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Com o intuito de atualizar e nivelar os estagiários dos diferentes cursos, no dia 26 de maio o PDPL-RV orga- nizou uma palestra sobre as doenças de maior ocorrência em rebanhos leiteiros. A palestra foi ministrada pelos mo- nitores de Medicina Veterinária, Ra- mon Campos Faria e Rodrigo Ros- sini Buso, que abordaram algumas das principais doenças infecciosas que acometem principalmente os bezerros, como diarréia, pneumonia, tristeza parasitária e algumas que ocorrem em animais adultos como a mastite. Também foram relatadas do- enças metabólicas que ocorrem em vacas, principalmente no periparto como a cetose, acidose, hipocalcemia e deslocamento de abomaso. Dentre os assuntos abordados fo- ram enfatizados a etiologia das do- Palestra sobre doenças em gado leiteiro é ministrada aos estagiários do PDPL-RV No dia 25 de maio o PDPL-RV or- ganizou uma palestra com enfoque na capacitação dos estagiários para elaboração do cálculo do custo de produção das fazendas. O estagiário de Zootecnia, Douglas Gonçalves, juntamente com o Coordenador do Programa, professor Sebastião Tei- xeira Gomes, elaboraram uma plani- lha para facilitar o desenvolvimento do custo de produção da fazenda. Dentro da planilha elaborada cons- tam dados a serem preenchidos so- bre o rebanho da fazenda, plano nutricional, inventário de recursos (benfeitorias, máquinas, terra) e da- dos econômicos, para que no final seja elaborado o custo de produção, o qual é uma importante ferramenta para análise dos indicadores econô- Palestra sobre cálculo do custo de produção das fazendas do PDPL-RV micos e produtivos da propriedade, onde é possível verificar se a ativida- de está sendo rentável e assim quan- tificar a rentabilidade. A palestra foi importante para estimular a visão gerencial e admi- nistrativa da fazenda, desenvolver o raciocínio de elaborar um custo de produção, e quais os dados devem ser considerados, assim como inter- pretá-los para ajudar na elaboração de um plano de ação. Gustavo R. M. de Oliveira Estudante de Medicina Veterinária Técnicos da Itambé fazem palestra e visitam propriedade assistida pelo PDPL-RV Érico Rodrigues de Araújo Estudante de Zootecnia Wilson de Sousa Júnior Estudante de Agronomia No dia 06 de junho o PDPL-RV promoveu uma palestra ministrada pelos ex-estagiários, Armindo José Soares Neto, Engenheiro Agrônomo e Gerente de suprimento de leite da Itambé, e Tatiane Stela Pizzol, Zoo- tecnista e Analista de captação/Co- ordenadora Educampo Itambé. Foram abordados temas como a evolução da cooperativa Itambé (desde a sua implantação na capital mineira no ano de 1949), mercado de trabalho, e serviços prestados ao cooperado. Deixando claro que o sis- tema cooperativista bem gerido tem solidez no mercado nacional e com- petitividade no mercado internacio- nal. Neste sentido, todo leite captado pela cooperativa é industrializado em cinco fábricas, localizadas em Minas Gerais e Goiás. Também foram apresentados al- guns serviços que a Itambé presta aos seus cooperados, como o Proje- to Irrigaleite, programa de repasse de tourinhos, incentivo a insemi- nação artificial, projetos e visitas de qualidade de leite, disponibilização de insumos através de uma rede de armazéns, e assistência técnica do Educampo. Finalizando a palestra, foi enfati- zada a importância da flexibilidade do profissional, no sentido de desen- volver competências extras que vão além de sua formação acadêmica. Além disso, no dia seguinte foi fei- ta uma visita a propriedade do Sr. Antônio Carlos Reis, localizada no município de Piranga-MG, onde os técnicos do PDPL-RV e estagiários, apresentaram para os técnicos da Itambé o sistema de produção adota- do e os resultados econômicos e zoo- técnicos da fazenda Santa Edwigwes. Visita realizada na propriedade do Sr. Antônio Carlos Reis Rodrigo Rossini Buso Estudante de Medicina Veterinária enças, sendo ressaltado como elas ocorrem, em qual categoria de ani- mais, os principais sinais clínicos, como proceder com o tratamento correto, além dos métodos preventi- vos de cada uma. Assim, é de extrema importância prevenir, diagnosticar com precisão e proceder com o tratamento correto em cada caso, evitando dessa forma, que o quadro se agrave e que o pro- dutor venha a perder em produtivi- dade e até mesmo, o animal. Palestra ministrada pelos ex-estagiários do PDPL-RV Ex-estagiários do PDPL-RV demonstram suas experiências profissionais Camila Caetano Estudante de Jornalismo Pollyana Delboni, Hamilton Perei- ra, Médicos Veterinários, e Francis- co Gouveia, Engenheiro Agrônomo, conversaram com os atuais estagi- ários do PDPL-RV, no dia 15 de ju- nho, sobre as suas experiências no Projeto Educampo Leite. Todos eles disseram que desde o princípio, enquanto estudantes, já sa- biam que queriam exercer a profissão na parte de extensão, e alertam que essa área é para quem possui perfil adequado para tal finalidade, e dessa forma, é preciso definir ainda na gra- duação seus objetivos profissionais. Francisco Gouveia, afirma que o “Educampo é como um trampolim para poder crescer”, pois em pouco tempo de serviço várias proposta já serão oferecidas. Vale ressaltar o quanto os alunos que já estagiaram no PDPL-RV, valo- rizam o aprendizado que foi adquiri- do no Programa. Pollyana Delboni, conta que acor- dava às 1h30 para ir a fazenda do Sr. Antônio Maria, mas “tudo valeu a pena, não arrependo de nada que fiz no PDPL-RV”, relata a Médica Vete- rinária. Além de conhecimentos técnicos e boas convivências, no mercado de trabalho, muitas vezes é preciso espe- rar, neste sentido, Hamilton Pereira, mostra aos estagiários do PDPL-RV, através da sua vivência, que “tudo tem o seu tempo certo”. Estagiários do PDPL-RV na palestra de Pollyana, Hamilton, e Francisco O uso eficiente da ter- ra reflete na viabilidade da atividade p.2 Dicas do agrônomo: Vantagens da integra- ção lavoura pecuária p.2 Momento do produtor: Agenor Américo da Silva Neto p.4 Jornal da Produção de Leite / Ano XX - Número 268 - Viçosa, MG - Junho de 2011 PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

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Com o intuito de atualizar e nivelar os estagiários dos diferentes cursos, no dia 26 de maio o PDPL-RV orga-nizou uma palestra sobre as doenças de maior ocorrência em rebanhos leiteiros.

A palestra foi ministrada pelos mo-nitores de Medicina Veterinária, Ra-mon Campos Faria e Rodrigo Ros-

sini Buso, que abordaram algumas das principais doenças infecciosas que acometem principalmente os bezerros, como diarréia, pneumonia, tristeza parasitária e algumas que ocorrem em animais adultos como a mastite. Também foram relatadas do-enças metabólicas que ocorrem em vacas, principalmente no periparto como a cetose, acidose, hipocalcemia e deslocamento de abomaso.

Dentre os assuntos abordados fo-ram enfatizados a etiologia das do-

Palestra sobre doenças em gado leiteiro é ministrada aos estagiários do PDPL-RV

No dia 25 de maio o PDPL-RV or-ganizou uma palestra com enfoque na capacitação dos estagiários para elaboração do cálculo do custo de produção das fazendas. O estagiário de Zootecnia, Douglas Gonçalves, juntamente com o Coordenador do Programa, professor Sebastião Tei-

xeira Gomes, elaboraram uma plani-lha para facilitar o desenvolvimento do custo de produção da fazenda.

Dentro da planilha elaborada cons-tam dados a serem preenchidos so-bre o rebanho da fazenda, plano nutricional, inventário de recursos (benfeitorias, máquinas, terra) e da-dos econômicos, para que no final seja elaborado o custo de produção, o qual é uma importante ferramenta para análise dos indicadores econô-

Palestra sobre cálculo do custo de produção das fazendas do PDPL-RV

micos e produtivos da propriedade, onde é possível verificar se a ativida-de está sendo rentável e assim quan-tificar a rentabilidade.

A palestra foi importante para estimular a visão gerencial e admi-nistrativa da fazenda, desenvolver o raciocínio de elaborar um custo de produção, e quais os dados devem ser considerados, assim como inter-pretá-los para ajudar na elaboração de um plano de ação.

Gustavo R. M. de OliveiraEstudante de Medicina Veterinária

Técnicos da Itambé fazem palestra e visitam propriedade assistida pelo PDPL-RV

Érico Rodrigues de AraújoEstudante de Zootecnia

Wilson de Sousa JúniorEstudante de Agronomia

No dia 06 de junho o PDPL-RV promoveu uma palestra ministrada pelos ex-estagiários, Armindo José Soares Neto, Engenheiro Agrônomo e Gerente de suprimento de leite da Itambé, e Tatiane Stela Pizzol, Zoo-

tecnista e Analista de captação/Co-ordenadora Educampo Itambé.

Foram abordados temas como a evolução da cooperativa Itambé (desde a sua implantação na capital mineira no ano de 1949), mercado de trabalho, e serviços prestados ao cooperado. Deixando claro que o sis-tema cooperativista bem gerido tem solidez no mercado nacional e com-petitividade no mercado internacio-

nal. Neste sentido, todo leite captado pela cooperativa é industrializado em cinco fábricas, localizadas em Minas Gerais e Goiás.

Também foram apresentados al-guns serviços que a Itambé presta aos seus cooperados, como o Proje-to Irrigaleite, programa de repasse de tourinhos, incentivo a insemi-nação artificial, projetos e visitas de qualidade de leite, disponibilização de insumos através de uma rede de armazéns, e assistência técnica do Educampo.

Finalizando a palestra, foi enfati-zada a importância da flexibilidade do profissional, no sentido de desen-volver competências extras que vão além de sua formação acadêmica.

Além disso, no dia seguinte foi fei-ta uma visita a propriedade do Sr. Antônio Carlos Reis, localizada no município de Piranga-MG, onde os técnicos do PDPL-RV e estagiários, apresentaram para os técnicos da Itambé o sistema de produção adota-do e os resultados econômicos e zoo-técnicos da fazenda Santa Edwigwes.

Visita realizada na propriedade do Sr. Antônio Carlos Reis

Rodrigo Rossini BusoEstudante de Medicina Veterinária

enças, sendo ressaltado como elas ocorrem, em qual categoria de ani-mais, os principais sinais clínicos, como proceder com o tratamento correto, além dos métodos preventi-vos de cada uma.

Assim, é de extrema importância prevenir, diagnosticar com precisão e proceder com o tratamento correto em cada caso, evitando dessa forma, que o quadro se agrave e que o pro-dutor venha a perder em produtivi-dade e até mesmo, o animal. Palestra ministrada pelos ex-estagiários do PDPL-RV

Ex-estagiários do PDPL-RV demonstram suas

experiências profissionaisCamila CaetanoEstudante de Jornalismo

Pollyana Delboni, Hamilton Perei-ra, Médicos Veterinários, e Francis-co Gouveia, Engenheiro Agrônomo, conversaram com os atuais estagi-ários do PDPL-RV, no dia 15 de ju-nho, sobre as suas experiências no Projeto Educampo Leite.

Todos eles disseram que desde o princípio, enquanto estudantes, já sa-biam que queriam exercer a profissão na parte de extensão, e alertam que essa área é para quem possui perfil adequado para tal finalidade, e dessa forma, é preciso definir ainda na gra-duação seus objetivos profissionais.

Francisco Gouveia, afirma que o “Educampo é como um trampolim

para poder crescer”, pois em pouco tempo de serviço várias proposta já serão oferecidas.

Vale ressaltar o quanto os alunos que já estagiaram no PDPL-RV, valo-rizam o aprendizado que foi adquiri-do no Programa.

Pollyana Delboni, conta que acor-dava às 1h30 para ir a fazenda do Sr. Antônio Maria, mas “tudo valeu a pena, não arrependo de nada que fiz no PDPL-RV”, relata a Médica Vete-rinária.

Além de conhecimentos técnicos e boas convivências, no mercado de trabalho, muitas vezes é preciso espe-rar, neste sentido, Hamilton Pereira, mostra aos estagiários do PDPL-RV, através da sua vivência, que “tudo tem o seu tempo certo”.

Estagiários do PDPL-RV na palestra de Pollyana, Hamilton, e Francisco

O uso eficiente da ter-ra reflete na viabilidade da atividade p.2

Dicas do agrônomo:Vantagens da integra-ção lavoura pecuária p.2

Momento do produtor:Agenor Américo da Silva Neto p.4

Jornal da Produção de Leite / Ano XX - Número 268 - Viçosa, MG - Junho de 2011

PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

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Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa

Publicação editada sob a responsabilidade do

Coordenador do PDPL-RV:Prof. Sebastião Teixeira

Gomes

Jornalista Responsável:José Paulo Martins

(MG-02333-JP)

Redação:Christiano Nascif

Zootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André NavarroMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Diagramação e coordenação gráfica:

Camila Caetano

Impressão:Suprema Gráfica e Editora

(32) 3551 2546

Endereço do PDPL-RV: Ed. Arthur Bernardes

Subsolo/ Campus da UFVCep: 36570-000

Viçosa - MG

Telefax: (31) 3899 5250E-mail: [email protected]

www.pdpl.ufv.br

Twitter: @PDPLRV

Jornal da Produção de Leite

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Dicas do agrônomo:

O sistema de integração lavoura

pecuária se apresenta no panorama atual da produção, como auxílio na busca da sustentabilidade no setor agropecuário.

Os benefícios desse sistema vão desde a otimização do uso da terra na produção de alimentos para o reba-nho, até a melhoria nas propriedades físicas e químicas do solo.

Seguem as vantagens da utilização desse sistema:

• Formação de palhada indispensá-vel para o plantio direto;

• Formação de grande quantidade de massa forrageira;

• Aumento da matéria orgânica do solo e por consequência maior apor-

te de nutrientes para o milho do ano seguinte;

• Melhor aproveitamento do adubo utilizado no plantio do milho, pois a forrageira utiliza o resíduo da adu-bação para se estabelecer, e esses nu-trientes são liberados à medida que a palhada se decompõe;

• Diminuição considerável da com-pactação do solo, visto que as forra-geiras comumente utilizadas nesse sistema (Braquiarias e Panicum) apresentam sistema radicular muito agressivo;

• Garante cobertura do solo após a colheita do milho, mantendo o solo protegido e auxiliando no controle de plantas daninhas.

Uma grande dúvida do produtor é em relação à competição entre o

milho e a pastagem, porém ela não ocorre, visto que o milho apresenta um crescimento inicial superior ao das forrageiras utilizadas no consór-cio, de sorte que quando o pasto esti-ver no início do seu desenvolvimento o milho já terá se estabelecido.

A pastagem encontrando condi-ções ótimas pode se sobressair, caso isso ocorra, tem como ferramenta a aplicação de subdoses de herbicida à base de nicossulfuron, que retarda o crescimento da mesma.

Após a ensilagem, a forrageira terá todas as condições favoráveis para se desenvolver, podendo ser utilizada no pastejo dentro de 40 dias.

O plantio da pastagem pode ser realizada na linha do milho, na en-trelinha ou em área total, sendo que este pode ser realizado de três formas

Hugo Sickert RochaEstudante de Agronomia

O uso eficiente da terra reflete na viabilidade da atividade

A busca por uma atividade cada vez mais rentável deve ser a meta de todo produtor rural. A bovinocultura de leite se destaca nesse cenário, uma vez que apresenta um grande valor de capital empatado para a produção.

Partindo do fato que o valor da ter-ra corresponde a aproximadamen-te 60% de todo capital empatado, o produtor deve se perguntar: será que estou utilizando bem minha terra?

O senhor Ozanan Luiz Moreira pode, com orgulho, dizer que sim. Proprietário da fazenda Varginha, no município de Ubá, faz história na atividade leiteira em sua região. Uma vida dedicada à atividade.

Com apenas 24 hectares de terra destinados exclusivamente ao lei-te, consegue uma produção anual

de 235.231 litros, sendo, portanto, 9801,29 litros/hectare/ano.

Os valores apresentados de pro-dutividade são reflexos diretos de outros indicadores da propriedade: vacas em lactação por área para pe-cuária de 1,21 animais por hectare; produção por vaca em lactação de 22,3 litros por dia; vacas em lactação pelo total de vacas sempre por volta de 83%; e vacas em lactação pelo to-tal do rebanho 41%.

Um sistema de cria e recria eficiente reflete, diretamente, na produtivida-de da propriedade. A bezerra nascida na fazenda Varginha chega na orde-nha, hoje com dois anos, mantendo o rebanho da propriedade sempre pro-missor, com potencial para aumentar a produção nas próximas lactações.

A cria e recria das fêmeas não é vista como gasto e sim como inves-timento nas futuras vacas do plantel.

O rebanho apresenta uma genéti-ca invejável, proveniente de mais de vinte anos de inseminação artificial

e melhoramento genético. Além dis-so, vacas holandesas puras por cruza compõem o rebanho. Com boa per-sistência e período de lactação ideais ajudam a manter elevada a produção por área na fazenda.

No final de 2006 e início de 2007, o Sr. Ozanan construiu uma fábrica de ração. Com ela o produtor além de minimizar o custo do concentra-do consegue garantir uma ração de melhor qualidade para seus animais.

Não se pode pensar em altos índi-ces de produção sem passar por uma dieta de qualidade para o rebanho.

Para que o animal expresse todo o seu potencial genético (potencial lei-teiro) se faz necessário volumoso de qualidade e um concentrado muito bem formulado, ambos em quanti-dades adequadas, atendendo as exi-gências de cada animal.

Porém nenhum ponto apresentado seria alcançado se não fosse por um fator em especial: o olho do dono. O produtor deve ser a engrenagem cen-

tral que faz toda a fazenda funcionar. O Sr. Ozanan acompanha todas as

etapas de produção, desde a ordenha até a venda do leite, passando pela produção de volumoso e arraçoa-mento do rebanho.

Hugo Sickert Rocha Estudante de AgronomiaDiego Henrique W. Estudante de Zootecnia

Vantagens da integração lavoura pecuáriadiferentes:

• Uso de plantadeira de grãos com plantio simultâneo de milho e pasta-gem;

• Uso de plantadeira de sementes miúdas em linha ou a lanço;

• Plantio manual a lanço.

Agora no primeiro semestre é que se deve pensar na produção de vo-lumoso para o próximo ano. Dessa forma, fica a dica de uma tecnologia que além de promover melhorias no solo das áreas de plantio também se apresenta como alternativa para aperfeiçoar o uso da terra, principal-mente para o produtor que possui propriedade pequena e necessita ser o mais eficiente possível na utilização da mesma.

Durante o período das águas, boa parte das propriedades leiteiras operam com boa produção de leite e bons ganhos de peso. Entretanto, durante o período seco do ano, que começa em meados de abril e se es-tende até o mês de outubro, essas começam a registrar queda na pro-dução de leite e baixo ganho de peso.

O planejamento de volumosos é a ferramenta através da qual podemos responder as seguintes questões: O quê, quando, quanto, como e onde produzir, a fim de resolver o proble-ma da escassez de volumosos e con-sequentemente, da queda da produ-ção de leite.

Acompanhe a seguir o exemplo de planejamento de volumosos para os lotes de vacas em lactação alimen-tadas com silagem de milho, no pe-ríodo da seca, realizado na Fazenda Santa Edwiges de propriedade do Sr. Antônio Carlos Reis, localizada no município de Piranga - MG:

- Definir a categoria, quantidade de vacas e peso médio.

Ex: Vacas em lactação, 32 vacas com 550 kg de peso vivo.

- Definir o consumo por categoria. Ex: 35 kg de silagem de milho/cab./

dia.- Definir a quantidade de forragem

+ 10% de perdas. Ex: 32 vacas x 35 kg x 214 dias

(seca) x 1,1 (perdas) = 263.648 kg ou 263,6 t.

- Definir a área para produção. Ex: 263.6 t / 45 t/ha* = 5,8 ha

Planejamento de Volumosos: Uma ferramenta essencial para o sucesso na alimentação do seu rebanhoWilson de Souza JúniorEstudante de AgronomiaÉrico Rodrigues de AraújoEstudante de Zootecnia

É importante ressaltar que o produ-tor também trabalha com cana-de--açúcar, capim elefante e pasto para as demais categorias do rebanho.

Com o planejamento de volumosos em mãos, o produtor pode antecipar as compras de insumos, aproveitan-do os preços mais baixos do período de entressafra, além de garantir que o insumo esteja à disposição na hora

do plantio. Além disso, também é possível ga-

rantir uma alimentação de qualidade para seu rebanho ao longo do ano evitando futuras surpresas, dentre elas, a necessidade de vender seus animais a preços reduzidos ou adqui-rir volumosos de terceiros a preços altos e de baixa qualidade, resultando em grandes prejuízos econômicos.

A eficiência no uso da terra, por-tanto, é um reflexo do correto ma-nejo na produção de leite, sendo um dos meios para tornar a atividade lei-teira viável, trazendo assim retorno econômico ao produtor.

Produtor junto ao lote de novilhas

Plantio de milho para silagem

Volumoso Produtividade Consumo* (t / ha) (kg / cab. / dia) Silagem de milho 45 35 Silagem de sorgo 60 35 Cana-de-açúcar 90 25 Capim elefante 120 45*Consumo estimado para uma vaca de 550 kg

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Momento do Produtor: Agenor Américo da Silva Neto

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Renata VasconcelosEstudante de Medicina VeterináriaRenan ValadaresEstudante de Zootecnia

Localizada no município de Teixei-ras-MG, o Sítio da Ângela pertence ao jovem Agenor Américo da Silva Neto, estudante de Medicina Vete-rinária, no qual herdou em julho de 2007 a propriedade de seu avô, que sempre teve como a principal ativi-dade a produção de leite.

Atualmente a propriedade é dividi-da em dois terrenos, Boa Esperança, onde fica a casa sede e a maioria dos animais do rebanho, e Bom Destino, onde ficam algumas vacas secas e novilhas no reprodutivo, situadas a 2 Km de distância uma da outra.

A área total é de 25 ha sendo 19 ha voltados para a pecuária leiteria. Desta totalidade 1 ha é formado com cana-de-açúcar, 0,34 ha de capineira, 0,7 ha de pastagem mombaça, 13,16 ha de Brachiaria sp. e 3,8 ha de pasta-gem natural.

Anteriormente a propriedade era composta por 20 animais, sendo ape-nas 8 vacas, criadas em um sistema extensivo de produção de leite, em que o pasto era a principal fonte da alimentação do rebanho. O aleita-mento das bezerras era natural, rea-lizado ao pé da vaca.

Em março de 2009, Agenor passou a fazer parte do grupo de produtores que recebem assistência técnica e ge-rencial do Programa de Desenvolvi-mento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa (PDPL-RV), e desde então vem crescendo sua participação e efi-ciência na atividade leiteira.

A princípio a falta de alimento (vo-lumoso) foi diagnosticada como um dos principais entraves da proprie-dade, assim, logo foi implantado um canavial afim de atender a demanda nutricional dos animais na época da seca, e uma área de capineira com objetivo de suplementar a alimenta-ção a pasto no cocho no período das águas.

Com intuito de facilitar a mão--de-obra, potencializar a produção e intensificar o uso da terra, recen-

temente foi implantado um pastejo rotacionado de mombaça, destina-do às vacas em lactação, e que vem suportando uma taxa de lotação de 9,8 UA/ha. Nas águas as vacas pasto-reiam apenas a noite, permanecendo em uma área de descanso entre as duas ordenhas, onde há suplemen-tação com capim elefante picado e concentrado com 24% de proteína bruta, por volta de 5 kg para as vacas de maior produção.

Hoje o produtor se encontra com uma rebanho de 34 animais, com-posto por 16 vacas, 11 novilhas na recria, 4 novilhas no reprodutivo e 3 bezerras em aleitamento.

O grau de sangue da maioria dos animais variam de 3/4 Hz a 7/8 Hz, nestes vem sendo utilizada insemi-nação artificial com touro holandês, já nos animais 15/16 Hz é usado tou-ro Girolando afim de manter a pro-dução e não perder a rusticidade.

Para fase da cria foram instalados abrigos individuais e retirada a for-ma de aleitamento natural, passando para aleitamento artificial, que é feito até os 60 dias de idade, fornecendo 4 litros de leite em duas refeições durante os primeiros 15 dias e de-pois em apenas uma refeição, sendo que o desmame é realizado de forma abrupta quando as bezerras conso-mem 800g de concentrado por dia, e este é fornecido à vontade para que se alcance um alto ganho de peso e desempenho nessa fase.

A fase de recria passou a ser dividi-da em lotes de acordo com peso e ta-manho dos animais, o que diminuiu a competição por alimento, e favore-ceu o aumento do ganho de peso e sanidade. Resultados que podem ser comprovados atualmente pela redu-ção da idade ao 1º parto que passou de 41 para 30 meses, algumas vindo a parir com 25 meses.

Além disso, as novilhas da recria consomem concentrado com 18% de proteína bruta, já as novilhas do re-produtivo recebem proteinado.

O fornecimento de volumoso assim como o de concentrado é baseado nas exigências nutricionais de cada categoria animal. O arraçoamento das vacas é realizado mensalmente

de acordo com o controle leiteiro, es-core corporal e dias em lactação.

Hoje o produtor vem se benefician-do com utilização do sistema inte-gração lavoura pecuária com plantio de milho grão, dessa forma, ao mes-mo tempo em que há produção de alimento para rebanho há recupera-ção das pastagens.

A ordenha é manual e realizada pelo funcionário Domingos, no qual reside na sede da propriedade, po-rém há um projeto de instalação de uma ordenhadeira mecânica de bal-de ao pé para o próximo mês.

A produção de leite atual é de 154 L/dia com 14 vacas em lactação, con-ferindo uma média de 11 L/vaca/dia. Nos últimos anos foi possível dupli-car sua produção, com aumento da média em 3,5 L por vaca, aumentar a eficiência de mão de obra e produção por área da pecuária. (Ver tabela)

O Sítio da Ângela obteve avan-ços significativos juntamente com o apoio da equipe do PDPL-RV, e ten-de a melhorar cada vez mais os ín-dices técnicos e econômicos. Diante dos resultados satisfatórios alcança-dos, o produtor Agenor encontra-se cada vez mais empolgado e confiante Produtor junto ao lote de vacas

Vacas em lactação no piquete de mombaçaLote de novilhas em recria

Indicadores Antes do PDPL-RV Atual Previsto

maio/2009 junho/2011 junho/2012

Produção de leite (L/dia) 60 154 224

Produção média leite(L/vaca/dia) 7,5 11 14

Vacas em lactação/ Total de vacas 80% 86% 82%

Vacas em lactação/ Total do Rebanho 45% 41% 40%

Vacas em lactação 8 14 16

Idade 1° parto 41 30 28

Produção/Área pecuária 1152 2920 4418

Indicadores técnicos do sítio da Ângela

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1 Antônio Maria da Silva Cajuri 126.345

2 Davi Carvalho Senador Firmino 59.018 3 Hermann Muller Visconde do Rio Branco 48.060 4 José Afonso Frederico Coimbra 45.624 5 Marco Túlio Kfouri Oratórios 43.795 6 Paulo Frederico Araponga 32.100

7 Danilo de Castro Ervália 25.514 8 José Renato Araújo Piranga 22.824

9 Cristiano José da Silva Lana Piranga 21.080 10 Paulo Martiniano Cupertino Coimbra 20.971

Produtor Município Produção

As 10 Maiores produções do mês de maio de 2011

1 Antônio Maria da Silva Cajuri 28,46 23,40 2 Ozanan Luiz Moreira Ubá 23,65 20,49 3 Áureo de Alcântara Guaraciaba 17,26 17,26

4 Antônio Carlos Reis Piranga 17,17 13,46

5 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 18,96 12,51

6 Alvimar Sérgio de Carvalho Teixeiras 14,44 12,38 7 José Afonso Frederico Coimbra 16,35 11,88 8 Antônio Saraiva Porto Firme 12,76 11,78 9 Edmar Lopes Canaã 13,64 11,69

Produtor Município Produtividade Produtividade por vacas em por vaca total lactação

As 10 Maiores produtividades do mês de maio de 2011

A qualidade do leite é definida por parâmetros físico-químicos e micro-biológicos, e depende basicamente da carga microbiana inicial do leite e da velocidade de multiplicação das bactérias. Tal carga microbiana está ligada ao correto manejo de ordenha, limpeza dos equipamentos e a higie-ne na coleta do leite, enquanto a taxa de multiplicação das bactérias está relacionada com a rapidez com que o leite é resfriado nos tanques.

Ao final de cada ordenha deve ser realizada a lavagem utilizando de-tergente alcalino clorado com água a 70° C, que remove os resíduos or-gânicos como gorduras, proteínas e lactose. Logo após a lavagem com o detergente alcalino clorado deve ser realizada, todos os dias, a lavagem com detergente ácido com água a 35°C na ordenha da manhã ou da tarde.

A solução deve ter pH menor ou igual 3,5 e deve circular no equipa-mento por 5 minutos para que se obtenha uma ação efetiva. Recente-mente, a recomendação de uso do detergente ácido mudou.

Antes a recomendação de uma vez por semana, hoje a recomendação passou a ser todos os dias em pelo menos uma das ordenhas (com uma diluição menor) para que a limpeza seja mais eficiente.

Muitas pessoas têm a crença de que detergente ácido estraga as borra-chas da ordenhadeira, porém, além de remover os minerais, ele tem a função de manter a integridade das borrachas.

O detergente ácido é formulado

A importância do uso de detergente ácido na limpeza dos equipamentos de ordenha

Qualidade do leite

Isabela Guimarães Arantes Estudante de Zootecnia

1 José Vicente V. de Barros Porto Firme 135 2 Renato Santana Porto Firme 153

3 Roque Maciel Piranga 211

4 Davi Carvalho Senador Firmino 231 5 Felipe Nerii Teixeiras 270 6 Vicente de Paula Viçosa 285

7 Antônio Saraiva da Silva Porto Firme 329 8 Edmar Lopes Canaã 330

9 Herman Muller Visconde do Rio Branco 362 10 José Geraldo Lisboa Paulo Cândido 373

Produtor Município CCS (mil/ml)

10 Melhores leites em CCS do mês de maio de 2011

1 Célio de Oliveira Coelho Porto Firme 30

2 Áureo de Alcântara Guaraciaba 33 3 Danilo de Castro Ervália 37 4 Alvimar Sérgio Carvalho Teixeiras 40 5 João Bosco Diogo Porto Firme 46 6 Edmar Lopes Canaã 47

7 Cristiano José da Silva Lana Piranga 52 8 José Afonso Bela Vista Coimbra 54

9 Cléber Luiz de Oliveira Divinésia 55 10 Cláudio Cacilhas Sabione Visconde do Rio Branco 58

Produtor Município UFC (mil/ml)

10 Melhores análises totais de bactérias CBT do mês de maio de 2011

Canjica de milho verde

Ingredientes:

25 espigas de milho verde 1 e 1/2 xícara de água3 cocos secos Sal a gosto1 xícara de açúcarCanela em pó para polvilhar

Modo de Preparo:

Descasque as espigas de milho e, com uma faca afiada, corte os grãos rente ao sabugo. No copo do liquidificador coloque os grãos de milho aos poucos e, juntando a água devagar, triture até obter um purê.Passe em uma peneira apoiada numa tigela para eliminar as casquinhas do milho. Em seguida, coloque a massa peneirada em um pano fino limpo e es-prema bem. Coloque o caldo obtido numa travessa grande e deixe descansar até a massa de milho se separar do líquido. Quebre os cocos, descasque e rale. Esprema a polpa ralada num pano fino para retirar o leite grosso e reserve em uma tigela. Retire o líquido que se separou da massa de milho, junte ao coco ralado e es-prema novamente para retirar o leite ralo. Reserve em outra tigela.Numa panela grande, misture a massa de milho com metade do leite ralo. Leve ao fogo brando e cozinhe, mexendo sempre com uma colher de pau. Junte o leite ralo restante devagar, sem parar de mexer, até a mistura começar abrir bolhas. Acrescente o leite grosso e continue mexendo até a mistura ficar espessa. Tempere com um pouquinho de sal, acrescente o açúcar e misture bem. Retire do fogo. Coloque a canjica em um prato e deixe esfriar completa-mente. Na hora de servir polvilhe com canela.

Fonte: http://receitasdaculinariaregional.blogspot.com

RECEITA

com ácidos orgânicos, inorgâni-cos ou em combinação e composto, principalmente 3 ácidos, que desem-penham as seguintes funções:

- Ácido fosfórico: Protege as borra-chas removendo os resíduos de cloro do detergente alcalino clorado (isso porque o detergente ácido sempre deve ser utilizado após o detergente alcalino clorado e nunca devem ser misturados);

- Ácido sulfúrico: inibe o cresci-mento de bactérias;

- Ácido cítrico: Remove os resíduos minerais do leite. Sua ação química ocorre pela conversão de minerais insolúveis na água, tornando-os so-lúveis e permitindo a sua remoção pelas soluções de limpeza.

Os resíduos minerais (inorgânicos) são compostos pelos vários sais mi-nerais presentes no leite e na água de limpeza, como cálcio, magnésio e ferro.

Caso não sejam adequadamente removidos, estes sais sofrem preci-pitação e se aderem firmemente ao equipamento, formando o que co-nhecemos como pedra do leite, que é um excelente local para o desenvol-vimento de bactérias.

Parte da formação da pedra do lei-te está ligada à dureza da água, que deve ser sempre levada em conta para a adequação das concentrações de detergente, caso necessário.

Nota-se a importância da utiliza-ção correta do detergente ácido para a manutenção da qualidade do leite. Neste sentido, é importante que o de-tergente ácido seja utilizado todos os dias, tendo em vista todas as funções e benefícios que possui.

10 Paulo Martiniano Cupertino Coimbra 15,53 11,65