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Evoluo do pensamentoeconmico
Evoluo do pensamentoeconmico
UNIDADE
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Curso de Graduao em Administrao a Distncia
Objetivo
Nesta Unidade, voc vai conhecer as principais Escolas do
Pensamento Econmico para que possa ter uma leitura da
formao da base dessa enorme estrutura em que nos
encontramos instalados e estar mais seguro na profisso
para as tomadas de decises.
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O pensamento econmico naAntigidade Clssica
Caro Estudante!
Estamos iniciando nossa ltima Unidade. Voc vai acom-panhar a evoluo histrica da Economia. Para tanto, estu-daremos as contribuies das principais correntes do pen-samento econmico, tendo como ponto de partida a fasepr-cientfica, que vai da agricultura primitiva, passando
pelos tempos bblicos at chegar aos mercantilistas e, da,aos pensadores clssicos, marxistas, neoclssicos,keynesianos e ps-keynesianos.
Leia com ateno e realize as atividades que esto indicadasno final da Unidade. Sua leitura, a realizao das atividadese os contatos com seu tutor e os professores tm um sobjetivo: ajud-lo no processo de construo do conheci-mento e no desenvolvimento de habilidades que caracteri-zaro seu novo perfil profissional ao final deste curso.
Bem-vindo histria da dinmica econmica!
A histria da Economia evoluiupari passu com os perodos que
caracterizam a histria da humanidade.
desnecessrio dizer da importncia da histria econmica da
humanidade, tanto pr-clssica quanto a mais atual, para os economis-
tas. Entretanto, somente entendendo a dinmica da histria econ-
mica das civilizaes que voc poder compreender toda a complexi-
dade que domina a cincia econmica e a sociedade atuais.
Desde Moiss at os mercantilistas, a sociedade mundial viveu
em complexidades. E foi dessa complexidade que, um sculo depois,
aps o fim dos ideais mercantilistas do sculo XVII, o mundo perce-
beu a necessidade de ter economistas.
Esse perodo da Antigidade Clssica, em sua primeira fase,
abrange os anos 4000 a 1000 antes da Era de Cristo. Os povos predo-
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GLOSSRIO*Excedente parteda riqueza produzidaque excede a consu-mida, ao longo doprocesso produtivo.
Fonte: Wikipdia(2007).
*Teocrtico vemde teocracia e signi-fica uma forma degoverno no qual deo povo controladopor um sacerdote oulder religioso que
governa, suposta-mente, segundo o de-sejo de uma divinda-de. A teocracia podeser tambm regimepoltico ou religio.Fonte: Wikipdia(2007).
minantes eram os da China, ndia, Assria, Babilnia, Mesopotmia,
Egito, e outros da Antigidade Oriental e Ocidental. Nesse perodo,
no se podia cogitar que a atividade econmica fosse sofisticada. Longe
disso. Predominava a economia de subsistncia e o autoconsumo. Associedades, por sua vez, ainda eram desestruturadas, sem caractersti-
cas, inclusive, de sociabilidade. Predominava o nomadismo tribal.
Aps essa fase inicial, o homem comeou a pensar em se fixar
em algum lugar. Teve incio, assim, a fixao dos primeiros agrupa-
mentos humanos na sociedade patriarcal, surgindo o conseqente di-
reito de propriedade na economia agrria. O trabalho nessas sociedades
era do tipo escravo, sendo raro ou reduzido o comrcio entre os diferen-
tes agrupamentos, prevalecendo uma economia de subsistncia ou de
autoconsumo, sem a preocupao da formao de sobras ou exce-
dente* destinado s trocas ou ao escambo. Tudo o que se produzia ten-
dia a ser consumido. Ningum pensava em lucro, em riqueza, em capi-
talismo ou em se capitalizar. Muitos menos em globalizao.
Os regimes, nessas civilizaes da Antigidade, eram, em geral,
teocrticos*, e obedientes frrea disciplina e ao controle total do
comrcio pelos seus dirigentes. Embora existindo um intercmbio eco-
nmico rudimentar (trocas entre pessoas e pequenos povoados), e a
moeda, como facilitadora das trocas, tivesse j evoludo para as suascaractersticas mais sensveis, com a utilizao j de alguns metais, os
fatos econmicos ainda no mereciam estudos especiais, o mesmo
ocorrendo com a atividade econmica.
Nesse perodo, ainda no havia um clima propcio para o surgi-
mento de uma Cincia Econmica. Os fatos e fenmenos econmicos
estavam adstritos s cincias filosficas, religiosas e jurdicas, moral
e poltica, tambm no totalmente estruturadas.
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Contribuies da civilizao greco-romana
para o pensamento econmico
A partir da civilizao greco-ro-
mana, no ano 1000 a.C., nota-se uma
preocupao mais concreta com os fa-
tos econmicos, surgindo estudos em-
brionrios sobre riqueza, valor econ-
mico e moeda.
Xenofonte, pensador grego, es-
creveu a obra Os econmicos, discor-rendo sobre a utilidade e as riquezas
econmicas, sobre a agricultura e sua
importncia econmica, e afirmava que
a riqueza estava intimamente relaciona-
da com as necessidades humanas.
Plato e Aristteles tambm deram a sua
contribuio para a Economia. Plato,
alis, delineou um Estado a ser gover-
nado por filsofos. Tambm aprovavaa escravido e preconizava a diminui-
o das populaes por uma depurao
da raa. Foi um autntico precursor de Malthus, acentuava a impor-
tncia da diviso do trabalho ou da especializao de funes, e res-
saltava o papel de destaque a ser emprestado s elites culturais.
Da civilizao grega, ficaram muitos ensinamentos. De Plato,
ficou o Comunismo Utpico, em suaRepblica, e seus escritos sobre
a produo, e a riqueza e os seus limites; e de Aristteles, suas anlisessobre a sociedade privada, declarando que a propriedade comunal,
preconizada por seu mestre Plato, retiraria o incentivo produo.
Procedeu a profundas anlises sobre a Teoria do Dinheiro, as trocas e
o valor, e sobre as funes da moeda.
Para saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber mais*Xenofonte (427355 a.C.) discpulo de Scrates,
conhecido por seus escritos sobre a histria do seu
prprio tempo, pelos discursos de Scrates e sobre a
Grcia. A dissertao histrica que Xenofonte faz na
obra Anabasis um dos mais antigos exemplos de
anlise de carter de um lder feita por um historia-
dor. Esse tipo de anlise se tornou conhecido nos
dias de hoje como a Teoria dos Grandes Homens.Fonte: Wikipdia (2007).
*Thomas Robert Malthus (17661834) economis-
ta britnico, cujas obras exerceram influncia em
vrios campos do pensamento e forneceram a chave
para as teorias evolucionistas de Darwin e Wallace.
Defendia que qualquer melhoria no padro de vida de
grande massa temporria, pois ela ocasiona um ine-
vitvel aumento da populao, que acaba impedindo
qualquer possibilidade de melhoria. Escreveu Princpiosde Economia Poltica (1820) e Definies em Econo-
mia Poltica (1827). Fonte: Wikipdia (2007).
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O Imprio Romano e sua contribuio ao
pensamento econmico
Gastaldi (1999) assinala que, na histria da civilizao de Roma,
se encontram muitos dos elementos que caracterizam o moderno capi-
talismo. Os romanos foram os principais estadistas, juristas e constru-
tores de imprios. Entretanto, embora a histria romana tenha se evi-
denciado por lutas de conquistas, construindo em seu primeiro estgio
uma Repblica e depois um Imprio mundial, dominando toda a rea
do Mediterrneo, incluindo a sia Menor, o norte da frica, a Frana
(Glia), a Espanha, abrangendo partes da Europa Central at o RioDanbio e chegando Inglaterra e Esccia, suas contribuies cul-
turais no podem ser subestimadas, ainda que no possam ser compa-
radas s da Grcia, que enriqueceu muito mais a civilizao.
Um dos traos da civilizao romana foi a expanso agrcola,
que favoreceu a sua economia e, notadamente, a sua agricultura, e que
foi um dos determinantes da expanso do poderio poltico do Imprio.
De uma outra forma, o declnio de sua agricultura foi a principal causa
de sua queda. Agressiva foi a poltica de expanso comercial de Roma,
que proporcionou vultosos lucros, ao mesmo tempo em que despertoua rivalidade com o poder comercial de outros povos, notadamente de
Cartago. Isto posto, os acordos comerciais foram substitudos pelos
conflitos armados.
Com o Imprio Romano:
consolidava-se a expanso comercial;
consolidavam-se as funes do dinheiro;
criavam-se os impostos mais elevados;
aumentavam as despesas do governo.
Tambm foi no Imprio Romano que nasceu a agiotagem*, e a
riqueza passou a se concentrar nas mos de uma minoria. As economi-
GLOSSRIO*Agiota a pes-soa que faz prticada usura, ou seja,empresta dinheiro aoutra no mercadoinformal, sem a de-vida autorizao le-
gal para isso. Fonte:Wikipdia (2007).
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as dos pases subdesenvolvidos, tal como o Brasil, apresentam seme-
lhanas com a histria do Imprio Romano. De um lado, h pessoas
abastadas e profundamente ricas. De outro, h pessoas pobres, abso-
lutamente pobres. As magnficas obras do Imprio refletiam, apenas,o consumo ostensivo dos grupos mais ricos ou do Estado sempre mais
poderoso.
Toda essa situao de decadncia do Imprio conduziu o povo a
uma elevada crise de escassez, quando aumentaram, e muito, as ne-
cessidades urbanas em alimentos. Podemos apontar as causas econ-
micas do declnio do Imprio Romano:
grande concentrao das riquezas por grupos minoritrios;
grandes propriedades rurais improdutivas;
servido dos pequenos e mdios agricultores;
separao sempre maior entre ricos e pobres; e
crescente escassez de alimentos.
Portanto, podemos concluir que essas causas econmicas,
conjugadas com causas polticas, determinaram a queda do ImprioRomano e a subjugao pelas hordas brbaras vindas de todas as
direes, por mar e por terra.
A Economia Medieval (ou a Economia na
Idade Mdia)
Com a queda e o profundo declnio do Imprio Romano, no ano
476, teve incio uma importante fase da histria da humanidade, co-
nhecida por Idade Mdia ou Idade Medieval. Esse perodo, um dos
mais longos da histria, durou dos anos 500 a 1500 (ano do Descobri-
mento do Brasil). Os cinco sculos seguintes queda de Roma, do
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ano 500 ao ano 1000, foram de grande ebulio, assinalados por mi-
graes, guerras, absoro de povos conquistados, com fuso de po-
vos e culturas.
Com a Idade Mdia, portanto,abriu-se uma nova era para a humani-
dade. Uma nova concepo de vida, o
cristianismo, nasceu com a queda de
Roma. Seus ensinamentos, a partir da sua
legalizao por um decreto do ano 311,
por parte do Imperador Constantino, pas-
saram a ser disseminados por toda a Eu-
ropa, crescendo em vigor e em influn-
cia. Segundo Gastaldi (1999), as igre-jas e os mosteiros tornaram-se podero-
sos nessa poca. A Igreja tornou-se o
maior agente de perpetuao da cultura, de disseminao do saber e de
desenvolvimento da administrao pblica.
Diferente do pensamento capitalista, o pensamento cristo con-
denava a acumulao de capital (riqueza) e a explorao do homem
pelo homem. A opo da Igreja, ento, foi pelo retorno atividade
rural, ao contrrio de Roma. Na verdade, a Igreja, atravs de seusconventos e mosteiros, tornou-se grande proprietria de grandes reas
de terra.
A terra transformou-se na riqueza por excelncia. Nascia, assim,
o regime feudal, caracterizado por propriedades nas quais os senhores e
os trabalhadores viviam indiretamente do produto da terra ou do solo.
Eram mdias ou grandes propriedades rurais, auto-suficientes econmi-
ca e politicamente, obedientes autoridade do senhor ou proprietrio, e
nas quais os servos exerciam suas atividades agrcolas ou artesanais.
O rei, embora dirigisse o Estado, no possua influncia ou poderde deciso nos feudos, onde a autoridade mxima era a do senhor da
gleba (os exploradores) e onde labutavam os servos (os explorados).
Para saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber mais*Constantino: Flavius Valerius Constantinus (272
337) governou uma poro crescente do Imp-
rio Romano at sua morte. Foi o primeiro imperador
romano a confirmar o cristianismo e influenciou em
grande parte a incluso da Igreja Crist em dogmas
baseados nas tradies. Uma das mais conhecidas foi
o Edito de Constantino, promulgado em 321, que
determinou oficialmente o domingo como dia de re-
pouso para os cristos, em honra ressurreio de
Jesus Cristo. Fonte: Wikipdia (2007).
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Mercantilismo
Com a descoberta do Mundo Novo (inclusive o Brasil nas Am-ricas), com o crescimento e o desenvolvimento das cidades, a fisionomia
social, poltica e econmica da poca, to profundamente moldada na
Idade Medieval, passou a sofrer profundas transformaes. Novos
conceitos passaram a surgir em matria comercial e de produo.
E, na mesma proporo em que se enfraquecia o pensamento
religioso, operava-se uma forte centralizao poltica, ocorrendo a cri-
ao das naes modernas e das monarquias absolutas, germes do ca-
pitalismo moderno.
A fase do mercantilismo* foi uma decorrncia do crescimento
do capitalismo comercial, representando, com o capitalismo industrial
do incio do sculo XVIII, a Economia Poltica Pr-Clssica.
O mercantilismo foi um regime de nacionalismo econmico. Fazia da
riqueza o principal fim do Estado. Assinalou, na histria econmica da
humanidade, o incio da evoluo dos Estados modernos e das novas
concepes sobre os fatos econmicos, notadamente sobre a riqueza.
A finalidade principal do Estado, no entender dos mercantilistas,
deveria ser a de encontrar os meios necessrios para que o respectivopas adquirisse a maior quantidade possvel de ouro e prata. Os
mercantilistas pretendiam disciplinar a indstria e o comrcio, de tal
forma que sempre fossem favorecidas as exportaes em detrimento
das importaes. Isto feito, procurava-se manter a balana comercial
sempre favorvel.
O mercantilismo recebeu seu nome da palavra latina mercator
(mercador), porquanto considerava o comrcio como a base funda-
mental para o aumento das riquezas. A prtica mercantilista predomi-
nou at o incio do sculo XVII, quando ocorreu uma reao contra os
excessos do absolutismo e das regulamentaes.
O Brasil-Colnia foi influenciado pelo ideal mercantilista, o qual
obrigava o comrcio colonial exclusivamente por intermdio das me-
trpoles. Somente com a chegada de d. Joo VI* ao Brasil que fo-
GLOSSRIO*Mercantilismo uma das primeiras
doutrinas econmi-cas, muito usada ato final do sculoXVIII. No foi umadoutrina consistentee coerente, mas umconjunto de idiaseconmicas de cu-nho protecionista,desenvolvidas em
diversos pases, asquais variavam umpouco em funodos interesses decada pas. Fonte:Lacombe (2004).
*D. Joo VI (1767 1826) foi rei dePortugal entre 1816
at sua morte. Seureinado decorre empoca de grandesmudanas mundiais:a Revoluo France-sa, o Bloqueio Con-tinental, a guerra coma Espanha com a per-da de Olivena, afuga da Corte Portu-
guesa para o Brasilpor 14 anos, a Revo-luo Liberal e a In-dependncia do Bra-sil. Fonte: Wikipdia(2007).
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As teses do liberalis-
mo econmico foram
criadas para combater
o mercantilismo. A
Teoria Liberal pressu-
pe a emancipao da
economia de qualquer
dogma externo a ela
mesma, no qual todos
os agentes econmicos
so movidos por um
impulso de crescimen-to e desenvolvimento
econmico, que
poderia ser entendido
como uma ambio ou
ganncia individual,
que no contexto macro
traria benefcios para
toda a sociedade.
ram eliminadas as restries mercantilistas, permitindo-se a instalao
de indstrias nativas e o comrcio direto com as demais naes.
Fisiocratas
Podemos conceituar fisiocratas como um grupo de economistas
franceses do sculo XVIII que combateu as idias mercantilistas e for-
mulou, pela primeira vez, uma Teoria do Liberalismo Econmico. Ou
seja, podemos entender, desde j, que o pensamento fisiocrtico uma
resposta direta, ou uma reao, ao mercantilismo.Dentre as suas caractersticas, destacam-se:
nada de livre comrcio;
o Estado era o monoplio (toda atividade econmica era con-trolada por ele); e
o comrcio era a atividade dominante, ou seja, o reino era docomrcio.
Vamos conhecer a origem da palavra fisiocrata?
Fisiocrata vem de fisiocracia, que significa reino da natu-
reza. Os fisiocratas no acreditavam que uma nao pudesse se de-
senvolver mediante, apenas, o acmulo de metais preciosos e estmulos
diretos ao comrcio. Era necessrio o investimento em produo. No
na produo industrial (ou comercial), mas na produo agrcola, pois
somente nessa eram possveis a gerao e a ampliao de excedentes.
O objeto da investigao dos fisiocratas o sistema econmico
em seu conjunto, sendo este conjunto regido por uma ordem natural,
semelhana da ordem que rege a natureza fsica. Nesse pensamento,
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o conjunto dos homens uma sociedade, isto , uma unidade regida
por leis atravs de um processo que somente a troca pode realizar.
A realidade da troca o ponto de partida da fisiocracia e uma
interpretao (por que no dizer?) da interpretao marxista da histria.
O que podemos entender at aqui?
Podemos perceber que os fisiocratas concedem ordem da na-
tureza uma economia inteiramente de mercado (capitalista), na qual
cada um trabalha para os demais, ainda que acredite que trabalhe ape-
nas para si mesmo. bom destacar que essa elevada meno que os
fisiocratas atribuam ordem natural decorrente da estrutura econ-mica francesa por volta de meados do sculo XVIII. Tratava-se de
uma economia predominantemente agrcola, sendo a terra proprieda-
de de carter eminentemente senhorial.
O capitalismo j se desenhava na agricultura, e existia uma bem
definida classe de arrendatrios (pessoas que arrendavam as terras dos
senhores para trabalhar). Tambm existia muito campons (pequenos
agricultores) em boa parte do pas. Pois bem, do confronto entre a
agricultura capitalista e a camponesa, obtinha-se a superioridade da agri-cultura capitalista em termos da capacidade produtiva. Naturalmente,
isso levava crena de que agricultura baseada na produo capitalista
(e no mais no fundamento do feudalismo), baseada na capacidade em-
presarial dos arrendatrios burgueses (no esqueam disso!), constitua
a mais avanada e a mais desejvel das formas de produo.
O nico trabalho produtivo para os fisiocratas o trabalho agr-
cola. E est na terra o poder de dar origem a um produto lquido que se
liga, fundamentalmente, renda fundiria. Talvez, nesse ponto, resida
a grande limitao terica dos fisiocratas, na medida em que conside-ravam apenas produtivo o trabalho agrcola.
Voltando ao liberalismo, destaque-se que, para os fisiocratas, a
sociedade governada por leis naturais semelhantes s que existem na
natureza. Portanto, o Estado, atravs dos vrios governos, no deve
intervir nesta ordem natural. Com isso, conforme dito antes, critica-
vam o intervencionismo estatal do mercantilismo.
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Pertencem aos fisiocratas as frases que identificam o liberalis-
mo: laissez-faire e laissez-passer*.
Alguns autores e conceitos so retomados a seguir.
Escola Clssica
A Escola Clssica foi uma linha de pensamento econmico fun-
dada por Adam Smith e David Ricardo, autores j mencionados na
Unidade 2. Com esta Escola, a Economia adquiriu carter cientfico
integral medida que passou a centralizar a abordagem terica do va-lor, cuja nica fonte original era identificada no trabalho em geral.
Alm da Teoria do Valor-Trabalho, a Escola Clssica baseou-se
nos preceitos filosficos do liberalismo e do individualismo, e firmou
os princpios da livre-concorrncia, que exerceram decisiva influncia
no pensamento revolucionrio burgus.
A Escola Clssica foi uma escola que caracterizou a produo,
deixando a procura e o consumo para o segundo plano. Para Smith,
considerado o maior dos clssicos e o pai da Cincia Econmica, o
objeto da economia estender bens e riqueza a uma nao. Nessesentido, entende que a riqueza somente pode ser conseguida mediante
a posse do valor de troca. Valor de troca, para Smith (1981), a capa-
cidade de obter riquezas, ou seja, a faculdade que a posse de deter-
minado objeto oferece de comprar com eles outras mercadorias.
Smith tambm refutou as idias mercantilistas argumentando que
a riqueza constituda pelos valores de troca, e no pela moeda, na
medida em que esta apenas um meio que permite a circulao de
bens. Portanto, para Smith (1981), a verdadeira fonte de riqueza deum pas somente pode ser alcanada mediante o trabalho, e essa fonte
somente pode ser elevada com:
o aumento da produtividade;
a extenso de sua especializao; e
a acumulao do produto sob a forma de capital.
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A Lei de Say estabe-
leceu que, quando
um produtor vende seu
produto, o dinheiro
que obtm com essa
venda est sendo gastocom a mesma vontade
da venda de seu
produto sintetica-
mente: a oferta cria
sua prpria demanda
Na Escola Clssica, como se daria a distribuio da rique-za? A distribuio do produto nacional?
A distribuio do produto nacional, no pensamento clssico, con-tinuou sendo tratada de forma tradicional. Os remunerados seguiam
esse padro:
trabalho --------------- salrio;
capital ------------------ lucro; e
terra -------------------- renda.
Deve ser assinalado que a Teoria Clssica elaborada em fun-o de um equilbrio automtico, que ignora as crises e os ciclos eco-
nmicos. Desse modo, a oferta deve criar, necessariamente, sua pr-
pria procura (Lei de Say), e a soma dos salrios e dos ganhos retidos
pelos consumidores deve corresponder quantidade global de bens
oferecidos do mercado.
Como vimos, o referencial econmico e social da Escola Clssi-
ca se dava com base nos princpios do liberalismo e do individualis-
mo. Acreditava-se que um sistema de liberdade econmica, atravs de
um mecanismo impessoal de mercado Mo Invisvel , apresenta-
do na Unidade 2, conseguiria harmonizar os interesses individuais.
O livroA riqueza das naes , de Smith, uma das obras clssicas do
liberalismo e de vrios pressupostos da Economia moderna.
De maneira sucinta, vamos ver como Smith concebia a funo
do Estado no sistema econmico, considerando que a sua obra clssi-
ca contm vrios pressupostos atuais do neoliberalismo econmico.
As idias de Smith correspondiam aos anseios do poder da bur-
guesia, e, como um liberal, ele defendia:
a mais ampla liberdade individual;
o direito inalienvel propriedade;
a livre iniciativa e a livre concorrncia; e
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no-interveno do Estado na economia.
Entretanto, para Smith (1981), o Estado deveria ter trs funes:
proteger a sociedade da violncia e da invaso de outras so-ciedades independentes;
proteger, na medida do possvel, todo membro da sociedadeda injustia e da opresso de qualquer de seus membros ou afuno de oferecer uma perfeita administrao da justia;
fazer e conservar certas obras pblicas, e criar e manter cer-tas instituies pblicas, cuja criao e manuteno nunca
despertariam o interesse de qualquer
indivduo ou de um grupo de indivduos,porque o lucro nunca cobriria as des-pesas que teriam esses indivduos, em-bora, quase sempre, tais despesas pu-dessem beneficiar e reembolsar a socie-dade como um todo.
Na sua anlise histrica e socio-
lgica, Smith acreditava que, embora
os indivduos pudessem agir de forma
egosta e estritamente em proveito pr-
prio, existia uma mo invisvel, de-
corrente da previdncia divina, que le-
vava esses conflitos harmonia. A
mo invisvel era o prprio funcio-
namento sistemtico das leis naturais.
O que realmente fundamental no
pensamento smithiano o fato de haver
indicado quase todos os problemas que viriam a ser objetos de reflexocientfica subseqente. De Smith, partem todas as linhas de pesquisa
que sero tratadas por todos outros economistas, de Marx a Keynes.
Adam Smith teve muitos seguidores, dos quais destacamos os
seguintes: Thomas Robert Malthus (17661834), David Ricardo
(17721823), John Stuart Mill e Jean Baptiste Say.
Para saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber mais*John Stuart Mill (18061873)filsofo e econo-
mista ingls, um dos pensadores liberais mais influ-
entes do sculo XIX. Tornou-se contribuinte influen-
te da nova cincia da Psicologia, defendendo que a
mente exercia um papel ativo na associao de idi-
as. Stuart Mill desenvolveu, em seu livroA system of
logic, os cinco mtodos de induo que viriam a ser
conhecidos como Os mtodos de Mill. Fonte:
Wikipdia (2007).
*Jean Baptiste Say(17671832)economista fran-
cs que estudou a obra do fundador da Escola Clssi-
ca, Adam Smith. Defensor da liberdade de produo
e de consumo, e convicto de que o capitalismo sem-
pre se ajustaria s crises, formulou a Lei de Say a
oferta cria sua prpria demanda , que foi um dos
pilares da Economia Ortodoxa at a Grande Depres-
so de 1930. Fonte: Wikipdia (2007).
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Acreditamos que voc j tenha ouvido falar de Malthus,devido ao enfoque da teoria formulada sobre a falta dealimentos para atender ao grande crescimento da popula-o e que, at os dias de hoje, conquista um batalho de
seguidores pelos quatro cantos do planeta.Mas qual o nome dado a esses novos seguidores da teoriade Malthus?
Na sociedade mundial contempornea, ficaram conhecidos como
neomalthusianos.
Mas quem foi Malthus, e qual teoria foi formulada por ele?
A obra Ensaio sobre o princpio da populao, que o tornou
conhecido mundialmente, foi publicada em 1798, anonimamente. Das
suas idias, a mais famosa dizia que, enquanto a populao tinha ten-
dncia a crescer de forma geomtrica, os alimentos cresciam de forma
aritmtica. Embora atraente, bvio que, nos dias de hoje, temos certa
dificuldade em pensar assim, devido s transformaes tecnolgicas ocor-
ridas na agricultura e ao sucesso dos mtodos de controle de natalidade.Tanto Malthus quanto Ricardo tiveram grande influncia de Adam
Smith. Na realidade, o ingls Ricardo adquiriu fortuna, desde muito
jovem, operando na Bolsa de Valores. Divergiu dos estudos sobre
populao de Malthus, por no acreditar que a demanda efetiva seria
incapaz de se realizar no mercado.
De Ricardo, herdamos o importante estudo sobre a renda da terra,
pois, segundo os seus ensinamentos, a expanso agrcola, ao se dar em
terras menos frteis, levava valorizao da terra mais frtil, e nas rela-
es econmicas internacionais, teoria das vantagens comparativas.Ao estudar a produo, Ricardo dedicou-se a tentar entender a
formao do valor a partir das horas trabalhadas e sua distribuio.
Na concepo ricardiana, a troca das mercadorias estava diretamente
ligada s quantidades de trabalho relativas que haviam sido utilizadas
para sua produo. Era a Teoria do Valor-Trabalho, que comeava a
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ser explicada com certos detalhes e que Adam Smith no conseguira
superar. A importncia da contribuio de Ricardo para o entendimen-
to da formao do valor na Economia s foi ser percebida a partir dos
estudos de Karl Marx (18181883).
Pensamento Marxista
O representante maior desta escola foi Karl Marx. Nascido em
Trier, no sul da Alemanha, teve a sua principal obra, O capital,
publicada pela primeira vez em 1867. Ao mergulhar nos estudos dosclssicos, Marx avanou nas formulaes, e realizou uma leitura das
mais completas e ampliadas do processo capitalista. Marx trouxe in-
terpretaes consistentes sobre a Teoria do Valor-Trabalho e buscou
compreender de forma profunda a realizao do capital.
No estudo do processo de acumulao capitalista, Marx obser-
vou a gnese das crises, ora de superproduo, ora de estagnao,
bem como a distribuio da renda. Para ele, o valor da fora de traba-
lho despendido para produzir uma mercadoria era determinado pelo
tempo de trabalho empregado na produo da mercadoria. Trata-se,portanto, de compreenso de um valor social.
Marx publicou alguns livros em parceria com o amigo de toda
vida Friedrich Engels, sendo o primeiroA
sagrada famlia, de 1845. O livroA ideo-
logia alem, escrito por Marx e Engels por
volta de 1845 a 1846, s veio a ser publi-
cado em 1932, e considerado um dos
trabalhos dos mais significativos para acompreenso do materialismo histrico.
De acordo com a concepo do
materialismo histrico, a transformao
social est ligada ao desenvolvimento das
foras produtivas. O livro Manifesto do
Para saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber mais*Friedrich Engels (18201895) filsofo alemo
que, junto com Karl Marx, fundou o chamado socia-
lismo cientfico ou marxismo. Foi co-autor de diver-
sas obras com Marx, e a mais conhecida o Manifes-
to comunista. Tambm ajudou a publicar, aps amorte de Marx, os dois ltimos volumes de O capi-
tal, principal obra de seu amigo e colaborador. Grande
companheiro de Karl Marx, escreveu livros de pro-
funda anlise social. Fonte: Wikipdia (2007).
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Partido Comunista, de Marx, em co-autoria com Engels, foi publica-
do em 1848 e inaugurou a Modernidade.
Karl Marx elaborou uma crtica cientfica do capitalismo. por
isso que sua obra continua tendo grande repercusso, tornando-se umautor obrigatrio a ser lido ainda hoje. Segundo Braga (1997), so
inmeras as evidncias histricas da contemporaneidade da teoria eco-
nmica de Marx. Podemos citar a Lei Geral da Acumulao Capitalis-
ta e a Globalizao Financeira.
Braga afirma (1997, p. 99):
O capitalismo instaura o fetichismo na sociedade ao fazer
parecer como naturais (a-histricas) relaes que so social e
historicamente determinadas. Surgem, ento, idias e cate-
gorias de pensamento to misteriosas quanto aquelas que nosapresentam as religies. (BRAGA, 1997, p. 99)
Pensamento Neoclssico
Podemos dizer que o desenvolvimento deste pensamento teve o
seu florescimento em 1870, ano que marcou a mundializao das rela-
es econmicas, e estendeu-se at 1929, quando uma grande crise
atingiu as economias dos pases, colocando em suspense os pressu-
postos da Cincia Econmica dos clssicos.
interessante que voc saiba que essa escola tambm ficou co-
nhecida como Marginalista, por bus-
car a integrao da Teoria do Valor com
a Teoria do Custo de Produo. Uma
maior otimizao dos recursos devido
escassez passou a ser objetivada.
Destacamos como da Escola
Neoclssica: Vilfredo Pareto, LonWalras (18341910) e Alfred Marshall
(1842 1924), estes ltimos aborda-
dos na Unidade 2.
Walras e Pareto propuseram,
atravs do uso da Matemtica, a cons-
Para saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber mais*Vilfredo Pareto (18481923) Poltico, socilo-
go e economista italiano, percebeu que a distribuio
de riqueza no se dava de maneira uniforme. Intro-
duziu o conceito de timo de Pareto e ajudou o de-
senvolvimento da microeconomia com a idia de curvade indiferena. A partir de ento, tal princpio de
anlise, conhecida com Lei de Pareto, tem sido es-
tendido a outras reas e atividades, tais como a in-
dustrial e a comercial, sendo mais amplamente apli-
cado a partir da segunda metade do sculo XX. Fon-
te: Wikipdia (2007).
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truo de um sistema que levasse ao equilbrio geral, com indepen-
dncia dos preos, e da micro e da macroeconomia. Segundo a con-
cepo da teoria geral, as unidades econmicas devem agir de forma
integrada, e no podem isolar as famlias das empresas.A Teoria do Equilbrio Parcial na Escola Neoclssica surgiu com
Alfred Marshall, a partir da publicao da obra Princpios econmi-
cos, de 1890. Mesmo sendo de tradio neoclssica, no manteve as
exposies matemticas. Com determinao, buscou a todo custo com-
preender o comportamento humano na organizao econmica, em-
bora ciente de que nem todas as variveis poderiam ser medidas.
Com relao defesa da participao do Estado na Economia,
tivemos a presena de Arthur Cecil Pigou, autor mencionado na Uni-
dade 2. A obra Riqueza e bem-estar, de sua autoria, publicada em1920, apontava para a interferncia do Estado na economia em algu-
mas atividades, tendo na mira a gerao de bens e servios.
Observe que a economia do bem-estar sempre esteve presente
em nossas preocupaes, desde os clssicos. Com a crise de 1929, o
arcabouo neoclssico se tornou ineficaz para explicar a realidade, e,
com o surgimento da anlise da economia imperfeita, outras idias
associadas ao estudo do emprego, da renda e da produo foram for-
muladas. Era o comeo da fase keynesiana, que mudou totalmente aforma de compreender o comportamento econmico.
Pensamento Keynesiano
O ponto de partida do pensamento
de Keynes que o sistema capitalista temum carter profundamente instvel. Ou
seja, a operao da mo invisvel, ao
contrrio do que afirmavam os economis-
tas clssicos, no produz a harmonia no
mercado. Em momentos de crises, argu-
Para saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber mais*John Maynard Keynes (18831946) criador da
Macroeconomia, foi um dos mais influentes econo-
mistas do sculo XX. Suas idias chocaram-se com as
doutrinas econmicas vigentes em sua poca e estimu-
laram a adoo de polticas intervencionistas sobre o
funcionamento da economia. Fonte: Wikipdia (2007).
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menta Keynes, a interveno do Estado pode gerar demanda, median-
te os investimentos, com vistas a garantir nveis elevados de emprego.
O pensamento de Keynes comandou as bases do capitalismo
mundial entre a dcada de 1940 e final dos anos 70. No Brasil, o pen-samento keynesiano vigorou at final dos anos 80, principalmente no
que diz respeito ao Estado interventor. Ou seja, a forte interveno do
Estado na economia brasileira, entre as dcadas de 50 e 80, foi reali-
zada com base terica fundamentada no pensamento de Keynes.
A anlise keynesiana veio opor-se aos postulados da Economia
Clssica e Neoclssica, que tinha na Lei de Say a sua pedra angular.
Os pensadores que mais contriburam para a concepo e divulgao
dessa Lei, passada como um dos princpios inquestionveis da Econo-
mia Poltica Clssica, foram os economistas Jean Say, David Ricardoe Stuart Mill.
Introdutoriamente, a Lei de Say estabelece que toda produo
encontra uma demanda, ou seja, que toda a renda (lucros, juros, sal-
rios) inteiramente gasta na compra de mercadorias e servios, e, por-
tanto, no pode haver um excesso de produo ou renda em relao
demanda ou s despesas efetivamente realizadas.
Observando a Lei de Say, muitos economistas deduzem que o
princpio de Jean Say vlido para uma economia de produtores sim-ples, de troca, de escambo, na qual cada famlia seria proprietria de
seus meios de produo e trocaria apenas o excedente de bens que ela
mesma produz, mas no consome. Na formulao da Lei de Say, deve-
se destacar qual a atribuio que caberia ao dinheiro. Com efeito, nes-
ta Lei, o dinheiro visto apenas como um meio de troca, sendo gasto
imediatamente. Para Say, ningum teria interesse em conserv-lo (atri-
buindo-lhe reserva de valor). Para Ricardo, o fato de ningum querer
conserv-lo se deve ao fato de o dinheiro servir apenas para aquisio
de bens de consumo ou bens de produo, para a criao de bens deconsumo no futuro.
Os produtores ou possuidores de dinheiro no tinham interesse
em mant-lo em suas mos mais que o necessrio, dentro da filosofia
de Say. Ainda conforme a Lei, seria a demanda ilimitada. O que signi-
fica isso?
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Significa que sempre existir uma demanda por um ou outro tipo
de produto. Desse argumento, resulta que, ainda que ocorra excesso
de produo, isso acontece apenas para certos tipos de mercadoria e
em carter temporrio.Esse argumento de que a demanda ilimitada essencial para
os clssicos e neoclssicos, pois assegura a inexistncia de um exces-
so de produo em relao demanda. Ou seja, tudo o que for produ-
zido , naturalmente, vendido. Todo o poder de compra da sociedade
sempre utilizado. O que poder de compra? demanda. procura.
Diante do que vimos at aqui, fica entendido que toda a renda
ganha sempre gasta no processo produtivo, sinalizando a inexistn-
cia de entesouramento. Ou seja, na Lei de Say, inexiste entesouramento
do dinheiro. Nenhum indivduo, ao auferir uma renda, deixa de us-lainteiramente. Uma parte dela utilizada para o consumo pessoal, en-
quanto a outra parte poupada. Cuidado, aqui, poupana, deve ser
dito, no significa entesouramento para a Lei de Say. A poupana ser
sempre utilizada. Ou o indivduo a emprega para acumular capital ou
a empresta para outro, que deve imediatamente fazer uso dela. Em
resumo: tudo que ganho deve ser gasto. E se parte no , outra pes-
soa o faz, recebendo o dinheiro por emprstimo.
Considerando que o volume dos meios de produo e da forade trabalho regulado pela produo, temos que a economia tende a
operar com pleno emprego de recursos (ou plena capacidade de pro-
duo). E se ocorresse excesso de capacidade produtiva (seja de fora
de trabalho, seja de capital), o que fazer? Nesse caso, os recursos em-
pregados se deslocariam para outro ramo da atividade no qual existis-
se demanda suficiente para absorver uma produo adicional, assegu-
rando, desta forma, uma taxa de lucro compensatria.
Os economistas adeptos da Lei de Say encaravam o desempre-
go como uma pequena anormalidade do sistema capitalista, que tinhaa sua origem na interveno estatal e na associao dos trabalhadores
sindicais. Indicavam que tambm uma das causas do desemprego eram
os altos salrios pagos. Ento, para corrigir o desemprego, os salrios
deveriam ser flexveis.
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Baseados na Lei de Say, os gastos pblicos no exerciam qual-
quer efeito positivo sobre a economia e, em especial, sobre o cresci-
mento econmico. Acreditavam, sim, que os gastos do Estado poderi-
am ser um obstculo para o crescimento econmico, visto que transferi-am fundos de acumulao para utiliz-los em atividades improdutivas.
O pensamento de Keynes significa mais que um produto da In-
glaterra vitoriana e eduardiana. a prpria negao do pensamento
clssico. Ao contrrio de Ricardo e Say, Keynes entendeu que, para a
sobrevivncia do capitalismo, era necessria uma ao efetiva do Es-
tado na regulao das crises do capital. Keynes pode ser considerado
como o retrato do indivduo liberal de seu tempo. Detinha um carter
profundamente individualista, mas percebia os problemas sociais de
sua poca. considerado o mais clebre economista do sculo XX,pioneiro da Macroeconomia.
As obras de Keynes mostram que suas preocupaes estavam
sempre ligadas a questes prticas e polticas de conjuntura. No pa-
recia interessado em reconstruir a teoria econmica a partir da anlise
do valor, mas em verificar por que as teses marginalistas, nas quais
fora educado, conduziam a polticas inconsistentes. Em 1930, escre-
veu Tratado sobre a moeda e, em 1936, escreveu a sua principal obra,
A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Foi esta ltima quemais contestou a Teoria Marginalista, Neoclssica ou Clssica.
A Teoria Geral abalou profundamente os pressupostos do libera-
lismo econmico, mostrando a inexistncia do princpio do equilbrio
automtico na economia capitalista. At ento, nos meios marginalistas,
a economia de mercado encontrava naturalmente seu equilbrio, numa
situao em que todos os que desejassem trabalhar por uma remunera-
o correspondente sua produtividade poderiam faz-lo.
A questo da produo e do emprego foi demasiadamente avali-
ada por Keynes. Ele concluiu que o fator responsvel pela alteraodo volume de emprego a procura de mo-de-obra, e no a sua oferta,
como pensavam os neoclssicos. Logo, o desemprego o resultado
de uma demanda insuficiente de bens e servios, e somente pode ser
resolvido por meio de investimentos. O investimento, para Keynes,
o fator dinmico na economia, capaz de assegurar o pleno emprego e
influenciar a demanda.
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Ao contrrio da tradio clssica e neoclssica, Keynes enfatiza
acentuadamente o papel do Estado na economia. Destaca que as mu-
danas no sistema produtivo no poderiam ocorrer sem a ao efetiva
do poder pblico.O grande eixo da anlise de Keynes sobre a interveno do Es-
tado na economia a superao da crise, no curto prazo, durante a
prpria crise, possibilitando o aumento dos investimentos atravs de
uma poltica de aumento da demanda. O aumento das despesas em
obras pblicas, graas ao multiplicado, provocaria o aquecimento da
economia, que se espalharia para os demais setores. Haveria, ento,
nova perspectiva para os investimentos privados, visto como eixo cen-
tral de toda a economia.
Mas como ativar os investimentos?Sabe-se que, ativando o investimento, se promove a elevao do
nvel de emprego, aumentando a renda e o crescimento econmico. O
Estado, nesse sentido, teria a responsabilidade de ativar o investimen-
to e de assegurar a alocao dos recursos.
Keynes estava convencido da importncia da ao do Estado na
economia, e toda a ao governamental deveria estar pautada na bus-
ca de reduzir os efeitos da crise de acumulao de capitais, que, de
qualquer forma, promoveria a queima de certa quantidade de capital.H uma procura incessante por novas alternativas ao modelo
keynesiano. Os ps-keynesianos se enquadram neste grupo e esto entre
os que se preocupam com o princpio da demanda efetiva, o desempenho
da moeda e as expectativas do comportamento das economias. por isso
que, nessa escola, os estudos da determinao dos ttulos no mercado so
realizados com bastante ateno.
Vamos a uma conversa resumida
bem ao p do ouvido!
Podemos concluir que o
neoliberalismo retornou de forma mo-
dificada, apoiado na teoria do econo-
mista austraco Friedrich August Von
Hayek, que ganhou o Prmio Nobel de
Para saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber mais*Friedrich August Von Hayek(1899 1992) eco-
nomista que fez contribuies importantes para aPsicologia, a Teoria do Direito, a Economia e a Pol-
tica. Em Economia, Hayek defendeu os mritos da
ordem espontnea. Segundo Hayek, uma economia
um sistema demasiado complexo para ser planeja-
do por uma instituio central e deve evoluir espon-
taneamente. Fonte: Wikipdia (2007).
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Economia em 1974 e props uma menor participao do Estado na
Economia. Da, a onda de privatizaes vividas mundialmente, o indi-
vidualismo em curso e a crena desenfreada das pessoas no mercado.
Para onde estamos sendo conduzidos? Temos nos perguntado otempo todo. Os novos estudos que, por sua vez, se encontram em pro-
cesso de investigao podem, a qualquer momento, surpreender. Fi-
quemos atentos!
Saiba mais...
Sobre a vida e obra dos principais economistas em:http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/ http://
www.cofecon.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=160&Itemid=110
Sobre o liberalismo clssico em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_cl%C3%A1ssico
Sobre a Revoluo Marginalista em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_marginalista
RESUMO
As contribuies da civilizao greco-romana, do Imp-
rio Romano, do perodo medieval, do mercantilismo, da
fisiocracia, da Escola Clssica, do marxismo, da Escola
Neoclssica e do keynesianismo para o desenvolvimento do pen-
samento econmico foram a tnica principal desta Unidade.
Atividades de aprendizagem
Chegamos ao final da ltima Unidade. Esta traou conside-raes importantes sobre a evoluo histrica da Econo-mia. Se voc realmente entendeu o contedo, no ter
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dificuldades de responder as questes a seguir. Se, even-tualmente, ao responder, sentir dificuldades, volte, leianovamente e procure discutir com seu tutor.
1. Voc saberia dizer quando efetivamente surgiu a Economia comocincia no cenrio mundial?
2. Fale sobre o significado das idias de Adam Smith para o estudoda Economia.
3. Por que o Marxismo tem sido to pouco estudado na atualidade?
4. Qual a fora da Escola Neoclssica na Economia?
5. Voc j ouviu falar da crise de 1929? Seria interessante que vocfizesse uma pequena pesquisa sobre esse assunto.
6. Para que servem os ensinamentos de Keynes na atualidade?
Caros estudantes!
Chegamos ao final da disciplina de Introduo Econo-
mia. evidente que, numa disciplina de 60 horas, nopodemos aprofundar a temtica como gostaramos, mastemos a certeza de que voc tem agora os elementos bsi-cos para compreender a importncia da Economia para aAdministrao e tambm para avanar no aprimoramentode sua capacidade para, quem sabe, atuar nessa rea.
Portanto, no pare por aqui. Retome ou d continuidadeaos seus estudos nesta rea, rumo ao aprimoramento pro-fissional.
Certamente, voc pode contribuir muito com a economiadeste pas.
Foi muito bom estar com voc. Sucesso!