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TPGfolitécnico
Polytechnicof Guarda
PROJETO AMBIENTAL
Licenciatura em Engenharia do Ambiente
Ana Filipa dos Santos MonteiroFábio Nunes Pereira Gonçalves
dezembro 1 2014
Instituto Politécnico da Guarda
Escola Superior de Tecnologia e Gestão
Caracterização de equipamentos e hábitos de
consumo energéticos na região da Guarda
Ana Filipa dos Santos Monteiro Nº 1009978
Fábio Nunes Pereira Gonçalves Nº 1008887
Engenharia do Ambiente
Dezembro 2014
Caracterização de equipamentos e hábitos de
consumo energéticos na região da Guarda
Engenharia do Ambiente, 3º Ano, 2013/2014
Professor orientador: Prof. Rui Pitarma
Discentes:
Ana Monteiro Nº 1009978
Fábio Gonçalves Nº 1008887
Dezembro de 2014
Este trabalho é apresentado no âmbito
da disciplina de Projeto Ambiental do
curso de Engenharia do Ambiente
“Está a surgir um novo tempo, as novas energias são capazes de ofuscar as antigas, e o
que parecia verdade torna-se meia verdade ou apenas ilusão.”
Lamharck Dias
Agradecimentos
Os nossos agradecimentos vão em primeiro lugar para o nosso orientador do
projeto, o Professor Doutor Rui Pitarma, por todo o apoio que nos deu, pelo seu
profissionalismo e pela disponibilidade demonstrada.
Agradecemos de igual modo à Professora Cecília Fonseca e ao Doutor Abel
Fonseca Ferreira, que apesar de não fazerem parte do nosso percurso de licenciatura
foram incansáveis na ajuda que nos foi dada para a utilização do programa SPSS.
Agradecemos também a todos os docentes que fizeram parte de toda esta jornada
para completar o curso de Engenharia do Ambiente, pois sem eles jamais seria possível
alcançar esta etapa.
Agradecemos o apoio e disponibilidade de todas as pessoas que nos
acompanharam na nossa caminhada e que nos transmitiram a força necessária para
continuar o nosso caminho.
Por fim agradecemos aos nossos pais, irmãos e família pela compreensão, apoio,
paciência e amor demonstrado que nos permitiram concluir o nosso projeto de
licenciatura. Obrigado a todos!
i
Resumo
Em Portugal, o consumo de energia elétrica no setor doméstico, segundo dados
da Base de Dados Portugal Contemporâneo (PORDATA), corresponde a 17% do
consumo total de energia elétrica.
Todos podemos contribuir para a redução deste consumo, identificando os
potenciais de poupança de energia nas habitações, de modo a definir onde atuar de
modo a aumentar a eficiência energética das habitações.
No entanto, diminuir os desperdícios e aumentar a eficiência, só por si, não é
suficiente. A solução passa por encontrar novas fontes de energia em detrimento da
exploração dos recursos fósseis, energias que protejam os ecossistemas e preservem os
recursos naturais. Para isso é necessário um plano a longo prazo, que proteja a nossa
geração e garanta a sobrevivência das gerações futuras.
Algumas das medidas a adotar, para uma utilização mais eficiente e sustentável
da energia em edifícios de habitação, passa pela substituição de eletrodomésticos por
outros mais eficientes, pela troca dos sistemas de iluminação por alternativas mais
eficientes e económicas, melhorar o isolamento térmico, e apostar em energias
renováveis, como por exemplo o uso da energia solar para o aquecimento de águas
sanitárias.
Este trabalho consiste na caracterização de equipamentos e hábitos de consumo
energético nas habitações. Esta análise é feita com base na elaboração de inquéritos aos
moradores do distrito da Guarda e consequente avaliação dos mesmos, permitindo tirar
conclusões acerca dos sistemas de climatização das habitações, do uso de grandes
eletrodomésticos, iluminação e comportamentos de consumo.
Palavras-chave: consumo energético, eficiência energética, sistemas de climatização,
iluminação, aquecimento de águas sanitárias, SPSS.
ii
Abstract
In Portugal, the electricity consumption in the domestic sector, according to data
from the Data Base of Contemporary Portugal (PORDATA), corresponding to 17% of
total electricity consumption.
We can all help to reduce this consumption, identifying potential energy savings
in homes, so you know where to act to increase the energy efficiency of houses.
However, reduce waste and increase efficiency by itself is not enough, and the
solution is to find new energy sources, protecting the ecosystem, preserve natural
resources thereby abdicating the exploitation of fossil resources. For this a long-term
plan that protects our generation and ensure the survival of future generations is needed.
Some of the measures to adopt to a more efficient and sustainable energy use in
residential buildings involves the replacement of household appliances with more
efficient ones, replacing the existing lighting for more economical lighting, improve
thermal insulation, and invest in renewable energy, such as example the use of solar
energy for heating domestic water.
This paper consists of the characterization of equipment and habits of energy
consumption in homes. This analysis is based on the elaboration of surveys to the
residents of the district of Guarda and consequent evaluation of them, allowing
conclusions about the climate systems of homes, the use of major appliances, lighting
and consumption behaviors.
Keywords: Energy consumption, energy efficiency, climate systems, lighting, heating
domestic water, SPSS.
iii
Glossário
ADENE – Agência para a Energia
APISOLAR – Associação Portuguesa de Industria Solar
APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis
AQS – Águas Quentes Sanitárias
CFL – Compact Fluorescent Lamp
CO2 – Dióxido de Carbono
DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia
DP – Desvio Padrão
EDP – Energias de Portugal
INE – Instituto Nacional de Estatística
INETI – Instituto Nacional de Energia, Tecnologia e Inovação
K-S – Kolmogorov - Smirnov
LED – Light Emitting Diode (Díodos Emissores de Luz)
LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia
MED – Média
MOD – Moda
PORDATA – Base de Dados Portugal Contemporâneo
RA – Região Aceitável
RC – Região Crítica
REN – Rede Energética Nacional
SEEP – Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos
TWh – Terawatt – hora (medida de potência multiplicado por um tempo)
UE – União Europeia
iv
Índice
Resumo .............................................................................................................................. i
Abstract ............................................................................................................................. ii
Glossário .......................................................................................................................... iii
Índice ............................................................................................................................... iv
Índice de figuras ............................................................................................................. vii
Índice de tabelas ............................................................................................................... x
1. Introdução ................................................................................................................. 1
1.1. Enquadramento do tema .................................................................................... 1
1.2. Objetivos ............................................................................................................ 2
1.3. Estrutura do trabalho .......................................................................................... 3
2. Energias renováveis em Portugal ............................................................................. 4
2.1. Energia eólica em Portugal ................................................................................ 8
2.2. Energia hídrica em Portugal ............................................................................ 10
2.2.2. Complementaridade hídrica-eólica ............................................................... 10
2.3. Energia solar em Portugal ................................................................................ 11
2.4. Biomassa em Portugal ..................................................................................... 15
2.5. Energia geotérmica em Portugal ...................................................................... 16
3. Situação de Portugal na Europa .............................................................................. 19
4. Consumo energético nas habitações ....................................................................... 21
4.1. Energia renovável em habitações .................................................................... 23
4.1.1. Microgeração ................................................................................................ 24
5. Etiqueta energética ................................................................................................. 25
5.1. Etiqueta SEEP .................................................................................................. 29
v
6. Eletrodomésticos .................................................................................................... 31
6.1. Equipamentos de frio ....................................................................................... 31
6.2. Equipamentos de escritório e entretenimento .................................................. 33
6.3. Máquinas de lavar e secar ................................................................................ 33
6.4. Cozinha ............................................................................................................ 34
6.5. Outros ............................................................................................................... 35
7. Climatização ........................................................................................................... 37
7.1. Equipamentos com recurso a energias renováveis .......................................... 37
7.1.1. Solar térmico ............................................................................................ 37
7.1.2. Biomassa ................................................................................................... 38
7.1.3. Solar térmico mais biomassa .................................................................... 39
7.1.4. Ar condicionado/Bomba de calor ............................................................. 40
7.2. Sistemas de climatização móveis ..................................................................... 41
7.3. Sistemas de climatização fixos ........................................................................ 41
7.3.1. Sistema central .......................................................................................... 41
7.3.2. Acumulador de calor ................................................................................ 42
8. Iluminação .............................................................................................................. 46
9. Aquecimento de águas sanitárias ............................................................................ 51
10. Estudo prático ...................................................................................................... 52
10.1. Enquadramento............................................................................................. 52
10.1.1. Problema em estudo .............................................................................. 52
10.1.2. Objetivos do trabalho ............................................................................ 53
10.2. Instrumento, procedimento e tratamento de dados....................................... 54
10.2.1. Instrumento de recolha de dados .......................................................... 54
10.2.2. Procedimentos de recolha de dados ...................................................... 55
10.2.3. Apresentação e análise dos dados ......................................................... 55
10.2.4. População .............................................................................................. 56
vi
10.3. Apresentação e análise de resultados ........................................................... 56
10.3.1. Características sociodemográficas da amostra...................................... 57
10.3.2. Consumos de energia ............................................................................ 65
10.3.3. Equipamentos de frio ............................................................................ 82
10.3.4. Equipamentos de lavar/ secar roupa e lavar louça ................................ 86
10.3.5. Iluminação .......................................................................................... 101
10.3.6. Aquecimento ....................................................................................... 103
10.3.6.1. Aquecimento localizado .................................................................. 107
10.3.6.2. Aquecimento centralizado ............................................................... 114
10.3.7. Aquecimento de águas sanitárias (AQS) ............................................ 122
10.3.8. Fatores relevantes na compra e alteração de comportamentos ........... 125
11. Conclusões ......................................................................................................... 141
Referências bibliográficas ............................................................................................ 146
Anexos .......................................................................................................................... 149
Anexo 1 Centrais produtoras de energia Hidroelétrica ................................................ 150
Anexo 2 Questionário relativo à caracterização dos equipamentos e hábitos de consumo
energético...................................................................................................................... 153
Anexo 3 Decreto de Lei nº 244/2002 de 5 de Novembro ............................................. 161
Anexo 4 Teste de comparação de duas proporções para as classes energéticas de
equipamentos de frio .................................................................................................... 165
Anexo 5 Teste de comparação de duas proporções para as classes energéticas das
máquinas de lavar/secar roupa/louça ............................................................................ 179
vii
Índice de figuras
Figura 1 – Importação de fontes primárias de origem fóssil (%) ..................................... 5
Figura 2 - Energia produzida a partir de fontes renováveis (TWh) .................................. 6
Figura 3 - Produção de eletricidade, por fonte, em Portugal Continental, no ano 2013
(TWh) e saldo importador ................................................................................................ 6
Figura 4 - Diferentes fontes de produção de eletricidade, em 2013 (%) .......................... 7
Figura 5 - Produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis por distrito, em
2013 (GWh) ...................................................................................................................... 8
Figura 6 - Evolução da potência instalada de energia eólica em Portugal Continental
(MW) ................................................................................................................................ 8
Figura 7 - Parques eólicos em Portugal e respetiva potência ........................................... 9
Figura 8 – Centros produtores (Produção Hidroelétrica) ............................................... 10
Figura 9 - Esquematização da complementaridade hídrica-eólica ................................. 11
Figura 10 - Média anual de radiação solar na Europa .................................................... 12
Figura 11 - Radiação solar em Portugal (MJ/m2 dia) ..................................................... 12
Figura 12 - Número de horas anuais de radiação solar em Portugal .............................. 13
Figura 13 - Central fotovoltaica nos Emirados Árabes Unidos ...................................... 14
Figura 14 - Parque solar fotovoltaico da Amareleja, Portugal ....................................... 15
Figura 15 - Consumo Mundial de eletricidade (103 TWh) 2005-2030........................... 19
Figura 16 - Quota de energia a partir de fontes renováveis (em % do consumo final
bruto de energia) ............................................................................................................. 20
Figura 17 - Consumo de energia final pelo setor doméstico (%), em 2012 ................... 21
Figura 18 - Consumo de energia no setor doméstico (2010) .......................................... 22
Figura 19 - Consumo energético nas habitações ............................................................ 22
Figura 20 - Representação da antiga etiqueta energética ............................................... 25
Figura 21 - Representação da nova etiqueta energética ................................................. 25
Figura 22 - Antiga etiqueta energética nos frigoríficos .................................................. 27
Figura 23 - Nova etiqueta energética nos frigoríficos .................................................... 27
Figura 24 - Exemplo de etiqueta energética da máquina de lavar a roupa ..................... 28
Figura 25 - Exemplo de etiqueta energética para televisão ............................................ 28
Figura 26 - Exemplo de uma etiqueta SEEP para as janelas .......................................... 29
Figura 27 – Aquecimento solar térmico ......................................................................... 38
viii
Figura 28 - Lareira a pellets ............................................................................................ 39
Figura 29 - Pellets ........................................................................................................... 39
Figura 30 - Exemplo de um sistema ar condicionado/bomba de calor ........................... 40
Figura 31 - Caldeira ........................................................................................................ 42
Figura 32 - Acumulador de calor .................................................................................... 42
Figura 33 - Esquema de um acumulador de calor dinâmico .......................................... 43
Figura 34 - Equipamento terminal de radiadores ........................................................... 44
Figura 35 - Equipamento terminal de convetores ........................................................... 44
Figura 36 - Equipamento terminal de piso radiante ....................................................... 44
Figura 37 - Lâmpadas fluorescentes tubulares ............................................................... 47
Figura 38 - Lâmpadas fluorescentes compactas ............................................................. 47
Figura 39 - Lâmpadas LED ............................................................................................ 48
Figura 40 - Lâmpada de halogéneo ................................................................................ 48
Figura 41 - Lâmpadas Incandescentes ............................................................................ 49
Figura 42 - Idades dos inquiridos (meio rural) ............................................................... 59
Figura 43 - Idades dos inquiridos (meio urbano) ........................................................... 60
Figura 44 - Tipo de fração e tipologia ............................................................................ 64
Figura 45 - Classes energéticas dos equipamentos de frio ............................................. 83
Figura 46 - Classes energéticas dos equipamentos de frio ............................................. 85
Figura 47 - Classes energéticas dos equipamentos de lavar e secar (roupa e louça) ...... 88
Figura 48 - Classes energéticas dos equipamentos de lavar e secar (roupa e louça) ...... 90
Figura 49 - Utilização semanal das máquinas de lavar roupa ........................................ 92
Figura 50 - Utilização semanal das máquinas de secar roupa ........................................ 94
Figura 51 - Utilização semanal das máquinas de lavar louça ......................................... 95
Figura 52 - Perfil de utilização das máquinas de lavar a roupa ...................................... 97
Figura 53 - Perfil de utilização das máquinas de secar a roupa ...................................... 99
Figura 54 - Perfil de utilização das máquinas de lavar a louça .................................... 100
Figura 55 - Tipo de lâmpadas ....................................................................................... 102
Figura 56 - Áreas climatizadas ..................................................................................... 104
Figura 57 - Distribuição da utilização dos equipamentos de climatização dos inquiridos
pelos meses do ano ....................................................................................................... 106
Figura 58 - Tipo de aquecimento localizado ................................................................ 108
Figura 59 - Perfil diário de climatização no meio rural ................................................ 110
Figura 60 - Perfil diário de climatização no meio urbano (dias de semana) ................ 111
ix
Figura 61 - Perfil diário de climatização no meio rural (fins de semana) .................... 112
Figura 62 - Perfil diário de climatização no meio urbano (fins de semana) ................. 113
Figura 63 - Equipamentos de produção de calor (meio rural) ...................................... 115
Figura 64 - Equipamentos de produção de calor e tipo de combustível usado para
alimentação da caldeira (meio urbano) ......................................................................... 116
Figura 65 - Perfil diário de climatização no meio rural ................................................ 118
Figura 66 - Perfil diário de climatização no meio urbano ............................................ 119
Figura 67 - Perfil diário de climatização no meio rural ................................................ 120
Figura 68 - Perfil diário de climatização no meio urbano ............................................ 121
Figura 69 - Tipo de sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias .................... 123
Figura 70 - Tipo de combustível usado para o aquecimento águas sanitárias .............. 124
Figura 71 - Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico ............................... 127
Figura 72 - Fatores relevantes na compra de lâmpadas ................................................ 129
Figura 73 - Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização ................... 131
Figura 74 - Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico ............................... 133
Figura 75 - Fatores relevantes na compra de lâmpadas ................................................ 135
Figura 76 - Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização ................... 137
Figura 77 - Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio rural) ........ 138
Figura 78 - Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio urbano) .... 139
x
Índice de tabelas
Tabela 1- Produção de biomassa florestal ...................................................................... 16
Tabela 2- Potencial disponível de biomassa florestal ..................................................... 16
Tabela 3 - Potência máxima de equipamentos em off-mode e modo standby ............... 36
Tabela 4 - Comparação entre lâmpadas incandescentes e fluorescentes compactas ...... 50
Tabela 5 – Género dos inquiridos ................................................................................... 57
Tabela 6 – Idade dos inquiridos ...................................................................................... 58
Tabela 7 – Concelho de residência dos inquiridos ......................................................... 60
Tabela 8 – Caracterização do local de residência ........................................................... 61
Tabela 9 - Tipo de fração e tipologia .............................................................................. 62
Tabela 10 – Produção de eletricidade para venda .......................................................... 65
Tabela 11 - Consumos efetivos de energia (kWh/hab)................................................... 66
Tabela 12 – Consumos de energia normalizados (kWh/hab) ......................................... 69
Tabela 13 - Comparação entre os consumos efetivos e normalizados (kWh/hab) ......... 73
Tabela 14 - Comparação dos valores efetivos com os valores dos censos 2011 ............ 76
Tabela 15 – Número da amostra relativa aos consumos mensais .................................. 77
Tabela 16 - Teste de normalidade para o consumo mensal de gasóleo .......................... 77
Tabela 17 - Teste de normalidade para o consumo mensal de lenha ............................. 78
Tabela 18 - Teste de Levene e teste T para a média ....................................................... 80
Tabela 19 - Teste Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U) para o consumo
mensal de lenha .............................................................................................................. 81
1
1. Introdução
A evolução da humanidade conduz-nos a uma constante busca por conforto, pois
cada vez passamos mais tempo no interior de edifícios, quer para trabalhar, quer para
fins de habitação e lazer, levando a que a exigência de conforto aumente, o que se
traduz num desenvolvimento de novas tecnologias mais eficientes, de modo a satisfazer
as necessidades da sociedade. Em Portugal, estima-se que as pessoas passem,
aproximadamente 80% do tempo em ambientes interiores.
Nas últimas décadas, a qualidade dos edifícios, a perceção de conforto dos
mesmos, como aquecimento/ arrefecimento do interior, necessidades básicas de higiene,
o uso de eletrodomésticos de apoio às variadas tarefas domésticas, como sendo a
máquina de lavar roupa, ou a máquina de lavar loiça, e mais recentemente, a introdução
do micro-ondas, leva-nos a um acréscimo significativo do consumo energético nas
habitações, nem sempre da forma mais eficiente e responsável.
Contudo, a sociedade atual está, na sua grande maioria, consciencializada para a
importância dos impactes ambientais causados pelo abusivo uso de energias fósseis,
tendo por isso mostrado interesse em apostar nas energias renováveis existindo portanto
uma necessidade de otimizar o uso da energia em processos, sistemas e equipamentos,
tentando manter o nível de conforto.
Dentro deste contexto, considerámos que o estudo relativo à caracterização dos
hábitos de consumo energéticos é um elemento importante para conseguirmos verificar
hábitos no distrito onde nos encontramos inseridos. Este estudo envolveu a
caracterização de equipamentos de frio, equipamentos de lavar/ secar roupa e louça,
iluminação e equipamentos de climatização, do mesmo modo que nos permitiu definir
alguns hábitos de consumo da população.
1.1. Enquadramento do tema
Nos últimos anos têm sido crescentes as preocupações para a criação de um
plano de desenvolvimento sustentável. Este conceito está relacionado com uma
2
estratégia ecologicamente correta, com o objetivo de criar um ambiente saudável
gerindo-o com base em princípios ecológicos e uma eficiente utilização dos recursos,
sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazerem as suas próprias
necessidades.
Atualmente, Portugal caracteriza-se por um crescente consumo energético. Uma
vez que não dispõe de reservas de energias fósseis, depende da importação para
satisfazer o seu consumo. É importante inverter esta situação, substituindo a importação
de recursos fósseis pela produção de energias renováveis.
Portugal possui excelentes condições para apostar no setor das energias
renováveis. A nossa privilegiada posição geográfica é vantajosa no aproveitamento da
energia das marés, o clima e o relevo são propícios à exploração da energia eólica. Para
além das energias renováveis anteriormente referidas, também a energia solar se
encontra sobre desaproveitada, uma vez que somos um dos países da Europa com maior
exposição solar o que é favorável na área da energia solar [1].
O uso abusivo de combustíveis fósseis está a provocar graves problemas
ambientais, tendo como consequência a desertificação, migrações da população, perda
de biodiversidade e a erosão da costa.
Atualmente, o uso de combustíveis sólidos, como a lenha e carvão, é reduzido,
sendo apenas a lenha usada nas habitações. Já os combustíveis líquidos, nomeadamente,
o fuelóleo, têm vindo a ser substituídos pelo gás natural nas caldeiras para produção de
água quente. O gasóleo ainda é utilizado em muitas caldeiras. Nos edifícios, os
combustíveis com maior relevância são os gasosos, como o propano e o gás natural.
É possível reduzir o uso de energias fósseis, impulsionando o uso de energias
renováveis.
1.2. Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo entender os consumos e hábitos
energéticos nas habitações, no distrito da Guarda.
3
1.3. Estrutura do trabalho
Este trabalho encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte é
essencialmente teórica, onde abordamos os temas que irão ser posteriormente
analisados. A segunda parte corresponde à análise das diferentes componentes que nos
propusemos a estudar aquando da elaboração do inquérito.
A primeira parte é constituída por nove capítulos. O primeiro capítulo consiste
na introdução do trabalho. O segundo capítulo aborda a componente das energias
renováveis em Portugal. No que concerne ao terceiro capítulo este trata a situação de
Portugal na Europa. Já relativamente ao quarto capítulo este retrata o consumo
energético nas habitações. A etiquetagem energética é abordada no quinto capítulo. Por
fim os capítulos sexto, sétimo, oitavo e nono correspondem, respetivamente, aos
eletrodomésticos, climatização, iluminação e aquecimento de águas sanitárias.
A segunda parte é constituída pelo décimo capítulo que corresponde à análise do
caso de estudo. Finalmente no décimo primeiro capítulo são referidas as conclusões
resultantes do estudo por nós desenvolvido.
4
2. Energias renováveis em Portugal
Portugal encontra-se energeticamente dependente das importações e este facto
deixa-nos economicamente vulnerável às flutuações de mercado internacional. Por esse
motivo, e aproveitando a boa localização do país e as condições que este oferece, o
governo português procedeu à criação de medidas de investimento para gerar energia a
partir de fontes renováveis.
Energias renováveis são definidas como a energia que provém de uma fonte
natural inesgotável, que se renovam, como o sol, o vento ou a água. Durante as últimas
décadas verificaram-se progressos no que concerne às energias alternativas.
Em Portugal, foi nos anos 80 que pela primeira vez na legislação se fez
referência a energias renováveis. No entanto, só no seculo XXI o governo criou
legislação mais concisa para este tipo de energia seguindo o exemplo da União
Europeia. Em 2005 é aprovada uma estratégia nacional para a energia onde a energia
renovável é considerada fundamental para a redução da dependência enérgica do País e
para a redução de CO2. Desde esse ano que a dependência energética de Portugal tem
vindo a diminuir (88,8% em 2005), sendo em 2012 de 79,4% [2].
Não obstante, como podemos observar pela Figura 1, a partir de 2010 a
dependência energética de Portugal sofreu uma ligeira subida isto deveu-se sobretudo
ao aumento do consumo de carvão, de modo a compensar a redução de energia
hidroelétrica, para produção de energia, e ao aumento do saldo importador de energia
elétrica.
5
A energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis começou a crescer,
principalmente, a partir do ano 2008, atingindo o seu máximo em 2010, voltando a
decrescer a partir desse ano (Figura 2). O decréscimo, de aproximadamente 17%,
ocorrido em 2012, deveu-se à diminuição da produção de energia hídrica, que sofreu
uma quebra de 46%, no entanto, registou-se um aumento na produção eólica (11%) e
fotovoltaica (36%), no mesmo período [2].
Figura 1 – Importação de fontes primárias de origem fóssil (%)
Fonte: DGEG,2013
6
No ano 2013, cerca de 58,3% da energia elétrica proveio de fontes renováveis,
sofrendo um aumento de 51% em relação a 2012, passando de 20 TWh para 30 TWh
devido sobretudo às condições meteorológicas, pois 2012 foi considerado um ano
“seco”, enquanto 2013 foi um ano bastante húmido, daí ter aumentado a componente
hídrica (Figuras 3 e 4). No final do ano 2013, Portugal tinha uma capacidade instalada
de 11.066 MW para produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis.
Figura 2 - Energia produzida a partir de fontes renováveis (TWh)
Fonte: DGEG, 2013
Figura 3 - Produção de eletricidade, por fonte, em Portugal Continental, no ano 2013 (TWh) e saldo
importador
Fonte: Associação Portuguesa de Energias Renováveis
7
No que respeita à energia eólica, esta sofreu igualmente um aumento de 20% na
produção de eletricidade, assim como se verificou um aumento da potência instalada de
energia fotovoltaica, o que permitiu um aumento de 25%.
Através da análise da figura seguinte (Figura 5), verificamos que, em Portugal
Continental, a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis é superior nos
distritos de Bragança e Viseu, com aproximadamente 7800 GWh produzidos em cada
um.
Figura 4 - Diferentes fontes de produção de eletricidade, em 2013 (%)
Fonte: Associação Portuguesa de Energias Renováveis
8
2.1. Energia eólica em Portugal
Em Portugal, a energia eólica tem vindo a aumentar consideravelmente ao longo
dos anos, muito devido a legislação existente neste âmbito. Em 2013, a potência total
instalada era aproximadamente de 4630 MW num total de 228 parques eólicos (Figura
6). Atualmente, Portugal ocupa o segundo lugar a nível europeu no que se refere à
produção de energia proveniente do vento.
Figura 5 - Produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis por distrito, em 2013 (GWh)
Fonte: DGEG, 2013
Figura 6 - Evolução da potência instalada de energia eólica em Portugal Continental (MW)
Fonte: DGEG, 2013
9
Sendo do conhecimento geral que os locais mais ventosos são em zonas
costeiras e no cume de montanhas, seria de esperar que os parques eólicos se situassem
nestas zonas do país. Porém, a grande maioria dos parques em Portugal têm vindo a ser
construídos na zona interior norte, nos pontos mais altos, por apresentar menor
densidade populacional. Na costa alentejana foram também construídos alguns parques
eólicos, por ser uma zona pouco povoada, como podemos comprovar na Figura 7.
Os distritos com maior potência instalada são Viseu, Castelo Branco, Vila Real,
Coimbra, Lisboa e Viana do Castelo com 72% do total instalado.
Na Guarda, numa semana de Fevereiro, de dias cinzentos com aguaceiros fracos
e poucas abertas, o vento permitiu gerar eletricidade para abastecer, aproximadamente
333 mil casas [3].
Figura 7 - Parques eólicos em Portugal e respetiva potência
Fonte: Eólicas de Portugal
10
2.2. Energia hídrica em Portugal
Ao todo em Portugal, segundo os dados que nos são facultados pela EDP, estão
em funcionamento, a produzir para a rede elétrica, cerca de 71 centrais de energia
hidroelétrica (Figura 8). As potências destas variam bastante, desde centrais com
potências inferiores a 1 MW a centrais com potências superiores a 300 MW (Anexo 1).
2.2.2. Complementaridade hídrica-eólica
Quando em períodos de menor consumo existe uma elevada produção de energia
eólica, essa pode ser aproveitada para bombear a água das albufeiras, nas centrais
hidroelétricas equipadas com bombagem. Assim torna-se possível utilizar o excesso de
energia eólica para produzir energia hídrica, como esquematizado na Figura 9.
Figura 8 – Centros produtores (Produção Hidroelétrica)
Fonte: http://www.a-nossa-
energia.edp.pt/centros_produtores/producao.php?cp_type=he&map_type=
he
11
2.3. Energia solar em Portugal
Portugal é um dos principais países a nível Europeu com maior incidência solar
(Figuras 10,11 e 12), sendo o número médio anual de horas de sol, entre 2200 e 3000, o
que corresponde a 14-17 MJ/ m2dia.
Figura 9 - Esquematização da complementaridade hídrica-eólica
Fonte: http://www.a-nossa-
energia.edp.pt/centros_produtores/complementariedade_hidroeolica_pe.php
12
Figura 10 - Média anual de radiação solar na Europa
Fonte: SolarGIS
Figura 11 - Radiação solar em Portugal (MJ/m2 dia)
Fonte: Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG)
13
No entanto, as potencialidades do país a nível energético não estão a ser
aproveitadas corretamente. O mercado da energia solar sofreu uma queda de 37%
relativamente a 2012, enquanto o mercado europeu caiu apenas 8%, segundo um estudo
da Associação Portuguesa da Industria Solar [4].
A energia aproveitada pode ser dividida em solar térmico ou solar fotovoltaico.
Os primeiros têm como finalidade o aquecimento de águas sanitárias (AQS ou
climatização), já os segundos correspondem à conversão da luz solar em energia
elétrica.
Na nossa região, numa semana de Fevereiro, de dias cinzentos com aguaceiros
fracos e poucas abertas, numa habitação que tenha painéis solares térmicos, foi possível
aquecer cerca de 37% das AQS necessárias a uma família, permitindo economizar cerca
de 1,65 litros de combustível, 1,51 m3
de gás natural, 12,7 kWh caso existisse uso de
esquentador elétrico e 2,9 kg de pelets (considera-se como referência uma instalação de
Figura 12 - Número de horas anuais de radiação solar em Portugal
Fonte: Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG)
14
2 coletores solares térmicos, com uma área de 4,1 m2, orientados para sul, com um
tanque de armazenamento isolado de 200 litros. Considera-se que o sistema de
aquecimento de águas é auxiliado por um esquentador a gás natural, e que a instalação é
utilizada por uma família de quatro pessoas, que consome, em média, 100 litros de água
quente a 50ºC por dia) [5].
Relativamente a painéis solares fotovoltaicos, na mesma semana, forneceu cerca
de 58,7 kWh de eletricidade, o que corresponde a 82% das necessidades médias
(considera-se como referência uma instalação de energia solar fotovoltaica de 3 kW,
orientado para sul, numa habitação que tenha um consumo medio anual de 4500 kWh).
Todavia, o recurso a energia solar ainda é pouco utilizado, uma vez que
apresenta aproveitamento bastante reduzido e custos de investimento muito elevados,
apesar disso, a capacidade dos parques solares existentes aumenta de dia para dia.
A maior central fotovoltaica do mundo foi construída nos Emirados Árabes
Unidos, como se ilustra na Figura 13, ocupando o equivalente a 285 estádios de futebol,
tendo uma potência instalada de 100 MW que permite fornecer energia a 20 mil
habitações. Na tecnologia de concentração solar não são utilizados painéis fotovoltaicos,
mas sim espelhos, que vão direcionar os raios solares de modo a aquecer líquidos e
formar vapor, e este por sua vez vai acionar as turbinas geradoras de eletricidade. No
total são 258 mil espelhos e 768 coletores. A energia gerada permite evitar a produção
de 175 mil toneladas de CO2 por ano.
Também em Portugal existe um parque solar fotovoltaico, construído na
Amareleja, concelho de Moura (Figura 14). Este parque tem uma potência de 46 MW e
produz energia suficiente para fornecer 30 mil casas, evitando a emissão de 89 mil
Figura 13 - Central fotovoltaica nos Emirados Árabes Unidos
15
toneladas de CO2 por ano. O parque tem uma extensão de 250 hectares e possui 2520
painéis solares seguidores azimutais (permitem apenas rotação ao longo do dia de
acordo com o sol, no entanto não permitem variar a sua inclinação), tendo cada seguidor
104 painéis.
No concelho de Palmela está a ser construído o novo parque solar fotovoltaico
de Salgueirinha, que vai produzir eletricidade para injeção na rede nacional equivalente
ao consumo médio de mais de duas mil famílias. O parque irá conter 16.940 painéis
solares, distribuídos por 7 hectares. Estima-se que, por ano, a sua produção seja de 7154
MWh, evitando a emissão de 3500 toneladas de CO2 por ano.
2.4. Biomassa em Portugal
O território Português tem aproximadamente 38% de área florestal,
aproximadamente 3306,1 milhares de hectares. Contudo, este recurso é pouco
aproveitado, (Tabelas 1 e 2) nomeadamente devido à falta de equipamentos de sistema
de recolha adequados, competitividade da indústria do gás natural e falta de tratamento
fiscal adequado.
Figura 14 - Parque solar fotovoltaico da Amareleja, Portugal
16
Tabela 1- Produção de biomassa florestal
Fonte: INETI, Portal das Energias Renováveis
Tipo de resíduo Quantidade [milhões de ton/ano]
Matos (incultos) 4,0
Matos (sob-cobertos) 1,0
Produção de lenhas 0,5
Ramos e Bicadas 1,0
Total 6,5
Tabela 2- Potencial disponível de biomassa florestal
Fonte: INETI, Portal das Energias Renováveis
Tipo de floresta Quantidade [milhões de ton/ano]
Matos 0,6
Biomassa proveniente de áreas ardidas 0,4
Ramos e bicadas 1,0
Indústria Transformadora da Madeira 0,2
Total 2,2
Em Portugal, o recurso à biomassa é usado principalmente em fornos industriais,
instalações de cogeração e em centrais térmicas.
Atualmente, existem 18 centrais com recurso a biomassa florestal em
funcionamento, totalizando aproximadamente 100 kW, estando planeada a construção
de mais 13 centrais.
2.5. Energia geotérmica em Portugal
A energia geotérmica consiste em aproveitar o calor proveniente do interior da
Terra. A elevada temperatura do interior da Terra deve-se não só à dissipação do calor
primitivo originado durante a formação do planeta, como à desintegração de alguns
elementos radioativos contidos nas rochas, como urânio, tório ou crípton.
17
O calor é dissipado para o exterior através de falhas, choques de placas, ou
aquíferos, no entanto, grande parte desta energia encontra-se dispersa e a baixas
temperaturas, o que apenas permite que uma pequena parte deste calor seja aproveitado.
O aproveitamento desta energia implica a existência de um fluido que transporte o calor
do interior para o exterior da Terra.
Os recursos geotérmicos são classificados de acordo com a entalpia do fluido,
dividindo-se em duas categorias: baixas entalpias (entre 20º e 150ºC) e altas entalpias
(temperatura superior a 150º).
Em Portugal, o aproveitamento de energia geotérmica de alta entalpia é
conhecida no Arquipélago dos Açores, devido á sua localização na convergência de três
placas tectónicas. As centrais instaladas nas várias ilhas deste arquipélago resultam
numa potência anual de 235,5 MW. Na ilha de São Miguel estão instaladas duas
centrais geotérmicas, uma no Pico Vermelho, com uma potência instalada de 10 MW,
outra na Ribeira Grande, com 13 MW de potência, a produção conjunta contribuiu, em
2013, com cerca de 43% de produção energética da ilha.
O potencial geotérmico em Portugal Continental pode ser aproveitado de dois
modos:
o Aproveitar os recursos onde as temperaturas variam entre 20 e 76ºC;
o Aproveitar aquíferos profundos revelados pelos furos de reconhecimento
petrolífero;
Relativamente ao primeiro ponto, existe em Portugal aproveitamento geotérmico
em Chaves e São Pedro do Sul. Existem igualmente outros polos interessantes em
Aregos, Vizela e Monção.
No caso do aproveitamento de aquíferos revelados por furos de reconhecimento
petrolífero, embora os projetos ligados ao aproveitamento geotérmico sejam ainda
poucos, em Portugal Continental já existem casos reais, entre eles no Hospital da Força
Aérea (Lumiar) onde foi feito um único furo com 1500 m de profundidade e 50ºC á
cabeça do furo, destinado á produção de água quente sanitária, climatização e água
potável fria. Caso semelhante foi feito nos Serviços Sociais das Forças Armadas
(Oeiras), onde o aproveitamento geotérmico é feito através de um furo de 475 metros, à
temperatura de 30ºC, ainda que neste caso o sistema seja apoiado com bombas de calor.
18
As águas minerais naturais tornaram-se num recurso geotérmico a explorar, pois
verificou-se que na sua grande maioria a temperatura é superior a 30ºC. O calor destas
águas é utilizado não só para hidroterapia como também para aquecimento de piscinas,
hotéis de zonas termais e estufas de frutos tropicais e frutos fora de época. Em Portugal
Continental existem várias aplicações onde foi feito um aproveitamento da energia
geotérmica, entre elas:
Em Caldas de Chaves a água proveniente do furo geotérmico das termas de
Chaves, com aproximadamente 73ºC, é aproveitada em cascata, ou seja, é
utilizada no aquecimento da água das piscinas municipais, no aquecimento
ambiental de um hotel e no aquecimento de estufas, situados nas proximidades
das termas;
Em Caldas de Vizela, na concessão hidromineral, aproveita-se o facto de a água
ter uma temperatura de 62ºC, que permite o aquecimento de um hotel;
O banho de Alcafache (recurso hidromineral de Alcafache) foi qualificado de
recurso mineral e geotérmico, sendo o estabelecimento climatizado através de 2
furos, com 77 e 151 metros de profundidade, onde a temperatura da água é de
49ºC;
Em São Pedro do Sul, desde o ano 2001 que se encontra em funcionamento a
central geotérmica, a partir de um furo de 500 metros de profundidade, para
aquecimento do balneário Rainha Dona Amélia, balneário D. Afonso Henriques
e de dois hotéis. Também em São Pedro do Sul, na zona do Vau, está a ser feita
uma aplicação geotérmica onde a água proveniente do furo, a 67ºC, permite o
aquecimento de estufas de frutos tropicais.
A título de curiosidade, a maior central geotérmica do mundo situa-se na Nova
Zelândia, tendo uma potência de 100 MW. Esta central funciona através da alimentação
de conversores de energia com fluido geotérmico a temperaturas de 193ºC. Todo o
fluido é re-injetado, sem consumos de água e com baixas emissões, minimizando o
impacte ambiental e sem pôr em risco os reservatórios subterrâneos.
19
3. Situação de Portugal na Europa
As Nações Unidas estimam que em 2050 a população mundial seja de 9,2 mil
milhões de pessoas, mais 2,5 mil pessoas que atualmente, o que implica um aumento
mundial no consumo de eletricidade (Figura 15). No entanto, uma gestão sustentável da
energia não é suficiente para corresponder ao aumento da população mundial, tornando-
se o principal objetivo produzir mais energia, sem comprometer a vida no nosso planeta.
A União Europeia aprovou o chamado “Pacote Energia-Clima 20/20/20” [6],
que propõe combater as alterações climáticas e aumentar a segurança energética,
comprometendo-se a transformar a Europa numa comunidade de alta eficiência
energética, diminuindo também as emissões de carbono para a atmosfera. Para dar
início ao processo foram propostos os seguintes objetivos, a serem cumpridos até 2020,
designados “objetivos 20-20-20”:
o A redução das emissões de gases com efeito de estufa da União Europeia, pelo
menos, 20% abaixo dos níveis de 1990;
o 20% do consumo energético da UE ser proveniente de fontes renováveis;
o Uma redução de 20% no consumo de energia primária graças ao aumento da
eficiência energética.
Cada país membro estabelece o seu objetivo, dependendo da sua situação atual.
Portugal propôs incorporar 31% de energias renováveis no total do consumo energético
até 2020, (no período 2004-2012 cresceu 5,4%). Alguns países, como a Bulgária,
Figura 15 - Consumo Mundial de eletricidade (103 TWh) 2005-2030
Fonte: IEA – World Energy Outlook 2008; Comissão Europeia – European Energy and
Transport trends to 2030 – atualizado em 2007; US-NOAA
20
Estónia e Suécia já atingiram a meta proposta. No caso da Bulgária, o objetivo era
atingir 16%, tendo conseguido ultrapassar esse valor em 2012, já a Suécia atingiu nesse
mesmo ano 51%, quando o seu objetivo era de 49%.
Como podemos observar no gráfico da Figura 16, Portugal ocupa o sétimo lugar
dos países europeus que incorporam renováveis no consumo final de energia, com
aproximadamente 24,6%. Sendo o primeiro lugar atribuído à Suécia.
Os países que sofreram uma maior evolução entre 2004 e 2012 foram a Suécia
(de 38,7% para 51%), seguido da Dinamarca (14,5% para 26%), Áustria (22,7% para
32,1%), Grécia (7,2% para 15,1%) e Itália (5,7% para 13,5%).
No conjunto dos 28 países, cerca de 14% do consumo total de energia provém de
fontes renováveis.
Figura 16 - Quota de energia a partir de fontes renováveis (em % do consumo final bruto de energia)
Fonte: Eurostat
21
4. Consumo energético nas habitações
Na atualidade, segundo dados da Base de Dados Portugal Contemporâneo
(PORDATA), o sector doméstico representa cerca de 17% do consumo final de energia
elétrica (Figura 17).
Figura 17 - Consumo de energia final pelo setor doméstico (%), em 2012
Fonte: DGEG
O consumo energético nas habitações depende de diversos fatores como a
localização da habitação, o seu isolamento, os diferentes equipamentos utilizados e o
seu uso. São apontadas várias causas para o aumento do consumo de energia no interior
das habitações, entre as quais: ineficiência dos equipamentos e maus hábitos de
utilização dos mesmos.
Relativamente ao consumo de energia elétrica nas habitações não existe
consenso em relação ao que despende mais energia, por esse motivo apresentamos
seguidamente gráficos de consumo energético nas habitações, que resultam de
diferentes estudos realizados pela INE e pela EDP.
Um estudo feito pelo INE, referente à distribuição do consumo energético nas
habitações em 2012 (Figura 18), revela que a cozinha representa um maior consumo de
eletricidade (40,5%), seguido dos equipamentos elétricos, iluminação, aquecimento do
ambiente, aquecimento de águas sanitárias e por último o arrefecimento do ambiente.
22
Figura 19 - Consumo energético nas habitações
Fonte: EDP
O gráfico apresentado na Figura 19, advém de um estudo feito pela EDP, onde
se pode observar o consumo típico de eletricidade numa habitação em Portugal.
De modo a promover a eficiência energética das habitações, entrou em vigor o
Decreto-Lei nº 118/2013, que torna obrigatória a certificação dos edifícios, incentivando
à redução das necessidades energéticas da habitação, estimulando oportunidades de
melhoria nos edifícios monitorizando a conformidade de requisitos dos novos edifícios.
Figura 18 - Consumo de energia no setor doméstico (2010)
Fonte: INE/DGEG
23
Pertence ao sistema de certificação energética o certificado energético e da
qualidade do ar interior, onde os edifícios são classificados numa escala desde a classe
mais eficiente (classe A+++
), à menos eficiente (classe D). Uma fração que cumpra os
mínimos exigidos pelos atuais regulamentos será enquadrada na classe energética B-.
4.1. Energia renovável em habitações
Segundo dados da REN – Redes Energéticas Nacionais, no primeiro semestre de
2014, 68% do consumo de eletricidade provém de fontes renováveis, face aos 46%
verificados no mesmo período do ano passado.
A utilização de energias renováveis e novas tecnologias complementares não
significa obliterar o conceito de edifícios bioclimáticos, estes devem ser desenhados de
acordo com o clima da localidade, de modo a minimizar a necessidade energética.
Quando se fala em energias renováveis nos edifícios, pensa-se inicialmente na
utilização da energia solar para aquecimento de água quente sanitária (AQS) e a
primeira imagem é a da colocação de coletores solares. No entanto, hoje em dia já
existem outras formas para produzir energia elétrica, térmica ou ambas como
complemento das necessidades energéticas. A energia solar térmica é mais usual,
atingido um elevado nível de fiabilidade para a população. Espera-se uma maior
concorrência, e consequentemente redução de custos no que se refere ao equipamento,
promovendo o investimento em novos equipamentos e materiais. Os objetivos da água
quente solar poderão assim ser expandidos para climatização.
A fonte de energia elétrica mais conhecida e integrada nos edifícios é a energia
fotovoltaica. Apesar de ter um elevado custo inicial, o material é de grande
durabilidade, fácil de instalar, controlar e manter em edifícios.
Em Portugal, a lei da microgeração levou a uma divulgação deste sistema a
grande escala.
A integração da energia eólica nos edifícios pode realizar-se através de sistemas
de micro e mini-eólica, com potências que variam entre o 1 kW e os 50 kW as quais se
encontram em desenvolvimento.
24
A promoção da eficiência energética é de facto uma aposta na redução da
dependência energética dos convencionais, permitindo um aproveitamento máximo dos
recursos disponíveis, começando pela redução das necessidades energéticas.
4.1.1. Microgeração
A microgeração é a produção de eletricidade, por parte do consumidor, a partir
de fontes renováveis, para ser vendida, em pequena escala, a distribuidores, através de
instalações de pequena potência, ou para uso próprio. Atualmente, existe legislação em
Portugal referente à microprodução e miniprodução, como o DL nº 118-A/2010, de 25
de outubro, e pelo DL nº 25/2013, de 19 de fevereiro, e DL nº 26/2013, de 19 de
fevereiro.
No ano 2013 foram ligadas à rede cerca de 1371 novas instalações de
microgeração. No caso de a produção ser feita através de painéis solares fotovoltaicos,
deve ter-se em conta o facto de uma célula fotovoltaica produzir uma voltagem de 0,5V,
o que significa que seria necessário instalar entre 30 a 40 células para se conseguir um
painel de 12V, que produz cerca de 4 amperes (48 Watts).
25
5. Etiqueta energética
A etiqueta energética nos equipamentos foi regulamentada pela União Europeia
em 1992, com o objetivo de informar os consumidores, no momento de compra,
relativamente à eficiência energética do equipamento, assim como outras características,
designadamente: consumo, rendimento, capacidade e ruído; contribuindo para diminuir
a fatura de eletricidade e para a preservação do meio ambiente (Figura 20).
Em 2012 foi disponibilizada uma nova etiqueta energética, (Etiqueta Energética
da União Europeia) onde foram acrescentadas mais três classes energéticas (A+, A++ e
A+++) e eliminadas as classes E,F e G, à etiqueta original, como podemos observar pela
Figura 21.
Figura 20 - Representação da antiga etiqueta energética
Fonte: EDP
Figura 21 - Representação da nova etiqueta energética
Fonte: EDP
26
A rotulagem através da etiqueta energética da União Europeia é já obrigatória
para lâmpadas e diversos eletrodomésticos: equipamentos de refrigeração (frigoríficos,
combinados e arcas), aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar loiça, lavar roupa
e secar roupa, fornos elétricos e ainda televisores.
Embora a etiqueta dos equipamentos de refrigeração e máquinas de lavar tenha
as classes A+++
a D, ao abrigo dos regulamentos de conceção ecológica, apenas se
encontram à venda no mercado máquinas de lavar que tenham uma classe de eficiência
energética A ou superior e equipamentos de refrigeração que tenham uma classe de
eficiência energética A+ ou superior.
A informação disponibilizada na etiqueta energética depende do eletrodoméstico
em causa, no entanto é uniforme para todos os produtos da mesma categoria.
Elementos comuns a todas as etiquetas:
Uniformidade: produtos da mesma categoria têm etiqueta igual em todos os
Estados – Membros da UE, não havendo diferença de idioma;
Setas coloridas: distinguem produtos mais eficientes (verde escuro) dos menos
eficientes energeticamente (vermelho);
Classes adicionais para a eficiência energética: A+++
, A++
, A+;
Nome do fornecedor/ marca e identificação do modelo;
Pictogramas: há características cuja informação é descrita por meio de
pictogramas;
Consumo anual de energia, em kWh.
A faixa para a classe de eficiência energética e/ ou os pictogramas podem mudar
consoante a categoria de produtos (Figuras 22, 23, 24 e 25).
27
Figura 22 - Antiga etiqueta energética nos frigoríficos
Fonte: ADENE
Figura 23 - Nova etiqueta energética nos frigoríficos
Fonte: ADENE
28
Figura 24 - Exemplo de etiqueta energética da máquina de lavar a roupa
Fonte: ADENE
Figura 25 - Exemplo de etiqueta energética para televisão
Fonte: ADENE
29
5.1. Etiqueta SEEP
Entrou recentemente em vigor o Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos
(SEEP), este é um sistema de etiquetagem voluntário, desenvolvido pela ADENE, que
permite ao consumidor avaliar o desempenho energético de vários produtos que
influenciam, direta ou indiretamente, o desempenho energético dos edifícios, mas que
não são regulados pela diretiva de rotulagem energética. Outra vertente deste sistema é
o controlo da qualidade das etiquetas energéticas, estando os fabricantes aderentes
sujeitos a procedimentos de verificação da correta utilização destas.
O primeiro produto com etiqueta SEEP são as janelas (Figura 26). Este produto
influencia o balanço energético das habitações, sendo que uma utilização de janelas com
classe energética mais eficiente reflete-se na fatura energética. A classe atribuída a cada
janela resulta de uma avaliação ao comportamento da mesma no inverno e no verão,
traduzindo-se na capacidade de reduzir as perdas de calor no inverno e minimizar o
aquecimento no verão.
Figura 26 - Exemplo de uma etiqueta SEEP para as janelas
Fonte: Portal da energia
30
Existe a ideia pré-concebida de que um equipamento energeticamente eficiente é
necessariamente mais caro, contudo deve ter-se em linha de conta que apesar do
investimento inicialmente maior este é rapidamente recuperado pela redução da fatura
energética.
31
6. Eletrodomésticos
Apesar dos esforços feitos pela população com intuito de reduzir o consumo
energético nas habitações, este tem vindo a aumentar cerca de 2% ao ano. Este facto
deve-se principalmente ao aumento da necessidade de conforto, ou seja, mais conforto
térmico, mais iluminação, maior número de lavagens e consumos mais elevados de água
quente, maior número de horas de utilização da televisão e o aparecimento de novas
tecnologias.
É necessário unir esforços para reduzir os custos relacionados com o consumo
de energia elétrica, e as emissões de CO2, só assim será possível minimizar os impactes
ambientais. Hoje em dia é possível manter o nível de conforto a que estamos
habituados, gastando menos energia, com uma simples avaliação que permita identificar
o consumo de eletricidade desperdiçado.
Para reduzir consumos pode começar-se por reduzir o consumo de
equipamentos, tais como: eletrodomésticos, iluminação, equipamentos de escritório e
entretenimento, aquecimento e arrefecimento.
A eficiência de um eletrodoméstico começa aquando da sua escolha, sendo que
no momento de compra não basta ter em atenção a eficiência energética do mesmo, é
necessário também verificar se este está de acordo com as nossas necessidades. Por
exemplo, se não precisa de um frigorífico de grande volume não faz sentido optar pela
escolha de um frigorifico de grande volume, isto é, um frigorífico de 300 litros, classe
A, pode gastar mais eletricidade que um frigorífico de 100 litros da classe G.
6.1. Equipamentos de frio
Cerca de 20% da energia consumida nas habitações advém de equipamentos de
frio. Por ser usado intermitentemente, apenas se desliga para limpeza ou ausência
prologada, tem um consumo considerável. No momento de comprar um equipamento de
frio a escolha é essencial para redução do consumo energético deste. Os frigoríficos e
arcas de classe A+ ou A++ são um bom investimento, pois o seu custo inicial é
recuperado nas faturas de eletricidade em apenas 2 anos.
32
Curiosidades:
A localização destes equipamentos em locais sem condições afeta o seu bom
funcionamento, aumentando o consumo do aparelho até 30%;
Guardar 10 a 15 cm de afastamento entre o equipamento e a parede, para haver
circulação de ar e permitir o arrefecimento da grelha, traduzindo-se numa
poupança até 3% do consumo energético;
A correta regulação da temperatura permite um menor consumo de energia, no
caso do frigorífico a temperatura ideal de conservação dos alimentos é entre 3 e
5ºC. Assim, deve-se regular o termostato para estas temperaturas, e não
temperaturas inferiores, que faz aumentar o consumo desnecessariamente. Na
arca congeladora a temperatura deve ser entre os -15 e -18ºC. Por cada grau
inferior a -18ºC o consumo da arca aumenta 2 %;
Por cada vez que a porta do frigorífico se abre durante 10 segundos o consumo
energético aumenta entre 0,2 a 0,8%. Se for um congelador de um combinado
provocará um aumento do consumo de energia de 2%. No caso de se tratar de
uma arca congeladora, por cada vez que abrir a porta durante 10 segundos,
aumenta o consumo energético em cerca de 1% [8];
Não se deve abrir a porta da arca congeladora de forma brusca, pois a
temperatura no interior aumenta rapidamente obrigando a um maior consumo
energético (entre 2 a 4 %) para retomar a temperatura no interior;
Fazer o planeamento das refeições com antecedência permite passar os
alimentos da arca congeladora para o frigorífico, os alimentos estarão a fornecer
frio, reduzindo em 2% o consumo energético do mesmo;
Guardar alimentos quentes no frigorífico faz aumentar entre 10 a 15% o
consumo diário destes;
A grelha exterior do frigorífico deve ser limpa, pelo menos, uma vez por ano,
para evitar grandes acumulações de poeiras e consequentemente aumentar o
consumo de energia do frigorífico entre 8 a 15% [8].
33
6.2. Equipamentos de escritório e entretenimento
Os equipamentos de escritório e entretenimento, como computadores, televisão,
consolas, são responsáveis por 14% do consumo energético final, sendo que os
audiovisuais representam 9% do consumo [9].
Curiosidades:
Os equipamentos informáticos que contenham a etiqueta Energy star têm
capacidade para passar ao modo de baixo consumo, se não estiverem a ser
utilizados a algum tempo, gastando assim apenas 15% do consumo normal;
Ao escolhermos uma impressora multifunções esta consome cerca de 50% de
energia do que se fossem sistemas separados (impressora, fotocopiadora,
scanner);
Os computadores portáteis podem consumir até menos 90% de energia que os
computadores de secretária;
Preferir monitores LCD ou LED aos monitores de plasma;
Os ecrãs LCD poupam aproximadamente 37% de energia em funcionamento e
40% em modo espera quando comparados com os monitores convencionais.
6.3. Máquinas de lavar e secar
A energia consumida pelas máquinas de lavar e secar corresponde a cerca de
11% do consumo energético nas habitações [9].
A máquina de lavar a loiça é um dos eletrodomésticos que consome mais
energia, sendo 90% desse consumo para o aquecimento da água, por isso deve utilizar-
se, sempre que possível, a temperaturas mais baixas. Deve-se evitar o uso de programas
de secagem, pois abrindo a porta e permitindo a ventilação obtém-se o mesmo efeito,
poupando 40% de energia.
Curiosidades:
Ao lavar a loiça à mão gasta-se, em média, mais 24 litros de água que ao lavar a
mesma quantidade de loiça na máquina;
34
As máquinas de lavar roupa consomem entre 80 a 85% de energia para o
aquecimento da água;
Para o mesmo programa, a diferença entre lavar a 30ºC e lavar a 40ºC implica
um aumento entre 10 a 30% de energia, já ao reduzir a temperatura de lavagem
de 60 para 30º C pode economizar-se até 60% do consumo;
Existem no mercado máquinas de lavar a roupa bitérmicas, ou seja, máquinas
com duas entradas de água, uma para água fria e a outra para água quente.
Assim pode-se utilizar o sistema de aquecimento de água quente sanitária da
habitação, poupando até 25%;
As máquinas de secar roupa são grandes consumidoras de energia elétrica, por
isso devem evitar ser usadas. Antes de esta ser usada é importante centrifugar a
roupa o máximo possível, para poupar energia durante a secagem;
Já são bastante comuns no mercado máquinas de lavar e secar num só aparelho,
o que serve para economizar energia elétrica, pois em vez de dois equipamentos,
temos apenas um, com as mesmas funcionalidades.
6.4. Cozinha
Ao cozinhar gasta-se cerca de 2% da energia consumida nas habitações (segundo
Figura 19). Regra geral cozinhar em casa pode fazer-se através de duas formas:
eletricidade ou gás. Os fogões a gás são mais eficientes que os elétricos, ao contrário
dos fornos, onde os elétricos são mais eficientes.
Numa casa onde só se consuma energia elétrica para cozinhar, isso representa
um consumo total de 12% de energia.
Para cozinhar pequenas quantidades é preferível usar o micro-ondas, pois reduz
o consumo energético entre 60 a 70% demorando menos tempo a cozinhar os alimentos.
Curiosidades:
Utilizar recipientes de vidro ou de cerâmica permite baixar a temperatura
necessária á confeção dos alimentos, pois estes materiais retêm melhor o calor;
Evitar abrir a porta do forno, pois por cada dez segundos aberta, faz aumentar o
consumo em 8%;
35
Ao desligar o forno 10 minutos antes permite poupar ate 10% de energia;
Os fornos de convecção usam uma pequena ventoinha para fazer circular o ar
pelo forno, o que reduz o tempo de cozedura e a energia em cerca de 30%;
Os fornos combinados usam a tecnologia micro-ondas e lâmpadas de halogéneo
para reduzir o tempo de cozedura e a energia consumida entre 60% a 75%.
6.5. Outros
Cerca de 23% da energia final é consumida em outras funcionalidades, sendo
que 10% é em equipamentos desligados e standby, e o restante noutros
eletrodomésticos.
Dois exemplos de gastos energéticos considerados desnecessários são os
consumos em standby ou off- mode. O primeiro ocorre quando o equipamento não está a
ser usado, mas consome energia, dando essa indicação, normalmente, mantendo uma
luz de presença ligada. Já nos consumos em off- mode o equipamento não está a ser
utilizado mas gasta energia, não o indicando.
Os grandes responsáveis por estes consumos são os equipamentos informáticos e
de entretenimento. Aproximadamente 193 kWh/ano nas habitações portuguesas
corresponde a consumos no modo standby e off-mode, traduzindo-se em 4,8% na fatura
energética anual.
Na Tabela 3 encontram-se exemplos de alguns equipamentos e as respetivas
potências máximas em off-mode ou stanby.
36
Tabela 3 - Potência máxima de equipamentos em off-mode e modo standby
Fonte: http://ecocasa.pt
Aparelho Off-Mode (W) Standby (W)
DVD 9 17
Aparelhagem 16 25
Televisor 16 30
Box - 30
Vídeo 9 18
Computador 14 25
Impressora 16 20
Colunas de computador 8 11
Scanner 6 21
Estes consumos dispensáveis podem ser facilmente evitados no dia-a-dia,
bastando para isso alguns cuidados simples como evitar desligar os aparelhos a partir do
telecomando ou desligar os equipamentos diretamente da tomada. Em alternativa, pode
adquirir-se uma tomada elétrica com corte de corrente e após a utilização dos aparelhos
desligá-la no interruptor, podendo poupar até 10% de energia.
Em relação aos equipamentos informáticos, como o computador, quando não
está a ser utilizado por uns momentos deve recorrer-se à opção de gestão de energia,
(hibernação) assim permite reduzir em 70% o consumo deste.
Nos dias de hoje um dos equipamentos mais relevantes nas habitações são as
boxs de televisão, estas, mesmo em modo standby podem consumir até 30 W de
potência. Ao desligarmos a box por completo (off-mode) podemos reduzir cerca de 88
kWh/ano.
A termo de curiosidade, 15 % da energia consumida em outras funcionalidades
corresponde a uma televisão em modo standby.
37
7. Climatização
O aquecimento/ arrefecimento do interior representa cerca de 16% do total do
consumo de eletricidade da habitação [9].
A temperatura considerada ideal para conforto térmico nas habitações varia entre
os 18 e 22ºC no inverno (durante a noite, nos quartos o aconselhável é entre os 15 e
17ºC) e os 24 e 26ºC no verão. Cada grau de temperatura que aumentamos implica um
aumento de energia de 7%. Sendo que 60% da energia dos sistemas de aquecimento é
dissipada por zonas mal isoladas, daí que o melhor sistema de climatização para casa
deve começar pela construção desta, desde os materiais construtivos, a um bom
isolamento térmico, de modo a evitar perdas de calor e infiltrações, reduzindo a
necessidade de recorrer a sistemas de climatização, reduzindo consequentemente a
fatura energética.
Quando se recorre a equipamentos de climatização estes podem utilizar energias
renováveis, eletricidade ou gás.
7.1. Equipamentos com recurso a energias renováveis
Equipamentos através de energia renovável:
Solar térmico;
Biomassa;
Solar térmico mais biomassa;
Bomba de calor geotérmica.
7.1.1. Solar térmico
O uso de painéis solares térmicos é uma boa opção para o aquecimento de águas
sanitárias, no entanto torna-se um investimento pouco viável em termos de aquecimento
do ambiente interior, uma vez que é necessário um elevado número de painéis, que só
serão utilizados alguns meses do ano (Figura 27). A utilização de painéis solares para o
38
aquecimento do ambiente deve ser usado com um sistema de piso radiante, pois este não
necessita de água demasiado quente e têm um rendimento superior aos aquecedores.
Figura 27 – Aquecimento solar térmico
(Fonte: http://apj.pt/est.html)
7.1.2. Biomassa
O aquecimento através de biomassa pode ser usado de duas maneiras, através de
lareira (aberta ou fechada, com ou sem recuperador de calor), ou sistema a pellets.
O uso de recuperador de calor torna a lareira mais eficiente, pois tem uma
propagação de calor bastante superior à lareira aberta, controlando a queima da madeira.
Uma lareira aberta recupera, em média, apenas 20% da potência calorífica da lenha,
enquanto o recuperador de calor atinge os 80% de rendimento. Já o sistema a pellets
(Figura 28) tem um funcionamento semelhante a um recuperador de calor, utiliza a
biomassa sob a forma de granulado de madeira, os pellets (Figura 29), resultantes dos
desperdícios da limpeza da floresta e sobras da indústria da madeira.
39
Tanto o aquecimento com recurso à lareira, como o aquecimento a pellets têm a
desvantagem de só poderem aquecer a divisão da casa onde estão instalados. Para que
este sistema se possa estender às outras divisões é necessário instalar uma rede de tubos
que conduzam o ar aquecido, no entanto, pode ser necessário instalar um motor para
auxiliar na condução do ar quente para as restantes divisões da casa.
7.1.3. Solar térmico mais biomassa
Este sistema permite aquecer as águas sanitárias no verão, através de um painel
solar e no inverno, este faz um pré aquecimento da água, que vai depois circular no
sistema a biomassa e promove o aquecimento interior.
O sistema solar térmico mais biomassa funciona com radiadores ou piso
radiante, sendo este último mais eficiente pois não requer temperaturas tão elevadas
como os radiadores, tendo uma menor necessidade energética.
Figura 28 - Lareira a pellets
Figura 29 - Pellets
40
7.1.4. Ar condicionado/Bomba de calor
O funcionamento deste sistema consiste na absorção de energia de um lado e
libertá-la em outro local, para isso o sistema tem de ter uma unidade interior, uma
exterior e tubagens entre as duas unidades, por onde o líquido circula (Figura 30).
Este sistema pode ser só frio (ar condicionado) ou ar condicionado/ bomba de
calor, ou seja, o equipamento funciona como bomba de calor quando se pretende
aquecer a habitação e como aparelho de refrigeração quando se pretende arrefecer o
interior.
As bombas de calor não utilizam energias renováveis para o seu funcionamento,
mas sim energia elétrica, porém como têm elevados rendimentos energéticos tornam-se
uma hipótese viável quando se pretende aquecer/ arrefecer a habitação.
Alguns sistemas utilizam a temperatura estável do subsolo e/ ou dos lençóis de
água subterrâneos para aquecer ou arrefecer uma casa ou um edifício. O tipo de solo e a
existência, ou não, de lençóis de água determinarão a sua eficiência. Este sistema
permite também o aquecimento das águas sanitárias.
Figura 30 - Exemplo de um sistema ar condicionado/bomba de calor
41
7.2. Sistemas de climatização móveis
Os sistemas de climatização móveis têm a vantagem de se poderem mover para
qualquer divisão da casa. Existem vários tipos de equipamentos móveis:
Aquecedor a óleo;
Convectores;
Termoventiladores;
Aquecedor de infravermelho;
Aquecedor de halogéneo;
Aquecedor a gás;
Braseiras.
7.3. Sistemas de climatização fixos
Os sistemas de climatização fixos são definidos previamente, em todas as
divisões da casa, ou apenas em algumas, sendo a sua instalação fixa e permanente.
Este sistema pode ser através de:
Sistema central;
Acumulador de calor;
Ar condicionado;
Recuperador de calor.
7.3.1. Sistema central
Este é um sistema constituído por um gerador de calor, caldeira, emissores de
calor, radiadores, sistema de transporte e sistema de controlo. A caldeira (Figura 31)
aquece água, que vai circular no interior dos radiadores, proporcionando o aquecimento
do ambiente.
42
7.3.2. Acumulador de calor
O equipamento da Figura 32 consiste num sistema elétrico que permite manter
um espaço a uma temperatura constante, durante aproximadamente 24h. Este sistema
permite tirar partido da tarifa bi-horário, uma vez que basta pô-lo á carga durante a
noite.
Figura 31 - Caldeira
Figura 32 - Acumulador de calor
43
O aquecimento é feito através de dissipação de calor armazenado nos blocos de
cerâmica, por convecção natural, por ventilação forçada, ou por radiação. Podem-se
distinguir dois tipos de acumuladores: estáticos e dinâmicos.
Os estáticos dispõem de uma entrada de ar na parte inferior e uma saída na parte
superior, de modo a permitir a circulação do ar através do núcleo do acumulador,
aquecendo-o. Este tipo de acumulador liberta calor através da sua superfície, por
convecção natural e são apropriados para divisões com necessidade permanente de
aquecimento, como os quartos, e para divisões onde não é necessário o controlo exato
da temperatura, como nos corredores e hall. Por sua vez os acumuladores dinâmicos
(Figura 33) têm um pequeno ventilador que força a movimentação do ar. Na parte
inferior do aparelho encontra-se uma grelha difusora, que permite a saída do ar. Dispõe
de um isolamento superior garantindo uma maior capacidade de retenção de calor. Estes
aparelhos são indicados para salas e escritórios.
1. Núcleos refratários;
2. Resistência de aquecimento;
3. Isolamento térmico;
4. Regulador de recarga;
5. Conduta de ar com ”bypass”;
6. Fixação à parede;
7. Interruptor de recarga;
8. Interruptor do regulador de temperatura (acessório);
9. Isolamento térmico de placas rígidas;
Figura 33 - Esquema de um acumulador de calor dinâmico
44
10. Ventilador para a circulação uniforme de ar;
11. Resistência de aquecimento adicional (acessório).
Cada equipamento de produção de calor necessita de um combustível (gás
natural, gás engarrafado, gasóleo, biomassa) e está ligado a um equipamento terminal
como por exemplo radiadores (Figura 34), convetores (Figura 35), piso radiante (Figura
36), ou outro.
Figura 36 - Equipamento terminal de piso radiante
Figura 34 - Equipamento terminal de
radiadores
Figura 35 - Equipamento terminal de
convetores
45
Curiosidades:
Deve optar-se por soluções que utilizem energias renováveis, nomeadamente as
caldeiras a biomassa ou os coletores solares térmicos, capazes de contribuir com
cerca de 70% da energia necessária para o aquecimento de água;
É aconselhável evitar-se o uso de aquecedores elétricos trocando-os por bomba
de calor, apesar de ser bastante mais cara é também mais eficiente, e reduz o
consumo de energia elétrica entre 65 a 80%.
46
8. Iluminação
A iluminação constitui um dos principais fatores condicionantes da qualidade do
ambiente interior nos edifícios. Essas condições devem incluir a garantia de níveis de
iluminação apropriados, a existência do conforto visual para os ocupantes e, ainda, os
benefícios da utilização da luz natural em detrimento da artificial e do contacto com o
ambiente exterior através de envidraçados.
Para aproveitar ao máximo a luz solar e utilizar a iluminação artificial de forma
coerente, deve escolher-se a luz adequada para cada divisão, tendo em conta as
seguintes considerações: evitar ligar as luzes durante o dia, aproveitando, sempre que
possível a luz natural; desligar as luzes quando não são necessárias; utilizar lâmpadas
mais eficientes nas áreas de maior utilização; pintar paredes e teto de cores claras, de
modo a refletir melhor a luz.
A iluminação é responsável por elevados consumos de energia elétrica no sector
doméstico, estimando-se que, nas habitações portuguesas, possa atingir 9% da fatura de
eletricidade final de cada casa [9]. Esta situação deve-se ao uso significativo das
lâmpadas incandescentes.
Atualmente já existem no mercado lâmpadas alternativas mais eficientes para a
iluminação, uma vez que as lâmpadas incandescentes, embora sejam as mais baratas,
são também menos eficientes. Estas podem ser substituídas por lâmpadas
economizadoras, que dão a mesma luz, gastando menos 70 a 80% de energia e tendo
ainda uma vida útil superior às lâmpadas convencionais. Também as lâmpadas de
halogénio são poucos eficientes, podendo ser substituídas por LED (díodos emissores
de luz), podendo poupar ate 90% de energia, apresentando um tempo de vida útil de,
aproximadamente, 25 anos.
Para uso doméstico destacam-se cinco tipos de lâmpadas:
Lâmpadas florescentes tubulares,
Lâmpadas fluorescente compactas;
Díodos emissores de luz (LED);
Lâmpadas de halogénio;
Lâmpadas incandescentes.
47
Figura 38 - Lâmpadas fluorescentes compactas
As lâmpadas fluorescentes são diferenciadas dependendo da sua forma, podendo
ser tubulares (Figura 37) ou compactas. As primeiras funcionam a partir da ionização de
um gás que emite radiação ultra violeta, que ao incidir numa camada fluorescente na
superfície de um tubo de vidro, irradia luz visível, proporcionando boa iluminação, com
baixa potência e baixo consumo energético. Estas têm um longo período de vida útil
(cerca de 12.000 horas), e devem ser utilizadas em locais com elevados períodos de
iluminação.
As lâmpadas fluorescentes compactas (Figura 38) foram desenvolvidas,
originalmente, para substituir as lâmpadas incandescentes, dependendo da potência e do
modelo da lâmpada estas têm um elevado número de horas de utilização (6 a 15 mil
horas). Estas lâmpadas foram geradas para resistir a mais de 3000 ciclos de ligar/
desligar em 8000 horas de vida útil, no entanto alguns fabricantes produzem lâmpadas
economizadoras que oferecem ate 500.000 ciclos ligar/ desligar em 15.000 horas.
Recomenda-se a utilização destas quando há necessidade de períodos de luz contínua
superiores a 1 hora.
Figura 37 - Lâmpadas fluorescentes tubulares
48
Figura 39 - Lâmpadas LED
Figura 40 - Lâmpada de halogéneo
Hoje em dia existem no mercado lâmpadas LED com luminâncias equivalentes
às lâmpadas incandescentes, com potências cerca de 10 vezes inferiores, sendo que este
tipo de lâmpadas tem um preço elevado. Contudo, o seu período de vida útil é superior
ao das lâmpadas fluorescentes compactas, entre 25 a 50 mil horas (Figura 39).
Ao longo do tempo tem existido uma melhoria na eficiência das lâmpadas de
halogénio (Figura 40), sendo 20 a 60% mais eficientes que as lâmpadas tradicionais,
com um tempo de vida útil até 5000 horas. O seu funcionamento é semelhante ao das
lâmpadas incandescentes, ou seja, emitem luz através de um filamento incandescente.
Porém, as lâmpadas de halogénio têm a particularidade de conseguirem recuperar o
calor libertado pela lâmpada, reduzindo a necessidade de eletricidade para manter a
iluminação.
As lâmpadas incandescentes são as mais utilizadas no setor doméstico, apesar de
serem as menos eficientes e com menor tempo de vida útil, isto porque convertem a
maioria da eletricidade em calor, sendo que apenas 5 a 10% convertido em luz. Devido
49
Figura 41 - Lâmpadas Incandescentes
à sua reduzida eficiência a União Europeia aprovou diretivas para a sua eliminação do
mercado (Figura 41). Com esta medida prevê-se que deixe de ser emitido um milhão de
toneladas de CO2 para a atmosfera e uma poupança de cinco a dez milhões de euros em
toda a UE.
De modo a ilustrar mais pormenorizadamente as vantagens de substituir
lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas, é feita na tabela
seguinte (Tabela 4), a comparação dos custos decorrentes da utilização de uma
iluminação ineficiente (incandescente) e da opção por uma lâmpada economizadora
(fluorescente compacta), num período de 5 anos.
50
Tabela 4 - Comparação entre lâmpadas incandescentes e fluorescentes compactas
Adaptado de: ecocasa.pt
Incandescente Fluorescente compacta
Potência 50 W 11 W
Fluxo luminoso 590 lm
Tempo de vida 1 000 h 10 000 h
Horas de utilização diária 4 4
Preço da lâmpada 1,15 € 6,8 €
Consumo de eletricidade em
5 anos 365 kWh 80,3 kWh
Custo (kWh a 0,1631 €) 59,5 € 13,1 €
Número de lâmpadas
necessárias nos 5 anos
8
(com mais 700 horas de uso)
1
(ainda com mais 2 700 horas
de uso)
Custo com preço das
lâmpadas 68,7 € 19,9 €
51
9. Aquecimento de águas sanitárias
Sensivelmente 5% da energia elétrica nas habitações é para o aquecimento de
água. Existem duas formas de efetuar o aquecimento de água quente: através de
sistemas instantâneos ou de acumulação.
Os sistemas instantâneos continuam a ser os mais utilizados nas habitações
portuguesas, como esquentadores. Este sistema aquece a água ao mesmo tempo em que
é pedido, o que traz bastantes desvantagens, pois até que se atinja a temperatura
desejada aumenta-se o consumo de água; outra desvantagem é a distância do sistema ao
local de consumo e a limitação aquando consumo de água quente em simultâneo.
Os sistemas de acumulação dividem-se em dois grupos, equipamento que aquece
a água (caldeira, bomba de calor), termoacumulador e termoacumuladores de resistência
elétrica. O sistema de caldeira com termoacumulador integrado é o mais utilizado entre
os sistemas centralizado, o seu funcionamento consiste na água depois de aquecida ser
armazenada no tanque acumulador isolado, para uso posterior. Este sistema tem como
principais vantagens o uso permanente do equipamento, contrariamente aos
esquentadores, permite o uso simultâneo da água acumulada, refletindo-se na poupança
de energia. Os termoacumuladores de resistência elétrica são pouco recomendáveis, pois
o seu funcionamento exige grandes gastos de eletricidade uma vez que quando a
temperatura da água baixa, começa a funcionar uma resistência auxiliar. Deve ser usado
somente quando realmente necessário.
Curiosidades:
Os sistemas mais eficientes são aqueles com acumulação de água quente;
O ideal é, sempre que possível, combinar termoacumulador com painéis solares
térmicos, o que garante entre 60 a 80% da energia necessária;
O termoacumulador deve situar-se o mais próximo possível do local de
utilização, de modo a minimizar perdas de calor;
Uma forma de reduzir o consumo de eletricidade em 10% é baixar a temperatura
do termoacumulador de 60º para 50ºC;
Os reguladores de temperatura com termostato podem ajudar a poupar até 5% de
energia;
Utilizar torneiras e chuveiros eficientes poupam até 40 a 70% no consumo de
água.
52
10. Estudo prático
Neste capítulo são apresentados os resultados do caso em estudo, tendo como
base a análise dos inquéritos realizados no distrito da Guarda, sobre os equipamentos e
hábitos de consumo energético.
10.1. Enquadramento
A cidade da Guarda tem 26 565 habitantes e está inserida no concelho
correspondente com 42 541 habitantes. A Guarda é capital de distrito, tendo cerca de
173 831 habitantes. Fazem parte do distrito da Guarda: Aguiar da Beira, Almeida,
Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda,
Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia, Trancoso, Vila Nova de Foz Côa.
O nosso estudo foi efetuado nos concelhos da Guarda, Gouveia, Seia e Fornos de
Algodres, num total de 90 inquéritos. O trabalho de campo ocorreu entre Abril e Junho
de 2013.
10.1.1. Problema em estudo
O objeto de estudo, tendo como suporte o descrito anteriormente é a
caraterização de equipamentos e hábitos de consumo energético por parte da população.
O facto de as pessoas terem uma melhor qualidade de vida nas habitações
remete-nos para uma necessidade crescente do uso de diferentes eletrodomésticos.
A invasão do mercado de diferentes tipos de eletrodomésticos, assim como a
evolução que estes têm sofrido, tem-se traduzido num menor consumo de energia,
mesmo mantendo a qualidade dos seus produtos. Aliando este fator à capacidade
monetária de cada agregado familiar, permite que se encontre em cada habitação uma
panóplia bastante diversificada de eletrodomésticos, não só caracterizado pela marca de
cada um, assim como a sua classe energética. O mesmo se verifica relativamente à
iluminação e aos equipamentos de climatização, objeto de estudo neste trabalho.
53
Uma vez que em Portugal existe um consumo crescente de energia e não
dispomos de uma reserva de energias fósseis, é imperativo uma consciencialização da
população para uma alteração dos seus hábitos de consumo.
Como discentes na área de Engenharia do Ambiente e conscientes de que a
população se encontra cada vez mais dependente de energia é importante conhecer os
equipamentos e os hábitos de consumo energético para que se possa realizar uma
recolha de informação de quais os eletrodomésticos, iluminação, equipamentos de
climatização, equipamentos de AQS e hábitos de consumo da população na área de
estudo.
Preconizamos como problema do nosso estudo a caracterização dos
equipamentos e hábitos de consumo energético.
10.1.2. Objetivos do trabalho
O principal objetivo deste trabalho é aferir os hábitos de consumo energético
associado à iluminação, climatização e uso de grandes eletrodomésticos (equipamentos
de frio e equipamentos de lavagem e secagem de roupa e louça)
Face ao descrito, podemos também fixar os seguintes objetivos específicos
caracterizando:
As diferenças nos diferentes consumos entre o meio rural e urbano (eletricidade,
gás, gasóleo e lenha);
O período de funcionamento dos equipamentos de lavar/ secar roupa e lavar
louça, assim como a quantidade de vezes utilizada semanalmente;
As diferenças na classe energética dos equipamentos de frio e máquinas de
lavar/ secar roupa e lavar louça no meio rural e urbano;
As diferenças no tipo de lâmpadas nos meios rural e urbano;
O perfil de utilização mais usual na climatização;
A fonte de energia mais utilizada para climatização;
O equipamento mais usual para climatização das divisões da habitação;
Os meses do ano onde são mais utilizados os sistemas de climatização;
As diferenças no tipo de aquecimento mais utilizado no meio rural e urbano;
O tipo de combustível mais utilizado para AQS;
54
Os tipos de alterações de comportamentos que existiram nos inquiridos.
10.2. Instrumento, procedimento e tratamento de dados
Os inquiridos foram selecionados de forma aleatória, tendo sido realizados no
distrito da Guarda, nos concelhos Guarda, Gouveia, Seia e Fornos de Algodres. De
salientar que em algumas situações foram entregues aos inquiridos os questionários que
não disponibilizaram tempo no momento. Destes, a maioria entregou o questionário
devidamente preenchido; porém uma pequena percentagem não agiu em conformidade.
10.2.1. Instrumento de recolha de dados
O instrumento utilizado neste estudo foi um inquérito por questionário, dado que
este permite realizar uma recolha de dados fiável, permitindo averiguar adequadamente
os objetivos em estudo.
De modo a elaborar um questionário coerente foi necessário definir a estrutura
das questões, escolhendo qual a melhor forma de escrever cada questão, tendo como
preocupação aparecerem questões de informação básica e identificação do inquirido,
seguido das questões específicas para estudo. Assim sendo o questionário é formado por
quatro grupos distintos: equipamentos elétricos, iluminação, climatização e
comportamentos de consumo (Anexo 2). Esta divisão foi realizada de modo a agrupar
em categorias os objetivos propostos a avaliar, podendo realizar uma análise dos
diferentes equipamentos, presentes na habitação, de uma forma individual, assim como
os consumos que existem em cada habitação. Após a elaboração das questões e a
divisão desta em grupos os questionários foram numerados.
55
10.2.2. Procedimentos de recolha de dados
Para o preenchimento dos nossos questionários foi tido em conta o meio. Este
foi dividido em meio urbano e rural, onde o meio urbano foi considerado o local onde
seja definido como cidade, já o meio rural foi considerado os locais adjacentes às
cidades, mas que não pertençam a estas.
O público-alvo para o caso da investigação realizada serão todos os indivíduos
com idade superior a dezoito anos que se encontrem em habitações próprias, ou
alugadas, nos concelhos tidos em conta para o estudo.
Para o preenchimento dos questionários optou-se pela deslocação aos respetivos
locais de investigação, nomeadamente aos concelhos de Fornos de Algodres, Gouveia,
Guarda e Seia, tendo-se contactado os inquiridos nas suas respetivas habitações. Os
inquéritos foram preenchidos por nós, devido ao facto deste ser demasiado extenso e um
pouco complexo. Por conseguinte considera-se que a recolha da informação se realizou
porta a porta, elucidando os inquiridos:
Do âmbito do questionário;
Do facto de os questionários serem importantes para a conclusão do
estudo;
Da confidencialidade das respostas.
10.2.3. Apresentação e análise dos dados
Para Gil (1991), o processo de tratamento dos dados envolve diversos
procedimentos: aplicação do instrumento, codificação das respostas, tabulação dos
dados e cálculos estatísticos.
Procedeu-se à aplicação do questionário (Caraterização de equipamentos e
hábitos de consumo energético). Este instrumento foi efetuado no âmbito do projeto
final de curso de Engenharia do Ambiente, especificamente para o trabalho em questão.
Os dados recolhidos foram codificados e registados numa base de dados. Nestes
procedimentos utilizou-se o programa SPSS, versão 21.0 para Windows.
Para além da análise descritiva dos dados utilizaram-se procedimentos de
inferência estatística, nomeadamente, Independent-Samples T Test/ teste T para a média
56
(teste paramétrico) e Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U) (teste não
paramétrico) e, quando se justificou, avaliaram-se as condições de aplicação dos
mesmos.
Nas decisões que apresentamos considerou-se um nível de significância de 5%.
Para esta situação iremos aceitar a hipótese de investigação (H1), rejeitando a hipótese
H0 (estas hipóteses são definidas cada vez que que se pretende realizar um teste usando
o programa SPSS; as hipóteses para teste são se as médias são iguais, ou não, em ambos
os meios, ou, se as proporções são iguais ou diferentes em ambos os meios), quando o
valor p ≤ 0,05 (probabilidade associada ao teste utilizado). Quando o valor de p > 0,05
não se rejeita H0.
10.2.4. População
Natércio (2005) descreve o conceito de população como sendo “um conjunto de
pessoas, objetos ou eventos, com qualquer característica comum que pode ser objeto de
medição”. A população em estudo residente nos concelhos de Fornos de Algodres,
Gouveia, Guarda e Seia.
A amostra em estudo é composta por 90 pessoas pertencentes aos referidos
concelhos.
10.3. Apresentação e análise de resultados
A apresentação dos resultados inclui a descrição, análise e interpretação dos
dados obtidos. Para a apresentação dos resultados obtidos iremos utilizar tabelas e
gráficos que mais se adequem a cada situação e que facilitam a interpretação dos
resultados.
Nas tabelas e figuras que irão ser apresentados neste capítulo, a sua fonte não
será indicada pois estes são de elaboração própria.
57
10.3.1. Características sociodemográficas da amostra
Neste capítulo fomos caracterizar a amostra segundo o género (Tabela 5) e idade
dos inquiridos, concelho de residência e tipo de fração e tipologia da habitação
Tabela 5 – Género dos inquiridos
Meio
Rural Urbano
Género Género
Masculino Feminino Masculino Feminino
Concelho
Fornos de Algodres 15 11 2 2
Gouveia 1 2 5 9
Guarda 3 6 5 15
Seia 2 3 3 6
Total 21 22 15 32
Pela análise da tabela anterior, verifica-se que a amostra é constituída por 54
indivíduos do sexo feminino e 36 do sexo masculino que em termos percentuais
corresponde a 60 e 40%, respetivamente. 43 residem no meio rural, sendo que 26 no
concelho de Fornos de Algodres, destes, 15 são do sexo masculino e 11 do sexo
feminino; 3 residem no concelho de Gouveia, sendo 1 do sexo masculino e 2 do sexo
feminino; no concelho da Guarda residem 9 inquiridos, 3 do sexo masculino e 6 do sexo
feminino; Em Seia dos 5 inquiridos, 2 são do sexo masculino e 3 do sexo feminino. No
meio urbano, obtivemos 47 respostas. Salienta-se que no concelho de Fornos de
Algodres dos 4 residentes 2 são do sexo masculino e 2 do sexo feminino. Dos 14
residentes no concelho de Gouveia, 5 são do sexo masculino e 9 do sexo feminino; dos
20 inquiridos no concelho da Guarda, 5 são do sexo masculino e 15 do sexo feminino;
no concelho de Seia, dos 9 inquiridos 3 são do sexo masculino e 6 do sexo feminino.
Em seguida iremos analisar a idade dos inquiridos (Tabela 6). Referente à
divisão das classes de idades, esta foi realizada assim pois permitia analisar a idade dos
indivíduos que já se encontrassem a residir em habitações próprias ou alugadas. A
divisão foi feita de dez em dez anos para que não existissem demasiadas classes para
análise do questionário.
58
Tabela 6 – Idade dos inquiridos
Meio
Rural Urbano
Idade Idade
[18-30]
anos
[31-40]
anos
[41-50]
anos
[51-60]
anos
>61
anos
[18-30]
anos
[31-40]
anos
[41-50]
anos
[51-60]
anos
>60
anos
Concelho
Fornos de Algodres 4 4 2 2 14 1 3 0 0 0
Gouveia 0 1 2 0 0 2 2 7 1 2
Guarda 2 1 3 1 2 10 7 1 1 1
Seia 2 1 2 0 0 4 2 1 2 0
Total 8 7 9 3 16 17 14 9 4 3
No que respeita à idade, verificamos que 43 dos inquiridos, pertencem ao meio
rural. No concelho de Fornos de Algodres, dos 26 inquiridos neste concelho, 4
pertencem às classes de idades [18-30] e [31-40] anos; 2 pertencem às classes [41-50] e
[51-60] anos, sendo que 14 pertencem à classe > 60 anos. No concelho de Gouveia, dos
3 inquiridos verificamos que nas classes [18-30], [51-60] e > 60 anos, não obteve
nenhuma frequência; na classe [31-40] anos verificou-se 1 resposta e na classe [41-50]
anos, obteve 2 respostas. No concelho da Guarda os 9 inquiridos ficaram dispostos pelas
seguintes formas: 2 na classe [18-30] anos, 1 na classe [31-40] anos, 3 na classe [41-50]
anos, 1 na classe [51-60] anos e 2 na classe > 60 anos. No concelho de Seia, dos 5
inquiridos, 2 pertencem às classes [18-30] e [41-50] anos, e 1 na classe [31-40] anos,
nas outras classes não se obteve qualquer registo. Verificamos assim que dos 43
inquiridos no meio rural, 8 pertencem à classe [18-30] (19%), 7 à classe [31-40] (16%),
9 à classe [41-50] (21%), 3 à classe [51-60] (7%) e 16 na classe > 60 (37%), como
verificamos no Figura 42.
59
Figura 42 - Idades dos inquiridos (meio rural)
Em relação aos inquiridos, 47 são residentes no meio urbano, sendo distribuídos
pelos seguintes concelhos e classes etárias. O concelho de Fornos de Algodres, dos 4
inquiridos, 1 pertence à classe [18-30] anos e 3 à classe [31-40] anos, as outras classes
não se verificou nenhum registo; no concelho de Gouveia, 2 pertencem às classes [18-
30], [31-40] e > 60 anos, 7 na classe [31-40] anos e 1 na classe [51-60] anos; No
concelho da Guarda, 10 estão na classe [18-30] anos, 7 na classe [31-40] anos e, 1 nas
classes [41-50], [51-60] e > 60 anos. No total dos 47 residentes do meio urbano, 17
estão na classe dos [18-30] (36%) anos, 14 na classe [31-40] (30%), 9 na classe [41-50]
(19%), 4 na classe [51-60] (9%) e 3 na classe > 60 anos (6%), como se pode observar na
Figura 43.
18-30 19%
31-40 16%
41-50 21%
51-60 7%
>60 37%
Idades (meio rural)
60
Figura 43 - Idades dos inquiridos (meio urbano)
A Tabela 7 respeita ao concelho de residência dos inquiridos.
Tabela 7 – Concelho de residência dos inquiridos
Concelho
Frequency Percent Valid Percent Cumulative
Percent
Valid
Fornos de Algodres 30 33,3 33,3 33,3
Gouveia 17 18,9 18,9 52,2
Guarda 29 32,2 32,2 84,4
Seia 14 15,6 15,6 100,0
Total 90 100,0 100,0
Analisando a tabela observamos que 30 dos inquiridos reside no concelho de
Fornos de Algodres, que corresponde a 33,3% do total da amostra. No concelho de
Gouveia residem 17 inquiridos que correspondem a 18,9%. 29 reside no concelho da
Guarda, que corresponde a 32,2%. No concelho de Seia residem 14 inquiridos que
correspondem a 15,6% dos elementos da amostra.
A caraterização do local de residência encontra-se na Tabela 8.
18-30 36%
31-40 30%
41-50 19%
51-60 9%
>60 6%
Idades (meio urbano)
61
Tabela 8 – Caracterização do local de residência
Meio
Frequency Percent Valid Percent Cumulative
Percent
Valid
Rural 43 47,8 47,8 47,8
Urbano 47 52,2 52,2 100,0
Total 90 100,0 100,0
Relativamente ao meio onde residem, 47 dos inquiridos reside no meio urbano,
sendo que os restantes 43 residem no meio rural, que em termos percentuais
corresponde a 52,2 e 47,8%, respetivamente.
Analisamos de igual modo o tipo de fração e tipologia das habitações dos
inquiridos (Tabela 9 e Figura 44).
62
Tabela 9 - Tipo de fração e tipologia
Meio
Rural Urbano
Tipo de fração Tipologia Tipo de fração Tipologia
Apartamento Moradia Vivenda T1 T2 T3 T4 T5 T6 Apartamento Moradia Vivenda T1 T2 T3 T4 T5 T6
Concelho
Fornos de
Algodres
0 23 3 2 7 1 11 4 1 2 1 1 0 1 2 1 0 0
Gouveia 0 2 1 0 0 1 2 0 0 2 10 2 1 6 3 3 1 0
Guarda 0 4 5 1 1 3 3 0 1 15 4 1 1 4 12 3 0 0
Seia 0 3 2 0 1 0 4 0 0 7 2 0 0 2 5 2 0 0
Total 0 32 11 3 9 5 20 4 2 26 17 4 2 13 22 9 1 0
De acordo com a tabela, em relação ao tipo de fração e tipologia, no meio rural, o concelho de Fornos de Algodres é caracterizado da
seguinte forma: possui 23 moradias e 3 vivendas; dos 26 imóveis, 2 são T1, 7- T2, 1- T3, 11- T4, 4- T5 e 1- T6. No concelho de Gouveia,
verificou-se a existência de 2 moradias e 1 vivenda; no que diz respeito à tipologia 1 - T3 e 2- T4. No concelho da Guarda, dos nove imoveis 4
são moradias e 5 vivendas, sendo que a sua tipologia são 1-T1, T2 e T6, 3-T3 e 3-T4; No concelho de Seia, dos 5 imoveis, 3 são moradias e 2 são
vivendas, quanto à tipologia, 1 é T2 e 4 são T4. No meio rural, não existe nenhum apartamento, 32 moradias e 11 vivendas. Quanto à tipologia, 3
são T1, 9 – T2, 5-T3, 20 – T4, 4- T5 e 2 - T6. No meio urbano, o concelho de Fornos de Algodres, verificamos que existem 2 apartamentos, 1
moradia e 1 vivenda, sendo que existem 1 -T2 e T4 e 2-T3. No concelho de Gouveia, dos 14 imóveis existentes 2 são apartamento e vivenda
respetivamente e 10 são moradias; quanto à tipologia verificamos que 1 são T1 e T5, 6 são T2 e 3 T3 e T4. No concelho da Guarda, dos 20
63
imóveis, 15 são apartamentos, 4 moradias e 1 vivenda; quanto à tipologia, verificamos
que existe 1 - T1, 4 - T2; 12 - T3 e 3- T4. No concelho de Seia, dos 9 imóveis, 7 são
apartamentos e 2 moradias; quanto à tipologia, 2 são T2 e T4 e 5 são T5.
65
Como podemos observar 28,89% dos inquiridos habita num apartamento. Da
percentagem anteriormente referida, podemos também analisar que relativamente à sua
tipologia 2,22% habita num T1, 7,78% habita num T2, 17,78% habita num T3 e 1,11%
habita num T4.
Da mesma forma podemos observar que 54,44 % habita numa moradia, sendo
que desta percentagem 2,22% são T1’s, 14,44% T2’s, 8,89% T3’s, 23,33% T4’s, 4,44%
T5’s e 1,11% T6’s.
Por fim verificamos que somente 16,67% dos inquiridos habita numa vivenda,
dividindo esta última por 1,11% que habita num T1, 2,22% que habita num T2, 3,33%
que habita num T3, 7,78% que habita num T4, 1,11% que habita num T5 e 1,11% que
habita num T6.
Do total dos 90 inquiridos (100% da amostra), nenhum vende eletricidade à
EDP, como demonstra a Tabela 10.
Tabela 10 – Produção de eletricidade para venda
Vende eletricidade à EDP?
Frequency Percent Valid Percent Cumulative
Percent
Valid Não 90 100,0 100,0 100,0
10.3.2. Consumos de energia
Para além dos dados relativos à caracterização sociodemográfica da amostra, que
já foram identificados anteriormente, um dado igualmente importante diz respeito ao
consumo mensal de eletricidade, gás, gasóleo e lenha.
Iremos apresentar os valores efetivos do consumo de energia dos dados
recolhidos, que se encontram representados na Tabela 11.
66
Tabela 11 - Consumos efetivos de energia (kWh/hab)
Eletricidade Gás
Rural Urbano Rural Urbano
Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP
Fornos de Algodres 3349,51 128,83 58,82 118,52 440,78 110,20 #N/D 74,56 2193,11 84,35 58,89 64,70 335,11 83,78 #N/D 19,00
Gouveia 235,29 78,43 #N/D 18,34 1439,71 102,84 58,82 53,69 240,00 80,00 #N/D 15,46 1472,33 105,17 45,00 122,18
Guarda 1142,94 126,99 147,06 32,72 3215,69 160,78 117,65 86,33 672,00 74,67 #N/D 56,03 2817,04 140,85 66,67 112,33
Seia 500,00 100,00 #N/D 22,48 1140,53 126,73 #N/D 51,09 374,22 74,84 #N/D 22,49 952,28 105,81 66,67 55,40
Total 5227,75 108,56 6236,71 125,14 3479,34 78,47 5576,76 108,90
Tabela 11 - Consumos efetivos de energia (kWh/hab) (continuação)
Gasóleo Lenha
Rural Urbano Rural Urbano
Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP
Fornos de Algodres 3670,15 141,16 0,00 329,82 250,00 62,50 0,00 108,25 5091,67 195,83 0,00 276,47 0,00 0,00 0,00 0,00
Gouveia 0,00 0,00 0,00 0,00 1050,00 75,00 0,00 154,62 1015,00 338,33 #N/D 293,15 380,00 27,14 0,00 53,66
Guarda 679,35 75,48 0,00 109,94 551,25 27,56 0,00 120,14 3809,87 423,32 0,00 354,97 1353,33 67,67 0,00 135,49
Seia 0,00 0,00 0,00 0,00 555,55 61,73 0,00 126,81 1566,00 313,20 0,00 311,35 166,67 18,52 0,00 52,38
Total 4349,50 54,16 2406,80 56,70 11482,53 317,67 1900,00 28,33
67
No que diz respeito ao consumo de eletricidade (kWh), per capita, verificámos
que no concelho de Fornos de Algodres, o consumo total foi de 3349,51 kWh, cuja
MED de consumo é de 128,83, observamos um MOD de 58,82 kWh e o DP de 118,52.
Em relação ao concelho de Gouveia os valores observados são os seguintes: total de
consumo 235,29 kWh, MED 78,43 kWh e o DP a situar-se nos 18,34. No concelho da
Guarda o consumo total de energia elétrica foi de 1142,94 kWh, a MED de 126,99, com
uma MOD de 147,06 e o DP de 32,72. No concelho de Seia, o consumo total foi de 500
kWh, corresponde a 100 kWh por pessoa e um DP de 22,48 kWh.
No que concerne ao meio urbano, no concelho de Fornos de Algodres, o total
consumido foi de 440,78 kWh, MED de 110,20 kWh e um DP de 74,56 kWh. No
concelho de Gouveia, o total de kWh foi de 1439,71 que dá uma MED per capita de
102,84, a MOD situa-se nos 58,82 kWh e o DP é de 53,69. Em relação ao concelho da
Guarda, o total gasto foi de 3215,69 kWh, a MED per capita de 160,78 kWh, a MOD a
situar-se nos 117,65 kWh e o DP de 86,33. Em Seia verificou-se que o consumo total de
eletricidade foi de 1140,53 kWh, a MED é de 126,73 kWh por pessoa e o DP a situar-se
nos 51,09.
No que diz respeito ao consumo de gás (kWh), per capita, verificamos que no
concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total foi de 2193,11 kWh, cuja MED de
consumo é de 84,35 kWh, observamos um MOD de 58,89 kWh e o DP de 64,70. Em
relação ao concelho de Gouveia os valores observados são os seguintes: total de
consumo 240 kWh, MED 80 kWh e o DP a situar-se nos 15,46. No concelho da Guarda
o consumo total de gás foi de 672 kWh, a MED de 74,67 kWh e o DP de 56,03. No
concelho de Seia, o consumo total foi de 374,22 kWh, corresponde a 74,84 kWh por
pessoa e um DP de 22,49 kWh.
No que concerne ao meio urbano, no concelho de Fornos de Algodres, o total
consumido foi de 335,11 kWh, MED de 83,78 kWh e um DP de 19. No concelho de
Gouveia, o total foi de 1472,33 kWh que dá uma MED per capita de 105,17 kWh, a
MOD situa-se nos 45 kWh e o DP é de 122,18. Em relação ao concelho da Guarda, o
total gasto foi de 2817,04 kWh, a MED per capita de 140,85 kWh, a MOD a situar-se
nos 66,67 kWh e o DP de 112,33. Em Seia verificou-se que o consumo total de
eletricidade foi de 952,28 kWh, a MED é de 105,81 kWh por pessoa, MOD de 66,67
kWh e o DP a situar-se nos 55,40.
No que diz respeito ao consumo de gasóleo (kWh), per capita, verificamos que
no concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total foi de 3670,15 kWh, cuja MED
68
de consumo é de 141,16 kWh, observamos um DP de 329,82. Em relação ao concelho
de Gouveia não observamos quaisquer consumos, assim como no concelho de Seia. No
concelho da Guarda o consumo total de gasóleo foi de 679,35 kWh, a MED de 75,48
kWh e o DP de 109,94.
No que respeita ao meio urbano, no concelho de Fornos de Algodres, o total
consumido foi de 250 kWh, MED de 62,50 kWh e um DP de 108,25. No concelho de
Gouveia, o total de kWh foi de 1050 que dá uma MED per capita de 75 kWh e o DP é
de 154,62. Em relação ao concelho da Guarda, o total gasto foi de 551,25 kWh, a MED
per capita de 27,56 kWh e o DP de 120,14. Em Seia verificou-se que o consumo total
de eletricidade foi de 555,55 kWh, a MED é de 61,73 kWh por pessoa e o DP a situar-se
nos 126,81.
No que diz respeito ao consumo de lenha (kWh), per capita, verificamos que no
concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total foi de 5091,67 kWh, cuja MED de
consumo é de 195,83 kWh, observamos um DP de 276,47. Em relação ao concelho de
Gouveia o consumo total foi de 1015 kWh, uma MED per capita de 338,33 kWh e o DP
de 293,15. No concelho da Guarda o consumo total de lenha foi de 3809,87 kWh, a
MED de 423,32 kWh e o DP de 354,97. No concelho de Seia, o consumo total foi de
1566 kWh, com MED de 313,20 kWh e um DP de 311,35.
No que concerne ao meio urbano, no concelho de Fornos de Algodres, não
foram observados quaisquer valores gastos em lenha. No concelho de Gouveia, o total
foi de 380 kWh que dá uma MED per capita de 27,14 kWh e o DP é de 53,66. Em
relação ao concelho da Guarda, o total gasto foi de 1353,33 kWh, a MED per capita de
67,67 kWh e o DP de 135,49. Em Seia verificou-se que o consumo total de lenha foi de
166,67 kWh, a MED é de 18,52 kWh por pessoa e o DP a situar-se nos 52,38.
69
Iremos apresentar de seguida, os valores de consumo de energia, por habitante, usando a normalização estipulada em [9], cuja tipificação
está estipulada de acordo com o número de habitantes por fração e tipologia de acordo com a norma, tipologia “n+1”, para assim compararmos os
valores referência com os obtidos, que estão mencionados na Tabela 12.
Tabela 12 – Consumos de energia normalizados (kWh/hab)
Tabela 12 - Consumos de energia normalizados (kWh/hab) (continuação)
Gasóleo Lenha
Rural Urbano Rural Urbano
Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP
Fornos
de
Algodres
2541,67 97,76 0,00 250,43 125,00 31,25 0,00 54,13 3213,00 123,58 0,00 159,59 0,00 0,00 0,00 0,00
Gouveia 0,00 0,00 0,00 0,00 600,83 42,92 0,00 95,99 722,00 240,67 #N/D 242,16 318,33 22,74 0,00 44,53
Guarda 453,00 50,33 0,00 74,27 735,00 36,75 0,00 160,19 2589,19 287,69 0,00 208,11 1204,67 60,23 0,00 152,75
Seia 0,00 0,00 0,00 0,00 375,00 41,67 0,00 92,13 1396,00 279,20 0,00 289,45 100,00 11,11 0,00 31,43
Total 2994,68 37,02 1835,83 38,15 7920,19 232,78 1623,00 23,52
Eletricidade Gás
Rural Urbano Rural Urbano
Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP
Fornos de
Algodres 2247,45 86,44 70,59 64,11 274,12 68,53 58,82 29,51 1587,57 61,06 70,67 38,48 235,67 58,92 #N/D 12,23
Gouveia 157,35 52,45 #N/D 4,85 1214,41 86,74 78,43 68,28 164,00 54,67 46,67 11,31 1036,22 74,02 120,00 50,21
Guarda 824,45 91,61 #N/D 26,70 1927,94 96,40 88,24 48,14 534,56 59,40 46,67 56,26 1399,44 69,97 33,33 40,21
Seia 419,61 83,92 58,82 24,12 769,49 85,50 73,53 25,66 302,00 60,40 66,67 15,11 569,22 63,25 #N/D 22,41
Total 3648,86 78,60 4185,96 84,29 2588,12 58,88 3240,56 66,54
70
Segundo o padrão “tipologia n+1” no que diz respeito ao consumo de
eletricidade (kWh), per capita, verificamos que no meio rural, o total consumido
deveria ser 3648,86 kWh, com uma média de consumo de 78,60 kWh.
No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total deveria ser 2247,45
kWh, a MED de consumo de 86,44 kWh, a MOD de 70,59 kWh e o DP de 64,11. Em
relação ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se
os seguintes valores: total de consumo 157,35 kWh, MED 52,45 kWh e o DP a situar-se
nos 4,85. No concelho da Guarda o consumo total de eletricidade deveria ser de 824,45
kWh, a MED de 91,61 kWh e com DP de 26,70. No concelho de Seia, o consumo total
deveria ser de 419,61 kWh, correspondente a 83,92 kWh por pessoa, MOD de 58,82
kWh e um DP de 24,12 kWh.
No que concerne ao meio urbano, deveria apresentar um total de 4185,96 kWh
com uma MED de 84,29 kWh. No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total
deveria ser 274,12 kWh, a MED de consumo de 68,53 kWh, a MOD de 58,82 kWh e o
DP de 29,51. Em relação ao concelho de Gouveia os valores ser os seguintes: total de
consumo 1214,41 kWh, MED 86,74 kWh, MOD 78,43 kWh e o DP a situar-se nos
68,28. No concelho da Guarda o consumo total deveria ser de 1927,94 kWh, a MED de
96,40 kWh, MOD 88,24 kWh e com DP de 48,14. No concelho de Seia, o consumo
total deveria ser de 769,49 kWh, correspondente a 85,50 kWh por pessoa, MOD de
73,53 kWh e um DP de 25,66 kWh.
No que diz respeito ao consumo de gás (kWh), per capita, verificamos que no
meio rural, o total consumido deveria ser de 2588,12 kWh, com uma média de consumo
de 58,88 kWh.
No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total deveria ser 1587,57
kWh, a MED de consumo de 61,06 kWh, a MOD de 70,67 kWh e o DP de 38,48. Em
relação ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se
os seguintes valores: total de consumo 164,00 kWh, MED 54,67 kWh, MOD 46,67
kWh e o DP a situar-se nos 11,31. No concelho da Guarda o consumo total deveria ser
de 534,56 kWh, a MED de 59,40 kWh, MOD 46,67 kWh e com DP de 56,26. No
concelho de Seia, o consumo total deveria ser de 302 kWh, correspondente a 60,40 kWh
por pessoa, MOD de 66,67 kWh e um DP de 15,11 kWh.
No que concerne ao meio urbano, deveria apresentar um total de 3240,56 kWh
com uma MED de 66,54 kWh. No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total
deveria ser 235,67 kWh, a MED de consumo de 58,92 kWh e o DP de 12,23. Em
71
relação ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se
os seguintes valores: total de consumo 1036,22 kWh, MED 74,02 kWh, MOD 120 kWh
e o DP a situar-se nos 50,21. No concelho da Guarda o consumo total deveria ser de
1399,44 kWh, a MED de 69,97 kWh, MOD 33,33 kWh e com DP de 40,21. No
concelho de Seia, o consumo total deveria ser de 569,22 kWh, correspondente a 63,25
kWh por pessoa e um DP de 22,41 kWh.
No que diz respeito ao consumo de gasóleo (kWh), per capita, verificamos que
no meio rural, o total consumido deveria ser de 2994,68 kWh, com uma média de
consumo de 37,02 kWh.
No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total deveria ser 2541,67
kWh, a MED de consumo de 97,76 kWh, a MOD de 0 kWh e o DP de 250,43. Em
relação ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização não existem quaisquer
valores relativamente ao consumo, assim como acontece no concelho de Seia. No
concelho da Guarda o consumo total deveria ser de 453 kWh, a MED de 50,33 kWh,
MOD 0 kWh e com DP de 74,27.
No que concerne ao meio urbano, deveria apresentar um total de 1835,83 kWh
com uma MED de 38,15 kWh. No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total
deveria ser 125 kWh, a MED de consumo de 31,25 kWh e o DP de 54,13. Em relação
ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se os
seguintes valores: total de consumo 600,83 kWh, MED 42,92 kWh, MOD 0 kWh e o
DP a situar-se nos 95,99. No concelho da Guarda o consumo total deveria ser de 735
kWh, a MED de 36,75 kWh, MOD 0 kWh e com DP de 160,19. No concelho de Seia, o
consumo total deveria ser de 375 kWh, correspondente a 41,67 kWh por pessoa e um
DP de 92,13 kWh.
No que diz respeito ao consumo de lenha (kWh), per capita, verificamos que no
meio rural, o total consumido deveria ser de 7920,19 kWh, com uma média de consumo
de 232,78 kWh.
No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total deveria ser 3213 kWh, a
MED de consumo de 123,58 kWh, a MOD de 0 kWh e o DP de 159,59. Em relação ao
concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se os seguintes
valores: total de consumo 722 kWh, MED 240,67 kWh e o DP a situar-se nos 242,16.
No concelho da Guarda o consumo total deveria ser de 2589,19 kWh, a MED de 287,69
kWh, MOD 0 kWh e com DP de 208,11. No concelho de Seia o consumo total deveria
ser de 1396 kWh, a MED de 279,20 kWh, MOD 0 kWh e com DP de 289,45.
72
No que concerne ao meio urbano, deveria apresentar um total de 1623 kWh com
uma MED de 23,52 kWh. No concelho de Fornos de Algodres, não é apresentado
nenhum consumo total por não existir nenhum inquérito referente ao consumo de lenha,
neste meio e concelho. Em relação ao concelho de Gouveia, relativamente à
padronização deveriam apresentar-se os seguintes valores: total de consumo 318,33
kWh, MED 22,74 kWh, MOD 0 kWh e o DP a situar-se nos 44,53. No concelho da
Guarda o consumo total deveria ser de 1204,67 kWh, a MED de 60,23 kWh, MOD 0
kWh e com DP de 152,75. No concelho de Seia, o consumo total deveria ser de 100
kWh, correspondente a 11,11 kWh por pessoa, MOD de 0 e um DP de 31,43 kWh.
Após a exposição relativamente ao consumo, iremos realizar uma comparação
dos dados obtidos (consumo efetivo) com os dados normalizados, de acordo com
número de habitantes por tipologia e aplicando a razão “ tipologia n+1”, referido na
Tabela 13.
73
Tabela 13 - Comparação entre os consumos efetivos e normalizados (kWh/hab)
Eletricidade Gás
Meio Rural Meio Urbano Meio Rural Meio Urbano
Consumo efetivo
Consumo normalizado
Desvio Desvio
(%) Consumo
efetivo Consumo
normalizado Desvio
Desvio (%)
Consumo efetivo
Consumo normalizado
Desvio Desvio
(%) Consumo
efetivo Consumo
normalizado Desvio
Desvio (%)
Fornos de
Algodres 3349,51 2247,45 1102,06 32,90% 440,78 274,12 166,66 37,81% 2193,11 1587,57 605,54 27,61% 335,11 235,67 99,44 29,67%
Gouveia 235,29 157,35 77,94 33,13% 1439,71 1214,41 225,30 15,65% 240,00 54,67 185,33 77,22% 1472,33 1036,22 436,11 29,62%
Guarda 1142,94 824,45 318,49 27,87% 3215,69 1927,94 1287,75 40,05% 672,00 534,56 137,44 20,45% 2817,04 1399,44 1417,60 50,32%
Seia 500,00 419,61 80,39 16,08% 1140,53 769,49 371,04 32,53% 374,22 302,00 72,22 19,30% 952,28 569,22 383,06 40,23%
Tabela 13 - Comparação entre os consumos efetivos e normalizados (kWh/hab) (continuação)
Gasóleo Lenha
Meio Rural Meio Urbano Meio Rural Meio Urbano
Consumo efetivo
Consumo normalizado
Desvio Desvio
(%) Consumo
efetivo Consumo
normalizado Desvio
Desvio (%)
Consumo efetivo
Consumo normalizado
Desvio Desvio
(%) Consumo
efetivo Consumo
normalizado Desvio
Desvio (%)
Fornos
de
Algodres
3670,15 2541,67 1128,48 30,75% 250,00 125,00 125,00 50,00% 5091,67 3213,00 1878,67 36,90% 0,00 0,00 0,00 #DIV/0!
Gouveia 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 1050,00 600,83 449,17 42,78% 1015,00 722,00 293,00 28,87% 380,00 318,33 61,67 16,23%
Guarda 679,35 453,00 226,35 33,32% 551,25 735,00 -183,75 -33,33% 3809,87 2589,19 1220,68 32,04% 1353,33 1204,67 148,66 10,98%
Seia 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 555,55 375,00 180,55 32,50% 1566,00 1396,00 170,00 10,86% 166,67 100,00 66,67 40,00%
74
No que diz respeito à eletricidade, verificamos que, tendo por base o consumo
efetivo, os valores obtidos estão acima do normalizado. Assim, verificamos que no
concelho de Fornos de Algodres, no que concerne à diferença entre o consumo efetivo e
o consumo normalizado, verificou-se um acréscimo de 1102,06 kWh, no meio rural. No
meio urbano a diferença não é tão elevada, verificando-se um aumento de 166,66 kWh.
Podemos também observar que no meio urbano (37,81%) existe um consumo superior
ao meio rural (32,90%).
No concelho de Gouveia, verificou-se um acréscimo de 77,94 kWh, no meio
rural. No meio urbano a diferença é maior, verificando-se um aumento de 225,30 kWh.
Podemos também observar que no meio urbano (15,65%) existe um consumo inferior
ao meio rural (33,13%).
No concelho da Guarda, verificou-se um acréscimo de 318,49 kWh, no meio
rural. No meio urbano a diferença é maior, verificando-se um aumento de 1287,75 kWh.
Podemos também observar que no meio urbano (40,05%) existe um consumo superior
ao meio rural (27,87%).
No concelho de Seia, verificou-se um acréscimo de 80,39 kWh, no meio rural.
No meio urbano a diferença é mais elevada, verificando-se um aumento de 371,04 kWh.
Podemos também observar que no meio urbano (32,53%) existe um consumo superior
ao meio rural (16,08%).
No que diz respeito ao gás, também se verificou um aumento na diferença entre
os consumos efetivos e os consumos normalizados. Neste caso verificamos então que no
concelho de Fornos de Algodres, no que toca à diferença entre o consumo efetivo e o
consumo normalizado, verificou-se um acréscimo de 605,54 kWh, no meio rural. No
meio urbano a diferença não é tão elevada, verificando-se um aumento de apenas 99,44
kWh. Podemos também observar que no meio urbano (29,67%) existe um consumo
superior ao meio rural (27,61%).
No concelho de Gouveia, verificou-se um acréscimo de 185,33 kWh, no meio
rural. No meio urbano a diferença é superior, verificando-se um aumento de 436,11
kWh. Podemos também observar que no meio urbano (29,62%) existe um consumo
inferior ao meio rural (77,22%).
No concelho da Guarda, verificou-se um acréscimo de 137,44 kWh, no meio
rural. No meio urbano a diferença é maior, verificando-se um aumento de 1417,60 kWh.
Podemos também observar que no meio urbano (50,32%) existe um consumo superior
ao meio rural (20,45%).
75
No concelho de Seia, verificou-se um acréscimo de 72,22 kWh, no meio rural.
No meio urbano a diferença é mais elevada, verificando-se um aumento de 383,06 kWh.
Podemos também observar que no meio urbano (40,23%) existe um consumo superior
ao meio rural (19,30%).
No que alude ao consumo de gasóleo, verificámos que existe tanto um aumento
nos consumos efetivos como uma diminuição, quando comparado com os consumos
padronizados. No concelho de Fornos de Algodres, no que respeita à diferença entre o
consumo efetivo e o consumo normalizado, verificou-se um acréscimo de 1128,48
kWh, no meio rural. No meio urbano a diferença não é tão elevada, verificando-se um
aumento de apenas 125 kWh. Podemos também observar que no meio urbano (50,00%)
existe um consumo superior ao meio rural (30,75%).
No concelho de Gouveia, não se verificou qualquer consumo, no meio rural. No
meio urbano o consumo foi de 449,17 kWh (42,78%). Isto deve-se ao facto de não
existirem quaisquer registos de consumos de gasóleo no meio rural. Este facto leva a
que este resultado não consiga ser analisado de uma forma mais correta e precisa, uma
vez que os números dos questionários, relativamente ao meio rural, são bastante
reduzidos, levando a que os resultados obtidos não sejam fidedignos. Em Seia o caso é
semelhante, sendo somente as diferenças nos consumos, tendo então que somente no
meio urbano é que existiram consumos onde a diferença é de 180,55 kWh o que
corresponde a 32,50%.
No concelho da Guarda, verificou-se um acréscimo de 226,35 kWh, no meio
rural. No meio urbano verificou-se uma diminuição de 183,75 kWh. Podemos também
observar que no meio urbano (-33,33%) existe um consumo inferior ao meio rural
(33,32%). Neste caso podemos verificar que no meio urbano os consumos foram
inferiores aos normalizados, caso que não se verificou no meio rural.
Quando nos referimos aos consumos de lenha, verificámos um aumento na
diferença entre os consumos efetivos e os consumos normalizados. No concelho de
Fornos de Algodres verificou-se um acréscimo de 1878,67 kWh (36,90%), no meio
rural. No meio urbano não foi registado qualquer tipo de consumo. Esta situação é
semelhante à encontrada no consumo de gasóleo no concelho de Gouveia/ Seia.
No concelho de Gouveia, verificou-se um acréscimo de 293 kWh, no meio rural.
No meio urbano a diferença é menor, verificando-se um aumento de apenas 61,67 kWh.
Podemos também observar que no meio urbano (16,23%) existe um consumo inferior
ao meio rural (28,87%).
76
No concelho da Guarda, verificou-se um acréscimo de 1220,68 kWh, no meio
rural. No meio urbano a diferença é superior, verificando-se um aumento de 148,66
kWh. Podemos também observar que no meio urbano (10,98%) existe um consumo
inferior ao meio rural (32,04%).
No concelho de Seia, verificou-se um acréscimo de 170 kWh, no meio rural. No
meio urbano a diferença é menor, verificando-se um aumento de 66,67 kWh. Podemos
também observar que no meio urbano (40,00%) existe um consumo superior ao meio
rural (10,86%).
Para além da análise que já foi referida anteriormente, pensámos ser oportuno
realizar igualmente uma comparação entre os valores médios mensais de despesa
referidos pelos inquiridos (valores efetivos) e os valores médios mensais de despesa que
se encontram referenciados nos censos de 2011, por agregado familiar, representados na
Tabela 14.
Tabela 14 - Comparação dos valores efetivos com os valores dos censos 2011
Média das despesas mensais de
eletricidade [€]
Média das despesas mensais de gás [€]
Média das despesas mensais de gasóleo
[€]
Média das despesas mensais de lenha [€]
Valores efetivos 58,58 39,85 126,69 64,67
Valores censos 2011 47,33 35,00 14,75 20,00
Diferença 11,25 4,85 111,94 44,67
Como podemos observar a média das despesas mensais de eletricidade e de gás
são mais ou menos aproximadas. Quando comparadas com as despesas mensais
relativas ao gasóleo e/ ou à lenha, a sua diferença é demasiado elevada, isto deve-se ao
facto de os valores dos censos serem relativos à região centro, sendo que apenas no
distrito da Guarda é mais comum um maior consumo de gasóleo e lenha para fins de
aquecimento. Como podemos observar através do Decreto-Lei nº 244/2002, que
estabelece a Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)
(Anexo 3), podemos verificar que existem diversos concelhos que têm um clima mais
ameno, o que implica que estes não necessitem de utilizar uma tão grande quantidade de
combustíveis para a climatização das suas habitações.
Fomos então verificar se os consumos médios de eletricidade, gás, gasóleo e
lenha eram ou não diferentes no meio rural e urbano, uma vez que este é um dos
objetivos definido por nós.
77
Para isto foi utilizado o teste Independent-Samples T Test. Este teste obriga a
que as amostras tenham uma distribuição normal se a sua dimensão for inferior a 30 (n
< 30), o que se verifica nos consumos mensais de gasóleo e lenha, indicados na Tabela
15.
Tabela 15 – Número da amostra relativa aos consumos mensais
Group Statistics
Meio N Mean Std. Deviation Std. Error Mean
Consumo mensal de eletricidade [€] Rural 43
90 61,0698 33,07740 5,04426
Urbano 47 56,3064 29,27421 4,27008
Consumo mensal de gás [€] Rural 40
85 40,3855 21,92762 3,46706
Urbano 45 39,3667 17,02084 2,53732
Consumo mensal de gasóleo [€] Rural 8
15 240,8663 153,79407 54,37442
Urbano 7 180,4286 120,71158 45,62469
Consumo mensal de lenha [€] Rural 23
32 76,5348 44,25942 9,22873
Urbano 9 34,3333 27,03239 9,01080
O teste de Kolmogorov-Smirnof deve ser utilizado em amostras grandes (n ≥ 30)
e o teste de Shapiro-Wilk deve ser usado nas restantes (n < 30). Como podemos
observar, no consumo médio mensal de gasóleo e no consumo médio mensal de lenha a
amostra é inferior a 30, portanto será necessário realizar um teste de normalidade para
estes casos (Tabelas 16 e 17).
Tabela 16 - Teste de normalidade para o consumo mensal de gasóleo
Tests of Normality
Meio
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Statistic df Sig. Statistic df Sig.
Consumo mensal de gasóleo [€] Rural ,221 8 ,200* ,863 8 ,130
Urbano ,201 7 ,200* ,904 7 ,354
*. This is a lower bound of the true significance.
a. Lilliefors Significance Correction
No que concerne ao teste de normalidade por nós realizado para a variável
consumo mensal de gasóleo, é proposto um valor de α = 5 %, ou seja, assumimos que
temos um nível de significância de 5%. Para este caso é necessário definir duas
hipóteses estatísticas:
78
H0. A variável consumo médio mensal de gasóleo, na zona rural/ urbano,
segue uma distribuição normal;
H1. A variável consumo médio mensal de gasóleo, na zona rural/ urbano, não
segue uma distribuição normal.
Como podemos observar quer para o meio rural, quer para o meio urbano, os
valores de p são superiores ao valor α por nós estabelecido, não tendo então evidência
para rejeitar H0, podendo dizer que a amostra segue uma distribuição normal. Podemos
então neste caso proceder à realização do teste T para a média.
O consumo médio mensal de lenha não cumpre os requisitos para que se possa
realizar o Independent-Samples T Test, pois os seu valores de p são inferiores ao nosso
α estabelecido, tendo assim evidência estatística para rejeitar H0. Como o consumo
mensal de lenha não segue uma distribuição normal então, para se proceder à análise
será necessário a aplicação do teste Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U),
pois este teste, pode ser aplicado mesmo quando existe uma violação na normalidade da
variável. Neste caso todos tendem para uma distribuição normal com a exceção do
consumo mensal de lenha, podendo então aplicar-se o teste Independent-Samples T
Test. Na aplicação do teste T para a média foi necessário ter em conta o teste de Levene.
Este teste serve para determinar a expressão da estatística a aplicar no teste. É
necessário saber se a variância nos dois meios é homogénea ou não, que nos indica se
devemos ou não assumir uma igualdade de variâncias (Tabela 18). No caso de o valor p
ser maior que o valor α, definido por nós (5%),assume-se que a variância é igual
(homogénea) nos dois meios, no caso contrário assumimos que a variável não assume
uma igualdade de variâncias.
Na Tabela 17 podemos observar o teste de normalidade para a variável consumo
mensal de lenha.
Tabela 17 - Teste de normalidade para o consumo mensal de lenha
Tests of Normality
Meio
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Statistic df Sig. Statistic df Sig.
Consumo mensal de lenha [€] Rural ,217 23 ,006 ,907 23 ,036
Urbano ,302 9 ,018 ,740 9 ,004
a. Lilliefors Significance Correction
79
Para este teste é igualmente proposto um valor de α = 5 %, ou seja, assumimos
que temos um nível de significância de 5%. Para este caso é necessário definir duas
hipóteses estatísticas:
H0. A variável consumo médio mensal de lenha, na zona rural/ urbano, segue
uma distribuição normal;
H1. A variável consumo médio mensal de lenha, na zona rural/ urbano, não
segue uma distribuição normal.
Como podemos observar quer para o meio rural, quer para o meio urbano, o
valor de p é inferior ao valor α por nós estabelecido, logo temos evidência estatística
para rejeitar H0, podendo então dizer que a amostra não segue uma distribuição normal.
Neste caso o teste T para a média não pode ser realizado pois a amostra não segue uma
distribuição normal, sendo que para este caso necessitamos de aplicar o teste Two-
Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U).
80
Tabela 18 - Teste de Levene e teste T para a média
Independent Samples Test
Levene's Test for
Equality of
Variances
t-test for Equality of Means
F Sig. t df Sig.
(2-
tailed)
Mean
Difference
Std. Error
Difference
95% Confidence
Interval of the
Difference
Lower Upper
Consumo mensal de
eletricidade [€]
Equal
variances
assumed
,093 ,761 ,725 88 ,471 4,76338 6,57293 -8,29894 17,82571
Equal
variances
not
assumed
,721 84,257 ,473 4,76338 6,60894 -8,37864 17,90540
Consumo mensal de
gás [€]
Equal
variances
assumed
3,603 ,061 ,241 83 ,810 1,01883 4,23335 -7,40112 9,43879
Equal
variances
not
assumed
,237 73,321 ,813 1,01883 4,29633 -7,54312 9,58078
Consumo mensal de
gasóleo [€]
Equal
variances
assumed
,960 ,345 ,837 13 ,418 60,43768 72,19993 -
95,54080
216,41615
Equal
variances
not
assumed
,851 12,879 ,410 60,43768 70,98020 -
93,05262
213,92798
O teste de igualdade de variâncias de Levene indica-nos que todos os consumos
médios mensais assumem uma igualdade de variâncias, com a exceção do consumo
mensal de lenha (não foi referenciado na tabela pois não se pode aplicar este teste), isto
pois os seus valores p são superiores ao nosso α = 5%. Este teste indica-nos qual a
expressão estatística a aplicar.
Procedemos então à análise de um dos objetivos definidos por nós para este
estudo. Podemos então definir duas hipóteses:
H0. A média do consumo médio mensal é igual no meio urbano e no meio
rural;
81
H1. A média do consumo médio mensal é diferente no meio urbano e no
meio rural.
Como podemos observar na Tabela 18, podemos verificar que os valores de p
são todos superiores ao valor α = 5%, não tendo assim evidência estatística para rejeitar
H0, ou seja, a média do consumo médio mensal de eletricidade, gás e gasóleo é igual
em ambos os meios.
Por fim iremos realizar a análise à variável que não deu para analisar
anteriormente, consumo médio mensal de lenha onde a variável não segue uma
distribuição normal. Então, para se proceder à análise será necessário a aplicação do
teste Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U), pois este teste, como já foi
referido anteriormente, pode ser aplicado mesmo quando existe uma violação na
normalidade da variável (Tabela 19).
Tabela 19 - Teste Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U) para o consumo mensal de lenha
Test Statisticsa
Consumo mensal
de lenha [€]
Mann-Whitney U 31,500
Wilcoxon W 76,500
Z -3,021
Asymp. Sig. (2-tailed) ,003
Exact Sig. [2*(1-tailed Sig.)] ,002b
a. Grouping Variable: Meio
b. Not corrected for ties.
Para esta situação é necessário defenir as seguintes hipóteses:
H0. O consumo médio mensal de lenha é idêntico no meio urbano e no meio
rural;
H1. O consumo médio mensal de lenha não é idêntico no meio urbano e no
meio rural.
Como podemos verificar o valor de p é inferior ao α por nós definido (0,003 <
0,05), pelo que temos evidência estatística para rejeitar a hipótese H0, ou seja, o
consumo médio mensal de lenha não é idêntico no meio urbano e no meio rural. Para
82
esta situação e verificando a Tabela 15, podemos verificar que o consumo médio mensal
de lenha tem uma média superior no meio rural, podendo assim referir que é neste meio
que existe um maior gasto deste recurso.
10.3.3. Equipamentos de frio
Os equipamentos de frio são parte integrante de qualquer habitação, pois sem
este tipo de equipamentos, a conservação de alimentos seria mais dificultada, pelo que,
pelo menos um dos diferentes tipos de equipamentos de frio se encontra presentes em
cada habitação.
A classe energética destes equipamentos é um dos fatores pelo qual o consumo
na nossa habitação pode ser mais ou menos elevado, pois estes são responsáveis por
cerca de 20% do consumo de energia de uma habitação, como referimos no capítulo 6.1.
Neste sentido, considerou-se que se deveria analisar as classes energéticas dos
diferentes equipamentos de frio de uma forma global, pois de forma individual não iria
fornecer-nos uma análise coerente e significativa devido ao número reduzido de
questionários e ao facto de existir um número elevado de classes energéticas (Figura
45).
83
A+++ 2%
A++ 7%
A+ 21%
A 19% B
5%
C 2%
D 4%
N/S 40%
Classes energéticas dos eq. de frio (meio urbano)
A++ 4% A+
8%
A 14%
B 2% C
1%
N/S 71%
Classes energéticas dos eq. de frio (meio rural)
Figura 45 - Classes energéticas dos equipamentos de frio
84
No caso do meio urbano podemos dizer que 2 % dos equipamentos de frio têm a
classe energética A+++
, 7 % a classe A++
, 21 % a classe A+, 19 % a classe A, 5 % a
classe B, 2 % a classe C, 4 % e 40 % não sabem qual a classe do seu equipamento.
Já relativamente ao meio rural podemos referir que 4 % tem classe A++
, 8 %
tem classe A+, 14 % tem classe A, 2 % tem classe B, 1 % tem classe C e 71 % não
sabe qual é a classe do seu equipamento.
Para além deste tipo de análise onde verificamos o tipo de classe, independente
de cada equipamento de frio, achamos apropriado verificarmos também se os inquiridos
se encontram sensibilizados para se o tipo de equipamento que têm na sua habitação é
ou não mais eficiente energeticamente. Devido a esta última análise foram divididos em
duas classes os diferentes equipamentos de frio que se encontram na Figura 46.
85
Figura 46 - Classes energéticas dos equipamentos de frio
Para esta situação podemos verificar que para o meio rural 26% dos inquiridos
possuem equipamento de frio com classe energética A ou superior, 3% possuem
equipamentos com classe energética inferior a A e 71% não sabe qual o tipo de classe
energética do seu equipamento de frio.
Superior a A 26%
Inferior a A 3%
N/S 71%
Classes energéticas dos eq. de frio (meio rural)
Superior a A 49%
Inferior a A 11%
N/S 40%
Classes energéticas dos eq. de frio (meio urbano)
86
Já relativamente ao meio urbano as percentagens alteram-se um pouco. Neste
caso 49% dos inquiridos possuem equipamento de classe energética A ou superior,
11% possuem equipamento de frio com classe inferior a A e 40% dos inquiridos não
sabem qual a classe energética do seu equipamento.
Neste caso procedemos então à análise de outro dos objetivos por nós definido.
Como tal, para a verificação deste objetivo foram realizados os cálculos manualmente,
que se encontram descritos em anexo (Anexo 4). Este teste consiste em analisar se as
proporções de cada equipamento de frio, dividido pelas suas classes, são ou não iguais
nos dois meios. Assim, não existem diferenças significativas entre os dois meios
relativamente às classes energéticas. Estabelecidas nos equipamentos de frio.Já quando
avaliado de uma forma onde foram englobadas as classes energéticas em apenas duas
(superior a A; inferior a A) a tendência foi idêntica quando realizado o teste anterior,
pelo que concluímos que não existem diferenças significativas entre os dois meios.
Em suma, através dos testes efetuados, podemos concluir que não existem
diferenças significativas entre o meio rural e o meio urbano, no que toca às classes
energéticas dos equipamentos de frio. Referente ao parâmetro “não sei” verificámos que
existem diferenças significativas, sendo que é no meio rural onde existe um maior
número de respostas, verificando assim que a grande maioria das pessoas não sabe,
neste meio, qual a classe energética do equipamento de frio que têm na sua habitação.
10.3.4. Equipamentos de lavar/ secar roupa e lavar louça
Juntamente com os equipamentos de frio, os equipamentos de lavar/ secar roupa
e lavar louça são equipamentos relativamente comuns nas habitações. Estes
correspondem a 11% do gasto de energia nestas.
Também para este tipo de equipamento reconhecemos igualmente que
deveríamos realizar uma análise para avaliar se existe uma diferença significativa entre
as classes energéticas destes equipamentos. A análise foi semelhante à realizada para os
equipamentos de frio.
Como anteriormente a análise aos equipamentos individualmente não faria
sentido, pois o número de questionários é reduzido, o que não iria fornecer dados
fidedignos. Os equipamentos foram todos somados pela sua classe energética, sem se
87
ter em conta a sua finalidade. Neste sentido obtivemos os seguintes resultados, que se
encontram na Figura 47.
88
Figura 47 - Classes energéticas dos equipamentos de lavar e secar (roupa e louça)
A+++ 3%
A++ 14%
A+ 6%
A 13%
B 4%
C 1%
N/S 59%
Classes energéticas dos eq. de lavar e secar (meio rural)
A+++ 2%
A++ 22%
A+ 6%
A 10%
B 5%
C 2%
N/S 53%
Classes energéticas dos eq. de lavar e secar (meio urbano)
89
Como podemos constatar, no meio rural cerca de 3% dos equipamentos
pertencem a classe energética A+++
, 14% pertencem a classe energética A++
, 6%
pertencem a classe energética A+, 13% pertencem a classe energética A, 4% pertencem
a classe energética B, 1% pertencem a classe energética C e 59% dos inquiridos não
sabe qual a classe energética do seu equipamento.
Já relativamente ao meio urbano podemos referir que 2% têm um equipamento
com classe energética A+++
, 22% A++
, 6% A+, 10% A, 5% B, 2% C e 53% dos
inquiridos não sabem qual a classe energética do seu equipamento.
Como no capítulo anterior, foram dimensionadas duas novas classes para que se
pudesse observar se existem diferenças significativas relativamente à classe energética
dos equipamentos. As novas classes foram definidas em superior a A e inferior a A. Os
resultados obtidos encontram-se no Figura 48.
90
Figura 48 - Classes energéticas dos equipamentos de lavar e secar (roupa e louça)
Superior a A 35%
Inferior a A 6%
N/S 59%
Classes energéticas dos eq. de lavar e secar (meio rural)
Superior a A 40%
Inferior a A 7%
N/S 53%
Classes energéticas dos eq. de lavar e secar (meio urbano)
91
Neste caso, no meio rural 35% dos equipamentos têm classe energética superior
a A, 6% têm equipamentos com classe energética inferior a A e 59% dos inquiridos
não sabe qual a classe energética dos equipamentos.
Já relativamente ao meio urbano podemos dizer que 40% dos equipamentos têm
classe energética superior a A, 7% têm classe energética inferior a A e 53% dos
inquiridos não sabe a classe energética dos seus equipamentos.
Também para a classe energética deste tipo de equipamentos pensámos ser
oportuno saber se os inquiridos se encontram sensibilizados para as classes energéticas
destes. Esta análise comporta outro dos objetivos por nós definidos para o estudo. Os
cálculos foram realizados manualmente (Anexo 5).
Como se pode observar através dos cálculos realizados, constatamos que não
existem diferenças significativas nas classes energéticas das máquinas de lavar/ secar a
roupa e lavar louça entre o meio rural e o meio urbano, ou seja, não existem diferenças
significativas entre os dois meios relativamente às respostas obtidas. Verificámos
também que na grande maioria dos inquiridos, estes não sabem qual a classe energética
associada ao seu equipamento.
Para além da análise referente à classe energética dos equipamentos, e como esta
se encontra distribuída, verificámos o número de vezes que estes equipamentos são
utilizados por semana, como está demonstrado na Figura 49.
92
Figura 49 - Utilização semanal das máquinas de lavar roupa
Podemos referir que relativamente à utilização semanal das máquinas de lavar a
roupa, no meio rural, 5% dos inquiridos utiliza uma vez por semana, 10% utiliza duas
vezes por semana, 20% utiliza três vezes por semana, 17% utiliza quatro vezes por
semana, 7% utiliza cinco vezes por semana, 8% utiliza seis vezes por semana, 8%
1 5% 2
10%
3 20%
4 17%
5 7%
6 8%
7 8%
8 5%
Superior a 8 15%
Raramente 5%
Utilização semanal das máquinas de lavar roupa (meio rural)
1 5%
2 24%
3 17%
4 17%
5 9%
7 14%
8 2%
Superior a 8 10%
Raramente 2%
Utilização semanal das máquinas de lavar roupa (meio urbano)
93
utiliza sete vezes por semana, 5% utiliza oito vezes por semana, 15% utiliza o seu
equipamento mais do que oito vezes por semana e 5% raramente utiliza o seu
equipamento. Já no meio urbano 5% dos inquiridos utiliza uma vez por semana, 24%
utiliza duas vezes por semana, 17% utiliza três vezes por semana, 17% utiliza quatro
vezes por semana, 9% utiliza cinco vezes por semana, 14% utiliza sete vezes por
semana, 2% utiliza oito vezes por semana, 10% utiliza o seu equipamento mais do que
oito vezes por semana e 2% raramente utiliza o seu equipamento. Para além das
máquinas de lavar a roupa também analisamos as máquinas de secar a roupa (Figura
50).
94
Figura 50 - Utilização semanal das máquinas de secar roupa
No que concerne às máquinas de secar a roupa, no meio rural, 7% utiliza duas
vezes por semana, 15% utiliza três vezes por semana, 8% utiliza quatro vezes por
semana, 8% utiliza seis vezes por semana, 8% utiliza sete vezes por semana, 8% utiliza
oito vezes por semana, 23% utiliza o seu equipamento mais do que oito vezes por
semana e 23% raramente utiliza o seu equipamento. Já no meio urbano 14% dos
2 7%
3 15%
4 8%
6 8%
7 8% 8
8%
Superior a 8 23%
Raramente 23%
Utilização semanal das máquinas de secar roupa (meio rural)
1 14%
3 43%
Raramente 43%
Utilização semanal das máquinas de secar roupa (meio urbano)
95
inquiridos utiliza uma vez por semana, 43% utiliza três vezes por semana e 43%
raramente utiliza o seu equipamento. Por fim fomos analisar as máquinas de lavar louça
no que concerne à sua utilização semanal (Figura 51).
Figura 51 - Utilização semanal das máquinas de lavar louça
1 17%
2 11%
3 5%
4 17% 5
5%
8 11%
Superior a 8 6%
Raramente 28%
Utilização semanal das máquinas de lavar louça (meio rural)
2 14%
4 22%
7 7% 8
7%
Raramente 50%
Utilização semanal das máquinas de lavar louça (meio urbano)
96
Relativamente à utilização semanal das máquinas de lavar louça, no meio rural,
17% dos inquiridos utiliza uma vez por semana, 11% utiliza duas vezes por semana,
5% utiliza três vezes por semana, 17% utiliza quatro vezes por semana, 5% utiliza
cinco vezes por semana, 11% utiliza oito vezes por semana, 6% utiliza o seu
equipamento mais do que oito vezes por semana e 28% raramente utiliza o seu
equipamento. Já no meio urbano 14% utiliza duas vezes por semana, 22% utiliza
quatro vezes por semana, 7% utiliza sete vezes por semana, 7% utiliza oito vezes por
semana e 50% raramente utiliza o seu equipamento.
O horário de utilização dos equipamentos foi outro dos fatores que foi avaliado
por nós. Este é um fator que nos permite verificar qual é a hora preferencial para a
utilização dos respetivos equipamentos (Figuras 52, 53 e 54).
97
Figura 52 - Perfil de utilização das máquinas de lavar a roupa
Podemos verificar, que no meio rural, 3% dos inquiridos colocam em
funcionamento as suas máquinas de lavar roupa no horário [8:00-9:00[, 17% [20:30-
22:00[, 7% [22:00-8:00[ e para 73% dos inquiridos é indiferente o horário de utilização
do seu equipamento, pelo que o colocam em funcionamento na hora que mais lhes
convém. No meio urbano 3% dos inquiridos colocam em funcionamento as suas
8:00-9:00 3%
20:30-22:00 17%
22:00-8:00 7%
Indiferente 73%
Perfil de utilização das máquinas de lavar a roupa (meio rural)
8:00-9:00 3% 9:00-10:30
2% 18:00-20:30 2%
20:30-22:00 12%
22:00-8:00 26%
Indiferente 55%
Perfil de utilização das máquinas de lavar a roupa (meio urbano)
98
máquinas de lavar roupa no horário [8:00-9:00[, 2% [09:00-10:30[, 2% [18:00-20:30[,
12% [20:30-22:00[, 26% [22:00-8:00[ e para 55% dos inquiridos é indiferente o
horário de utilização do seu equipamento.
99
Figura 53 - Perfil de utilização das máquinas de secar a roupa
No que concerne às máquinas de secar a roupa podemos verificar, que no meio
rural, 8% dos inquiridos colocam em funcionamento as suas máquinas de lavar roupa
no horário [20:30-22:00[ e para 92% dos inquiridos é indiferente o horário de utilização
do seu equipamento. No meio urbano 71% dos inquiridos colocam em funcionamento
20:30-22:00 8%
Indiferente 92%
Perfil de utilização das máquinas de secar a roupa (meio rural)
22:00-8:00 71%
Indiferente 29%
Perfil de utilização das máquinas de secar a roupa (meio urbano)
100
as suas máquinas de lavar roupa no horário [22:00-8:00[ e para 29% dos inquiridos é
indiferente o horário de utilização do seu equipamento.
Figura 54 - Perfil de utilização das máquinas de lavar a louça
Por fim, no que diz respeito às máquinas de lavar a louça podemos verificar, que
no meio rural, 28% dos inquiridos colocam em funcionamento as suas máquinas de
20:30-22:00 28%
22:00-8:00 17%
Indiferente 55%
Perfil de utilização das máquinas de lavar a louça (meio rural)
22:00-8:00 50%
Indiferente 50%
Perfil de utilização das máquinas de lavar a louça (meio urbano)
101
lavar roupa no horário [20:30-22:00[, 17% [22:00-8:00[ e para 55% dos inquiridos é
indiferente o horário de utilização do seu equipamento. No meio urbano 50% dos
inquiridos colocam em funcionamento as suas máquinas de lavar roupa no horário
[22:00-8:00[ e para 50% dos inquiridos é indiferente o horário de utilização do seu
equipamento.
10.3.5. Iluminação
A iluminação é parte integrante de uma habitação. Apesar das diversas opções
que existem no mercado para iluminar o nosso espaço habitacional, esta é responsável
por cerca de 9% do consumo de energia nas nossas habitações, como referido no
capítulo 8.
Visto a iluminação ser um dos fatores que mais contribui para os gastos de
energia nas habitações, a sua análise é pertinente neste trabalho que estamos a elaborar,
sendo que o tipo de lâmpadas por meio se encontra representado na Figura 55.
102
Figura 55 - Tipo de lâmpadas
No que concerne ao meio rural podemos ver que as lâmpadas mais comuns são
as incandescentes, que ocupam mais de metade do total de lâmpadas com 55%,
seguindo-se das lâmpadas economizadoras (CFL) com 32%, as fluorescentes com 8% e
por fim as lâmpadas de halogénio com 5%.
Já no meio urbano as percentagens do número total de lâmpadas usadas é um
pouco diferente. As lâmpadas economizadoras (CFL) são as que preenchem mais de
metade do gráfico, com 57%, sendo que em segundo lugar se encontram as lâmpadas
Incandescentes 55%
Halogénio 5%
Economizadoras (CFL) 32%
Fluorescentes 8%
Tipo de lâmpadas (meio rural)
Incandescentes 31%
Halogénio 7%
Economizadoras (CFL) 57%
Fluorescentes 5%
Tipo de lâmpadas (meio urbano)
103
incandescentes com 31%, seguindo-se as lâmpadas de halogénio e fluorescentes com
7% e 5% respetivamente.
10.3.6. Aquecimento
A climatização de uma habitação é um dos fatores mais importantes, uma vez
que permite aos seus habitantes manter uma temperatura agradável, que lhes permita
realizar as diversas tarefas nas suas habitações em conforto. Como já foi referido no
capítulo 7, a climatização é responsável por 16% do uso de eletricidade nas habitações.
Neste sentido, optámos por direcionar o nosso estudo para identificar quais são as horas
onde os sistemas de climatização são mais utilizados, assim como qual a energia que
mais predomina nestes sistemas, tal como se encontra definido nos objetivos do capítulo
10.1.2.
A Figura 56 representa as diferentes áreas climatizadas das habitações, nos
diferentes meios. As áreas climatizadas foram agrupadas, no nosso estudo, em zonas
habitadas, zonas complementares e toda a habitação. As zonas habitadas incluem os
quartos e sala (zonas nobres), pois é onde as pessoas passam a maioria do seu tempo,
zonas complementares que incluem a cozinha, WC e corredores (são consideradas zonas
de passagem) e por fim toda a habitação.
104
* Estão incluídos quartos e salas (zonas nobres)
** Estão incluídos cozinha, WC e corredores (zonas complementares/zonas de passagem)
Figura 56 - Áreas climatizadas
Como podemos observar, ambos têm as suas fatias distribuídas da mesma forma,
alterando somente as sus percentagens. As zonas habitadas são as zonas que mais são
climatizadas, conforme representam os gráficos, no meio rural corresponde a 47%, no
meio urbano corresponde a 60%. Em ambos os casos seguem-se as zonas
complementares e por fim toda a habitação, onde no meio rural corresponde a uma
percentagem de 43% e 10% e no meio urbano 28% e 12%, respetivamente.
Estas percentagens demonstram a vontade de as pessoas darem primazia às
zonas onde passam mais tempo em casa, daí as zonas habitadas serem a maior fatia no
Toda 10%
Zonas habitadas *
47%
Zonas complementares
** 43%
ÁREAS CLIMATIZADAS (MEIO RURAL)
Toda 12%
Zonas habitadas *
60%
Zonas complementares
** 28%
ÁREAS CLIMATIZADAS (MEIO URBANO)
105
gráfico. Também como podemos observar, existe uma percentagem de inquiridos
relativamente baixa que respondeu que climatizava a casa toda. Este facto pode dever-se
a que como cada vez os preços dos combustíveis estão mais caros, estes não pretendem
gastar mais do que somente o necessário, climatizando divisões onde não permanecem
muito tempo (zonas de passagem).
Para além das áreas climatizadas um outro ponto de estudo são os meses onde
são utilizados os equipamentos de climatização (Figura 57).
106
Figura 57 - Distribuição da utilização dos equipamentos de climatização dos inquiridos pelos meses do
ano
Os meses onde os equipamentos de climatização são mais utilizados, no meio
rural, é de novembro a abril e no meio urbano é de novembro a março. Em ambos os
meios podemos observar que é a partir do mês de outubro que se registam um
crescimento na utilização dos equipamentos de climatização.
43 43 42
37
7
0 0 0 4
27
42 43
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Distribuição da utilização dos equipamentos de climatização dos inquiridos pelos meses do ano (meio rural)
47 45
39
27
6
1 0 0 3
23
45 47
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Distribuição da utilização dos equipamentos de climatização dos inquiridos pelos meses do ano (meio urbano)
107
10.3.6.1. Aquecimento localizado
Este tipo de aquecimento serve para climatizar, somente uma divisão, a não ser
que em cada habitação exista mais do que um deste tipo de aquecedores, o que
normalmente acontece.
Para efetuarmos uma análise coerente deste tipo de aquecimento considerou-se
como sistemas localizados, a lareira, aquecedores elétricos, aquecedores a gás e outros
(aquecedores a pellets). Para estes sistemas fomos verificar a percentagem dos tipos de
equipamentos que existem em cada meio (Figura 58).
108
Figura 58 - Tipo de aquecimento localizado
Como podemos verificar relativamente ao meio rural, 66% dos inquiridos têm
aquecedores elétricos, 32% têm lareira e 2% têm aquecedores a gás. Já no meio urbano
as percentagens são ligeiramente diferentes sendo que 74% dos inquiridos têm
aquecedores elétricos, 14% têm lareira, 11% têm aquecedores a gás e somente 1% tem
outro tipo de sistema de climatização (pellets).
Lareira 32%
Aquecedor eletrico
66%
Aquecedor a gás 2%
Tipo de aquecimento localizado (meio rural)
Lareira 14%
Aquecedor eletrico
74%
Aquecedor a gás 11%
Outros 1%
Tipo de aquecimento localizado (meio urbano)
109
O perfil de climatização também foi um dos temas avaliados por nós, sendo que
para esta análise foi realizada a distinção entre os dias de semana (Figuras 59 e 60) e o
fim de semana (Figuras 61 e 62).
110
Para o meio rural, verificamos que relativamente à utilização dos equipamentos de climatização estes começam a ser utilizados, com
maior intensidade, no período [08:00-09:00[, sendo que começa a aumentar significativamente a partir do período [17:00-18:00[, atingindo o seu
pico durante o período [20:00-23:00[, voltando depois a decrescer a partir dessa hora.
Período
Perfil diário de climatização no meio rural (dias de semana)
Figura 59 - Perfil diário de climatização no meio rural
111
Figura 60 - Perfil diário de climatização no meio urbano (dias de semana)
Já relativamente ao meio urbano, podemos referir que a utilização dos equipamentos de climatização é relativamente constante no período
[00:00-15:00[, sendo que a partir dessa hora existe um aumento significativo da utilização dos mesmos, atingindo o seu máximo no período
[18:00-23:00[.
Período
Perfil diário de climatização no meio urbano (dias de semana)
112
Figura 61 - Perfil diário de climatização no meio rural (fins de semana)
No que diz respeito aos fins de semana, no meio rural, através da análise do gráfico podemos concluir que é durante o período noturno,
[00:00-08:00[, que se regista uma menor utilização dos equipamentos, existindo um incremento da utilização no período das [09:00-23:00[,
sendo das [20:00-21:00[ que mais se utilizam os equipamentos de climatização.
Período
Perfil diário de climatização no meio rural (fins de semana)
113
Figura 62 - Perfil diário de climatização no meio urbano (fins de semana)
No que concerne ao meio urbano, notamos que no período [00:00-08:00[ a utilização dos equipamentos é constante, havendo uma ligeira
diminuição na utilização destes no intervalo [08:00-10:00[, voltando a normalizar até ao período [11:00-12:00[, sendo que é a partir desse
período que se verifica uma crescente utilização dos equipamentos, atingindo os valores máximos no período [18:00-23:00[.
Período
Perfil diário de climatização no meio urbano (fins de semana)
114
Comparando o meio rural com o meio urbano, durante os dias de semana,
podemos referir que no meio urbano o período de maior utilização dos equipamentos é
superior ao do meio rural, sendo que neste período estão a ser utilizados os
equipamentos de climatização mais duas horas. No meio urbano podemos também
verificar uma distribuição mais uniforme da utilização dos equipamentos de
climatização, assim como se verifica, que no meio rural, o incremento da utilização dos
equipamentos começa usualmente duas horas após o do meio urbano, tendo ambos o
término do seu pico à mesma hora [22:00-23:00[.
Respetivamente aos fins-de-semana, verificamos que no meio rural começa a
haver um aumento da utilização dos equipamentos a partir das [08:00-09:00[, atingindo
o máximo às [20:00-21:00[. Já no meio urbano o maior aumento verifica-se a partir do
período [12:00-13:00[, sendo o pico atingido às [22:00-23:00[.
Estas diferenças verificadas nos períodos de utilização dos equipamentos podem
dever-se ao facto de no meio rural as pessoas se levantarem mais cedo para realizarem o
trabalho no campo, ou para irem trabalhar para outro meio, o que não acontece no meio
urbano.
Em relação aos horários entre os dias de semana e fins de semana, no meio rural
e urbano, estes são, em todo semelhantes.
10.3.6.2. Aquecimento centralizado
Este tipo de aquecimento é mais utilizado quando os habitantes de uma
habitação pretendem climatizar simultaneamente mais do que uma divisão. Este tipo de
sistema é muitas vezes conjugado com os sistemas de climatização localizados.
Além do perfil de utilização dos equipamentos, fomos averiguar qual o
equipamento de produção de calor mais utilizado, quer no meio rural quer no meio
urbano, assim como o tipo de combustível mais usado para alimentar o equipamento de
produção de calor.
Para este estudo foram considerados como equipamentos de produção: caldeira,
recuperador de calor e ar condicionado/bomba de calor (AC/BC). Como combustível de
alimentação dos equipamentos considerou-se gás natural, gás engarrafado/ GPL,
gasóleo e biomassa. Nas Figuras 63 e 64 estão representados os equipamentos de
115
produção de calor no meio rural e urbano assim como os tipos de combustíveis
utilizados para a alimentação dos equipamentos.
* O tipo de combustível utilizado para alimentação é o gasóleo
** O tipo de combustível utilizado para alimentação é a biomassa
Figura 63 - Equipamentos de produção de calor (meio rural)
Através da análise da figura, constatamos que relativamente aos equipamentos
de produção de calor no meio rural 67% dos inquiridos utiliza caldeira (somente utiliza
gasóleo como combustível) e 33% utiliza recuperador de calor (somente utiliza
biomassa como combustível).
Caldeira * 67%
Recuperador de calor **
33%
Equipamentos de produção de calor (meio rural)
116
* O tipo de combustível utilizado para alimentação é a biomassa
Figura 64 - Equipamentos de produção de calor e tipo de combustível usado para alimentação da caldeira
(meio urbano)
Relativamente ao meio urbano, podemos observar que 85% dos inquiridos
utiliza caldeira como equipamento de produção de calor e somente 15% utiliza o
recuperador de calor. Verificando o combustível utilizado para a climatização, vemos
que para o recuperador de calor somente é utilizado biomassa. No entanto, para a
caldeira 42% utiliza gasóleo, 41% utiliza gás natural e por fim 17% utiliza gás
engarrafado/ GPL.
Os perfis de utilização dos equipamentos são algo de relativa importância, uma
vez que nos vai permitir avaliar quais são os períodos que os inquiridos mais utilizam os
seus equipamentos de climatização. Também para esta situação foi analisado os perfis
117
de utilização, sendo que também foi realizada a distinção entre os dias de semana
(Figuras 65 e 66) e o fim de semana (Figuras 67 e 68).
118
Figura 65 - Perfil diário de climatização no meio rural
Podemos observar que a utilização ao longo do dia é relativamente constante, começando somente esta a aumentar a partir do período
[18:00-19:00[, atingindo o seu máximo no período [19:00-23:00[.
Período
Perfil diário de climatização no meio rural (dias de semana)
119
Figura 66 - Perfil diário de climatização no meio urbano
No meio urbano, podemos verificar que durante o período noturno existe uma utilização reduzida, sendo que no período [06:00-11:00[, se
verifica um aumento da utilização dos mesmos, sendo que no período até cerca das 15:00 h, este volta a manter-se baixo, voltando a aumentar a
partir das 17:00 h, sendo relativamente constante até às 24:00 h.
Período
Perfil diário de climatização no meio urbano (dias de semana)
120
Figura 67 - Perfil diário de climatização no meio rural
No que respeita ao perfil diário de climatização, no meio rural aos fins-de-semana, podemos constatar que no intervalo [00:00-09:00[
existe uma diminuta utilização dos equipamentos. A partir deste intervalo a utilização dos equipamentos começa a aumentar, sendo que das
[19:00-23:00[ é o período de maior utilização.
Período
Perfil diário de climatização no meio rural (fins de semana)
121
Figura 68 - Perfil diário de climatização no meio urbano
No que concerne ao perfil diário de climatização no meio urbano durante os fins-de-semana, podemos verificar que no período [06:00-
10:00[ existe um pequeno aumento na utilização dos equipamentos, decrescendo no período seguinte, voltando a aumentar e normalizar durante
[12:00-16:00[, sendo que existe depois um aumento a partir dessa hora, atingindo um máximo no período [17:00-21:00[.
Período
Perfil diário de climatização no meio urbano (fins de semana)
122
Comparando o meio rural com o meio urbano, nos dias de semana, podemos
observar que no meio urbano existe um ligeiro aumento no período [6:00-10:00[, o que
não se verifica no meio rural. Isto deve-se ao facto de no meio urbano as pessoas terem
o aquecimento programado para quando se levantarem terem a habitação climatizada,
tal não acontece no meio rural, uma vez que grande parte dos habitantes neste meio, são
de uma geração mais avançada, não tendo este hábito incutido. Em ambos os meios os
equipamentos de climatização são utilizados geralmente durante o mesmo período
[17:00-24:00[.
Já o perfil diário aos fins-de-semana, nos meios rural e urbano, é explicado por
existirem pessoas no meio urbano que trabalham durante o fim de semana, justificando
assim o aumento observado no período [06:00-10:00[, o que não acontece no meio rural
devido ao facto de as pessoas não terem esse hábito, como já foi referido anteriormente.
A partir das 17 horas existe um intervalo onde os valores são máximos na utilização dos
equipamentos, pois é neste período que as pessoas se encontram mais tempo em casa,
em ambos os meios.
Há semelhança do que acontece com os perfis de climatização dos sistemas
localizados, durante os dias de semana e os fins-de-semana, em ambos os meios, a
utilização dos equipamentos de climatização é semelhante no seu período.
10.3.7. Aquecimento de águas sanitárias (AQS)
O aquecimento de águas sanitárias é um dos bens que uma habitação não deve
descuidar, uma vez que são este tipo de sistemas que fazem com que os seus habitantes
possam usufruir de água quente sem terem que se esforçar, ou seja, não necessitando de
aquecer a água noutro local, embora ainda existam habitações que não possuem este
tipo de sistemas, nomeadamente no sistema rural.
Como referido no capítulo nove, os sistemas AQS são responsáveis por
realizarem um consumo de cerca de 5% da energia elétrica, o que representa uma fatia
relativamente baixa. Em todo o caso, estes sistemas não devem ser menosprezados, uma
vez que contribuem, como já foi referido, para o consumo de energia, pelo que a
abordagem a este tema neste estudo foi importante. Deste modo optámos por verificar
algumas situações que nos pareceram pertinentes, como é o caso:
123
Qual o tipo de sistema mais utilizado nos diferentes meios (Figura 69);
Qual o combustível mais utilizado para o aquecimento de águas sanitárias
(Figura 70);
Se têm ou não painéis solares térmicos.
Figura 69 - Tipo de sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias
Podemos verificar que em ambos os meios o esquentador é o sistema mais
utilizado pelos inquiridos, com 77% no meio rural e 75% no meio urbano. Podemos
também observar que após o esquentador, as caldeiras são aqueles que mais são
Esquentador 77%
Caldeira 18%
Termocumulador 5%
Tipo de sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias (meio rural)
Esquentador 75%
Caldeira 19%
Termocumulador 6%
Tipo de sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias (meio urbano)
124
utilizados, ocupando uma percentagem de 18% no meio rural e de 19% no meio
urbano, seguindo-se pelos termoacumuladores que correspondem a 5% no meio rural e
a 6% no meio urbano.
Todos os sistemas de aquecimento de águas sanitárias necessitam de
combustível para que possam desempenhar a sua função (Figura 70). Neste sentido
fomos também verificar quais seriam os tipos de combustíveis mais usuais para cada um
dos meios.
Figura 70 - Tipo de combustível usado para o aquecimento águas sanitárias
Elétrico 7%
Butano 66%
Propano 11%
Gasóleo 16%
Tipo de combustível usado para o aquecimento águas sanitárias (meio rural)
Elétrico 6%
Butano 45%
Propano 19%
Gás natural 19%
Gasóleo 9%
Biomassa 2%
Tipo de combustível usado para o aquecimento águas sanitárias (meio urbano)
125
Podemos então constatar que no meio rural o gás butano é o combustível mais
utilizado pelos inquiridos, com 66% seguindo-se pelo gasóleo e pelo propano, que
ocupam 16% e 11% das fatias do gráfico respetivamente. Em último encontra-se o
sistema elétrico com apenas 7%.
Já relativamente ao meio urbano podemos dizer que as percentagens são
ligeiramente diferentes, sendo que o gás butano ainda é o combustível mais utilizado,
ocupando 45% do gráfico. Após o gás butano seguem-se o gás natural e o gás propano
com 19% cada um, sendo que o gasóleo somente ocupa 9% do gráfico. Por fim temos o
sistema elétrico e a biomassa com 6% e 2% respetivamente.
Tanto no meio rural como no meio urbano, a percentagem de inquiridos que
possuí um sistema de painéis solares (como sistema de apoio) é bastante diminuta, uma
vez que corresponde a somente 2% em ambos os meios.
Tentando responder aos pontos que foram vistos anteriormente, podemos dizer
que em ambos os meios os equipamentos usados para o aquecimento de águas sanitárias
é aproximadamente igual. Já relativamente ao combustível utilizado este difere um
pouco, no entanto continua a dar-se primazia às botijas de gás butano, embora no meio
urbano se verifique que o gás natural e o gás de botija propano são combustíveis que
começam a ser mais utilizados pelos inquiridos, verificando que o gasóleo e
principalmente os painéis solares são sistemas e combustíveis que não são tão usuais.
10.3.8. Fatores relevantes na compra e alteração de comportamentos
O nosso estudo incidiu sobretudo nos consumos que os inquiridos têm, a classe
energética dos equipamentos de frio e das máquinas de lavar/ secar roupa e lavar louça,
iluminação e por fim a climatização. Neste sentido optámos por analisar, por fim, quais
os fatores mais importantes quando os inquiridos adquirem novos equipamentos, ou
iluminação, assim como, se estes alteraram algo nos últimos tempos.
Para este estudo foram dispostos os fatores: classe energética, preço, estética,
marca, potência e sugestão de alguém, onde os inquiridos teriam que atribuir um valor,
entre 1 e 5 (1 mais importante, 5 menos importante) a cada um dos itens. Foram
também realizados gráficos que englobam os fatores mais relevantes (englobaram-se os
valores 1 e 2), na compra de eletrodomésticos, lâmpadas ou sistemas de climatização e
126
os fatores menos relevantes relativamente à aquisição dos equipamentos anteriormente
descritos (englobaram-se os valores 4 e 5). O estudo foi realizado relativamente à
compra de eletrodomésticos, iluminação e sistema de climatização, no meio rural
(Figuras 71, 72 e 73) e no meio urbano (Figuras 74, 75 e 76).
127
Figura 71 - Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico
(1-menos importante;5- muito importante)
27
7 8
0 1
37
3 3 0 0
4
10 12
14
3
12 9 10
8 4
22
9 11
1 0 3 4 4
16 16
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém
Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico (meio rural)
classe energética
23%
preço 27%
estética 10%
marca 14%
potência 21%
sugestão 5%
Fatores mais importantes na compra de um eletrodoméstico (meio rural) classe
energética 1%
estética 27%
marca 19%
potência 2%
sugestão 51%
Fatores menos importantes na compra de um eletrodoméstico (meio rural)
128
Os fatores que os inquiridos no meio rural mais dão importância aquando a
compra de um eletrodoméstico são o preço e a classe energética, sendo que a potência
também é relativamente importante. Já a estética e a marca são fatores que não
demonstram grande importância para os inquiridos. A sugestão de alguém é o fator que
menos importância tem, sendo que, como podemos observar, os valores de menor
importância são os que ocupam a grande maioria do gráfico.
129
Figura 72 - Fatores relevantes na compra de lâmpadas
(1-menos importante;5-muito importante)
32
4 7
0 0
32
9
2 0 0 1
3
15
10
14
8
2
11 11 11
25
13
4 1 0
3 1
3
16
20
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém
Fatores relevantes na compra de lâmpadas (meio rural)
classe energética
27%
preço 31%
estética 3%
marca 7%
potência 29%
sugestão 3%
Fatores mais importantes na compra de lâmpadas (meio rural)
estética 29%
marca 27%
potência 1%
sugestão 43%
Fatores menos importantes na compra de lâmpadas (meio rural)
130
No que concerne à compra de lâmpadas, verificamos que os inquiridos dão
grande importância à classe energética e ao preço, sendo que a potência das lâmpadas é
igualmente importante. A marca é o fator que mais distribuído está, demonstrando que
os inquiridos no meio rural se encontram divididos relativamente à importância da
marca. Por fim a estética e a sugestão de alguém são os fatores que menos importam aos
inquiridos na aquisição de lâmpadas.
131
Figura 73 - Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização
(1-menos importante;5-muito importante)
25
6 9
3 0
35
5 2 1 0
3
10 11 11 8 9 8
14
7 5
24
6
11
2 0 1
3 6
11
22
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém
Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização (meio rural)
classe energética
23%
preço 30%
estética 10%
marca 12%
potência 22%
sugestão 3%
Fatores mais importantes na compra de um sistema de climatização (meio rural)
classe energética
4%
preço 2%
estética 27%
marca 17%
potência 3%
sugestão 47%
Fatores menos importantes na compra de um sistema de climatização (meio rural)
132
Já relativamente à compra de um sistema de climatização podemos observar que
o preço é o fator mais importante na aquisição, sendo que a classe energética e a
potência são os fatores que se seguem para a tomada de decisão na aquisição dos
equipamentos. A estética é um fator que é relativamente irrelevante para a tomada de
decisão, pois como podemos observar através do gráfico, os valores encontram-se
distribuídos mais ou menos de igual forma em todos os números de importância, o
mesmo se verifica na marca. A sugestão de alguém é o fator que menos relevância tem
aquando da decisão na compra dos sistemas de climatização.
133
Figura 74 - Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico
(1-menos importante;5-muito importante)
32
9 6
0 0
38
7
1 0 1 3
8
19
7 10 10
14 10 9
4
23
11 13
0 0 3 4
9 9
22
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém
Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico (meio urbano)
classe energética
25%
preço 28%
estética 7%
marca 15%
potência 21%
sugestão 4%
Fatores mais importantes na compra de um eletrodoméstico (meio urbano)
preço 2%
estética 27%
marca 21%
sugestão 50%
Fatores menos importantes na compra de um eletrodoméstico (meio urbano)
134
No que diz respeito ao meio urbano, na aquisição de um eletrodoméstico, o
preço é o fator que mais se destaca, seguindo-se a classe energética e a potência. A
estética e a marca são fatores que têm a sua distribuição relativamente semelhante,
sendo os fatores que se encontram mais divididos. A sugestão de alguém é o fator que
menos importância tem aquando a aquisição de um novo eletrodoméstico.
135
Figura 75 - Fatores relevantes na compra de lâmpadas
(1-menos importante;5-muito importante)
34
3 3 2 5
32
10
3 1 1
4 2
14
7
20
7 6
11 8
15
29
6 8
2 2 1 1
7
12
26
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém
Fatores relevantes na compra de lâmpadas (meio urbano)
classe energética
27%
preço 31%
estética 4%
marca 10%
potência 26%
sugestão 2%
Fatores mais importantes na compra de lâmpadas (meio urbano) classe
energética 7%
preço 2%
estética 27%
marca 23%
potência 4%
sugestão 37%
Fatores menos importantes na compra de lâmpadas (meio urbano)
136
No que concerne à compra de lâmpadas, no meio urbano, o preço é o fator mais
importante para os inquiridos, seguindo-se pela classe energética e a potência que têm
igualmente bastante importância. A marca é um fator que tanto é importante como nada
importante, podendo verificar isso através da distribuição no gráfico. Por fim a estética
e a sugestão de alguém são os fatores que menos importam para a aquisição de
lâmpadas.
137
Figura 76 - Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização
(1-menos importante;5-muito importante)
32
8 5
1 1
38
6
1 0 2
5 9 8 9
17
12 11 10 7 7
27
12
7
1 0 3 2
8 9
25
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém
Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização (meio urbano)
classe energética
24%
preço 27%
estética 8%
marca 14%
potência 24%
sugestão 3%
Fatores mais importantes na compra de um sistema de climatização (meio urbano) classe
energética 2%
preço 3%
estética 33%
marca 18%
potência 1%
sugestão 43%
Fatores menos importantes na compra de um sistema de climatização (meio urbano)
138
No que se refere aos fatores mais relevantes na compra de um sistema de
climatização no meio urbano, podemos referir que o preço é o fator mais decisivo para a
tomada de decisão na aquisição de um novo equipamento. A classe energética e a
potência também são fatores que são relativamente importantes para os inquiridos
tomarem a sua decisão. A marca encontra-se relativamente distribuída, mas tendo mais
inquiridos a responderem que é importante este fator. A estética e a sugestão de alguém
são os fatores que menos pesam para a aquisição destes equipamentos.
Para além dos fatores que são mais relevantes aquando a aquisição de
equipamentos, fomos por fim analisar quais as alterações de comportamentos, se as
houve, ou não, que os inquiridos adotaram (as alterações foram consideradas as que
foram implementadas no último ano) (Figuras 77 e 78).
Figura 77 - Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio rural)
Relativamente à alteração de alguns comportamentos que os inquiridos
pudessem ter, no meio rural, podemos referir, que 48% dos inquiridos não alterou nada
nos seus comportamentos. A troca de lâmpadas por umas mais eficientes foi o fator que
as pessoas mais alteraram na sua rotina, (31%), seguindo-se pela redução na utilização
dos equipamentos de climatização, (17%). A utilização muito rara do equipamento de
48%
2%
17%
2%
31%
Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio rural)
Não alterou nada
Utiliza muito raramente oequipamento de climatização
Utiliza o equipamento declimatização menos tempo
Trocou o equipamento poroutro mais eficiente
Trocou as lâmpadas poroutras mais eficientes
139
climatização assim como a troca de um equipamento de climatização por outro mais
eficiente foram as medidas menos adotadas pelos inquiridos (2%).
Figura 78 - Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio urbano)
Já no meio urbano, tal como acontece no meio rural, 39% dos inquiridos não
alterou nada relativamente aos seus comportamentos. A troca de lâmpadas por umas
mais eficientes (22%) e a redução na utilização dos equipamentos de climatização
(18%) foram os comportamentos mais adotados pelos inquiridos. A utilização dos
equipamentos de climatização somente à noite (11%) foi a terceira medida mais
adotada, sendo que o ter deixado de utilizar o equipamento de climatização (2%),
utilizar muito raramente o equipamento de climatização (4%), utilizar o equipamento de
climatização somente ao fim de semana (2%) e a troca do equipamento de climatização
por outro mais eficiente (2%), são os comportamentos que menos foram adotados,
sendo estes aproximadamente semelhantes.
Em suma, no meio rural, como podemos observar através das figuras
anteriormente descritas, vemos que o preço é o fator mais relevante e por isso decisivo,
quer na compra de eletrodomésticos, lâmpadas ou sistemas de climatização. Podemos
observar também que a classe energética começa a emergir como fator decisivo para a
tomada de decisão aquando a aquisição dos equipamentos anteriormente descritos,
39%
2% 4%
18%
11%
2%
2%
22%
Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio urbano)
Não alterou nada
Deixou de usar o equipamento declimatização
Utiliza muito raramente oequipamento de climatização
Utiliza o equipamento de climatizaçãomenos tempo
Utiliza o equipamento de climatizaçãosomente á noite
Utiliza o equipamento de climatizaçãosomente ao fim de semana
Trocou o equipamento por outro maiseficiente
Trocou as lâmpadas por outras maiseficientes
140
seguindo-se a potência, mostrando que os inquiridos, começam a tomar consciência que
uma classe mais eficiente implica um desempenho mais elevado e menores custos a
longo prazo. A marca e a estética ocupam os lugares medianos. A sugestão de alguém é
o fator que é menos relevante uma vez que a maioria dos inquiridos responde que este
não é importante. Verifica-se a mesma situação no meio urbano.
141
11. Conclusões
Ao longo do tempo tem vindo a aumentar a oferta dos equipamentos (de frio, de
lavar e secar roupa e/ ou louça, iluminação, sistemas de climatização) assim como as
suas classes energéticas têm vindo a evoluir. As condições disponíveis em meios
urbanos são diferentes das condições disponíveis em meios rurais. Nos meios urbanos a
informação relativamente aos diferentes equipamentos encontra-se disponível muito
mais rapidamente, assim como a sua disponibilidade para a sua aquisição. Neste sentido
pensamos ser oportuno realizar o estudo relativamente a estes equipamentos de modo a
conseguirmos verificar melhor que tipo de situação é vivenciada em cada meio.
Como podemos observar no decorrer do nosso estudo conseguimos verificar que
no meio rural a média de idades dos inquiridos é superior à média de idade dos
inquiridos no meio urbano. Podemos referir que, no meio rural, não existem
apartamentos, ao contrário do que se verifica no meio urbano.
No que concerne aos consumos podemos verificar que, os consumos que foram
obtidos por nós (efetivos), relativamente ao gasóleo e à lenha, são significativamente
superiores aos valores obtidos através dos censos de 2011, uma vez que estes dizem
respeito somente ao distrito da Guarda, enquanto que os valores obtidos pelos censos
dizem respeito à região centro, como já foi referido anteriormente, no capítulo 10.5.1.
Ainda referente aos consumos pudemos constatar que existem diferenças significativas
no consumo de lenha entre os dois meios, sendo o meio rural o meio que mais gasta este
tipo de combustível.
Já no que diz respeito aos equipamentos de frio, verificámos que aquando a
análise realizada, não existiam diferenças significativas entre os dois meios, pelo que
podemos dizer que, para este caso, tanto no meio rural como no meio urbano optam por
equipamentos de classes energéticas semelhantes. Também podemos referir que os
equipamentos de classe energética superior a A se encontram mais presentes em ambos
os meios e que no meio rural mais de metade dos inquiridos não sabia qual a classe
energética dos seus equipamentos, o que não se verifica no meio urbano.
Relativamente aos equipamentos de lavar e secar podemos afirmar que
relativamente às classes energéticas entre ambos os meios os resultados foram
semelhantes aos obtidos com os equipamentos de frio, não existindo diferenças
significativas entre as diferentes classes energéticas nos dois meios. Podemos também
142
verificar que em ambos os meios mais de metade dos inquiridos não sabia qual a classe
energética dos seus equipamentos, mas que a classe energética superior a A predomina
em relação à classe energética inferior a A. Já no que se refere à utilização semanal dos
diferentes equipamentos de lavar e secar, podemos referir que em relação às máquinas
de lavar roupa a sua utilização é predominantemente de duas a quatro vezes por semana,
em relação às máquinas de secar roupa podemos verificar que a grande maioria dos
inquiridos raramente utiliza, mas quando utilizam é na sua maioria três vezes por
semana e por fim em relação às máquinas de lavar a louça podemos verificar que os
inquiridos raramente utilizam este tipo de equipamento. Relativamente ao horário onde
estes equipamentos são utilizados podemos verificar que a colocação em funcionamento
destes é predominantemente indiferente. Embora o horário de utilização seja na sua
maioria indiferente, existe no entanto alguns inquiridos que têm um horário mais
específico, sendo este entre [20:30-22:00[ e as [22:00-08:00[. Este facto pode dever-se a
que as pessoas colocam a funcionar os seus equipamentos quando acabam o trabalho e
chegam a casa, daí verificarmos que existem horários definidos na utilização dos
equipamentos.
Relativamente à iluminação concluímos que no meio rural existe uma
percentagem maior de lâmpadas incandescentes, o que contrasta com uma percentagem
maior de lâmpadas economizadoras no meio urbano. Neste meio, estas lâmpadas
encontram-se disponíveis de uma forma mais facilitada para a sua aquisição.
No que concerne à climatização a análise foi realizada diferenciando a
climatização localizada da climatização centralizada. Verificámos então que para a
climatização localizada em ambos os meios o aquecedor elétrico é o tipo de sistema
mais utilizado, seguindo-se pela lareira, sendo que neste último se encontra uma
diferença entre o número de equipamentos existentes em cada meio. Já relativamente ao
perfil diário de utilização verificámos que durante os dias de semana, no meio urbano, o
período de utilização é superior ao meio rural. Verificámos ainda que no meio urbano
existe uma distribuição da sua utilização mais uniforme, atingindo, em ambos os meios,
o pico aproximadamente à mesma hora. Já aos fins-de-semana começa a existir um
aumento na utilização dos equipamentos mais cedo no meio rural, sendo também neste
meio que o pico é atingido mais cedo. Já comparando os dias de semana com os fins de
semana, não foram verificadas grandes diferenças no perfil de utilização. Estes factos
podem dever-se a que no meio urbano as pessoas usualmente necessitam de sair cedo da
sua habitação para irem levar os seus filhos à escola e trabalhar, utilizando o
143
equipamento de climatização para climatizar a sua residência antes de saírem,
desligando-o quando saem de casa, sendo que quando voltam do trabalho ligam-no
novamente. Já no meio rural as pessoas passam mais tempo em casa, daí a utilização
dos equipamentos ser mais ou menos regular ao longo do dia, embora o aumento da
utilização dos equipamentos seja mais ou menos à mesma hora que no urbano pois é
quando as pessoas que vão trabalhar chegam também a casa. Já nos fins de semana, no
meio rural, o aumento da utilização dos equipamentos de climatização verifica-se mais
cedo, uma vez que as pessoas ao fim de semana se levantam mais cedo que no meio
urbano.
Analogamente para a climatização centralizada também foram verificados os
perfis de utilização diária, assim como analisados, os equipamentos de produção e o tipo
de combustível mais utilizado. Verificámos que tanto no meio rural como no meio
urbano a caldeira é o equipamento de produção mais utilizado, existindo uma maior
diferença no recuperador de calor. Verificámos que para alimentar o recuperador de
calor é sempre utilizado biomassa, já para a caldeira, no meio rural é sempre utilizado
gasóleo, mas no meio urbano encontra-se divido entre gasóleo, gás natural e gás em
garrafa/ GPL. Relativamente aos perfis de utilização diária podemos verificar que no
meio urbano temos um aumento na utilização do equipamento de climatização entre as
7 e as 8h, podendo dever-se a este horário ser o período onde usualmente as pessoas se
levantam para ir trabalhar, ou levar os seus filhos à escola, que não se verifica no meio
rural. Já em relação aos fins de semana, podemos verificar que no meio rural a
utilização do equipamento coincide com o levantar das pessoas, assim como no meio
urbano, com a exceção de que no meio urbano existe um decréscimo após essa hora,
havendo somente um aumento a partir das doze horas. Já comparando os dias de semana
com os fins de semana não existem grandes diferenças entre os perfis de utilização dos
equipamentos.
Para além da análise relativamente à climatização individual e central, fomos
ainda realizar a análise às áreas climatizadas e o período de utilização ao longo do ano.
Relativamente às áreas climatizadas podemos referir que os inquiridos, em ambos os
meios, dão primazia á climatização das áreas onde se encontram mais tempo ao longo
do dia (áreas habitadas). Já comparando o período de utilização dos diferentes sistemas
de climatização ao longo do ano podemos referir que no meio rural os inquiridos
utilizam estes de novembro a abril, mas verificando-se uma ligeira subida em outubro,
já no meio urbano verificamos também uma pequena subida a partir de outubro mas o
144
período onde é mais utilizado os equipamentos de climatização é de novembro a março,
existindo ainda alguns inquiridos que utilizem em abril.
No que concerne ao aquecimento de águas sanitárias fomos analisar o tipo de
sistema de aquecimento, o tipo de combustível e se os inquiridos possuíam painéis
térmicos solares. Verificámos que em ambos os meios o esquentador é o tipo de sistema
mais utilizado, seguindo-se pela caldeira. Somente uma percentagem muito reduzida
utiliza termoacumulador e painéis solares para o aquecimento das suas águas sanitárias.
Relativamente ao tipo de combustível utilizado podemos verificar que o gás butano é o
mais utilizado em ambos os meios. No meio rural o gasóleo e o gás propano são os que
se seguem na utilização preferencial, sendo que a eletricidade se encontra em último
lugar. Já no meio urbano o propano e gás natural, com a mesma percentagem de
utilização, são os que seguem o gás butano na preferência dos inquiridos, sendo que o
gasóleo a eletricidade e a biomassa são os combustíveis menos utilizados. Por fim,
somente uma percentagem muito reduzida (2%) em ambos os meios é que possui
painéis solares térmicos (como sistema de apoio).
Por fim fomos analisar os fatores relevantes na compra dos equipamentos dos
inquiridos assim como a alteração dos comportamentos. Como pudemos apurar, para a
aquisição de eletrodomésticos e de sistemas de climatização, o preço foi sempre o fator
decisivo, seguindo-se a classe energética e a potência. A estética e a marca foram
sempre os fatores medianos (tanto importavam como não importavam, tendo uma
distribuição homogénea), sendo que a sugestão de alguém foi o fator em que os
inquiridos menos importância davam. Isto deve-se a que as pessoas querem sistemas
com uma melhor eficiência, mas que o seu preço não seja demasiado elevado, alguns
dos inquiridos também tomam em atenção a marca e a estética, pois são equipamentos
que ficam visíveis. Usualmente equipamentos de marca são mais confiáveis que outros
de marca branca, daí alguma importância a este fator, por fim a sugestão de alguém é
algo que usualmente os inquiridos não têm em conta pois aquando a aquisição de algum
equipamento já levam uma ideia definida do que pretendem, não se importando com o
que as outras pessoas sugerem. No referente à iluminação verificámos que o fator
decisivo para a aquisição de lâmpadas foi o preço e a classe energética (ambos se
encontram bastante perto), sendo que a potência também foi tido em conta. A marca foi
o fator mediano (como na situação anterior tanto foi importante como nada importante),
sendo que por fim a estética e a sugestão de alguém foram os fatores menos tidos em
conta pelos inquiridos. Neste caso a classe energética é uma forma de as pessoas verem
145
se os gastos que irão ter com as lâmpadas são elevados, mas também tomam em atenção
ao preço, pois as pessoas não gostam de pagar muito por equipamento tão pequeno e
que se pode comprar mais barato devido à oferta que existe. A marca é algo que as
pessoas associam a maior confiabilidade ou não, caso esta não se conheça, por fim a
estética é um dos fatores menos tidos em conta uma vez que as lâmpadas usualmente
não se encontram visíveis. Por fim, no que concerne à sugestão de alguém podemos
verificar o mesmo que se verifica na aquisição de eletrodomésticos e sistemas de
climatização, ou seja, as pessoas já têm uma ideia definida do que pretendem não se
importando com o que as outras pessoas sugerem. No que concerne às alterações que os
inquiridos fizeram, podemos observar que a grande maioria não alterou nada nos seus
comportamentos e os inquiridos que fizeram alterações, as mais visíveis foram a troca
de lâmpadas por outras mais eficientes e a utilização do equipamento de climatização
menos tempo.
As medidas a tomar na utilização racional de energia em edifícios passam pela
substituição de equipamentos por outros mais eficientes, nomeadamente no que respeita
aos equipamentos de aquecimento/ arrefecimento e iluminação, assim como pela
melhoria do isolamento térmico da envolvente dos edifícios. Por outro lado, a aposta na
energia solar representa um forte potencial de poupança económica e energética para
efeitos de aquecimento de águas sanitárias.
Uma das limitações do nosso estudo foi o facto de o número de elementos que
constituem a amostra ser demasiado reduzido. A falta de colaboração de algumas
pessoas que tinham sido selecionadas para o estudo também foi uma das limitações que
tivemos. A não entrega de alguns questionários por parte de alguns inquiridos
contribuíram para que a amostra não fosse de maior dimensão.
Consideramos que seria importante a continuação do desenvolvimento deste
tema, uma vez que é capaz de fornecer alguns resultados interessantes a nível dos
comportamentos e hábitos de consumo energético. Neste sentido, sugerimos que a
amostra fosse maior e englobando mais concelhos deste distrito. Também se poderia
alargar este estudo a outros distritos do nosso país.
146
Referências bibliográficas
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D_area=8&ID_sub_area=27, acedido em Março de 2014;
[2]- http://www.dgeg.pt/, acedido em Março de 2014;
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2014;
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2014;
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2014;
[6]- http://www.a-nossa-
energia.edp.pt/mais_melhor_energia/revolucao_energetica.php, acedido em
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[9]- DL nº 80/2006 de 4 de Abril;
[10]- DL nº 118-A/2010, de 25 de Outubro;
[11]- DL nº 26/2013, de 19 de Fevereiro;
[12]- http://aminhaalegrecasinha.com/2009/01/acumuladores-de-calor-
electricos.html, Março de 2014;
[13]- http://aproveitarenergia.no.sapo.pt/em%20portugal.htm, Março de 2014;
[14]- http://carlos.franquinho.info/2011/04/a-energia-geotermica-em-portugal/,
Março de 2014;
[15]- http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-tem-186-pequenas-centrais-
hidroelectricas_142747.html, Março de 2014;
[16]- http://energiasalternativas.webnode.com.pt/, Março de 2014;
[17]- http://energizair.apren.pt/, Março de 2014;
[18]- http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/8-10032014-AP/EN/8-
10032014-AP-EN.PDF, Março de 2014;
[19]- http://mesenergiassolares.com/category/news/, Março de 2014;
147
[20]- http://miguel675.tripod.com/sitebuildercontent/sitebuilderfiles/biomassa1.pdf,
Janeiro de 2014;
[21]- http://paginas.fe.up.pt/~projfeup/cd_2010_11/files/ELE317_relatorio.pdf,
Março de 2014;
[22]- http://repositorio.lneg.pt/bitstream/10400.9/2040/1/apresentacao_energia_solar
_pt_22-02-2013.pdf, Janeiro de 2014;
[23]- http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/28006/1/eeum_di_disserta
cao_pg17708.pdf - TESE, Janeiro de 2014;
[24]- http://www.adene.pt/, Março de 2014;
[25]- http://www.apesf.pt/index.php, Março de 2014;
[26]- http://www.apisolar.pt/, Março de 2014;
[27]- http://www.apren.pt, Março de 2014;
[28]- http://www.cogenportugal.com/general_content/showInformation.aspx?mt=1
&ml=2&type=2, Março de 2014;
[29]- http://www.deco.proteste.pt/eletrodomesticos/maquinas-lavar-loica, Janeiro de
2014;
[30]- http://www.diariodosacores.pt/index.php/destaques-2/2065-energias-
renovaveis-nos-acores-vao-crescer-de-30-para-57-em-4-anos-diz-antonio-
furtado, Março de 2014;
[31]- http://www.edp.pt/pt/Pages/homepage.aspx, Março de 2014;
[32]- http://www.eneop.pt/, Março de 2014;
[33]- http://www.energlobo.pt/microproducao.html, Março de 2014;
[34]- http://www.energiasrenovaveis.com/, Março de 2014;
[35]- http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/L%E2mpadas/Fontes_Lumin.pdf, Março
de 2014;
[36]- http://www.industriaeambiente.pt/scid/webIA/default.asp, Janeiro de 2014;
[37]- http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main, Março de 2014;
[38]- http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias3/noticia=733438, Março de
2014;
[39]- http://www.irena.org/DocumentDownloads/Publications/_EU27Complete.pdf,
Janeiro de 2014;
[40]- http://www.newquayweather.com/wxsolarmap.php, Março de 2014;
[41]- http://www.paineisfotovoltaicos.com/funcionamento.php, Março de 2014;
148
[42]- http://www.parlamento.pt/ArquivoDocumentacao/Documents/coleccoes_relat
orio-bio2013-2.pdf, Março de 2014;
[43]- http://www.pordata.pt/, Março de 2014;
[44]- http://www.portal-energia.com/, Março de 2014;
[45]- http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/quase-60-da-electricidade-consumida-
em-2013-foi-renovavel-1619592#/2, Março de 2014;
[46]- https://www.ren.pt/, Março de 2014;
[47]- http://www.renewableenergyworld.com/rea/news/article/2011/06/portuguese-
renewables-unshaken-by-eu-bailout, Março de 2014;
[48]- http://www.reshaping-res-policy.eu/downloads/RE-
Shaping_CP_final_18JAN2012.pdf, Janeiro de 2014;
[49]- http://www.xn--energiasrenovveis-jpb.com/, Março de 2014;
[50]- http://energiasalternativas.webnode.com.pt/energias-renovaveis/energia-
geotermica/, acedido em Novembro de 2014;
[51]- http://greensavers.sapo.pt/2013/10/11/nova-zelandia-abre-a-maior-central-
geotermica-do-mundo/, acedido em Novembro de 2014;
[52]- http://www.energiasrenovaveis.com/images/upload/flash/anima_como_funcio
na/geo18.swf, acedido em Novembro de 2014;
[53]- http://www.geocaching.com/geocache/GC4Z0MY_geotermia?guid=5bc68c53
-3201-4d84-8073-f0fecda1bf55, acedido em Novembro de 2014;
[54]- http://www.portal-energia.com/energia-geotermica-funcionamento-e-
tecnologia/, acedido em Novembro de 2014;
[55]- GIL, A., “Métodos e técnicas de pesquisa social”, Atlas, São Paulo, 1991;
[56]- MAROCO, J., “ANÁLISE ESTATÍSTICA Com utilização do SPSS”, Edições
Sílabo, Lisboa, 2003;
[57]- NATÉRCIO, A., “Investigação Naturalista em Educação: Um guia prático”,
Asa editores, S.A. Lisboa, 2005;
[58]- PESTANA, M. H., GAGEIRO, J.N., “ANÁLISE DE DADOS PARA
CIÊNCIAS SOCIAIS A complementaridade do SPSS”, 2008;
[59]- REIS,E.;MELO, P.;ANDRADE, R.e CALAPEZ, T., "Estatística Aplicada”.
Volume 2. Edições Sílabo, 2001.
151
Nesta tabela consta os nomes das centrais hidroelétricas, produtoras, com a
respetiva potência e curso de água.
Centrais Potência
[MW] Curso de Água Centrais
Potência
[MW]
Curso de
Água
Agueira 336 Mondego Ermal 10,8 Ave
Alto Lindoso 630 Lima Foz Tua 252 Tua
Baixo Sabor 172 Sabor Fratel 132 Tejo
Bemposta II 191 Douro Guilhofrei 4,0 Ave
Cabril 108 Zêzere Lindoso 44,1 Lima
Caniços 0,9 Ave Paradela II 318 Cávado
Cefra 1,1 Ouro Penide 4,9 Cávado
Drizes 0,2 Vouga Pisões 0,1 Dinha
Figueiral 0,2 Carvalhinho Ponte de Jugais 20,3 Alva
France 7 Coura Raiva 24 Mondego
Fridão 237 Tâmega Riba Côa 0,1 Côa
Lagoa
Comprida 0,6 Ribeira da Lagoa
Sabugueiro I 13,2
Ribeira da
Lagoa
Paradela 54 Cávado Salamonde II 204 Cávado
Pedrogão 10,4 Guadiana Torrão 140 Tâmega
Picote II 246 Douro Varosa 25 Varosa
Ponte da
Esperança 2,8 Ave
Venda Nova III 736 Rabagão
Pracana 41 Ocresa Vilarinho das
Furnas 125 Homem
Rei de
Moinhos 0,8 Alva
Aqueva II 260 Guadiana
Ribeirado –
Ermida 77 Vouga
Aregos 3,1 Cabrum
Salamonde 42 Cávado Bemposta 240 Douro
Senhora do
Porto 8,8 Ave
Bruceira 1,7
Ribeira de
Nisa
Valeira 240 Douro Caniçada 62 Cávado
Venda Nova 90 Rabagão Castelo do
Bode 159 Zêzere
Vilar -
Tabuaço 58 Távora
Desterro 13,2 Alva
Alqueva 259,2 Guadiana
Ermida 0,4 Ribeira de
São João
Alto Rabagão 68 Rabagão Frades 191,6 Rabagão
Belver 80,7 Tejo Freigil 4,6 Cabrum
Bouça 44 Zêzere Labruja 0,9 Mestre
Caldeirão 40 Caldeirão Miranda 369 Douro
Carrapatelo 201 Douro Pateiro 0,3 Mondego
Crestuma -
Lever 117 Douro
Picote 195 Douro
152
Centrais Potência
[MW] Curso de Água
Pocinho 186 Douro
Póvoa 0,8 Ribeira de Nisa
Régua 180 Douro
Ribafeita 0,9 Vouga
Sabugueiro
II 10
Ribeira Covão do
Urso
Santa
Luzia 25,9 Ribeira Unhais
Touvedo 22 Lima
Velada 2,0 Ribeira de Nisa
Vila Cova 23,4 Alva
165
Anexo 4 Teste de comparação de duas proporções para
as classes energéticas de equipamentos de frio
166
Este teste é um teste para comparação de duas proporções que consiste em,
ou seja, o teste é aplicado tendo em conta uma aproximação Normal, o que nos leva a
ter que definir o nível de significância e a região crítica para se poder realizar o teste.
A parte esquerda da figura anterior mostra os dados que são necessários para que
se possa definir a região crítica assim como os valores de Z a aceitar, que irão formar a
região aceitável. O lado direito da figura mostra os valores que por nós foram definidos.
Iremos adotar um α = 5%, onde os restantes valores são os que estão demonstrados
anteriormente.
É então necessário verificar qual a quantidade de questionários existentes em
cada meio e o total de equipamentos divididos pelas suas respetivas classes, sendo que
neste caso será:
nr = Número de equipamentos no meio rural
nu = Número de equipamentos no meio urbano
teq.fr. rural = 43 × 5 = 215
teq.fr. urbano = 47 × 5 = 235
167
O facto de ter que se multiplicar por cinco é devido a nos encontrarmos a tratar
com os valores totais das diferentes classes, daí termos que supor a totalidade da
amostra, que é o número de inquéritos multiplicado pelo número de equipamentos
analisados.
Após a verificação do número de questionários existentes em cada meio é
necessário definir as hipóteses para se poder então realizar o teste, neste caso então:
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios;
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios;
Para se realizar o teste temos ainda que definir a região crítica, uma vez que esta
é que nos irá indicar se optamos pela igualdade ou a diferença relativamente aos meios
como se encontra demonstrado na figura anteriormente descrita. Então temos que:
𝑅𝐶 = ] − ∞ ; −1,96 [ ∪ ] 1,96 ; +∞ [ para α = 5%
𝑅𝐴 = [−1,96 ; 1,96 ] para α = 5%
168
Cálculos utilizados
Para a classe energética A+++
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 0
teq.fr. urbano = 2
= nr
teq.fr =
0
215 = 0
= nr
teq.fr =
2
235 = 0,0085
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0 − 0,0085
√0 × (1 − 0)215
+ 0,0085 × (1 − 0,0085)
235
= −1,419
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
169
Para a classe energética A++
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 4
teq.fr. urbano = 6
= nr
teq.fr =
4
215 = 0,019
= nr
teq.fr =
6
235 = 0,026
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,019 − 0,026
√0,019 × (1 − 0,019)215
+ 0,026 × (1 − 0,026)
235
= −0,502
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
170
Para a classe energética A+
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 7
teq.fr. urbano = 17
= nr
teq.fr =
7
215 = 0,033
= nr
teq.fr =
17
235 = 0,072
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,033 − 0,072
√0,033 × (1 − 0,033)215
+ 0,072 × (1 − 0,072)
235
= −1,874
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
171
Para a classe energética A
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 13
teq.fr. urbano = 15
= nr
teq.fr =
13
215 = 0,060
= nr
teq.fr =
15
235 = 0,064
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,060 − 0,064
√0,060 × (1 − 0,060)215
+ 0,064 × (1 − 0,064)
235
= −0,176
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
172
Para a classe energética B
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 2
teq.fr. urbano = 4
= nr
teq.fr =
2
215 = 0,0093
= nr
teq.fr =
4
235 = 0,0170
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,0093 − 0,0170
√0,0093 × (1 − 0,0093)215
+ 0,0170 × (1 − 0,0170)
235
= −0,721
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
173
Para a classe energética C
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 1
teq.fr. urbano = 2
= nr
teq.fr =
1
215 = 0,0047
= nr
teq.fr =
2
235 = 0,0085
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,0047 − 0,0085
√0,0047 × (1 − 0,0047)215
+ 0,0085 × (1 − 0,0085)
235
= −0,501
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
174
Para a classe energética D
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 0
teq.fr. urbano = 3
= nr
teq.fr =
0
215 = 0
= nr
teq.fr =
3
235 = 0,013
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0 − 0,013
√0 × (1 − 0)215
+ 0,013 × (1 − 0,013)
235
= −1,759
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
175
Para a classe energética E, F e G
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 0
teq.fr. urbano = 0
= nr
teq.fr =
0
215 = 0
= nr
teq.fr =
2
235 = 0
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0 − 0
√0 × (1 − 0)215
+ 0 × (1 − 0)
235
= 0
Nesta situação embora se tenham colocado os resultados das contas que se iriam
fazer, estes não irão ser tomados em conta, uma vez que não foi registado qualquer
classe energética para algum equipamento de frio.
176
Para a situação onde as pessoas responderam Não Sei
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 67
teq.fr. urbano = 32
= nr
teq.fr =
67
215 = 0,312
= nr
teq.fr =
32
235 = 0,136
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,312 − 0,136
√0,312 × (1 − 0,312)215
+ 0,136 × (1 − 0,136)
235
= 4,547
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs não se
encontra entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ , encontra-se na RC,
pelo que estatisticamente podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, existem
diferenças significativas relativamente ao número de pessoas que não sabe a classe
energética dos equipamentos de frio que tem em casa entre o meio rural e o meio
urbano.
177
Para equipamentos de classe energética superior a A
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 24
teq.fr. urbano = 40
= nr
teq.fr =
24
215 = 0,112
= nr
teq.fr =
40
235 = 0,170
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,112 − 0,170
√0,112 × (1 − 0,112)215
+ 0,170 × (1 − 0,170)
235
= −1,779
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
178
Para equipamentos de classe energética inferior a A
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 3
teq.fr. urbano = 9
= nr
teq.fr =
3
215 = 0,014
= nr
teq.fr =
9
235 = 0,038
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,014 − 0,038
√0,014 × (1 − 0,014)215
+ 0,038 × (1 − 0,038)
235
= −1,619
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
179
Anexo 5 Teste de comparação de duas proporções para
as classes energéticas das máquinas de lavar/secar
roupa/louça
180
nr = Número de equipamentos no meio rural
nu = Número de equipamentos no meio urbano
teq.fr. rural = 43 × 3 = 129
teq.fr. urbano = 47 × 3 = 141
Cálculos utilizados
Para a classe energética A+++
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 2
teq.fr. urbano = 1
= nr
teq.fr =
2
129 = 0,016
= nr
teq.fr =
1
141 = 0,0071
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,016 − 0,0071
√0,016 × (1 − 0,016)129 +
0,0071 × (1 − 0,0071)141
= 0,679
181
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
Para a classe energética A++
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 10
teq.fr. urbano = 14
= nr
teq.fr =
10
129 = 0,078
= nr
teq.fr =
14
141 = 0,099
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,078 − 0,099
√0,078 × (1 − 0,078)129 +
0,099 × (1 − 0,099)141
= 0,609
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
182
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
Para a classe energética A+
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 4
teq.fr. urbano = 4
= nr
teq.fr =
4
129 = 0,031
= nr
teq.fr =
4
141 = 0,028
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,031 − 0,028
√0,031 × (1 − 0,031)129 +
0,028 × (1 − 0,028)141
= 0,145
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
183
Para a classe energética A
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 9
teq.fr. urbano = 6
= nr
teq.fr =
9
129 = 0,070
= nr
teq.fr =
6
141 = 0,043
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,070 − 0,043
√0,070 × (1 − 0,070)129 +
0,043 × (1 − 0,043)141
= 0,957
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
184
Para a classe energética B
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 3
teq.fr. urbano = 3
= nr
teq.fr =
3
129 = 0,023
= nr
teq.fr =
3
141 = 0,021
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,023 − 0,023
√0,023 × (1 − 0,023)129 +
0,021 × (1 − 0,021)141
= 0,112
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
185
Para a classe energética C
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 1
teq.fr. urbano = 1
= nr
teq.fr =
1
129 = 0,008
= nr
teq.fr =
1
141 = 0,007
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,008 − 0,007
√0,008 × (1 − 0,008)129 +
0,007 × (1 − 0,007)141
= 0,095
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
186
Para a classe energética D, E, F e G
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 0
teq.fr. urbano = 0
= nr
teq.fr =
0
129 = 0
= nr
teq.fr =
2
141 = 0
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0 − 0
√0 × (1 − 0)129 +
0 × (1 − 0)141
= 0
Nesta situação embora se tenham colocado os resultados das contas que se iriam
fazer, estes não irão ser tomados em conta, uma vez que não foi registado qualquer
classe energética para algum equipamento de frio.
187
Para a situação onde as pessoas responderam Não Sei
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 42
teq.fr. urbano = 33
= nr
teq.fr =
42
129 = 0,326
= nr
teq.fr =
33
141 = 0,234
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,326 − 0,234
√0,326 × (1 − 0,326)129 +
0,234 × (1 − 0,234)141
= 1,687
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
188
Para equipamentos de classe energética superior a A
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 25
teq.fr. urbano = 25
= nr
teq.fr =
25
129 = 0,194
= nr
teq.fr =
25
141 = 0,177
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,194 − 0,177
√0,194 × (1 − 0,194)129 +
0,177 × (1 − 0,177)141
= 0,359
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.
189
Para equipamentos de classe energética inferior a A
H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os
meios ( );
H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos
os meios ( );
teq.fr. rural = 4
teq.fr. urbano = 4
= nr
teq.fr =
4
129 = 0,031
= nr
teq.fr =
4
141 = 0,028
𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,031 − 0,028
√0,031 × (1 − 0,031)129 +
0,028 × (1 − 0,028)141
= 0,145
Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-
se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente
não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas
na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.