Projeto amor em duetos

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O AMOR EM DUETOS Soprano: Gina Falcão Mezzo - soprano : Maria Lúcia Waldow Piano : Horácio Gouveia

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O AMOR EM DUETOS

Soprano: Gina Falcão

Mezzo-soprano : Maria Lúcia Waldow Piano : Horácio Gouveia

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Apresentação

Este projeto de recital de canto lírico enfoca o gênero do dueto de câmara (para vozes femininas) com

acompanhamento de piano, abarcando um repertório que se estende do período barroco à produção do século

XX. Uma amostra de diversos estilos e linguagens composicionais cuja linha dorsal está representada pelos

textos que tratam do amor.

O amor retratado em várias culturas, num mesmo gênero, e em diferentes épocas.

O amor percorrendo rotas de integração entre os povos é o ponto de partida para o projeto musical, Amor em

Duetos, com direção musical de Horácio Gouveia.

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Para alcançar este objetivo, o grupo tomou por base uma ampla pesquisa de compositores que se encaixavam no perfil

camerístico mencionado.

A diversidade das línguas (além do italiano e alemão da tradição de concerto, o espanhol, o tcheco e o português

brasileiro) e estilos poéticos e musicais do repertório representam um variado, agradável e informativo espectro desse

gênero artístico híbrido, onde música e palavra se encontram numa relação íntima de indissociabilidade.

Apresentamos um trabalho cuidadoso de pesquisa de repertório, onde todas as peças selecionadas representam

interessantes universos poético-musicais, revelando diferentes explorações do tema “amor”, desde a consecução do par

“ideal” representado por Nero e Poppea na música de Monteverdi, passando por abordagens metafísicas do romantismo

alemão, até tratamentos mais cômicos e caricatos como os da músicas de Rossini.

A única transcrição do programa é o dueto final da ópera “A Coração de Poppea” (L'Incoronazione di Poppea) de

Monteverdi, segundo Nikolaus Harnoncourt uma das mais importantes obras de toda a literatura operística e comparável

às obras primas de Mozart e Verdi. Nesta ópera, diz ainda Harnoncourt, estamos diante do tema do poder destrutivo do

amor, através do qual um imperador romano torna-se um fantoche nas mãos da prostituta Poppea, impondo uma

reversão da ordem moral de seu império. O dueto final, seguindo a tradição do Lieto Fine do período pode, entretanto, ser

interpretado como algo menos “glorioso”, na medida em que o casal aparentemente feliz pode ter pago um preço

demasiado alto por tal conquista.

No século XIX o Lied assume um papel central como gênero musical. Na canção de origem popular, o Romantismo

enxergava o primordial, o característico e o nacional. Tanto a canção popular estimulava os compositores eruditos (como

as aqui representadas pela escolha dos textos das coleções “populares” de Herder em Brahms e a saborosa cor – para

nós “exótica” - das melodias morávias em Dvorák), quanto o contrário. A poesia romântica de Heine, um dos poetas

favoritos de Mendelssohn e Schumann, também tinha inspirações populares e almejava a simplicidade e o essencial e

afastar-se do rebuscamento clássico da época de Goethe.

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O dueto dos gatos de Rossini representa um belo contraste em nosso programa. O título é suficientemente eloqüente,

poupando maiores explicações sobre a peça. Basta dizer que foi composta pelo autor do “Barbeiro de Sevilha” (famoso,

sobretudo por suas óperas cômicas ou bufas), assim como o outro dueto no programa (La Pesca) quando já havia se

retirado da vida “pública” de compositor, vivendo abastadamente em Paris. O salão de Rossini era freqüentado pela

maioria dos grandes artistas e figuras célebres que viviam ou passavam por Paris. Nestas ocasiões (os Samedi Soirs)

eram apresentados seus “Pecados da Velhice” (Pechés de Vieillesse), peças mais ou menos despretensiosas, que

representam, segundo o musicólogo Philip Gossett, um misto de graciosidade, ingenuidade e sofisticação.

Como explica Lauro Machado Coelho em seu livro “A Ópera da França”, o espanholismo tornou-se moda na França

gracas à esposa de Napolenao III, a imperatriz Eugenia Montijo, que introduziu na côrte francesa os ritmos de dança,

roupas e costumes culinários de sua terra natal. Na virada do século XIX para o XX, a fascinação francesa pela

península ibérica está refletida na produção musical, em importantes obras como a famosíssima “Carmen” de Bizet, no

poema sinfônico España de Chabrier; na “Rapsódia Espanhola” de Lalo; Iberia, La Soirée dans Grenade e La Puerta

del Vino de Debussy (esta última, a maior obra “espanhola”, segundo ninguém menos que Manuel de Falla!); na “Hora

Espanhola” e Tzigane de Ravel; e no dueto que incluímos em nosso programa: El Desdichado de Camile Saint-Saëns.

Ressaltamos que a questão da dicção foi uma dos principais focos do trabalho, a fim de alcançar uma padronização

natural do trabalho articulatório e de timbragem das vozes. Tivemos inclusive a cooperação da professora de tcheco

Marketa Pilatova, para trabalhar os textos populares morávios dos duetos de Dvorak.

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REPERTÓRIO

I

A. DVOŘÁK Quatro Duetos Morávios op. 38:

(1841-1904) Možnost

Jablko

Věneček

Hoře

F. MENDELSSOHN Dois Duetos

(1809-1847) Abendlied (Heine) (1839)

Ich wollt’ meine Lieb, op. 63 nº 1 (Heine)

J. BRAHMS Três Duetos op. 20 (1858):

(1833-1897) Die Meere (Herder)

Weg der Liebe II (Herder)

Weg der Liebe I (Herder)

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REPERTÓRIO

II

C. MONTEVERDI Pur ti miro – da ópera L’Incorocazione di Poppea

(1567- 1643)

C. SAINT-SAËNS El Desdichado (Bolero) (1871)

(1835-1921)

G. ROSSINI La Pesca (Serate Musicali)

(1792- 1868) La Regata Veneziana:Notturno a due voci (Serate

Musicali)(1835)

Duetto Buffo di Due Gatti

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HORÁCIO GOUVEIAPIANO

Pianista recifense radicado em São Paulo desde 1993, Horácio Gouveia é detentor de vários prêmios, entre eles:

Vencedor do XVI Concurso Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (2005); 2º Lugar no I Concurso Cultura

FM – Prêmio PROMON (1996) 1º Lugar e "Melhor Sonata" no X Concurso Nacional Cidade de Araçatuba (1993); 2º Lugar

e "Melhor Intérprete de Música Brasileira" no Concurso Internacional Guiomar Novaes em Barra Bonita (1997).

Como bolsista do DAAD estudou na Universidade Albert Ludwig em Freibug(Alemanha) em 1996

Seu repertório abrange obras compostas desde o período barroco até o século XXI, nos âmbitos do piano solo, da

música de câmara e dos concertos com orquestra. A partir de 1993, sob a orientação da pianista e professora Beatriz

Balzi, passou a trabalhar obras de alguns dos mais destacados compositores contemporâneos, tendo realizado pesquisa

de Mestrado sobre interpretação de obra de György Ligeti (sob a orientação de Jacob Herzog na UFRJ). Interpretou obras

contemporâneas para piano em Master Classes dos renomados pianistas

franceses Claude Helffer e Martine Joste e em eventos especializados, como o tradicional Festival Música Nova (São

Paulo). Participou também de diversos cursos com importantes nomes da cena pianística internacional.

Atualmente é professor e correpetidor da Faculdade de Artes Alcântara Machado (FAAM) em São Paulo, além de

cursar o Doutorado em Musicologia na USP, pesquisando obras de György Kurtág. É também integrante do Percorso

Ensemble e do Trio Arkhé de São Paulo.

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MARIA LÚCIA WALDOWMEZZO-SOPRANO

Maria Lúcia Waldow é bacharel em Canto pela UNESP e em Comunicação pela Fundação Armando

Álvares. Estudou canto sob orientação de Eiko Senda, Lenice Prioli e Martha Herr, entre outros. Trabalhou repertório

operístico com Vânia Pajares.

Participou do curso promovido pela Fundação Vitae, ministrado pela mezzo-soprano norte-americana Julie

Simson (2003) e, como executante, do master class realizado em São Paulo pelo baixo-barítono internacionalmente

renomado José Van Dam (2005). Aperfeiçoa-se sob orientação de Juvenal de Moura e realizou em 2008 curso de

extensão na área de fisiologia da voz falada e cantada ministrado pela Professora Doutora Sílvia Pinho no Centro de

Comunicação e Voz Profissional (INVOZ).

Integra desde 2002 os corpos estáveis do Teatro Municipal de São Paulo (Coral Paulistano).

Junto aos grupos vocais Brasilessentia e Vox brasiliensis realizou concertos na Europa (Itália e França),

atuando também como solista no Petit Palais (Paris).

Estreou como solista de ópera no papel de Karolka, na primeira montagem sulamericana de Jenufa de Leoš

Janáček, no Teatro Municipal de São Paulo, sob regência de Ira Levin, tendo recebido elogiosas menções da crítica

especializada. Em 2005, no projeto Cena Aberta do Teatro Muncipal de São Paulo, interpretou o Príncipe Orlofsky do

"Morcego" de J. Strauss.

Tem se apresentado como recitalista em importantes salas brasileiras e integrado tradicionais séries de

concertos como as "Vesperais Líricas" do Teatro Municipal de São Paulo, os concertos Teatro Popular do Sesi (São

Paulo), do auditório do Masp, Centro Cultural São Paulo, Instituto Brasil-Estados Unidos (Rio de Janeiro), Teatro Oficina

(São Paulo), entre outros.

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GINA FALCÃOSOPRANO

Natural de Fortaleza iniciou os estudos no Conservatório Alberto Nepomuceno(CE). Bacharel em canto

pela Faculdade de Artes Alcântara Machado (FAAM), na classe de Carmo Barbosa e aluna de Abel Rocha e Iacov Hillel

na disciplina Estúdio Ópera .

Participou do CoralUsp sob a regência de Benito Juarez, Tiago Pinheiro e Selma Boragian e do Coral do

Estado de São Paulo sob a regência de Ferraz de Toledo. Atualmente é integrante do Collegium Musicum de São

Paulo sob a regência do maestro Abel Rocha.

Participou da montagem da ópera Dido & Aeneas (Henry Purcell) sob a regência de Abel Rocha e direção

cênica de Iacov Hillel.. Participou da primeira mostra da reconstituição da ópera Joanna de Flandres de Carlos Gomes

e da montagem da ópera Salvador Rosa de Carlos Gomes sob a regência de Fábio Gomes de Oliveira e direção cênica

de Walter Neiva.

Em 2004 atuou como solista do espetáculo “Paulicéia Desvairada - 110 Anos de Mário de Andrade”, da

montagem do espetáculo "O amor em Paris e Nova York " (2006) e do projeto "Caminho do Sol", uma realização da

Prefeitura de Itu (2007). Participou como solista do V Encontro Nacional de Compositores (V ENCUN) juntamente

com o Duo Crispim (flauta e piano), da 47ª Semana da Música do Conservatório Dramático Musical de Tatuí (2007) e

do Festival de Música Eleazar de Carvalho (Fortaleza).

Atualmente é graduanda em Licenciatura Plena em Música pela Faculdade de Artes Alcântara Machado e

aluna especial do programa de Mestrado em Interpretação na Universidade Estadual Paulista.

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Endereços de vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=6pzxaT6Bijw

http://www.youtube.com/watch?v=yxUzWQex54c&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=q_JXfrWpuus

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Meu coração não quer ir descansarNas marés do amor está errando à deriva

Quem sabe através daquilo que iniciaO amor encontra seu caminho

Page 12: Projeto amor em duetos

Se trancado for, afastado da luz do solMesmo através dos cadeados e lacres

encontrará o seu caminho ?

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Os amantes estão sempre num contínuo tormento- Por que choras ?- Não apenas pela dor caiu meu coração...Mas também por afiada lâmina foi atingido

Page 14: Projeto amor em duetos

Gostaria que meu amor se derramasseA palavra repleta de amor

E não mais sofrer

Brilhe lua, no alto do céu, enquanto vago pelo mundoPara que meu amor veja os caminhos que percorrerei