PROGRAMAS DE AUTO CONTROLE E CERTIFICAÇÃO · PDF file-Tempo de contato -...
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PROGRAMAS DE AUTO CONTROLE E
CERTIFICAÇÃO OFICIAL
PROGRAMAS DE QUALIDADE HIGIENICO-SANITÁRIA
EM ESTABELECIMENTOS PRODUTORES DE
ALIMENTOS
Régia Paula Vilaça Queiroz – Carlos Eduardo Tedesco Silva
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO
BPF
BPF
1. Conceito
São procedimentos efetuados sobre a matéria prima até o
produto acabado, em qualquer etapa do seu processamento,
armazenamento e transporte, necessários para garantir a
qualidade sanitária dos alimentos.
2. Definições
• Estabelecimento de alimentos elaborados/industrializados – é
o espaço delimitado que compreende o local e a área que o
circunda, onde se efetiva um conjunto de operações e
processos que tem como finalidade a obtenção de um alimento
BPF
elaborado, assim como o armazenamento e transporte de
alimentos e/ou matéria-prima;
• Manipulação de alimentos – são as operações que se efetuam
sobre a matéria prima até o produto terminado, em qualquer
etapa do seu processamento;
• Armazenamento – é o conjunto de tarefas e requesitos para a
correta conservação de insumos e produtos terminados;
• Contaminação – presença de substâncias ou agentes estranhos
BPF
de origem biológica, química ou física, que se considere como
nociva ou não para a saúde humana;
• Desinfecção – é a redução, por intermédio de agentes químicos
ou métodos físicos adequados, do número de microrganismos
no prédio, instalações, maquinaria e utensílios, a nível que
impeça a contaminação do alimento que se elabora.
BPF
2. Requesitos gerais para estabelecimento produtor de alimentos:
• deve localizar-se em zonas isentas de odores indesejáveis,
fumaça, pó, em terrenos não sujeitos às inundações;
• as vias de trânsito interno e áreas devem ter superfície
compacta e/ou pavimentação;
• Prédios e instalações devem ser de construção sólida, com
fluxograma adequado;
BPF
• paredes e tetos devem ser lisos, laváveis, impermeáveis, de cor
clara; janelas com proteção contra insetos; lâmpadas com
protetores;
• nas áreas de entrada de acesso devem existir lavatórios com
sabão, papel toalha e lixeira com tampa sem acionamento
manual;
BPF
• os sanitários e vestiários não devem ter comunicação direta
com as áreas de produção;
• a tubulação de esgoto deve ser adequada de forma que o papel
higiênico utilizado seja descartado pelo vaso sanitário;
• deve ser indicada a obrigatoriedade e a forma correta de
higienizar as mãos, após o uso do sanitário;
BPF
• deve haver um armário para cada funcionário;
• deve ser implantado o programa de controle integrado de
pragas; deve ser impedida a entrada de animais domésticos;
• deve-se dispor de abastecimento de água potável suficiente
com pressão adequada;
• deve dispor de sistema de eliminação de efluentes e águas
residuais;
BPF
• todas as pessoas que trabalham na manipulação de alimentos
devem submeter-se aos exames médicos antes do seu ingresso
e periodicamente;
• os funcionários devem usar uniformes completos, conservados
e limpos e apresentar hábitos de higiene;
• os funcionários devem ser treinados;
BPF
• o uso de luvas não dispensa a obrigação de lavar as mãos
cuidadosamente;
• os insumos, matérias-primas e produtos deverão ser
depositados sobre estrados e afastados da parede;
• os subprodutos devem ser armazenados adequadamente;
BPF
• as substâncias tóxicas devem estar identificadas, armazenadas
em salas separadas, com chave e manipuladas por pessoas
autorizadas e treinadas;
• os locais refrigerados deverão estar providos de termômetros;
• as embalagens devem ser armazenadas em locais específicos,
em condições de sanidade e limpeza;
BPF
• as matérias-primas e produtos devem ser embarcados o mais
rápido possível;
• os veículos destinados ao transporte de alimentos refrigerados
ou congelados devem manter os níveis adequados de
temperatura;
Referências Bibliográficas:
Regulamento técnico sobre as boas práticas de fabricação para
estabelecimentos elaboradores/industrializadores de alimentos-
Brasília: MA/SDA/DIPOA/DNT, 1997.
PROCEDIMENTOS PADRÃO DE HIGIENE
OPERACIONAL
PPHO
PPHO
1. Conceito
É o procedimento padrão de higiene operacional dos
estabelecimentos;
2. Objetivo
Remoção de resíduos para evitar a contaminação do produto
com microrganismos que causem enfermidades de origem
alimentar e que diminuam a vida útil do mesmo;
PPHO
3. Definições
- Limpeza – remoção das sujidades de uma superfície
- Sanificação – etapa que visa reduzir microrganismos
presentes na superfície limpa, para níveis aceitáveis
4. Fatores a serem observados:
-Tempo de contato
- Temperatura
- Ação mecânica
- Ação química – detergentes apropriados e concentração
PPHO
Etapas de limpeza e sanificação
• Preparação para limpeza – desconectar e desmontar
equipamentos
• Remoção de resíduos – limpeza grosseira
• Pré-lavagem - Remoção dos resíduos pela água
• Lavagem - remoção de resíduos por uso de detergentes
PPHO
• Enxágue - remoção detergente através da água
• Sanificação – solução sanificante - calor, produto químico
(cloro, desinfetantes iodados, compostos quaternários de
amônia)
• Enxágue – remoção do sanificante
• Tetos , trilhos e protetores de lâmpadas – limpos e secos
PPHO
• Passos para elaboração do Programa de PPHO
• - Identificação das áreas ou seções.
• - Identificação dos equipamentos
• - Análise de riscos e definição de procedimentos
• - Escolha dos compostos de limpeza
• - Procedimentos de limpeza aplicados
• - Sanificação
Verificações Oficiais
• A verificação dos procedimentos operacionais - limpeza e
sanitização dos equipamentos e utensílios industriais nos
intervalos do turno de trabalho - horários pré-fixados.
• Plano de Inspeção do SIF – fluxograma, Área de Inspeção
(AI), Unidades de Inspeção (UI’s);
• UI’s – inspeção visual das superfícies em 1 minuto –
equipamento/piso/parede e teto;
• Pré-operacional e operacional – sorteio - 10% das UI’s
Referências Bibliográficas:
• Circular 272/1997/DIPOA de 22/12/1997
• Circular 176/2005/CGPE/DIPOA de 17/05/2005
ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE
CONTROLE
APPCC
APPCC
1. Definições:
• Alimento seguro – livre de contaminações;
• Perigo – contaminação inaceitável de natureza biológica,
química ou física que possa causar dano à saúde ou integridade
do consumidor;
• Análise de perigos – avaliação de todas as etapas envolvidas
na produção do alimento, desde a obtenção de matéria-prima;
APPCC
• Árvore decisória para identificação de Ponto Crítico de
Controle – sequência lógica de questões para determinar se a
etapa é um PCC;
• Limite crítico – valores estabelecidos que, quando não
atendido, pode colocar em risco a saúde do consumidor;
• Desvio – é o não atendimento dos limites estabelecidos;
APPCC
• Medida preventiva – fatores que podem ser usados, na
produção, para eliminar, reduzir ou prevenir perigos que
podem causar prejuízo à saúde do consumidor;
• Monitoramento – sequência planejada de observações ou
mensurações devidamente registradas que permite avaliar se
um PCC está sob controle;
• PCC – ponto, etapa ou procedimento no qual se aplicam
medidas preventivas para manter um perigo sob controle
APPCC
2. Princípios básicos do APPCC:
- Identificação dos perigos e medidas de controle
- Identificação de PCC´s – árvore decisória
- Estabelecimentos de limites críticos para PCC´s – tempo,
temperatura, pH
- Monitoramento dos PCC´s
- Estabelecimentos de ações corretivas
- Procedimentos de verificação
- Registro dos resultados
• Classificação de perigos – biológicos - bactérias
químicos – pesticidas, antibióticos
físicos – vidro, madeira, metal
APPCC
3. Aspectos gerais:
• Plano deve ser descrito de forma clara e detalhada;
• Deve ser assinado e datado pelo indivíduo com maior
autoridade no estabelecimento;
• Os procedimentos descritos devem ser fielmente executados;
APPCC
4. Análise de Risco
• Lista de perigos;
• Análise de cada etapa do processo - diagrama de fluxo que
descreve as etapas de elaboração do produto;
• O estabelecimento tem um plano descrito para cada um de
seus produtos;
• A análise de perigo deve identificar a sua provável utilização
ou os consumidores do produto final;
APPCC
• Identificação de PC e PCC – perigos biológicos, químicos e físicos;
• Escolha de PC ou PCC – embasada em regulamentos, literatura científica;
• Identificação de PCC visando prevenir, eliminar ou reduzir o perigo a níveis aceitáveis;
Classificação de um perigo como não crítico deve ser
embasada por medidas preventivas e/ou apresentar uma
etapa posterior que elimine ou controle o perigo;
APPCC
5. Pontos Críticos de Controle
• A identificação dos PCC´s pode ser realizada através das
questões:
É um problema de saúde pública?
É provável que ocorra?
É mensurável?
Resposta SIM para todas as questões e não há etapa posterior
que elimine ou controle o perigo, a etapa em avaliação deve
ser considerada um PCC.
APPCC
• Cuidado para que não sejam escolhidos pontos em excesso,
alguns deles podem ser PC´s;
• Deve-se diferenciar a probabilidade da possibilidade de
ocorrência do perigo;
• Separar perigos biológicos, físicos ou químicos – medidas
preventivas e corretivas específicas;
APPCC
6. Limites críticos
• Listados e pertinentes à legislação ou literatura científica;
• Não pode ser um intervalo;
• Dever ser mensurável.
APPCC
7. Monitoramento
• Listar os procedimentos de monitoramento e a freqüência que
será usada para monitorar cada PCC, visando assegurar a sua
conformidade com limites críticos;
• É executado para identificar possíveis desvios dos limites
críticos, geralmente de forma contínua;
APPCC
8. Ações corretivas
• O estabelecimento deve identificar a causa do desvio;
• A ação corretiva deve eliminar a causa do desvio;
• A ação corretiva deve assegurar que o PCC está sob controle;
• Devem ser implantadas medidas preventivas para evitar a
repetição do desvio;
• As ações corretivas devem assegurar que nenhum produto com
risco à saúde publica ou alteração chegue ao consumidor, em
conseqüência de desvios do processo;
APPCC
• Deve-se intensificar a frequência do monitoramento até que
seja restabelecido o controle do PCC;
• Registro de todas as ações corretivas.
Ações Preventivas
• Exemplos: treinamento de pessoal, ajuste de equipamento e
diminuição da velocidade de abate.
APPCC
9. Verificação
• Listar os procedimentos e a frequência de execução;
• Exemplos: observação das atividades de monitoramento do
processo e de ações corretivas, calibração dos instrumentos,
revisão de registros, avaliação de resultados de análises
correlacionando-os com os padrões de inocuidade. Podem ser
incluídas as auditorias internas e externas.
APPCC
10. Registro
• O plano APPCC deve prever um sistema de manutenção dos
registros que documentam o monitoramento dos PCCs;
• Plano APPCC e documentos associados - documentos de
referência que embasem a escolha do PCC;
• Os documentos de embasamento são confiáveis;
• Planilha de monitoramento dos PCC´s – limites críticos;
APPCC
• Ações corretivas e preventivas em resposta ao desvio;
• Procedimentos de verificação;
• Incluir data e horário e assinatura do funcionário responsável;
• Os registros devem ser retidos no estabelecimento pelo prazo
correspondente à validade dos produtos.
APPCC
11. Validação
• Verificar se o plano está sendo efetivamente implementado;
• Período de 90 dias após sua implantação e a cada alteração;
• Reavaliação pelo menos anual
APPCC
A inspeção oficial julga o programa inadequado quando:
• o programa não reúne os requisitos da legislação;
• o estabelecimento não executa as atividades contidas no plano;
• há falhas na definição das medidas preventivas e corretivas;
• há falhas na forma prevista para a manutenção dos registros.
APPCC
Verificações Oficiais:
• Verificação no local
Realizada diariamente – mínimo 10% dos PCC’s;
Em todos os turnos de trabalho
Horários alternados
• Verificação documental
Deve ser realizada todas as vezes que o estabelecimento
identificar desvios dos limites críticos dos PCC´s. O SIF
deverá analisar as medidas corretivas preenchendo os achados
nos formulários de verificação documental, citando os
documentos analisados.
Referências Bibliográficas:
• Circular 369/2003/DCI/DIPOA de 02/06/2003
• Circular 175/2005/CGPE/DIPOA de 17/05/2005