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1 DEPARTAMENTO DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS CURSO DE SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGOGICA COMPLEMENTO LICENCIATURA Projecto de intervenção sócio-educativa Domingas Gabriela Antunes Setembro 2010

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1

DEPARTAMENTO DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS CURSO DE SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGOGICA

COMPLEMENTO LICENCIATURA

Projecto de intervenção sócio-educativa

Domingas Gabriela Antunes

Setembro 2010

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Projecto de intervenção socioeducativa

TÍTULO:

Criação de um gabinete de aconselhamento às crianças em situação de

risco na Escola EBI Palmarejo (13 de Janeiro)

Projecto de intervenção educativa apresentado à

UNICV para a obtenção do grau de Licenciatura

em Supervisão e Orientação Pedagógica sob

orientação da Dr. Hélder António Lopes Moreira

3

INDICE

IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO.............................................................................4

INTRODUÇÃO..............................................................................................................5

1- ENQUADRAMENTO...............................................................................................6

2. CARACTERIZAÇAO DA ESCOLA...........................................................................8

3. ANÁLISE SITUACIONAL.....................................................................................9

3.1- DIAGRAMA DOS PROBLEMAS.......................................................................11

4-LÓGICA DE INTERVENÇÃO..................................................................................11

4.1-DIAGRAMA DOS OBJECTIVOS........................................................................12

4.2-DIAGRAMA DAS ESTRATÉGIAS.....................................................................13

5-EXTRUTURA ORGANIZACIONAL E PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJECTO...................................................................................................................13

5.1. Coordenador do Projecto........................................................................................14

5.2. Parceiros.................................................................................................................14

6- METODOLOGIA.......................................................................................................14

7. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES........................................................................15

8. RECURSOS................................................................................................................15

9- QUADRO LÓGICO...............................................................................16

10. ORÇAMENTO.........................................................................................................18

11. SISTEMA DE AVALIAÇÃO E MONITORIZAÇÃO...............................................18

12- NOTAS FINAIS ………………………………………………………………………….19

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IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO:

Criação de um gabinete de aconselhamento às crianças em

situação de risco na Escola 13 de Janeiro.

Localização: Escola do EBI de Monte Vermelho – Palmarejo

Responsável do Projecto: Gestor da Escola

Beneficiários Directos: Alunos do EBI e respectivos Pais encarregados da educação.

Beneficiários Indirectos: População de casa lata, Fonton, Monte Vermelho e Tira Chapéu.

Implementação do Projecto: Ano Lectivo 2010/2011

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INTRODUÇÃO

A ideia de elaboração deste projecto surgiu na expectativa de responder e resolver um problema

considerado social e urgente dos alunos na Escola do Ensino Básico, 13 de Janeiro.

Numa convivência diária com os alunos da Escola 13 de Janeiro e pela observação

directa, verificou-se que os alunos da referida escola se encontram numa situação considerada

de risco pessoal e social, uma vez que passam muito tempo na rua e desrespeitam os colegas e

funcionários da instituição e membros da comunidade.

Após uma análise das necessidades da referida escola junto com o gestor e alguns

professores, chegou-se à conclusão de que a prioridade das prioridades seria elaborar um projecto

que respondesse a assistência às aulas e a diminuição do abandono escolar dos alunos dos bairros

arredores, que apresentam comportamentos considerados desviantes na escola.

Assim, as entrevistas feitas a alguns alunos e professores revelam que um grupo de

alunos considerado grande no universo oitocentos e sessenta e quatro educandos com idade

compreendida entre os 11 aos 16 anos, levaram-nos a perceber que existe uma necessidade

crescida de uma intervenção urgente da comunidade educativa visando minimizar o problema.

Com este projecto, pretende-se, incentivar os parceiros, no sentido de mobilizar os recursos

disponíveis para tirar o maior proveito das potencialidades a favor da resolução de um problema

socioeducativo de forma a proporcionar esses alunos melhores condições de aprendizagem.

Este projecto estará focado à volta de três aspectos essenciais, a saber:

A resolução do problema identificado que espelha a realidade actual;

Os objectivos que anseia a situação melhorada no futuro próximo;

As estratégias de implementação em conformidade com os objectivos traçados.

A escola hoje em dia, não é vista como uma instituição que serve só para instruir e ensinar,

mas sim como uma instituição capaz de criar condições que favoreça a equidade dos seus educandos

e previna a marginalização social, para que todos tenham sucessos na aprendizagem. Portanto, a

elaboração de um projecto na escola implica o desenvolvimento de competências, reflecte uma

concepção de produção de conhecimento colectivo. Sendo o projecto considerado por Adalberto

Carvalho, como uma “expressão e factor de progresso”, exprime também a atitude do profissional, a

sua perspectiva, diante de uma situação que inevitavelmente o ultrapassa.

A melhoria da qualidade de ensino passa sobretudo, pelo aproveitamento das

potencialidades que os recursos humanos nos oferecem, contribuindo assim para a melhoria e

satisfação dos objectivos do sistema do ensino. Assim, este projecto envolverá a participação de

todos os docentes interessados e os seus educandos.

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1- ENQUADRAMENTO

As organizações de caris sociais desenvolvem sistematicamente Projectos de

Intervenção Socioeducativa com actividades no domínio da intervenção social visando muito

genericamente, a integração e desenvolvimento social do grupo-alvo a quem se dirige o seu

trabalho.

Costuma-se indicar como situação de risco a condição do despeito dos direitos à vida, à

saúde, à alimentação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à

liberdade e à convivência comunitária.

Configuram-se situações de risco pessoal/social na infância e adolescência, casos de:

Abandono e negligência;

Abuso e maus-tratos na família e nas instituições;

Exploração e abuso sexual;

Trabalho abusivo e explorador;

Tráfico de crianças e adolescentes;

Uso e tráfico de drogas;

Conflito com a lei, em razão de cometimento de acto infraccional.

A Protecção Integral da criança e do adolescente, requer um conjunto articulado de

acções por parte do Estado e da sociedade que vão desde a concepção de Políticas Sociais até a

realização de Programas e projectos locais de atendimento implementados pelo governo ou

pelas escolas sob pena de entregarmos a tutela dessas crianças ao desespero e ao crime e sermos

nós mesmos suas vítimas.

O abandono de crianças e adolescentes à própria sorte pelos pais/ responsáveis, pela

sociedade e pelo Estado e pela própria escola é considerado violação aos direitos e garantias

constitucionais.

Actualmente as crianças e adolescentes em situação de risco pessoal/social constituem

objecto de muitos estudos e pesquisas e uma certa urgência na análise critica alternativas de

actuação das instituições à medida que aumenta a preocupação social em torno desta

problemática, considerada mundial.

Apontar caminhos para a diminuição das desigualdades socioeducativas, poderá levar a

uma melhoria na qualidade de vida desses alunos, diminuindo os desvios de comportamentos, o

que garantiria, no futuro, uma sã convivência social dos que habitam neste país.

Segundo especialistas, os pais que trabalham fora de casa, as mães que educam sozinhas

os seus filhos, as famílias com um filho único, a competitividade entre outros são factores

condicionantes sociais que marcam a vida de muitas crianças e que as levam a ter

comportamentos menos desejados na sociedade.

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A escola tem sido a instituição escolhida para ajudar a família e o estado a resolver os

problemas sociais, ensinando valores de modo a cumprir a sua finalidade de educação para a

vida na sociedade, para além do preparar o indivíduo para o mundo de trabalho.

À escola é confiada o cuidado de transmitir às crianças, os valores culturais, sociais e

morais, considerados indispensáveis à formação para a integração do indivíduo no seu meio

social. Ela não só transmite conhecimentos, como também possibilita o crescimento, o

desenvolvimento e a construção de um lugar na sociedade a que pertence.

A promoção de actividades que visem o estreitamento de ligação escola -comunidade,

actividades estas que envolvem a participação directa dos pais, ajudará bastante na diminuição

do abandono escolar, da repetência, redução da taxa de absentismo ás aulas enfim, resolverá

uma série de problemas da comunidade escolar.

As rápidas mudanças que o mundo hoje enfrenta exigem que os profissionais da

educação prestem mais atenção a outros aspectos do desenvolvimento pessoal dos alunos, no

sentido de incorporarem nas suas práticas, responsabilidades e respostas a essas mudanças.

Para Maria de Fátima Nunes Molaib (1999), a adolescência desassistida perturba a

constituição da identidade do indivíduo.

Sabe-se que o homem, como ser cultural, é influenciado pelo seu meio social,

especialmente, durante a formação de sua identidade. É certo que tanto os aspectos considerados

socialmente positivos, como os negativos, participam da determinação da identidade própria de

cada ser humano. Cada um pertencente a seu grupo social, em alguma medida influencia na

identidade dos outros membros, ao mesmo tempo em que incorpora características do grupo. As

conversas e o vestuário dos adolescentes mostram claramente a busca de uma identidade grupal.

Por isso, a infância e a adolescência, vividas nas ruas, merecem especial atenção das

políticas sociais, enquanto etapas do ciclo de vida que deveriam ser destinadas primordialmente

à educação e à formação dos indivíduos.

Segundo Rita Melissa Lepre (2002), na adolescência a construção da identidade é o

resultado da interacção entre o indivíduo e o meio e, utilizando o referencial teórico de Erick

Erikson, esclarece:

No adolescente dos 13 aos 18 anos a qualidade do ego a ser desenvolvida é a identidade,

sendo a principal tarefa adaptar o sentido do eu às mudanças físicas da puberdade, além de

desenvolver uma identidade sexual madura, buscar novos valores e fazer uma escolha

ocupacional".

Segundo Erikson (1972), citado por Molaib “em termos psicológicos, a formação da

identidade emprega um processo de reflexão e observação simultâneas, um processo que ocorre

em todos os níveis do funcionamento mental, pelo qual o indivíduo se julga a si próprio à luz

daquilo que percebe ser a maneira como os outros o julgam, em comparação com eles próprios e

com uma tipologia que é significativa para eles.

8

Portanto, esta citação leva-nos a concluir que a construção da identidade é pessoal e

social, e deve acontecer de forma interactiva, através de trocas entre o indivíduo e o meio em

que está inserido. E desta forma aconselha-se que a escola em conformidade com a família

sejam principais autores promotores desta personalidade, proporcionando aos adolescentes e

crianças uma identidade que seja benéfica para todos.

A elaboração de um projecto na Escola e sua implementação proporciona o

desenvolvimento. Sendo o projecto uma “expressão e factor de progresso”, exprime também a

atitude do profissional, a sua perspectiva, diante de uma situação que o ultrapassa. Adalberto

Carvalho.

Este projecto envolverá a participação de todos os docentes interessados e os seus

educandos, já que vai funcionar em regime autónomo, coordenado por um responsável designado

pela Delegação, que fornecerá todas as linhas orientadoras para o seu envolvimento.

2. CARACTERIZAÇAO DA ESCOLA

O pólo nº 12/C de Monte Vermelho, denominado Escola 13 de Janeiro, fica situado a

Sudoeste da cidade da Praia mais concretamente em Palmarejo, no ano lectivo 2009\2010,

trabalhou com um total de 864 alunos distribuídos por 12 salas perfazendo um total de 26

turmas, sob a responsabilidade de vinte e seis professores, todos com qualificações

profissionais, um gestor, uma auxiliares de secretaria, duas ajudantes de serviços gerais que

também apoiam os serviços administrativos. O pólo conta ainda, com quatro (4) cozinheiras que

garantem a preparação e distribuição da refeição quente e dois guardas.

A referida Escola situa-se em Monte Vermelho, também denominado Palmarejo, recebe

alunos oriundos dos bairros arredores carenciados de Palmarejo, Casa Lata, Fonton, Monte

Vermelho, Bela Vista e Tira Chapéu.

Quadro 1 – Distribuição dos alunos por turma

Ano de leccionação Número de turmas Número de alunos

1˚ Ano 4 123

2˚ Ano 5 165

3˚ Ano 5 143

4˚ Ano 4 122

5˚ Ano 5 168

6˚ Ano 3 108

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Quadro 2 – Corpo docente

Categoria Tempo de serviço Vinculo Habilitação académica/profissional

7ª 7B Outras 0a5 5a10 10+ Q E C IP MP Outras Ex

7˚ a

Ex

5˚ a

Outras

17 6 8 1 5 25 17 14 0 22 2 7 4 11 16

Legenda: Q – Quadro; E – Eventual; C – Contrato de Provimento; IP – Instituto Pedagógico; MP – Magistério

Primário

Recursos físicos e materiais

O referido pólo conta com 12 salas de aula um gabinete do gestor, secretaria e uma

biblioteca. No que diz respeito ao lazer e desporto, o pólo é servido por duas placas desportivas.

Anexa à secretaria encontra-se uma biblioteca bem equipada em termos de mobiliários, mas

pouco apetrechada em termos de material didáctico. Existe um pequeno espaço que serve de

cantina escolar.

3. ANÁLISE SITUACIONAL

Atendendo ao desenvolvimento acelerado das sociedades que infelizmente traz consigo

os males sociais (droga, prostituição, alcoolismo, entre outros) os pré adolescentes da referida

escola, pertencente aos bairros acima mencionados, convivem diariamente na localidade onde

moram, com grupos formados de jovens delinquentes e desta forma transportam alguns

comportamentos indesejados para a escola.

É do nosso conhecimento que os alunos levam para a escola, os seus hábitos, seus

costumes, seus valores, suas crenças, seus desejos, seus modelos e aspirações. Contudo têm que

apreender as normas de convivência com os outros na escola, muitas vezes com ideologias

diferentes.

O presente projecto ajudará na resolução do problema das crianças e adolescentes em

situação de risco na escola 13 de Janeiro, levando em conta sua condição social e o contexto

escolar e familiar em que vivem.

À semelhança do que acontece em quase todas as outras escolas do país, esta enfrenta

vários problemas sociais que afecta e compromete o desenvolvimento saudável do processo

ensino aprendizagem dos seus educandos.

Nos anos anteriores muitos alunos que saíram desta escola resolveram não continuar os

estudos e enveredaram por caminhos pouco dignos. É de salientar que neste presente ano

lectivo, muitos alunos do 5º e 6º anos com idades compreendidas entre os 11 e 16 anos, recusam

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assistir às aulas, perturbando o funcionamento das outras salas e muitas vezes ameaçam os

colegas e o próprio professor.

A realidade mostra alunos da escola 13 de Janeiro a trabalharem de lavadores de carros, de

carregadores de sacos de compra à porta de supermercados do bairro ou a fazer qualquer outra coisa

que renda algum dinheiro para ajudar os pais ou para suportar alguns vícios já adquiridos. Passam

muito tempo entregues à rua o que pode levar à distorção na formação da identidade.

O problema desses alunos está associado à pobreza, à desigualdade e à exclusão social.

Nos bairros onde eles vivem as suas famílias são carenciadas e por isso os pais passam o dia

fora de casa à procura de sobrevivência fazendo com que estes materializem nas ruas, as suas

situações de risco.

Com este projecto pretende-se apoiar as crianças em situação de risco na escola 13 de

Janeiro e proporcionando-lhes melhores condições para o sucesso no ensino e aprendizagem.

Atendendo a constituição da República que na sua alínea a) do Artigo 7º Tarefas do

Estado, visa “promover o bem estar e a qualidade de vida do povo cabo-verdiano,

designadamente dos mais carenciados, e remover progressivamente os obstáculos de natureza

económica, social, cultural e política que impedem a real igualdade de oportunidades entre os

cidadãos, especialmente os factores de discriminação da mulher na família e na sociedade” e o

ante-projecto de decreto – legislativo que altera a Lei de Bases do Sistema Educativo ao definir

as tarefas fundamentais da escola e do processo educativo que nela se desenvolve, no seu n.º 2,

do artigo 11.º, incentiva o desenvolvimento do espírito criativo e a adaptação às mutações da

sociedade, e da ciência, elaborou-se o presente projecto que irá em parte responder aos anseios

do Estado e da sociedade civil.

Neste sentido pretendemos, em resposta a lei supracitada e em parceria com outras

instituições implementar este projecto de carácter social e educativo, visando a sensibilização

dos pais e encarregados da educação, alunos e comunidade em geral sobre os direitos e deveres

da criança, os males sociais e a importância da educação na vida social e pessoal do individuo,

para que juntos possamos lutar para um futuro melhor para essas crianças.

Com este projecto estamos cientes de que, considerando que a sensibilização, a

informação e a mobilização para a problemática que afectam a infância e a adolescência

possamos contribuir para a redução das situações de risco apoiando as crianças em situação de

risco e as respectivas famílias a combater as situações de abandono escolar e exclusão social.

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3.1- DIAGRAMA DOS PROBLEMAS

EFEITO

CAUSAS CAUSAS

O diagrama dos problemas permite-nos realçar a forte relação existente entre causa efeito. Pode-se

verificar que as causas são praticamente todas de origem social e basicamente familiar, mostrando a forte influência

que os pais têm na educação, socialização e integração das crianças e adolescentes. As causas familiares levam ao

distúrbio de comportamento e consequentemente ao baixo rendimento escolar. As causas relacionadas com a escola

são de mais fáceis resolução. Este projecto por estar próximo dos intervenientes o que facilitará no processo de

integração dessas crianças e adolescentes. Isso poderá resolver o problema que está centrado na escola ficando por

resolver o centrado na família.

4 - LÓGICA DE INTERVENÇÃO:

Objectivos Globais

Com a implementação deste projecto pretende-se contribuir para a promoção da

integração socioeducativa das crianças e adolescentes em situação de risco da Escola 13 de

Janeiro e suas respectivas famílias, contribuindo para uma melhoria do processo ensino e

aprendizagem.

Dificuldades de integração na comunidade

escolar, das crianças e adolescentes em situação

de risco.

Desestruturação familiar

Falta de acompanhamento

adequado da escola e dos

encarregados de educação

Famílias

monoparentai

s.

Baixo

rendimento dos

agregados

familiares.

Inexistência de

técnicos e espaço

adequados para

responder as

necessidades

enfrentadas.

Falta de

professores

qualificados.

Pais que passam

muito tempo

fora de casa

(pobreza)

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Objectivo Específico

Criar um gabinete de apoio às crianças e adolescentes em situação de risco na escola 13 de

Janeiro.

4.1 - DIAGRAMA DOS OBJECTIVOS

FIM

MEIOS MEIOS

O diagrama dos objectivos, espelha os anseios benéficos para toda a comunidade educativa e que com

este projecto se pretende alcançar. As situações enfrentadas pelas crianças e adolescente que se traduzem na

realidade vividas na escola 13 de Janeiro, no entanto indesejadas, mencionadas no diagrama dos problemas foram

transformadas em situações melhoradas e almejadas no futuro, com a implementação deste projecto.

Numa visão global, este diagrama mostra-nos que os objectivos dão margem para várias intervenções. A

nossa será criação de um gabinete de atendimento às crianças em situação de risco. Acreditamos na importância e

contribuição que este projecto trará para a promoção da qualidade do processo ensino e aprendizagem.

Este diagrama permite-nos ainda ter uma visão global e clara de uma situação positiva desejada e leva-

nos a perceber que nem todos os objectivos podem ser alcançados pela intervenção prevista. Esses objectivos farão

parte de outras intervenções que, juntos, culminarão na resolução do problema.

Integração na comunidade escolar, das crianças

e adolescentes em situação de risco melhorada

Acompanhamento às crianças em

situação de risco melhorada

Famílias estruturadas

Núcleo familiar

estabilizado

Qualificação de

Professores

aumentada

Gabinete com

técnicos

qualificados

montado

Rendimento dos

agregados

familiares

elevado

13

4.2 - DIAGRAMA DAS ESTRATÉGIAS

Estratégia de intervenção Estratégia de intervenção

na família na Escola

As estratégias neste diagrama traduzem a futura intervenção deste projecto com critérios

que serão determinados pelas partes interessadas, sobretudo os professores e os pais e

encarregados de educação, sem esquecer as próprias crianças e adolescentes como actores

principais e beneficiários directos.

Estas estratégias traduzem em linhas mais específicas as orientações para a criação do

gabinete de apoio às crianças e adolescentes em situação de risco.

Acreditamos que estas estão focalizadas sobre recursos necessários para a montagem

deste gabinete, que se justifica pelo seu grau de importância. Certamente este gabinete

proporcionará oportunidades às crianças de aproveitarem melhor a escolar e conseguirem

melhores resultados. Existe uma preocupação dos professores, alunos colegas, direcção da

escola e os próprios pais perante a situação. Esta foi a razão principal, que determinou a

elaboração deste projecto cuja materialização é de interesse de todos os parceiros.

5 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJECTO

5.1. Coordenador do Projecto

Gestor do pólo Educativo Professor Ulisses Barros

Condições para a integração dos alunos e

sucesso no processo ensino e aprendizagem

criadas.

Acompanhamento às

crianças em situação de

risco melhorado

Condições sócio familiar

melhoradas

Rendimento dos

agregados

familiares

aumentado.

Estruturação

das famílias

melhorada.

Gabinete de apoio

e atendimento às

crianças e

adolescentes,

criado.

Qualificação de

Professores

aumentado

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5.2. Parceiros

Este projecto contará com os seguintes parceiros:

Ministério da Educação e Desporto; Delegação do MED; Instituto Cabo-verdiano da

Criança e do Adolescente (ICCA), Pais e Encarregados de Educação, Escola

Beneficiaria e outras instituições com sensibilidade sobre a matéria.

O presente projecto será implementado durante o ano lectivo 2010/2011.

6 - METODOLOGIA

Para o arranque deste projecto far-se-á um encontro com a direcção da escola, com os

professores, com os pais e encarregados de educação a reflexão sobre os problemas

identificados, nalgumas crianças sobretudo do 5º e 6º ano de escolaridade que afectam o normal

funcionamento do estabelecimento de ensino e que contribuíram para a identificação e

priorização dos problemas.

Foram identificadas várias situações relacionadas com o comportamento, dos alunos durante o

funcionamento normal das aulas e nas actividades diárias dos professores. e dos alunos que, junto dos

vários intervenientes, directos e indirectos do projecto, a direcção da escola, os professores e alunos e pais

e encarregados de educação elegemos, como problema prioritário, a dificuldades que alguns alunos estão

enfrentando de integração na comunidade escolar devido de comportamento o que dificulta o

aproveitamento das actividades lectivas.

O problema identificado levou a elaboração deste projecto. Como metodologia para a

sua implementação e na expectativa de transformar esta triste realidade numa situação

melhorada, recorrer-se-á a recolha de dados que levam a identificação dos alunos vulneráveis os

dados serão qualitativos baseados na técnica de entrevista dos alunos, pais e encarregados de

educação, professores, e observação naturalista do comportamento desses alunos.

Após o tratamento das informações recolhidas tanto das entrevistas como das

observações será feita a análise de conteúdos para a identificação dos alunos em situação de

risco.

A medida que se vai detectando problemas, os técnicos, resolvem o problema de acordo

com a orientação e o referencial que mais se adapta a realidade e o contexto em que decorre

cada situação.

O sucesso da implementação deste projecto, traduz em grande parte no sucesso dos nossos alunos

e na nossa sociedade num futuro próximo. Dependerá dos recursos humanos que estão disponíveis no seio

da classe docente que certamente contribuirão com empenho na sua implementação respondendo ao

objectivo macro da promoção de uma escola inclusiva.

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7. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

8. RECURSOS

I. Humanos

Dois psicólogos, assistente social e professores.

II. Materiais

Uma sala, uma secretaria, mesas e cadeiras, um televisor, um computador, um aparelho

DVD.

III. Financeiros

Actividades

S

O

N

D

J

F

M

A

M

J

A1 - Encontro para apresentação do projecto

aos parceiros

X

A2 - Negociação com MED para a

disponibilização dos técnicos

X X X

A3 – Encontros e discussão com os

parceiros e definição das modalidades de

financiamento.

X X

A4 – Aquisição de equipamentos

X X

A5 - Equipamento da sala de atendimento

X X

16

9 - QUADRO LÓGICO

Lógica de Intervenção Indicadores objectivamente

Verificáveis

Fontes de Verificação Hipóteses de risco

Objectivos

globais

Promover a integração das crianças

e adolescentes em situação de risco

na escola 13 de Janeiro

100% de participação e

envolvimento dos beneficiários;

Pelo menos 90% dos casos

serão resolvidos ate o final do

ano lectivo 2011/12

Relatórios;

Documentos estatísticos da

escola;

Observação naturalista;

Professores incluem nos

seus planos, actividades

com alunos em situação

de risco

Objectivo

específico

Criar um gabinete de apoio às

crianças e adolescentes em

situação de risco na escola 13 de

Janeiro.

Gabinete montado e inaugurado a

30 de Junho de 2011.

Gabinete Comunidade escolar

engaja-se na execução do

projecto.

Resultados

R1- Projecto Elaborado;

Projecto redigido e entregue até

27 de Setembro de 2010.

O Projecto

Ministério da Educação

disponibiliza todos os

meios humanos e

financeiros necessários

R2- Contactados os parceiros ou

potenciais colaboradores;

Projecto apresentado aos

parceiros, até 30 de Novembro

de 2010.

Aviso de recepção da carta

R3- Recursos mobilizados;

Recursos humanos e mater

iais disponibilizados até 30

de Novembro de 2010.

Talão de depósito numa conta

a abrir, para o efeito.

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R4 - Gabinete montado; Todos os materiais e

equipamentos disponíveis na

escola até 31 de Janeiro.

Verificação, acompanhamento

do projecto.

Actividades

A1 - Encontro para apresentação do

projecto aos parceiros Contactos realizado até 30 de

Setembro

Actas dos encontros

realizados

A2 - Negociação com MED para a

disponibilização dos técnicos Negociação feita ate 30 de

Dezembro

Actas dos encontros

realizados

A3 – Encontros e discussão com

os parceiros e definição das

modalidades de financiamento.

Assinatura de protocolo de

financiamento com as

modalidades de financiamento.

Janeiro 2011

O próprio protocolo

A4 – Aquisição de equipamentos Equipamentos comprados e

armazenados na escola até

finais de Abril de 2011

Equipamentos

A5 - Equipamento da sala de

atendimento Sala equipada e inaugura

da a 30 de Junho de 2011

Sala

Condições prévias:

Escola disponibiliza espaço

físico;

Autorização do Ministério da

Educação.

18

19

10- ORÇAMENTO

Tendo em conta o carácter social deste projecto, o seu orçamento se restringe

estritamente aos recursos humanos que serão disponibilizados de entre os quadros do Ministério

da Educação. Não obstante será necessário equipar uma sala para o referido atendimento que

contará com o seguinte orçamento:

Nº Materiais ou Equipamentos Unidade Preço Unitário Preço Total

1 Mesa suporte computadores 01 8 000$00 8 000$00

2 Computadores 01 45 000$00 45 000$00

3 Monitores 01 17 800$00 17 800$00

4 Impressora - HP Of. 6000 01 14 500$00 14 500$00

5 UPS 01 4 500$00 4 500$00

6 Scanner – G 31.1 01 16 500$00 16 500$00

7 Leitor de DVD, CD – Rom 01 5 500$00 5 500$00

8 Retro projector 01 3 270$00 3 270$00

9 Data Show – Epson EB-S7 01 70 000$00 70 000$00

10 Tela projecção (1,80 X 1,80) 01 13 000$00 13 000$00

11 Contrato e Instalação telefone 01 3 000$00 3 000$00

12 Adesão Serviços de Internet 01 2300$00 2300$00

13 Secretária 70 000$00 70 000$00

TOTAL GERAL 273 370$00

11- SISTEMA DE AVALIAÇÃO E MONITORIZAÇÃO

a) Relatórios trimestrais intermédios a cada três meses será elaborado um relatório

técnico sobre o andamento do projecto que descreverá as actividades realizadas e permitirá a

apreciação dos progressos verificados na realização dos objectivos imediatos do projecto.

O relatório compreenderá igualmente um resumo dos constrangimentos encontrados, e

uma nota sobre a situação do projecto, acompanhará ainda o relatório as fichas de presença dos

alunos assistidos e suas respectivas famílias, os demais documentos que se mostrarem

necessários para a justificação das actividades realizadas.

b) Relatório final – um relatório final será preparado no fim da implementação do projecto

pela equipa de técnicos responsáveis pela implementação. O projecto será avaliado

sistematicamente, indicando em que medida as actividades programadas foram executadas.

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12– NOTAS FINAIS

Chegado ao fim deste trabalho, conclui-se que é gratificante poder contribuir para a

melhoria do processo ensino e aprendizagem sobretudo numa vertente social que, obscuramente

torna embaraçosa o normal funcionamento das escolas e dificulta a integração social dos jovens.

Pensa-se muito numa política da educação mais próxima da formação integral do

indivíduo, ou seja uma educação que possibilite ao indivíduo uma melhor integração social

baseada num currículo que perspectiva a integração de conteúdos e uma abordagem por

competência.

Outrora, o projecto de intervenção educativa era decidido pelos dirigentes que faziam

cumprir as orientações e legislação educativa no que tange às intervenções pedagógicas,

sobretudo para colmatar as dificuldades no âmbito pedagógico das escolas que demonstrarem

resultados das aprendizagens dos alunos menos esperados. Actualmente tornou-se desafio das

escola e dos profissionais da educação contribuir com elaboração de projectos educativos, sejam

eles de caris social e/ou pedagógico com vista a responder de forma directa as necessidades da

comunidade escolar.

A educação de hoje requer uma busca constante da qualidade, da produtividade e

competitividade. Este novo desafio das escolas requer capacidades técnicas e profissionais da

instituição educativa por forma a reajustar o sistema na busca de melhoria da qualidade do

serviço prestado.

Será preciso, que as organizações educativas dediquem, ao máximo, as suas atenções, de

forma a eliminarem, ou reduzirem ao mínimo, os efeitos danosos que resultam das distorções,

originadas pela ausência ou presença de factores que podem influenciar a integração social dos

cidadãos.

Certamente este projecto conjunto dos intervenientes educativos servirá de estímulo à

escola e aos pais encarregados de educação, tendo em vista os resultados positivos e

satisfatórios para os educandos e toda a comunidade educativa.

Estamos cientes de que vamos resolver o problema agudo de integração das crianças da

escola 13 de Janeiro contribuindo assim para uma sã convivência futura.

No entanto é importante realçar que existe uma elevada expectativa em relação à

implementação deste projecto. Tanto professores como pais esperam que este projecto venha

proporcionar o desenvolvimento de actividades que visem prevenir os comportamentos de risco

e a violência na escola e na comunidade promovendo um ambiente de solidariedade entre as

crianças/adolescentes e toda a comunidade educativa.

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RREFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Este projecto teve como suporte a seguinte bibliografia:

BARBIER, Jean-Marie, Elaboração de Projectos de Acção e Planificação, Porto, Porto Editora,

1993

EINSENSTEIN, Evelyn; SOUZA, Ronald P. (1993). Situações de Risco à Saúde de Crianças e

Adolescentes. Petrópolis: Cenespa.

QUIVY, Raymond; CAMPENHOUDT, Luc Van, Manual de Investigação em Ciências Sociais,

Lisboa, Gradiva, 1992

VASCONCELOS, Fernando Nuno, Projecto Educativo – Teoria e Prática nas Escolas, Lisboa,

Texto Editora, 1999.

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