PROJETO DE INTERVENÇÃO COM OS PACIENTES ......A partir deste referencial teórico surge o problema...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
Curso de Especialização em Saúde da Família
MAYLANE DE MACEDO LIMA
PROJETO DE INTERVENÇÃO COM OS PACIENTES HIPERTENSOS
CADASTRADOS NA ESF CASA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE
MOSQUEIRO
BELÉM – PA
2019
MAYLANE DE MACEDO LIMA
PROJETO DE INTERVENÇÃO COM OS PACIENTES HIPERTENSOS
CADASTRADOS NA ESF CASA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE
MOSQUEIRO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Modalidade à distância, Universidade Federal do Pará, Universidade Aberta do SUS, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientador: Carla Andréa Avelar Pires
BELÉM – PA
2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
MAYLANE DE MACEDO LIMA
PROJETO DE INTERVENÇÃO COM OS PACIENTES HIPERTENSOS
CADASTRADOS NA ESF CASA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE
MOSQUEIRO
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial à obtenção do
título de Especialista, Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade
Aberta do SUS, Universidade Federal do Pará, pela seguinte banca examinadora:
Conceito: __________________ Aprovado em: ____/ ____/ ____
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________
Profa. Dra. Carla Andréa Avelar Pires Orientador
__________________________________________________ Prof. Camilo Eduardo Almeida Pereira Membro da Banca
Dedico este trabalho a minha família,
responsáveis diretamente pelo sucesso
do meu trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço neste momento a Deus, minha força nas atribulações do dia-a-dia,
Aos meus familiares, por me entenderem nas ausências nos encontros familiares, o
quão é importante a dedicação aos meus estudos,
Agradeço aos meus pacientes, razão do meu estudo diário,
Agradeço ainda a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
deste trabalho.
Tente mover o mundo. O primeiro passo será mover a si mesmo.
(Platão)
RESUMO Atualmente a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma epidemia mundial devido à sua alta incidência. O presente estudo tem como objetivo implantar a linha do cuidado para o grupo de hipertensos incluindo o mecanismo de referência e contra referência. E para subsidiar a elaboração da proposta de intervenção foi realizada uma pesquisa bibliográfica nos bancos de dados na Biblioteca Virtual em Saúde, Scielo, MedLine e assim forma traçadas as estratégias para manejar corretamente os pacientes com esta doença. A proposta de intervenção foi elaborada seguindo os passos do planejamento estratégico situacional. E espera-se que, com as ações propostas haja melhoria no cuidado integral contínuo, que ocorra um aumento do esclarecimento da população sobre a doença. Espera-se também que seja instalado um fluxo organizado para o grupo dos hipertensos, afim de que consigamos controlar os níveis pressóricos desta população e com isso evitar complicações.
Palavras-chave: Hipertensão Arterial; Educação em Saúde; Adesão ao tratamento.
ABSTRACT Currently systemic arterial hypertension (SAH) is a worldwide epidemic due to its high incidence. The present study aims to implant the care line for the hypertensive group including the reference mechanism and against reference. And to subsidize the elaboration of the intervention proposal a bibliographic research was carried out in the databases in the Virtual Health Library, Scielo, and MedLine, thus tracing the strategies to correctly manage the patients with this disease. The intervention proposal was elaborated following the steps of situational strategic planning. And it is expected that, with the proposed actions, there will be an improvement in the continuous integral care, that there will be an increase in the clarification of the population about the disease. It is also expected that an organized flow will be installed for the hypertensive group, so that we can control the blood pressure levels of this population and thus avoid complications. Keywords: Hypertension; Health education; Adherence to treatment.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:Momento Normativo ...........................................................................15
Tabela 2: Cronograma ......................................................................................17
Tabela 3: Orçamento ………………..…………………………………………….…18
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
1.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 12
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13
2.1. OBJETIVOS GERAIS ......................................................................................... 13
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 13
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 14
3.1. IMPLICAÇÕES ÉTICAS ..................................................................................... 14
3.2. DELINEAMENTO DO ESTUDO ......................................................................... 14
3.3. POPULAÇÃO DE ESTUDO ............................................................................... 14
3.4. VARIÁVEIS DO ESTUDO .................................................................................. 15
3.5. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES .................................................................... 16
3.6. ORÇAMENTO .................................................................................................... 16
4. RESULTADOS ESPERADOS ..............................................................................18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 19
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 20
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1. INTRODUÇÃO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), é caracterizada por pressão arterial
sistêmica persistentemente alta, com base em várias medições. A hipertensão
(hipertensão arterial sistêmica) é atualmente definida como sendo a pressão sistólica
repetidamente maior que 140 mm hg ou a pressão diastólica de 90 mm Hg ou
superior (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
No trabalho desenvolvido por Pimenta, Caldeira (2014), evidenciou que entre
os hipertensos conduzidos na atenção primária através da estratégia de saúde da
família, os fatores de risco cardiovascular utilizados no Exame Físico (EF) são
altamente prevalentes. Deste modo, estes pacientes parecem não estar sendo
conduzidos de forma estratificada.
Assim a aplicação do EF, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde,
traz consigo o desafio de criar estratégias de capacitação e educação continuada
aos profissionais da atenção primária, no sentido de atingir estratificação e manejo
mais adequado da população hipertensa assistida. Alguns fatores de risco
identificados para a Hipertensão Arterial Sistêmica são: idade, sexo, presença de
dislipidemia, diabetes e tabagismo atual.
Também foram obtidas informações sobre fatores de risco concomitantes,
como sedentarismo (considerando-se não sedentário o indivíduo que praticava
atividades físicas regularmente, pelo menos 30 minutos por dia na maioria dos dias
da semana) e história familiar de doença arterial coronariana prematura (para
homens abaixo dos 55 anos e para mulheres abaixo dos 65 anos). Os hábitos
alimentares, apesar de apresentarem um importante impacto na redução da pressão
arterial não foram avaliados por este estudo, considerando a dificuldade logística
para aplicação de recordatórios alimentares.
O estudo de Coutinho, Souza (2012), demonstraram as dificuldades que os
entrevistados tiveram em adotar medidas de controle, que exigem engajamento e
persistência, bem como, maior compreensão sobre a doença e o tratamento
(COUTINHO; SOUZA, 2012).
Já no estudo de Faria et al (2014), o tratamento medicamentoso foi positivo
em todas as ESF, evidenciando que a política pública de distribuição gratuita de
medicamentos pela rede de saúde e o modelo de atenção adotado na ESF podem
12
estar favorecendo as porcentagens de adesão à terapia medicamentosa e não
medicamentosa como as atividades física (FARIA et al, 2014).
A partir deste referencial teórico surge o problema de pesquisa do presente
projeto de intervenção: Até que ponto, após implantação da linha de cuidado do
grupo de hipertensos, os níveis pressóricos dos pacientes serão normalizados?
1.1. JUSTIFICATIVA
A equipe de saúde da família Casa Família está situada no município de
Mosqueiro, Belém no Pará, são duas equipes na mesma unidade, estamos incluídos
na equipe de número 2. A unidade é ampla para um bom serviço de rotina, não
contamos com serviços de tele saúde e de prontuários eletrônicos. Na unidade
temos falta de medicamentos para atendimentos essenciais, contudo, fazemos o
que está dentro de nossas possibilidades.
O grupo de Hipertensos da ESF precisa de um controle regular e mais
rigoroso dos níveis pressóricos. Contudo, na ESF Casa Família no município de
Mosqueiro, pouco são os pacientes no qual verificamos que fazem o tratamento da
hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus de maneira correta, pois os pacientes
relatam esquecer dos medicamentos, as dosagens, horários, enfim,
descaracterizando a adesão medicamentosa.
A partir deste quadro da não adesão a terapia medicamentosa verificou-se a
necessidade da sensibilização dos pacientes para o tratamento medicamentoso e
não medicamentoso, onde podemos contar com os grupos operativos do NASF,
ratificando a importância da dieta e atividade física, visando um melhor prognóstico
aos pacientes com melhor qualidade de vida e reduzindo as consequências da
Diabetes Mellitus e da Hipertensão arterial.
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2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVOS GERAIS
Implantar a linha do cuidado integral para o grupo de hipertensos incluindo o
mecanismo de referência e contra referência.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Aumentar o nível de informação dos pacientes do grupo de hipertensos
acerca da complexidade desta doença.
Aumentar o vínculo com os profissionais do NASF na ESF Casa Família.
Sensibilizar os pacientes da ESF Casa da Família quanto a importância da
adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso.
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3. METODOLOGIA
3.1. IMPLICAÇÕES ÉTICAS
O presente estudo de intervenção será pautado seguindo as normativas do
módulo de iniciação à metodologia da Universidade Federal do Pará e foi
direcionado ao programa de hipertensos que já existe no âmbito do programa saúde
da família. Alguns dados secundários do Município ou da ESF foram utilizados para
subsidiar a proposta de intervenção que teve caráter predominantemente
extensionista.
3.2. DELINEAMENTO DO ESTUDO
O presente estudo trata-se de um projeto de intervenção baseado no nó
crítico identificado de baixa adesão ao tratamento medicamentoso e não
medicamentoso dos hipertensos adscritos na ESF casa família. Tem como
finalidades: Implantar a linha do cuidado integral para risco cardiovascular
aumentado utilizando mecanismos de referência e contra referência sempre que
necessários. Pretende-se também aumentar o nível de informação para a população
sobre os riscos cardiovasculares através de momentos de educação em saúde na
sala de espera, que se dará através de palestras e rodas de conversa, além da
retirada de dúvidas individuais durante as consultas. E ainda aumentar o vínculo
com os NASF.
3.3. POPULAÇÃO DE ESTUDO
O estudo será realizado com os pacientes de ambos os sexos, sem restrição
de idade que possuem diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica e são
cadastrados na UBS Casa Família, Município de Mosqueiro.
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3.4. VARIÁVEIS DO ESTUDO
Os critérios utilizados para a realização do presente estudo são anamnese,
avaliação clínica, aferição de pressão arterial durante uma semana em todos os
pacientes, obedecendo as regras da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que é:
Etapas para a realização da medição:
1.Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre acrômio e olécrano;
2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço;
3. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital;
4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
5. Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial.
6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do
estetoscópio sem compressão excessiva;
7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido
pela palpação;
8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo);
9. Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após,
aumentar ligeiramente a velocidade de deflação;
10. Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff);
11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu
desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa;
12. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento
dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da PAS/PAD/zero;
13. Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto.
Medições adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito
diferentes. Caso julgue adequado, considere a média das medidas;
14. Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do
braço onde foi obtida a maior pressão como referência;
15. Informar o valor de PA obtido para o paciente;
16. Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a PA foi
medida. Itens realizados exclusivamente na técnica auscultatória. Reforça-se a
16
necessidade do uso de equipamento validado e periodicamente calibrado
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOLOGIA, 2016).
3.5 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Tabela 2: Cronograma
ETAPAS
2018∕2019
NOV/2018
DEZ/2018
JAN/ 2019
FEV/2019
MAR/2019
ABR/ MAI 2019
JUN/ JUL 2019
AGO/SET 2019
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
X X
ELABORAÇÃO DO TEXTO DE DISCUSSÃO
X X X
REVISÃO FINAL DO TRABALHO
X X
MAIS SAÚDE
X
MAIS INFORMAÇÃO
X
SAÚDE MENTAL A TODOS
X
APRESENTAÇÃO DO TCC
X
Fonte: Autoria Própria
3.6 ORÇAMENTO
O projeto de intervenção usará recursos humanos já disponíveis na ESF,
como médico, enfermeira e os profissionais do NASF, nutricionista, educador físico e
psicóloga.
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Tabela 3: Orçamento
RECURSOS HUMANOS QUANTIDADE
Médico 1
Enfermeira 1
Nutricionista 1
Educador Físico 1
Agente Comunitário de Saúde 5
Técnico de Enfermagem 2
Digitador 1
MATERIAL DE CONSUMO VALOR
Resma de papel A4 01 R$ 20,00
Caixa de caneta do
tipo piloto 6 Unidades 01
R$ 15,00
Caixa de caneta
estereográfica de 20 unidades 01
R$ 20,00
Folhas de cartolina 30 R$ 65,00
TOTAL R$ 120,00
Fonte: Autoria Própria
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4. RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que se consiga manter os objetivos propostos neste estudo, e que
haja o fortalecimento e o engajamento na realização do grupo operacional dos
pacientes hipertensos, onde os profissionais possam realizam ações em saúde, para
que aumentem o nível de informação acerca da patologia.
A equipe de saúde vem melhorando o vínculo com os profissionais do NASF
e da ESF com os pacientes, seja na acolhida destes, tendo como base a
humanização ou ainda utilizando a visita domiciliar para conseguir melhor interação
entre eles.
A partir destes dois ganhos da interação equipe e paciente, consigamos por
fim sensibilizar os usuários acerca da importância da adesão ao tratamento
medicamentoso com ingestas diárias dos medicamentos prescritos em doses e
horários corretos, bem como os não medicamentosos, como a prática de atividade
física e alimentação equilibrada.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da presente proposta de intervenção, ressaltamos a importância da
implantação do grupo de hipertensos para que possamos aumentar o nível de
informação dos pacientes sobre a HAS, bem como alerta-los sobre as complexidade
da patologia e suas possíveis complicações, sensibilizar os pacientes quanto a
importância da adesão medicamentosa e não medicamentosa a partir do vínculo
criado com os profissionais da ESF Casa da Família e do NASF, para que
consigamos reduzir os níveis pressóricos destes pacientes.
Contudo, algumas dificuldades podem ser encontradas, onde não
conseguimos intervir, seja no encaminhamento para especialidades, falta de
medicamentos na farmácia básica e ainda exames laboratoriais. A intenção é
incorporar na rotina de trabalho da unidade de saúde o empenho do cuidado integral
aos hipertensos fortalecido neste projeto.
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6. REFERÊNCIAS
COUTINHO, Fernanda Helena Penha; SOUZA, Islândia Maria Carvalho de. Percepção dos indivíduos com hipertensão arterial sobre sua doença e adesão ao tratamento medicamentoso na estratégia de saúde da família. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 35, n. 2, p. 397, 2012.
FARIA, H.; SANTOS, M.; ARRELIAS, C.; RODRIGUES, F.; GONELA, J.; TEIXEIRA, C.; ZANETTI, M. Adesão ao tratamento em diabetes mellitus em unidades da Estratégia Saúde da Família. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 48, n. 2, p. 257-263, 1 abr. 2014.
PIMENTA, Henderson Barbosa; CALDEIRA, Antônio Prates. Fatores de risco cardiovascular do Escore de Framingham entre hipertensos assistidos por equipes de Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 1731-1739, 2014.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Volume 107, Nº 3, Suplemento 3, Setembro, 2016. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf