PRODUÇÃO INTEGRADA EM HORTÍCOLAS - DGADR

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PRODUÇÃO INTEGRADA EM HORTÍCOLAS FAMÍLIA DAS ALIÁCEAS E DAS ASPARAGÁCEAS - ALHO, ALHO-FRANCÊS (ALHO-PORRO), CEBOLA E ESPARGOS - (Ao abrigo do n.º 4 do art.º 4.º do Decreto-Lei 180/95, de 26 de Julho, e dos n. os 3, 4, 5 e 6 do art.º 6.º da Portaria n.º 65/97, de 28 de Janeiro) Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas DGADR Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural

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PRODUÇÃO INTEGRADA EM HORTÍCOLAS

FAMÍLIA DAS ALIÁCEAS E DAS ASPARAGÁCEAS

- ALHO, ALHO-FRANCÊS (ALHO-PORRO), CEBOLA E ESPARGOS -

(Ao abrigo do n.º 4 do art.º 4.º do Decreto-Lei 180/95, de 26 de Julho,e dos n.os 3, 4, 5 e 6 do art.º 6.º da Portaria n.º 65/97, de 28 de Janeiro)

M i n i s t é r i o daA g r i c u l t u r a ,do DesenvolvimentoRural e das Pescas

DGADRDirecção-Geralde Agricultura eDesenvolvimento Rural

DGADR-DSPFSV DABSV – 01/07

____________________

Actualizado a 31-03-2007

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS DIRECÇÃO-GERAL DE AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL

PRODUÇÃO INTEGRADA EM HORTÍCOLAS

FAMÍLIA DAS ALIÁCEAS E DAS ASPARAGÁCEAS

- ALHO, ALHO-FRANCÊS (ALHO-PORRO), CEBOLA E ESPARGOS –

(Ao abrigo do nº4 do artº 4º do Decreto-Lei 180/95, de 26 de Julho, e dos nos 3, 4, 5 e 6 do artº 6º da Portaria nº 65/97, de 23 de Janeiro)

Coordenação: Amélia Lopes (DGADR) Ana Maria Simões (INRB/LQARS)

Lisboa 2007

FICHA TÉCNICA Edição: Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural Capa e Gravação: DSIGA – Divisão de Planeamento, Documentação e Informática Coordenação: Amélia Lopes (DGADR) Ana Maria Simões (INRB/LQARS) Foto capa: Amélia Lopes Compilação de dados e tratamento de texto: Teresa Silva Ilustração do Caderno de Campo: Luís Aguiar Tiragem: 500 exs. 07/05 Série Divulgação n.º 309 ISSN 0872-3249 ISBN: 978-972-8649-69-2 Distribuição: DSIGA – Divisão de Planeamento, Documentação e Informática Tapada da Ajuda, Edifício I, 1349-018 Lisboa Telfs.: 21 361 32 00, 21 361 32 83 – Linha Azul: 21 361 32 88 - Fax: 21 361 32 77 E-mail: [email protected] - http://www.dgpc.min-agricultura.pt © 2007, DIRECÇÃO-GERAL DE AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL (DGADR) RESERVADOS TODOS OS DIREITOS, EXCEPTO AS FOTOS DE AUTORES EXTERNOS À DGADR (Ver Índice de Figuras) DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, À DIRECÇÃO-GERAL DE AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL - DGADR AV. AFONSO COSTA, 3 – 1949-002 LISBOA

NOTA PRÉVIA

Ao longo da última década o desenvolvimento da protecção e produção

integrada seguiu normas estabelecidas que consideraram essencialmente as

listas de produtos fitofarmacêuticos aconselhados em protecção integrada,

níveis económicos de ataque, fertilização e outras práticas culturais, para as

principais culturas abrangidas pelas Medidas Agro-ambientais e previstas no nº

4 do artº 4º do Decreto-Lei 180/95, de 26 de Julho e dos nºs 3, 4, 5 e 6 do artº

6º da Portaria nº 65/97, de 28 de Janeiro.

Actualmente, e para a generalidade das culturas, dispõe-se de conhecimentos

e estão criadas as condições necessárias para iniciar uma nova fase de

abordagem da produção agrícola, na óptica da produção integrada, dando-se

assim um passo significativo de aproximação da agricultura nacional a este

modo de produção.

É pois, com o objectivo de impulsionar o desenvolvimento desta nova

estratégia, que o presente documento foi elaborado. Do seu conteúdo fazem

parte as normas a aplicar em protecção integrada e as práticas culturais, o que

permite, deste modo, dar apoio ao exercício da protecção integrada a muitos

dos agricultores que ainda nela, exclusivamente, estão envolvidos.

Índice

ÍNDICE ÍNDICE DE QUADROS________________________________________________________vi

ÍNDICE DE FIGURAS_________________________________________________________xi

GENERALIDADES

PROTECÇÃO INTEGRADA

INTRODUÇÃO ______________________________________________________________ 1

1. CRITÉRIOS ADOPTADOS NA SELECÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ACTIVAS

ACONSELHADAS EM PROTECÇÃO INTEGRADA _______________________________ 9

1.1. Insecticidas, acaricidas e fungicidas _______________________________________ 9

1.2. Moluscicidas_________________________________________________________ 10

1.3. Nematodicidas _______________________________________________________ 11

1.4. Herbicidas __________________________________________________________ 12

2. EFEITO SECUNDÁRIO DAS SUBSTÂNCIAS ACTIVAS ACONSELHADAS EM

PROTECÇÃO INTEGRADA E DOS RESPECTIVOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS ___________________________________________________ 15

3. NÍVEIS ECONÓMICOS DE ATAQUE _________________________________________ 17

PRÁTICAS CULTURAIS

1. PREPARAÇÃO DO TERRENO ______________________________________________ 22

2. DESINFECÇÃO DO SOLO _________________________________________________ 23

3. MATERIAIS DE PROPAGAÇÃO _____________________________________________ 24

3.1. Variedades __________________________________________________________ 24

3.2. Sementes e “jovens plantas” ____________________________________________ 24

4. REGULADORES DE CRESCIMENTO DE PLANTAS_____________________________ 24

5. ROTAÇÕES CULTURAIS __________________________________________________ 26

6. REGA__________________________________________________________________ 26

6.1. Sistemas, oportunidade, frequência e dotações de rega _______________________ 28

7. COLHEITA DE AMOSTRAS ________________________________________________ 29

7.1. Amostras de terra_____________________________________________________ 29

7.1.1. Determinações analíticas obrigatórias _________________________________ 30

7.1.1.1. Cultura ao ar livre __________________________________________ 30

7.1.1.2. Cultura protegida __________________________________________ 30

7.1.2. Determinações analíticas recomendadas_______________________________ 30

7.2. Amostras de material vegetal____________________________________________ 30

Índice

ii

7.3. Amostras de água de rega ______________________________________________ 31

7.4. Amostras de estrumes e outros correctivos orgânicos_________________________ 31

8. FERTILIZAÇÃO DE FUNDO E DE COBERTURA________________________________ 33

9. APLICAÇÃO DE NUTRIENTES POR VIA FOLIAR _______________________________ 35

10. OPERAÇÕES CULTURAIS_________________________________________________ 35

11. OPERAÇÕES PÓS-COLHEITA______________________________________________ 36

12. EXPORTAÇÃO MÉDIA DE MACRONUTRIENTES PELAS APIÁCEAS E

ASPARAGÁCEAS ________________________________________________________ 36

ALHO

1. PROTECÇÃO INTEGRADA ________________________________________________ 43

1.1. Lista das substâncias activas aconselhadas para combater diferentes

organismos nocivos e respectivos produtos fitofarmacêuticos___________________ 43

1.2. Efeito secundário das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada

e dos respectivos produtos fitofarmacêuticos _______________________________ 45

1.3. Níveis económicos de ataque ___________________________________________ 49

2. PRÁTICAS CULTURAIS ___________________________________________________ 55

2.1. Localização da cultura _________________________________________________ 55

2.1.1. Condições climáticas ______________________________________________ 55

2.1.2. Condições edáficas _______________________________________________ 55

2.2. Plantação ___________________________________________________________ 55

2.2.1. Época e compassos de plantação ____________________________________ 55

2.3. Reguladores de crescimento de plantas ___________________________________ 56

2.4. Rega _______________________________________________________________ 57

2.5. Aplicação de nutrientes ao solo __________________________________________ 57

2.5.1. Aplicação de azoto ________________________________________________ 57

2.5.2. Aplicação de fósforo e potássio ______________________________________ 58

2.5.3. Aplicação de micronutrientes ________________________________________ 58

2.6. Aplicação de nutrientes por via foliar ______________________________________ 58

2.7. Operações culturais ___________________________________________________ 59

2.8. Colheita ____________________________________________________________ 59

3. CADERNO DE CAMPO____________________________________________________ 60

3.1. Introdução __________________________________________________________ 60

4. BIBLIOGRAFIA __________________________________________________________ 78

Índice

iii

ALHO-FRANCÊS (ALHO PORRO)

1. PROTECÇÃO INTEGRADA ________________________________________________ 80

1.1. Lista das substâncias activas aconselhadas para combater diferentes

organismos nocivos e respectivos produtos fitofarmacêuticos___________________ 80

1.2. Efeito secundário das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada

e dos respectivos produtos fitofarmacêuticos _______________________________ 82

1.3. Níveis económicos de ataque ___________________________________________ 87

2. PRÁTICAS CULTURAIS ___________________________________________________ 92

2.1. Localização da cultura _________________________________________________ 92

2.1.1. Condições climáticas ______________________________________________ 92

2.1.2. Condições edáficas _______________________________________________ 92

2.2. Sementeira e Plantação ________________________________________________ 92

2.2.1. Época e compassos de sementeira/plantação ___________________________ 92

2.3. Rega _______________________________________________________________ 93

2.4. Aplicação de nutrientes ao solo __________________________________________ 94

2.4.1. Aplicação de azoto ________________________________________________ 94

2.4.2. Aplicação de fósforo, potássio e magnésio _____________________________ 95

2.5. Aplicação de nutrientes por via foliar ______________________________________ 95

2.6. Operações culturais ___________________________________________________ 95

2.7. Colheita ____________________________________________________________ 95

3. CADERNO DE CAMPO____________________________________________________ 97

3.1. Introdução __________________________________________________________ 97

4. BIBLIOGRAFIA _________________________________________________________ 114

CEBOLA

1. PROTECÇÃO INTEGRADA _______________________________________________ 116

1.1. Lista das substâncias activas aconselhadas para combater diferentes

organismos nocivos e respectivos produtos fitofarmacêuticos__________________ 116

1.2. Efeito secundário das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada

e dos respectivos produtos fitofarmacêuticos ______________________________ 119

1.3. Níveis económicos de ataque __________________________________________ 125

2. PRÁTICAS CULTURAIS __________________________________________________ 133

2.1. Localização da cultura ________________________________________________ 133

2.1.1. Condições climáticas _____________________________________________ 133

Índice

iv

2.1.2. Condições edáficas ______________________________________________ 133

2.2. Produção de plantas _________________________________________________ 133

2.3. Sementeira e Plantação _______________________________________________ 133

2.3.1. Época e compassos de sementeira/plantação __________________________ 133

2.4. Reguladores de crescimento de plantas __________________________________ 134

2.5. Rega ______________________________________________________________ 135

2.6. Aplicação de nutrientes ao solo _________________________________________ 135

2.6.1. Aplicação de azoto _______________________________________________ 135

2.6.2. Aplicação de fósforo, potássio e magnésio ____________________________ 136

2.7. Aplicação de nutrientes por via foliar _____________________________________ 136

2.8. Colheita ___________________________________________________________ 137

3. CADERNO DE CAMPO ___________________________________________________ 138

3.1. Introdução _________________________________________________________ 138

4. BIBLIOGRAFIA _________________________________________________________ 158

ESPARGOS

1. PRÁTICAS CULTURAIS __________________________________________________ 160

1.1. Localização da cultura ________________________________________________ 160

1.1.1. Condições climáticas _____________________________________________ 160

1.1.2. Condições edáficas ______________________________________________ 160

1.2. Produção de plantas _________________________________________________ 160

1.3. Plantação __________________________________________________________ 161

1.3.1. Época e compassos de plantação ___________________________________ 161

1.4. Rega ______________________________________________________________ 161

1.5. Aplicação de nutrientes ao solo _________________________________________ 161

1.5.1. Aplicação de azoto _______________________________________________ 162

1.5.2. Aplicação de fósforo e potássio _____________________________________ 162

1.5.3. Aplicação de micronutrientes _______________________________________ 163

1.6. Aplicação de nutrientes por via foliar _____________________________________ 163

1.7. Colheita ___________________________________________________________ 163

3. CADERNO DE CAMPO ___________________________________________________ 165

3.1. Introdução _________________________________________________________ 165

4. BIBLIOGRAFIA _________________________________________________________ 182

Índice

v

ANEXOS

• Anexo I - Substâncias activas aconselhadas em protecção integrada. Abreviaturas (tipos de formulação). Abreviaturas (funções). Abreviaturas (Classificação toxicológica)

• Anexo II - Normas e fichas para colheita de amostras (entomologia, nematologia, rodentologia)

• Anexo III - Normas e fichas para colheita de amostras (terra, material vegetal, água de rega, estrumes e outros correctivos orgânicos)

Índice de quadros

vi

ÍNDICE DE QUADROS

GENERALIDADES

Quadro I - Aplicação dos critérios às substâncias activas insecticidas e acaricidas

homologadas para as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro),

cebola. _________________________________________________________ 13

Quadro II - Aplicação dos critérios às substâncias activas fungicidas homologadas para

as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola. ______________ 14

Quadro III - Aplicação dos critérios às substâncias activas moluscicidas homologadas

para as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola. __________ 14

Quadro IV - Aplicação dos critérios às substâncias activas nematodicidas homologadas

para as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola. __________ 14

Quadro V - Aplicação dos critérios às substâncias activas herbicidas homologadas para

as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola. ______________ 15

Quadro VI - Aplicação dos critérios de selecção às substâncias activas reguladores de crescimento de plantas homologadas para as seguintes culturas: alho e

cebola. _________________________________________________________ 26

Quadro VII - Classes de fertilidade e classificação dos teores do solo (mg/kg) destinados

a cultura ao ar livre. _______________________________________________ 35

Quadro VIII - Classes de fertilidade e classificação dos teores de nutrientes (mg/kg) e da

salinidade (mS/cm) do solo destinado a cultura protegida. _________________ 35

Quadro IX - Remoção média de macronutrientes pelas Apiáceas e Asparagáceas.________ 36

ALHO

Quadro X - Substâncias activas e produtos comerciais insecticidas e acaricidas

aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho. _________________ 43

Quadro XI - Substâncias activas e produtos comerciais fungicidas aconselhadas em

protecção integrada na cultura do alho. ________________________________ 44

Quadro XII - Substâncias activas e produtos comerciais nematodicidas aconselhadas

em protecção integrada na cultura do alho. _____________________________ 44

Quadro XIII - Substâncias activas e produtos comerciais moluscicidas aconselhadas

em protecção integrada na cultura do alho. _____________________________ 45

Quadro XIV- Substâncias activas e produtos comerciais herbicidas aconselhadas em

protecção integrada na cultura do alho. ________________________________ 45

Índice de quadros

vii

Quadro XV - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas insecticidas e

acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho. ________ 46

Quadro XVI - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas fungicidas

aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho. _________________ 46

Quadro XVII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos insecticidas e

acaricidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura

do alho._________________________________________________________ 47

Quadro XVIII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos fungicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho._____ 47

Quadro XIX - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos nematodicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho._____ 48

Quadro XX - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos moluscicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho._____ 49

Quadro XXI - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos herbicidas homologados

e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho. ________________ 49

Quadro XXII - Níveis económicos de ataque e tomada de decisão para as pragas na

cultura do alho. ___________________________________________________ 50

Quadro XXIII - Níveis de intervenção (estimativa de risco, sintomas) e tomada de

decisão para as doenças na cultura do alho. ___________________________ 53

Quadro XXIV - Substâncias activas e produtos comerciais reguladores de crescimento

de plantas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho. ________ 57

Quadro XXV - Quantidade de nutrientes a aplicar (kg/ha) na cultura do alho ao ar livre,

consoante as classes de fertilidade do solo, para uma produção esperada

de 10 a 14 t/ha.___________________________________________________ 57

Quadro XXVI – Valores de referência de macro e micronutrientes para interpretação dos

resultados de análise foliar do alho. ___________________________________ 59

ALHO-FRANCÊS (ALHO-PORRO)

Quadro XXVII - Substâncias activas e produtos comerciais insecticidas e acaricidas

aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-

porro). __________________________________________________________ 80

Quadro XXVIII - Substâncias activas e produtos comerciais fungicidas aconselhadas

em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro)._____________ 81

Quadro XXIX - Substâncias activas e produtos comerciais nematodicidas aconselhadas

em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro)._____________ 81

Quadro XXX - Substâncias activas e produtos comerciais moluscicidas aconselhadas

em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro)._____________ 82

Índice de quadros

viii

Quadro XXXI- Substâncias activas e produtos comerciais herbicidas aconselhadas em

protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).________________ 82

Quadro XXXII - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas insecticidas

e acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-

francês (alho-porro). _______________________________________________ 83

Quadro XXXIII - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas fungicidas

aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-

porro). __________________________________________________________ 84

Quadro XXXIV - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos insecticidas e

acaricidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura

do alho-francês (alho-porro). ________________________________________ 85

Quadro XXXV - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos fungicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-

francês (alho-porro). _______________________________________________ 85

Quadro XXXVI - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos nematodicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-

francês (alho-porro). _______________________________________________ 86

Quadro XXXVII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos moluscicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-

francês (alho-porro). _______________________________________________ 86

Quadro XXXVIII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos herbicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-

francês (alho-porro). _______________________________________________ 87

Quadro XXXIX - Níveis económicos de ataque e tomada de decisão para as pragas na

cultura do alho-francês (alho-porro).___________________________________ 87

Quadro XL - Níveis de intervenção (estimativa de risco, sintomas) e tomada de decisão

para as doenças na cultura do alho-francês (alho-porro). __________________ 90

Quadro XLI - Quantidade de nutrientes a aplicar (kg/ha) na cultura do alho-francês (alho-

porro) ao ar livre, consoante as classes de fertilidade do solo, para uma

produção esperada de 35 a 45 t/ha.___________________________________ 94

CEBOLA

Quadro XLII - Substâncias activas e produtos comerciais insecticidas e acaricidas

aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola._______________ 116

Quadro XLIII - Substâncias activas e produtos comerciais fungicidas aconselhadas em

protecção integrada na cultura da cebola. _____________________________ 117

Índice de quadros

ix

Quadro XLIV - Substâncias activas e produtos comerciais nematodicidas aconselhadas

em protecção integrada na cultura da cebola. __________________________ 118

Quadro XLV - Substâncias activas e produtos comerciais moluscicidas aconselhadas

em protecção integrada na cultura da cebola. __________________________ 118

Quadro XLVI - Substâncias activas e produtos comerciais herbicidas aconselhadas em

protecção integrada na cultura da cebola. _____________________________ 119

Quadro XLVII - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas insecticidas

e acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola. ____ 120

Quadro XLVIII - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas fungicidas

aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola._______________ 120

Quadro XLIX - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos insecticidas e

acaricidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura

da cebola. ______________________________________________________ 121

Quadro L - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos fungicidas homologados e

aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola._______________ 122

Quadro LI - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos nematodicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola. __ 123

Quadro LII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos moluscicidas

homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola. __ 124

Quadro LIII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos herbicidas homologados

e aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola. _____________ 124

Quadro LIV - Níveis económicos de ataque e tomada de decisão para as pragas na

cultura da cebola. ________________________________________________ 125

Quadro LV - Níveis de intervenção (estimativa de risco, sintomas) e tomada de decisão

para as doenças na cultura da cebola. _______________________________ 129

Quadro LVI - Substâncias activas e produtos comerciais reguladores de crescimento de plantas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola. _____ 134

Quadro LVII - Quantidade de nutrientes a aplicar (kg/ha) na cultura da cebola ao ar livre,

consoante as classes de fertilidade do solo, para uma produção esperada

de 30 a 50 t/ha.__________________________________________________ 135

Quadro LVIII – Valores de referência de macro e micronutrientes para interpretação dos

resultados de análise foliar da cebola. ________________________________ 137

ESPARGOS

Quadro LIX - Quantidade de nutrientes a aplicar (kg/ha) na cultura do espargo ao ar

livre, consoante as classes de fertilidade do solo, para uma produção

esperada de 2 t/ha (4º ano) e 5 a 6 t/ha (anos posteriores). _______________ 162

Índice de quadros

x

Quadro LX – Valores de referência de macro e micronutrientes para interpretação dos

resultados de análise foliar do espargo. _______________________________ 163

Índice de figuras

xi

ÍNDICE DE FIGURAS (Figuras constantes no Caderno de campo)

ALHO

Estados fenológicos:

Figura 1 – Abrolhamento dos bolbilhos.__________________________________________ 71

Figura 2 – Produção de folhas. (Autor Amélia Lopes)____________________________________________ 71

Figura 3 – Bolbo. (Autor Amélia Lopes) _________________________________________________________ 71

Pragas e Doenças:

Figura 1 – Aphis fabae Scopoli. (Autor José Raul Ribeiro) _______________________________ 73

Figura 2 – Sirfídeo. (Autor Nuno Botelho)____________________________________________ 73

Figura 3 – Coccinelídeos (larvas). (Autor Nuno Botelho) ________________________________ 73

Figura 4 – Coccinelídeos (adultos). (Autor Cristina Oliveira Lima) __________________________ 73

Figura 5 – Agriotis spp (alfinete). (Autor Nuno Cajão) __________________________________ 73

Figura 6 – Agrotis spp (rosca). (Autor Rui Norte) _____________________________________ 74

Figura 7 – Thrips tabaci (Lindeman). (Autor Monteiro Guimarães) __________________________ 75

Figura 8 – Frankliniella occidentalis (Pergande). (Autor J. M. Llorens) _____________________ 75

ALHO-FRANCÊS (ALHO-PORRO)

Estados fenológicos:

Figura 1 – Germinação (Autor Piedade Bizarro).______________________________________ 108

Figura 2 – Produção de folhas. (Autor Piedade Bizarro)_________________________________________108

Figura 3 – Formação do pseudocaule. (Autor Piedade Bizarro) _________________________________108

Figura 4 – Floração. (Autor Piedade Bizarro) ___________________________________________________108

Figura 5 – Colheita. (Autor Amélia Lopes)______________________________________________________108

Pragas e Doenças:

Figura 9 – Agrotis spp (rosca). (Autor Rui Norte) ____________________________________ 110

Figura 10 - Thrips tabaci (Lindeman). (Autor Monteiro Guimarães) ________________________ 111

Figura 11 - Frankliniella occidentalis (Pergande). (Autor J. M. Llorens) ____________________ 111

Figura 12 – Alternariose [(Alternaria porri (Ellis) Cif.]. (Autor Piedade Bizarro) _______________ 112

Figura 13 – Ferrugem [ Puccinia porri (Sow.) Winter ]. (Autor Piedade Bizarro) ______________ 112

Índice de figuras

xii

CEBOLA

Estados fenológicos:

Figura 1 – Formação das folhas (Autor Piedade Bizarro)._______________________________ 149

Figura 2 – Produção do bolbo. (Autor Piedade Bizarro) _________________________________________149

Figura 3 – Floração._______________________________________________________________________149

Figura 4 – Colheita. (Autor Piedade Bizarro)____________________________________________________149

Pragas e Doenças:

Figura 14 – Myzus persicae (Sulzer). (Autor Elsa Valério)______________________________ 151

Figura 15 – Sirfídeo. (Autor Nuno Botelho) __________________________________________ 151

Figura 16 – Coccinelídeos (larvas). (Autor Nuno Botelho) ______________________________ 151

Figura 17 – Coccinelídeos (adultos e larva). (Autor Cristina Oliveira Lima) __________________ 151

Figura 18 – Agriotis spp. (alfinete). (Autor Nuno Cajão)________________________________ 151

Figura 19 – Melolontha spp.: a) adulto; b) larva. (Autor José Raul Ribeiro)__________________ 151

Figura 20 – Liriomyza spp. (Autor José Raul Ribeiro) __________________________________ 152

Figura 21 – Agrotis spp. (rosca). (Autor José Raul Ribeiro) ______________________________ 153

Figura 22 – Traça da cebola [Acrolepsiopsis assectella (Zeller)] : a) larva; b) estragos.

(Autor Nuno Cajão) __________________________________________________ 153

Figura 23 – Adulto de Frankliniella occidentalis (Pergande). (Autor J. M. Llorens) ___________ 153

Figura 24 – Estragos provocados por tripes, em cebola. (Autor Nuno Cajão) _______________ 153

Figura 25 – Adulto de Thrips tabaci (Lindeman). (Autor Monteiro Guimarães) ________________ 153

Figura 26 – Aeolothrips spp. (Autor Cristina Oliveira Lima)_______________________________ 154

Figura 27 – Erwinia sp, sintomas em cebola. (Autor Ana Costa) ________________________ 155

Figura 28 –Míldio [Peronospora destructor (Berkeley) Casp.]. (Autor Piedade Bizarro) ________ 156

ESPARGOS

Estados fenológicos:

Figura 1 – Germinação. _____________________________________________________ 177

Figura 2 – Desenvolvimento da garra______________________________________________________177

Figura 3 – Desenvolvimento dos turiões.___________________________________________________177

Figura 4 – Colheita. (Autor Amélia Lopes)______________________________________________________177

Índice de figuras

xiii

Pragas e Doenças:

Figura 29 – Sirfídeo. (Autor Nuno Botelho)__________________________________________ 178

Figura 30 – Coccinelídeos (larvas). (Autor Nuno Botelho) ______________________________ 178

Figura 31 – Coccinelídeos (adultos e larvas) numa colónia de afídeos. (Autor Cristina Oliveira

Lima)___________________________________________________________ 178

Figura 32 – Agriotis spp. (alfinete). (Autor Nuno Cajão)________________________________ 178

Figura 33 – Scutigerella immaculata (Newport). (Autor José Raul Ribeiro) __________________ 178

Figura 34 – Melolontha spp. a) larva; b) adulto. (Autor José Raul Ribeiro) __________________ 178

Figura 35 – Agrotis spp (rosca). (Autor José Raul Ribeiro) ______________________________ 179

Introdução

INTRODUÇÃO

As hortícolas constituem um dos grupos de vegetais onde o homem tem tido

uma ampla intervenção, modificando em diversos aspectos as condições de

desenvolvimento das plantas, criando agroecossistemas ou ecossistemas

artificiais.

Os sistemas de produção de hortícolas, evoluíram com a aplicação de novas

técnicas de protecção de plantas perante as condições climatológicas

adversas, de novos sistemas de rega, adubação e práticas culturais, introdução

de novas variedades, com o objectivo de aumentar as produções e obter

produtos de melhor qualidade.

As novas tecnologias e o desejo de maximizar o rendimento e minimizar os

custos de produção provocaram uma marcada intensificação da agricultura, o

que representa uma ameaça para a variedade da paisagem e consequente

biodiversidade. No entanto, também o abandono das terras agrícolas, devido a

factores económicos, constituem um perigo para manter essa biodiversidade.

Daí a necessidade de desenvolver métodos agrícolas que, por um lado, não

concorram para o aparecimento de riscos ambientais e, por outro, sejam

suficientemente rentáveis para o agricultor para que não abandone esta

actividade. Nesta linha, a política agrícola da UE introduziu o termo de

“agricultura sustentável” como uma das prioridades para o desenvolvimento de

um modelo agrícola que respeite o ambiente. Por isso, a produção integrada, sendo um novo sistema de produção agrícola e também uma alternativa de

agricultura sustentável, está adquirindo um protagonismo cada vez maior, não

só porque as práticas culturais nela desenvolvidas protegem o ambiente

natural, como também porque dão uma resposta às exigências do consumidor

que desejam consumir produtos mais saudáveis.

A Organização Internacional de Luta Biológica (OILB), criada em 1956, tem

sido o principal impulsionador da produção integrada e, desde 1977, tem

desenvolvido e posto em prática os conceitos da protecção das culturas

baseados no ecossistema. Esta Organização define a produção integrada

como “um sistema agrícola de produção de alimentos de alta qualidade e de

Introdução

2

outros produtos utilizando os recursos naturais e os mecanismos de regulação

natural em substituição dos factores de produção prejudiciais ao ambiente e de

modo a assegurar, a longo prazo uma agricultura viável”. Em produção

integrada é essencial a preservação e melhoria da fertilização do solo e da

biodiversidade e a observação de critérios éticos e sociais.

Em 2004, a OILB, na sua definição de produção integrada, dá ênfase aos

seguintes princípios:

A produção integrada é uma abordagem holística. A produção integrada

não é apenas uma simples combinação da protecção integrada com outros

elementos, como sejam os adubos e as medidas agronómicas que visam

aumentar a sua eficiência. Pelo contrário, ela direcciona-se para o equilíbrio

do ecossistema, para a importância do bem estar animal e para a

preservação dos recursos naturais.

Os agro-ecossistemas estáveis devem ser mantidos como factores-chave

da produção integrada.

Os ciclos dos elementos nutritivos devem ser equilibrados e com perdas

reduzidas. A manutenção do equilíbrio destes ciclos, as rotações culturais e

as estruturas ecológicas, são significativos em produção integrada,

unicamente se se considerar toda a exploração agrícola como uma unidade

produtiva.

A preservação e o melhoramento da fertilidade do solo, de um ambiente

diversificado e a observação de critérios éticos e sociais, são componentes

essenciais.

Os métodos biológicos, culturais, químicos e demais técnicas, são avaliados

criteriosamente, tendo em consideração a protecção do ambiente, sendo

condição essencial a rentabilidade e as exigências sociais.

A produção de culturas hortícolas, deve ser competitiva perante um mercado

cada vez mais exigente e deverá ser encarada como uma actividade

económica que apresenta uma forte componente de interacção com o

ambiente, uma vez que utiliza um conjunto de recursos naturais que importa

preservar. Neste sentido, a protecção destas culturas contra os seus inimigos é

absolutamente necessária, sendo possível a existência de um nível de pragas

Introdução

3

e doenças comercialmente aceitável, o qual pode ser alcançado segundo

bases consistentes e através da coordenação de práticas culturais e protecção

fitossanitária correctas, de acordo com uma nova forma de entender a

produção, a da produção integrada. As tomadas de decisão relativas às

medidas de luta devem basear-se nos mais úteis e nos mais “performance”

métodos de previsão, de estimativa de risco e de níveis de intervenção

cientificamente comprovados.

A produção de espécies hortícolas é muito importante e também difícil pela

diversidade de culturas que engloba e pelos distintos modos de produção: em

estufa e ao ar livre.

A elevada variação existente entre as espécies hortícolas faz com que seja

necessário agrupá-las de acordo com características que permitam um

conhecimento claro, entender certas relações existentes entre elas e explicar

algumas práticas culturais que se realizam no seu processo produtivo. Em

geral, esta informação é de grande utilidade para estimar ou prever o

comportamento agronómico das hortícolas. Com este objectivo, consideraram-

se as culturas hortícolas para consumo em fresco e para indústria, agrupadas

por famílias.

Nesta publicação, apresentam-se as Normas de Produção Integrada em Hortícolas: Família das Aliáceas [alho, alho-francês (alho-porro), cebola] e Família das Asparagáceas (espargo). A Família das Aliáceas, também

considerada como sinónimo de Liliáceas, é uma família numerosa de plantas

monocotiledóneas, a maioria das quais são herbáceas. Nesta família incluem-

se quase 500 géneros distintos, de distribuição cosmopolita. Antigamente

classificava-se dentro das Liliáceas as espécies do género Allium [alho, alho-

francês (alho-porro), cebola etc.], mas actualmente, estas consideram-se

incluídas numa família separada a das Aliáceas, enquanto que o espargo e só

o género Asparagus passou a constituir a família das Asparagáceas.

As características mais reconhecidas do género Allium são o seu odor e sabor

típicos, provenientes de compostos sulfurosos que são libertados quando as

suas células são destruídas. Estes compostos geraram um renovado interesse

pelo grupo, dado que apresentam benefícios cada vez mais reconhecidos para

Introdução

4

a saúde humana. Em geral, são plantas de pouca altura, de enraizamento

superficial ou pouco profundo, com bolbos mais ou menos proeminentes. A

maioria das espécies hortícolas incluídas no género Allium encontram-se entre

as plantas mais antigas cultivadas pelo homem, conhecendo-se testemunhos

da sua produção há mais de 5000 anos, no Egipto.

O alho consome-se durante todo o ano por se tratar de um excelente

condimento e devido às suas propriedades terapêuticas. É rico em hidratos de

carbono, vitamina C e sais minerais como fósforo, cálcio e ferro. Em Portugal

as áreas dedicadas a esta cultura são diminutas e em larga medida dedicadas

ao consumo próprio ou à venda em mercados locais.

O alho-francês ou alho-porro, é uma espécie inicialmente descrita como Allium

porrum por Linnaeus e mais tarde J.Gay classificou-a como Allium

ampeloprasum var. porrum, denominação usada até ao presente. É originário

da zona compreendida entre o oeste de Portugal e o este do Irão, onde cresce

espontaneamente em muitos habitat e é, precisamente, a região de maior

difusão deste produto. É uma cultura menor a nível mundial e em Portugal a

produção situa-se sobretudo nas regiões do Ribatejo e Oeste e Entre-Douro e

Minho.

A cebola está expandida por todo o mundo, sendo consumida em fresco ou

após transformação. As cebolas são valorizadas pelo seu sabor e aroma

peculiares. Os efeitos do consumo da cebola são importantes na prevenção de

algumas doenças sendo também utilizada em fitoterapia. A produção nacional

está concentrada no Ribatejo e Oeste e no Entre-Douro e Minho.

A produção de espargos a nível mundial verificou-se apenas nos últimos anos,

por ser um produto com um nível preferencial no mercado internacional que lhe

permite obter elevados benefícios, dado o crescente interesse pelo seu

consumo e as variadíssimas formas como pode ser preparado. É

predominantemente cultivado ao ar livre e é um alimento de baixo teor calórico

e pouco nutritivo, embora rico em fibra. Devido ao seu reduzido período de

colheita e por ser altamente perecível, é industrializado em formas

inimagináveis: em maior grau na forma de enlatado e em menor grau na forma

de congelado, desidratado, pickles etc.

Introdução

5

Tendo sempre presente os critérios técnicos adequados aos condicionalismos

edafo-climáticos das regiões que se dedicam a estas culturas, por forma a

salvaguardar a qualidade dos recursos, foram tidos em consideração nesta

publicação os seguintes aspectos:

• No âmbito da protecção integrada e no que diz respeito aos produtos

fitofarmacêuticos, considerou-se a garantia de eficácia dos mesmos, o nível

de segurança para o agricultor (sua saúde), para a cultura (selectividade),

para os produtos derivados da sua produção (saúde do consumidor) e para

o meio ambiente (água, fauna terrestre e aquífera). Ainda neste contexto,

consideraram-se os níveis económicos de ataque e tomada de decisão para

as pragas e os níveis de intervenção (estimativa de risco e sintomas) e

tomada de decisão para as doenças.

• No âmbito das práticas culturais teve-se em atenção a observação dos

seguintes procedimentos: antes da instalação da cultura, na sementeira e

ou plantação e no decurso da mesma; o solo nos seus aspectos de

conservação e melhoria do estado de fertilidade relacionado com a

fertilização racional das culturas e as mobilizações, a água porque cada vez

mais é escassa e sujeita a ritmos pluviométricos irregulares, pelo que

necessita de ser criteriosamente usada, evitando-se a sua contaminação e

perda, sendo também considerado o tipo de rega e as rotações culturais; a

metodologia de colheita de amostras e determinações laboratoriais a

requerer.

• O caderno de campo, que é o documento base e obrigatório para o

exercício da produção integrada e fundamental em acções de controlo, foi

também considerado nesta publicação. O caderno de campo identifica o

conjunto ordenado das operações culturais e das tarefas agrícolas que são

necessárias executar. Identifica os inimigos da cultura, a biologia e dinâmica

populacional e os estragos que provocam nos diferentes estados

fenológicos, permitindo uma correcta actuação para a limitação das

populações dos inimigos das culturas.

Introdução

6

As normas desenvolvidas e apresentadas nesta publicação incluem

procedimentos obrigatórios, facultativos, aconselhados, de orientação e

permitem a sua actualização ou adaptação periódica.

No âmbito da legislação em vigor todos os aspectos relacionados com a

nutrição e fertilização das culturas são da responsabilidade do Laboratório

Químico Agrícola Rebelo da Silva (LQARS).

Este documento teve também a colaboração de C. Miranda, P. Bernardes

Bizarro, R. Prieto, S. Henriques e S. Rodrigues da Associação Interprofissional

de Horticultura do Oeste (AIHO).

GENERALIDADES

Generalidades

8

GENERALIDADES

PROTECÇÃO INTEGRADA

Em sistemas de produção integrada, a estratégia de combate aos inimigos das

culturas a adoptar é a protecção integrada. A protecção integrada define-se

como “uma modalidade de protecção de plantas em que se procede à

avaliação da indispensabilidade de intervenções, através da estimativa do

risco, do recurso a níveis económicos de ataque ou a modelos de

desenvolvimento dos inimigos das culturas e à ponderação dos factores de

nocividade, para a tomada de decisão relativa ao uso dos meios de luta:

privilegiam-se as medidas indirectas de luta, em especial, a limitação natural e

outros mecanismos de regulação natural, e recorre-se aos meios directos de

luta quando indispensável, preferencialmente a luta cultural, física, biológica,

biotécnica e à luta química, em última alternativa” (AGUIAR et al., 2005).

De um modo geral, é sempre necessário recorrer em maior ou menor grau e

com maior ou menor frequência ao emprego de produtos fitofarmacêuticos para

combater pragas e patogénios. Pelo menos, é quase sempre imprescindível a

aplicação de fungicidas. A utilização destes produtos continuará a ser

ferramenta indispensável à protecção das culturas. Assim sendo, a escolha de

produtos de menor toxicidade, que favoreçam, ou pelo menos não contrariem,

a acção da limitação natural devida aos auxiliares, é um objectivo importante. A

orientação dessa escolha, deverá ter em consideração as características

próprias para os fins em vista e explorar o conceito de selectividade ecológica

dos produtos.

No entanto, os objectivos da protecção na perspectiva da produção, as

características próprias dos diferentes ecossistemas agrários, as práticas

fitossanitárias disponíveis, as características dos produtos tornam difícil essa

escolha. O conhecimento do complexo de auxiliares presentes no ecossistema

agrário e a dinâmica populacional das espécies presentes são bases

fundamentais para uma escolha criteriosa dos produtos.

Generalidades

9

1. CRITÉRIOS ADOPTADOS NA SELECÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ACTIVAS ACONSELHADAS EM PROTECÇÃO INTEGRADA

Das substâncias activas homologadas para as culturas hortícolas foi elaborada

uma lista das que podem ser aconselhadas em protecção integrada e cuja

utilização pode ser feita, com ou sem restrição. Assim, na selecção dessas

substâncias considerou-se em primeiro lugar os efeitos sobre o aplicador.

Seguidamente, a sua toxicidade sobre os auxiliares: coleópteros, neurópteros,

heterópteros, himenópteros, fitoseídeos, sirfídeos e polinizadores.

Posteriormente, foi considerada a mobilidade e persistência das substâncias

activas no solo. Por último, a eventual necessidade da sua aplicação em

situações fitossanitárias para as quais a solução é considerada difícil ou não

existe recurso a substâncias que estariam excluídas de acordo com os seus

efeitos sobre os auxiliares.

1.1. Insecticidas, acaricidas e fungicidas

Assim, os critérios adoptados foram basicamente os seguintes:

1. Não são aconselhadas as substâncias activas cujos produtos formulados

sejam classificados como muito tóxicos em relação ao Homem.

2. Não são aconselhadas as substâncias activas insecticidas, acaricidas e

fungicidas classificadas de muito tóxicas para mais de dois grupos de

auxiliares dos grupos considerados.

3. Não são aconselhadas as substâncias activas dos grupos de

organofosforados e piretróides que, em regra, apresentam elevada

toxicidade em relação aos grupos de auxiliares considerados e para as

quais a informação sobre os seus efeitos é nula ou muito reduzida.

4. Não são aconselhadas as substâncias activas cuja persistência (expressa

em termos de DT50) e mobilidade no solo (expressa em termos de Koc)

possam ser susceptíveis de originar contaminações da camada freática.

5. São aconselhadas as substâncias activas pertencentes a grupos químicos

de produtos que, em regra, se apresentam neutros ou pouco tóxicos em

Generalidades

10

relação aos grupos de auxiliares considerados e cuja informação dos seus

efeitos secundários é nula ou muito reduzida.

6. São consideradas as substâncias activas que seriam excluídas com base

nos critérios anteriores mas para as quais não existem substâncias activas

alternativas ou outra solução satisfatória.

No Quadro I apresentam-se as substancias activas insecticidas e acaricidas

que obedecem aos critérios estabelecidos e que podem ser aplicadas em

protecção integrada (+), seguindo as instruções descritas nos rótulos dos

produtos, bem como as substâncias activas que não se encontram dentro dos

critérios estabelecidos, mas em relação às quais não existe solução alternativa

⑥. Por último, referem-se as substâncias activas que não se encontram dentro

dos critérios estabelecidos, que foram eliminadas pelos critérios (1, 2, 3, 4) e

que não devem ser aplicadas em qualquer situação.

No Quadro II apresentam-se as substâncias activas fungicidas que obedecem

aos critérios estabelecidos (+) e que podem ser aplicadas em protecção

integrada, seguindo as instruções descritas nos rótulos dos produtos. Segundo

os critérios estabelecidos, os fungicidas homologados foram todos

considerados em protecção integrada das culturas hortícolas.

1.2. Moluscicidas

Na generalidade a toxicidade dos moluscicidas sobre artrópodes auxiliares,

considerando especialmente o tipo de aplicação, não é uma regra a considerar.

No combate a lesmas e caracóis em protecção integrada, considerou-se como

critério prioritário a aplicação de boas práticas agrícolas, como sejam a

eliminação das plantas espontâneas que possam atrair e constituir

reservatórios de moluscos e a mobilização do solo de modo a impedir o refúgio

de lesmas e suas posturas. Seguidamente, e havendo necessidade de

utilização de moluscicidas, consideraram-se os efeitos sobre o aplicador.

Posteriormente, foi considerada a necessidade de escolha de produtos,

atendendo ao tipo de formulação.

Assim, os critérios adoptados foram basicamente os seguintes:

Generalidades

11

1. Não são aconselhadas as substâncias activas cujos produtos formulados

sejam classificados como muito tóxicos em relação ao Homem.

2. Não são aconselhadas as substâncias activas cuja persistência (DT50) e

mobilidade (KOC) poderão originar contaminações na camada freática.

3. São consideradas as substâncias activas que seriam excluídas com base

nos critérios anteriores mas para as quais não existem substâncias activas

alternativas ou outra solução satisfatória.

No Quadro III apresentam-se as substâncias activas moluscicidas, que

obedecem aos critérios estabelecidos (+), e que podem ser aplicadas em

protecção integrada, seguindo as instruções descritas nos rótulos dos produtos,

bem como as substâncias activas que não se encontram dentro dos critérios

estabelecidos, mas em relação às quais não existe solução alternativa ③. Por

último, referem-se as substâncias activas que não se encontram dentro dos

critérios estabelecidos, que foram eliminadas pelos critérios (1 ou 2) e que não

devem ser aplicadas em qualquer situação.

1.3. Nematodicidas

Na generalidade a toxicidade dos nematodicidas sobre artrópodes auxiliares,

não é uma regra a considerar.

Para a elaboração da lista das substâncias activas nematodicidas

aconselhadas em protecção integrada, considerou-se como critério prioritário a

aplicação de boas práticas agrícolas, como sejam por exemplo a solarização,

rotações culturais e utilização de substractos. Seguidamente, considerou-se os

efeitos sobre o aplicador e ambiente. Posteriormente, foi considerada a

necessidade de utilização, tendo sempre em consideração que a aplicação de

nematodicidas deve ter por base uma análise nematológica.

Assim, os critérios adoptados foram basicamente os seguintes:

1. Não são aconselhadas as substâncias activas cujos produtos formulados

sejam classificados como muito tóxicos em relação ao Homem.

Generalidades

12

2. Não são aconselhadas as substâncias activas cuja persistência (expressa

em termos de DT50) e mobilidade no solo (expressa em termos de Koc)

possam ser susceptíveis de originar contaminações da camada freática.

3. São consideradas as substâncias activas que seriam excluídas com base

nos critérios anteriores mas para as quais não existem substâncias activas

alternativas ou outra solução satisfatória.

No Quadro IV apresentam-se as substâncias activas nematodicidas que não se

encontram dentro dos critérios estabelecidos, mas em relação às quais não

existe solução alternativa ③, seguindo as instruções descritas nos rótulos dos

produtos.

1.4. Herbicidas

Considerando as culturas em causa (anuais e, por vezes, cultivadas em

períodos diferentes no ano), a prática agrícola seguida em relação ao controlo

das suas infestantes e a época de aplicação dos herbicidas, não foram

consideradas, nesta fase, quaisquer eventuais efeitos nocivos dos herbicidas

em artrópodes auxiliares destas culturas conduzidas ao ar livre. Nestas

condições, admite-se ser baixo o risco de ocorrência simultânea da cultura, de

pragas e respectivos auxiliares, e de infestantes que possam constituir locais

de presença importante de auxiliares.

Para a elaboração da lista das substâncias activas herbicidas aconselhadas em

protecção integrada, considerou-se como critério prioritário os efeitos sobre o

aplicador. Seguidamente, foi considerada a persistência e mobilidade.

Posteriormente, foi considerada a necessidade de utilização.

Assim, os critérios adoptados foram basicamente os seguintes:

1. Não são aconselhadas as substâncias activas cujos produtos formulados

sejam classificados como muito tóxicos em relação ao Homem ou com

efeitos irreversíveis para exposições prolongadas.

2. Não são aconselhadas as substâncias activas cuja persistência (expressa

em termos de DT50) e mobilidade no solo (expressa em termos de Koc)

possam ser susceptíveis de originar contaminações da camada freática.

Generalidades

13

3. São consideradas as substâncias activas que seriam excluídas com base

nos critérios anteriores mas para as quais não existem substâncias activas

alternativas ou outra solução satisfatória.

No Quadro V, apresentam-se as substâncias activas que obedecem aos

critérios estabelecidos (+), e que podem ser aplicadas em protecção integrada

seguindo as instruções descritas nos rótulos dos produtos. Referem-se também

as substâncias activas que foram eliminadas pelos critérios (1 ou 2) mas que

por não haver substância activa alternativa, apenas a eliminada pelo critério (2)

será aconselhada em protecção integrada, reentrando pelo critério ③, ou seja,

será classificada como 2 ③.

Quadro I - Aplicação dos critérios às substâncias activas insecticidas e acaricidas homologadas para as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola.

Substância activa Critério ALHO

acrinatrina 2, ⑥

bifentrina 2, 3, ⑥

malatião 2, 3, ⑥ ALHO-FRANCÊS (alho-porro)

Bacillus thuringiensis * + deltametrina * 2, ⑥

formetanato (hidrocloreto) * 3, ⑥

lambda-cialotrina * 2,⑥ lufenurão * +

CEBOLA acrinatrina 2, ⑥

carbofurão 4, ⑥

clorpirifos 2, 3, ⑥

diazinão 2, ⑥ + Substância activa aconselhada em protecção integrada no combate aos inimigos das seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-

porro), cebola. (*) alargamento de espectro para uso menor. ⑥ substância activa aconselhada por não haver alternativa satisfatória. Nota: Consultar o site da Internet sobre data limite de esgotamento de ‘stocks’ e/ou estabelecimento de LMR (limite máximo de resíduos). Para a explicação dos critérios (numerados de 1 a 6) ver ponto 1 intitulado “Critérios adoptados na selecção das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada”.

Generalidades

14

Quadro II - Aplicação dos critérios às substâncias activas fungicidas homologadas para as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola.

Substância activa Critério ALHO

mancozebe + zirame +

ALHO-FRANCÊS ( alho-porro) azoxistrobina * + captana * + clortalonil * + cobre (hidróxido) * + difenoconazol * + mancozebe * +

CEBOLA azoxistrobina + folpete + mancozebe + tirame + zirame + + Substância activa aconselhada em protecção integrada no combate aos inimigos das seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-

porro), cebola. (*) alargamento de espectro para uso menor. Nota: Consultar o site da Internet sobre data limite de esgotamento de ‘stocks’ e/ou estabelecimento de LMR (limite máximo de resíduos).

Quadro III - Aplicação dos critérios às substâncias activas moluscicidas homologadas para as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola.

Substância activa Cultura Critério metiocarbe Culturas não especificadas ③ tiodicarbe Culturas não especificadas ③

③ Substância activa aconselhada por não haver alternativa satisfatória. Nota: Consultar o site da Internet sobre data limite de esgotamento de ‘stocks’ e/ou estabelecimento de LMR (limite máximo de resíduos).

Quadro IV - Aplicação dos critérios às substâncias activas nematodicidas homologadas para as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola.

Substância activa Cultura Critério 1,3-dicloropropeno Culturas não especificadas ( alho, alho-francês) e cebola ③ dazomete Culturas não especificadas [alho, alho-francês (alho-porro)] ③ metame-sódio Culturas não especificadas [alho, alho-francês (alho-porro)] ③

③ Substância activa aconselhada por não haver alternativa satisfatória. Nota: Consultar o site da Internet sobre data limite de esgotamento de ‘stocks’ e/ou estabelecimento de LMR (limite máximo de resíduos).

Generalidades

15

Quadro V - Aplicação dos critérios às substâncias activas herbicidas homologadas para as seguintes culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola.

Substância activa Critério ALHO

cicloxidime + fluazifope-P-butilo + glifosato (sal de amónio) + paraquato 1 pendimetalina 2, ③

ALHO FRANCÊS (alho-porro) cicloxidime + glifosato (sal de amónio) + paraquato 1 pendimetalina 2, ③ prometrina +

CEBOLA fluazifope-P-butilo + glifosato (sal de amónio) + glufosinato de amónio 2, ③ linurão 2 oxifluorfena + paraquato 1 pendimetalina 2, ③ quizalofope-P-etilo + + Substância activa aconselhada em protecção integrada no combate aos inimigos das seguintes culturas: alho, alho francês (alho

porro), cebola. ③ Substância activa aconselhada por não haver alternativa satisfatória. Nota: Consultar o site da Internet sobre data limite de esgotamento de ‘stocks’ e/ou estabelecimento de LMR (limite máximo de resíduos). Para a explicação dos critérios (numerados de 1 a 3) ver ponto 1 intitulado “Critérios adoptados na selecção das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada”.

2. EFEITO SECUNDÁRIO DAS SUBSTÂNCIAS ACTIVAS ACONSELHADAS EM PROTECÇÃO INTEGRADA E DOS RESPECTIVOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Em culturas hortícolas a presença de pragas e auxiliares pode manifestar-se de

diferentes formas. A infestação das culturas, em regra, pode efectuar-se

através das plantas provenientes do viveiro, de infestantes situadas junto das

estufas ou de outras culturas existentes nas proximidades. Em qualquer dos

casos, a introdução da praga pode ser acompanhada pelos auxiliares, de modo

que é importante a vigilância das culturas devendo ser efectuada

periodicamente a quantificação das pragas e artrópodes auxiliares.

Outra forma de colonização dos parasitóides e predadores no combate a

determinados organismos nocivos, e que se pode considerar eficaz, sobretudo

em horticultura protegida, é a introdução de determinados insectos benéficos

produzidos em cultura em massa ou importados.

Generalidades

16

A aplicação de produtos fitofarmacêuticos exige, em qualquer dos casos, uma

escolha criteriosa de modo a evitar grande mortalidade dos referidos

artrópodes auxiliares. No caso de auxiliares importados, as firmas que os

comercializam fornecem tabelas de toxicidade dos produtos fitofarmacêuticos

sobre os mesmos.

Nesta perspectiva, o conhecimento dos efeitos secundários quer das

substâncias activas quer dos produtos formulados, é de grande importância,

embora ainda muito escasso, em particular, no que se refere à acção dos

produtos fitofarmacêuticos sobre a fauna auxiliar, componente fundamental

para a escolha das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada.

Este conhecimento, permitirá uma melhor escolha do produto a aplicar em face

dos organismos benéficos presentes.

Com o objectivo de dar prioridade à protecção da fauna auxiliar (introduzida ou

fomentando a limitação natural), foram elaborados vários Quadros, para cada

uma das culturas consideradas [alho, alho-francês (alho-porro), cebola], de

efeitos secundários das substâncias activas insecticidas, acaricidas e

fungicidas sobre os artrópodes auxiliares considerados mais importantes nas

culturas hortícolas (coleópteros, neurópteros, heterópteros, himenópteros,

fitoseídeos, sirfídeos e polinizadores).

As substâncias activas foram também agrupadas em recomendadas e

complementares. Entendem-se por substâncias activas recomendadas

aquelas que não são muito tóxicas em relação aos auxiliares considerados e

cujos produtos formulados não são muito tóxicos para outros organismos e por

complementares, as que apresentam alguma toxicidade em relação aos

auxiliares e cujos produtos formulados são tóxicos para outros organismos. No

entanto, esta classificação considera-se discutível, visto que a escolha de uma

determinada substância activa se encontra relacionada, como foi referido, com

o auxiliar a proteger ou a introduzir.

É também de conhecimento geral que, a utilização de produtos

fitofarmacêuticos apresenta riscos de toxicidade potencial para o Homem,

animais e plantas, aos quais se acrescenta a da contaminação do solo e da

água. Neste sentido, é indispensável que se protejam os meios aquáticos,

Generalidades

17

através do uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos, que é definido como

“ o uso de pesticidas sem efeitos irreversíveis nos sistemas naturais e que

provoque efeitos agudos ou crónicos no Homem, animais e ambiente. O uso

sustentável corresponde à máxima redução dos pesticidas, à restrição do uso

ou à substituição dos mais perigosos e à adopção dos princípios da precaução

nas decisões de homologação dos pesticidas” (COMISSÃO EUROPEIA, 2001).

Em 2001, e no âmbito do 6º Programa Ambiental, foi decidida a implementação

de uma Estratégia Temática do Uso Sustentável dos Pesticidas, tendo como

finalidade a redução do seu impacto na saúde humana e no ambiente através

da redução dos riscos e do uso destes produtos assegurando, no entanto, a

necessária protecção das culturas (AMARO, 2003 a). Entre o conjunto de

medidas preconizadas com a finalidade de cumprir os objectivos da referida

Estratégia, enfatizou-se entre outras, a defesa do meio aquático (CALOURO,

2005).

Segundo AMARO (2003 a), existem afinidades entre o uso sustentável dos

produtos fitofarmacêuticos e o conceito de protecção integrada proposto pela

OILB/SROP nomeadamente, no que diz respeito à inclusão do conceito de

protecção integrada nos códigos das boas práticas agrícolas e o fomento da

investigação sobre protecção integrada como componente da produção

integrada.

Neste sentido e com o objectivo de proceder a uma melhor e sustentável

escolha dos produtos fitofarmacêuticos foram elaborados vários Quadros, para

cada uma das culturas consideradas [alho, alho-francês (alho-porro), cebola],

de efeitos secundários dos produtos sobre o Homem, o ambiente e outros

organismos, nomeadamente, abelhas, aves, fauna selvagem e organismos

aquáticos.

3. NÍVEIS ECONÓMICOS DE ATAQUE

A horticultura é um dos ramos complexos da agricultura, pela diversidade de

culturas que abrange. Por outro lado, a concentração de culturas hortícolas em

grandes áreas e a presença ao longo de todo o ano de culturas com uma

problemática fitossanitária comum, são dois factores que contribuíram para o

Generalidades

18

aumento e a presença de diferentes organismos nocivos, tanto no espaço

como no tempo. Acresce ainda, que a maioria das espécies de pragas em

hortícolas é polivoltina, o que significa que, salvo em raras ocasiões, se

possam estabelecer em momentos sensíveis.

As culturas hortícolas são um dos grupos de vegetais sobre os quais o homem

tem tido maior intervenção, modificando, em diversos aspectos, as condições

em que é possível o desenvolvimento das plantas e criando agroecossistemas

ou ecossistemas muito artificiais. Os sistemas de cultura evoluíram com a

aplicação de novas técnicas, novos sistemas de rega, adubação e práticas

culturais, introdução de novas variedades, que conseguiram aumentar as

produções e obter produtos de melhor qualidade em condições diferentes das

naturais.

O desenvolvimento das técnicas agrícolas foi acompanhado pelo agravamento

da problemática fitossanitária, devido à espectacularidade da acção dos

produtos fitofarmacêuticos, à facilidade da sua aquisição e aplicação. Contudo,

e apesar das vantagens e da revolução que estes novos produtos produziram

na agricultura, o seu uso abusivo, indiscriminado e repetido provocou um

desequilíbrio dos ecossistemas agrícolas, dando lugar ao aparecimento e

aumento de populações de espécies que anteriormente não eram consideradas

como pragas.

Face a esta situação, em finais dos anos 60 e na década de 70 a protecção

das culturas passou a ser observada na óptica da protecção integrada. Para

pôr em prática estratégias de protecção integrada, é necessário durante o ciclo

cultural e em diferentes momentos, proceder à estimativa do risco, definir o

nível económico de ataque, seleccionar o meio de luta a adoptar e

consequentemente tomar a decisão de intervir.

As culturas hortícolas são meios homogéneos na sua estrutura repetitiva, mas

a complexidade pode ser grande conforme se considera, por exemplo, o nível

de folíolo, até ao nível da planta. É a este nível que se repartem as populações

de pragas e doenças das quais se pretende, por amostragem, obter

periodicamente uma estimativa das suas densidades (estimativa do risco) ou

dos estragos que provocam. As técnicas da estimativa do risco podem ser

Generalidades

19

directas (observação visual) e indirectas (armadilhas). Esta estimativa é

complementada pela fenologia da cultura, susceptibilidade varietal e aspectos

climáticos.

Perante os resultados da estimativa do risco, recorre-se, então aos níveis

económicos de ataque ou a modelos de desenvolvimento de doenças para

avaliar a indispensabilidade de intervenção com meios directos de luta

(AMARO, 2003 a).

Entende-se por Nível Económico de Ataque (NEA) como “a intensidade de

ataque de um inimigo da cultura a que se devem aplicar medidas limitativas ou

de combate para impedir que a cultura corra o risco de prejuízos superiores ao

custo as medidas de luta a adoptar, acrescidos dos efeitos indesejáveis que

estas últimas possam provocar”. Este nível está associado à avaliação de

populações de fitófagos e dos seus efeitos, constituindo peça essencial para

definir os critérios de actuação e, para além disso, proporcionando os meios

necessários para determinar a conveniência de uma intervenção que se ajuste

a esses critérios. Contudo, o nível económico de ataque não é um conceito

apenas ligado aos índices populacionais, só por si com pouco significado, pois

depende de numerosas variáveis. Ao considerarmos a parcela, a estufa, ou o

túnel como um sistema, de que fazem parte o vegetal, as populações de

fitófagos e a fauna auxiliar a eles associada, ele estará influenciado por uma

série de factores próprios: variáveis endógenas ou factores bióticos e

variáveis exógenas ou factores abióticos.

As culturas hortícolas, em particular as protegidas, estão submetidas a uma

pressão de fitófagos, tanto interna como externamente, a qual dá lugar a

processos migratórios de difícil quantificação, mas cujas consequências poder-

se-ão avaliar através da análise populacional das pragas, presentes no interior

das estufas. Por outro lado, o conhecimento da evolução das pragas, no

tempo, permitirá desenvolver técnicas conducentes a manter as populações ou

os seus efeitos, a níveis aceitáveis. No entanto, a evolução em função do

tempo apresenta problemas na interpretação dos resultados já que a variável

tempo inclui implicitamente outras variáveis, em especial as climáticas, como a

temperatura e a humidade relativa.

Generalidades

20

É também sobejamente conhecido que o preço dos produtos hortícolas se rege

dentro de certos limites pela “lei da oferta e da procura” e que, por conseguinte,

uma oferta escassa, pode originar um aumento de preços, que igualaria ou até

mesmo poderia superar os acréscimos previstos em condições normais. Sobre

este assunto, os estudos já realizados a nível de intervenção, dirigiram-se

exclusivamente à estimativa das produções em função dos níveis de ataque de

um ou de alguns fitófagos e não em função do complexo de fitófagos que actua

sobre a cultura. Assim, as conclusões que dai se extraem têm um valor

orientativo, não podendo nem devendo ser extrapolados directamente para as

situações em que na realidade se encontra a nossa horticultura.

Pelo que foi referido anteriormente, a avaliação dos estragos em função das

infestações é bastante difícil devido à complexidade dos factores que intervêm,

juntando-lhe a avaliação das perdas com a variável preço do produto, que tem

características muito especiais. Sendo muito reduzidos os estudos sobre a

estimativa das perdas, as componentes que determinam o NEA para as

culturas hortícolas, poderão tornar-se especulativas e sem conteúdo prático.

Em consequência, as tomadas de decisão em culturas hortícolas, não estão

ainda definidas a nível mundial, isto é, não existem critérios objectivos em que

se deve basear a decisão de actuar ou não sobre a cultura.

Sendo as hortícolas culturas de ciclo curto, produzidas essencialmente na

Primavera/Verão e Outono/Inverno em estufa e ao ar livre, o NEA tem de ser

assim adaptado a estas situações, correspondendo naturalmente a um nível de intervenção, sempre ligado ao momento de levar a cabo uma acção de

controlo, a qual implica uma manipulação do agroecossistema, de tal forma que

as pragas se mantenham a níveis populacionais aceitáveis.

Em produção integrada, a luta cultural é de grande importância e de efeitos

positivos dada a sua eficácia, uma vez que o sistema é gerido de forma

holística e considera como base fundamental o solo, a água e as culturas. Este

meio de luta por ter um carácter preventivo, pode considerar-se uma medida

indirecta de luta, porque permite promover as necessárias condições de

desenvolvimento da cultura tornando-a capaz de tolerar a presença de

organismos nocivos. A utilização de plantas sãs, de variedades tolerantes ou

resistentes, as rotações culturais, a solarização, a cobertura do solo, a

Generalidades

21

colocação de redes anti-insectos etc., são algumas medidas indirectas de luta

cultural.

A luta biológica tem sido muito importante em culturas hortícolas, produzidas

em estufa e ar livre. O tratamento biológico, através de largadas inoculativas ou

inundativas passou a ser muito utilizado nas últimas décadas, em

consequência de um maior conhecimento científico, nomeadamente, através

das técnicas de criação em massa e da necessidade de substituir os

pesticidas, devido ao aparecimento de fenómenos de resistência. As

características de construção das estufas, referidas anteriormente, exigem uma

adaptação da luta biológica, a qual se baseia na limitação natural

complementada por largadas inoculativas. É de salientar a capacidade de

actuação dos auxiliares autóctones, a maior parte das vezes promovida pela

correcta gestão dos produtos fitofarmacêuticos utilizados.

Em culturas hortícolas a luta biotécnica corresponde à utilização de feromonas

e de reguladores de crescimento de insectos homologados para a cultura e

para a finalidade.

Na luta física não existe intervenção de processos biológicos. Utilizam-se as

práticas culturais como mobilizações mínimas de solo, mondas manuais,

sachas e desfolhas e eliminação de plantas ou órgãos atacados ou até em

algumas situações a aplicação de jactos de água fortes.

O agricultor ou o técnico que procede às observações no campo terá de dispor

de formação adequada sobre a natureza e a bioecologia das pragas e, em

particular, dos inimigos-chave e dos inimigos ocasionais presentes na cultura

(AMARO, 2003 a). É fundamental a rápida identificação da praga ou dos seus

estragos. No caso de pragas de difícil ou complexa identificação, as amostras

de insectos deverão ser enviadas aos laboratórios dos Serviços Oficiais ou

privados, para posterior identificação. Neste caso, a amostra deve ser colhida

de acordo com os procedimentos estabelecidos (Anexo II-1, 2 e 3) e

acompanhada da ficha de registo de consulta fitossanitária (Anexo II-4).

Numa perspectiva de protecção integrada elaboraram-se vários Quadros, onde

são apresentados os níveis de intervenção para as pragas e doenças das

culturas: alho, alho-francês (alho-porro), cebola.

Generalidades

22

PRÁTICAS CULTURAIS

A optimização do uso de recursos naturais é gerida através da escolha

apropriada de cultivares e do uso adequado das técnicas culturais. Destas,

salientam-se a preparação do terreno, estabelecimento de rotações, definição

de densidades de sementeira ou plantação, sistemas de produção, fertilização,

rega e outras operações culturais.

Em produção integrada, as actividades agrícolas devem perturbar o menos

possível a estabilidade dos ecossistemas, nas suas componentes: recursos

naturais e mecanismos reguladores.

1. PREPARAÇÃO DO TERRENO

Por razões fitossanitárias, aconselha-se que a parcela destinada à instalação

da cultura se mantenha limpa de infestantes e dos resíduos da cultura

precedente, por intermédio da sua incorporação no solo, pelo menos durante

as quatro semanas que antecedem a plantação. É importante que se efectuem

as adequadas operações de mobilização do solo, as quais devem privilegiar as

práticas de conservação do solo e realizadas em função do declive.

A presença de lençol freático próximo da superfície indica que é indispensável

efectuar a drenagem do solo. Nos solos onde não seja possível assegurar uma

drenagem eficaz não se procede à instalação das culturas.

Em Produção Integrada não é permitida a queima dos resíduos da cultura anterior, que devem ser incorporados ao solo, excepto no caso da existência

de plantas infectadas, estas devem ser arrancadas e queimadas fora da

parcela.

Tendo em vista a necessidade de reduzir, de modo significativo, a

compactação e a erosão dos solos, a mobilização mecânica deve ser

efectuada com alfaias que não degradem a estrutura do solo. Neste sentido,

recomenda-se a realização de mobilizações superficiais, utilizando o

escarificador ou grade de discos, para desterroar e enterrar o adubo de fundo.

Aconselha-se a utilização do subsolador, ao longo das linhas de cultura, para

Generalidades

23

quebrar sulcos, dando duas passagens cruzadas. A passagem frequente com

freza deve ser evitada.

Se a parcela apresentar uma ligeira inclinação, as linhas de cultivo devem ser

orientadas segundo as curvas de nível, de modo a melhorar o aproveitamento

da água e a prevenir a erosão do solo. Aconselha-se que a cultura não deve ser feita em parcelas com IQFP superior a 4.

Nas culturas em que o terreno é armado em camalhões, devem ficar com a

terra solta à superfície, de modo a obter-se uma boa implantação da cultura, e

a armação realizada quando o solo não estiver demasiado húmido ou com

excesso de torrões.

Em Produção Integrada, a aplicação de herbicidas deve limitar-se à eliminação

de infestantes vivazes de difícil combate. A escolha do produto a utilizar

depende das infestantes a controlar e do seu estado de desenvolvimento. A

utilização de herbicidas deve ser substituída, sempre que possível, por

mobilizações ou por cobertura do solo.

2. DESINFECÇÃO DO SOLO

A realização de análises nematológicas e a pesquisa de fungos ou bactérias

patogénicos do solo são indispensáveis sempre que a cultura anterior

apresente qualquer sintomatologia compatível com a presença de

microrganismos do solo prejudiciais à cultura. Caso o resultado seja positivo, é

necessário respeitar um determinado período de repouso do solo até que

novas análises demonstrem que o terreno se encontra novamente apto para a

cultura.

Em Produção Integrada, a desinfecção do solo com produtos químicos não é permitida, excepto quando o resultado das análises indicarem situações

de risco. Em solos com a presença de agentes fitopatogénicos recomenda-se a

prática da solarização, biofumigação ou outras técnicas naturais de

desinfecção do solo.

Generalidades

24

3. MATERIAIS DE PROPAGAÇÃO

3.1. Variedades

A utilização de uma variedade bem adaptada às condições locais é essencial

ao sucesso da cultura. A introdução de novas variedades deve ser sempre

sujeita ao conhecimento das suas características e do seu comportamento

agronómico. O cultivo de variedades mal adaptadas às nossas condições

edafo-climáticas, com ciclo vegetativo desajustado à irregularidade do clima e

susceptibilidade a doenças e pragas, para além de contribuírem para a quebra

das produções, obrigam ao aumento da aplicação de produtos

fitofarmacêuticos.

É obrigatório o uso de variedades inscritas no Catálogo Comum de

Variedades de Espécies Hortícolas ou de Espécies Agrícolas ou no Catálogo

Nacional de Variedades.

Assim, recomenda-se que não se utilize uma variedade nova em grandes

áreas sem previamente se conhecer o seu comportamento agronómico e a sua

sensibilidade a doenças nas condições locais.

3.2. Sementes e “jovens plantas”

Para as espécies consideradas no Catálogo Comum de Variedades de

Espécies Hortícolas ou no Catálogo Nacional de Variedades é obrigatório

utilizar sementes da categoria Certificada ou da categoria Standard.

Nos casos em que sejam utilizados materiais de propagação e plantação de

produtos hortícolas (jovens plantas) estes devem ser produzidos por

fornecedores licenciados pela DGPC (ou entidades similares da UE) ou pelo

próprio agricultor, a partir de sementes das categorias acima referidas.

4. REGULADORES DE CRESCIMENTO DE PLANTAS

A aplicação de reguladores de crescimento de plantas apenas deve ser

efectuada em culturas em boas condições de desenvolvimento vegetativo.

Deverão ser sempre efectuados ensaios preliminares de adaptação das

Generalidades

25

condições de aplicação à cultura, à variedade, às condições agronómicas e

climáticas do local.

Os critérios adoptados foram basicamente os seguintes:

1. Não são aconselhadas substâncias activas com a classificação muito

tóxica e tóxica em relação à fauna útil e cuja aplicação é efectuada,

sobretudo, durante a floração.

2. Não são aconselhados reguladores de crescimento ou outras substâncias

de condicionamento fisiológico das culturas que se destinem exclusivamente

a melhorar o aspecto final do produto agrícola.

3. Não são aconselhadas substâncias activas de origem sintética cujos

produtos formulados sejam classificados como muito tóxicos em relação ao

Homem ou substâncias activas cuja persistência (expressa em termos de

DT50) e mobilidade no solo (expressa em termos de Koc) possam originar

contaminações da camada freática, a menos que não exista outra

alternativa.

4. São aconselhadas todas as substâncias de origem biológica (ex. produtos

provenientes do metabolismo de fungos, extractos de algas, etc.).

5. São consideradas as substâncias activas de origem sintética, desde que

tecnicamente justificada, para resolução de problemas culturais sem

alternativa satisfatória com a utilização de outras técnicas.

No Quadro VI apresentam-se as substâncias activas que obedecem aos

critérios estabelecidos (+) e que podem ser aplicadas em protecção integrada,

seguindo as instruções descritas nos rótulos dos produtos, bem como as

substâncias que não se encontram dentro dos critérios estabelecidos, mas em

relação às quais não existe de momento solução alternativa ⑤ estas

substâncias activas só devem ser utilizadas desde que tecnicamente

justificadas.

Generalidades

26

Quadro VI - Aplicação dos critérios de selecção às substâncias activas reguladores de crescimento de plantas homologadas para as seguintes culturas: alho e cebola.

Substância activa Critério ALHO e CEBOLA

ácido giberélico+ácido indol-3-ilacético+cis-zeatina + hidrazida maleica (sal de potássio) + + substância activa aconselhada em protecção integrada no combate aos inimigos das seguintes culturas: alho e cebola. Nota: Consultar o site da Internet sobre data limite de esgotamento de ‘stocks’ e/ou estabelecimento de LMR (limite máximo de resíduos).

5. ROTAÇÕES CULTURAIS

Uma rotação cultural é a sucessão de culturas, segundo uma ordem pré-

determinada, durante um determinado período de tempo, findo o qual a cultura

considerada “cabeça da rotação” volta à mesma parcela (CALOURO, 2005).

A rotação apropriada de culturas constitui um processo eficaz de reduzir

substancialmente a ocorrência de infestantes, pragas e doenças, bem como de

manter ou aumentar a fertilidade do solo, contribuindo para a melhoria do

rendimento económico da cultura.

Recomenda-se a rotação cultural em qualquer modo de produção: cultura ao

ar livre ou cultura protegida.

Recomenda-se manter zonas de vegetação natural, como zonas de refúgio e

multiplicação de artrópodes auxiliares que realizem um controlo natural de

pragas, ou de insectos polinizadores, assim como ter em consideração a

preservação da fauna e flora autóctones.

Não é permitida a repetição de culturas da mesma família na mesma parcela e

em anos consecutivos.

6. REGA

O sector agrícola é, em Portugal, o principal utilizador da água, sendo a rega

uma prática decisiva para melhorar a rentabilidade da exploração. Embora a

agricultura não seja o principal agente poluidor, as práticas culturais utilizadas

devem garantir a protecção da qualidade da água (CALOURO, 2005).

Em Portugal, são grandes as assimetrias e irregularidades espacionais,

sazonais e inter-anuais, no que diz respeito à disponibilidade de água, pelo que

o regadio adquire particular importância na melhoria da produtividade das

culturas. Uma boa prática de regadio pressupõe a programação de rega.

Generalidades

27

Em produção integrada, a rega é efectuada com a preocupação de minimizar

as perdas de água e optimizar a qualidade do produto, aconselhando-se o

estabelecimento de um plano de rega para cada parcela. Recomenda-se que

a realização de regas seja articulada com as fertilizações e tratamentos

fitossanitários.

A gestão da água, deve ser observada de forma integrada e assentar em

princípios ecológicos, económicos e éticos, que permitam assegurar a longo

prazo, reservatórios adequados os quais são uma das bases fundamentais dos

ecossistemas agrários. Em produção integrada, a água deve ser aplicada de

forma tão uniforme quanto possível, evitando zonas encharcadas que originem

escoamentos superficiais ou infiltrações profundas. A boa gestão de rega

conduzirá, também, à redução do desperdício de água, aspecto

particularmente importante nas nossas condições climáticas, dado tratar-se de

um recurso natural escasso que importa preservar.

A escolha do método de rega mais adequado passa pela análise ponderada

das características do solo a beneficiar e quantidade de água disponível, das

condições climáticas da região e das exigências das culturas (CALOURO,

2005).

Em produção integrada as técnicas de rega utilizadas devem ser objectivas no

que se refere à redução de perdas de água por percolação e escorrimento

superficial devendo por isso, serem ajustadas aos programas de fertilização e

protecção das culturas de forma a minimizar as alterações decorrentes do

arrastamento de resíduos associados a cada uma das culturas.

A escolha da melhor oportunidade para efectuar as regras é outro factor que

deve merecer a maior atenção, podendo ser estabelecida a partir da água

existente no solo ou estabelecendo-se intervalos fixos em cada rega, de acordo

com a época do ano e o tipo de solo. As necessidades em água aumentam

com a superfície foliar. A cobertura do solo com plástico impede a evaporação

da humidade superficial do solo.

Recomenda-se a utilização de um sistema de rega eficaz e prático, do ponto

de vista económico que garanta uma boa utilização dos recursos hídricos. A

optimização da utilização da água e redução das suas perdas, dosagem da

Generalidades

28

água segundo as necessidades reais da cultura, de modo a prevenir

escorrimento e encharcamento são objectivos a atingir.

6.1. Sistemas, oportunidade, frequência e dotações de rega

O sistema de rega a adoptar deve ser adequado a cada situação, devendo ser

tomadas as medidas necessárias ao correcto funcionamento do mesmo.

Recomenda-se que os sistemas de distribuição devem ser mantidos em bom

estado de conservação, devendo ser revistos antes do início de cada

campanha, a fim de evitar ao máximo perdas de água.

Recomenda-se que, sempre que possível, deverá ser adoptado o sistema de

rega gota a gota. No entanto, qualquer que seja o sistema adoptado, o seu

dimensionamento deve garantir uma perda mínima de água, principalmente em

situações onde possa ocorrer o risco de lixiviação de nitratos, passível de

contaminar a camada freática existente na região. Também devem ser

prevenidas todas as situações passíveis de provocar o encharcamento do solo,

especialmente junto ao colo das plantas, a fim de evitar a ocorrência de

doenças. Nas culturas sem solo ou em substrato a utilização de um sistema

recirculante das águas de drenagem (circuito fechado), ou em alternativa a sua

utilização para a rega noutras culturas, após armazenamento, análise e

correcção deverá ser obrigatório, após um período de adaptação a este

sistema fechado.

Recomenda-se que a frequência da rega deve ser ajustada ao sistema

existente, ao tipo de solo e à fase do ciclo da cultura, devendo a decisão de

regar ser tomada, sempre que possível, com base em leituras sobre o estado

de humidade do solo obtidas em tensiómetros instalados na zona ocupada

pelas raízes.

Recomenda-se que o número de regas e a quantidade de água utilizada

semanalmente devem ser registadas no caderno de campo, como meio de

auxílio ao ajuste da frequência da rega e das dotações às reais necessidades

da cultura, de acordo com as condições locais, de modo a que as plantas

apresentem um grau de desenvolvimento homogéneo na altura da colheita.

Generalidades

29

São de evitar cortes drásticos no fornecimento de água às plantas, sobretudo

em situações de elevadas temperaturas do ar.

Recomenda-se que a administração dos fertilizantes na água de rega só

deverá iniciar-se depois de se ter aplicado 20 a 25% da dotação de rega e

deverá cessar quando faltar apenas 10 a 20% da água a aplicar.

Aconselha-se a não utilização de águas cuja condutividade eléctrica seja

superior a 0,7 dS/m; a razão de adsorção de sódio ajustada deverá ser inferior

a 8, a concentração de iões cloreto inferior a 140 mg/L e o teor em

bicarbonatos inferior a 90 mg/L. Também não é conveniente utilizar águas com

concentrações de boro superiores a 0,7 mg/L.

7. COLHEITA DE AMOSTRAS

Para a prática da fertilização racional é necessário conhecer o teor do solo em

nutrientes, a par de outras características físicas e químicas do solo. É ainda

necessário conhecer as necessidades da cultura em nutrientes, a qualidade da

água de rega, a composição dos correctivos orgânicos e o comportamento dos

fertilizantes quando aplicados ao solo.

7.1. Amostras de terra

Em Produção Integrada, e no caso das culturas de ar livre é obrigatório uma

análise de terra de 4 em 4 anos e aconselha-se a realização de uma análise

anualmente, para avaliar o estado de fertilidade do solo. Para as culturas

protegidas é obrigatório uma análise de terra anualmente e aconselha-se uma

segunda análise no fim do ciclo de cada cultura.

As amostras de terra, acompanhadas da respectiva ficha informativa (Anexo III-

1), deverão ser colhidas de acordo com os procedimentos estabelecidos, sendo

as determinações analíticas a solicitar aos laboratórios as seguintes:

Generalidades

30

7.1.1. Determinações analíticas obrigatórias

7.1.1.1. Cultura ao ar livre

− pH (H2O), necessidade de cal (se necessário), matéria

orgânica;

− Fósforo, potássio e magnésio ″extraíveis″.

7.1.1.2. Cultura protegida

− pH (H2O), necessidade de cal (se necessário), matéria

orgânica;

− Azoto mineral, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e sódio

solúveis em água;

− Condutividade eléctrica.

7.1.2. Determinações analíticas recomendadas

Para além das determinações anteriores recomendam-se as seguintes

determinações analíticas:

− Calcário total e activo (se pH (H2O) ≥7,0);

− Boro, cobre, ferro, manganês e zinco “extraíveis”

7.2. Amostras de material vegetal

Recomenda-se realizar análises foliares sempre que a cultura apresente

aspectos anómalos ou não atinja os níveis de produção considerados

aceitáveis, tendo em conta a fitotecnia utilizada.

As amostras para análise foliar, devem ser colhidas de acordo com os

procedimentos estabelecidos (Anexo III-2), sendo as determinações analíticas

a solicitar aos laboratórios as seguintes:

Generalidades

31

Azoto Fósforo Potássio Cálcio Magnésio

Ferro Manganês Zinco Cobre Boro

7.3. Amostras de água de rega

Para decidir sobre as quantidades dos nutrientes a aplicar, é essencial

conhecer, para além do estado de fertilidade do solo, as quantidades de

nutrientes que são veiculadas pela água de rega, sendo necessária a sua

análise.

Em Produção Integrada, a análise da água de rega é obrigatória, de quatro em quatro anos, salvo nos casos em que os resultados analíticos indiciem

teores de alguns parâmetros que excedam os valores máximos recomendados

pelo Decreto Lei nº 236/98, de 1 de Agosto, caso em que se aconselha a

monitorização anual de tais parâmetros. A amostra da água de rega,

acompanhada da respectiva ficha informativa (Anexo III-3), deve ser colhida de

acordo com os procedimentos estabelecidos, sendo as determinações

analíticas a solicitar aos laboratórios as seguintes:

Bicarbonatos Boro Cloretos Condutividade eléctrica Razão de adsorção de sódio ajustada

Magnésio Nitratos pH Sódio

Recomenda-se, ainda, a determinação do ferro, do manganês, dos sulfatos e

dos sólidos em suspensão, sempre que se observem entupimentos do

equipamento de rega.

7.4. Amostras de estrumes e outros correctivos orgânicos

De um modo geral, em Portugal, os solos são pobres em matéria orgânica,

aconselhando-se a sua aplicação sempre que os teores sejam inferiores a

1,0%.

Generalidades

32

A aplicação de estrumes e outros correctivos orgânicos deverá ser antecedida

da sua análise, por forma a poderem ser contabilizadas nas recomendações de

fertilização as quantidades de nutrientes veiculadas por aqueles produtos e

verificada a presença de alguns metais pesados em teores que,

eventualmente, impeçam o seu uso como fertilizantes. A amostra de estrumes

e outros correctivos orgânicos acompanhada da respectiva ficha informativa,

deve ser colhida de acordo com os procedimentos estabelecidos (Anexo III-4).

Na ausência de análise prévia, sobretudo no que respeita a estrumes

produzidos nas próprias explorações agrícolas, dever-se-á, para o efeito de

cálculo das adubações, recorrer a valores de composição média (Anexo III-4 –

Quadro I e Quadro II).

Em Produção Integrada, a utilização de compostos orgânicos do tipo Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) só é permitida com produtos de reconhecida qualidade, isto é, produtos bem maturados, higienizados e

pobres em metais pesados. A sua aplicação está ainda dependente das

concentrações desses metais pesados no solo, sendo obrigatório respeitar os

valores-limite indicados no Anexo III-4 – Quadro III. Devem também ser

determinados os teores totais de cádmio, chumbo, crómio, mercúrio e níquel.

Em Produção Integrada só é permitida a utilização de lamas de depuração de ETAR’s (Estações de Tratamento de Águas Residuais) tratadas, de

acordo com as normas legais em vigor (Decreto Lei n.º 446/91 de 22 de

Novembro e Portaria n.º 176/96 de 3 de Outubro) (Anexo III-4 – Quadro IV).

As amostras dos estrumes, lamas e compostos preparados exclusivamente a

partir de resíduos de origem vegetal e ou animal provenientes de explorações

agrícolas, agro-pecuárias ou florestais, bem como das indústrias agro-

alimentares e da celulose, acompanhadas da respectiva ficha informativa,

deverão ser enviadas ao laboratório para análise, sendo as determinações

analíticas a solicitar as seguintes:

Generalidades

33

Carbono orgânico Azoto total Fósforo total Potássio total

Cálcio total Magnésio total Zinco total Cobre total

8. FERTILIZAÇÃO DE FUNDO E DE COBERTURA

Em “sentido lato”, a fertilidade do solo é a maior ou menor aptidão deste para

fornecer às plantas as condições físicas, químicas e biológicas adequadas ao

seu crescimento e desenvolvimento; em “sentido restrito”, é a capacidade do

solo para fornecer às plantas os nutrientes minerais nas quantidades e

proporções mais adequadas (SOVERAL-DIAS, 2004).

Segundo CALOURO (2005), o respeito pela preservação e pela melhoria da

fertilidade de um solo, bem como a criação de condições adequadas para a

nutrição mineral da cultura ou culturas a realizar, só é possível através da

prática da fertilização racional dos sistemas solo-cultura ou solo-rotação de

culturas, garantidas que estejam as condições conducentes à manutenção ou

correcção das suas características físicas, químicas e biológicas.

Ainda segundo a mesma autora, a fertilização racional é indissociável dos boas

práticas agrícolas e baseia-se geralmente, nas recomendações de fertilização

formuladas, com base na análise de terra e ou das plantas, pelos laboratórios

que realizam tais análises. Adicionalmente e em situações especiais recorre,

também, aos resultados das análises de rega.

É com base nos resultados analíticos das amostras de terra e da produção esperada que é feita a recomendação de fertilização a efectuar, envolvendo a

aplicação de adubos e ou correctivos.

As recomendações de fertilização efectuadas pelos laboratórios de análise

poderão, sempre que necessário, ser ajustadas segundo o parecer do técnico

responsável pelo acompanhamento da cultura, desde que não sejam excedidas

as doses máximas permitidas em Produção Integrada. Tais ajustamentos,

sobretudo no caso do azoto, deverão fundamentar-se, essencialmente, em

observações efectuadas ao longo do ciclo da cultura (vigor das plantas,

sensibilidade a pragas e doenças, níveis de precipitação, etc.). Caso contrário,

Generalidades

34

não é permitido exceder as quantidades de fertilizantes indicadas para cada

cultura.

A quantidade de calcário a aplicar depende do valor do pH do solo e do seu

poder tampão, isto é, do teor de argila e de matéria orgânica e deverá ser

indicada pelo laboratório que efectuar a análise de terra. A sua aplicação deve

ser feita a lanço e incorporada no solo através de mobilização adequada.

Os correctivos alcalinizantes devem ser utilizados apenas quando

expressamente recomendados, isto é, nos casos de pH (H2O) inferior a 5,9.

Nos casos em que haja necessidade de corrigir o pH do solo e este apresente níveis de magnésio muito baixos ou baixos, dever-se-á aplicar calcário magnesiano, sempre que este se encontre disponível.

A aplicação dos correctivos orgânicos deve ser feita a lanço, sendo os

correctivos incorporados no solo com o terreno seco, através da intervenção

mais adequada e com a maior antecipação possível, em relação à instalação

da cultura. Devem ser incorporados o mais rapidamente possível com os

trabalhos de mobilização do solo, de modo a evitar perdas por volatilização de

alguns elementos, nomeadamente azoto.

Em Produção Integrada não se recomendam aplicações superiores a 30 t/ha

de estrume de bovino bem curtido, ou quantidade equivalente de outro

correctivo orgânico permitido.

A interpretação adequada dos teores do solo em nutrientes é feita de acordo

com as classes de fertilidade do solo. Nos Quadros VII e VIII estão indicadas

as classes de fertilidade para os vários nutrientes, excepto azoto, para a cultura

ao ar livre e cultura protegida, estabelecidas de acordo com os métodos ali

referidos. A produção esperada é estabelecida tendo em conta as condições

edafo-climáticas em que se desenvolve a cultura, fitotecnia utilizada,

variedades, etc.. A adubação compreende a adubação de fundo – realizada

antes ou simultaneamente com a instalação da cultura – e a de cobertura,

realizada no período de desenvolvimento das plantas.

Generalidades

35

Quadro VII - Classes de fertilidade e classificação dos teores do solo (mg/kg) destinados a cultura ao ar livre.

Classes de fertilidade do solo Parâmetro M. Baixa Baixa Média Alta M. Alta

Método de extracção

P2O5 ≤ 25 26 - 50 51 - 100 101 - 200 > 200 (1) K2O ≤ 25 26 - 50 51 - 100 101 - 200 > 200 (1) Mg ≤ 30 31 - 60 61 - 90 91 – 125 > 125 (2) Fe ≤ 10 11 - 25 26 - 40 41 – 80 > 80 (3) Mn ≤ 7 8 - 15 16 - 45 46 – 100 > 100 (3) Zn ≤ 0,6 0,7 -1,4 1,5 - 3,5 3,6 – 10 > 10 (3) Cu ≤ 0,3 0,4 - 0,8 0,9 – 7,0 7,1 – 15 > 15 (3) B ≤ 0,2 0,2 - 0,3 0,4 - 1,0 1,1 - 2,5 > 2,5 (4)

(1)- Egner-Riehm modificado (lactato de amónio + ácido acético); (2)- Acetato de amónio a pH 7; (3)- Acetato de amónio + ácido acético + EDTA; (4)- Água fervente

Quadro VIII - Classes de fertilidade e classificação dos teores de nutrientes (mg/kg) e da salinidade (mS/cm) do solo destinado a cultura protegida.

Classes de fertilidade do solo Parâmetro M. Baixa Baixa Média Alta M. Alta

Método de extracção

Nmin ≤ 5 6 - 29 30 - 50 51 – 75 > 75 (1) P2O5 ≤ 10 11 - 20 21 - 30 31 – 60 > 60 (1) K2O ≤ 20 21 - 59 60 - 120 121 - 150 > 150 (1) CaO ≤ 35 36 - 55 56 - 175 176 - 210 > 210 (1) MgO ≤ 10 11 - 20 21 - 30 31 – 50 > 50 (1)

Na ≤ 50 Óptimo

51 – 100 Médio

101 – 150 Alto

>150 Muito Alto (1)

Salinidade C.E. mS/cm (1)

≤ 0,50 Desprezável

0,51-1,00 Muito fraca

1,10-1,50 Fraca

1,51-2,50 Moderada

2,51-5,0 Alta

>5,0 Muito alta

(1)- Extracção com água na proporção solo: água =1:5 p/v Adaptado de Ryser et al. (1995)

9. APLICAÇÃO DE NUTRIENTES POR VIA FOLIAR

A aplicação de nutrientes por via foliar deve ser justificada pelo técnico de produção integrada que acompanha a exploração devendo ser fundamentada em resultados da análise foliar.

Recomendam-se as análises foliares sempre que a cultura apresente

aspectos anómalos ou não atinja os níveis de produção considerados

aceitáveis, tendo em conta a fitotecnia utilizada.

As amostras para análise foliar devem ser colhidas de acordo com as

metodologias estabelecidas, existindo para algumas culturas hortícolas valores

de referência para diagnóstico do estado de nutrição.

10. OPERAÇÕES CULTURAIS

Os principais cuidados culturais a praticar são sachas, mondas e desbastes.

Generalidades

36

As infestantes devem ser eliminadas, entre camalhões ou canteiros, de forma

mecânica ou manual, por intermédio de sachas superficiais e mondas.

Em produção integrada apenas em último recurso devem ser utilizados

herbicidas, tendo em atenção os produtos aconselhados.

As amontoas ajudam a manter um crescimento vegetativo constante. São

sobretudo benéficas em locais muito expostos ao vento, melhorando a

sustentação das plantas e a redução das perdas de água no solo.

11. OPERAÇÕES PÓS-COLHEITA

Após a colheita é obrigatório proceder à recolha dos materiais plásticos utilizados no decorrer da campanha.

Em Produção Integrada não é permitida a queima dos restolhos, que

devem ser incorporados no terreno com as mobilizações de preparação da

sementeira ou plantação da cultura seguinte na rotação, ou mantidos à

superfície do terreno, nos casos de sementeira directa ou mobilização mínima.

Só é permitida a queima do restolho por razões fitossanitárias e desde que

recomendada pelas organizações de agricultores reconhecidas, cumprindo a

legislação em vigor relativamente às queimadas.

12. EXPORTAÇÃO MÉDIA DE MACRONUTRIENTES PELAS APIÁCEAS E ASPARAGÁCEAS

Quadro IX - Remoção média de macronutrientes pelas Apiáceas e Asparagáceas. Exportação (kg/ha) Cultura Produção

t/ha Azoto (N)

Fósforo (P2O5)

Potássio (K2O)

Cálcio (CaO)

Magnésio (MgO)

Alho (2) 9 (cabeças) 100 39 70 60

Alho (2) 14 (cabeças) 180 90 240 - 16

Alho (1) 21,4 (cabeças) 412 144 282 121 35

Alho francês (1) 30 100 60 120 Cebola (1) 31,8 116 44 144 131 29 Cebola (2) 42 160 76 115 128 16,6

Espargo (1) 4,53 (turiões) 102,9 49,8 122,8 86,2 8

Espargo (3) 5 (turiões) 120 35 140 80 15

Fontes: (1)– Maroto Borrego (1989); (2)-CTIFL (1985); (3) Cermeño (1988).

Generalidades

37

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ALHO

(Allium sativum L.)

Protecção integrada

43

ALHO

1. PROTECÇÃO INTEGRADA

1.1. Lista das substâncias activas aconselhadas para combater diferentes organismos nocivos e respectivos produtos fitofarmacêuticos

Considerando as substâncias activas aconselhadas em protecção integrada

para a cultura do alho (Allium sativum L.) e os respectivos inimigos, foram

elaborados os Quadros X, XI, XII, XIII e XIV nos quais são também

referenciadas as formulações, concentrações, classificação toxicológica,

intervalo de segurança, observações para as condições de aplicação e

produtos comerciais.

No Anexo I, apresentam-se as abreviaturas dos tipos de formulação e a

classificação toxicológica das substâncias activas, segundo o Código Nacional

e Internacional.

Quadro X - Substâncias activas e produtos comerciais insecticidas e acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho.

INSECTICIDAS E ACARICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / hl) CT IS

Dias Produto comercial

Lagartas EC 75 Xn 7 MALATHANE; MASTRO 50% EC malatião ⑥ EC 75 Is 7 ACUAFIN

Tripes acrinatrina ⑥ EW 6(1) N 3 RUFAST AVANCE

bifentrina ⑥ EC 3-4 Xn;N 21 TALSTAR Obs. ⑥ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) Tratar ao aparecimento da praga.

Protecção integrada

44

Quadro XI - Substâncias activas e produtos comerciais fungicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho.

FUNGICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / hl) CT IS

Dias Produto comercial

Alternariose (1) WG 157,5 Xn;N 14 DITHANE NEOTEC; NUFOSEBE 75 DG; PENNCOZEB DG WP 160 Xn;Xi;N 14 AGROZEBE; DITHANE AZUL; FUNGITANE; DITHANE M-45;

MANGAZEB; MANCOZEBE 80 VALLÉS; MILTHANE AZUL; FUNGITANE AZUL (XN); FUNGENE; MANCOZAN (XN); MANCOZEBE SAPEC; MANCOZEBE SELECTIS; MANZECO M 80; MANZENE; NUFOZEBE 80 WP (XN); NUTHANE (XN); PENNCOZEB 80 (XN)

mancozebe

SC 160 Xi;N 14 DITHANE M-45 FLO; NUFOSEBE FLOW; PENNCOZEB FLOW zirame WG 133-178,6 Xn;N 14 THIONIC WG; ZIDORA AG; ZIRAME SELECTIS

Ferrugem (1) WG 157,5 Xn;N 14 DITHANE NEOTEC; NUFOSEBE 75 DG; PENNCOZEB DG WP 160 Xn;Xi;N 14 AGROZEBE; DITHANE AZUL; FUNGITANE; DITHANE M-45;

MANGAZEB; MANCOZEBE 80 VALLÉS; MILTHANE AZUL; FUNGITANE AZUL (XN); FUNGENE; MANCOZAN (XN); MANCOZEBE SAPEC; MANCOZEBE SELECTIS; MANZECO M 80; MANZENE; NUFOZEBE 80 WP (XN); NUTHANE (XN); PENNCOZEB 80 (XN)

mancozebe

SC 160 Xi;N 14 DITHANE M-45 FLO; NUFOSEBE FLOW; PENNCOZEB FLOW zirame WG 133-178,6 Xn;N 14 THIONIC WG; ZIDORA AG; ZIRAME SELECTIS

Míldio (1) WG 157,5 Xn;N 14 DITHANE NEOTEC; NUFOSEBE 75 DG; PENNCOZEB DG WP 160 Xn;Xi;N 14 AGROZEBE; DITHANE AZUL; FUNGITANE; DITHANE M-45;

MANGAZEB; MANCOZEBE 80 VALLÉS; MILTHANE AZUL; FUNGITANE AZUL (XN); FUNGENE; MANCOZAN (XN); MANCOZEBE SAPEC; MANCOZEBE SELECTIS; MANZECO M 80; MANZENE; NUFOZEBE 80 WP (XN); NUTHANE (XN); PENNCOZEB 80 (XN)

mancozebe

SC 160 Xi;N 14 DITHANE M-45 FLO; NUFOSEBE FLOW; PENNCOZEB FLOW zirame WG 133-178,6 Xn;N 14 THIONIC WG; ZIDORA AG; ZIRAME SELECTIS Obs. (1) Os tratamentos com fungicidas devem ser realizados a baixo volume para permitir uma correcta aplicação da calda sobre a película cerosa

da planta.

Quadro XII - Substâncias activas e produtos comerciais nematodicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho.

NEMATODICIDAS

Substância activa Form Concentração (kg s.a. / ha) CT IS

Dias Produto comercial

1,3-dicloropropeno (2) ③ AL 120-180 (3) - D-D 92

dazomete (1) ③ MG 30-60g sa/m2 Xn;N - BASAMID GRANULADO

metame-sódio (4) ③ SL 327-573 C;N - ARAPAN; LAISOL; METAME SODIO QUIMAGRO; METAME SODIO SELECTIS; RAISAN 50; VAPOCAL; VAPOSOLO 510

Obs. ③ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) A aplicar em áreas restritas destinadas a floricultura e horticultura intensivas, antes da sementeira ou plantação. As doses mais baixas

destinam-se a combater nemátodos livres, as médias a nemátodos que formam galhas e as mais altas aos dos géneros Ditylenchus e Globodera e a solos pesados.

(2) Aplicação em solo nu, no combate a nemátodos do género Meloidogyne, Globodera e Ditylenchus. Aguardar 3-4 semanas até à sementeira ou plantação.

(3) Form com 92% Nocivas (Xn); Form com 97% Tóxicas (T). (4) Aplicação antes da implantação da cultura, usando as doses mais elevadas em solos pesados.

Protecção integrada

45

Quadro XIII - Substâncias activas e produtos comerciais moluscicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho.

MOLUSCICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / ha) CT IS Dias Produto comercial

GB 120 (1) 0,12g sa/m de

banda com 1-2 de largura (3)

(4) (2) MESUROL ANTILESMA metiocarbe ③

WP 150 (5g sa/hl) T;N (2) MESUROL 50 tiodicarbe ③ GB 200 Xn - SKIPPER Obs. ③ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) Espalhamento manual ou mecânico em cultura extensiva. (2) Não aplicar junto de culturas comestíveis a menos de 3 semanas da colheita. (3) Constituindo barreira à volta do terreno a proteger em hortas e jardins. (4) Form com 4% Xn (Nocivas); Form com 1% Is (Isentas). (5) Só deve ser aplicado sobre plantas que não sirvam para a alimentação humana ou animal, podendo porém, ser aplicado sobre plantas que

produzam frutos, desde que a aplicação se faça antes da floração.

Quadro XIV- Substâncias activas e produtos comerciais herbicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho.

HERBICIDAS

Substância activa Form Dose (g s.a. / ha) CT IS

Dias Condições de aplicação Produto comercial cicloxidime EC 200-400 (1) Xi 28 Monocotiledóneas Pós-emergência da

cultura e com as infestantes em estado de crescimento activo. Aplicar desde a fase de 3 folhas até ao início do afilhamento. (1) Teor em s.a 100g/l – gramíneas anuais e vivazes

FOCUS ULTRA

fluazifope-P-butilo cpe 250 Xn 56 Monocotiledóneas Em pós-emergência da cultura e das infestantes.

FUSILADE MAX

glifosato (sal de amónio) SL 720-2520 Is - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Antes da instalação da cultura, quando as infestantes se encontram em crescimento activo.

TOUCHDOWN PREMIUM

pendimetalina ③ cpe 1320 - 1980 Xi - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Em pré-emergência da cultura e das infestantes.

PROWL; STOMP 33 E

Obs. ③ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória.

1.2. Efeito secundário das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada e dos respectivos produtos fitofarmacêuticos

Com o objectivo de dar prioridade à protecção da fauna auxiliar (introduzida ou

fomentando a limitação natural), foram elaborados os Quadros XV e XVI, nos

quais se apresentam os efeitos secundários das substâncias activas

insecticidas, acaricidas e fungicidas sobre os artrópodes auxiliares

considerados mais importantes nas culturas hortícolas (coleópteros,

neurópteros, heterópteros, himenópteros, fitoseídeos, sirfídeos e polinizadores)

e na cultura do alho em particular. As substâncias activas foram também

agrupadas em recomendadas e complementares, tal como foi referido no

ponto 2 das Generalidades – Protecção integrada.

Protecção integrada

46

Quadro XV - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas insecticidas e acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho.

Substâncias activas Recomendadas / Complementares

Coleópteros

Neurópteros

Heterópteros

Himenópteros

Fitoseídeos Sirfídeos

Polinizadores

PRAGAS Lagartas

COMPLEMENTARES malatião (*) I

Tripes COMPLEMENTARES acrinatrina (**) R (72 h / 3 dias) bifentrina (**) I Obs.

- muito tóxico - medianamente tóxico - neutro (*) – Proibida a sua utilização quando se utilizarem auxiliares, inclusivamente em tratamento de solo antes do transplante e em viveiros. (**) – Incompatível com os auxiliares durante 8 semanas. C - Compatível com as colmeias I - Incompatível com as colmeias R ( ) - Retirar a colmeia antes de aplicar a substância activa e voltar a colocá-la no mesmo sítio no prazo indicado ( ). ( ) persistência da s.a., expressa em horas ou dias. T - Fechar a colmeia quando aplicar a substância activa, e abrir só quando não se observar o produto sobre a cultura.

Quadro XVI - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas fungicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho.

Substâncias activas Recomendadas / Complementares

Coleópteros

Neurópteros

Heterópteros

Himenópteros

Fitoseídeos Sirfídeos

Polinizadores

DOENÇAS

Alternariose COMPLEMENTARES mancozebe C/T zirame -

Ferrugem COMPLEMENTARES mancozebe C/T zirame -

Míldio COMPLEMENTARES mancozebe C/T zirame - Obs.

- muito tóxico - medianamente tóxico - neutro C - Compatível com as colmeias I - Incompatível com as colmeias R ( ) - Retirar a colmeia antes de aplicar a substância activa e voltar a colocá-la no mesmo sítio no prazo indicado ( ). ( ) persistência da s.a., expressa em horas ou dias. T - Fechar a colmeia quando aplicar a substância activa, e abrir só quando não se observar o produto sobre a cultura.

Com o objectivo de proceder a uma melhor e sustentável escolha dos produtos

fitofarmacêuticos, para a cultura do alho foram elaborados os Quadros XVII,

XVIII, XIX, XX e XXI nos quais se apresentam os efeitos secundários dos

produtos sobre o Homem, o ambiente e outros organismos, nomeadamente,

abelhas, aves, fauna selvagem e organismos aquáticos.

Protecção integrada

47

Quadro XVII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos insecticidas e acaricidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho.

INSECTICIDAS E ACARICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

acrinatrina

RUFAST AVANCE - N - - T+ bifentrina

TALSTAR Xn N - - T malatião

ACUAFIN - - - - - - MALATHANE - - - - - -

MASTRO 50% EC Xn N - - T+ Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Quadro XVIII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos fungicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho.

FUNGICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

mancozebe

AGROZEBE Xi N - - - T+ DITHANE AZUL Xi N - - - T+ DITHANE M-45 Xi N - - - T+

DITHANE M-45 FLO Xi N - - - T+ DITHANE NEOTEC Xn N - - - T+

FUGENE - - - - - - FUNGITANE Xn N - - - T+

FUNGITANE AZUL Xn N - - - T+ MANCOZAN Xn N - - - T+

MANCOZEBE 80 VALLES Xi N - - - T+ MANCOZEBE SAPEC Xi N - - - T+

MANCOZEBE SELECTIS Xi N - - - T+ MANGAZEBE Xi N - - - T+

MANZECO M 80 Xn N - - - T+ MANZENE - - - - - -

MILTHANE AZUL Xi N - - - T+ NUFOSEBE FLOW Xi N - - - T NUFOSEBE 75 DG - - - - - - NUFOSEBE 80 WP Xn N - - - T+

NUTHANE Xn N - - - T+ PENNCOZEB DG Xn N - - - T+

PENNCOZEB FLOW Xi N - - - T PENNCOZEB 80 Xn N - - - T+

(cont.)

Protecção integrada

48

FUNGICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

zirame

THIONIC WG Xn N - - - T+ ZIDORA AG Xn N - - - T+

ZIRAME SELECTIS - - - - - - Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Quadro XIX - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos nematodicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho.

NEMATODICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

1,3-dicloropropeno

D-D 92 T N - - - T dazomete

BASAMID GRANULADO Xn N - - - T+ metame-sódio

ARAPAN 50 C N - - - T+ LAISOL C N - - - T+

METAME SODIO QUIMAGRO C N - - - T+ METAME SODIO SELECTIS C N - - - T+

RAISAN 50 C N - - - T+ VAPOCAL C N - - - T+

VAPOSOLO 510 C N - - - T+ Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Protecção integrada

49

Quadro XX - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos moluscicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho.

MOLUSCICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

metiocarbe

MESUROL ANTILESMA Xn N - T MESUROL 50 T N - - T+

tiodicarbe SKIPPER Xn - - - -

Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Quadro XXI - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos herbicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho.

HERBICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

cicloxidime

FOCUS ULTRA Xi - - - - fluazifope-P-butilo

FUSILADE MAX Xi N - - - T+ glifosato (sal de amónio)

TOUCHDOWN PREMIUM Is - - - - - pendimetalina

PROWL Xn N - - - T+ STOMP 33E Xn N - - - T+

Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

1.3. Níveis económicos de ataque

No Quadro XXII referem-se de forma sintética os aspectos mais importantes da

estimativa do risco, nível económico de ataque e tomada de decisão, bem

como os meios de luta para o combate das pragas na cultura do alho.

Protecção integrada

50

Quadro XXII - Níveis económicos de ataque e tomada de decisão para as pragas na cultura do alho. PRAGAS

Afídeos

Homóptera Aphididae

Aphis fabae Scopoli, Acyrthosiphon pisum Harris, Myzus spp., Rhopalosiphum padi (Linnaeus), Sitobion avenae (Fabricius) Estimativa do risco Meios de luta

Observação visual Biológico Método de

amostragem e órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta e pesquisar enrolamentos nas folhas e presença de colónias

Colocar armadilhas cromotrópicas amarelas ou de Moericke.

Em cultura de ar livre: À presença da praga (folhas ocupadas com índice 1 (●), e ausência de parasitismos/predação, realizar um tratamento. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. ________ (●) Índice de ocupação: 0=ausência; 1=1-10 afídeos/folha

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes no campo de produção e nas zonas circundantes;

- eliminar os restos da cultura; - realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Alfinete Coleóptera Elateridae

Agriotis spp. Estimativa do risco Meios de luta

Observação visual Biológico Método de

amostragem e órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Estimar a presença de alfinetes, antes da plantação, por intermédio de colheita de amostras de terra (amostras colhidas ao acaso) em vários pontos do campo ou parcela (nº de alfinetes/ m2).

Colocar armadilhas com feromona

Em cultura de ar livre: Tratar antes da plantação, quando se contabilizarem 4 alfinetes/m2. Se houver estragos em plântulas, tratar.

Em cultura de ar livre: - lavrar o terreno antes do verão, com o objectivo de induzir à mortalidade por dessecação de ovos e formas imaturas;

- eliminar os restos das culturas anteriores;

- realizar rotações culturais com culturas que exijam lavouras frequentes.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

51

Mosca Díptera

Anthomyiidae Delia antiqua (Meigen)

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta na zona do colo junto ao solo e pesquisar a existência de estragos.

Colocar armadilhas com feromona.

Em cultura de ar livre: Tratar preventivamente, quando se detectarem estragos em menos de duas/25 plantas.

Em cultura de ar livre: - realizar transplantes tardios; - realizar mobilizações profundas;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Nemátodos Meloidogyne spp.

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a ocor-rência de plantas sem vigor e de aspecto raquítico.

Em cultura de ar livre: Tratar quando se observarem os primeiros sintomas.

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes no campo de produção e nas zonas circundantes;

- eliminar os restos da cultura anterior;

- realizar rotações culturais. Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Nóctuas e Roscas Lepidóptera Noctuidae

Agrotis spp. Estimativa do risco Meios de luta

Observação visual Biológico Método de

amostragem e órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a presença de larvas e pupas.

Colocar armadilhas com feromona.

Em cultura de ar livre: no caso das lagartas de solo: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a existência de lagartas, vulgarmente conhecidas por roscas (Agrotis spp.) e pupas. Tratar à presença da praga ao fim do dia.

malatião Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes, pois

há preferência por algumas espécies de realizar posturas em certas plantas adventícias que podem actuar como focos de infestação;

- eliminar os restos da cultura anterior.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

52

Traça Lepidóptera

Hyponomeutidae Acrolepiopsis assectella (Zeller)

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar folhas, inflorescências, bolbo e sementes. Observar coloração amarela nas folhas com as extremidades secas. Pesquisar a presença de excrementos verde-amarelados.

Colocar armadilhas com feromona.

Em cultura de ar livre: Á presença da praga, tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes na parcela.

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes no campo de produção e nas zonas circundantes;

- eliminar os restos da cultura; - realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Tripes Tisanóptera

Thripidae Frankliniella occidentalis Pergande, Thrips tabaci (Lindeman)

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta e pesquisar a presença da praga e picadas de alimentação.

Colocar armadilhas cromotrópicas amarelas e azuis.

Em cultura de ar livre: À presença da praga (1 a 5 formas móveis/planta), tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

acrinatrina bifentrina

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes; - eliminar os restos da cultura; - realizar rotações culturais; - realizar mobilização do solo; - colocar armadilhas

cromotrópicas (amarelas e azuis) para capturas em massa (luta biotécnica)

Obs.: substância activa recomendada substância activa complementar

No Quadro XXIII, apresentam-se sinteticamente os aspectos mais importantes

da estimativa do risco, sintomas, níveis de intervenção e tomada de decisão,

bem como os meios de luta para o combate das doenças na cultura do alho.

Protecção integrada

53

Quadro XXIII - Níveis de intervenção (estimativa de risco, sintomas) e tomada de decisão para as doenças na cultura do alho.

DOENÇAS

Bacterioses

Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones 1901) Bergey, Harriso, Breed, Hammer & Huntoon 1923 Sintomas Transmissão Meios de luta

Manifesta-se pela destruição dos tecidos das escamas mais interiores do bolbo; pela coloração amarela que evolui para castanho observada nos tecidos afectados à medida que a podridão progride; pelo odor característico, desagradável e intenso; e por sintomas que surgem próximo da maturação.

- via aerossol (chuva, vento, rega por aspersão);

- por intermédio de solo contaminado aderente aos bolbos.

- evitar uso de rega por aspersão e excesso de humidade;

- arrancar e destruir plantas infectadas, infestantes hospedeiras e resíduos das culturas;

- efectuar a colheita apenas após a maturação dos bolbos;

- realizar rotações culturais; - promover o armazenamento em locais secos e

com temperatura controlada.

Micoses

Alternariose Alternaria porri (Ellis) Cif.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais Manifesta-se de início por lesões esbranquiçadas nas folhas, que quase de imediato, adquirem uma coloração castanha. Quando ocorre a esporulação, as lesões adquirem uma tonalidade púrpura. Os bolbos podem ser infectados, próximo da colheita, quando o fungo penetra por alguma ferida.

- temperatura de cerca de 20ºC; - tempo chuvoso e nevoeiro

mancozebe zirame

- utilizar sementes sãs;

- utilizar variedades resistentes ou pouco susceptíveis.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Ferrugem Puccinia alli (L.)

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais Folhas: Inicialmente surgem pontuações brancas, que evoluem em pústulas alaranjadas de 1 a 3 mm de comprimento. Geralmente, ocorrem entre as nervuras. As folhas, fortemente infectadas pela doença, podem ficar amarelas e secar prematuramente. No final da estação, podem formar-se teliosporos castanhos escuros sobre as pústulas.

- sementes - HR elevada; - temperaturas óptima

18ºC

mancozebe zirame

- utilizar sementes sãs;

- eliminar os restos da cultura anterior;

- promover a boa drenagem dos solos;

- realizar rotações culturais

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

54

Míldio Peronospora destructor (Berk.) Casp.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais É uma doença que se manifesta nas folhas novas por manchas extensas que se cobrem de um enfeltrado violáceo e posteriormente desenvolvem-se queimaduras sobre as mesmas. O tempo quente e húmido favorece o desenvolvimento da doença e, consequentemente, as extremidades superiores da planta morrem totalmente e os bolbos não atingem a maturação.

- sementes - bolbos - solo

- HR elevada; - temperaturas amenas

mancozebe zirame

- utilizar sementes tratadas;

- escolher parcelas com solos ligeiros e bem drenados;

- eliminar as infestantes;

- promover o arejamento entre plantas;

- evitar excessos de adubação;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Podridão branca do alho Stromatinia cepivorum Berkeley

Anamorfo: Sclerotium cepivorum Berkeley Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Manifesta-se logo após a transplantação. Plântulas: Morte das plântulas em pré e pós-emergência. Plantas adultas: - Parte aérea : amarelecimento e murchidão das folhas mais

velhas, que se inicia na união com o caule, estendendo-se rapidamente a toda a folhagem. Com alto nível de inóculo no solo, as plantas podem morrer rapidamente e em grandes áreas do campo.

- - Bolbos . podridão mole na base dos bolbos, que se cobre de

micélio branco. Sobre este formam-se numerosos esclerotos pretos. As plantas infectadas são facilmente arrancadas do solo.

- Raízes : podridão translúcida, com eventual produção de

esclerotos.

- solo - temperaturas entre18 ºC e 20 ºC

- utilizar sementes sãs;

- eliminar as infestantes;

- evitar o transporte de solo infectado para campos livres da doença;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Podridão cinzenta Botryotinia porri (van Beyma) Whetzel

Anamorfo: Botrytis porri (Buchw.) Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Bolbos : Esta doença provoca a podridão dos bolbos, começando junto ao colo (inversamente à provocada por S. cepivorum) e formação de grandes esclerotos pretos ao nível do solo, circundando o colo da planta.

- sementes - temperaturas entre13 ºC e 15 ºC (para a formação dos conídios) ;

- temperatura óptima 25ªC (para o crescimento micelial)

- utilizar plantas sãs; - eliminar as

infestantes; - realizar rotações

culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Práticas culturais

55

2. PRÁTICAS CULTURAIS

2.1. Localização da cultura

2.1.1. Condições climáticas

O alho é uma planta bastante rústica no que diz respeito ao clima preferindo,

no entanto, zonas temperadas e frescas. Com dias curtos e temperaturas

baixas, as folhas crescem normalmente em detrimento da formação dos

bolbos. Com paragem de crescimento aos 5ºC, a temperatura óptima de

desenvolvimento dos bolbos situa-se nos 20ºC, com humidade relativa do ar

elevada. Na altura da colheita são convenientes temperaturas médias diárias

elevadas e humidade relativa baixa, por forma a permitir uma boa secagem dos

bolbos.

2.1.2. Condições edáficas

O alho prefere solos de textura arenosa ou franco-arenosa, ricos em matéria

orgânica (entre 2 a 4%), com pH entre 6,0 e 7,0 e condutividade eléctrica

inferior a 0,4 dS/m determinada no extracto aquoso, proporção 1:2

(solo/água).Apresenta uma tolerância moderada à acidez.

2.2. Plantação

2.2.1. Época e compassos de plantação

Antes da plantação dos bolbilhos ou “dentes”, o armazenamento a

temperaturas entre 0 a 5ºC durante cerca de 40 dias, favorece a precocidade

da emergência para a formação do bolbo. A plantação deve ser feita, o mais

rapidamente possível, após a separação dos bolbilhos, dada a sua elevada

sensibilidade à desidratação.

Consoante as variedades, efectuar a plantação de Outubro a Janeiro,

colocando os bolbilhos ou “dentes” em posição vertical e a uma profundidade

de 3 a 5 cm, em camalhões ou em canteiros de 1,50 a 2,0 m de largura por

Práticas culturais

56

0,15 m de altura, com compasso de 0,20 a 0,30 m na entrelinha e de 0,10 a

0,15 m na linha. No caso de plantação à rasa, pode optar-se por compassos de

0,50 m na entrelinha e de 0,10 a 0,15 m na linha. Na produção em regadio, os

compassos podem ser mais apertados enquanto que em sequeiro se admitem

compassos mais largos.

Recomenda-se uma densidade de plantação de 25 a 30 plantas/m2.

Densidades de plantação mais elevadas são, normalmente, utilizadas na

produção de alho para indústria.

Nas plantações de Outono muito precoces, e quando as condições climáticas

não são favoráveis, poderá ocorrer a formação de haste floral em vez de

bolbilhos.

2.3. Reguladores de crescimento de plantas

No Quadro XXIV, referem-se os reguladores de crescimento de plantas para a

cultura do alho, objectivos da sua utilização e épocas de aplicação, bem como

formulações, concentrações, classificação toxicológica, intervalo de segurança

e respectivas marcas comerciais.

No Anexo I, apresentam-se as abreviaturas dos tipos de formulação e a

classificação toxicológica das substâncias activas, segundo o Código Nacional

e Internacional.

Práticas culturais

57

Quadro XXIV - Substâncias activas e produtos comerciais reguladores de crescimento de plantas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho.

REGULADORES DE CRESCIMENTO DE PLANTAS

Substância activa Objectivos de utilização e Épocas de aplicação

Concentração sa / pc Produto comercial Form CT IS Dias

Para aumentar a produção e a uniformidade dos calibres:

1ª aplicação: 30 dias após a emergência.

0,0068g s.a. / hl 45ml pc/hl

GA3 + ácido indolacético + cis-zeatina

2ª aplicação: no início da formação do bolbo.

0,0068g s.a. / hl 45ml pc/hl

BIOZYME TF SL Is 7

hidrazida maleica (sal de potássio)

Para inibir o desenvolvimento dos brolhos: Aplicar quando 10% das folhas estiverem tombadas, mas verdes (cerca de 10 a 15 dias antes da colheita)

2,4kg sa/ha 4kg pc/ha

SUPER STOP BROT 60 SP Xi 14

Obs. A mistura de ácido giberélico, ácido indolacético e cis-zeatina só deve ser aplicada quando as culturas estiverem em boas condições fitossanitárias e de desenvolvimento vegetativo. A aplicação desta mistura nas culturas, pode suscitar nelas necessidades nutritivas que deverão ser supridas com fertilizações adequadas (de fundo e/ou por via foliar). Temperaturas baixas e níveis de humidade elevados por tempo prolongado podem atrasar os efeitos dos tratamentos. A mistura de ácido giberélico, ácido indol acético e cis-zeatina não deve ser incorporado em caldas conjuntamente com produtos de reacção alcalina ou que tenham óleo como base química. Esta mistura pode ser aplicada nas primeiras horas da manhã ou ao fim do dia quando a temperatura ambiente não exceder os 30ºC, desde que o número de horas de luz, após a aplicação, não seja superior a 3. Não aplicar com chuva nem na eminência desta. É indispensável um intervalo mínimo de 6 horas sem chuva, após a aplicação. Quando coincidam a aplicação desta substância activa e a realização de uma rega, deve primeiro regar-se e só depois aplicar o produto.

2.4. Rega

Segundo ALMEIDA (2006), a fase crítica do défice hídrico é a fase do

crescimento do bolbo. As regas devem ser frequentes e de baixa dotação. A

rega deve ser interrompida cerca de 2 a 3 semanas antes da colheita, para

favorecer a desidratação das escamas do bolbo.

2.5. Aplicação de nutrientes ao solo

No Quadro XXV estão indicadas as quantidades de nutrientes a aplicar de

acordo com as classes de fertilidade do solo e a produção esperada.

Quadro XXV - Quantidade de nutrientes a aplicar (kg/ha) na cultura do alho ao ar livre, consoante as classes de fertilidade do solo, para uma produção esperada de 10 a 14 t/ha.

Classes de fertilidade do solo Parâmetro M. Baixa Baixa Média Alta M. Alta

N(*) 60 a 70 P2O5 80-100 60-80 40-60 30 - K2O 80-100 60-80 40-60 30-40 30 Zn 2-5 2-3 1-2 - - B 1-1,5 1 0,5-1 - -

(*) No caso do azoto não são utilizadas classes de fertilidade

2.5.1. Aplicação de azoto

A quantidade de azoto (N) a aplicar é estabelecida tendo em conta a produção

esperada, que é condicionada pelas condições climáticas e de solo da região,

Práticas culturais

58

bem como pela fitotecnia utilizada (variedade, tipo de rega, preparação do solo,

etc.). Para a determinação da quantidade total de N a aplicar é obrigatório

deduzir o azoto veiculado pelos correctivos orgânicos aplicados e pela água de

rega. Utilizar, para os correctivos, os valores referidos na análise ou, na sua

falta, os valores médios estimados indicados no Anexo III-4 – Quadro I. No

caso da água poderão ser utilizados os valores da última análise, efectuada em

amostra colhida de acordo com o estipulado no D. L. 236/98 de 1 de Agosto.

Fraccionar o azoto, aplicando cerca de metade em fundo e o restante em uma

ou duas coberturas. Não fazer coberturas tardias. Usar os valores mais

elevados em solos pobres em matéria orgânica e em que não haja aplicação

de correctivos orgânicos.

Usar, sempre que possível, adubos com enxofre, em especial nos solos com

teores baixos de matéria orgânica e nos derivados de areia e ou arenitos.

2.5.2. Aplicação de fósforo e potássio

As quantidades de fósforo, e potássio indicadas no Quadro XXV são para

aplicar em fundo, a lanço.

2.5.3. Aplicação de micronutrientes

Se a análise de terra revelar níveis baixos de zinco e boro, aplicar estes

nutrientes respeitando os valores indicados no Quadro XXV. A aplicação de

outros micronutrientes pode ser necessária devendo ser fundamentada em

resultados da análise foliar.

2.6. Aplicação de nutrientes por via foliar

No Quadro XXVI são indicados os valores de referência para diagnóstico do

estado de nutrição da cultura do alho. As amostras para análise foliar devem

ser colhidas de acordo com as normas que se apresentam no Anexo III – 2.

Práticas culturais

59

Quadro XXVI – Valores de referência de macro e micronutrientes para interpretação dos resultados de análise foliar do alho.

Níveis foliares (*) Nutriente Estado de pré-bolbo Estado de bolbo N (%) 4,4-5,0 3,4-4,5 P (%) 0,3-0,6 0,28-0,50 K (%) 3,9-4,8 3,0-4,5

Ca (%) 0,8-1,5 1,0-1,8 Mg (%) 0,15-0,25 0,23-0,30

(*) folha mais nova completamente desenvolvida; Nota: Valores de referência adaptados de Jones et al.(1991), a usar enquanto se não dispuser de valores para as variedades cultivadas em Portugal.

2.7. Operações culturais

Antes da plantação os dentes ou bolbilhos (propágulos do alho), têm de ser

separados do bolbo, calibrados e devem ser plantados o mais cedo possível.

Se não forem tomadas as devidas precauções os dentes de alho podem ficar

desidratados e o embrião pode ser danificado pelo calor.

2.8. Colheita

A colheita deve ser efectuada na época própria de cada variedade, devido à

influência que pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos

de colheita.

A colheita deve efectuar-se, de meados de Junho a fins de Julho, quando os

caules e as folhas começarem a secar (senescência). As cabeças podem ser

arrancadas de forma manual, mecânica ou parcialmente mecânica.

Recomenda-se que, após a colheita, os bolbos fiquem a secar no campo,

durante 3-4 dias, protegidos do escaldão por restos de folhagem.

Caderno de campo

60

3. CADERNO DE CAMPO

3.1. Introdução

Em produção integrada, é fundamental definir as práticas aceites e

aconselhadas neste modo de produção, estabelecendo se possível, um modelo

técnico por cultura e para cada região.

O caderno de campo é o documento base e obrigatório para o exercício da

produção integrada. Este deve ser elaborado e distribuído pelas Organizações

reconhecidas e obedecer ao modelo que se apresenta neste capítulo. Com o

caderno campo pretende-se que sejam identificadas todas as operações

culturais, execução de tarefas e tecnologias a utilizar.

Neste documento, é fundamental o registo da ocorrência dos estados

fenológicos da cultura, das operações culturais efectuadas e as datas em que

tenham sido realizadas, das observações efectuadas relativamente aos

inimigos da cultura e organismos auxiliares, da aplicação de produtos

fitofarmacêuticos e fertilizantes.

De acordo com o Decreto-Lei nº 180/95, de 26 de Julho e legislação

complementar, é obrigatório o agricultor anexar os comprovativos de

aquisição dos produtos fitofarmacêuticos e fertilizantes, e os boletins das

análises emitidos pelos laboratórios que efectuaram as análises exigidas.

É obrigatório o agricultor disponibilizar o caderno de campo às entidades

competentes, sempre que solicitado.

O agricultor e o técnico responsável pela parcela inscrita em produção

integrada, responsabilizar-se-ão, com as suas assinaturas, pela veracidade dos

dados registados no caderno.

61

CADERNO DE CAMPO PARA PRODUÇÃO INTEGRADA NA CULTURA DO ALHO

Ano de inicio da candidatura ______________ Ano de actividade ___________ Cultura anterior na parcela ____________________________________________ Identificação da Organização de Agricultores Designação ________________________________________________________ Morada ____________________________________________________________ Contacto __________________________________________________________ Nº Contribuinte _____________________________________________________ Identificação do Produtor Nome _____________________________________________________________ Morada ____________________________________________________________ Contacto __________________________________________________________ E-mail _____________________________________________________________ Nº Contribuinte _____________________________________________________ Nº do Contrato ______________________________________________________ Identificação da parcela Nome ____________________________ Local ___________________________ Freguesia _________________________ Concelho ________________________ Distrito ____________________________ Área (ha) _______________________ Nº parcelário ____________________________ Data ______________________________________________________________ Produtor ___________________________________________________________ Técnico ___________________________________________________________

Espaço reservado ao logótipo da Organização de

Agricultores reconhecida

62

Preparação do terreno Data Operação cultural / alfaia Nº de passagens Objectivo Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Plantação

Data de plantação___________________________________________________________________ Compasso de plantação _______________________________________________________________

Mecânica Manual Observações _____________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________

63

Fertilização

Amostra de solos: Data ____________________ Laboratório _________________________________________________ Referência da amostra ____________________ Correctivos Data t/ha Técnica de aplicação Cal de depuração Estrume Lamas Adubação de fundo

Unidades de fertilizantes aplicadas / ha Data Adubo Kg/ha N P205 K20 B Mg Mn S Ca

TOTAIS Técnica de aplicação _____________________________________________________________ Adubação de cobertura

Unidades de fertilizantes aplicadas / ha Data Adubo Kg/ha N P205 K20 B Mg Mn S Ca

TOTAIS Técnica de aplicação _____________________________________________________________ Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

64

Rega Análise água (data) ____________________ Laboratório _____________________________________ Origem da água _______________________________________________________________________ Referência da amostra ____________________ Sistema de rega ____________________ A. Área total (ha): ________________________________________

(preenchimento facultativo) B. Nº de sectores de rega: _________________________________ C. Área do compasso (m2): _________________________________

distância entre linhas (m) x distância entre emissores (m) D. Caudal do emissor (aspersor, gotejador - l/hora): _____________ E. Potência da bomba (hp): ________________________________

(preenchimento facultativo) F. Caudal da bomba (l / s): _________________________________

(preenchimento facultativo) Registo das regas I. J. = I. x D. / C. L. M. = J. x L.

Tempo de rega diário (h) (média para um sector) *

Dotação (mm ou l/m2)

Nº de regas (para um sector) *

Dotação total (mm ou l / m2) Mês

1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro * não existindo sectores, considera-se toda a área. SOMA:

Outras operações culturais Data

65

Controlo de infestantes

Herbicida Data Substância activa Produto comercial Kg ou l/ha IS

Monda Manual (Sim/Não) __________________________________________ Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Produtos Fitofarmacêuticos Utilizados Insecticidas, Acaricidas, Fungicidas e Nematodicidas

Data Praga / Doença Substância activa Produto comercial (kg ou l/ha) IS Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

66

Colheita Data de início de colheita:___________________________ Data de final de colheita:________________ Produção (kg/ha) ______________________________________________________________________

Mecânica Manual Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Ao caderno de campo o produtor deve anexar: - Boletim de análise de terra - Boletim de análise de água de rega - Boletim de análise foliar (quando efectuada) - Comprovativos de aquisição dos fertilizantes aplicados - Comprovativos de aquisição dos produtos fitofarmacêuticos aplicados - Plano de exploração

67

VISITAS AO CAMPO

DIA MÊS OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES (Assinatura do técnico)

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Constituição de pontos de monitorização (PM)

Objectivo dos PM: representativos da área de produção (ha) / zona (concelhos), os quais determinarão a tomada de decisão para o tipo de actuação mais adequada. Área do PM: Área representativa da zona de produção. Esta área é seleccionada pelo técnico da Organização. Deve anexar-se ao caderno de campo informação pormenorizada do PM. Nº de armadilhas

Armadilhas tipo funil com feromona para cada espécie-chave de lepidópteros no PM. Como recomendação, as armadilhas deverão estar distanciadas de pelo menos 50 m, sendo também de considerar as instruções de utilização da casa comercial. As feromonas deverão ser substituídas mensalmente. A recolha das capturas nas armadilhas com feromona deverá ser semanal.

Armadilhas cromotrópicas amarelas e ou azuis, em número adequado à área da parcela:

Área da parcela Nº de armadilhas cromotrópicas 500 m2

1 a 5 ha 6 a 10 ha 11 a 20 ha > 20 ha

2 10 15 20

+ 2 por cada 5 ha

A utilização de armadilhas cromotrópicas amarelas permite a captura de formas aladas que contribuem para a dispersão das pragas, contudo também capturam os insectos alados benéficos. A aplicabilidade esperada das armadilhas cromotrópicas deve ser avaliada em função da fauna auxiliar presente na parcela. As armadilhas cromotrópicas deverão ser substituídas semanalmente. Se se proceder à largada de auxiliares, as armadilhas cromotrópicas têm de ser retiradas no momento da largada. A observação das armadilhas deve restringir-se a uma faixa da armadilha de cerca de 1/3 do comprimento total fracção da armadilha. Considerando as dimensões mais usuais das armadilhas, em média 15x21 cm, a faixa utilizada consiste num rectângulo com a largura da armadilha e uma altura de 7 cm acima do bordo inferior. A escolha desta faixa teve em consideração um certo escorrimento que se verifica nas armadilhas expostas verticalmente e a quando do transporte. Para maior comodidade e precisão convém dividir esta área em 3 ou 4 sectores, segundo mostra a figura. No sector assinalado regista-se: 0 – ausência e + - presença.

7 cm7 cm7 cm

Figura: Delimitação, na armadilha, da faixa de 7 cm e respectiva divisão em sectores.

69

Nº de plantas ou órgãos a observar: em cultura de ar livre - 50 plantas/ha (até uma área de cultura de 5 ha), distribuídas

preferencialmente pelas bordaduras da parcela. Por cada fracção de 5 ha, as observações deverão incidir também em cinco plantas extra.

em cultura protegida – 20 plantas/ 500 m2, distribuídas preferencialmente pelas bordaduras da parcela.

Periodicidade das observações: observação semanal no PM. Para a restante área da responsabilidade do técnico a observação deve ser feita sempre que se justificar.

70

Observação em armadilhas PM: ___________________________________________________

Armadilhas cromotrópicas amarelas (0/+)

Armadilhas cromotrópicas

azuis (0/+) Armadilhas com feromona (0/+)

Data

de o

bser

vaçã

o

Afíd

eos

Trip

es

Trip

es

Acro

lepio

psis

asse

ctell

a

Total x 3

0 - ausência + - presença O Técnico ___________________________

71

Observação e quantificação em plantas dos organismos presentes na cultura PM: ___________________________________________________

Estados fenológicos:

1 2 3

abrolhamento dos bolbilhos produção de folhas bolbos

PRAGAS DOENÇAS AUXILIARES Afídeos Mosca Traça Tripes

Data de observação

Feno

logi

a

ocup

ação

(0 a

1)

para

sitism

o (I a

IV)

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos (

0 a 1)

Outro

s

Observações

Para o preenchimento desta ficha ver verso

O Técnico ___________________________

72

Anexo I

Legenda do caderno de campo

Pragas Afídeos Ocupação 0 – ausência 1 – 1-10 afídeos/folha Mosca Ocupação 0 – ausência 1 – presença de estragos Traça Ocupação 0 – ausência 1 – presença dos primeiros estados larvares e estragos Tripes Ocupação 0 – ausência 1 – presença de 1-5 formas móveis/planta

Doenças Alternariose 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Ferrugem 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Podridão branca 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Podridão cinzenta 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Auxiliares Predação 0 – ausência de predadores 1 – presença de predadores Parasitismo I – ausência de parasitismo II - < 25% de parasitismo III – 25% a 50% de parasitismo IV - > 50% de parasitismo

73

PRAGAS Afídeos

Figura 1 – Aphis fabae Scopoli. Os afídeos constituem um problema fitossanitário em horticultura. Devido à sua enorme capacidade de reprodução, podem originar prejuízos graves. As espécies mais comuns na cultura do alho são: o Aphis fabae Scopoli, o Acyrtosiphon pisum Harris, o Myzus spp., o Rhopalosiphum padi (L.) e o Sitobion avenae (Fabricius). A preferência dos afídeos por se alimentarem em diferentes órgãos da planta difere consoante a espécie. Alimentam-se da seiva da planta, originando folhas enroladas e por vezes surgem nas folhas manchas amareladas. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta e pesquisar enrolamentos nas folhas e a existência de colónias.

À presença da praga (folhas ocupadas com índice 1 (●), e ausência de parasitismo/predação, efectuar um tratamento. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

Luta biológica: Chrysoperla carnea Stephens – este crisopídeo é eficaz em culturas de pouco porte. As larvas atacam as presas e sugam os seus fluidos. O afídeo morto fica totalmente amarfanhado e por isso torna-se difícil a sua observação. Adalia bipunctata (Linnaeus)– este coccinelídeo está recomendado como uma medida de correcção quando as populações de afídeos aumentam ou aparecem as primeiras colónias. Os adultos e larvas alimentam-se dos afídeos. Os Sirfídeos, são também insectos úteis e realizam a sua actividade no estado larvar, predando em geral todas as espécies de afídeos.

Figura 2 - Sirfídeo Figura 3 – Coccinelídeos (larvas) Figura 4 – Coccinelídeos (adultos)

Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade. _______ (●) Índice de ocupação: 0=ausência; 1=1-10 afídeos/folha

Alfinete Figura 5 – Agriotis spp (alfinete).

De entre os insectos de solo que podem provocar estragos na cultura do alho, os alfinetes (Agriotis spp), são uns dos mais importantes Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Estimar a presença de alfinetes, antes da plantação, por intermédio de colheita de amostras de terra (amostras colhidas ao acaso) em vários pontos do campo ou parcela (nº de alfinetes/ m2). Tratar antes da plantação, quando se contabilizarem 4 alfinetes/m2. Se houver estragos

em plântulas, tratar. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.……….

74

Mosca A Delia antiqua (Meigen) é um díptero, vulgarmente conhecido por mosca da cebola, mas que pode provocar estragos importantes na cultura do alho. As posturas são feitas isoladamente ou em grupos de 20 ovos próximo do colo da planta, no solo ou nas escamas. Uma larva pode provocar estragos em várias plântulas e alimentam-se das raízes e bolbos. Os primeiros sintomas de infestação, manifestam-se nas folhas que adquirem uma coloração amarela e em caso de forte ataque pode ocorrer a morte da planta. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta na zona do colo junto ao solo e pesquisar a existência de estragos. Tratar preventivamente, quando se detectarem estragos em menos de duas/25 plantas. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.…

Nemátodos No caso dos nemátodos é fundamental a monitorização de galhas por observação visual das raízes de infestantes e de culturas anteriores Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a ocorrência de plantas sem vigor e de aspecto raquítico. Tratar quando se observarem os primeiros sintomas. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.……….

Nóctuas e Roscas Figura 6 – Agrotis spp (rosca).

A maioria dos lepidópteros considerados pragas das hortícolas pertencem à família Noctuidae. É uma família muito importante do ponto de vista agrícola, por possuir espécies que provocam graves prejuízos económicos às culturas. No caso particular do alho, as lagartas do solo (Agrotis spp),são das mais importantes. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a presença de larvas e pupas. 1- no caso das lagartas de solo: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a existência de lagartas, vulgarmente conhecidas por roscas (Agrotis spp.). Tratar à presença da praga ao fim do dia.

Luta biológica: De entre os inimigos naturais podem ser considerados alguns predadores, parasitóides e entomopatogéneos eficazes. De entre os predadores generalistas existem algumas espécies que actuam como predadores de ovos e larvas embora com uma eficácia baixa: Coccinella septempunctata (Linnaeus), Chrysoperla carnea Stephens. No que diz respeito aos parasitóides, apesar da existência de inúmeras espécies de himenópteros parasitóides de ovos e larvas, não se encontram em quantidade suficiente para fazerem um controlo eficaz. O inimigo natural mais conhecido e eficaz no combate aos lepidópteros é sem dúvida o Bacillus thuringiensis, que actualmente é comercializado como insecticida biológico. Luta química: diazinão

Traça Acrolepiopsis assectella (Zeller), é um lepidóptero vulgarmente conhecido por traça da cebola. A cultura do alho é particularmente sensível aos ataques deste lepidóptero. A postura realiza-se nas folhas e as larvas quando emergem penetram no interior das mesmas. Pupam no solo. Os estragos são provocados pelo facto das lagartas penetrarem no interior das folhas, pelas nervuras, conduzindo à paragem de crescimento das plantas, ao amarelecimento das folhas, podendo até conduzir ao apodrecimento das plantas, devido ao desenvolvimento de infecções secundárias causadas por fungos. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar folhas, inflorescências, bolbo e sementes. Observar coloração amarela nas folhas com as extremidades secas. Pesquisar a presença de excrementos verde-amarelados. Á presença da praga, tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes na parcela. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

75

Tripes Figura 7 – Thrips tabaci (Lindeman).

Os tripes podem provocar estragos directos, devido à actividade de alimentação e estragos indirectos provocados por esta actividade e por serem vectores de vírus. Devido à sua alimentação, surgem despigmentações na forma de manchas esbranquiçadas ou prateadas que acabam por necrosar. Alimentam-se preferencialmente de órgãos de planta ainda jovens, o que provoca deformações devido a um crescimento não homogéneo. As picadas de alimentação das larvas e adultos amarelecem e secam as folhas. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta e pesquisar a presença da praga e picadas de alimentação. Tratar à presença da praga (1 a 5 formas móveis/planta). Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. Luta biológica: No que diz respeito aos inimigos naturais, os Aeolothrips spp e os Orius spp, são auxiliares a proteger, uma vez que podem contribuir para o controlo desta praga e habitualmente estão presentes nas parcelas, pelo que qualquer intervenção química deverá ter em consideração o efeito secundário que a ou as substâncias activas escolhidas poderão ter nas populações destes auxiliares. Luta química: acrinatrina, bifentrina

Figura 8 - Frankliniella occidentalis (Pergande).

76

DOENÇAS Bacterioses

Erwinia carotovora subsp. carotovora

Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones 1901) Bergey, Harriso, Breed, Hammer & Huntoon 1923, manifesta-se pela destruição dos tecidos das escamas mais interiores do bolbo; coloração amarela que evolui para castanho observada nos tecidos afectados à medida que a podridão progride; odor característico, desagradável e intenso. Estes sintomas que surgem próximo da maturação. Meios de luta: - evitar uso de rega por aspersão e excesso de humidade; - arrancar e destruir plantas infectadas, infestantes hospedeiras e resíduos das culturas; - efectuar a colheita apenas após a maturação dos bolbos; - realizar rotações culturais; - promover o armazenamento em locais secos e com temperatura controlada.

Micoses

Alternariose A alternariose [Alternaria porri (Ellis) Cif.] manifesta-se de início por lesões esbranquiçadas nas folhas, que quase de imediato, adquirem uma coloração castanha. Quando ocorre a esporulação, as lesões adquirem uma tonalidade púrpura. Os bolbos podem ser infectados, próximo da colheita, quando o fungo penetra por alguma ferida. Nível de intervenção: Tratar quando se observarem sintomas da doença e quando se verificarem condições favoráveis: temperatura de cerca de 20ºC; tempo chuvoso e nevoeiro. Luta cultural: utilizar sementes sãs; utilizar variedades resistentes ou pouco susceptíveis Luta química: mancozebe, zirame

Ferrugem A ferrugem [Puccinia alli (L.)], manifesta-se nas folhas, inicialmente, por pontuações brancas nas folhas, que evoluem em pústulas alaranjadas de 1 a 3 mm de comprimento. Geralmente, ocorrem entre as nervuras. As folhas, fortemente infectadas pela doença, podem ficar amarelas e secar prematuramente. No final da estação, podem formar-se teliosporos castanhos escuros sobre as pústulas. Nível de intervenção: Tratar quando se observarem sintomas da doença e quando se verificarem condições favoráveis: HR elevada; temperaturas óptima 18ºC Luta cultural: utilizar sementes sãs; eliminar os restos da cultura anterior; promover a boa drenagem dos solos; realizar rotações culturais Luta química: mancozebe, zirame

Míldio O míldio [Peronospora destructor (Berk.) Casp.], é uma doença que se manifesta nas folhas novas por manchas extensas que se cobrem de um enfeltrado violáceo e posteriormente desenvolvem-se queimaduras sobre as mesmas. O tempo quente e húmido favorece o desenvolvimento da doença e, consequentemente, as extremidades superiores da planta morrem totalmente e os bolbos não atingem a maturação. Nível de intervenção: Tratar quando se observarem sintomas da doença e quando se verificarem condições favoráveis: HR elevada; temperaturas amenas. Luta cultural: utilizar sementes tratadas; escolher parcelas com solos ligeiros e bem drenados; eliminar as infestantes; promover o arejamento entre plantas; evitar excessos de adubação; realizar rotações culturais. Luta química: mancozebe, zirame

77

Podridão branca A podridão branca do alho [Stromatinia cepivorum Berkeley, Anamorfo: Sclerotinia cepivorum Berkeley], pode manifestar-se logo após a transplantação, dificultando a germinação e também: Nas plântulas: provoca a morte das plântulas em pré e pós-emergência. Nas plantas adultas: ● Parte aérea : amarelecimento e murchidão das folhas mais velhas, estendendo-se rapidamente a toda a folhagem. Com alto nível de inóculo no solo, as plantas podem morrer rapidamente e em grandes áreas do campo. ● Bolbos . podridão mole na base dos bolbos, que se cobre de micélio branco. Sobre este formam-se numerosos esclerotos pretos. As plantas infectadas são facilmente arrancadas do solo. ● Raízes : podridão translúcida, com eventual produção de esclerotos. Nível de intervenção: Tratar quando se observarem sintomas da doença e quando se verificarem condições favoráveis: temperaturas entre18 ºC e 20 ºC . Luta cultural: utilizar sementes sãs; eliminar as infestantes; evitar o transporte de solo infectado para campos livres da doença; realizar rotações culturais. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Podridão cinzenta A podridão cinzenta [Botryotinia porri (van Beyma) Whetzel. Anamorfo: Botrytis porri (Buchw.)] provoca a podridão dos bolbos, começando junto ao colo (inversamente à provocada por S. cepivorum) e formação de grandes esclerotos pretos ao nível do solo, circundando o colo da planta. Nível de intervenção: Tratar logo que se observem os sintomas característicos da doença e em condições favoráveis: temperaturas entre13 ºC e 15 ºC (para a formação dos conídios) ; temperatura óptima 25ªC (para o crescimento micelial). Luta cultural: utilizar plantas sãs; eliminar as infestantes; realizar rotações culturais. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Bibliografia

78

4. BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, D. – Manual de hortícolas. Lisboa: Editorial Presença, 2006. Vol II,

p. 49-62.

BOYHAN, G.E.; TORRANCE, R.L. – Vidalia onions – sweet onion production in

South-eastern Georgia. HortTechnology, 12 (1991), p. 196-202.

BREWSTER, J.L. – Onions and garlic. In WIEN, H.C. (eds) The physiology of vegetable crops. CAB International. 1997. p. 581-619.

BREWSTER, J.L. – Onions and other vegetable Alliums. CAB International. 1994.

FERREIRA, J.; ALMEIDA, D. – Efeito do tratamento térmico dos propágulos no

crescimento e produção da cultura de Allium sativum. Actas de Horticultura. 16 (1997), p. 175-180.

GARCIA ALONSO, C.R. – El ajo. Cultivo y aprovechamiento. Mundi-Prensa,

Madrid. 1998.

WARADE, S.D.; KADAM, S.S. – Onion. In SALUNKHE, D.K.; KADAM, S.S.

(eds) Handbook of vegetable science and technology. Production, composition, storage and processing. Marcel Dekker, New York. 1998. p.

397- 413.

ALHO-FRANCÊS ( alho-porro)

(Allium porrum L. = Allium ampeloprasum L. var.

porrum (L.))

Protecção integrada

80

ALHO-FRANCÊS (alho-porro)

1. PROTECÇÃO INTEGRADA

1.1. Lista das substâncias activas aconselhadas para combater diferentes organismos nocivos e respectivos produtos fitofarmacêuticos

Considerando as substâncias activas aconselhadas em protecção integrada da

cultura do alho-francês (alho-porro) [Allium porrum L. = Allium

ampeloprasum L. var. porrum (L.)] e respectivos inimigos, foram elaborados

os Quadros XXVII, XXVIII, XXIX, XXX e XXXI nos quais são também

referenciadas as formulações, concentrações, classificação toxicológica,

intervalo de segurança e observações para as condições de aplicação.

No Anexo I apresentam-se as abreviaturas dos tipos de formulação e

classificação toxicológica das substâncias activas, segundo o Código Nacional

e Internacional.

Quadro XXVII - Substâncias activas e produtos comerciais insecticidas e acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

INSECTICIDAS E ACARICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / hl) CT IS

Dias Produto comercial

Lagartas Bacillus thuringiensis (*) WP 3,8 (6) Xi - TUREX (*)

deltametrina (*) ⑥ EC 0,75 (2) (3) Xn;N 7 DECIS (*)

lambda-cialotrina (*)⑥ CS 7,5g sa/ha (7) Xn;N 14 KARATE WITH ZEON TECHNOLOGY(*)

lufenurão(*) EC 2 (4) (5) C 30 MATCH 050 EC (*) Tripes (Frankliniella occidentalis, Thrips tabaci)

formetanato (hidrocloreto) (*)⑥ SP 50 (1) T 3 DICARZOL (*)

Obs. (*) Alargamento de espectro para uso menor. ⑥ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) Aplicar ao aparecimento da praga de modo a evitar o desenvolvimento de grandes populações (2) Pulverização a efectuar entre Fevereiro e Junho. (3) Em apenas 1 aplicação. (4) Pulverização a alto volume, na altura da postura ou eclosão dos ovos na fase de larvas jovens. (5) Nº preconizado de aplicações: 2 (6) Pulverização a alto volume, a realizar ao aparecimento das primeiras lagartas nos primeiros estádios larvares. (7) Pulverizar o colo das plantas logo que se detectado o ataque.

Protecção integrada

81

Quadro XXVIII - Substâncias activas e produtos comerciais fungicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

FUNGICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / hl) CT IS

Dias Produto comercial

Alternariose captana (*) WP 125-199,2 (1) (2) Xi 10 MERPAN 83 (*)

clortalonil (*) SC 125-150 (7) (8) Xn 14 BRAVO 500 (*) Ferrugem

azoxistrobina (*) SC 20-25 (11) (12) N 21 ORTIVA (*)

difenoconazol (*) EC 12,5 (13) (14) Is 21 SCORE 250 EC (*) Míldio

azoxistrobina (*) SC 20-25 (9) (10) N 21 ORTIVA (*)

clortalonil (*) SC 125-150 (7) (8) Xn 14 BRAVO 500 (*)

mancozebe (*) WP 160-200 (5) (6) Xi;N 28 MANCOZEBE SAPEC (*) Podridão mole (Erwinia carotovora)

cobre (hidróxido) (*) WG 100-160 (3) (4) Xi 14 KOCIDE DF (*) Obs. (*) Alargamento de espectro para uso menor. (1) Aplicar sempre que o tempo decorra húmido e chuvoso. (2) Nº máximo de aplicações: 7. (3) Pulverizar quando o tempo decorra húmido e chuvoso. (4) Intervalo entre aplicações: 7 a 10 dias. (5) Aplicar quando o tempo decorra húmido e chuvoso e as temperaturas superiores a 10ºC. (6) Nº máximo de aplicações: 2. (7) Tratar quando o tempo decorra húmido e chuvoso. (8) Nº máximo de aplicações: 6. (9) Aplicar preventivamente antes do aparecimento dos primeiros sintomas entre Setembro e Maio. (10) Nº preconizado de aplicações: 3. (11) Pulverizações a efectuar entre Fevereiro e Junho. (12) Nº máximo de aplicações: 4. (13) Iniciar os tratamentos após o aparecimento dos primeiros sintomas e repetir 7 a 10 dias depois. (14) Nº preconizado de aplicações: 2.

Quadro XXIX - Substâncias activas e produtos comerciais nematodicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

NEMATODICIDAS

Substância activa Form Concentração (kg s.a. / ha) CT IS

Dias Produto comercial

1,3-dicloropropeno (2) ③ AL 120-180 (3) - D-D 92

dazomete (1) ③ MG 30-60 g sa/m2 Xn;N - BASAMID GRANULADO

metame-sódio (4) ③ SL 327-573 C;N - ARAPAN 50; LAISOL; METAME SODIO QUIMAGRO; METAME SODIO SELECTIS; RAISAN 50; VAPOCAL; VAPOSOLO 510

Obs. ③ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) A aplicar em áreas restritas destinadas a floricultura e horticultura intensivas, antes da sementeira ou plantação. As doses mais baixas

destinam-se a combater nemátodos livres, as médias a nemátodos que formam galhas e as mais altas aos dos géneros Ditylenchus e Globodera e a solos pesados.

(2) Aplicação em solo nu, no combate a nemátodos do género Meloidogyne, Globodera e Ditylenchus. Aguardar 3-4 semanas até à sementeira ou plantação.

(3) Form com 92% Nocivas (Xn); Form com 97% Tóxicas (T). (4) Aplicar antes da implantação da cultura, usando as doses mais elevadas em solos pesados.

Protecção integrada

82

Quadro XXX - Substâncias activas e produtos comerciais moluscicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

MOLUSCICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / ha) CT IS Dias Produto comercial

GB 120 (1) 0,12 g s.a/m de banda com 1-2 de largura (3)

(4) (2) MESUROL ANTILESMA metiocarbe ③

WP (5) 150 (5 g sa/hl) T;N (2) MESUROL 50

tiodicarbe ③ GB 200 Xn - SKIPPER

Obs. ③ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) Espalhamento manual ou mecânico em cultura extensiva. (2) Não aplicar junto de culturas comestíveis a menos de 3 semanas da colheita. (3) Constituindo barreira à volta do terreno a proteger em hortas e jardins. (4) Form com 4% Xn (Nocivas); Form com 1% Is (Isentas). (5) Só deve ser aplicado sobre plantas que não sirvam para a alimentação humana ou animal, podendo porém, ser aplicado sobre plantas

que produzam frutos, desde que a aplicação se faça antes da floração.

Quadro XXXI- Substâncias activas e produtos comerciais herbicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

HERBICIDAS

Substância activa Form Dose (g s.a. / ha) CT IS

Dias Condições de aplicação Produto comercial

cicloxidime EC 200-400 (1) Xi 28 Monocotiledóneas Aplicar em pós-emergência da cultura e das infestantes em estado de crescimento activo. Aplicar desde a fase de 3 folhas até ao início do afilhamento. (1) Teor em sa 200g/l – gramíneas anuais e vivazes.

FOCUS ULTRA

glifosato (sal de amónio) SL 720-2520 Is - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Aplicar antes da instalação da cultura, quando as infestantes se encontram em crescimento activo.

TOUCHDOWN PREMIUM

pendimetalina ③ EC 1320-1980 Xn;N - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Aplicar em pré-emergência da cultura e das infestantes.

PROWL; STOMP 33E

prometrina SC 1000-1500 N - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Após vencida a crise de transplantação e antes da emergência das infestantes ou quando estas estiverem na fase de plântula. Não semear ou plantar espécies diferentes das indicadas nos rótulos antes de decorridas 6 semanas após a aplicação.

GESAGARDE 500 FW

Obs. ③ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória.

1.2. Efeito secundário das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada e dos respectivos produtos fitofarmacêuticos

Com o objectivo de dar prioridade à protecção da fauna auxiliar (introduzida ou

fomentando a limitação natural), foram elaborados os Quadros XXXII e XXXIII,

nos quais se apresentam os efeitos secundários das substâncias activas

insecticidas, acaricidas e fungicidas sobre os artrópodes auxiliares

considerados mais importantes nas culturas hortícolas (coleópteros,

Protecção integrada

83

neurópteros, heterópteros, himenópteros, fitoseídeos, sirfídeos e polinizadores)

e na cultura do alho-francês (alho-porro) em particular. As substâncias activas

foram também agrupadas em recomendadas e complementares, tal como foi

referido no ponto 2 das Generalidades - Protecção integrada.

Quadro XXXII - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas insecticidas e acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

Substâncias activas Recomendadas / Complementares

Coleópteros

Neurópteros

Heterópteros

Himenópteros

Fitoseídeos

Sirfídeos

Polinizadores

PRAGAS Lagartas

RECOMENDADAS Bacillus thuringiensis C COMPLEMENTARES deltametrina (*) R (72h / 11/2 dia) lambda-cialotrina (*) I lufenurão - R (48h / 2 dias)

Tripes COMPLEMENTARES formetanato (hidrocloreto) (**) - - - I Obs.

- muito tóxico - medianamente tóxico - neutro (*) – Incompatível com os auxiliares durante 8 semanas. (**) – Incompatível com os auxiliares durante 4 semanas. C - Compatível com as colmeias I - Incompatível com as colmeias R ( ) - Retirar a colmeia antes de aplicar a substância activa e voltar a colocá-la no mesmo sítio no prazo indicado ( ). ( ) persistência da s.a., expressa em horas ou dias. T - Fechar a colmeia quando aplicar a substância activa, e abrir só quando não se observar o produto sobre a cultura.

Protecção integrada

84

Quadro XXXIII - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas fungicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

Substâncias activas Recomendadas / Complementares

Coleópteros

Neurópteros

Heterópteros

Himenópteros

Fitoseídeos

Sirfídeos

Polinizadores

DOENÇAS

Alternariose COMPLEMENTARES captana T clortalonil T/R (12h)

Ferrugem RECOMENDADAS difenoconazol - C/T COMPLEMENTARES azoxistrobina C

Míldio COMPLEMENTARES azoxistrobina C clortalonil T/R (12h) mancozebe C/T

Podridão mole COMPLEMENTARES cobre (hidróxido) - Obs.

- muito tóxico - medianamente tóxico - neutro C - Compatível com as colmeias I - Incompatível com as colmeias R ( ) - Retirar a colmeia antes de aplicar a substância activa e voltar a colocá-la no mesmo sítio no prazo indicado ( ). ( ) persistência da s.a., expressa em horas ou dias. T - Fechar a colmeia quando aplicar a substância activa, e abrir só quando não se observar o produto sobre a cultura.

Com o objectivo de proceder a uma melhor e sustentável escolha dos produtos

fitofarmacêuticos, para a cultura do alho-francês (alho-porro) foram elaborados

os Quadros XXXIV, XXXV, XXXVI, XXXVII e XXXVIII nos quais se apresentam

os efeitos secundários dos produtos sobre o Homem, o ambiente e outros

organismos, nomeadamente, abelhas, aves, fauna selvagem e organismos

aquáticos.

Protecção integrada

85

Quadro XXXIV - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos insecticidas e acaricidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

INSECTICIDAS E ACARICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

Bacillus thuringiensis

TUREX Xi - - - - - deltametrina

DECIS Xn N - - T formetanato (hidrocloreto)

DICARZOL T N - T+ - T+ lambda-cialotrina

KARATE WITH ZEON TECHNOLOGY

Xn N - - T+

lufenurão MATCH 050 EC C N - - - T

Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Quadro XXXV - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos fungicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

FUNGICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

azoxistrobina

ORTIVA - N - - - T+ captana

MERPAN 83 T ; N - - - T+ clortalonil

BRAVO 500 Xn ; N - - - T+ cobre (hidróxido)

KOCIDE DF Xn N - - - T+ difenoconazol

SCORE 250 EC - N - - - T mancozebe

MANCOZEBE SAPEC Xi N - - - T+ Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Protecção integrada

86

Quadro XXXVI - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos nematodicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

NEMATODICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

1,3-dicloropropeno

D-D 92 T N - - - T dazomete

BASAMID GRANULADO Xn N T+ metame-sódio

ARAPAN 50 C N - - - T+ LAISOL C N - - - T+

METAME SODIO QUIMAGRO C N - - - T+ METAME SODIO SELECTIS C N - - - T+

RAISAN 50 C N - - - T+ VAPOCAL C N - - - T+

VAPOSOLO 510 C N - - - T+ Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Quadro XXXVII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos moluscicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

MOLUSCICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

metiocarbe

MESUROL 50 T N - - T+ MESUROL ANTILESMA Xn N - T

tiodicarbe SKIPPER Xn - - - -

Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Protecção integrada

87

Quadro XXXVIII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos herbicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura do alho-francês (alho-porro).

HERBICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

cicloxidime

FOCUS ULTRA Xi - - - - glifosato (sal de amónio)

TOUCHDOWN PREMIUM Is - - - pendimetalina

PROWL Xn N - - - T+ STOMP 33E Xn N - - - T+

prometrina GESAGARDE 500 FW - N - - - T+

Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

1.3. Níveis económicos de ataque

No Quadro XXXIX referem-se de forma sintética os aspectos mais importantes

da estimativa do risco, nível económico de ataque e tomada de decisão, bem

como os meios de luta para o combate das pragas na cultura do alho-francês

(alho-porro).

Quadro XXXIX - Níveis económicos de ataque e tomada de decisão para as pragas na cultura do alho-francês (alho-porro).

PRAGAS

Mosca Díptera

Anthomyiidae Delia antiqua (Meigen)

Estimativa do risco Meios de luta Observação

visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta na zona do colo junto ao solo e pesquisar a existência de estragos.

Colocar armadilhas com feromona

Em cultura de ar livre: Tratar preventivamente, atendendo ao historial da parcela, quando as temperaturas forem favoráveis ao aparecimento de populações da praga.

Em cultura de ar livre: - realizar transplantes tardios; - realizar mobilizações profundas;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

88

Nemátodos Meloidogyne spp.

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a ocor-rência de plantas sem vigor e de aspecto raquítico.

. Em cultura de ar livre: Tratar quando se observarem os primeiros sintomas.

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes no campo de produção e nas zonas circundantes;

- eliminar os restos da cultura anterior;

- realizar rotações culturais. Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Nóctuas e Roscas Lepidóptera Noctuidae

Agrotis spp. Estimativa do risco Meios de luta

Observação visual Biológico Método de

amostragem e órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a presença de larvas e pupas.

Colocar armadilhas com feromona.

Em cultura de ar livre: no caso das lagartas de solo: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a existência de lagartas, vulgarmente conhecidas por roscas (Agrotis spp. e pupas. Tratar à presença da praga ao fim do dia.

Bacillus thuringiensis deltametrina lambda-cialotrina lufenurão

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes, pois

há preferência por algumas espécies de realizar posturas em certas plantas adventícias que podem actuar como focos de infestação;

- eliminar os restos da cultura anterior.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

89

Traça Lepidóptera

Hyponomeutidae Acrolepiopsis assectella (Zeller)

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar coloração amarela nas folhas com as extremidades secas. Pesquisar a presença de excrementos verde-amarelados.

Colocar armadilhas com feromona.

Em cultura de ar livre: Á presença da praga, tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes na parcela.

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes no campo de produção e nas zonas circundantes;

- eliminar os restos da cultura; - realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Tripes Tisanóptera

Thripidae Frankliniella occidentalis Pergande, Thrips tabaci (Lindeman)

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta e pesquisar a presença da praga e picadas de alimentação.

Colocar armadilhas cromotrópicas amarelas e azuis.

Em cultura de ar livre: À presença da praga (1 a 5 formas móveis/planta), tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

formetanato (hidrocloreto)

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes; - eliminar os restos da cultura; - realizar rotações culturais; - realizar mobilização do solo; - colocar armadilhas

cromotrópicas (amarelas e azuis) para capturas em massa (luta biotécnica)

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

No Quadro XL, apresentam-se sinteticamente os aspectos mais importantes da

estimativa do risco, sintomas, níveis de intervenção e tomada de decisão, bem

como os meios de luta para o combate das doenças na cultura do alho-francês

(alho-porro).

Protecção integrada

90

Quadro XL - Níveis de intervenção (estimativa de risco, sintomas) e tomada de decisão para as doenças na cultura do alho-francês (alho-porro).

DOENÇAS

Bacterioses

Podridão mole Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones 1901) Bergey, Harriso, Breed, Hammer & Huntoon 1923

Sintomas Transmissão Meios de luta Manifesta-se pela destruição dos tecidos das escamas mais interiores do pseudocaule (fuste); pela coloração amarela que evolui para castanho observada nos tecidos afectados à medida que a podridão progride;pelo odor característico, desagradável e intenso; e por sintomas que surgem próximo da maturação.

- via aerossol (chuva, vento, rega por aspersão);

- por intermédio de solo contaminado aderente aos bolbos.

- evitar uso de rega por aspersão e excesso de humidade;

- arrancar e destruir plantas infectadas, infestantes hospedeiras e resíduos das culturas;

- efectuar a colheita apenas após a maturação dos bolbos;

- realizar rotações culturais.

Micoses

Alternariose Alternaria porri (Ellis) Cif.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Manifesta-se de início por lesões esbranquiçadas nas folhas, que quase de imediato, adquirem uma coloração castanha. Quando ocorre a esporulação, as lesões adquirem uma tonalidade púrpura. Os pseudocaules (fuste) podem ser infectados, próximo da colheita, quando o fungo penetra por alguma ferida.

- temperatura de cerca de 20ºC;

- tempo chuvoso e nevoeiro

captana clortalonil

- utilizar sementes sãs;

- utilizar variedades resistentes ou pouco susceptíveis.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Carvão Urocystis cepulae Frost

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

A primeira folha da plântula é infectada à superfície do solo, uma vez que no interior da plântula o fungo desenvolve-se por baixo da epiderme das folhas e das escamas. Os sintomas manifestam-se em forma de bandas de côr de chumbo, chegando a rebentar, pondo a descoberto uma massa negra pulverulenta de esporos, os quais atingem o solo, que fica contaminado.

- solo - destruir as plantas infectadas

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

91

Ferrugem Puccinia porri (Sow.) Winter

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Observam-se nas folhas manchas pardo-avermelhadas que mais tarde adquirem a coloração violácea, nas quais se desenvolvem os uredosporos. As folhas secam prematuramente em consequência da infecção.

difenoconazol azoxistrobina

Em cultura de ar livre: - eliminar os restos

da cultura anterior; - realizar rotações

culturais. Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Míldio Peronospora destructor (Berkeley) Casp.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

É uma doença que se manifesta nas folhas novas por manchas extensas que se cobrem de um enfeltrado violáceo e posteriormente desenvolvem-se queimaduras sobre as mesmas. O tempo quente e húmido favorece o desenvolvimento da doença e, consequentemente, as extremidades superiores da planta morrem totalmente e os bolbos não atingem a maturação.

- HR elevada; - temperaturas amenas

azoxistrobina clortalonil mancozebe

Em cultura de ar livre: - utilizar sementes

tratadas; - escolher parcelas

com solos ligeiros e bem drenados;

- eliminar as infestantes;

- promover o arejamento entre plantas;

- evitar excessos de adubação;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Queima das folhas Botrytis squamosa J.C. Walker

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Nas folhas observam-se manchas de cor branco-amarelado. Quando a infecção é severa produz-se uma necrose foliar.

- HR elevada Em cultura de ar livre: - eliminar os restos

da cultura anterior; - realizar rotações

culturais. Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Práticas culturais

92

2. PRÁTICAS CULTURAIS

2.1. Localização da cultura

2.1.1. Condições climáticas

O alho-francês (alho-porro) é uma planta de climas temperados e húmidos e de

dias neutros, com a floração a ocorrer com dias longos. Embora seja uma

cultura resistente ao frio, tem paragem de crescimento aos 5ºC, sendo a

temperatura óptima de desenvolvimento entre os 12 e os 23ºC.

2.1.2. Condições edáficas

O alho-francês (alho-porro) adapta-se a quase todos os tipos de solo, mas

prefere os de aluvião, de textura arenosa a franco-arenosa, ricos em matéria

orgânica (entre 2 a 4%), com pH entre 6,0 e 7,0 e condutividade eléctrica

inferior a 0,4 dS/m determinada no extracto aquoso, proporção 1:2 (solo/água).

Apresenta sensibilidade à salinidade.

2.2. Sementeira e Plantação

2.2.1. Época e compassos de sementeira/plantação

Consoante as variedades, o alho-francês (alho-porro) pode ser semeado ou

plantado, manual ou de forma mecânica, ao longo de todo o ano nas zonas de

clima temperado e em Março-Abril, nas zonas mais frias. Em geral, as

plantações realizam-se em Agosto e Setembro e a colheita é feita no Inverno.

O solo deve ser preparado a 20 ou 25 cm de profundidade, de forma a garantir

uma estrutura uniforme e uma boa drenagem interna. Por vezes, a planta é

preparada antes da plantação através do corte da parte superior das folhas.

A armação do terreno pode ser feita em sulcos ou regos ou em camalhões

largos. A plantação em sulcos ou regos irá facilitar as sucessivas amontoas

que a cultura exige ao longo do ciclo e é feita a 15 cm de profundidade, ficando

Práticas culturais

93

as plantas distanciadas de 75 cm. No caso do terreno armado em camalhões, a

plantação pode efectuar-se colocando as plantas em orifícios individuais,

dispostos em três linhas. No caso da cultura mecanizada, a plantação é feita à

rasa.

A sementeira directa, pode ser vantajosa na produção destinada à indústria. As

plantas apresentam fustes mais direitos, mas menor comprimento do fuste

branqueado e maior propensão ao aparecimento de cabeça pronunciada. As

principais exigências da cultura por sementeira directa são a preparação do

terreno, a regularidade da sementeira e o maior cuidado a ter com as

infestantes, devido ao aumento do período de ocupação da parcela.

A plantação manual pode ser feita em regos com 0,15 m de profundidade,

distando cerca de 0,75 m entre si, dispondo as plantas a 0,10 m na linha, com

uma densidade de plantação de 12,5 plantas/m2. No caso da plantação

mecânica, devem utilizar-se compassos de 0,30 a 0,60 m na entrelinha e de

0,10 a 0,15 m na linha.

É importante que a plantação se efectue com o máximo cuidado para que as

jovens plantas fiquem exactamente na vertical, pois este factor poderá evitar

uma futura curvatura do fuste. A distância entre regos ou linhas deverá ser de

modo a facilitar a prática de 2 a 3 amontoas, de forma a obter maiores

comprimentos de branqueamento de fuste. A última amontoa deverá executar-

se cerca de 30 dias antes da colheita.

A densidade de plantação depende do calibre desejado. O diâmetro e

comprimento médios do pseudocaule aumentam à medida que a densidade

diminui, enquanto a mortalidade das plantas aumenta proporcionalmente à

densidade.

2.3. Rega

A rega é necessária para uma produção de qualidade, uma vez que se deve

manter uma humidade constante ao longo do ciclo cultural. De um modo geral,

o sistema de rega habitual é de gota-a-gota e que é compatível com o sistemas

de amontoas sucessivas.

Práticas culturais

94

2.4. Aplicação de nutrientes ao solo

No Quadro XLI estão indicadas as quantidades de nutrientes a aplicar de

acordo com as classes de fertilidade do solo e a produção esperada.

Quadro XLI - Quantidade de nutrientes a aplicar (kg/ha) na cultura do alho-francês (alho-porro) ao ar livre, consoante as classes de fertilidade do solo, para uma produção esperada de 35 a 45 t/ha.

Classes de fertilidade do solo Parâmetro

Produção esperada t/ha M. Baixa Baixa Média Alta M. Alta

N(*) 35 40 45

100 130 160

P2O5

35 40 45

135-165 150-180 180-200

105-135 120-150 150-180

75-105 85-120 100-150

50-75 60-85

75-100

50 60 75

K2O 35 40 45

135-165 150-180 180-200

105-135 120-150 150-180

75-105 90-120 100-150

50 60 75

- - -

Mg 35 a 45 10-20 0-10 - - - (*) No caso do azoto não são utilizadas classes de fertilidade

2.4.1. Aplicação de azoto

A quantidade de azoto (N) a aplicar é estabelecida tendo em conta a produção

esperada, que é condicionada pelas condições climáticas e de solo da região,

bem como pela fitotecnia utilizada (variedade, tipo de rega, preparação do solo,

etc.). Para a determinação da quantidade total de N a aplicar é obrigatório

deduzir o azoto veiculado pelos correctivos orgânicos aplicados e pela água de

rega. Utilizar, para os correctivos, os valores referidos na análise ou, na sua

falta, os valores médios indicados no Anexo III-4 – Quadro I. No caso da água

poderão ser utilizados os valores da última análise, efectuada em amostra

colhida de acordo com o estipulado no D. L. 236/98 de 1 de Agosto.

Fraccionar o azoto, aplicando metade a um terço em fundo e o restante em

duas ou três coberturas. Nas sementeiras ou plantações de Inverno, o

fraccionamento das coberturas (Fevereiro/Abril) deverá ser mais abundante em

anos chuvosos. Não fazer coberturas tardias. Usar os valores mais elevados

em solos pobres em matéria orgânica e em que não haja aplicação de

correctivos orgânicos.

Sempre que possível, usar adubos com enxofre, em especial nos solos com

teores baixos de matéria orgânica e nos derivados de areia e ou arenitos.

Práticas culturais

95

2.4.2. Aplicação de fósforo, potássio e magnésio

As quantidades de fósforo, potássio e magnésio indicadas no Quadro XLI são

para aplicar em fundo, a lanço, podendo uma parte ser aplicada de forma

localizada.

No caso dos solos incluídos nas classes de fertilidade mais baixas e para as

produções mais elevadas, parte do potássio poderá ser aplicada em cobertura

juntamente com o azoto, tendo em atenção os desequilíbrios que pode

provocar.

2.5. Aplicação de nutrientes por via foliar

No caso da cultura do alho-porro, não se conhecem valores de referência para

o diagnóstico do estado de nutrição da cultura.

2.6. Operações culturais

Em mercados que exigem pseudocaules (fustes) longos e brancos é

necessário efectuar uma operação de amontoa destinada ao branqueamento

dos fustes ou pseudocaules. A amontoa deve ser realizada 4 semanas antes

da colheita e ao longo do ciclo cultural poderão realizar-se 2 a 3 amontoas. A

amontoa não se efectua quando a plantação se realiza em orifícios, os quais

são já de si suficientemente fundos.

A desponta das folhas efectua-se quando crescimento é excessivo e consiste

na eliminação do extremo apical de um rebento da planta para parar o seu

crescimento.

A cobertura da cultura (com películas de polipropileno não tecido ou perfurado)

permite aumentar a precocidade de culturas de Primavera.

2.7. Colheita

A colheita deve ser efectuada na época própria de cada variedade, devido à

influência que pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos

de colheita. As plantas devem estar inteiras, sãs, com aspecto fresco, sem

humidade exterior e sem cheiros estranhos.

Práticas culturais

96

Consoante as variedades, a colheita é feita 5 a 6 meses após a plantação ou 7

a 8 meses após a sementeira, quando as plantas atingem o tamanho

conveniente. A colheita pode ser feita mecânica ou manualmente, devendo os

alhos ser imediatamente preparados, efectuando-se o corte das raízes, a

lavagem e eliminação das folhas exteriores.

A colheita mecânica faz-se obrigatoriamente numa data, em que a maioria das

plantas atinge o calibre e comprimento do fuste branqueado óptimo. As plantas

são cortadas com uma lâmina a uma profundidade imediatamente abaixo do

nível das raízes.

Para a colheita manual, usa-se um instrumento em forma de pá estreita, que é

introduzido verticalmente junto ao pé da planta e que, após torção, a levanta

imediatamente abaixo das raízes.

Caderno de campo

97

3. CADERNO DE CAMPO

3.1. Introdução

Em produção integrada, é fundamental definir as práticas aceites e

aconselhadas neste modo de produção, estabelecendo se possível, um modelo

técnico por cultura e para cada região.

O caderno de campo é o documento base e obrigatório para o exercício da

produção integrada. Este deve ser elaborado e distribuído pelas Organizações

reconhecidas e obedecer ao modelo que se apresenta neste capítulo. Com o

caderno campo pretende-se que sejam identificadas todas as operações

culturais, execução de tarefas e tecnologias a utilizar.

Neste documento, é fundamental o registo da ocorrência dos estados

fenológicos da cultura, das operações culturais efectuadas e as datas em que

tenham sido realizadas, das observações efectuadas relativamente aos

inimigos da cultura e organismos auxiliares, da aplicação de produtos

fitofarmacêuticos e fertilizantes.

De acordo com o Decreto-Lei nº 180/95, de 26 de Julho e legislação

complementar, é obrigatório o agricultor anexar os comprovativos de

aquisição dos produtos fitofarmacêuticos e fertilizantes, e os boletins das

análises emitidos pelos laboratórios que efectuaram as análises exigidas.

É obrigatório o agricultor disponibilizar o caderno de campo às entidades

competentes, sempre que solicitado.

O agricultor e o técnico responsável pela parcela inscrita em produção

integrada, responsabilizar-se-ão, com as suas assinaturas, pela veracidade dos

dados registados no caderno.

98

CADERNO DE CAMPO PARA PRODUÇÃO INTEGRADA NA CULTURA DO ALHO-FRANCÊS (alho-porro)

Ano de inicio da candidatura ______________ Ano de actividade ___________ Cultura anterior na parcela ____________________________________________ Identificação da Organização de Agricultores Designação ________________________________________________________ Morada ____________________________________________________________ Contacto __________________________________________________________ Nº Contribuinte _____________________________________________________ Identificação do Produtor Nome _____________________________________________________________ Morada ____________________________________________________________ Contacto __________________________________________________________ E-mail _____________________________________________________________ Nº Contribuinte _____________________________________________________ Nº do Contrato ______________________________________________________ Identificação da parcela Nome ____________________________ Local ___________________________ Freguesia _________________________ Concelho ________________________ Distrito ____________________________ Área (ha) _______________________ Nº parcelário ____________________________ Data ______________________________________________________________ Produtor ___________________________________________________________ Técnico ___________________________________________________________

Espaço reservado ao logótipo da Organização de

Agricultores reconhecida

99

Preparação do terreno Data Operação cultural / alfaia Nº de passagens Objectivo Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Sementeira / Plantação

Data de sementeira _________________________________Data de plantação____________________ Densidade de sementeira _______________________________________________________________ Compasso de plantação_________________________________________________________________ Nº de plantas/ m2______________________________ Nº de plantas/ ha__________________________

Mecânica Manual Observações _____________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________

100

Fertilização

Amostra de solos: Data ____________________ Laboratório _________________________________________________ Referência da amostra ____________________ Correctivos Data t/ha Técnica de aplicação Cal de depuração Estrume Lamas Adubação de fundo

Unidades de fertilizantes aplicadas / ha Data Adubo Kg/ha N P205 K20 B Mg Mn S Ca

TOTAIS Técnica de aplicação _____________________________________________________________ Adubação de cobertura

Unidades de fertilizantes aplicadas / ha Data Adubo Kg/ha N P205 K20 B Mg Mn S Ca

TOTAIS Técnica de aplicação _____________________________________________________________ Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

101

Rega Análise água (data) ____________________ Laboratório _____________________________________ Origem da água _______________________________________________________________________ Referência da amostra ____________________ Sistema de rega ____________________ A. Área total (ha): ________________________________________

(preenchimento facultativo) B. Nº de sectores de rega: _________________________________ C. Área do compasso (m2): _________________________________

distância entre linhas (m) x distância entre emissores (m) D. Caudal do emissor (aspersor, gotejador – l / hora)________ E. Potência da bomba (hp): ________________________________

(preenchimento facultativo) F. Caudal da bomba (l / s): _________________________________

(preenchimento facultativo) Registo das regas I. J. = I. x D. / C. L. M. = J. x L.

Tempo de rega diário (h) (média para um sector) *

Dotação (mm ou l/m2)

Nº de regas (para um sector) *

Dotação total (mm ou l / m2) Mês

1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro * não existindo sectores, considera-se toda a área. SOMA:

Outras operações culturais Data

102

Controlo de infestantes

Herbicida Data Substância activa Produto comercial Kg ou l/ha IS

Monda Manual (Sim/Não) __________________________________________ Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Produtos Fitofarmacêuticos Utilizados Insecticidas, Acaricidas, Fungicidas e Nematodicidas

Data Praga / Doença Substância activa Produto comercial (kg ou l/ha) IS Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

103

Colheita Data de início de colheita:___________________________ Data de final de colheita:________________ Produção (kg/ha) ______________________________________________________________________

Mecânica Manual Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Ao caderno de campo o produtor deve anexar: - Boletim de análise de terra - Boletim de análise de água de rega - Boletim de análise foliar (quando efectuada) - Comprovativos de aquisição dos fertilizantes aplicados - Comprovativos de aquisição dos produtos fitofarmacêuticos aplicados - Plano de exploração

104

VISITAS AO CAMPO

DIA MÊS OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES (Assinatura do técnico)

105

Constituição de pontos de monitorização (PM)

Objectivo dos PM: representativos da área de produção (ha) / zona (concelhos), os quais determinarão a tomada de decisão para o tipo de actuação mais adequada. Área do PM: Área representativa da zona de produção. Esta área é seleccionada pelo técnico da Organização. Deve anexar-se ao caderno de campo informação pormenorizada do PM. Nº de armadilhas

Armadilhas tipo funil com feromona para cada espécie-chave de lepidópteros no PM. Como recomendação, as armadilhas deverão estar distanciadas de pelo menos 50 m, sendo também de considerar as instruções de utilização da casa comercial. As feromonas deverão ser substituídas mensalmente. A recolha das capturas nas armadilhas com feromona deverá ser semanal.

Armadilhas cromotrópicas amarelas e ou azuis, em número adequado à área da parcela:

Área da parcela Nº de armadilhas cromotrópicas 500 m2

1 a 5 ha 6 a 10 ha 11 a 20 ha > 20 ha

2 10 15 20

+ 2 por cada 5 ha

A utilização de armadilhas cromotrópicas amarelas permite a captura de formas aladas que contribuem para a dispersão das pragas, contudo também capturam os insectos alados benéficos. A aplicabilidade esperada das armadilhas cromotrópicas deve ser avaliada em função da fauna auxiliar presente na parcela. As armadilhas cromotrópicas deverão ser substituídas semanalmente. Se se proceder à largada de auxiliares, as armadilhas cromotrópicas têm de ser retiradas no momento da largada. A observação das armadilhas deve restringir-se a uma faixa da armadilha de cerca de 1/3 do comprimento total fracção da armadilha. Considerando as dimensões mais usuais das armadilhas, em média 15x21 cm, a faixa utilizada consiste num rectângulo com a largura da armadilha e uma altura de 7 cm acima do bordo inferior. A escolha desta faixa teve em consideração um certo escorrimento que se verifica nas armadilhas expostas verticalmente e a quando do transporte. Para maior comodidade e precisão convém dividir esta área em 3 ou 4 sectores, segundo mostra a figura. No sector assinalado regista-se: 0 – ausência e + - presença.

7 cm7 cm7 cm

Figura: Delimitação, na armadilha, da faixa de 7 cm e respectiva divisão em sectores.

106

Nº de plantas ou órgãos a observar: em cultura de ar livre - 50 plantas/ha (até uma área de cultura de 5 ha), distribuídas

preferencialmente pelas bordaduras da parcela. Por cada fracção de 5 ha, as observações deverão incidir também em cinco plantas extra.

em cultura protegida – 20 plantas/ 500 m2, distribuídas preferencialmente pelas bordaduras da parcela.

Periodicidade das observações: observação semanal no PM. Para a restante área da responsabilidade do técnico a observação deve ser feita sempre que se justificar.

107

Observação em armadilhas PM: ___________________________________________________

Armadilhas cromotrópicas amarelas (0/+)

Armadilhas cromotrópicas

azuis (0/+) Armadilhas com feromona (0/+)

Data

de o

bser

vaçã

o

Trip

es

Trip

es

Acro

lepio

psis

asse

ctell

a

Agro

tis sp

p

Total x 3

0 - ausência + - presença O Técnico ___________________________

108

Observação e quantificação em plantas dos organismos presentes na cultura PM: ___________________________________________________

Estados fenológicos: 1 2 3

germinação produção de folhas formação do pseudocaule

4 5

floração colheita

PRAGAS DOENÇAS AUXILIARES Mosca Nóctuas Traça Tripes

Data de observação

Feno

logi

a

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos (

I a IV

)

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos (

I a IV

)

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos (

0 a 1)

ocup

ação

(0 a

1)

pred

ação

(0 a

1)

Alter

nario

se

Carvã

o

Ferru

gem

Míldi

o

Queim

a das

folha

s

Outro

s

Observações

Para o preenchimento desta ficha ver verso

O Técnico ___________________________

109

Anexo I

Legenda do caderno de campo

Pragas Mosca Ocupação 0 – ausência 1 – presença de estragos Nóctuas Ocupação 0 – ausência 1 – presença de estragos Traça Ocupação 0 – ausência 1 – presença dos primeiros estados larvares e estragos Tripes Ocupação 0 – ausência a < 3 formas móveis 1 – 3 formas móveis

Doenças Alternariose 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Carvão 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Ferrugem 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Míldio 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Queima das folhas 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Auxiliares Predação 0 – ausência de predadores 1 – presença de predadores Parasitismo I – ausência de parasitismo II - < 25% de parasitismo III – 25% a 50% de parasitismo IV - > 50% de parasitismo

110

PRAGAS Mosca

A Delia antiqua (Meigen) é um díptero, vulgarmente conhecido por mosca da cebola, mas que pode provocar estragos importantes na cultura do alho. As posturas são feitas isoladamente ou em grupos de 20 ovos próximo do colo da planta, no solo ou nas escamas. Uma larva pode provocar estragos em várias plântulas e alimentam-se das raízes e bolbos. Os primeiros sintomas de infestação, manifestam-se nas folhas que adquirem uma coloração amarela e em caso de forte ataque pode ocorrer a morte da planta. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta na zona do colo junto ao solo e pesquisar a existência de estragos. Tratar preventivamente, atendendo ao historial da parcela, quando as temperaturas forem favoráveis ao aparecimento de populações da praga. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.…

Nemátodos No caso dos nemátodos é fundamental a monitorização de galhas por observação visual das raízes de infestantes e de culturas anteriores Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a ocorrência de plantas sem vigor e de aspecto raquítico. Tratar quando se observarem os primeiros sintomas. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.……….

Nóctuas e Roscas Figura 9 – Agrotis spp (rosca).

A maioria dos lepidópteros considerados pragas das hortícolas pertencem à família Noctuidae. É uma família muito importante do ponto de vista agrícola, por possuir espécies que provocam graves prejuízos económicos às culturas. No caso particular do alho, as lagartas do solo (Agrotis spp),são das mais importantes. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a presença de larvas e pupas. 1- no caso das lagartas de solo: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a existência de lagartas, vulgarmente conhecidas por roscas (Agrotis spp.). Tratar à presença da praga ao fim do dia.

Luta biológica: De entre os inimigos naturais podem ser considerados alguns predadores, parasitóides e entomopatogéneos eficazes. De entre os predadores generalistas existem algumas espécies que actuam como predadores de ovos e larvas embora com uma eficácia baixa: Coccinella septempunctata (Linnaeus), Chrysoperla carnea Stephens. No que diz respeito aos parasitóides, apesar da existência de inúmeras espécies de himenópteros parasitóides de ovos e larvas, não se encontram em quantidade suficiente para fazerem um controlo eficaz. O inimigo natural mais conhecido e eficaz no combate aos lepidópteros é sem dúvida o Bacillus thuringiensis, que actualmente é comercializado como insecticida biológico. Luta química: Bacillus thuringiensis, deltametrina, lambda-cialotrina, lufenurão

Traça Acrolepiopsis assectella (Zeller), é um lepidóptero vulgarmente conhecido por traça da cebola. A cultura do alho é particularmente sensível aos ataques deste lepidóptero. A postura realiza-se nas folhas e as larvas quando emergem penetram no interior das mesmas. Pupam no solo. Os estragos são provocados pelo facto das lagartas penetrarem no interior das folhas, pelas nervuras, conduzindo à paragem de crescimento das plantas, ao amarelecimento das folhas, podendo até conduzir ao apodrecimento das plantas, devido ao desenvolvimento de infecções secundárias causadas por fungos. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar coloração amarela nas folhas com as extremidades secas. Pesquisar a presença de excrementos verde-amarelados. Á presença da praga, tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes na parcela. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

111

Tripes Figura 10 - Thrips tabaci (Lindeman).

Os tripes podem provocar estragos directos, devido à actividade de alimentação e estragos indirectos provocados por esta actividade e por serem vectores de vírus. Devido à sua alimentação, surgem despigmentações na forma de manchas esbranquiçadas ou prateadas que acabam por necrosar. Alimentam-se preferencialmente de órgãos de planta ainda jovens, o que provoca deformações devido a um crescimento não homogéneo. As picadas de alimentação das larvas e adultos amarelecem e secam as folhas. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta e pesquisar a presença da praga e picadas de alimentação. Tratar à presença da praga (1 a 5 formas móveis/planta). Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. Luta biológica: No que diz respeito aos inimigos naturais, os Aeolothrips spp e os Orius spp, são auxiliares a proteger, uma vez que podem contribuir para o controlo desta praga e habitualmente estão presentes nas parcelas, pelo que qualquer intervenção química deverá ter em consideração o efeito secundário que a ou as substâncias activas escolhidas poderão ter nas populações destes auxiliares. Luta química: formetanato (hidrocloreto)

Figura 11 - Frankliniella occidentalis (Pergande).

112

DOENÇAS Bacterioses

Erwinia carotovora subsp. carotovora

Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones 1901) Bergey, Harriso, Breed, Hammer & Huntoon 1923, manifesta-se pela destruição dos tecidos das escamas mais interiores do pseudocaule (fuste); coloração amarela que evolui para castanho observada nos tecidos afectados à medida que a podridão progride; odor característico, desagradável e intenso. Estes sintomas que surgem próximo da maturação. Meios de luta: - evitar uso de rega por aspersão e excesso de humidade; - arrancar e destruir plantas infectadas, infestantes hospedeiras e resíduos das culturas; - efectuar a colheita apenas após a maturação dos bolbos; - realizar rotações culturais;

Micoses

Alternariose A alternariose [Alternaria porri (Ellis) Cif.] manifesta-se de início por lesões esbranquiçadas nas folhas, que quase de imediato, adquirem uma coloração castanha. Quando ocorre a esporulação, as lesões adquirem uma tonalidade púrpura. Os pseudocaules (fuste) podem ser infectados, próximo da colheita, quando o fungo penetra por alguma ferida. Figura 12 – Alternariose [(Alternaria porri (Ellis) Cif.].

Nível de intervenção: Tratar quando se observarem sintomas da doença e quando se verificarem condições favoráveis: temperatura de cerca de 20ºC; tempo chuvoso e nevoeiro. Luta cultural: utilizar sementes sãs; utilizar variedades resistentes ou pouco susceptíveis Luta química: captana, clortalonil

Carvão Uromyces cepulae Frost , manifesta-se do seguinte modo: A primeira folha da plântula é infectada à superfície do solo, uma vez que no interior da plântula o fungo se desenvolve por baixo da epiderme das folhas e das escamas. Os sintomas manifestam-se em forma de bandas de côr de chumbo, chegando a rebentar, pondo a descoberto uma massa negra pulverulenta de esporos, os quais atingem o solo, que fica contaminado. Luta cultural: destruir as plantas infectadas Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade

Ferrugem Figura 13 – Ferrugem

[Puccinia porri (Sow.) Winter]. Puccinia porri (Sow.) Winter, manifesta-se pelo aparecimento de manchas pardo-avermelhadas nas folhas, que mais tarde adquirem a coloração violácea, nas quais se desenvolvem os uredosporos. As folhas secam prematuramente em consequência da infecção. Luta cultural: eliminar os restos da cultura anterior; realizar rotações culturais. Luta química: difenoconazol, azoxistrobina

Míldio O míldio [Peronospora destructor (Berk.) Casp.], é uma doença que se manifesta nas folhas novas por manchas extensas que se cobrem de um enfeltrado violáceo e posteriormente desenvolvem-se queimaduras sobre as mesmas. O tempo quente e húmido favorece o desenvolvimento da doença e, consequentemente, as extremidades superiores da planta morrem totalmente e os pseudocaules (fuste) não atingem a maturação. Nível de intervenção: Tratar quando se observarem sintomas da doença e quando se verificarem condições favoráveis: HR elevada; temperaturas amenas. Luta cultural: utilizar sementes tratadas; escolher parcelas com solos ligeiros e bem drenados; eliminar as infestantes; promover o arejamento entre plantas; evitar excessos de adubação; realizar rotações culturais. Luta química: azoxistrobina, clortalonil, mancozebe

113

Queima das folhas Botrytis squamosa J.C.Walker manifesta-se nas folhas onde se observam manchas de cor branco-amarelado. Quando a infecção é severa produz-se uma necrose foliar. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando as condições forem favoráveis ao desenvolvimento da doença: humidade relativa elevada Luta cultural : eliminar os restos da cultura; realizar rotações culturais Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Bibliografia

114

4. BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, D. – Manual de hortícolas. Lisboa: Editorial Presença, 2006. Vol.

II, p. 62-74.

BREWSTER, J.L. – Onions and other vegetable Alliums. CAB International. 1994.

WARADE, S.D.; KADAM, S.S. – Other Alliums. In SALUNKHE, D.K.; KADAM,

S.S. (eds) Handbook of vegetable science and technology. Production, composition, storage and processing. Marcel Dekker, New York. 1998. p.

415- 431.

CEBOLA ( Allium cepa L.)

Protecção integrada

116

CEBOLA

1. PROTECÇÃO INTEGRADA

1.1. Lista das substâncias activas aconselhadas para combater diferentes organismos nocivos e respectivos produtos fitofarmacêuticos

Considerando as substâncias activas aconselhadas em protecção integrada da

cultura da cebola (Allium cepa L.) e respectivos inimigos, foram elaborados os

Quadros XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVI nos quais são também referenciadas as

formulações, concentrações, classificação toxicológica, intervalo de segurança

e observações para as condições de aplicação.

No Anexo I apresentam-se as abreviaturas dos tipos de formulação e

classificação toxicológica das substâncias activas, segundo o Código Nacional

e Internacional.

Quadro XLII - Substâncias activas e produtos comerciais insecticidas e acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola.

INSECTICIDAS E ACARICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / hl) CT IS

Dias Produto comercial

Mosca clorpirifos ⑥ FG 3kg sa/ha (1) N - CLORPIRIFOS SAPEC 5G; RISBAN 5G

diazinão (2) ⑥ FG (4) N (5) BASUDINE 10G

Nóctuas

diazinão (3) ⑥ FG (4) N (5) BASUDINE 10G

Tripes acrinatrina ⑥ EW 6 (6) N 3 RUFAST AVANCE

Obs. ⑥ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) Em tratamento generalizado. (2) A aplicação de grânulos, quer generalizada quer na linha, pode ser efectuada manualmente ou usando um distribuidor semelhante aos

usados para aplicar adubos. No caso de aplicação generalizada o produto pode ser incorporado no terreno após espalhamento, por meio de uma gradagem.

(3) Não aplicar após a sementeira ou plantação. (4) Tratamento generalizado: 5kg sa/ha; tratamento na linha: 11,25 a 12,5g sa/100 m. Em ambos os casos, efectuar o tratamento 1 a 2 dias

antes da sementeira ou plantação. (5) Tendo em consideração a finalidade aprovada, não necessita de intervalo de segurança. (6) Tratar ao aparecimento da praga.

Protecção integrada

117

Quadro XLIII - Substâncias activas e produtos comerciais fungicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola.

FUNGICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / hl) CT IS Dias Produto comercial

Alternariose (1) SC 113,5 (2) 7 FOLPAN 500 SC; FOLTENE WG 120 Xn; N 7 FOLPAN 80 WDG; FOLPETIS WG

folpete

WP 125 Xn; N 7 BELPRON F-50; FOLPAN 50 WP; FOLPEC 50; FOLPEC 50 AZUL; ORTHOPHALTAN

WG 157,5 Xn; N 14 DITHANE NEOTEC; NUFOSEBE 75 DG; PENNCOZEB DG

WP 160 Xn; Xi; N 14

AGROZEBE (XI); DITHANE AZUL (XI); DITHANE M-45 (XI);FUNGENE; FUNGITANE AZUL;FUNGITANE; MANCOZAN; MANCOZEB 80 VALLÉS (XI); MANCOZEBE SAPEC (XI); MANCOZEBE SELECTIS (XI); MANGAZEB (XI); MANZECO M-80; MANZENE; MILTHANE AZUL (XI); NUFOZEBE 80 WP; NUTHANE; PENNCOZEB 80

mancozebe

SC 160 Xn; N 14 DITHANE M-45 FLO; NUFOSEBE FLOW; PENNCOZEB FLOW zirame WG 133-178,6 Xn; N 14 THIONIC WG; ZIDORA AG; ZIRAME SELECTIS

Estenfiliose azoxistrobina SC 20 (3) N 14 ORTIVA

Ferrugem (1) WG 157,5 Xn; N 14 DITHANE NEOTEC; NUFOSEBE 75 DG; PENNCOZEB DG

WP 160 Xn; Xi; N 14

AGROZEBE (XI); DITHANE AZUL (XI); DITHANE M-45 (XI);FUNGENE; FUNGITANE AZUL;FUNGITANE; MANCOZAN; MANCOZEB 80 VALLÉS (XI); MANCOZEBE SAPEC (XI); MANCOZEBE SELECTIS (XI); MANGAZEB (XI); MANZECO M-80; MANZENE; MILTHANE AZUL (XI); NUFOZEBE 80 WP; NUTHANE; PENNCOZEB 80

mancozebe

SC 160 Xn; N 14 DITHANE M-45 FLO; NUFOSEBE FLOW; PENNCOZEB FLOW zirame WG 133-178,6 Xn; N 14 THIONIC WG; ZIDORA AG; ZIRAME SELECTIS

Míldio (1) azoxistrobina SC 20 (3) N 14 ORTIVA

SC 90,8-113,5 (2) 7 FOLPAN 500 SC; FOLTENE WG 100-120 Xn; N 7 FOLPAN 80 WDG; FOLPETIS WG

folpete

WP 100-125 Xn; N 7 BELPRON F-50; FOLPAN 50 WP; FOLPEC 50; FOLPEC 50 AZUL; ORTHOPHALTAN

WG 157,5 Xn; N 14 DITHANE NEOTEC; NUFOSEBE 75 DG; PENNCOZEB DG

WP 160 Xn; Xi; N 14

AGROZEBE (XI); DITHANE AZUL (XI); DITHANE M-45 (XI);FUNGENE; FUNGITANE AZUL;FUNGITANE; MANCOZAN; MANCOZEB 80 VALLÉS (XI); MANCOZEBE SAPEC (XI); MANCOZEBE SELECTIS (XI); MANGAZEB (XI); MANZECO M-80; MANZENE; MILTHANE AZUL (XI); NUFOZEBE 80 WP; NUTHANE; PENNCOZEB 80

mancozebe

SC 160 Xn; N 14 DITHANE M-45 FLO; NUFOSEBE FLOW; PENNCOZEB FLOW zirame WG 133-178,6 Xn; N 14 THIONIC WG; ZIDORA AG; ZIRAME SELECTIS

Podridão cinzenta (1) WG 120-160 Xn; N 14 THIANOSAN; TIDORA G; TM - 80 tirame WP 120-160 Xn; N 14 FERNIDE; URAME 80

Obs. (1) Os tratamentos com fungicidas devem ser realizados a baixo volume para permitir uma correcta aplicação da calda sobre a película cerosa da

planta. (2) Form de origem Makhteshim Xn (Nocivas); outras origens Xi (Irritantes). (3) Não efectuar mais de 2 tratamentos com este produto nem recorrer a outro fungicida com o mesmo modo de acção.

Protecção integrada

118

Quadro XLIV - Substâncias activas e produtos comerciais nematodicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola.

NEMATODICIDAS

Substância activa Form Concentração (kg s.a. / ha) CT IS

Dias Produto comercial

1,3-dicloropropeno (1) ③ AL 120-180 (2) - TELONE II

Obs. ③ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) Aplicação em solo nu, no combate a nemátodos do género Meloidogyne, Globodera e Ditylenchus. Aguardar 3-4 semanas até à

sementeira ou plantação. (2) Form com 92% Nocivas (Xn); Form com 97% Tóxicas (T).

Quadro XLV - Substâncias activas e produtos comerciais moluscicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola.

MOLUSCICIDAS

Substância activa Form Concentração (g s.a. / ha) CT IS

Dias Produto comercial

GB

120 (1) 0,12g sa/m de

banda com 1-2 de largura (3)

(4) (2)

MESUROL ANTILESMA metiocarbe ③

WP (5) 150 (5g sa/hl) T;N (2) MESUROL 50

tiodicarbe ③ GB 200 Xn - SKIPPER

Obs. ③ Substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória. (1) Espalhamento manual ou mecânico em cultura extensiva. (2) Não aplicar junto de culturas comestíveis a menos de 3 semanas da colheita. (3) Constituindo à volta do terreno a proteger em hortas e jardins. (4) Form com 4% Xn (Nocivas); Form com 1% Is (Isentas). (5) Só deve ser aplicado sobre plantas que não sirvam para a alimentação humana ou animal, podendo porém, ser aplicado sobre plantas

que produzam frutos, desde que a aplicação se faça antes da floração.

Protecção integrada

119

Quadro XLVI - Substâncias activas e produtos comerciais herbicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola.

HERBICIDAS

Substância activa Form Dose (g s.a. / ha) CT IS

Dias Condições de aplicação Produto comercial

fluazifope-P-butilo EC 250 Xi 28 Monocotiledóneas Aplicar em pós-emergência da cultura e quando as infestantes se encontram desenvolvidas.

FUSILADE MAX

glifosato (sal de amónio) SL 720-2520 Is - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Aplicar antes da instalação da cultura quando as infestantes se encontram em crescimento activo.

TOUCHDOWN PREMIUM

glufosinato de amónio ③ SL 450-750 Xn - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Aplicar antes da instalação da cultura e das infestantes desenvolvidas. Destrói temporariamente a parte aérea das infestantes vivazes.

BASTA S

EC 360-480 (1) - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Em pós-plantação (1) Form de EC de origem Rohm and Haas – corrosivas; Form de EC com outras origens – irritantes; Form de EC de origem Makhteshim Agan - nocivas

GALIGAN 240 EC; GOAL 2XL; OXIGAN 240 EC

oxifluorfena

SC 360-480 Is - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas

GOAL 4F

pendimetalina ③ EC 1320 Xn;N - Monocotiledóneas e Dicotiledóneas Aplicar 2 a 3 dias após o transplante mas sempre antes da emergência das infestantes.

PROWL; STOMP 33E

quizalofope-P-etilo EC 50-150 Xn;N 42 Monocotiledóneas Aplicar em pós-emergência da cultura e das infestantes.

TARGA GOLD

Obs. ③ substância activa considerada por não haver alternativa satisfatória.

1.2. Efeito secundário das substâncias activas aconselhadas em protecção integrada e dos respectivos produtos fitofarmacêuticos

Com o objectivo de dar prioridade à protecção da fauna auxiliar (introduzida ou

fomentando a limitação natural), foram elaborados os Quadros XLVII e XLVIII,

nos quais se apresentam os efeitos secundários das substâncias activas

insecticidas, acaricidas e fungicidas sobre os artrópodes auxiliares

considerados mais importantes nas culturas hortícolas (coleópteros,

neurópteros, heterópteros, himenópteros, fitoseídeos, sirfídeos e polinizadores)

e na cultura da cebola em particular. As substâncias activas foram também

agrupadas em recomendadas e complementares, tal como foi referido no

ponto 2 das Generalidades - Protecção integrada.

Protecção integrada

120

Quadro XLVII - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas insecticidas e acaricidas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola.

Substâncias activas Recomendadas / Complementares

Coleópteros

Neurópteros

Heterópteros

Himenópteros

Fitoseídeos

Sirfídeos

Polinizadores

PRAGAS

Mosca COMPLEMENTARES clorpirifos I diazinão I

Nóctuas COMPLEMENTARES diazinão I

Tripes COMPLEMENTARES acrinatrina (*) R (72 h / 3 dias) Obs.

- muito tóxico - medianamente tóxico - neutro (*) – Incompatível com auxiliares durante 8 semanas. C - Compatível com as colmeias I - Incompatível com as colmeias R ( ) - Retirar a colmeia antes de aplicar a substância activa e voltar a colocá-la no mesmo sítio no prazo indicado ( ). ( ) persistência da s.a., expressa em horas ou dias. T - Fechar a colmeia quando aplicar a substância activa, e abrir só quando não se observar o produto sobre a cultura.

Quadro XLVIII - Efeito secundário sobre auxiliares, das substâncias activas fungicidas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola.

Substâncias activas Recomendadas / Complementares

Coleópteros

Neurópteros

Heterópteros

Himenópteros

Fitoseídeos

Sirfídeos

Polinizadores

DOENÇAS

Alternariose COMPLEMENTARES folpete - mancozebe C/T zirame -

Estenfiliose COMPLEMENTARES azoxistrobina C

Ferrugem COMPLEMENTARES mancozebe C/T zirame -

Míldio COMPLEMENTARES azoxistrobina C folpete - mancozebe C/T zirame -

(cont.)

Protecção integrada

121

Substâncias activas Recomendadas / Complementares

Coleópteros

Neurópteros

Heterópteros

Himenópteros

Fitoseídeos

Sirfídeos

Polinizadores

DOENÇAS

Podridão cinzenta COMPLEMENTARES tirame T Obs.

- muito tóxico - medianamente tóxico - neutro C - Compatível com as colmeias I - Incompatível com as colmeias R ( ) - Retirar a colmeia antes de aplicar a substância activa e voltar a colocá-la no mesmo sítio no prazo indicado ( ). ( ) persistência da s.a., expressa em horas ou dias. T - Fechar a colmeia quando aplicar a substância activa, e abrir só quando não se observar o produto sobre a cultura.

Com o objectivo de proceder a uma melhor e sustentável escolha dos produtos

fitofarmacêuticos, para a cultura da cebola foram elaborados os Quadros XLIX,

L, LI, LII e LIII nos quais se apresentam os efeitos secundários dos produtos

sobre o Homem, o ambiente e outros organismos, nomeadamente, abelhas,

aves, fauna selvagem e organismos aquáticos.

Quadro XLIX - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos insecticidas e acaricidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola.

INSECTICIDAS E ACARICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial

Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

acrinatrina

RUFAST AVANCE - N - - T+ clorpirifos

CLORPIRIFPS SAPEC 5G - N - - T RISBAN 5G - N - - T+

diazinão BAZUDINE 10G - N - - T+

Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Protecção integrada

122

Quadro L - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos fungicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola.

FUNGICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial

Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

azoxistrobina

ORTIVA - N - - - T+ folpete

BELPRON F-50 Xn N - - - T+ FOLPAN 500SC Xn N - - - T+ FOLPAN 50WP Xn N - - - T+

FOLPAN 80 WDG Xn N - - - T+ FOLPEC 50 Xn N - - - T+

FOLPEC 50AZUL Xn N - - - T+ FOLPETIS WG Xn N - - - T+

FOLTENE Xn N - - - T+ ORTHOPHALTAN Xn N - - - T+

mancozebe AGROZEBE Xi N - - - T+

DITHANE AZUL Xi N - - - T+ DITHANE M-45 Xi N - - - T+

DITHANE M-45 FLO Xi N - - - T+ DITHANE NEOTEC Xn N - - - T+

FUNGENE - - - - - - FUNGITANE Xn N - - - T+

FUNGITANE AZUL Xn N - - - T+ MANCOZAN Xn N - - - T+

MANCOZEBE 80VALLÉS Xi N - - - T+ MANCOZEBE SAPEC Xi N - - - T+

MANCOZEBE SELECTIS Xi N - - - T+ MANGAZEB Xi N - - - T+

MANZECO M-80 Xn N - - - T+ MANZENE - - - - - -

MILTHANE AZUL Xi N - - - T+ NUFOSEBE 75 DG - - - - - - NUFOSEBE 80 WP Xn N - - - T+ NUFOSEBE FLOW Xi N - - - T

NUTHANE Xn N - - - T+ PENNCOZEB 80 Xn N - - - T+ PENNCOZEB DG Xn N - - - T+

PENNCOZEB FLOW Xi N - - - T tirame

FERNIDE Xn N - - - T+ THIANOSAN Xn N - - - T+ TIDORA G Xn N - - - T+ TM – 80 Xn N - - - T+

URAME 80 Xn N - - - T+ (cont.)

Protecção integrada

123

FUNGICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial

Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

zirame

THIONIC WG Xn N - - - T+ ZIDORA AG Xn N - - - T+

ZIRAME SELECTIS Xn N - - - T+ Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno N - Perigoso para o ambiente.

- Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Quadro LI - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos nematodicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola.

NEMATODICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial

Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

1,3-dicloropropeno

TELONE II T N - - - T Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Protecção integrada

124

Quadro LII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos moluscicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola.

MOLUSCICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial

Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

metiocarbe

MESUROL ANTILESMA Xn N - T MESUROL 50 T N - - T+

tiodicarbe SKIPPER Xn - - - -

Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Quadro LIII - Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos herbicidas homologados e aconselhados em protecção integrada na cultura da cebola.

HERBICIDAS Efeito secundário dos produtos fitofarmacêuticos

Produto comercial

Substância activa

Homem Ambiente

Abelhas

Aves

Fauna selvagem

Org. aquáticos

fluazifope-P-butilo FUSILADE MAX Xi N - - - T+

glifosato (sal de amónio) TOUCHDOWN PREMIUM Is - - - - -

glufosinato de amónio BASTA S Xn - - - -

oxifluorfena GALIGAN 240EC Xi N - - - T

GOAL 2XL Xn N - - - T+ GOAL 4F - N - - - T+

OXIGAN 240EC - - - - T pendimetalina

PROWL Xn N - - - T+ STOMP 33E Xn N - - - T+

quizalofope-P-etilo TARGA GOLD Xn N - - - T

Legenda: Xn – Nocivo Xi - Irritante Is - Isento C - Corrosivo T+ - Muito tóxico T - Tóxico

- Efeito cancerígeno

N - Perigoso para o ambiente. - Perigoso - Não perigoso - Nocivo - Muito perigoso

Protecção integrada

125

1.3. Níveis económicos de ataque

No Quadro LIV referem-se de forma sintética os aspectos mais importantes da

estimativa do risco, nível económico de ataque e tomada de decisão, bem

como os meios de luta para o combate das pragas na cultura da cebola.

Quadro LIV - Níveis económicos de ataque e tomada de decisão para as pragas na cultura da cebola. PRAGAS

Afídeos

Aphididae Myzus spp.

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta e pesquisar a presença de colónias.

Colocar armadilhas cromotrópicas amarelas ou de Moericke.

Em cultura de ar livre: Á presença de colónias pequenas-índice 1 (●), aguardar. Á presença de colónias grande – índice > 1 (●), e baixo nível de parasitismo/predação, tratar aos focos. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

________ (●) Índice de ocupação: 0 = ausência. 1 = 1-10 afídeos/folha.

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes; - eliminar os restos da cultura; - efectuar rega por aspersão; - realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Alfinete Coleóptera Elateridae

Agriotis spp. Estimativa do risco Meios de luta

Observação visual Biológico Método de

amostragem e órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar as raízes (plantas jovens) e os bolbos e verificar a existência de galerias

Colocar armadilhas com feromona e armadilhas com isco para captura de larvas.

Em cultura de ar livre: Á presença da praga tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

Em cultura de ar livre: - efectuar mobilização do terreno (no Verão) para diminuir a humidade do solo, causando a mortalidade de ovos e larvas;

- eliminar as infestantes; - eliminar os restos da cultura; - evitar regas excessivas; - evitar solos enriquecidos em húmus;

- realizar rotações culturais. Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

126

Larvas mineiras Díptera

Agromyzidae Liriomyza spp.

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta e pesquisar a existência de galerias e picadas de alimentação.

Colocar armadilhas cromotrópicas amarelas.

Em cultura de ar livre: Tratar ao aparecimento da praga, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes; - destruir os restos da cultura; - realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Melolonta Coleóptera

Scarabaeidae Melolontha spp.

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar roeduras nas raízes e nos bolbos. Contar orifícios de saída de adultos, no solo.

Em cultura de ar livre: Tratar ao aparecimento da praga, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

Em cultura protegida e de ar livre: - eliminar as infestantes; - destruir os restos da cultura; - efectuar mobilizações; - realizar rotações culturais

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

127

Mosca da cebola Díptera

Anthomyiidae Delia antiqua (Meigen)

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta na zona do colo/solo. Observar nas folhas amarelecimentos, seguido de morte da planta. Pesquisar podridões.

Colocar armadilhas com feromona.

Em cultura de ar livre: Existência de plantas pouco atacadas (menos de 2 / 25 plantas), aguardar. Ataque generalizado, tratar.

clorpirifos diazinão ● Em caso de plantação manual, antes do transplante aplicar aos tabuleiros grânulos. ● Em caso de plantação mecânica, injecção simultânea de grânulos com a planta.

Em cultura de ar livre: - proceder ao transplante tardio; - eliminar as infestantes; - eliminar os restos de cultura; - efectuar mobilizações de solo; - realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Nemátodos Ditylenchus dipsasi (Kühn) Filipjev

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar na planta sintomas semelhantes aos provocados por deficiência de água e nutrientes. Engrossamento da base do bolbo e deformação das folhas, seguindo-se uma dilatação e um estalar dos bolbos, apresentando também necroses vermelho-acastanhadas.

Em cultura de ar livre: Pesquisar nas sementes a presença do organismo. Efectuar análise laboratorial às plantas (caules e folhas). Ao aparecimento do nemátodo ou de sintomas, tratar.

1,3-dicloropropeno

Em cultura de ar livre: - evitar contaminações através de terra transportada pela maquinaria e equipamento de uns campos para outros;

- realizar a rega dos campos sem atravessar os campos infestados;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

128

Nóctuas e roscas Lepidóptera Noctuidae

Agrotis spp. Estimativa do risco Meios de luta

Observação visual Biológico Método de

amostragem e órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta pesquisar roeduras, excrementos e lagartas bem como as armadilhas.

Colocar armadilhas com feromona.

Em cultura de ar livre: Quando se detectarem adultos nas armadilhas com feromona sexual, tratar, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. no caso das lagartas de solo: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a existência de lagartas, vulgarmente conhecidas por roscas (Agrotis spp) e pupas. Tratar à presença da praga.

diazinão

Em cultura protegida e de ar livre: - eliminar as infestantes, pois

há preferência por algumas espécies de realizar posturas em certas plantas adventícias que podem actuar como focos de infestação;

- eliminar os restos da cultura; - realizar rotações culturais

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Traça da cebola Hyponomeutidae

Acrolepsiopsis assectella (Zeller) Estimativa do risco Meios de luta

Observação visual Biológico Método de

amostragem e órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar folhas, inflorescências, bolbo e sementes. Observar coloração amarela nas folhas com as extremidades secas. Pesquisar a presença de excrementos verde-amarelados.

Colocar armadilhas com feromona.

Em cultura de ar livre: Á presença da praga, tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes na parcela.

Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes no campo de produção e nas zonas circundantes;

- eliminar os restos da cultura; - realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

129

Tripes Tisanóptera

Thripidae Frankliniella occidentalis (Pergande), Thrips tabaci (Lindeman)

Estimativa do risco Meios de luta Observação visual Biológico

Método de amostragem e

órgãos a observar

Outros métodos

Tomada de decisão Fauna auxiliar

Nº de largadas e periodicidade

Químico Cultural

Em cultura de ar livre: Observar a planta e pesquisar a presença da praga e picadas de alimentação.

Colocar armadilhas cromotrópicas amarelas e azuis.

Em cultura de ar livre: À presença da praga (1 a 5 formas móveis/planta), tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

acrinatrina Em cultura de ar livre: - eliminar as infestantes; - eliminar os restos da cultura; - realizar rotações culturais; - realizar mobilização do solo; - colocar armadilhas

cromotrópicas (amarelas e azuis) para capturas em massa (luta biotécnica).

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

No Quadro LV, apresentam-se sinteticamente os aspectos mais importantes da

estimativa do risco, sintomas, níveis de intervenção e tomada de decisão, bem

como os meios de luta para o combate das doenças na cultura da cebola.

Quadro LV - Níveis de intervenção (estimativa de risco, sintomas) e tomada de decisão para as doenças na cultura da cebola.

DOENÇAS

Bacterioses

Podridão mole Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones 1901) Bergey, Harriso, Breed, Hammer & Huntoon 1923

Sintomas Transmissão Meios de luta Manifesta-se pela destruição dos tecidos das escamas mais interiores do bolbo; pela coloração amarela que evolui para castanho observada nos tecidos afectados à medida que a podridão progride; pelo odor característico, desagradável e intenso; e por sintomas que surgem próximo da maturação.

- via aerossol (chuva, vento, rega por aspersão);

- por intermédio de solo contaminado aderente aos bolbos.

- evitar uso de rega por aspersão e excesso de humidade;

- arrancar e destruir plantas infectadas, infestantes hospedeiras e resíduos das culturas;

- efectuar a colheita apenas após a maturação dos bolbos;

- realizar rotações culturais; - promover o armazenamento em locais secos e

com temperatura controlada.

Micoses

Alternariose Alternaria porri (Ellis) Cif.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Manifesta-se de início por lesões esbranquiçadas nas folhas, que quase de imediato, adquirem uma coloração castanha. Quando ocorre a esporulação, as lesões adquirem uma tonalidade púrpura. Os bolbos podem ser infectados, próximo da colheita, quando o fungo penetra por alguma ferida.

- temperatura de cerca de 20ºC;

- tempo chuvoso e nevoeiro

folpete mancozebe zirame

- utilizar sementes sãs;

- utilizar variedades resistentes ou pouco susceptíveis.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

130

Antracnose Colletotrichum circinans (Berk.) Voglino = Colletotrichum dematium (Pers.) Grove f. sp. circinans (Berk.)

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Bolbos: Sobre as escamas externas dos bolbos formam-se estromas negros, planos, dispostos em círculos concêntricos. A qualidade dos bolbos não é alterada, apenas o aspecto.

- solo - temperatura óptima 26ºC, podendo variar entre 10ºC e 30ºC;

- solos quentes e húmidos.

- promover uma boa drenagem dos terrenos;

- destruir os resíduos das culturas;

- realizar, rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Carvão Urocystis cepulae Frost.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Plântulas: Os primeiros sintomas surgem na fase cotiledonar sob a forma de tumores alongados, negros no interior e superfície prateada, visíveis ao longo das folhas cotiledonares. A epiderme que cobre os tumores acaba por se romper e são libertadas massas de esporos negros, característicos do fungo. As plantas podem morrer ao fim de 3 a 4 semanas. As plantas que sobrevivem são pequenas, apresentam folhas deformadas e lesões a todo o seu comprimento. O desenvolvimento dos bolbos é reduzido.

- solo - sementes infectadas

- temperatura do solo entre 10º C e 22ºC

- favorecer o crescimento rápido do hospedeiro para reduzir o período em que as plantas são susceptíveis;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Estenfiliose Pleospora allii (Rabenh.) Ces. & De Not.

Anamorfo: Stemphylium vesicarum (Wallr.) E. Simmons Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão

Químicos Culturais Haste floral: Lesões em depressão, inicialmente amarelas e acastanhadas. Com o evoluir da doença as manchas alongam-se, ficam com contorno irregular ou oval e margens um pouco difusas, tornando-se por vezes rosadas. O centro da mancha vai adquirindo uma coloração acastanhada ou acinzentada, contrastando com o castanho mais escuro das margens ou zonas mais recentemente atacadas. Mais tarde as manchas acabam por coalescer e podem atingir toda a haste floral que, finalmente, seca. Folhas: Os sintomas são idênticos às hastes florais mas, devido à menor resistência dos tecidos, têm tendência a dobrar-se pelos pontos de lesão, amarelecendo e secando prematuramente.

- longos períodos de humidade elevada ou chuva na Primavera e Verão;

- temperaturas de 25ºC.

azoxistrobina - evitar todas as causas que provoquem traumatismos e feridas.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

131

Ferrugem Puccinia spp.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Observam-se manchas pardo-avermelhadas que mais tarde adquirem a coloração violácea, nas quais se desenvolvem os uredosporos. As folhas secam prematuramente em consequência da infecção.

mancozebe zirame

- eliminar os restos da cultura anterior;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Fusariose basal da cebola Fusarium oxysporum Schlechtend.:Fr.f. sp. cepae (H.N.Hans.) W.C. Snyder & H.N.Hans

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Plântulas : Observa-se a morte das plântulas em pré e pós-emergência. Plantas adultas: Observa-se uma infecção em qualquer fase do crescimento. As folhas amarelecem e morrem. As raízes ficam rosadas e desintegram-se. A parte basal dos bolbos apodrece. As plantas infectadas arrancam-se facilmente do solo.

- solo - sementes - bolbos

- temperatura entre 25ºC e 35ºC;

- humidade moderada

- eliminar os resíduos das culturas e outros vegetais;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Míldio Peronospora destructor (Berkeley) Casp.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Folhas: Os sintomas são facilmente visíveis nas folhas mais velhas durante as manhãs, enquanto os orvalhos ainda estão presentes. Sobre as folhas podem observar-se manchas de 3 a 30 cm de comprimento, de coloração mais pálida que o resto da folhagem. Com tempo húmido, sobre estas lesões formam-se micélio cinzento violáceo. As folhas atacadas ficam verde pálido, mais tarde amarelas e as partes infectadas secam e morrem. Hastes florais: Observam-se lesões circulares ou alongadas, frequentemente, aparecem num só lado do pedúnculo. Estes ficam frágeis na zona da lesão e geralmente partem. Infecções sistémicas: Podem também ocorrer infecções sistémicas, ficando as plantas ananicadas e com folhas verde pálido.

- temperatura entre 3ºC e 25º;

- temperatura óptima 11ºC;

- HR superior a 95%; - presença de água de

chuva ou de orvalho sobre a folha.

azoxistrobina folpete mancozebe zirame

- planear a plantação no sentido dos ventos dominantes;

- escolher parcelas com solos ligeiros e bem drenados;

- eliminar as infestantes;

- evitar plantações densas e sebes de protecção para os ventos;

- evitar regas por aspersão;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Protecção integrada

132

Podridão branca da cebola Stromatinia cepivorum Berkeley

Anamorfo: Sclerotium cepivorum Berkeley Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão

Químicos Culturais Plântulas: Observa-se a morte das plântulas em pré e pós-emergência Plantas adultas: Parte aérea: Observa-se o amarelecimento e murchidão das folhas mais velhas, sintoma que se estende rapidamente a toda a folhagem. Com alto nível de inoculo no solo as plantas podem morrer rapidamente e em grandes áreas do campo. Bolbos: Observa-se uma podridão mole na base dos bolbos, que se cobre de micélio branco. Sobre estes formam-se numerosos esclerotos pretos. As plantas infectadas arrancam-se facilmente do solo. Raízes: Observa-se uma podridão translúcida, com eventual produção de esclerotos.

- solo - temperatura óptima entre 10ºC e 20ºC.

- utilizar plantas sãs; - evitar o transporte

de solo infectado para campos livres da doença;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Podridão cinzenta do colo Botrytis aclada Fresenius = Botrytis allii Munn.

Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão Químicos Culturais

Durante o ciclo cultural é uma doença que não é importante, porque infecta apenas as folhas senescentes. É importante em armazém. Os bolbos desenvolvem durante o armazenamento uma podridão do colo, que se cobre de micélio cinzento e esclerotos negros. O fungo invade as plântulas a partir da semente contaminada e fica latente nos tecidos foliares até à maturação. Nesse momento invade o colo e gradualmente tem um percurso descendente e invade todo o bolbo.

- sementes - solo

tirame - utilizar sementes sãs;

- realizar rotações culturais

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Queima das folhas Botryotinia squamosa Viennot-Bourgin

Anamorfo: Botrytis squamosa J.C.Walker Meios de luta Sintomas Transmissão Tomada de decisão

Químicos Culturais Folhas: Manchas brancas de 1 mm de diâmetro que progridem podendo atingir 4 mm. Estas manchas são mais numerosas na extremidade das folhas e acabam por secar. As frutificações (fugazes) esbranquiçadas, são visíveis em tempo húmido na extremidade das folhas necrosadas.

- solo (esclerotos sobre os resíduos das plantas)

- temperatura óptima entre14ºC (para a germinação dos esporos);

- temperatura 25ºC (para o crescimento do micélio);

- HR elevada durante períodos longos

- eliminar os resíduos das culturas;

- evitar plantações densas;

- realizar rotações culturais.

Obs. substância activa recomendada substância activa complementar

Práticas culturais

133

2. PRÁTICAS CULTURAIS

2.1. Localização da cultura

2.1.1. Condições climáticas

Planta de climas temperados e húmidos, a floração ocorre com dias longos.

Com paragem de crescimento aos 5ºC, a temperatura óptima de

desenvolvimento situa-se entre os 12 e os 23ºC.

2.1.2. Condições edáficas

A cebola adapta-se a quase todos os tipos de solo, mas prefere os de textura

arenosa ou franco-arenosa, ricos em matéria orgânica (entre 2 a 4%), com pH

entre 6,0 e 7,0 e condutividade eléctrica inferior a 0,4 dS/m determinada no

extracto aquoso, proporção 1:2 (solo/água).

2.2. Produção de plantas

A transplantação com raiz nua é o método mais frequente em Portugal, embora

segundo ALMEIDA (2006) vá sendo gradualmente substituída pela

transplantação com raiz protegida ou pela sementeira directa. A transplantação

realiza-se quando os transplantes (“cebolo”) têm uma espessura de 3 a 6 mm

ou quando os transplantes atingirem os 15 cm de altura.

2.3. Sementeira e Plantação

2.3.1. Época e compassos de sementeira/plantação

Consoante as variedades, a cebola pode ser semeada ou plantada, manual ou

mecanicamente, ao longo de todo o ano.

Seja qual for a forma de instalação da cultura, o sucesso da cultura da cebola

vai depender de um rápido desenvolvimento foliar, o qual deve ser assegurado

por fertilizações equilibradas e, quando necessário a uma rega correcta.

Práticas culturais

134

A cultura é feita em camalhões, com sementeira em 4 a 8 linhas e plantação

em 2 a 8 linhas, com compassos de 0,20 a 0,40 m na entrelinha e de 0,10 a

0,15 m na linha e uma densidade de plantação de 240 000 a 300 000

plantas/ha. No caso da sementeira directa, aconselha-se uma densidade de

sementeira de 500 000 a 700 000 sementes/ha.

A densidade de sementeira e ou plantação deve ser ajustada aos objectivos da

produção em termos de calibre, juntamente com a escolha da cultivar.

2.4. Reguladores de crescimento de plantas

No Quadro LVI, referem-se os reguladores de crescimento de plantas,

objectivos da sua utilização e épocas de aplicação, bem como formulações,

concentrações, classificação toxicológica, intervalo de segurança e respectivas

marcas comerciais.

No Anexo I, apresentam-se as abreviaturas dos tipos de formulação e a

classificação toxicológica das substâncias activas, segundo o Código Nacional

e Internacional.

Quadro LVI - Substâncias activas e produtos comerciais reguladores de crescimento de plantas aconselhadas em protecção integrada na cultura da cebola.

REGULADORES DE CRESCIMENTO DE PLANTAS Substância activa

Objectivos de utilização e Épocas de aplicação

Concentração sa / pc Produto comercial Form CT IS Dias

GA3 + ácido indolacético + cis-zeatina

Para aumentar a produção e a uniformidade dos calibres: 1ª aplicação: 30 dias após a emergência. 2ª aplicação: no inicio da formação do bolbo.

0,0068g s.a. / hl 45ml pc / hl

0,0068g s.a. / hl 45ml pc / hl

BIOZYME TF

SL

Is

7

hidrazida maleica (sal de potássio)

Para inibir o desenvolvimento dos brolhos: Aplicar quando 50% das folhas se encontrarem com o colo emergido (cerca de 15 dias antes da colheita)

1,8-2,25kg s.a./ ha 3-3,75kg pc / ha

SUPER STOP BROT 60

SP

Xi

14

Obs. A mistura de ácido giberélico, ácido indolacético e cis-zeatina só deve ser aplicada quando as culturas estiverem em boas condições fitossanitárias e de desenvolvimento vegetativo. A aplicação desta mistura nas culturas, pode suscitar nelas necessidades nutritivas que deverão ser supridas com fertilizações adequadas (de fundo e/ou por via foliar). Temperaturas baixas e níveis de humidade elevados por tempo prolongado podem atrasar os efeitos dos tratamentos. A mistura de ácido giberélico, ácido indol acético e cis-zeatina não deve ser incorporado em caldas conjuntamente com produtos de reacção alcalina ou que tenham óleo como base química. Esta mistura pode ser aplicada nas primeiras horas da manhã ou ao fim do dia quando a temperatura ambiente não exceder os 30ºC, desde que o número de horas de luz, após a aplicação, não seja superior a 3. Não aplicar com chuva nem na eminência desta. É indispensável um intervalo mínimo de 6 horas sem chuva, após a aplicação. Quando coincidam a aplicação desta substância activa e a realização de uma rega, deve primeiro regar-se e só depois aplicar o produto.

Práticas culturais

135

2.5. Rega

A cultura da cebola é uma cultura muito sensível às condições hídricas devido

à morfologia do seu sistema radicular e à fisiologia estomática. Pequenas

diminuições do potencial de água no solo (como seca ou salinidade), impedem

o crescimento da planta e impossibilitam a maximização da produtividade, uma

vez que ocorrem decréscimos de transpiração e de fotossíntese. A cultura é no

entanto resistente à seca.

Dado que o sistema radicular da cebola é bastante superficial, a disponibilidade

de água deve ser abundante na fase de crescimento das folhas e na fase inicial

de crescimento do bolbo. O período de maior sensibilidade ao défice hídrico é a

fase de crescimento do bolbo. No final do ciclo cultural efectuar uma rega ou

promover a disponibilidade de água de forma excessiva atrasa a maturação do

bolbo. A cebola é, normalmente, regada por aspersão.

2.6. Aplicação de nutrientes ao solo

No Quadro LVII estão indicadas as quantidades de nutrientes a aplicar de

acordo com as classes de fertilidade do solo e a produção esperada.

Quadro LVII - Quantidade de nutrientes a aplicar (kg/ha) na cultura da cebola ao ar livre, consoante as classes de fertilidade do solo, para uma produção esperada de 30 a 50 t/ha.

Classes de fertilidade do solo Parâmetro Produção esperada t/ha M. Baixa Baixa Média Alta M. Alta

N(*) 30 40 50

80

100 120

P2O5

30 40 50

135-165 150-180 180-200

105-135 120-150 150-180

75-105 85-120 100-150

50-75 60-85

75-100

50 60 75

K2O 30 40 50

135-165 150-180 180-200

105-135 120-150 150-180

75-105 90-120 100-150

50 60 75

- - -

Mg 30 a 50 20 10 - - - (*) No caso do azoto não são utilizadas classes de fertilidade

2.6.1. Aplicação de azoto

A quantidade de azoto (N) a aplicar é estabelecida tendo em conta a produção

esperada que é condicionada pelas condições climáticas e de solo da região,

bem como pela fitotecnia utilizada (variedade, tipo de rega, preparação do solo,

etc.). Para a determinação da quantidade total de N a aplicar é obrigatório

deduzir o azoto veiculado pelos correctivos orgânicos aplicados e pela água de

rega. Utilizar, para os correctivos, os valores referidos na análise ou, na sua

Práticas culturais

136

falta, os valores médios indicados no Anexo III-4 – Quadro I. No caso da água

poderão ser utilizados os valores da última análise, efectuada em amostra

colhida de acordo com o estipulado no D. L. 236/98 de 1 de Agosto.

Fraccionar o azoto, aplicando metade a um terço em fundo e o restante em

duas ou três coberturas, até ao início da formação dos bolbos. Não fazer

coberturas tardias. Usar os valores mais elevados em solos pobres em matéria

orgânica e em que não haja aplicação de correctivos orgânicos. Nas

sementeiras ou plantações de Inverno, as coberturas (Fevereiro/Abril) deverão

ser mais abundantes em anos chuvosos.

Usar, sempre que possível, adubos com enxofre, em especial nos solos com

teores baixos de matéria orgânica e nos derivados de areia e ou arenitos.

2.6.2. Aplicação de fósforo, potássio e magnésio

As quantidades de fósforo, potássio e magnésio indicadas no Quadro LVII são

para aplicar em fundo, a lanço, podendo uma parte ser aplicada de forma

localizada.

No caso dos solos incluídos nas classes de fertilidade mais baixas e para as

produções mais elevadas, parte do potássio poderá ser aplicada em cobertura

juntamente com o azoto, tendo em atenção os desequilíbrios que pode

provocar.

A carência de cálcio ocorre por vezes nesta cultura, estando relacionada com

características varietais, condições ambientais e desequilíbrios nutritivos.

Doses elevadas de azoto e de potássio agravam, normalmente, a situação. A

manutenção de uma faixa adequada de pH do solo e o equilíbrio da relação

Ca/Mg são fundamentais.

2.7. Aplicação de nutrientes por via foliar

No Quadro LVIII são indicados os valores de referência para diagnóstico do

estado de nutrição da cultura da cebola. As amostras para análise foliar devem

ser colhidas de acordo com as normas que se apresentam no Anexo III-2.

Práticas culturais

137

Quadro LVIII – Valores de referência de macro e micronutrientes para interpretação dos resultados de análise foliar da cebola.

Níveis foliares * Nutriente De 1/3 a 1/2 desenvolvimento De 1/2 a pleno desenvolvimento

N (%) 5,0-6,0 4,5-5,5 P (%) 0,35-0,50 0,30-0,45 K (%) 4,0-5,5 3,5-5,0

Ca (%) 1,0-2,0 1,5-2,2 Mg (%) 0,25-0,40 0,25-0,40 S (%) 0,50-1,0 0,5-1,0

Fe (ppm) 60-300 60-300 Mn (ppm) 50-250 50-250 Zn (ppm) 25-100 25-100 Cu (ppm) 15-35 15-35 B (ppm) 22-60 25-75

(*) folha sem porção branca; Nota: Valores de referência adaptados de Jones et al (1991), a usar enquanto se não dispuser de valores para as variedades cultivadas em Portugal

2.8. Colheita

A colheita deve ser efectuada na época própria de cada variedade devido à

influência que pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos

de colheita.

A colheita pode ser feita mecânica ou manualmente. Consoante as variedades, a colheita pode efectuar-se de 65 a 160 dias após a plantação, quando 2/3 das

plantas apresentarem as folhas tombadas, com a folhagem amarelecida, a

murchar e a quebrar pela base. Os bolbos devem estar sãos, sem humidade

exterior anormal, e sem cheiros estranhos. Após a colheita, os bolbos são

acumulados no campo em linhas para secar.

Caderno de campo

138

3. CADERNO DE CAMPO

3.1. Introdução

Em produção integrada, é fundamental definir as práticas aceites e

aconselhadas neste modo de produção, estabelecendo se possível, um modelo

técnico por cultura e para cada região.

O caderno de campo é o documento base e obrigatório para o exercício da

produção integrada. Este deve ser elaborado e distribuído pelas Organizações

reconhecidas e obedecer ao modelo que se apresenta neste capítulo. Com o

caderno campo pretende-se que sejam identificadas todas as operações

culturais, execução de tarefas e tecnologias a utilizar.

Neste documento, é fundamental o registo da ocorrência dos estados

fenológicos da cultura, das operações culturais efectuadas e as datas em que

tenham sido realizadas, das observações efectuadas relativamente aos

inimigos da cultura e organismos auxiliares, da aplicação de produtos

fitofarmacêuticos e fertilizantes.

De acordo com o Decreto-Lei nº 180/95, de 26 de Julho e legislação

complementar, é obrigatório o agricultor anexar os comprovativos de

aquisição dos produtos fitofarmacêuticos e fertilizantes, e os boletins das

análises emitidos pelos laboratórios que efectuaram as análises exigidas.

É obrigatório o agricultor disponibilizar o caderno de campo às entidades

competentes, sempre que solicitado.

O agricultor e o técnico responsável pela parcela inscrita em produção

integrada, responsabilizar-se-ão, com as suas assinaturas, pela veracidade dos

dados registados no caderno.

139

CADERNO DE CAMPO PARA PRODUÇÃO INTEGRADA NA CULTURA DA CEBOLA

Ano de inicio da candidatura ______________ Ano de actividade ___________ Cultura anterior na parcela ____________________________________________ Identificação da Organização de Agricultores Designação ________________________________________________________ Morada ____________________________________________________________ Contacto __________________________________________________________ Nº Contribuinte _____________________________________________________ Identificação do Produtor Nome _____________________________________________________________ Morada ____________________________________________________________ Contacto __________________________________________________________ E-mail _____________________________________________________________ Nº Contribuinte _____________________________________________________ Nº do Contrato ______________________________________________________ Identificação da parcela Nome ____________________________ Local ___________________________ Freguesia _________________________ Concelho ________________________ Distrito ____________________________ Área (ha) _______________________ Nº parcelário ____________________________ Data ______________________________________________________________ Produtor ___________________________________________________________ Técnico ___________________________________________________________

Espaço reservado ao logótipo da Organização de

Agricultores reconhecida

140

Preparação do terreno Data Operação cultural / alfaia Nº de passagens Objectivo Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Sementeira/Plantação

Data de sementeira_____________________________ Data de plantação________________________ Densidade de sementeira _______________________________________________________________ Compasso de plantação_________________________________________________________________ Nº de plantas/ m2______________________________ Nº de plantas/ ha__________________________

Mecânica Manual Observações _____________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________

141

Fertilização

Amostra de solos: Data ____________________ Laboratório _________________________________________________ Referência da amostra ____________________ Correctivos Data t/ha Técnica de aplicação Cal de depuração Estrume Lamas Adubação de fundo

Unidades de fertilizantes aplicadas / ha Data Adubo Kg/ha N P205 K20 B Mg Mn S Ca

TOTAIS Técnica de aplicação _____________________________________________________________ Adubação de cobertura

Unidades de fertilizantes aplicadas / ha Data Adubo Kg/ha N P205 K20 B Mg Mn S Ca

TOTAIS Técnica de aplicação _____________________________________________________________ Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

142

Rega Análise água (data) ____________________ Laboratório _____________________________________ Origem da água _______________________________________________________________________ Referência da amostra ____________________ Sistema de rega ____________________ A. Área total (ha): ________________________________________

(preenchimento facultativo) B. Nº de sectores de rega: _________________________________ C. Área do compasso (m2): _________________________________

distância entre linhas (m) x distância entre emissores (m) D. Caudal do emissor (aspersor, gotejador - l/hora): _____________ E. Potência da bomba (hp): ________________________________

(preenchimento facultativo) F. Caudal da bomba (l / s): _________________________________

(preenchimento facultativo) Registo das regas I. J. = I. x D. / C. L. M. = J. x L.

Tempo de rega diário (h) (média para um sector) *

Dotação (mm ou l/m2)

Nº de regas (para um sector) *

Dotação total (mm ou l / m2) Mês

1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro * não existindo sectores, considera-se toda a área. SOMA:

Outras operações culturais Data

143

Controlo de infestantes

Herbicida Data Substância activa Produto comercial Kg ou l/ha IS

Monda Manual (Sim/Não) __________________________________________ Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Produtos Fitofarmacêuticos Utilizados Insecticidas, Acaricidas, Fungicidas e Nematodicidas

Data Praga / Doença Substância activa Produto comercial (kg ou l/ha) IS Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

144

Colheita Data de início de colheita:___________________________ Data de final de colheita:________________ Produção (kg/ha) ______________________________________________________________________

Mecânica Manual Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Ao caderno de campo o produtor deve anexar: - Boletim de análise de terra - Boletim de análise de água de rega - Boletim de análise foliar (quando efectuada) - Comprovativos de aquisição dos fertilizantes aplicados - Comprovativos de aquisição dos produtos fitofarmacêuticos aplicados - Plano de exploração

145

VISITAS AO CAMPO

DIA MÊS OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES (Assinatura do técnico)

146

Constituição de pontos de monitorização (PM)

Objectivo dos PM: representativos da área de produção (ha) / zona (concelhos), os quais determinarão a tomada de decisão para o tipo de actuação mais adequada. Área do PM: Área representativa da zona de produção. Esta área é seleccionada pelo técnico da Organização. Deve anexar-se ao caderno de campo informação pormenorizada do PM. Nº de armadilhas

Armadilhas tipo funil com feromona para cada espécie-chave de lepidópteros no PM. Como recomendação, as armadilhas deverão estar distanciadas de pelo menos 50 m, sendo também de considerar as instruções de utilização da casa comercial. As feromonas deverão ser substituídas mensalmente. A recolha das capturas nas armadilhas com feromona deverá ser semanal.

Armadilhas cromotrópicas amarelas e ou azuis, em número adequado à área da parcela:

Área da parcela Nº de armadilhas cromotrópicas 500 m2

1 a 5 ha 6 a 10 ha 11 a 20 ha > 20 ha

2 10 15 20

+ 2 por cada 5 ha

A utilização de armadilhas cromotrópicas amarelas permite a captura de formas aladas que contribuem para a dispersão das pragas, contudo também capturam os insectos alados benéficos. A aplicabilidade esperada das armadilhas cromotrópicas deve ser avaliada em função da fauna auxiliar presente na parcela. As armadilhas cromotrópicas deverão ser substituídas semanalmente. Se se proceder à largada de auxiliares, as armadilhas cromotrópicas têm de ser retiradas no momento da largada. A observação das armadilhas deve restringir-se a uma faixa da armadilha de cerca de 1/3 do comprimento total fracção da armadilha. Considerando as dimensões mais usuais das armadilhas, em média 15x21 cm, a faixa utilizada consiste num rectângulo com a largura da armadilha e uma altura de 7 cm acima do bordo inferior. A escolha desta faixa teve em consideração um certo escorrimento que se verifica nas armadilhas expostas verticalmente e a quando do transporte. Para maior comodidade e precisão convém dividir esta área em 3 ou 4 sectores, segundo mostra a figura. No sector assinalado regista-se: 0 – ausência e + - presença.

7 cm7 cm7 cm

Figura: Delimitação, na armadilha, da faixa de 7 cm e respectiva divisão em sectores.

147

Nº de plantas ou órgãos a observar: em cultura de ar livre - 50 plantas/ha (até uma área de cultura de 5 ha), distribuídas

preferencialmente pelas bordaduras da parcela. Por cada fracção de 5 ha, as observações deverão incidir também em cinco plantas extra.

em cultura protegida – 20 plantas/ 500 m2, distribuídas preferencialmente pelas bordaduras da parcela.

Periodicidade das observações: observação semanal no PM. Para a restante área da responsabilidade do técnico a observação deve ser feita sempre que se justificar.

148

Observação em armadilhas PM: ___________________________________________________

Armadilhas cromotrópicas amarelas (0/+)

Armadilhas cromotrópicas

azuis (0/+) Armadilhas com feromona (0/+)

Data

de o

bser

vaçã

o

Afíd

eos

Mine

iras

Trip

es

Trip

es

Acro

lepio

psis

asse

ctell

a

Agro

tis sp

p.

Delia

antiq

ua

Total x 3

0 - ausência + - presença O Técnico ___________________________

149

Observação e quantificação em plantas dos organismos presentes na cultura PM: ___________________________________________________

Estados fenológicos: 1 2 3 4

formação das folhas e raízes formação do bolbo floração colheita

PRAGAS DOENÇAS AUXILIARES

Afídeos Larvas mineiras Mosca Nóctuas Traça Tripes

Data de observação

Feno

logi

a

ocup

ação

(0 a

1)

para

sitism

o (I a

IV)

pred

ação

(0 a

1)

ocup

ação

(0 a

1)

para

sitism

o (I a

IV)

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos (

0 a 1)

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos (

0 a 1)

ocup

ação

(0 a

1)

estra

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ação

(0 a

1)

pred

ação

(0 a

1)

Alter

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inzen

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Queim

a das

folha

s

Bacte

riose

s Observações

Para o preenchimento desta ficha ver verso

O Técnico ___________________________

150

Anexo I

Legenda do caderno de campo

Pragas Afídeos Ocupação 0 – ausência 1 – 1-10 afídeos/folha Mineiras Ocupação 0 – ausência 1 – ao aparecimento de galerias Mosca Ocupação 0 – ausência 1 – presença de estragos Nóctuas Ocupação 0 – ausência de lagartas e estragos 1 – presença de lagartas e estragos Traça Ocupação 0 – ausência 1 – presença dos primeiros estados larvares e estragos Tripes Ocupação 0 – ausência a < 3 formas móveis 1 – 3 formas móveis

Doenças Alternariose 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Antracnose 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Carvão 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Estenfiliose 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Ferrugem 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Fusariose basal 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Míldio 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Podridão cinzenta e branca 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Queima das folhas 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Auxiliares Predação 0 – ausência de predadores 1 – presença de predadores Parasitismo I – ausência de parasitismo II - < 25% de parasitismo III – 25% a 50% de parasitismo IV - > 50% de parasitismo

151

PRAGAS Afídeos

Figura 14 – Myzus persicae (Sulzer). Os afídeos constituem um problema fitossanitário em horticultura. Devido à sua enorme capacidade de reprodução, podem originar prejuízos graves. A espécie mais comuns na cultura da cebola é: o Myzus spp. A preferência dos afídeos por se alimentarem em diferentes órgãos da planta difere consoante a espécie. Alimentam-se da seiva da planta, originando folhas enroladas e por vezes surgem nas folhas manchas amareladas. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta e pesquisar enrolamentos nas folhas e a existência de colónias. À presença de colónias pequenas, índice 1 (●), aguardar. Á presença de colónias grandes – índice > 1 (●) e baixo nível de parasitismo/predação, efectuar um tratamento. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção.

Luta biológica: Chrysoperla carnea Stephens – este crisopídeo é eficaz em culturas de pouco porte. As larvas atacam as presas e sugam os seus fluidos. O afídeo morto fica totalmente amarfanhado e por isso torna-se difícil a sua observação. Adalia bipunctata (Linnaeus)– este coccinelídeo está recomendado como uma medida de correcção quando as populações de afídeos aumentam ou aparecem as primeiras colónias. Os adultos e larvas alimentam-se dos afídeos. Os Sirfídeos, são também insectos úteis e realizam a sua actividade no estado larvar, predando em geral todas as espécies de afídeos.

Figura 15 - Sirfídeo Figura 16 – Coccinelídeos (larvas) Figura 17 – Coccinelídeos (adultos e larva)

Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade. _______ (●) Índice de ocupação: 0=ausência; 1=1-10 afídeos/folha

Insectos de solo De entre os insectos de solo que podem provocar estragos na cultura da cebola, podem considerar-se o Agriotis spp. (vulgarmente conhecidos por alfinetes) e a Melolontha spp.

Figura 18 – Agriotis spp. (alfinete).

Nível de intervenção: A observação deve iniciar-se antes da plantação, pesquisando no solo a presença de larvas. Observar nas raízes (plantas jovens) e os bolbos e verificar a existência de galerias e roeduras nas raízes e nos bolbos. Contar orifícios de saída de adultos no solo. À presença da praga tratar, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Figura 19 – Melolontha spp.: a)

adulto; b) larva. Luta cultural: - efectuar mobilização do terreno em profundidade (no Verão) para diminuição da humidade no solo, causando mortalidade de ovos e larvas;

- efectuar regas equilibradas; - solo não deve ser enriquecido em húmus; - retirar gramíneas em viveiros. - evitar estrumes palhosos.

a)

b)

a)

b)

152

Larvas mineiras Figura 20 – Liriomyza spp.

As Liriomyza spp, vulgarmente conhecidas por mineiras, podem ser parasitadas por vários inimigos naturais no seu estado larvar. Os adultos são moscas de pequeno tamanho de coloração amarela e negra. As larvas originam galerias ou minas nas folhas ao alimentarem-se. A fase de pupa ocorre frequentemente no solo. As fêmeas adultas realizam picadas de alimentação nas folhas de que se alimentam, depreciando o produto. No que diz respeito à luta biológica, a Dacnusa sibirica é um parasitóide eficaz preferindo os primeiro e segundo estados larvares da mineira enquanto que o Diglyphus isaea é um parasitóide, preferencialmente, dos segundo e terceiro estados larvares da mineira. Em cultura de ar livre:

Nível de intervenção: Observar a planta e pesquisar a existência de galerias e picadas de alimentação. Tratar ao aparecimento da praga, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. Luta biológica : Modo de acção dos auxiliares e respectivo efeito visual : Diglyphus isaea (Walker) - é um parasitóide de todos os estados larvares da mineira, preferencialmente do 2º e 3º estados. A fêmea adulta faz a postura de um ovo na larva da mineira. O ovo desenvolve-se dentro da galeria, usando a larva morta da mineira como alimento. Uma característica muito importante do Diglyphus isaea e que por isso tem um valor acrescentado como parasitóide, é a mortalidade que provoca em larvas de mineira no seu processo de alimentação. As fêmeas picam as larvas de Liriomyza e absorvem o seu conteúdo até provocar-lhes a morte. A largada de Diglyphus isaea pode realizar-se em função da superfície da cultura, pelo número de galerias detectadas ou pelo número de plantas. Pode estimar-se a presença de Diglyphus isaea, observando-se as folhas da beringela em contra-luz e pesquisar a presença de pupas. Dacnusa sibirica Telenga – é um parasitóide de todos os estados larvares da mineira, se bem que tenha preferência pelos 1º e 2º estados. Os adultos têm uma coloração castanho-escuro a negro e antenas muito compridas. Ao contrário do Diglyphus isaea, todos os seus estádios desenvolvem-se dentro do hospedeiro. As fêmeas adultas fazem a postura no interior da larva da mineira e o parasitóide desenvolve-se dentro da pupa., ao contrário do Diglyphus isaea (Walker), cuja fêmea faz a postura no interior da galeria mas exterior à mineira, desenvolvendo-se dentro dela e alimentando-se da larva da mineira. Para estimar a presença de Dacnusa sibirica, deverá observar-se folhas com larvas , em laboratório. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Mosca da cebola A Delia antiqua (Meigen) é um díptero, vulgarmente conhecido por mosca da cebola, mas que pode provocar estragos importantes na cultura da cebola. As posturas são feitas isoladamente ou em grupos de 20 ovos próximo do colo da planta, no solo ou nas escamas. Uma larva pode provocar estragos em várias plântulas e alimentam-se das raízes e bolbos. Os primeiros sintomas de infestação, manifestam-se nas folhas que adquirem uma coloração amarela e em caso de forte ataque pode ocorrer a morte da planta. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta na zona do colo/solo. Observar nas folhas amarelecimentos, seguido de morte da planta. Pesquisar podridões. Existência de plantas pouco atacadas (menos de 2 / 25 plantas), aguardar. Ataque generalizado, tratar. Luta química: clorpirifos, diazinão ● Em caso de plantação manual, antes do transplante aplicar aos tabuleiros grânulos.

● Em caso de plantação mecânica, injecção simultânea de grânulos com a planta.

Nemátodos No caso dos nemátodos é fundamental a monitorização de galhas por observação visual das raízes das infestantes e de culturas anteriores. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar na planta sintomas semelhantes aos provocados por deficiência de água e nutrientes. Engrossamento da base do bolbo e deformação das folhas, seguindo-se uma dilatação e um estalar dos bolbos, apresentando também necroses vermelho-acastanhadas. Pesquisar nas sementes a presença do organismo. Efectuar análise laboratorial às plantas (caules e folhas). Ao aparecimento do nemátodo ou de sintomas, tratar. Luta química: 1,3-dicloropropeno

153

Nóctuas e Roscas

Figura 21 – Agrotis spp. (rosca). A maioria dos lepidópteros considerados pragas das hortícolas pertencem à família Noctuidae. É uma família muito importante do ponto de vista agrícola, por possuir espécies que provocam graves prejuízos económicos às culturas. Atendendo ao comportamento alimentar das lagartas, os lepidópteros podem classificar-se em: lagarta das folhas (Spodoptera spp, Autographa gamma (Linnaeus) Chrysodeixis chalcites Esper), lagarta dos frutos (Helicoverpa armigera (Hübner)) e lagarta do solo (Agrotis spp). É no estado larvar que provocam os estragos mais importantes nas culturas. No caso da cultura da cebola são as lagartas de solo que provocam estragos económicos. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta e as armadilhas. Quando se detectarem adultos nas armadilhas com

feromona sexual, tratar, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. No caso das lagartas de solo: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a existência de lagartas, vulgarmente conhecidas por roscas (Agrotis spp) e pupas. Tratar à presença da praga. Luta biológica: De entre os inimigos naturais podem ser considerados alguns predadores, parasitóides e entomopatogéneos eficazes. De entre os predadores generalistas existem algumas espécies que actuam como predadores de ovos e larvas embora com uma eficácia baixa: Coccinella septempunctata (Linnaeus) Chrysoperla carnea Stephens. No que diz respeito aos parasitóides, apesar da existência de inúmeras espécies de himenópteros parasitóides de ovos e larvas, não se encontram em quantidade suficiente para fazerem um controlo eficaz. O inimigo natural mais conhecido e eficaz no combate aos lepidópteros é sem dúvida o Bacillus thuringiensis, que actualmente é comercializado como insecticida biológico. Luta química: diazinão

Traça da cebola Figura 22 – Traça da cebola [Acrolepsiopsis assectella (Zeller)] : a) larva; b) estragos.

Acrolepsiopsis assectella (Zeller), é um lepidóptero vulgarmente conhecido por traça da cebola. A cultura do alho é particularmente sensível aos ataques deste lepidóptero. A postura realiza-se nas folhas e as larvas quando emergem penetram no interior das mesmas. Pupam no solo. Os estragos são provocados pelo facto das lagartas penetrarem no interior das folhas, pelas nervuras, conduzindo à paragem de crescimento das plantas, ao amarelecimento das folhas, podendo até conduzir ao apodrecimento das plantas, devido ao desenvolvimento de infecções secundárias causadas por fungos.

Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar coloração amarela nas folhas com as extremidades secas. Pesquisar a presença de excrementos verde-amarelados. Á presença da praga, tratar. Ter em consideração os organismos auxiliares presentes na parcela. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.…

Tripes Figura 23 – Adulto de Frankliniella

occidentalis (Pergande). Figura 24 – Estragos provocados por tripes, em

cebola. Figura 25 – Adulto de Thrips tabaci

(Lindeman).

Os tripes podem provocar estragos directos, devido à actividade de alimentação e estragos indirectos provocados por esta actividade e por serem vectores de vírus. Devido à sua alimentação, surgem despigmentações na forma de manchas esbranquiçadas ou prateadas que acabam por necrosar. Alimentam-se preferencialmente de órgãos de planta ainda jovens, o que provoca deformações devido a um crescimento não homogéneo. As picadas de alimentação das larvas e adultos amarelecem e secam as folhas.

(cont.)

a)

b)

a)

b)

154

Tripes Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta e pesquisar a presença da praga e picadas de alimentação. Tratar à presença da praga (1 a 5 formas móveis/planta). Ter em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. Figura 26 – Aeolothrips spp.

Luta biológica: De um modo geral os Aeolothrips spp e os Orius spp, são auxiliares a proteger, uma vez que podem contribuir no controlo desta praga e habitualmente estão presentes nas parcelas, pelo que qualquer intervenção química deverá ter em consideração o efeito secundário que a ou as substâncias activas escolhidas poderão ter nas populações destes auxiliares. Luta química: acrinatrina

155

DOENÇAS Bacterioses

Erwinia carotovora subsp. carotovora

Figura 27 – Erwinia sp, sintomas em cebola. Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones 1901) Bergey, Harriso, Breed, Hammer & Huntoon 1923, manifesta-se pela destruição dos tecidos das escamas mais interiores do bolbo; coloração amarela que evolui para castanho observada nos tecidos afectados à medida que a podridão progride; odor característico, desagradável e intenso. Estes sintomas que surgem próximo da maturação. Meios de luta: - evitar uso de rega por aspersão e excesso de humidade; - arrancar e destruir plantas infectadas, infestantes hospedeiras e

resíduos das culturas; - efectuar a colheita apenas após a maturação dos bolbos; - realizar rotações culturais;

- promover o armazenamento em locais secos e com temperatura controlada.

Micoses

Alternariose A alternariose Alternaria porri (Ellis) Cif., manifesta-se de início por lesões esbranquiçadas nas folhas, que quase de imediato, adquirem uma coloração castanha. Quando ocorre a esporulação, as lesões adquirem uma tonalidade púrpura. Os bolbos podem ser infectados, próximo da colheita, quando o fungo penetra por alguma ferida. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: temperatura de cerca de 20ºC; tempo chuvoso e nevoeiro Luta cultural: utilizar sementes sãs; utilizar variedades resistentes ou pouco susceptíveis. Luta química: folpete, mancozebe, zirame

Antracnose A antracnose Colletotrichum circinans (Berk.) Voglino = Colletotrichum dematium (Pers.) Grove f.sp. circinans (Berk.), manifesta-se do seguinte modo: Bolbos: Sobre as escamas externas dos bolbos formam-se estromas negros, planos, dispostos em círculos concêntricos. A qualidade dos bolbos não é alterada, apenas o aspecto. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: temperatura óptima 26ºC, podendo variar entre 10ºC e 30ºC; solos quentes e húmidos. Luta cultural: promover uma boa drenagem dos terrenos; destruir os resíduos das culturas; realizar, rotações culturais. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.…

Carvão O carvão Urocystis cepulae Frost., manifesta-se do seguinte modo: Plântulas: Os primeiros sintomas surgem na fase cotiledonar sob a forma de tumores alongados, negros no interior e superfície prateada, visíveis ao longo das folhas cotiledonares. A epiderme que cobre os tumores acaba por se romper e são libertadas massas de esporos negros, característicos do fungo. As plantas podem morrer ao fim de 3 a 4 semanas. As plantas que sobrevivem são pequenas, apresentam folhas deformadas e lesões a todo o seu comprimento. O desenvolvimento dos bolbos é reduzido. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: temperatura do solo entre 10º C e 22ºC. Luta cultural: favorecer o crescimento rápido do hospedeiro para reduzir o período em que as plantas são susceptíveis; realizar rotações culturais. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.…

156

Estenfiliose A estenfiliose Pleospora allii (Rabenh.) Ces. & De Not. Anamorfo: Stemphylium vesicarum (Wallr.) E. Simmons, manifesta-se do seguinte modo: Haste floral: Lesões em depressão, inicialmente amarelas e acastanhadas. Com o evoluir da doença as manchas alongam-se, ficam com contorno irregular ou oval e margens um pouco difusas, tornando-se por vezes rosadas. O centro da mancha vai adquirindo uma coloração acastanhada ou acinzentada, contrastando com o castanho mais escuro das margens ou zonas mais recentemente atacadas. Mais tarde as manchas acabam por coalescer e podem atingir toda a haste floral que, finalmente, seca. Folhas: Os sintomas são idênticos às hastes florais mas, devido à menor resistência dos tecidos, têm tendência a dobrar-se pelos pontos de lesão, amarelecendo e secando prematuramente. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: longos períodos de humidade elevada ou chuva na Primavera e Verão; temperaturas de 25ºC. Luta cultural: - evitar todas as causas que provoquem traumatismos e feridas. Luta química: azoxistrobina

Ferrugem A ferrugem Puccinia spp., manifesta-se pela observação de manchas pardo-avermelhadas que mais tarde adquirem a coloração violácea, nas quais se desenvolvem os uredosporos. As folhas secam prematuramente em consequência da infecção. Luta cultural: eliminar os restos da cultura anterior; realizar rotações culturais. Luta química: mancozebe, zirame

Fusariose basal da cebola A fusariose basal da cebola Fusarium oxysporum Sclechtend.:Fr. f. sp. cepae (H.N. Hans.) W.C. Snyder & H.N. Hans, manifesta-se do seguinte modo: Plântulas : Observa-se a morte das plântulas em pré e pós-emergência. Plantas adultas: Observa-se uma infecção em qualquer fase do crescimento. As folhas amarelecem e morrem. As raízes ficam rosadas e desintegram-se. A parte basal dos bolbos apodrece. As plantas infectadas arrancam-se facilmente do solo. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: temperatura entre 25ºC e 35ºC; humidade moderada Luta cultural: eliminar os resíduos das culturas e outros vegetais; realizar rotações culturais. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Míldio Figura 28 –Míldio [Peronospora destructor (Berkeley)

Casp.]. O míldio Peronospora destructor (Berkeley) Casp., manifesta-se do seguinte modo: Folhas: Os sintomas são facilmente visíveis nas folhas mais velhas durante as manhãs, enquanto os orvalhos ainda estão presentes. Sobre as folhas podem observar-se manchas de 3 a 30 cm de comprimento, de coloração mais pálida que o resto da folhagem. Com tempo húmido, sobre estas lesões formam-se micélio cinzento violáceo. As folhas atacadas ficam verde pálido, mais tarde amarelas e as partes infectadas secam e morrem. Hastes florais: Observam-se lesões circulares ou alongadas, frequentemente, aparecem num só lado do pedúnculo. Estes ficam frágeis na zona da lesão e geralmente partem. Infecções sistémicas: Podem também ocorrer infecções sistémicas, ficando as plantas ananicadas e com

folhas verde pálido. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: temperatura entre 3ºC e 25º; temperatura óptima 11ºC; HR superior a 95%; presença de água de chuva ou de orvalho sobre a folha. Luta cultural: planear a plantação no sentido dos ventos dominantes; escolher parcelas com solos ligeiros e bem drenados; eliminar as infestantes; evitar plantações densas e sebes de protecção para os ventos; evitar regas por aspersão; realizar rotações culturais. Luta química: azoxistrobina, folpete, mancozebe, zirame

157

Podridão branca A podridão branca da cebola Stromatinia cepivorum Berkeley Anamorfo: Sclerotium cepivorum Berkeley, manifesta-se do seguinte modo: Plântulas: Observa-se a morte das plântulas em pré e pós-emergência Plantas adultas: Parte aérea: Observa-se o amarelecimento e murchidão das folhas mais velhas, sintoma que se estende rapidamente a toda a folhagem. Com alto nível de inoculo no solo as plantas podem morrer rapidamente e em grandes áreas do campo. Bolbos: Observa-se uma podridão mole na base dos bolbos, que se cobre de micélio branco. Sobre estes formam-se numerosos esclerotos pretos. As plantas infectadas arrancam-se facilmente do solo. Raízes: Observa-se uma podridão translúcida, com eventual produção de esclerotos. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: temperatura óptima entre 10ºC e 20ºC. Luta cultural: utilizar plantas sãs; evitar o transporte de solo infectado para campos livres da doença; realizar rotações culturais. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Podridão cinzenta do colo A podridão cinzenta do colo Botrytis aclada Fresenius = Botrytis allii Munn., manifesta-se do seguinte modo: Durante o ciclo cultural é uma doença que não é importante, porque infecta apenas as folhas senescentes. É importante em armazém. Os bolbos desenvolvem durante o armazenamento uma podridão do colo, que se cobre de micélio cinzento e esclerotos negros. O fungo invade as plântulas a partir da semente contaminada e fica latente nos tecidos foliares até à maturação. Nesse momento invade o colo e gradualmente tem um percurso descendente e invade todo o bolbo. Luta cultural: utilizar sementes sãs; realizar rotações culturais. Luta química: tirame

Queima das folhas A queima das folhas Botryotinia squamosa Viennot-Bourgin Anamorfo: Botrytis squamosa J.C. Walker, manifesta-se do seguinte modo: Folhas: Manchas brancas de 1 mm de diâmetro que progridem podendo atingir 4 mm. Estas manchas são mais numerosas na extremidade das folhas e acabam por secar. As frutificações (fugazes) esbranquiçadas, são visíveis em tempo húmido na extremidade das folhas necrosadas. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: temperatura óptima entre14ºC (para a germinação dos esporos); temperatura 25ºC (para o crescimento do micélio); HR elevada durante períodos longos. Luta cultural: eliminar os resíduos das culturas; evitar plantações densas; realizar rotações culturais. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Bibliografia

158

4. BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, D. – Manual de hortícolas. Lisboa: Editorial Presença, 2006. Vol

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(eds) Handbook of vegetable science and technology. Production, composition, storage and processing. Marcel Dekker, New York. 1998, p.

373-396.

159

ESPARGO

(Asparagus officinalis L. var. officinalis)

Práticas culturais

160

ESPARGOS

1. PRÁTICAS CULTURAIS

1.1. Localização da cultura

1.1.1. Condições climáticas

Planta de dias longos, as temperaturas médias mensais críticas de

rebentamento dos turiões situam-se entre os 11 a 13ºC e as do

desenvolvimento vegetativo entre os 18 e os 25ºC. O teor de humidade relativa

não afecta os turiões brancos, sendo necessário 60 a 70% de humidade para

os turiões verdes. Durante o ciclo vegetativo, o espargo suporta bem os frios do

Inverno e as temperaturas elevadas do Verão.

1.1.2. Condições edáficas

O espargo adapta-se a quase todos os tipos de solo, mas prefere os de textura

arenosa a franca-arenosa, ricos em matéria orgânica (entre 2 a 4%), com pH

entre 6,0 e 7,0 e condutividade eléctrica entre 0,8 a 1,6 dS/m determinada no

extracto aquoso, proporção 1:2 (solo/água). Nos solos argilosos, os espargos

adquirem uma consistência excessivamente fibrosa e um sabor demasiado

amargo.

Como o espargo é uma planta com um extenso sistema radicular, a presença

de lençol freático próximo da superfície torna-se prejudicial. Nos solos onde

não seja possível assegurar uma drenagem eficaz, não se deve proceder à

instalação da cultura.

1.2. Produção de plantas

É no viveiro que se obtêm as garras, cerca de 4 meses após a sementeira, com

10 cm de largura, as quais podem então ser utilizadas na instalação de

espargueiras. A espargueira pode permanecer em produção durante alguns

anos, pelo que a escolha da parcela e a preparação do terreno são cruciais

Práticas culturais

161

para o sucesso da cultura. As garras estão em condições de ser plantadas no

local definitivo com um ano de idade.

1.3. Plantação

1.3.1. Época e compassos de plantação

A plantação das “garras” deve ser efectuada de Janeiro a Março. Para os

espargos brancos, efectuar a plantação em valas com 0,40 a 0,50 m de largura

e 0,25 m de profundidade, separadas de 1,2 a 1,6 m, instalando uma fileira de

plantas com um compasso de 0,40 a 0,50 m entre plantas (densidade de

plantação de 10 000 a 12 000 plantas/ha). Para os espargos verdes, efectuar a

plantação em valas de 1,0 m de largura e 0,25 m de profundidade, separadas

de 1,2 a 1,6 m, instalando duas fileiras de plantas distanciadas de 0,50 m e

com um compasso de 0,50 m entre plantas (densidade de plantação de 35 000

a 40 000 plantas/ha).

Num sistema de semiforçagem, a cultura pode ser conduzida com cobertura de

solo, por intermédio de filmes negros. Pode também ser instalada em túneis,

permitindo aumentar a precocidade da produção.

1.4. Rega

A rega é indispensável para evitar a paragem de crescimento estival, nas

zonas mediterrânicas. O excesso de água é também prejudicial, especialmente

em solo com um certo teor de argila, porque favorecem os ataques de

Rizoctónia. A cultura do espargo é normalmente regada por aspersão, embora

possa ser regada por um sistema de rega localizada.

1.5. Aplicação de nutrientes ao solo

No Quadro LIX estão indicadas as quantidades de nutrientes a aplicar de

acordo com as classes de fertilidade do solo e a produção esperada.

Práticas culturais

162

Quadro LIX - Quantidade de nutrientes a aplicar (kg/ha) na cultura do espargo ao ar livre, consoante as classes de fertilidade do solo, para uma produção esperada de 2 t/ha (4º ano) e 5 a 6 t/ha (anos posteriores).

Classes de fertilidade do solo Parâmetro M. Baixa Baixa Média Alta M. Alta

INSTALAÇÃO N(*) 60-80

P2O5 140-160 120-140 100-120 80-100 - K2O 140-160 120-140 100-120 80-100 -

MANUTENÇÃO ANUAL (2º ANO) N(*) 60-80

P2O5 100-120 80-100 60-80 40-60 - K2O 140-160 120-140 100-120 80-100 -

MANUTENÇÃO ANUAL (A PARTIR DO 3º ANO) N(*) 100-150

P2O5 100-120 80-100 60-80 - - K2O 180-200 150-180 120-150 90-120 -

B 2-3 1,0-1,5 1,0 0,5 - (*) No caso do azoto não são utilizadas classes de fertilidade

1.5.1. Aplicação de azoto

A quantidade de azoto (N) a aplicar é estabelecida tendo em conta a produção

esperada que é condicionada pelas condições climáticas e de solo da região,

bem como pela fitotecnia utilizada (variedade, tipo de rega, preparação do solo,

etc.). Para a determinação da quantidade total de N a aplicar é obrigatório

deduzir o azoto veiculado pelos correctivos orgânicos aplicados e pela água de

rega. Utilizar, para os correctivos, os valores referidos na análise ou, na sua

falta, os valores médios indicados no Anexo III-4 – Quadro I. No caso da água

poderão ser utilizados os valores da última análise, efectuada em amostra

colhida de acordo com o estipulado no D. L. 236/98 de 1 de Agosto.

O azoto deverá ser fraccionado, aplicando cerca de metade a um terço em

fundo e o restante em várias coberturas, de acordo com o tipo de rega

praticado. A eficiência do azoto depende muito do tipo de rega e da natureza

do solo. A partir do 1º ano, efectuar as aplicações após o correspondente

período de colheita.

1.5.2. Aplicação de fósforo e potássio

As quantidades de fósforo, potássio indicadas no Quadro LIXsão para aplicar a

lanço e em fundo, na altura da instalação da cultura. Nos anos seguintes, as

quantidades indicadas são para aplicar no final do período de colheita.

Práticas culturais

163

A carência de cálcio ocorre por vezes nesta cultura, estando relacionada com

características varietais, condições ambientais e desequilíbrios nutritivos.

Doses elevadas de azoto e de potássio agravam, normalmente, a situação. A

manutenção de uma faixa adequada de pH do solo e o equilíbrio da relação

Ca/Mg são fundamentais.

1.5.3. Aplicação de micronutrientes

Se a análise de terra revelar níveis baixos de boro, aplicar este nutriente

respeitando os valores indicados no Quadro LIX. A aplicação de outros

micronutrientes pode ser necessária, devendo ser fundamentada em resultados

de análise foliar.

1.6. Aplicação de nutrientes por via foliar

No Quadro LX são indicados os valores de referência para diagnóstico do

estado de nutrição da cultura do espargo. As amostras para análise foliar devem

ser colhidas de acordo com as normas que se apresentam no Anexo III-2.

Quadro LX – Valores de referência de macro e micronutrientes para interpretação dos resultados de análise foliar dos espargos.

Níveis foliares (*) Nutriente Insuficiente Suficiente Excessivo

N (%) < 2,5 2,5-4,0 > 4,0 P (%) < 0,25 0,25-0,50 > 0,50 K (%) < 1,5 1,5-2,8 > 2,8

Ca (%) < 0,6 0,6-1,0 > 1,0 Mg (%) < 0,25 0,25-0,30 > 0,30

Fe (ppm) < 40 40-250 > 250 Mn (ppm) < 25 25-200 > 200 Zn (ppm) < 20 20-100 > 100 Cu (ppm) < 5 5-25 > 25 B (ppm) < 40 40-100 > 100

(*) 50 cm da parte superior dos rebentos; Nota: Valores de referência adaptados de Jones et al (1991), a usar enquanto se não dispuser de valores para as variedades cultivadas em Portugal

1.7. Colheita

A colheita deve ser efectuada na época própria de cada variedade, devido à

influência que pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos

de colheita.

Práticas culturais

164

Segundo a zona climática, a colheita deve efectuar-se manualmente de Abril a

Julho, a partir do 4º ano, todos os dias ou de dois em dois dias. Para os

espargos brancos, a colheita efectua-se quando os turiões emergem alguns

centímetros do solo. Os espargos devem ser rapidamente colocados numa

atmosfera fresca, em virtude do rápido aumento de material fibroso, cuja

intensidade é função da temperatura e tem lugar, principalmente, nas 24 horas

a seguir ao corte.

Caderno de campo

165

3. CADERNO DE CAMPO

3.1. Introdução

Em produção integrada, é fundamental definir as práticas aceites e

aconselhadas neste modo de produção, estabelecendo se possível, um modelo

técnico por cultura e para cada região.

O caderno de campo é o documento base e obrigatório para o exercício da

produção integrada. Este deve ser elaborado e distribuído pelas Organizações

reconhecidas e obedecer ao modelo que se apresenta neste capítulo. Com o

caderno campo pretende-se que sejam identificadas todas as operações

culturais, execução de tarefas e tecnologias a utilizar.

Neste documento, é fundamental o registo da ocorrência dos estados

fenológicos da cultura, das operações culturais efectuadas e as datas em que

tenham sido realizadas, das observações efectuadas relativamente aos

inimigos da cultura e organismos auxiliares, da aplicação de produtos

fitofarmacêuticos e fertilizantes.

De acordo com o Decreto-Lei nº 180/95, de 26 de Julho e legislação

complementar, é obrigatório o agricultor anexar os comprovativos de

aquisição dos produtos fitofarmacêuticos e fertilizantes, e os boletins das

análises emitidos pelos laboratórios que efectuaram as análises exigidas.

É obrigatório o agricultor disponibilizar o caderno de campo às entidades

competentes, sempre que solicitado.

O agricultor e o técnico responsável pela parcela inscrita em produção

integrada, responsabilizar-se-ão, com as suas assinaturas, pela veracidade dos

dados registados no caderno.

166

CADERNO DE CAMPO PARA PRODUÇÃO INTEGRADA NA CULTURA DO ESPARGO

Ano de inicio da candidatura ______________ Ano de actividade ___________ Cultura anterior na parcela ____________________________________________ Identificação da Organização de Agricultores Designação ________________________________________________________ Morada ____________________________________________________________ Contacto __________________________________________________________ Nº Contribuinte _____________________________________________________ Identificação do Produtor Nome _____________________________________________________________ Morada ____________________________________________________________ Contacto __________________________________________________________ E-mail _____________________________________________________________ Nº Contribuinte _____________________________________________________ Nº do Contrato ______________________________________________________ Identificação da parcela Nome ____________________________ Local ___________________________ Freguesia _________________________ Concelho ________________________ Distrito ____________________________ Área (ha) _______________________ Nº parcelário ____________________________ Data ______________________________________________________________ Produtor ___________________________________________________________ Técnico ___________________________________________________________

Espaço reservado ao logótipo da Organização de

Agricultores reconhecida

167

Preparação do terreno Data Operação cultural / alfaia Nº de passagens Objectivo Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Plantação

Data de plantação______________________________________________________________________ Compasso de plantação_________________________________________________________________ Nº de garras / m2______________________________ Nº de garras/ ha__________________________

Mecânica Manual Observações _____________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________

168

Fertilização

Amostra de solos: Data ____________________ Laboratório _________________________________________________ Referência da amostra ____________________ Correctivos Data t/ha Técnica de aplicação Cal de depuração Estrume Lamas Adubação de fundo

Unidades de fertilizantes aplicadas / ha Data Adubo Kg/ha N P205 K20 B Mg Mn S Ca

TOTAIS Técnica de aplicação _____________________________________________________________ Adubação de cobertura

Unidades de fertilizantes aplicadas / ha Data Adubo Kg/ha N P205 K20 B Mg Mn S Ca

TOTAIS Técnica de aplicação _____________________________________________________________ Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

169

Rega Análise água (data) ____________________ Laboratório _____________________________________ Origem da água _______________________________________________________________________ Referência da amostra ____________________ Sistema de rega ____________________ A. Área total (ha): __________________________________________

(preenchimento facultativo) B. Nº de sectores de rega: ___________________________________ C Área do compasso (m2): ___________________________________

distância entre linhas (m) x distância entre emissores (m) D. Caudal do emissor (aspersor, gotejador - l/hora): ______________ E. Potência da bomba (hp): __________________________________

(preenchimento facultativo) F. Caudal da bomba (l / s): __________________________________

(preenchimento facultativo) Registo das regas I. J. = I. x D. / C. L. M. = J. x L.

Tempo de rega diário (h) (média para um sector) *

Dotação (mm ou l/m2)

Nº de regas (para um sector) *

Dotação total (mm ou l / m2) Mês

1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro * não existindo sectores, considera-se toda a área. SOMA:

Outras operações culturais Data

170

Controlo de infestantes

Herbicida Data Substância activa Produto comercial Kg ou l/ha IS

Monda Manual (Sim/Não) __________________________________________ Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Produtos Fitofarmacêuticos Utilizados Insecticidas, Acaricidas, Fungicidas e Nematodicidas

Data Praga / Doença Substância activa Produto comercial (kg ou l/ha) IS Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

171

Colheita Data de início de colheita:___________________________ Data de final de colheita:________________ Produção (kg/ha) ______________________________________________________________________

Mecânica Manual Observações ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Ao caderno de campo o produtor deve anexar: - Boletim de análise de terra - Boletim de análise de água de rega - Boletim de análise foliar (quando efectuada) - Comprovativos de aquisição dos fertilizantes aplicados - Comprovativos de aquisição dos produtos fitofarmacêuticos aplicados - Plano de exploração

172

VISITAS AO CAMPO

DIA MÊS OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES (Assinatura do técnico)

173

Constituição de pontos de monitorização (PM)

Objectivo dos PM: representativos da área de produção (ha) / zona (concelhos), os quais determinarão a tomada de decisão para o tipo de actuação mais adequada. Área do PM: Área representativa da zona de produção. Esta área é seleccionada pelo técnico da Organização. Deve anexar-se ao caderno de campo informação pormenorizada do PM. Nº de armadilhas

Armadilhas tipo funil com feromona para cada espécie-chave de lepidópteros no PM. Como recomendação, as armadilhas deverão estar distanciadas de pelo menos 50 m, sendo também de considerar as instruções de utilização da casa comercial. As feromonas deverão ser substituídas mensalmente. A recolha das capturas nas armadilhas com feromona deverá ser semanal.

Armadilhas cromotrópicas amarelas e ou azuis, em número adequado à área da parcela:

Área da parcela Nº de armadilhas cromotrópicas 500 m2

1 a 5 ha 6 a 10 ha 11 a 20 ha > 20 ha

2 10 15 20

+ 2 por cada 5 ha

A utilização de armadilhas cromotrópicas amarelas permite a captura de formas aladas que contribuem para a dispersão das pragas, contudo também capturam os insectos alados benéficos. A aplicabilidade esperada das armadilhas cromotrópicas deve ser avaliada em função da fauna auxiliar presente na parcela. As armadilhas cromotrópicas deverão ser substituídas semanalmente. Se se proceder à largada de auxiliares, as armadilhas cromotrópicas têm de ser retiradas no momento da largada. A observação das armadilhas deve restringir-se a uma faixa da armadilha de cerca de 1/3 do comprimento total fracção da armadilha. Considerando as dimensões mais usuais das armadilhas, em média 15x21 cm, a faixa utilizada consiste num rectângulo com a largura da armadilha e uma altura de 7 cm acima do bordo inferior. A escolha desta faixa teve em consideração um certo escorrimento que se verifica nas armadilhas expostas verticalmente e a quando do transporte. Para maior comodidade e precisão convém dividir esta área em 3 ou 4 sectores, segundo mostra a figura. No sector assinalado regista-se: 0 – ausência e + - presença.

7 cm7 cm7 cm

Figura: Delimitação, na armadilha, da faixa de 7 cm e respectiva divisão em sectores.

174

Nº de plantas ou órgãos a observar: em cultura de ar livre - 50 plantas/ha (até uma área de cultura de 5 ha), distribuídas

preferencialmente pelas bordaduras da parcela. Por cada fracção de 5 ha, as observações deverão incidir também em cinco plantas extra.

em cultura protegida – 20 plantas/ 500 m2, distribuídas preferencialmente pelas bordaduras da parcela.

Periodicidade das observações: observação semanal no PM. Para a restante área da responsabilidade do técnico a observação deve ser feita sempre que se justificar.

175

Observação em armadilhas PM: ___________________________________________________

Armadilhas cromotrópicas amarelas (0/+)

Armadilhas cromotrópicas

azuis (0/+) Armadilhas com feromona (0/+)

Data

de o

bser

vaçã

o

Total x 3

0 - ausência + - presença O Técnico ___________________________

176

Observação e quantificação em plantas dos organismos presentes na cultura PM: ___________________________________________________

Estados fenológicos: 1 2 3 4

germinação desenvolvimento da garra desenvolvimento dos turiões colheita

PRAGAS DOENÇAS AUXILIARES

Afídeos Larvas mineiras

Lepidóp- teros Mosca

Data de observação

Feno

logi

a

ocup

ação

(0 a

1)

para

sitism

o (0 a

1)

ocup

ação

(0 a

1)

para

sitism

o (I a

IV)

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos (

0 a 1)

ocup

ação

(0 a

1)

estra

gos (

0 a 1)

Esten

filios

e

Ferru

gem

Fusa

riose

Oídio

Podr

idão c

inzen

ta

Rozo

ctónia

Observações

Para o preenchimento desta ficha ver verso

O Técnico ___________________________

177

Anexo I

Legenda do caderno de campo

Pragas Afídeos [(Brachycorynella asparagi (Mordvilko)] Ocupação 0 – ausência 1 – 1-10 afídeos/folha Mineiras [(Ophiomyia simplex (Loew)] Ocupação 0 – ausência 1 – ao aparecimento de galerias Mosca das sementes [(Delia platura (Meigen)] Ocupação 0 – ausência 1 – presença de estragos Mosca do espargo [(Platypareae poeciloptera Schrank)] Ocupação 0 – ausência 1 – presença de estragos Lepidópteros [(Agrotis spp.); (Hypopta caestrum (Hübner)] Ocupação 0 – ausência de lagartas e estragos 1 – presença de lagartas e estragos

Doenças Estenfiliose [(Stemphylium vesicarium (Wallr.) E. Simmons] 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Ferrugem [(Puccinia asparagi D.C.] 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Fusariose dos caules: [(Fusarium roseum (Link.) Snyd. & Hansen var. culmorum (Schwabe) [sic.] Snyd. & ans.]] do colo e radicular: [(Fusarium oxysporum Schlecht.; Fusarium moniliforme J. Scheld.] 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Podridão cinzenta [(Botrytis cinerea (Pers.) Fr.)] 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Rizoctónia [Rhizoctonia violaceae Tul.] 0 – ausência de sintomas 1 – presença de sintomas e condições favoráveis Auxiliares Predação 0 – ausência de predadores 1 – presença de predadores Parasitismo I – ausência de parasitismo II - < 25% de parasitismo III – 25% a 50% de parasitismo IV - > 50% de parasitismo

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PRAGAS Afídeos

Os afídeos constituem um problema fitossanitário em horticultura. Devido à sua enorme capacidade de reprodução, podem originar prejuízos graves. A espécies mais comuns na cultura do espargo é o Brachycorynella asparagi (Mordvilko). A preferência dos afídeos por se alimentarem em diferentes órgãos da planta difere consoante a espécie. Os primeiros indivíduos desta espécie são ápteros e aparecem na folhagem do nível inferior em pequenas colónias. Em seguida, surgem as formas aladas que se deslocam para a zona superior da planta. Os talos e as folhas encurtam e as primeiras ramificações do ano seguinte surgem com entrenós curtos e ramificados desde o solo. Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar a planta e pesquisar a existência de colónias. Tratar ao aparecimento da praga, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. Luta biológica: Modo de acção dos auxiliares e respectivo efeito visual : Chrysoperla carnea Stephens – este crisopídeo é eficaz em culturas de pouco porte. As larvas atacam as presas e sugam os seus fluidos. O afídeo morto fica totalmente amarfanhado e por isso torna-se difícil a sua observação. Adalia bipunctata (Linnaeus)– este coccinelídeo está recomendado como uma medida de correcção quando as populações de afídeos aumentam ou aparecem as primeiras colónias. Os adultos e larvas alimentam-se dos afídeos. Sirfídeos, são também insectos úteis e realizam a sua actividade no estado larvar, predando em geral todas as espécies de afídeos.

Figura 29 – Sirfídeo. Figura 30 – Coccinelídeos (larvas). Figura 31 – Coccinelídeos (adultos e larvas) numa colónia de afídeos.

Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade. Insectos de solo

Figura 32 – Agriotis spp. (alfinete). De entre os insectos de solo que podem provocar estragos na cultura do espargo, podem considerar-se o Agriotis spp. (vulgarmente conhecidos por alfinetes), que vivem a diferentes profundidades, segundo a época do ano, sendo muito sensíveis ao calor e à seca. Os estragos provocados manifestam-se por roeduras e orifícios nos órgãos subterrâneos da planta: raízes, garras, gemas e turiões; a Melolonta spp. cujos estragos são provocados pelos hábitos alimentares das larvas, as quais se alimentam, das raízes, rizomas e gemas, destruindo completamente a parte subterrânea da planta; e a Scutigerella immaculata (Newport), cujos estragos se manifestam por

pequenos orifícios nos turiões e, em caso de forte infestação, os turiões apresentam grandes estrias.

Nível de intervenção: A observação deve iniciar-se antes da plantação, pesquisando no solo a presença de larvas. Observar nas raízes (plantas jovens) a existência de galerias e roeduras. À presença da praga tratar, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Figura 33 – Scutigerella immaculata (Newport). Figura 34 – Melolontha spp. a) larva; b) adulto.

a)

b)

a)

b)

179

Mosca das sementes A mosca das sementes [Delia platura (Meigen)], provoca estrago na cultura dos espargos por intermédio das larvas que penetram nos turiões realizando galerias, aparecendo fortemente encurvados. Normalmente só provocam estragos nos turiões grossos. Nível de intervenção: Depois da plantação é preciso evitar, se possível, o perigo dos estragos durante o primeiro ano, plantando as garras após a postura. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Mosca do espargo A mosca dos espargos Platyparea poeciloptera Schrank, é uma praga específica do espargo. Este díptero hiberna na forma de pupa e os adultos fazem a postura nos turiões, geralmente na base de uma pequena escama. As larvas fazem galerias subepidérmicas em primeiro lugar no sentido descendente atingindo a garra e posteriormente dilatam. Os talos murcham e morrem, ficando as plantas extremamente debilitadas. Nível de intervenção: Ao aparecimento dos primeiros adultos, tratar. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Lepidópteros Figura 35 – Agrotis spp (rosca).

A maioria dos lepidópteros considerados pragas das hortícolas pertencem à família Noctuidae. É uma família muito importante do ponto de vista agrícola, por possuir espécies que provocam graves prejuízos económicos às culturas. No caso da cultura do espargo o lepidópetos Hypopta caestrum (Hübner) é muito importante. Os adultos desta espécie realizam a postura na base dos talos, das quais eclodem as larvas que se alimentam dos rebentos jovens das garras e das raízes, deixando apenas a epiderme. As roscas ou lagarta do solo (Agrotis spp) , são também lepidópteros que podem provocar estragos importantes na cultura do espargo Em cultura de ar livre: Nível de intervenção: Observar o solo junto à planta a 2 cm de profundidade e pesquisar a existência de

lagartas, vulgarmente conhecidas por roscas (Agrotis spp) e pupas (Hypopta caestrum). Tratar à presença da praga, tendo em consideração os organismos auxiliares presentes no campo de produção. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

180

DOENÇAS Micoses

Estenfiliose Os sintomas da estenfiliose Stemphylium vesicarium (Wallr.) E. Simmons), começam pelo aparecimento de pequenos pontos negros nas escamas secas que se encontram na base dos caules principais da planta. Este pontos evoluem para manchas circulares ou ovaladas, com um Ø entre 2 a 6 mm e cujo centro adquire uma coloração castanha acinzentada, que por sua vez fica limitada por um halo de cor violácea. A planta fica afectada por diferentes fases, tornando-se clorótica de início, degenerando em seguida em colorações escuras, finalizando o processo pela perda de gomos. Esta doença propaga-se por intermédio dos esporos. Os estragos traduzem-se numa redução da superfície foliar e em consequência de uma redução da actividade fotossintética, que vai influir no rendimento produtivo e qualitativo da campanha seguinte. A doença pode afectar toda a parte aérea da planta. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença: neblinas matinais. Luta cultural: eliminar plantas infectadas; evitar encharcamentos; utilizar sistema de rega localizado; evitar rega por aspersão, evitar variedades com desenvolvimento vegetativo abundante, evitar elevada densidade de plantação, evitar excessiva adubação azotada. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Ferrugem A ferrugem Puccinia asparagi D.C., é uma doença que se propaga rapidamente se não for controlada de forma adequada. Nas plantação do 1º ano aparecem na parte aérea uma manchas elípticas de cor verde amarelada e de consistência débil e pegajosa, que são os picnídios. Em plantações adultas não aparece esta fase do fungo e surgem directamente nos caules uma zonas mais volumosas , que se rompem ao fim de 15 a 20 dias, aparecendo umas pústulas de cor pardo-avermelhada, que são os uredóporos, cheios de esporos que constituem o mecanismo de dispersão do fungo. Em caso de forte infecção, a parte aérea da planta seca em poucos dias. Os estragos estão relacionados com a limitação de desenvolvimento dos órgãos vegetativos, os quais nesta fase da cultura sintetizam elementos de reserva acumulando-os no sistema subterrâneo da planta, rizoma e raízes principais e que constituem a base de produção do ano seguinte. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. Luta cultural: utilizar variedades resistentes; orientar as linhas de plantação segundo a direcção dos ventos dominantes, para que a parte aérea mantenha uma percentagem reduzida de humidade; promover o arejamento entre plantas; destruir os restos da parte aérea e evitar enterrá-la para não incorporar no solo novos focos de infecção; utilizar sistema de rega localizado e evitar encharcamentos, porque a água pode servir de vector de dispersão da doença. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Fusariose dos caules A fusariose dos caules Fusarium roseum (Link.) Snyd & Hansen var. culmorum (Schwabe) [sic] Snyd & Hansen, é uma doença que afecta tanto a produção como a planta de maneira irreversível, podendo ser a causa da redução da vida útil comercial da planta. Este fungo introduz-se na planta por intermédio de feridas, cuja origem pode ser desde as mobilizações do solo, tratamentos mecanizados, causados por acidentes naturais, ataques de pragas etc. Os sintomas manifestam-se com o aparecimento de uma penugem clorótica, que em seguida adquirem uma coloração prateada. Se se realizar uma secção transversal observa-se uma necrose na zona cortical. Ao nível do sistema radicular, as raízes principais apresentam um esvaziamento de substâncias de reserva, deixando a epiderme oca. Durante a colheita, pode ocorrer a murchidão rápida do turião, que fica invadido superficialmente por uma capa de micélio branca ou rosada. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. Luta cultural: evitar terrenos argilosos y pouco permeáveis; desinfectar o material vegetal, evitar desequilíbrios na relação cálcio/magnésio que pode facilitar a infecção; utilizar rega localizada; eliminar os restos dos turiões que ficam na parcela após a colheita. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

181

Podridão cinzenta A podridão cinzenta Botrytis cinerea (Pers.) Fr., ataca sobretudo o turião, dando lugar a uma podridão cinzenta que posteriormente se cobre de um enfeltrado acinzentado, que constituem o micélio, e que posteriormente se tornará branco e por baixo do qual se encontram uns corpúsculos negros e de consistência dura, que correspondem aos esclerotos. Os estragos reduzem-se à perda dos turiões e à diminuição da capacidade fotossintética. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. Luta cultural: evitar humidade excessiva do solo. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Rizoctónia A rizoctónia Rhizoctonia violacea Tul manifesta-se quando a produção dos turiões é de pequeno calibre. A infecção localiza-se no rizoma e no colo, observando-se uma coloração rosada. Nível de intervenção: Tratar na presença de sintomas e quando se verificarem condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. Luta cultural: evitar plantações em solos contaminados e que anteriormente tiveram plantações de cenoura, batata, beterraba etc.; desinfectar as garras. Luta química: Não existe substância activa homologada para esta finalidade.

Bibliografia

182

4. BIBLIOGRAFIA

ADAM, D.; STENGEL, B. – L’ asperge. Centre Technique Interprofessionnel

dês Fruits et Legumes. Paris. 1999.

ALMEIDA, D. – Manual de hortícolas. Lisboa: Editorial Presença, 2006. Vol

II, p. 304-320.

DORÉ, C. – Asperge. In PIRAT, M.; FOURY, C (eds) Histoire de legumes. Des origins à l’orée du XXIe siècle. Institut National de la Recherche

Agronomique. Paris. 2003, p. 180-187.

DROST, D. T. – Asparagus. In WIEN, H.C. (ed) The physiology of vegetable crops. CAB International. Oxon. 1997, p. 621-649.

KOTECHA, P. M.; KADAM, S.S. – Asparagus. In SALUNKHE, D.K.; KADAM,

S.S. (eds) Handbook of vegetable science and technology. Production, composition, storage and processing. Marcel Dekker. New York. 1998, p.

511-521.

ANEXO I

- Substâncias activas aconselhadas em protecção integrada -

- Abreviaturas (Tipos de formulação) -

- Abreviaturas (Funções) -

- Abreviaturas (Classificação toxicológica) –

Anexo I

ABREVIATURAS

TIPOS DE FORMULAÇÃO CÓDIGO NACIONAL ad......... aglomerado dispersível em água aer........ aerossol as......... aglomerado solúvel em água cli ......... concentrado líquido para isco cpe ....... concentrado para emulsão cr ......... cristais eao ...... emulsão água em óleo em ....... emulsão eoa....... emulsão óleo em água epe ...... encapsulado para emulsão ge ........ gel de contacto gr ......... grânulos is ......... isco lf .......... produto líquido para obtenção de fumigante lso ....... líquido solúvel lte ........ líquido para termonebulização pas ...... pasta pm ....... pó molhável

pó ........pó polvilhável pps .......pasta para solução ps ........pó solúvel pts ........pastilhas se ........suspo emulsão sf ........prod. sól. p/ obt/fumig. (bolas) sf .........produto sólido para a obtenção de fumigante sf c .......prod. sól. p/ obt/fumig. (comprimidos) sf p .......prod. sól. p/ obt/fumig. (pastilhas) sl .........solução sla ........solução aquosa slo ........solução oleosa sp ........suspensão spa .......suspensão aquosa spc .......suspensão concentrada spm ......suspensão aquosa (micro-cápsulas) spo .......suspensão oleosa ulv ........produto para aplicação em ultra baixo volume

CÓDIGO INTERNACIONAL AB........ isco em grão de cereal AE........ aerosol AL ........ líquido ... AP........ pó ... BB........ isco em bloco BR........ briquete CB........ isco concentrado CF........ suspensão de cápsulas para tratamento de sementes CG........ grânulo encapsulado CL........ líquido ou gel de contacto CP........ pó de contacto CS........ suspensão de cápsulas DC........ concentrado dispersível DP........ pó polvilhável DS........ pó para tratamento de sementes a seco DT ........ pastilhas para aplicação directa EC........ concentrado para emulsão ED........ líquido electro-carregável EG........ grânulos para emulsão EO........ emulsão água em óleo ES........ emulsão para tratamento de sementes EW ....... emulsão óleo em água FD........ caixa fumigante FG........ grânulos finos FK........ vela fumigante FP........ cartucho fumigante FR........ bastonete fumigante FS........ suspensão concentrada para tratamento de sementes FT ........ pastilha fumigante FU........ fumigante FW ....... granulado fumigante GA........ gás comprimido GB........ isco granular GE........ produto gerador de gás GF........ gel para tratamento de sementes GG ....... macrogrânulos GL........ gel para emulsão GP........ pó para pulverizar GR........ grânulos GS........ massa oleosa

GW .......gel solúvel em água HN ........concentrado para nebulização a quente KK ........embalagem combinada sólido/líquido KL.........embalagem combinada líquido/líquido KN ........concentrado para nebulização a frio KP ........embalagem combinada sólido/sólido LA.........laca LS.........solução para tratamento de sementes ME........microemulsão MG........microgrânulos OF ........suspensão miscível com óleo OL ........líquido miscível com óleo OP........pó dispersível em óleo PA ........pasta PB ........isco em plaquetas PC ........concentrado para gel ou pasta PR ........bastonete PS ........semente revestida com pesticida RB........isco (pronto a usar) SB ........isco em fragmentos SC ........suspensão concentrada SE ........suspo-emulsão SG........grânulos solúveis em água SL.........solução concentrada SO........óleo filmogéneo SP ........pó solúvel em água SS ........pó solúv el em água para tratamento de sementes ST.........pastilhas solúveis em água SU ........suspensão para aplicação em ultra-baixo- volume TB.........pastilhas TC ........produto técnico TK.........concentrado técnico UL.........líquido para aplicação a ultra-baixo- volume VP ........produto difusor de vapor WG .......grânulos dispersíveis em água WP........pó molhável WS........pó molhável para tratamento húmido de sementes WT........pastilhas dispersíveis em água XX ........outros

Nota: As abreviaturas em maiúsculas correspondem ao Código Internacional dos tipos de formulação.

Anexo I

ABREVIATURAS

FUNÇÕES

AC........ Acaricida PG ....... Anti-abrolhante AD........ Adjuvante AF........ Anti-geada AT........ Atractivo FU........ Fungicida HB........ Herbicida IN......... Insecticida MO....... Moluscicida WT ....... Molhante NE........ Nematodicida RO....... Rodenticida PG ....... Regulador de Crescimento RE........ Repulsivo BA........ Bactericida ST........ Esterilizante FE........ Ferom ona OT........ Outros

CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA Xi ......... Irritante Xn........ Nociva T.......... Tóxica T +........ Muito Tóxica N.......... Perigoso para o ambiente

ANEXO II

- Normas e fichas para colheita de amostras –

(entomologia, nematologia, rodentologia)

Anexo II-1

DGPC-DSF/05

ENTOMOLOGIA

Normas de colheita de amostras a. Técnica das pancadas Geralmente aplicada em culturas hortícolas, batendo na folhagem, com um tabuleiro para recolha posterior do material caído.

b. Aspirador de boca Consta de um recipiente, tubo ou frasco transparente, ao qual se adaptou uma rolha de cortiça ou borracha provida de dois furos, um para o tubo de aspiração bucal (em ângulo recto) e o outro para a entrada do material. Ao primeiro deverá adaptar-se uma bucha de algodão para evitar a absorção de poeiras, insectos, etc. pelo utilizador.

c. Aspirador eléctrico Com uma constituição semelhante à do anterior, mas provido de um tubo flexível mais longo para permitir maior mobilidade.

d. Armadilhas cromotrópicas/placas pegajosas Feitas de material sintético, com as superfícies lisas. Devem possuir dimensões que permitam adaptar-se bem aos contentores de ranhuras utilizados, por exemplo, 14x20cm. Convém terem cor amarela para melhor atracção dos insectos, e possuir um furo para poderem ser penduradas quando utilizadas em estufa. Para culturas ao ar livre, deverão ser colocadas segundo o esquema apresentado na figura. Antes da utilização devem ser untadas com óleo espesso de motor. Os insectos capturados devem ser retirados, usando quer uma mistura de petróleo incolor e tetracloreto de carbono, quer uma substância espessa miscível com o óleo da placa.

ar livre

estufa

HORTÍCOLAS

FRUTEIRAS

Anexo II-1

DGPC-DSF/05

e. Armadilhas tipo funil e tipo delta Existem diversos tipos, devendo ter-se em conta a localização (em árvores, culturas hortícolas, etc.) e a dimensão do material a capturar. São armadilhas de atracção sexual (feromona).

f. Armadilhas de Moericke Devem ser utilizadas na captura de alados.

g. Cinta-armadilha Constituídas em papel canelado, colocado à volta do tronco das árvores, permitem capturar lagartas que aí se refugiam para pupar.

h. Garrafa mosqueira ou armadilha alimentar Este tipo de armadilha é bastante utilizado para capturar a mosca-da-azeitona e a mosca-da-fruta.

i. Armadilhas de solo São constituídas por um contentor, de dimensões apropriadas às espécies visadas, que se coloca no solo com uma abertura, previamente preparada, de modo a que os insectos ao caminharem ai caiam atraídos ou não por um isco.

j. Funil de Berlese Constituído essencialmente por duas partes, uma cilíndrica metálica que se justapõe a um funil também metálico, de superfície interna lisa. As duas partes estão separadas por uma rede metálica de rede de cerca de 1,5mm que retém o material a analisar mas deixa passar pequenos organismos, como os ácaros. Uma vez carregado o funil com o vegetal, numa camada de 2 a 4cm de espessura coloca-se por cima a cerca de 20cm de distância uma lâmpada com um máximo de 40W e por baixo da saída do funil um pequeno recipiente contendo álcool de 60-70º para recolha dos ácaros. Pelo calor libertado pela

lâmpada e consequente abaixamento das humidades relativas, os ácaros são impelidos progressivamente para baixo até atingirem a rede, precipitando-se para o funil e dai para o recipiente.

tipo funil

tipo delta

Anexo II-1

DGPC-DSF/05

Acondicionamento a. Material vivo Em tubos ou frascos, com ou sem alimento ou substrato, tapados, não hermeticamente, com gaze, algodão, etc. b. Material morto Em recipientes com álcool a 60º ou 70º adicionado de algumas gotas de glicerina. No caso de ser necessário provocar a morte dos insectos, como é frequente acontecer com larvas de lepidópteros ou outras facilmente deformáveis, é necessário proceder a uma prévia anestesia que pode ser pelo acetato de etilo num pedaço de algodão durante cerca de 30 minutos pelo menos.

Envio para o laboratório

Sendo possível deve enviar-se quer material vivo, ou morto recentemente, quer material morto nos vários estados existentes. Convém também enviar partes do hospedeiro infestado ou, se possível, contendo sinais de ataque. Cada recipiente contendo o material entomológico deverá ser acompanhado de uma etiqueta com o código respectivo e as indicações do material hospedeiro/habitat e proveniência. É também conveniente acompanhar o material a analisar, de um documento referente à amostra ou amostras colhidas contendo informações detalhadas, como por exemplo, indicações dos efeitos na cultura, épocas de aparecimento, tratamentos, parasitismo, etc.

Anexo II-2

DGPC-DSF/05

NEMATOLOGIA

Normas de colheita de amostras de terra para pesquisa de nemátodos

A colheita de amostras de terra para análise nematológica deve ser executada por técnicos

regionais de agricultura devidamente habilitados, ou esses técnicos acompanharem a colheita feita por outras pessoas devidamente habilitadas e que sigam as instruções dadas pelos

serviços de agricultura.

A amostra é constituída pela colheita de 20 a 50 tomas de terra (±100g cada) por hectare,

retiradas do terreno de uma forma regular e homogénea, seguindo uma linha em ziguezague pela área a amostrar e de preferência junto às raízes existentes a uma profundidade de 30 a

40cm.

As diversas tomas são colhidas com o auxílio de uma pequena pá de jardineiro. Neste tipo de

colheita não é aconselhável o uso de sondas porque alteram um pouco a estrutura do solo,

comprimindo as partículas e podendo afectar as populações de nemátodos. Consequentemente no fim da colheita de cada amostra não se deve mexer e misturar a terra,

a fim de não alterar muito a sua estrutura.

Cada amostra é constituída por cerca de 2kg de terra, guardada num saco de polietileno

perfeitamente identificado por uma etiqueta, atada exteriormente e com as seguintes indicações: número da amostra, nome do proprietário, nome da propriedade (indicando o

lugar, a freguesia e o concelho), data da colheita e nome do colector.

Na altura da colheita as amostras devem ser colocadas em local fresco e logo que possível

conservadas num frigorífico a 4ºC. O envio para o laboratório deverá efectuar-se com a maior brevidade possível.

A altura mais indicada para a colheita das amostras é na Primavera, devendo contudo evitar-

se os períodos em que o terreno se encontre muito encharcado ou muito seco, sendo neste último caso aconselhável executar as colheitas após um mês da queda das primeiras chuvas.

As amostras entregues no laboratório devem vir acompanhadas de um ofício da Direcção Regional de Agricultura, juntamente com a ficha de colheita devidamente preenchida.

Sempre que haja colheita de mais de uma amostra (parcelas a amostrar superiores a 1ha) da mesma propriedade e proprietário, deve ser preenchida uma só ficha de colheita com a

indicação do número de amostras.

Anexo II-2

DGPC-DSF/05

Morada:

Local:

Freguesia: Concelho:

Culturas efectuadas nos últimos 4 anos:

Ano: Cultura:

Ano: Cultura:

Ano: Cultura:

Ano: Cultura:

Colector:

FICHA DE COLHEITA DE AMOSTRAS DE TERRA PARA ANÁLISE NEMATOLÓGICA

Nº de amostras:

Entidade interessada:

Entidade remetente:

Data de colheita: Área amostrada:

Cultura existente:

Sintomas observados na cultura:

Cultura prevista:

Anexo II-2

DGPC-DSF/05

Nota explicativa:

LOCALIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO DAS AMOSTRAS COLHIDAS

Elabore um pequeno desenho, procurando dar uma noção sobre a forma da área do terreno onde foram colhidas as amostras, com os principais acidentes e elementos topográficos (linha indicando a direcção de maior declive, árvores, caminhos, poços, afloramento

Anexo II-3

DGPC-DSF/05

___________________________________________

Os exemplares para identificação quando não podem ser de imediato entregues neste serviço, devem ser congelados ou conservados em álcool a 90% para posterior reenvio.

RODENTOLOGIA

Ocorrência dos ratos de campo em explorações e estruturas agrícolas

ANO MÊS DIA Direcção Regional Concelho Freguesia

Local Nome do agricultor ______________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

Morada _______________________________________________________________________________

Ocorrência dos estragos: Se em culturas, quais e área afectada. (Descrimine a área de cada parcela e cultura afectada, idade e respectiva percentagem de área afectada):

Ex: Pereiras 5 ha, com 2 anos de idade e 2 % de área afectada ha, com anos de idade e de área afectada ha, com anos de idade e de área afectada ha, com anos de idade e de área afectada ha, com anos de idade e de área afectada

Como se manifestam os estragos: parte radicular: raiz, colo; parte aérea, tronco, ramos, frutos,

semente, ______________________________________________________________________________

Se em estruturas, quais, produtos armazenados afectados, e como se manifestam os estragos. (Descrimine áreas e locais da estrutura e respectivos produtos): Ex.: armazém da quinta, roem junto à porta, circulam nas vigas, e roem as alfarrobas e sacaria. ______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

Exemplares para identificação1 :

Proveniência, local e data de captura: ______________________________________________________

______________________________________________________________________________________

Tipo de armadilha utilizada na captura ______________________________________________________

Assinatura do técnico ____________________________________________________________________

Anexo II-4

DGPC-DSF/05

ANEXO III - Normas e fichas para colheita de amostras –

(terra, material vegetal, água de rega, estrumes e outros correctivos orgânicos)

Anexo III-1

LQARS/05

NORMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS DE TERRA

1. GENERALIDADES

▪ As amostras de terra podem ser colhidas em qualquer época do ano, desde que o

estado de humidade do solo o permita. Para acompanhar a evolução do estado de

fertilidade do solo de uma parcela ao longo do tempo, as colheitas devem ser

efectuadas na mesma época do ano.

▪ Recomenda-se que a colheita e análise de amostras de terra, para avaliação do estado

de fertilidade do solo e recomendações de fertilização, seja efectuada de quatro em

quatro anos no caso das culturas perenes e anualmente nas restantes.

Todo o material de colheita da amostra deve estar bem limpo.

Se o terreno não for uniforme, deverá dividir-se em parcelas relativamente

homogéneas no que respeita à cor, textura, declive, drenagem, aspecto das últimas

culturas realizadas, última fertilização efectuada, etc..

A amostra a enviar ao laboratórios deve ser acompanhada de uma ficha informativa

idêntica à que se apresenta a seguir.

2. INSTALAÇÃO DE CULTURAS ANUAIS E PERENES

▪ Percorre-se em ziguezague cada uma das fracções homogéneas definidas,

colhendo ao acaso, em pelo menos quinze pontos diferentes, pequenas amostras

parciais de igual tamanho na camada de 0 a 20 cm de profundidade (culturas anuais)

ou na camada de 0 a 50 cm (culturas perenes), que se deitam num balde bem limpo.

As infestantes, pedras e outros detritos à superfície do terreno devem ser removidos

antes de colher cada uma das amostras parciais.

▪ Mistura-se bem a terra, retirando eventuais pedras, detritos ou restos de plantas e

toma-se uma amostra de cerca de 0,5kg que se coloca em embalagem apropriada

ou, na sua falta, em saco plástico limpo. A amostra deve ser devidamente

identificada com duas etiquetas, uma colocada dentro do saco (se a terra estiver

seca) e outra, por fora, atada a este com um cordel, sendo assim enviada ao

laboratório para análise.

3. CULTURAS PROTEGIDAS INSTALADAS

Percorre-se em ziguezague a área a amostrar, colhendo ao acaso, entre o bolbo

húmido dos gotejadores e o pé das plantas, pequenas amostras parciais de igual

tamanho na camada de 0 a 20 cm de profundidade que se deitam num balde bem

limpo. Estas amostras devem ser colhidas em, pelo menos, 15 pontos diferentes.

Anexo III-1

LQARS/05

Mistura-se bem a terra, retirando eventuais detritos ou restos de plantas e toma-se

uma amostra de cerca de 0,5 kg que se coloca em embalagem apropriada ou, na

sua falta, em saco de plástico limpo. A amostra deve ser devidamente identificada

com duas etiquetas, uma colocada dentro do saco (se a terra estiver seca) e outra,

por fora, atada a este com um cordel, sendo assim enviada ao laboratório para

análise.

NOTAS IMPORTANTES

1. Evitar colher a amostra em locais encharcados, próximos de caminhos, de habitações,

ou de estábulos.

2. Se quiser requerer a análise de micronutrientes, é necessário utilizar na colheita

material de plástico ou aço inoxidável a fim de evitar contaminações. Se utilizar enxada

ou pá, abra a cova, raspe a parede com pá de madeira ou plástico e só depois retire a

fatia de terra para o balde, utilizando o mesmo material.

Anexo III-1

LQARS/05

ANEXO III-2

NORMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS DE MATERIAL VEGETAL

As amostras para análise foliar, tendo em vista o diagnóstico do estado de

nutrição das culturas, devem ser colhidas de acordo com as seguintes regras:

§ Colher a parte da planta a analisar de acordo com a espécie em causa e

época mais adequada, conforme se indica no Quadro I;

§ No caso de se pretender efectuar o diagnóstico por comparação de duas

situações distintas (por exemplo plantas com sintomas anómalos e

plantas normais), devem ser colhidas duas amostras, uma de cada

situação e, sempre que possível, duas amostras de terra,

representativas das áreas em que foram colhidas as amostras de

material vegetal;

§ O material vegetal deve estar limpo de terra e pesticidas e ser isento de

doenças e pragas;

§ Colher as amostras pela manhã ou no fim do dia, devendo evitar-se,

sempre que possível, aplicações foliares de pesticidas e ou fertilizantes

próximas da época de colheita das amostras;

§ Guardar as amostras em saco de plástico perfurado, rede de nylon ou

saco de papel (tipo Lemon Kraft) devidamente identificado com duas

etiquetas, uma das quais deve ser colocada no exterior da embalagem e

outra, no seu interior, preenchida preferencialmente a lápis ou com outro

material não contaminante nem susceptível de se tornar ilegível;

§ Preencher o mais completamente possível a ficha informativa que

acompanha as amostras;

§ Entregar as amostras no laboratório em mão, o mais rapidamente

possível após a colheita, evitando o seu envio pelo correio a não ser que

se encontrem completamente secas.

ANEXO III-2

Quadro I – Épocas de amostragem, orgão ou parte da planta a colher e número de plantas necessárias para formar uma amostra para análise foliar das aliáceas e das asparagáceas.

Cultura Época de colheita Órgão ou parte da planta a colher Número de plantas

para formar a amostra

Alho Estado de pré-bolbo ou durante a formação do

bolbo

Folha mais nova completamente desenvolvida 12-15

Alho-porro - Folha mais nova completamente

desenvolvida 12-15

Cebola Desde 1/3 ao pleno desenvolvimento

Folha sem porção branca 15-25

Espargo Agosto-Setembro 50 cm da parte superior dos rebentos 10-15

Anexo III-2

LQARS/05

Anexo III-2

LQARS/05

Anexo III-3

LQARS/05

NORMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS DE ÁGUA DE REGA

A apreciação da qualidade das águas deverá ser feita com base na análise de

amostras representativas, colhidas tendo em atenção os seguintes cuidados:

§ No caso das águas de rega provenientes de poços ou furos, deve tomar-se uma

amostra de 1 litro de volume, colhida cerca de meia hora após se ter iniciado a

bombagem da água.

§ A amostra de água deve ser guardada em recipiente de vidro ou plástico bem limpo,

lavado ou enxaguado pelo menos três vezes com a água de que se deseja colher a

amostra.

§ O recipiente deve ficar bem cheio, sem bolhas de ar, devendo ser devidamente

rolhado.

§ Sempre que a chegada ao laboratório não seja imediata, a amostra deve ser

guardada em frigorífico a uma temperatura que não exceda os 5ºC.

§ A amostra deve ser acompanhada de uma ficha informativa idêntica à que se

apresenta a seguir.

Anexo III-3

LQARS/05

Anexo III-4

LQARS/05

NORMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS DE ESTRUMES

E OUTROS CORRECTIVOS ORGÂNICOS

A apreciação da qualidade dos estrumes e outros correctivos orgânicos

deverá ser feita com base na análise de amostras representativas, colhidas

tendo em atenção os seguintes cuidados:

§ Dada a maior ou menor heterogeneidade deste tipo de materiais, a obtenção

de amostras representativas dos mesmos requer a colheita de um número

relativamente elevado de sub-amostras, nunca inferior a 10 ou 15,

dependendo do volume da pilha de material a analisar. O número mais

elevado de sub-amostras corresponde às pilhas de maior volume.

§ As sub-amostras devem ser retiradas do interior das pilhas, evitando fazer

colheitas à superfície das mesmas. Devem ser colocadas em recipientes bem

limpos, onde serão devidamente misturadas. Da mistura é retirada uma

porção de cerca de meio quilo e colocada num saco de plástico devidamente

limpo que, depois de atado e etiquetado, será enviado, com a brevidade

possível, ao laboratório parta análise. Da etiqueta, colocada na parte

exterior, deve constar:

o nome e endereço do remetente;

o tipo de produto;

o referência do produto

o data e local de colheita;

o outras indicações que se considerem relevantes

§ No caso de existir mais de uma pilha do mesmo material deve ser colhida

uma amostra em cada uma delas.

Anexo III-4

LQARS/05

Anexo III-4

LQARS/05

Anexo III-4

LQARS/05

Quadro I - Composição de estrumes. Valores médios (1) em kg/t de estrume, com diferentes graus de humidade conforme a espécie pecuária.

ESTRUMES (kg / t)

Espécie pecuária Matéria seca

Matéria orgânica

N total

N disponível (2)

P2O5 K2O

Bovinos Estabulação semi-permanente Bovinos leite 220 175 5,0 2,0 - 3,0 2,4 12,0 Bovinos engorda 220 175 4,2 1,7 - 2,5 2,8 7,0

Suínos

Pocilgas com camas 250 200 9,0 3,6 - 5,4 6,3 7,0 Galináceos

Poedeiras -Bateria (com tapete) 300 200 14 7,0 - 9,8 11 6,0 Frangos engorda (criação no solo com camas)

650 440 40 16 - 24 18 14,0

Equinos 220 175 5,0 2,0 - 3,0 2,5 12,0 Ovinos e caprinos 220 180 5,5 2,2 - 3,3 2,5 12,0 Adaptado de “Código de Boas Práticas Agrícolas para protecção da Água Contra a Poluição com Nitratos de Origem Agrícola – MADRP, 1997.

Nota 1 – A composição dos estrumes e chorumes varia com as espécies pecuárias, idade, sua alimentação, natureza das camas, estado de conservação, curtimenta.

Nota 2 – Uma parte do N pode ser perdido nas águas de drenagem ou por volatilização, sendo os valores referidos como o azoto disponível para as culturas no caso de uma utilização óptima. Nas parcelas que recebem regularmente estrumes, nos planos de fertilização deverão utilizar-se os valores mais elevados do N disponível. No caso de aplicações isoladas, usar os valores do Quadro seguinte.

Anexo III-4

LQARS/05

Quadro II - Redução a realizar na fertilização azotada, fosfatada e potássica, para aplicações isoladas de estrumes - kg de N, P2O5 e K2O a deduzir por cada 10 t de estrume.

Esp. pecuária / Produto N P2O5 K2O Estrume

Bovinos Bovinos leite 10 15 60 Bovinos engorda 10 15 40

Suínos 20 35 40

Galináceos Baterias 80 50 50 Camas 200 90 120

Adaptado de “Código de Boas Práticas Agrícolas para protecção da Água Contra a Poluição com Nitratos de Origem Agrícola – MADRP, 1997.

Quadro III - Valores-limite da concentração de metais pes ados nos solos e nos compostos de RSU permitidos em produção integrada e quantidades máximas que anualmente se podem incorporar nos solos.

Valores-limite1 em solos com pH 2 Metais

pesados pH≤ 5,5 5,5<pH≤7,0 pH > 7,0

Valores-limite1 nos compostos

RSU

Valores-limite das quantidades que podem

aplicar-se ao solo através de compostos de RSU

(g/ha/ano) Cádmio 0,5 1 1,5 5 30 Chumbo 30 60 100 300 3000 Cobre 20 50 100 500 3000 Crómio 0,1 0,5 1 5 30 Mercúrio 15 50 70 200 900 Níquel 50 70 100 600 2250 Zinco 60 150 200 1500 7500

1 Expresso em ppm referidos à matéria seca; 2 Valores de pH medidos em suspensão aquosa na relação solo/água de 1 / 2,5

Anexo III-4

LQARS/05

Quadro IV - Valores-limite da concentração de metais pesados nos solos e nas lamas destinadas à agricultura e quantidades máximas destes metais que anualmente podem incorporar-se nos solos (a).

Valores-limite em solos com (b)

pH≤ 5,5 5,5<pH≤7,0 pH > 7,0

Valores-limite em lamas

Valores-limite das quantidades que

podem aplicar-se ao solo através de lamas

(c)

Metais pesados

mg/kg de matéria seca kg/ha/ano Cádmio 1 3 4 20 0,15 Chumbo 50 300 450 750 15 Cobre 50 100 200 1000 12 Crómio 50 200 300 1000 4,5 Mercúrio 1 1,5 2,0 16 0,1 Níquel 30 75 110 300 3 Zinco 150 300 450 2500 30

Fonte: Portaria nº 176/96, DR - II Série, de 3 de Outubro

a) De acordo com a Portaria 177/99 DR-II Série, 230 de 3/10, é obrigatória a análise

do solo, com a determinação dos seguintes parâmetros: pH, azoto, fósforo e metais

pesados (cádmio, cobre, níquel, chumbo, zinco, mercúrio e crómio).

b) Os valores de pH referem-se a pH (H2O). Os valores-limite para solos com pH

(H2O) superior a 7,0 aplicam-se apenas no caso desses solos serem utilizados com

culturas destinadas unicamente ao consumo animal.

c) As quantidades indicadas referem-se a valores médios de metais pesados

incorporados ao solo num período de 10 anos de aplicação de lamas. A quantidade

de lama a aplicar num determinado ano deve ser calculada com base na média das

quantidades de lamas aplicadas no período de 10 anos que termina nesse mesmo

ano (inclusive).