Projeto integrador

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5 1 INTRODUÇÃO As grandes metrópoles têm aumentado a sua densidade demográfica nas últimas décadas de uma forma acelerada, tanto horizontal como verticalmente e, diante disso, as suas necessidades de consumo e de infraestrutura se modificaram a ponto de as organizações sentirem a necessidade de investir em novas estratégias e tecnologias, independentemente do segmento de mercado em que atuam. Nesse contexto, a Gestão em Redes surge como uma estratégia para o alcance da excelência organizacional através do compartilhamento de informações e recursos estratégicos, redução dos custos operacionais, desenvolvimento de novas tecnologias, ganhos de produtividade, lucratividade e aumento da competitividade. No setor público, a Gestão em Redes serve como uma ferramenta relevante no que tange à acessibilidade de informações para cidadãos e gestores, à eficácia na elaboração de seus planejamentos estratégicos inter-setoriais e a uma maior qualidade nos serviços prestados para a população. No entanto, torna-se necessário, grosso modo, avaliar as políticas implantadas para tal fim, para que os objetivos supracitados sejam atendidos diante dos anseios de seus usuários e, ao mesmo tempo, identificar se essas práticas condizem com o verdadeiro sentido de Gestão em Redes discutido através do campo científico para tal fim. Observando-se a importância da Gestão em Redes dentro das organizações públicas e privadas, de acordo com a natureza do

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1 INTRODUÇÃO

As grandes metrópoles têm aumentado a sua densidade demográfica nas últimas

décadas de uma forma acelerada, tanto horizontal como verticalmente e, diante disso, as suas

necessidades de consumo e de infraestrutura se modificaram a ponto de as organizações

sentirem a necessidade de investir em novas estratégias e tecnologias, independentemente do

segmento de mercado em que atuam. Nesse contexto, a Gestão em Redes surge como uma

estratégia para o alcance da excelência organizacional através do compartilhamento de

informações e recursos estratégicos, redução dos custos operacionais, desenvolvimento de

novas tecnologias, ganhos de produtividade, lucratividade e aumento da competitividade.

No setor público, a Gestão em Redes serve como uma ferramenta relevante no que

tange à acessibilidade de informações para cidadãos e gestores, à eficácia na elaboração de

seus planejamentos estratégicos inter-setoriais e a uma maior qualidade nos serviços prestados

para a população. No entanto, torna-se necessário, grosso modo, avaliar as políticas

implantadas para tal fim, para que os objetivos supracitados sejam atendidos diante dos

anseios de seus usuários e, ao mesmo tempo, identificar se essas práticas condizem com o

verdadeiro sentido de Gestão em Redes discutido através do campo científico para tal fim.

Observando-se a importância da Gestão em Redes dentro das organizações públicas e

privadas, de acordo com a natureza do seu empreendimento e das exigências do seu

públicoalvo, surge a necessidade de identificar no ambiente organizacional possíveis práticas

ou necessidades que possam provar a sua relevância no contexto atual.

Dessa forma, esta pesquisa busca identificar e analisar se as estratégias

desenvolvidas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte (IFRN), o Sindicato dos Servidores Federais de Educação (SINASEFE-RN) e a

Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte

(FUNCERN) caracterizam a gestão em redes.

Para a realização desta pesquisa acadêmica, o seu ambiente ficou caracterizado

como: o campus central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio

Grande do Norte (IFRN); o Sindicato dos Servidores Federais de Educação (SINASEFE-RN);

e a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do

Norte (FUNCERN). Neste ambiente, torna-se relevante conhecer dados históricos e

informações pertinentes a cada instituição envolvida neste trabalho, descritos nos próximos

parágrafos.

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A história do Campus Central do Instituto Federal do RN, situado no bairro de Tirol,

se confunde com a própria história da Instituição. Suas origens remontam ao mês de março de

1967, quando a antiga Escola Industrial de Natal foi transferida do prédio histórico da

Avenida Rio Branco, centro da capital, para as atuais instalações. Vale salientar que, de lá

para cá, passados 40 anos, o prédio histórico da Avenida Rio Branco, que foi tomado da

Instituição à época da Ditadura Militar e posteriormente cedido à UFRN, foi devolvido ao

então CEFET-RN, através de um Contrato de Cessão de Uso, firmado em dezembro de 2007.

Até 1994, quando foi inaugurada a primeira unidade de ensino descentralizada da

instituição, o Campus Natal-Central constituía a única sede deste Instituto. Atualmente, estão

vinculados a ele os Núcleos de Extensão de Nova Cruz e Parnamirim e o Centro Cultural e de

Formação Profissional, localizado no centro de Natal.

A sua estrutura física compreende uma área de 90.000m², cujo prédio principal foi

inaugurado em 1967. Em seu ambiente físico, são oferecidas as seguintes modalidades de

ensino: Cursos Técnicos Integrados, Cursos Técnicos Subsequentes, Cursos de Graduação e

Cursos de Pós-graduação.

Em relação ao Sindicato dos Servidores Federais de Educação (SINASEFE-RN1), a

sua existência foi oriunda de algumas variáveis ou episódios acontecidos ao passar do tempo.

A Federação Nacional das Associações de Servidores das Escolas Federais de 1º e 2º graus

(FENASEFE) foi transformada no SINASEFE em 11 de novembro de 1988, no ENCONTRO

NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE SERVIDORES DAS ESCOLAS FEDERAIS DE 1°

E 2° GRAUS, na Cidade de Salvador/BA, logo após a aprovação da constituição de 1988, que

entre outras coisas, previu o direito à sindicalização para os Servidores Públicos.

Dez anos depois, no ano de 1998, num Congresso Nacional do Sindicato, realizado

na cidade de Manaus/AM, a Entidade passou a se chamar Sindicato Nacional dos Servidores

Federais da Educação Básica e Profissional, contemplando a todos os Trabalhadores e

Trabalhadoras da Rede Federal de Ensino, lotados nas Instituições de 1º e 2º graus, ampliando

a sua representação para além da área tecnológica.

O SINASEFE está organizado em 67 Seções Sindicais e representa, hoje, cerca de

20.000 Trabalhadores Docentes e Técnico-Administrativos em Educação, num universo de 30

mil Trabalhadores e Trabalhadoras lotados nas Escolas Agrotécnicas, Escolas Técnicas,

CEFETs, Institutos Federais, Colégio Pedro II/RJ, Colégios Militares e ex-territórios federais.

As Seções Sindicais que integram o SINASEFE têm regimento próprio, autonomia

política, administrativa, econômica, financeira e patrimonial. Cada uma delas é constituída

1 Disponível em: http://www.sinasefe.org.br/historia.htm Acesso em: 12 out. 2010.

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por, no mínimo, 20 Servidores e possui sua Direção, eleita, com mandato de dois anos. Sua

área de representação se dá a partir de cada Instituição Federal da Educação Básica ou

Profissional, mas poderá ter abrangência da sua base territorial estendida para mais de uma

Unidade de Ensino caso não haja condições de determinada Unidade estabelecer e organizar a

sua própria Seção Sindical.

Além das Seções Sindicais, existem alguns Sindicatos Locais filiados ao SINASEFE,

equiparados a estas Seções Sindicais, tanto quanto aos seus direitos como aos seus deveres.

Essa mudança de estrutura e sindicalização, ocorrida a partir de 1998, possibilitou a

ampliação do Sindicato Nacional e aglutinou à sua volta muitos dos Servidores Federais da

Educação que estavam órfãos de uma representação nacional.

O SINASEFE é um Sindicato Nacional que tem na sua autonomia financeira uma das

suas principais características, sendo os seus sindicalizados os únicos responsáveis pela

existência e pela manutenção da Entidade. Estes sindicalizados organizam-se por meio das

Seções Sindicais, que repassam à Direção Nacional do SINASEFE 20% do que é arrecadado

em cada Instituição Federal de Ensino ligada à Base do SINASEFE, com contribuição/filiação

voluntária.

Além do movimento nacional, o SINASEFE tem filiação à CEA - Confederação dos

Educadores Americanos e CONLUTAS - Coordenação Nacional de Lutas e para a CNESF -

Coordenação Nacional de Entidades dos Servidores Federais. O seu principal objetivo é

construir a unidade da Classe Trabalhadora, além de uma Sociedade Socialista, assim como

prevê o seu estatuto, em busca de uma Educação Pública, Gratuita, Laica e de Qualidade

socialmente referenciada em todos os níveis.

A Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande

do Norte (FUNCERN)2 também possui a sua própria história. A FUNCERN, regida pela Lei

8.958/94, é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, sediada em Natal, no Rio

Grande do Norte. É constituída por pessoas jurídicas, tendo sido fundada por oito instituidores

em 19 de novembro de 1998, com o objetivo de apoiar as ações de ensino, pesquisa, extensão

e desenvolvimento institucional do IFRN, contribuindo, dessa forma, com o desenvolvimento

educacional e tecnológico do RN.

A FUNCERN presta apoio para atender a demandas resultantes do processo de

implantação dos novos campi do IFRN no interior do Rio Grande do Norte (Caicó, Apodi,

Macau, João Câmara, Pau dos Ferros, Santa Cruz e Ipanguaçu), além do auxílio dado às

2 Disponível em: http://www.funcern.br/portal/institucional.html Acesso em: 21 out. 2010.

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unidades anteriormente implantadas (Mossoró, Currais Novos, Zona Norte de Natal e Natal-

Central).

Além disso, a FUNCERN apoia financeiramente os diversos eventos promovidos

pelo IFRN, por meio de suas diretorias e departamentos, e as ações de modernização dos

laboratórios de análises químicas, sendo também responsável por incorporar ao patrimônio do

Instituto, por meio de Termo de Doação, equipamentos de informática, bibliográficos e

mobiliários, resultantes dos convênios de parceria, tudo à luz da legislação e normas

pertinentes ao assunto. A Fundação tem, ainda, consolidado medidas de apoio às demandas

relativas aos alunos carentes do IFRN, auxiliando no fornecimento mensal de vales-

transportes, material esportivo e cultural, medicamentos, consultas médicas, bolsas de

trabalho e refeições.

Por fim, a FUNCERN é credenciada junto aos Ministérios da Educação (MEC) e da

Ciência e Tecnologia (MCT), ao Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições

Federais de Ensino Superior (CONFIES) e à Associação Brasileira de Instituições de

Pesquisas Tecnológicas (ABIPTI), sendo reconhecida como entidade de utilidade pública em

nível estadual e municipal.

Diante do exposto, faz-se necessário discorrer a cerca dos principais conceitos,

definições e classificações dos principais roteiros de estudo utilizados nesta pesquisa

acadêmica, como argumento de autoridade sobre as análises dos dados coletados que serão

discutidos a posteriori pelos pesquisadores.

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.1.1 Objetivo Geral

Identificar por meio de pesquisa bibliográfica e entrevistas com os gestores do IFRN,

SINASEFE-RN e FUNCERN a existência da prática de Gestão em Redes.

1.1.2 Objetivos Específicos

- Identificar, a partir da literatura organizacional, os principais conceitos e variáveis que

caracterizam a prática da Gestão em Redes, no ambiente das organizações;

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- Analisar e compreender a relação existente entre o IFRN, SINASEFE-RN e FUNCERN

- Observar os objetivos organizacionais de cada instituição, inserida no contexto desta

pesquisa;

- Identificar as variáveis que caracterizam a prática de Gestão em Redes entre Campus Central

do IFRN, SINASEFE-RN e FUNCERN.

1.3 JUSTIFICATIVA

Em um ambiente globalizado e competitivo, onde a cada dia surgem novas

oportunidades e incertezas decorrentes do avanço tecnológico e das constantes mudanças de

necessidades do mercado consumidor, a Gestão em Redes surge como uma alternativa eficaz

para as organizações sobreviverem e desenvolver suas atividades diante da presença de

grandes corporações nacionais e multinacionais, presentes neste contexto.

Como a Gestão em Redes pode ser desenvolvida em organizações públicas e

privadas, de acordo com a natureza de seus empreendimentos, surge então a necessidade de

analisar a sua prática no ambiente organizacional do campus central do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, uma vez que esta Instituição

desenvolve atividades em conjunto com outras organizações.

Esta pesquisa científica justifica-se pela relevante importância dentro do campo

tecnológico e de ensino em que se encontra a organização pesquisada, cujo valores

econômico-sócio-culturais poderão ser percebidos pari passu diante das observações

realizadas e conclusões apresentadas no propósito de fomentar uma política de Gestão em

Redes com mais eficácia dentro do campus pesquisado, entre os demais campi e a própria

sociedade como um todo, permitindo, dessa forma, ao mesmo tempo atingir seus principais

objetivos de educar e profissionalizar seus alunos de acordo com o interesse de cada unidade

de ensino e, garantir oportunidades de trabalho e de qualidade de vida para os seus usuários,

além de possibilitar a geração de amplos negócios por parte das empresas parceiras que

investem nas habilidades e competências dos novos profissionais formados por este Instituto.

Sua viabilidade pode ser conferida por se tratar de um ambiente de fácil acesso às

informações necessárias e com um custo mínimo possível na obtenção dos dados, uma vez

que 80% dos integrantes desta pesquisa fazem parte do seu ambiente organizacional como

funcionários públicos, além da importância que o mesmo representa para os pesquisadores.

Finalmente, do ponto de vista teórico, mais precisamente sobre a área de Gestão

Pública, esta pesquisa torna-se relevante para os pesquisadores nela envolvidos, devido ao

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crescimento pessoal e profissional que este tipo de trabalho acadêmico lhes propõem, uma vez

que as informações adquiridas e os resultados alcançados poderão complementar seus

conhecimentos em relação a Gestão em Redes, praticadas nos ambientes públicos e privados.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este estudo procura se concentrar na área de Administração Pública, diante da nova

configuração de Estado delineado a partir das revoluções liberais oitocentistas pela separação

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de funções estatais, pela adoção de constituições escritas garantidoras dos direitos

fundamentais e pela submissão balizada da própria administração pública ao direito, através

do surgimento do chamado Estado de Direito. No entanto, não é função deste trabalho

científico aprofundar-se no que tange aos atos da administração pública ou de alguma subárea

relacionada a Administração de Empresas como um todo, visto que a sua principal área de

concentração é a área de Gestão em Redes. No entanto, torna-se relevante discursar sobre

alguns conceitos relacionados a Administração Pública, como também, sobre a Gestão em

Redes.

2.1 ADMINISTRAÇÃO DO SETOR PÚBLICO

A Administração Pública é basicamente constituída por atos jurídicos sob Regime de

Direito Público ou Privado. Como Ato da administração, entende-se o gênero dos atos

praticados pela administração, destacando-se destes os que pela sua essência e efeitos são

regrados pelo direito público e aqueles que, mesmo sendo emanados da administração, não se

revestem das características de atos regrados pelo direito público, tanto pela sua natureza

como pelo fato da legislação assim o determinar. Dessa forma, os contratos existentes de

Ordem Civil e Comercial, segundo Mello (1995, p. 348) pode ser definido da seguinte forma:

Tradicionalmente entende-se por contrato a relação jurídica formada por um acordo de vontades, em que as partes obrigam-se reciprocamente a prestações concebidas como contrapostas e de tal sorte que nenhum dos contratantes pode unilateralmente alterar ou extinguir o que resulta da avença. Daí dizer-se que o contrato é uma forma de composição pacífica de interesse e que faz lei entre as partes.

Diante das palavras do autor supracitado, observa-se que os contratos caracterizam-

se pela bilateralidade e pelo acordo de vontades e, em sentido amplo, encontram-se incluídos

entre os atos da administração. A partir deste contexto, pode-se afirmar que a expressão

contratos da administração abrangente pode ser entendida como referindo-se àqueles

contratos celebrados pelo poder público sob regime privado, mesmo celebrados sob regime de

direito público. A Gestão Pública, segundo suas próprias características, pode ser denominada

como Gestão Social, como será abordado no próximo capítulo e que pode ser observada neste

estudo.

2.1.1 A Gestão Pública observada como Gestão Social

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No campo da Administração Pública, o termo gestão social pode ser observado

diante da identificação de diferentes práticas sociais, oriundas de organizações

governamentais e não governamentais, além de algumas iniciativas do setor privado, quando

estas últimas pautam suas ações nas noções de cidadania corporativa e de responsabilidade

social empresarial.

Neste contexto, a gestão social pode ser conceituada como um processo gerencial

que tem como principal característica ser decisório e deliberativo, visando suprir demandas de

uma sociedade específica, no que tange à produção de bens e prestação de serviços. Seu

contexto difere da gestão empresarial propriamente dita, já que esta última mantém o seu foco

na competitividade, no lucro e na exclusão dos concorrentes, enquanto que a gestão social é

baseada na solidariedade, na cooperação e na inclusão de outros agentes. (TENÓRIO, 2004).

Na realidade, todas as formas de gestão podem ser consideradas como gestão social,

porém no contexto aqui apresentado deve-se considerar dois níveis de análise da gestão

social: a que a identifica como um problemática da sociedade; e a que a relaciona com uma

forma particular de gestão, no nível organizacional propriamente dito.

No primeiro nível, seu conceito poderá ser confundido com a própria ideia de gestão

pública, mesmo que as demandas sociais sejam geridas pela sociedade como um todo, a partir

de seus mecanismos de auto-organização. No segundo nível, a gestão social diz respeito a

uma forma de gestão organizacional, diferente da Gestão privada que atua no mercado e da

pública que atua nas instituições do Estado, visando diminuir a lógica instrumental e técnica,

buscando uma visão mais social, politica, cultural e ecológica diante da sua gestão.

(FRANÇA FILHO, 2008).

2.2 GESTÁO INTEGRADA EM REDES

A Gestão Integrada em Redes, ou simplesmente Gestão de Competências em Redes

possui caráter estratégico, visto que em qualquer relação entre organizações se observará dois

objetivos comuns principais: coordenação e salvaguarda. Estes objetivos surgem normalmente

a partir das condições criadas pelo comprometimento interorganizacional das empresas

envolvidas.

Neste contexto, pode-se entender como salvaguarda, o conjunto das garantias que

cada parte individualmente tem contra a ocorrência de possíveis comportamentos oportunistas

de seus parceiros. A coordenação, por sua vez, diz respeito à organização, controle e à

orientação das ações e comunicações entre os participantes da organização, tendo como

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principal finalidade a consecução de um determinado objetivo. (JONES; HESTERLY;

BORGATTI, 1997).

A base da formação das redes se observa diante da necessidade de compartilhar seus

objetivos finais diante dos desafios encontrados no ambiente em que encontram-se inseridas

as organizações. Desenvolver uma gestão em redes proporciona grandes desafios pessoais e

profissionais, uma vez que a evolução no domínio das técnicas de comunicação, o manuseio

habilidoso e criativo das ferramentas tecnológicas necessárias, a revolução cultural e a

internalização dos fundamentos deixam de ser processos organizacionais individuais e passam

a ser coletivos. (AMARAL, 2002).

2.2.1 Redes: principais conceitos e classificação

O termo rede é muito antigo, e vários estudos apontam a sua origem como vinda da

prática dos tecelões e artesãos, surgindo dessa forma do latim retis, que tem como significado

o entrelaçamento de fios de forma regular, dando origem a uma espécie de tecido.

Ao passar do tempo, diante da sua estrutura regular e padronizada, a palavra rede

passou a ser empregada em diferentes situações.

Partindo desse pressuposto, pode-se afirmar que uma estrutura em rede significa que

seus integrantes encontram-se interligados horizontalmente a todos os demais, diretamente ou

através dos que os cercam. O conjunto resultante pode ser considerado como uma malha de

diversos fios que podem se espalhar em diversas direções sem que nenhum de seus nós possa

ser identificado como principal ou representante dos demais. Em outas palavras, em um

trabalho em rede não existem chefe e subordinados, e sim, uma equipe multiprofissional

trabalhando com uma vontade coletiva de alcançar determinado objetivo. (CASTELLS,

2001).

Outro conceito interessante pode ser encontrado em Olivieri (2003, p. 1) quando o

mesmo conceitua que

redes são sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições, de forma democrática e participativa, em torno de causas afins. Estruturas flexíveis e estabelecidas horizontalmente, as dinâmicas de trabalho das redes supõem atuações colaborativas e se sustentam pela vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso organizacional para a estruturação social.

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Dessa forma, o conceito de rede, segundo esses autores, transformou-se nas últimas

duas décadas em uma estrutura prática de organização, possibilitando processos que, grosso

modo, são capazes de responder às demandas de flexibilidade, conectividade e

descentralização das esferas de atuação e articulação social necessárias nos dias atuais. Jarillo

(1988, apud FERREIRA JÚNIOR, 2006, p. 3) afirma que redes pode ser conceituado como

“acordos de longo prazo, com propósitos claros, entre empresas distintas, mas relacionadas,

que permitem àquelas empresas estabelecer ou sustentar uma vantagem competitiva frente às

empresas presentes fora da rede. Em relação ao ambiente externo, as empresas procuram

trabalhar de forma conjunta ou agrupadas, procurando dessa forma reduzir as possíveis

ameaças deste ambiente, tais como incertezas e ameaças, buscando a sua sobrevivência no

mercado em que as mesmas atuam, de forma mais competitiva.

Como o termo rede é utilizado nos mais diversos segmentos de estudos possíveis,

suas mais variadas tipologias chegam inclusive a provocarem ambiguidades sobre o

entendimento do seu significado. Pensando nisso, Balestrin (2005) apresenta quatro

classificações gerais de redes, como pode ser observado no quadro abaixo:

CLASSIFICAÇÕES GERAIS DE REDES

Redes FormaisTrata-se de redes derivadas das relações estabelecidas por intermédio de instrumentos contratuais, sendo, portanto, fortemente formalizadas.

Redes Informais

São redes constituídas sem o estabelecimento contratual, em que a interdependência entre os participantes é estimulada por seus interesses comuns e a manutenção se dá pela confiança do grupo.

Redes Verticais

São redes sustentadas por uma interdependência hierárquica entre os participantes, semelhante a uma relação entre matriz e filial, em que uma empresa busca coordenar e controlar os esforços das demais empresas existentes, nos diversos elos da cadeia produtiva do grupo.

Redes Horizontais

Tratam-se de redes compostas por empresas independentes de um mesmo elo da cadeia de produção, atuando em conjunto sob a lógica da colaboração, sem a necessidade da coordenação de uma empresa líder.

Quadro 01: Classificações Gerais de Redes.Fonte: Elaborado de Balestrin (2005).

Finalizando este tópico, Britto (2004, p. 347) conceitua rede como

arranjos interorganizacionais baseados em vínculos sistemáticos – muitas vezes de caráter cooperativo – entre empresas formalmente independentes, que dão origem a uma forma particular de coordenação das atividades econômicas.

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Dessa forma, pode-se afirmar que as redes de empresas consistem na união de

empresas que antes atuavam isoladamente e percebem que ao constituírem uma rede podem

complementar-se onde não conseguem atingir o sucesso desejado, sem o estabelecimento de

laços financeiros, umas com as outras. O formato de redes permite que as organizações

possam se beneficiar das vantagens da cooperação existente entre as mesmas, a partir da

obtenção de recursos e espaços de negociação e de barganha que não poderiam ter atuando

individualmente.

2.2.2 Redes de Cooperação ou Redes Horizontais

Entre organizações que necessitam de alguma autonomia em suas tomadas de

decisões, as redes de cooperação surgem como uma significante alternativa de sistemas

organizacionais. Balestrin e Vargas (2004, p. 208) afirmam que as redes de cooperação são

constituídas por

empresas que guardam cada uma sua independência, mas que optam por coordenar certas atividades específicas de forma conjunta, com os seguintes objetivos: criação de novos mercados, suporte de custo e riscos em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos, gestão de informação e de tecnologias, definição de marcas de qualidade, defesa de interesses, ações de marketing, entre outros.

Esta alternativa, no entanto, torna-se mais vantajosa para pequenas empresas, por

ficar mais fácil de alcançar seus principais objetivos estratégicos e garantir a sua presença no

mercado em que atuam, de forma mais ativa e competitiva.

3 METODOLOGIA

3.1 FONTES UTILIZADAS

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Neste trabalho de pesquisa foram utilizadas fontes primárias na coleta de

informações através de uma entrevista com os gestores do Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), do Sindicato dos Servidores Federais

de Educação (SINASEFE-RN), e da Fundação de Apoio a Educação e ao Desenvolvimento

Tecnológico do Rio Grande do Norte (FUNCERN), como também, fontes secundárias através

do referencial teórico anteriormente explanado e demais informações adicionais sobre o

ambiente da pesquisa e do tema estudado, considerados relevantes para a sua elaboração.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O públicoalvo deste estudo foi formado pelos gestores das instituições supracitadas

no item anterior, ficando assim escolhido como universo físico responsável, no que tange a

análise da prática de Gestão em Redes no ambiente de pesquisa. Como amostra, foram

entrevistados os gestores das organizações envolvidas neste trabalho acadêmico, totalizando

três instituições neste contexto.

3.3 TIPO DE PESQUISA

Quanto à técnica, foi realizado um estudo de caso, entre três organizações que

funcionam no campus central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio

Grande do Norte (IFRN): O próprio IFRN, a Fundação de Apoio à Educação e ao

Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte (FUNCERN) e o Sindicato Nacional

dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE/Seção

Natal).

A escolha justifica-se por abranger o problema central da análise da prática de

gestão em redes. O referido estudo foi realizado, portanto, no ambiente interno do campus

central do IFRN.

A análise não teve a preocupação de realizar um estudo minucioso sobre todos os

pontos fortes e fracos, mas de identificar possíveis oportunidades e ameaças que venham a se

refletir tanto no ambiente interno quanto externo do IFRN.

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS

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Os dados coletados foram tratados mediante uma análise qualitativa, através de um

estudo exploratório sobre a visão dos gestores entrevistados com relação à problemática deste

estudo e as demais informações obtidas pelos pesquisadores através da construção do

referencial teórico para tal fim e do conhecimento adquirido pari passu em sala de aula.

4 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS

De acordo com as informações coletadas através da entrevista realizadas com os

gestores do IFRN, da FUNCERN e do SINASEFE-RN, foram observados vários aspectos

relacionados a este ambiente de pesquisa, os quais serão descritos e analisados a seguir.

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Segundo o gestor do IFRN, a relação desta instituição com as demais analisadas neste

contexto, é de muitas parcerias e muito profissionalismo. A FUNCERN, por exemplo, tem

apoiado muitos projetos da instituição, inclusive em parcerias importantes com a Petrobras, a

Companhia Vale do Rio Doce e outras empresas interessadas, em benefício da instituição.

Segundo as palavras do gestor, o IFRN no momento encontra-se confortável em termos de

orçamento. Porém, já houve época em que a FUNCERN chegou a dá apoio substancial para a

manutenção da instituição, compra de equipamentos e de material de consumo. Hoje o apoio

dado pela FUNCERN se relaciona principalmente em termos de desenvolvimento de projetos

científicos e tecnológicos, através da movimentação de bolsas que atendem a diversos

programa do IFRN, no apoio da pesquisa, da extensão e da própria qualidade de ensino. Em

outras palavras, trata-se de uma relação muito significante para o desenvolvimento do IFRN.

A respeito do SINASEFE-RN, existe uma relação muito tranquila entre ambas as

instituições. Segundo o gestor do IFRN, as duas instituições possuem seus objetivos voltados

pela melhoria das condições de funcionamento da instituição e também pelo melhoramento

das condições de ensino, pesquisa e extensão, além da qualidade de vida dos servidores. Seu

relacionamento com o SINASEFE-RN, segundo as suas palavras, trata-se de “uma relação de

luta, de muita cooperação e de respeito, de acordo com cada instância.” Dessa forma, o IFRN

mantém uma relação muito forte com o SINASEFE-RN.

No que tange às relações integradas, entre o IFRN e a FUNCERN existem vários

projetos que podem ser observados com tal propósito. A FUNCERN gerencia alguns projetos

da instituição, como também, projetos de captação de recursos externos através das agências

de fomento, tais como: FINEPE, PETROBRAS, UNP e o próprio CNPQ. Neste sentido,

existe uma ação integrada para que esses projetos continuem beneficiando, principalmente os

alunos do IFRN, em todos os níveis de educação oferecidos pela instituição.

Com o SINASEFE-RN também existem ações integradas em diversos pontos. O

SINASEFE-RN, por exemplo, participa de diversas reuniões com o instituto, muitas vezes

demandando pauta para discussões, relacionadas a diversas reivindicações na defesa dos

trabalhadores, sejam eles professores ou servidores administrativos e o instituto, por sua vez,

procura atender a essas reivindicações.

O gestor do IFRN, quando questionado sobre a existência de interdependência entre as

organizações aqui representadas, afirmou que na realidade, não existe tal interdependência.

Cada instituição possui autonomia e um foco de discussão próprio, pois, assim como o IFRN

é uma autarquia, a FUNCERN é uma instituição de direito privado e o SINASEFE-RN, por se

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tratar de um órgão sindical, possui toda a autonomia necessária para suas ações. Segundo as

suas palavras, o que realmente existe são parcerias.

Como objetivo comum, o gestor enfatiza o crescimento do IFRN e o maior

fortalecimento do ensino, da pesquisa e da extensão, onde todas as organizações envolvidas

neste contexto trabalham unidas em busca de um mesmo objetivo.

Em relação a FUNCERN, o seu gestor afirma durante a entrevista que a única relação

institucional estatutária e legal existente é com o IFRN. Com as demais organizações

supracitadas, o que realmente existe é uma relação de ordem amistosa, de possíveis parcerias

no sentido de fortalecer o apoio da FUNCERN e das demais organizações, junto ao IFRN.

Quanto ao seu relacionamento com o SINASEFE-RN, o gestor afirma não existir uma

relação de forma definida, e sim, eventual e esporádica. Quando o SINASEFE-RN deseja

desenvolver alguma ação, tendo como foco o IFRN e busca o apoio da FUNCERN, esta por

sua vez, encontra-se sempre solidária para desenvolver este tipo de parceria. No entanto,

nenhuma dessas ações podem ser consideradas como uma integração do tipo permanente.

Se não existisse a Lei 8.958 que rege as fundações de apoio, dando autonomia

administrativa e financeira, segundo seus estatutos, existiria sim, uma interdependência com o

IFRN pois a existência da FUNCERN depende ou foi motivada pela existência do instituto,

uma vez que a fundação surgiu no sentido de apoiá-lo. No entanto, a sua existência diz

respeito a questão de servir ao instituto na missão de apoiá-lo permanentemente.

Em se tratando de objetivos comuns, a FUNCERN e o SINASEFE-RN possuem tais

objetivos apenas com o IFRN, no sentido do crescimento da própria instituição.

Finalmente, ao ser entrevistado o gestor do SINASEFE-RN, o mesmo fez a seguinte

colocação: como o sindicato se trata de uma instituição que representa a categoria dos

sindicalizados, que são os servidores do IFRN, a relação existente é uma relação de cobrança

no sentido de atendimento às reivindicações junto ao IFRN. Portanto, não existe

interdependência entre estas duas organizações.

Com relação a FUNCERN, o gestor do SINASEFE-RN afirmou que se trata de uma

estrutura a parte, sem existir uma relação direta. O que realmente existe neste caso são

acompanhamentos das ações desenvolvidas pela fundação e, quando observado algo que não

se encontra de acordo com a visão do movimento sindical, o sindicato, por sua vez,

encaminha questionamentos de cobrança.

Sobre ao IFRN, o SINASEFE-RN possui uma relação voltada principalmente para a

questão de cobrança de acompanhamento de reivindicações, as vezes incentivando as

atividades de caráter cultural, educativo e pedagógico. Enquanto o SINASEFE-RN representa

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20

o lado dos empregados, o IFRN nesta relação, representa o papel do empregador. Para este

gestor, como existe uma permanente busca no sentido de reivindicação e resgatamento de

melhores condições de trabalho, além de condições salariais mais digna, par esta razão, não

existe interdependência entre estas duas organizações. Outro ponto importante que caracteriza

a independência dessas duas organizações diz respeito à natureza jurídica de cada uma.

Enquanto o IFRN possui o papel de prover uma educação pública, gratuita, laica e de boa

qualidade, além de condições de trabalho para os seus servidores, o SINASEFE-RN por sua

vez, encontra-se na posição de cobrar as atribuições anteriormente citadas em relação ao

IFRN.

Entre o SINASEFE-RN e a FUNCERN também não existe uma relação de

interdependência. Estas organizações são independentes entre si, visto que a FUNCERN,

segundo seus estatutos, é uma fundação de apoio ao ensino e o sindicato visa atender as

necessidades de seus sindicalizados.

Em se tratando de objetivos comuns, o SINASEFE-RN presume que exista, pois, além

das cobranças e reivindicações de seus sindicalizados, o sindicato atua também no campo da

cobrança do ensino de boa qualidade, que deve ser o mesmo objetivo pautado pelo IFRN, que

por sua vez, trata-se de uma instituição de ensino de prestígio indiscutível para toda a

sociedade, possuindo um histórico extremamente positivo de inserção da educação, não só no

Estado do Rio Grande do Norte, e sim, em todo o Brasil, já que se trata de uma rede federal de

ensino. Neste sentido, existe um encontro de objetivos entre estas duas organizações.

Sobre a FUNCERN, a posição do SINASEFE-RN é de que não exista um objetivo

claramente comum entre estas duas organizações, visto que a FUNCERN, além de ser uma

entidade de direito privado, a sua função é apoiar as ações do IFRN e, por esta razão,

encontram-se em áreas de atuação completamente diferentes. Neste sentido, também

prevalece entre estas duas organizações uma relação de cobrança por parte do SINASEFE-

RN, no sentido de que a FUNCERN possa continuar provendo, através de seus projetos, a

realização de bons cursos e de bons convênios que possam fortalecer cada vez mais a

qualidade do ensino, das bases de pesquisas e de extensão do IFRN.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos dados analisados, observa-se que a relação existente entre o IFRN, a

FUNCERN e o SINANASEFE-RN é apenas uma relação de parceria, visto quo objetivo

comum dessas entidades é contribuir para um ensino de melhor qualidade e condições dignas

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de trabalho de seus servidores, além da própria satisfação de seus alunos. Entre o SINASEFE-

RN e o IFRN, existe além dessa relação de parceria, uma relação de cobrança, por parte do

sindicato, para que as reivindicações de seus sindicalizados sejam atendidas, procurando

sempre prover condições de trabalho e de salários mais dignos para os servidores em geral.

Sobre a questão da existência de gestão integrada, observa-se que existe parcialmente,

pois, quando se trata de melhorar a qualidade do ensino, da pesquisa e extensão, todas as

organizações envolvidas, segundo as suas atribuições legais, procuram dar o seu apoio, a sua

contribuição. No entanto, o papel principal de cada uma dessas entidades são completamente

diferentes. Enquanto o IFRN busca prover as ações de ensino, pesquisa e extensão, a

FUNCERN procura apoiar as ações do IFRN e o SINASEFE-RN por sua vez, possui uma

relação de cobrança para que todas as ações referentes ao IFRN sejam realizadas, com

eficiência e boa qualidade.

Todas as organizações estudadas neste contexto são independentes diante das suas

ações, existindo apenas a relação de apoio ou de cobrança, com já foi discutido anteriormente,

porém, com total liberdade nas suas ações, uma das características necessárias para a

existência de gestão em redes neste ambiente pesquisado.

Finalmente, o único objetivo comum de todas as organizações estudadas diz respeito a

garantia da qualidade de ensino, de extensão e pesquisa por parte do IFRN, sendo que o

verdadeiro responsável sobre o provimento destas ações é o próprio IFRN e as demais

entidades existem no sentido de garantir a boa qualidade do ensino, além da satisfação de seus

servidores e alunos neste contexto. Ao analisar a classificação de gestão em redes apresentada

por Balestrim (2005), observa-se que existem apenas indícios de gestão em redes informais e

horizontais, uma vez que, estatutariamente não existe nenhuma ação desta natureza, de forma

explícita em suas relações. Portanto, este trabalho chega ao seu final, atendendo ao principal

objetivo inicialmente exposto em observar a prática de gestão de redes entre as organizações

supracitadas, no campus central do IFRN, esperando que o mesmo possa servir como fonte de

estudos e pesquisas para todos os pesquisadores, profissionais e acadêmicos interessados

sobre este tema.

REFERÊNCIAS

AMARAL, Vivianne. Desafios do trabalho em rede. Rede de Informações para o Terceiro Setor, dez. 2002.

Page 18: Projeto integrador

22

BALESTRIN, Alsones. A Dinâmica da Complementaridade de Conhecimentos no Contexto das Redes Interorganizacionais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tese de Doutorado, 2005.

BRITTO, Jorge. Cooperação Interindustrial e Redes de Empresas. In: KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia (orgs.). Economia Industrial: Fundamentos teóricos e práticos no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. vol. 1-A, Sociedade em Rede. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

FERREIRA JÚNIOR, Israel. Redes de Pequenas Empresas: Aplicação de uma tipologia em uma rede de supermercados. ENANPAD 2006, 30º Encontro da ANPAD, 23 a 27 de setembro. Salvador, 2006.

FRANÇA FILHO, G. C. Definindo Gestão Social. In: SILVA JÚNIOR, J. T.; MASIH, R. T.; CANÇADO, A. C.; SCHOMMER, P. C. (Orgs.). Gestão Social: práticas em debate, teorias em construção. Fortaleza: Imprensa Universitária UFC, 2008, v. 1. 248 p.

JONES, C.; HESTERLY, W. S.; BORGATTI, S. P. A General Theory of Network Governance: Exchange Conditions and Social Mechanisms. Academy of Management Journal, 1997.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 1995.

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SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodología de la investigación. México: McGraw-Hill, 1991.

TENÓRIO, F. G. Um espectro ronda o terceiro setor, o espectro do mercado: ensaios sobre a gestão social. 2. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2004.

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23

ANEXOS

PROJETO INTEGRADOR: ENTREVISTA SOBRE A PRÁTICA DE GESTÃO EM

REDES NO IFRN – CAMPUS CENTRAL.

Prezados Senhores, esta entrevista tem como principal objetivo, coletar informações dos

gestores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

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(IFRN), do Sindicato dos Servidores Federais de Educação (SINASEFE-RN), e da Fundação

de Apoio a Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte

(FUNCERN), para subsidiar a conclusão do Trabalho Acadêmico, objeto desse estudo. Sendo

parte integrante do Projeto Integrador dos alunos do 2º período do curso superior de

Tecnologia em Gestão Pública dessa Instituição de Ensino.

1) Qual a relação existente entre a instituição que o(a) Senhor(a) representa e as

organizações citadas?

2) Quais as ações de gestão integrada que são realizadas entre a sua instituição e as

demais organizações supracitadas?

3) Qual a relação de interdependência entre a sua instituição e as demais organizações

supracitadas?

4) Quais os objetivos comuns entre a sua instituição e as demais organizações deste

contexto?

Obs.: as entrevistas serão realizadas através de gravação de áudio aos gestores das

organizações envolvidas neste contexto.