Projeto de desenvolvimento de novos produtos numa empresa...

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Outubro de 2019 Adriana Patrícia Oliveira Fernandes Projeto de desenvolvimento de novos produtos numa empresa de linhas de costura industriais Dissertação de Mestrado Mestrado em Engenharia Industrial Ramo de especialização: Gestão Industrial Trabalho efetuado sob a orientação de Professora Doutora Anabela Pereira Tereso Professor Doutor Manuel Lopes Nunes

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Outubro de 2019

Adriana Patrícia Oliveira Fernandes

Projeto de desenvolvimento de novos

produtos numa empresa de linhas de

costura industriais

Dissertação de Mestrado

Mestrado em Engenharia Industrial

Ramo de especialização: Gestão Industrial

Trabalho efetuado sob a orientação de

Professora Doutora Anabela Pereira Tereso

Professor Doutor Manuel Lopes Nunes

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DIREITOS DE AUTOR E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO TRABALHO POR TERCEIROS

Este é um trabalho académico que pode ser utilizado por terceiros desde que respeitadas as regras e

boas práticas internacionalmente aceites, no que concerne aos direitos de autor e direitos conexos.

Assim, o presente trabalho pode ser utilizado nos termos previstos na licença abaixo indicada.

Caso o utilizador necessite de permissão para poder fazer um uso do trabalho em condições não

previstas no licenciamento indicado, deverá contactar o autor, através do RepositóriUM da Universidade

do Minho.

Licença concedida aos utilizadores deste trabalho

Atribuição CC BY https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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AGRADECIMENTOS

A conclusão deste trabalho representa o final de mais uma etapa, não apenas académica. Portanto, isto

não seria possível sem o apoio de algumas pessoas que, de forma direta e indireta, contribuíram para

esta realização e, como tal, fica aqui esse reconhecimento e profundo agradecimento.

Um primeiro e especial agradecimento aos meus pais por todo o esforço e apoio durante todo o meu

percurso académico.

Um particular obrigado ao Ricardo pois, sem o seu apoio incondicional, compreensão e força ao longo

deste projeto, este seria uma tarefa mais árdua.

Nunca esquecendo os meus amigos e colegas de curso, um especial agradecimento pela aprendizagem,

motivação, espírito de equipa e entreajuda vividos durante o mestrado.

Aos meus orientadores, Professora Doutora Anabela Pereira Tereso e Professor Doutor Manuel Lopes

Nunes, um enorme agradecimento por todo o apoio, orientação, disponibilidade e partilha de ideias e

conhecimento durante o decorrer deste projeto.

À empresa que me acolheu, Liconfe - Linhas Industriais, S.A., pela oportunidade que me deu para

desenvolver este projeto. Em especial agradeço ao Dr. Hélder Saldanha, à Eng.ª Elisete Reis e ao Eng.º

Aurélio Carvalho pela preciosa ajuda no decorrer deste trabalho.

Finalmente, o meu sentido agradecimento a todos os colaboradores da empresa que sempre se

mostraram disponíveis a ajudarem-me a conhecer melhor a empresa e a otimizar o meu trabalho, pois

sem este auxílio não seria possível a realização desta dissertação.

A todos o meu muito obrigado!

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DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Declaro ter atuado com integridade na elaboração do presente trabalho académico e confirmo que não

recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização indevida ou falsificação de informações ou

resultados em nenhuma das etapas conducente à sua elaboração.

Mais declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade do Minho.

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RESUMO

No feroz mercado atualmente globalizado, a capacidade de inovação é um dos requisitos de excelência

para assegurar a competitividade de qualquer organização. A necessidade de responderem

eficientemente e de forma integrada aos desafios emergentes das suas rotinas diárias e as necessidades

de manterem a sua posição de referência no mercado incita a implementação de metodologias que

apoiem o desenvolvimento de novos produtos, tornando o processo de desenvolvimento de novos

produtos num diferencial importante.

Esta investigação apresenta um estudo relativo à análise dos processos de desenvolvimento de novos

produtos, no sentido de modificar as diretrizes convencionais e garantir a rapidez e qualidade dos novos

produtos e processos de gestão de projetos na empresa em estudo. Para isso, foi utilizada uma

framework de diagnóstico de projetos de novos produtos completada por uma estrutura de representação

de modelos de referência.

Esta investigação focou-se em desenvolver uma solução embrionária para a implementação de

metodologias de gestão de projetos para o desenvolvimento de novos produtos numa empresa de linhas

de costura industriais. Como principal contribuição, este trabalho apresenta um modelo referencial que

auxilia a empresa a planear os seus processos de desenvolvimento de produtos, estabelecer etapas

sistematizadas para o processo de desenvolvimento, agilizar todos os processos envolventes e, assim,

aumentar as suas chances de sucesso de novos produtos no mercado. Para isso, foi definido um projeto

de desenvolvimento de novos produtos, onde foram realizadas adaptações dos métodos e ferramentas

de acordo com as necessidades latentes da empresa. No geral, esse modelo desenvolvido pode ser

utilizado como referência na implementação de melhorias no processo de gestão de projetos praticado,

passando este a ser realizado de uma forma mais formal e sistemática, para posteriormente integrar os

demais projetos da empresa.

PALAVRAS-CHAVE

Gestão de Projetos, Modelo de referência, PME, Processo de desenvolvimento de produtos, Stage-Gate.

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ABSTRACT

In today's fierce globalized marketplace, the ability to innovate is one of the prerequisites for excellence

to ensure the competitiveness of any organization. The need to respond efficiently and in an integrated

manner to the emerging challenges of the daily routines and the need to maintain market leading position

encourages the implementation of methodologies that support new product development, making the

process of developing new products an important differential.

This research presents a study concerning the analysis of new product development processes, in order

to modify the conventional guidelines and ensure the speed and quality of new products and project

management processes in the company under study. For this, a new product project diagnostic

framework was used, complemented by a framework of representation of reference models.

This research focused on developing an embryonic solution for the implementation of project

management methodologies for the development of new products in an industrial sewing company. As a

major contribution, this work presents a reference model that helps the company to plan its product

development processes, establish systematic stages for the development process, streamline all the

processes involved and thus, increase its chances of success for new products in the market. For that, a

new product development project was defined, where adaptations of methods and tools were made

according to the latent needs of the company. Overall, this developed model can be used as a reference

in the implementation of improvements in the project management process used, becoming more formal

and systematic, to later integrate the other projects of the company.

KEYWORDS

Project Management, Reference Model, SME, Product Development Process, Stage-Gate.

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ÍNDICE

Agradecimentos .................................................................................................................................. iii

Resumo............................................................................................................................................... v

Abstract.............................................................................................................................................. vi

Índice ................................................................................................................................................ vii

Índice de Figuras ................................................................................................................................. x

Índice de Tabelas ............................................................................................................................... xi

Lista de Abreviaturas, Siglas e Acrónimos .......................................................................................... xii

1. Introdução .................................................................................................................................. 1

1.1 Enquadramento .................................................................................................................. 1

1.2 Problema e objetivos de investigação ................................................................................... 2

1.3 Metodologia ........................................................................................................................ 3

1.4 Estrutura da dissertação ...................................................................................................... 5

2. Revisão bibliográfica ................................................................................................................... 6

2.1 Conceitos gerais de gestão de projetos ................................................................................ 6

2.1.1 Projetos ....................................................................................................................... 6

2.1.2 Gestão de Projetos....................................................................................................... 7

2.1.3 Ciclo de vida de um projeto ....................................................................................... 10

2.2 Origem e evolução da gestão de projetos ........................................................................... 11

2.3 Standards e metodologias de gestão de projeto ................................................................. 13

2.4 PMBOK ............................................................................................................................. 15

2.4.1 Grupos de processos de gestão de projetos ................................................................ 15

2.4.2 Áreas de conhecimento de gestão de projetos ............................................................ 17

2.5 Ferramentas e técnicas de gestão de projetos .................................................................... 19

2.6 Processo de desenvolvimento de produtos ......................................................................... 24

2.7 Modelos de referência ....................................................................................................... 28

2.7.1 Modelos de referência e o processo de desenvolvimento de novos produtos ............... 28

2.7.2 Modelo de referência de Rozenfeld et al. (2006) ......................................................... 31

2.7.3 Processo de desenvolvimento de produtos em pequenas e médias empresas ............. 32

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2.7.4 Processo de desenvolvimento de produtos na indústria têxtil ...................................... 34

2.8 Desenvolvimento de novos produtos .................................................................................. 35

2.8.1 Planeamento de ações para projetos de desenvolvimento de novos produtos .............. 35

2.8.2 Principais desafios na gestão de projetos de novos produtos ...................................... 38

2.8.3 Modelo stage gate aplicado ao desenvolvimento de novos produtos ............................ 38

3. Contexto da investigação ........................................................................................................... 44

3.1 Liconfe – Linhas Industriais, SA ......................................................................................... 44

3.1.1 Apresentação da empresa ......................................................................................... 44

3.1.2 Estrutura organizacional ............................................................................................ 45

3.1.3 Produtos ................................................................................................................... 46

3.1.4 Processo Produtivo .................................................................................................... 47

3.2 O Cocoon .......................................................................................................................... 49

4. Análise crítica do processo integrado de gestão de projetos de novos produtos na Liconfe, S.A. . 52

4.1 Atual processo de desenvolvimento de produtos na Liconfe, S.A. ....................................... 52

4.2 Fases do desenvolvimento de novos produtos na Liconfe, S.A. ........................................... 58

5. Propostas de melhoria .............................................................................................................. 62

5.1 Propostas de melhoria para o processo de DNP da Liconfe, S.A. ........................................ 62

5.2 Introdução e integração de processos de gestão de projetos .............................................. 66

5.2.1 Processo Integrado de Gestão de Projetos .................................................................. 66

5.2.2 Integração da gestão de projetos com o desenvolvimento do produto ......................... 71

5.2.3 Ferramentas, técnicas e documentos de apoio de gestão de projetos ......................... 72

5.3 Proposta de implementação de um modelo para o processo de desenvolvimento de novos

produtos ....................................................................................................................................... 84

5.3.1 Modelo proposto para o processo de desenvolvimento de novos produtos .................. 84

5.3.2 Documentação entre as fases .................................................................................. 104

5.3.3 Localização das gates .............................................................................................. 105

6. Conclusão .............................................................................................................................. 108

6.1 Contribuições do trabalho de investigação ....................................................................... 108

6.2 Limitações do trabalho de investigação ............................................................................ 109

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6.3 Trabalho futuro ............................................................................................................... 110

Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 112

Apêndice 1 – Famílias de Produtos ................................................................................................. 116

Apêndice 2 – Iniciação ................................................................................................................... 117

Apêndice 3 – Planeamento Inicial ................................................................................................... 118

Apêndice 4 – Acompanhamento do Projeto ..................................................................................... 120

Apêndice 5 – Encerramento ........................................................................................................... 121

Apêndice 6 – Termo de Abertura .................................................................................................... 122

Apêndice 7 – Declaração do Âmbito do Projeto ............................................................................... 123

Apêndice 8 – Registo dos Stakeholders ........................................................................................... 124

Apêndice 9 – Glossário do Registo de Stakeholders ......................................................................... 126

Apêndice 10 – Matriz de Responsabilidades.................................................................................... 127

Apêndice 11 – WBS ........................................................................................................................ 128

Apêndice 12 – Issue Log ................................................................................................................ 129

Apêndice 13 – Glossário da Issue log .............................................................................................. 130

Apêndice 14 – OPL ........................................................................................................................ 131

Apêndice 15 – Relatório de Progresso ............................................................................................. 132

Apêndice 16 – Registo de Riscos .................................................................................................... 133

Apêndice 17 – Glossário do Registo de Riscos ................................................................................ 135

Apêndice 18 – Registo de Comunicações ........................................................................................ 136

Apêndice 19 – Lições Aprendidas ................................................................................................... 137

Apêndice 20 – Pré-desenvolvimento ................................................................................................ 139

Apêndice 21 – Desenvolvimento ..................................................................................................... 140

Apêndice 22 – Pós-desenvolvimento ............................................................................................... 150

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Ciclo de vida do Projeto ...................................................................................................... 11

Figura 2: Fronteiras do projeto .......................................................................................................... 16

Figura 3: As 20 práticas e técnicas mais úteis por grupo de processos e por área de conhecimento .. 20

Figura 4: Modelos de referência de desenvolvimento de produtos contextualizados por marcos históricos

........................................................................................................................................................ 29

Figura 5: Processo de desenvolvimento de produto proposto por Rozenfeld ....................................... 32

Figura 6: Processo SG de desenvolvimento de novos produtos (DNP) ................................................ 40

Figura 7: Stage Gate e fases da GP ................................................................................................... 41

Figura 8: Estrutura organizacional da Liconfe, S.A. ............................................................................ 46

Figura 9: Cartaz de cores da Liconfe ................................................................................................. 46

Figura 10: Equipamento de Bobinagem ............................................................................................ 48

Figura 11: Processo produtivo tradicional da Liconfe ......................................................................... 49

Figura 12: Processo Produtivo do Cocoon ......................................................................................... 51

Figura 13: Diretrizes gerais do processo de desenvolvimento do novo produto na Liconfe, S.A. .......... 53

Figura 14: Processo Integrado de Gestão de Projetos ........................................................................ 67

Figura 15:Processos essenciais de planeamento e processos auxiliares............................................. 69

Figura 16: Integração da Gestão de Projetos e o processo de DNP .................................................... 72

Figura 17:Matriz de Stakeholders ...................................................................................................... 76

Figura 18: Exemplo do preenchimento da secção "Análise dos Stakeholders" .................................... 76

Figura 19: Exemplo do preenchimento da OPL e o dashboard representativo .................................... 79

Figura 20: Matriz de probabilidade e impacto dos riscos ................................................................... 81

Figura 21: Preenchimento da secção "Análise do risco” .................................................................... 82

Figura 22: Processo de transição de para a fase seguinte ................................................................. 86

Figura 23: Representação detalhada de cada fase do modelo de referência ....................................... 87

Figura 24: Fase de pré-desenvolvimento do modelo de DNP .............................................................. 88

Figura 25: Processo de transição da fase de pré-desenvolvimento e desenvolvimento ........................ 90

Figura 26: Resumo das Fases: Projeto Informacional ........................................................................ 91

Figura 27: Resumo das Fases: Projeto Conceptual ............................................................................ 94

Figura 28: Resumo das fases: Projeto detalhado ............................................................................... 97

Figura 29: Resumo das fases: Preparação da produção .................................................................. 100

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Figura 30: Resumo das fases: Produção e lançamento do produto .................................................. 102

Figura 31: Gates do modelo integração das atividades de DNP ........................................................ 107

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1:Períodos da História da Gestão de Projetos ......................................................................... 13

Tabela 2: Comparação entre três referências de GP .......................................................................... 15

Tabela 3: As 20 práticas de gestão de projetos mais úteis ................................................................. 19

Tabela 4: Elementos conceptuais importantes relacionados ao PDP .................................................. 26

Tabela 5: Comparação das fases dos modelos teóricos de PDP ......................................................... 30

Tabela 6: Síntese das principais dificuldades enfrentadas pelas PMEs na implementação do PDP ..... 33

Tabela 7: Comparação das principais atividades dos processos SG e PMBOK ................................... 41

Tabela 8: Excerto de Produtos da Liconfe .......................................................................................... 46

Tabela 9: Tabela de referência com especificações do produto. ......................................................... 50

Tabela 10: Síntese das principais dificuldades encontradas no processo integrado de gestão de projetos

e no desenvolvimento do projeto do novo produto ............................................................................. 55

Tabela 11: Resumo das principais atividades do processo de DNP na Liconfe, S.A. ........................... 58

Tabela 12: Comparação dos modelos teóricos de PDP com os da empresa em análise ..................... 60

Tabela 13: Mapeamento dos processos intra-departamentais ............................................................ 61

Tabela 14: Propostas de melhoria para o processo de DNP da Liconfe, S.A. ...................................... 64

Tabela 15: Enquadramento das propostas de melhoria com as principais dificuldades e pontos críticos

do processo do DNP ......................................................................................................................... 66

Tabela 16: Relação entre ferramentas, técnicas e documentos de apoio de GP introduzidas com os

grupos de processos de Gestão de projetos ...................................................................................... 73

Tabela 17: Subdivisão das fases do modelo proposto nas respetivas macro-fases .............................. 85

Tabela 18: Principais decisões das gates ........................................................................................ 105

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

APM – Association for Project Management

APOGEP – Associação Portuguesa de Gestão de Projetos

CPM – Critical Path Method

DP – Desenvolvimento de Produtos

EDT – Estrutura de Decomposição de Trabalho

FMEA – Failure Mode and Effects Analysis

GP – Gestão de Projetos

ICB – Individual Competence Baseline

IPMA – International Project Management Association

ISO – International Organization for Standardization

KG – Quilograma

OGC – Office of Government Commerce

OPL – Open Point List

PDP – Processo de Desenvolvimento de Produto

DNP – Desenvolvimento de Novos Produtos

PDNP – Processo de Desenvolvimento de Novos Produtos

PEE – Planeamento Estratégico da Empresa

PEDP – Planeamento Estratégico de Desenvolvimento de Produto

PERT – Program Evaluation and Review Technique

PEST – Análise Política, Económica, Social e Tecnológica

PM – Project Manager

PMAJ – Project Management Association of Japan

PMBOK – Project Management Body of Knowledge

PME – Pequena e Média Empresa

PMI – Project Management Institute

QFD – Quality Function Deployment (desdobramento da função qualidade)

SG – Stage Gate

SSC – Sistemas, Subsistemas e Componentes

SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats

WBS – Work Breakdown Structure

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WIP – Work in Progress

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de investigação desenvolvido na empresa Liconfe, S.A. centrou-se no

desenvolvimento e implementação de uma estrutura organizacional eficiente para a gestão dos

seus projetos de desenvolvimento de novos produtos. Neste capítulo introdutório, pretende-se

explicar e analisar a relevância que a integração da gestão de projetos com o desenvolvimento de

novos produtos tem nas empresas de hoje. Após o enquadramento inicial, é realizada uma breve

descrição do problema que fomentou a origem deste trabalho de investigação, o contexto em que

se insere, as suas limitações e as metodologias de investigação utilizadas. Por fim, apresenta-se

uma breve descrição da estrutura da presente dissertação.

1.1 Enquadramento

Numa economia significativamente incerta, complexa e globalizada, onde a adaptação e a

mudança constituem fatores de sucesso, as organizações devem procurar continuamente novas

formas de competir. Neste âmbito, torna-se primordial maior flexibilidade e inovação, conciliadas

com uma melhor gestão e otimização dos recursos. Isso é determinante na indústria têxtil, onde

o mercado é altamente volátil e dinâmico, na medida que as encomendas têm baixa margem de

lucro e estão fortemente dependentes das tendências da moda e sazonalidade de cores,

originando, assim, uma forte variação nas vendas ao longo do ano. Portanto, existe a necessidade

de as empresas têxteis criarem uma vantagem competitiva sustentável, ancorada na satisfação

das necessidades dos clientes. Segundo Courtois, Pillet e Martin-Bonnefous (2007), as empresas

necessitam de apresentar uma forte capacidade para inovar e para influenciar a evolução do

mercado e, portanto, introduzir e potenciar o desenvolvimento de novos produtos no mercado

antes da concorrência, reforçando a sua vantagem competitiva e apostando sempre na qualidade

e numa procura incessante, não só pela excelência, mas também por uma elevada produtividade,

flexibilidade, time-to-market menor, custos controlados e uma boa relação custo-benefício (Becker

& Gerhart, 1996).

Neste contexto, emergiram técnicas, ferramentas e abordagens de gestão aplicáveis no âmbito

dos projetos de desenvolvimento de novos produtos na fase de conceção e desenvolvimento e,

posteriormente, durante a fase de produção, na qual é necessário reunir esforços de forma a

reduzir custos na conceção e desenvolvimento, procurando uma constante redução de custos

(Cooper & Kleinschmidt, 1995). Neste sentido, os negócios estão a tornar-se cada vez mais

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projetizados, ou seja, orientados para o desenvolvimento de projetos com perspetivas futuras. A

gestão de projetos tem-se revelado como algo crucial para o sucesso dos projetos de inovação das

empresas, sendo o fio condutor para definir com precisão os objetivos de curto e longo prazo,

viabilizar a mudança, projetar estratégias e, assim, aumentar a taxa de sucesso dos projetos nas

organizações, através de um melhor posicionamento no mercado em que se inserem. Em função

da complexidade do processo de desenvolvimento de produtos, a elaboração de modelos de

referência destaca-se como uma solução ideal para a implementação de melhorias no processo

de desenvolvimento de produtos nas empresas. Como o propósito dos modelos de referência, de

um modo geral, é explicitar o conhecimento acerca do conjunto de processos estudados, estes

auxiliam na compreensão e na prática dos mesmos no seio organizacional, permitindo o

entendimento das informações do ciclo de vida do produto, bem como do emprego integrado de

métodos e ferramentas de auxílio ao projeto e à sua gestão, estabelecendo uma visão detalhada

e integrada do trabalho realizado.

1.2 Problema e objetivos de investigação

Uma organização que pretende diversificar o seu portefólio de produtos deverá garantir que o

processo de desenvolvimento dos novos produtos seja realizado de forma integrada, assegurando

uma total sincronização entre as várias áreas intervenientes, desde a fase de projeto e idealização

até à fase de produção e entrada no mercado. É uma fonte vital de vantagem competitiva, de

renovação organizacional e crescimento de qualquer negócio, daí existir uma importante

necessidade deste processo ser gerido da melhor forma possível. No entanto, desenvolver um

novo produto dentro do prazo e do orçamento definido é um processo difícil, por isso a gestão de

projetos é uma área que deve ser considerada ao longo de todo o processo de desenvolvimento

de um novo produto (Costa, Fernandes, & Tereso, 2018). Estes projetos são, portanto, críticos no

momento de implementar estratégias, uma vez que estes devem estar perfeitamente alinhados e

integrados com os objetivos estabelecidos pela organização, e, consequentemente, criar valor para

a mesma.

A empresa onde decorreu este projeto necessitou de adotar estratégias de gestão agressivas para

responder de forma eficaz aos desafios e adversidades impostas pelo mercado. Neste contexto, o

projeto de investigação decorreu numa empresa de linhas industriais que se encontrava no

processo de produção de um novo produto, o Cocoon. O acompanhamento desse processo

permitiu a elaboração do modelo proposto.

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Assim, a introdução de novos produtos numa Pequena e Média Empresa (PME) leva à necessidade

de definir, de forma clara, eficiente e sistemática, todos os processos subjacentes à sua criação,

desenvolvimento e introdução no mercado. A introdução de novos produtos apresenta, por vezes,

características de desenvolvimento e produção distintas dos produtos existentes sendo, portanto,

necessário redefinir todas as etapas, desde que o novo projeto surge até ao momento em que é

produzido e entregue ao consumidor final. Assim, os principais objetivos desta dissertação

centram-se na:

(1) Utilização de práticas e ferramentas de gestão de projetos no desenvolvimento de um novo

produto;

(2) Proposta de um modelo de referência que auxilie o processo de introdução de novos produtos

no mercado.

Além dos objetivos anteriormente referidos, pretende-se que este estudo contribua como base

e/ou complemento para os demais processos de inovação de novos produtos na empresa Liconfe,

S.A. Os objetivos deste estudo limitam-se ao estudo e compreensão dos problemas do atual

processo de desenvolvimento de novos produtos e da proposta de um novo modelo de referência,

tendo como principal foco as fases e atividades, no que diz respeito à sua gestão e organização.

O modelo proposto resultante é único e específico às particularidades e contexto da empresa em

estudo.

1.3 Metodologia

O termo metodologia consiste num sistema de regras e procedimentos explícitos, nos quais a

pesquisa é baseada. A metodologia empregue num estudo é fundamental para a confiabilidade

dos resultados e a validade do estudo em progresso, bem como é fundamental para planear as

etapas e assegurar o cumprimento dos objetivos de um determinado projeto. Esta ideia é, também,

partilhada por Saunders, Lewis e Thornhill (2015), que realçam que através da definição da

metodologia de investigação, é selecionada a melhor metodologia ou estratégia de investigação e

a probabilidade de atingir os objetivos desejados é superior. Neste contexto, a metodologia de uma

investigação é um instrumento de apoio, pelo qual viabiliza e valida o problema proposto na

investigação, a fim de que os objetivos delineados possam ser alcançados.

Numa primeira fase da investigação, inicia-se a formulação do problema/tópico de investigação,

e numa fase posterior torna-se essencial rever a literatura existente sobre o tópico definido e as

suas vertentes. De seguida, é necessário planear cuidadosamente a investigação, procedendo à

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recolha dos dados relevantes e à sua análise. Numa última fase, deve-se proceder à escrita do

trabalho, com o objetivo de descrever a investigação realizada (Saunders et al., 2016).

Considerando os objetivos do projeto, a metodologia de investigação selecionada, e a que mais se

adequa à investigação, é o “Estudo de Caso”.

Segundo Ridder (2017) e Robson (2002), o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa, que

engloba uma investigação empírica de um fenómeno contemporâneo, dentro de um contexto da

vida real, especialmente quando as fronteiras dos paradigmas tradicionais entre o fenómeno e o

contexto não são completamente evidentes (Yin, 2009), pelo que é necessário usar múltiplas

fontes de evidência para compreender o fenómeno exaustivamente e, por último, obter conclusões

sobre o mesmo. Esta estratégia de investigação distingue-se das outras, uma vez que visa a

descoberta e o desenvolvimento de conhecimento detalhado e intensivo sobre um caso ou um

número pequeno de casos relacionados (Saunders et al., 2016). Além disso, é o meio indicado

para aumentar a compreensão de uma questão complexa em contexto e retratar a realidade de

forma completa e profunda, sendo que o principal objetivo é criar novos conhecimentos. Poderá

ser uma ferramenta de pesquisa poderosa na medida que se debruça de forma deliberada sobre

uma determinada situação que se pressupõe ser única em muitos aspetos, pelo que procura

descobrir o que há nela de mais característico que a distingue das outras.

A realização deste estudo tem como objetivo geral aplicar um modelo conceptual desenvolvido e

relacionar a orientação para um novo mercado a partir do acompanhamento do desenvolvimento

de um novo produto, numa empresa de linhas de costura industriais. Por outras palavras,

pretende-se investigar o fenómeno desenvolvimento de um novo produto, e entendê-lo

completamente, não controlando as variáveis subjacentes, mas sim observando todas as variáveis

e as suas relações de interação (Dooley, 2002), de forma a que este mesmo estudo tenha um

impacto positivo no desempenho organizacional através do desenvolvimento de um modelo de

referência. Com base nos objetivos propostos, foi delineada uma investigação de cariz qualitativo,

na qual a natureza da investigação e dados recolhidos são essencialmente de carácter descritivo

e indutivo. Assim, os principais métodos de investigação utilizados para a realização desta

investigação consistem, essencialmente, na recolha de informações provenientes de conversas

informais com colaboradores da empresa, reuniões realizadas com representantes de cada

departamento e com da análise da documentação existente e disponibilizada pela empresa.

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5

1.4 Estrutura da dissertação

O conteúdo da presente dissertação está estruturado em 6 capítulos.

No capítulo 1 são destacadas as motivações e o enquadramento do tema de investigação,

salientando a sua importância na atualidade e no contexto organizacional. Para o contexto da

aplicação, são também identificados os objetivos - gerais e específicos - e descrita a metodologia

de investigação utilizada para alcançar esses objetivos.

No capítulo 2 efetua-se uma revisão bibliográfica que abrange e explica os principais temas

associados à temática da dissertação, contemplando as informações referentes à gestão de

projetos, bem como informações a respeito do Processo de Desenvolvimento de Produto (PDP),

mais especificamente o Processo de Desenvolvimento de Novos Produtos (DNP), abrangendo a

sua gestão, organização e ferramentas aplicáveis.

No capítulo 3 é apresentada a empresa em estudo e, em maior detalhe, o processo de produção

dos atuais produtos do portefólio da empresa, bem como o mais recente produto em

desenvolvimento, o Cocoon.

No capítulo 4 é analisado, em detalhe, o atual processo de desenvolvimento de produtos, bem

como as deficiências dos atuais processos de gestão de projetos.

No capítulo 5 são apresentadas propostas de melhoria das práticas de gestão de projetos, bem

como é proposto um modelo de referência para o processo de desenvolvimento de novos produtos

aplicado ao contexto da empresa em estudo.

No capítulo 6 são apresentadas as considerações finais deste trabalho, os principais contributos

do trabalho desenvolvido, as principais limitações da investigação, bem como sugestões para

trabalhos futuros que possam complementar a investigação realizada.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo introduz conceitos relevantes e trabalhos desenvolvidos na área de gestão de projetos

com base em literatura publicada. Neste sentido, abordou-se a gestão de projetos, a sua evolução

histórica e as diretrizes e standards intrinsecamente relacionados à temática. Nesta revisão deu-

se especial ênfase ao Project Management Body of Knowledge (PMBOK), uma vez que a

investigação desenvolvida utilizou este guia como base. De seguida, introduzem-se algumas

ferramentas e técnicas que foram importantes na investigação desenvolvida. Por último, faz-se

uma abordagem do DNP no contexto da gestão de projetos e apresentam-se os diferentes tipos

de modelos de referência de desenvolvimento de novos produtos.

2.1 Conceitos gerais de gestão de projetos

A gestão de projetos é abordada por diversos autores, com diferentes perspetivas, com algumas

variações em termos de conceitos. Esta secção é dedicada à apresentação dos conceitos

introdutórios de suporte à gestão de projetos que fornecem suporte teórico e incorporam as bases

de trabalho da investigação desenvolvida.

2.1.1 Projetos

O uso de projetos como forma de realizar mudanças organizacionais é citado como sendo uma

área de crescimento relativamente recente. Existem várias definições de projeto, mas todas têm

semelhanças - um projeto é caracterizado pela sua raridade, restrições, multidisciplinaridade e

complexidade (Costa et al., 2018). O PMI (2017) define projeto como um esforço temporário

realizado para criar um produto, serviço ou um resultado exclusivo, com um começo e um fim

definidos. Segundo Miguel (2006, p. 7) um projeto é uma sequência de atividades únicas,

complexas e interligadas, que tem um objetivo ou propósito, e que devem ser concluídas num

determinado período de tempo, dentro de um dado orçamento e de acordo com uma certa

especificação.

Existe um crescente aumento no número de organizações que utilizam projetos como forma

elegida de realizar quase tudo o que empreendem, pois, cada vez mais, são encarados como

meios pelos quais a mudança pode ser introduzida. De acordo com o Office of Government

Commerce (OGC) do Reino Unido: “It is often stated that the one constant in the modern world is

change. Whether that change is driven from a strategic perspective, forms part of a programme of

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transformational change, or is in response to an operational imperative, the delivery mechanism

for change remains the same, and that is project management” (OGC, 2009).

Em suma, um projeto é caracterizado como algo único, volátil, temporário e complexo, pelo que o

objetivo do projeto consiste na obtenção de um resultado que proporcione valor para a

organização, num determinado período de tempo com os recursos disponíveis (Carvalho, 2017).

2.1.2 Gestão de Projetos

Esta seção vai-se focar em primeiro lugar nos aspetos relacionados com a gestão de projetos em

geral e, de seguida com a gestão de projetos nas pequenas e médias empresas.

Gestão de projetos em geral

A Gestão de Projetos (GP) tem-se relevado como algo crucial para o sucesso dos projetos de

inovação das empresas, uma vez que os negócios estão a tornar-se, cada vez mais, projetizados

e orientados para o desenvolvimento de projetos com perspetivas futuras. Os projetos são uma

forma fundamental de criar valor e benefícios nas organizações. No atual ambiente dinâmico de

negócios, as chefias organizacionais precisam de ser capazes de administrar com orçamentos

mais apertados, prazos mais curtos, escassez de recursos e tecnologia em constante mudança.

Neste âmbito, a GP é considerada ser o fio condutor para definir com precisão os objetivos de

curto e longo prazo, viabilizar a mudança, projetar estratégias e, assim, aumentar a taxa de

sucesso dos projetos nas organizações, através de um melhor posicionamento no mercado em

que se inserem.

A GP consiste em projetar, planear, organizar, dirigir, controlar e otimizar os recursos disponíveis

de uma empresa, com um relativamente curto prazo estabelecido e com o intuito de cumprir

objetivos específicos e atender aos requisitos do projeto. O PMBOK define GP como a aplicação

de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas para projetar atividades de forma a atender

aos requisitos do projeto (PMI, 2017). Já o OGC (2009) define a GP como o planeamento,

delegação, monitorização e controlo de todos os aspetos do projeto, de forma atingir os objetivos

estabelecidos, dentro das metas de desempenho esperadas para o âmbito, tempo, custo e

qualidade. Desta forma, permite antecipar situações desfavoráveis para que ações corretivas e

preventivas possam ser tomadas, de forma a conhecer os objetivos do negócio, satisfazer as

expectativas das partes interessadas, melhorar o desempenho da organização e aumentar as

chances de sucesso (PMI, 2017). Contudo, não podemos considerar a GP como um construto

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unidimensional, na medida que existem duas correntes de GP: disciplina e arte. Relativamente à

disciplina, o Project Manager (PM) assume um papel vital no desenrolar do planeamento,

programação e controlo do projeto. A transferência e integração contínua de conhecimento para

toda a equipa envolvida é essencial para uma gestão mais eficaz e eficiente do projeto. As

empresas deverão ser cada vez mais competitivas com o menor custo possível e com o menor

número de recursos, enquanto, a gestão de topo deve desempenhar um papel mais proactivo na

gestão dos seus projetos e nos ganhos obtidos, e não se focar apenas na gestão das tarefas diárias

e mais rotineiras.

Desta forma, a gestão eficiente de projetos deve ser considerada uma competência estratégica

dentro das organizações, pela qual visa vincular os resultados do projeto aos objetivos de negócios

e competir de forma mais eficaz nos mercados. Contudo, projetos incorretamente executados ou

a ausência de GP podem resultar em (PMI, 2017):

- Prazos ultrapassados com excesso de custos;

- Má qualidade, o que pode exigir retrabalho;

- Expansão descontrolada do projeto;

- Perda de reputação para a organização;

- Falha em alcançar os objetivos para os quais o projeto foi realizado, levando a que as partes

interessadas fiquem insatisfeitas.

É notória a crescente importância e visibilidade que a GP tem obtido em todos os tipos de meios

organizacionais e industriais, e enquanto disciplina, pelo que, em 2018, 58% das organizações já

compreendem completamente o valor da GP (PMI, 2018). Contudo, Mullaly e Thomas (2007)

afirmam que é difícil quantificar o valor acrescentado que a GP proporciona às organizações. Não

obstante, os projetos que utilizaram práticas comprovadas de GP foram 2,5 vezes mais bem-

sucedidos (Costa et al., 2018). Assim, a implementação de práticas de GP leva a uma maior

satisfação por parte dos stakeholders em relação ao processo, à melhoria da qualidade, melhor

controlo do tempo até à conclusão do projeto, rápido desenvolvimento de produtos, o uso eficiente

de recursos humanos e financeiros e o aumento da comunicação.

Gestão de projetos nas PMEs

Além das condições tradicionais de classificação das PMEs, como o número de vendas e número

de colaboradores, estas possuem outras características específicas que as distinguem das grandes

organizações que se encontram no mercado, nomeadamente: respondem a grupos específicos de

clientes ou regiões, possuem limitação de recursos e de mão-de-obra qualificada e, possuem

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acesso restrito a informações sobre o ambiente em que se envolvem (Scapin & Niloar, 2016).

Contudo, devido a estas características, existe, ainda, a perceção de que a gestão de projetos

apenas se aplica a grandes empresas (Silva & Matamoros, 2010). Isto acontece, porque uma

barreira frequentemente encontrada é a inexistência de modelos ou padrões de referência

direcionados a pequenas empresas ou empresas com características similares. Não obstante, as

PMEs naturalmente apresentam uma maior aversão ao risco, pois não possuem uma grande

estrutura para suportar e superar as consequências de um erro ou insucesso (Silva & Matamoros,

2010). Neste sentido, a gestão do risco e do orçamento são pontos de extrema importância que

devem ser realçados. Além disso, as PMEs apresentam uma cultura organizacional bem

característica e já enraizada, na qual a criação de um ambiente propício à mudança torna-se difícil

de integrar (Kerzner, 2016). Todavia, com o intuito de se adaptarem ao atual ambiente de

mudança e devido às carências de recursos, as PMEs são forçadas a implementar alterações aos

atuais processos de negócio praticados, na medida que são estas que enfrentam mais dificuldades

para o desenvolvimento bem-sucedido de novos produtos e serviços.

É, nesse contexto, que surgem os projetos, enquanto planos que norteiam as mudanças que fogem

das atividades diárias e rotineiras da empresa. Todavia, num mercado altamente competitivo, é

necessário procurar vantagens estratégicas independentemente do tamanho da organização. A

procura por otimização estratégica através da gestão de projetos, para obter melhores resultados

e maiores margens de lucro, demonstra que as PMEs estão a começar a compreender a

importância da gestão de projetos. A gestão de projetos é uma cultura e está, a cada dia que

passa, a ser utilizada por várias empresas de pequena e grande dimensão, começando assim a

existir um forte reconhecimento dos benefícios que a metodologia pode gerar para as PMEs.

Porém, nem todos os benefícios são financeiros. Conquanto, podemos citar alguns desses

benefícios como (PlanitPG, 2017):

- Melhor e maior controlo dos projetos;

- Comunicação interna eficaz e eficiente;

- Integração de diferentes unidades de negócios para um mesmo objetivo;

- Melhor gestão de recursos;

- Aumento da produtividade e melhor ordenação na execução das tarefas;

- Resposta ágil às mudanças.

Porém, também pode gerar grandes prejuízos se a metodologia não for corretamente planeada,

definida, introduzida e implementada (Pinto & Kharbanda, 1996). Entre as principais razões para

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uma deficiente gestão de projetos nas PMEs destaca-se a disponibilidade e escassez de recursos

e a falha de comunicação. Isso porque, como os colaboradores não registam todas as informações

numa base de dados compartilhada e centralizada, muitas decisões são tomadas sem base real

pré-definida (PlanitPG, 2017). Isso resulta em trabalhos refeitos, projetos atrasados, orçamentos

elevados, ausência do histórico de projetos e experiências (bem-sucedidas ou não). Também é

comum o pressuposto que, como a empresa é pequena e todos se encontram familiarizados uns

com os outros, não existe a necessidade de adotar certas tecnologias, métodos, sistemas e

controlo (PlanitPG, 2017). Dado este fator ser uma realidade constante no seio deste tipo de

empresas, muitas vezes os projetos são geridos com tecnologias inadequadas e administrados

com os poucos recursos materiais e humanos disponíveis. Assim, neste sentido, para uma bem-

sucedida e correta aplicação de gestão de projetos, é necessário o envolvimento de toda a

organização de forma a quebrar os paradigmas já enraizados pelos colaboradores, e acima de

tudo apresentar a nova metodologia e os seus objetivos com a melhor clareza possível.

2.1.3 Ciclo de vida de um projeto

Um ciclo de vida de um projeto consiste numa série de fases pelas quais um projeto passa, desde

o seu início até sua conclusão, pelo que pode ser influenciado pelos aspetos únicos da

organização, indústria, ou tecnologia empregada (PMI, 2017). Uma clara compreensão destas

fases permitirá obter um maior controlo sobre os recursos, possibilitando uma utilização mais

eficaz e eficiente no alcance dos objetivos estabelecidos no projeto. O ciclo de vida do projeto

fornece a estrutura básica que assume as seguintes características (PMI, 2017):

- Os processos são, geralmente, sequenciais e interativos;

- Os níveis de custos e de recursos são reduzidos no início, atingindo o pico na execução do

trabalho, e uma quebra na conclusão do projeto;

- A influência das partes interessadas, o risco, e a incerteza são superiores no início do projeto,

decrescendo à medida que o projeto avança para as fases posteriores;

- Existe maior facilidade de elaborar mudanças no início do projeto com um menor custo.

É importante realçar que o ciclo de vida do projeto para cada projeto pode diferir. Porém, o PMBOK

(PMI, 2017) sugere que este seja fracionado em 4 fases genéricas e distintas (Figura 1): iniciação;

organização e preparação; execução do trabalho; e encerramento do projeto.

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Figura 1: Ciclo de vida do Projeto (PMI, 2017)

Devido à natureza, diversidade, tamanho e complexidade dos projetos, torna-se complicado

uniformizar o ciclo de vida de um projeto, mesmo entre empresas do mesmo setor. Assim sendo,

não existe uma exclusiva forma de definir o ciclo de vida de um projeto, podendo este variar de

indústria para indústria ou até de projeto para projeto.

2.2 Origem e evolução da gestão de projetos

Surgida há milhares de anos, a GP enquanto área de conhecimento não é algo recente. A

construção das pirâmides de Gizé (aproximadamente a 2500 a.C.), no Egipto, a construção da

Grande Muralha da China (aproximadamente 220 a.C.) ou até o Coliseu em Roma, são alguns

testemunhos de projetos de construção bem-sucedidos. Há muitos exemplos na história de

projetos desafiadores que foram idealizados e concluídos com sucesso, apesar de todas as

dificuldades e incertezas, sendo para isso exigido uma enorme força de trabalho ao longo de

muitos anos, planeamento avançado e uma execução precisa (Seymour & Hussein, 2014). Nestes

exemplos, a GP foi claramente evidenciada pela alta exigência ao nível do processo de

planeamento, execução, controlo e monitorização, demostrando o princípio de obtenção de

resultados num esforço temporário e único, na qual a GP se baseia.

Porém, apesar da GP existir desde a antiguidade, foi somente em meados do século XX que a

aplicação de ferramentas e técnicas de GP começou a auferir de algum reconhecimento em

contexto empresarial.

As origens da teoria da GP remontam ao desenvolvimento do gráfico de Gantt, nomeado pelo

criador Henry Gantt, em 1917. Henry Gantt (1861-1919) foi um dos principais pioneiros,

precursores e impulsionadores na introdução das práticas de GP, tendo desempenhado um papel

crucial na história da GP. Gantt preocupou-se com o estudo da ordem e interdependência das

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operações no trabalho, resultando na representação da sequência e duração de todas as tarefas

envolvidas num projeto, com base numa escala de tempo (Gouveia, 2010). Assim, durante as

décadas de 1960 e 1970, muitos métodos, ferramentas e técnicas modernas de GP foram

desenvolvidas, como por exemplo Work Breakdown Structure (WBS), Program Evaluation and

Review Technique (PERT) e Critical Path Method (CPM).

A II Guerra Mundial foi um importante marco para o crescimento da GP, enquanto disciplina,

devido aos famosos projetos de Manhattan e Apollo. O primeiro tinha como objetivo desenvolver a

bomba atômica, enquanto o segundo pretendia colocar o Homem na Lua. Ambos os projetos

foram bem-sucedidos, atingiram os objetivos pretendidos e tiveram um grande impacto em todo

o mundo e na forma como a GP era percecionada.

Ao longo da história da humanidade, os seres humanos têm trabalhado para melhorar e

aperfeiçoar as práticas e ferramentas de GP. Durante anos, a GP foi conhecida como uma atividade

de pouco valor, questionável e contestável. Contudo, nos últimos anos, a GP tem vindo a alcançar

outra reputação e dimensão, permitindo a integração e interação entre as várias áreas funcionais.

Considerando o crescimento exponencial da GP e o interesse em benchmarking de práticas de GP

nas organizações na década de 90, especialmente devido ao desenvolvimento tecnológico, gerou-

se a necessidade de a formalizar, a partir da criação e desenvolvimento de vários standards e

guias de referência, para uma melhor prática nas organizações. Com o reconhecimento dos

benefícios da GP, esta prática tem vindo a ser uma ótima alternativa de integração das funções

nas organizações e de introdução de mudanças organizacionais. Uma grande variedade de setores

industriais utiliza projetos e reconhece as entregas efetivas dos projetos como um fator-chave no

desempenho organizacional. Por consequência é assim obtida uma maior motivação para adquirir

níveis superiores de performance, produtividade, inovação e, acima de tudo lucratividade. Para

Kerzner (1998), a história da gestão de projetos pode ser dividida em 3 períodos distintos. A Tabela

1 acresenta os principais aspetos de cada período.

A rápida reprodução de conhecimento, o aumento da procura de bens e/ou serviços e a crescente

competitividade dos mercados são as principais alavancas para a evolução atual da gestão de

projetos (Meredith & Mantel, 2012)

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Tabela 1:Períodos da História da Gestão de Projetos (Kerzner, 1998)

Período Denominação Aplicação Contributos

1960 – 1985

Gestão de Projetos Tradicional

- Grandes projetos - Grandes indústrias

- Sistema fechado

1985 – 1993

Renascimento da Gestão de Projetos

- Projetos de todos os tamanhos

- Variadas indústrias

- Equipas multidisciplinares - Software de gestão de

projetos

1993 – Presente

Gestão de Projetos Moderna

- Todas as áreas de negócio

- Sistema aberto - Competências em gestão de

projetos

2.3 Standards e metodologias de gestão de projeto

Os standards, guias de referência, diretrizes e as normas inerentes à GP desempenham um papel

crucial para as organizações, pelo que têm como principal objetivo auxiliar na uniformização e

compreensão dos diferentes processos e práticas existentes e, ainda, dirigir um projeto para uma

estrutura sistemática e uniforme. Embora a vasta variedade de standards disponíveis, muitas

organizações têm dificuldade em optar e aplicar um standard que seja o mais adequado para o

seu contexto e que ofereça benefícios reais. Apesar da grande multiplicidade de técnicas,

ferramentas, conceitos e procedimentos houve a necessidade de reorganizar todo esse

conhecimento de uma forma padronizada e integrada, facilitando a sua utilização e disseminação

no mercado, de forma a tornar mais fácil para as organizações definirem quais os inputs e outputs

de cada processo e os modelos organizacionais para a execução dos projetos (Carvalho, 2017).

A GP pode ser considerada como um campo de prática socialmente construído que se desenvolveu

a partir de ferramentas e técnicas projetadas para apoiar a gestão de grandes projetos nas

indústrias de construção, engenharia e defesa. Deste modo, a partir dos deliberados esforços dos

profissionais da área surgiu a necessidade de definir um campo de prática através da definição de

um corpo distinto de conhecimento e, posteriormente, padrões associados que permitissem

facilitar a partilha de conhecimentos entre os profissionais (Crawford, 2006). Isto, por sua vez,

levou, no final da década de 1960, à formação de associações profissionais de GP com intuito de

promover a prática de gestão de projetos enquanto disciplina e profissão.

Os anos 90 foram um ponto crucial no desenvolvimento de padrões de GP, embora as atividades

iniciais se tenham concentrado na troca de informações, rapidamente se expandiram para a área

de certificação. No entanto, a certificação requeria alguma diretriz contra o qual os candidatos

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poderiam ser avaliados. Dada a inexistência de standards na época, as associações profissionais

começaram a surgir para desenvolver os seus próprios modelos. Primeiro surgiu a IPMA, na

Europa, em 1965, e logo de seguida o PMI, nos EUA (1969), e mais tarde o APM (1972), no Reino

Unido.

A primeira tentativa de documentar e padronizar as práticas de GP foi desenvolvida pelo PMI em

1983, embora tenha sido publicado pela primeira vez em 1996, estando atualmente na sua 6ª

edição. Posteriormente, várias outras associações produziram as suas próprias versões, em alguns

casos bem diferentes das do PMI, indo ao longo dos anos surgindo novas atualizações. Podemos,

então, citar alguns exemplos de standards existentes como:

- O Project Management of Knowledge (PMBOK) pelo Project Management Institute;

- Individual Competence Baseline (ICB) pela IPMA - International Project Management Association,

representada em Portugal pela Associação Portuguesa de Gestão de Projetos (APOGEP);

- Prince2 pelo OCG;

- Capability Maturity Model, Project and Program Management (P2M) pela Project Management

Association of Japan (PMAJ);

- C-PMBOK – Chinese Project Management Body of Knowledge Guide, publicado como resultado

da First International Project Management Conference que decorreu em Beijing em 2002.

Embora, tradicionalmente, o esforço de normalização pertença à International Organization for

Standardization (ISO), no caso da GP a iniciativa tem pertencido a associações profissionais.

Contudo, a ISO reconheceu a importância de normalizar as práticas de GP, tendo em 2012

publicado a primeira norma, nomeadamente a ISO 21500 – Guidance on Project Management,

em Portugal – NP ISO 21500 – Linhas de Orientação sobre a GP (Tereso, Ribeiro, Fernandes,

Loureiro, & Ferreira, 2019). Em resultado do trabalho de um grupo extenso de delegados de

organismos de normalização de um abrangente número de países, esta norma levou cerca de 2

anos a ser elaborada e publicada (Xue, Baron, Esteban, & Zheng, 2016). Também, no mesmo ano

foi introduzida a última norma internacional, a ISO/IEC 29110 elaborada pelo Comitê Técnico da

ISO e IEC (Comissão Eletrotécnica Internacional) e dedicada às entidades mais pequenas. A Tabela

2 mostra uma comparação entre três das referências focadas de GP (PMBOK, ISO 21500 e

ISO/IEC 29110).

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Tabela 2: Comparação entre três referências de GP Adaptado de Xue et al. (2016)

2.4 PMBOK

O guia PMBOK tem como objetivo principal fomentar a aceitação da gestão de projetos como uma

profissão, assim como identificar um conjunto de “boas práticas”, formando uma base de

conhecimento sobre gestão de projetos por profissionais da área. O guia PMBOK também fornece

e promove um vocabulário comum para os profissionais de gestão de projetos de forma a

uniformizar os conceitos, ferramentas, técnicas e práticas de gestão de projetos. Nesta seção

serão abordados os grupos de processos de gestão de projetos, segundo este guia, bem como as

áreas de conhecimento nele focadas.

2.4.1 Grupos de processos de gestão de projetos

Segundo o PMBOK (PMI, 2017), um processo é um conjunto de ações e atividades

interrelacionadas, que são executadas para alcançar um produto, resultado ou serviço predefinido.

Cada processo é caracterizado pelas suas entradas (inputs), ferramentas e técnicas, e saídas

(outputs).

PMBOK ISO 21500 ISO/IEC 29110

5 cinco partes:

1) Visão geral (ISO/IEC TR 29110-1)

2) Framework e taxonomia (ISO/IEC TR 29110-2)

3) Guia de avaliação (ISO/IEC TR 29110-3)

4) Perfil especificação (ISO/IEC TR 29110-4)

5) Guia de gestão e engenharia (ISO/IEC TR 29110-5)

- Iniciação; - Iniciação; - Planeamento;

- Planeamento; - Planeamento; - Execução;

- Execução; - Implementação; - Avaliação e Controlo;

-Monitorização e Controlo; - Controlo; - Encerramento;

- Encerramento; - Encerramento;

Processos de referência 49 processos 47 processos 2 processos

Audiência Qualquer organização Qualquer organização Pequenas organizações

Nível de detalhe ◼◼◼◼◼ ◼◼◼◻◻ ◼◻◻◻◻

Proposição em ferramentas e técnicas

Sim Não Não

Ano de publicação 2017 2012 2012

Frequência de revisão ◼◼◼◼◼ ◻◻◻◻◻ ◻◻◻◻◻

Áreas de conhecimento 10 áreas de conhecimento

Grupos de Processo

10 áreas de conhecimento

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A atividade de projeto compreende, essencialmente, dois tipos de processos, que normalmente

interagem entre si e se sobrepõem durante a sua realização:

- Os processos orientados ao produto – atividades que auxiliam no desenvolvimento do produto e

estão relacionadas com a sua especificação e a criação. Esses processos são exclusivos a cada

produto desenvolvido.

- Os processos de gestão de projetos – relacionados com a descrição e a organização do trabalho

do projeto, pelo que são universais a todos os projetos na medida que monitorizam o ciclo de vida

da gestão do projeto, visando o sucesso do mesmo. Estes são organizados em cinco grupos

identificados no guia PMBOK (PMI, 2017):

1. Grupo de processos de iniciação: Justifica e autoriza o início ou fase do projeto.

Contém os processos executados para definir um novo projeto ou uma nova fase de um

projeto existente. Por outras palavras, é na iniciação do projeto que se formaliza a

aceitação do projeto, para, posteriormente se proceder ao planeamento do projeto e à

identificação das barreiras do mesmo. A natureza de integração dos processos requer que

estejam todos intrinsecamente relacionados, como a Figura 2 ilustra.

Figura 2: Fronteiras do projeto (PMI, 2013)

2. Grupo de processos de planeamento: Processos necessários para estabelecer o

âmbito do projeto, aprimorar os objetivos, e definir o curso de ação necessário para atingir

os objetivos através da seleção da melhor alternativa para os alcançar e obter sucesso.

3. Grupo de processos de execução: Processos executados para concluir o trabalho

definido no plano de gestão do projeto para satisfazer os requisitos do projeto, de forma

a alcançar os objetivos delineados no planeamento do projeto.

4. Grupo de Processos de Monitorização e Controlo: Processos necessários para

regular o progresso e a performance do projeto, permitindo identificar as áreas nas quais

são necessárias alterações e ajustes no plano, ou seja, assegura que os objetivos do

projeto são alcançados, identifica desvios e define ações corretivas.

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5. Grupo de processos de encerramento: Processos realizados para concluir ou

encerrar formalmente um projeto ou fase. Formaliza a aceitação dos resultados do projeto

e assegura que a sua documentação está completa e concluída para a conclusão do

projeto.

2.4.2 Áreas de conhecimento de gestão de projetos

Segundo o PMBOK (PMI, 2017), as áreas de conhecimento da GP são áreas de especialização

que contemplam um conjunto de conceitos, termos e atividades que são comumente empregues

na GP. Essas áreas de conhecimento estão integradas em todos os cinco grupos de processos do

projeto, assim, como cada grupo de processos engloba processos de várias áreas de

conhecimento. As áreas de conhecimento são usadas na maioria dos projetos. Todavia, as

necessidades de um projeto específico podem exigir áreas de conhecimento adicionais. Contudo,

tendo em consideração o processo de DNP, a ciência da gestão de projeto contempla 10 áreas do

conhecimento identificadas pelo PMBOK (PMI, 2017), nomeadamente:

1. Gestão da Integração: Essa atividade ocorre durante todo o projeto e, inclui os processos

e atividades para identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os vários processos e

atividades nos grupos de processos de GP, garantindo que os vários elementos do projeto

são coordenados e integrados de forma correta. Os esforços de GP no DNP variam de acordo

com as fases de desenvolvimento, sendo baixa durante as fases conceptuais e maior durante

o desenvolvimento (Pons, 2008).

2. Gestão do âmbito: A gestão do âmbito descreve os processos necessários para assegurar

que o projeto contemple todo o trabalho requerido, e nada mais que o trabalho requerido,

para completar o projeto com sucesso (Pons, 2008).

3. Gestão do cronograma: A gestão do cronograma engloba todos os processos necessários

para assegurar que o projeto termine dentro do prazo previsto. É composto pela definição

detalhada das atividades, a estimativa da sua duração e a sua sequenciação e/ou

interdependência entre elas, de acordo com o planeamento temporal definido, podendo

incluir, também, a alocação de recursos.

Durante a fase de controlo do DNP, é necessário monitorizar o grau em que o trabalho é

concluído, de acordo com o cronograma.

4. Gestão de custo: A gestão de custos descreve os processos necessários para assegurar

que o projeto seja completado dentro do orçamento previsto e estipulado. É composto pelo

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planeamento dos recursos, estimativa dos custos, orçamento dos custos e controlo dos

custos.

A estratégia adotada para a gestão de custos no DNP é crucial, uma vez que um foco no

custo pode ser inadequado quando o produto é diferenciado não pelo seu custo, mas pela

sua tecnologia, time-to-market ou satisfação do cliente (Pons, 2008).

5. Gestão da qualidade: A gestão da qualidade do projeto descreve os processos necessários

para assegurar que as necessidades que originaram o desenvolvimento do projeto serão

satisfeitas. Este inclui o planeamento, garantia e controlo da qualidade do produto e do

projeto, a fim de responder às expectativas das partes interessadas.

No DNP, a gestão da qualidade é complexa, pois é medida a partir de múltiplos pontos de

vista, incluindo funcional, estético e de produção.

6. Recursos Humanos: A gestão de recursos humanos otimiza a participação de todas as

pessoas envolvidas no projeto, incluindo a definição da equipa de projeto (definição de

responsabilidades).

A composição de uma equipa é um importante fator no sucesso do DNP, pelo que as

diferentes áreas funcionais devem manter-se em constante contacto.

7. Gestão da Comunicação: A gestão da comunicação assegura que toda a informação do

projeto será elaborada, planeada, difundida, gerida e armazenada de uma forma expedita e

apropriada.

No processo DNP é comum usar várias tecnologias de informação para incentivar a

comunicação a equipa, pelo que as equipas com melhor comunicação têm sido associadas

a um melhor desempenho, sugerindo, assim, que as organizações podem beneficiar da

criação de estruturas que estimulem essa comunicação (Pons, 2008).

8. Gestão do risco: A gestão dos riscos procura identificar, analisar, definir e monitorizar os

riscos que de alguma forma poderão ter impacto no projeto.

Os conceitos de gestão do risco devem ser bem estabelecidos durante o processo DNP, na

medida que o desenvolvimento de um novo produto tem sempre resultados incertos (risco),

podendo, ainda, ser mais incerto se envolver uma componente de investigação.

9. Gestão de fornecedores: A gestão de fornecedores garante a correta aquisição de bens

e/ou serviços exteriores à organização.

Esta vertente tem especial importância aquando do desenvolvimento do produto.

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10. Gestão de stakeholders: A gestão de stakeholders garante a satisfação das partes

interessadas como um dos objetivos primordiais do projeto. Inclui os processos necessários

para identificar as pessoas, grupos ou organizações que poderiam impactar ou ser

impactados pelo projeto, analisar as expectativas das partes interessadas e seu impacto no

projeto e desenvolver estratégias de gestão apropriadas para envolver efetivamente as partes

interessadas nas decisões do projeto e execução.

2.5 Ferramentas e técnicas de gestão de projetos

A introdução da GP só é possível com o auxílio de ferramentas e técnicas, pois são um veículo

para a melhor integração dos princípios da gestão de projetos no meio organizacional. Neste

âmbito, foram realizados estudos para encontrar as ferramentas e técnicas mais úteis nas

organizações, como por exemplo White e Fortune (2002), Besner e Hobbs (2004) e Fernandes et

al. (2013).

Focando no estudo mais recente de Fernandes et al. (2013), este teve como principal objetivo

identificar as ferramentas e técnicas que produzem mais valor quando uma organização decide

adotar práticas de gestão de projetos. Para tal foram entrevistados 30 pessoas com funções

diferentes - diretores (17%), gestores de portfólio e programa (23%), gestores de projeto (53%) e

membros de equipa (7%) - de 7 organizações distintas, e, posteriormente, foi realizado um

inquérito online com 793 participantes de 75 países diferentes (Fernandes et al., 2013). Assim, a

partir desta investigação surgiu a seguinte tabela (Tabela 3) com o posicionamento das 20 práticas

de GP mais úteis no meio organizacional.

Tabela 3: As 20 práticas de gestão de projetos mais úteis (Fernandes et al., 2013)

Práticas de Gestão de Projetos Posição no estudo

Progress report 1º Requirements analysis 2º Progress meeting 3º Risk identification 4º Project scope statement 5º Kick-off meeting 6º Milestone planning 7º Work breakdown structure 8º Change report 9º Project issue log 10º Gantt chart 11º Activity list 12º Client acceptance form 13º Risk response plan/ Contingent plans 14º Project statement of work 15º Communication plan 16º Responsibility assignment matrix 17º

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Práticas de Gestão de Projetos Posição no estudo

Baseline plan 18º Quality risk analysis 19º Project Charter 20º

Relativamente às áreas de conhecimento, aquelas que assumem uma maior relevância são as de

âmbito, tempo, risco, recursos humanos, comunicação e integração. Na Figura 3 podem ser

evidenciadas as 20 práticas mais úteis identificadas tanto por grupo de processos como por área

de conhecimento.

Figura 3: As 20 práticas e técnicas mais úteis por grupo de processos e por área de conhecimento (Fernandes et al., 2013)

De forma a compreender melhor as ferramentas e técnicas de gestão de projetos que são

introduzidas e serão utilizadas na Liconfe, S.A., nas diversas etapas do processo, é realizada uma

breve descrição de cada uma delas, com base no PMBOK. A partir do leque de ferramentas

apresentado na Figura 3, as ferramentas e técnicas selecionadas consistem em ferramentas simples,

na qual não é necessário muito conhecimento técnico e de fácil implementação ao longo do processo

de DNP, dado ao contexto embrionário em que a organização em particular se insere.

Kick-off meeting

A Kick-off meeting consiste na primeira reunião com os principais envolventes no projeto. É nesta

reunião que se chega a um consenso na execução do projeto. São apresentados alguns pontos

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relevantes para o desenvolvimento do projeto, como comunicar os objetivos e metas do projeto, o

cronograma, obter o comprometimento dos membros da equipa do projeto, as suas

responsabilidades e a identificação de alguns riscos inerentes ao projeto.

Project Scope Statement (Declaração do Âmbito do Projeto)

Documento que descreve de forma detalhada o âmbito do projeto, incluindo os principais objetivos

e entregáveis, bem como pressupostos e restrições. Serve de linha base para a comunicação da

importância e dos benefícios do projeto e avaliar os requisitos de alterações ou trabalhos adicionais

se estão contidos dentro ou fora dos limites do projeto. Também garante uma melhor

compreensão comum sobre o seu âmbito, entre todas as partes envolvidas, podendo ainda servir

de base a tomadas de decisão futuras (PMI, 2017).

Termo de abertura (Project Charter)

Em termos de gestão de projetos, um project charter é um dos primeiros documentos a ser

produzido num projeto. Este consiste em compreender as necessidades e os requisitos reais da

organização e do produto e/ou serviço, delinear o entendimento preliminar das funções e

responsabilidades, e apresentar os principais interessados no projeto. Este documento é emitido

pelo sponsor do projeto que autoriza formalmente o início de um novo projeto ou de uma fase de

um projeto (PMI, 2017), estabelecendo, assim, as bases para o projeto.

Assim, um bom project charter deve conter e fornecer um resumo abrangente da essência do

projeto, devendo conter as seguintes informações (PMI, 2017):

- Requisitos que satisfazem as necessidades e expetativas do cliente, sponsor e outros

interessados;

- Necessidade do negócio com descrição do projeto e do produto, limites e principais entregáveis;

- Objetivo ou justificação do projeto;

- Cronograma dos principais marcos do projeto;

- Recursos financeiros pré-aprovados;

- Lista das principais partes interessadas (stakeholders);

- Restrições e premissas organizacionais, ambientais e externas;

- Quaisquer riscos conhecidos no início do projeto;

- Requisitos de aprovação do projeto (ou seja, o que constitui o sucesso do projeto, quem decide

se o projeto é bem-sucedido e quem assina o projeto);

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- Critérios de saída do projeto (ou seja, quais são as condições a serem atendidas para encerrar

ou cancelar o projeto ou fase do projeto);

- Gestor de projetos designado, responsabilidade e nível de autoridade;

- Nome e autoridade do sponsor ou de outra(s) pessoa(s) que autorizam o termo de abertura do

projeto

Gantt Chart

Um gráfico de Gantt é uma representação gráfica e temporal da duração das atividades, de forma

a planear, de forma clara e visual, o tempo de duração do projeto. Do lado esquerdo do gráfico

são listadas as fases ou elementos do projeto (tarefas, atividades ou pacotes de trabalho) e na

parte superior as respetivas datas. Em frente a cada atividade é representada a respetiva duração

em unidades de tempo (dias, semanas ou meses), sob forma de barra horizontal.

Work Breakdown Structure (WBS)

Uma WBS ou EDT – Estrutura de Decomposição de Trabalho, representa a decomposição

hierárquica do trabalho que é necessário realizar para se atingirem os objetivos e se produzirem

os deliverables do projeto (PMI, 2013). A WBS permite obter uma visão estruturada do que deve

ser entregue, relaciona os elementos do âmbito do trabalho, facilita a alocação das várias

atividades e comunicação entre recursos, e permite estimar e monitorizar os custos de um projeto.

É uma ferramenta que define e organiza o âmbito total do projeto, em que o trabalho é subdivido

em componentes mais pequenos e que são mais facilmente geridos (PMI, 2013).

Lista de Milestones

Um milestone é um ponto ou evento significativo no projeto, correspondente a um critério de

decisão ou finalização de um componente da estrutura de decomposição do trabalho, utilizado no

controlo do desempenho do projeto (Andersen, 2006). É considerado um dos aspetos mais

importantes do planeamento de projetos, porque são os indicadores mais visíveis do progresso do

projeto. Eles não têm qualquer duração associada nem consomem recursos, uma vez que

representam um momento no tempo (PMI, 2013). Alguns exemplos de milestones do projeto:

- Datas de início e término das fases do projeto;

- Entrega de deliverables;

- Aprovação de clientes e partes interessadas (stakeholders);

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- Reuniões e apresentações importantes;

- Principais datas ou alterações que podem afetar a linha do tempo.

Matriz de Responsabilidades

A matriz de responsabilidades é uma tabela que indica o papel de cada recurso alocado ao projeto

e ao papel que desempenha em cada atividade (PMI, 2013), facilitando a comunicação dentro da

empresa e otimizando o uso dos recursos humanos. O formato matricial permite mapear e

visualizar de forma simplificada todas as atividades associadas a uma pessoa, ou ver todas as

pessoas associadas a uma atividade (Miguel, 2006), impedindo que alguma tarefa fique sem um

responsável. Um dos tipos de matriz de responsabilidades mais conhecidos é a matriz RACI, em

que são identificados o responsável pela execução (R), o responsável pela aprovação (A), quem

deve ser consultado (C) e quem deve ser informado (I) (PMI, 2013).

Identificação do risco

A identificação dos riscos reside na determinação, caracterização e documentação dos riscos

identificados que poderão afetar o projeto e os seus respetivos objetivos. É necessário realizar

prematuramente esta identificação de riscos, bem como ao longo de todo o projeto, para apoiar a

identificação futura de outros eventos que poderão impactar o projeto.

Análise Quantitativa do Risco

A análise quantitativa do risco apresenta o processo necessário para priorizar os riscos

identificados no projeto. Esta priorização resulta da avaliação e combinação entre a probabilidade

de ocorrência e o impacto do risco (PMI, 2013). Apesar de ser uma técnica utilizada na fase de

planeamento, esta deve ser acompanhada ao longo de todo o projeto para haver uma

monitorização de todas as alterações efetuadas nos riscos do projeto. Esta análise auxilia na

descrição do âmbito do projeto e na otimização da definição do plano de gestão dos riscos

(Carvalho, 2017).

Project Issue Log

Um problema (issue) é algo que impactua com o projeto e necessita de ser resolvido, obrigando

uma ação tática urgente. O seu registo consiste num documento onde são registados e

monitorizados todos os problemas que são levantados ao longo do ciclo de vida do projeto. Este

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documento é utilizado para resolver os problemas, categorizando o impacto que poderá causar e

o estado de urgência na sua resolução. Este documento deverá contemplar o nome do problema,

o tipo de problema, a identificação da pessoa que terá levantado a questão, o registo temporal, a

descrição do problema/questão, a prioridade, a identificação do responsável pela sua resolução,

assim como a data limite de resolução, o status da resolução do problema e a resolução final

(Carvalho, 2017).

Relatório de Progresso

O relatório de progresso é um documento que deve evidenciar informação relevante sobre o

desempenho do projeto. Os relatórios de progresso devem ser emitidos em diversos momentos

do projeto, de forma organizada e resumida, pelo que a informação que eles contêm pode ser

apresentada através de dashboards para uma melhor visualização.

Progress Meetings

As progress meetings consistem em reuniões onde é apresentado o status atual do projeto e o seu

desempenho, pelo que a sua periocidade reside no plano de gestão de comunicação, tendo em

conta as necessidades identificadas ao longo do projeto (Carvalho, 2017).

Change Request

Efetuar mudanças nos projetos é inevitável. À medida que o trabalho do projeto progride, novas

oportunidades e requisitos são encontrados e os problemas são solucionados. Uma mudança

caracteriza-se pela modificação de políticas, processos, procedimentos, planos, âmbito,

cronogramas, custo, orçamentos, ou outros quaisquer requisitos aprovados (Carvalho, 2017). Os

registos de alteração apresentam-se na forma de um formulário onde são propostas modificações

ao projeto. Formalmente registadas, avaliadas e aprovadas, devem ser pedidas alterações às

mudanças que impactuem diretamente com o produto, e consequentemente, o projeto. Estas

alterações podem consistir em ações corretivas, ações preventivas e correções de defeitos (PMI,

2013).

2.6 Processo de desenvolvimento de produtos

Segundo Rozenfeld et al. (2006), os consumidores estão cada vez mais exigentes, informados e

com maiores possibilidades de escolha. Além disso, as organizações, que competem globalmente,

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lançam, com frequência, novos produtos, de forma a melhor responder às mudanças provenientes

das necessidades e exigências dos clientes, com foco na funcionalidade, na atratividade e,

consequentemente, atendendo ao desejo de substituibilidade dos produtos por parte dos clientes.

A procura por produtos com maior qualidade, menor custo e lead-time de desenvolvimento, obriga

as empresas a focarem-se em várias estratégias de desenvolvimento de novos produtos (Moretti,

Culchesk, & Junior, 2012). Já no início da década de 1990 se podia identificar multinacionais com

capacidade efetiva para desenvolver novos produtos, enquanto outras ainda se debatiam com os

elevados custos alcançados, a demora no lançamento, problemas de qualidade ou mesmo com a

falta de mercado para o produto desenvolvido.

O desenvolvimento de produtos, que até há pouco tempo era somente do âmbito da engenharia,

passou a incorporar fases de prospeção do mercado, análise da procura e também etapas

posteriores, como a avaliação da reação do mercado à comercialização e utilização do produto

(Jordan, 2004). Como consequência, nos últimos anos, o PDP deixou de ser um processo técnico

e tornou-se um processo de gestão, pelo que este deve estar fortemente vinculado com o plano

de negócios da empresa (business plan). Podemos definir, assim, enquanto elementos cruciais

para o crescimento e/ou sobrevivência da empresa, a importância dada às condições de mercado,

o descobrimento de novas tecnologias a serem incorporadas para tornar o produto de qualidade

superior, e o envolvimento da gestão de topo da empresa no processo de desenvolvimento de

produtos.

Neste âmbito, o PDP é descrito por diversos autores como um conjunto de atividades

organizacionais, em diversas fases, que processam informações de mercado de forma a conceber

um produto e/ou serviço de valor para o cliente (Ferreira & Barbalho, 2017). Para Rozenfeld et al.

(2006) desenvolver produtos consiste num conjunto de atividades por meio das quais se procura,

a partir das necessidades do mercado e das possibilidades e restrições tecnológicas, e

considerando as estratégias competitivas e de produto da empresa, chegar às especificações de

projeto de um produto e do seu processo de produção.

Para a elaboração de um PDP eficiente e com um desempenho superior à concorrência, revela-se

como condição imprescindível garantir que os produtos satisfaçam o atual nível de exigência dos

consumidores. Meireles et al. (2017) ressalvam que o PDP deve ser criado em função das

competências, dos conhecimentos e dos recursos da empresa, bem como tendo em consideração

o reconhecimento das oportunidades do mercado e das características do produto valorizadas e

desejadas pelos consumidores. Neste sentido, além de ser uma fonte de qualidade do produto e

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do processo, o PDP tem uma forte influência sobre outros fatores de vantagem competitiva, tais

como custo, velocidade, confiabilidade de entrega e flexibilidade (Moretti et al., 2012).

O PDP é capaz de organizar e disciplinar as várias etapas do processo de desenvolvimento de um

produto, pelo que a sua estruturação pode melhorar a compreensão do mercado nas fases iniciais

do seu desenvolvimento, reduzir o retrabalho de engenharia, facilitar o controlo de custos,

qualidade e tempo durante o desenvolvimento, e acima de tudo, permite que todos os envolvidos

tenham uma visão comum. Neste seguimento, podemos definir, enquanto fatores que determinam

a composição da estrutura do PDP no ambiente empresarial, a disponibilidade de recursos

económico-financeiros, tempo de colocação do produto no mercado, capacidade de recursos

humanos, disponibilidade de recursos técnicos, limitações de ordem legal, diretrizes do negócio,

disponibilidade de tecnologia e soluções metodológicas existentes.

Neste âmbito, um vasto número de autores que pesquisaram o PDP identificaram diversos

elementos conceptuais importantes relacionados ao PDP, apresentados na Tabela 4. Estes

elementos foram analisados de acordo com a especificidade de cada um no PDP e a importância

para a investigação em questão.

Tabela 4: Elementos conceptuais importantes relacionados ao PDP (Varandas Junior & Miguel, 2012)

Principais tópicos Referências selecionadas Abordagem

Ambiente de incerteza no PDP

Kenny (2003); Van Oorschot, Bertrand e Rutte (2005);

Gross (2003)

Consiste no desafio de gerir as incertezas envolvidas no processo, no qual as decisões de maior impacto têm que ser tomadas no momento em que existe maior grau de incerteza.

Colaboração e comunicação no

PDP

Nambisan (2003); Nobelius (2004); Haque (2003);

O’Sullivan (2004)

A comunicação refere-se à troca de informações. A colaboração diferencia-se da comunicação devido ao foco em aspetos como trabalho em grupo, partilha de recursos, confiança mútua e visões comuns, ou seja, aspetos mais informais e subjetivos.

Cumprimento de prazos no PDP

Syamil, Dol e Apigian (2004)

Cumprir os prazos pré-estabelecidos para que não ocorra atraso, aumento de custo do projeto e demora no lançamento do novo produto no mercado.

Definição de responsabilidades

no PDP

Blakemore (2002); Fredericks (2005)

Definir o cronograma e os responsáveis pela condução do projeto, definindo os seus papéis, a contribuição de cada um e as suas respetivas responsabilidades.

Duração do ciclo de

desenvolvimento de produtos

Griffin (1997)

Para que se tenha um melhor controlo do projeto e se crie interdependência entre as atividades, dividem-se os projetos em fases constituindo o chamado ciclo de vida do projeto, que define as técnicas de trabalho que serão utilizadas e quais as pessoas que estarão envolvidas em cada fase.

Entender os problemas no

PDP

Abdomerovic e Blakemore (2002)

Através da integração procura-se entender as limitações e as variáveis de processo envolvidas no desenvolvimento do produto.

Envolvimento da gestão de topo no

PDP

Bonner, Ruekert e Walker (2002); Noh (2006)

É importante para administrar a integração do projeto, revisar e avaliar os projetos e os respetivos objetivos, criar motivações e incentivos durante o curso do PDP e, o mais importante, tomar decisões nos momentos de maior incerteza.

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Principais tópicos Referências selecionadas Abordagem

Fatores de sucesso no PDP

Ozer (2006); Huang (2002); Lester (1998); Cooper (2008);

Kleinschmidt (2000); Noh (2006); O’Sullivan (2004)

O produto deve ser diferenciado proporcionando benefícios ao cliente; ter orientação para um mercado atrativo; dedicar mais tempo à fase de pré-desenvolvimento; definir bem o produto e os seus conceitos; ter velocidade para lançar o novo produto; e o desenvolvimento de produto estruturado em fases.

Gestão de projetos

Kenny (2003); Thieme, Song e Shin (2003); Valeri (2000); Huang (2002); Nambisan

(2003); Tonioli (2003); Cooper (2008); Kleinschmidt (2000);

O’Sullivan (2004)

Oferece uma visão integrada de todos os fatores envolvidos no projeto, para que sejam atingidos os objetivos, orientado para a obtenção de resultados, com a premissa de que os resultados são atingidos por meio do trabalho de pessoas.

Gestão do PDP Alliprandini (2000); Cheng

(2000); Haque (2003)

A gestão do PDP é complexa, porém são muitas as vantagens competitivas que se obtêm tendo cada fase bem estruturada e gerida entre elas: melhor qualidade do produto, tempo de lançamento no mercado e produção.

Indicadores de desempenho

Freitas (2004); Silva (2002)

Os indicadores de desempenho utilizados no projeto do processo estão estruturados de forma a garantir uma associação imediata com problemas críticos e deve permitir uma comparação com resultados de outros projetos da empresa e de concorrentes e, também, com as metas estabelecidas, visando o desdobramento de ações de melhoria e solução de problemas.

Inovação tecnológica para

PDP

Ulrich (2004); Lager (2002); Loch (2005); Nobelius (2004);

Haque (2003)

O processo de inovação consiste na sua essência na procura, descoberta, experimentação, desenvolvimento e adoção de novos produtos ou processos produtivos.

Integração do PDP

Blakemore (2002); Amaral (2002); Freitas (2004); Loch

(2005); Haque (2003)

Integrar é obter uma operação mais eficaz dos processos de negócio de uma empresa e entre eles, compreendendo as pessoas, máquinas e informação, de acordo com as metas da empresa.

Interação das variáveis de

processo Blakemore (2002)

Consiste numa visão comum de todas as atividades do processo e suas variáveis, e compartilhar informações e recursos para obter melhores resultados.

Mudanças organizacionais no desenvolvimento de

produtos

Laurell-Stenlund (2001); Dooley; Johnson (2001);

Kenny (2003)

A mudança organizacional das atividades no PDP refere-se à forma como os indivíduos estão ligados, individualmente ou em grupos, seja formal ou informalmente. As mudanças ocorrem na forma de realizar essa ligação organizacional, seja por meio do alinhamento de funções ou de projetos.

Necessidade de padrões claros no

PDP

Blakemore (2002); Haque (2003)

A padronização é o estabelecimento de regras comuns e procedimentos que se aplicam uniformemente a todos, em quase todas as situações.

Planeamento do PDP

Kenny (2003) O planeamento inclui informações sobre as possibilidades técnicas e os requisitos de produção. Considera-se neste planeamento os investimentos necessários e a viabilidade económica.

Product development

business process Campbell (2002)

Centra-se no cliente final, integrando diferentes pessoas e áreas funcionais envolvidas e, procura uma simultaneidade na realização das tarefas, para integrar os processos do negócio da empresa.

Sistema de informação no

PDP

Nambisan (2003); Tonioli (2003); Cooper; Kleinschmidt

(2000)

É utilizada como ferramenta de apoio, facilitando a manipulação dos dados para o emprego de técnicas e métodos disponíveis na área. A sua principal vantagem é a velocidade de processamento e análise de dados, facilitando a geração de relatórios.

Stage-Gate e revisão de fases

Valeri (2000); Hart (2003); O’Connor (1994); Pennings

(1999)

Processo sistemático para avaliação do final de uma fase de um projeto de desenvolvimento de produto. O resultado final esperado é a aprovação do projeto.

Equipas multifuncionais no

PDP

Fredericks (2005); Bonner, Ruekert e Walker (2002);

Griffin (1997); Noh (2006); Nobelius (2004)

É composto por pessoas de diversas áreas (marketing, engenharia do produto e produção), de forma a unir as suas diferentes habilidades.

Tomada de decisão no PDP

Ulrich (2004); Hart (2003); Lint; Pennings (1999); Ulrich

(2001); Cooper (2008); Kleinschmidt (2000)

O desenvolvimento de produtos envolve um grande número de decisões num ambiente de alta incerteza. Devido a sua natureza complexa, muitas decisões são afetadas pelas fases anteriores e, também, por fases futuras, causando problemas de custo, tempo e qualidade.

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Principais tópicos Referências selecionadas Abordagem

Trabalho de equipa no PDP

Apigian (2004) Ao longo do PDP é importante que se procure o trabalho em equipa, de forma a que as partes envolvidas percebam que suas contribuições individuais se encaixam num todo maior.

2.7 Modelos de referência

Nesta seção serão focados, em primeiro lugar, os modelos de referência existentes na literatura e

como se relacionam com o processo de desenvolvimento de novos produtos. De seguida será

focado o modelo que melhor unifica os diversos modelos clássicos e que será utilizado como

referência para o modelo proposto. Posteriormente, é realizado um breve enquadramento de como

os processos de desenvolvimento de novos produtos são integrados nas PMEs, em particular nas

PMES do setor da indústria têxtil.

2.7.1 Modelos de referência e o processo de desenvolvimento de novos produtos

Entende-se por modelo a representação simplificada e abstrata de um fenómeno ou situação

concreta que serve de referência para estudo e análise. Este é baseado numa descrição formal de

objetivos, relações e processos que permitem, variando parâmetros, simular efeitos de mudança

do fenómeno que representa. Os modelos de referência estabelecem um modo de abordar os

problemas organizacionais e desempenham um papel de referência. Porém, modelar processos

pode ser uma tarefa extremamente complexa, não só em termos do grau de detalhamento que se

deseja modelar, mas, sobretudo, pela própria natureza complexa dos processos a serem

modelados. Neste sentido, a qualidade da gestão do PDP está estreitamente relacionada à sua

padronização e estruturação através de um modelo de referência.

Para estruturar o PDP revela-se necessário a utilização de modelos de referência que estabeleçam

etapas/fases sistematizadas para o desenvolvimento do processo, de forma a uniformizar os fluxos

de atividades e informações, minimizando as incertezas e aumentando a probabilidade de sucesso

do produto no mercado.

Através da figura seguinte (Figura 4) foram identificados vários modelos de referência de

Desenvolvimento de Produto (DP) e modelos de PDP, elaborados por diversos autores,

contextualizando-os por marcos históricos. De entre os modelos de DP e PDP, foram selecionados

seis modelos de PDP, pelo facto de focarem na gestão do processo de desenvolvimento, apesar

de caracterizarem também o projeto do produto (Paula & Mello, 2012).

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Figura 4: Modelos de referência de desenvolvimento de produtos contextualizados por marcos históricos

(Paula & Mello, 2012)

Cada fase de um PDP é assinalada pela conclusão de um conjunto de resultados importantes do

projeto, sendo que essas fases visam facilitar a compreensão e o controlo do processo (Meireles

et al., 2017). Porém, existem diversos desafios incontornáveis na implementação efetiva destes

modelos. Não obstante, espera-se que o PDP forneça informações sobre: como as atividades

devem ser realizadas; quais as condições a ser respeitadas; quais as fontes de informações válidas

e os critérios de decisão a serem adotados (Rozenfeld et al., 2006). Todavia, os processos de

negócio ocorrem independentemente de os mesmos estarem documentados e sistematizados

formalmente. Contudo, um processo sistematizado assegura a utilização de melhores práticas de

projeto e uma linguagem única e padronizada para toda a empresa. Os modelos de referência

fornecem suporte a essa padronização e, têm por objetivo institucionalizar as melhores práticas

relacionadas à gestão do PDP, contribuindo para o amadurecimento das empresas (Moretti et al.,

2012). A adoção de estruturas organizacionais adequadas e de boas práticas de gestão para o

PDP pode ajudar a melhorar o desempenho desse processo, que é primordial para a

competitividade das empresas (Rozenfeld et al., 2006). Paula e Mello (2012) realizaram uma

análise comparativa entre seis modelos de referência de PDP. Os modelos teóricos selecionados

foram: Wheelwright e Clark (1992); Cooper (1993); Pahl et al. (2005); Rozenfeld et al. (2006);

Rosenthal (1992) e Back et al. (2008), tal como apresentado na Tabela 5.

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30

Tabela 5: Comparação das fases dos modelos teóricos de PDP (Paula & Mello, 2012)

O PDP envolve um conjunto de atividades para tomada de decisão, as quais exigem habilidade,

talento, criatividade e espírito científico e cooperativo. Portanto, é bastante comum e importante

que cada atividade seja executada por um grupo, e não por um único indivíduo ou departamento.

Por esse motivo, atualmente, destacam-se, então, duas linhas principais de pensamento no que

diz respeito ao desenvolvimento de produtos. A primeira linha indica que o desenvolvimento de

um produto deve ser elaborado, tendo como principal preocupação todas as fases do processo,

desde a identificação das necessidades dos consumidores até ao lançamento do produto. A

segunda premissa é referente à multidisciplinaridade, integração de equipas e simultaneidade de

atividades de desenvolvimento de produtos (Jordan, 2004).

Ma

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5 X X X X X X

6 X X X X

7 X X X X

8 X X X X X X

9 X X X X X X

10 X X X

11 X X X X X X

12 X X X X X X

13 X X X X

14 X X

15 X X X X

16 X X X X X X

17 X X X X X

18 X X X X X X

19 X X X

20 X X

21 X X X

22 X X X

23 X X X X

24 X

P ontos de ava liaç ão do pro je to (s tage -ga te )

Etapas do processo de desenvolvim ento de

produtos

Pré

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se

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D e finiç ão de métodos de produç ão

D e finiç ão de fe rramentas

V erific aç ão do pro je to

D e finiç ão da equipa de pro je to

P laneamento do pro je to

D e finiç ão das entradas do pro je to

P ro je to dos proc es s os

D e finiç ão das es pec ific aç ões do produto e dos s eus

c omponentes

D e finiç ão das s a ídas de pro je to

Identific aç ão das oportunidades de negóc io

(ge raç ão de ide ias )

P rioriz aç ão da me lhor ide ia para o negóc io

A ná lis e do merc ado (formulaç ão es tra tég ic a)

E s tudo de viabilidade (fís ic a , ec onómic a, financ e ira )

C onc eç ão do produto

M onitoramento de pós - venda

R eava liaç ão e aná lis e c rític a do pro je to

D es c ontinuar produto

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D es envo lvimento de prog ramas de formaç ão

D es envo lvimento de c ampanhas public itá rias

Lanç amento do produto no merc ado

Tes tes do pro je to (va lidaç ão do pro je to )

P ro tó tipo

P roduç ão/operaç ão pilo to

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31

No que diz respeito ao desenvolvimento integrado de produtos, existe uma tendência para a

utilização de modelos de referência que descrevem as tarefas, recursos, métodos, ferramentas e

técnicas de projeto, as informações e a organização do processo de desenvolvimento do produto.

2.7.2 Modelo de referência de Rozenfeld et al. (2006)

É possível encontrar diversos modelos de referência para o processo de desenvolvimento de

produtos considerados como clássicos na literatura (Clark & Wheelwright, 1993; Cooper, 2001;

C. Crawford & Di Benedetto, 2006; Pahl & Beitz, 1988; Pugh & Clausing, 1996; Ulrich & Eppinger,

2007; Urban & Hauser, 1993). No entanto, neste estudo o modelo utilizado será o de Rozenfels

et al. (2006), que se propõe para unificar os diversos modelos clássicos.

O modelo referencial de Rozenfeld et al. (2006) descreve o processo de desenvolvimento de novos

produtos, propondo a divisão do PDP em 9 fases, divididas em de três grandes macro-fases:

(i) O pré-desenvolvimento que tem como finalidade garantir o direcionamento estratégico da

empresa. Esta fase contém as principais diretrizes estratégicas do projeto, do lançamento de

novos produtos e a geração do conceito que atende à oportunidade de negócio. É uma etapa

de extrema importância, pois contribui para o uso eficiente de recursos de desenvolvimento,

com a definição de projetos prioritários, tornando o início dos projetos mais rápido e eficiente.

(ii) O desenvolvimento que enfatiza aspetos tecnológicos correspondentes à definição das

características dos produtos e o seu processo de produção e comercialização. Dentro desta

macro-fase encontram-se fases de projeto informacional, projeto conceptual, projeto

preliminar e detalhado, preparação para produção e libertação do produto para vendas.

(iii) O pós-desenvolvimento, que é composto pelas fases de acompanhamento produto e

processo e descontinuar do produto, ou seja, contém a avaliação e registo de dados

(indicadores de acompanhamento do projeto) e lições aprendidas (registo de práticas que

atualizem e aperfeiçoem o modelo).

Através da figura seguinte (Figura 5) é possível observar o modelo acima descrito e proposto por

Rozenfeld et al. (2006).

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32

Figura 5: Processo de desenvolvimento de produto proposto por Rozenfeld Adaptado de Rozenfeld et al. (2006)

No entanto, é importante realçar que as fases iniciais são as mais essenciais no processo de

desenvolvimento de novos produtos, principalmente porque é nessas fases que os gastos com o

desenvolvimento são relativamente pequenos, na medida que a introdução de mudanças em

etapas posteriores pode implicar custos extremamente elevados. Por esse motivo, a contribuição

do PDP como fonte de vantagens competitivas para as empresas está a ser cada vez mais

enfatizado. Estima-se, então, que 85% dos custos do ciclo de vida de um produto são reflexo da

fase de projeto, ou seja, ficam determinados em função do que é definido no projeto (tecnologias

básicas do produto e do processo, materiais, especificações, etc.) (Rozenfeld et al., 2006). Estima-

se, também, que são possíveis reduções de mais de 50% no tempo de lançamento de um produto,

quando os problemas de projeto são identificados e resolvidos com antecedência, reduzindo o

número de alterações posteriores e os tempos de produção e de resposta às necessidades do

consumidor e, portanto, gerando maior competitividade no mercado (Rozenfeld et al., 2006).

2.7.3 Processo de desenvolvimento de produtos em pequenas e médias empresas

Para enfrentar o mercado competitivo e inovador, o sistema de gestão característico das PMEs

tem a tendência a ficar cada vez mais semelhante ao modelo de gestão das grandes empresas

(Gusberti & Echeveste, 2007). Quando se compara o processo de inovação e o PDP das PMEs

com o das grandes organizações, é notório a falta de estrutura e a informalidade dos processos

(De Toni & Nassimbeni, 2003), na medida que há um menor número de colaboradores

qualificados e a gestão por competências é considerada limitada. Além disso, os recursos

financeiros disponibilizados pela banca são menores quando comparados àqueles fornecidos às

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33

grandes empresas, pelo que os empréstimos são concedidos com maior rigor às PMEs (Silva &

Matamoros, 2010). Neste sentido, a sobrevivência e sustentabilidade das PME pode ser

determinada pelas vantagens estratégicas e competitivas, que possibilitam desenvolver, de forma

efetiva, novos produtos, de forma a disponibilizar essas novas propostas rapidamente no mercado

(Meireles et al., 2017), pelo que a utilização de um PDP claramente estruturado e padronizado

pode ser um fator crucial para esse processo. Além disso, podemos associar o sucesso e o

fracasso das PMEs ao facto de estarem fortemente relacionadas com a experiência, conhecimento

e habilidades dos proprietários e colaboradores da empresa. Na Tabela 6 é apresentada uma

síntese sobre as principais dificuldades enfrentadas por esse tipo empresas na implementação do

PDP, segundo alguns autores.

Tabela 6: Síntese das principais dificuldades enfrentadas pelas PMEs na implementação do PDP (Meireles et al., 2017)

Abordagem (autor)

Resumo dos principais pontos críticos

Nassimbeni (2004)

- Resistência às mudanças (forte inércia cultural e organizacional); - Pouco conhecimento técnico em engenharia simultânea; - Fraca formalização do PDP, resultando em atrasos no projeto; - Falta de investimento em tecnologia, resultando em pouco know-how nesta área; - Conexões fracas entre criatividade, técnica, design, e as fases de produção: falta de instrumentos para a organização de coordenação que relacione essas diferentes competências; - Nível de investimento é considerado demasiadamente elevado para a quantidade de produtos que serão produzidos; - Falta de interação com outras PMEs do mesmo setor; - Dificuldade em atrair mão-de-obra qualificada; - Processo de inovação pouco estruturado; - Falta de incentivo bancário para investir em inovação e PDP; - Falta de alinhamento no PDP, resultando em atrasos no projeto.

Kusar (2004)

- Utilização do modelo de PDP semelhante ao modelo das grandes empresas; - Não consideração dos principais desejos e necessidades dos clientes; - Tempo excessivo para o desenvolvimento de novos produtos; - Inexistência de uma estratégia para estipular o preço do produto, assim como os investimentos, as despesas estimadas, os recursos disponíveis e os recursos necessários; - Inexistência de equipas dedicadas à elaboração e implementação do PDP.

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34

Abordagem (autor)

Resumo dos principais pontos críticos

Gusberti (2006)

- Baixa sistematização do PDP; - Falta de hábito de implementar um processo de melhoria contínua; - Não consideração dos principais desejos do cliente; - O processo de implementação do PDP não é formalizado ou documentado; - Falta de formação e/ou conhecimento específico na implementação do PDP; - Falta de aproveitamento das ideias e dos talentos internos da empresa.

Alessandrini (2010)

- Dificuldades financeiras impostas pela banca às PMEs: quanto menor é a empresa menor é o racionamento de crédito às mesmas; - Falta de fontes de financiamento adequadas; - Quanto maior a distância das PMEs ao sistema bancário local, menor é a probabilidade de introduzirem novos produtos no mercado.

Xuemei (2013)

- Falta de capital financeiro na fase de desenvolvimento dos produtos das PMEs; - Ausência do departamento de pesquisa e desenvolvimento (I&D); - Falta de uma equipa tecnicamente qualificada; - Falta de uma estratégia de negócios e redes de inovação entre as PMEs; - Baixa capacidade de gestão; - Falta de políticas eficazes de proteção à propriedade intelectual.

Apesar das dificuldades citadas anteriormente, as PMEs também podem entrar com sucesso no

mercado e satisfazer as necessidades dos consumidores, como fazem as grandes empresas. Mas

para isso, as pequenas empresas, ao introduzirem um novo produto, devem harmonizar todo o

seu processo de PDP, de forma a evitarem que um produto chegue demasiado cedo ou demasiado

tarde às mãos do cliente, na medida que isso pode afetar como esse produto é percecionado pelo

mercado.

2.7.4 Processo de desenvolvimento de produtos na indústria têxtil

As indústrias têxteis sofreram, recentemente, um importante processo de reestruturação no

âmbito internacional. Uma das razões que desencadearam este processo foi a emergência de

novos concorrentes como a Coreia do Sul, Taiwan e a China. Houve, neste sentido, uma

intensificação da adoção de inovações de produto que cimentassem a posição de referência,

fomentassem o crescimento e auxiliassem as estratégias competitivas das empresas no setor

têxtil.

Não obstante, o desenvolvimento de produtos neste setor do mercado é um processo

extremamente dinâmico que sofre uma grande influência das variações da moda e da

sazonalidade de cores. A moda é um fenómeno social de caráter temporário que descreve a

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aceitação e disseminação de um padrão pelo mercado até à sua massificação e, consequente, a

sua obsolescência como diferenciador social (Moretti et al., 2012). Devido às características pelas

quais o mercado da moda é caracterizado, o processo de desenvolvimento de produto precisa de

ser ágil, eficaz e eficiente, pelo que dado ao ambiente intenso e volátil, a capacidade de uma PME

para conceber e projetar produtos de qualidade, numa grande variedade e mais rapidamente que

os seus concorrentes, é o ponto crucial para conquistar o mercado (Moretti et al., 2012).

Nos últimos anos, o paradigma de uma gestão eficaz alterou-se ligeiramente, sendo que,

atualmente, a gestão deste tipo de projetos passa pela previsão e avaliação das necessidades e

desejos do consumidor a quem as empresas precisam de responder com inovação e com produtos

bem concebidos e executados. Além disso, o desenvolvimento de novos artigos têxteis é

recompensador, no sentido que esta atividade é necessária para manter a lucratividade da

empresa, obter margens mais atrativas e a sua posição de referência (Moretti et al., 2012).

Portanto, o projeto de desenvolvimento de um produto deve responder às exigências já latentes

do mercado, por meio da criação e desenvolvimento de produtos. Portanto, a gestão do PDP, nas

indústrias têxteis, revela-se estratégico para aumentar as chances de sucesso dos produtos

desenvolvidos. Contudo, a falta de uma estruturação do PDP pode fazer com que as empresas do

setor não consigam avançar em termos de inovação e diferenciação dos seus produtos.

2.8 Desenvolvimento de novos produtos

De forma a garantirem a sua prosperidade, as empresas estão constantemente à procura formas

de revitalizar, reestruturar e redefinir as suas práticas e processos de DNP para obter melhores

resultados. Muitos autores tentaram desenvolver um modelo que reunisse as etapas relevantes do

processo de DNP (Cooper, 2001; L. Crawford, 2006; Scheuing, 1974; Ulrich & Eppinger, 2007;

Wind, 1982). Contudo, este difere de indústria para indústria e de empresa para empresa, pelo

que deve ser adaptado ao contexto específico de cada empresa, tendo em conta as suas

necessidades e recursos. Neste sentido, de seguida são apresentadas as principais dificuldades

com que as empresas se deparam na gestão de projetos de novos produtos, bem como uma

abordagem linear comum proposta para organizar e assegurar a eficácia deste tipo de projetos.

2.8.1 Planeamento de ações para projetos de desenvolvimento de novos produtos

Atualmente, as organizações estão inseridas numa atmosfera altamente volátil e extremamente

competitiva, na qual os consumidores são caracterizados pelas suas exigências, cada vez mais

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complexas e imprevisíveis, ao nível da qualidade, preço e tempo de resposta. Com as pressões do

mercado, patentes na variabilidade e incerteza da procura, o aumento da competitividade entre

organizações obriga a que estas reajam e procurarem respostas a desafios incontornáveis,

nomeadamente a entrada de novos intervenientes no mercado a uma escala global, os diferentes

padrões de consumo, a inovação de processos e produtos e a responsabilidade pelo

desenvolvimento sustentável.

A inovação é reconhecida como uma das atividades que mais contribuem para o crescimento e

manutenção da competitividade de uma empresa, especialmente de uma PME, e pode estar

associada a fatores importantes a serem considerados para se atingir o sucesso, tornando-se um

fator-chave para o crescimento das receitas, margens competitivas e, em alguns casos, até mesmo

para a sobrevivência. A capacidade de introduzir inovação no mercado de forma rápida, eficiente

e primeiro do que a concorrência está a tornar-se cada vez mais importante (Popa & Tanasescu,

2010). As empresas estão a competir mais do que nunca para desenvolver produtos e serviços

novos e exclusivos e ganhar uma posição de destaque no mercado (Mahmutllari, 2014). Assim,

entre as principais fontes de crescimento e vantagem competitiva das PMEs, destaca-se a sua

iniciativa de desenvolvimento de novos produtos (DNP), sendo uma das atividades mais

importantes na medida que apresenta uma solução para as empresas se manterem competitivas,

enquanto veículo para implementar estratégias de inovação, e acima de tudo oferece

oportunidades futuras de negócio à organização (Pons, 2008).

Neste sentido, podemos definir o processo de desenvolvimento de novos produtos (PDNP) como

o conjunto de atividades que uma empresa emprega para conceber, projetar e comercializar um

produto (Koteshwar, 2018), o qual envolve quase todos os departamentos da empresa e apresenta

como objetivo a transformação de necessidades de mercado em produtos ou serviços

economicamente viáveis (Nascimento & Costa, 2011).

Todo este processo de inovação é reconhecido como uma das atividades que mais contribuem

para o crescimento e manutenção da competitividade de uma empresa, podendo ser um dos

fatores importantes a serem considerados para se atingir o sucesso. Um deles consiste em

transformar os sinais de mercado em respostas adequadas, em forma de produtos e/ou serviços

novos. Todavia, é essencial realçar que as empresas devem “olhar” para o mercado através de

uma perspetiva de aprendizagem, através da adoção de uma política de orientação para o

mercado, de forma a conjugarem os seus objetivos de negócios com os reais interesses e

exigências do mercado e transformar os sinais de mercado em respostas adequadas, em forma

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de produtos e serviços novos ou melhorados. Por outras palavras, o processo de DNP situa-se na

interface entre a empresa e o mercado, cabendo à empresa identificar e, até mesmo, antecipar

as necessidades do mercado e propor soluções, por meio de projetos de produtos, que respondam

a tais necessidades. Assim, a orientação para o mercado significa saber exatamente que produto

o consumidor quer, que preço está disposto a pagar e como fazer com que o consumidor saiba

que temos o produto certo, pelo preço certo (Jordan, 2004). O planeamento e gestão eficaz da

introdução de novos produtos no mercado, que alteram as paisagens competitivas, são cruciais

para o desenvolvimento bem-sucedido de novos produtos, pelo que desenvolver um novo produto

no prazo e dentro do orçamento é um enorme desafio que exige um enorme foco e elevados

investimentos. A inovação competitiva bem-sucedida exige, portanto, um processo bem

estruturado, com o qual a empresa pode criar novos produtos mais competitivos, num menor

espaço de tempo, com o intuito de garantir a sua posição no mercado em constante evolução

(Nascimento & Costa, 2011). Portanto, a gestão de projetos é uma área a ser considerada durante

este processo, podendo desempenhar um papel significativo no sucesso do novo produto. Não

obstante, a significativa incerteza em projetos de DNP leva à diminuição da eficácia da GP. É difícil

detalhar as tarefas do projeto, a sua sequência, as suas interdependências e o seu tempo, antes

do início da execução do projeto (Costa et al., 2018). Para além disso, entre os diversos tipos de

PDP, o processo DNP é dos mais complexos e desafiadores, uma vez que o conhecimento sobre

o novo produto que está a ser projetado é, inicialmente, uma incógnita. Diante disso, não é possível

definir o volume de trabalho necessário para desenvolver um novo produto, nem é possível definir

a sua forma de gestão no início. Portanto, a gestão de mudanças e as iterações de projeto tornam-

se numa preocupação maior nos processos de DNP e, em particular, nas atividades de

design/conceção de produto.

Não obstante, Bijańska, Wodarski e Wójcik (2016) dividem o desenvolvimento de um novo produto

em 5 fases distintas: desenvolver o conceito de novo produto, idealizar o produto de acordo com

os requisitos do cliente ou de acordo com a ideia do proprietário deste produto, elaborar o design

e protótipo, elaborar o projeto e preparar a pré-produção e, posteriormente, produzir em massa.

No que diz respeito à sua produção, a introdução de novos produtos traz implicações nos sistemas

de produção existentes e nos seus respetivos processos. Para a obtenção de sucesso, a empresa

deve prestar muita atenção à eficiência e eficácia do planeamento da produção de um novo

produto. Relativamente à sua eficiência, esta deve ser avaliada em relação às expectativas do

cliente, que estão intrinsecamente ligadas ao cumprimento da qualidade específica do produto e

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38

aos seus requisitos técnicos, bem como em relação ao período de tempo da sua produção. O

processo de desenvolvimento de um novo produto deverá ser, então, um processo contínuo, tendo

em consideração que muitas das inovações de produtos nunca chegam ao mercado,

apresentando uma taxa de insucesso de 25% a 45% (Cooper, 2008).

2.8.2 Principais desafios na gestão de projetos de novos produtos

Apesar da mudança resultante da implementação da gestão de projetos de novos produtos nas

organizações ser um tema recorrente, a investigação realizada e as publicações são ainda

relativamente escassas.

O processo de DNP é complexo e significativamente arriscado, na medida que as empresas

precisam de estar em alerta, pois a elevada taxa de falhas e a baixa eficiência são usuais neste

tipo de processos (Costa et al., 2018). Segundo Cooper (1990), a maioria dos projetos de novos

produtos falham porque, em primeiro lugar, existem erros de omissão nos novos processos de

produtos: falta de garantia de mercado; defeitos do produto; esforços inadequados de lançamento;

triagem e avaliação do projeto deficientes. Em segundo lugar, o desempenho atual da inovação de

produtos está longe de ser ideal. E em terceiro lugar, a qualidade é uma dificuldade, ou seja, o

quão bem as atividades planeadas são realizadas e, se de facto são todas realizadas.

Apesar das práticas e metodologias de gestão de projetos de DNP terem sido reconhecidas como

algo que origina valor para as empresas, especialmente aquelas que se inserem em setores de

elevada competitividade, existe sempre alguma resistência quanto à sua adoção e implementação,

e posteriormente alguma falta de reconhecimento do seu valor. Esta resistência provém,

essencialmente, das organizações que possuem um contexto organizacional com procedimentos

e uma cultura fortemente enraizadas.

2.8.3 Modelo stage gate aplicado ao desenvolvimento de novos produtos

A introdução de novos produtos tem sido dominada pela investigação empírica sobre a ligação

entre as características e especificações do produto, do projeto e o sucesso do produto (Jetter,

Albar, & Sperry, 2016). Neste âmbito, a abordagem mais comum proposta para organizar projetos

de desenvolvimento de novos produtos é através do modelo de atividade linear, o modelo Stage-

Gate (SG).

Na literatura de DNP, a gestão de projetos é amplamente sinónimo da aplicação do

enquadramento SG ou de uma abordagem similar com pontos de decisão distintos, que separam

as fases sequenciais do projeto (Cooper, 2008).

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39

Robert Cooper, que evidenciou o conceito SG, descreve-o como um modelo conceptual e

operacional baseado na crença de que a inovação de produto começa com ideias simples e

termina quando o produto é lançado com sucesso no mercado. Assim, o SG é um processo de

negócios criador de valor, que quando adotado pelas organizações cria uma cultura de excelência

na inovação de produtos. De acordo com Grönlund et al. (2010), após pesquisarem as melhores

práticas de DNP, 60% das funções respondentes de DNP estavam a utilizar alguma forma de

metodologia SG, pelo que o processo de SG originalmente surgiu do resultado de uma extensa

pesquisa sobre como as organizações bem-sucedidas estavam a estruturar os seus próprios

processos de DNP. Neste âmbito, o modelo SG foi criado com base na revisão das melhores

práticas de desenvolvimento de produtos, de forma a promover uma maior agilidade à sequência

de atividades, desenvolver e melhorar a eficácia e a eficiência, e integrar a disciplina num processo

descrito como seriamente deficiente em muitas empresas (Grönlund et al., 2010).

De acordo com Cooper (2008) o SG é um processo estruturado por meio do qual o projeto é

desenvolvido, formado por etapas (stages) separados por pontos de avaliação e decisão (gates).

Os stages são tipicamente multifuncionais, na medida que cada atividade é realizada em paralelo

com as outras, a fim de acelerar todo o processo de desenvolvimento e comercialização do

produto. Porém, cada stage, normalmente, fica mais dispendiosa do que a stage anterior, à

medida que a execução do projeto prossegue, resultando em maiores compromissos, mas

também num número reduzido de incógnitas e incertezas para que o risco seja efetivamente

gerido.

As gates, por sua vez, funcionam como pontos de partida e de priorização, onde as decisões

relativas ao futuro do projeto são tomadas, pelo que cada gate tem um propósito diferente.

Precedendo cada stage, um projeto passa por uma gate onde é tomada a decisão de continuar ou

não a investir no projeto (uma decisão de Go/Kill). Portanto, estas gates têm uma importante

função de cancelar, congelar ou redefinir projetos que não cumpram os objetivos estabelecidos,

pelo que o seu principal objetivo consiste em assegurar a qualidade do produto criado. Assim, as

gates contêm três elementos significativos: (1) deliverables; (2) critérios e (3) outputs.

(1) Os deliverables são inputs definidos com antecedência, para a revisão da gate, ou seja, o

gestor de projeto e os membros da equipa de projeto (gatekeepers) fornecem aos

tomadores de decisão os resultados das atividades anteriores;

(2) Os critérios de decisão permitem que o projeto seja medido em relação a um conjunto

claramente definido de critérios de sucesso;

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40

(3) Os outputs representam os resultados reais da revisão da gate, na qual uma decisão é

tomada - Go/Kill.

Jordan (2004) explica que a abordagem do processo SG é na verdade uma abordagem de projeto,

que visa energizar e melhorar a gestão do DNP, pois em primeiro lugar fornece uma estrutura

formal para o desenvolvimento do processo, e em segundo lugar as avaliações das gates fornecem

uma base para o gestor de projeto avaliar e repensar os recursos centrais. Neste sentido, o

processo de desenvolvimento de produtos pode ser fracionado em 5 fases distintas, em que cada

stage gera uma gate que atua como conclusão de uma etapa, autorizando ou não a próxima etapa

(Figura 6). As etapas podem ser descritas como:

- Etapa 1 – Investigação preliminar (Initial Screen): Investigação preliminar do âmbito do projeto;

- Etapa 2 – Investigação detalhada: Compreende uma investigação detalhada, tanto técnica quanto

comercial, do âmbito do projeto para construir o business case do projeto (inclui a definição do

produto e do projeto, a justificativa do projeto e o plano do projeto);

- Etapa 3 – Desenvolvimento: Engloba o desenvolvimento do produto, incluindo os seus processos

de produção;

- Etapa 4 – Validação e Testes: Os testes técnicos e comerciais são elaborados, procurando a

aprovação, tanto técnica quanto do conceito comercial do novo produto;

- Etapa 5 – Produção e lançamento no mercado: O início da operação comercial, incluindo as

atividades de marketing, distribuição em massa e comercialização.

Figura 6: Processo SG de desenvolvimento de novos produtos (DNP)

(Jetter et al., 2016)

A Figura 7 mapeia as fases do processo SG de desenvolvimento de um do novo produto (linha

superior) em relação às fases do ciclo de vida do projeto, conforme descrito nos padrões do

PMBOK. Cada fase do projeto é caracterizada pela sua ênfase em processos específicos de GP

(grupos de processos).

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41

Figura 7: Stage Gate e fases da GP

(Jetter et al., 2016)

A literatura do DNP refere o processo de SG como um “macro planeamento” que é mais amplo

do que a GP, mas deve ser aliado à GP ao nível micro, durante fases posteriores do projeto, ou

seja, desenvolvimento, teste e lançamento do produto (Cooper, 2008).

A Tabela 7 compara as principais atividades e ferramentas do processo de SG com aqueles

definidos pelos padrões do PMBOK.

Tabela 7: Comparação das principais atividades dos processos SG e PMBOK (Cooper, 2008; PMI, 2017)

Processo SG PMBOK Guide – Grupos de Processo

Fa

se 1

Investigação Preliminar (Initial screen): Principais atividades: (1) Avaliação preliminar do mercado, com base em pesquisas rápidas e de custo reduzidos, resultando na aprovação para avançar para a próxima fase.

Fa

se 2

Investigação Detalhada (Business Case) Principais atividades: (1) Definição do produto e do projeto (mercado-alvo, conceito e características do produto, proposta de valor e posicionamento, requisitos e especificações de engenharia); (2) Justificativa do projeto e alinhamento com estratégia e portfólio (análise de negócio, análise financeira, avaliação de risco); (3) Plano detalhado do projeto para desenvolvimento; planos preliminares para etapas posteriores (cronogramas, entregáveis, recursos);

Iniciação Principais atividades: (1) Análise dos stakeholders; (2) Desenvolvimento do termo de abertura do projeto, consistindo em: • Justificativa do projeto; • Objetivos mensuráveis do projeto; • Descrição do âmbito do projeto; • Riscos; • Resumo do cronograma e orçamentos; • Requisitos de aprovação do projeto; • Definição do gestor de projeto. Planeamento Principais atividades: (1) Refinar os objetivos e definir o conjunto de ações

necessárias para alcançar os objetivos definidos para o projeto;

(2) Planeamento da gestão do risco;

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42

Processo SG PMBOK Guide – Grupos de Processo F

ase

3

Desenvolvimento Principais atividades: (1) Prototipagem rápida; (2) Recolha do feedback do cliente; (3) Teste alfa.

Execução Principais atividades: (1) Completar o trabalho definido no plano de gestão do projeto para satisfazer as especificações do projeto.

Fa

se 4

Teste e validação Principais atividades: (1) Teste beta; (2) Desenvolver planos de lançamento.

Controlo Principais atividades: (1) Análise da qualidade através de: • Cartas de controlo de Pareto; • Casa de qualidade; (2) Monitorização de custos e riscos; (3) Verificação do âmbito.

Fa

se 5

Produção e lançamento no mercado Principais atividades: (1) Lançamento; (2) Produzir em plena capacidade; (3) Monitorizar os resultados; (4) Planear o ciclo de vida completo;

Encerramento Principais atividades: (1) Reuniões pós-lançamento;

Na Fase 1, a estrutura do processo SG coloca forte ênfase na priorização e seleção de novos

produtos para metas organizacionais de longo prazo, que ocorrem numa fase de pré-projecto

(Jetter et al., 2016). Esta etapa, não idealizada na estrutura no PMBOK, é fundamental para o

sucesso do desenvolvimento de produtos e constitui uma das principais contribuições dos modelos

de SG para a prática do DNP (Cooper, 2008). A Fase 2 no modelo SG e no PMBOK são mais

idênticas. O objetivo principal da Fase 2, na estrutura do SG, é definir o produto e o business plan,

que é usado para justificar o avanço no desenvolvimento, com base no mercado e critérios

financeiros. Enquanto, o objetivo principal da Fase 2 na estrutura do PMBOK é definir o projeto,

alinhar o objetivo do projeto com as expectativas das partes interessadas e obter autorização

formal para iniciar o projeto. As Fases 3, 4 e 5 no SG e PMBOK são, também, semelhantes, pois

ambas produzem o produto, validam a qualidade por meio de testes e distribuem o produto. No

entanto, na estrutura do processo SG, a Fase 5 continua a monitorizar os resultados do

lançamento, enquanto na estrutura do PMBOK o projeto termina quando o produto é lançado

(Jetter et al., 2016).

Embora, o processo SG não garanta a inovação bem-sucedida, os dados de referência provaram

que as empresas de sucesso compartilham alguns destes 5 princípios (Edgett, 2018): (1) Foco

orientado para o consumidor; (2) Atividades iniciais; (3) Pontos de decisão; (4) Equipas

multifuncionais; (5) Envolvimento da gestão de topo.

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43

(1) Foco orientado para o consumidor: A inovação focada no cliente gera taxas de sucesso que

são duas vezes mais elevadas no mercado e têm uma taxa de produtividade muito maior (4,5

vezes) (Edgett, 2018). É a chave número um para o sucesso e rentabilidade do produto.

(2) Atividades iniciais: O sucesso ou fracasso de um novo produto é frequentemente determinado

antes mesmo de entrar na sua fase de desenvolvimento. Deve existir uma compreensão clara

e profunda do projeto numa fase inicial do desenvolvimento, incluindo a compreensão do

mercado, da tecnologia e do próprio negócio (Edgett, 2018). Empresas com atividades iniciais

bem solidificadas têm maior probabilidade de reduzirem o tempo de lançamento no mercado.

(3) Pontos de decisão: É necessário existir pontos de decisão claramente identificados que sirvam

de alicerce aquando da tomada de decisões.

(4) Equipas multifuncionais: Uma característica deste tipo de projetos é o facto de exigirem

informações de diversas partes de uma organização. Portanto, a forma como as equipas de

projeto são organizadas e quantos membros da equipa trabalham juntos, afetará as taxas de

sucesso de tempo (Edgett, 2018).

(5) Envolvimento da gestão de topo: A gestão de topo precisa de demonstrar um apoio forte e

visível, pois sem esse apoio, as taxas de sucesso diminuirão.

As empresas, dispostas a trabalhar arduamente para criar capacidades de inovação, através do

desenvolvimento de modelos SG aplicados ao processo de DNP, usufruem de taxas de sucesso

superiores. As taxas de sucesso destas empresas no mercado são 2,5 vezes maiores (63 a 78%)

do que as de baixo desempenho que atingem apenas 24% de sucesso (Edgett, 2018). Neste

sentido, a aplicação de um modelo SG no processo de DNP tem como resultado primordial o

alcance de produtos superiores face à concorrência, que entram nos mercados com mais rapidez

e lucratividade, enquanto que ao mesmo tempo melhora o desempenho e reduz o risco de

insucesso. Edgett (2018) identificou quais os principais benefícios do modelo:

- Aceleração do processo de comercialização;

- Aumento das taxas de sucesso de novos produtos;

- Redução de falhas de novos produtos;

- Maior disciplina organizacional e foco nos projetos certos;

- Menor número de erros, desperdício e retrabalho nos projetos;

- Alocação eficiente e eficaz de recursos escassos;

- Melhoria do envolvimento interfuncional e colaboração;

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44

3. CONTEXTO DA INVESTIGAÇÃO

O presente capítulo introduz e descreve o contexto em que se desenvolveu este estudo, para um

melhor entendimento do projeto desenvolvido. A investigação apresentada decorreu na empresa

Liconfe – Linhas industriais, S.A., pelo que este capítulo se inicia com a apresentação da empresa.

Esta inclui a sua estrutura organizacional, os diversos artigos comercializados, e a descrição do

processo produtivo. Por fim, é realizada uma breve descrição do novo produto e do seu processo

produtivo, no sentido de proceder à descrição do ciclo de vida dos projetos na Liconfe, S.A.,

servindo de base para o desenvolvimento do modelo proposto.

3.1 Liconfe – Linhas Industriais, SA

Nesta secção é realizada a descrição geral da empresa, da sua estrutura organizacional de acordo

com os departamentos existentes, os produtos e o processo produtivo, no sentido de proceder ao

melhor enquadramento do projeto em estudo.

3.1.1 Apresentação da empresa

A Liconfe, S.A. é uma empresa PME líder no que diz respeito à produção e rebobinagem de linhas

de costura industriais. É uma empresa inserida no setor têxtil há mais de 30 anos, pelo que é um

dos maiores fabricantes de linhas de costura no Sudoeste da Europa, o que lhe concede uma

posição de referência no mercado regional e nacional de linhas de costura. Atualmente, a sua

sede é localizada em Vila Frescaínha S. Pedro, concelho de Barcelos, tendo recentemente

adquirido uma segunda unidade de vendas em Moreira de Cónegos, concelho de Guimarães.

Assim, a empresa possui uma única unidade produtiva e duas localizações de venda.

Com o crescimento do seu reconhecimento no mercado português, a Liconfe, S.A. tem cada vez

mais apostado na exportação, para países como a Polónia, Turquia, Espanha, entre outros países,

possuindo, atualmente, parceiros de distribuição em mais de 10 países. A Liconfe, S.A. assume-

se como uma indústria produtora de linhas de costura de excelência e qualidade numa variedade

de gamas de produtos, pelo que lhe permite satisfazer as diferentes e diversas necessidades e

solicitações do setor têxtil.

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45

3.1.2 Estrutura organizacional

A Liconfe, S.A. encontra-se organizada em cinco departamentos, nomeadamente, direção geral,

administrativo e financeiro, comercial, produtivo e, qualidade e manutenção, como ilustrado na

Figura 8. Não obstante, a segunda unidade da empresa centra apenas as suas atividades num

departamento comercial, constituído pelos serviços administrativos, pelas equipas de

armazenagem e de vendas.

Assim, a direção geral da empresa absorve um conjunto de funções, desde a compra de matérias-

primas até à gestão de clientes e recursos humanos. Neste sentido, é responsável pela integração

dos vários departamentos das duas localizações. Já o departamento administrativo-financeiro é

responsável por todos os processos de pagamento a fornecedores, preparação de documentação

para exportação e importação, contacto com a banca, entre outras responsabilidades. O

departamento comercial encontra-se dividido pela assistência comercial interna, que assegura o

funcionamento da loja e a organização do armazém de produto acabado, e pela assistência

comercial externa que assegura a preparação e entrega das encomendas aos clientes.

O departamento de produção é o responsável por todo o processo produtivo da empresa. É a este

departamento que é imputada a responsabilidade da realização do planeamento, gestão e controlo

da produção, a requisição de matérias-primas e componentes, bem como pelo controlo de stocks.

Este departamento é constituído pelo diretor de produção, pelos assistentes de produção e por

um conjunto de colaboradores responsáveis pela receção e armazenagem de matérias-primas,

bobinagem do fio e embalamento, que laboram em dois turnos por dia, cinco dias por semana.

Relativamente ao departamento de qualidade e manutenção, este é responsável pela eficiência

dos equipamentos, executando planos de manutenção preventiva e corretiva de todos os

equipamentos. No que diz respeito à qualidade, este departamento efetua a gestão das

reclamações dos clientes e a análise e controlo dos parâmetros e especificações dos produtos e

matérias-primas, com o intuito de diminuir a percentagem de não conformidades.

O departamento de qualidade e manutenção e o departamento de produção são os grandes

impulsionadores da introdução e desenvolvimento de novas gamas de produtos para novos

setores, como o setor de calçado, acolchoados e automóvel.

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46

Figura 8: Estrutura organizacional da Liconfe, S.A.

3.1.3 Produtos

A Liconfe, S.A. produz e comercializa uma grande variedade de fios com características distintas

(natureza, composição, tonalidade e espessura), conforme a aplicação que é pretendida. A Liconfe,

S.A. produz, atualmente, 11 famílias de artigos com diferentes espessuras (Tabela 8), podendo

este ser rebobinado em diversas metragens e comercializado nas cores primárias (branco, preto

e cru) ou numa das cerca de mil e duzentas cores disponíveis no cartaz (Figura 9).

Figura 9: Cartaz de cores da Liconfe

Na tabela abaixo é possível observar a relação entre as espessuras, metragens e finalidade dos

fios produzidos.

Tabela 8: Excerto de Produtos da Liconfe

Artigo Espessura Finalidade Características Tipo

100% poliéster

180 120 80 50 20

Blusas, vestidos, sweaters, jeans; Roupa íntima; Roupas de criança.

− Alta tenacidade; − Construção uniforme e

resistente; − Confiável em costura de alta

velocidade.

Produto Acabado

100% algodão

60 50 40 35 30 20 12

Costura de peças para tingir.

− Fio produzido a partir de algodão de alta qualidade;

− Costura de roupas sem tratamento para tingir.

Produto Acabado

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47

Com uma vontade insaciável de alcançar uma posição de referência no mercado nacional e

internacional, através da exportação, aliado à evolução da importação e exportação dos artigos

têxteis, tornou-se primordial reforçar a oferta dos artigos disponíveis, distinguindo-se dos seus

concorrentes, tanto pela variedade de oferta, como pelo preço praticado. Neste sentido, pelo facto

de se tratar de uma PME, a Liconfe, S.A. procura, constantemente e sistematicamente, novas

oportunidades de mercado para manter a sua capacidade competitiva, definindo-se, assim, como

uma empresa impulsionadora de mudança e renovação.

A Liconfe, S.A. tem por objetivo desenvolver uma vantagem competitiva na indústria têxtil,

investindo para isso no desenvolvimento e diversificação de novos processos e produtos na

produção de linhas de coser, que lhe permitam ser mais competitiva perante os seus concorrentes.

Assim, por se deparar com uma concorrência competitiva, regional, nacional e internacional, a

Liconfe, S.A. organiza a sua produção de modo a introduzir uma grande multiplicidade e

versatilidade de produtos com parâmetros inovadores que alavancam a sua liderança no mercado.

Assim, através da introdução no mercado de produtos distintos e com características que atraem

novos consumidores, a empresa consegue criar uma expectativa positiva nos clientes acerca das

suas novidades ao nível do produto. É, neste sentido, que é seu propósito apresentar produtos

com elevados níveis de qualidade de tingimento e rebobinagem, de forma a obter margens de

lucro mais atrativas, alcançando um nível superior de serviço e na inovação dos seus produtos, de

forma a responder às novas necessidades do mercado.

3.1.4 Processo Produtivo

O processo produtivo da empresa Liconfe, S.A. consiste, essencialmente, na produção de cones

rebobinados com uma determinada cor, metragem e espessura, de acordo com a encomenda

feita pelo cliente.

Este processo inicia-se com a aquisição de matérias-primas – cones, silicone, caixas, fio, entre

outros – provenientes de vários países como China, Índia, Egipto, etc. Após a receção das

matérias-primas, exceto o fio, são enviadas para a unidade produtiva, enquanto as bobines de fio

de cores básicas – Branco, Preto, Cru – são descarregadas no armazém B21. Contudo, as bobines,

de fio cru, podem ter dois destinos. Caso se tratem de bobines de 2 kg, seguem diretamente para

o armazém B2, enquanto as bobines de 1kg, em cones perfurados de plástico, são transportadas

1 Armazém de matérias-primas.

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para a tinturaria, que funciona, também, como armazém de algum fio. Na tinturaria ocorre o

processo de tingimento, passando por um processo adicional de lubrificação, que proporciona ao

fio melhores características, conferindo-lhe um nível de qualidade superior. Finalizado este

processo, o fio é rebobinado para bobines de 2 kg em cone de cartão e, por fim, transportado para

o armazém B02. Na receção do fio tingido é realizado o seu controlo da qualidade

comparativamente com a cor presente no cartaz. Se a cor for aprovada e estiver dentro dos

standards estabelecidos, inicia-se o processo de rebobinagem, ou seja, rebobinagem do fio das

bobines rececionadas para os cones, conforme a metragem selecionada. Caso contrário é

devolvido à tinturaria. Durante este processo, o fio é sujeito a um processo de lubrificação, através

do uso de silicone, que irá conferir ao fio melhores propriedades mecânicas, como garantir que o

fio não quebre com tanta facilidade (Figura 10).

Figura 10: Equipamento de Bobinagem

Terminado o processo de rebobinagem, o artigo é encaminhado para o setor de etiquetagem, onde

os cones são etiquetados com o número da cor, a indicação do lote de fio cru a que correspondem,

a partida de tingimento (“receita”) da tinturaria, a espessura do fio e a metragem, sendo

posteriormente embalados. Deste modo, encontram-se finalizados para venda de forma a

satisfazer uma encomenda dos clientes ou a satisfazer as necessidades de stock (Figura 11).

2 Armazém de semiacabados.

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Unidade Produtiva de Barcelos TinturariaUnidade de Guimarães

Aguarda processo

de tingimento

Receção do fio

Tingimento

Aquisição de

matéria-prima

Fluxo de informação

Receção da

matéria-prima

Cones

Silicone

Caixas,

Fio Branco

e PretoFio Cru

Receção de fio

Aguarda

armazenamento

Armazenamento

Rebobinagem do

fio

Bobine de

cor

Receção de fio

Produção

Avaliação da cor

Aguarda avaliação

da cor

Etiquetagem e

embalamento

Armazenamento

(A1)Venda

Conforme?

Venda

Sim

Não

Armazenamento

(B0)

Aguarda

armazenamentoConforme?

Sim

Não

Figura 11: Processo produtivo tradicional da Liconfe

3.2 O Cocoon

Nesta seção primeiro será caracterizado o Cocoon e depois será explicado o seu processo

produtivo.

Caracterização

O Cocoon é uma espécie de casulo de fio, utilizado principalmente nos setores de bordados e

acolchoados e produzido com maior sensibilidade, no que diz respeito ao seu comprimento. Os

Cocoons são produzidos comumente a partir de fios de alpha (poliéster), sigma (poly/poly), zeta

(poliéster de alta tenacidade) e delta (algodão) em diferentes espessuras, dimensões e com uma

gama rica de opções de cores. Graças à seleção precisa da matéria-prima e às técnicas típicas de

lubrificação, este possui uma alta eficiência na produção.

Os Cocoons são usados, essencialmente, em bordados schiffli e em máquinas de acolchoados de

pesponto com agulha múltipla equipadas com shuttles (local onde se insere o cocoon na máquina).

Neste sentido, é utilizado para a produção de colchões e bordados, roupa de cama (ex: lençóis),

cobertores, casacos e tops, colchas e outros têxteis lar.

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50

Processo produtivo

A cadeia de abastecimento da linha de produção do Cocoon é idêntica à dos restantes produtos

da Liconfe. No entanto, o processo produtivo deste produto é diferente dos restantes. Neste

sentido, este processo inicia-se com a encomenda das matérias-primas aos respetivos

fornecedores, pelo que após a receção do fio na unidade produtiva e de acordo com as

encomendas e as necessidades de stock, o fio pode entrar diretamente em produção ou ser

armazenado em B0, tal como ocorre com as outras famílias de produtos atualmente

comercializados. Quando o fio entra em Work in Progress (WIP), primeiramente é necessário

rebobinar o fio das bobines de 1Kg e 2Kg para os respetivos cones, de acordo com o tipo de fio.

Como é possível observar pela tabela seguinte (Tabela 9), os tipos de fios selecionados para a

produção de Cocoons são, nomeadamente alpha 120 e 180, sigma 120, zeta 120, delta 70 e

mícron 150.

Tabela 9: Tabela de referência com especificações do produto. (Liconfe, 2019a)

Esta primeira rebobinagem é necessária para a lubrificação do fio, na medida em que os Cocoons

não recebem lubrificação na sua produção, conferindo, assim, ao fio melhores propriedades

mecânicas. Após este primeiro processo de rebobinagem estar concluído, os cones de 1Kg e 2Kg

são inseridos nos equipamentos responsáveis pela produção física dos Cocoons.

Como o comprimento do cocoon é uma característica primordial do produto, esta ao longo da

produção deve ser controlada e conferida rigorosamente, de acordo com o tipo e tamanho do fio

em produção. Posteriormente, no embalamento, os Cocoons são acondicionados em caixas de

1kg, e etiquetados de acordo com o tipo de fio, tamanho, espessura e cor.

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Através do fluxograma seguinte, é possível verificar o processo produtivo simplificado, atualmente

em desenvolvimento, pelo departamento de produção em conjunto com o departamento de

qualidade e manutenção, para a produção propriamente dita do Cocoon (Figura 12).

Figura 12: Processo Produtivo do Cocoon

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4. ANÁLISE CRÍTICA DO PROCESSO INTEGRADO DE GESTÃO DE PROJETOS DE NOVOS

PRODUTOS NA LICONFE, S.A.

Este capítulo foca-se na contextualização e descrição do problema de investigação, onde o foco é

explicar o processo corrente, e, também, auxiliar na identificação do que poderá ser melhorado.

O diagnóstico da situação atual da Liconfe, S.A., no que diz respeito ao desenvolvimento de

projetos de DNP, consiste num detalhamento da situação atual deste processo executado pela

empresa, respondendo às questões de como o processo de desenvolvimento de novos produtos é

executado no seio da empresa e qual a importância dada pela empresa ao DNP, tendo em

consideração a caracterização do ambiente de negócios. Com base no desenvolvimento de um

novo produto, o Cocoon, a Liconfe, S.A. estabeleceu um conjunto de atividades, com base nas

diretrizes apresentadas na Figura 13, que deveriam ser executadas para desenvolver o produto

projetado de forma a introduzir, o mais rápido possível, o Cocoon no mercado. No

acompanhamento deste projeto e com base nos processos subjacentes a todo o processo de

desenvolvimento do Cocoon, foram identificadas algumas lacunas e carências que deveriam ser

colmatadas, para posteriormente desenvolver um modelo de referência adequado ao contexto da

empresa. A partir destas premissas, estabelece-se uma descrição e análise crítica da situação

atual. As fontes de dados para o diagnóstico descrito partem de informações provenientes de

reuniões realizadas e da análise da documentação existente e disponibilizada pela empresa.

4.1 Atual processo de desenvolvimento de produtos na Liconfe, S.A.

Sempre que a Liconfe, S.A. decide desenvolver um novo projeto, compete à direção geral decidir

a sua execução ou não. Entre outros fatores, para a execução do projeto, são consideradas as

necessidades do cliente, as normas e a regulamentação aplicável. Entretanto, após a avaliação do

mercado, é definida a equipa de projeto que tem a responsabilidade de acompanhar a evolução

do projeto, enquanto o responsável pelo projeto deve assegurar a interface entre os vários

departamentos e eventuais entidades externas. Quando é decidido avançar com o projeto, o

responsável do projeto distribui as responsabilidades pelos vários elementos da equipa e define

os respetivos prazos de execução. Quando surge uma oportunidade, ou algum problema, são

realizadas reuniões para análise do assunto em questão. A validação de alguma alteração é

realizada após a verificação do cumprimento de todos os requisitos estabelecidos (técnicos,

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53

económicos e de qualidade) pela direção geral e/ou pelo cliente. Neste âmbito, a empresa dispõe

do seguinte fluxograma (Figura 13) como diretrizes atuais do processo de desenvolvimento de

novos produtos.

Figura 13: Diretrizes gerais do processo de desenvolvimento do novo produto na Liconfe, S.A. (Liconfe, 2019b)

De acordo com as diretrizes gerais estabelecidas na Figura 13, é possível constatar que o

planeamento das diversas fases e atividades de projeto e do processo de desenvolvimento do

produto não se encontra ainda completamente maturado. É claro que estas atividades não seguem

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uma estrutura claramente definida, bem como não existe a aplicação de metodologias de gestão

de projetos e das possíveis ferramentas e técnicas que poderão ser utilizadas para melhor a

integração e standardização deste processo, e consequentemente as suas fases inerentes. Neste

sentido, pode-se concluir que a empresa não possui práticas de gestão de projetos integradas nem

uma estrutura formal totalmente documentada para o processo de DNP. Neste seguimento,

também, é possível identificar que não existe uma clara identificação, de forma pormenorizada,

das fases e etapas do DNP, assim como a quase inexistência de documentos formais que atestem

a passagem de uma fase para a outra, o que pode tornar extremamente complexa a tomada de

decisões sobre o progresso do projeto, bem como a documentação total do mesmo.

Outro fator em carência é a ausência de algumas rotinas e documentos padrão que auditem

melhor as decisões tomadas de uma fase para outra, pelo que alguns modelos de referência em

DNP identificam esta etapa do projeto como a fase do “projeto informacional” (Rozenfeld et al.,

2006). Anterior a isso, não existe um sistema de controlo completamente formalizado. Neste

sentido, só apenas a partir do surgimento de problemas durante o processo é que estes vão sendo

resolvidos, sem a preocupação de relatar e documentar as causas que estiveram na origem dos

problemas. Verifica-se, assim, que os aspetos acima mencionados, por vezes, são minimizados

pelo facto da direção geral e o tempo de desenvolvimento acompanharem todo o processo de

desenvolvimento realizado na empresa, independente do tipo de produto, e funcionarem como

recetores e solucionadores de problemas relativos aos requisitos dos diferentes atores

organizacionais envolvidos no DNP.

Sobre o ponto de vista da gestão de projetos, a empresa possui alguns problemas que condicionam

o desenvolvimento dos projetos. O facto de não existir formalização do processo de gestão de

projetos, nem uma equipa totalmente dedicada à gestão e organização de projetos, torna muito

mais difícil a sua integração. Pode-se destacar como uma das maiores carências na gestão de

projetos de novos produtos da Liconfe, S.A., a definição de informações relevantes para que o

tempo de desenvolvimento do novo produto projete um produto adequado às necessidades de

mercado, pois há apenas um âmbito definido sem requisitos sistematizados.

A tabela seguinte (Tabela 10) apresenta uma síntese das principais dificuldades apresentadas na

empresa, aquando da integração e desenvolvimento de um modelo referencial do DNP. Além

disso, para uma melhor caracterização, foram selecionadas um conjunto de categorias com base

no estudo de Jordan (2004).

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Tabela 10: Síntese das principais dificuldades encontradas no processo integrado de gestão de projetos e no desenvolvimento do projeto do novo produto

# Categoria Dificuldades e pontos críticos

1. Gestão de projetos

• Detalhamento pouco claro do trabalho a realizar e do seu planeamento numa escala temporal;

• Ausência de um cronograma;

• Desorganização na sequenciação de atividades;

• Dificuldades em determinar a duração de cada atividade;

• Pouca visualização geral dos projetos;

• Papéis e responsabilidades pouco claras;

• Uso de recursos ineficiente;

• Dificuldades em compreender o estado de cada atividade;

• Falta de documentos de apoio à gestão de projetos;

• Falta de uma ferramenta auxiliar de apoio à monitorização do projeto; • Inexistência de um responsável apenas dedicado à gestão de projetos.

2. Metodologia referencial

• Fraca formalização do DNP;

• O desenvolvimento de novos produtos é praticamente todo efetuado pelos departamentos da produção e da qualidade;

• Dificilmente documentam os processos desde as fases iniciais ou se reúnem com pessoas de outros departamentos, para troca de ideias de forma sistemática sobre todo o desenvolvimento do produto e a respetiva cadeia logística e de abastecimento;

Desconhecimento por parte de membros da empresa sobre o atual modelo praticado.

3.

Técnicas e ferramentas aplicáveis ao

DNP

• Ausência de ferramentas aplicadas ao desenvolvimento das atividades do DNP;

• Desorganização na gestão das informações, fazendo com que muitas não sejam aproveitadas e registadas.

4. Gestão e

organização do DNP

• Falta de recursos humanos qualificados na área;

• Inexistência de uma equipa apenas dedicada à elaboração e implementação de DNP;

• Inexistência de uma plataforma compartilhada que forneça apoio ao desenvolvimento do processo, e fomente a comunicação entre as diversas fases;

• Pouco know-how na área;

• Ausência de uma clara e objetiva definição das responsabilidades de cada departamento envolvido no DNP;

• Ausência de políticas de investimento, tanto em novas ferramentas de auxílio ao DNP, como em desenvolvimento de talentos para a

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# Categoria Dificuldades e pontos críticos

criação;

• Indefinição detalhada das atividades a desenvolver;

• Falta de formalização dos pontos de decisão; Inexistência de registos de desvios no projeto.

5. Processo de

gestão

• Muito centrado na experiência dos colaboradores;

• Resistência à mudança;

• Carência de um sistema de controlo da qualidade formalizado e sistematizado nas etapas de desenvolvimento do novo produto.

6. Gestão e

documentação da informação

• Método de revisão da informação pouco eficiente;

• Falhas na documentação técnica do projeto;

• Integração descentralizada entre departamentos proveniente da forte departamentalização;

• Indefinição de fluxos de informação estabelecidos;

• Não sistematização do processo de documentação; Cada departamento possui os seus próprios arquivos e gere-os segundo as suas próprias metodologias, pelo que o conhecimento das partes técnicas do produto apenas fica no domínio de cada departamento em vez de toda a empresa.

7. Controlo do

DNP

• Ausência do cronograma como base de controlo;

• Falta de pontos de avaliação e verificação durante as etapas do DNP;

• Falta de registo das práticas do projeto do produto; Ausência de documentação formal de registo de alterações necessárias e a respetiva justificativa.

8. Processo de estrutura de

decisão

• Decisão muito centrada na experiência;

• Indefinição de critérios de passagem para a fase seguinte;

• Indefinição de entregáveis necessários para a fase posterior.

9.

Mecanismos de

comunicação interna

• Não existe plataformas de comunicação formal acessível a todos os departamentos; • As modificações feitas em relação ao produto, não são previamente comtempladas sem haver uma comunicação formal, gerando dúvidas nos processos subsequentes.

10. Integração

interfuncional

• Falta de uma matriz de responsabilidades que distribua as tarefas e responsabilidades dos envolvidos no processo de desenvolvimento. Daí, a dificuldade na perceção das responsabilidades no projeto; • O DNP não é percecionado como um processo indubitavelmente imprescindível.

11. Orientação

para o mercado

• Carência de uma política distintamente definida de pesquisa de mercado junto ao consumidor e ao mercado. As informações são fornecidas apenas por comerciais, não havendo um sistema de informação a que todos os departamentos tenham acesso, relativamente a este tipo de projetos. Isto gera algum desconhecimento sobre possíveis oportunidades de mercado e desconhecimento de alguns fatores críticos sobre a produção do

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57

# Categoria Dificuldades e pontos críticos

produto. Isto provoca atrasos, pois à medida que o projeto vai decorrendo, vão sendo descobertas novas informações que obrigam a modificações no desenvolvimento do produto, pelo que estas informações já poderiam ter sido obtidas numa pesquisa de mercado mais aprofundada, trazendo mais estabilidade ao projeto e um menor número de desvios.

12. Planeamento e conceção do

produto

• Falta de uma metodologia de desenvolvimento de produto claramente definida, estabelecida e formalizada; • Relativamente pouco tempo dedicado ao planeamento do processo como um todo; • Pouca documentação relativa aos stakeholders; • Deficiência de mecanismos de avaliação do mercado (análise da procura);

• Pouca documentação em relação aos processos integrantes do desenvolvimento do novo produto.

A Liconfe, S.A. possui uma cultura familiar forte com rotinas enraizadas, tornando-se um desafio

aplicar metodologias de gestão de DNP. Além disso, a ausência de uma estrutura clara sobre o

pré-desenvolvimento e o planeamento propriamente dito, determina que a empresa avance

rapidamente para a fase de execução. Assim, à medida que o tempo avança, novas e

desconhecidas oportunidades surgem e, os problemas e falhas que aparecem vão sendo

solucionados, sendo esta prática altamente prejudicial para o futuro do projeto. Também, a falta

de metodologias efetivamente implementadas implica diversas consequências, como custos

elevados incorridos, prazos de execução muito longos, excesso de medidas corretivas, retrabalho

e a falta de documentação das diferentes ações realizadas e das devidas alterações efetuadas.

Também gerir este processo com tecnologia inadequada, administrar com poucos recursos

humanos disponíveis e a não existência e manutenção de uma base de dados compartilhada e

centralizada, resulta em gaps de informação entre departamentos, projetos atrasados e ausência

do histórico de projetos, tornando complicado todo o processo de gestão. Assim, é notório que

outro dos maiores problemas presentes é o não registo das experiências (bem-sucedidas ou não)

para que haja uma base de dados de experimentação. Não obstante, a Liconfe, S.A. não dispõe

atualmente de um software moderno e adequado às suas necessidades de gestão de projetos, o

que dificulta todo processo de introdução de numa nova metodologia.

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58

4.2 Fases do desenvolvimento de novos produtos na Liconfe, S.A.

Através do acompanhamento do processo do desenvolvimento do novo produto, o Cocoon, tornou-

se evidente que as diretrizes gerais atuais da empresa não contemplam, de forma pormenorizada,

as etapas do processo de DNP da empresa, não possuindo uma clara subdivisão das atividades

por macro-fases e fases. Contudo, embora estas não estejam representadas na Figura 13 e não

estejam totalmente formalizadas e documentadas pela empresa, essas poderão ser identificadas,

fazendo um paralelo com as etapas descritas no capítulo anterior, de forma a facilitar o

desenvolvimento do modelo. Estas etapas compreendem:

(i) O pré-desenvolvimento: avaliação preliminar e superficial do mercado, diretrizes de

novos produtos, triagem de ideias e geração do conceito;

(ii) O desenvolvimento: desenvolvimento do conceito do produto, tendo em conta as

famílias de produtos já existentes na empresa; especificação do produto; produção

das amostras, e a produção efetiva do novo produto;

(iii) O pós-desenvolvimento: monitorização das vendas.

A Tabela 11 apresenta, resumidamente, como são atualmente realizadas estas etapas. Isto

permitirá apresentar, posteriormente, propostas de melhoria para o desenvolvimento de uma

metodologia de DNP referencial mais eficaz e eficiente.

Tabela 11: Resumo das principais atividades do processo de DNP na Liconfe, S.A.

Macro fase

Etapas Situação atual

Pré

-de

sen

volv

ime

nto

Avaliação preliminar do

mercado

As oportunidades são definidas pela direção geral em conjunto com o departamento de produção e com o departamento da qualidade e manutenção, através de informações provenientes de representantes da empresa (comerciais) ou pesquisa e conhecimentos/experiências no mercado. Não existem documentos que comprovem esta fase.

Diretrizes do novo produto

Foram definidas pela direção geral, juntamente com os departamentos de produção, qualidade e financeiro-administrativo, estabelecendo um conjunto de atividades necessárias para o desenvolvimento do produto, por um período temporal indefinido. Foram introduzidas, posteriormente, novas e desconhecidas atividades essenciais, com o desenrolar do projeto. A documentação desta fase é o cronograma de execução, contudo não existe documentação do mesmo.

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59

Macro fase

Etapas Situação atual

De

sen

volv

ime

nto

Desenvolvimento da conceção do

produto

A prática da empresa de desenvolvimento de novos processos através de ferramentas auxiliares, nesta fase, está fortemente associada ao conhecimento e experiência dos colaboradores. Isso deve-se ao facto de não existir, ainda, uma forma de mensurar o sucesso das famílias de produtos anteriores que partiram do desenvolvimento do conceito, comparadas com aquelas que não praticam esta fase. Não foi identificado nenhum documento representativo desta fase.

Especificação do produto

Esta fase é a mais formalizada de todo o processo, pelo que a ficha técnica do produto já se encontra padronizada, com todos os detalhes do produto. Embora a ficha técnica seja utilizada, esta possui pouca informação, causando dúvidas e confusões na produção, pelo que as modificações ficam somente na memória das pessoas, sendo desconhecidas pelos restantes colaboradores.

Produção das amostras

Nesta fase, após a compra de todas as matérias-primas necessárias e do equipamento estar instalado e testado, são produzidas as amostras, verificado o tempo de execução, capacidade de produção e o desenvolvimento da ficha técnica final que acompanhará o produto e servirá de documento de referência para a produção.

Produção do produto

Após a aprovação das amostras, é iniciado o processo produtivo do produto de acordo com as especificações do produto estipuladas, pelo que a produção vai depender do número de encomendas e necessidades de stock.

s-

De

sen

volv

ime

nto

Lançamento do Produto

A empresa possui dois postos de vendas (Barcelos e Guimarães), tendo os comerciais já promovido e testado o produto junto de alguns potenciais clientes. Porém, não faz parte da cultura da empresa trabalhar de forma organizada as informações que chegam, perdendo-se uma valiosa fonte de informações por não estarem sistematizadas numa base de dados centralizada.

Tendo por base a comparação dos modelos de referência de PDP de Paula e Mello (2012),

representado na Figura 4, foi realizada uma comparação com as diretrizes de desenvolvimento e

conceção do processo do Cocoon, desenvolvidas pela empresa em estudo (Tabela 12).

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60

Tabela 12: Comparação dos modelos teóricos de PDP com os da empresa em análise Adaptado de Paula e Mello (2012)

Para descrever o funcionamento atual da Liconfe, S.A., foi realizado um mapeamento dos

processos intra-departamentais (Tabela 13) para as fases anteriormente apresentadas, para uma

melhor compreensão de como as diferentes etapas foram integradas na empresa durante o

processo de desenvolvimento do novo produto, o Cocoon.

Ma

cro

fase

Item

Wh

ee

lwri

gh

t e

Cla

rk (

19

92

)

Ro

sen

tha

l

(19

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)

Co

op

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(19

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Pa

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l.

(20

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)

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et

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(2

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6)

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l.

(20

08

)

Em

pre

sa e

m

est

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o

1 X X X X X

2 X X X X X

3 X X X X X

4 X X X X X X

5 X X X X X X X

6 X X X X

7 X X X X X

8 X X X X X X

9 X X X X X X

10 X X X

11 X X X X X X X

12 X X X X X X

13 X X X X X

14 X X

15 X X X X

16 X X X X X X

17 X X X X X X

18 X X X X X X X

19 X X X

20 X X X

21 X X X X

22 X X X X

23 X X X X

24 X

Pontos de avaliação do projeto (stage-gate)

Etapas do processo de desenvolvimento de produtos

Pré

des

envo

lvim

ento

Definição de métodos de produção

Definição de ferramentas

Identificação das oportunidades de negócio (geração de ideias)

Priorização da melhor ideia para o negócio

Análise do mercado (formulação estratégica)

Estudo de viabilidade (física, económica, financeira)

Conceção do produto

Definição da equipa de projeto

Planeamento do projeto

Definição das entradas do projeto

Projeto dos processos

Definição das especificações do produto e dos seus componentes

Monitoramento de pós-venda

Reavaliação e análise crítica do projeto

Descontinuar produto

Pós

des

envo

lvim

ento

Des

envo

lvim

ento

Desenvolvimento de programas de formação

Desenvolvimento de campanhas publicitárias

Lançamento do produto no mercado

Testes do projeto (validação do projeto)

Protótipo

Produção/operação piloto

Verificação do projeto

Definição das saídas de projeto

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61

Tabela 13: Mapeamento dos processos intra-departamentais

Através deste mapeamento é claro que um dos pontos críticos a realçar é o facto do departamento

comercial não participar nas fases iniciais do processo (Priorização da melhor ideia para o negócio

e Conceção do produto), bem como o facto do departamento de produção executar fases que

podiam ser delegadas a outros departamentos, uma vez que não é o seu domínio, como por

exemplo o lançamento do produto no mercado. Outro fator crítico é a concentração do

conhecimento (domínio técnico do produto) em apenas alguns integrantes do departamento de

produção e qualidade, ficando todo o processo decisório relativo a aspetos técnicos do produto ou

até mesmo comerciais, restrito ao conhecimento de outros intervenientes no processo de

desenvolvimentos. Assim, devido aos poucos recursos da empresa, muitas atividades são

agrupadas num único departamento, o que torna todo este processo muito mais lento devido à

sobrecarga de alguns colaboradores, favorecendo uma das maiores carências que a empresa

apresenta, nomeadamente a negligência de algumas etapas necessárias para a gestão eficiente e

eficaz do processo de DNP, bem como a respetiva documentação dessas mesmas etapas.

O processo de DNP atualmente executado pela empresa apresenta graves lacunas, na qual o

desenvolvimento e a integração de uma metodologia mais estruturada poderiam ser uma

ferramenta indubitavelmente valiosa para o desenvolvimento do projeto em questão, trazendo

benefícios em termos financeiros, tempo, comunicação e qualidade.

Dept.

Produção

Dept.

Qualidade e

Manutenção

Dept. Adminis trativo -

Financeiro

D ireção

G eral

Dept.

Comercial

Ide ntifica ção da s opo rtunidade s de ne g ócio (g e ra ção de ide ia s )

X X X X X

P rio riza ção da me lho r ide ia pa ra o ne g ócio

X X X X X

E s tudo de viab ilidade (fís ica , e conómica , finance ira )

X X

C once ção do produto X X

D e finição da e quipa de pro je to X X X X X

D e finição da s e spe cifica çõe s do produto e do s se us compone nte s

X X

D e finição de mé todos de produção X X

P ro tó tipo/amostra s X X

P rodução/ope ra ção p ilo to X X

D e se nvo lvime nto de campanhas pub lic itá ria s

X X X

Lançame nto do produto no me rcado X X X

Monito rame nto de pós - ve nda X X

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62

5. PROPOSTAS DE MELHORIA

Este capítulo contém a descrição das propostas de melhoria, tendo em vista colmatar algumas

carências apresentadas no capítulo anterior. O objetivo deste capítulo consiste na proposta de um

modelo de referência para o processo de desenvolvimento de novos produtos aplicado ao contexto

da empresa em estudo. Neste sentido, são apresentadas três grandes subdivisões do capítulo.

Primeiro são apresentadas as propostas de melhoria para o processo de DNP da Liconfe, S.A., de

uma forma mais genérica (5.1). Depois apresenta-se a introdução de processos de gestão de

projetos (5.2) e proposta de implementação de um modelo para o processo de desenvolvimento

de novos produtos (5.3).

5.1 Propostas de melhoria para o processo de DNP da Liconfe, S.A.

Com a ambição da Liconfe, S.A. de atingir um maior nível de crescimento através do

desenvolvimento de novos produtos, surgiu o desafio de padronizar e desenvolver uma

metodologia de referência de desenvolvimento de novos produtos.

A partir do diagnóstico anteriormente realizado, podem-se identificar algumas oportunidades de

melhoria que, aliadas com a revisão bibliográfica realizada, serviram de base para a criação do

modelo de referência que é o resultado principal deste trabalho. Neste âmbito, propõem-se

algumas ações que poderão ser executadas, a curto, médio e longo prazo, e que poderão ser de

muito úteis no apoio ao processo de DNP. Estas propostas de melhoria têm em consideração o

desenvolvimento e a caracterização do processo de DNP, bem como a sua respetiva

documentação. Neste sentido, foram tomadas em consideração as seguintes boas práticas para

elaborar o plano de iniciativas para o desenvolvimento de uma metodologia de referência de

desenvolvimento de novos produtos. Assim, as suas principais características são:

- Introduzir, descrever e integrar o ciclo de vida da gestão do projeto e o ciclo de vida de

desenvolvimento de um novo produto;

- Assumir uma visão baseada na visão por processo;

- Construir mapeamentos e uma unidade visual de representação gráfica e descritiva do processo

de DNP;

- Subdividir o processo de DNP em macro fases, fases, atividades e tarefas;

- Indicar uma sequência lógica das fases e atividades;

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63

- Descrever as etapas do processo, incluindo as informações necessárias para a realização das

atividades (entradas), os resultados esperados (saídas) e documentos de apoio gerados, bem

como as responsabilidades e ferramentas de suporte ao processo;

- Definir os pontos de controlo que marcam o término da fase, e que definem os resultados

desejados para a transição para a fase seguinte;

- Registar as lições aprendidas no final de cada fase e documentar as decisões tomadas.

Com base nos pontos críticos descritos na Tabela 10, são apresentadas, de forma resumida,

algumas propostas de melhoria em relação às oportunidades apresentadas pela empresa. Para

isso, essas oportunidades foram repartidas em diferentes categorias, pelo que para cada uma

delas foram apresentadas ações de melhoria.

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Tabela 14: Propostas de melhoria para o processo de DNP da Liconfe, S.A.

Proposta Justificativa

- Estruturar claramente as atividades do DNP;

- Introduzir metodologias de gestão de projetos;

- Desenvolvimento de templates que permitam a melhor gestão do

projeto;

- Organização das atividades por departamento e por fase de

desenvolvimento;

- Introdução de ferramentas e técnicas de gestão de projetos (Criação

da WBS e Lista de Milestones e de Restrições,…);

- Estabelecer práticas de gestão de projetos como um standard

interno.

- Definição dos pontos de revisão do processo de desenvolvimento e

de avaliação do DNP;

- Controlo das fases do DNP (gates );

- Estabelecer indicadores de progresso do projeto;

- Registar as experiências e lições aprendidas.

- Documentação das macro atividades do desenvolvimento;

O projeto de DNP a ser desenvolvido está a ser impactado negativamente devido à sua pouca ou nenhuma documentação relativa

ao projeto. Manter um registro de todas as fases do projeto, de como cada item foi realizado, quais decisões foram tomadas, como

e porquê, é uma forma de fomentar o progresso do desenvolvimento do trabalho e o alinhamento entre todos os envolvidos.

- Formalização de documentos que registem as decisões do DNP;A tomada de decisões em todos os projetos de DNP a serem desenvolvidos pela empresa não podem ser aleatórias, devem ser

baseadas em factos e dados comprováveis, os quais devem estar registrados no dossiê de documentação do projeto.

- Formalização dos documentos de validação das gates .

A documentação do projeto, também pode ser um fator importante na avaliação e controlo do projeto, na medida que é possível

detetar possíveis falhas ou, ainda, oportunidades de negócios que não tinham sido consideradas anteriormente, permitindo

enfrentá-las com maior segurança, evitando-se assim desvios e riscos desnecessários.

- Estabelecer um modelo referencial de integração de atividades de

DNP adaptado às características da empresa;

- Descrição das etapas a percorrer;

- Definição da localização das gates no modelo referencial genérico;

- Descrever as principais decisões nos gates ;

- Criar diretrizes de avaliação das fases intermediárias no

desenvolvimento de novos produtos.

1. Gestão de Projetos

Área (Pontos críticos do diagnóstico)

2. Gestão de organização e

estruturação do DNP

Desenvolvimento

integrado de produto

Com o desenvolvimento de um modelo integrado é, indubitavelmente, possível melhorar a gestão das atividades inerentes ao

processo DNP, podendo proporcionar melhorias na performance organizacional da Liconfe, S.A., contribuir para menores ciclos de

desenvolvimento de produto e, acima de tudo, manter a vantagem competitiva que é característica da empresa. Também, a

introdução da metodologia de SG, com pontos de decisão, conduz a uma maior integração multifuncional, proporciona benefícios

relacionados a melhoria na comunicação e interação entre as áreas envolvidas, reduzindo a forte departamentalização da

empresa. Permite, também, uma maior assertividade nos aspetos técnicos e de mercado, melhoria da qualidade do

desenvolvimento do conceito de produto, e, consequentemente reduzir o tempo do PDNP. Por fim, permite combater uma das

maiores carências da empresa ao fomentar a importância que a fase de planeamento tem neste processo.

Organização das

atividades

O desenvolvimento de uma metodologia de gestão de projetos integrada de DNP, pode proporcionar à empresa, que ainda se

encontra num estado embrionário da gestão de projetos, uma maior orientação no momento de definir as variáveis que

influenciam o projeto e, posteriormente estimar custos, prazos e recursos a serem utilizados. O desenvolvimento de uma

metodologia claramente estruturada por fases, tem como objetivo a customização e a normalização das práticas de gestão de

projetos através do desenvolvimento de uma estrutura organizacional adequada por projeto.

AvaliaçãoA documentação dos projetos auxilia no momento de registrar as lições aprendidas e de fornecer feedback à equipa sobre

experiências bem sucessivas ou não.

Documentação

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Proposta Justificativa

- Identificar todas as informações que deveriam estar disponíveis

antes e durante o DNP;

- Criar uma base de informações integrada, de suporte aos

departamentos;

- Criar um dossiê por projeto, com documentação de todas as fases,

tempos de desenvolvimentos e custos, entre outras informações.

- Estabelecer formação específica para líderes de projeto;

- Estabelecer programas de formação que visem melhorias no DNP;

- Fomentar uma cultura de aprendizagem;

- Desenvolver a consciencialização do valor de gestão de projetos

entre todos os colaboradores;

- Estabelecer um plano de carreira em gestão de projetos para todos

os que desempenham papéis na gestão de projetos na empresa.

Definir equipas

interfuncionais- Estabelecer uma política de organização da equipa de projeto;

Matriz de

responsabilidades- Estabelecer uma matriz de responsabilidades voltada para o DNP.

5. Orientação para o mercado

Pesquisa de mercado

Criar mecanismos de entendimento do mercado com base na

pesquisa de mercado (Entrevistas, grupos de foco, questionários,

técnicas experimentais, observações in loco entre outras).

A pesquisa de mercado tem como objetivo solucionar a falta de informações e dados de pesquisa do contexto e segmento para a

qual o produto se destina. Desta forma, é possível gerar insights e fornecer suporte no processo de tomada de decisões, pelo que

a empresa vai até à “casa” dos seus consumidores para conhecer as suas reais necessidades.

Área (Pontos críticos do diagnóstico)

Capacitação e

sensibilização dos

colaboradores

Como o conhecimento e experiência dos colaboradores é fundamental, é necessário capacitar os colaboradores de forma a

adequar a introdução e implementação de iniciativas-chave. É essencial a colaboração das pessoas que melhor conhecem o seu

contexto e realidade para que todo o processo de desenvolvimento seja bem cimentado e compreendido por todos. Neste sentido,

como não existe nenhuma figura de gestão de projetos na empresa, a formação dos colaboradores torna-se num importante

veículo de valorização não só para o processo de desenvolvimento em si, mas também para a empresa, fomentando de forma

positiva a capacidade de inovação e adaptação a este novo processo embrionário.

A partir do momento em que se podem visualizar todas as atividades que precisam ser realizadas, através do modelo referencial e,

com a definição de equipas multifuncionais e com o apoio de uma matriz de responsabilidades, existirá uma clara, formal e

estruturada definição das tarefas, evitando a existência de responsabilidades conflituantes e membros de equipa sobrecarregados;

fazer o levantamento do fluxo de informação entre todos os intervenientes ao longo das atividades de um projeto; otimização do

processo de controlo de prazos através da divisão e priorização das fases, de acordo com a relevância e a urgência que possuem

para o projeto, permitindo a eliminação da negligência de algumas tarefas cruciais para a documentação e planeamento do

projeto.

4. Gestão dos colaboradores

3. Gestão do conhecimento

Gestão da informação

A habilidade de tomar decisões rápidas e precisas é diretamente dependente da qualidade e da velocidade com que as

informações são geridas. Ao longo do projeto com a identificação dos inputs e ouputs informacionais haverá uma maior agilidade

durante toda gestão do projeto, bem como será implicitamente necessário que todas as informações necessárias sejam registadas

de forma organizada.

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Para uma melhor compreensão entre as propostas de melhoria anteriormente mencionadas e os

principais problemas e carências apresentados na fase de diagnóstico (Tabela 10), foi desenvolvida

a seguinte tabela (Tabela 15).

Tabela 15: Enquadramento das propostas de melhoria com as principais dificuldades e pontos críticos do processo do DNP

5.2 Introdução e integração de processos de gestão de projetos

Nesta seção, numa primeira instância, é descrito o processo de integração do ciclo de vida de

gestão de projetos na Liconfe, S.A., através do desenvolvimento de uma estrutura organizacional

dividida em quatro grandes fases – Iniciação, Planeamento, Acompanhamento do projeto e

Encerramento. De seguida pretendeu-se explicar a interligação existente entre o processo de GP e

o processo de DNP, em vários momentos do modelo. Numa última instância, foram propostas a

inserção de ferramentas, técnicas e documentos de apoio (templates) de GP para uma melhor

gestão dos projetos de DNP da empresa.

5.2.1 Processo Integrado de Gestão de Projetos

O processo integrado de gestão de projetos será utilizado como suporte para projetos futuros de

desenvolvimento de novos produtos, uma vez que estes seguem uma estrutura semelhante.

Porém, este terá de ser adaptado considerando o tipo de projeto, os processos e os diversos

problemas que possam surgir durante o seu desenvolvimento.

Categorias:

Dificuldades e pontos críticos

Organização das atividades 1 e 3

Avaliação 1, 7 e 8

Documentação 1, 3 e 6

2. Gestão de

organização e estruturação do DNP

Desenvolvimento integrado de

produto2 e 12

Gestão da informação 9

Capacitação e sensibilização dos

colaboradores5

Definir equipas interfuncionais

Matriz de responsabilidades

5. Orientação para o mercado

Pesquisa de mercado 11 e 12

4. Gestão dos

colaboradores

3. Gestão do

conhecimento

1. Gestão de Projetos

4 e 10

Propostas de melhoria

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67

O processo integrado de gestão de projetos é composto por processos de gestão de projetos, que

são mostrados na figura abaixo a laranja, em paralelo aos processos de desenvolvimento do

produto, que estão ilustrados a cinzento (Figura 14).

Figura 14: Processo Integrado de Gestão de Projetos

Os processos relacionados com o desenvolvimento do produto já existiam informalmente na

empresa, enquanto que as fases de desenvolvimento do produto encontram-se bem definidos pela

empresa, mas as restantes fases não possuem uma estrutura geral de atividades, ficando ao

critério dos executores dessas mesmas fases desenvolver as atividades que achassem apropriado.

Assim sendo, este processo integrado de gestão de projetos vem introduzir e detalhar todos os

processos e fases envolventes para uma melhor e eficaz integração de processos de gestão de

projetos com os processos de desenvolvimento de novos produtos já existentes.

Para isso, o modelo referencial descrito teve por base as boas práticas de gestão de projetos

propostas pelo PMBOK (PMI, 2017). Para o desenvolvimento deste modelo foram realizadas

mudanças e adaptações aos métodos e ferramentas estudados, com o objetivo de responder às

particularidades da Liconfe, S.A. Assim, procurou-se introduzir processos de gestão de projetos

relacionados com a descrição e a organização do trabalho de projeto.

Para orientar a aplicação de conhecimentos e habilidades de gestão de projetos durante o projeto,

para cada processo, são listadas todas as informações necessárias (entradas) e geradas no

processo (saídas) e as ferramentas e técnicas aplicáveis. Como principal resultado destas

propostas, teremos a documentação necessária para apoiar o processo de gestão de projetos.

Porém, é necessário realçar que a empresa não tem nenhuma figura de gestor de projetos, sendo

os representantes de cada departamento os principais responsáveis pela coordenação,

implementação e desenvolvimento de todo o projeto.

A seguinte proposta de integração do ciclo de vida de gestão de projetos na Liconfe, S.A., tem

como objetivo a standardização e normalização das práticas de gestão de projetos através do

desenvolvimento de uma estrutura organizacional adequada ao contexto do projeto. Neste sentido,

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68

o ciclo de vida de gestão de projetos na Liconfe, S.A. está dividido em quatro grupos de processos

– Iniciação, Planeamento inicial, Acompanhamento do projeto e Encerramento.

Iniciação

Este grupo de processos é caracterizado pela elaboração da proposta de desenvolvimento de um

novo produto e tem como objetivo assumir-se como um projeto na Liconfe, S.A. Este processo

inicia após a Direção Geral tomar conhecimento de todo o trabalho realizado para a elaboração da

proposta de conceção de um novo produto, para posteriormente haver aprovação e

reconhecimento formal para avançar com a iniciação do projeto na empresa. Neste processo são

descritas em detalhe as guidelines do projeto, de modo a que a sua finalidade e principais objetivos

sejam compreendidos na sua totalidade.

O processo de iniciação é realizado antes do planeamento do projeto, pelo que apenas autoriza o

início do projeto e destina-se a fornecer uma descrição básica do projeto. Assim, este processo

foca-se em documentar a justificação e definição do projeto, sendo que para isso esta fase é

composta principalmente por duas atividades principais, o desenvolvimento do Project Charter3, e

a identificação e registo dos stakeholders, pelo que o resultado destas atividades são os principais

outputs deste processo.

A Ficha do Projeto é o documento que contém as informações referentes ao nome, à descrição e

justificativa do projeto, contém também, informações sobre a identificação dos objetivos, o âmbito,

o orçamento, os requisitos, e as principais restrições, deliverables e o que será desenvolvido

(caracterização do produto). Quando o project charter é aprovado, o projeto torna-se oficialmente

autorizado. Relativamente à identificação dos stakeholders, este consiste no processo de identificar

as partes interessadas do projeto regularmente e, analisar e documentar informações relevantes

sobre os seus interesses e expectativas, o seu envolvimento no projeto, as suas interdependências,

a sua influência e o seu potencial impacto no sucesso do projeto.

A tabela referente a este processo do projeto pode ser consultada no Apêndice 2 – Iniciação.

3 Também designado por termo de abertura ou ficha do projeto.

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Planeamento inicial

Com base nas necessidades do projeto são definidos mais claramente os objetivos do projeto e o

planeamento das ações necessárias para alcançá-los. Deste modo, este processo tem como

principal objetivo o desenvolvimento do plano inicial do projeto que servirá de guia para o

desenvolvimento dos planos de cada área do conhecimento, enquanto os documentos associados

(saídas do processo de planeamento) explorarão todos os aspetos do âmbito, prazos, custos,

qualidade, comunicação, risco e aquisições. Contudo, para que esta inicie, é necessário que a

fase de iniciação esteja aprovada, pelo que é o critério de passagem para a fase de planeamento

inicial.

Como ilustrado na figura seguinte (Figura 15), é possível verificar a estruturação das dependências

dos processos de planeamento, a serem executadas por essa mesma ordem. Também, foram

identificados os processos auxiliares que devem ser realizados intermitentemente e, à medida que

são necessários durante o planeamento do projeto.

Figura 15:Processos essenciais de planeamento e processos auxiliares

Portanto, com base Figura 15, é esperado que no final da elaboração do plano de projeto, estejam

bem estabelecidos os aspetos contratuais quanto à participação de elementos externos ao projeto,

a estrutura analítica do projeto4, o cronograma, a equipa do projeto, os principais marcos com as

4 Também designado por WBS

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70

respetivas datas, a utilização de recursos pelo projeto, a análise de custos, linhas base de

desempenho de custos e prazos, potenciais obstáculos a serem enfrentados pelo projeto e

possíveis soluções, visão geral dos objetivos, planos secundários: plano de gestão do âmbito, plano

de gestão de recursos humanos, plano de gestão da qualidade, entre outros.

É importante ressalvar a importância da Kick-off meeting uma vez que esta reunião ajuda todos os

membros da equipa a obter uma melhor compreensão dos objetivos, premissas, restrições,

resultados, desafios, planos e funções de cada parte interessada, sendo que esta é uma das

primeiras reuniões a serem realizadas entre as partes interessadas do projeto.

Todavia, ao longo do projeto deve-se aumentar o detalhe de determinadas atividades/trabalhos,

de forma a obter um plano atualizado do projeto (ação denominada de rolling wave planning),

pelo que o critério de aprovação de passagem para a próxima fase é a aprovação do plano do

projeto.

A tabela referente a este processo do projeto pode ser consultada no Apêndice 3 – Planeamento

Inicial.

Acompanhamento do projeto

O processo de acompanhamento (execução, monitorização e controlo) é o mais longo do ciclo de

vida do projeto, na medida que é necessário, consistentemente, comparar o que foi planeado com

aquilo que está realmente a acontecer. Neste tipo de projetos é muito frequente ocorrerem

imprevistos na utilização de recursos e atrasos no cronograma, pelo que pode implicar um

replaneamento do processo. Por esse motivo, o processo de acompanhamento do projeto torna-

se numa etapa de extrema importância no âmbito de todas as áreas de conhecimento, pois é a

fase que acompanha todo o desenvolvimento do produto, ou seja, apoia a execução, monitorização

e controlo e replaneamento de todo o projeto. Para isso, este processo foi dividida em duas partes

– Execução e, Monitorização e controlo.

A primeira parte foca-se no acompanhamento de todos os processos de execução dos trabalhos

de gestão de projetos, na gestão das expectativas das partes interessadas, na coordenação com

todos os intervenientes e recursos, bem como na execução de outras atividades relacionadas às

entregas do projeto. Já a segunda parte foca-se na monitorização e controlo dos trabalhos de

outras áreas funcionais de modo a cumprir o planeamento, replaneamento e tomada de medidas

de controlo que se julguem necessárias, pelo que devem ser identificados potenciais

problemas/riscos, implementados planos de resposta e o progresso do projeto deve ser

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comunicado e documentado. Por esse motivo, os principais documentos a utilizar neste processo

são os relatórios de progresso, a Issue log, os requisitos de mudanças e a OPL, na medida que

permitem evidenciar o progresso do trabalho, os desvios em relação ao cronograma planeado e,

consequentemente, uma melhor monitorização de todo o projeto. Porém, é importante ressalvar

que durante este processo, o resultado poderá exigir uma nova linha de base e constantes

atualizações aos requisitos de projeto existentes.

A tabela referente a este processo do projeto pode ser consultada no Apêndice 4 –

Acompanhamento do Projeto.

Encerramento

Este grupo de processo de gestão de projetos formaliza a finalização do projeto, tendo como output

o dossiê do projeto, as lições aprendidas do projeto e relatório de encerramento. Engloba,

nomeadamente, a análise da performance do projeto na sua transversalidade, a documentação

das lições aprendidas, a libertação do produto no mercado e o encerramento administrativo do

projeto.

A tabela referente a este processo do projeto pode ser consultada no Apêndice 5 – Encerramento.

5.2.2 Integração da gestão de projetos com o desenvolvimento do produto

Através do processo integrado de gestão de projetos proposto, é possível compreender a

interligação entre o processo de GP e o processo de DNP. Estas interligações entre a GP e o

desenvolvimento de novos produtos ocorrem em vários momentos do modelo. Para tal foi proposta

a integração entre os processos da GP e as fases de DNP (Figura 16). Tendo em consideração as

fases do ciclo de vida da gestão de projetos, é apresentada, através da figura seguinte, uma

proposta de integração do ciclo de vida da gestão de projetos com as fases de desenvolvimento

dos produtos. As atividades de desenvolvimento do produto foram agrupadas nos grupos de

processos - iniciação, planeamento, acompanhamento (execução, monitorização e controlo) e

encerramento.

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72

Figura 16: Integração da Gestão de Projetos e o processo de DNP

Assim, a gestão de projetos começa com a formalização do início do projeto (Fase de iniciação),

seguido pelo planeamento inicial (Fase de planeamento). A fase seguinte consiste no

acompanhamento do projeto que monitoriza a execução do projeto e controla todo o

desenvolvimento do produto. Por fim, procede-se à fase do encerramento do projeto, que formaliza

a conclusão do projeto.

5.2.3 Ferramentas, técnicas e documentos de apoio de gestão de projetos

A partir da iniciativa de integração do ciclo de vida da gestão de projetos e dado o estado

embrionário do processo de gestão de projetos na Liconfe, S.A., como complemento à gestão de

informação, foram propostas a inserção de ferramentas, técnicas e documentos de apoio

(templates) de GP aconselhadas para uma melhor gestão do projeto em análise. O objetivo da

introdução destas ferramentas e técnicas é padronizar e normalizar o uso das mesmas, de forma

a obter um maior controlo dos macroprocessos apresentados no modelo proposto e suportar o

desempenho dos grupos de processos ao longo do ciclo de vida da gestão de projetos.

Desta forma, pretendem-se obter benefícios com o uso destas técnicas como, por exemplo,

garantir uma melhor gestão documental através do registo de todas as informações cruciais para

um melhor acompanhamento dos projetos e garantir uma melhor gestão dos prazos, aspeto

crucial nos projetos de desenvolvimento de novos produtos.

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Do leque de ferramentas e documentos de apoio que as boas práticas de gestão de projetos

oferecem, foram selecionadas algumas ferramentas e templates essenciais que poderiam

impactar na performance do projeto de forma positiva, no contexto particular desta empresa. Deste

modo, foi proposto o uso das seguintes ferramentas, técnicas e documentos de apoio (templates):

• Termo de Abertura (Project Charter);

• Registo de Riscos;

• Declaração do âmbito do projeto;

• Open Point List (OPL);

• Registo de Stakeholders;

• Matriz das Responsabilidades;

• Work Breakdown Structure (WBS);

• Issue log;

• Relatório de progresso;

• Requisições de mudança;

• Registo de Comunicações;

• Lições Aprendidas;

O uso das seguintes ferramentas e técnicas, através de templates, apoia, na sua transversalidade,

o ciclo de vida da gestão de projetos, como ilustrado na Tabela 16.

Tabela 16: Relação entre ferramentas, técnicas e documentos de apoio de GP introduzidas com os grupos de processos de Gestão de projetos

Todos estes documentos citados foram realizados através da ferramenta de Excel, permitindo a ligação

de dados entre as folhas das várias ferramentas e facilitar o preenchimento. Desta forma, o template

encontra-se completamente automatizado, evitando o preenchimento excessivo da mesma informação

e aumentar a eficácia deste processo.

Dec laraç ão

do âmbito

pro je to

P ro jec t c harte r

R eg is to dos

S tak eho lders

M atriz de

res pons abili-

dades

O P L

R eg is to

dos

ris c os

P lano de

C omunic aç ão

W ork b reak down s truc ture (W B S )

Is s ue log

R e la tório

de

prog res s o

R eques iç ões

de mudanç a

L iç ões

apreendidas

Inic iação x x x

P laneam ento Inic ia l x x x x x x x

Acom panham ento

do pro je tox x x x x x x x

E ncerram ento x x

Gru

po

s d

e

Pro

cess

o

Ferramentas, técnicas e documentos de apoio à gestão de projetos

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Termo de abertura (Project Charter)

O termo de abertura é o documento que formalmente inicia e descreve o projeto na sua totalidade

e define os requisitos que satisfazem as expectativas e necessidades de todos os stakeholders

identificados, tornando-se num ingrediente crucial ao longo de todo o ciclo de vida do projeto.

Neste caso, como o objetivo consiste em desenvolver um modelo para utilizar em vários projetos,

o Project Charter servirá para definir apenas os fatores importantes do projeto, como por exemplo

os objetivos, restrições e pressupostos, de uma forma genérica.

Porém, para que a proposta de implementação das ferramentas e técnicas seja adaptada ao

contexto da empresa, o termo de abertura foi elaborado tendo por base um documento já existente

no sistema de gestão organizacional da Liconfe, S.A.- Folha de Projeto (Mod.DQ.30).

Deste modo, o project charter contempla os seguintes os campos:

• Nome do projeto;

• Data de aprovação;

• Justificação do projeto;

• Descrição do produto;

• Principais marcos do projeto;

• Objetivos do projeto;

• Benefícios do projeto;

• Membros da equipa do projeto;

• Riscos iniciais associados ao projeto;

• Os principais pressupostos e restrições;

• Os fatores críticos de sucesso.

O documento desenvolvido funciona como input para o modelo de GP e pode ser utilizado como

modelo exemplificativo para futuros projetos, podendo este documento ser consultado no Apêndice

6 – Termo de Abertura.

Declaração do âmbito do projeto

Como proposta de integração de ferramentas e técnicas ao nível da gestão do âmbito foi

introduzido o documento - Mod.CD.01_Registo de Declaração do âmbito do projeto. Esta iniciativa

tem como objetivo estabelecer uma baseline para uma melhor compreensão do âmbito do projeto.

Este documento pode ser consultado no Apêndice 7 – Declaração do Âmbito do Projeto.

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Registo de Stakeholders

Como proposta de integração de ferramentas e técnicas ao nível da gestão de stakeholders foi

introduzido o documento - Mod.CD.01_Registo de Stakeholders. Como esta iniciativa foi

implementada de raiz, procedeu-se à elaboração de um que fosse de fácil preenchimento com

todas as informações relevantes para a melhor gestão do projeto. Portanto, este documento

encontra-se dividido em duas grandes partes: a identificação dos stakeholders e a sua respetiva

análise.

A parte dedicada à identificação dos stakeholders é composta pelos seguintes campos:

• ID referente aos stakeholders;

• Identificação do interveniente;

• Organização onde está empregado;

• Função/papel que desempenha;

• Contacto (Telemóvel, Email, Morada);

• Data de submissão dos dados.

A parte do documento dedicada à análise de cada stakeholder é composta pelos seguintes

campos:

- Overview de cada Stakeholder;

- Avaliação dos stakeholders – Classificação do nível de interesse e poder/influência, principais

interesses e responsabilidades e classificação do stakeholder;

- Estratégia de interação a adotar;

- Registo de observações: Conflitos/ Situações a reportar;

O objetivo primordial desta ferramenta consiste na identificação dos stakeholders e,

consequentemente após a sua análise, a definição de uma estratégia para lidar com as partes

interessadas - externos e internos - consoante a sua postura - indiferente, facilitador, oponente,

bloqueador e apoiante - face ao projeto. Para além disso, para uma melhor avaliação dos

intervenientes identificados, foi definida uma matriz de responsabilidades adequada às

necessidades dos projetos, pelo que o critério poder/influência tem um maior peso. Nesta

abordagem, consoante a matriz de responsabilidades desenvolvida, foi elaborada uma matriz de

stakeholders que auxilia e apoia a decisão sobre a estratégia que deve ser tomada. Com base na

matriz definida e na classificação da estratégia de interação adotar obtida através da mesma, o

glossário fornece as seguintes indicações, ilustrada na Figura 17.

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76

Figura 17:Matriz de Stakeholders

De acordo com a matriz de stakeholders definida na Figura 17, a figura seguinte (Figura 18) mostra

um exemplo de preenchimento do template. Também nesta secção, é permitido registar possíveis

comentários e anotações sobre os conflitos e situações que surjam no decorrer do projeto.

Figura 18: Exemplo do preenchimento da secção "Análise dos Stakeholders"

Como complemento, foi elaborado um glossário com a explicação de todos os parâmetros

referentes ao template apresentado.

O documento de Registo de stakeholders e a respetiva análise pode ser consultado no Apêndice 8

– Registo dos Stakeholders o glossário no Apêndice 9 – Glossário do Registo de Stakeholders.

Matriz de Responsabilidades

Com base nos departamentos existentes na Liconfe, S.A., foi realizado o levantamento sobre quem

realmente participa nas atividades de desenvolvimento de projetos de novos produtos para a

elaboração da matriz de responsabilidades. A matriz de responsabilidades selecionada para

descrever a participação dos intervenientes nas atividades e tarefas do projeto foi a matriz RACI:

• Nas linhas da matriz: a identificação das atividades-chave e pontos de controlo, que têm um

maior peso no sucesso do projeto;

0

5

4

3

2

1

1 2 3 4 5

Interesse

++

Poder/

Influência

Manter satisfeito

Estar atento

Manter Positivo

Monitorizar

Manter debaixo de olho

Manter Informado

Envolver suave mas regularmente

Potencial valioso

Gerir ativamente

Comprometer cedo.

Envolver intensivamente.Satisfazer em pelno

+-

Overview

Análise dos

Stakeholders

ID Importância Parte interessadaNível de

Poder/Influência

Nível de

InteresseEstratégia

Observações: Conflitos/ Situações a

reportar

1 20 AA 5 - Muito Alto 4 - Alto Facilitador Interna Envolver

2 12 CC 4 - Alto 3 - Médio Apoiante Externa Monitorizar

3 8 DD 2 - Baixo 4 - Alto Bloqueador Manter Satisfeito

4 2 BB 2 - Baixo 1 - Muito baixo Indiferente Manter Informado

Avaliação

Classificação

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• Nas colunas da matriz: A identificação de todos os intervenientes nas atividades-chave

identificadas no projeto.

A matriz resulta na atribuição das seguintes funções para cada interveniente no processo segundo

a caracterização definida pelo PMBOK Guide (PMI, 2017):

• R – Responsável por executar uma atividade;

• A – Responsável pela sua aprovação;

• C – Quem deve ser consultado, participando na atividade e dando feedback quando

necessário;

• I – Interveniente que deve receber a informação de quando uma atividade é executada;

• X – Não tem interação na atividade.

Os processos responsáveis pela coordenação de todo o projeto e assinalados na matriz foram:

• Reunião de arranque do projeto (Kick-off meting);

• Pontos de Controlo (Gates):

o Aprovação do projeto e do produto;

o Aprovação das especificações meta do produto e processo;

o Aprovação do conceito do produto;

o Aprovação da versão do projeto do produto;

o Aprovação do lote piloto (Libertação da produção);

o Aprovação do produto (Libertação para comercialização).

A título exemplificativo da elaboração da matriz de responsabilidades, esta pode ser consultada no

Apêndice 10 – Matriz de Responsabilidades.

Work Breakdown Structure (WBS)

A estrutura analítica do projeto (WBS) criada servirá para definir os entregáveis e os pacotes de

trabalho e, consequentemente, estimar os recursos necessários. A definição da WBS é realizada

com base nos entregáveis e pacotes de trabalho necessários. Porém, a estrutura apresentada não

tem um formato próprio de forma a possuir a propriedade de ser adaptável a cada projeto. Assim,

a WBS criada não deve ser considerada como um template, contudo serve de exemplificação para

os possíveis projetos referentes a desenvolvimentos de novos produtos.

Esta encontra-se dividida nos seguintes pacotes de trabalho:

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• Gestão de Projetos;

o Iniciação;

o Planeamento inicial;

o Acompanhamento do projeto;

o Encerramento;

• Desenvolvimento do produto;

o Pré-desenvolvimento;

o Desenvolvimento;

o Pós-desenvolvimento;

A título exemplificativo da elaboração da WBS, com base nos pacotes de trabalho genéricos do

modelo proposto, pode ser consultada no Apêndice 11 – WBS.

Issue Log

Este documento tem como objetivo descrever e registar, de forma clara e detalhada, todos os

problemas (Issues) encontrados no desenrolar do projeto, permitindo apresentar alternativas para

solucioná-los. A Issue log deve ser usada para documentar os problemas e monitorizar a sua

solução, e deve, inicialmente, definir e classificar as questões com base na sua urgência de

resolução e no seu potencial impacto.

Desta forma, a Issue log é composta pelos seguintes campos:

• Identificação do problema (ID);

• O atual estado do problema (Aberto, Atrasado, WIP e Em espera);

• Categorização do problema (prioridade) com base no nível de severidade (Crítico,

Elevado, Médio e Baixo);

• Descrição do problema;

• Responsável pela identificação e resolução do problema em aberto;

• Data de identificação do problema;

• Breve descrição do impacto no projeto;

• Identificação do tipo de problema;

• Data estimada de resolução, data de follow-up e data final de resolução;

• Descrição da resolução final do problema e das possíveis ações a tomar;

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O documento Issue log pode ser consultado no Apêndice 12 – Issue Log e o glossário deste

documento no Apêndice 13 – Glossário da Issue log.

Open Point List (OPL)

A OPL, enquanto ferramenta de gestão de projetos, permite a criação, gestão e controlo dos pontos

em abertos que precisam ser concluídos para a correta execução do projeto, evitando o uso

excessivo de documentos para fazer o follow-up das tarefas em andamento. Assim sendo, este

template oferece um enorme apoio nas reuniões de follow-up com a administração, na medida

que permite uma melhor visualização do trabalho pendente e o mais urgente, de forma

simplificada e organizada. A OPL é composta pelos seguintes campos:

• Identificação das atividades (ID e nome da tarefa);

• Breve descrição da tarefa;

• Pessoa responsável pela tarefa;

• O prazo estabelecido;

• Data de conclusão;

• Status atual – Em Progresso, Lembrete, Concluída, Atrasada;

• Data de submissão dos dados.

Para além disso, foi criada uma dashboard, que servirá de resumo de todas as tarefas pendentes

e/ou concluídas, consoante o status atribuído na tarefa, facilitando uma melhor visualização do

progresso do projeto, como ilustrado na Figura 19.

Figura 19: Exemplo do preenchimento da OPL e o dashboard representativo

O template referente à OPL pode ser consultado no Apêndice 14 – OPL.

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Relatório de Progresso

O relatório de progresso foi desenvolvido com o objetivo de documentar e evidenciar o progresso

do atual projeto e os desvios que ocorreram face ao cronograma planeado. Além disso, foi

programado para fornecer informações às partes envolvidas das áreas que precisam de ação e os

pontos que requerem mais atenção, pelo que este deve ser emitido no decurso do projeto. Assim,

esta ferramenta é constituída pelos seguintes campos:

• Estado geral do projeto, bem como uma breve descrição;

• O estado atual das principais componentes do projeto (Orçamento, recursos, tempo e

âmbito);

• O estado atual dos trabalhos da estrutura analítica do projeto - WBS;

• As atividades concluídas no período;

• Atividades em andamento;

• Atividades para o próximo período;

• Pontos de Atenção (Problemas e Riscos)

• Requisitos de mudança em aberto

• Documentos de Suporte

Para os últimos sete pontos referidos acima, é necessário realizar o preenchimento dos seguintes

campos:

- Código da EAP;

- Descrição da atividade e/ou ação;

- A data de início, termino e o status atual da atividade;

- O responsável pela atividade.

O template pode ser consultado no Apêndice 15 – Relatório de Progresso

Registo de Riscos

Para uma melhor gestão dos riscos a Liconfe, S.A. deve analisar os riscos associados à

complexidade da tecnologia envolvida, à inabilidade e/ou inexperiência em gerir projetos de

desenvolvimento de produtos e à forte variação da procura característica do setor. Como proposta

de integração de ferramentas e técnicas ao nível da gestão do risco foi introduzido o documento -

Mod.CD.01_Registo de Riscos. Como esta iniciativa foi introduzido este template, com base no

Guia PMBOK, que serve de auxílio à identificação, planeamento, análise (qualitativa) e controlo de

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riscos durante todas as fases do projeto. Desta forma, o documento encontra-se dividido em quatro

secções:

• Identificação do risco;

• Análise do risco;

• Plano de estratégia e resposta ao risco;

• Controlo do estado do risco.

Na primeira secção intitulada de “Identificação do Risco” foram destacados os seguintes campos

para preenchimento:

• Identificação do risco (ID e nome do risco);

• Data de identificação do risco;

• Categoria do risco (Técnico, Organizacional, Gestão de Projetos e Externo);

• Tipo de risco (Ameaça ou Oportunidade);

• Descrição do risco

• Causas para a ocorrência do risco identificado.

A segunda secção intitulada “Análise do Risco” aborda a análise qualitativa dos riscos

identificados, aliando a probabilidade de ocorrência do risco ao impacto que pode causar em

termos de âmbito, qualidade, custo e tempo. Estes campos são qualificados numa escala

numérica (1-Muito baixo a 5-Muito alto), resultando uma classificação final do risco relativamente

ao grau de severidade. Esta classificação encontra-se definida pelo intervalo definido pela matriz

de Probabilidade e Impacto (Figura 20).

Figura 20: Matriz de probabilidade e impacto dos riscos

Os riscos de menor importância encontram-se no intervalo [1;5], os riscos médios no intervalo

]5;12] e os riscos mais elevados no intervalo ]12;25]. Com base nessa classificação é atribuído

um ranking, permitindo a priorização dos mesmos.

5 5 10 15 20 25

4 4 8 12 16 20

3 3 6 9 12 15

2 2 4 6 8 10

1 1 2 3 4 5

1 2 3 4 5

R i sco elevado;

Risco médio;

Matriz de Probabilidade x Impacto

Impacto

Pro

bab

ilidad

e

Risco baixo;

Os graus de priori tatização dos riscos :

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82

A título de exemplo e para uma melhor compreensão desta ferramenta, é ilustrada na Figura 21,

uma análise qualitativa utilizando o template desenvolvido para o registo dos riscos.

Figura 21: Preenchimento da secção "Análise do risco”

A terceira secção referente à estratégia e resposta ao risco permite realizar o planeamento

estratégico de resposta ao risco com o propósito de minimizar a probabilidade de ocorrência do

risco e/ou o seu impacto. Esta secção comtempla os seguintes campos:

• Resposta estratégica;

• Responsável por tomar medidas caso o risco ocorra;

• Elaboração do plano de resposta ao risco.

É importante salientar que no preenchimento do campo de “resposta estratégica”, varia consoante

a classificação do tipo de risco (ameaça ou oportunidade).

Por fim, na última secção referente ao Controlo do Estado do Risco é realizado o preenchimento

dos seguintes campos:

• Estado atual (Irrelevante; Crítico; Controlado; Requer atenção; Crítico; Ultrapassado);

• Resposta acionada (Sim; Não; N/D);

• Comentários/ Anotações;

• Data de conclusão do risco.

Como complemento a este processo, foi elaborado um glossário que fornece informações de

suporte ao preenchimento deste template desenvolvido. Assim, o template pode ser consultado

no Apêndice 16 – Registo de Riscos e o respetivo glossário no Apêndice 17 – Glossário do Registo

de Riscos.

Registo de Comunicações

Como suplemento aos documentos de suporte ao plano de comunicações, foi introduzido um

documento que permita identificar e descrever todas as comunicações realizadas com os clientes

Probabilidade do

risco ocorrer

Impacto no

âmbito

Impacto no

custoImpacto no tempo

Impacto na

qualidade

SeveridadeRanking Responsável Comentários

1 - Muito baixa 1-Muito baixo 1-Muito baixo 1-Muito baixo 1-Muito baixo1 9

4 - Alta 3 - Média 4 - Alta 4 - Alta 5 - Muito Alta16 2

5 - Muito Alta 5 - Muito Alta 5 - Muito Alta 5 - Muito Alta 5 - Muito Alta 25 1

3 - Média 1-Muito baixo 3 - Média 3 - Média 3 - Média7,5 6

5 - Muito Alta 4 - Alta 1-Muito baixo 5 - Muito Alta12,5 4

Análise do risco

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fornecedores e departamentos - Mod.CD.01_Registo das Comunicações - para haver um registo das

comunicações realizadas na empresa. Neste template encontra-se a identificação dos seguintes

campos:

• Responsável pela comunicação;

• Descrição e conteúdo;

• Destinatário;

• Data.

O documento de Registo de Comunicações pode ser consultado no Apêndice 18 – Registo de

Comunicações.

Lições Aprendidas

As lições aprendidas representam uma fonte de melhoria contínua nos projetos, através da deteção

de problemas e oportunidades inerentes aos projetos. Para isso, as lições aprendidas precisam de

ser formalizadas, disseminadas e registadas de uma forma simples e organizada para posterior

consulta, de forma a garantir uma boa aprendizagem organizacional e a uniformização da prática

da gestão de projetos. A melhor forma de registar as lições aprendidas é por meio de um formulário

padronizado, criando uma base de conhecimentos a fim de determinar o que precisa ser

otimizado.

Deste modo, o documento definido para o registo das lições foi subdividido em duas folhas, uma

focada no amadurecimento e melhoria contínua dos processos de gestão de projetos e outra

focada na melhoria do desempenho dos projetos em geral.

A primeira seção desse documento contém a caracterização de várias situações inerentes aos

grupos de processos de gestão de projetos, enquanto a segunda secção possui um carácter de

preenchimento livre, salientando a procura de soluções a situações que tenham ocorrido durante

o decorrer do projeto, de modo ter um documento em permanente evolução. Assim, é importante

ressalvar que as lições aprendidas devem ser registadas ao longo do projeto, como definido no

modelo proposto e não apenas discutidas no encerramento do projeto.

O documento das Lições Aprendidas pode ser consultado no Apêndice 19 – Lições Aprendidas.

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84

5.3 Proposta de implementação de um modelo para o processo de

desenvolvimento de novos produtos

Nesta seção é apresentado o modelo de referência proposto para o processo de desenvolvimento

de novos produtos na empresa em análise. Para isso, foi realizada, primeiramente, uma breve

descrição da caracterização do modelo. De seguida é apresentada a respetiva subdivisão do

modelo de acordo com as suas macro-fases e respetivas fases, atividades e tarefas. Por último,

são apresentadas as gates propostas ao longo do modelo, de forma a garantir a qualidade de todo

o processo.

5.3.1 Modelo proposto para o processo de desenvolvimento de novos produtos

Como o objetivo primordial da Liconfe, S.A. é a aumentar a sua competitividade através da

diversificação do seu portefólio de produtos, justifica-se a necessidade de implementação de um

modelo de DNP, de forma a apresentar melhorias para os processos orientados para o produto,

relacionados à especificação e à criação do novo produto. De forma a aplicar o modelo de DNP

na empresa em estudo, tornou-se prudente ter um modelo formal, ou metodologia que apoie o

projeto desde a fase inicial da ideia até ao lançamento do produto no mercado. A representação

gráfica e textual do processo de DNP, enquanto modelo referencial, torna-se uma excelente opção

para a Liconfe, S.A., na medida que permite definir o seu próprio modelo específico, de acordo

com suas necessidades e particularidades. Assim, a representação proposta torna-se um manual

de procedimentos para o desenvolvimento de novos produtos e, serve de repositório de melhores

práticas, tornando-se numa referência para os demais projetos da empresa.

Neste contexto, o modelo proposto de integração pode ser caracterizado como um modelo de

referência específico de carácter prescritivo, pois possui um conjunto de diretrizes de carácter

genérico, permitindo ser adaptado a qualquer novo produto que a empresa decida desenvolver.

Dada a natureza prescritiva do modelo, este foca-se, essencialmente, na descrição do trabalho a

ser realizado e como deve ser realizado, fornecendo bases úteis para o planeamento do

desenvolvimento de um novo produto em particular, sendo este considerado como um projeto.

O processo de DNP precisa de ser um processo eficiente e eficaz para realmente cumprir a sua

missão de favorecer, de modo positivo, a competitividade da empresa. Para que isso aconteça, foi

tido como base para o desenvolvimento desta metodologia referencial, o desenvolvimento do novo

produto, o Cocoon, de forma a orientar a estruturação e gestão deste processo ao contexto da

empresa.

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85

Nesta abordagem, o núcleo central deste modelo, representado pela estruturação das tarefas,

fases e atividades do desenvolvimento do projeto, é o foco da metodologia apresentada, pelo que

a formalização de uma metodologia de gestão e de estruturação de referência do DNP possibilita

que todos os envolvidos tenham uma visão comum e compartilhada deste processo. É previsto

que os departamentos envolvidos tenham uma participação simultânea no desenvolvimento do

produto.

Quanto aos objetivos que justificam a estruturação destes processos destacam-se a necessidade

de estabelecer e nivelar a compreensão sobre os processos, estabelecer uma base para planear

e especificar as funções, informações e comunicações, estabelecer uma base para a tomada de

decisões sobre o processo, estabelecer uma base para planear o registo dos conhecimentos para

uso posterior e melhorar a integração e a comunicação entre os intervenientes no processo, na

medida em que permite racionalizar, garantir e registar todos os fluxos de informações.

Para a conceção do processo de DNP é tido como referência o modelo proposto por Rozenfeld et

al. (2006). Fornecendo um excelente referencial teórico sobre este tipo de projetos, o modelo de

referência proposto é desdobrado em 3 macro-fases, nomeadamente: (1) Pré-desenvolvimento;

(2) Desenvolvimento; e (3) Pós-desenvolvimento. A macro-fase de desenvolvimento encontra-se

dividida em 5 fases: Projeto informacional; Projeto conceptual; Projeto detalhado; Preparação da

produção; e Produção e lançamento, como ilustrado na Tabela 17.

Tabela 17: Subdivisão das fases do modelo proposto nas respetivas macro-fases

Consoante as tarefas apresentadas na Tabela 17, a Figura 22 ilustra as atividades genéricas de

cada fase do desenvolvimento do projeto. No final de cada fase estão presentes as gates, onde

acontece a avaliação da fase com o intuito de tomar uma decisão sobre a continuidade do processo

de desenvolvimento do produto, revisar o projeto em desenvolvimento e registar as decisões

tomadas e as lições aprendidas. É nesta etapa que ocorre o controlo da qualidade do DNP em

relação à necessidade de ao longo do processo atender às especificações de cada fase, não

permitindo que o produto chegue ao final do processo sem atender as especificações do início

Macro Fases Pré-desenvolvimento Desenvolvimento Pós-desenvolvimento

Fa

ses

Planeamento estratégico da empresa

Projeto informacional Acompanhar produto e

processo

Planeamento do produto Projeto conceptual

Projeto detalhado

Preparação da produção

Produção e lançamento

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estabelecidas, aliando-se assim às estratégias da empresa. Também no final de cada fase, são

registadas todas as lições aprendidas, o que permite que toda a informação seja sintetizada, pelo

que ao mesmo tempo que alimenta a fase seguinte, melhora o entendimento da fase anterior

realizada.

Figura 22: Processo de transição de para a fase seguinte

A proposta deste modelo para o projeto de processo de DNP envolve a participação de todos os

representantes das áreas de produção, qualidade e manutenção, comercial, administrativo e

financeiro, pois estes possuem diferentes domínios de conhecimento necessários para o

lançamento de um novo produto na empresa. Para cada domínio do modelo existe um conjunto

de atividades e tarefas que necessitam de ser executadas, pelo que estas atividades precisam que

haja interação e cooperação entre os diferentes departamentos da empresa.

Cada macro-fase é descrita através de fases, atividades, tarefas, entradas, saídas, métodos e

ferramentas e documentos de apoio. As atividades e as tarefas representam “o que” é necessário

executar e os métodos e ferramentas de “como fazer”. As entradas e as saídas são os recursos

físicos ou informações de apoio ou geradas para a execução das tarefas e atividades.

Para representar o modelo de referência, este foi desdobrado de forma detalhada de acordo com

a Figura 23. Assim, a descrição das etapas inclui informações de entrada, documentação de saída,

documentação de apoio, as gates e as principais ferramentas de suporte ao processo.

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Figura 23: Representação detalhada de cada fase do modelo de referência

Com base na estrutura definida na Figura 23, e para ilustrar os conhecimentos envolvidos nesta

estrutura, o modelo foi dividido de acordo com as fases de desenvolvimento do produto,

nomeadamente, pré-desenvolvimento, desenvolvimento e pós-desenvolvimento.

Pré-desenvolvimento

A fase de pré-desenvolvimento engloba questões referentes à estratégia e planeamento da

empresa e do produto. Esta fase inicia-se com a identificação e com o reconhecimento de uma

oportunidade latente no mercado, estendendo-se até à aprovação formal do projeto que foi

selecionado.

Assim, numa primeira instância, propõe-se a revisão do Planeamento Estratégico da Empresa

(PEE). Este consiste na análise de necessidades da empresa quanto à receita e ao volume de

empreendimentos necessários para conceder sustentação e crescimento à estrutura empresarial

existente. Para isso, ao longo deste processo, é aconselhável estabelecer metas quantitativas,

distribuídas ao longo do tempo, de valores de receitas a serem atingidos. Para além disso, deve

também ocorrer uma análise ao atual plano estratégico da empresa, de forma a estabelecer

concordância entre os novos empreendimentos da empresa, as suas estratégias e as políticas,

visão, objetivos e valores organizacionais.

De seguida, decorre o Planeamento Estratégico de Desenvolvimento de Produto (PEDP), que

consiste na avaliação de segmentos de mercado em que a empresa se pretende inserir, consoante

a análise dos diferentes cenários de mercado propostos, na identificação das necessidades dos

clientes5 destes segmentos de mercado, do ponto de vista dos produtos que a empresa se propõe

a produzir, a análise da concorrência (produtos e estratégias) e a definição de meios para a

5 Declarações dos clientes, geralmente em linguagem subjetiva.

Entradas Saídas

Fase Nome da tarefa

Nome da Tarefa

Fase Nome da fase

Métodos/ Ferramentas

Atividade

Tarefa

Tarefa

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efetivação destas estratégias, definindo, assim, o que será exigido dos recursos da empresa para

que esta estratégia seja efetivamente implementada.

Para complementar, é necessário realizar uma avaliação preliminar das informações sobre a

tecnologia e o mercado. Esta atividade tem como objetivo a coleta e a classificação de dados,

primários e secundários, relativos às necessidades dos clientes, tanto em mercados atendidos

como em novos mercados, traduzindo-os em oportunidades de mercado. Todas as tarefas

inerentes a esta atividade envolvem a participação da direção geral da empresa e do departamento

comercial, bem como os departamentos de produção e qualidade, que em conjunto formam uma

espécie de equipa de inovação.

Por fim, após a análise do atual portefólio da empresa, parte-se para a geração e triagem de ideias

para, posteriormente, determinar as diretrizes e metas de novos produtos. É durante essa

determinação que ocorre a definição da conceção do produto e a especificação do posicionamento

estratégico do produto. É também durante essa atividade que ocorre o delineamento dos

benefícios que o produto deverá fornecer, as suas características essenciais e desejáveis. Neste

sentido, esta fase estabelece e regista as características gerais do produto a ser produzido, ou

seja, características capazes de traduzir uma oportunidade de produto identificada num produto

final. Esta macro-fase termina com a aprovação do projeto de desenvolvimento, isto é, a seleção

do produto a desenvolver e a produzir. A Figura 24 mostra o pré-desenvolvimento.

Figura 24: Fase de pré-desenvolvimento do modelo de DNP

Esta macro-fase pode ser consultada no Apêndice 19.

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Desenvolvimento

A macro-fase de desenvolvimento é a fase de maior importância neste modelo, pois engloba

questões sobre a organização do desenvolvimento do produto e gestão do projeto, tendo como

finalidade transformar a oportunidade identificada (ideia/conceito), na fase anterior, num produto

físico que será, posteriormente, lançado no mercado. Para isso, existe a necessidade da tradução

das oportunidades (necessidades do mercado), através de atividades e tarefas, em produtos que

atendam às expectativas estabelecidas pela empresa e, consequentemente à dos consumidores.

É durante esta macro-fase que ocorrem as definições do produto em si e todo o seu processo de

produção e desenvolvimento.

Todas as fases aglomeradas na macro-fase de desenvolvimento podem ser consultadas no

Apêndice 20.

Projeto informacional

A fase intitulada de “Projeto informacional” destina-se à geração e definição das especificações

técnicas de projeto do produto e processo. Para isso é necessário, primeiramente, entender quem

são os consumidores, quais as suas necessidades e quais os requisitos e as restrições do projeto

para produzir um novo produto. Assim, segundo este modelo proposto, a fase de desenvolvimento

do projeto informacional evolui das necessidades dos clientes, passando pela definição dos

requisitos dos clientes6 e a sua conversão em requisitos do projeto7, até às especificações do

projeto8.

Esta fase inicia-se com a elaboração do plano de projeto informacional que tem por objetivo planear

alguns procedimentos básicos para uma melhor gestão e controlo desta fase, além da análise de

risco de desenvolvimento.

6 Necessidade expressa em linguagem de engenharia.

7 Requisito mensurável aceite para o projeto.

8 Conjunto de informações completas, requisito do projeto com valor meta atribuído (especificações-meta).

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Figura 25: Processo de transição da fase de pré-desenvolvimento e desenvolvimento

Esta fase encontra-se subdividida em duas partes distintas: projeto do processo do produto e o

projeto do processo.

A partir das informações obtidas no planeamento e outras fontes de informação, como a análise

SWOT e PEST, pretende-se desenvolver um conjunto de requisitos do produto capazes de satisfazer

a oportunidade identificada no mercado na macro-fase anterior (Figura 25). Assim, com base nas

informações qualitativas do produto provenientes do mercado, parte-se para a elaboração do

conceito do produto e as suas especificações, e consequentemente para a elaboração do relatório

das restrições do projeto. Para além disso, de forma a auxiliar todo esse processo de

desenvolvimento, propõe-se a atividade “Detalhar o ciclo de vida do produto”, que se encontra

dividida em duas grandes partes: definição dos clientes envolvidos no ciclo de vida do produto e a

definição dos principais atributos do produto.

Já a atividade seguinte passa pela pormenorização das especificações de projeto do produto, tendo

em consideração as restrições, metas e objetivos do projeto. Para isso, apresentam-se quatro

tarefas que devem ser desenvolvidas, nomeadamente: o estabelecimento dos requisitos técnicos

e de mercado (requisitos dos clientes); o estabelecimento dos requisitos normativos e legais; o

estabelecimento das especificações meta com base nos requisitos de produção, embalagem, de

armazenamento e distribuição; e, por fim, a elaboração das especificações de projeto do produto.

Portanto, para uma melhor conversão das necessidades e requisitos dos clientes para

especificações meta do produto, a ferramenta recomendada nesta fase é o desdobramento da

função qualidade (QFD). Outra ferramenta sugerida a destacar é o benchmarking, para efetuar a

avaliação dos produtos da empresa em comparação com os produtos da concorrência, de forma

a estabelecer um produto mais competitivo.

Com as informações recolhidas, sintetizadas e desenvolvidas nas atividades anteriores, para a

elaboração do projeto do produto (conceito do produto, relatório sobre restrições de produto,

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especificações meta do produto), inicia-se o estudo informativo sobre o projeto do processo. As

principais saídas desta atividade são o conceito do processo, e o relatório de restrições técnicas

para o projeto do processo, pelo que as atividades seguintes passam pela definição das

especificações técnicas e legais de projeto do processo, tendo sempre em consideração as

restrições, metas e objetivos do projeto.

A atividade “Monitorizar as informações de fontes internas e externas” tem como objetivo a

identificação de novos riscos e oportunidades que possam influenciar na determinação das

especificações de projeto do produto e processo. Neste sentido, podemos designar que as fontes

de informação internas são compostas pelo departamento comercial, de produção e de qualidade,

enquanto que as fontes externas são compostas por exposições do setor de design e moda, jornais

e revistas, agências governamentais e não governamentais, entre outras.

Por fim, a avaliação da fase tem como objetivo avaliar o cumprimento daquilo que foi planeado,

tendo em consideração todas as mudanças realizadas ao longo desta fase e as análises financeiras

realizadas de forma a garantir a viabilidade económica do projeto. A aprovação da fase de projeto

informacional consiste na aceitação formal das especificações técnicas do projeto do produto e do

processo, sendo este o critério que autoriza o progresso para a próxima fase do desenvolvimento,

fase 2 - Projeto Conceptual. Assim, no final desta fase, são registadas as lições aprendidas,

documentadas todas as ações e, sugeridas ações corretivas para projetos futuros.

Em suma, podemos destacar como os principais resultados esperados desta fase a definição dos

requisitos convertidos em informações qualitativas do produto e processo. Isto faz da identificação

das partes interessadas, no detalhamento do ciclo de vida do produto, uma ferramenta importante

para que sejam consideradas as necessidades de todas as áreas envolvidas e afetadas. Estas

especificações estabelecem a base que orienta as próximas fases de desenvolvimento (Figura 26).

Figura 26: Resumo das Fases: Projeto Informacional

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Projeto conceptual

A fase intitulada de “Projeto Conceptual” destina-se a elaborar a conceção do processo e produto,

a definir a função global do produto, com base nas suas especificações meta.

Inicialmente esta fase foca-se na elaboração do Plano de Projeto Conceptual, pelo que esta

atividade tem por objetivo melhorar a gestão e controlo desta fase, onde se consideram todas as

atividades e tarefas, com o objetivo de controlar riscos e o progresso do projeto de

desenvolvimento.

Numa segunda instância, pretende-se modelar funcionalmente o produto, sendo que para isso

torna-se necessário definir toda a arquitetura do produto e definir todos os aspetos críticos que

caracterizam o produto (natureza, composição, tonalidade e espessura). Assim, a conceção do

produto precisa de atender, da melhor forma possível, à necessidade de produto identificada,

estando esta sujeita às limitações de recursos da empresa e às restrições de projeto previamente

estabelecidas.

Em linhas gerais, pode-se dizer que as atividades de conceção do produto se dividem em dois

campos: análise do produto (ponto de partida no campo do abstrato, análise funcional,

decomposição e arquitetura do produto), e análise do processo de produção. Relativamente ao

primeiro, são feitos os primeiros avanços na conceção do produto, tendo em conta a função do

produto, nomeadamente qual a sua finalidade (para que tipo de setor se destina: calçado; têxteis

lar; bordados; …), na medida que esse fator influência os parâmetros de qualidade e de todo o

processo produtivo. A conceção do produto também deve considerar para que tipos de máquinas

se destina, pois isso pode influenciar toda a arquitetura do produto.

Neste sentido, o ponto culminante desta fase é a definição e a avaliação do design do produto,

que corresponde às especificações do produto quanto à sua elaboração (objeto de inspiração,

composição, forma e estética), e quanto à sua adequação (funcionalidade, aspeto comercial do

produto).

De seguida, com a atividade de “Identificação e análise dos aspetos críticos do produto”, serão

definidos os pontos que deverão ser considerados no desenvolvimento de artigos têxteis da

empresa, nomeadamente a metragem, o tipo de fio, se é ou não necessário cone, caso seja

necessário, qual o tipo de cone e, por fim, definir de que forma este será identificado, tendo em

consideração o atual portefólio de produtos da empresa.

Consoante a conceção do produto, avaliam-se as possíveis alternativas de conceção do processo

de produção. Tendo em consideração os atuais processos produtivos da empresa, o relatório de

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análise dos meios produtivos da concorrência e a pesquisa de mercado, é proposto o processo

produtivo do novo produto, confrontando-o com as especificações do projeto. A principal saída

desta atividade é a seleção da conceção do produto e do processo produtivo.

Para além disso, a partir das especificações técnicas de projeto e geração de ideias, geram-se

alternativas para os outros elementos que formam o novo produto (design da embalagem e os

rótulos de identificação).

Tal como no processo anterior, são monitorizadas novamente as fontes internas e externas, com

o objetivo de identificar novos riscos e oportunidades que possam influenciar nas conceções do

produto e processo. Já a avaliação da fase tem como objetivo avaliar novamente o cumprimento

daquilo que foi planeado, tendo em consideração todas as mudanças realizadas ao longo desta

fase e as análises financeiras realizadas de forma a garantir a viabilidade económica do projeto. A

aprovação da fase de projeto conceptual consiste na aceitação formal das conceções do produto

e do processo, sendo este o critério que autoriza o progresso para a próxima fase do

desenvolvimento, fase 3 - Projeto Detalhado. No final desta fase são registadas as lições

aprendidas, documentadas todas as ações e, sugeridas ações corretivas para projetos futuros.

Em suma, os resultados esperados desta fase são a análise da tecnologia para atender à função

do produto, lista inicial de materiais, tendo em consideração a arquitetura do produto e a sua

função, design do produto e, por fim, o macroprocesso de produção (Figura 27).

Contudo, é importante realçar que nesta fase, o departamento comercial deve tomar um papel de

destaque, pois é o departamento comercial que está em constante contacto direto com o

consumidor e, é o responsável por desenvolver estratégias capazes de garantir a lealdade dos

clientes atuais, bem como tornar a empresa visível a potenciais clientes. Nesse sentido, o

departamento comercial, enquanto membro ativo nesta fase, poderá contribuir para uma melhor

definição e levantamento dos requisitos para o desenvolvimento do novo produto.

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Figura 27: Resumo das Fases: Projeto Conceptual

Projeto detalhado

A fase intitulada de “Projeto detalhado” destina-se à definição de sistemas, subsistemas e

componentes do produto (SSCs). Esta fase também se destina à definição do layout final do

processo, a estrutura do processo de produção e a avaliação da viabilidade económica do projeto.

O “Projeto detalhado” inicia-se com a elaboração do plano de projeto detalhado, onde são

planeadas as tarefas necessárias para uma melhor gestão e controlo da fase proposta, a análise

de risco do desenvolvimento, a definição das estratégias de desenvolvimento e os recursos

necessários. É nesta etapa que são criadas e detalhadas as informações técnicas, com a definição

dos equipamentos, componentes e subsistemas. Também é feita a seleção dos fornecedores e,

em paralelo, o planeamento da fabricação do produto com base na informação obtida.

Consoante a conceção do processo de produção macro, o projeto é desenvolvido de acordo com

os critérios técnicos e económicos e, à luz de informações adicionais, ele é adicionalmente

detalhado até ao ponto em que se possa iniciar o processo de produção. Para isso, a próxima

atividade tem como principal saída a definição da estrutura do processo de produção. As tarefas

referentes a esta atividade consistem em definir o tipo de processo produtivo, fazer a verificação

de processos já existentes, e o agrupamento das operações unitárias em blocos/subsistemas a

partir das conceções do produto geradas na fase anterior, e a identificação de interfaces

necessárias para unir os subsistemas.

A atividade seguinte tem por base o desenvolvimento de fornecedores para posteriormente projetar

os recursos necessário de produção. Dada a falta de recursos de inovação da empresa e o facto

de a empresa não desenvolver nenhum produto que já não esteja no mercado, já existem

disponíveis no mercado equipamentos para a produção do novo produto. Por esse motivo, a

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atividade seguinte centraliza-se na seleção de equipamentos para compra, sendo para isso

levantados custos, tempo, capacidades e competências, a partir de catálogos de fornecedores.

Contudo, devido às propriedades físicas do produto, pode se ter que requerer alterações ao

equipamento. Também, todas as matérias-primas serão compradas e não desenvolvidas pela

empresa. Para isso, serão preparadas as especificações técnicas para as compras e acertados os

contratos com fornecedores.

Após a definição do conceito do produto, procede-se à definição de matérias-primas a serem

utilizadas, onde, posteriormente, a garantia de entrega das mesmas deverá ser acordada com os

fornecedores, bem como deverão ser realizadas análises às amostras das matérias-primas após

a sua receção. Neste âmbito, a documentação desta fase relaciona-se com a definição do acordo

de entrega dos fornecedores, bem como conferência da identificação técnica dos produtos, pelo

que estas validações serão feitas pelo responsável do departamento de qualidade e produção.

Nesta mesma fase, o modelo proposto evolui da estrutura do processo produtivo para o

planeamento do seu layout, sendo esta atividade intitulada de “detalhamento da planta de

produção industrial”. Esta envolve assegurar espaço para execução de obras nas instalações

industriais, construção civil e instalações elétricas e outros. Com o detalhamento do layout do

processo de produção, a principal saída desta fase é a definição no chão de fábrica da estrutura

de produção. As tarefas que constituem esta atividade iniciam com a análise e identificação dos

aspetos críticos envolvidos no layout do processo de produção, relacionados principalmente com

o controlo do processo de produção, a segurança e a qualidade do produto. É sugerida a utilização

do método FMEA de forma a auxiliar na execução da tarefa. A próxima tarefa é dedicada ao

dimensionamento do subsistema e à seleção de equipamentos. É importante nesta fase registar

as informações e os esboços dos equipamentos selecionados, com o intuito de gerar a ficha

técnica do processo de produção.

O planeamento da produção física do processo consiste na geração de modelos na forma

semântica (representação explicativa verbal ou textual); gráfica (elementos geométricos para

descrever ou representar objetivos) e analítica (regras ou procedimentos de desempenho ou

comportamento). Estes modelos auxiliam na simplificação de uma situação real, dentro dos limites

pré-estabelecidos, possibilitando o estudo das variáveis e parâmetros de processo. Além disso, a

simulação que consiste em imitar o comportamento de um sistema, através de restrições

previamente estabelecidas, permite prever condições de desempenho do processo de produção e

o comportamento do produto durante o processo.

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Em linhas gerais, todas estas atividades têm como objetivo prever o comportamento funcional do

processo da produção na elaboração do produto, através de testes de funcionamento,

sequenciação de tarefas e otimização do processo e do produto. Para além disso, as atividades

de projetar o processo de embalamento e o planeamento da comercialização do produto também

desempenham um papel importante neste processo.

O detalhamento dos custos de instalação da planta industrial e processo de produção avalia os

custos após o detalhamento da planta industrial, tendo por finalidade decidir pela viabilidade da

instalação da planta industrial. É nesse momento, que são levantados os custos, tempos,

capacidades e competências para execução final do projeto de instalação da planta industrial e

são avaliados, também, contratos com os fornecedores (equipamentos e serviços). A tarefa de

estimativa do custo do processo de produção envolve o levantamento do conjunto de todos os

custos envolvidos nas entradas e saídas de um processo de produção. As entradas incluem

matérias-primas, aquisições de componentes, trabalho, energia e equipamento.

Numa última etapa, tal como nas anteriores, é realizado o monitoramento das informações de

fontes internas e externas, pelo que o objetivo desta atividade é a identificação de novos riscos,

recursos necessários para a continuidade do projeto, oportunidades que possam influenciar o

processo produtivo e os seus processos envolventes, bem como o layout da planta industrial para

produção do novo produto. Por fim, a avaliação da fase tem como objetivo avaliar o cumprimento

daquilo que foi planeado, tendo em consideração todas as mudanças realizadas ao longo desta

fase e as análises financeiras realizadas de forma a garantir a viabilidade económica do projeto. A

aprovação da fase de projeto detalhado consiste na aceitação do projeto de produção, sendo este

o critério que autoriza o progresso para a próxima fase do desenvolvimento, fase 4 – Preparação

da produção, pelo que no final desta fase são registadas as lições aprendidas, documentadas

todas as ações e sugeridas ações corretivas para projetos futuros, ou seja, ter histórico do projeto

em andamento e repetir as melhores práticas de gestão do projetos e de desenvolvimento do

produto.

Em suma, a fase de desenvolvimento do projeto detalhado especifica como será a realização do

produto em termos de investimentos da disponibilidade de recursos para a realização do projeto

e uma análise de riscos mais formal, incluindo planos de contingência financeira, recursos e riscos

tecnológicos. Para além disso, detalha especificações dos equipamentos, lista final de materiais,

especificação de tolerâncias, planos de processo, projeto de embalagem, material de suporte do

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produto, e acima de tudo, o reconhecimento dos requisitos do layout definido para a planta

industrial (Figura 28).

Figura 28: Resumo das fases: Projeto detalhado

Preparação da produção

A fase intitulada de “Preparação da Produção” destina-se à finalização do layout do chão de

fábrica, bem como à realização de atividades de definição e homologação dos processos de

produção, através da avaliação do lote piloto e da documentação de todos os processos

envolventes. Trata-se de uma fase que se preocupa com aspetos de gestão da produção,

atendendo aos requisitos dos clientes durante o ciclo de vida do produto.

Esta fase inicia-se com a elaboração do plano de preparação da produção, com o objetivo de gerir

as atividades envolvidas na fase de preparação da produção. Os principais documentos de entrada

desta atividade são o plano de projeto e o orçamento global do projeto do produto.

Após a verificação da existência de stock ou a necessidade de encomenda para a produção do lote

piloto, propõe-se a atividade de receção de matérias-primas e de instalação de equipamentos, de

acordo com o layout definido para o chão de fábrica. As principais entradas para esta atividade

são o plano de instalação do layout do chão de fábrica, o plano de montagem, o projeto detalhado

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das instalações (estrutural civil e elétrica) e o projeto detalhado do arranjo físico e equipamentos.

Neste sentido, as tarefas envolvidas nesta atividade consistem na compra de matérias-primas,

caso necessário, recebimento, instalação e preparação dos equipamentos e dispositivos para

instalar a linha de produção do novo produto.

No final desta atividade deve ser feita a atualização do projeto da instalação de todos os

equipamentos, com o objetivo de identificar as modificações ou desvios realizados durante a

instalação. Esta tarefa pode ser executada utilizando-se check lists elaborados a partir do projeto

detalhado no plano do layout industrial.

Contudo, para que seja possível a produção do lote piloto, é necessário elaborar documentos de

apoio à produção, nomeadamente elaborar o manual de boas práticas de operação e criar o

manual de formação básica. Assim, nesta atividade são gerados os documentos indispensáveis

para a garantia da qualidade e segurança do produto, atendendo também à legislação de artigos

têxteis e às normas e procedimentos de operação da empresa. Por esse motivo, a atividade

seguinte foca-se na formação dos colaborados com o objetivo de qualificar os colaboradores na

produção do novo produto, tendo em consideração as suas particularidades.

Para além disso, antes da inicialização da produção do lote piloto, deve estar finalizado e aprovado

o design da embalagem e dos rótulos, para posterior aprovação dos clientes.

A atividade de “Produzir o lote piloto” inicia após a instalação completa do plano industrial, onde

são testados os procedimentos de operação e avaliação das possibilidades de otimização do

produto e ajustes ao processo. Esta tem como principal objetivo testar e planear a produção e

adequar o conceito tecnicamente, ou seja, fazer os ajustes necessários para que o produto ou

sistema seja possível e viável de ser produzido, com base no conhecimento dos materiais e

processos decididos nas fases anteriores. Portanto, como principal saída do lote piloto do produto

temos os respetivos testes ao produto. Neste sentido, o lote piloto de produção é aquele que após

os ajustes e otimizações, de produto e processo, e avaliações dos resultados de análises e

comportamento do processo, estão mais próximos das especificações técnicas de projeto e das

metas da empresa. É nesse momento que são produzidas as amostras para a realização dos

testes alfa e beta do produto, onde uma verificação clara da função, durabilidade, produção,

montagem, operação e custos, possa ser realizada. É durante o teste alfa que o desempenho do

produto é avaliado internamente, por meio de testes e qualificação. O teste beta foca-se em testar

o produto em condições reais do dia-a-dia, nomeadamente a realização de testes com clientes,

conforme o estabelecido através do comprometimento das partes envolvidas no desenvolvimento

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do projeto. Esta tarefa ajuda na recolha de feedback honesto sobre os pontos a melhorar no

produto e verificar se este produto é aceite pelo mercado.

Só assim é possível conduzir a tarefa seguinte, isto é, elaborar documentação técnica. Após o

feedback positivo dos clientes e da aprovação do produto, são gerados os documentos técnicos

da empresa em relação ao produto (Ficha técnica). Estes documentos são gerados a partir das

especificações técnicas de projeto e resultados dos testes industriais do produto.

Prosseguindo para a atividade seguinte “Elaborar o relatório final das análises da produção piloto”,

é realizado o relatório final das análises e testes do lote piloto, que deve ser confrontado com o

relatório final de teste de conceção do produto e com as especificações técnicas de projeto do

produto. O objetivo é identificar possíveis desvios de qualidade no produto em desenvolvimento.

Caso necessário, novos testes devem ser realizados.

O conjunto de todos estes outputs culmina na homologação do produto, podendo-se iniciar a

solicitação de registo de produtos junto aos órgãos competentes.

Também nesta etapa é realizada a homologação do produto, pelo que são testados e definidos os

parâmetros de controlo do produto e processo.

Em paralelo, ocorrem outras atividades tais como a elaboração de documentos para a produção

e a elaboração de documentos técnicos, sendo que o conjunto de todos estes resultados se chama

de homologação do processo.

Por fim, o projeto do processo é encerrado após a produção do lote inicial e a verificação de não

conformidades. Estando o produto dentro dos padrões legais, de qualidade e segurança, é

libertada a produção do lote inicial, para a produção em massa do novo produto.

Contudo, é importante ressalvar o desenvolvimento de um plano de manutenção, a fim de garantir

a transição suave na fase de entrega do processo para a produção e manutenção, pelo que os

fornecedores de equipamentos devem trabalhar junto à equipa de manutenção. As principais

entradas desta atividade devem ter em consideração as informações dos fornecedores de

equipamentos e as informações provenientes dos testes realizados.

A aprovação da fase de projeto de preparação da produção consiste na aceitação formal do

produto e do processo de produção, sendo este o critério que autoriza o progresso para a próxima

fase do desenvolvimento, fase 5 – Produção e lançamento, pelo que no final desta fase são

registadas as lições aprendidas, documentadas todas as ações e sugeridas ações corretivas para

projetos futuros, ou seja, construir um histórico do projeto e repetir as melhores práticas de projeto.

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Em suma, esta fase avalia a viabilidade global do projeto, em termos do produto, do processo de

produção e da aceitação do consumidor. As principais atividades executadas nesta fase são:

preparação, revisão do processo produtivo; aprovação dos recursos comprados; os testes (alfa e

beta) no produto, com o objetivo de verificar a qualidade e a performance do mesmo; a produção

piloto, para testar o processo de produção e determinar com mais detalhes os custos e taxas de

produção; o pré-teste no mercado, de maneira a verificar as reações dos consumidores, medir a

efetividade do plano de lançamento, determinar a fatia de mercado e o retorno esperado; a revisão

detalhada da análise financeira, para verificar a viabilidade económica do projeto, baseado em

dados novos e mais precisos de custo e retorno (Figura 29).

Figura 29: Resumo das fases: Preparação da produção

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Produção e lançamento do produto

A fase de produção consiste essencialmente na libertação da produção e processo. Após a

produção do lote piloto, as amostras do produto são avaliadas para elaboração de um documento

formal, que contém as especificações técnicas do produto e as especificações técnicas do

processo de produção. Concluído isso, liberta-se o produto para o seu lançamento no mercado.

As principais entradas para elaboração deste documento são as amostras do produto, relatórios

do processo de produção e as especificações técnicas de produto acabado, semiacabado,

matérias-primas, embalagem e rótulos.

Assim, a produção do novo produto é o ponto culminante desta fase, pelo que antes de inicializar

a produção devem ser verificadas as necessidades de produção e de stock. Esta atividade engloba

a verificação de consumíveis para a produção, como cones, caixas e rótulos, a verificação da

existência de matérias-primas em stock, caso contrário pode ser necessário pedir à tinturaria (se

for necessário tingir o fio) ou encomendar a fornecedores. Depois da reunião destes fatores, é

necessário verificar a disponibilidade das máquinas para produção. Contudo, este processo deve

ser sempre auxiliado pelos documentos de apoio à produção, de forma a garantir a qualidade

requerida, o cumprimento de prazos e responder aos requisitos dos clientes.

Com a aprovação do produto, de acordo com as tolerâncias e padrões de qualidade definidos,

este pode seguir para as atividades de etiquetagem e embalamento, sendo estas posteriormente

enviadas para a secção de armazenamento e expedição de produtos. Porém, simultaneamente

devem ser executadas as estratégias de venda e marketing para a promoção do produto e atingir

os resultados e retornos pretendidos. Com o lançamento do produto, é importante a revisão do

desempenho do projeto de uma forma mais abrangente, com o objetivo de identificar se todas as

tarefas foram realizadas de acordo com o planeado e se o resultado dos projetos (equipamentos

e instalações industriais) cumpre as especificações de projeto estabelecidas.

É desta forma que é finalizada a macro-fase de desenvolvimento, com a libertação do produto no

mercado (Figura 30).

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Figura 30: Resumo das fases: Produção e lançamento do produto

Pós-desenvolvimento

Após a conclusão da macro-fase de desenvolvimento, ocorre a última macro-fase, o pós-

desenvolvimento. Esta macro-fase compreende a avaliação do processo de desenvolvimento e o

acompanhamento da libertação do produto no mercado e comparação entre as métricas obtidas

e as métricas planeadas no pré-desenvolvimento. Assim, as métricas índice de satisfação dos

consumidores, volume de vendas, reação da concorrência, entre outras, deverão ser tidas em

consideração. Relativamente às métricas do projeto é aconselhável avaliar o tempo de lançamento

e custos de desenvolvimento e desempenho (confiabilidade e reclamações dos clientes). O pós-

desenvolvimento compreende, ainda, o registo das lições aprendidas, através da geração de um

dossiê (histórico do projeto) que relate todo o progresso do processo durante o desenvolvimento,

ou seja, o conhecimento durante o desenvolvimento é armazenado, encontrando-se disponível

para desenvolvimentos futuros.

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Neste contexto, esta fase inicia-se com o desenvolvimento do acompanhamento do produto e

processo. Esta atividade consiste na verificação do progresso do projeto e da atratividade do

produto no mercado em causa, com a qualidade esperada.

Nesta fase, numa primeira instância é avaliada a satisfação dos clientes em relação ao produto.

Com base nas informações sobre as expectativas dos clientes e nos primeiros feedbacks, logo

após o lançamento, é gerado um plano de atividades para efetuar a avaliação da satisfação dos

clientes. Dessa tarefa, resultam evidências sobre o nível de satisfação de clientes e os tipos de

problemas/defeitos que possivelmente poderão aparecer.

Numa segunda instância é avaliado o desempenho técnico do produto no mercado e nos serviços

associados, como os serviços de apoio ao cliente e de distribuição; o desempenho técnico do

produto na produção, ou seja, é realizado o confronto das especificações técnicas de projeto do

produto e do processo com os resultados recolhidos pelo controlo da qualidade; o desempenho

do processo de produção do produto, isto é, acompanhar o desempenho em termos de

conformidade, confiabilidade, capacidade de produção, cumprimento de prazos; e, por fim, o

desempenho obtido no painel de vendas, ou seja, o confronto das informações sobre projeção de

vendas e estratégia de mercado planeada com o desempenho efetivo em vendas nos diferentes

mercados.

E, por último é realizada avaliação económica do produto, onde é efetuada a revisão da análise

financeira com base em dados novos, mais meticulosos e trabalhados. Neste sentido, é tido em

consideração o custo do produto (custo-alvo do produto, os gastos com desenvolvimento, os

investimentos realizados e os custos do produto), os aspetos relacionados ao meio ambiente e por

fim, consolidar todas as informações sobre desempenho do produto para posterior análise de

possíveis alterações necessárias. Assim, no pós-desenvolvimento, o processo é documentado

através de relatórios gerados eletronicamente a partir de dados comerciais (desempenho de

produtos, encomendas e reclamações), produção (ordens de produção) e qualidade (relatórios de

mudança no produto), esse da responsabilidade do setor da qualidade da empresa.

É desta forma que a fase de pós-desenvolvimento conclui o modelo de referência, que pode ser

consultado no Apêndice 22 – Pós-desenvolvimento.

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5.3.2 Documentação entre as fases

A documentação entre as fases é um dos fatores primordiais para o desenvolvimento deste

modelo. Ao construir uma base de informações, os documentos que a compõe operacionalizam e

formalizam todo o trabalho a realizar, fornecendo suporte a possíveis modificações e adequações

do produto durante o processo de desenvolvimento, pelo que o seu preenchimento é uma garantia

de que decisões serão tomadas com o comprometimento dos envolvidos. Assim, o objetivo dos

documentos é estabelecer um meio de comunicação entre as fases e armazenar informações que

auxiliem na formação do histórico dos projetos (dossiê do projeto) da empresa.

Pode-se verificar a ocorrência de um maior número de documentos na fase “preparação da

produção”, o que se justifica pelo fato do projeto estar na fase de conclusão, sendo entregue o

produto à área comercial.

Dos documentos apresentados no modelo podemos destacar como os mais importantes, o

cronograma de execução (Apêndice 4 – Acompanhamento do Projeto), as lições aprendidas

(Apêndice 19 – Lições Aprendidas) e a ficha técnica do produto (Apêndice 21 – Desenvolvimento).

Em relação a estes documentos destaca-se a ficha técnica, dado que contém o maior número de

informações sobre o produto a ser desenvolvido e, é o documento mais utilizado durante o

processo produtivo, sendo este o responsável por apresentar aos clientes o produto oferecido e as

suas correspondestes características. Porém, é importante ressalvar que a documentação de

lições aprendidas é um aspeto crítico e de indubitável importância, pois permite criar um historial

de erros que foram corrigidos na gestão do projeto e que não devem ser repetidos. A sua

documentação torna-se essencial para conhecer o que correu mal na gestão do projeto no

passado, que poderia ter sido evitado, e os procedimentos de correção a adaptar, evitando a

repetição dos mesmos erros na gestão de outros projetos da organização, com riscos

desnecessários e perfeitamente evitáveis.

Todos os documentos referentes a este processo devem ser elaborados em conjunto com a equipa

responsável pelo desenvolvimento do produto, pelo que estes devem ser de fácil preenchimento,

utilizando ferramentas disponíveis a todos os responsáveis pelo preenchimento.

Assim, é apresentado no modelo a identificação dos documentos mais importantes gerados no

DNP da empresa, tal como apresentado nos Apêndices 20, 21 e 22.

Posteriormente, toda a documentação, seja por meio eletrónico ou cópia física, deve ser arquivada

separadamente para cada projeto, de forma a facilitar o acesso e a consulta.

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5.3.3 Localização das gates

As fases do DNP incorporam pontos de aprovação (gates) dispostos ao longo do processo, tendo

por base a abordagem do modelo SG. Estes marcos representam momentos críticos do processo,

capazes de corrigir a trajetória inicialmente delineada, cancelar ou “congelar” o projeto, bem como

servirão para controlar de forma sistemática a qualidade do processo de desenvolvimento.

Conforme apresentado no levantamento bibliográfico, esta abordagem é uma forma de uniformizar

os mecanismos de comunicação e tomada de decisão, estando inseridos no modelo de integração

das atividades do DNP, como mostrado no modelo proposto. A Tabela 18 mostra as principais

decisões em relação às gates enquanto que a Figura 31 apresenta a visualização do fluxograma

com a localização das gates entre as fases.

Tabela 18: Principais decisões das gates

Gates Principais decisões

Gate 0 Aprovação do projeto e produto.

Gate 1 Aprovação das especificações meta do produto e processo.

Gate 2 Aprovação do conceito do produto.

Gate 3 Aprovação da versão do projeto do produto.

Gate 4 Aprovação do lote piloto (Libertação da produção).

Gate 5 Aprovação do produto (Libertação para comercialização).

A primeira gate (Gate 0) ocorre na macro-fase de pré-desenvolvimento. Tal como referido

anteriormente, o pré-desenvolvimento engloba questões referentes à estratégia e planeamento do

produto, organização do desenvolvimento do produto e gestão do projeto. Neste sentido, esta gate

foi fundamentada pela deficiência apresentada da empresa estudada em relação à identificação

das diretrizes e ideias dos novos produtos com a pesquisa de mercado. A forte orientação para o

mercado é um fator primordial que ainda se encontra latente nas práticas do setor, pelo que o

investimento, por parte da direção da empresa, em empresas especializadas em pesquisa de

mercado poderá ser uma boa opção. A validação será a assinatura da direção geral, que desta

forma justifica cada elemento verificado para a transição para a fase seguinte.

A segunda gate (Gate 1) proposta foca-se nos dos pontos mais importantes das fases iniciais do

desenvolvimento de um novo produto, que é a tradução das necessidades de mercado e

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especificações técnicas do produto em especificações meta, tanto para o produto como para o

processo produtivo.

A terceira gate (Gate 2) localiza-se após a definição do conceito do produto a partir das

especificações meta, definindo a função global do produto. É nesta gate que é avaliado se o

produto projetado corresponde às especificações do produto quanto à sua elaboração (forma e

estética) e quanto à sua adequação (funcionalidade e aspeto comercial do produto). Este também

se torna um ponto crítico, na medida que contribui para a decisão de como este produto será

produzido.

Nesta gate, pelo menos uma pessoa de cada área da empresa deve fazer parte da equipa de

validação.

A quarta gate (Gate 3) foca-se no detalhamento das informações técnicas de acordo com a

definição dos componentes (matérias primas e consumíveis), sistemas e subsistemas. Nesse

sentido, relaciona-se à definição de matérias-primas a serem utilizadas, onde a garantia de entrega

deverá ser acordada com os fornecedores, bem como deverá ser efetuado os testes das matérias-

primas recebidas. Para isso, torna-se fundamental desenvolver os fornecedores. Desta forma, a

documentação referente ao acordo de entrega dos fornecedores torna-se essencial. Estas

validações serão feitas pelos responsáveis de departamentos.

Porém, em paralelo, esta gate também se foca no planeamento de todo o processo de produção,

manutenção, montagem, etiquetagem e embalamento.

A quinta gate (Gate 4) centra-se em testar e aprovar o lote piloto, de forma a libertar o produto

para a produção. Paralelamente, são realizadas todas as atividades de qualificação de materiais e

componentes. Assim, esta fase preocupa-se com todos os aspetos de gestão da produção, assim

como aspetos relacionados com planeamento das vendas, logística e distribuição e divulgação do

produto.

Esta gate foi fundamentada na deficiência de comunicação entre as áreas funcionais da empresa

em relação ao produto final, sendo que com a validação desta gate muitos erros na produção

poderão ser evitados. É também, através desta aprovação, que a produção é libertada para a fase

seguinte.

Por último, a sexta gate (Gate 5) engloba todo o processo produtivo do novo produto e o respetivo

processo de vendas. Dá-se, então, a libertação da comercialização do produto.

A seguir apresenta-se o fluxograma proposto através da Figura 31.

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Figura 31: Gates do modelo integração das atividades de DNP

Portanto, as principais decisões das gates estão, assim, relacionadas ao controlo da qualidade do

modelo de DNP, em relação a necessidade de ao longo do processo atender às especificações de

cada fase, não permitindo que o produto chegue ao final do processo sem atender às

especificações delineadas inicialmente, alinhando-se às estratégias definidas pela empresa.

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6. CONCLUSÃO

Neste capítulo são apresentadas as considerações finais desta investigação. Primeiramente, são

apresentados os principais contributos do trabalho desenvolvido, de seguida as principais

limitações da investigação. Por último, são apresentadas as sugestões para trabalhos futuros que

possam complementar a investigação realizada.

6.1 Contribuições do trabalho de investigação

A revisão bibliográfica desenvolvida como base para esta investigação mostrou que a gestão de

projetos é algo essencial para as empresas atingirem o sucesso e se destacarem face à

concorrência, bem como a formalização e sistematização dos processos de desenvolvimento de

novos produtos.

Por esse motivo, esta dissertação propõe à Liconfe, S.A., empresa onde foi realizado o estudo,

diretrizes de como melhorar o processo de desenvolvimento de novos produtos, tendo em

consideração o seu baixo nível de maturidade de gestão de projetos.

De forma a alcançar os objetivos inicialmente definidos, nomeadamente, a utilização de práticas

e ferramentas de gestão de projetos no desenvolvimento e produção de um novo produto e a

proposta de um modelo de referência que auxilie o processo de introdução de novos produtos no

mercado, foram propostas as seguintes etapas:

- Identificação das necessidades sentidas relativamente à gestão de projetos de novos produtos na

Liconfe, S.A. (Capítulo 4);

- Propostas de melhoria para o processo de DNP da Liconfe, S.A., através da introdução e

integração de processos de gestão de projetos com os processos de desenvolvimento do produto,

através da proposta de um modelo de referência com pontos de decisão, dividido por macro-fases,

que auxilie o processo de introdução de novos produtos no mercado (Capítulo 5).

A identificação dos maiores problemas e das necessidades sentidas relativamente ao

desenvolvimento de projetos de gestão e desenvolvimento de novos produtos na Liconfe, S.A. foi

a primeira etapa para descobrir mais sobre a empresa, nomeadamente as carências relativas ao

DNP. Assim, considerando o modelo de referência proposto para a gestão do processo de

desenvolvimentos de novos produtos, este só pôde ser obtido através do diagnóstico da atual

abordagem metodológica utilizada na empresa em paralelo com a pesquisa das melhores práticas

encontradas na literatura, que melhor se adequam à realidade da Liconfe, S.A.

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A formalização deste processo resultante da modelagem do mesmo – descrição das fases,

atividades, tarefas, responsáveis e informações necessárias e/ou geradas – promove uma visão

unívoca, que servirá de referencial comum para uma melhor comunicação entre todos os

intervenientes do processo. Por esse motivo, este modelo tem como objetivo explicar o

conhecimento sobre o processo de projeto, de modo a auxiliar no entendimento e na prática e

sistematização do mesmo. Através da sua representação gráfica e da clara representação do fluxo

linear entre as fases de projeto, a estrutura utilizada contribuiu significativamente nesse sentido,

permitindo que as atividades e tarefas sejam apresentadas de forma organizada e referenciadas

aos domínios de conhecimento a que pertencem, deixando claro o fluxo de informações (entradas,

saídas e documentos de apoio) e as ferramentas a serem empregues. Em particular, o objetivo do

modelo foi introduzir e organizar as melhores práticas e, incrementar o processo com os principais

métodos identificados na literatura da área.

Outro elemento identificado do modelo de referência desenvolvido são os métodos e ferramentas

e documentos de apoio empregues e a integração das diferentes áreas ou departamentos da

empresa. Além desses, pode-se destacar também as entradas e saídas, o registo de informações

e as lições aprendidas e o sistema de avaliação no final de cada fase do modelo, pelo que através

dessas gates foram apresentados os principais resultados esperados para o cumprimento de cada

fase de projeto.

Assim, as principais contribuições do estudo envolveram a padronização das etapas de projeto e,

por conseguinte, atender com qualidade às diversas necessidades de projeto da empresa, dando

suporte aos atuais e futuros projetos da empresa. Desse modo, o modelo pode servir como guia

que auxilia em toda a gestão do processo, pelo que permite facilitar a implantação e integração

de métodos, técnicas e sistemas de apoio ao DNP.

Não obstante, verificou-se que é possível a integração dos processos apresentados no dia-a-dia

dos colaboradores, no entanto, devido à limitação de tempo, não foi possível testar a aplicação do

modelo desenvolvido e verificar os benefícios reais.

6.2 Limitações do trabalho de investigação

De uma forma geral as limitações do modelo proposto estão relacionadas com a sua abrangência,

pois procura englobar todos os aspetos relativos ao DNP. Esta ênfase é necessária devido à

inexistência, na empresa, de uma cultura de desenvolvimento de produtos, de forma sistematizada

e com a aplicação de métodos e ferramentas consideradas mais modernas. A gestão, a

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organização e as ferramentas utilizadas têm importância fundamental no sucesso da integração

de processos de gestão de projetos e na implementação do modelo de DNP. A falta de um destes

elementos irá comprometer o funcionamento dos demais. Neste sentido, devido à sua

abrangência, existe o risco de que a abordagem apresentada seja superficial em alguns aspetos,

que futuramente se poderão mostrar fundamentais para a sua execução e implementação. Neste

contexto, o presente modelo não detalha o desenvolvimento de micro-processos, ficando esse

detalhamento a ser feito no decorrer da utilização do modelo. Assim, poderá vir a se revelar a

necessidade de ajustes no modelo geral que não podem ser visualizados na fase atual de

desenvolvimento, pelo que a falta de uma cultura de desenvolvimento de produtos pode condenar

um modelo, se não forem tomadas medidas corretivas. Em contrapartida, a prévia definição de

todos os micro-processos, sem a experimentação do modelo, poderá conceber rotinas

incompatíveis com a realidade. Poderá, então, haver um ligeiro descompasso entre determinados

aspetos do modelo e a realidade modelada, pois é impossível modelar a realidade em toda a sua

complexidade.

Por fim, o facto de esta investigação ter um período temporal limitado, não permitiu a

implementação e o estudo dos resultados do modelo apresentado e, por esse motivo, não foi

possível quantificar e identificar, de uma forma mais precisa, os benefícios reais da aplicação de

práticas de gestão de projetos no desenvolvimento de novos produtos. Por outro lado, o facto de

se tratar de uma pequena empresa com recursos limitados tornou esse processo mais difícil de

introduzir e desenvolver, num curto período de tempo.

6.3 Trabalho futuro

A longo prazo, com o amadurecimento das práticas de GP e com o aprofundamento do modelo,

o objetivo é alcançar a padronização e sistematização dos processos de desenvolvimento de novos

produtos. No contexto do trabalho de investigação como sugestão para trabalhos futuros propõe-

se:

- A introdução e ajuste das ferramentas e técnicas de GP a utilizar, assim como a definição de

uma estrutura de suporte à gestão de projetos para dar resposta à sua complexidade,

considerando os escassos recursos que a empresa dispõe;

- O desenvolvimento de uma equipa de trabalho apenas dedicada ao desenvolvimento de projetos,

com experiência, que fomente a implementação do modelo;

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- Melhorar a forma como o modelo é apresentado, para que seja possível uma melhor visualização

dos processos simultâneos, através de atividades que possam ser realizadas paralelamente,

contribuindo para o envolvimento mais cooperativo e harmonioso de todos os intervenientes.

- Conscientização, junto aos colaboradores, da importância da aplicação deste modelo e da sua

respetiva documentação;

- O desenvolvimento de indicadores de custo, tempo e qualidade ao longo de todo o processo de

desenvolvimento de novos produtos. Isto pode ser alcançado com a introdução de um software,

como o MS Project, que auxilie na gestão das informações ao longo do processo de

desenvolvimento de produtos;

- A pesquisa e/ou proposta de outros métodos e ferramentas para tradução das necessidades e

desejos dos clientes ao longo de todo o processo de desenvolvimento de produtos, além do QFD;

- Estudar os benefícios reais do modelo, fazendo os ajustes necessários de forma a garantir um

melhor desempenho do modelo e o mais aproximado da realidade organizacional.

Estas sugestões de trabalho futuro prendem-se com o facto de que a duração do trabalho de

investigação foi curta para ter um cenário mais propício ao acompanhamento das práticas de GP

propostas e à implementação do modelo proposto. Assim, uma vez que o ciclo de investigação-

ação não foi concluído, no futuro pode haver um seguimento deste trabalho, começando pela

implementação do modelo apresentado, de forma a conseguir fazer a transição para a avaliação

da ação.

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APÊNDICE 1 – FAMÍLIAS DE PRODUTOS

Artigo Espessura Finalidade Características Tipo

100% poliéster

180 120

80 50

20

Blusas, vestidos,

sweaters, jeans;

Roupa íntima;

Roupas de criança.

− Alta tenacidade;

− Construção uniforme e resistente;

− Confiável em costura de alta velocidade.

Produto

Acabado

100% algodão

60 50

40 35

30 20

12

Costura de peças para

tingir.

− Fio produzido a partir de algodão de alta

qualidade;

− Costura de roupas sem tratamento para

tingir.

Produto

Acabado

100% lyocell

35 30

20 12

Roupa casual;

Roupas de criança

− Fio torcido;

− Ótimo desempenho de giro;

− ideal para minimizar falhas de costura.

Produto

Acabado

00% poliéster

texturizado

300 150

Roupa de desporto;

Roupa de banho;

Roupa íntima.

− Linha de costura poliéster texturizada de

alta elasticidade. Mercadoria

100% poliéster

texturizado

torcido

300 150

Roupa íntima;

Roupa de banho;

Malhas;

Roupa de bebé.

− Fio de poliéster de texturas de filamentos

torcido continuo;

− Toque suave proporcionando macies e

conforto em costuras “próximas à pele”.

Produto

Acabado

100% poliéster-

poliester

150 120

100 75

50 36

25

Blusas e camisas;

Lingerie;

Fardas.

− Fibra composta por filamentos contínuos

de poliéster, revestidos a poliéster;

− Máxima tenacidade;

− Alta resistência à tração.

Produto

Acabado

Poliéster-algodão

120 75

60 50

36 25

Artigos têxteis lar. − Fio de núcleo fiado de alta qualidade;

− Excelente resistência e durabilidade;

− Excelente desempenho de costura.

Produto

Acabado

Poliéster alta

tenacidade

180 120

100 80

60 40

20 10

Filtros industriais;

Cintos de segurança;

Air bags;

Calçado de couro;

Artigos de desporto.

− Fio poliéster lubrificado de filamento

continuo de alta tenacidade pré-

estabilizado;

− Boa resistência à abrasão.

Produto

Acabado

Nylon alta

tenacidade

180 120

100 80

60 40

20 10

Artigos de couro;

Artigos de desporto;

Interiores de

automóveis;

Calçado de proteção.

− Fio de nylon lubrificado de filamento

continuo pré estabilizado;

− Excelente resistência à abrasão;

− Acabamento macio que reduz os efeitos

do calor e abrasão da agulha.

Produto

Acabado

A180 A120

S120 M150

D70 Z120

Bordados e

Acolchoados −

Produto

Acabado

Monofilamento de

nylon

150 80

Bainha e costura na

cinta, com ponto

invisível;

Coser etiquetas.

− Fio de poliamida com características de

força e diâmetro estreito;

− Aplicação numa vasta gama.

Mercadoria

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APÊNDICE 2 – INICIAÇÃO

Gestão do projeto Entradas Saídas Ferramentas

1.1 Analisar o plano estratégico

de negócios- Restrições e premissas do projeto;

1.2 Definir e analisar os

objetivos do projeto- Objetivos do projeto;

- Descrição do produto;

- Justificativa que originou o projeto;

- Plano estratégico da empresa;

- Critérios de seleção do projeto;

- Informações históricas relativas ao

desenvolvimento de outros produtos;

- Declaração do âmbito do projeto -

Mod.CD.01_Declaração do âmbito;

- Ativos dos processos organizacionais

(documentação de projetos anteriores,

relatórios, processos, standards e políticas

da empresa,…);

- Opinião especializada;

- Declaração de trabalho;

- Business Case;

- Resgisto dos Stakeholders -

Mod.CD.01_Registo de Stakeholders;

- Fatores ambientais da empresa (estrutura

organizacional, standards da industria,

condições do mercado, legislação,…).

- Brainstorming .

-Ativos dos processos organizacionais;

- Documentos internos;

- Documentos do projeto (OPL, Issue Log ,

registos de riscos,…);

- Fatores ambientais da empresa. - Opinião especializada.

1. Iniciação

1.3 Identificar os Stakeholders

1.2 Desenvolver o Project Charter

- Análise dos Stakeholders;

- Análise do produto;

- Project Charter (Ficha do Projeto).

- Documentos do projeto atualizados -

Mod.CD.01_Issue-Log ;

Mod.CD.01_OPL;

Mod.CD.01_Requisitos de mudança.

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APÊNDICE 3 – PLANEAMENTO INICIAL

Nome da Tarefa Entradas Saídas Ferramentas

2.1 Desenvolver o plano de gestão

do projeto

- Project Charter ;

- Documentos organizacionais;

- Ativos dos processos organizacionais;

- Resultados das atividades de planeamento do projeto;

- Fatores ambientais da empresa (standards da indústria; infraestruturas; requisitos

legais);

- Planeamento estratégico do produto;

- Políticas organizacionais - formais e informais (política de qualidade; administração

do pessoal; procedimentos financeiros, …).

- Plano de gestão do projeto

- Técnicas de recolha de dados:

Brainstorming; entrevistas não

estruturadas;

- Reuniões;

-Opinião especializada.

2.2 Definir o âmbito do projeto

- Plano estratégico da empresa;

- Project Charter ;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Declaração do âmbito do projeto -

Mod.CD.01_Declaração do âmbito;

- Documentos do projeto atualizados.

- Análise de custo/benefício.

2.3 Criar a WBS

- Lista das milestones;

- Declaração do âmbito do projeto;

- Ativos de processos organizacionais.

- WBS;

- Dicionário da WBS;

- Linha de base do âmbito;

- Atualizações dos documentos do projeto.

- Decomposição da WBS;

- Brainstorming.

2.3.1 Definir atividades

- Linha de base do âmbito;

- Ativos dos processos organizacionais;

- Fatores ambientais da empresa.

- Lista de atividades;

- Atributos das atividades;

- Lista das milestones.

- Decomposição da WBS;

2.3.2 Sequenciar as atividades

- Lista de atividades;

- Lista das milestones;

- Declaração do âmbito do projeto;

- Ativos dos processos organizacionais;

- Atributos das atividades;

- Identificação das dependências mandatárias e externas.

- Atualização da lista de atividades;

- Documentos do projeto atualizados;

- Diagrama de rede do cronograma do projeto;

- Diagrama de rede.

2.3.3 Estimar os recursos das

atividades

- Lista de atividades;

- Atributos da atividade;

- Lista de recursos;

- Ativos dos processos organizacionais;

- Fatores ambientais da empresa.

- Requisitos de recursos de atividade;

- Estrutura analítica de rescursos;

- Documentos do projeto atualizados.

2.3.4 Estimar a duração das

atividades

- Lista de atividades;

- Recursos requeridos;

- Requisitos de recursos de atividade;

- Fatores ambientais da empresa;

- Ativos dos processos organizacionais;

- Fatores ambientais da empresa.

- Declaração do âmbito do projeto;

- Ativos de processos organizacionais.

- Lista de atividade atualizada;

- Estimativas de duração das atividades;

- Documentos do projeto atualizados.

- Opinião especializada;

- DSM (Design Struture Matrix )

2.3.5 Elaborar o cronograma do

projeto

- Lista de atividades;

- Atributos das atividades;

- Diagrama de rede do cronograma do projeto;

- Requisitos de recursos de atividade;

- Estimativas de duração;

- Declaração do âmbito do projeto;

- Lista das milestone s;

- Estrutura analítica de recursos;

- Sequênciamento das atividades;

- Ativos dos processos organizacionais;

- Fatores ambientais da empresa.

- Cronograma do projeto;

- Atualização dos recursos requeridos;

- Documentos do projeto atualizados;

- Linha base do projeto.

- Estimativa bottom-up;

- Diagrama de Gantt.

2.3.6 Verificar a viabilidade do

cronograma

- Cronograma do projeto;

- Estimativa da duração das atividades.- Cronograma do projeto.

- PERT;

- CPM;

- Análise das reservas;

- Estimativas por analogia.

- Opinião especializada.

2.3.7 Definir a forma de controlo do

conograma do projeto (reavaliação/

controlo de mudanças)

- Cronograma atualizado do projeto;

- Plano de gestão do cronograma;

- Informação sobre performance do trabalho;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Gestão da performance do trabalho;

- Ativos dos processos organizacionais;

- Requisição de mudanças;

- Documentos do projeto atualizados.

2.4 Elaborar o planeamento os

recursos

- Requisitos de recursos de atividade;;

- Descrição do quadro de recursos (pessoas, equipamentos, materiais)

potencialmente disponíveis;

- Fatores ambientais da empresa;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Descrição dos recursos requeridos em cada elemento

da estrutura analítica do projeto;

- Planeamento dos recursos humanos.

- Estimativa por analogia.

2.5 Elaborar o planeamento

organizacional

- Identificação das interfaces organizacionais do projeto;

- Identificação das interfaces interpessoais entre os diferentes indivíduos que

trabalham no projeto;

- Lista de recursos necessários.

- Cronograma do projeto atualizado;

- Planeamento organizacional.- Opinião especializada.

2.5.1 Formar a equipa do projeto

- Definição das habilidades requeridas e dos intervenientes nos diferentes momentos

do projeto;

- Recursos requeridos;

- Papeis e responsabilidades;

- Estrutura organizacional.

- Matriz de responsabilidade.

2.6 Realizar a Kick-off meeting-Idetificação dos stakeholders ;

- Project Charter .- Ata da kick-off meeting . - Reunião.

2. Planeamento Inicial

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2.7 Planear a gestão de custos- Desenvolvimento dos orçamentos para a execução do projeto.

- Definição dos principais indicadores financeiros do

projeto relacionados com o produto final;

- Plano de gestão de custos do projeto.

- Análise financeira;

- Opinião especializada;

- Reuniões.

2.7.1 Estimar de custos

-Linha base do projeto;

- Cronograma do projeto;

- Plano de gestão dos recursos humanos;

- Registo de riscos;

- Estimativas de duração das atividades;

- Informações históricas organizacionais.

- Estimativas de custos;

- Documentos do projeto atualizados.

-Estimativas bottom-up ;

- Opinião especializada;

- EVM.

2.7.2 Definir e preparar o orçamento

- Análise preliminar de riscos;

- Plano de gestão de custos;

- Acordos contratuais;

- Cronograma do projeto;

- Estimativas de custos;

- Linha base do projeto.

- Plano de gestão dos recursos humanos;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Alocação orçamentária dos custos estimados;

- Requisitos de financiamento do projeto;

- Documentos do projeto atualizados.

2.8 Planeamento da qualidade

- Políticas de qualidade da organização (métricas, informação de desempenho,…);

- Declaração do âmbito do projeto;

- Registo de stakeholder s;

- Registo de riscos;

- Linha base do cronograma;

- Descrição do produto;

- Descrição dos processos;

- Fatores ambientais da empresa;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Plano de gestão de qualidade;

- Requesitos de mudança;

- Ativos dos processos organizacionais atualizados.

- Análise custo-benefício;

- Análise das solicitações de mudança

aprovadas;

- 7 ferramentas da qualidade;

-Opinião especializada;

- Benchmarking;

- Análise de processos.

2.9 Planear e desenvolver plano

de comunicação

- Regsitos dos stakeholders;

- Identificação das tecnologias organizacionais utilizadas;

- Gestão documental;

- Tecnologias de informação e comunicação disponíveis;

- Fatores ambientais da empresa;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Plano de gestão das comunicações;

- Documentos do projeto atualizados.

- Análise das partes interressadas;

- Análise dos requesitos de comunicação;

- Tecnologias de comunicação (email,

whatsapp, ...);

- Relatórios de desempenho;

- Plano estratégico de negócio.

- Análise SWOT; - Reuniões de planeamento;

- Cronograma do projeto; - Opinião especializada;

- Política de gestão de risco; -Análise das variações e tendências;

- Planeamento da gestão da comunicação; -Auditoria dos riscos;

- Funções, responsabilidades e níveis de autoridade para a tomada de decisões;

- Fatores ambientais da empresa;

- Ativos dos processos organizacionais.

-Categorização dos riscos.

2.10.2 Analisar qualitativamente os

riscos potenciais

- Riscos identificados;

- Informações sobre o progresso do projeto;

- Registo de riscos;

-Plano de gestão de riscos;

- Declaração do âmbito do projeto.

-Registo dos riscos atualizados.

- Matriz de qualificação da

probabilidade/impacto de riscos;

- Lista de riscos prioritários.

- Riscos identificados;

- Informações sobre o progresso do projeto;

- Lista de riscos prioritários;

- Registo de riscos.

2.10.4 Planear o controlo e a

monotorização de riscos

-Registo dos Riscos;

- Plano de gestão de riscos.

- Registo de riscos atualizados - Controlo do estado do

risco;

- Atualização do plano de gestão de riscos;

- Documentos do projeto atualizados.

- Declaração do âmbito;

- Descrição do produto;

- Identificação das condições de mercado;

- Estimativas de custo;

- Cronograma do projeto;

- Instruções normativas da empresa para aquisições

- Riscos identificados;

- Fatores ambientais da empresa;

- Ativos dos processos organizacionais.

-Registo dos riscos atualizados.

2.10.1 Identificar e caracterizar os

riscos potenciais

- Declaração do âmbito do projeto; - Melhorias no cronograma do projeto;

-Técnicas de recolha de informação:

Brainstorming;

- Diagrama de Ishikawa.

- Identificação dos riscos externos e relacionados com a gestão do projeto e a

organização;

- Plano de gestão de risco;

-Estimativas de custo das atividades;

- Estimativas de custos de atividades;

- Estimativa da duração das atividades;

- Linha base do âmbito;

- Registo dos stakeholder s;

- Plano de gestão de riscos;

- Plano de gestão do cronograma;

- Plano de gestão da qualidade;

- Documentos do projeto;

- Fatores ambientais da empresa;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Riscos identificados;

- Registo dos riscos.

2.10.3 Analisar quantativamente os

riscos potenciais

- Metodologia de abordagem.

- Documentos de seleção e contrato com fornecedores.- Negociações das aquisições.

- Análise do desempenho das aquisições;

- Tipos de contratos;

- Lista de riscos quantificados prioritários;

- Plano de gestão das aquisições;

- Plano de gestão do projeto;

2.11 Planear as aquisições e

receção de matérias primas

2.10 Planear a gestão de risco

- Plano de avaliação e gestão de riscos;

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APÊNDICE 4 – ACOMPANHAMENTO DO PROJETO

Nome da Tarefa Entradas Saídas Ferramentas

3.1 Dirigir e gerir os

trabalhos do projeto

- Plano de gestão do projeto;

- Requisitos de mudanças aprovados;

- Ativos dos processos organizacionais;

- Ata da reunião anterior;

- Fatores ambientais da empresa.

- Entegáveis;

- Informação sobre a performance das

atividades;

- Relatórios de desempenho e progresso;

- OPL;

- Issue log;

- Requisitos de mudança;

- Ata da reunião;

- Plano de gestão do projeto atualizado;

- Documentos do projeto atualizados.

- Revisões de desempenho (reuniões de

progresso);

- Análises de variação;

- Opinião especializada;

3.2 Realizar a garantia

da qualidade

- Plano de gestão do projeto;

- Métricas e standards de qualidade;

- Informações sobre o desempenho do projeto;

- Documentos do projeto..

- Atualização dos ativos dos processos

organizacionais;

- Requesições de mudanças;

- Projeto de gestão do projeto atualizado;

- Documentos do projeto atualizados.

- Auditorias de qualidade;

- Processos de análise.

3.3 Gerir a equipa do

projeto

- Plano de gestão do projeto;

- Lista de recusos requeridos;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Ativos dos processos organizacionais

atualizados;

- Fatores do ambiente organizacional

atualizados;

- Requisições de mudança;

- Plano de gestão do projeto atualizado.

- Mod.CD.01_Avaliação do desempenho

da equipa.

3.4 Distribuir

informações

- Plano de gestão do projeto;

- Relatórios de desempenho;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Ativos dos processos organizacionais

atualizados.

- Métodos de comunicação;

- Ferramentas de distribuição de

informações.

3.5 Gerir as expectativas

dos stakholders

- Registo dos stakeholders;

- Estratégias de gestão dos stakeholders;

- Plano de gestão do projeto

- Issue log;

- Registos de requisitos de mudança;

- Ativos de processos organizacionais.

- Mod.CD.01_Registo dos Stakeholders

atualizado;

- Ativos de processos organizacionais

atualizados;

- Requisitos de mudanças;

- Documentos do projeto atualizados;

3.6 Gerir as aquisições

- Plano de gestão do projeto;

- Documentos de aquisições;

- Critérios de seleção;

- Propostas dos vendedores;

- Documentos do projeto;

- Ativos dos processos organizacionais

- Seleção dos fornecedores;

- Requisitos de mudança;

- Documentos do projeto atualizados;

- Plano do projeto atualizado.

- Estimativas independentes;

- Opinião especializada;

- Técnicas de análise;

- Negociações.

3.7 Monitorizar e

controlar a integrado de

alterações

- Plano de gestão do projeto;

- Relatórios de desempenho;

- Requisições de mudança;

- Fatoreis do ambiente organizacional

- Ativos de processos organizacionais.

- Atualizações ao plano do projeto;

- Ações corretivas;

- Requisções de mudança;

- Plano de gestão do projeto atualizado;

- Documentos do projeto atualizados;

- Lições aprendidas.

- Valor de trabalho realizado;

- Opinião especializada;

- Técnicas analíticas;

- Reuniões.

3.8 Verificar o âmbito- Plano de gestão do projeto;

- Documentos dos requisitos;

- Entregáveis válidos.

- Entregáveis validos;

- Requisitos de alterações;

- Documentos do projeto atualizados.

3.9 Controlar as

alterações do âmbito

- Plano de gestão do projeto;

- Relatórios de desempenho do projeto;

- Requisições de mudança.

- Atualizações ao plano do projeto;

- Ações corretivas;

- Requisções de mudança;

- Plano de gestão do projeto atualizado;

- Documentos do projeto atualizados;

- Lições aprendidas.

- Cronograma aprovado do projeto; - Atualização do cronograma;

- Requisições de mudança; - Ações corretivas;

- Relatórios de desempenho;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Lições aprendidas;

- Requisições de mudança;

- Documentos do projeto atualizados;

- Base de referência de custos; - Estimativa de custos atualizada;- Earned value managment (EVM) -

Percentagem completa;

- Requisitos de financiamento do projeto; - Informações sobre o trabalho desenvolvido; - Previsão;

- Previsão dos custos;

- Validação dos requisitos de mudanças;

- Relatórios de desempenho. - Atualizações dos documentos dos projetos. - Análise das reservas.

3.12 Controlar a

qualidade

- Plano organizacional de qualidade;

- Métricas e standards de qualidade;

- Requisções de mudança aprovadas;

- Entregáveis;

- Ativos dos processos organizacionais.

- Ajustes no processo;

- Medidas de controlo de qualidade;

- Alterações validadas;

- Entregáveis válidas;

- Ativos de processos organizacionais

atualizados;

- Melhoria da qualidade;

- Documentos do projeto atualizados;

- Ações corretivas e preventivas.

- 7 ferramentas da qualidade;

- Política interna de qualidade.

3.13 Desenvolver o

relatório de performance

- Plano de gestão do projeto;

- Informação sobre o desempenho do projeto;

- Previsão do orçamento;

- Ativos de processos organizacionais.

- Relatórios de desempenho;

- Requisitos de mudança:

- Ativos de processos organizacionais

atualizados.

- Reuniões.

- Plano de gestão de riscos; - Solicitações de alterações do projeto;

- Plano de resposta aos riscos identificados; - Atualizações ao plano de respostas de

riscos;

- Alterações do âmbito;

- Registo de riscos;

- Relatórios de desempenho.

- Ações corretivas;

- Registo de risco atualizado;

- Documentos do projeto atualizados;

- Plano de gestão do projeto atualizado;

- Requisições de mudança.

3.14 Monitorizar e

controlar os riscos- Análise do valor do trabalho realizado.

3.11 Controlar os custos

3. Acompanhamento do projeto

3.10 Controlar o

cronograma

- Requisições de mudanças; -Avaliações de desempenho;

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121

APÊNDICE 5 – ENCERRAMENTO

Nome da Tarefa Entradas Saídas Ferramentas

- Toda a documentação produzida

para o registro e análise do

desempenho do projeto;

- Conjunto dos registos

arquivados pelas partes

apropriadas - Dossiê do

projeto;

- Documentos produzidos para

descrever o produto do projeto

(planos; especificações,

documentação técnica, …);

- Lições aprendidas do

projeto;

- Ativos dos processos

organizacionais;

- Ativos dos processos

organizacionais atualizados;

- Plano de gestão do projeto;

- Entregáveis aprovados; - Produto final;

- Documentos do projeto. - Relatório de encerramento.

4.1 Encerramento - Registo de Lições

aprendidas.

4. Encerramento do projeto

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122

APÊNDICE 6 – TERMO DE ABERTURA

Liconfe

Linhas Industriais, S .A.

ID do Projeto:

Preparado por:

Data

1. Te rminado •2. E m C urso •3. E m C urso • V ai Inic iar •4. E m C urso • E m C urs o •5. E m C urso • T erm inado •6. E m C urso •7. E m C urso •8. Te rminado •9. V a i Inic ia r •

B aixo Médio Alto

X

X

X

X

X

X

X

Pres s upos tos

TERMO DE ABERTURA

NOME DO PROJETO:

RESPONSABILIDADES:

EMISSÃO/REVISÃO: APROVAÇÃO:

DATA DA REVISÃO:

No. DA REVISÃO:No. DO DOCUMENTO

DATA EMISSÃO:

Aprov ação Assinatura

Res trições Fatores críticos de s uces s o

Nom e R es pons abilidades D epartam ento

Equipa do Pro jeto

Financeiro

Ris cos Impacto no negócio Inves timento/Budget

L egenda:

O bjetiv os

Deliv erables

Linha do tempo:

Miles tones S tatus

Jus tificação do Pro jeto

Des crição do produto

D e se nvo lvime nto de um no vo P roduto

Âmbito

Pro ject Charter Identificação do projeto

Nome do Pro jeto S tatus Data de

aprov açãoÁ rea de Foco:

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123

APÊNDICE 7 – DECLARAÇÃO DO ÂMBITO DO PROJETO

Este documento tem como objetivo descrever de forma clara qual o trabalho que deverá ser realizado

e quais entregas deverão ser produzidas. É neste documento que estarão descritos os detalhes do

projeto e do produto a desenvolver, tornando-se numa etapa que auxilia a melhor definição do âmbito.

[Descrição da situação atual e da motição para a realização do projeto. ]

Objetivos deste documento[Descreva o motivo pelo qual esse documento será usado]

[Requisitos e características do produto ou serviço a ser entregue pelo projeto. ]

Âmbito do Produto

Exclusões do projeto / Fora do Âmbito

Situação atual e justificativa do projeto

Objetivos e critérios de sucesso do projeto[Descreva os benefícios esperados detalhando de forma clara objetivos e critérios de sucesso relacionados.

Restrições

[Liste itens reconhecidos como não-escopo de modo a evitar mal-entendidos na conclusão do projeto]

[Restrições adotadas para o projeto. Lista e descreve as restrições específicas associadas com o âmbito que limitam as opções

da equipe.]

Premissas[Relacione as premissas do projeto, ou seja, fatores considerados verdadeiros sem prova para fins de planejamento.]

Estrutura Analítica do Projeto[As entregas e seus critérios de aceitação podem ser descritos na Estrutura analítica do projeto - EAP.]

DECLARAÇÃO DO ÂMBITO DO

PROJETO

Liconfe

Linhas Industriais, S .A.

NOME DO PROJETO:

RESPONSABILIDADES:

No. DO DOCUMENTO

DATA EMISSÃO:

No. DA REVISÃO:

DATA DA REVISÃO:

EMISSÃO/REVISÃO: APROVAÇÃO:

Documentos de Suporte

No. do documento

No. do documento

Mod. CD.01 Brainstorming com priorização

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124

APÊNDICE 8 – REGISTO DOS STAKEHOLDERS

Morada Email Telefone

1 AA

2 BB

3 CC

4 DD

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

Template Integrado de Gestão de Projetos

ID Stakeholder (Nome)

Objetivo do documento

O objetivo deste documento é recolher e analisar todas as informações referentes os interesses, objetivos e preferências das partes

interessadas (Stakeholders ) de forma a mapear os riscos e as necessidades de comunicação do projeto. Desta forma, pretende-se

determinar de que forma podem afetar o projeto, identificar os pontos de contacto e quantificar os graus de poder/influência e interesse.

Registo dos Stakeholders

2/4

Organização

ContactoData de

SubmissãoFunção

EMISSÃO/REVISÃO: APROVAÇÃO:

NOME DO PROJETO:

No. DO DOCUMENTO

DATA EMISSÃO:

No. DA REVISÃO:

DATA DA REVISÃO:

Liconfe

Linhas Industriais, S.A.REGISTO DOS STAKEHOLDERS

RESPONSABILIDADES:

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125

ID Importância Parte interessada Morada Email Telemóvel Organização FunçãoPrincipais

responsabilidades

Principais

interesses /

expectativas

Nível de

Poder/Influência

Nível de

InteresseEstratégia Observações: Conflitos/ Situações a reportar

120

AA0 0 0 0 0

5 - Muito Alto 4 - Alto Facilitador Interna Envolver

212

CC 4 - Alto 3 - Médio Apoiante Externa Monitorizar

38

DD 2 - Baixo 4 - Alto Bloqueador Manter Satisfeito

42

BB 2 - Baixo 1 - Muito baixo Indiferente Manter Informado

50

0

60

0

70

0

80

0

90

0

100

0

110

0

120

0

130

0

140

0

150

0

Template Integrado de Gestão de Projetos 3/4

Análise dos Stakeholders

Liconfe

Linhas Industriai, S.A.

Avaliação

Classificação

IDENTIFICAÇÃO DOS STAKEHOLDERS

NOME DO PROJETO:

Overview

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126

APÊNDICE 9 – GLOSSÁRIO DO REGISTO DE STAKEHOLDERS

Legenda Parte interessadaPrincipais

responsabilidades

Principais

expectativasImportância Poder/Influência Interesse Interno /externo Estratégias

Definição

Pessoa, comunidade ou organização

envolvida cujos interesses podem ser

afetados pelo projeto. Podem, ainda,

exercerem influência sobre o projeto,

as suas entregas e a sua equipa de

trabalho.

Principais

responsabilidades a serem

exercidas no projeto

Principais expectativas a

serem atendidas

Poder x Interesse

x Influência x

Impacto

Nível de autoridade;

Posição hierárquica, de

carisma ou liderança pessoal

Nível de preocupação em

relação aos resultados do

projeto.

Se trabalha na empresa

(interna), senão

(externa)

Estratégia a adotar

1 - Muito baixo 1 - Muito baixo Interna Facilitador Suporta o projeto. Envolver

2 - Baixo 2 - Baixo Externa Indiferente Tem conhecimento sobre o projeto, porém, está neutro. Monitorizar

3 - Médio 3 - Médio Oponente Se tiver oportunidade, prejudicará o progresso do projeto. Manter Satisfeito

4 - Alto 4 - Alto Bloqueador Questiona o acontecer. Manter Informado

5 - Muito Alto 5 - Muito Alto Apoiante Determinado em garantir o sucesso do projeto.

NOME DO PROJETO:

IDENTIFICAÇÃO DOS STAKEHOLDERS

Glossário

Liconfe

Linhas Industriai, S.A.

Nível de compromisso

Postura em relação ao projeto

Aba Análise de Stakeholders

Domínio

0

5

4

3

2

1

1 2 3 4 5

Interesse

++

Poder/

Influência

Manter satisfeito

Estar atento

Manter Positivo

Monitorizar

Manter debaixo de olho

Manter Informado

Envolver suave mas regularmente

Potencial valioso

Gerir ativamente

Comprometer cedo.

Envolver intensivamente.Satisfazer em pelno

+-

Template Integrado de Gestão de Projetos 4/4

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127

APÊNDICE 10 – MATRIZ DE RESPONSABILIDADES

Departamentos

Fases do PDP

Direção G

eral

Com

ercial

Qualidade

e

Manutenção

Produção

Financeira -

Administrativo

Reunião de arranque do projeto (Kick-off meting); A C R R A

Aprovação do projeto e do produto; A I R R A

Aprovação das especificações meta do produto e processo; I R R R C

Aprovação do conceito do produto; I C R R I

Aprovação da versão do projeto do produto; A X R R C

Aprovação do lote piloto (Libertação da produção); I X A A X

Aprovação do produto (Libertação para comercialização). A R R R C

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128

APÊNDICE 11 – WBS

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129

APÊNDICE 12 – ISSUE LOG

ID Status Prioridade Descrição do problema ResponsávelData de

identificaçãoImpacto Tipo de problema Registado por

Data estimada de

resoluçãoData de follow-up Data de resolução Resolução final e ações subsequentes

Documentos de Suporte

No. do documento

No. do documento

No. do documento

PS.NCC.01/00

PO.MAN.01/01

PO.GEM.01/01

Processo Suporte - Não conformidades e Ações Corretivas

Procedimento de Manutenção

Procedimento Gestao de EMM´s

APROVAÇÃO: EMISSÃO/REVISÃO:

Objetivo deste documento

NOME DO PROJETO:

No. DO DOCUMENTO

RESPONSABILIDADES:

DATA EMISSÃO:

No. DA REVISÃO:

DATA DA REVISÃO:

Liconfe

Linhas Industriais, S.A.

Este documento tem como objetivo descrever e registar de forma clara e detalhada todas os problemas (Issues) encontradas no desenrolar do projeto, permitindo apresentar alternativas para solucioná-los. O responsável pelo projeto deve usar o Issue Log para documentar os problemas e monitorar a sua solução, e deve,

inicialmente, definir e classificar as questões com base na sua urgência de resolução e no seu impacto potencial.

ISSUE LOG

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130

APÊNDICE 13 – GLOSSÁRIO DA ISSUE LOG

Categoria Estado Descrição

ID Número de identificação único do problema.

Aberto O problema está atualmente em aberto, mas ainda não foi abordado.

WIP O problema está a ser ativamente trabalhado para a sua resolução.

Encerrado O problema não é mais considerado uma ameaça ativa para o projeto e, pode ser encerrado com ou sem resolução.

Atrasado A resolução do problema está em atraso de acordo com data de resolução esperada.

Em espera O problema foi colocado em espera.

Combinado Dois problemas encontrados similares foram combinados.

Crítico O problema interromperá o progresso do projeto.

Elevado O problema provavelmente afetará o orçamento, o cronograma ou o âmbito do projeto.

Médio O problema afeta o projeto, mas podem ser mitigadas para evitar impacto no orçamento, cronograma, âmbito, recursos, espaço,...

Baixo Um problema de baixo impacto no projeto ou de pouco de esforço para resolver.

Descrição do problema Breve descrição do problema.

Responsável Indivíduo responsável por resolver o problema.

Data de identificação Data em que o problema foi identificado.

Impacto Descrição do impacto do problema, podendo ser em termos das restrições de tempo, custo e âmbito do projeto.

Tipo de problema Descrição do tipo de problema.

Registado por Indivíduo responsável pela identificação e registro do problema.

Data estimada de resolução Data estimada ou meta para a conclusão das ações necessárias.

Data de follow-up Data de revisão do problema em análise.

Data de resolução Data real de conclusão.

Documentação das ações tomadas e do resultado final.

- O problema está resolvido, em caso afirmativo, como?

- Há alguma ação subsequente necessária?

- Há algum risco subsequente?

Resolução final e ações

subsequentes

Status

Prioridade

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131

APÊNDICE 14 – OPL

Liconfe

Linhas Industriais,

S .A.

Objetivo do documento

Anotações

ID Nome TarefaResponsável pela

tarefaPrazo

Data de

ConclusãoStatus

Data de

Submissão

Documentos de Suporte

No. do documento

No. do documento

No. do documento

No. do documento

OPEN POINT LIST (OPL)

NOME DO PROJETO:

Este documento tem como objetivo servir como ferramenta para o controlo das atividades ou ações que devem ser tomadas para executar o

projeto.

No. DA REVISÃO:

DATA DA REVISÃO:

APROVAÇÃO:

RESPONSABILIDADES:

No. DO DOCUMENTO

DATA EMISSÃO:

EMISSÃO/REVISÃO:

Page 145: Projeto de desenvolvimento de novos produtos numa empresa ...repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/64450/1/... · produtos, no sentido de modificar as diretrizes convencionais

132

APÊNDICE 15 – RELATÓRIO DE PROGRESSO

Liconfe

Linhas Industriais, S .A.

Estado geral do projeto Em progresso Sumário

Estado Responsável

ABAIXO

Atrasado

NO PRAZO

Código da EAPDescrição da atividade

e/ou açãoInício Término Status Responsável Estado atual

ATRASADO

EM PROGRESSO

CONCLUÍDA

NÃO INICIOU

ACIMA

NO PRAZO

ABAIXO

NO ORÇAMENTO

No. do documento Mod.DQ.30

No. do documento PS.NCC.01/00

No. do documento

No. do documento

DATA EMISSÃO:

EMISSÃO/REVISÃO:

No. DO DOCUMENTO

Objetivo deste documento

RELATÓRIO DE PROGRESSO

NOME DO PROJETO:

No. DA REVISÃO:

DATA DA REVISÃO:

APROVAÇÃO:

RESPONSABILIDADES:

Âmbito

Componentes do projeto

Notas

Este documento fornece uma rápida visão geral executiva do estado atual do projeto, sendo a principal ferramenta para verificar o progresso do projeto, pelo que este deve ser

atualizado ao final de cada iteração.

Componentes do projeto

Orçamento

Recursos

Tempo

{Inserir a informações sobre o estado geral do projeto e os

seus destaques}

Estado atual do projeto

Estrutura Analítica do Projeto (EAP)

Requisitos de mudança em aberto

Documentos de Suporte

Folha de Projeto

Processo Suporte - Não conformidades e Ações Corretivas

Atividades Concluídas no período

Atividades em andamento

Atividades para o próximo período

Pontos de Atenção (Problemas e Riscos)

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133

APÊNDICE 16 – REGISTO DE RISCOS

Liconfe

Linhas Industriais, S .A.

Glossário >>>

ID Data de Identificação Categoria Tipo de risco Descrição do risco CausaProbabilidade do

risco ocorrer

Impacto no

âmbito

Impacto no

custoImpacto no tempo

Impacto na

qualidade

SeveridadeRanking Responsável Comentários

1[Inserir data]

0 1

2[Inserir data]

0 1

3 [Inserir data] 0 1

4 [Inserir data]0 1

5[Inserir data]

0 1

6[Inserir data]

0 1

7[Inserir data]

0 1

8 [Inserir data]0 1

9 [Inserir data]0 1

PO.AVF.01/00

PO.GC.01/00

PO.GR.01/01

PO.AVC.01/01

Processos de Suporte

No. do documento

No. do documento DOCUMENTO

No. do documento DOCUMENTO

No. do documento DOCUMENTO

Procedimento seleção e avaliação de fornecedores

Procedimento Gestão de compras

Análise e Gestão de Riscos

Avaliação da Satisfação dos clientes

Identificação do Risco

Procedimento de Sistema de Gestão

Registo de Riscos

NOME DO PROJETO:

No. DO DOCUMENTO No. DA REVISÃO

DATA EMISSÃO: DATA DA REVISÃO

Análise do risco

Objetivo do documento

Este documento tem como objetivo identificar e registar todos os riscos, incluindo as demais informações sobre o seu impacto no

projeto e as respetivas ações de resposta.

RESPONSABILIDADES:

EMISSÃO/REVISÃO: APROVAÇÃO:

Page 147: Projeto de desenvolvimento de novos produtos numa empresa ...repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/64450/1/... · produtos, no sentido de modificar as diretrizes convencionais

134

Resposta

estratégicaResponsável Estado Atual

Resposta

AcionadaComentário/ Anotações

Data de conclusão

do risco

Glossário >>>

Plano de resposta ao risco

Controlo do Estado do riscoPlano e estratégia de resposta ao risco

NOME DO PROJETO:

Glossário >>>

Liconfe

Linhas Industriais, S.A.

IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS

Page 148: Projeto de desenvolvimento de novos produtos numa empresa ...repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/64450/1/... · produtos, no sentido de modificar as diretrizes convencionais

135

APÊNDICE 17 – GLOSSÁRIO DO REGISTO DE RISCOS

Severidade Probabilidade Impacto Categoria Tipo de riscoControlo do

estado do risco

Resposta

Estratégica

Definição Probabilidade x Impacto

1 - Muito baixa 1-Muito baixo Organizacional Oportunidade Irrelevante Prevenir

2 - Baixa 2 - Baixa Gestão do projeto Ameaça Controlado Mitigar

3 - Média 3 - Média Técnico Requer atenção Transferir

4 - Alta 4 - Alta Externo Crítico Assumir

5 - Muito Alta 5 - Muito Alta Ultrapassado Explorar

Compartilhar

Melhorar

Irrelevante

Controlar

Requer

atenção

Crítico

Ultrapassado

Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto Probabilidade % de certeza

(Nota = 1) (Nota = 2) (Nota = 3) (Nota = 4) (Nota = 5) 1 - Muito baixa 0 a 20%

Custo Até 2% no orçamento De 2 a 5% no orçamentoDe 5 a 8% no

orçamentoDe 8 a 10% no orçamento

Acima de 10% no

orçamento2 - Baixa 20 a 40%

Tempo Até 2% no prazo total De 2 a 5% no prazo De 5 a 8% no prazo De 8 a 10% no prazo Acima de 10% no prazo 3 - Média 40 a 60%

ÂmbitoDiminuição de âmbito quase

imperceptível

Uma mudança impactará

no custo

Uma mudança

impactará no custo e

no tempo

Uma mudança impactará

no custo, tempo e

qualidade

O objetivo final do

projeto será

desaproveitado

4 - Alta 60 a 80%

QualidadeDegradação de qualidade

quase imperceptível

Apenas os processos muito

exigentes são afetados

Redução da qualidade

requer aprovação do

sponsor

Inaceitável redução de

qualidade inaceitável

O objetivo final do

projeto será

desaproveitado

5 - Muito Alta > 80%

Estratégia

Previnir

Transferir

Mitigar

Aceitar

Estratégia

Explorar

Compartilhar

Melhorar

Aceitar

Descrição

A estratégia explorar pode ser selecionada para riscos com impactos positivos quando a organização quer garantir que a oportunidade é aproveitada. Esta estratégia procura eliminar a incerteza

associada a um determindado risco positivo, garantindo que a oportunidade realmente aconteça. Exemplos de respostas de exploração direta incluem designar os colaboradores com mais

talento da organização para o projeto a fim de reduzir o tempo de conclusão, ou usar novas tecnologias ou atualizações de tecnologias para reduzir o custo e a duração, requisitos para alcançar

os objetivos do projeto.

Compartilhar um risco positivo envolve a alocação integral ou parcial da responsabilidade da oportunidade a um terceiro que tenha mais capacidade de explorar a oportunidade para beneficío

do projeto. Exemplos de ações de compartilhamento incluem a formação de parceiros ou equipas que podem ser estabelecidas coma finalidade de aproveitar a oportunidade de modo a que

todas as partes beneficiem das suas ações.

A estetégia melhorar é usada para aumentar a probabilidade e/ou impactos positivos de uma oportunidade. Identificar e maximizar os principais impulsionadores desses riscos de impacto

positivo pode aumentar a probabilidade de ocorrência. Exemplos de melhoramento de oportunidades são o acréscimo de mais recursos a uma atividade para terminar mais cedo.

Aceitar uma oportunidade é estra disposto a aproveitá-la, caso ela ocorra, mas não persegui-la ativamente.

Se o risco não está ainda no horizonte do projeto.

Caso o risco já demonstre indícios de ocorrência e esteja a ser observado com atenção, implicando ou não o acionamento do plano de resposta ao risco.

Se o risco apresenta sintomas de que irá sair do controlo, com ou sem o plano de resposta ativo.

Se o risco está fora do controlo e já não existe nenhum plano de resposta a ativar a não ser a aceitação das consequências do risco.

Caso o risco já não possa interferir mais com o plano de projeto quer este tenha ocorrido ou não.

Fonte: PMI (2017)

Análise Quatitativa

Riscos

Domínio

Legenda

Controlo do estado do risco

Estratégias para riscos negativos ou ameaças

Descrição

A prevenção de riscos é uma estratégia de resposta ao risco em que a equipa do projeto age para eliminar a ameaça ou proteger o projeto de seu impacto. Envolve a alteração de algum

aspecto do plano de gestão do projeto ou a alteração do objetivo que está em risco, a fim de eliminar totalmente a ameaça. Exemplos disso incluem prolongar o cronograma, alterando a

estratégia do projeto ou reduzindo o âmbito. Alguns riscos podem ser evitados, esclarecendo requisitos, obtendo informações, melhorando a comunicação ou adquirindo conhecimentos

especializados.

A tranferência de riscos é uma estratégia de resposta ao risco em que a equipa do projeto transfere o impacto de uma ameaça para terceiros, juntamente com a responsabilidade pela sua

resposta. Transferir o risco simplesmente passa a responsabilidade para outra parte, mas não o elimina. transferir não significa negar a existência do risco através da sua transferência para um

projeto futuro ou outra pessoa sem ela acordar.Transferir a responsabilidade pelo risco é mais eficaz quando se trata de exposição a riscos financeiros. as ferramentas de transferência podem

ser bastante variadas e incluem, entre outras, o uso de seguros, garantias, fianças, entre outras. podem ser usados contratos ou acordos para transferir a responsabilidade de determinados riscos

para outra parte.

A mitigação de riscos é uma estratégia de resposta ao risco em que a equipa de projeto age para reduzir a probabilidade de ocorrência, ou impacto do risco. Implica a redução da

probabilidade e/ou o impacto de um risco adverso para dentro de limites aceitáveis. Adotar uma ação antecipada para reduzir a probabilidade e/ou impacto de um risco ocorrer no projeto em

geral é mais eficaz do que tentar reparar o dano depois de o risco ter ocorrido. adotar processos menos complexos, fazer mais testes ou escolher um fornecdpr mais estável são exemplos de

ações de mitigação. Quando não é possível reduzir a probabilidade, a resposta de mitigação pode abordar o impacto do risco concentrando-se em fatores que determinam a sua gravidade.

A aceitação do risco é uma estratégia de resposta pela qual a quipa do projeto decide reconhecer a existência do risco e não agir, a menos que o risco ocorra. Esta estratégia indica que a

equipa de projeto decidiu não alterar o plano de gestão do projeto para lidar com um risco, ou não consegiu identificar outra estratégia de resposta adequada. Esta estratégia pode ser passiva

ou ativa. A aceitação passiva não requer qualquer ação, exceto documentar a estratégia, deixando que a equipa de projeto trate dos riscos quando eles ocorrem, e rever periodicamente a

ameaça para assegurar que ela não se altera de forma significativa. A estratégia de aceitação ativa consiste em estabelecer uam reserva de contigeñcia, incluindo tempo, recursos finaceiros ou

recursos para lidar com os riscos.

Estratégias para riscos positivos ou oportunidades

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136

APÊNDICE 18 – REGISTO DE COMUNICAÇÕES

Liconfe

Linhas Industriais, S .A.

Responsável Destinatário Data

No. do documento PO.GC.01

No. do documento PS.CM.01/00

No. do documento Mod.DQ.05/00

No. do documento Mod.DQ.01/00

No. do documento Mod.DQ.03

No. do documento PO.DQ.01/01

No. do documento PSG.QSA.08

Controlo de Documentos Registos e Legislação

Tratamento de Reclamações

Documentos de Suporte

Processo De Suporte Comunicação

Procedimento de Sistema de Gestão: Comunicação Interna e Externa

Matriz de Comunicações

Lista de Controlo de Documentos

Procedimento de Sistema de Gestão

Comunicação Interna e Externa

RESPONSABILIDADES:

Este documento surge da necessidade de registar de forma clara todas as comunicações efetuadas, definindo para isso o seu destinatário e

a data na qual foi efetuada. Este documento torna-se essencial, na medida que o registo das comunicações apoiará o processo de gestão

das comunicações, permitindo que as comunicações do projeto sejam bem planeadas, estruturadas, monitorizadas e controladas com base

nas necessidades de informações qui documentadas.

Objetivo deste documento

Registos das Comunicações

NOME DO PROJETO:

APROVAÇÃO:

Comunicação interna e externa

EMISSÃO/REVISÃO:

DATA EMISSÃO:

No. DA REVISÃO

DATA DA REVISÃO

No. DO DOCUMENTO

Descrição e Conteúdo

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APÊNDICE 19 – LIÇÕES APRENDIDAS

Liconfe

Linhas Industriais, S .A.

Comentários

Sim Não (se necessário utilizar folhas adicionais)

O produto entregue corresponde ao descrito na declaração do âmbito?

O produto entregue permitiu o alcance dos objetivos estipulados?

O número de pessoas alocadas na equipa foi o adequado para a realização

do projeto?

LIÇÕES APRENDIDAS

NOME DO PROJETO:

No. DO DOCUMENTO No. DA REVISÃO:

DATA EMISSÃO: DATA DA REVISÃO:

RESPONSABILIDADES:

EMISSÃO/REVISÃO: APROVAÇÃO:

No. do documento

No. do documento

Os desvios poderiam ter sido evitados?

Houve problemas de comunicação?

Documentos de Suporte

O que fazer da mesma forma em projetos futuros?

O que fazer de forma diferente em projetos futuros?

Que recomendações devem ser feitas para melhorar projetos futuros?

Os clientes estão satisfeitos?

Houve uma clara definição e comunicação dos papéis e responsabilidades

da equipa de projeto?

Os requisitos do trabalho a desempenhar e do projeto foram claros e bem

retidos pela equipa?

Os riscos foram bem identificados?

Acompanhamento

Houve desvios entre os custos efetivos e os orçados?

Precisa de

otimização?

Todas as informações foram devidamente documentadas?

Todos os documentos foram aprovados de forma clara pela direção geral?

Planeamento

Objetivo do documento

Este documento tem como objetivo registar todos os acertos e erros cometidos no decorrer do projeto, bem com os pontos fortes e fracos do projeto,

podendo este ser consultado para projetos futuros.

Tópicos

O planeamento em termos de custo e tempo foi bem definido?

Iniciação

As lições aprendidas foram recolhidas por todos os intrevenientes?

Desenvolvimento do produto

O produto final foi entregue conforme o acordado (requisitos/

especificações)?

Respostas aos riscos adequadas?

Encerramento

Houve desvios entre os prazos realizados e planeados?

Os templates de suporte à gestão de projetos foram bem definidos para

acompanhar as necessidades do projeto?

Todas as aprovações necessárias para a formalização do encerramento

foram obtidas atempadamente?

Se o projeto não foi formalmente encerrado houve ações para mitigar

problemas maiores?

Houve mudanças no plano de projeto após a sua execução?

Houve mudanças no plano do projet após o inicio da execução?

Houve mudanças no âmbito do projeto após o início da execução?

Relatórios/ documentos imprecisos ou incompletos?

Capacidade/competência da equipa do projeto insuficiente?

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Categoria

Cliente

Gestão de Projeto

Fornecedores

Carácter técnico

Liconfe

Linhas Industriais, S .A.

LIÇÕES APRENDIDAS

NOME DO PROJETO:

Departamento:

Nome:

Função Desempenhada:

Lição aprendidaResultado obtido Situação

Proposta de Soluções: Anotações e/ou Comentários

Observações

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APÊNDICE 20 – PRÉ-DESENVOLVIMENTO

Nome da Tarefa Entradas SaídasFerramentas e documentos

de apoio

- Revisão da missão, da segmentação do

mercado, posicionamento no mercado;

- Revisão objetivos e definição de novos;

- Ajuste dos planos estratégicos da empresa;

- Análise do portefólio de produtos da

empresa.

- Lista de ideias e oportunidades;

- Estabelecimento de segmentos de mercado

que a empresa pretende atuar;

- Análise da concorrência;

- Análise SWOT;

- Análise PEST.

- Dados de fontes secundárias de

tecnologia e mercado.- Pesquisa de mercado.

1.3.1 Consolidar informações de fontes

de dados secundários

- Dados de fontes secundárias de

tecnologia e mercado;

- Necessidades dos clientes;

- Relatório da pesquisa de mercado.

- Relatório final da com a informação

consolidada.

1.3.2 Identificar necessidade de dados

primários- Necessidades primárias identificadas. - Planeamento da recolha de dados primários.

1.3.3 Consolidar dados primários

- Definição segmentos do mercado;

- Identificação da concorrência interna

(local) e externa (internacional);

- Dados internos;

- Necessidades dos clientes.

- Dados sobre tecnologia e inovação;

- Dados financeiros.

- Análise dos segmentos de mercado;

- Análise de dados concorrenciais;

- Análise da performance dos concorrentes;

- Revisão das declarações da empresa

(missão, visão, valores, políticas,..).

- Identificação de potenciais clientes.

- Análise do histórico e desempenho da

empresa.

- Consulta da base de dados;

- Pesquisa de mercado.

1.3.4 Análisar o atual portefólio de

produtos

- Avaliação do desempenho dos produtos

em portefólio e do seu posicionamento no

mercado.

- Planeamento estratégico dos produtos. - Reunião.

1.3.5 Triagem de ideiasInformações de fontes secundárias e

primárias

- Diretrizes de novos produtos

- Lista de novos produtos e respetivos

conceitos.

- Brainstorming.

1.3.6 Selecionar o novo produto a

desenvolver

- Oportunidades identificadas na análise

SWOT e PEST;

- Diretrizes de novos produtos;

- Lista de novos produtos e respetivos

conceitos.

- Ideia para o novo produto;

- Cronograma inicial.- Brainstorming com prioritização.

- Aprovação do projeto e do produto

selecionado;

- Descrição do âmbito do produto;

1. Pré-Desenvolvimento

1.4 Obter consenso sobre o produto a desenvolver

1.1 Rever o planeamento estratégico da empresa (PEE)

1.2 Elaborar o planeamento estratégico de

desenvolvimento do produto (PEDP)

Gate 0: Aprovação do projeto e

produto

- Termo de abertura do projeto;

- Business Case .

- Descrição do quadro de recursos;

- Novo produto selecionado.

- Políticas, visão e valores

organizacionais atuais.

- Plano estratégico da empresa;

- Necessidades da empresa.

- Reuniões.

1.3 Avaliar informações sobre a tecnologia e o mercado

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APÊNDICE 21 – DESENVOLVIMENTO

Entradas SaídasFerramentas e documentos de

apoio

- Plano do Projeto;

- Orçamento global do produto;

- Dados de fontes internas e externas.

- Plano de projeto informacional.

- 5W2H;

- Metodologia de Análise e Solução de

Problemas (MASP).

1.2.1 Detalhar especificações de produto

- Plano do projeto;

- Especificações das oportunidades;

- Dados de fontes internas e externas.

- Conceito do produto.

1.2.2 Pesquisar padrões/ normas/patentes e legislação

- Dados de fontes internas e externas;

- Dados de pesquisas bibliográficas;

- Conceito do produto.

-Relatório de restrições do produto;

- Controlo de Documentos Registos e Legislação

(PO.DQ.01/01).

- Brainstorming;

- Pesquisa bibliográfica;

- Consulta de fornecedores e especialista na

área.

- Plano do Projeto.

- Fases do ciclo de vida do produto;

- Clientes envolvidos em cada fase do ciclo de

vida.

- Matriz de mapeamento.

1.3.1 Recolher as necessidades dos clientes em cada fase do

ciclo de vida do produto

- Conceito do produto;

- Necessidades dos clientes;

- Ficha de Clientes (Mod.GC.01).

- Mapa do ciclo de vida;

- Clientes do produto e processo.

- Pesquisa de mercado, espiral de

desenvolvimento.

1.3.2 Definir atributos do produto no ciclo de vida - Mapa do ciclo de vida do produto, clientes do produto. - Atributos do produto. - Matriz de atributos.

1.4.1 Identificar e definir os requisitos dos técnicos e de mercado

- Ciclo de vida do produto;

- Clientes do produto;

- Necessidades dos clientes;

- Atributos do produto.

- Relatório de requisitos técnicos e de mercado

(Requisitos do cliente).

1.4.2 Detalhar requisitos normativos e legais- Dados de fontes internas e externas;

- Plano de projeto do produto.- Relatório de requisitos normativos e legais.

1.4.3 Detalhar requisitos de produção, embalagem,

armazenamento, distribuição

- Dados de fontes internas e externas;

- Relatório de tecnologias para o projeto do produto.- Relatório dos requisitos de fabricação,

embalagem e distribuição.

1.4.4 Elaborar as especificações de projeto do produto- Relatório de requisitos técnicos e de mercado;

- Relatório de requisitos normativos e legais.

- Relatório com as especificações meta;

- Conceito final do produto.

1.2 Recolher informações para o projeto do produto

2. Desenvolvimento

1.3 Detalhar o ciclo de vida do produto

1.4 Detalhar as especificações de projeto do produto

Fase 1

1.1 Elaborar o plano de projeto informacional

Projeto Informacional

- Brainstorming;

- Benchmarking;

- QFD (Quality Function Deployment);

- Pesquisa do mercado.

Nome da Tarefa

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141

Entradas SaídasFerramentas e documentos de

apoio

1.5.1 Realizar o estudo informativo do projeto do processo

- Plano de projeto do produto;

- Especificações técnicas de projeto do produto;

- Conceito do produto;

- Relatório sobre as restrições do produto.

- Conceito do processo. - Brainstorming.

1.5.2 Pesquisar padrões/ normas/ patentes /restrições e

legislação de processos

- Relatório dos requisitos técnicos do produto normativos e legais;

- Requisitos de produção do produto e embalamento.

- Relatório de restrições técnicas do processo;

- PO.DQ.01/01

- Legislação aplicável;

- Brainstorming;

1.6.1 Estabelecer requisitos técnicos do processo - Especificações de projeto do produto. - Relatório de requisitos técnicos de processo; - Consulta com especialistas.

1.6.2 Estabelecer requisitos legais do processo - Relatório de restrições técnicas do processo. - Relatório de requisitos normativos e legais; - Consulta da legislação.

1.6.3 Elaborar as especificações de projeto do processo- Relatório de requisitos técnicos do processo;

- Relatório de requisitos normativos e legais.- Especificações técnicas do projeto do processo;

- Análise e Gestão de Riscos (PO.GR.01/01)

1.8.1 Avaliar o cumprimento das tarefas planeadas - Análise de problemas;

1.8.2 Avaliar a viabilidade económica - Técnicas de na análise económica e financeira.

1.9.1 Avaliar e discutir o relatório de progresso com a equipa de

desenvolvimento

1.9.2 Decidir implementar ações corretivas

- Plano de projeto atualizado;

- Plano de açõe corretivas.

- Registo de lições aprendidas;

- Encerramento do plano de projeto informacional.

1.9 Aprovar fase

1.10 Atualizar o plano do projeto, documentar as decisões tomadas e

registar lições aprendidas

1.8 Avaliar fase

1.7 Monitorizar as informações de fontes internas e externas

1.5 Recolher de informações para o projeto do processo

1.6 Recolher informações para as especificações de

projeto do processo

- Plano do projeto;

- Identificação de necessidades de mudanças no projeto.

- Plano de Projeto Informacional. Plano do projeto atualizado; Plano de ações corretivas.

- Relatório de progresso.

Nome da Tarefa

Gate 1: Aprovação das

especificações meta do produto

e do processo

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Nome da Tarefa Entradas SaídasFerramentas e documentos de

apoio

- Especificações do produto;

- Plano do projeto;

- Orçamento global do projeto.

- Plano de projeto conceitual;

- 5W2H;

- Metodologia de Análise e Solução de

Problemas (MASP).

- Especificações do produto;- Requisitos funcionais;

- Esboço e design inicial.- Modelagem funcional.

2.2.1 Estabelecer função global - Identificar funções do produto.

- Modelagem/conceção do produto. - BOM inicial. - Benchmarking.

2.3.1 Identificar e analisar aspetos críticos do produto

- Dados de fontes internas e externas;

- Especificações de produto e processo;

- Catálogo de matérias primas;

- Relação de fornecedores;

- Histórico de compras;

- Relatórios de produtos concorrentes e similares.

- Relatório sobre as MP - Consulta da base de dados interna.

2.3.1.1 Selecionar e definir metragens adequadas -Metragens existentes no portefólio de produtos;

- Identificação de metragnes mais comuns utilizadas pelo mercado.- Metragens do produto.

2.3.1.2 Definir o tipo de fio - Análise do catálogo de fios em portefólio. - Fio selecionado.

2.3.1.3 Definir o tipo de cone (caso necessário) - Análise do catálogo de cones dos fornecedores. - Selecionado o tipo de cone para a boninação do fio .

2.3.1.4 Definir linguagem de identificação do produto

universalmente- Análise da identificação do produto no mercado. - Definição do nome da familia do novo produto.

2.3.1.5 Definir requisitos de embalamento - Análise das características de acondicionamento. - Processo de embalamento.

2.3.1.6 Definir parâmetros principais (forma, materiais,

dimensões e capacidades)- Especificações de projeto do produto.

- Especificações de projeto do produto e processo;

- Catálogos de equipamentos;

- Dados de fontes internas e externas;

- Relatório sobre as MP;

- Relatório de análise dos concorrentes.

- Relatórios sobre os processos de produção.- Consulta da base de dados interna;

- Pesquisa de mercado.

2.4.1 Definir o plano macro do processo de fabricação- Conceção do produto definida;

- BOM inicial.- Relatório do processo de produção (macro).

Fase 2

2.3 Definir arquitetura do produto

Projeto Conceptual - Planeamento Preliminar

2.2 Modelar funcionalmente o produto

2.1 Elaborar o plano de projeto conceitual

2.4 Pesquisar processos de produção

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143

Nome da Tarefa Entradas SaídasFerramentas e documentos de

apoio

- Especificações de projeto do produto;

- Processo e embalagem;

- Catálogos de embalagens e etiquetas;

- Relatório sobre produtos concorrentes e similares.

- Relatório do tipo de embalagens e etiquetas.

- Plano do projeto;

- Especificações de projeto do processo;

- Especificações de projeto do produto;

- Especificações da embalagem.

- Lista de especificações de produto/processo para o

fornecedor de equipamentos e matérias-primas.

- Consulta da base de dados interna;

- Consulta de especialista.

- Estimativas de custo do processo;

- Custo das MP;

- Conceção do produto e do processo.

- Relatório de custo das conceções. - Consulta da base de dasos interna.

- Atualização da procura do produto no mercado.- Realatório sobre a procura do produto no mercado.

- Análise e Gestão de Riscos (PO.GR.01/01) - Pesquisa de mercado.

2.9.1 Avaliar o cumprimento das tarefas planeadas - Análise de problemas;

2.9.2 Avaliar a viabilidade económica - Técnicas de na análise económica e financeira.

2.10.1 Avaliar e discutir o relatório de progresso com a equipa de

desenvolvimento

2.10.2 Decidir implementar ações corretivas

- Plano de projeto atualizado;

- Plano de açõe corretivas.

- Registo de lições aprendidas;

- Encerramento do plano de projeto conceitual.

2.7 Fazer estimativas do custo do processo

2.8 Monitorizar as informações de fontes internas e externas

2.6 Identificar as especificações de projeto relacionadas ao

desenvolvimento de fornecedores

2.5 Pesquisar tipos de design de embalagens e rótulos

2.10 Aprovar fase

- Plano de Projeto Conceitual.- Plano do projeto atualizado;

- Plano de ações corretivas.

2.9 Avaliar fase

- Plano do projeto;

- Identificação de necessidades de mudanças no projeto. - Relatório de progresso.

2.11 Atualizar o plano do projeto, documentar as decisões tomadas e

registar lições aprendidas

Gate 2: Aprovação do conceito

do produto.

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Nome da Tarefa Entradas SaídasFerramentas e documentos de

apoio

- Conceção do produto e do processo;

- Plano atualizado do projeto;

- Orçamento global do projeto.

- Plano de projeto detalhado.

- 5W2H;

- MASP;

- Consulta da base de dados.

- Estudo das estruturas de processos já existentes. - Estrutura do processo de produção.

3.2.1 Definir o tipo de processo produtivo

- Plano de projeto;

- Relatório das restrições de projeto;

- Conceito do processo;

- Relatório das restrições técnicas do processo;

- Relatório da procura do produto.

- Definição do tipo de processo de produção.

- Avaliação do volume e variedade de cores,

metragens e espessuras;

- Fontes de dados internas e externas;

- Consulta da base de dados.

3.2.2 Definir interfaces com os subsistemas - Subsistemas produtivos.- Necesssidades de interfaces entre os

subsistemas.- Consulta da base de dados interna - ERP.

- Relatório dos fornecedores de equipamentos e MP;

- Estimativa de custos da conceção.

- Informação dos fornecedores;

- Certificação fornecedores;

- Contratos com fornecedores;

- Confirmação de cotação;

- Relatório de fornecedores.

- Consulta da base de dados interna -

ERP.

3.3.1 Selecionar possíveis fornecedores

- Relatório dos fornecedores de equipamentos e MP;

- Estimativa de custos da conceção;

- Histórico de fornecimento;

- Procedimento Seleção e Avaliação de Fornecedores (PO.AVF.01/00).

- Seleção dos fornecedores.

- Consulta da base de dados interna;

- Avaliação do sistema de qualidade do

fornecedor.

3.3.2 Homologar fornecedores - Seleção dos fornecedores. - Homolgação dos fornecedores.

- Especificações dos equipamentos;

- Recursos disponíveis.- Projetos dos recursos de produção.

3.4.1 Pesquisar informações sobre custos, tempo, capacidades e

competências dos equipamentos- Catálogos dos fornecedores.

- Relatório sobre as capacidades e competências dos

equipamentos.

3.4.2 Selecionar/Especificar máquinas e equipamentos - Relatório sobre as capacidades e competências dos equipamentos. - Seleção dos possíveis equipamentos.

- Procedimento Gestão de Compras (PO.GC.01/00)

3.5.1 Orçar os equipamentos dos fornecedores - Seleção dos possíveis equipamentos. - Orçamento para os equipamentos.

3.5.2 Estimar os custos dos equipamentos para a empresa- Orçamento do projeto;

- Orçamento dos equipamentos.- Estimativa dos custos dos equipamentos.

3.5.3 Orçar matérias-primas - Seleção de MP - BOM inicial.

3.5.4 Avaliar amostras recebidas - Amostras recebidas- Aprovação da matéria-prima;

- Acordo de entrega de fornecedores.

- Plano de processo (macro).

3.6.1 Levantar as necessidades de instrumentos e equipamentos

de apoio

- Projeto detalhado dos equipamentos;

- Definição do layout final;

- Contrato com fornecedores;

- Análise dos aspetos críticos.

- Relatório das necessidades de instalações industriais.- Catálogos;

- Consulta da base de dados.

3.6.2 Projetar o layout do processo de produção (Chão de fábrica)- Proposta de equipamentos;

- Contratos de fornecedores.

- Projeto detalhado dos equipamentos para a produção

industrial (desenhos, recomendações, capacidades,

recomendações de instalação);

- Àrea requerida por centro de trabalho.

- FMEA.

3.6.3 Finalizar o dimensionamento e seleção de fornecedores

- Relatório de restrições técnicas de processo;

- Especificações técnicas do produto;

- Relatório de fornecedores;

- Relatório de custos de conceção;

- Relatório do histórico de fornecedores.

- Dimensionamento e seleção de equipamentos.

- Consulta da base de dados;

- Catálogos;

- Modelos de orçamentação.

3.3 Desenvolver fornecedores

3.6 Detalhar o projeto da planta de produção industrial

Fase 3 Projeto Detalhado

3.1 Elaborar o plano de projeto detalhado

3.2 Definição da estrutura do processo de produção

3.4 Projetar recursos de produção

3.5 Planear as aquisições

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Nome da Tarefa Entradas SaídasFerramentas e documentos de

apoio

- Projeto detalhado dos equipamentos para a produção industrial;

- Tipo de processo produtivo;

- Àrea requerida por centro de trabalho;

- Restrições para áreas de trabalho.

- Projeto detalhado do fluxo de produto e arranjo físico.

- Análise da localização de recursos;

- Diagramas de fluxo;

- Consulta da base de dados.

3.7.1 Definir e sequenciar operações

- Relatório do processo de produção;

- Modelagem do produto;

- Projeto detalhado dos equipamentos para a produção industrial.

- Sequenciação definida;

- Análise da localização de recursos;

- Diagramas de fluxo;

- Consulta da base de dados.

3.7.2 Planear processo de montagem de equipamentos (macro)- Proposta de equipamentos;

- Projeto detalhado dos equipamentos para a produção industrial.- Plano de montagem de equipamentos. - Análise da localização de recursos.

3.7.3 Selecionar/Especificar os colaboradores e respetivas

habilidades- Lista de recursos diposníveis na empresa. - Seleção de colaboradores. - Consulta da base de dados.

37.4 Atualizar BOM - BOM inicial; - BOM final.

- Projeto dos recursos;

- Planos de processo (otimizados). - Planeamento da produção do lote piloto.

3.8.1 Aprovar o planeamento do processo produtivo - Planeamento da produção do lote piloto. - Aprovação formal do processo de produção.

- Análise do portefólio de embalagem da empresa;

- Catálogos dos fornecedores.

- Projeto da embalagem;

- Seleção do fornecedor;

- Contrato com fornecedores.

- Arquitetura do produto;

- Relatório dos requisitos de fabricação, embalagem e distribuição. - Plano do processo de embalamento. - Análise da localização de recursos.

3.11 Analisar as alterações necessárias - Análise das áreas atuais de trabalho. - Relatórios das mudanças necessárias a realizar.

- Procedimento Comercial e Expedição (PO.DC.01/00).

3.11.1 Estabelecer os canais de vendas- Análise dos canais de vendas atuais;

- Análise da procura.- Seleção de canais de vendas.

3.11.2 Acompanhar o produto- Painel de vendas dos produtos da empresa;

- Análise ABC dos produtos.

- Painel de vendas dos produtos com uma secção

dedicada ao novo produto.

- Consulta da base de dados de vendas;

- Software Primavera;

- Análise ABC.

3.11.3 Garantir o compromisso que o cliente vai comprar- Identificação de possíveis clientes;

- Ficha de Clientes (Mod.GC.01).

Lista de clientes interessados, Proposta Comercial

(Mod.DC.03)

- Pesquisa de mercado;

- Consulta da base de dados.

- Recolha dos custos, tempos, capacidades e competências para a execução

final do projeto de instalação da planta industrial;

- Contratos com fornecedores (equipamento e serviços).

- Relatório de avaliação dos custos.

- Plano do projeto;

- Projeto detalhado da planta industrial;

- Atualização da procura do produto no mercado.

- Relatório sobre a procura do produto no mercado;

- Identificação de necessidades de mudança do projeto;

- Análise e Gestão de Riscos (PO.GR.01/01)

- Pesquisa de mercado;

- Consulta da base de dados.

3.14.1 Avaliar o cumprimento das tarefas planeadas - Análise de problemas.

3.14.2 Avaliar a viabilidade económica - Técnicas de na análise económica e financeira.

3.15.1 Avaliar e discutir o relatório de progresso com a equipa de

desenvolvimento

3.16.2 Decidir implementar ações corretivas

- Projeto detalhado da planta industrial;

- Plano de projeto;

- Plano de projeto detalhado.

- Registo de lições aprendidas;

- Encerramento do plano de projeto detalhado.

3.7 Planear o processo de produção físico

3.8 Planear Produção Piloto

3.13 Monitorizar as informações de fontes internas e externas

3.14 Avaliar fase

- Plano do projeto;

- Identificação de necessidades de mudanças no projeto. - Relatório de progresso.

3.9 Projetar embalagem e etiquetas do produto

3.10 Planear processo de embalamento

3.11 Realizar o planeamento da comercialização

3.12 Detalhar o custo de instalação da planta industrial e processo de

produção

3.16 Atualizar o plano do projeto, documentar as decisões tomadas e

registar lições aprendidas

3.15 Aprovar fase

- Plano de Projeto detalhado.- Plano do projeto atualizado;

- Plano de ações corretivas.

Gate 3: Aprovação da versão do

projeto do produto.

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146

Nome da Tarefa Entradas Saídas Ferramentas

- Plano de projeto atualizado;

- Orçamento global do projeto do produto.- Plano de preparação da produção. - Consulta da base de dados.

- Plano de preparação da produção. - Consulta da base de dados - ERP.

4.2.1 Encomendar de matérias-primas

- Acordo de entrega dos fornecedores;

- Aprovação da matéria-prima;

- BOM Inicial;

- Necessidades de Stock;

- Seleção das MP.

- Necessidades de compra;

- Ordem de compra;

- Nota de Encomenda.

- Consulta da base de dados - ERP.

4.2.2 Comprar equipamentos

- Orçamento dos equipamentos;

- Estimativa dos custos dos equipamentos;

- Seleção dos possíveis equipamentos;

- Homolgação dos fornecedores.

- Ficha Técnica da Máquina (Mod.Man.03).

- Projeto detalhado do layout industrial;

- Plano de montagem;

- Orçamento e contratos com forncedores;

- Plano detalhado do arranjo físico da produção;

- Projeto detalhado das instalações.

- Orçamento global.

- Plano de instalação do layout industrial. - Consulta da base de dados.

4.3.1 Conferir dados fiscais e complitude das partes - Documentação referente a recursos entregues.

4.3.2 Montar e instalar o equipamento

- Dimensionamento e seleção de equipamentos;

- Projeto detalhado dos equipamentos para a produção industrial (desenhos,

recomendações, capacidades, recomendações de instalação);

- Àrea requerida por centro de trabalho.

- Equipamento instalado no chão de fábrica - Ckeck-list.

4.3.3 Testar o equipamento - Ficha Técnica da Máquina (Mod.Man.03). - Relatório do teste ao equipamento.

4.3.4 Adaptação dos fusos aos cones utilizados - Plano de alterações a equipamento. - Relatório de alterações realizadas.

4.3.5 Aprovar equipamento- Relatório do teste ao equipamento;

- Relatório de alterações realizadas.- Aprovação de equipamento.

4.3.6 Receção de matérias-primas e semi-acabados- Nota de Encomenda;

- Guia de Transporte. - Rastreabilidade da Matéria-prima (PO_RMP.01/00).

4.3.8 Aprovar recursos- Aprovação da matéria-prima;

- Aprovação de equipamento.- Aprovação de recursos.

4.4.1 Elaborar manual de boas práticas de operação

- Projeto da planta industrial;

- Consulta da legislação;

- Especificações técnicas de produto e processo;

- Modelo para eleboração de novo instrução de trabalho (Mod.DQ.02).

- Manual de procedimentos de produção (PO.RP.01/00).

- Consulta de base de dados;

- Consulta da legislação aplicável;

- Consulta aos fornecedores de equipamenos.

4.4.2 Criar manual de formação básica - Manual de operação de equipamentos. - Manual de formação básica.

4.4.3 Elaborar procedimentos da analise de produto acabado e

embalagens

Especificações técnicas de projeto do produto acabado;

- Especificações técnicas de matérias primas;

- Especificações técnicas do material de embalagem.

- Procedimentos de análise.

4.2 Verificar os materiais necessários estão

encomendados ou em stock

Fase 4 Preparação da produção

4.1 Elaborar o Plano de preparação da produção

4.3 Receber e instalar a planta insdustrial

4.4 Elaborar documentos de apoio à produção

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147

Nome da Tarefa Entradas SaídasFerramentas e documentos de

apoio

- Lista de pessoas envolvidas com processos produtivos;

- Manual de formação básica;

- Formação (PO.F.01/01).

- Funcionários formados.

- Especificações técnicas de projeto do produto e projeto do processo;

- Relatório de fornecedores;

- Relatório de análise de matérias primas.

- Especificações técnicas do material da embalagem;

- Aprovação do design;

- Relatório de análise de embalagens.

- Consulta da base de dados.

- Plano de preparação da produção. - Consulta da base de dados - ERP.

4.2.1 Encomendar de matérias-primas

- Acordo de entrega dos fornecedores;

- Aprovação da matéria-prima;

- BOM Inicial;

- Necessidades de Stock;

- Seleção das MP.

- Necessidades de compra;

- Ordem de compra;

- Nota de Encomenda.

- Consulta da base de dados - ERP.

4.2.2 Compra de equipamentos

- Orçamento dos equipamentos;

- Estimativa dos custos dos equipamentos;

- Seleção dos possíveis equipamentos;

- Homolgação dos fornecedores.

- Ficha Técnica da Máquina (Mod.Man.03).

- Plano de preparação para a produção;

- Planta de produção industrial;

- Plano de projeto do produto;

- Orçamento global de projeto.

- Amostras do produto.

- 5W2H;

- Consulta da base de dados;

- Consulta com fornecedores.

- Protótipo do produto;

- Documentação detalhada do projeto;

- Projeto da embalagem;

- Material de apoio.

- Homologação do produto.

4.8.1 Teste alfa de validação do produto

- Amostras do teste piloto;

- Especificações de projeto do produto;

- Relatório de análise de matérias primas.

- Relatório de avaliação do teste;

- Amostras do produto.

4.8.1.1 Verificar o atendimento aos requisitos e normas

estabelecidas

- Legislação aplicável;

- Procedimentos de operação.

- Aprovação das amostras;

- Controlo de Documentos Registos e Legislação

(PO.DQ.01/01).

4.8.2 Teste Beta de validação do produto - Amostras do teste beta.- Relatório de acompanhamento e controlo;

- Formulário de acompanhamento e controlo.

4.8.2.1 Realizar o teste de validação das amostras junto aos

clientes

- Ficha técnica de alterações;

- Protótipo aprovado;

-Ficha de Clientes (Mod.GC.01).

- Relatório do teste Beta.

4.8.2.2 Obter aprovação final dos clientes - Feedback dos clientes. - Aprovação dos clientes.

4.8.3 Homologar o produto

- Relatório de avaliação do teste alpha;

- Amostras do produto;

- Relatório do teste Beta.

- Homologação do Produto

4.8.3.1 Determinar preço - Relatório de custo das conceções. - Tabela de Preços.

4.8.3.3 Verificar as tolerâncias de qualidade

- Relatório de avaliação do teste alpha;

- Amostras do produto;

- Relatório do teste Beta.

- Tolerências do produto.

4.8.3.4 Criar literatura de especificação de produto - Template das fichas técnicas da empresa;

- Homologação do Produto.- Ficha técnica do produto.

4.5 Fornecer formação aos colaboradores

4.8 Testar e homologar produto

4.7 Produzir o lote piloto (produção de amostras)

4.6 Rever e finalizar o design da embalagem

4.2 Verificar os materiais necessários estão encomendados ou em

stock

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Nome da Tarefa Entradas SaídasFerramentas e documentos de

apoio

- Exigências de regulamentação. - Certificação do produto.

- Lote piloto produzido;

- Análise da capacidade produtiva;

- Análise do processo produtivo;

- Avaliação da qualidade do processo e do produto;

- Relatórios dos testes (alfa e beta).

- Homologação do processo;

- Relatório final de análises;

- Relatório final de produção piloto.

- Análise dos sistemas de medição (MAS);

- Cálculos do CP e CPk;

- CEP (Controle Estatístico de Processos).

- Relatório final das análises e teste da produção piloto;

- Especificações técnicas de projeto do produto e processo.- Relatório de ações corretivas.

4.11.1 Otimizar os tempos de fabricação e embalamento

- Problemas na produção do lote piloto;

- Problemas na homologação do processo;

- Relatório de ações corretivas;

- Especificações técnicas de projeto do produto.

- Processo otimizado (incorporação das correções

no produto e processo).- Procedimentos de operação.

- Informações sobre os processos atuais.- Especificação do processo de produção;

- Contratos de fornecimento fechados.- Análise de fluxo de valor (VSM).

4.12.1 Desenvolver processo de planeamento e controlo da

produção- Estabelecer procedimentos de negócios para encomendas.

- Atualização dos procedimentos de planeamento e

controlo da produção.

- Especificação do processo de produção;

- Ficha Técnica da Máquina (Mod.Man.03).

- Especificação do processo de manutenção;

- Auditoria Interna (PO.AQ.01/01 );

- Gestão de Manutenção (PS.MAN.01/01);

- Plano de Manutenção.

- Ficha Técnica da Máquina (Mod.Man.03).

- Plano de Calibração (Mod.Man.02)

- Plano de controlo de velocidade, peso e atrito

(Mod.DQ.41)

- Registo de Avaria (Mod.Man.04)

- Plano de manutenção preventiva (Mod.Man.08)

- TPM (Total Productive Maintenance);

- Conceitos e técnicas de manutenção.

- Procedimento de vendas e expedição (PC.DC.01/00). - Definição do processo de vendas.

4.14.1 Preparar documentação comercial - Definição do processo de vendas. - Documentação comercial; - Software Primavera.

4.14.3 Formação dos colaboradores - Admissão de Colaboradores (PO.AD.01/01);

- Formação (PO.F.01/01).

- Certificdo de formação;

- Avaliação da formação (Mod.RH.03).

- Procedimento de gestão de clientes (PO.GC.01/00). - Definir processo de atendimento ao cliente.

4.15.1 Desenvolver documentação de atendimento ao cliente - Processo de atendimento ao cliente.

- Ficha de reclamação - cliente (Mod.DQ.01);

- Ficha de reclamação - Comercial (Mod.DQ.02);

- Tratamento de reclamações (Mod.DQ.03);

- Procedimentos de Gestão de Reclamações (PO.GC.01).

4.16.1 Avaliar o cumprimento das tarefas planeadas - Análise de problemas.

4.16.2 Avaliar a viabilidade económica - Técnicas de na análise económica e financeira.

4.17.1 Avaliar e discutir o relatório de progresso com a equipa de

desenvolvimento- Plano de Pepraração da produção.

- Plano do projeto atualizado;

- Plano de ações corretivas.

- Projeto detalhado da planta industrial;

-Plano de projeto;

- Plano de projeto de preparação da produção.

- Registo de lições aprendidas;

- Encerramento do plano de preparação da produção.

- Plano do projeto;

- Identificação de necessidades de mudanças no projeto. - Relatório de progresso.

4.9 Registar e certificar produto

4.10 Elaborar relatório final das análises da produção piloto

4.12 Desenvolver processo de produção

4.13 Desenvolver politícas e procedimentos de manutenção

4.11 Avaliar os resultados e decidir ações corretivas

Gate 4: Aprovação do lote piloto

(Libertação da produção).

4.14 Desenvolver processo de vendas

4.15 Desenvolver processo de atendimento ao cliente

4.18 Atualizar o plano do projeto, documentar as decisões tomadas e

registar lições aprendidas

4.17 Aprovar fase

4.16 Avaliar fase

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Nome da Tarefa Entradas Saídas Ferramentas

- Comunicar os detalhes do lançamento do produto à

organização interna.

-Realização da Produção (PO.RP.01/00)

5.2.1 Encomendar consumíveis- Análise de stock dos consumíveis;

- Previsão das necessidades de consumíveis.- Nota de encomenda.

5.2.2 Analisar encomendas e necessidades de stock

- Calcular os Kg;

- ECF's;

- Análise do stock e encomendas;

- ABC dos produtos.

- Necessidades produtivas. - ERP

5.2.3 Verificar se o fio existe em stock ou encomendado

- Análise das necessidades em B0;

- Requerimentos à tinturaria;

- Notas de encomenda.

- Necessidades de encomenda.

5.2.3.1 Verificar se já foi pedido à tinturaria - Requisição de Tingimento (Mod.DP.04). - Avaliação da data de entrega do fio. - Consulta da base de dados interna.

5.2.4 Receção do fio- Recepção da Matéria-Prima (IT-01);

- Rastreabilidade da Matéria-prima (PO_RMP.01/00).- Guia de Transporte. - Consulta da base de dados interna.

5.2.5 Tratamento do fio

- Picking (IT-02);

- Espectofotometro (IT-03);

- PIELCQ (IT05);

- Matização da cor (IT06).

- Reclamação à tinturaria;

- Registo do Espectofotometro;

- Entrada em WIP.

5.2.6 Verificar disponibilidade do equipamento - Análise da ocupação de equipamentos. - Equipamentos disponíveis.

5.2.7 Verificar que o do fio entre em produção

- Guias de transporte da tinturaria;

- Saída de B0;

- Análise das encomendas.

- Planeamento diário da produção; - Software Primavera

5.2.8 Controlar a qualidade do artigo (níveis de silicone,

bobinagem,...)

- Plano de controlo de velocidade, peso e atrito (Mod.DQ.41);

- Índice de frição (IT02);

- Contador metros (IT04);

- Calculo Massa Linear (IT03).

- Tabela de Metragens de Bobinadoras_TAMB.

- Relatório de não conformidades (Mod.DQ.22);

- Registo da tabela de Metragens de Bobinadoras.

5.2.9 Etiquetar - Máquina de Etiquetar (IT-06);

- Forno ( IT13).- Produto etiquetado.

5.2.10 Embalar - Embalamento (IT-04);

- Embalamento_Limpeza (IT-05);- Produto embalado.

- Catálogo;

- Formulário de controlo e execução;

- Reunião de vendas.

- Atualizar o plano de lançamento do produto.

5.3.1 Promover vendas- Produzir anúncios/brochuras/campanha online;

- Preparar campanha publicitária e propaganda.- Atualizar site da empresa.

5.3.2 Atualizar as previsões de vendas do produto com base no

feedback e na análise do mercado- Painel de vendas.

- Relatório de vendas do produto;

- Previsões de vendas. - Análise do mercado.

Gate 4: Aprovação do produto

(Libertação para

comercialização).

- Especificações do projeto;

- Resultados dos projetos (equipamentos, instalações,…).

- Projeto detalhado da planta industrial;

- Plano de projeto;

- Plano de projeto de preparação da produção.

- Registo de lições aprendidas;

- Encerramento do plano de preparação da

produção.

5.4 Lançar produto

5.6 Atualizar o plano do projeto, documentar as decisões tomadas e

registar lições aprendidas

5.5 Rever desempenho do projeto

5.1 Elaborar o plano de lançamento do produto

5.2 Produção

5.3 Execução de estratégias de vendas e marketing

Fase 5 Produção e lançamento do produto

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APÊNDICE 22 – PÓS-DESENVOLVIMENTO

Nome da Tarefa Entradas SaídasFerramentas e

documentos de apoio

- Relatório de acompanhamento das vendas;

- Relatórios de desempenho do produto;

- Relatórios de pedidos;

- Relatórios de ordens de produção.

- Plano de acompanhamento do

produto e processo

- Dados sobre os processos de vendas, distribuição,

atendimento ao cliente e assistência técnica;

- Informações de mercado;

- Avaliação da Satisfação dos clientes (PO.AVC.01/01).

- Relatórios da avaliação da satisfação dos

clientes;

- Necessidades de modificações;

- Oportunidades de melhoria.

1.2.1 Planear a avaliação -Plano de avaliação de desempenho.

1.2.2 Realizar a avaliação -Plano de avaliação de desempenho.- Questionário de satisfação aos

clientes.

1.2.3 Analisar e consolidar a

avaliação- Questionário de satisfação aos clientes.

- Questionário de satisfação aos clientes

preenchido;

- Relatório de satisfação dos clientes.

1.3.1 Monitorizar o desempenho

técnico do produto no mercado

- Informações de mercado;

- Ficha técnica.

- Relatório de mudança no produto.

1.3.2 Monitorizar o desempenho

técnico do produto na produção

1.3.3 Monitorizar o desempenho

do processo de produção

1.3.4 Monitorizar o desempenho

em vendas

- PO.GC.01/00 – Procedimento Gestão de Clientes;

- PO.GR.01/00 – Procedimento Gestão de

Reclamações.

1.3.5 Monitorizar avaliação

económica do produto

1.3.6 Monitorizar custo do

produto

1.3.7 Consolidar informações

sobre o desempenho (técnico,

económico, ambiental, de

produção e de serviços)

- Novas leis ambientais.

3. Pós-Desenvolvimento

- Relatório de desempenho geral do

produto.

- Especificações finais do produto e sobre o processo

de controlo;

- Informações sobre o controlo de qualidade;

- Ordens de produção.

- Progresso de vendas do produto;

(Dados Comerciais) - Desempenho do produto;

- Pedidos de encomendas;

- Dados económico-financeiros.

- Análise de viabilidade económica.

1.1 Elaborar Plano de Acompanhamento

Produto e Processo

1.2 Avaliar satisfação do cliente

1.3 Monitorar desempenho do produto

(técnico, económico, de produção e de

serviços)