Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica ... · através do rastreamento de...
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APRESENTAÇÃO
Essa unidade será composta pelos seguintes temas:
Promoção da Saúde no Envelhecimento;
Prevenção de doenças no Envelhecimento;
Nutrição, perda de peso Involuntária;
Avaliação da estabilidade postural e prevenção de quedas.
Objetivo da Unidade
- Formular e aplicar estratégias adequadas de prevenção e promoção da saúde;
- Avaliar adequadamente o estado nutricional e o manejo de suas alterações;
- Avaliar, identificar alterações e orientar a abordagem de problemas ligados à marcha,
equilíbrio e quedas.
Agora escolha o tema a ser estudado navegando pelo menu superior. Bons Estudos!
TEMA 2 - PREVENÇÃO NO ENVELHECIMENTO
Neste tema serão apresentadas as principais ações preventivas que devem ser realizadas
na Atenção Básica, com foco, sobretudo, nos níveis primários e secundários de prevenção.
Objetivo de aprendizagem deste tema
- Reconhecer a importância da Prevenção;
- Conhecer os quatro níveis de Prevenção;
- Habilitar-se a realizar as ações de prevenção, em especial as imunizações e o
rastreamento do câncer.
Introdução
O envelhecimento populacional é um fenômeno de ocorrência mundial. Este processo
envolve dois fenômenos, conhecidos como Transição Demográfica e Transição
Epidemiológica. Veja abaixo em que consistem:
Prevenção
Prevenção é definida como utilização de intervenções orientadas para evitar o surgimento
de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. Para tanto,
baseia-se no conhecimento epidemiológico das doenças e de seus agravos. Há quatro
níveis de prevenção, a saber: primária, secundária, terciária e quaternária.
Prevenção primária
Tem o objetivo de evitar o desenvolvimento de doenças, através de modificações no estilo de vida, como controle do peso, cessação do tabagismo, atividade física, imunizações, intervenções farmacológicas e profiláticas.
Prevenção secundária
Tem o objetivo de detectar precocemente e tratar doenças assintomáticas através do rastreamento de câncer, hipertensão arterial, osteoporose e de alterações da visão e audição, além de intervenções farmacológicas específicas.
Prevenção terciária
Intervenções de reabilitação Identificam condições crônicas estabelecidas, a fim de prevenir novos eventos ou declínio funcional, cognitivos, distúrbios da marcha e do equilíbrio que podem levar a quedas e incontinência urinária.
Prevenção quaternária
Conjunto de ações que visam evitar a iatrogenia associada às intervenções médicas, como, abusos no tratamento dos fatores de risco e/ou os excessos preventivos, de rastreamento, exames e testes complementares. Trata-se de proteção contra intervenções médicas inapropriadas.
Agora caro aluno, daremos um foco especial na prevenção primária e secundária. Estas
informações são importantes para o correto exercício das medidas de prevenção, que
constituem ação fundamental e estratégica das equipes da Atenção Básica.
Prevenção Primária – Alimentação Saudável
A alimentação adequada é um fator de grande relevância na promoção da saúde, na prevenção de doenças e no controle adequado de doenças já estabelecidas. O assunto também é abordado na Unidade 1, Tema 1: Promoção da Saúde no Envelhecimento (para acessar a temática, clique aqui).
Tabagismo
O aconselhamento médico para a cessação do fumo deve ser firme, com ênfase nos benefícios em curto e médio prazo. Práticas agressivas relacionadas à suspensão do tabagismo devem ser adotadas. Evidências mostram eficácia em idosos na utilização do “método dos 4 ‘A’”: Averiguar (ask); Aconselhar (advise); Ajudar (assist); Acompanhar (arrange follow up); organizar (Arrange) para saber mais clique aqui. Diversas abordagens, tais como intervenções por meio de aconselhamento individual realizado por profissionais de saúde, material de autoajuda adequado para a faixa etária, utilização de nicotina (adesivos transdérmicos ou goma de mascar) ou emprego de medicamento
específico – como, por exemplo, a Bupropiona –, vêm se mostrando eficazes no tratamento do tabagismo. O Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer, regulamentou e definiu as ações a serem desempenhadas pela Atenção Básica no tratamento do tabagismo. Verifique se, dentro da sua Rede de Apoio à Saúde (RAS), há programas estabelecidos clique aquipara saber mais.
Prevenção primária - atividade física
A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para a ocorrência de
doenças crônicas, à dieta inadequada e tabagismo, e também um grande determinante da
perda de autonomia e independência em idosos. A atividade física é também uma atividade
de promoção da saúde, e o idoso deve ser encorajado a praticá-la, visto seus inúmeros
benefícios, interferindo diretamente na saúde e na qualidade de vida. Exercícios de força
muscular, flexibilidade e equilíbrio são os mais indicados, sendo o primeiro o mais eficaz na
sarcopenia e na osteoporose. Os exercícios devem ser de fácil execução e baixo impacto
para evitar lesões, na frequência de 30 minutos três vezes por semana. É importante
avaliação clínica prévia ao início da prática de exercício.
Prevenção primária - imunização
O idoso, assim como indivíduos de outras faixas etárias, necessita manter sua imunização
atualizada e, para isso, possui também um calendário vacinal. A vacinação está
diretamente relacionada com a melhor qualidade e expectativa de vida. Pessoas
imunocompetentes têm mais condições de enfrentar adversidades associadas à ação de
vírus e bactérias. A prevenção de doenças infecciosas insere-se nesse contexto ao
possibilitar a redução da morbimortalidade e a melhoria da qualidade de vida. As
alterações imunólogicas associadas ao envelhecimento aumentam o risco de infecções que,
em idosos, podem ser associadas ao declínio funcional inespecífico e comorbidades, com
manifestações clínicas diversificadas, promovendo, nesse grupo populacional, maiores
taxas de hospitalizações e morbimortalidade.
PRINCIPAIS OBJETIVOS DO CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO IDOSO
- Proteger de doenças infecciosas potencialmente graves;
- Reduzir a suscetibilidade e o risco de quadros infecciosos graves pela presença de
comorbidades;
- Prevenir a descompensação de doenças crônicas de base, causadas por doenças
infecciosas;
- Melhorar a qualidade e a expectativa de vida.
De uma forma geral, a vacinação pode causar efeitos colaterais de leve intensidade, com
desaparecimento espontâneo em 24-48h. Os efeitos locais mais comuns são dor, eritema,
enduração e prurido, e as reações sistêmicas como mialgia, febre baixa, mal-estar geral e
cefaleia podem ocorrer. Em relação às contra-indicações, destacam-se hipersensibilidade a
qualquer componente da vacina, incluindo timerosal e proteína do ovo; indivíduos
acometidos por doenças agudas e ou com febre; pacientes com trombocitopenia ou
qualquer distúrbio de coagulação pelo risco de sangramento pela via de administração da
vacina, e indivíduos com história pregressa de Síndrome de Guillian-Barré.
Em 19 de julho de 2013 o Ministério da Saúde promulgou a Portaria no 1.498, redefinindo
o Calendário Nacional de Vacinação, o Calendário Nacional de Vacinação dos Povos
Indígenas e as Campanhas Nacionais de Vacinação, no âmbito do Programa Nacional de
Imunizações (PNI), em todo o território nacional. São recomendadas de rotina no idoso as
vacinas contra influenza (anual) e contra Difteria e Tétano (dT adulto, a cada 10 anos
como reforço aos que fizeram as três doses anteriormente). Vacinação contra
Pneumococos (quando houver recomendação do profissional de saúde) e contra Febre
Amarela (em residentes ou viajantes para áreas endêmicas) devem ser utilizadas quando
indicado. Outras vacinas podem, eventualmente, ser indicadas, como veremos.
Influenza
O vírus da influenza é o principal responsável pela gripe. Caracteriza-se por elevada taxa
de mutação e as epidemias são causadas por novos subtipos que surgem em consequência
de pequenas alterações antigênicas resultantes de mutações pontuais durante a replicação
viral. No Brasil, as vacinas disponíveis são constituídas por vírus inativados e fragmentados,
portanto, sem risco de infectar o paciente.
Deve ser aplicada anualmente, nos meses que antecedem outono nos idosos e nas pessoas
que convivem com eles.
Pneumocócica
O Pneumococo é agente causador de sinusite, otite, meningite e pneumonia comunitária
com necessidade de hospitalização. Pacientes idosos em instituições fechadas, como casas
geriátricas, asilos e hospitais podem se beneficiar da imunização, assim como portadores
de doenças crônicas cardiovasculares, pulmonares, hepáticas, renais ou neurológicas.
Atualmente, a imunização através da vacina 10-valente conjugada não é preconizada de
rotina, na população idosa, pelo calendário nacional de vacinação, podendo ser indicada
pelo profissional de saúde em idosos com as características acima citadas. A mais utilizada
é a VPP23 em dose única ou a cada 10 anos.
Difteria e tétano (Dt)
Difteria: casos reduzindo
Tétano: menor incidência na população jovem, porém nos idosos que não foram vacinados
ou foram de forma incompleta, o tétano acidental vem ocorrendo. Série primária
adequada: 3 doses- 2 primeiras intervalo 4 semanas e a 3ª dose 6/12 meses após a
segunda, ainda na infância. Se vacinado, reforço a cada 10 anos.
Febre amarela
A vacina é de alta imunogenicidade (ao redor de 97%) e oferece proteção prolongada. No
entanto, desde 2001 têm ocorrido relatos de eventos adversos fatais resultantes da
visceralização do vírus vacinal. Esta vacina também não esta indicada para indivíduos com
doenças autoimunes ou doença neurológica ou com 60 anos ou mais que serão vacinados
pela primeira vez. No entanto, em situação de risco de se contrair a doença, deve-se
avaliar o beneficio da vacinação. (BRASIL, 2014, P.100).
Indicações de vacinação – Febre Amarela
1. Vacinar todos os habitantes de áreas endêmicas.
2. Para os viajantes para áreas endêmicas, esclarecer o candidato sobre os riscos
potenciais, para permitir-lhe embasamento em sua decisão (eventualmente cancelamento
da viagem).
3. Quando houver exigência internacional, em área considerada sem risco, avaliar risco-
benefício junto ao viajante. Indicada aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas:
Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns municípios dos estados
do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para os viajantes,
administrar a vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem e a dose de reforço, a cada dez
anos após a data da última dose. Clique aqui e conheça mais sobre indicações de vacinas.
Hepatite A e B
As vacinas contra hepatite A e B não fazem parte do Calendário de Vacinação do Idoso.
Entretanto devem ser indicadas em situações especiais. A vacina contra Hepatite A deve
ser tomadas em duas doses, com intervalo de seis meses (esquema 0-6 meses). A vacina
contra Hepatite B deve ser aplicada em três doses, em esquema de 0-30-180 dias de
intervalo.
INDICAÇÕES DE VACINAÇÃO CONTRA A HEPATITE A
A vacina contra a hepatite A não faz parte do calendário nacional de vacinação. O
encaminhamento, quando indicado, deverá ser feito pelo médico. No entanto, essa vacina
está disponível no CRIE nas seguintes situações:
Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia;
Portadores crônicos das hepatites B ou C;
Coagulopatias;
Crianças menores de 13 anos com HIV/aids;
Adultos com HIV/aids que sejam portadores das hepatites B ou C;
Doenças de depósito (doenças genéticas);
Fibrose cística;
Trissomias (como síndrome de Down);
Imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora;
Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de
transplantes;
Transplantados de órgão sólido ou de medula óssea;
Doadores de órgão sólido ou de medula óssea, cadastrados em programas de
transplantes;
Hemoglobinopatias (doenças do sangue).
INDICAÇÕES DE VACINAÇÃO CONTRA A HEPATITE B
A vacina contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinação da criança, do
adolescente e do adulto e está disponível nas salas de vacina do Sistema Único de Saúde
(SUS), que ampliou a oferta da vacina para a faixa etária de 30 a 49 anos. Além disso,
todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento,
preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver hepatite B, o recém-
nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a hepatite B, nas
primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso não tenha
sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade neonatal, recomenda-se a vacinação na
primeira visita à unidade pública de saúde.
A oferta dessa vacina estende-se, também, a outros grupos em situações de maior
vulnerabilidade, independentemente da faixa etária:
Gestantes, após o primeiro trimestre de gestação;
Trabalhadores da saúde;
Portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST);
Bombeiros, policiais civis, militares e rodoviários;
Carcereiros de delegacia e de penitenciárias;
Coletadores de lixo hospitalar e domiciliar;
Comunicantes sexuais de portadores de hepatite B;
Doadores de sangue;
Homens e mulheres que mantêm relações sexuais com pessoas do mesmo sexo;
Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais;
Pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças
armadas, entre outras);
Manicures, pedicures e podólogos;
Populações de assentamentos e acampamentos;
Populações indígenas;
Potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos;
Profissionais do sexo/prostitutas;
Usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas;
Caminhoneiros.
Meningocócica Conjugada
Indicada para idosos apenas em casos de epidemia da doença. Em situação endêmica, o
médico do paciente poderá indicar a vacinação após avaliação do risco/beneficio.
Tríplice Viral ( sarampo, rubéola, caxumba)
A maioria dos adultos brasileiros com mais de 60 anos de idade, muito provavelmente, é
imune ao sarampo, rubéola e caxumba. Em casos de surtos, pessoas sem comprovação
sorológica de infecção passada ou que não tenham recebido pelo menos duas doses da
vacina tríplice viral na vida, devem ser vacinadas, independentemente da idade, desde que
não sejam imunodeprimidas.
RESUMO DAS VACINAS
VACINA RECOMENDAÇÃO
VACINA RECOMENDAÇÃO
Influenza Anual, na Campanha de Vacinação.
Pneumocócica Por recomendação do profissional de saúde, casos especiais 01 dose, VPP 23.
Dupla Reforço a cada 10 anos, nos vacinados adequadamente na infância; caso contrário, imunização completa (3 doses).
Febre amarela Áreas endêmicas, residentes ou 10 dias antes da viagem e reforço a cada 10 anos. Avaliar custo-benefício.
Hepatite A e B Indivíduos suscetíveis, casos selecionados. Hepatite A: 2 doses com intervalo de 6 meses; Hepatite B: 3 doses 0-30-180 dias.
Meningocócica e Tríplice viral
Epidemias e surtos, em suscetíveis.
Para saber mais sobre a vacinação de idosos clique aqui para abrir.
Câncer: diagnóstico precoce e rastreamento
Veja a seguir alguns tipos de cânceres para os quais existem recomendações para
detecção precoce: rastreamento populacional e/ou diagnóstico precoce.
Quadro - Recomendações para detecção precoce segundo a localização do tumor
Fonte: Adaptado de UICC, 2006.
Prevenção secundária - rastreamento de câncer
Câncer de mama
É a principal causa e morte por CA em mulheres do Brasil e no mundo, sendo o tumor que mais apresenta evidências científicas sobre o impacto do rastreamento na redução da mortalidade.
Fonte: (BRASIL, 2012).
Câncer de colo uterino
O exame de rastreio é o citopatológico, deve ser iniciado aos 25 anos, conforme o quadro
abaixo:
Fonte: (BRASIL, 2012).
Para mulheres com idade igual ou superior aos 65 anos recomenda-se:
- Interromper nos casos das mulheres que tiverem, pelo menos, 2 exames negativos
consecutivos, nos últimos 5 anos
- Realizar dois exames com intervalo de 1 a 3 anos nas mulheres que nunca realizaram o
exame citopatológico. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas
de exames adicionais
- Não há indicação para rastreamento do câncer do colo do útero e seus precursores nas
mulheres sem vida sexual ativa
Câncer colorretal
É um problema mundial, com incidência anual de 1 milhão de casos e mortalidade de mais
de 500.000, sendo a 2ª causa em frequência de mortalidade em homens e mulheres.
Perspectivas apontam aumento da incidência como resultado do envelhecimento
populacional mundial. A colonoscopia de rotina a cada 10 anos a partir dos 50 anos ou
cada 5 anos em indivíduos de alto risco (história familiar de câncer cororretal ou pólipo
adenomatoso) ainda não é recomendada como rotina pelo Ministério da Saúde, sendo
indicado o diagnóstico precoce conforme o quadro abaixo:
Cancer de Próstata
O câncer de próstata é o câncer mais frequente e uma das principais causas de morte por
câncer na população masculina no mundo e no Brasil. Por existirem evidências científicas
de boa qualidade de que o rastreamento do câncer de próstata produz mais dano do que
benefício, o Instituto Nacional de Câncer mantém a recomendação de que não se
organizem programas de rastreamento para o câncer da próstata e que homens que
demandam espontaneamente a realização de exames de rastreamento sejam informados
por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a esta prática.
Fora do contexto do rastreamento do câncer de próstata, os exames de PSA e toque retal
têm outros papéis. O toque retal é utilizado na investigação diagnóstica de diversas
condições, até mesmo do próprio câncer de próstata e no estadiamento do tumor. O PSA é
utilizado na avaliação diagnóstica de homens com sinais e sintomas sugestivos de câncer
de próstata, na avaliação de recorrência bioquímica após tratamento e no monitoramento
de homens com diagnóstico prévio de câncer de próstata.
Clique aqui e leia mais sobre o rastreamento do câncer de próstata.
Prevenção secundária - osteoporose
O rastreamento da osteoporose consiste na realização da densitometria óssea, que
apresenta as seguintes indicações para a sua realização:
Mulheres com idade igual ou superior a 65 anos e homens com idade igual ou superior
a 70 anos, independentemente da presença de fatores de risco;
Mulheres na pós-menopausa e homens com idade entre 50 e 69 anos com fatores de
risco para fratura;
Mulheres na perimenopausa, se houver fatores de risco específicos associados a um
risco aumentado de fratura, tais como baixo peso corporal, fratura prévia por pequeno
trauma ou uso de medicamento(s) de risco bem definido;
Adultos que sofrerem fratura após os 50 anos; indivíduos com anormalidades
vertebrais radiológicas; e
Adultos com condições associadas a baixa massa óssea ou perda óssea, como artrite
reumatoide ou uso de glicocorticoides na dose de 5 mg de prednisona/dia ou
equivalente por período igual ou superior a 3 meses.
Perda de estatura >2,5 cm ao longo da vida, hipercifose torácica;
Uso prolongado de corticoide (Prednisona >_ 5,0 mg por mais de 3 meses ou
equivalente, inclusive corticoide inalatório);
Baixo peso: IMC< 19 Kg/m² (adultos), idosos < 22 Kg/m²;
Uso crônico outros fármacos;
Mulheres em uso de terapia de reposição hormonal por tempo prolongado após
suspensão do tratamento;
Causas secundárias e uso de fármacos associados à perda de massa óssea;
Monitoramento do tratamento.
Interpretação da Densitometria Óssea
T-score até -1,0 DP: normal
T-score de -1,1 a -2,5 DP: osteopenia
T-score abaixo de -2,5 DP: osteoporose
Também devem ser considerados para tratamento mulheres na pós-menopausa e homens
com idade igual ou superior a 50 anos que apresentarem pelo menos uma das condições
abaixo:
Fratura de baixo impacto de fêmur, quadril ou vértebra (clínica ou morfométrica),
comprovada radiologicamente;
Exame densitométrico com escore T igual ou inferior a - 2,5 no fêmur proximal ou
coluna;
Baixa massa óssea (escore T entre -1,5 e -2,5 no fêmur proximal ou coluna) em
paciente com idade igual ou superior a 70 anos e “caidor” (2 ou mais quedas nos
últimos 6 meses).
Por fratura de baixo impacto entende-se as decorrentes de queda da própria altura ou
menos. O tratamento deve incluir medidas não medicamentosas, como atividade física,
prevenção de quedas, supressão de álcool e tabaco e alimentação rica em cálcio e vitamina
D. O tratamento medicamentoso consiste na suplementação de cálcio e vitamina D,
quando necessário, bifosfonatos e outros. Para saber mais, inclusive apresentação e
dosagem dos principais medicamentos, consulte o PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES
TERAPÊUTICAS – OSTEOPOROSE, nesse link
Prevenção Secundária – diabetes
Algumas ações podem prevenir o diabetes e suas complicações. Essas ações podem ter
como alvo rastrear quem tem alto risco para desenvolver a doença (prevenção primária) e
assim iniciar cuidados preventivos; além de rastrear quem tem diabetes, mas não sabe
(prevenção secundária),a fim de oferecer o tratamento mais precoce.
A probabilidade de apresentar diabetes ou um estado intermediário de glicemia depende
da presença de fatores de risco. O público-alvo para o rastreamento do DM preconizado
pela Associação Americana de Diabetes está apresentada abaixo:
Critérios para o rastreamento do DM em adultos assintomáticos Excesso de peso (IMC
>25 kg/m2) e um dos seguintes fatores de risco:
História de pai ou mãe com diabetes;
Hipertensão arterial (>140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos em adultos);
História de diabetes gestacional ou de recém-nascido com mais de 4 kg;
Dislipidemia: hipertrigliceridemia (>250 mg/dL) ou HDL-C baixo (< 35 mg/dL);
Exame prévio de HbA1c ≥5,7%, tolerância diminuída à glicose ou glicemia de jejum
alterada;
Obesidade severa, acanthosis nigricans;
Síndrome de ovários policísticos;
História de doença cardiovascular;
Inatividade física; ou Idade ≥ 45 anos; ou risco cardiovascular moderado (Ver
Cadernos de Atenção Básica, nº 37 – Estratégias para o Cuidado da Pessoa com
Doença Crônica – Hipertensão Arterial Sistêmica).
Fonte: AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013.
Os critérios diagnósticos utilizados para os idosos são os mesmos dos pacientes jovens. Os
critérios diagnósticos elaborados pela Associação Americana de Diabetes ADA) são: 2
glicemias de jejum maiores ou iguais a 126mg/dl; 1 glicemia aleatória maior ou igual a
200mg/dl associada a sintomas; Teste de tolerância oral à glicose acima de 200mg/dl, após
120 min. de sobrecarga com 75g de glicose anidra.
A importância do tratamento da DM no idoso baseia-se na tentativa de prevenir
complicações decorrentes da hiperglicemia, tanto agudasquanto crônicas, sendo as
agudas retinopatia, nefropatia e neuropatia diabética. Além de promover piora das
síndromes geriátricas como incontinências, quedas, insuficiências e iatrogenias.
Para saber mais consulte o Caderno de Atenção Básica no 36, nesse link.
Prevenção Secundária – Dislipidemias
A dislipidemia é um fator de risco cardiovascular relevante para o desenvolvimento da
aterosclerose. Importantes trabalhos demonstraram o desenvolvimento de DAC nos
pacientes sem doença prévia com níveis mais elevados de colesterol total ou LDL-C e/ou
baixos níveis de colesterol nas partículas de HDL (HDL-C). Níveis elevados de HDL-C, por
outro lado, se associam a menor risco, sem aumentar o risco de morte por outras causas.
Apesar das evidências serem menos expressivas, a elevação de triglicerídeos também se
associa a risco de DAC.
Atualmente, níveis de LDL-C maiores de 100 mg/dl parecem estar relacionados com maior
risco do desenvolvimento de eventos ateroscleróticos; níveis menores de 100 mg/dl são
considerados alvo terapêutico para a maioria dos indivíduos com risco cardiovascular
elevado.
O diagnóstico de dislipidemia baseia-se na dosagem dos lipídios séricos: colesterol total,
HDL-C e triglicerídeos. A dosagem direta do LDL-C não é necessária, podendo o cálculo ser
feito por meio da fórmula de Friedewald [LDL-C = (CT - HDL-C) - (TG/5)], quando o valor
dos triglicerídeos for inferior a 400 mg/dl. Para os casos em que o nível dos triglicerídeos
for superior a 400 mg/dl, utiliza-se como critério o colesterol não HDL [não HDL-C = CT -
HDL-C], cujo alvo é 30 mg/dl acima do alvo de LDL-C (isto é, para pacientes cujo LDL-C
alvo for 100 mg/dl, o alvo de não HDL-C será 130 mg/dl). Clique aqui e visualize os
valores de referência dos lipídeos sanguíneos para adultos.
Clique aqui e conheça o passo a passo para o diagnóstico e a detecção dos pacientes sob
risco de desenvolvimento de eventos cardiovasculares.
Sendo as doenças cardiovasculares ateroscleróticas de etiologia multifatorial, a presença de
outros fatores de risco (por exemplo, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, obesidade,
diabetes melito, história familiar, etc.) são considerados tão importantes quanto os níveis
de colesterol total ou de LDL-C, de maneira que, de acordo com a agregação desses
fatores de risco, níveis diferentes de LDL-C são desejados como meta para tratamento, não
havendo firme consenso sobre qual o valor de LDL para início ou alvo de tratamento (12).
Os valores atualmente preconizados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia são
apresentados abaixo:
O tratamento da dislipidemia compreende duas grandes condutas: não medicamentosa e
medicamentosa. A conduta não medicamentosa deve ser recomendada a todos os
pacientes com dislipidemia, incluindo, no mínimo, terapia nutricional, exercícios físicos e
cessação do tabagismo.
Estudos com número expressivo de idosos comprovam eficácia do tratamento com
hipolipemiantes para prevenção secundária e primária em idosos com dislipidemia.
Para saber mais sobre o tema, inclusive sobre tratamento não medicamentoso e
medicamentoso, acesse os documentos abaixo:
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (Clique aqui).
V Diretriz Brasileira de Dislipidemias (Clique aqui).
Prevenção Secundária – hipertensão arterial
A hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde pública no Brasil e
no mundo. Ela é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos
40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial
coronariana e, em combinação com o diabetes, 50% dos casos de insuficiência renal
terminal. Com o critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial (PA 140/90 mmHg), a
prevalência na população urbana adulta brasileira varia de 22,3% a 43,9%, dependendo
da cidade onde o estudo foi conduzido, e tende a ser maior em idosos. A principal
relevância da identificação e controle da HAS reside na redução das suas complicações, tais
como doença cérebro-vascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, doença
renal crônica e doença arterial periférica.
Os profissionais de saúde da rede básica têm importância primordial nas estratégias de
controle da hipertensão arterial, quer na definição do diagnóstico clínico e da conduta
terapêutica, quer nos esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso
como de fazê-lo seguir o tratamento.
Abaixo são apresentados os critérios classificatórios e as metas de controle para a
população idosa, de acordo com as Diretrizes de Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de
Cardiologia. Deve-se considerar que em pacientes com hipertensão estágio 3, com PA
Sistólica muito elevada, pode-se admitir, inicialmente, meta de PAS de 160 mmHg.
A medida correta, avaliação, diagnóstico, tratamento não medicamentoso e
medicamentoso da Hipertensão Arterial devem ser estudados no Caderno de Atenção
Básica no 15 do Ministério da Saúde, disponível nesse link. Para saber mais, consulte
também esse link.