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Prof. Marco Aurélio Cabral PintoUniversidade Federal Fluminense

Setembro de 2009

CONSE 2009

Ciência, Tecnologia e Engenharia: propostas para o ciclo 2010-14

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Roteiro da apresentação

1. Crise internacional e posicionamento do Brasil

2. O caminho da industrialização

3. Pré-sal e Amazônia

4. PEBTs e o novo capitalismo brasileiro

5. C,T&I em ações sociais estruturantes

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Industrialização e prosperidade...

-

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

0 1000 1500 1820 1995

Europa

América do Norte

Japão

America Latina

China

Outros Asia

Africa

Fonte: Elaboração própria a partir de dados de Madison, A.

PIB per capita – país / mundo

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A pobreza como oportunidade...

Fonte: Elaboração própria a partir de dados de Madison, A.

Tx Crescimento médio PIB (%)

(2,00)

(1,00)

-

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

1820-1950 1950-73 1973-95 2009E

Africa

America do Norte

America Latina

Outros Ásia

China

Europa ocidental

Japão

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Crise internacional

Esgotamento do vigor da industrialização a partir do paradigma tecnológico eletricidade-metalurgia-química

Incapacidade dos mercados em prover coordenação em um sistema progressivamente mais complexo

Aprofundamento do desemprego no centro capitalista (7-20% PEA)

Reversão de políticas fiscalistas nas regiões do Euro e Iene

Resgate do Estado Desenvolvimentista em ambiente de democracia

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A resposta brasileira...

Contexto BrasilInteresses

ConvergentesIncapacidade de

Resolução de ConflitosCONTEXTO

MUN D IAL

Hegemonia

Negociada

Multipolaridade Conflituosa

Melhor Impossível

NoviçaRebelde

Todo Mundo

em Pânico

Nau dos Insensato

s

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...porém com grandes questões civilizatórias a resolver

Fonte: WRI e Imazon, 2006C

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Questão fundiária

Integração sustentável da lavoura, silvicultura, pecuária e florestas com cadeias industriais e comerciais

Pequenos e médios produtores

Conquista do território político, econômico e simbólico

Desafio de indução de uma economia inovadora de base florestal na Amazônia

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PROVÍNCIA DO PRÉ-SAL

Poços Testados Campos HCBlocos ExploratóriosReservatórios Pré-sal

MINA GERAIS

SÃO PAULO

PARANÁ

Área da Província: 112.000 km2Área Total Concedida: 41.000 km2 (38%)Área Não Concedida: 71.000 km2 (62%)Área com Participação Petrobras: 35.000 km2 (31%) RIO DE JANEIRO

ESPIRITO SANTO

O Eldorado está no mar ?

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US$ Bilhões

Área de NegócioInvestimentoDoméstico2009-13

Colocação noMercado

Nacional2009-13

ConteúdoNacional

(%)

E&P 92,0 48,9 53%

Abastecimento 47,8 37,8 79%

Gás e Energia 10,6 7,4 70%

Distribuição 2,1 2,1 100%

Biocombustível 2,1 1,8 85%

Áreas Corporativas 3,6 2,9 80%

Total 158,2 100,9 64%

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Formação de mão-de-obra

Desenvolvimento de fornecedores e de sistemistas

Desenvolvimento de produtos e de soluções

Implantação e operação de infraestrutura aeronaval offshore

Desafio de indução de complexo petrolífero com autonomia tecnológica no Brasil

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Defende-se, de forma integrada:

(i) que a conquista da Amazônia e a corrida ao pré-sal se constituam em

eixos mobilizadores de recursos científicos e tecnológicos voltados para

criação em escala de pequenas empresas de base tecnológica (PEBT)

com capital nacional;

(ii) para se alcançar a escala necessária à inflexão pretendida, implantação

de “modelo brasileiro” para apoio a PEBTs, em contraposição à simples

transcrição do “modelo Vale do Silício”; e

(iii) ênfase em oportunidades desenvolvidas a partir de estruturas sociais

centradas no território (pontos de cultura, comitês de bacias

hidrográficas, territórios da cidadania etc), com conseqüente inclusão no

desenvolvimento científico e tecnológico por todos os segmentos da

sociedade brasileira.

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Para a Conquista da Amazônia, defende-se:

• atração de cérebros, orientando-se a política pelo estabelecimento

de rede de institutos de pesquisa em ciências básicas na floresta.

A localização desses centros de pesquisa deve ser orientada para

cidades menores.

• o ensino fundamental e médio nas localidades selecionadas

devem possuir excelência, com envolvimento de professores nas

agendas dos centros de pesquisa e vice-versa.

• no entorno das localidades selecionadas se estabeleçam centros

de referência nacional para alunos com desempenho

significativamente acima da média, incluindo-se apoio para

moradia e acompanhamento familiar.

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4. que as universidades sejam orientadas a esforço concentrado

para formação de cientistas-empreendedores, capazes de

identificar oportunidades em meio ao saber tradicional da floresta.

5. que se destinem recursos não reembolsáveis para a formação de

“nova indústria” a partir de parques tecnológicos integrados aos

institutos de pesquisa e universidades.

6. esses parques tecnológicos devem absorver a mão-de-obra que

será formada através de surgimento de pequenas empresas de

base tecnológica (PEBT).

Para a Conquista da Amazônia, defende-se:

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1. que o processo de incubação seja precedido de esforço de

planejamento e de coordenação de esforços realizados pelo

Governo Federal, através de Ministérios e Agências

correspondentes, a saber:

o MCT/Finep coordenará esforço de mapeamento dos desafios tecnológicos

das grandes empresas brasileiras, em parceria com o MDIC. Este esforço

resultará em identificação das tecnologias que serão objeto de aquisição

futura, mediante incorporação em produtos e serviços.

O MCT/CNPq coordenará esforço de identificação de competências

tecnológicas no país para atendimento aos desafios tecnológicos

identificados. Com isso, será possível mapear vocações para as

incubadoras/universidades brasileiras.

Para o florescimento do capital nacional em PMEBTs, propõe-se

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2. o MDIC/BNDES coordenarão esforço para comprometimento das grandes empresas com a aquisição de fornecedores que desenvolvam esses produtos, desde que respeitados critérios de custo, qualidade e prazo de entrega.

3. Adicionalmente deve-se exigir, como contrapartida para o apoio financeiro pelo BNDES às grandes empresas, a constituição de recursos para participação no capital de PEBT a serem incubadas com a finalidade de responder aos desafios tecnológicos propostos.

4. O BNDES / Finep devem prover recursos não reembolsáveis para repasse de incubadoras a empresas selecionadas. Os editais devem compreender, como critério de admissão, a apresentação de planos de negócio que respondam a conjunto de desafios tecnológicos já especificados pelas grandes empresas.

Para o florescimento do capital nacional em PMEBTs, propõe-se

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Ênfase em estruturas sociais centradas no

território

Caminho para se explorar as diversidades de conhecimentos e experiências disponíveis hoje no país,

se busca aproximar a comunidade de C,T&I dos problemas enfrentados fora dos grandes centros urbanos, particularmente na porção norte e nordeste do país.

Se busca conferir governança e acompanhamento de projetos com participação da comunidade local

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Ênfase em estruturas sociais centradas no

território

Territórios de Cidadania

Comitês de Bacias Hidrográficas

Pontos de Cultura

Etc

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Conclusões

Enquanto a crise financeira internacional parece conduzir os países centrais para trajetórias de estagnação econômica no período 2011-2014, o Brasil apresenta perspectivas promissoras para crescimento com inclusão social.

Para tanto, cumpre-se instituir padrão de industrialização com autonomia na produção de conhecimento científico e tecnológico, desenvolvendo-se o complexo industrial no paradigma vigente ao mesmo tempo em que se criam, aceleradamente, novas cadeias produtivas associadas ao paradigma formado pela imbricação da tecnologia digital, biotecnologia e nanotecnologia.

Para se diminuírem as desigualdades, defende-se que receitas a serem obtidas com a mineração do “ouro negro” devam ser canalizadas para o esforço de desenvolvimento de pequenas e médias cidades, centrado em pequenas empresas de base tecnológica com capital nacional, desejavelmente nas porções norte e nordeste do país.

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Conclusões

Para tanto, propõe-se revisão no modelo de apoio a Pequenas Empresas de Base Tecnológica, ancorando-se o apoio público a iniciativas de pesquisa e desenvolvimento voltadas para a solução dos desafios tecnológicos das grandes empresas brasileiras.

Este esforço deve ainda aproximar as experiências sociais estruturantes ao esforço de mapeamento de conhecimentos potencialmente inovativos e disponíveis hoje em “mestres do saber tradicional”, dispersos pelo território nacional.

As propostas apresentadas procuram aproximar o Ministério de Ciência e Tecnologia, bem como suas agências, de iniciativas convergentes desenvolvidas por outros segmentos do Governo Federal, Estadual e Municipal.

Procuram ainda aproximar a comunidade científica e tecnológica brasileira dos desafios tecnológicos enfrentados pelas empresas, com a missão de contribuir para o fortalecimento do capital nacional, para o aumento da sustentabilidade e para o desenvolvimento regional.