Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das … · RESUMO ... Em junho de 1998, foi...

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Comissão Nacional de Energia Nuclear CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais ESTUDO DO DESEMPENHO DE SISTEMAS DE VISUALIZAÇÃO DE IMAGENS MAMOGRÁFICAS CORRELACIONADOS COM QUALIDADE DE IMAGEM. Danielle Soares Gomes Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais, como requisito parcial à obtenção do Grau de Mestre. Belo Horizonte 2014 Área de concentração: Ciência e Tecnologia das Radiações Orientadora: Dra. Maria do Socorro Nogueira Tavares

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Comissão Nacional de Energia Nuclear

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações,

Minerais e Materiais

ESTUDO DO DESEMPENHO DE SISTEMAS DE

VISUALIZAÇÃO DE IMAGENS MAMOGRÁFICAS

CORRELACIONADOS COM QUALIDADE DE IMAGEM.

Danielle Soares Gomes

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciência

e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais, como requisito

parcial à obtenção do Grau de Mestre.

Belo Horizonte 2014

Área de concentração: Ciência e Tecnologia das Radiações

Orientadora: Dra. Maria do Socorro Nogueira Tavares

II

Comissão Nacional de Energia Nuclear

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e

Materiais

ESTUDO DE DESEMPENHO DE DOSÍMETROS ELETRÔNICOS EM FEIXES

DE RAIOS X CONTÍNUOS E PULSADOS

Danielle Soares Gomes

Dissertação apresentada ao Curso de

Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

das Radiações, Minerais e Materiais,

como requisito parcial à obtenção do

Grau de Mestre.

Área de concentração: Ciência e

Tecnologia das Radiações

Orientador: Dra. Maria do Socorro

Nogueira Tavares

Belo Horizonte

2014

III

IV

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a toda minha família, e em especial meu filho Arthur, pois é

através dele que encontro forças para sempre seguir em frente.

V

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) pelo auxílio

financeiro concedido durante o mestrado e ao Centro de Desenvolvimento da

Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN) pela infraestrutura e suporte técnico.

À minha orientadora Dra. Maria do Socorro Nogueira, pela confiança, mais uma

vez depositada, no meu trabalho de dissertação, tendo em vista que foi minha

orientadora na Iniciação Científica, e em Projetos de Pesquisa; agradeço pelo apoio,

dedicação, e compreensão durante todos esses anos.

A todos os amigos conquistados aqui no CDTN, pela ajuda e orientações

sugeridas.

À minha família, pais e irmãs pelo carinho e apoio mútuo, ao meu esposo amado

e filho querido por sempre me apoiar e incentivar.

Enfim, a todos que de alguma maneira participaram do meu trabalho e da minha vida.

Muito Obrigada!!!

VI

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Exame mamográfico em projeção crânio caudal

(<boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2011/10/mamografia-e-um-grande-aliado-

na-luta.html>) .......................................................................................................19

FIGURA 2: Os detectores digitais têm uma resposta linear e uma ampla faixa

dinâmica em comparação com o filme. A resposta digital é apresentada como a linha

diagonal (fonte adaptada de (Bansal G J.2006) ............................................................. 21

FIGURA 3: Fluxo de geração de imagens de mamografia do tipo CR . .................. 23

FIGURA 4: Mamógrafo Digital (DR), (<radioinmama.com.br/digitalmama.html>).

...........................................................................................................24

FIGURA 5: Médico radiologista analisando o exame mamográfico.

(<cmdi.med.br/mamografia-digital.html>) .................................................................... 24

FIGURA 6: Software livre utilizado para carregar as imagens teste. ....................... 32

FIGURA 7: Fotômetro PMLX, utilizado nos testes de luminância e Iluminância. .. 34

FIGURA 8: Imagem do teste TG18-QC, com identificação de cada um de seus

elementos (AAPM, 2005). ............................................................................................... 36

FIGURA 9: Teste TG18-BR com identificação de quadrantes (A), painéis e

enumeração das figuras dentro de cada painel (B). ........................................................ 37

FIGURA 10: Imagem padrão TG18-CT para a avaliação da Luminância. ................ 38

FIGURA 11: Padrões (A) TG18-UNL80 e (B) TG18-UNL10 para as avaliações de

resposta da uniformidade da luminância. (AAPM, 2005). .............................................. 39

FIGURA 12: Padrões de teste de luminância TG18-LN-01; (a) TG18-LN-09; (b) e

TG18-LN-18; (c) que apresentam incrementos iguais de valores de luminância dos

pixels cobrindo toda faixa de escala de cinzas. (AAPM, 2005). ..................................... 40

FIGURA 13: Padrão de teste TG18-AD, para a avaliação visual de reflexão difusa de

resposta à exibição da luz ambiente. (AAPM, 2005). ..................................................... 41

FIGURA 14: Padrão TG18-LPV50 para resolução. ................................................... 42

FIGURA 15: Imagem do teste TG18-GV, contendo 5 (cinco) objetos de baixo

contraste na região central. Para tornar este alvo visível, nesta figura a região central foi

magnificada e o contraste realçado (AAPM, 2005). ...................................................... 43

VII

FIGURA 16: O padrão de teste TG18-AFC para a avaliação visual do ruído (AAPM,

2005). ...........................................................................................................44

FIGURA 17: Os padrões TG18-MM1 (A) e TG18-MM2 (B) imagens anatômicas da

mama (AAPM, 2005). ..................................................................................................... 45

FIGURA 18: Gráfico referente a variação de contraste em relação ao padrão DICOM

GSDF para o monitor PLANAR 5MP. O único na estação de trabalho. ....................... 49

FIGURA 19: Gráfico referente à variação de contraste em relação ao padrão DICOM

GSDF para os monitores BARCO 5MP esquerdo e direito associado à mesma estação

de trabalho, sendo que nenhum passou no teste. ............................................................ 49

FIGURA 20: Gráfico referente à variação de contraste em relação ao padrão DICOM

GSDF para o monitor EIZO 5MP, único na estação de trabalho. .................................. 50

FIGURA 21: Gráfico referente à variação de contraste em relação ao padrão DICOM

GSDF para o monitor EIZO de 3MP, o único na estação de trabalho. .......................... 50

VIII

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Testes analisados com seus respectivos padrões, sua descrição e o tipo

de avaliação realizada. .................................................................................................... 33

TABELA 2: Resultado dos testes. ............................................................................. 46

TABELA 3: Resultado da Uniformidade da luminância nos monitores analisados. 48

TABELA 4: Conformidade relacionada a cada parâmetro analisado........................ 52

IX

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

INCA Instituto Nacional do Câncer

DICOM Digital Imaging and Communications in Medicine

AAPM American Association of Physicists in Medicine

PNQM Programa Nacional de Qualidade em Mamografia

MS Ministério da Saúde

CR Computed Radiography

DR Digital Radiography

PACS Picture Archiving and Communication System

AEC Automatic Exposure Control

PSL Photostimulated luminescence

IP Image Plate / Placa de fósforo

TG 18 Task Group 18

GSDF Grayscale Standard Display Function

Lmáx. Luminância Máxima

Lmin. Luminância Mínima

Lcentro Luminância do Centro

Lamb. Luminância Ambiente

RC Resposta de Contraste

Cd/m2 Candela / metro ao quadrado

JND Just Noticeable Difference

NIST National Institute of Standards and Technology

X

LX Lux

DDLs Digital Driving Levels

CC Crânio-Caudal

XI

Sumário

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. VI

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES .................................................................................... IX

RESUMO ................................................................................................................................. XIII

ABSTRACT ............................................................................................................................. XIV

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15

2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 17

3. OBJETIVO ......................................................................................................................... 17

4. ESTADO DA ARTE .......................................................................................................... 18

5. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 18

5.1. Mamografia ................................................................................................................. 18

5.2. Sistemas de Aquisição das Imagens ............................................................................ 20

5.2.1. Radiografia Convencional ou Analógica ............................................................ 20

5.2.2. Radiografia Computadorizada (CR – computed radiography) ........................... 22

5.2.3. Radiografia Digital (DR) ..................................................................................... 23

5.3. Análise de Imagens Mamográficas ............................................................................. 24

5.4. O Documento AAPM TG-18 ...................................................................................... 25

5.5. Testes de Aceitação ..................................................................................................... 25

5.5.1. Múltiplos propósitos ............................................................................................ 26

5.5.2. Luminância .......................................................................................................... 27

5.5.3. Uniformidade da Luminância .............................................................................. 27

5.5.4. Resposta de luminância e contraste ..................................................................... 28

5.5.5. Reflexão .............................................................................................................. 29

5.5.6. Resolução ............................................................................................................ 30

5.5.7. Reflexão interna - Glare ...................................................................................... 30

5.5.8. Ruído ................................................................................................................... 31

5.5.9. Imagens Anatômicas ........................................................................................... 31

6. METODOLOGIA ............................................................................................................... 32

XII

6.1. Teste de Múltiplos propósitos TG18-QC .................................................................... 34

6.2. Múltiplos propósitos TG18-BR ................................................................................... 37

6.3. Luminância .................................................................................................................. 38

6.4. Uniformidade da Luminância ...................................................................................... 39

6.5. Resposta de luminância e contraste ............................................................................. 40

6.6. Reflexão ...................................................................................................................... 40

6.6.1. Reflexão Difusa ................................................................................................... 40

6.6.2. Reflexão Especular .............................................................................................. 41

6.6.3. Resolução ............................................................................................................ 41

6.6.4. Reflexão interna – glare ...................................................................................... 42

6.6.5. Ruído ................................................................................................................... 43

6.6.6. Imagens Anatômicas ........................................................................................... 44

7. RESULTADOS .................................................................................................................. 45

8. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 53

9. BIBLIOGRAFIA .................................................................. Erro! Indicador não definido.

10. ANEXOS ......................................................................................................................... 57

10.1. LUMINÂNCIA AMBIENTE ..................................................................................... 57

10.2. MULTIPLO PROPÓSITO .......................................................................................... 58

10.3. LUMINÂNCIA ........................................................................................................... 61

10.4. UNIFORMIDADE DA LUMINÂNCIA..................................................................... 61

10.5. LUMINÂNCIA E CONTRASTE ............................................................................... 62

10.6. RESOLUÇÃO ............................................................................................................. 63

10.7. RUÍDO ........................................................................................................................ 64

10.8. GLARE (BRILHO) / REFLEXÃO INTERNA ........................................................... 65

10.9. REFLEXÃO ................................................................................................................ 66

10.10. ANATÔMICO ............................................................................................................ 67

XIII

RESUMO

Danielle Soares Gomes.

Estudo do Desempenho de Sistemas de Visualização de Imagens

Mamográficas Correlacionados com Qualidade de Imagem.

Para as análises de imagens mamográficas, médicos radiologistas fazem uso de

monitores médicos especializados, capazes de proporcionar laudos seguros, uma vez

que devem oferecem resolução adequada, níveis corretos de luminância e contraste

dentro do padrão DICOM - Digital Imaging and Communications in Medicine

(Comunicação de Imagens Digitais na Medicina). Este trabalho teve como objetivo

avaliar a qualidade dos monitores específicos para mamografia digital, através de testes

propostos pelo Report Nº 3 da American Association of Physicists in Medicine – AAPM

usando medidores calibrados de luminância (fotômetro) e padrões TG18 em testes

quantitativos e qualitativos. Avaliou-se as condições de luz ambiente e outros

indicadores básicos de desempenho, como, distorção geométrica, ruído, resolução,

reflexão, uniformidade da luminância, o cumprimento resposta contraste de luminância

para padrão DICOM e padrão anatômico das mamas. Em resposta, o teste que mais

apresentou não conformidade foi à variação excessiva com o padrão de resposta

contraste DICOM Grayscale Standard Display Function (GSDF), apresentando não

conformidade em (100%) dos monitores analisados. Nos demais testes, todos os

monitores de 5MP e o de 3MP apresentaram conformidade nos parâmetros avaliados.

Em uma ação corretiva para as não conformidades, indica-se a realização de calibrações

e procedimentos de verificação de controle de qualidade feitas por profissionais

capacitados ou orientados.

XIV

ABSTRACT

Danielle Soares Gomes

Study of the Performance of Visualization Mammographic Systems Images

Correlated With Image Quality.

For the analysis of mammographic images, radiologists make use of specific

medical monitors, able to provide insurance reports, as they offer appropriate resolution,

correct levels of luminance and contrast within the standard DICOM - Digital Imaging

and Communications in Medicine (Communication Images digital in Medicine). This

study aims to evaluate the quality of specific monitors for digital mammography, by

testing the calibrated luminance meters (photometer) and TG18 standards in quantitative

and qualitative methods proposed by Report No. 3 of American Association of

Physicists in Medicine – AAPM. It was evaluated the ambient light conditions and other

basic performance indicators, such as, the as geometric distortion, noise, resolution,

reflection, luminance uniformity, contrast luminance response compliance to DICOM

standard and anatomical pattern of the breasts. The results showed that non-compliance

test fails when visualizing low-contrast objects (100% of monitors analyzed) in the

response pattern contrast DICOM Grayscale Standard Display Function (GSDF). For

the other tests, all monitors of 5 and 3MPixel presented in agreement to the evaluated

parameters. For a further corrective action for instance, non-compliance, it may be

indicate to perform calibrations and verification of quality control developed by trained

or oriented professionals.

15

1. INTRODUÇÃO

O câncer de mama é um dos tipos de câncer mais temidos entre as mulheres de

todo o mundo, e, devido ao aumento significativo a cada ano, dar-se ênfase à

necessidade de um diagnóstico preciso. No Brasil, dados do Instituto Nacional de

Câncer (INCA) para o ano de 2014 consideram que o tumor mamário é o mais frequente

sem considerar a neoplasia do tipo não melanoma, com incidência de 57.120 casos para

cada 100 mil mulheres (INCA, 2014).

A mamografia é considerada a técnica mais confiável, atualmente, para a

detecção do câncer de mama, constituindo o método ideal para a identificação de lesões

subclínicas (Godinho, 2004). A detecção de câncer mamário é completamente imagem-

dependente, necessitando de aparelhos específicos, técnicos motivados, técnica

radiográfica absolutamente correta, processamento de imagem adequado e radiologista

bem treinado (Koch, 1998; Lamas, 1999; Mendonça 1999).

O Colégio Brasileiro de Radiologia criou em 1993 o “Programa de Qualidade

em Mamografia”, de adesão voluntária pelos serviços de mamografia, visando avaliar a

qualidade dos diagnósticos realizados. Em junho de 1998, foi aprovado no artigo 1º da

Portaria 453 do Ministério da Saúde, o regulamento técnico “Diretrizes de Proteção

Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico”. Esta portaria define os

níveis de referência para exposições à radiação em radiodiagnóstico, dentre os quais as

exposições para a realização de mamografias, e determina também que seja realizada a

avaliação da qualidade da imagem nestes exames (Brasil MS, Portaria 453, 1998). E em

março de 2012 criou-se uma nova portaria, a portaria de Nº 531, na qual institui o

Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM), com o objetivo de garantir

a qualidade dos exames de mamografia oferecidos à população, minimizando-se o risco

associado ao uso dos raios X (Brasil MS, Portaria 531, 2012). Sabe-se que não existe

um único padrão “ótimo” no que diz respeito à qualidade de imagem. Este conceito é

muito flexível, pois depende da finalidade do estudo radiográfico realizado, isto é, da

informação desejada, do tipo de exame, e das estruturas anatômicas radiografadas.

Radiografias sem a adequada qualidade não possibilitam o diagnóstico correto, podendo

ocasionar um diagnóstico falso positivo ou falso negativo.

Quando comparada às outras modalidades de radiografias simples, a imagem

radiográfica da mama é a que requer o mais alto padrão técnico na sua execução. Isto se

16

deve à estrutura dos tecidos que compõem o órgão (tecidos de densidades muito

semelhantes) e à geometria bastante particular com que ele é radiografado (compressão,

localização rigorosa e uso de ampliação). Uma imagem radiográfica é considerada de

boa qualidade quando apresenta nitidez de detalhes e visibilidade das estruturas

anatômicas de interesse (Peixoto, 1993).

Para as análises das imagens mamográficas digitais, seja ela de Radiografia

Computadorizada (CR) ou Radiografia Digital (DR), são necessários monitores médicos

especializados, capazes de proporcionar laudos seguros. Estes monitores oferecem

resolução adequada, autocalibração, níveis corretos de luminância e contraste, dentro do

padrão DICOM - Digital Imaging and Communications in Medicine (Comunicação de

Imagens Digitais na Medicina), que é uma formatação com finalidade de estabelecer um

padrão de aquisição e transmissão da imagem radiológica digital, mantendo

características originais e escalas de cinzas consistentes com imagens médicas, quando

visualizadas em dispositivos de exibição compatíveis e calibradas (AAPM, 2005;

NEMA, 2004) uma vez que há uma grande necessidade de transferência e troca de

informações dessas imagens para diagnóstico e análise.

A portaria 531 do Ministério da Saúde que institui o Programa Nacional de

Qualidade em Mamografia, (PNQM), (Brasil MS, Portaria 531, 2012) recomenda que

análises das imagens digitais sejam necessariamente diagnosticadas em monitores

específicos para mamografia. Algumas características já são bem conhecidas da

mamografia, como é o caso dos protocolos de exposição padronizados, do tamanho da

matriz da imagem que excede o tamanho do monitor, da necessidade de

reprocessamento da imagem, etc. Estas características trazem um cuidado especial no

momento de gerenciamento e interpretação da mamografia dentro de um sistema digital

de informação (Iomani,2009).

Segundo o Report 03 da AAPM (AAPM, 2005), existem dois tipos de monitores

médicos, os primários e os secundários. Os monitores primários são todos aqueles

usados para interpretação de imagens médicas da especialidade de radiologia. Definem-

se como monitores secundários os que são utilizados para visualização de imagens

médicas, utilizados por técnicos de radiologia ou outros profissionais de saúde.

Muitos radiologistas, atualmente se encontram em situações de urgência, onde

são capazes de acessar e interpretar um exame em seu tablet ou smartphone, e se

17

necessário dar um laudo de qualquer lugar a qualquer momento. Notadamente esses

dispositivos vêm sendo muito utilizados por radiologistas, possibilitando a revisão

móvel de diagnóstico de imagens médicas, o que acelera o diagnóstico e planejamento

de tratamento, facilitando a comunicação entre médicos (Laughli, et al, 2011). Porém tal

dispositivo somente é utilizado no ambiente hospitalar, onde se comunica com os

demais sistemas através do canal de comunicação PACS. Logo o descarte da avaliação

no dispositivo tablet foi necessário, devido à dificuldade de encontrar profissionais

regionais que utilizem tal dispositivo como ferramenta para diagnóstico.

2. JUSTIFICATIVA

Com avanços tecnológicos na radiologia, é crescente o número de instituições que estão

substituindo sistemas analógicos de aquisição da imagem radiológica por sistemas

digitais. Neste contexto, utilizando sistemas digitais diretos (DR) ou computadorizados

(CR), as imagens são armazenadas em sistemas PACS (Picture Archiving and

Communication System) e interpretadas em monitores médicos, que se diferenciam de

monitores domésticos por apresentarem maior resolução, elevada luminância, além de

serem calibráveis de acordo com o padrão DICOM (AAPM, 2005). Portanto, uma

adequada avaliação dos monitores se faz importante para assegurar uma adequada

qualidade de imagem e evitar um diagnóstico errado, como falsos positivos ou falsos

negativos, acarretando até mesmo na não detecção precoce do câncer de mama.

3. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo estudar e avaliar o desempenho e a qualidade

da visualização de arquivos de imagens em formato DICOM, em monitores específicos

que operam com excelência na área. De forma a demonstrar sua qualidade em receber

as imagens mamográficas para possíveis laudos.

18

4. ESTADO DA ARTE

Na Espanha foram estudadas algumas classes de dispositivos de cristais líquidos

de exibição com matrizes de 2,3 e 5M pixels, em 9 serviços de radiodiagnóstico, onde

realizaram testes do Report 03 padrões quantitativos e visuais. Nos resultados apenas

um dos dispositivos avaliados passou em todos os testes, e este dispositivo pertencia a

um hospital. A falta de calibrações frequentes seriam a causa para o desempenho

deficiente, e recomendam que tais procedimentos como a calibração, poderia ser

realizada por físicos médicos e tecnólogos em radiologia do local (Morant, et al, 2009).

Implementações de testes de aceitação e controle de qualidade em monitores são

usados para interpretação de imagens médicas, com o objetivo de estudar e comparar o

desempenho de monitores comerciais de cristal líquido (LCD) de classe primária (3 MP

e 5 MP) e classe secundária (1,24 MP). Esses testes foram executados seguindo

recomendações da publicação AAPM Report 03 (Ribeiro, 2010).

Avaliações do desempenho de 24 monitores LCD utilizados nos laudos médicos,

segundo testes recomendados pela AAPM Report 03, foram realizados de acordo com

padrões TG18, estes sendo apenas visuais.

Foi criado um artigo em colaboração com a ACR, a Associação Americana de

Físicos em Medicina (AAPM), e a Sociedade de Imaging Informatics em Medicina,

para estabelecer padrões de qualidade de imagem digital e radiografia computadorizada,

onde descrevem o que é conhecido para melhorar a qualidade de imagem digital e

radiografia computadorizada fazendo recomendações sobre a aquisição ideal,

processamento e exibição (Krupinsk , 2007).

5. REFERENCIAL TEÓRICO

5.1. Mamografia

A mamografia é o exame mais confiável para a detecção do câncer de mama

pré-clínico, sendo o único exame de imagem apropriado para rastreamento de

19

carcinoma mamário, permanecendo com a única modalidade de imageamento que

demonstrou diminuir a mortalidade por câncer de mama (F IG. 1) (Esserman, 2005).

A mamografia tem possibilitado oferecer a uma importante parcela das pacientes

com câncer de mama um diagnóstico muitas vezes ainda em uma fase inicial, ou

mesmo, pré-invasora. Isto repercute intensamente no prognóstico dessas pacientes que

podem chegar a altos índices de cura com tratamentos cirúrgicos conservadores e,

muitas vezes, sem necessidade de tratamentos adjuvantes sistêmicos.

FIGURA 1: Exame mamográfico em projeção crânio caudal

(<boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2011/10/mamografia-e-um-grande-

aliado-na-luta.html>)

Desde o início do uso da radiografia para a aquisição de imagens de mama até os

dias de hoje, foram muitos os avanços tecnológicos que ocorreram envolvendo a

mamografia. Inicialmente o câncer era diagnosticado em equipamentos de radiografia

com tubos de raios-X projetados originalmente para outros procedimentos de imagens

médicas.

Atualmente é possível obter imagens de alta qualidade e com dose de radiação

muito menor, quando comparadas com as décadas passadas. Sendo possível hoje em dia

diagnosticar anomalia na tela de estações de trabalho especiais para laudos.

O rastreamento de diagnóstico do câncer de mama refere-se a exames que são

realizados regularmente com periodicidade definida, em uma parte da população

20

(mulheres acima de certa idade), com o objetivo de se detectar precocemente o câncer

de mama. No Brasil, as recomendações do Ministério da Saúde para a detecção precoce,

que envolvem mamografia, são as seguintes:

- Um exame a cada dois anos para mulheres com idade entre 50 e 69 anos;

- Um exame anual, associado a exame clínico, a partir dos 35 anos, para

mulheres pertencentes a grupos de risco elevado (MS, 1998).

5.2. Sistemas de Aquisição das Imagens

Na obtenção de uma imagem mamográfica, os raios X devem ser gerados a partir de um

alvo, e posteriormente existirá um filtro de metal no sistema que irá remover a maioria

das energias do feixe não desejáveis, antes da sua entrada no paciente. A partir daqui

dependerá dos sistemas que regulam a aquisição da imagem, sendo os sistemas

convencionais ou sistemas digitais.

5.2.1. Radiografia Convencional ou Analógica

Nos sistemas convencionais, as imagens são gravadas em filmes formados por uma base

de acetato ou poliéster que serve de base ao filme, uma camada de haletos (brometo e

iodeto) de prata que interage com os raios X, é uma camada protetora. Num sistema

convencional, o controle automático de exposição (AEC) termina a exposição do filme

quando o tecido acima do AEC tiver transmitido um número adequado de raios X para

expor o filme onde será próximo do seu valor máximo e o brilho da imagem aceitável

for desejável. No sistema convencional, a tela de intensificação produz luz que é

proporcional à quantidade de energia depositada pelos raios X. O filme exposto será

processado quimicamente para produzir a imagem permanente mamográfica de

diferentes densidades óticas.

Nos sistemas digitais existe um detector que substitui o sistema de filme convencional.

Ainda assim, o detector é exposto aos raios X, tal como num sistema de filme. O

detector produz um sinal que é linearmente proporcional à intensidade dos fótons

transmitidos pela mama e, portanto, é possível produzir uma melhor representação da

transmissão de raios X de todas as partes da mama (Feig S; Yaffe M, 1996). Para a

21

mamografia digital, o Controle Automático de Exposição / Automatic Exposure Control

- (AEC) ainda desempenha um papel fundamental, sendo que, ao contrário do filme

onde era importante para determinar o contraste da imagem, em mamografia digital, o

AEC ajuda na obtenção de uma predeterminada relação sinal-ruído e uma dose de

radiação razoável para a mama. Depois de ter sido exposto, o detector digital produz um

sinal eletrônico que é digitalizado e armazenado. Com a mamografia digital, o

processamento químico de revelação é eliminado e o único papel do detector é a

aquisição de imagem. Outra vantagem de um detector digital é a eliminação de

granularidade associada ao filme que acrescentava ruído a um sistema convencional.

Uma vez que a aquisição de imagens e exibição são processos separados, cada um deles

pode ser otimizado. Os detectores digitais têm uma ampla gama dinâmica (resposta

linear) em relação ao filme. (FIG. 2).

FIGURA 2: Os detectores digitais têm uma resposta linear e uma ampla faixa

dinâmica em comparação com o filme. A resposta digital é apresentada como a linha

diagonal (fonte adaptada de (Bansal G J.2006)

O sistema digital encontra-se em crescente evolução ao longo dos últimos anos,

existindo já vários subsistemas dentro da gama do digital. Atualmente o termo digital

pode estar associado a um sistema de radiografia digital (DR) ou a um sistema de

radiografia computadorizada (CR).

22

5.2.2. Radiografia Computadorizada (CR – computed radiography)

O sistema CR se assemelha ao analógico convencional pelo fato de o

equipamento emissor de radiação ser o mesmo. A diferença está na substituição do

cassete receptor de imagem de um sistema de filme-écran para uma placa formada de

materiais fósforos. Outra diferença é que o CR baseia-se no fenômeno chamado

luminescência foto-estimulada (PSL – photostimulated luminescence), no lugar de uma

emissão pronta de luz dada na conversão de raios X que interagem com a tela

intensificadora, como no caso da radiografia convencional. Dentro do cassete, a placa

de fósforo foto-estimulada é usada para absorver e armazenar a energia dos raios X

transmitidos através da mama, produzindo assim uma “imagem latente”. Em seguida, o

cassete é introduzido na unidade digitalizadora, esta, é varrida com um laser de baixa

energia. Os elétrons armazenados na matriz do fósforo foto-estimulável são estimulados

pela energia do laser e uma fração significante retorna ao nível de energia mais baixo do

fósforo com a libertação simultânea de uma luminescência foto-estimulada de maior

energia. A intensidade da luminescência liberada é proporcional ao número de elétrons

liberados e é capturada por um sistema de guia de luz próximo ao Image plate (IP). Por

fim, um tubo fotomultiplicador na saída do guia de luz converte e amplifica a

luminescência numa voltagem de saída correspondente e a informação da imagem

latente residual é apagada. (ALVARENGA FL.2008)

No sistema CR, a cadeia é composta pela aquisição da imagem (mamógrafo),

captura e processamento (Digitalizador), visualização (estação e trabalho), impressão

(digital à laser) e visualização em filme ou em monitor específico de alta resolução

(FIG. 3).

23

FIGURA 3: Fluxo de geração de imagens de mamografia do tipo CR .

5.2.3. Radiografia Digital (DR)

No sistema da radiografia digital (digital radiography ou DR) mantém-se o

princípio geral da obtenção da imagem por meio do feixe de Raios X, tendo sua

diferença fundamental na substituição do sistema convencional (filme/écran) e do CR

(IP) por um aparelho especialmente projetado com um detector digital que recebe a

radiação e converte diretamente em sinal elétrico, que por sua vez, é transmitido para

um computador, e a imagem obtida é digital e não “escaneada”, como na radiografia

computadorizada, podendo ser lida em monitor e impressa em filme. (FIG.4)

24

FIGURA 4: Mamógrafo Digital (DR), (<radioinmama.com.br/digitalmama.html>).

5.3. Análise de Imagens Mamográficas

De acordo com a portaria N° 531, a leitura dos exames realizados em

equipamentos com tecnologia digital deve ser feita, obrigatoriamente, em monitores

específicos para interpretação das imagens das mamas (FIG.5) (Brasil; MS; portaria

531, 2012).

FIGURA 5: Médico radiologista analisando o exame mamográfico.

(<cmdi.med.br/mamografia-digital.html>)

25

Os sistemas de exibição de imagem para o diagnóstico incluem um ou mais

monitores de alta resolução, um computador e software de exibição de imagem. Para a

interpretação dessas imagens existem ferramentas de anotação e medição que estão

disponíveis, incluindo a área e medidas angulares. Antes dos dispositivos serem

utilizados, devem ser realizados testes de aceitação, para ser verificada a conformidade

dos parâmetros referentes à exibição de uma imagem de qualidade, onde o objetivo do

controle de qualidade é assegurar que o desempenho do sistema não seja degradado

além de limites aceitáveis e ainda se mantenha semelhante à configuração estabelecida

do teste de aceitação. Avaliações periódicas fazem-se necessário, para evitar que

problemas decorrentes do uso não impliquem em perda de informações diagnósticas na

imagem (AAPM, 2005).

5.4. O Documento AAPM TG-18

Foi desenvolvida nos Estados Unidos, pela Associação Americana de Físicos

Médicos (AAPM), o documento Avaliação do Desempenho de Exibição para Sistemas

de Imagens Médicas, que consiste em uma série de procedimentos para avaliação da

qualidade da imagem em dispositivos de exibição, a partir de padrões que simulam a

imagem de objetos de teste, baseados no Report N°3, Task Group 18 (TG18) sendo um

documento completo sobre sistemas de visualização e o seu controle da qualidade. Este

descreve os diferentes tipos de monitores usados para a visualização de imagens

médicas e enumera, ainda, os diferentes testes padrão para a sua avaliação. (Aldrich J.E;

Rutledge J.D,2005)

5.5. Testes de Aceitação

Para a realização de um diagnóstico seguro, tornou-se necessária a execução de

testes de aceitação e de qualidade em monitores médicos, os quais forneçam imagens

com densidade adequada de pixels para visualização de toda a imagem com detalhe

espacial suficiente. As avaliações devem ser conduzidas por um físico médico

devidamente treinado ou outro profissional como tecnólogos em radiologia, engenheiros

biomédicos, ou técnicos na área de eletrônica, todos com competências técnica e clínica

apropriada. Nesses casos, o profissional deve assumir as responsabilidades de

supervisão tanto para o treinamento da equipe, como para aprovação final dos

26

resultados. Com base na necessidade de se avaliar os monitores para diagnóstico nas

mais diversas aplicações radiológicas, são aplicados alguns testes onde esses

determinam sua qualidade, tais como: Múltiplos Propósitos, Luminância, Uniformidade

da Luminância, Luminância e Contraste, Resolução, Ruído, Reflexão Interna (Glare),

Reflexão, Imagens Anatômicas.

5.5.1. Múltiplos propósitos

O teste de múltiplos propósitos permite a avaliação da qualidade geral da

imagem quanto à presença de artefatos, distorção geométrica, resolução espacial,

luminância, contraste (detalhe), reflexão e ruído, utilizando o padrão TG18-QC do

Report 03.

Ao final do teste se espera que, em geral, não apresente qualquer tipo de artefato

como pontos brilhantes, pontos escuros, riscos, sombras ou não uniformidade. Para

verificar se não há artefato de “Cross Talk” (interferência indesejável), os elementos

que visam sua avaliação devem aparecer contínuos e sem sombras. As bordas e as

linhas que dão um aspecto de grade ao padrão não devem apresentar distorção

geométrica. As inserções com 5% e 95% da luminância mínima e máxima,

respectivamente, devem estar nítidas. As 16 inserções para avaliação da resposta da

luminância devem estar distintas, exibindo linearidade entre os tons de cinza. No

interior de cada uma dessas inserções devem ser visualizados 4 quadrados menores de

baixo contraste, um em cada canto, com ou sem iluminação ambiente. As letras da

inserção “Quality Control” devem estar visíveis com contraste decrescente nas regiões

de mínimo, médio e máximo valor de pixel. Além disso, a visibilidade das letras deve

ser comparada com a do teste de aceitação, a fim de rastrear alguma degradação no

contraste. As linhas na frequência e na metade da frequência de Nyquist devem estar

distintas umas das outras. Para verificar visualmente se a profundidade de bit está

adequada, a escala de cinza das barras verticais, nos lados direito e esquerdo do padrão,

deve apresentar linearidade. As transições entre preto e branco, que servem para

identificar artefatos de vídeo, devem estar retilíneas, uniformes, de mesmo tamanho e

sem sombras. Caso o contraste da imagem esteja insatisfatório, diminuir a iluminação

ambiente pode ajudar. No entanto, a mesma configuração de iluminação deve ser

27

adotada durante a rotina clínica. A aparência desse teste também é influenciada pelo

mapeamento dos valores de pixel para luminância.

Outro teste realizado para múltiplos propósitos é TG18-BR padrão de Briggs,

utilizado para avaliar visualmente se a resolução e o contraste do monitor estão

ajustados apropriadamente. O que se espera deste no final do teste, que não se observe

nenhuma sobreposição de imagens, por exemplo, de painéis ou tabuleiros. No segundo

quadrante deve ser possível visualizar as figuras com numeração até B-80, enquanto no

terceiro e quarto quadrantes até B-90 (AAPM,2005).

5.5.2. Luminância

Esse padrão é utilizado para avaliar visualmente as características da

transferência de contraste associadas com a resposta de luminância do monitor e

dependência angular de visualização, e o padrão utilizado na realização do teste é o

TG18-CT. É um padrão de baixo contraste, que contém 16 regiões quadradas adjacentes

com variação de luminância, inseridas em um fundo uniforme. No centro de cada região

existem dois alvos meia-lua exibindo ±2 valores de pixel de diferença do fundo. Além

disso, nos 4 cantos de cada quadrado existem alvos menores com ± 4 valores de pixel de

diferença do fundo, assim como no padrão TG18-QC. O que se espera desse teste é a

visualização dos alvos meia-lua ao centro, assim como as 4 (quatro) inserções de baixo

contraste nos cantos, devem ser claramente demonstrados em todas as 16 (dezesseis)

regiões. Visto que o padrão é visibilizado em um estado de adaptação visual, é esperado

que a transferência de contraste seja melhor nas regiões intermediárias do que nos

extremos claro e escuro. Uma falha comum é não ser possível visualizar os alvos em

uma ou duas das regiões escuras (AAPM, 2005).

5.5.3. Uniformidade da Luminância

O teste de uniformidade da luminância verifica se há regiões da tela onde a

intensidade luminosa varia para um mesmo tom de cinza, permitindo uma avaliação

quantitativa. Por tanto, são utilizadas imagens padrões de teste TG18-UNL80 (80% da

luminância máxima) e TG18- UNL10 (10% da luminância mínima). Nesses padrões as

linhas de baixo contraste delimitam as bordas das 5 (cinco) regiões onde a luminância

28

deve ser avaliada, sendo uma em cada canto e outra central. O resultado esperado é que

O desvio percentual para ambos os testes deve ser menor que 10% (Lmax-Lmin)/Lcentro <

0.1) (AAPM, 2005).

5.5.4. Resposta de luminância e contraste

O teste resposta de luminância e contraste, indica se a luminância máxima (Lmáx)

do monitor é suficiente para visualização de imagens médicas (Lmáx deve ser maior que

170 cd/m2) e se o nível de contraste está de acordo com o padrão (NEMA, 2001) além

de verificar, no caso de estações de trabalho com duas telas, a variação da luminância

máxima entre elas, que não pode ser maior que 10% e para estação de trabalho com

telas individuais a variação da luminância não pode ser maior que 30%. A série é

composta por 18 imagens (padrões), cada um consistindo de uma região central com

certo valor de pixel que varia entre elas, ocupando 10% da área total da imagem. A área

restante possui valor de pixel de fundo uniforme e igual a 20% do valor máximo de

pixel. Em uma série, a diferença entre o valor de pixel da região central de um padrão e

de seu subsequente é a mesma, sendo, portanto, a variação do valor de pixel igualmente

espaçada dentro de uma série. Cada padrão é designado por TG18-LN x-y, onde x é a

profundidade de bit da série exibia e y é o número da imagem dentro da série, por

exemplo, TG18-LN12-01 significa ser a imagem 1 de uma série de 12 bits.

O que se espera, é que a resposta do contraste obtida obedeça aos limites de

±10% com relação ao padrão DICOM em monitores de classe primária. Já para a classe

secundária, esses limites são de ± 20%. Portanto, na aba 4.1.6.1 da planilha Monitor

Check1, os pontos azuis plotados no gráfico (padrão obtido) devem estar dentro do

limite estabelecido pelos pontos em verde (padrão DICOM).

1 Na avaliação dos padrões TG18-LN, TG18-UNL é requerido o uso de um fotômetro calibrado.

Para a execução dos cálculos solicitados em alguns dos referidos testes, pode ser utilizada uma planilha

eletrônica disponível no endereço http://euref.org. Para fazer download da planilha eletrônica para

cálculos, acesse o endereço indicado e, posteriormente, os links European Guidelines, Digital

mammography Section e Monitor Check, respectivamente.

29

O valor da razão de luminância, exibido na aba 4.1.6.1 da planilha Monitor

Check, deve ser maior que 250 cd/m2 para a classe primária e maior que 100 cd/m

2 para

a classe secundária de monitores. No caso de uma estação de trabalho com mais de um

monitor, o Lmax não deve diferir mais que 10% entre eles.

À relação entre as luminâncias máxima e mínima atribui-se o parâmetro

resposta de contraste (RC), o qual não pode ser menor que 150 cd/m2 para monitores

primários e 250 cd/m2 para monitores secundários. O padrão utilizado é o TG18-LN

(AAPM,2005).

5.5.5. Reflexão

Existem dois tipos de reflexão que podem ser verificadas na tela de um monitor:

a reflexão difusa e a especular. Ambas diminuem o contraste da imagem e são avaliadas

com o monitor desligado.

5.5.5.1. Reflexão Difusa (Luminância Ambiente)

É a reflexão de luz na qual o raio incidente se reflete em muitos ângulos em vez

de apenas um (Carrard M.C.C, 1998). È uma contribuição fixa de luz refletida

difusamente ambiente durante o teste, mede-se a luminância da tela do monitor

desligado com um fotômetro encostado à tela. Convencionou-se chamar essa medida de

luminância ambiente (Lamb), a qual não pode ser maior que 2/3 do valor de luminância

mínima do monitor.

5.5.5.2. Reflexão Especular

É a reflexão em que a luz incidente à superfície é refletida no mesmo ângulo que

chegou. No teste, verifica-se se há algum objeto iluminado refletindo na tela desligada e

havendo, verifica visualmente se o objeto afeta o contraste do padrão de teste TG18-

AD. A imagem consiste em 49 pares de linhas horizontais inseridas na metade da

frequência de Nyquist, com as linhas escuras exibindo valor de pixel igual a zero e as

linhas brilhosas exibindo níveis de contraste crescente. As inserções são identificadas

pelos números das linhas e das colunas. O brilho da linha em valores de pixel é igual a

30

b(C+7R), onde, C é o número da coluna, R é o número da linha, e b é um fator

multiplicador igual a 1 para a versão de 8 bits e igual a 4 para a versão de 12 bits do

padrão. O valor do pixel de fundo é igual a 0 (zero) (AAPM, 2005).

O resultado esperado é a visualização e distinção das linhas. A aparência da

imagem não deve sofrer alterações significativas quando visualizada sob iluminação

ambiente, Caso essa condição não seja obedecida, a iluminação ambiente deve ser

reduzida.

5.5.6. Resolução

O teste de resolução verifica a capacidade de o monitor mostrar a menor

estrutura possível de uma imagem. Para tanto, verifica-se o aspecto da imagem padrão

de teste TG18-LP que é utilizado para avaliar a resolução e também se há distorção

geométrica na imagem exibida. Em monitores de área retangular, o padrão deve cobrir

ao menos a menor dimensão e estar centralizado na área de exibição.

O padrão consiste de duas séries, uma com pares de linhas verticais (TG18-

LPV) e outra com pares de linhas horizontais (TG18-LPH). Em cada uma delas, as

linhas possuem 12% de contraste positivo contra 3 (três) diferentes níveis de

luminância, sendo 10%, 50% e 89% do valor máximo.

O esperado é que em ambos os grupos, as linhas devam estar retas e igualmente

espaçadas, sendo possível distinguir umas das outras. Caso estas condições não sejam

satisfeitas já na primeira imagem (número 10) não se deve dar procedência à avaliação

das demais imagens (AAPM,2005) .

5.5.7. Reflexão interna - Glare

Para o teste de reflexão interna são utilizadas duas imagens padrões de teste: o

padrão TG18-GV consiste de um disco branco sobre um fundo negro; este disco, por

sua vez, apresenta um pequeno disco negro onde temos cinco estruturas de baixo

contraste; o padrão TG18-GVN tem as mesmas estruturas de baixo contraste, porém não

apresenta o disco branco. Primeiro é verificado se as estruturas são visíveis no padrão

31

TG18-GVN e depois quantas das estruturas ainda são visíveis no padrão TG18-GV,

sendo que essa visualização deve ser feita com o uso de uma máscara que cubra

completamente a região clara da imagem para evitar a adaptação natural do olho, o que

pode comprometer o teste. No padrão TG18-GV devem ser visualizadas no mínimo três

estruturas de baixo contraste (AAPM 2005).

5.5.8. Ruído

O método visual para avaliar o ruído espacial de um sistema de exibição é

baseado no método para determinar o JND (just noticeable difference / apenas uma

diferença perceptível) - como uma função do tamanho, utilizando o padrão TG18-AFC

onde é dividido em 4 quadrantes, cada um contendo múltiplos alvos de área quadrada.

Em cada uma dessas áreas quadradas, próximo a um dos cantos, existe um pequeno alvo

quadrado distribuído randomicamente com tamanhos correspondentes a 2, 3, 4 e 6

pixels conforme se avança de quadrante. Deve-se verificar a visibilidade dos alvos em

cada quadrante, e a quantidade de alvos visualizados nos quadrados maiores,

localizados nos quatro cantos e no centro do padrão. A quantidade de alvos visualizados

em cada uma das áreas quadradas deve ser constante para um mesmo quadrante (AAPM,

2005).

5.5.9. Imagens Anatômicas

No teste de imagens anatômicas, para tanto, são sugeridas 4 imagens

anatômicas, sendo uma imagem de tórax (TG18-CH), outra de joelho (TG18-KN) e

mais duas de mamas (TG18-MM1 e TG18-MM2), entretanto, em nosso estudo

trabalharemos, apenas as imagens anatômicas das mamas. Nesse teste, duas

mamografias são selecionadas para representar a ampla variação do padrão mamário.

TG18-MM1 e TG18-MM2, onde deve ser avaliado o contraste e nitidez geral da

imagem, além da nitidez com que são apresentados os ligamentos de Cooper,

(ligamentos que conferem a mobilidade e sustentação à mama). Somente para a imagem

MM1, também deve ser avaliada a estrutura do grampo e a presença de um espaço em

seu ápice, a aparência e visibilidade de microcalcificações sutis e a visibilidade de

estruturas nas margens da mama. A dificuldade encontrada para analisar a imagem

também deve ser avaliada (AAPM 2005).

32

6. METODOLOGIA

Todo o trabalho realizado compôs na avaliação de 4 monitores específicos em

laudos mamográficos chamados de monitores primários, com resolução de 5 e 3MP.

As imagens padrões TG18 utilizadas na realização das avaliações, foram

baixadas através do endereço eletrônico (http://deckard.mc.duke.edu/~samei/tg18) no

formato DICOM (8 bit e 16 bit), com matrizes 1K, 2K2. Estas carregadas por um

programa de imagens (imageJ) (FIG.6), foram realizados testes desenvolvidos pela

AAPM, utilizados para testar os parâmetros de cada procedimento analisado, tais como:

Múltiplos Propósitos; Distorção Geométrica; Uniformidade da Luminância; Resposta de

Luminância e Contraste; Reflexão; Resolução; Ruído; Reflexão interna – (Glare),

Padrões Anatômicos.

FIGURA 6: Software livre utilizado para carregar as imagens teste.

Cada teste realizado foi devidamente estudado e levada em consideração sua

descrição durante a avaliação do padrão e o tipo de avaliação utilizada. (TAB.1)

Com o auxílio de um formulário (Anexo 10) com dados específicos de cada

teste, foram consultados e adicionados os respectivos resultados obtidos relacionados a

cada parâmetro analisado.

2 Atualmente, monitores médicos são disponíveis com matrizes de tamanho acima de 2048x2560,

referidos como 2k (2000 linhas) ou monitores de 5 megapixel. Monitores com um quarto do número de

pixels, referidos como monitores 1K (1000 linhas), são mais baratos e, portanto, mais comuns (AAPM,

2005).

33

TABELA 1: Testes analisados com seus respectivos padrões, sua descrição e o

tipo de avaliação realizada.

TESTE PADRÃO TG18 AVALIAÇÃO

Ruído AFC Visual

Anatômico MM1e MM2 Visual

LPV(10/50/89) Visual

LPH(10/50/89) Visual

QC Visual

BR Visual

Reflexão AD Visual

GV/GVN Visual

Visual

Luminância e

Contraste LN Quantitativa

Uniformidade

da LuminânciaUNL(10/80) Quantitativa

Luminância CT Visual

Luminância e uniformidade de cor em resposta

angular com linhas que definem

Resposta de luminância

4 Detalhes de contraste

DESCRIÇÃO

DICOM em tons de cinza séries de calibração

Referência padrão da anatômia mamográfica

Barras verticais c/ 1 pixel de largura. c/ 3 níveis de

luminosidade.

Barras horizontais c/ 1 pixel de largura, c/ 3 níveis

de luminosidade.

Objeto de baixo contraste e manchas escuras

Resolução

Avaliação para resolução, luminância, distorção e

artefatos.

Detalhes de baixo contraste Vs luminância

Limiar de contraste de baixa luminância para

avaliar reflexão de exibição.

Múltiplo

Propósito

Glare

As imagens médicas devem exibir processamento com suficiente densidade de

pixels para permitir a visualização de toda a imagem com suficiente detalhe espacial. O

tamanho da matriz deve ser o mais próximo possível dos dados para processamento de

imagem com possível, ou atingível ampliação (Krupinsk, 2007, Ribeiro 2010). Dessa

forma, as avaliações dos padrões foram analisadas através de 100% de seu tamanho.

Ao iniciar os testes nos monitores, foi necessária uma verificação na limpeza da

tela do monitor, para evitar possíveis artefatos durante a avaliação.

Com a ajuda de um fotômetro Photo Meter de modelo PMLX calibrado de

acordo com o NIST – (National Institute of Standards and Technology) (FIG. 7), os

valores de luminância e Iluminância foram medidos através dos testes de Uniformidade

da Luminância, Resposta da Luminância e Reflexão Ambiente, na qual a unidade de

medida utilizada para luminância é a candela por metro quadrado (cd/m²), enquanto que para a

medida da iluminação ambiente (Iluminância) é recomendado o lux (lx).

34

FIGURA 7: Fotômetro PMLX, utilizado nos testes de luminância e Iluminância.

As avaliações qualitativas foram feitas por análise visual com o auxílio de uma

lupa, e na execução dos cálculos solicitados nos referidos testes, ou seja, nas avaliações

quantitativas foi utilizada a planilha eletrônica Monitor Check.

6.1. Teste de Múltiplos propósitos TG18-QC

Esse padrão permitiu a avaliação da qualidade geral da imagem quanto à

presença de artefatos, distorção geométrica, resolução espacial, luminância, contraste -

detalhe, reflexão e ruído. A imagem do padrão TG18-QC, bem como a identificação de

cada elemento nela constante, pode ser verificada na Figura 8. Com um auxílio do

formulário (Anexos 10.2.) o teste foi realizado.

Na avaliação deste teste foi necessário:

Identificar os elementos do teste, observar a aparência geral da imagem, prestando

atenção se há artefatos, distorção geométrica, sombreamento, principalmente nas

transições das barras preto e branco; As barras de rampa devem aparecer

contínuas, livres de linhas de contorno o que indica que a placa de vídeo está

funcionando de acordo com a profundidade de pixel do monitor. (Morant et al.

2009)

35

Observar se é possível visualizar nitidamente as inserções contendo 5% e 95% da

luminância mínima e máxima;

Observar se há linearidade nos tons de cinza das 16 inserções para avaliação da

resposta da luminância e no interior de cada uma delas verificar se é possível

visualizar quadrados menores de baixo contraste nos cantos, com e sem

iluminação ambiente;

A linearidade no tom de cinza das barras para verificação da profundidade de bit

também deve ser observada;

Anotar até qual letra da inserção “Quality Control” é possível visualizar em cada

região (mínimo, médio e máximo valor de pixel) e comparar com o resultado

obtido no teste de aceitação;

Observar a aparência das linhas inseridas na frequência e na metade da frequência

de Nyquist (no centro e nos quatro cantos do padrão).

36

FIGURA 8: Imagem do teste TG18-QC, com identificação de cada um de seus elementos (AAPM, 2005).

37

6.2. Múltiplos propósitos TG18-BR

A versão 1K desse padrão é composta de quatro quadrantes, cada qual contendo

oito painéis. Cada painel contém 17 tabuleiros, dispostos a partir do de tamanho 3X3mm,

com 25 pixels em cada quadrado (B-10), até o de tamanho 2X2mm, com 1 pixel por

quadrado (B-90). A configuração do teste pode ser observada na Figura 9. O principal

objetivo é discernir o menor tabuleiro que pode ser distinguido em cada painel de cada

quadrante.

(A) (B)

FIGURA 9: Teste TG18-BR com identificação de quadrantes (A), painéis e enumeração

das figuras dentro de cada painel (B).

Com auxílio do formulário (Anexo 10.2 BR) observou-se os 4 quadrantes, cada um

contendo 8 painéis retangulares com diferentes valores de pixel de fundo e tabuleiros em

seu interior; Leu-se os quadrantes em sentido horário, da esquerda superior para a

esquerda inferior, observando também dentro de cada quadrante, os painéis também foram

lidos em sentido horário;

Para a visualização do menor tabuleiro (B-90) foi utilizado uma lupa para a

magnificação deste. Anotou-se até qual figura foi visualizada em cada quadrante,

classificando-as conforme sua enumeração (observou-se a enumeração das imagens dentro

38

de cada painel na figura B) sendo essencial que a mesma figura seja visualizada em todos

os painéis do mesmo quadrante.

6.3. Luminância

Com o auxílio do formulário (Anexo 10.3) e o padrão TG18-CT, verificou-se o interior de

cada uma das 16 regiões, observando a presença das 4 inserções de baixo contraste, nos 4

cantos. Foi observada também a aparência dos alvos meia-lua no centro de cada região.

(FIG. 10).

FIGURA 10: Imagem padrão TG18-CT para a avaliação da Luminância.

Os alvos meia-lua ao centro, assim como as 4 inserções de baixo contraste nos cantos,

devem ser claramente demonstrados em todas as 16 regiões. Visto que o padrão é

visibilizado em um estado de adaptação visual, é esperado que a transferência de contraste

seja melhor nas regiões intermediárias do que nos extremos claro e escuro. Uma falha

comum observada é a não visualização dos alvos em uma ou duas das regiões escuras.

39

6.4. Uniformidade da Luminância

Com o auxílio do formulário (Anexo 10.4) e os padrões TG18-UNL10 e 80, foi

verificada, se a intensidade luminosa varia para um mesmo tom de cinza em certas regiões

da tela (FIG.11).

(A) (B)

FIGURA 11: Padrões (A) TG18-UNL80 e (B) TG18-UNL10 para as avaliações de

resposta da uniformidade da luminância. (AAPM, 2005).

Com a ajuda do fotômetro, medimos as regiões das quatro bordas e do centro,

sendo que essas medidas não podem variar em mais de 30% dos tons de cinza para

monitores individuais e para mais de 10% para monitores duplos. (Ribeiro, 2010).

40

6.5. Resposta de luminância e contraste

Essa verificação foi feita medindo-se com o fotômetro a luminância dos 18 níveis de cinza

dos padrões de teste TG18-LN (FIG. 12) e auxiliada pelo formulário (Anexo 10.5) onde se

anotou todos os valores de luminância. A avaliação foi feita em gráficos que relacionam a

luminância e a variação da luminância (nível de contraste) com o índice JND (just

noticeable difference), (National Electrical Manufacturers Association, 2001).

FIGURA 12: Padrões de teste de luminância TG18-LN-01; (a) TG18-LN-09; (b) e TG18-

LN-18; (c) que apresentam incrementos iguais de valores de luminância dos pixels

cobrindo toda faixa de escala de cinzas. (AAPM, 2005).

Ambas as curvas não podem exceder o limite de 10% de diferença em relação ao

padrão DICOM GSDF.

6.6. Reflexão

6.6.1. Reflexão Difusa

O padrão utilizado na realização do teste foi o TG18-AD (FIG.13) e com o auxílio

do formulário (Anexo 10.9), os dados foram coletados. Este é um padrão de baixo

contraste e composto por 49 pares de linhas horizontais com as linhas pretas no valor de

pixel zero e as linhas brilhantes com níveis de contraste gradativamente aumentando.

41

Durante a avaliação as inserções foram identificadas com números de linhas e

colunas. Com escuridão quase total e em iluminação ambiente normal, este, determinou o

limiar de visibilidade. Utilizando um pano escuro, este colocado sobre a tela do dispositivo

para estabelecer de perto a escuridão total. O padrão foi examinado a partir de uma

distância de visualização de 30 cm, e utilizando o fotômetro encostado à tela mediu-se a

luminância do monitor desligado.

FIGURA 13: Padrão de teste TG18-AD, para a avaliação visual de reflexão difusa de

resposta à exibição da luz ambiente. (AAPM, 2005).

6.6.2. Reflexão Especular

No teste de reflexão especular, a tela do monitor foi examinada a uma distância de

cerca de 30 cm, dentro de uma vista angular de ± 15 ° (graus), o objetivo da avaliação é a

verificação de objeto iluminado refletindo na tela desligada e, se caso houvesse, verificaria

visualmente se este objeto afetaria o contraste do padrão de teste TG18-AD, figura acima.

6.6.3. Resolução

Para o teste de resolução, o formulário (Anexo 10.6) foi consultado. O padrão de imagem

utilizado é o TG18-LP (FIG.14) no qual consiste de duas séries, uma com pares de linhas

42

verticais (TG18-LPV) e outra com pares de linhas horizontais (TG18-LPH). Em cada uma

delas, as linhas possuem 12% de contraste positivo contra 3 diferentes níveis de

luminância, são eles 10%, 50% e 89% do valor máximo.

FIGURA 14: Padrão TG18-LPV50 para resolução.

O método utilizado para a avaliação foi abrir o padrão LPV maximizando a

imagem de modo que cubra toda a área ativa do monitor. A avaliação para ambas as séries

se iniciou pela imagem número 10, de menor luminância, dando sequência nas demais

imagens. Foi verificado se há distorção geométrica das linhas e o espaçamento entre elas,

devendo estar retas e igualmente espaçadas, onde seja possível distinguir umas das outras.

Caso estas condições não sejam satisfeitas já na primeira imagem (10) não se deve dar

procedência à avaliação das demais imagens.

6.6.4. Reflexão interna – glare

O padrão TG18-GV (FIG. 15) é composto por um fundo escuro (valor de pixel = 0)

e uma região branca (valor máximo do pixel) central, com 300 pixels de raio. No centro

dessa região branca há um círculo escuro com raio de 15 pixels, contendo em seu interior 5

(cinco) outros círculos de baixo contraste, cada um com 4,5 pixels de raio.

43

FIGURA 15: Imagem do teste TG18-GV, contendo 5 (cinco) objetos de baixo contraste na

região central. Para tornar este alvo visível, nesta figura a região central foi magnificada

e o contraste realçado (AAPM, 2005).

Na avaliação da Glare, abriram-se os testes padrões TG18-GVN e TG18-GV e,

utilizando a régua cuidadosamente para que essa não risque o monitor, a imagem foi

maximizada de modo que o círculo branco adquirisse um diâmetro de 20 cm. A avaliação

se procedeu inicialmente pela imagem TG18-GVN e, posteriormente, pela imagem TG18-

GV; Os objetos circulares de baixo contraste localizados no centro dos padrões foram

visualizados e a quantidade comparada em ambas às imagens. O formulário utilizado para

teste foi (Anexo 10.8)

6.6.5. Ruído

O padrão utilizado na realização do teste de ruído é o TG18-AFC, que é constituído

por uma série de pequenos quadrantes contendo pequenas características de baixo

contraste, em um quadrante, é fornecido características de sinal-ruído do sistema. O TG18-

AFC é dividido em quatro quadrantes contendo várias áreas-alvo quadrados. Cada área de

destino contém um alvo quadrado perto de um dos cantos. Para 12 bit, 1024 × 1024

padrão, os quadrantes têm alvos com valores de contraste de 32, 48, 64, e 96 DDLs

(Digital Driving Levels / Níveis de Condução Digital) e tamanhos de destino

correspondentes de 2, 3, 4, e 6 pixels (FIG.16). O contraste e tamanho são dimensionados

44

adequadamente para 2048 × 2048 e de 8 bits versões do teste padrão. Cinco grandes áreas

com diferentes tamanhos de alvo e contrastes também estão incluídos.

FIGURA 16: O padrão de teste TG18-AFC para a avaliação visual do ruído (AAPM,

2005).

A avaliação no teste de ruído se deu a partir do primeiro (1º) quadrante superior

esquerdo, o qual contém a menor relação tamanho/contraste. Foi verificada a visibilidade

dos objetos de interesse em cada área-alvo. Nas áreas-alvo maiores localizados nos quatro

cantos e no centro do padrão a quantidade de objetos foi avaliada e comparada com as

demais. O formulário utilizado foi (Anexo 10.7).

6.6.6. Imagens Anatômicas

Para a avaliação das imagens anatômicas das mamas são selecionados dois padrões

TG18-MM1 e TG18-MM2 que representam a ampla variação do padrão mamário, (FIG.

17) são imagens coletadas de incidências crânio-caudal (CC), adquiridas em um sistema de

imagem digital direto (Selenia, Lorad, a imagens originais foram cortesias da Lorad

Division of Hologic, Inc.) fornecidas no próprio documento da AAPM. Avaliou-se o

contraste e a nitidez geral das imagens, além da nitidez com que foram apresentados os

45

ligamentos de Cooper (ligamentos que conferem a mobilidade e sustentação à mama).

Somente para a imagem MM1, avaliou-se: a estrutura de um grampo, a presença de um

espaço em seu ápice, a aparência e visibilidade de microcalcificações sutis, e a visibilidade

de estruturas nas margens da mama. A dificuldade encontrada para analisar a imagem

também foi levada em consideração. Formulário utilizado para auxílio durante a avaliação

(Anexo 10.10).

(A) (B)

FIGURA 17: Os padrões TG18-MM1 (A) e TG18-MM2 (B) imagens anatômicas da

mama (AAPM, 2005).

7. RESULTADOS

Neste estudo, os resultados são quanto à conformidade ou não com o AAPM

Report nº 3 em cada parâmetro testado. A seguir, são apresentados os resultados

qualitativos (visuais) e quantitativos respectivamente a cada monitor analisados e aos

dados coletados referentes aos formulários de registros. (10. ANEXOS).

46

Para uma visão do estudo, na TAB.2 segue o resultado geral de todos os parâmetros

analisados.

TABELA 2: Resultado dos testes.

Testes Limites

Resultados

(Laboratório) (Clínicas)

PLANAR

5MP BARCO1 5MP BARCO2 5MP EIZO 5MP

EIZO

3MP

Múltiplo

propósito/

Distorção

geométrica

TG18-QC

Até ≤ 2% de distorção

geométrica Todos os monitores apresentaram 0% de distorção geométrica.

Múltiplo

propósito

TG18-BR

0% sobreposição de

imagens. A figura B-60

deve ser visualizada em

todos os painéis. No

segundo quadrante deve ser

possível visualizar até B-80

e no terceiro e quarto

quadrantes até B-90.

Em todos os monitores, foi possível a visualização da figura B-90 até o

quarto quadrante.

Luminância

Os alvos meia-lua ao

centro, assim como as 4

inserções de baixo contraste

nos cantos, devem ser

claramente demonstrados

em todas as 16 regiões.

Foi possível a visualização de todas as inserções de baixo contraste em

todas as regiões nos respectivos monitores analisados.

Uniformidade

da

Luminância

Não uniformidade ≥10%

para dispositivos com 2

monitores, ≥30% para

dispositivos individuais.

<30% >10%

Teste de 80%

no monitor

esquerdo com

percentual de

12,6%

< 30% <30%

Luminância e

Contraste

RL ≥ 100 lux.

Variação entre

monitores ≤ 10%

Variação em relação

ao padrão DICOM

GSDF ≤ 10%

Em relação à variação de contraste com o padrão DICOM, todos os

monitores foram reprovados com um valor acima do limite estabelecido

de 10%. Apenas a resposta de luminância teve aprovação com valores

dentro dos limites de ≥ 100 lux.

Resolução

Em ambos os grupos, as

linhas devem estar retas e

igualmente espaçadas,

havendo distinção umas das

outras.

Todos os monitores atenderam aos critérios de qualidade.

47

Ruído

Todos os alvos

visíveis exceto

o menor (2 pixels)

Todos os monitores apresentaram alvos

visíveis até o quadrante com pontos de 3

pixels.

Reflexão

interna/ Glare

Três ou mais alvos

visíveis

Em todos os monitores eram visíveis cinco

alvos.

Reflexão

Visualização das linhas

existentes no padrão, e não

alteração da imagem, vistas

sob e sem iluminação

ambiente.

Nenhuma estação de trabalho apresentou

não conformidade

Anatômico

Obter o brilho e o contraste

da imagem;

Nitidez da imagem

Visualização dos

ligamentos de Cooper;

Presença de um grampo, e a

presença se uma abertura

no vértice da mama (MM1)

Visualização de

microcalcificações (MM1)

Visualização de estruturas

nas margens da mama

(MM1)

Nos monitores analisados, todos os parâmetros do teste anatômico foram

visualizados.

*Continuação da TAB 2.

A partir da avaliação de cada teste proposto, cada parâmetro foi analisado

devidamente, levando em consideração o limite estabelecido por normas competentes e a

condição do monitor, sendo este associado à mesma estação ou o único na estação de

trabalho.

O resultado apresentado no teste de múltiplo propósito com o padrão TG18-QC

apresentou conformidade, por não apresentar distorções geométricas na imagem analisada,

ou seja, o valor limite de até 2% de distorção foi totalmente desprezado. Ainda no teste de

múltiplos propósitos, porém com o padrão TG18-BR, todos os objetos testes presentes no

padrão foram visualizados, não aparentando obter nenhuma sobreposição. Através dessa

avaliação, o teste referido foi conforme para todos os monitores.

Na avaliação da luminância, através do padrão TG18-CT, o resultado foi muito

bom, os objetos teste do padrão foram todos visualizados, assim como as inserções de

baixo contraste localizado nos cantos da imagem, obtendo assim a conformidade em todos

os monitores analisados.

48

O resultado do teste de uniformidade da luminância com o padrão TG18-UNL-

10/80 obteve a não conformidade para os monitores de modelo BARCO de 5MP que opera

com dois monitores juntos na mesma estação de trabalho, (TAB. 3).

TABELA 3: Resultado da Uniformidade da luminância nos monitores analisados.

PLANAR (5MP) BARCO1 (5MP) BARCO 2 (5MP) EIZO (5MP) EIZO (3MP)

19,4%

9,8% 3,3% 12,6% 8,3% 5,1%

10

80

MONITORES

PADRÃO TG18-UNL

0% 36,8% 83,3% 27,7%

Como o desvio máximo do percentual é de 10%, estes apresentaram um valor

acima do desejável. O monitor que opera do lado esquerdo obteve um valor de 83,3% de

desvio para o teste de 10% de luminância mínima e 12,6% de desvio para 80% de

luminância máxima. O monitor direito apenas foi reprovado no desvio máximo para 10%

de luminância mínima com um valor de 36,8%. No teste de 80% de luminância máxima

este ficou abaixo do limite de 10%, apresentando um valor de 3,3% do desvio, passando

apenas nesse requisito.

O teste com mais reprovação foi o teste de luminância e contraste com o padrão

TG18-LN. Em todos os monitores analisados, os valores ficaram acima da variação de

10% em relação ao padrão DICOM GSDF. A seguir apresentamos as figuras referentes ao

resultado de cada monitor analisado. (FIGS. 18,19, 20 e 21)

49

FIGURA 18: Gráfico referente a variação de contraste em relação ao padrão DICOM

GSDF para o monitor PLANAR 5MP. O único na estação de trabalho.

Os dados obtidos para estes monitores estão fora do limite estabelecido pelo Report

Nº 03 da variação +/- 10% referente à variação de contraste ao padrão DICOM GSDF,

mostrando um resultado dos valores registrados muito fora do limite estabelecido, obtendo

assim a não conformidade.

FIGURA 19: Gráfico referente à variação de contraste em relação ao padrão DICOM

GSDF para os monitores BARCO 5MP esquerdo e direito associado à mesma estação de

trabalho, sendo que nenhum passou no teste.

Os dados obtidos no teste do monitor de modelo BARCO 5MP, nos mostra uma

variação em relação aos +/- 10% do contraste com a linha DICOM nos dois monitores

50

esquerdo e direito da estação de trabalho, com apenas alguns pontos dentro dessa variação.

No monitor esquerdo (left) observa-se pouca oscilação desses valores, chegando mais

próximo dos valores limites, porém, demonstrando não conformidade.

0,010

0,100

1,000

0 1000 2000 3000 4000 5000dL

/L

p-values

left monitor

DICOM 3.14

+/- 10%

FIGURA 20: Gráfico referente à variação de contraste em relação ao padrão DICOM

GSDF para o monitor EIZO 5MP, único na estação de trabalho.

O resultado observado através do gráfico para o monitor EIZO de 5MP, demonstra

que a variação para esse monitor está fora do limite esperado de +/- 10%, com apenas 3

(três) pontos próximos à linha DICOM de variação de contraste.

FIGURA 21: Gráfico referente à variação de contraste em relação ao padrão DICOM

GSDF para o monitor EIZO de 3MP, o único na estação de trabalho.

51

O resultado demonstrado para o monitor EIZO de 3MP, também foi a não

conformidade, devido os valores estarem fora da variação de +/-10% de contraste com a

linha DICOM, como visualizado na Figura 20.

No teste de resolução de imagem utilizando o padrão TG18-LP, a imagem teste

esteve de acordo com o resultado esperado em todos os monitores analisados, pois em

ambos, as linhas se apresentaram retas e igualmente espaçadas, o que foi possível verificar

a distinção umas das outras. Assim, apresentando conformidade nessa avaliação.

O resultado apresentado no teste para ruído com o padrão TG18-AFC, demonstrou

conformidade devido à apresentação de todos os objetos alvos do padrão, sendo possível a

visualização dos objetos alvos de todos os quadrantes, em todos os monitores analisados.

O resultado obtido no teste de reflexão interna/ glare com o padrão TG18-

GV/GVN, foi a conformidade devido a apresentação de até 3 (três) dos objetos circulares

do padrão em todos os monitores analisados.

No teste de reflexão com o padrão TG18-AD, o resultado foi satisfatório em todos

os monitores analisados, onde foi possível a visualização das linhas existentes no padrão,

apresentando a mesma quantidade e a não alteração da imagem vistas sob e sem

iluminação ambiente.

Um dos principais testes desse trabalho é o anatômico, devido o estudo ser

totalmente direcionado ao laudo mamográfico e a qualidade da mamografia, a avaliação foi

realizada através do padrão TG18-MM, com as imagens teste MM1 e MM2. Avaliou-se o

brilho e contraste geral da imagem e entre outros parâmetros de grande importância na

análise das imagens mamográficas. Os monitores avaliados apresentaram conformidade em

todos os itens testados, como também o grau de dificuldade durante toda a avaliação.

A seguir uma representação da conformidade e não conformidade referente a cada

teste realisado se encontra na TAB.4

52

TABELA 4: Conformidade relacionada a cada parâmetro analisado.

MONITORES ANALISADOS

TESTES

BARCO 1

5MP

BARCO 2

5MP

EIZO

5MP

PLANAR

5MP

EIZO

3MP

Iluminação Ambiente C C C C C

TG18-QC - Múltiplo Propósito C C C C C

TG18- BR - Múltiplo Propósito C C C C C

TG18-CT - Luminância C C C C C

TG18-UNL - Uniformidade da Luminância 10 NC NC C C C

TG18-UNL - Uniformidade da Luminância 80 NC C C C C

TG18-LN - Contraste NC NC NC NC NC

TG18-LN - Luminância C C C C C

TG18-LP - Resolução C C C C C

TG18- AFC- Ruído C C C C C

TG18-GV/GVN - Reflexão interna/ Glare (Brilho) C C C C C

TG18-AD - Reflexão C C C C C

TG18-MM - Anatômico C C C C C

Observando a tabela 3, vimos que apenas os testes de uniformidade da luminância e

contraste estão fora dos padrões de conformidade, o qual indica que uma revisão adequada

e uma ação corretiva devem ser aplicadas pelos responsáveis do setor.

Outro fato a ser observado é a boa resposta do monitor de 3MP, respondendo

igualmente ao monitor de 5MP, fornecendo uma indicação que poderá ser utilizado em

laudos mamográficos.

Em visão ao ambiente de trabalho em que esses monitores se encontram, pode-se

observar que durante a pesquisa, muitas clínicas não possuem salas ideais para laudos, com

outros equipamentos e um grande fluxo de pessoa no local, e por mais que a iluminação

ambiente esteja dentro dos limites estabelecidos, o procedimento aplicado durante a

avaliação mamográfica pode ficar comprometida.

53

8. CONCLUSÃO

Foram avaliados 3 (três) marcas de monitores primários de 5MP e 1 (um) de 3MP,

sendo 1 (um) de 5MP de um laboratório de pesquisa e os demais de centros de

radiodiagnóstico. As avaliações visuais e quantitativas foram realizadas de acordo com o

Report Nº3 da AAPM, documento esse, que se refere exclusivamente a análises de

monitores específicos para exibição da radiologia.

Nos testes aplicados, apenas o da resposta de contraste combinado com o padrão

DICOM, falhou em todos os equipamentos. No teste de uniformidade da luminância o

resultado foi maior do que os 10% do valor limite em apenas um monitor entre os dois

monitores utilizados na estação de trabalho resultando em 12,6% de não uniformidade. Nos

demais parâmetros testados, a conformidade deu-se para a maioria dos monitores

analisados.

Tais monitores poderão continuar a operar no sistema de avaliação de imagem

mamográfica digitais após uma ação corretiva, com objetivo de sanar as não

conformidades. Verificações periódicas devem ser realizadas e um procedimento de

controle de qualidade frequente em todas as estações de trabalho deve ser implantada, para

evitar assim um possível falso positivo ou falso negativo num exame mamográfico.

Portanto, este trabalho contribui para auxiliar os médicos radiologistas na avaliação

de imagens das mamas, através de uma visualização segura de seus laudos.

Fica como sujestão para o desenvolver de um próximo trabalho, avaliações de

impressão, através de padrões de teste impressas e analisadas em filme. Com o objetivo de

visualização das estruturas e sem perda de detalhes.

54

9. REFERÊNCIAS

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57

10. ANEXOS

FORMULÁRIOS DE REGISTRO

IDENTIFICAÇÃO DO MONITOR

Fabricante N° de série Data de instalação/

última Calibração

Modelo Resolução

10.1. LUMINÂNCIA AMBIENTE

ILUMINAÇÃO AMBIENTE

Registro Resultado Esperado Conclusão

Iluminação ambiente medida:

____ lux

É recomendado que a

iluminação ambiente seja

configurada a valores menores

que 10 lux.

A iluminação ambiente medida é

inferior a 10 lux?

58

10.2. MULTIPLO PROPÓSITO

PADRÃO TG18-QC

Registro Resultado Esperado Conclusão

Existem artefatos na imagem?

A aparência da imagem está uniforme?

A imagem, em geral, não deve

apresentar qualquer tipo de

artefato como pontos

brilhantes, pontos escuros,

riscos, sombras ou não

uniformidade.

A qualidade geral da

imagem está adequada?

Os elementos “Cross Talk” estão contínuos?

Existe sombra ao redor deles?

Os elementos “Cross Talk”

devem aparecer contínuos e

sem sombras.

Existe artefato de “Cross

Talk” na imagem?

As bordas e linhas do padrão estão retas?

As bordas e linhas do padrão estão igualmente

espaçadas?

As bordas e as linhas que dão

um aspecto de grade ao padrão

devem aparecer sem distorção

geométrica.

Quanto à distorção

geométrica, a imagem está

adequada?

A escala de cinza das barras verticais para

verificação da profundidade de bit está linear

em ambos os lados?

A escala de cinza das barras

verticais, nos lados direito e

esquerdo do padrão, deve

apresentar linearidade de tons.

Com relação a

profundidade de bits, a

imagem está adequada?

59

PADRÃO TG18-QC

Registro Resultado Esperado Conclusão

A inserção com 5% do valor mínimo de pixel

A inserção com 95% do valor mínimo de pixel

As inserções com 5% e 95%

da luminância mínima e

máxima, respectivamente,

devem estar nítidas.

Com relação a objetos de

baixo contraste, a imagem

está adequada?

É possível fazer a distinção das 16 inserções

para avaliação da resposta da luminância?

Elas exibem linearidade entre os tons de cinza?

Nos quatro cantos de cada inserção, com ou

sem iluminação ambiente, são visualizados

quadrados menores de baixo contraste?

Os 16 níveis de luminância

devem estar distintos e no

interior de cada um deles

devem ser visualizados 4

quadrados menores de baixo

contraste, um em cada canto

com ou sem iluminação

ambiente.

Com relação ao contraste,

a imagem está adequada?

Anotar até qual letra da inserção “Quality

Control” foi possível visualizar nas seguintes

regiões:

-Mínimo valor de pixel: _________

-Médio valor de pixel: _________

-Máximo valor de pixel: _________

As letras da inserção “Quality

Control” devem estar visíveis

nas três regiões. Além disso,

a visibilidade das letras deve

ser comparada com a do teste

de aceitação, a fim de rastrear

alguma degradação no

contraste.

Há correspondência com a

letra que foi visualizada

no teste de aceitação:

- Mínimo valor de pixel?

- Médio valor de pixel

-Máximo valor de pixel?

As barras de transição pretas e brancas:

-Aparecem contínuas?

-Exibem sombras?

-Estão do mesmo tamanho? o

As barras de transição preto e

branco, que servem para

identificar artefatos de vídeo,

devem estar retilíneas,

uniformes, de mesmo

tamanho e sem sombras.

As barras de transição

pretas e brancas são

exibidas adequadamente?

60

PADRÃO TG18-QC

Registro Resultado Esperado Conclusão

È possível distinguir as linhas na frequência e

na metade da frequência Nyquist umas das

outras?

As linhas devem estar

retilíneas e distintas umas das

outras.

Com relação a resolução, a

imagem está adequada?

PADRÃO TG18-BR

Registro Resultado Esperado Conclusão

Há alguma imagem

sobreposta?

Não deve ser observada

nenhuma sobreposição de

imagens, por exemplo, de

painéis ou tabuleiros.

A qualidade geral da imagem está adequada?

Fazendo a leitura em

sentido horário, anotar até

qual figura foi possível

visualizar nos seguintes

quadrantes:

Primeiro: ____

Segundo: ____

Terceiro: ____

Quarto: ____

A figura B-60 deve ser

visualizada em todos os

painéis. No segundo

quadrante deve ser possível

visualizar as figuras com

numeração até B-80,

enquanto no terceiro e

quarto quadrantes até B-90.

A figura B-60 é facilmente visualizada em todos os

painéis?

No segundo quadrante é possível visualizar as

figuras com numeração até B-80?

É possível visualizar as figuras com numeração até

B-90 no terceiro quadrante?

E no quarto?

61

10.3. LUMINÂNCIA

PADRÃO TG18-CT

Registro Resultado Esperado Conclusão

Em cada uma das 16 regiões é

possível visualizar os alvos meia-

lua?

Os alvos meia-lua ao centro,

assim como as 4 inserções de

baixo contraste nos cantos, devem

ser claramente demonstrados em

todas as 16 regiões.

A imagem exibida atende aos

critérios de qualidade?

É possível visualizar as 4 inserções

de baixo contraste nos cantos de

cada uma das 16 regiões?

10.4. UNIFORMIDADE DA LUMINÂNCIA

PADRÃO TG18-UNL

Registro Valor Limite Conclusão

Anotar os valores de luminância

para as 5 regiões:

O desvio percentual para ambos os

testes deve ser menor que 10%

(Lmax-Lmin)/Lcentre < 0.1) para

dispositivos com 2 monitores e

menor que 30% para dispositivos

individuais (Lmax-Lmin)/Lcentre <

0.3).

O desvio máximo dado está

dentro do limite de 10% para

duplos monitores e 30% para

dispositivos individuais?

TG18-UNL10:

TG18-

Posição TG18-

UNL 10

TG18-

UNL 80

Sup.D

Sup.E

Centro

Inf.D

Inf.E

62

10.5. LUMINÂNCIA E CONTRASTE

PADRÃO TG18-LN

Registro Resultado Esperado Conclusão

Valor de Lamb:_____ A razão de luminância deve

ser ≥ 100 para a classe

primária e ≥ 250 para a

secundária.

Classe Primária Classe Secundária

A razão de luminância é

≥ 100?

A razão de luminância é

≥ 250?

Valor da L para

imagem número:

1- 10-

A resposta ao contraste deve

obedecer aos limites de

±10% com relação ao padrão

DICOM para a classe

primária e ±20% para a

secundária.

A resposta do contraste

obedece aos limites de ±

10%?

A resposta do contraste

obedece aos limites de ±

20%?

2- 11-

3- 12-

4- 13-

5- 14-

6- 15-

7- 16-

8- 17-

9- 18-

63

10.6. RESOLUÇÃO

PADRÃO TG18-LP

Registro Resultado Esperado Conclusão

As linhas dos padrões se apresentam retas?

Em ambos os grupos, as

linhas devem estar retas

e igualmente espaçadas,

sendo possível distinguir

umas das outras.

A imagem exibida

atende aos critérios de

qualidade?

É possível distinguir

as linhas umas das

outras?

T

TG18-

LPV

Sim Não

10

50

89

T

G18-

LPH

10

50

89

64

10.7. RUÍDO

PADRÃO TG18-AFC

Registro Resultado Esperado Conclusão

Em qual classe se enquadra o

monitor avaliado?

A quantidade de alvos visualizados em

cada uma das áreas quadradas deve ser

constante para um mesmo quadrante. Para

monitores primários é aceitável que

somente os alvos de menor tamanho

(alvos do primeiro quadrante) não estejam

visíveis. Para monitores secundários, ao

menos os alvos do terceiro e quarto

quadrantes devem estar visíveis.

Cla

sse

Pri

már

ia

É possível visualizar os

alvos do 2º, 3º e 4º

quadrantes?

Nos quadrantes relacionados

abaixo, é visualizado um alvo

dentro de cada área quadrada?

C

lass

e se

cun

dár

ia

É possível visualizar

todos os alvos do 3º e

4º quadrantes?

Quantos alvos são

visualizados nos quadrados

maiores?

Sup. D:___ Sup. E:___

Inf. D: ___ Inf. E:___

Centro:___

Nos quadrados maiores, localizados nos

cantos e no centro do padrão, deve ser

possível visualizar a mesma quantidade de

alvos.

A mesma quantidade de alvos é

visualizada em todos os

quadrados maiores?

65

10.8. GLARE (BRILHO) / REFLEXÃO INTERNA

PADRÃO TG18-GV/GVN

Registro Resultado Esperado Conclusão

Em qual classe se enquadra o

monitor avaliado?

Quantos objetos circulares são

observados no centro do padrão

TG18-GV? _____

E no padrão TG18-GVN?

_____

Para a classe primária de

monitores devem ser visíveis ao

menos 3 desses objetos,

enquanto que para a classe

secundária de monitores, ao

menos 1. Ao visualizar a

imagem TG18-GV não deve

haver reduções significativas no

contraste dos objetos

Classe primária Classe secundária

São observados

ao menos 3

objetos em ambas

as imagens?

É observado ao

menos 1 objeto em

ambas as imagens?

66

10.9. REFLEXÃO

TG18-AD

Registro Resultado Esperado Conclusão

Na ausência de iluminação ambiente:

Até qual inserção é possível visualizar

nitidamente as linhas com contraste

crescente? _____x_____

Dentro dessa inserção, contando de

baixo para cima, quantas linhas com

contraste crescente é possível observar?

_____ linhas

As linhas devem estar

visíveis e distintas umas das

outras. A aparência da

imagem não deve sofrer

alterações significativas

quando visualizada sob

iluminação ambiente, ou

seja, a inserção e a linha

limite visualizadas na

ausência de iluminação

ambiente devem ser

mantidas.

É possível fazer distinção entre as

linhas de contraste crescente?

A inserção e a linha limite

visualizadas na ausência de

iluminação ambiente devem são

mantidas quando o padrão é

avaliado sob iluminação ambiente?

Sob iluminação ambiente:

Até qual inserção é possível visualizar

nitidamente as linhas com contraste

crescente? _____x_____

Dentro dessa inserção, contando de

baixo para cima, quantas linhas com

contraste crescente é possível observar?

_____ linhas

67

10.10. ANATÔMICO

PADRÃO TG18-MM

REGISTRO

Com relação aos tópicos listados a seguir, a imagem atende aos padrões de qualidade requeridos para esse tipo

de exame?

TG18-MM1 TG18-MM2

Brilho e contraste geral da imagem

Nitidez da imagem (Borramento)

Aparência dos ligamentos de Cooper

Visibilidade de grampo e presença de uma abertura em seu

ápice

Não se aplica Aparência e visibilidade de sutis microcalcificações

Visibilidade de estruturas nas margens da mama

Qual o grau de dificuldade encontrado para avaliação da imagem MM1?

Qual o grau de dificuldade encontrado para avaliação da imagem MM2?

CONCLUSÃO

A qualidade da imagem está adequada para esse tipo de exame?

68

RESUMO DOS RESULTADOS OBTIDOS DOS TESTES

TESTE DE ILUMINAÇÃO AMBIENTE

CATEGORIA PADRÃO RESULTADO

Iluminação Ambiente Nenhum

TESTES MONITORES

CATEGORIA PADRÃO RESULTADO

Múltiplos Propósitos TG18-QC

Múltiplos Propósitos TG18-BR

Luminância TG18-CT

Uniformidade da

Luminância

TG18-UNL

10

80

Luminância e Contraste TG18-LN

Resolução TG18-LP

Ruído TG18-AFC

Glare(Brilho) /

Reflexão Interna TG18-GV/GVN

Reflexão TG18-AD

Anatômico TG18-MM