PRODUTO III_PARTE 3 Area Matematica020102014.pdf
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Proposta Curr icular
MATEMTICA
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2 - REA: MATEMTICA
A presente proposta para o currculo de Matemtica baseia-se nos ParmetrosCurriculares Nacionais do Ensino Mdio(1999) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educao Bsica(2013) que trazem como trip metodolgico a contextualizao,
a interdisciplinaridade, e a transversalidade. Tais abordagens didtico-metodolgicas
podem assegurar a transversalidade do conhecimento de diferentes componentes
curriculares, propiciando a interlocuo entre os saberes e os diferentes campos do
conhecimento. Nesta perspectiva, prope-se que o professor de Matemtica do Ensino
Mdio na sua prtica pedaggica busque uma abordagem histrico-cultural doscontedos matemticos relevantes produzidos ao longo da histria, indispensveis tanto
para a compreenso da realidade humana quanto para humanizao dos estudantes.
Partindo dos pilares que sustentam a base do currculo do Ensino Mdio no
Brasil: trabalho, cincia, tecnologia e cultura, a Matemtica, nesta proposta, concebida
como uma atividade humana natural e socio-cultural cuja evoluo acompanha quela
do indivduo e das necessidades num mundo em constante transformao.
Para Barbosa (2006, p. 112),
As linhas de frente da Educao Matemtica tm hoje um cuidadocrescente com o aspecto sociocultural da abordagem Matemtica.Defendem a necessidade de contextualizar o conhecimento matemticoa ser transmitido, buscar suas origens, acompanhar sua evoluo,explicitar sua finalidade ou seu papel na interpretao e natransformao da realidade do aluno. claro que no se quer negar aimportncia da compreenso, nem tampouco desprezar a aquisio de
tcnicas, mas busca-se ampliar a repercusso que o aprendizadodaquele conhecimento possa ter na vida social, nas opes, na produoe nos projetos de quem aprende.
Nessa linha de pensamento, Freudenenthal (1979) ratifica esta concepo ao
afirmar que a Matemtica universal a nvel de conceitos, mas como fenmeno depende
do meio ambiente. Mediante o exposto, observa-se que o ensino contextualizado
possibilita que os contedos matemticos possam ser compreendidos dentro de um
panorama histrico, social e cultural. Assim sendo, busca-se estabelecer uma relaoentre a Matemtica e a realidade, sem desconsiderar a historicidade da construo desse
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conhecimento: a partir da articulao da matemtica com outras cincias, em vez da
apresentao isolada; problematizaes partindo de contextos ricos de siginificados ao
invs de textos sem contexto; elaborao de figuraes mentais em vez de conceitos;
ressiginificao em vez de transmisso. E, por fim, compreenso e no repetio.
Nesse sentido, esta abordagem fomenta um ensino para a formao crtica e reflexiva
do estudante, para alm da compreenso dos contedos de matemtica, visando uma
formao integral que lhe permita o desenvolvimento de competncias relacionadas
tomada de deciso.
Skovsmose (1997, p. 95) assim se expressa:
Se as pessoas no so apenas receptoras de informao e instrues,mas so tambm capazes de criticar, avaliar, entender, isto , prover uminput para as instituies democrticas, ento elas devem ter umentendimento de alguns dos princpios bsicos de estruturao dasociedade.
Nessa perspectiva, o que se deseja garantir, um desenho curricular em que o
ensino de matemtica possibilite ao estudande o direito de uma formaao completa
para a leitura do mundo e para atuao como dirigente e cidado .
Neste documento, as competncias e habilidades esto organizadas em quatro eixos,
a saber: Linguagem, Estruturas e Abstraes Matemticas, Modelagem Geomtrica
no Plano e no Espao, Tratamento da Informao e Probabilidades, Conexes
entre Saberes: estudo de modelos, levantamento de estratgias e resoluo de
problemas. Estes abrangem conceitos relacionados a Nmeros e operaes; Funes;
Geometria; Anlise de dados, probabilidade e Tpicos de Matemtica Aplicada. Assim,
espera-se que eles devam ser constantemente trabalhados articulados entre si,
contrrio ao modo estanque que algumas vezes so abordados.
EIXO 1 Linguagem, estruturas e abstraes matemticas
Neste eixo, as competncias esperadas vm sendo desenvolvidas ao longo dos
anos iniciais e finais, e necessriamente no Ensino Mdio, que podero ser
concretizadas a representao e estruturao de um nmero e as suas diversas relaes
e aplicaes. Os saberes relacionados a este eixo partem da premissa de que o raciocnio
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lgico-matemtico pode romper com os processos de simples memorizao de frmulas
e tabelas, pois desenvolvem no estudante a capacidade de construir conceitos a partir
das vivncias dentro e fora da sala da escola. Por exemplo, a ideia de algebrizar est
relacionada capacidade de simbolizar, operacionalizar, sintetizar e interpretar as
relaes simblicas. Nesse sentido, espera que o estudante possa traduzir uma situao
problema em linguagem matemtica a partir de mecanismos de clculos. Este raciocnio
contribui para a anlise de fatos, e desenvolve o pensamento cientfico, bem como
habilidades de operacionalizao, de representao e abstrao.
Assim, espera-se que o professor utilize da comunicao oral e escrita para
propiciar um ambiente de reflexo e crtica favorvel aos estudantes para que analisem,
em profundidade, as estruturas e abstraes matemticas, formulando explicaes,
experimentando uma linguagem lgico-matemtica adequada aos contextos propostos.
Em consequncia disto, este ambiente pode promover a ruptura dos obstculos
didticos, que segundo Pais (2002, p. 47) dificultam a evoluo da aprendizagem do
saber escolar, por experienciar diversos tipos de argumentaes validadas sob olhar da
Cincia Matemtica de modo que os estudantes justifiquem conjecturas, critiquem,
refletindo sobre os seus prprios conhecimentos e sobre as ideias de outros.
EIXO 2 - Modelagem geomtrica no plano e no espao
O desenvolvimento do conhecimento geomtrico comea nos anos iniciais, mas
somente nos anos finais do Ensino Fundamental o estudante relaciona as propriedades
geomtricas, e no ensino mdio surge a maioria das situaes de raciocnio hipottico-
dedutivo.
Este eixo aponta as competncias geomtricas e trigonomtricas que envolvem
conceitos, como: o teorema de Tales, a semelhana de figuras e o teorema de Pitgoras
que devem ser utilizados em diferentes contextos, bem como, uma noo de geometria
analtica. Dessa forma, o eixo objetiva a utilizao do conhecimento geomtrico para
realizar a leitura e a representao da realidade, bem como, o agir sobre ela. Vinculado a
geometria, e tambm a prpria Matemtica, faz-se necessrio, alm de quantificar, medir
para se entender e compreender o mundo, de igual modo, sua organizao. Estas ideias
esto presentes em outros ramos da Matemtica, tendo como centro as relaes entre
grandezas, suas medidas e representaes.
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EIXO 3 Tratamento da Informao e Probabilidades
A aborgagem a ser trabalhada neste eixo visa o enfretamento de questes
culturais, das sociedades e tica que se represente na realidade dos estudantes. Para o
desenvolvimento desse eixo, noes bsicas de Estatstica e a instrumentalizao dos
mecanismos de contagem se fazem necessrios. Este eixo contribue para a anlise de
fatos, para a promoo do pensamento cientfico, e desenvolvimento de aes de uso de
tecnologias, operacionalizao, representao e de abstrao.
EIXO 4 Conexes entre Saberes: estudo de modelos, levantamento deestratgias e resoluo de problemas.
Este eixo possibilita aprofundar a compreenso matemtica dos estudantes
recorrendo a outras disciplinas como fonte de problemas. As cincias naturais e os
estudos socio-econmicos apresentam-se contextos proprcios para aprender, a partir
das medies, dados estatsticos, lgebra e geometria.
Ressalta-se que essas experincias interdisciplinares servem como meios de
reviso de algumas noes matemticas, bem como, da integrao de conceitos
matemticos, aperfeioando as capacidades de raciocnio do estudante, mostrando a
utilidade da Matemtica para escola, para o mercado de trabalho e para vida. Assim, se
justifica tambm pela promoo da cultura cientfica escolar pautado na tica e nos
direitos do cidado, possibilitando uma formao crtico-reflexiva por partes dos
estudantes.
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COMPONENTE CURRICULAR: MATEMTICA
EIXO 1 LINGUAGEM, ESTRUTURAS E ABSTRAES MATEMTICAS
COMPETNCIAS/HABILIDADES/SABERES 1 2 3
Comprender os nmeros, seus significados,representaoes, operaes e suas relaes entre si.
TS TS C
Comunicar-se em Matemtica, oralmente e por escritoComparar e diferenciar as propriedades de sistemas numricos, enfatizando os nmeros racionais e osreais e suas mais diversas representaesAvaliar os efeitos de operaes de multiplicao e diviso, envolvendo o clculo de potncias e de razes,na grandeza dos resultadosCompreender os nmeros complexos enquanto solues de equaes quadrtricas que no possuemsolues reaisGeneralizar clculos para a determinao de termos de uma sequncia numricaConceber matrizes enquanto sistema que apresenta algumas propriedades do sistema dos nmeros reaisDesenvolver a compreenso das propriedades de adio e multiplicao de matrizes e suasrepresentaesDiscutir e resolver sistemas lineares, associando-os a equaes matriciaisResolver problemas de contagem envolvendo o princpio multiplicativo, permutao, arranjo e
combinaes simplesDesenvolver aptido nas operaes com nmeros reais e matrizes, recorrendo ao clculo mental, aosmtodos de contagem, e nos casos mais complexos, s tecnologiaAvaliar a validade de clculos numricos e dos respectivos resultados
Compreender padres, relaes e funes,representando e analisando situaes e estruturasmatemticas algebricamente.
TS TS C
Nomear, comparar, medir, e identificar regularidadesGeneralizar padres, usando funo explicita e recursivamente definidas
Compreender relaes e funoes, e utilizar diferentes repesentaes que retratem as diversas formas depensar e manipular objetos matemticosAnalisar funes de uma varivel, investigando, taxas de variaes com base em dados grficos enumricosRepresentar e analisar situaes e estruturas algbricas usando smbolos algbricosCompreender e comparar as propriedades de classes de funes, como as exponenciais, polinomiais,racionais, logartimicas e peridicasInterpretar algumas situaes-problema por equaes ou inequaes a partir de funes afins,quadrticas, exponenciais, logartmicas, trigonomtricas, utilizando as propriedades da igualdade oudesigualdade, na construo de procedimentos para resolv-las, discutindo o significado das razesencontradas em confronto com a situao proposta
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EIXO 2 - MODELAGEM GEOMTRICA NO PLANO E NO ESPAO
COMPETNCIAS/HABILIDADES/SABERES 1 2 3
Identificar e utilizar o conhecimento geomtrico nacompreenso e interveno de realidade.
TS TS C
Interpretar a localizao e a movimentao de pessoas/objetos no espao tridimensional e suarepresentao no espao bidimensionalIdentificar caractersticas de figuras planas ou espaciais, relacionando com outros tpicos da matemtica,especialmente ao conceito de funo associado ao clculo de permetro, rea e de volume, bem como de
figuras situada abaixo do grfico (lgebra)Resolver situao-problema que envolva conhecimentos geomtricos de espao e formaUtilizar conhecimentos geomtricos de espao e forma na seleo de argumentos propostos comosoluo de problemasIdentificar, representar e utilizar o conhecimento geomtrico analtico na interpretao e compreensode fatos
Construir e estender as noes de grandezas e medidas para acompreenso da realidade e a soluo de problemas do cotidiano. TS TS C
Associar relaes entre grandezas e unidades de medidaUtilizar a noo de escalas na leitura de representao de situao do cotidiano, correlacionando aosclculos de rea de figurasUtilizar uma tabela ou uma calculadora para determinar o valor (exato ou aproximado) da amplitude deum ngulo agudo a partir de uma das suas razes trigonomtricasResolver situao-problema que envolva medidas de grandezasAvaliar o resultado de uma medio na construo de um argumento consistenteAvaliar proposta de interveno na realidade utilizando conhecimentos geomtricos relacionados agrandezas e medidas
EIXO 3 TRATAMENTO DA INFORMAO E PROBABILIDADES
COMPETNCIAS/HABILIDADES/SABERES 1 2 3
Interpretar informaes de natureza cientfica esocial obtidas da leitura de grficos e tabelas,realizando previso de tendncia e interpretao
TS TS C
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EIXO 4 CONEXES ENTRE SABERES: ESTUDO DE MODELOS, LEVANTAMENTO DEESTRTEGIAS E RESOLUO DE PROBLEMAS
COMPETNCIAS/HABILIDADES/SABERES 1 2 3
Conectar saberes relacionados fenomenos fsicos,econmicos, sociais e matemticos para interveno darealidade.
I TS C
Reconhecer e usar conexes entre idias matemticas, visando compreender como tais conceitos seinterrrelacionam e se constroem umas a partir da outra para produzir um todo coerenteReconhecer e aplicar a matemtica em contextos exteriores a ela prpriosCompreender que a matemtica e as outras reas do conhecimento fazem parte da vida e que noexistem, apenas, enquanto disciplinas isoladasAnalisar informaes envolvendo a variao de grandezas como recurso para construo deargumentaoUsar modelos matemticos fsicos, financeiros e econmicos para representar e comprender relaes,fazendo inferncias sobre a situao a ser modeladaAnalisar situaes em sequncias numricas ocorridas em eventos do cotidiano
Avaliar propostas de interveno na realidade utilizando conhecimentos de estatstica e probabilidade,ndices e alguns indicadores socioeconmicos
Formular questes que sejam abordadas por meios de dados, e levantar, organizar e apresentar dados dequestes socioculturais que permitam responder a essas questesPlotar histogramas, grficos de linha e de barras, a partir de situaes-problemas da realidade
Compreender informaes expressas em grficos ou tabelas para fazer inferncias, bem como utiliz-lascomo recurso para a construo de argumentosResolver problemas com dados apresentados em tabelas ou grficos, aplicando-os os conhecimentossobre grficos e funes, aprofundamento o elo que liga estatstica lgebra
Compreender o carter aleatrio e nodeterminstico dos fenmenos naturais e sociais eutilizar instrumentos adequados para medidas,determinao de amostras e clculos deprobabilidade para interpretar informaes de
variveis apresentadas em uma distribuioestatstica.
I TS C
Calcular medidas de tendncia central (mdia, moda e mediana) em uma tabela de frequncias de dadosou em grficosResolver situao-problema que envolva conhecimentos de estatstica e probabilidadeDeterminar a probabilidade de ocorrer eventosUtilizar conhecimentos de estatstica e probabilidade como recurso para a construo de argumentao
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POSSIBILIDADES METODOLGICAS
A melhoria do ensino da Matemtica tem sido alvo de muitas preocupaes.
Muitos pesquisadores e educadores tm refletido acerca das possibilidades de um
ensino mais significativo, na tentativa de reverter a averso dos estudantes com relao
matemtica e superar processos de ensino que no atendem s expectativas dos
professores e dos estudantes no processo ensino-aprendizagem. Nesse sentido, os
Parmetros Curriculares Nacionais apontam a contextualizao, associada
interdisciplinaridade, como princpio curricular norteador capaz de produzir uma
revoluo no ensino. Segundo DAmbrosio:
[...] contextualizar a Matemtica essencial para todos. Afinal, comodeixar de relacionar os Elementos de Euclides com o panorama culturalda Grcia Antiga? Ou a adoo da numerao indo-arbica na Europacomo florescimento do mercantilismo nos sculos XIV e XV? E no sepode entender Newton descontextualizado [...](DAMBRSIO, 2003, p.44)
[...] alguns diro que a contextualizao no importante, que oimportante reconhecer a Matemtica como a manifestao mais nobredo pensamento e da inteligncia humana... e assim justificam suaimportncia nos currculos [...] (DAMBRSIO, 2003, p.45).
Diante disso, o uso das tendncias da Educao Matemtica no processo de
ensino-aprendizagem ter papel essencial no que tange aplicao dos aprendizados em
contextos diferentes em que foram adquiridos, exigindo muito mais que aplicao
mecnica de exerccios: domnio de conceitos, flexibilidade de raciocnio, capacidade de
anlise e abstrao. Tais capacidades, segundo Micotti (1999), so essenciais em todas
as disciplinas, mas a falta delas, em Matemtica, chama ateno.
Assim, esta proposta metodolgica para currculo de Matemtica, contempla o
uso da Investigao Matemtica, Modelagem Matemtica, Resoluo de Problemas,
Tecnologia da Informao, e da Histria da Matemtica.
A adoo de temas para abordagem dos contedos disciplinares a forma de
promover a interdisciplinaridade e pode contribuir para o desenvolvimento da
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competncia crtica (SKOVSMOSE, 2001). Na perspectiva da tematizao, desenvolver
um tema pressupe uma Investigao Matemtica.
[...]atividades investigativas ou investigaes matemticas designamum tipo de atividade em que dada nfase a processos matemticos taiscomo procurar regularidades, formular, testar, justificar e provaconjecturas, refletir e generalizar. (PONTE, 1998, p. 15)
Quando apresentamos uma sequncia numrica do tipo 1, 5, 9, 13, [...], e pedimos
aos estudantes para identificar relaes entre os nmeros, podemos desenvolver essa
atividade na perspectiva da Investigao Matemtica. Por exemplo, o estudante poderlevantar hipteses sobre a soma dos n nmeros da sequncia {(4n+1), n natural} e
chegar a uma generalizao. A partir desse momento, que os estudantes se sentem
estimulados no sentido de justificar e provar as suas afirmaes, e de explicitar
matematicamente as suas argumentaes perante os colegas e o professor. Tais
capacidades so alguns dos aspectos destacados do comunicar matematicamente
(PORTUGAL, 1991). Ao confrontarem em sala de aula as suas diferentes conjecturas e
justificaes, temos um cenrio de investigao na qual o conhecimento matemtico sedesenvolve em conjunto.
No entanto, quando estamos diante de temas mais gerais no matemticos,
podemos expandir a investigao matemtica em direo da Modelagem Matemtica.
Segundo Borba & Penteado (2001, p. 39), na modelagem matemtica os estudantes
escolhem um tema e, a partir desse tema, com auxlio do professor, eles fazem
investigaes. Dentro dessa perspectiva, aborda-se um tema real e utiliza-se de
modelos matemticos para interpretar e propor solues para o problema.
Por exemplo, quando introduzimos o tema a crise econmica de 2010 e o
impacto na Indstria brasileira da reduo da Taxa da SELIC, temos a oportunidade
de identificar a abordagem interdisciplinar dos contedos matemticos (tais como,
funes demanda e oferta de mercado, grficos, porcentagem, juros compostos, anlises
de taxas) alinhados aos aspectos da economia, geografia, histria, dentre outros. Assim,
a proposta da Modelagem Matemtica como estratgia de ensino e aprendizagem
possibilita construes significativas pela estreita conexo dessa estratgia com aes
envolvidas na resoluo de problemas abertos e de situaes-problema.
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No desenvolvimento de todos os eixos a Resoluo de Problemas, numa
perspectiva metodolgica, se faz necessria e espera-se que o professor em sala de aula
proponha diferentes tipos, destacando suas caractersticas e funes no ensino e na
aprendizagem da matemtica. Dante (2005) classifica os problemas em vrios tipos:
exerccio de reconhecimento, exerccios de algoritmos, problemas-padro, problemas-
processo ou heursticos, problemas de aplicao, problemas de quebra-cabea e
problemas extravagantes. No entanto, DINIZ (2001) coloca que
A caracterstica principal da Resoluo de Problemas numa PerspectivaMetodolgica considerar como problema toda situao que pode ser
problematizada. Essas situaes podem ser jogos, atividades planejadascomo brincadeiras, busca e seleo de informaes, problemas noconvencionais e at mesmo os problemas convencionais desde quepermitam o processo investigativo. (DINIZ, 2001, p. 88)
O ambiente de aprendizagem proposto para a modelagem geomtrica no plano e
no espao, um cenrio que utiliza das tecnologiaspor meio de softwares matemticos
(tais como o CABRI, LOGO, MATLAB, GEOGEBRA, dentre outros). Estas ferramentas
favorecem uma aprendizagem significativa e articulada com outros conhecimentos
matemticos, calcada no movimento, nas transformaes, de forma dinmica, criativa e
desafiante. De mesmo modo, o uso das mdias e das tecnologias da informao
durantes as aulas que envolvem conceitos bsicos de Estattisca, possibilitam novos
processos de apresentao grfica e por meio de tabelas, associados anlise dos dados
importantes relativos s condies sociais e econmicas.
E por fim, de forma transversal, permeando conceitos matemticos, a Histria da
Matemtica, dentro do possvel, pode constitusse como elemento motivador da
aprendizagem, pois oportunizam pesquisas histricas, contextos de aplicao e
construo de instrumentos que os validem.
Uma forma de insero dessa tendncia , por exemplo, a leitura de livros
paradidticos como O Idioma da lgebra e Equaes do 2 Grau (GUELLI, 1994),que
mencionam tpicos da Histria da Matemtica relativamente aos contedos trabalhados
em sala. Os estudantes por meio da leitura e interpretao da histria descrita nestes
livros, podem confeccionar o material prtico abordando suas reflexes e aprofundando
seus conhecimentos.
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Outra possibilidade, a promoo de Paineis sobre a Histria da Matemtica na
antiguidade: Civilizao Egpcia, Persa, Grega, etc. De forma interdisciplinar, o estudante
pesquisa a histria da civilizao, a filosofia, a economia, o aspecto religioso, o aspecto
poltico, geogrfico, arte e cultura, contexto matemtico, matemticos da poca. No final
da apresentao do painel, o professor abre um debate, ressaltando a contribuio do
conhecimento matemtico da Civilizao para desenvolvimento dos povos e tambm
elucidando como o conhecimento matemtico esteve interligado com outras reas, ao
longo da sua histria.
importante ressaltar esta tendncia para a promoo da leitura e sua
contribuio para o conhecimento, seja para desenvolver a interpretao e ortografia
seja para localizao no tempo e no espao. Essa afirmao reforada por DAmbrosio
(1996, p. 12) ao afirmar que:
[...] outra maneira de se praticar histria no ensino fazeracompanhar cada ponto do currculo tradicional por umaexplanao do contexto socioeconmico e cultural no qual aquelateoria ou prtica se criou, como e porque se desenvolveu.
Alm disso, o uso da Histria da Matemtica pode contribuir tambm para queo prprio professor compreenda algumas dificuldades dos alunos, que, de certa maneira,
podem refletir histricas dificuldades presentes tambm na construo do
conhecimento matemtico(BRASIL, 2006, p. 86).
Assim, espera-se que a insero das tendncias em Educao Matemtica, na
prtica pedaggica do professor, favorea a contextualizao, a interdisciplinaridade, e
a transversalidade no currculo do Ensino Mdio. Esta concepo pressupe um
desenvolvimento curricular alinhado aos interesses, expectativas, necessidades e xitosdos alunos de modo que o professor se instrumentalize de metodologias que
propocionem ao estudante a passagem do emprico ao concreto, para a comprenso da
realidade, pela mediao das abstraes matemticas, visando atribuir significado aos
conhecimentos adquiridos.