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1/15 PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR DA CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (CTRSU) DA VALORSUL: 1999-2013 Miguel Coutinho 1 , Clara Ribeiro 1 , João Ginja 1 e Carlos Borrego 1, 2 1 IDAD – Instituto do Ambiente e Desenvolvimento Campus Universitário de Santiago 3810-193 AVEIRO 2 Departamento de Ambiente e Ordenamento Universidade de Aveiro, 3810-193 AVEIRO 1. INTRODUÇÃO O Programa de Avaliação da Qualidade do Ar da CTRSU da Valorsul engloba a medição no ar ambiente de poluentes atmosféricos, que não são medidos em contínuo na Rede de Vigilância da Qualidade do Ar (RVQA) da Valorsul. Em 2011, o plano de trabalhos foi revisto no que respeita a uma redução no número de locais de monitorização, passando este a ser executado apenas em dois postos (Bobadela, São João da Talha), cuja localização se encontra representada na Figura 1. Figura 1 – Localização dos postos de monitorização da qualidade do ar. As atividades de monitorização do período de 2011 a 2013 incluiram: Recolha semanal de amostras para determinação de metais (chumbo - Pb, arsénio – As, cádmio – Cd e níquel – Ni) em cada um dos 2 locais; Recolha semestral de amostras para determinação de dioxinas e furanos em cada um dos 2 locais; Realização de 8 campanhas anuais, de 7 dias cada, de monitorização em contínuo de benzeno na Bobadela.

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PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR DA CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

SÓLIDOS URBANOS (CTRSU) DA VALORSUL: 1999-2013

Miguel Coutinho1, Clara Ribeiro

1, João Ginja

1 e Carlos Borrego

1, 2

1IDAD – Instituto do Ambiente e Desenvolvimento

Campus Universitário de Santiago 3810-193 AVEIRO 2 Departamento de Ambiente e Ordenamento

Universidade de Aveiro, 3810-193 AVEIRO

1. INTRODUÇÃO

O Programa de Avaliação da Qualidade do Ar da CTRSU da Valorsul engloba a medição no ar ambiente de poluentes atmosféricos, que não são medidos em contínuo na Rede de Vigilância da Qualidade do Ar (RVQA) da Valorsul. Em 2011, o plano de trabalhos foi revisto no que respeita a uma redução no número de locais de monitorização, passando este a ser executado apenas em dois postos (Bobadela, São João da Talha), cuja localização se encontra representada na Figura 1.

Figura 1 – Localização dos postos de monitorização da qualidade do ar.

As atividades de monitorização do período de 2011 a 2013 incluiram:

�Recolha semanal de amostras para determinação de metais (chumbo - Pb, arsénio – As, cádmio – Cd e níquel – Ni) em cada um dos 2 locais;

�Recolha semestral de amostras para determinação de dioxinas e furanos em cada um dos 2 locais;

�Realização de 8 campanhas anuais, de 7 dias cada, de monitorização em contínuo de benzeno na Bobadela.

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Mínimo

Mediana

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A análise das concentrações medidas realiza-se através da variação temporal dos dados e sua comparação com valores legislados e de referência encontrados na literatura.

Numa análise mais detalhada aos poluentes, é apresentada a representação gráfica de vários parâmetros estatísticos (mediana, máximo, mínimo e percentis 25 e 75: P25 e P75), correspondentes aos dois locais de amostragem (Bobadela e S. João da Talha) e às séries de dados de 1999-2012 e de 2013 (Figura 2).

No caso dos parâmetros em que não se verificaram alterações nos métodos de amostragem e análise desde o início do programa de monitorização, o teste estatístico de U de Mann-Whitney foi aplicado. Este teste é uma alternativa não-paramétrica ao teste t para amostras independentes. Ao contrário do teste paramétrico t, o teste não-paramétrico não faz qualquer suposição quanto ao tipo de distribuição dos dados, assim como não pressupõe igualdade entre variâncias. Este teste utiliza a posição dos dados em vez dos seus valores absolutos e baseia-se na comparação entre duas medianas para concluir se as amostras provêm ou não da mesma população.

Para melhor compreender os impactes na qualidade do ar associados ao funcionamento da CTRSU é também apresentada a avaliação integrada do impacte atmosférico que inclui um inventário de emissões e um estudo de dispersão de poluentes atmosféricos.

2. MONITORIZAÇÃO PONTUAL

2.1 Metais

Os metais monitorizados no ar ambiente foram os seguintes: Pb, As, Cd e Ni. Na Figura 3 estão representadas as concentrações na fração PM10, dos metais medidos na Bobadela – BOB e em S. João da Talha – SJT, desde janeiro de 2004. Aos teores que revelaram ser inferiores aos respetivos limites de deteção (LD), foi atribuído um valor de metade o LD do método de análise.

As concentrações médias de chumbo em 2013 (3,2 ng.m-3 – BOB; 4,1 ng.m-3 - SJT) são significativamente inferiores ao valor limite para a média anual para proteção da saúde humana, de 500 ng.m-3.

Os valores médios de níquel (1,6 ng.m-3 – BOB; 1,5 ng.m-3 - SJT), arsénio (1,0 ng.m-3 - ambos os locais) e cádmio (0,1 ng.m-3 – ambos os locais) para 2013, são igualmente significativamente inferiores aos respetivos valores alvo constantes do Decreto-Lei nº 102/2010 de 23 de Setembro.

Comparativamente com os valores de referência verifica-se ainda que os teores médios de arsénio e cádmio são equivalentes às respetivas gamas de valores registados em áreas rurais na UE (WHO, 1995a; Campa et al. 2007), enquanto os valores médios de níquel em 2013 enquadram-se nas gamas médias de valores registados em áreas urbanas da UE (WHO, 1995a; WG As, Cd, Ni, 2000), nomeadamente de Espanha (Campa et al., 2007; Salvador et al., 2004; Rodríguez et al., 2004).

Figura 2 - Esquema de apresentação dos parâmetros estatísticos.

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Figura 3 – Concentrações de metais pesados na fase particulada em ng/m3 da fração com um diâmetro

aerodinâmico equivalente (dae) inferior a 10 µm.

O Quadro 1 apresenta as concentrações médias de metais calculadas para o período de 1999-2012 e para 2013, nos dois locais de amostragem.

Quadro 1 – Concentrações médias, em ng.m-3

, de metais para o período de 1999-2012 e para 2013, na

Bobadela e S. João da Talha.

Pb Ni As Cd

Bobadela 1999-2012 17,0 4,0 1,4 0,4

2013 3,2 1,6 1,0 0,1

S. João da Talha 1999-2012 17,1 6,3 1,4 0,5

2013 4,1 1,5 0,9 0,1

Da análise do quadro anterior, verificam-se níveis ligeiramente mais elevados de metais em S. João da Talha. Os valores médios de As e Cd traduzem as concentrações maioritariamente não quantificadas em ambos os períodos.

A representação dos parâmetros estatísticos para os metais é efetuada na Figura 4.

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Verão 2013 Invernos até2012

Verões até 2012 Inverno2012/2013

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Verão 2013 Invernos até2012

Verões até 2012 Inverno2012/2013

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Verões até 2012 Inverno2012/2013

Verão 2013 Invernos até2012

Verões até 2012 Inverno2012/2013

Verão 2013

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Verão 2013 Invernos até2012

Verões até 2012 Inverno2012/2013

Verão 2013

n=214 n=251 n=31 n=28 n=218 n=243 n=25 n=25

Bobadela S. João da Talha

(ng/

m3 )

Arsénio

Figura 4 – Parâmetros estatísticos calculados para os metais, considerando os períodos 1999-2012 e 2013.

Para o As e Cd, o último período foi caracterizado fundamentalmente por teores não quantificados, ou seja, inferiores aos LD, tendo-se por isso optado por não aplicar o teste U de Mann-Whitney a estes metais.

Da aplicação do teste estatístico ao Pb e Ni conclui-se que os conjuntos de resultados de Pb e Ni nos períodos de inverno 2012/2013 e verão 2013 apresentam diferenças estatisticamente significativas aos dos períodos homólogos anteriores, para ambas as estações. Os valores médios das amostras de 2013 são inferiores aos períodos homólogos anteriores.

2.2 Benzeno

As concentrações médias, máximas e mínimas de benzeno registadas nas campanhas de 2013 e o valor limite para a média anual de benzeno são apresentados na Figura 5.

O valor médio de benzeno determinado para a Bobadela, a partir das campanhas de monitorização efetuadas em 2013, foi de 0,53 µg.m-3, ou seja, significativamente inferior ao valor limite anual para proteção da saúde humana, em vigor, de 5 µg.m-3, definido no Decreto-Lei nº 102/2010 de 23 de Setembro. Verifica-se também que os valores médios, no geral, são mais elevados nos meses de outono/inverno, associados fundamentalmente à ocorrência de condições meteorológicas menos favoráveis à dispersão dos poluentes, nomeadamente de estabilidade atmosférica e de inversão térmica.

Relativamente aos valores máximos salienta-se a campanha de 18 a 31 de dezembro de 2013 onde foi medido um valor de 7,1 µg.m-3 de benzeno.

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Figura 5 – Valores médios de benzeno nas campanhas de monitorização de 2013 na Bobadela.

Na Figura 6 são apresentados os valores médios anuais de benzeno desde o início das campanhas de monitorização em contínuo na Bobadela.

Figura 6 – Valores médios anuais de benzeno na Bobadela.

Os valores médios de benzeno obtidos desde 2004, apresentados na figura anterior, são significativamente inferiores ao valor limite anual, de 5 µg.m-3. Verifica-se que o ano de 2004 apresentou o valor médio mais elevado, contudo refere-se a menor representatividade deste valor devido ao baixo número de campanhas realizadas. Dos valores médios apresentados para os restantes anos, observa-se uma tendência de teores médios de benzeno mais baixos para os anos de 2009, 2010 e 2011 comparativamente com os anos anteriores.

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29 jan – 7 fev 2013

9 – 18 mar 2013 13 – 22 abr 2013 20 – 31 mai 2013

21 – 30 jun 2013

13-22 jul 2013 30ago-6set 2013 19-31 dez 2013

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)

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n=4 n=8 n=6 n=10 n=8 n=6 n=8 n=12 n=13 n=7

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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2.3 Dioxinas e furanos

Para este grupo de compostos, foi realizada a análise de todos os resultados obtidos, desde o início da sua monitorização até 2013. É apresentada uma análise comparativa entre as estações do ano (verão e inverno), em termos de parâmetros estatísticos, dada a forte influência sazonal sobre estes poluentes.

A Figura 7 apresenta a evolução temporal de todos os dados de PCDD/PCDF obtidos no âmbito do presente plano de monitorização.

Figura 7 – Variação temporal dos níveis atmosféricos de Dioxinas e Furanos (expressos em fg I-TEQ/m3).

Devido à inexistência de valores limites para as dioxinas e furanos, são considerados os valores de referência definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em níveis medidos. Segundo a OMS, níveis inferiores a 100 fg (I-TEQ).m-3 são característicos de zonas rurais ou zonas urbanas não contaminadas (WHO, 1995b). Níveis superiores a 100 fg (I-TEQ).m-3 são típicos de zonas urbanas industrializadas. No caso de ocorrerem concentrações superiores a 300 fg (I-TEQ).m-3, dever-se-á estar na presença de uma zona contaminada, com fontes emissoras significativas, merecedoras de uma intervenção e estudos adicionais.

Segundo a Figura 7, as concentrações de PCDD/DF registadas em redor da CTRSU da Valorsul em 2013 são baixas comparativamente com o histórico de valores apresentado. Segundo a classificação da OMS, estes teores são característicos de zonas rurais ou urbanas não contaminadas, sendo ainda significativamente inferiores ao valor médio anual de 168 fg (I-TEQ).m-3, encontrado num programa de monitorização semelhante na região do Porto (IDAD, 2014).

Da comparação das várias concentrações de PCDD/DF medidas em 2013 com os valores de referência, verifica-se que os níveis de PCDD/DF medidos em redor da CTRSU da Valorsul são equivalentes aos valores na Alemanha e na Catalunha, em zona rural (WHO, 2000, Abad et al, 2007).

Na Figura 8 encontram-se representados os parâmetros estatísticos associados às dioxinas e furanos amostrados. Refira-se que os valores apresentados para o inverno 12/13 e verão 2013 são relativos a uma única amostra recolhida em cada local em cada um desses períodos. A ausência de dados nos períodos de verão até 2003 em S. João da Talha deve-se ao facto da recolha de amostras nesse local ter sido feita apenas no período de inverno até 2003. No geral, o efeito da sazonalidade é visível, onde os dados das amostras recolhidas em 2013 apresentam valores da mesma ordem de grandeza que dos períodos homólogos anteriores.

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Bobadela S. João da Talha Bobadela S. João da Talha

14 - 17 janeiro 2013 23 - 23 julho 2013

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TCDD PCDD HexCDD HepCDD OCDD TCDF PCDF HexCDF HepCDF OCDF Total 2.3.7.8 CDD/CDF

Figura 8 – Parâmetros estatísticos calculados para as dioxinas e furanos.

Na Figura 9 é apresentada a distribuição das frações de homólogos das amostras recolhidas em 2013, em cada local de monitorização. A contribuição dos homólogos é efetuada com base nas concentrações mássicas (fg.m-3).

Figura 9 – Perfis de homólogos de PCDD/PCDF nas amostras de ar ambiente recolhidas em 2013.

São vários os estudos (Krauthaker et al., 2006; Oh et al., 2006, 1999; Lohmann et al., 1998) que referem que os padrões de homólogos de ΣPCDD/PCDF de amostras de emissões gasosas são semelhantes para todos os processos de combustão, com uma maior contribuição de furanos do que de dioxinas. Esses estudos indicam que elevados níveis de furanos de menor cloração nas amostras de ar ambiente são indicativos da presença de potenciais fontes de combustão, enquanto que o ar ambiente de fundo é caracterizado pela presença de dioxinas de maior cloração.

Os perfis individuais de homólogos das amostras de ar ambiente representadas na Figura anterior revelam uma grande contribuição dos furanos de menor cloração o que, segundo a bibliografia, aponta para uma importante contribuição das fontes de combustão existentes na região. No entanto, as baixas concentrações medidas assim como uma importante contribuição das dioxinas de maior cloração é indicativo de um ar ambiente pouco poluído.

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Bobadela S. João da Talha

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5. AVALIAÇÃO INTEGRADA DO IMPACTE ATMOSFÉRICO

A avaliação integrada do impacte atmosférico incluiu três etapas diferentes mas complementares.

Inicialmente foram estabelecidas e estudadas as correlações existentes entre a direção e velocidade do vento com os níveis de poluentes medidos nas estações de monitorização da qualidade do ar da Bobadela e de São João da Talha. Estas correlações foram efetuadas através da realização de rosas de poluição, que permitiram visualizar os quadrantes de vento responsáveis por níveis mais elevados de contaminação atmosférica.

Posteriormente, foi efetuado um inventário de emissões dos vários poluentes atmosféricos emitidos na área de implantação da CTRSU e incluído na etapa subsequente (estudo de dispersão). A análise das emissões na envolvente da CTRSU foi efetuada com base no inventário nacional de emissões mais recente e disponível (APA, 2011).

Por último, foi aplicado um modelo de dispersão de poluentes atmosféricos às emissões da CTRSU. Nesta etapa foram calculadas as concentrações no ar ambiente para os diversos poluentes atmosféricos considerando apenas as emissões da CTRSU.

5.1 Monitorização em contínuo da Qualidade do Ar

Foram construídas rosas de poluição considerando a frequência horária com que ocorre a direção do vento para o período de 2011 a 2013, associando as concentrações horárias de cada um dos poluentes, nas estações fixas de qualidade do ar (Bobadela e S. João da Talha).

Da análise destas das rosas de poluição observam-se valores de PM10 mais elevados na Bobadela, relacionados essencialmente com a ressuspensão de partículas do solo derivado da circulação de veículos da Junta de Freguesia. Em termos gerais, os valores mais elevados de PM10 ocorreram no quadrante sul, apenas com alguns máximos do quadrante NE (nos anos de 2011 e 2012).

No que diz respeito aos níveis de óxidos de azoto, no geral, observaram-se valores mais elevados em S. João da Talha, relacionados com a proximidade às vias rodoviárias A1, EN10, IC2 e vias locais bem como ao recinto da feira semanal de S. João da Talha. Observou-se uma influência generalizada da maioria dos quadrantes do vento, com alguns picos nos quadrantes de NE e este, com mais destaque para a estação da Bobadela.

As concentrações anuais mais elevadas de O3 segundo os quadrantes norte e sul estão fundamentalmente relacionadas com a predominância de ventos durante as tardes de primavera/verão, altura em que estão reunidas condições mais propícias à formação da fotoquímica deste poluente.

No que diz respeito ao SO2 observaram-se níveis médios mais elevados segundo as direções NNE e NE. Nesta direção do vento localizam-se várias fontes pontuais, com emissão de SO2 e também de outros poluentes, inclusive a CTRSU da Valorsul.

5.2 Modelação da Dispersão de Poluentes Atmosféricos

O estudo de dispersão aqui apresentado, à semelhança do efetuado em estudos anteriores tem como objetivo o cálculo das concentrações ao nível do solo dos poluentes emitidos pela CTRSU da Valorsul e o estabelecimento, se possível, da causa-efeito para a fonte em estudo.

Modelo de Dispersão Aplicado

Dado que a região em estudo tem uma costa sinuosa de interface mar-terra, donde resultam circulações atmosféricas complexas com uma importância significativa na produção e dispersão de poluentes na atmosfera, a aplicação de um modelo de mesoscala revela-se de extrema importância.

A aplicação de um modelo deste tipo permite um conhecimento das circulações como as brisas de mar e terra, que influenciam direta e indiretamente os fenómenos de poluição atmosférica desta região.

O modelo que tem sido aplicado nos últimos anos e que será novamente utilizado neste trabalho é o modelo meteorológico e de qualidade do ar, The Air Pollution Model (TAPM) desenvolvido pela CSIRO – Atmospheric Research (Hurley, 2008).

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O TAPM é um modelo de dispersão tridimensional que se baseia na resolução das principais equações da dinâmica de fluidos e de transporte para prever a meteorologia e a concentração de poluentes ao nível do solo. Através da integração de dois módulos principais, um meteorológico e um de poluição atmosférica, o TAPM calcula os parâmetros meteorológicos importantes para a simulação da dispersão, tanto à escala local como à escala regional.

Para as previsões meteorológicas, anteriormente referidas, o modelo utiliza bases de dados globais de orografia, uso do solo, temperatura superficial e condições sinópticas.

Salienta-se que o TAPM já foi validado para todo o território continental (Ribeiro, 2005) e para a região autónoma da Madeira (Coutinho et al., 2005).

O modelo matemático de simulação da dispersão de poluentes TAPM foi aplicado a um domínio de 25 x 25 km, com malhas horizontais de 30, 10, 3 e 1 km. Em termos verticais o modelo considerou um domínio de 8000 m, distribuído por 25 níveis de espaçamento desigual, sendo mais apertado junto ao solo com o primeiro nível a 10 m.

O domínio de simulação (Figura 10) foi selecionado tendo em atenção a área necessária para a aplicação de um modelo de mesoscala, os ventos dominantes e a localização da CTRSU da Valorsul abrangendo uma área urbana, a oeste da CTRSU, densamente povoada, e parte do Rio Tejo a este da unidade.

A central de incineração situa-se no centro do domínio mais propriamente a 12,5 km norte e 12,5 km este, junto ao rio Tejo.

O TAPM foi aplicado aos anos de 2011, 2012 e 2013, tendo sido utilizadas as bases de dados de orografia, uso do solo e vegetação, temperatura superficial do mar e de dados sinóptica para a estimativa da componente meteorológica.

Figura 10 - Domínio de simulação.

Inventário de emissões

No presente estudo para se obter uma visão global da qualidade do ar na região envolvente à CTRSU da Valorsul foi efetuada uma análise às emissões de poluentes no domínio de simulação.

Assim, foram utilizados os dados do inventário de emissões de Portugal referente ao ano de 2009 (mais recente e disponível), realizado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA, 2011).

Os poluentes considerados no inventário nacional são vários, sendo que para esta análise contabilizaram-se apenas os poluentes principais dióxido de enxofre (SO2), os óxidos de azoto (NOX), as partículas (PM) e mercúrio (Hg) que são comuns no inventário nacional e na CTRSU e são medidos contínuo na unidade de incineração.

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Na Figura 11 apresentam-se os valores emitidos por cada concelho inserido no domínio anteriormente apresentado. Salienta-se que, nem toda a área do concelho poderá estar incluída no domínio de simulação.

Figura 11 - Emissões por concelho (Fonte: Inventário nacional de emissões de 2009 (APA, 2011).

Como se pode observar, as emissões mais elevadas ocorrem essencialmente nos concelhos de Lisboa, Loures, Sintra e Vila Franca de Xira, e diferem de poluente para poluente.

No que diz respeito à caracterização das emissões gasosas da CRTSU, e de acordo com a legislação, a Valorsul realiza o auto-controlo das suas emissões de forma pontual (semestral) e contínua.

O dióxido de enxofre (SO2), os óxidos de azoto (NOX), as partículas (PM), o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono, (CO2), o amoníaco (NH3), os compostos orgânicos totais (COT), o ácido clorídrico (HCl) e o ácido fluorídrico (HF) são monitorizados em contínuo enquanto que as dioxinas e furanos e os metais pesados chumbo (Pb), níquel (Ni), cobre (Cu), crómio (Cr), cádmio (Cd), antimónio (Sb), tálio (Tl), cobalto (Co), manganês (Mn), vanádio (V) e arsénio (As) são monitorizados através de medições pontuais. O mercúrio (Hg) é monitorizado em contínuo e de forma pontual.

Na Figura 12 apresenta-se uma análise evolutiva das emissões dos poluentes supracitados para os últimos 3 anos. As emissões apresentadas dizem respeito às emissões totais da CTRSU da Valorsul. Para as medições dos poluentes em que a monitorização é pontual os valores apresentados referem-se à média das monitorizações. Estes valores correspondem às emissões utilizadas no modelo de dispersão, supondo que a unidade funcionou em contínuo e uniformemente ao longo ano.

Verifica-se que as emissões da CTRSU da VALORSUL têm-se mantido constantes, nomeadamente para os COT, CO e NH3.

Relativamente a Partículas, HCl, SO2, HF e NOX observaram-se valores mais elevados no ano de 2011.

Para os metais, em 2011 os valores de Cu, As, Sb, Co, V, Tl e Mn são os mais elevados. No ano de 2012 mediram-se os valores mais elevados de Pb, Ni, Hg e Cr. No que diz respeito ao Cd foi em 2013 que as emissões foram mais elevadas.

Em termos de dioxinas, o valor máximo de emissão registou-se no ano de 2013.

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2011 2012 2013

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Dioxinas/Furanos

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2011 2012 2013

Figura 12 – Emissões atmosféricas da CTRSU para os anos 2011, 2012 e 2013.

Apresentação dos resultados

As simulações forneceram os valores médios horários de concentração dos diversos poluentes em análise, para cada um dos dias de simulação, em cada um dos pontos recetores.

A análise e interpretação dos resultados foram efetuadas tendo em consideração a comparação das concentrações estimadas com a legislação em vigor e a análise do padrão de distribuição de poluentes.

Da análise dos níveis de qualidade do ar estimados pelo TAPM, para a CTRSU, associados a poluentes com legislação definida, observou-se que não ocorreu quaisquer ultrapassagens dos valores limite impostos.

Verifica-se ainda que os valores simulados para a média anual do Pb, Ni, As e Cd são inferiores a 0,1 ng.m-3. Comparando os níveis estimados com os valores da bibliografia, verifica-se que são equivalentes aos registados em zonas rurais e/ou remotas.

Também para o Hg os valores calculados são inferiores aos valores de áreas remostas considerados pela OMS.

No que diz respeito a dioxinas e furanos, verifica-se que os valores de concentração obtidos são significativamente inferiores a 100 fg I-TEQ.m-3, referentes a zonas rurais ou urbanas não contaminadas.

Observou-se ainda que, à semelhança do que tem vindo a suceder noutros anos, os valores estimados pelo modelo de dispersão para o NOX, partículas, CO e SO2 são inferiores aos níveis medidos nas estações de monitorização de qualidade do ar de São João da Talha e Bobadela.

Quanto aos valores estimados para metais e dioxinas e furanos, verifica-se que os valores estimados pelo modelo são bastante inferiores aos valores médios medidos no período de 2011 a 2013.

Salienta-se que a comparação entre os valores estimados pelo modelo e as concentrações medidas no ar ambiente para metais é meramente indicativa dado que os primeiros são relativos às emissões totais da

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Partículas HCl SO2 HF COT CO NH3

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CTRSU, e os teores medidos se referem à fração PM10 da matéria particulada. Assim, os valores estimados referentes à fração PM10 da matéria particulada serão inferiores aos valores obtidos.

Acrescenta-se ainda o facto do modelo apenas simular como fonte emissora a CTRSU da Valorsul, enquanto a monitorização da qualidade do ar traduz a influência de todas as fontes emissoras na região.

Tendo em conta os baixos valores estimados, para todos os poluentes, através das simulações apresentam-se apenas os padrões de distribuição associados aos máximos horários de NOX (Figura 14), dada a maior relevância de valores obtidos.

Conclui-se que os valores máximos horários de NOX se situam a Oeste da unidade, a cerca de 1 km da unidade e que, comparativamente com o valor limite da legislação (200 µg.m-3), são significativamente inferiores.

Refira-se que o padrão de distribuição analisado se refere a situações de pico (episódicas), abrangendo situações meteorológicas adversas, tais como horas calmas (em termos de intensidade de vento), inversões e brisas. A predominância de ventos de NNW desta região não se verifica nestas situações, sendo melhor representada pelos valores médios.

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Figura 13 – Isolinhas dos níveis de concentração referentes aos máximos horários de NOX.

4. CONCLUSÕES

As concentrações atmosféricas dos vários poluentes medidos em 2013 em redor da CTRSU da Valorsul apresentam, de um modo geral e tal como verificado em períodos anteriores, níveis baixos quando comparados com os valores limite da legislação e valores de referência.

As concentrações médias de chumbo, níquel, arsénio e cádmio em 2013 foram significativamente inferiores aos respetivos valores limite e alvo, definidos na legislação. Comparativamente com valores encontrados na bibliografia, os teores médios de metais registados em 2013 são equivalentes aos níveis registados em zonas rurais e urbanas na UE.

Em termos de variabilidade temporal dos níveis atmosféricos dos metais (Pb e Ni), verificou-se que comparativamente com os períodos homólogos anteriores a 2013, os valores apresentaram diferenças estatisticamente significativas aos dos períodos homólogos anteriores, para ambas as estações. Os valores médios das amostras de 2013 são inferiores aos períodos homólogos anteriores.

Da análise efetuada ao benzeno, verificou-se que os valores médios, no geral, são mais elevados nos meses de outono/inverno, associados fundamentalmente à ocorrência de condições meteorológicas menos favoráveis à dispersão dos poluentes, nomeadamente de estabilidade atmosférica e de inversão térmica. O valor médio de benzeno determinado para a Bobadela, em 2013, foi significativamente inferior ao valor limite anual para proteção da saúde humana de 5 µg.m-3, definido no Decreto-Lei nº 102/2010 de 23 de Setembro.

Atendendo à classificação da OMS, os teores de PCDD/PCDF registados em 2013 são característicos de zonas rurais ou urbanas não contaminadas, sendo ainda equivalentes aos teores registados em zona de fundo da Catalunha.

As concentrações de poluentes estimadas ao nível do solo, através da aplicação do modelo TAPM, revelaram níveis baixos, sendo muito inferiores aos vários valores referidos na legislação da qualidade do ar ou em valores de referência. Foi também possível concluir que, em situações meteorológicas adversas, os valores de pico das concentrações de poluentes provenientes do funcionamento da CTRSU da Valorsul se estendem maioritariamente para oeste. Salienta-se que estes picos de concentração são muito inferiores a quaisquer valores de referência e/ou legislados.

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