica são indicadas as estratégias de ação

que podem ser aplicadas pelo professor em sua escola, na

medida em que as problemáticas de dificuldades de

oralidade e escrita forem identificadas em alunos do

Ensino Fundamental. Também são disponibilizados

materiais que podem ser acessados por meio de pesquisa

na internet, e que tratam da poesia na escola como uma

possibilidade para os objetivos propostos no projeto de

intervenção pedagógica. Ainda, com base na

fundamentação teórica de toda esta proposta, são

descritos alguns dos assuntos pertinentes à educação, e a

inserção da poesia em sala de aula.

Palavras-chave Educação; Língua Portuguesa; Poesia; Comunicação;

Escrita.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO PARA O ESTUDO DA MUSICALIDADE NAS POESIAS

DE CECILIA MEIRELES

PROFESSORA PEDEANDA: IRMA RUCH WEIPPERT

PROFESSOR ORIENTADOR: FAUSTO JOSÉ DA FONSECA ZAMBONI

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

CADERNO PEDAGÓGICO

SALGADO FILHO - PARANÁ

2016

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APRESENTAÇÃO

Aos colegas professores este Caderno Pedagógico tem como objetivo

principal oferecer uma alternativa para a prática pedagógica em sala de aula no

ensino de língua portuguesa.

A construção desse Caderno Pedagógico tem como temática a musicalidade

da poesia, como uma estratégia de ação que possibilite potencializar a

aprendizagem da escrita e da oralidade obtida por alunos pela aplicação de

atividade pedagógica do estudo da poesia e a musicalidade das mesmas.

Foi selecionada como poesia que transitou para a musicalidade, a poesia de

Cecilia Meireles, em sua obra Ou isto ou aquilo.

Este Caderno Pedagógico é composto de três Unidades Didáticas que

descrevem os objetivos específicos elaborados com base no objetivo principal, e

compreende sugestões para trabalhar pedagogicamente com o aluno, a poesia, a

escrita e a oralidade, visando trazê-lo a uma formação e aprendizagem criativa.

Pretende-se que esta produção contribua com ideias e inovações as quais

os professores utilizem como modelo ou sugestão para inserir a poesia em suas

aulas de Língua Portuguesa visando ao aprendizado criativo do aluno.

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UNIDADE DIDÁTICA 1

REFLEXÃO ACERCA DA ESCRITA E A ORALIDADE COM RESPEITO À SUA

IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÀO DO ALUNO

Um poema constrói-se então assim,

de formas bem diferentes… (ou talvez não !…)

Às vezes sozinho, sem a ajuda de ninguém partindo a casca dura, aos pedacinhos, saindo do espartilho branco da mente,

já oco às vezes de sentido, de alimento, de um vazio aparente, procurando por isso logo o sustento

em cada canto, em cada eira, em cada alma carente (José Dias Egipto).

OBJETIVO DA UNIDADE DIDÁTICA 1

Refletir sobre escrita e oralidade em sua importância na formação do aluno.

CARGA HORÁRIA

12 aulas.

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

Na etapa inicial da prática pedagógica que vise às questões da escrita e da

oralidade o objetivo é trazer ao aluno alternativas e oportunidades que lhe

possibilitem conhecer e praticar a poesia como uma ferramenta para que flua a

oralidade.

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A obra de Cecilia Meireles, Livro de poesias Ou isto ou aquilo, deve ser

apresentada disponibilizando várias unidades, de modo que os alunos a conheçam,

manuseiem e adquiram familiaridade com a obra.

Fonte: http://www.saraiva.com.br/ou-isto-ou-aquilo-4261239.html;

Fonte: http://www.lilileiloeira.com.br/peca.asp?ID=159952&ctd=17&tot=40

Para que o aluno tenha conhecimento sobre qual autor/poeta irá estudar, é

importante que a professora apresente uma breve biografia de Cecilia Meireles. Para

isto, poderá disponibilizar uma pagina impressa sobre a sua vida e carreira, em uma

composição sucinta, disponibilizada na página web

https://www.ebiografia.com/cecilia_meireles/.

Após conhecerem parcialmente a obra de Cecilia Meireles Ou Isto ou Aquilo,

a professora deverá ministrar os conteúdos curriculares selecionados para este

projeto de intervenção pedagógica, que incluem abordagem à poesia, à oralidade, à

leitura.

Aulas iniciais 1 e 2

Aulas 3 e 4

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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Q3tb0I3h9mE

Dentre as atividades para esta Unidade Didática sugerem-se algumas que

serão aplicadas neste projeto de intervenção pedagógica:

- leitura da poesia de Cecilia Meirelles feita pelo professor;

- leitura silenciosa individual feita pelos alunos;

- leitura em voz alta, individual, feita pelos alunos;

- leitura em pares;

- leitura em coro;

- jograis;

- leitura rítmica para explorar o aspecto rítmico do poema;

- leitura de poemas visuais.

Os alunos serão convidados a compreender o que é a poesia, oportunizando

a realização de comentários, formação de grupos para o estudo de poesias, como

fazer uma boa leitura, observando ritmo, entonação e memorização dos mesmos.

Após serem ensinados estes conteúdos, será aplicado um teste de

conhecimento aos alunos. O objetivo é identificar a assimilação do conteúdo, a

compreensão sobre os assuntos do projeto e a capacidade de interpretação dos

alunos.

Na sequência, será solicitado aos alunos que realizem uma pesquisa sobre

a história da poesia e o seu conceito, partindo dos seguintes questionamentos: O

Para a musicalidade da poesia, os

conteúdos didáticos incluirão o surgimento

da música, o ensino da lírica, o instrumento

musical e o surgimento da língua.

Aula 5

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que é poesia? Como surgiu a poesia? Considera-se importante os alunos

conhecerem a história da linguagem poética.

Continuando a pesquisa, os alunos poderão ser levados para visita à

biblioteca para conhecer obras da autora das poesias selecionadas para este

projeto, Cecilia Meireles.

Com os livros de poesias impressos, será oferecida aos alunos a exploração

de livros de poesias, focando na forma de manuseá-los, as informações da capa e

contracapa, chamando a atenção para os procedimentos adequados de leitura.

Também, a professora pode levar os alunos ao Laboratório de Informática

da instituição escolar, para realização de pesquisas sobre a vida da poetisa.

Além dos livros específicos de poesia de Cecilia Meireles, será

disponibilizada aos alunos a exploração de outros gêneros textuais: Biografia de

Cecilia Meireles, no sentido de compreender: “O que é Biografia?” Onde

encontramos? Para que serve?

O Ministério da Educação publicou a Coleção

Educadores, em parceria com a Unesco e a

Fundação Joaquim Nabuco, disponibiliza a obra

de Yolanda Lôbo, Cecilia Meireles no site

http://www.dominiopublico.gov.br/download/text

o/me4694.pdf

Aulas 6 e 7

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Exploração de vários suportes de poesias, formatação (margem, versos,

estrofes), estilo de linguagem, comparando-os com outros já conhecidos pelos

alunos.

Os alunos poderão ser levados para uma visita à livraria virtual para a

compreensão de como podemos adquirir livros de poesias.

Uma das livrarias virtuais disponíveis gratuitamente é o Banco da Poesia,

que pode ser acessada no endereço eletrônico

https://cdeassis.wordpress.com/biblioteca-virtual-de-poesia/.

Nesta página web estão disponíveis obras do Domínio Público, que podem

ser baixadas e salvas pelo usuário.

Será realizada pesquisa de laboratório para visualização das poesias e

registro no caderno para leitura, recitação e declamação.

Continuando a explanação acerca de poesia, a professora declamará para

os alunos a poesia “Ou Isto Ou Aquilo” de Cecília Meireles, apresentando-a como o

objeto do estudo do projeto de intervenção pedagógica.

Com relação a esta atividade, realizar questionamentos como: Se já

conheciam essa poesia? Se já haviam lido ou recitado poesias? Se sabem alguma

poesia de cor?

Aulas 8 e 9

Aulas 10 e 11

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Finalizando esta etapa inicial, a professora indica aos alunos que elaborem o

registro dos poemas estudados para que possam fazer a leitura-declamação como

atividade extraclasse, junto à família.

ABORDAGEM DA ESCRITA E DA ORALIDADE: DETERMINAÇÕES PARA A

FORMAÇÃO DO ALUNO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

As relações entre a fala e a escrita não são fixas e imutáveis; antes, são

dotadas de diferenças, similaridades, gradações e mesclas; já na questão da escrita

técnica, a distância é significativa. Assim, deve ser observado que:

No uso corrente é que fala e escrita inter-relacionam-se, sobrepõem-se,

misturam-se e, por vezes, distanciam-se, sendo as duas modalidades, no

entanto, essenciais para suprir as necessidades de comunicação humana

nas situações sociais específicas em que são utilizadas. [...] também é

facilmente constatável que, quanto mais lemos e usamos a escrita no nosso

dia-a-dia, mais nos especializamos na produção de determinados tipos de

textos orais e escritos, atingindo ambos uma incrível similaridade (FLÔRES,

2005, p.16-7).

Acerca da escrita e oralidade, Aguilar (2013) indica estudos sobre a

concepção interacionista de aprendizagem, que destaca a postura do professor no

processo de ensino associada à concepção de linguagem permitindo compreender a

concepção de linguagem verbal e o modo pela qual possibilita a comunicação

intercultural e interdisciplinar.

Especialmente com relação à escrita, Flôres (2005) salienta que a pouca ou

nenhuma leitura promove no indivíduo a tendência a escrever da forma como fala,

ainda que precise utilizar a escrita técnica. A aquisição de experiência por meio de

práticas interativas oportuniza o uso exigente de uma ou outra modalidade de

Aula 12

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escrita, que pode ser condição em determinadas carreiras acadêmicas, que

privilegiam determinados usos da oralidade e da escrita.

No contexto do ensino e aprendizagem da escrita e da oralidade, algumas

concepções de linguagem são apresentadas: linguagem como expressão do

pensamento; linguagem como instrumento de comunicação; linguagem como forma

ou processo de interação (AGUILAR, 2013).

Concernente à oralidade, Bakhtin (2006, p.115) aborda a palavra em duas

faces: a de que procede de alguém como de que se dirige para alguém, constituindo

“justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte”.

E, se na escrita e oralidade deve ocorrer uma ação interativa da linguagem,

o professor pode ser entendido em seu ensino por meio da linguagem verbal,

quando age e atua sobre o aluno, realizando o processo de ensino e aprendizado.

1. Vídeos

Poesia Milagre de Deus, pode ser baixada e salva, ou assistida

gratuitamente na página do YouTube, disponibilizada no endereço eletrônico

https://www.youtube.com/watch?v=9aGfSnvgUGE. Publicado em 16 fev. 2014, por

Marlon Micelli, o vídeo tem duração de 4:52min.

Carlos Drummond de Andrade, em vídeo, declamando a poesia Mundo

Grande. Pode ser baixado e salvo ou assistido na página web da Homo Literatus,

gratuitamente no endereço eletrônico: http://homoliteratus.com/5-incriveis-videos-de-

poetas-declamando-seus-poemas/. Publicado em 5 de setembro de 2013, tem

duração de 3:05min.

SUGESTÕES DE

MATERIAIS

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2. Filmes

O Carteiro e o Poeta, com duração de 1:49:35h, pode ser baixado e salvo

ou assistido gratuitamente na página do YouTube, no endereço eletrônico

https://www.youtube.com/watch?v=8G2XBVeURVE

3. Artigos

GURGEL, Luiz Henrique. A poesia perdeu a pose. Revista Na Ponta do Lápis, Ano

IX, n. 22, ago. 2013. Disponível para leitura na página web Escrevendo o Futuro,

pode ser acessado gratuitamente no endereço eletrônico

https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteúdo/biblioteca/nossas-

publicacoes/revista/artigos/artigo/369/a-poesia-perdeu-a-pose

CAVALCANTI, Luciano Marcos Dias. Música e poesia em Manuel Bandeira.

Estação Literária Vagão, v. 3, p.30-45, 2009.

4. Livros

GOUVÊA, Leila V. B. Pensamento e "lirismo puro" na poesia de Cecília

Meireles. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

Sinopses do Filme:

Por razões políticas o poeta Pablo Neruda se exila em uma ilha na Itália. Lá, um

desempregado quase analfabeto é contratado como "carteiro" extra, encarregado de

cuidar da correspondência do poeta. Gradativamente se forma uma sólida amizade

entre os dois. O carteiro Mario, aos poucos, aprende a escrever seus sentimentos por

Beatrice, e Neruda ganha, em troca, um ouvinte compreensivo para suas

lembranças saudosas do Chile (WIKIPEDIA, 2015, p.1).

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5. Poesia

Cleonice Rainha. As tias. Disponível para leitura na página web Jornal de

Poesia Para Crianças, no endereço eletrônico: http://www.jornaldepoesia.jor

.br/cleo33.html

REFERÊNCIAS

AGUILAR, Ana Maria Gouveia Cavalcanti. A linguagem verbal na prática de ensino de professores de educação física: reflexões sobre uma experiência. In: BURGEILE, Odete (org.). Práticas educacionais no ensino de línguas e de literaturas. Florianópolis: Pandion, 2013.p.189-204.

BAKHTIN, M. (VOLOCHINOV). Marxismo e filosofia da Linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

FLÔRES, Onici. Da oralidade à escrita: uma busca da mediação multicultural e plurilinguística. Canoas: Ed. da Ulbra, 2005.

WIKIPEDIA. Il postino. 29 nov. 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Il_postino> Acesso em: 10 set. 2016.

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UNIDADE DIDÁTICA 2

O TRABALHO COM A POESIA COMO UM RECURSO MATERIAL PARA A

APRENDIZAGEM CRIATIVA DO ALUNO

Poesia são as melhores palavras em sua melhor ordem (Samuel Taylor Coleridge).

OBJETIVO DA UNIDADE DIDÁTICA 2

Trabalhar a poesia como recurso material para a aprendizagem criativa

CARGA HORÁRIA

12 aulas.

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

A continuação das atividades oferece aos alunos a oportunidade de praticar

a poesia de Cecilia Meireles, com o aprimoramento de sua capacidade de ler e

interpretar.

Os poemas de Cecilia Meireles, da obra Ou isto ou aquilo, serão impressos

a partir da obra digital disponibilizada no endereço eletrônico:

http://files.linguaportuguesaemacao.webnode.com.br/200000029-

Aulas iniciais 1 e 2

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ec143ed0e4/INFANTIL%20-%20Cecilia%20Meireles%20-%20Poesias%20Do-

Livro%20Ou%20Isto%20Ou%20Aquilo.pdf e disponibilizados aos alunos.

Eles serão orientados a escolher, em grupo de dois, um dos poemas que

deverão apresentar.

Será apresentado um áudio de leitura de poemas que compõem esta obra

selecionada de Cecilia Meireles, feita pelo autor Paulo Autran e disponibilizada

gratuitamente pelo YouTube no endereço eletrônico:

https://www.youtube.com/watch?v=Sl9BATgjC6s

O vídeo tem duração de 00:40h.

Chegando ao objeto principal do estudo, será apresentada aos alunos esta

obra de Cecília Meireles, Ou isto ou aquilo, musicada por Luís Pedro Fonseca em

1978, para a peça de teatro homônima e que foi gravada por Lena d‟ Água em 1992.

Publicado em 29 de jun de 2013 pelo Projeto Livro Livre www.projetolivrolivre.com "Ou Isto ou Aquilo". Poemas de Cecília Meireles declamados na voz do grande ator brasileiro Paulo Autran www.poeteiro.com Categoria Educação Licença padrão do YouTube

Aulas 3 e 4

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O vídeo/áudio está disponível no endereço eletrônico do YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=DvQLdN8pHwE, e pode ser acessado

gratuitamente.

Publicado em 14 de out de 2012, Lena d'Água canta poemas de Cecília

Meirelles (musicados por Luís Pedro Fonseca em 1978 para a peça de teatro Ou isto

ou aquilo) e gravadas em 1992.

A Categoria é Música, e a Licença padrão do YouTube.

Previamente à audição, os alunos serão informados que as canções a serem

ouvidas foram criadas pela autora como poemas para serem lidos; posteriormente,

foram musicados.

Em outra atividade a professora buscará ajudar os alunos a superar suas

dificuldades com a leitura poética, com o objetivo de melhorar a competência na

leitura, utilizando-se de treino, considerando que, em geral, se aprende por imitação.

Os alunos podem escolher uma poesia recitada pelo ator Paulo Autran e

ouvir várias vezes, até conseguir imitar corretamente. Em seguida, o professor pode

explorar este material, mostrando a relação entre a pontuação e a entonação,

corrigindo as declamações dos alunos.

Aulas 5, 6 e 7

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Na continuação das atividades, os alunos serão convidados a apresentar a

poesia selecionada, em forma de declamação ou musicalizada.

Nestas aulas, o professor solicita aos alunos que realizem comparação entre

a música com a mesma poesia que foi declamada.

O objetivo será tentar encontrar quais são as diferenças entre a poesia

declamada a e musicada.

Os alunos deverão descrever, de forma individual: qual o efeito que a música

produz?

Em seguida, a Professora faz reflexões sobre o poder da música, buscando

exemplos concretos, junto com os alunos.

Os alunos serão convidados a declamar outra poesia, seguindo o exemplo

de Paulo Autran.

Para auxiliá-los, a professora poderá exibir um vídeo de declamação de

poesia, por Rolando Boldrin, denominado de Poema sem rumo, de autoria

desconhecida, disponível no endereço eletrônico do YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=ypjmtseAkb4

O vídeo foi publicado em 25 de setembro de 2014, na Categoria Música e

com Licença Padrão do YouTube. Tem duração de 6:20min.

A professora trabalhará a musicalidade e a entonação na voz do aluno, ao

declamar a poesia.

Aulas 8 e 9

Aulas 10 e 11

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Como exemplo, poderá mostrar aos alunos que a atividade de leitura da

Poesia de Cecilia Meireles Ou isto ou aquilo, é trabalhada em diferentes escolas

brasileiras com a participação das crianças em sua declamação.

Um vídeo confirmando esta atividade mostra alunos do 4º Ano do Colégio

Anglo, participando do Flashmob da leitura. Publicado por Juliana Prados em 15 de

abril de 2013, o vídeo possui Licença Padrão do YouTube e está disponível no

endereço eletrônico da página web:

https://www.youtube.com/watch?v=I1NJBCumMV4, com 1:29min de duração.

Após essas experiências, a professora solicita aos alunos que produzam

uma poesia e coloquem nela a musicalidade.

Como atividade final, será solicitado aos alunos que escrevam em um

pedaço de papel, um assunto ou tema que considera importante no contexto da

escola, do ensino e aprendizagem e da poesia. Esses assuntos serão colocados em

uma caixa e, posteriormente, cada aluno retira um papel com o tema ou assunto

registrado.

A POESIA E A IMPORTÂNCIA DE SEU ESTUDO EM SALA DE AULA

Quando abordada a poesia e o que pode fazer ao ser estudada em sala de

aula, é importante destacar que, atualmente, a maioria dos professores e

pedagogos, “[...] convictos da potência criadora da poesia, realizam propostas com

poesias em sala de aula, justificando ser um caminho aberto para os alunos

expressarem livremente seus sentimentos e desenvolverem a capacidade criativa”

(SILVA, 2006, p.55).

No passado, a poesia, na percepção de Carpeaux (1999, p.269), teve

extrema importância na formação do “homem ideal”:

Aula 12

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Os velhos gregos entenderam a pedagogia como um meio de formação do

homem ideal da sua civilização. Em todas as civilizações, porém, a figura do

homem ideal – o „santo‟, o „virtuoso‟, o honnête homme, o gentleman, o

Gebildeter - é expressão máxima da ideologia reinante, como a outra

expressão máxima: a poesia. A relação entre a pedagogia e a poesia,

significava, para os gregos, uma relação entre a poesia e a ideologia que

era a base da civilização antiga.

Na escola, a vivência poética como material de estudo, conteúdo curricular,

oportuniza ao aluno a ampliação de sua percepção, alargamento de seu intelecto e o

aumento da imaginação, na medida em que desenvolve princípios e características

singulares que podem mensurar e reafirmar os seus sentimentos e ações como

leitor (TRES; IGUMA, 2015).

A importância da poesia, na contemporaneidade, compreende o processo de

aquisição de uma língua não apenas como uma construção criativa, mas como um

processo comunicativo que ocorre entre o professor e o aluno. Com a poesia, é

possível ao aluno recuperar a sua auto estima em seu trabalho com a linguagem,

porque ela comporta a liberdade estética do texto e os caminhos diversos para a

criatividade (SILVA, 2006).

Definida por Carpeaux, a poesia é, portanto, uma mescla:

Poesia não se compõe de „pensamentos‟ que a gente poderia extrair e

utilizar para fins extrapoéticos. Poesia não é filosofia transcendental rimada

nem manifesto político metrificado. Poesia é uma coordenação significativa

de palavras, e o princípio individual dessa coordenação é o estilo do poeta

(CARPEAUX, 1999, p.440-1).

O poder da poesia é revelado constantemente, através de sua capacidade

de estabelecer relações singulares com o mundo e de revelá-lo como este espaço

aberto no qual é possível interpor a interpretação e a criatividade do leitor (SILVA,

2006).

Salienta Eliot (1991, p.28) que a influência da poesia se estende e, ao longo

do tempo, “[...] produz uma diferença na fala, na sensibilidade, nas vidas de todos os

integrantes de uma sociedade, de todos os membros de uma comunidade, de todo o

povo, independentemente de que leiam e apreciem poesia”.

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Ou isto ou aquilo, a obra de Cecilia Meireles selecionada para este projeto

de intervenção pedagógica,

[...] é considerada uma obra que rompe com uma tradição ligada exclusiva e

predominantemente à produção de poemas recheados de conselhos,

normas, ensinamentos, orientados por uma pedagogia com valores

tradicionais, predominantes até a década de 1960 (FERREIRA, 2009,

p.188).

Segundo Beineke e Zanetta (2012), com a obra Ou isto ou aquilo, Cecilia

Meireles conduz os alunos a um universo de imagens sonoras, de fantasias e jogos

de palavras, transformando o mundo das letras em um mundo de sonhos.

1. Livros

CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de; PIGNATARI, Décio. Teoria da poesia

concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2006.

MAYER, Canísio. A educação em poesia. São Paulo: Paulus, 2014.

MACHADO, Nilson José. Educação: microensaios em mil toques. V.II. São Paulo:

Escrituras Editora, 2010.

2. Poesia

Jayro Lua. Dentre as grades.

SUGESTÕES DE

MATERIAIS

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Poesia que faz parte do livro Uvas Amargas, publicado no site e.net

elivrosgratis, pode ser baixado no endereço eletrônico: http://www.elivros-

gratis.net/elivros-gratis-poesias-e-poemas.asp

Trata-se de um livro extraído de uma mente faminta por justiça e integridade

social, que esquadrinha liricamente o dia-a-dia da sociedade Africana especialmente

Moçambicana nas últimas décadas e relata também a crise político-militar que se

vive no centro do país, a comunidade e suas facetas e também o Eu íntimo do

escritor.

3. Artigos

FERREIRA, Gilmar Leite. A poesia educa. Revista Contemporânea de Educação,

n.12, p.160-72, ago./dez. 2011.

SUTTON-SPENCE, Rachel. Por que precisamos de poesia sinalizada em educação

bilíngue. Educar em Revista, Edição Especial n. 2, p. 111-128, 2014.

4. Filme

Entre os muros da escola, de Laurent Cantet. É um filme francês vencedor

da Palma de Ouro do Festival de Canes em 2008. A história baseia-se no livro

homônimo escrito por François Bégaudeau, que além de escritor, é também

professor.

Lançado em 24 de setembro de 2008, recebeu o Prêmio Palma de Ouro, foi

disponibilizado na página web do YouTube por Claudio Barbosa, na Categoria

Filmes e Desenhos com Licença padrão do YouTube. Tem duração de 2:09:43h.

Disponível em meio eletrônico, pode ser baixado no endereço:

https://www.youtube.com/watch?v=mVRg7aeMJ2g

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REFERÊNCIAS

BEINEKE, V.; ZANETTA, C. C. “Ou Isto ou Aquilo”: a composição na educação musical para crianças. Revista Música Hodie, Goiânia, v.14, n.1, p. 197-210, 2014.

CARPEAUX, Otto Maria. O sol de Homero. In: Ensaios Reunidos. 1942-1978. Rio de Janeiro: UniverCidade Editora, 1999.p.269-271.

ELIOT, T. S. A função social da poesia. In: ______. De poesia e poetas. São Paulo: Brasiliense, 1991. p.25-37.

SILVA, Dora Alice Belavenutti Martins de. Alfabetização com poesia. In: LAFACE, Antonieta et al. (orgs.) Estudos linguísticos e ensino de línguas. São Paulo: Arte & Ciência, 2006.p.39-58.

TRES, Thanisa Aparecida de Souza Camargo De Dordi; IGUMA, Andréia de Oliveira A. A importância da poesia na formação do leitor. Interletras, v. 3, n.20, p.1-11, out. 2014/mar., 2015.

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UNIDADE DIDÁTICA 3

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DA INTERAÇÃO ENTRE O ALUNO, A POESIA

E A MÚSICA, EM SUA ORALIDADE

Antes de nós nos mesmos arvoredos Passou o vento, quando havia vento,

E as folhas não falavam De outro modo do que hoje.

Passamos e agitamo-nos debalde. Não fazemos mais ruído no que existe

Do que as folhas das árvores Ou os passos do vento (Ricardo Reis).

OBJETIVO DA UNIDADE DIDÁTICA 3

Avaliar os resultados da interação aluno-poesia-música na escrita e

oralidade.

CARGA HORÁRIA

8 aulas.

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

Ao final da aplicação do projeto de intervenção pedagógica, aulas finais, os

alunos e a professora realizarão leitura de poesias em voz alta.

Aulas iniciais 1 e 2

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Para a compreensão da interpretação poética, a professora solicita que os

alunos construam uma poesia, tomando como base a de Cecília Meireles. Os alunos

serão incentivados a explorar o ritmo e rimas nas produções, propondo que façam a

troca de algumas palavras, sem que a poesia perca sua musicalidade, realizando

assim, novas produções a partir das obras estudadas, proporcionando momentos

para leitura e declamação.

Também poderão realizar pequenos exercícios utilizando a poesia de Cecilia

Meireles como tema e desenvolvendo novas frases.

Um modelo é sugerido pelo Ministério da Educação, em sua obra Programa

de apoio a leitura e escrita Praler: atividades de apoio à aprendizagem 4 - escrever

cada vez melhor, versão do aluno (BRASIL, 2007).

Nas aulas seguintes, a atividade será a construção de varal de poesias e o

recital para os alunos das outras turmas.

Aulas 3 e 4

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Os alunos poderão sugerir o formato do varal de poesias, se escritas sobre

figuração de peças de roupas, ou papeis pendurados no texto com uso de

barbantes, soltos, que possam ser lidos em frente e verso, por exemplo.

Para auxiliar na produção a professora pode mostrar um vídeo sobre varal

de poesias, com crianças declamando. Alguns desses vídeos estão disponíveis na

página web do YouTube, endereço eletrônico:

https://www.youtube.com/watch?v=pNLnTSp3A5s&list=PLX-

biCYObp5iI9rdqRARhHgwOSqge4hOl

https://www.youtube.com/watch?v=VBROLd5vYbw&list=PLX-

biCYObp5iI9rdqRARhHgwOSqge4hOl&index=4

https://www.youtube.com/watch?v=zYJUqJ3H3NU

Outra forma de produzir um varal de poesia poderia incluir o registro

fotográfico digital e depois a composição de um vídeo ou mesmo de apresentação

em Power Point, das produções dos alunos.

Marilda Confortin publicou, em 23 de fevereiro de 2014, o Varal Virtual da

Poesia Paranaense, com poemas e músicas de autores do Estado do Paraná, na

página web do YouTube, na Categoria Entretenimento e com Licença Padrão do

YouTube.

O vídeo tem duração de 9:56min pode ser acessado pelo endereço eletrônico:

https://www.youtube.com/watch?v=zUwBWHR9-94

Nas aulas finais, será realizada a auto avaliação do recital de cada aluno, o

qual falará sobre as dificuldades encontradas para fazer a apresentação e os

aprendizados adquiridos.

Aulas 5 e 6

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Também será realizada avaliação dos alunos pela professora, em relação à

leitura oral e a declamação, analisando, em especial a forma de expressão, a

entonação, a sonoridade das palavras, a postura e os recursos de captação de

atenção da plateia.

Em seguida, os alunos serão informados sobre o término do projeto de

intervenção e incentivados a manterem a leitura e a oralidade como princípios de

desenvolvimento da comunicação e da boa escrita.

COMPREENDENDO A POESIA COMO MATERIAL DE ESTUDO PARA A

AQUISIÇÃO DA ESCRITA E DA ORALIDADE

A compreensão da poesia na aprendizagem escolar, com relação à escrita e

à oralidade encontra fundamento na conceituação dada por Carpeaux (1999, p.4):

A poesia é uma estratégia para dominar a situação. A estratégia poética

serve-se de quatro estratagemas, designados por termos conhecidos da

velha retórica: metáfora, metonímia, sinédoque, ironia. Os fins a que

aspiram estes estratagemas são uma perspectiva, uma redução, uma

representação, uma dialética.

Para Eliot (1991), muitas origens e funções são atribuídas à poesia. Como

exemplo, sugere que as formas de gênero épico e a saga transmitiram aquilo que é

sustentado como história. Isto aconteceu antes que estas formas se tornassem uma

diversão comunitária e antes da linguagem escrita. Tratava-se de uma forma de

Aula 7

Aula 8

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verso regular que servia à memória, especificamente à memória dos bardos, dos

contadores de história e dos sábios, que revelaram os fatos por meio da poesia.

Compreendendo que, no passado, a poesia exercia uma função social na

qual revelava os fatos históricos, no presente deve atuar como elemento educador

do público ao qual se destina (SILVA, 2013).

Em razão de sua importância no mundo, destacam-se as afirmações de

Carpeaux (1942, p.96), que compreendia a poesia na interpretação do Grande

Brama, ao apresentar a última sabedoria aos seus discípulos como sendo o silêncio

e, nele, o lugar da poesia.

O mistério do mundo é indizível, fica fora do nosso mundo das coisas

dizíveis. A fronteira entre o dizível e o indizível, esta linha cortante como a

crista sobre o abismo, é o lugar da poesia. A poesia quer explicar o

indizível: por isso, ela choca-se com a língua. A língua é, ao mesmo tempo,

o meio de expressão da poesia e o instrumento da vida quotidiana:

„meaning’ e „semantic’, para aplicar uma terminologia nova [...].

Na escola, o texto poético possibilita abrir a mente para o conhecimento da

magia da poesia, e de realizações interiores individuais (SILVA, 2006). Em suas

diferentes formas, a poesia desempenha sua função social: citando a poesia

didática, que significa transmissão de informação, bem como a poesia dramática,

cuja função social é a de “provocar uma impressão imediata e coletiva sobre um

amplo número de pessoas reunidas para assistir a um episódio imaginário encenado

num palco” (ELIOT, 1991, p.11).

A leitura poética, em sua função social, mostra-a como é: magia verbal, ritmo

encantatório, imagem inovadora, permitindo assumir, com a atividade poética, o

papel humilde e eficaz de motor emocional das grandes revoluções (TREVISAN,

2008).

A escola, neste sentido, serve como o trampolim que impulsiona o leitor para

muitas possibilidades da relação entre o pensar e o sentir, de modo que possa fruir o

texto (TRES; IGUMA, 2015, p.2). Por fim, acrescenta-se de Silva (2006, p.40), que

“Parece claro que o trabalho com poesia em sala de aula pode ser um instrumento

para a superação da insatisfação e da monotonia”, de modo que as crianças passem

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a ter motivação para a leitura, a criação para a escrita e o desenvolvimento em sua

formação.

1. Livros

LEAL, Telma Ferraz; GOIS, Siane. A oralidade na escola: a investigação do

trabalho docente como foco de reflexão. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

FERNANDES, Frederico Augusto Garcia. A voz e o sentido: poesia oral em

sincronia. São Paulo: Editora UNESP, 2007.

2. Filmes

Patativa do Assaré - Ave Poesia.

SUGESTÕES DE

MATERIAIS

PROFESSORES

A vida e a obra do poeta Patativa do Assaré, a relevância

dos seus poemas, o significado político dos seus atos e a

sua imensa contribuição à cultura brasileira. Aço e rosa.

Quem lê ou escuta a poesia de Patativa do Assaré

pensa, emociona-se e conscientiza-se do mundo, porque

na sua poesia estão presentes todas as lutas e

esperanças do povo; estão reunidas palavras e ideias

que se erguem com a dignidade guerreira dos justos,

contra todas as formas de obscurantismos e de

exploração do homem. No ano de 2001, Patativa do

Assaré foi escolhido como um dos mais importantes

cearenses do século XX.

Gênero: Documentário Duração: 84 min. Ano: 2007

Ficha Técnica do filme

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3. Artigos

CHAER, Mirella Ribeiro; GUIMARÃES, Edite da Glória Amorim. A importância da

oralidade: educação infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental. Pergaminho,

v.3, p.71‐88, nov. 2012.

SANTOS, Maria Gabriela da Silva; FARAGO, Alessandra Corrêa. O

desenvolvimento da oralidade das crianças na Educação Infantil. Cadernos de

Educação: Ensino e Sociedade, v.2, n.1, p.112-133, 2015.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Programa de apoio a leitura e escrita Praler: atividades de apoio à aprendizagem 4 - escrever cada vez melhor, versão do aluno. Brasília, DF: MEC, 2007.

CARPEAUX, Otto Maria. O sol de Homero. In: Ensaios Reunidos. 1942-1978. Rio

de Janeiro: UniverCidade Editora, 1999.p.269-271.

______. A cinza do purgatório. Rio de Janeiro: Correio da Manhã, julho de 1942.

ELIOT, T. S. A função social da poesia. In: ______. De poesia e poetas. São Paulo:

Brasiliense, 1991. p.25-37.

SILVA, Ademir Luiz da. Tradição épica e herança homérica n‟a demanda do santo

graal. In: PASSOS, Aruanã Antonio dos et al. (orgs.) Encontros entre história e

literatura. Anápolis: UEG, 2013.p.67-94.

SILVA, Dora Alice Belavenutti Martins de. Alfabetização com poesia. In: LAFACE,

Antonieta et al. (orgs.) Estudos linguísticos e ensino de línguas. São Paulo: Arte &

Ciência, 2006.p.39-58.

TRES, Thanisa Aparecida de Souza Camargo De Dordi; IGUMA, Andréia de Oliveira

A. A importância da poesia na formação do leitor. Interletras, v. 3, n.20, p.1-11, out.

2014/mar., 2015.

TREVISAN, Armindo. Vamos aprender poesia? Porto Alegre, RS: AGE, 2008.