Profissionais de Sucesso 1

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Exemplos sucesso de Por Alexande Camargo e Rodrigo Svrcek FRUTOS DA SABEDORIA ORIENTAL Dr. Ricardo Luiz de Castro Gi- glio e Dr. o Chieng em Nang Chu são o exemplo de amizade que se iniciou na faculdade e adentrou no campo dos negócios. Um caso exemplar de amigos que não deixa- ram os negócios à parte, ao contrá- rio do que fala o ditado. “Eu conhe- ci o o, meu sócio, na graduação. Fizemos faculdade juntos e sempre conversávamos sobre trabalharmos em parceria. Logo após o curso, alugamos uma sala e começamos nossa vida como profissionais da fisioterapia fazendo atendimentos de acupuntura”, comenta Dr. Giglio. “São quase 20 anos só de sociedade... praticamente um casamento profis- sional. E a caminho das bodas de prata!”, brinca. Ambos são formados pela Uni- versidade do Grande ABC (UniA- BC) de Santo André, São Paulo. Além da graduação, possuem es- pecializações em Acupuntura pelo Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas (Ceata). Os dois amigos têm também curso avançado em Acupuntura Clínica pela Nanjing University, da China, e doutorado em Medicina Tradi- cional Chinesa pela World Chinese Medicine and Herbs United Associa- tion (WCUA), Los Angeles, EUA. Desde 1996, eles dividem uma clí- nica particular, a Clínica TAO, em São Paulo. Dos primeiros esforços aos louros atuais, muitos obstácu- los foram ultrapassados. Tiveram que passar por alguns percalços por apostarem na técnica da acupuntu- ra, até então pouco difundida e co- nhecida do público em geral. “Na época, a acupuntura não tinha reco- nhecimento algum aqui no Brasil e as pessoas eram muito desconfiadas se a técnica traria resultados efetivos. Porém, os resultados positivos fize- ram até outras classes da área da saú- de se renderem aos efeitos satisfató- rios dessa técnica chinesa com mais de cinco mil anos”, conta Dr. o. Outra dificuldade superada foi a falta de orientação administrativa e de marketing no início da socie- dade. “Costumo dizer que, nos pri- meiros meses de trabalho, sofríamos da ‘Síndrome de Deus’. Achávamos que curaríamos os pacientes usan- do todos os conceitos que havíamos aprendido na teoria, mas, na práti- ca, passamos a ter vários insucessos com o tempo. Isso nos fez perceber que precisávamos sair da nossa ‘Bat- caverna’ e explorar além desse uni- verso”, relata Dr. Giglio. Revista do CrefitoSP traz mais quatro profissionais que, de alguma maneira – pela força da amizade, pelo esforço ou pela paixão – destacam-se como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais de sucesso Fotos - Arquivo Pessoal Método RMA localizado A revista do crefito - sp .julho. 2011 [28]

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Reportagem para o Crefito-3.

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ExemplossucessodePor Alexande Camargo e Rodrigo Svrcek

FRUTOS DA SABEDORIA ORIENTAL

Dr. Ricardo Luiz de Castro Gi-glio e Dr. Tho Chieng Them Nang Chu são o exemplo de amizade que se iniciou na faculdade e adentrou no campo dos negócios. Um caso exemplar de amigos que não deixa-ram os negócios à parte, ao contrá-rio do que fala o ditado. “Eu conhe-ci o Tho, meu sócio, na graduação. Fizemos faculdade juntos e sempre conversávamos sobre trabalharmos em parceria. Logo após o curso, alugamos uma sala e começamos nossa vida como profissionais da fisioterapia fazendo atendimentos de acupuntura”, comenta Dr. Giglio. “São quase 20 anos só de sociedade... praticamente um casamento profis-sional. E a caminho das bodas de prata!”, brinca.

Ambos são formados pela Uni-versidade do Grande ABC (UniA-BC) de Santo André, São Paulo. Além da graduação, possuem es-pecializações em Acupuntura pelo Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas (Ceata). Os dois amigos têm também curso avançado em Acupuntura Clínica pela Nanjing University, da China, e doutorado em Medicina Tradi-cional Chinesa pela World Chinese

Medicine and Herbs United Associa-tion (WCUA), Los Angeles, EUA.

Desde 1996, eles dividem uma clí-nica particular, a Clínica TAO, em São Paulo. Dos primeiros esforços aos louros atuais, muitos obstácu-los foram ultrapassados. Tiveram que passar por alguns percalços por apostarem na técnica da acupuntu-ra, até então pouco difundida e co-nhecida do público em geral. “Na época, a acupuntura não tinha reco-nhecimento algum aqui no Brasil e as pessoas eram muito desconfiadas se a técnica traria resultados efetivos. Porém, os resultados positivos fize-ram até outras classes da área da saú-de se renderem aos efeitos satisfató-rios dessa técnica chinesa com mais de cinco mil anos”, conta Dr. Tho.

Outra dificuldade superada foi a falta de orientação administrativa e de marketing no início da socie-dade. “Costumo dizer que, nos pri-meiros meses de trabalho, sofríamos da ‘Síndrome de Deus’. Achávamos que curaríamos os pacientes usan-do todos os conceitos que havíamos aprendido na teoria, mas, na práti-ca, passamos a ter vários insucessos com o tempo. Isso nos fez perceber que precisávamos sair da nossa ‘Bat-caverna’ e explorar além desse uni-verso”, relata Dr. Giglio.

Revista do CrefitoSP traz mais quatro

profissionais que, de alguma maneira – pela força da amizade, pelo esforço ou pela paixão – destacam-se como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais de sucesso

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O MÉTODO RMA

E realmente saíram atrás de no-vas aventuras. A afinidade entre os amigos eclodiu no desenvolvimen-to de um novo método terapêutico chamado Reprogramação Múscu-lo-Articular (RMA). O tratamento, que é sancionado pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), funciona da seguinte maneira: ade-sivos especiais, chamados de célu-las programadoras, são colocados em determinados locais do corpo após uma análise clínica criteriosa. Eles não contêm medicamentos e têm como função, resumidamente, restaurar o equilíbrio energético, muscular, articular e metabólico do paciente. Este tipo de terapia é in-dicado para os casos de lesões nas áreas de Ortopedia, como as ten-dinites, Traumatologia Esportiva e

Saúde Ocupacional, como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER). E vale a pena saber: a acupuntura também pode ser feita com o uso dos adesivos, deixando aqueles que têm medo de agulha sem desculpas

para realizar o tratamento.No futuro, Drs. Giglio e Tho pre-

tendem continuar trabalhando com afinco na clínica e também despender mais energia na divul-gação do método RMA. Eles dão dicas para os futuros profissionais do ramo. “Faça o que goste e ganhe seu dinheiro como consequência. Não há segredos, mas o trio ‘estu-do, competência e prazer’ costuma dar resultados positivos”, aconselha Dr. Giglio. Já Dr. Tho prefere seguir por uma vertente mais filosófica e cita uma frase atribuída ao pensa-dor chinês Confúcio: “Escolha um trabalho que ames, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”. Aproveitando o clima de sabedoria chinesa, vale um adendo. Não perca as oportunidades que surgirem em sua vida porque, como a flecha lan-çada e a palavra pronunciada, elas não voltam atrás. Pense nisso.

“Nos primeiros meses de trabalho sofríamos da ‘Síndrome de Deus’,

ou seja, achávamos que curaríamos os pacientes usando

todos os conceitos que havíamos aprendido na teoria, mas, na prática, passamos a ter vários

insucessos com o tempo”

Os fisioterapeutas Dr. Ricardo Giglio e Dr. Tho Chieng Chu, responsáveis pelo

desenvolvimento do adesivo zen. Na placa, em chinês,

“acupuntura e moxabustão”

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VIDA DE TERAPEUTA-PEDAGOGO

Dr. Reder Aparecido Nantes Tsuji é formado em Pedagogia pela Uni-versidade Estadual Paulista (Unesp) e em Terapia Ocupacional pela Uni-versidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Formação sólida, que veio após ter cursado três anos de Psicologia e decidido se transferir de curso. A certeza inabalável de mudar da Psicologia para a Terapia Ocupa-cional foi alicerçada, segundo suas próprias palavras, por um “desejo de contribuir para um mundo mais humano”. Esses traços humanitários o conduziram a realizar uma pós-graduação em Educação Infantil pela Universidade Castelo Branco (UCB), no Rio de Janeiro, uma espe-cialização em Terapia Comunitária pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e dois cursos de extensão: um na área da Deficiência Mental e ou-tro na de Psicomotricidade, ambos pelo Centro de Educação Especial e Orientação Profissional “Lilian Car-la”, de Bauru, interior de São Paulo.

A identificação com as áreas da neurologia e psiquiatria delineou sua trajetória profissional. Como em seu trabalho em um hospital psiquiátri-co onde, em 1985, foi além de suas

obrigações formais como terapeuta ocupacional e montou uma sala de alfabetização dentro da própria ins-tituição hospitalar, com a orientação de duas pedagogas.

Além de trabalhar em hospital psi-quiátrico, Dr. Tsuji também atuou no Ambulatório Médico de Especia-lidades (AME) e em algumas Apaes, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Atualmente, trabalha no Ambulatório de Saúde Mental da cidade de Dracena, interior de São Paulo, e no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) na cidade de Tupi Paulista, também interior do Estado,

onde desenvolve trabalho com ges-tantes, hipertensos, diabéticos e pes-soas com distúrbios mentais.

Após um mergulho de cabe-ça em suas lembranças passadas como profissional, Dr. Tsuji se lembra de bate-pronto de um caso exemplar sobre um paciente que sofria de surtos de fobia, depres-são e que abusava de medicamen-tos após ter sido abandonado por sua ex-mulher. Afora o abandono emocional-afetivo, o paciente ain-da se viu com cinco filhos meno-res de idade para cuidar sozinho. “Através de participação em gru-po terapêutico e de oficinas den-tro do ambulatório, foi reduzindo o uso da medicação. O paciente adquiriu confiança, autonomia e capacidade de trabalho. Atual-mente, encontra-se em perfeito equilíbrio e autonomia financei-ra“, comemora Dr. Tsuji.

Os futuros planos do terapeuta-pedagogo são simples, mas não modestos. Por trabalhar no inte-rior do estado, Dr. Tsuji comenta que “o contato com as pessoas é mais próximo. Ainda existe a faci-lidade da aproximação, simplicida-de, solidariedade e laços de comu-nidade”, diz sobre o estilo de vida quase bucólico que leva.

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“As pessoas não tinham clareza das ações da Terapia Ocupacional e acabavam tendo

interpretações equivocadas. Por

exemplo, confundiam Terapia Ocupacional com Artes Plásticas”

O terapeuta ocupacional Dr. Reder Tsuji pensa como profissional da saúde e como pedagogo, um diferencial no trato com os pacientes

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TRABALHO, PRAZER, TRABALHO E SUCESSO

Dr. Ricardo Alexandre Silves-tre Teixeira é formado há 10 anos pela Universidade do Grande ABC (UniABC) e é também especialista em Fisioterapia Pneumofuncional e Cardiorrespiratória pela Univer-sidade Gama Filho (UFG), do Rio de Janeiro. Sua carreira profissional se iniciou de forma inesperada, mas fruto de sua dedicação e do bom trabalho realizado enquanto era es-tagiário do Hospital São Lucas, na cidade de Ribeirão Pires, interior de São Paulo. “No meu último dia como estagiário fui me despedir dos diretores. O Diretor Geral da época, Dr. Pedro Gregori, disse-me então que eu poderia iniciar minhas atividades no hospital como fisiote-rapeuta contratado”, recorda-se.

A diligência e o esforço empre-endido em sua carreira não foram em vão. Dr. Ricardo certamente pode se orgulhar de dois momentos marcantes em sua atividade como fisioterapeuta. “Um dos momentos mais marcante da minha carreira foi ser selecionado para coordenar a equipe de fisioterapia do Com-plexo Hospitalar Municipal de São Caetano do Sul - Hospital Munici-pal Maria Braido, Hospital Infantil Municipal Márcia Braido e Hospital Municipal de Emergência Albert

Sabin -, e posteriormente, assumir a Coordenação do Hospital Muni-cipal de Diadema”, conta. E foi den-tro do Hospital de São Caetano do Sul que seu nome ganhou projeção internacional. Alunas da Universi-dade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), Isabelle Delaqua Rodri-gues e Ludmila S. Barbosa, ao lado da Dra. Liria Yuri Yamauchi e do Dr. Ricardo, realizaram um estudo de corte sobre terapia intensiva em pacientes com fraqueza muscular, publicado em 2009 na conceituada publicação internacional Physiothe-rapy – European Respiratory Society.

A busca pela excelência no aten-dimento hospitalar público e a paixão de Dr. Ricardo pelo traba-lho é notada por sua jornada de trabalho e no revezamento que faz entre os hospitais em que atua. “Eu escolhi a área hospitalar por identificação e pela facilidade de entender, avaliar e tratar os meus pacientes, obtendo uma melhora rápida e efetiva”, revela.

Particularmente, o fisioterapeuta acha que para exercer a profissão a pessoa deve ter bastante paciência, sensibilidade tátil, habilidade ma-nual e buscar uma constante atua-lização em seu meio. E Dr. Ricardo leva ao pé da letra seus conselhos. Em breve vai estudar dois anos no exterior, fazendo cursos de Fisiote-rapia Respiratória.

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“É através de muita dedicação, responsabilidade, compromisso e amor ao próximo que o futuro

fisioterapeuta alcançará o seu sucesso. Desta maneira, pode ter certeza que o retorno será promissor”

O fisiterapeuta Dr. Ricardo Teixeira veste com orgulho a camisa de profissional da saúde na rotina entre os hospitais em que trabalha

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//Na internet:Site da publicação European Respiratory Society:http://www.ersnet.org/

Nome do trabalho científico vencedor: Treatment Modalities in Chest Physiotherapy – European Respiratory Journal – Volume 34 / Supplement 53 / September 2009 – P22289. Title: Intensive care unit acquired weakness: a cohort study. Autores: I. Rodrigues, L. Barbosa, R. Silvestre, S. Cardoso, J. Manetta, L. Yamauchi (São Caetano do Sul, Brasil).