Proje To

6
CONTEXTO SOCIOCULTURAL E PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS: (INTER)RELAÇÕES NO PROCESSAMENTO DA LEITURA. 1- Resumo: Ler é uma atividade complexa que pode ser definida basicamente como “um processo de representação, e, como este processo envolve o sentido da visão, ler é, na sua essência, olhar para uma coisa e ver outra” (LEFFA, 1996). Neste contexto, a leitura é um processo de atribuição de significados, onde o “sentido da visão”, ou seja, tanto os vetores cognitivos, quanto os sociais, são fatores determinantes na construção do sentido do texto. Partindo de tais pressupostos, e ste projeto de pesquisa tem por base dois objetivos, um, de cunho "político", no que tange ao levantamento do real nível de leitura e de letramento dos universitários ingressantes nos cursos das áreas das Ciências Humanas e das Ciências Exatas da Universidade Federal do Pampa, e, teórico, no que concerne à reflexão a partir dos dados levantados, que, em recorte, serão focalizados sob o prisma do processamento de inferências partindo dos aspectos sociais que envolvem os indivíduos, ou seja, traçar uma relação dialética entre os aspectos discursivos e cognitivos envolvidos no processamento da leitura. Para tal fim, ancorados metodologicamente pelos postulados de Robert Sternberg (1989), de David Rumelhart (1986) e de Harry Singer e Robert Ruddell (1977), pretender-se-á aplicar, um teste de nivelamento de leitura e um questionário de perfil do leitor a alunos ingressantes na UNIPAMPA nas áreas das Ciências Humanas

description

oi

Transcript of Proje To

Page 1: Proje To

CONTEXTO SOCIOCULTURAL E PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS: (INTER)RELAÇÕES NO PROCESSAMENTO DA LEITURA.

1- Resumo:

Ler é uma atividade complexa que pode ser definida basicamente como “um

processo de representação, e, como este processo envolve o sentido da visão, ler é, na sua

essência, olhar para uma coisa e ver outra” (LEFFA, 1996). Neste contexto, a leitura é um

processo de atribuição de significados, onde o “sentido da visão”, ou seja, tanto os vetores

cognitivos, quanto os sociais, são fatores determinantes na construção do sentido do texto.

Partindo de tais pressupostos, este projeto de pesquisa tem por base dois objetivos, um, de

cunho "político", no que tange ao levantamento do real nível de leitura e de letramento dos

universitários ingressantes nos cursos das áreas das Ciências Humanas e das Ciências Exatas

da Universidade Federal do Pampa, e, teórico, no que concerne à reflexão a partir dos dados

levantados, que, em recorte, serão focalizados sob o prisma do processamento de inferências

partindo dos aspectos sociais que envolvem os indivíduos, ou seja, traçar uma relação

dialética entre os aspectos discursivos e cognitivos envolvidos no processamento da leitura.

Para tal fim, ancorados metodologicamente pelos postulados de Robert Sternberg (1989), de

David Rumelhart (1986) e de Harry Singer e Robert Ruddell (1977), pretender-se-á aplicar,

um teste de nivelamento de leitura e um questionário de perfil do leitor a alunos ingressantes

na UNIPAMPA nas áreas das Ciências Humanas e das Ciências Exatas nos campi Jaguarão e

Bagé, seguido de um protocolo de leitura; ambos a serem aplicados individualmente. Assim, a

partir do corpus de análise, almejamos responder a duas questões que ancoram este projeto:

Qual o nível de leitura dos alunos da rede básica de ensino ingressantes na UNIPAMPA, e,

qual a relação entre os aspectos cognitivos e contextuais que se intercalam no processamento

de leitura, e, conseguintemente, na produção de inferências. Desta forma, esperamos

contribuir para o mapeamento do nível de leitura dos discentes da dita universidade, servindo

este como ponto de partida para o fomento de políticas internas que anteparem o ensino-

aprendizagem dos discentes que ingressam na UNIPAMPA, dada a suma relevância da leitura

para a sociedade letrada, assim como lançar mãos a planos analíticos de cunho teórico que

tragam à área da psicolinguística contribuições acerca de novas abordagens ao processamento

da leitura.

Palavras-chave: Cognição; Leitura; Produção de Inferências; Interação; Contexto.

Page 2: Proje To

2- Introdução

Ler é uma atividade complexa que pode ser definida basicamente como “um

processo de representação, e, como este processo envolve o sentido da visão, ler é, na sua

essência, olhar para uma coisa e ver outra” (LEFFA, 1996). Neste contexto, a leitura é um

processo de atribuição de significados, onde o “sentido da visão”, ou seja, tanto os vetores

cognitivos, quanto os sociais, são fatores determinantes na construção do sentido do texto.

Partindo de tais pressupostos, este projeto de pesquisa tem por base dois objetivos:

Um, de cunho "político", no que tange à realidade do nível de leitura e letramento dos

universitários ingressantes nos cursos das áreas das Ciências Humanas e das Ciências Exatas

da Universidade Federal do Pampa; e, teórico, no que concerne à reflexão a partir dos dados

levantados, que, em recorte, será focalizado no processamento de inferências partindo dos

aspectos sociais que envolvem os indivíduos, ou seja, traçar uma relação dialética entre os

aspectos discursivos e cognitivos envolvidos no processamento da leitura.

Para tal fim, ancorados metodologicamente pelos postulados de Robert Sternberg

(1989), de David Rumelhart (1986) e de Harry Singer e Robert Ruddell (1977), pretender-se-á

aplicar, um teste de nivelamento de leitura e um questionário de perfil do leitor a alunos

ingressantes na UNIPAMPA nas áreas das Ciências Humanas e das Ciências Exatas nos

campi Jaguarão e Bagé, seguido de um protocolo de leitura; ambos a serem aplicados

individualmente.

Assim, a partir do corpus de análise, almejamos responder a duas questões que

ancoram este projeto: Qual o nível de leitura dos alunos da rede básica de ensino ingressantes

na UNIPAMPA, e, qual a relação entre os aspectos cognitivos e contextuais que se intercalam

no processamento de leitura e na produção de inferências.

Desta forma, esperamos contribuir para o mapeamento do nível de leitura dos

discentes da dita universidade, servindo este como ponto de partida para o fomento de

políticas internas que anteparem o ensino-aprendizagem dos discentes que ingressam na

UNIPAMPA, dada a suma relevância da leitura para a sociedade letrada, assim como lançar

mãos a planos analíticos de cunho teórico que tragam, à área da psicolinguística,

contribuições acerca de novas abordagens ao processamento da leitura.

3- Justificativa

Page 3: Proje To

4- Objetivos

4.1- Geral

4.2- Específicos

5- Material e métodos

6- Resultados Esperados

7- Referências

Page 4: Proje To

A lingüística não compreendia que na evolução histórica da linguagem, a própria estrutura do significado e a sua natureza psicológica se transformam também. (p. 103)

Das generalizações primitivas, o pensamento verbal vai-se elevando ao nível de conceitos mais abstratos. Não é apenas o conteúdo de uma palavra que se altera, mas a forma como a realidade é generalizada e refletida numa palavra. (p. 103)

Qualquer análise da interação entre o pensamento e a palavra terá de principiar por investigar os diferentes planos e fases que um pensamento percorre antes de se encarnar nas palavras. (p. 106)

A primeira coisa que qualquer estudo revela é a necessidade de estabelecer a distinção entre dois planos de discurso. Ambos os aspectos da linguagem, tanto o interno, significante, semântico, como o aspecto externo, fonético, têm as suas leis de movimento específicas, embora formem uma verdadeira unidade, mas que é uma unidade complexa e não homogênea. ( p. 106)

Quando começa a dominar a fala exterior, a criança principia por uma palavra, passando depois a ligar dois ou três termos entre si; um pouco depois, progride das frases simples para outras mais complicadas, chegando por fim ao discurso coerente composto por uma série de frases dessas; por outras palavras, progride da parte para o todo. Relativamente ao significado em contrapartida, a primeira palavra da criança é uma frase completa. Semanticamente, a criança parte do todo, de um complexo significante e só mais tarde começa a dominar as unidades semânticas separadas, os significados das palavras e a subdividir o seu pensamento primitivamente indiferenciado nessas unidades. O seu aspecto externo e o aspecto semântico da linguagem desenvolvem-se em direções opostas – o primeiro do particular para o geral, da palavra para a frase e o outro do todo para o particular, da frase para a palavra. (p. 106)