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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA CT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PETRLEO DPET
CURSO DE ENGENHARIA DE PETRLEO CEP
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
PROJETO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DA GUA
PRODUZIDA DE RESERVATRIOS DE PETRLEO PARA SUA
ADEQUAO AO CONSUMO HUMANO
Larissa Cristina da Silva Martins
Orientador: Prof. Dr. Wilaci Eutrpio Fernandes Jnior
Dezembro de 2015
http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/departamento/portal.jsf?lc=pt_BR&id=5075
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LARISSA CRISTINA DA SILVA MARTINS
PROJETO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DA GUA
PRODUZIDA DE RESERVATRIOS DE PETRLEO PARA SUA
ADEQUAO AO CONSUMO HUMANO
Trabalho de Concluso de Curso apresentado como parte
dos requisitos para obteno do Grau em Engenharia de
Petrleo pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.
Aprovado em ____de__________de 2015.
____________________________________
Prof. Dr. Wilaci Eutrpio Fernandes Jnior
Orientador UFRN
____________________________________
Prof. Dra. Carla Wilza Souza de Paula Maitelli
Membro Examinador UFRN
____________________________________
Prof. Dr. Lindemberg de Jesus Nogueira Duarte
Membro Examinador UFRN
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DEDICATRIA
Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais, Cludia e
Edilson, a minha irm, Lorena, ao meu namorado Chou
En-Lai e ao meu orientador, Wilaci Eutrpio.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente, pelo dom da vida, por se fazer presente em todas as etapas
dela, me dar fora e determinao nos momentos de maior dificuldade, alm das vrias
graas concedidas no decorrer da caminhada.
A toda minha famlia, em especial meu pai, minha me e irm, por me
transmitirem apoio, incentivo, coragem e amor, e, principalmente, por serem meu
exemplo de vida.
Ao meu namorado Chou En-Lai Allan Dias Monteiro, pelo carinho, compreenso
e ajuda, em todas as oportunidades desse trajeto, sempre me incentivando e apoiando,
alm ser meu exemplo profissional.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Wilaci Eutrpio Fernandes Jnior, por aceitar
conduzir meus passos nessa trajetria, por seus ensinamentos, pela confiana depositada
em mim, seus conselhos e sua pacincia.
Prof. Dra. Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, por sempre estar disposta a
ajudar, aconselhar e apoiar, pelo incentivo e auxlio na tomada de decises ao longo do
tempo, que culminaram no meu amadurecimento profissional.
Ao Prof. Dr. Lindemberg de Jesus Nogueira Duarte, pela dedicao a mim
concedida, pela confiana depositada e disponibilidade.
Aos meus queridos amigos, em especial Ana Rafaelly, Clara Tavares, Davi Braga,
Leonardo Atade e Rafael Randel, pela pacincia, principalmente, pelo companheirismo,
parceria e pelos momentos de dificuldade superados juntos, para que pudssemos sempre
entregar os nossos melhores resultados.
Ao corpo docente do Departamento de Engenharia de Petrleo, pela dedicao e
pelos valiosos ensinamentos e conhecimento compartilhados com excelncia.
Aos meus amigos de graduao que de forma direta ou indireta contriburam para
meu crescimento profissional e dividiram comigo todos os momentos dessa rdua
caminhada.
Ao Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente IDEMA, em
especial aos que compem o Ncleo de Anlise e Licenciamento de Atividades
Petrolferas NUPETR, pela colaborao e ateno para a realizao da pesquisa do
presente trabalho.
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RESUMO
Este trabalho descreve e apresenta um projeto conceitual de um sistema de tratamento
para a gua produzida do petrleo. A gua associada produo de petrleo, tambm
conhecida como gua produzida, o maior efluente gerado pelas empresas responsveis
pela explorao e produo de petrleo. A adequao da gua produzida para o consumo
humano surgiu como uma alternativa para diminuir a quantidade de gua descartada
diariamente pelas empresas, que necessitam acondicionar e tratar de forma correta, para
no provocar impactos ao meio ambiente. Esta gua que disposta na Estao de
Tratamento das empresas, possui em sua composio elevados teores de sais, leo
dissolvidos, metais pesados e substncia txicas, que impedem o seu reuso de forma
direta. Para que a gua produzida seja reutilizada, deve-se haver o tratamento, visando
adequao ao destino final em que ser utilizada e a especificao exigida pela legislao
ambiental em vigor. Dessa forma, o presente trabalho tem a finalidade de desenvolver um
projeto de um sistema de tratamento para reaproveitamento da gua produzida que
recebida no polo industrial de uma empresa, visando utiliz-la para abastecimento de
cidades vizinhas de instalao da companhia, para consumo da populao nas atividades
domsticas. A metodologia utilizada no projeto do sistema de tratamento contemplou
equipamentos capazes de remover os elementos indesejveis da gua produzida,
tornando-a adequada para o reuso pela populao, e utilizou dados reais da gua disposta
na Estao de Tratamento da empresa e das cidades que a recebero depois de tratada,
bem como a especificao mais adequada para utilizao da gua tratada no consumo
humano, de acordo com as normas ambientais vigentes. Alm disso, de posse desses
resultados, pode-se desenvolver estudos voltados para reduzir quantitativamente os
efeitos nocivos ocasionados pela presena de alguns elementos na gua produzida e
projetar outros equipamentos para o tratamento, objetivando aumentar a eficincia do
sistema como um todo.
Palavras-chave: gua Produzida, Tratamento, Reuso, Legislao Ambiental, Consumo
Humano.
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ABSTRACT
This work describes and presents a conceptual project of a treatment system for the oil
produced water. The water associated with oil production, also known as produced water,
it is the largest effluent generated by the companies responsible for oil exploration and
production. The adequacy of water produced for human consumption has emerged as an
alternative to reduce the amount of water discharged daily by companies that need to
condition and treat correctly, to not cause environmental impacts. This water is disposed
at the treatment plant of companies, has in its composition high salt content, dissolved
oil, heavy metals and toxic substances, which prevent their reuse directly. So the water
produced is reused, it should be the treatment, aiming at adapting to the final destination
where it will be used and the specification required by environmental legislation. Thus,
this study aims to develop a design of a treatment system for reuse of produced water that
is received in the industrial center of a company in order to use it to supply neighboring
towns to the company's installation, for consumption of the population in household
activities. The methodology used in the treatment system project included equipment
capable of removing the undesirable elements of produced water, making it suitable for
reuse by the population, and used current data of disposed water in the company's
treatment plant and the cities that receive after treatment, as well as the most suitable
specification for use of treated water for human consumption, in accordance with current
environmental standards. In addition, possession of these results, we can develop studies
aimed to quantitatively reduce the harmful effects caused by the presence of certain
elements in the water produced composition and other processing equipment, in order to
increase the whole system efficiency.
Keywords: Produced Water, Treatment, Reuse, Environmental Law, Human
Consumption.
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Sumrio
Sumrio ............................................................................................................................. 7
1. Introduo................................................................................................................ 14
2. Objetivos ................................................................................................................. 17
2.1 Objetivos Gerais............................................................................................... 17
2.2 Objetivos Especficos....................................................................................... 17
3. Aspectos Tericos ................................................................................................... 19
3.1 gua Produzida ........................................................................................................ 19
3.1.1 Origem ................................................................................................................... 19
3.1.2 Composio ........................................................................................................... 20
3.1.3 Problemtica e Impactos Ambientais da gua Produzida..................................... 21
3.2 Tratamento da gua Produzida ................................................................................ 24
3.2.1 Pr-tratamento ....................................................................................................... 25
3.2.2 Etapa de Separao do leo Livre ........................................................................ 26
3.2.3 Tecnologias comumente utilizadas para tratamento do leo emulsionado na gua
........................................................................................................................................ 27
3.3 Utilizao da gua produzida tratada para consumo humano .................................. 36
3.4 Legislao ambiental e qualidade da gua para consumo humano .......................... 38
3.5 Avaliao de toxicidade da gua produzida e seus constituintes ............................. 40
4. Materiais e Mtodos ................................................................................................ 42
4.1 Caracterizao da empresa ............................................................................... 42
4.1.1 Sistema atual de descarte ou reuso ........................................................................ 45
4.2 Caracterizao da gua produzida disposta ..................................................... 49
4.3 Especificao para o destino ............................................................................ 51
4.3.1 Consumo humano .................................................................................................. 51
4.3.2 Utilizao econmica, social e ambiental.............................................................. 52
4.4 Processos de tratamento x Tratamento adequado ............................................ 52
5. Resultados e Discusses .......................................................................................... 55
5.1 gua produzida x gua tratada para o reuso ................................................... 55
5.2 Contribuio para a escolha do mtodo ........................................................... 57
5.3 Projeto do Sistema de Tratamento ................................................................... 60
5.4 Destino da gua tratada e suas especificaes ................................................. 64
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5.5 Benefcios para a empresa ............................................................................... 65
6. Concluso ................................................................................................................ 68
Referncias Bibliogrficas .............................................................................................. 70
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Lista de Figuras
Figura 1: Comportamento dos fluidos nas condies de reservatrio e superfcie. ....... 20
Figura 2: Sistemas de gradeamento. ............................................................................... 25
Figura 3: Separador Trifsico do tipo horizontal............................................................ 26
Figura 4: Flotador a ar induzido na forma vertical. ........................................................ 28
Figura 5: Flotador a ar dissolvido na forma vertical. ..................................................... 28
Figura 6: Mecanismos de Tratamento de Emulso leo/gua. ..................................... 29
Figura 7: Princpio de Funcionamento de um Hidrociclone........................................... 30
Figura 8: Localizao geogrfica do polo industrial de Guamar. ................................. 42
Figura 9: Polo industrial de Guamar, Rio Grande do Norte. ........................................ 43
Figura 10: Planta isomtrica da ETE do polo industrial de Guamar. ........................... 44
Figura 11: Instalaes do polo industrial de Guamar. .................................................. 45
Figura 12: Dique de recebimento do efluente no polo industrial de Guamar ............... 46
Figura 13: Planta da estao de tratamento de efluentes de Guamar aps a
implementao do projeto .............................................................................................. 59
Figura 14: Sistema de tratamento de gua produzida para reuso em consumo humano 60
Figura 15: SAO da estao de tratamento de leo de Guamar - Viso 1..................... 61
Figura 16: SAO da estao de tratamento de leo de Guamar - Viso 2..................... 61
Figura 17: Flotador da Estao de Tratamento de Efluentes do polo industrial de
Guamar.......................................................................................................................... 61
Figura 18: Injeo de desemulsificante na AP antes da passagem pelo flotador........... 61
Figura 19: Bacia de Lodo da Estao de Tratamento de Efluentes do polo industrial de
Guamar Viso 1 ......................................................................................................... 62
Figura 20: Bacia de Lodo da Estao de Tratamento de Efluentes do polo industrial de
Guamar Viso 2..........................................................................................................62
Figura 21: Processo de Osmose e Osmose Inversa ....................................................... 63
Figura 22: Sistema de Tratamento da AP por filtros - Viso 1...................................... 66
Figura 23: Sistema de Tratamento da AP por filtros - Viso 2...................................... 66
Figura 24: Ponto de descarte da AP no emissrio submarino da Praia do Mioto........... 66
file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882332file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882333file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882334file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882335file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882336file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882340file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882342file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882343file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882343file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882344file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882345file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882345file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882346file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882346file:///C:/Users/Larissa/Desktop/TCC%20finalizado%20coordenao.docx%23_Toc437882347
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Lista de Tabelas
Tabela 1: Diferentes Processos de Separao por Membranas. ..................................... 33
Tabela 2: Principais processos de tratamento da gua produzida. ................................. 36
Tabela 3: Valores mximos permitidos de parmetros presentes na AP para consumo
humano (Classe 1). ......................................................................................................... 47
Tabela 4: Valores mximos dos compostos orgnicos presentes na AP para fins de
consumo humano (Classe 1). .......................................................................................... 48
Tabela 5: Ensaio referente ao agregado orgnico presente na gua de produo .......... 49
Tabela 6: Ensaio referente aos parmetros presentes na gua de produo ................... 49
Tabela 7: Ensaio referente aos compostos inorgnicos presentes na gua de produo 50
Tabela 8: Ensaio referente aos compostos orgnicos presentes na gua de produo ... 50
Tabela 9: Ensaio referente aos parmetros ecotoxicolgicos presentes na gua de
produo ......................................................................................................................... 51
Tabela 10: Ensaio referente aos parmetros - comparao ............................................ 55
Tabela 11: Ensaio referente aos compostos inorgnicos comparao ......................... 56
Tabela 12: Ensaio referente aos compostos orgnicos - comparao ............................ 57
Tabela 13: Elementos que no esto de acordo com as concentraes exigidos pelo
CONAMA. ..................................................................................................................... 57
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Lista de Unidades, Smbolos e Abreviaturas
Lista de Abreviaturas
ANP Agncia Nacional de Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis;
AP gua Produzida
BRS Bactrias Redutoras de Sulfato
BTEX Grupo de compostos formado pelos hidrocarbonetos Benzeno, Tolueno,
Etilbenzeno e Xileno
CAERN Companhia de guas e Esgotos
CBM Metano Gerado nas Camadas do Carvo Ativado (Coal Bed Methane)
CO Monxido de Carbono
CO2 - Dixido de Carbono
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CWA Lei da gua Limpa (Clean Water Act)
DBO Demanda Bioqumica de Oxignio
EPA agncia de proteo Ambiental (Environmental Protection Agency)
ETAP Estao de Tratamento de gua Produzida
ETE Estao de Tratamento de Efluentes
ETO Etao de Tratamento de leo
H2S cido Sulfdrico;
HPA Compostos Policclicos Aromticos;
IDEMA Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente
MCL Nveis Mximos de Contaminantes (Maximum Contaminants Levels)
MN Micro Filtrao
MRON Materiais Radioativos de Ocorrncia Natural
NF Nano Filtrao
Offshore Produo de Petrleo no Mar
OI Osmose Inversa
Onshore Produo de Petrleo em Terra
OR Osmose Reversa
PSM Processo de Separao por Membranas
RN Rio Grande do Norte
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SAO- Separador gua-leo
TDS Total de Slidos Dissolvidos (Total Dissolved Solids)
THP Total de Hidrocarbonetos de Petrleo
TOG Teor de leos e Graxas
UF Ultra Filtrao
UTPF Unidade de Tratamento e Processamento de Fluidos
UIC - Controle da Injeo Underground (Underground Injection Control);
V.M.P Valores Mximos Permitidos
Lista de Unidades e Smbolos
atm Atmosfera (unidade de presso);
C Graus Celsius;
mm Milmetro;
m Metro;
m - Metro quadrado;
m - Metro cbico;
mg/L- Miligrama por litro;
m Micro metro;
uT Unidade de Turbidez;
uH Unidade de Hazen de cor;
P Diferencial de Presso
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Captulo 1
Introduo
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Trabalho de Concluso de Curso Engenharia de Petrleo 2015.2 UFRN/CT/CEPET
Larissa Cristina da Silva Martins 14
1. Introduo
A indstria petrolfera no cenrio mundial atual de grande importncia para que
se possa atender de forma eficaz a demanda de energia, o que ocasiona uma busca
constante pela obteno de petrleo e de gs natural e sua otimizao.
A explorao de petrleo gera como principal efluente a gua produzida, tema
bastante preocupante no cenrio atual. A gua associada ao petrleo pode conter diversos
resduos, desencadeando complicaes ao meio ambiente. Em geral, a gua produzida
possui volumes de produo muito maiores que o prprio petrleo, o que juntamente com
a complexidade de sua composio necessita de ateno, fazendo com que a gua
produzida requeira cuidados especficos, relacionados com aspectos tcnicos,
operacionais e ambientais.
Para que se tenha uma maximizao do custo-benefcio para a empresa
responsvel pela produo aps o tratamento adequado, as corporaes procuram
encontrar a melhor forma para deposio e tratamento da gua produzida, j que, com o
aparecimento da lei de crimes ambientais (Lei 6938/1998), a empresa que produz o
resduo responsvel pela sua deposio e deve realizar o procedimento de forma correta,
para que no ocorram impactos ao meio ambiente, o que torna possvel sua posterior
reutilizao.
Atualmente, parte da gua produzida do polo industrial da PETROBRAS de
Guamar vem sendo descartada via emissrio submarino, enquanto outra utilizada para
recuperao de petrleo.
A reutilizao de gua produzida de petrleo para diversas finalidades hoje uma
alternativa vivel para reduo de gastos excessivos, em relao ao cenrio mundial atual
de escassez desse recurso no-renovvel; alm de ajudar a resolver um problema que as
indstrias petrolferas enfrentam todos os dias e ainda tm dificuldade para solucionar. A
insuficincia de gua um problema que ser enfrentado pelo mundo nas prximas
dcadas e no Brasil, a crise hdrica j se iniciou; situao que no pretende melhorar nos
prximos meses. Como possibilidade para o reaproveitamento da gua produzida tem-se
o consumo humano, j que, somada a necessidade de novas fontes de gua devido crise
hdrica, precisa-se de um meio para resolver o problema da produo de grandes volumes
de gua produzida associada ao petrleo.
Nesse contexto, o trabalho realizado pretende realizar um estudo terico para
desenvolver um projeto conceitual de tratamento e reuso da gua produzida descartada
pela empresa PETRLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRAS, situada na cidade de
Guamar/RN, de forma que o efluente, aps o tratamento apropriado, seja utilizado para
consumo humano.
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Trabalho de Concluso de Curso Engenharia de Petrleo 2015.2 UFRN/CT/CEPET
Larissa Cristina da Silva Martins 15
Assim, com a finalidade de analisar a gua de produo aps o tratamento
especfico para consumo humano, sero estudados e avaliados os limites de
contaminantes permitidos pela legislao em vigor, que apresenta as instrues
ambientais para a adequao da gua produzida para o consumo humano, bem como o
mtodo que melhor se enquadre para tratamento.
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Captulo 2
Objetivos
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Trabalho de Concluso de Curso Engenharia de Petrleo 2015.2 UFRN/CT/CEPET
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2. Objetivos
2.1 Objetivos Gerais
Elaborar um projeto conceitual de um sistema de tratamento para adequao da
gua produzida de reservatrios de petrleo descartadas pelo polo industrial da empresa
PETRLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRAS em Guamar/RN e seu reuso, advinda
da confluncia de vrios campos de petrleo terrestres, com a finalidade de sua posterior
utilizao para consumo humano, sendo distribuda nas cidades de Guamar, Diogo
Lopes e Galinhos.
2.2 Objetivos Especficos
Identificar os requisitos necessrios (caractersticas fsico-qumicas) da gua
produzida desse polo para que seja utilizada como fonte de gua potvel, estando
adequada as leis ambientais vigentes.
Definir e avaliar se o sistema de tratamento da gua produzida escolhido, ir obter
a eficincia necessria e viabilidade para implantao do projeto em questo.
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Captulo 3
Aspectos Tericos
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Trabalho de Concluso de Curso Engenharia de Petrleo 2015.2 UFRN/CT/CEPET
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3. Aspectos Tericos
3.1 gua Produzida
3.1.1 Origem
A produo de gua uma realidade inerente a produo de petrleo. A gerao
desse efluente depende de diversos fatores, dos quais so includos a proximidade de
mananciais e o tipo de formao, o que significa que mesmo sendo produzida na grande
maioria dos poos de petrleo, pode acontecer a no associao e posterior produo
dessa gua ao leo.
A origem dessa gua produzida de grande relevncia, tendo em vista que a
composio desse efluente influenciada diretamente por esse fator, alm do
procedimento de extrao e da qualidade do leo.
A partir da matria orgnica depositada com sedimentos, tm-se origem o
petrleo. Para que haja a acumulao de uma reserva de petrleo, faz-se necessrio que
aps seu processo de gerao em um ambiente com temperatura adequada, ocorra a
migrao para rochas permeveis adjacentes, e que estas possuam em suas estruturas
armadilhas geolgicas, que interrompem o seu movimento. Aps a concentrao do
petrleo, apesar de sua segregao da gua, ainda pode haver contato com aquferos.
Dessa forma, percebe-se que h diversas formas de produo de gua, que incluem: gua
presente nos reservatrios (depende da saturao mnima para que ela se torne mvel),
contato com aquferos (podem estar adjacentes s formaes portadoras de
hidrocarbonetos) e gua injetada em projetos que visam aumentar a recuperao de leo
(THOMAS, 2004).
comum que os reservatrios produzam leo, gs natural e gua. Quando esses
fluidos chegam a superfcie, h separao, o que leva o leo e o gs as refinarias.
A figura 1 mostra os fluidos quando esto contidos no reservatrio e quando eles
so levados para a superfcie.
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Trabalho de Concluso de Curso Engenharia de Petrleo 2015.2 UFRN/CT/CEPET
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Figura 1: Comportamento dos fluidos nas condies de reservatrio e superfcie.
Fonte: Thomas (2011)
A principal razo para que se faa necessrio o estudo para descarte ou reuso da
gua produzida sua produo em grande escala, j que a maioria dos poos de petrleo
produz esse efluente. Inicialmente a produo ocorre em pequenas quantidades;
entretanto, quando a presso diminui nas extremidades do reservatrio devido a produo
contnua, ocorre um rearranjo dos fluidos dentro dele, o que provoca uma alterao no
nvel do contato leo/gua. Como resultado disso, a gua chega ao poo e ocorre sua
produo, necessitando de separao do leo que ser utilizado e de seu posterior
tratamento.
3.1.2 Composio
A gua associada ao petrleo caracterizada por conter quantidades variadas de
teor de sais, compostos orgnicos que incluem hidrocarbonetos dissolvidos, cidos,
fenis, produtos qumicos decorrentes dos processos de produo e/ou tratamento
(desemulsificantes, antiespumantes), slidos em suspenso (areia, lodo, argilas, outros
silicatos, gipsita), metais pesados e gases (CO, CO2 e H2S). Alm disso, pode haver
presena de fluidos descartveis provenientes de outros processos, como metais pesados,
componentes com algum tipo de radiao e altas concentraes de cloretos.
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Trabalho de Concluso de Curso Engenharia de Petrleo 2015.2 UFRN/CT/CEPET
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Segundo FERNANDES JR (2006), a gua produzida pode ser encontrada em duas
configuraes:
1) Livre constitui uma fase diferente da fase leo, no estando profundamente associado
a este. Ocorre quando o dimetro da gota favorece a coalescncia. uma mistura instvel
que pode ser separada por decantao;
2) Emulsionada mistura ntima, relativamente instvel entre leo e gua decorrente do
cisalhamento do leo em bomba, vlvulas e equipamentos, formando gotculas muito
pequenas.
A gua de produo tem uma composio diversificada, o que inclui a presena
de sais solveis. gua com altos nveis destes sais podem causar diversos inconvenientes;
que podem ser relacionados com atividades industriais: corroso, incrustao e
entupimento dos equipamentos (NUNES, 2013). importante salientar que os sais
presentes na gua de produo alteram a solubilidade de hidrocarbonetos na mesma: a
solubilidade diminui com o aumento da salinidade e aumenta com a temperatura (Arajo
apud Lima, 1996). A eroso das rochas e as interaes da gua injetada com a formao
provocam a presena de slidos na gua produzida.
As composies qumica, biolgica e fsica da gua produzida esto intimamente
relacionadas com as caractersticas do petrleo em que ela est associada, alm da
formao geolgica e da localizao geogrfica do reservatrio (STEWART &
ARNOLD, 2011), j que esta gua esteve em contato com o campo gerador de leo
durante milhes de anos, para que houvesse o processo que origina o petrleo (Cenpes,
2005).
3.1.3 Problemtica e Impactos Ambientais da gua Produzida
Sendo a gua produzida um subproduto gerado da produo de petrleo e gs, h
necessidade de tratamento para atender as especificidades ambientais, operacionais ou da
atividade produtiva, visto que como efluente, a composio da gua associada ao petrleo
tem elevado potencial poluidor ao meio ambiente. O impacto ambiental causado
avaliado pelos componentes e suas respectivas quantidades presentes na caracterizao e
pela localizao onde o efluente ser descartado.
Segundo MOTTA et al (2013), os elementos a seguir, quando presentes na
composio da gua Produzida (AP), podem causar impactos de grande relevncia aos
rios, lagos e mares, o que pode provocar contaminao de aquferos e do solo, resultando
em problemas fauna e a flora do local:
Minerais dissolvidos da formao:
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Trabalho de Concluso de Curso Engenharia de Petrleo 2015.2 UFRN/CT/CEPET
Larissa Cristina da Silva Martins 22
Metais Pesados: podem estar presentes metais como o cdmio, cromo, cobre, chumbo,
mercrio, nquel, prata e zinco (UTVIK, 2003). O principal problema da presena de
metais pesados na gua produzida est relacionado a sua toxicidade ao ser humano, j que
eles possuem capacidade de bioacumulao na cadeia alimentar.
Slidos Suspensos: constitudos por compostos como slidos da formao (areia, silte,
argila e carbonatos), produtos de corroso e incrustao, bactrias, ceras e asfaltenos. Sua
presena pode interferir na auto purificao de rios, ocasionar depsitos de lama, danificar
pontos de pesca e causar impactos visuais aos mananciais. Tambm esto ligados a
toxicidade da gua, devido a presena de componentes nocivos.
Materiais Radioativos: a principal fonte de radioatividade so as incrustaes da
produo, possuindo como principal on rdio. No h indcios de riscos elevados de
manuseio de gua produzida com elementos radioativos. Entretanto, assim como os
metais pesados, h bioacumulao desses materiais em peixes e crustceos.
leo:
composto por uma mistura de vrios produtos, que inclui benzeno, tolueno,
etilbenzeno e xileno (BTEX), hidrocarbonetos poliaromticos (HPA). Os
hidrocarbonetos so altamente insolveis em gua, o que resulta em uma maior parte de
leo na forma dispersa na gua. O leo pode estar presente na gua com as seguintes
formas:
leo livre: leo na forma dispersa em grandes gotas na gua, o que facilita sua remoo
atravs de separadores gravitacionais, j que formado praticamente s por
hidrocarbonetos insolveis. Os problemas acarretados por esse tipo de formao na gua
esto relacionados a m visibilidade de guas superficiais, alterao no sabor da gua e
toxidade aos peixes, diminuindo sua proliferao.
leo emulsionado: leo na forma dispersa em pequenas gotas na gua, alm de tambm
ser praticamente formado por hidrocarbonetos insolveis. Entretanto, devido ao dimetro
de sua gota, mais difcil de ser retirado da gua e pode ter efeitos txicos agudos.
leo insolvel: sua composio inclui os hidrocarbonetos menos solveis em gua, como
BTEX e fenis.
Compostos qumicos residuais da produo:
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So formados por compostos utilizados na produo com a finalidade de prevenir
ou tratar problemas de operao, como os inibidores de corroso, de incrustao, biocidas,
desemulsificantes. (MOTTA et al., 2013)
Slidos da Produo:
So originados por slidos da formao (argila, areia, silte) e produtos de
incrustao, corroso, bactrias, ceras e asfaltenos.
Gases dissolvidos:
Os principais gases presentes na gua produzida so o gs natural, CO2 e H2S. Os
problemas causados pela presena desses gases na AP incluem corroso e incrustao.
Entretanto, a remoo de alguns deles, como CO2 e H2S pode ocasionar o aumento do
pH, resultando em formao de precipitado. O O2 um gs que no est presente
naturalmente, mas incorporado a gua produzida quando levada a superfcie, o que pode
causar oxidao (STEWART & ARNOLD, 2011).
Micro-organismos:
Poucos micro-organismos conseguem sobreviver na AP, devido a presena de
compostos altamente txicos. Ainda assim, pode haver ocorrncia de BRS e bactrias
anaerbias.
Salinidade:
A alta salinidade da gua tem maior impacto quando se trata da irrigao, j que
pode provocar improdutividade do solo para agricultura. Alm disso, h influncia em
problemas com guas usadas para consumo humano (alm da agricultura), como
mananciais de gua doce, aquferos, lagos e rios.
Em instalaes onshore ou offshore, a gua produzida deve ser tratada de acordo
com a legislao ambiental em vigor. Entretanto, s esse seguimento de tratamento no
garante que os principais parmetros da AP para adequao ao consumo humano sero
resolvidos. Assim, a gua produzida se torna imprpria para o consumo humano devido
a problemas causados pela sua composio, que incluem: toxicidade, alterao no sabor
da gua e bioacumulao na cadeia alimentar, todos efeitos nocivos ao ser humano.
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Quando um campo produtor autorizado a funcionar pelo rgo responsvel para
exercer essa atividade, tambm includa a reduo de resduos da gua produzida. A
composio da gua produzida geralmente conhecida, o que facilita a utilizao de um
tratamento fsico-qumico. No entanto, deve-se analisar anteriormente os elementos
txicos para no incrementar a sua quantidade na composio da AP pela utilizao de
produtos qumicos. Alm disso, h anlise do sistema de produo com a finalidade de se
escolher o melhor produto para o processo em questo. Tem-se um leque de produtos que
so usados na maioria dos casos, para suas finalidades especficas:
Quebradores de emulso, usados para a recuperao de leo;
Inibidores de corroso (que podem ser txicos);
Inibidores de parafina (quando se sabe de sua formao);
Preventivos de crostas (para evitar formao de carbonatos e sulfatos);
Depressores de hidratos (geralmente etanol ou glicol).
Ainda hoje, a gua produzida do petrleo jogada em diversas reas, que incluem
as reas de preservao ambiental e permanente, ocasionando a contaminao de
aquferos, lenis freticos, solo para agricultura, alm da toxicidade ao ser humano.
Sendo tratada de forma adequada, alm de reduzir a contaminao do meio ambiente, a
AP pode abastecer cidades com baixo ndice pluviomtrico, alm daquelas com poucos
mananciais e com poos constitudos por gua salobra.
3.2 Tratamento da gua Produzida
Para que se escolha o mtodo de tratamento da gua produzida, deve-se analisar
os compostos que se deseja remover. Os compostos a serem removidos, por sua vez,
dependem do fim em que ser utilizada essa gua.
Assim, o tratamento da gua produzida pode ser realizado visando as seguintes
finalidades: remoo de leo livre ou disperso, bactrias, metais pesados, sais, gases
dissolvidos, slidos resultantes da produo, materiais radioativos, agentes de
incrustao, dureza, entre outros. Para que haja adequao da gua produzida com
presena dos elementos supracitados para o consumo humano como forma de reuso, deve
haver a utilizao de diversos processos fsicos, qumicos e biolgicos.
O processo de tratamento da gua produzida do petrleo que chega a estao de
tratamento de leo com slidos, leo livre, leo emulsionado, gases, metais pesados,
bactrias e sais, geralmente inclui duas fases:
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1. Separao de gases, slidos e leo livre (disperses grosseiras, dimetro da gota
maior que 150 m).
2. Separao de leo emulsionado (dimetro da gota entre 50 e 150 m).
Em geral, aps essas fases, a gua adequada de acordo com o seu destino final.
Segundo CARVALHO (2015), pode haver uma etapa de pr-tratamento antes de
ocorrer as etapas utilizadas em geral para tratamento de efluentes lquidos.
3.2.1 Pr-tratamento
A etapa de pr-tratamento levada em considerao no processo para evitar que
haja problemas com os equipamentos da planta de tratamento. Por esse motivo, h pouco
efeito na diminuio de DBO5 (5-25%), j que nessa etapa do processo objetiva-se a
retirada apenas de slidos em suspenso e acondicionamento da AP para posterior
tratamento. Podem ser utilizados os seguintes mecanismos:
Gradeamento Remove slidos em suspenso e corpos flutuantes que podem
danificar bombas, vlvulas e registros. O espao das barras de 50 a 150 m. A
figura 2 (CARVALHO, 2015) representa diferentes tipos de sistemas de
gradeamento.
Peneiras - Separao por tamanho de partculas; processo mecnico.
Desarenadores ou caixas de areia Retirada de areia e outros materiais abrasivos
do fluxo principal. A utilizao desse mecanismo protege as bombas contra
abraso e entupimento ou obstculos em dutos e vlvulas. Existem dois tipos: de
fluxo horizontal e aerados.
Equalizao: Se caracteriza como uma tcnica para melhoria da eficincia de
processos posteriores. Consiste num tanque com aerao e agitao, o que evita
Figura 2: Sistemas de gradeamento.
Fonte: CARVALHO (2015)
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odores (aerobiose) e deposio de slidos. Pode se localizar anteriormente ao
despejo da carga no corpo receptor, anteriormente ao sistema de coleta ou
anteriormente ao tratamento qumico ou biolgico.
3.2.2 Etapa de Separao do leo Livre
A etapa de separao de leo livre geralmente utiliza o Separador gua-leo
como equipamento para tal fim.
A principal funo do Separador gua-leo separar o leo livre da gua
residuria, slidos suspensos e gases dissolvidos, alm do leo que foi emulsificado de
forma mecnica (SOARES, 2013). Esse equipamento utiliza a gravidade como forma de
separao, atravs da diferena de densidades entre os lquidos. O leo e o gs ficam na
superfcie por possuir densidade especfica menor que a da gua, enquanto que os slidos
encharcados com leo e sedimentos se depositam no fundo do Separador (CARVALHO,
2015). Esse equipamento o tradicionalmente mais utilizado devido a sua simplicidade.
No entanto, o Separador gua-leo no consegue separar substncias solveis, partculas
muito pequenas e leo emulsificado quimicamente, o que necessita de um outro tipo de
processo para se obter melhor eficincia. A figura 3 mostra um exemplo de Separador
Trifsico do tipo horizontal:
Figura 3: Separador Trifsico do tipo horizontal.
Fonte: http://www.smar.com/brasil/artigo-tecnico/medicao-de-nivel
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3.2.3 Tecnologias comumente utilizadas para tratamento do leo
emulsionado na gua
Os processos mais utilizados de tratamento da gua de produo que vem dos
reservatrios de leo e gs incluem a flotao a ar/gs, que deve ser precedida pela adio
de produtos qumicos desemulsificantes, hidrociclones, sistemas de filtrao e PSM's
(Processo de Separao por Membranas). Para que se atinja uma melhor eficincia final
de separao os mtodos supracitados so utilizados em conjunto.
Segundo FERNANDES JR. (2006), a flotao a ar utiliza a gravidade como forma
de separao, j que a densidade da fase que se deseja remover sendo menor que a do
lquido de suspenso possibilita a sua flutuao para a superfcie. Atravs da formao de
bolhas ao redor da partcula de em questo, ela se torna mais leve, o que favorecer a
execuo do processo (SOARES, 2013).
A flotao a ar tem desvantagens relacionadas ao custo dos desemulsificantes
utilizados antes de seu tratamento e a gerao de lodo, que requer um descarte adequado.
(STEWART & ARNOLD, 2011).
H dois tipos de flotao a ar/gs, que para serem definidas dependem da forma
como o ar/gs inserido no processo e o tipo de equipamento: flotao a ar/gs induzido
e flotao a ar/gs dissolvido.
A flotao por ar/gs induzido utiliza um compressor para gerar as bolhas
(mecanicamente) e injetar ar/gs na clula de flotao. So formadas gotas com dimetro
entre 700 e 1500 m, ocasionando a coliso entre as partculas de leo e as bolhas de
ar/gs, alm de tornar o gs e o lquido altamente misturados (SOARES, 2013). A figura
4 mostra um esquema de um flotador a ar induzido na forma vertical:
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A flotao a ar/gs dissolvido o mtodo mais eficaz e mais utilizado em campos
terrestres. Diferentemente do flotador a ar/gs induzido, esse tipo de flotador satura
previamente com ar/gs sob presso o efluente a ser tratado. Inicialmente, h aumento da
solubilidade do ar, fazendo com que a mistura gua e ar seja bruscamente expandida
devido a saturao do efluente. Logo aps, acontece o processo inverso: ao passar pela
vlvula redutora de presso, reduz-se a presso e consequentemente h tambm reduo
da solubilidade do ar na gua. Assim, quando a presso sobre o lquido reduzida, o
ar/gs dissolvido descomprimido em bolhas extremamente pequenas (microbolhas), que
aderem e suspendem a matria e o leo para a superfcie. A figura 5 mostra o esquema de
um flotador a ar dissolvido:
Figura 4: Flotador a ar induzido na forma vertical.
Fonte: Souza (2009)
Figura 5: Flotador a ar dissolvido na forma vertical.
Fonte: Souza (2009)
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Para que ocorra a desestabilizao de uma emulso, so utilizados quatro
diferentes processos (SHAW, 1975):
Coagulao: neutralizao da carga da partcula;
Floculao: agrupamento de partculas coaguladas ou desestabilizadas a fim de
formar massas maiores ou flocos;
Sedimentao/flotao (creaming): movimentao gravitacional das gotas para a
superfcie da fase contnua em funo da diferena de densidade entre as duas
fases. A integridade fsica das gotas mantida;
Coalescncia: juno das gotas com integridade fsica destruda e aumento do
dimetro.
A figura 6 mostra os mecanismos de tratamento de emulso leo/gua:
Os hidrociclones aceleram o processo de separao do leo (SOARES, 2013), j
que so destinados a separao slido-lquido, slido-slido, lquido-lquido e gs-
lquido. No caso da separao leo-gua (lquido-lquido), eles geralmente so
instaladores aps os separadores trifsicos ou, em alguns casos, aps os tratadores
Figura 6: Mecanismos de Tratamento de Emulso leo/gua.
Fonte: Fernandes Jr.(2006)
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eletrostticos (NUNES, 2013). Segundo FERNANDES JR. (2006), o princpio de
funcionamento dos hidrociclones inclui os seguintes passos:
1: A gua produzida com leo emulsionado bombeada a baixa presso para o
hidrociclone;
2: Gerao de um movimento espiral descendente, devido a forma do
equipamento e a fora da gravidade, alm do fluxo gerado anteriormente;
3: Produo de uma zona de muito baixa presso devido ao espaamento no
centro;
4: Formao de uma corrente ascendente no centro, pela diminuio da rea;
Atuao forte de duas foras: fora centrfuga e fora de arraste central.
5: As partculas de menor densidade so arrastadas para o centro e sairo pela
parte superior;
6: As partculas mais densas sairo pela base do hidrociclone.
Devido a utilizao da fora centrfuga como mtodo para separao da gua do
leo, aps a ocorrncia dos passos anteriores, a gua tratada sai pela base do hidrociclone
e a parte lquida contendo em sua maioria leo sai pela parte superior, sendo denominada
de rejeito. A figura 7 avalia esquematicamente a funcionalidade de um hidrociclone:
Figura 7: Princpio de Funcionamento de um Hidrociclone.
Fonte: Fernandes Jr. (2006)
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Entre as vantagens dos hidrociclones se encontram o pequeno tamanho e o baixo
peso, os baixos tempos de residncia, a baixa manuteno e o baixo acompanhamento
operacional, a variao na posio de instalao (vertical ou horizontal), a ausncia de
partes mveis e de influncia provocada pelo balano, alm da admisso de variaes na
vazo. Entretanto, as desvantagens incluem a remoo de apenas parte do leo
emulsionado, fazendo com que a concentrao de TOG na sada seja superior a 20 mg/L,
alm da facilitao da deposio de sais incrustantes nas paredes dos liners, necessitando
de injeo de anti-incrustantes.
A filtrao um processo fsico-qumico e/ou biolgico (filtros lentos) que separa
as impurezas em suspenso na gua, atravs de sua passagem por um meio poroso. Para
que o mecanismo em questo funcione corretamente, necessria a ao conjunta de trs
fenmenos: transporte, aderncia e desprendimento das partculas em suspenso que se
pretende remover. As partculas se movem ao longo das linhas de corrente, o que se
chama de regime de escoamento laminar. Para que as partculas sejam removidas
necessrio que os mecanismos de transporte desviem suas trajetrias, conduzindo-as
superfcie dos gros (coletores) do meio filtrante, e as foras que tendem a mant-la
aderida ao coletor superem as que atuam do sentido de desprend-las. Para melhorar a
eficincia do processo pode-se promover a floculao prvia e/ou aumentar a
granulometria do meio filtrante, j que o tamanho dos gros e do vazio entre eles tem
grande influncia na remoo da matria em suspenso e no desempenho hidrulico do
filtro.
O Processo de Separao por Membranas (PSM) utilizado para diversas
finalidades que incluem a produo de gua potvel a partir de gua do mar, filtrao de
efluentes para recuperao de compostos, para concentrar, purificar ou fracionar solues
sensveis a temperatura. A grande importncia desse tipo de mecanismo a sua
capacidade de tratar efluentes com altos teores de leo em emulso e de partculas com
tamanhos pequenos e mdios (MOTTA et al., 2013).
Segundo HABERT et al., 2006, as membranas podem ser definidas como uma
barreira que separa duas fases e que restringe total ou parcialmente o transporte de uma
ou vrias espcies qumicas presentes nas fases. Isso significa que, essas pelculas
extremamente finas permitem a passagem do solvente e retm o soluto de uma soluo,
devido a presena de poros abertos em seu mecanismo (FERNANDES JR., 2014).
Devido a sua diversidade nas aplicaes e xito na retirada de partculas que no
podem ser removidas em outros tipos de processos, o Processo de Separao por
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Membranas o principal mtodo empregado para tratamento da gua produzida do
petrleo, com a finalidade de deix-la adequada ao consumo humano.
O princpio de funcionamento do Processo de Separao por Membranas pode
levar em considerao a filtrao tangencial, a reteno por tamanho ou afinidade fsico-
qumica ou ainda a utilizao de um gradiente como fora motriz (gradiente de
concentrao, de potencial eltrico, de presso de vapor ou de presso hidrulica). O
gradiente mais utilizado para tratamento de gua o de presso hidrulica, sendo dividido
em quatro categorias, de acordo com os materiais que podem ser retidos e seus pontos de
corte. As categorias e suas possveis aplicaes so (MOTTA et al., 2013):
Microfiltrao (F): separao de slidos suspensos;
Nanofiltrao (nF): separao de macromolculas;
Ultrafiltrao (uF): geralmente utilizada na separao de ons
multivalentes de ons univalentes;
Osmose Inversa/Reversa (OI/OR): separao de componentes dissolvidos
e inicos.
A ampla gama de separao por tipo de pelcula do PSM permite que sejam
utilizadas vrias membranas para aplicaes diferentes, acarretando em uma melhor
adequao da gua produzida ao destino final; o consumo humano no presente trabalho.
A tabela 1 exemplifica a utilizao do PSM, o diferencial de presso utilizado por cada
categoria e os materiais que podem ser removidos dos efluentes.
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Tabela 1: Diferentes Processos de Separao por Membranas.
(Fonte: Habert et al., 2006)
Processo Fora Motriz (P) Material Retido Aplicaes
Microfiltrao (MF) 0,5 2 atm Material em suspenso,
Bactrias
Esterilizao bacteriana
Concentrao de clulas
Ultrafiltrao (UF) 1 7 atm Colides,
Macromolculas
Recuperao de pigmentos
recuperao de leos
Nanofiltrao (NF) 5 25 atm Sais bivalentes solveis e
em suspenso
Purificao de enzimas
Biorreatores a membrana
Osmose Inversa (OI) 15 - 80 atm Todo material solvel em
suspenso
Dessalinizao de guas
Concentrao de sucos e
frutas
A microfiltrao facilita o xito dos processos que ocorrem em sequncia na
planta, j que possui a capacidade de reter a fase emulsionada e os slidos suspensos
(SOARES, 2013). Assim como a microfiltrao, a ultrafiltrao principalmente
utilizada na separao slido/lquido e eliminao de partculas. No entanto, se utilizada
junto a adsoro sobre carvo ativado em p, a ultrafiltrao alm de deter partculas
minerais e orgnicas e partculas biolgicas equivalentes a algas, bactrias e vrus, pode
eliminar molculas orgnicas dissolvidas (NUNES, 2013). De acordo com Lin (2008), se
combinadas com um processo de troca inica, as membranas de ultrafiltrao deixam a
gua tratada com uma excelente qualidade, permitindo seu descarte e reuso.
Para melhorar a qualidade da gua antes do processo de osmose inversa, foi
utilizada uma membrana de nanofiltrao acoplada com uma unidade de adsoro em
carvo ativado, como forma de pr-tratamento (SILVA, 2010). A nanofiltrao
geralmente utilizada para abrandamentos, e, em parte, para desmineralizar gua salobra
ou pouco salina. No caso da osmose inversa, possvel reter sais e compostos orgnicos
solveis, o que gera uma corrente permeada com qualidade suficiente para ser reutilizada
ou aplicada para diversos fins, como o consumo humano.
Dentre os processos supracitados, consegue-se uma boa remoo de compostos
dissolvidos utilizando a nanofiltrao ou osmose reversa, teoricamente. No entanto,
devido necessidade da osmose reversa utilizar elevadas presses de operao, a
nanofiltrao o processo de maior aplicabilidade na remoo de compostos dissolvidos
(NUNES, 2013).
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O teor de sal contido na gua de fundamental importncia para o consumo
humano. O mecanismo de osmose reversa capaz de reter elevadas quantidades de sais
e deixar a gua praticamente isenta de molculas inorgnicas de baixa massa molar como
sdio, clcio e magnsio. No entanto, diferentemente de outras atividades de reuso, a
ausncia dessas substncias pode causar problemas para a populao humana.
Quantidades excessivas de sdio (principalmente), magnsio e clcio, podem afetar
negativamente a vida humana, j que acarretam problemas para o desenvolvimento de
crianas, alm de riscos com relao a sade tambm de adultos. Dessa forma, aps o
Processo de Separao de Membranas por Osmose Inversa, pode haver necessidade de
equalizar as concentraes de clcio, magnsio e outros nutrientes para fins de consumo
humano, j que a gua produzida tem como principal caracterstica o alto nvel de
salinidade (LIRA SOARES, 2013).
Apesar de todas as vantagens apresentadas pelo Processo de Separao de
Membranas (relativamente simples, energeticamente econmico, prticos, efluentes com
boa qualidade), h ocorrncia de alguns fatores que limitam esses processos, que incluem:
Polarizao da concentrao
Incrustaes / Bioincrustaes
Alto custo das membranas
Baixas concentraes afluente de leo (< 10 ppm)
Temperaturas baixas (< 45 C)
Destino dos rejeitos da membrana
Controle do pH (7,5)
A polarizao da concentrao consiste na formao de um gradiente de
concentrao na camada de soluo imediatamente adjacente superfcie da membrana
(MOTTA et al., 2013), ocasionado pelo fluxo convectivo do soluto em direo a
membrana (SOARES, 2013). Esse fenmeno intrnseco ao processo e representa um
aumento na resistncia a permeao atravs da membrana que, dessa forma, reduz o fluxo
e sua seletividade (MOTTA et al., 2013). A polarizao da concentrao um processo
de natureza reversvel, mas se ocorrer de forma intensa pode ocasionar efeitos
irreversveis, como as incrustaes e as bioincrustaes. Outros fatores ocasionados pela
polarizao da concentrao so a queda do fluxo do permeado, bloqueio de poros,
aumento da resistncia passagem de solvente e perda de seletividade devido passagem
de soluto atravs da membrana (FRITZMANN et al., 2007).
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A deposio de partculas, adsoro de substncias orgnicas e precipitaes de
sais na superfcie das membranas ou dentro delas ocasionam o fenmeno de incrustao.
Se a incrustao ocorrer devido ao material orgnico e micro-organismos, tem-se o
fenmeno de bioincrustao (SILVA, 2010). A incrustao pode causar perda irreversvel
da permeabilidade das membranas. Pode-se remover alguns compostos causadores de
incrustao por meios fsicos, como a retrolavagem e agitao a ar. No entanto, alguns
desses compostos s podem ser removidos por limpeza qumica, que uma parte
integrante do processo operacional de um sistema de membranas, apresentando um
impacto elevado na eficincia e aspectos econmicos do processo.
Para aprimoramento da eficincia do Processo de Separao por Membranas esto
sendo pesquisadas novas tecnologias, que incluem a membrana cermica a base de argilas
de baixo custo, como caolim e outras (VASANTH, PUGAZHENTHI, UPPALURI,
2011). Alm disso, h outras linhas de pesquisa, em termos de modificao da membrana,
que visa aumentar sua permeabilidade.
Mesmo que o Processo por Separao de Membranas apresente diversas
desvantagens, a aplicao desse sistema como substituio ou mesmo conjugado com os
sistemas tradicionais, so uma alternativa bastante robusta para o tratamento da gua
produzida do petrleo com a finalidade de adequ-la ao consumo humano.
A tabela 2 abaixo mostra uma comparao entre os principais processos de
tratamento da gua produzida do petrleo, levando em considerao da sua aplicabilidade
at suas desvantagens.
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Tabela 2: Principais processos de tratamento da gua produzida.
Fonte: Stewart & Arnold (2011)
Membranas Hidrociclones Flotadores Separadores gravitacionais
convencionais
Separadores
gravitacionais
de placa Princpio
operacional Filtrao Separao
gravitacional
aprimorada
Flotao a
gs natural Separao
gravitacional Coalescncia
+ separao
gravitacional Capacidade de
remoo, em
dimetro de gota
(m)
1 10 a 30 10 a 20 100 a 150 30 a 50
Requerimento
de reas
superficiais
Baixo Baixo Baixo Elevado Elevado
Requerimento
por produtos
qumicas
No No Sim No No
Aplicao em
instalaes de
tratamento de
AP
Onshore e
offshore Offshore Onshore e
offshore Onshore Onshore
Principais
desvantagens Fouling e
necessidade
por limpeza
qumica
Bloqueio da porta
de rejeito por areia
ou incrustao e
eroso por areia
Pouco
efeito em
gotas em 2
e 5 m; uso
de
qumicos e
gerao de
lodo
Tamanho e
peso muito
elavados: baixa
eficincia para
dimetro de
gotas menores
Tamanho e
peso elevados
3.3 Utilizao da gua produzida tratada para consumo humano
Para que se tenha uma qualidade de gua adequada ao consumo humano, o
planejamento se torna uma atividade essencial na execuo dessa atividade; j que
percebe-se a necessidade de sua reutilizao, atravs da observao da escassez desse
recurso natural e da crise hdrica sofrida pelo Brasil nos ltimos anos. O reaproveitamento
de gua produzida a partir do petrleo possibilita no s o volume gerado, mas tambm
deve ser enquadrada para fornecer os nutrientes necessrios para o desenvolvimento de
um ser e proporcionar seu bem estar. Alm disso, o reuso dessa gua pode oferec-la em
lugares afetados pela crise hdrica.
Segundo a edio 154 da Super Interessante (Julho de 2000), um exemplo para a
reutilizao da gua como consumo humano est na cidade de Orange Country, na
Califrnia, Estados Unidos. H mais de 20 anos o lenol subterrneo da cidade
abastecido por esgoto purificado, o que alm de preencher o lenol, evita a contaminao
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por gua do mar que ocorreu nos anos 60 devido a superexplorao pela irrigao desse
aqufero.
Outros lugares tambm reutilizam gua de esgoto para consumo humano, como
disse o professor e pesquisador Ivanildo Hespanhol, segundo experincia que teve na
Repblica da Nambia, continente africano. Segundo ele, h 40 anos j se trata esgotos
domsticos para fins potveis. Percebe-se que assim como o esgoto pode ser tratado e
reutilizado de forma potvel, o mesmo pode ser realizado com a gua produzida do
petrleo. Hoje, esse efluente j reutilizado de diversas formas, que incluem a reinjeo
em poos e a gerao de vapor para recuperao do leo e a irrigao. No caso da
irrigao, vlido salientar que assim como a gua produzida, esgoto tratado tambm
reutilizado para tal fim. Segundo matria da globo do dia 01/06/2012, a cidade de Tel
Aviv, em Israel, tem 100% da gua reaproveitada, atravs de um complexo de tratamento
que a recupera; e ainda: aps toda a purificao por processos fsicos, qumicos e
biolgicos, a gua percorre 100 km at o deserto de Neguev e irriga vrias plantaes.
Na Califrnia, o distrito de Cawelo manteve um contrato de 1996 at 2011 de
compra de gua produzida do petrleo tratada dos campos da empresa Chevron para
revender aos fazendeiros irrigarem campos com 20 tipos de frutas, hortalias e cereais.
De acordo com a Petrobras (2008), a gua produzida passa por uma planta de tratamento
que possui separador gua-leo, flotador a ar dissolvido, aerao e filtro casca de noz.
Alm da atuao na rea de irrigao, a empresa Chevron atua em campos em San Ardo,
tambm na Califrnia, onde utiliza um sistema composto por um separador gua-leo,
flotao a ar dissolvido, aerao, filtro casca de noz, osmose inversa e wetland
(unidades receptoras de efluentes de vrias origens), sistema parecido com o indicado no
presente trabalho para purificao da gua produzida e adequao ao consumo humano.
Aps passar por esse sistema, a gua utilizada para gerao de vapor e para recarga do
aqufero raso.
Aps os diversos exemplos supracitados de reuso de gua, percebe-se que esse
fato imensamente importante para a sociedade. Sendo assim, para que esse efluente seja
enquadrado de acordo com as normas vigentes para reuso, devem ser realizados diversos
processos, at que a gua tratada seja misturada com a gua de sistemas de abastecimento
usuais das cidades de Guamar, Galinhos e Diogo Lopes, j que aps purificada, essa
gua apresenta uma caracterizao prxima ou igual aos requisitos da qualidade da gua
exigidos para consumo humano.
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Os processos que ocorrem durante a produo e algumas caractersticas
intrnsecas como as caractersticas dos poos, volume de produo, formao e
localizao do reservatrio ocasionam mudanas nas caractersticas da gua produzida.
No entanto, no presente trabalho a gua produzida utilizada ser a j especificada pelo
polo industrial de Guamar para descarte, que feito via emissrio submarino. Dessa
forma, aps todos os processos que j ocorrem para adequar a gua para descarte, esse
efluente ser readequado para fins de consumo humano. Apesar de todos os tratamentos
realizados, incluindo a especificao para descarte e para consumo humano, a gua
produzida do petrleo pode no se encontrar dentro dos padres de qualidade, sendo
necessria a monitorao constante dos parmetros fsicos, qumicos e biolgicos,
indicando ou no a necessidade desse efluente passar novamente por algum tratamento j
realizado.
3.4 Legislao ambiental e qualidade da gua para consumo humano
Os padres de gua so controlados por meio da Lei da gua Limpa (CWA
Clean Water Act), tida como critrio essencial para a descarga de gua e/ou poluentes na
gua de superfcie. A Agncia de Proteo Ambiental dos Estados Unidos (EPA
Environmental Protection Agency) administra essa Lei federal, sendo os rgos
governamentais responsveis por implement-la, fazendo com que haja atendimento dos
padres e monitoramento do sistema. As guas de abastecimento pblico possuem
contaminantes que, segundo a CWA, so listados em 90, devendo ser controlados para se
adequarem aos limites legais (nveis mximos de contaminantes MCL). As normas
MCL incluem a contaminao biolgica, desinfetantes, orgnica e produtos qumicos
inorgnicos e radionucldeos. Os contaminantes CBM da gua que so produzidos em sua
maioria se constituem e produtos qumicos inorgnicos, sendo medidos separadamente
com os slidos totais dissolvidos (TDS). Alm das guas de superfcie, a EPA
responsvel pelo controle das guas subterrneas, atravs do programa de controle da
injeo Underground (UIC) (LIRA SOARES, 2013).
O uso da gua para consumo humano possui normas especficas para a salinidade,
toxicidade e sodicidade. Alguns compostos so responsveis primrios por aumentar a
salinidade da gua, alm de possuir nveis elevados de slidos totais dissolvidos. So eles:
clcio, magnsio, cloreto e sdio. Ocorre que o excesso desses elementos, ou seja, o
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desequilbrio nos nveis de alguns parmetros da gua ou o desenvolvimento de micro-
organismos devido a sua no purificao implicam em efeitos txicos ao ser humano,
podendo causar uma sintomatologia ampla, que por vezes confundida com outros tipos
de infeco/doenas, alm de acometer diversas vias metablicas.
Os sistemas de tratamento para gua produzida devem possuir alta eficincia e
baixo custo de operao e manuteno para que se tornem viveis. Ocorre que o mtodo
de tratamento da AP depende fortemente de fatores como a localizao do reservatrio,
o volume de gua gerado, a sua composio, o destino final e os limites da legislao em
vigor.
Para que a gua produzida possa ser reutilizada h um fator de fundamental
importncia: a remoo de seus contaminantes. Os limites mximos de contaminantes
presentes na gua de reuso so influenciados diretamente pela legislao e finalidade de
reuso (gerao de vapor, consumo humano, reinjeo, irrigao). A concentrao de sal
na gua para consumo, por exemplo, recomendada pela Organizao Mundial da Sade
de 250 mg/L a 500 mg/L, segundo a EPA. Enquanto isso, para gerao de vapor, esse
limite se encontra no intervalo entre 50 e 12.000 mg/L. vlido salientar que na gua
produzida, a presena de cloreto est na faixa de 2.000 a 210.000 mg/L (SOARES, 2013).
Outros compostos podem se fazer presentes, como o leo, produtos qumicos, metais
pesados, radioatividade, dependendo do campo produtor, percebendo-se a importncia da
especificao da AP para seu destino final.
A especificao da gua para consumo, no Brasil, dada pela Resoluo 357/2005
do CONAMA, sendo que, no presente trabalho, aps tratamento a gua produzida de
petrleo ser transformada em Classe 1 dentro das guas Doces, ou seja, necessitar
apenas de tratamento simplificado para posterior abastecimento e consumo humano. J a
gua que sai da empresa, enquadrada pela Petrobras para lanamento de efluentes, de
acordo com a Resoluo 430/2011 do CONAMA, que complementa a Resoluo
357/2005, visto que aps tratamento, essa gua descartada via emissrio submarino.
Na Resoluo 357 do CONAMA de 17 de maro de 2005 encontram-se as normas
para classificao da gua doce de classes 1, 2 e 3 (teor de cloreto total inferior a 250
mg/L), sendo essa a legislao nacional especfica para monitoramento dos parmetros
de qualidade da gua. A Resoluo supracitada possui a classificao dos corpos de gua
e as diretrizes ambientais para seu enquadramento para abastecimento para consumo
humano, aps tratamento convencional ou avanado.
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3.5 Avaliao de toxicidade da gua produzida e seus constituintes
Os efeitos ambientais causados pela gua produzida quando descartada so em
sua maioria avaliados pela toxicidade e quantificao de compostos orgnicos e
inorgnicos. Os impactos causados ao meio ambiente devem-se aos contaminantes
encontrados na composio da gua produzida. Quando h o descarte desse efluente,
como no caso do polo industrial de Guamar, via emissrio submarino, ainda pode haver
contaminantes dissolvidos. Do mesmo modo, alguns deles podem sair de soluo.
admitido que os efeitos causados pelos contaminantes que continuam em soluo so
mais nocivos ao meio ambiente do que os que tendem a sair dela (LIRA SOARES, 2013).
Os fatores primordiais para escolha do sistema de tratamento da AP so, em geral,
a salinidade e o teor de leo presentes. O termo leo empregado na indstria de petrleo
como o material orgnico que pode incluir hidrocarbonetos alifticos e aromticos, fenis
e cidos carboxlicos. Na gua produzida, esse material pode se encontrar na forma
dispersa e/ou na forma dissolvida (OLIVEIRA & OLIVEIRA, 2000).
Segundo LIRA SOARES (2013), vrios estudos foram realizados a fim de avaliar
os efeitos da toxicidade da gua produzida. Evidenciou-se que os maiores influenciadores
na toxicidade da AP so os hidrocarbonetos aromticos e os fenis alquilados. O benzeno,
por exemplo, um hidrocarboneto aromtico que possui sua elevada toxicidade inerente
a vida de introduo, sendo apenas associada sua ao direta sobre o organismo e, alm
dos produtos derivados da sua biotransformao. So exemplos o benzeno epxido (resultante
da primeira reao de biotransformao), uma substncia altamente reativa e instvel, e a 1,4
benzoquinona, provveis responsveis pela mielotoxicidade do benzeno.
A Resoluo 357/2005 do CONAMA faz referncia em sua classificao de gua
doce do tipo 1, 2 e 3 os ndices de aceitabilidade do benzeno. O valor mximo para
concentrao do benzeno de 0,005 mg/L. Outro hidrocarboneto aromtico, o tolueno,
no contemplado na Resoluo e, para as classes das guas salinas e salobras, no so
mencionados os teores mximos para esses componentes (ANDRADE, 2009).
Os efeitos dos diferentes contaminantes presentes na gua so complexos e, em
alguns casos no so compreendidos totalmente. Pode haver inmeras reaes para o
mesmo de contaminantes. Sabe-se, sem restries, que ao ser consumida sem estar
purificada, a gua pode causar srios problemas a sade, devido a sua alta toxicidade
quando no tratada.
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Captulo 4
Materiais e Mtodos
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4. Materiais e Mtodos
Para que se elabore um projeto conceitual de um sistema de tratamento para reuso
da gua produzida a metodologia empregada tem como base a caracterizao da indstria
(empresa) geradora, que inclui parte do sistema j utilizado por ela, alm da adio de
novos equipamentos, a caracterizao e volume disponvel da gua produzida e a
frequncia com que ela recebida. Com as informaes supracitadas, so avaliadas as
tecnologias mais utilizadas e que sejam viveis em termos econmicos e operacionais
para que a gua chegue a especificao desejada. Dessa forma, foram avaliados os
diversos processos de tratamento utilizados na indstria, chegando-se ao que se melhor
adequou para a especificao da gua com a finalidade de reutiliz-la para consumo
humano.
4.1 Caracterizao da empresa
A empresa est localizada no municpio de Guamar/RN, situada na Rodovia RN
221, KM 25, a cerca de 180 Km de Natal e 8 Km da cidade de Guamar, sendo ilustrada
atravs das figuras 8 e 9.
Figura 8: Localizao geogrfica do polo industrial de Guamar.
Fonte: Petta et al. (1997)
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Figura 9: Polo industrial de Guamar, Rio Grande do Norte.
Fonte: Neto (2010)
Segundo SILVA DA NBREGA (2001), o polo industrial de Guamar possui
uma rea de cerca de 2.250 Mm, como mostrado atravs da planta baixa da figura 10,
integrado a toda movimentao de leo e gs da regio e foi construdo com o intuito de
beneficiar toda a produo terrestre e martima (Campos martimos: Pescada, Ubarana,
Agulha, Aratum e Arabaiana). importante salientar que a rea descrita ocupada por
todo o polo industrial de Guamar, apesar da planta baixa mostrada na figura representar
apenas a rea da UTPF, j que esse o princpio do presente trabalho.
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O polo industrial de Guamar constitudo por diversas instalaes industriais da
Petrobras, compreendendo a UO-RNCE, que incluem:
Refinaria Potiguar Clara Camaro: produz nafta petroqumica, querosene de
aviao e gasolina automotiva (desde setembro de 2010), tornando o Rio Grande
do Norte o nico estado do pas autossuficiente na produo de todos os derivados
do petrleo. Possui uma capacidade de 6000 m/dia, sendo composta por duas
unidades de destilao atmosfricas: U-260 e U-270 (diesel e QAV), uma unidade
de tratamento custico regenerativo: U-280 e uma unidade de produo de
gasolina: UGG - U-280-A.
Estao de Tratamento de leo: recebe e trata cerca de 115 mil barris de petrleo
diariamente.
Estao de Compressores: recebe 2.200.000 m de gs natural por dia, e os
comprime para que possam ser fracionados. a maior estao de compressores
da Amrica Latina.
Unidade de Processamento de Gs Natural: fraciona o gs natural, produzindo
GLP, C5+ e gs industrial. A produo local de GLP de cerca de 310 ton/dia
Figura 10: Planta isomtrica da ETE do polo industrial de Guamar.
Fonte: Acervo pessoal do IDEMA (2015)
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(26.000 botijes/dia), enquanto que a de gs industrial de 730.000 Mm3/dia. O
gs industrial vendido para toda a regio atravs do gasoduto "Nordesto".
Estao de Tratamento de Efluentes: realiza o tratamento de toda a gua e resduos
do processo de acordo com as normas ambientais, antes de descart-los na
natureza via emissrio submarino.
A imagem 11 mostra as instalaes do polo industrial de Guamar.
Figura 11: Instalaes do polo industrial de Guamar.
Fonte: Schneider (2015)
4.1.1 Sistema atual de descarte ou reuso
Os resduos lquidos que so gerados nas atividades de explorao e perfurao
de poos da regio so levados at a UTPF do polo industrial atravs de um caminho
sugador e so descarregados em uma carreta tanque para transporte. De acordo com
informaes do acervo pessoal do Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio
Ambiente do Rio Grande do Norte IDEMA/RN, do trimestre de 1 de novembro de
2014 a 31 de janeiro de 2015, o efluente foi descartado no mar via emissrios submarinos
I e II numa vazo mdia de 82.869 m/dia, ou seja, essa a quantidade quase que total de
gua produzida recebida para tratamento, visto que h pouca perda aps a retirada de leo
livre na ETO.
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De acordo com dados fornecidos pelo IDEMA, a disposio da gua produzida
feita inicialmente em um dique na Estao de Tratamento de leo, o que ocasiona a
separao da gua livre do leo devido diferena de densidade entre os lquidos (essa
separao pode ocorrer em horas ou dias), de forma que a gua se posiciona em baixo e
o leo na parte superior. A figura 12, mostra o 1 dique que recebe o efluente na UTPF
de Guamar:
Em sua composio, a gua produzida que chega at a Estao de Tratamento de
gua Produzida em Guamar possui compostos orgnicos, inorgnicos, metais pesados
e outros elementos que se no houver remoo, inviabilizam a sua reutilizao, bem como
o seu descarte.
Para que esse efluente possa ser reutilizado para consumo (Classe 1), a tabela 3
apresenta os padres exigidos baseada nos Valores Mximos Permitidos, V. M. P., de
acordo com as Resolues 357 e 430 do CONAMA, sendo esta ltima a que faz referncia
aos efluentes, mencionando que para reutiliz-los a partir de fontes poluidoras deve-se
seguir as normas e padres indicados nesta portaria.
Figura 12: Dique de recebimento do efluente no polo
industrial de Guamar
Fonte: Acervo pessoal do IDEMA (2015)
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Tabela 3: Valores mximos permitidos de parmetros presentes na AP para consumo
humano (Classe 1).
Fonte: CONAMA (2005)
Parmetros V.M.P Unidades
Materiais Flutuantes, inclusive
espumas no naturais Virtualmente Ausentes -
leos e Graxas Virtualmente Ausentes mg/L Cor Verdadeira Nvel de Cor Natural Pt/L
Corantes Provenientes de Fontes
Antrpicas Virtualmente Ausentes -
DBO 3 mg/L Gosto/Odor Virtualmente Ausentes -
OD No inferior a 6 mg/L O2
pH 6,0 9,0 -
Resduos Slidos Objetveis Virtualmente Ausentes -
Turbidez 40 uT
A tabela 4 apresenta as normas ligadas aos padres inorgnicos que deve-se seguir
segundo o CONAMA.
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Tabela 4: Valores mximos dos compostos orgnicos presentes na AP para fins de
consumo humano (Classe 1).
Fonte: CONAMA (2005)
PADRES CONAMA 357
Parmetros Inorgnicos Valor Mximo (mg/L)
Alumnio dissolvido 0,1
Antimnio 0,005
Arsnio total 0,01
Brio total 0,7
Berlio total 0,04
Boro 0,5
Cdmio total 0,001
Chumbo total 0,01
Cianeto livre 0,005 Cloreto total 250
Cloro residual total (combinado + livre) 0,01
Cobalto total 0,05
Cobre dissolvido 0,009
Cromo total 0,05
Ferro dissolvido 0,3
Fluoreto total 1,4
Fsforo total (ambiente lntico) 0,020 Fsforo total (ambiente intermedirio, com
tempo de residncia entre 2 e 40 dias, e
tributrios diretos de ambiente lntico)
0,025
Fsforo total (ambiente ltico e tributrios de
ambientes intermedirios)
0,1
Ltio total 2,5
Mangans total 0,1
Mercrio total 0,0002
Nquel total 0,025
Nitrato 10
Nitrito 1
Nitrognio amoniacal total 3,7 para pH 7,5
2 para 7,5 < pH 8
1 para 8 < pH 8,5
0,5 para pH > 8,5
Prata total 0,01
Selnio total 0,01
Sulfato total 250
Sulfetos (como H2S no dissociado) 0,002
Urnio total 0,02
Vandio total 0,1
Zinco total 0,18
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4.2 Caracterizao da gua produzida disposta
As tabelas 5, 6, 7 e 8 exibem as anlises fsico-qumicas que se referem aos
parmetros orgnicos e inorgnicos presentes na gua produzida com traos de leo, que
recebida pela UTPF do polo industrial de Guamar. Os dados apresentados foram
fornecidos pela empresa em anlise nesse presente trabalho, PETROBRAS, ao rgo
ambiental estadual competente, IDEMA, relacionados composio da AP em um
trimestre, de 1 de fevereiro de 2015 a 31 de abril de 2015, sendo a coleta realizada no
dia 29 de abril de 2015, no ponto N6 Sada da ETE (emissrio), e estas informaes
enviadas no dia 12 de agosto de 2015, pela qumica de petrleo Andressa Mendes Costa.
O Teor de leos e Graxas (TOG) foi monitorado atravs de ensaio analtico
instrumental, apresentando concentrao mdia apresentada na tabela 5 abaixo, com
desvio padro de 5,1.
Tabela 5: Ensaio referente ao agregado orgnico presente na gua de produo
Fonte: Acervo Pessoal do IDEMA (2015)
Parmetro Resultados Unidade
leos e Graxas
(TOG)
14,1 mg/L
Tabela 6: Ensaio referente aos parmetros presentes na gua de produo
Fonte: Acervo pessoal do IDEMA (2015)
Parmetros Situao Unidades
DBO 5 (entrada) 70,90 mg/L DBO 5 (sada) 40,71 mg/L
DQO 112 mg/L Material Sedimentvel < 0,1 ml/L
Oxignio dissolvido 0,37 mg/L
pH 7,09 - Salinidade (NaCl) 1088,46 mg/L
Slidos Suspensos 9,14 mg/L Slidos Totais Dissolvidos 1837 mg/L
Temperatura 38 C
Turbidez 2,45 UNT
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Tabela 7: Ensaio referente aos compostos inorgnicos presentes na gua de produo
Fonte: Acervo pessoal do IDEMA (2015)
Parmetros Resultados (mg/L)
Arsnio total < 0,0057
Brio total < 0,5
Boro total < 0,2
Cdmio total < 0,0002
Chumbo total < 0,0034 Cianeto livre < 0,0025
Cianeto total < 0,0025
Cobre dissolvido < 0,0001 Cromo hexavalente < 0,0012
Cromo trivalente < 0,0012
Estanho total < 0,0240 Ferro dissolvido 0,55
Fluoreto total 1,746 ndice de Fenis 0,484
Mangans dissolvido 0,161
Mercrio total < 0,0002 Nquel total < 0,0012
Nitrato 0,4671
Nitrito < 0,1665
Nitrognio Amoniacal Total 0,62
Prata total < 0,0008 Selnio total < 0,0069
Sulfeto 0,43300
Zinco total < 0,0009
Tabela 8: Ensaio referente aos compostos orgnicos presentes na gua de produo
Fonte: Acervo pessoal do IDEMA (2015)
Parmetros Situao Unidades
Benzeno 0,329 mg/L
Clorofrmio < 0,0003 mg/L
Dicloroeteno < 0,0003 mg/L Estireno < 0,0003 mg/L
Etilbenzeno 0,0160 ml/L Tetracloreto de carbono < 0,0003 mg/L
Tricloroeteno < 0,0003 mg/L
Tolueno 0,398 mg/L Xileno 0,148 mg/L
HTP 2350 g/L HTA 54,27 g/L
n-Alcanos < 25 g/L
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Foi realizada anlise ecotoxicolgica de toxicidade para 1 e 2 nveis trficos, da
amostra coletada, segundo a tabela 9 a seguir, onde os resultados permaneceram dentro
dos valores praticados historicamente.
Tabela 9: Ensaio referente aos parmetros ecotoxicolgicos presentes na gua de
produo
Fonte: Acervo pessoal do IDEMA (2015)
Parmetros Situao Unidades
Lythechinus variegatus 9,21 CENO nvel 1 (%) S. costatun 8,72 CENO nvel 2 (%)
Lythechinus variegatus 18,42 CEO nvel 1 (%)
S. costatun 17,45 CEO nvel 2 (%) Mysidophis juniae 35,05 CL 50 nvel 1 (%)
V. fischeri > 81,9 CL 50 nvel 2 (%)
4.3 Especificao para o destino
4.3.1 Consumo humano
O destino esperado para a gua tratada ser o consumo humano. As cidades que
recebero essa gua sero Guamar (cidade de instalao do polo industrial), Diogo Lopes
e Galinhos.
As cidades de Diogo Lopes Galinhos e Guamar possuem, respectivamente, uma
populao de cerca de 5000, 2159 e 12404 habitantes, respectivamente. Utilizando uma
mdia de gasto por pessoa de 250 L/dia, ou 0,25 m/dia, tem-se que as cidades citadas,
respectivamente, gastam 1250 m/dia, 539 m/dia e 3101 m/dia. Sabendo-se que a UTPF
do polo industrial de Guamar descarta 87.505 m/dia de gua produzida tratada via
emissrio submarino, percebe-se que todas as cidades podem ser abastecidas diariamente
e ainda pode-se estocar gua devido grande quantidade que restar aps o processo de
tratamento.
Na anlise de resultados e discusses todos os dados relacionados populao e
a empresa sero mostrados e explicados de forma mais clara.
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4.3.2 Utilizao econ