PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM...

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Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul Campus Caxias do Sul PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA Caxias do Sul, janeiro de 2017.

Transcript of PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM...

Ministrio da Educao

Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica

Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do

Rio Grande do Sul

Campus Caxias do Sul

PROJETO PEDAGGICO DO CURSO DE

LICENCIATURA EM MATEMTICA

Caxias do Sul, janeiro de 2017.

2

Composio Gestora do IFRS Reitoria

Reitor

Osvaldo Casares Pinto

Pr-Reitora de Ensino

Clarice Monteiro Escott

Pr-Reitora de Administrao

Tatiana Webber

Pr-Reitor de Desenvolvimento Institucional

Jos El Santos dos Santos

Pr-Reitor de Pesquisa, Ps-Graduao e Inovao

Eduardo Girotto

Pr-Reitora de Extenso

Viviane Silva Ramos

Composio Gestora do IFRS Campus Caxias do Sul

Diretor Geral Pro Tempore

Juliano Cantareli Toniolo

Diretor de Ensino

Vitor Schlickmann

Diretor de Administrao

Rodrigo Dullius

Coordenadora de Desenvolvimento Institucional

Roberta Guimares Martins

Coordenadora de Pesquisa, Ps-Graduao e Inovao

Alexandra de Souza Fonseca

Coordenador de Extenso

Eduardo Thomazi

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Ncleo docente estruturante responsvel pela atualizao do

Projeto Pedaggico do Curso de Licenciatura em Matemtica

Clarissa Haas

Daiane Scopel Boff

Edimrcio Testa

Joo Cndido Moraes Neves

Kelen Berra de Mello

Sabrina Arsego Miotto

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Sumrio

1. Identificao do Curso .................................................................................................... 7

2. Apresentao ................................................................................................................. 8

3. Contexto Educacional ...................................................................................................11

3.1. Contexto Poltico ........................................................................................................11

3.2. Contexto Socioeconmico .........................................................................................12

3.3. Contexto Sociocultural ...............................................................................................15

3.4. Contexto Ambiental ...................................................................................................15

4. Polticas Institucionais ...................................................................................................17

4.1. Polticas de Ensino ....................................................................................................18

4.2. Polticas de Pesquisa e Inovao ..............................................................................18

4.3. Polticas de Ps-Graduao ......................................................................................19

4.4. Polticas de Extenso ................................................................................................19

5. Concepo Poltico-Pedaggica do Curso ....................................................................19

5.1. Justificativa ................................................................................................................20

5.2. Objetivo Geral ............................................................................................................21

5.3. Objetivos Especficos.................................................................................................21

5.4. Formas de Ingresso ...................................................................................................21

5.5. Perfil Profissional do Egresso ....................................................................................22

5.6. Princpios Filosficos e Pedaggicos do Curso, Relacionados ao PPI, ao PDI e

Organizao Didtica do IFRS .............................................................................................24

5.7. Estrutura Curricular ....................................................................................................26

5.7.1. Ncleo de Formao I ............................................................................................27

5.7.2. Ncleo de Formao II ...........................................................................................28

5.7.3. Componentes Curriculares Optativos .....................................................................29

5.7.4. Ncleo de Formao III ..........................................................................................29

5.7.5. Matriz Curricular .....................................................................................................30

5.7.6. Representao Grfica da Matriz Curricular ...........................................................33

5.8. Programa por Componente Curricular .......................................................................34

5.8.1. Primeiro Semestre .................................................................................................34

5.8.2. Segundo Semestre ................................................................................................37

5.8.3. Terceiro Semestre ..................................................................................................40

5.8.4. Quarto Semestre ....................................................................................................45

5.8.5. Quinto Semestre ....................................................................................................48

5

5.8.6. Sexto Semestre ......................................................................................................52

5.8.7. Stimo Semestre ....................................................................................................54

5.8.8. Oitavo Semestre ....................................................................................................57

5.8.9. Componentes curriculares optativos ......................................................................60

5.9. Metodologia de Ensino ..............................................................................................65

5.10. Atividades Prticas de Ensino ................................................................................66

5.11. Estgio Curricular Supervisionado .........................................................................67

5.12. Atividades Complementares ...................................................................................68

5.13. Trabalho de Concluso de Curso ...........................................................................68

5.14. Avaliao do Processo Ensino Aprendizagem .......................................................69

5.14.1. Expresso dos Resultados .................................................................................70

5.14.2. Estudos de Recuperao de Aprendizagem .......................................................71

5.15. Aproveitamento de Estudos ...................................................................................71

5.16. Certificao de Conhecimentos ..............................................................................72

5.17. Polticas de Apoio ao Discente ...............................................................................73

5.17.1. Poltica de Ingresso Discente..............................................................................73

5.17.2. Poltica de Assistncia Estudantil .......................................................................73

5.17.3. Poltica de Egressos ...........................................................................................74

5.17.4. Poltica de Aes Afirmativas..............................................................................74

5.18. Tecnologias de Informao e Comunicao no Processo Ensino Aprendizagem ...74

5.19. Aes Decorrentes dos Processos de Avaliao do Curso ....................................75

5.19.1. Sistema Nacional de Avaliao do Curso (SINAES) ...........................................75

5.19.2. Avaliao Institucional ........................................................................................76

5.20. Integrao com as Redes Pblicas de Ensino........................................................76

5.21. Articulao com os Ncleos: NAPNE, NEABI e NEPGS ........................................77

5.22. Colegiado de Curso................................................................................................77

5.23. Ncleo Docente Estruturante .................................................................................77

5.24. Quadro de Pessoal ................................................................................................78

5.24.1. Corpo Docente ...................................................................................................78

5.24.2. Corpo Tcnico-Administrativo em Educao ......................................................79

5.25. Diplomas ................................................................................................................80

5.26. Infraestrutura ..........................................................................................................80

6. Casos Omissos .............................................................................................................81

7. Vigncia do PPC ...........................................................................................................81

Referncias ..........................................................................................................................82

Anexo I Resoluo IFRS/CS n 42, de 23 de junho de 2010 .............................................88

6

Anexo II Regulamento das Atividades Complementares do Curso de Licenciatura em

Matemtica do IFRS, Campus Caxias do Sul .......................................................................89

Anexo III Regulamento do Trabalho de Concluso do Curso de Licenciatura em Matemtica

do IFRS, Campus Caxias do Sul ..........................................................................................95

Anexo IV Regulamento de Estgio Supervisionado do Curso de Licenciatura em Matemtica

do IFRS, Campus Caxias do Sul ........................................................................................ 100

Anexo V Regulamento do Colegiado do Curso de Licenciatura em Matemtica do IFRS,

Campus Caxias do Sul ....................................................................................................... 107

Anexo VI Regulamento do Ncleo Docente Estruturante do Curso de Licenciatura em

Matemtica do IFRS, Campus Caxias do Sul ..................................................................... 111

Anexo VII Regulamento do Laboratrio de Matemtica do IFRS, Campus Caxias do Sul

........................................................................................................................................... 115

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1. Identificao do Curso

Denominao do curso: Licenciatura em Matemtica

Forma de oferta do curso: Licenciatura

Modalidade: Presencial

Habilitao: Licenciado em Matemtica

Local de oferta: IFRS Campus Caxias do Sul

Rua Avelino Antnio de Souza, 1730, Bairro Nossa Senhora de Ftima, Caxias do Sul, RS,

CEP 95043-700.

Turno de funcionamento: Integral Manh e Noite

Nmero de vagas: 40

Periodicidade de oferta: Anual

Carga horria total: 3.260 horas

Mantida: Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Sul

Tempo de integralizao: 4 anos

Tempo mximo de integralizao: 8 anos

Autorizao de funcionamento: Resoluo IFRS/CS n 42, de 23 de junho de 2010 (Anexo I)

Pgina do curso: http://matematica.caxias.ifrs.edu.br

Diretor de ensino: Vitor Schlickmann

[email protected]

[email protected]

(54) 3204 2110

Coordenadora do curso: Daiane Scopel Boff

[email protected]

[email protected]

(54) 3204 2100

http://matematica.caxias.ifrs.edu.br/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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2. Apresentao

O Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) foi criado por meio da Lei 11.892

(BRASIL, 2008c), de 29 de dezembro de 2008. Esta Lei instituiu, no mbito do sistema federal

de ensino, a Rede Federal de Educao Profissional, Cientfica e Tecnolgica, vinculada ao

Ministrio da Educao, sendo constituda pelos Institutos Federais, Universidade

Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR), Centro Federal de Educao Tecnolgica Celso

Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), Centro Federal de Educao Tecnolgica de Minas Gerais

(CEFET-MG), escolas vinculadas s Universidades Federais e Colgio Pedro II. Por fora de

Lei, o IFRS uma Autarquia Federal vinculada ao Ministrio da Educao, tendo como

prerrogativas a autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didtico-pedaggica e

disciplinar. Alm disso, uma instituio de Educao Superior, bsica e profissional,

pluricurricular e multicampi, especializada na oferta de educao profissional e tecnolgica

nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjuno de conhecimentos tcnicos e

tecnolgicos com as suas prticas pedaggicas.

O Campus Caxias do Sul teve seu incio (IFRS, 2014b) com a Chamada Pblica

MEC/SETEC n 1 de 2007 (BRASIL, 2007), para apoio segunda fase do plano de expanso

da Rede Federal de Educao Tecnolgica. Tal chamada previa o envio de propostas das

prefeituras municipais para estabelecer uma ordem de prioridade na implantao dessa fase.

A Prefeitura Municipal de Caxias do Sul doou, em 12 de dezembro de 2008, uma rea de 30

mil metros quadrados, situada na Rua Avelino Antnio de Souza, no Bairro Nossa Senhora

de Ftima, s margens da represa So Miguel.

Em 20 de maro de 2009 ocorreu, na Cmara de Vereadores de Caxias do Sul, uma

audincia pblica para a definio dos cursos que seriam ofertados pelo Campus. Na ocasio,

ficou definida a oferta dos cursos superiores: Tecnologia em Metalurgia, Tecnologia em

Logstica, Licenciatura em Qumica e Licenciatura em Matemtica; e dos cursos tcnicos:

Plsticos, Qumica, Mecnica, Cozinha e Comrcio.

As obras do Campus Caxias do Sul iniciaram em 8 de fevereiro de 2009. Desde janeiro

de 2010 at a concluso parcial das obras, o Campus funcionou em uma sede provisria, em

um prdio de 1.600 metros quadrados, na Rua Mario de Boni, nmero 2.250, no bairro

Floresta, contando com 7 salas de aula, laboratrio de informtica, biblioteca, miniauditrio,

sala de professores, salas administrativas e espao de convivncia. A sede prpria do

Campus foi inaugurada em 20 de fevereiro de 2014.

O Campus Caxias conta atualmente com 05 prdios, sendo eles o Bloco A2, A3, A4,

D e F. O bloco A2 foi concludo em dezembro de 2015, sendo que no 3 pavimento esto

contempladas as salas dos professores, o setor de registros escolares, salas para

coordenadores de cursos, salas para as comisses permanentes e uma copa; no 2

pavimento localiza-se a rea administrativa do Campus e no 1 pavimento o auditrio. O bloco

A3 composto por salas de aula, sala para estudos orientados, laboratrio de fsica,

biblioteca, sala para os integrantes do Grmio Estudantil e do Diretrio Central de Estudantes,

departamentos de ensino e de assistncia ao aluno. No bloco A4 localizam-se: no 1

pavimento, a cantina; no 2 pavimento, 03 laboratrios de qumica e salas de aula; no 3

pavimento, 02 laboratrios de informtica e salas de aula. Os Blocos B e F so,

essencialmente, compostos por laboratrios das reas de metalurgia e mecnica.

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Atualmente, o Campus Caxias do Sul oferta os seguintes cursos tcnicos integrados

ao Ensino Mdio: Fabricao Mecnica, Qumica, Plsticos e Administrao (modalidade

PROEJA). Alm disso, oferta os cursos: Tcnico em Plsticos Subsequente, Licenciatura em

Matemtica, Tecnologia em Processos Metalrgicos e Mestrado Profissional em Tecnologia

e Engenharia de Materiais.

O Curso de Licenciatura em Matemtica, ofertado pelo IFRS Campus Caxias do Sul,

visa formar profissionais da educao na rea da Matemtica. De acordo com o Plano

Nacional de Educao (PNE) 2014-2024 (BRASIL, 2014b), uma das 20 metas estabelecidas

(Meta 15 do PNE) garantir uma poltica nacional de formao dos profissionais da educao,

assegurando que todos os professores da Educao Bsica possuam formao especfica de

nvel superior, obtida em curso de licenciatura na rea de conhecimento em que atuam,

visando a valorizao dos profissionais da educao.

Um estudo do INEP (MEC/SASE, 2014) mostra que a proporo de professores, com

formao de nvel superior, concluda ou em andamento, que atuam nos anos iniciais do

Ensino Fundamental regular, em 2013, era de 77,2%, e, nos anos finais do Ensino

Fundamental regular, era de 88,7%. Esse estudo aponta tambm que comum professores

atuando em sala de aula sem a formao especfica, como nas reas de Biologia, Fsica,

Matemtica e Qumica. Algumas das estratgias do PNE para a Meta 15, citada

anteriormente, so

15.6) promover a reforma curricular dos cursos de licenciatura e estimular a

renovao pedaggica, de forma a assegurar o foco no aprendizado do (a)

aluno (a), dividindo a carga horria em formao geral, formao na rea do

saber e didtica especfica e incorporando as modernas tecnologias de

informao e comunicao, em articulao com a base nacional comum dos

currculos da Educao Bsica, de que tratam as estratgias 2.1, 2.2, 3.2 e

3.3 deste PNE

15.8) valorizar as prticas de ensino e os estgios nos cursos de formao

de nvel mdio e superior dos profissionais da educao, visando ao trabalho

sistemtico de articulao entre a formao acadmica e as demandas da

Educao Bsica

15.9) implementar cursos e programas especiais para assegurar formao

especfica na Educao Superior, nas respectivas reas de atuao, aos

docentes com formao de nvel mdio na modalidade normal, no

licenciados ou licenciados em rea diversa da de atuao docente, em efetivo

exerccio

15.13) desenvolver modelos de formao docente para a educao

profissional que valorizem a experincia prtica, por meio da oferta, nas redes

federal e estaduais de educao profissional, de cursos voltados

complementao e certificao didtico-pedaggica de profissionais

experientes. (BRASIL, 2014b, Meta 15).

O Projeto Pedaggico do Curso de Licenciatura em Matemtica baseia-se nos

seguintes documentos da legislao vigente:

Decreto-Lei n 1.044, de 21 de outubro de 1969: Dispe sobre tratamento

excepcional para os alunos das afeces que indica.

10

Lei n 6.202, de 17 de abril de 1975: Atribui estudante em estado de gestao o

regime de exerccios domiciliares institudo pelo Decreto-Lei n 1.044, de 1969, e

d outras providncias.

Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e bases da

educao nacional.

Lei n 9.795, de 27 de abril de 1999: Dispe sobre a educao ambiental, institui a

Poltica Nacional de Educao Ambiental e d outras providncias.

Lei n 10.861, de 14 de abril de 2004: Institui o Sistema Nacional de Avaliao da

Educao Superior SINAES e d outras providncias.

Portaria MEC n 4.059, de 10 de dezembro de 2004: Regulamenta a modalidade

semipresencial.

Decreto n 5.626, de 22 de dezembro de 2005: Regulamenta a Lei n 10.436, de 24

de abril de 2002, que dispe sobre a Lngua Brasileira de Sinais Libras, e o art.

18 da Lei n 10.098, de 19 de dezembro de 2000.

Lei n 11.645, de 10 de maro de 2008: Altera a Lei n 9.394, de 20 de dezembro

de 1996, modificada pela Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as

diretrizes e bases da educao nacional, para incluir no currculo oficial da rede de

ensino a obrigatoriedade da temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena.

Lei n 11.788, de 25 de setembro de 2008: Dispe sobre o estgio de estudantes

altera a redao do art. 428 da Consolidao das Leis do Trabalho CLT, aprovada

pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943, e a Lei n 9.394, de 20 de

dezembro de 1996 revoga as Leis nmeros 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e

8.859, de 23 de maro de 1994, o pargrafo nico do art. 82 da Lei n 9.394, de 20

de dezembro de 1996, e o art. 6 da Medida Provisria n 2.164-41, de 24 de agosto

de 2001 e d outras providncias.

Lei n 12.764, de 27 de dezembro de 2012: Institui a Poltica de Proteo dos

Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o pargrafo 3 do

art. 98 da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Resolues do Conselho Pleno (CP)

o Resoluo CNE/CP n 01, de 17 de junho de 2004: Institui Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e

para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

o Resoluo CNE/CP n 01, de 30 de maio de 2012: Estabelece Diretrizes

Nacionais para a Educao em Direitos Humanos.

o Resoluo CNE/CP n 02, de 15 de junho de 2012: Estabelece as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educao Ambiental.

o Resoluo CNE/CP n 02, de 1 de julho de 2015: Define as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a formao inicial em nvel superior (cursos de

licenciatura, cursos de formao pedaggica para graduados e cursos de

segunda licenciatura) e para a formao continuada.

Resolues da Cmara de Educao Bsica (CEB)

o Resoluo CNE/CEB n 07, de 14 de dezembro de 2010: Fixa diretrizes

curriculares nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

o Resoluo CNE/CEB n 02, de 30 de janeiro de 2012: Define diretrizes

curriculares nacionais para o Ensino Mdio.

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o Resoluo CNE/CEB n 06, de 20 de setembro de 2012: Define diretrizes

curriculares nacionais para a educao profissional tcnica de nvel mdio.

Resolues da Cmara de Educao Superior (CES)

o Resoluo CNE/CES n 03, de 18 de fevereiro de 2003: Institui diretrizes

curriculares nacionais dos cursos de graduao em Matemtica.

Parecer CNE/CES n 1.302, de 6 de novembro de 2001: Diretrizes

curriculares nacionais para os cursos de Matemtica, bacharelado

e licenciatura.

3. Contexto Educacional

Esta seo aborda as demandas de natureza econmica, social, cultural, poltica e

ambiental da regio na qual o IFRS Campus Caxias do Sul est inserido, bem como

apresenta aes da Instituio que visam a atender a estas demandas.

3.1. Contexto Poltico

Em conformidade com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o IFRS possui

como misso

Promover a educao profissional, cientfica e tecnolgica, gratuita e de

excelncia, em todos os nveis e modalidades, atravs da articulao entre

ensino, pesquisa e extenso, em consonncia com as demandas dos

arranjos produtivos locais, formando cidados capazes de impulsionar o

desenvolvimento sustentvel. (IFRS, 2014b, p. 17).

A viso institucional do IFRS Ser uma instituio de excelncia em educao,

cincia e tecnologia (IFRS, 2014b, p. 17). Os princpios constitucionais da Administrao

Pblica so: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia, alm dos

princpios da tica, desenvolvimento humano, inovao, desenvolvimento cientfico e

tecnolgico, qualidade e excelncia, autonomia, transparncia, respeito e compromisso social

(IFRS, 2014b, p. 17).

Em nvel nacional, conforme o PDI (IFRS, 2014b, p. 21), a criao dos Institutos

Federais foi uma forma de reorganizar a Rede Federal de Educao Profissional e

Tecnolgica, fortalecendo a educao profissional de nvel tcnico em todo o Brasil. Os

Institutos Federais possuem como diretriz a verticalizao de ensino atravs da oferta de

cursos tcnicos de nvel mdio, de graduao e de ps-graduao, dentro dos espaos

geogrficos ocupados pelos seus campi. Alm disso, o IFRS baseia-se no desenvolvimento

integral do cidado, na equidade, na competitividade econmica e na gerao de novas

tecnologias. De forma a atender estas demandas, o Estatuto do IFRS (BRASIL, 2014a) prev

a garantia de vagas para a educao profissional tcnica de nvel mdio e para cursos de

licenciatura e/ou programas especiais de formao pedaggica, conforme

Art. 6 No desenvolvimento de sua ao acadmica, o Instituto Federal, em

cada exerccio, dever garantir o mnimo de 50% (cinquenta por cento) de

12

suas vagas para a educao profissional tcnica de nvel mdio e o mnimo

de 20% (vinte por cento) das vagas para cursos de licenciatura e ou

programas especiais de formao pedaggica, ressalvado o caso previsto no

2 do Art. 8 e o previsto no inciso I do art. 7 da Lei N 11.892/08.

Pargrafo nico: os percentuais previstos no caput deste artigo devero ser

atingidos preferencialmente em cada campus. (BRASIL, 2014a, Art. 6).

O Campus Caxias do Sul atende ao previsto no Estatuto do IFRS, uma vez que conta

com quatro cursos de nvel mdio tcnico (Fabricao Mecnica, Qumica, Plsticos e

Administrao), e com a Licenciatura em Matemtica.

O PDI (IFRS, 2014b, p. 29) prev a articulao do ensino de graduao com os demais

nveis de ensino da Instituio, com a pesquisa e com a extenso, refletindo uma poltica

nacional de educao, cincia e tecnologia que visa qualidade da formao profissional.

Dessa forma, o papel do ensino de graduao est vinculado gesto democrtica, ao

incremento tecnolgico e reflexo tica.

O ensino, neste contexto, comprometido com a formao de cidados trabalhadores,

com a interculturalidade, com a democratizao do conhecimento cientfico, tecnolgico e

pedaggico, com a promoo da cultura, tendo a pesquisa e a extenso como princpios

educativos. O ensino de graduao difunde, tambm, o exerccio da autonomia, da liberdade

para pensar, criticar, criar e propor alternativas.

Sob esse vis, conforme o PDI (IFRS, 2014b, p. 29), a criao de novos cursos deve

considerar a poltica de expanso do IFRS, devendo especificar as metas sociais e polticas

que se pretende alcanar com a formao oferecida, a concepo curricular e a

indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso. A adequao do projeto pedaggico s

demandas locais e regionais deve considerar as potencialidades da Instituio no que se

refere s condies infraestruturais e ao corpo docente. Nesta perspectiva, o Curso de

Licenciatura em Matemtica ofertado pelo IFRS Campus Caxias do Sul conta com um corpo

docente especializado, envolvido com atividades de ensino, pesquisa e extenso,

proporcionando um compartilhar de diferentes experincias cientficas e pedaggicas.

3.2. Contexto Socioeconmico

Um dos objetivos dos Institutos Federais definir polticas que atendam s

necessidades e s demandas regionais. Os campi do IFRS atuam em reas geogrficas e

realidades socioeconmicas distintas, nas reas de agropecuria, setor de servios, industrial,

vitivinicultura, turismo, entre outros, estando localizados em regies que se constituem uma

referncia em termos de necessidade de formao profissional (IFRS, 2014b, p. 31).

Em conformidade com o documento Perfil Scio Econmico: Caxias do Sul (SDE,

2014), o municpio de Caxias do Sul est localizado na extremidade leste da encosta superior

do nordeste do estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil e ocupa uma rea territorial de

1.648,60 quilmetros quadrados (0,55% da rea do Estado). A histria da colonizao de

Caxias do Sul comea em 1875 com a chegada dos primeiros imigrantes italianos na regio

serrana. Os imigrantes na sua maioria eram camponeses da regio do Vneto, situada ao

norte da Itlia. Dois anos aps a chegada dos imigrantes sede da colnia Campo dos

Bugres, como foi chamada inicialmente, recebeu a denominao de Colnia de Caxias. No

13

dia 20 de junho de 1890, foi criado o municpio e, em 24 de agosto do mesmo ano, foi efetivada

sua instalao. No dia 1 de junho de 1910, Caxias do Sul foi elevada categoria de cidade.

Vrios ciclos econmicos marcaram a evoluo do municpio ao longo dos sculos XX e XXI.

O primeiro deles est ligado ao cultivo da videira para consumo prprio e, posteriormente,

para a comercializao. Ainda nas primeiras dcadas do sculo passado surgiram as fbricas

mecanometalrgicas e txteis, as quais se consolidaram como polos industriais atuantes. Foi

a partir da instalao da indstria automobilstica no pas, no final da dcada de 1960, que a

indstria metalmecnica viveu sua grande fase de expanso.

A economia caxiense (SDE, 2014) constituda por aproximadamente 34 mil

estabelecimentos, sendo em torno de 6.224 empresas do setor industrial e, dentre elas, cerca

de 2.094 constituem o polo metalomecnico do municpio. Isto faz com que a economia do

municpio seja a terceira do Estado, com PIB de R$ 15,69 bilhes, que coloca Caxias do Sul

entre as primeiras 100 cidades do pas, incluindo capitais, ocupando o 34 lugar. Em 2010, a

renda per capita do municpio era de R$ 36.034,00 enquanto a renda per capita do Estado

estava no patamar de R$ 22.244,00 (62% maior que a renda do RS). O peso maior da

atividade industrial est concentrado no segmento metalomecnico. o segundo maior polo

do Brasil. No setor da microfuso, fabricam-se peas para indstria armamentista,

aeronutica, de prospeco de petrleo, autopeas, componentes agrcolas e moldes e

matrizes. Na rea de bens de capital, o municpio abriga um dos cinco maiores fabricantes de

carrocerias para nibus do mundo, e tambm um dos cinco maiores fabricantes de veculos

e implementos rodovirios da Amrica do Sul.

A populao de Caxias do Sul possui 470.223 habitantes, sendo a segunda maior

cidade no Estado em nmero de habitantes, ficando depois da capital, Porto Alegre, que

possui 1.472.482 habitantes (IBGE, 2014). Atualmente, apenas parte da populao

descendente dos imigrantes italianos, pois ao longo da histria a cidade recebeu imigrantes

de diversas etnias, vindos de outras cidades do Brasil e tambm o exterior. O IDESE (ndice

de Desenvolvimento Socioeconmico) um ndice calculado pela Fundao de Economia e

Estatstica Siegfried Emanuel Heuser (FEE), que avalia o grau de desenvolvimento dos

municpios gachos, variando de zero a um. Em 2012, Caxias do Sul obteve ndices

superiores ao do Estado em todos os blocos do IDESE, conforme Tabela 1, apontando um

alto grau de desenvolvimento.

Tabela 1 ndice de Desenvolvimento Socioeconmico 2012.

IDESE Educao Renda Sade

RS 0,744 0,685 0,745 0,804

Caxias do Sul 0,806 0,706 0,847 0,864

Fonte: FEE (2012).

Alm disso, o municpio de Caxias do Sul considerado livre de analfabetismo, com

uma taxa de 2,36% de pessoas analfabetas com 15 anos ou mais (FEE, 2010). Na Tabela 2

apresenta-se o nmero de estabelecimentos de ensino em Caxias do Sul, e na Tabela 3 o

nmero de estudantes matriculados em cada rede de ensino, para cada etapa ou modalidade,

apresentados pelo IBGE, em 2012.

14

Tabela 2 Estabelecimentos de ensino em Caxias do Sul.

Rede Estadual Rede Federal Rede Municipal Rede Particular Total

55 1 85 196 337

Fonte: IBGE (2012).

A Tabela 4 apresenta o nmero de alunos atendidos semestralmente pelo Campus

Caxias do Sul. Observa-se o crescimento do nmero de estudantes, e a garantia de 20% das

vagas para o curso de Licenciatura em Matemtica, prevista pelo Estatuto do IFRS (cursos

de licenciatura e/ou programas especiais de formao pedaggica).

Tabela 3 Matrculas em cada rede de ensino, para cada etapa ou modalidade, em Caxias do Sul.

Creche Pr-

escola

Ensino

Fundamental

Ensino

Mdio

Educao

Profissional

Educao

Especial

Educao

de

Jovens

e Adultos

Total

Rede

particular 5.194 4.953 8.255 2.527 3.986 81 1.753 26.749

Rede

municipal 0 1.203 31.770 0 0 120 1.667 34.760

Rede

estadual 0 0 16.383 13.660 518 179 2.044 32.784

Rede

federal 0 0 0 173 6 0 46 225

Total 5.194 6.156 56.408 16.360 4.510 380 5.510 94.518

Fonte: IBGE (2012).

Tabela 4 Nmero de alunos do Campus Caxias do Sul por semestre.

Curso 2010 2011

1/2

2012

1/2

2013

1/2

2014

1/2

Licenciatura para a Educao Profissional e

Tecnolgica 29 27/1 22/25 Extinto Extinto

Licenciatura em Matemtica 41 64/61 110/83 96/123 142/107

Tecnlogo em Processos Metalrgicos 35 69/53 95/73 81/107 132/144

Tcnico em Fabricao Mecnica Integrado ao Ensino

Mdio - 35 65 43 98

Tcnico em Qumica Integrado ao Ensino Mdio - 35 58 49 104

Tcnico em Plsticos Integrado ao Ensino Mdio - 35 60 38 85

Tcnico em Plsticos Subsequente 24 10/7 6/6 - 28/17

Tcnico em Administrao (Proeja) 37 37/13 48/29 27/21 13/11

Total 166 312/179 464/316 334/381 602/566

Fonte: SPA (2014).

15

3.3. Contexto Sociocultural

Com respeito aos aspectos socioculturais (SDE, 2014), Caxias do Sul conta com

espaos para a realizao de espetculos culturais e esportivos, entre eles Casa da Cultura,

Teatro do Sesi, Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovs Filho, Espao Multicultural

da Festa da Uva, Centro de Eventos da Festa Nacional da Uva, entre outros. Em 2008, a

cidade foi eleita a Capital Nacional da Cultura e, em 2009, ficou em primeiro lugar em gesto

cultural no Brasil.

Diante deste cenrio sociocultural, o Campus Caxias do Sul desenvolve suas aes

educativas. Dentre estas aes destacam-se as desenvolvidas pelo Ncleo de Atendimento

a Pessoas com Necessidades Especiais (NAPNE), Ncleo de Estudos Afro-brasileiros e

Indgenas (NEABI) e Ncleo de Estudos e Pesquisas em Gnero e Sexualidade (NEPGS)1,

implantados pelo IFRS, que atuam diretamente em questes relacionadas poltica de aes

afirmativas.

O NAPNE visa a incluso social de pessoas com necessidades educacionais especiais

(PNEEs) atravs da tecnologia, educao e profissionalizao. O ncleo realiza pesquisas na

rea de educao especial e informtica e promove a insero de PNEEs na comunidade.

O NEABI um espao que rene docentes, tcnico-administrativos em educao,

estudantes e outros interessados nas questes tnico-raciais. O ncleo presta assessorias

relativas implementao da Lei 11.645/08 (BRASIL, 2008a), que estabelece as diretrizes e

bases da educao nacional, para incluir no currculo oficial das redes de ensino a

obrigatoriedade da temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena.

O NEPGS tem como objetivo a realizao de investigao e produo cientfica sobre

os estudos de Gnero.

A educao ofertada no IFRS Campus Caxias do Sul tem por base os princpios da

ao inclusiva no IFRS, a saber, respeito diferena, igualdade de oportunidades e de

condies de acesso, incluso, permanncia e xito, garantia da educao pblica, gratuita e

de excelncia, defesa da interculturalidade, e integrao com a comunidade escolar e

acadmica. A educao inclusiva no IFRS visa atender s necessidades educativas

especficas dos os estudantes, atravs do desenvolvimento de prticas pedaggicas com

estratgias diversificadas.

3.4. Contexto Ambiental

Em relao ao contexto ambiental (SDE, 2014), o municpio desenvolve projetos e

atividades que visam incentivar e conscientizar a populao para uma cidadania ecolgica.

Este trabalho envolve a recuperao e a construo de reas de lazer da cidade, tais como

praas, parques e jardins, entre os quais podemos citar Mato Sartori, Jardim Botnico, Parque

dos Macaquinhos, Parque Cinquentenrio, Praa Dante Alighieri, Parque da Lagoa do Desvio

Rizzo e Parque de Exposies da Festa da Uva. Alm disso, o municpio desenvolve

1 Uma descrio mais detalhada dos ncleos NAPNE, NEABI e NEPGS pode ser encontrada na pgina

do Campus Caxias do Sul: .

http://www.caxias.ifrs.edu.br/site/

16

programas voltados educao ambiental, tais como Conhecer para Preservar, Plantando

uma Nova Caxias, Repovoamento da Araucria e Programa Lixo Mnimo (PROLIM), bem

como promove concursos e premiaes como o Calendrio Ecolgico, Clic Ambiental,

Olimpada Ambiental e Parlamento Ambiental. Em 2007, de forma pioneira e nica no Brasil,

a Companhia de Desenvolvimento de Caxias (CODECA), implantou a coleta automatizada de

lixo. Em 2014 possua 1.400 contineres para coleta de lixo orgnico e 1.400 para coleta de

lixo seletivo, atendendo mais de 165 mil pessoas.

Ao encontro das polticas municipais e atendendo ao Decreto n 5.940 (BRASIL, 2006),

que institui a separao dos resduos reciclveis descartados pelos rgos e entidades da

administrao pblica federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinao s

associaes e cooperativas dos catadores de materiais reciclveis, o Campus Caxias do Sul

conta com a Comisso para a Coleta Seletiva Solidria, composta por servidores que atuam

na execuo de aes socioambientais, auxiliando no processo de reciclagem de resduos do

Campus. Esta prtica auxilia na preservao de recursos naturais atravs do

reaproveitamento de resduos, no aumento da vida til dos aterros sanitrios, na reduo da

emisso de poluentes e na ampliao da conscincia ambiental da sociedade atravs de

mecanismos geradores de renda e trabalho.

Os artigos 1 e 4 da Lei 9.795 (BRASIL, 1999), que dispe sobre a educao

ambiental, preconizam

Art. 1 Entendem-se por educao ambiental os processos por meio dos

quais o indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio

ambiente, bem de uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida

e sua sustentabilidade. [...]

Art. 4 So princpios bsicos da educao ambiental:

I - o enfoque humanista, holstico, democrtico e participativo;

II - a concepo do meio ambiente em sua totalidade, considerando a

interdependncia entre o meio natural, o scio-econmico e o cultural, sob o

enfoque da sustentabilidade;

III - o pluralismo de idias (sic) e concepes pedaggicas, na perspectiva da

inter, multi e transdisciplinaridade;

IV - a vinculao entre a tica, a educao, o trabalho e as prticas sociais;

V - a garantia de continuidade e permanncia do processo educativo;

VI - a permanente avaliao crtica do processo educativo;

VII - a abordagem articulada das questes ambientais locais, regionais,

nacionais e globais;

VIII - o reconhecimento e o respeito pluralidade e diversidade individual e

cultural.

Em ateno referida Lei, o curso de Licenciatura em Matemtica, visando

construo de conhecimentos, ao desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores sociais,

ao cuidado com a comunidade de vida, a justia e a equidade socioambiental, e a proteo

do meio ambiente natural e construdo (BRASIL, 2012a), promove reflexes em aulas e

projetos de ensino, pesquisa e extenso.

17

4. Polticas Institucionais

Esta seo aborda as polticas institucionais de ensino, pesquisa e extenso

constantes no PDI (IFRS, 2014b) e sua implementao no mbito do Curso de Licenciatura

em Matemtica.

Conforme o PDI (IFRS, 2014b, p. 99), o ser humano um ser de relaes e na

convivncia com outros seres se constitui. Encontra-se em permanente movimento no tempo

e espao, sempre em busca de sanar suas necessidades para produzir sua existncia. Esta

iniciativa, que os seres humanos possuem em sua essncia, se materializa atravs do

trabalho, que resulta na produo de conhecimento e na consequente formao de uma

bagagem cultural. Sendo assim, o ser humano como sujeito cognoscente, reflete sobre sua

prpria existncia e atua politicamente na realidade, transformando a sociedade. Pensar no

ser humano significa projetar sua coletividade em uma sociedade que represente um espao

de possibilidades dialgicas, histricas e culturais.

Sob essa perspectiva, Ferreira (1997) aponta que, especificamente, a Matemtica se

apresenta como um componente cultural importante no desenvolvimento do ser humano, no

sentido de oportunizar reflexes e prticas que levem ao saber-fazer e evoluo do

pensamento. Neste sentido, h uma forte correlao entre o pensar matemtico que

oportuniza o resgate cultural e fornece as ferramentas intelectuais para o exerccio da

cidadania e os princpios explicitados no PDI (IFRS, 2014b).

Diante desse contexto, busca-se uma educao voltada para uma sociedade baseada

em relaes igualitrias, na qual a democracia remeta ao conceito amplo de cidadania, que

pressupe acesso educao, cultura, trabalho, qualidade de vida, entre outros (IFRS,

2014b, p. 100). O IFRS entende a educao como um processo complexo e dialtico, uma

prtica contra-hegemnica que envolve a transformao humana na direo do seu

desenvolvimento pleno. Alm disso, deve ter um carter no dogmtico, de modo que os

sujeitos se auto identifiquem do ponto de vista histrico. Nesse sentido, conforme Pacheco

(20--?), a educao

precisa estar vinculada aos objetivos estratgicos de um projeto que busque

no apenas a incluso nessa sociedade desigual, mas a construo de uma

nova sociedade fundada na igualdade poltica, econmica e social: uma

escola vinculada ao mundo do trabalho numa perspectiva radicalmente

democrtica e de justia social.

Tendo por base estes princpios filosficos, o IFRS desenvolve as seguintes polticas

institucionais: compromisso com a Educao Profissional, verticalizao do ensino, currculo

(avaliao, incluso, atividades prticas e estgio, componentes curriculares, perfil do

egresso), pesquisa e inovao, ps-graduao, extenso, gesto de pessoas, atendimento

aos discentes, ingresso discente, assistncia estudantil, egressos, aes afirmativas e

educao a distncia.

A articulao entre ensino, pesquisa e extenso est diretamente relacionada

organizao curricular e flexibilizao dos tempos e dos espaos escolares e

extraescolares. Os saberes necessrios ao trabalho conduzem efetivao de aes do

18

ensino e da aprendizagem (construo dialgica do conhecimento), da pesquisa (elaborao

e reelaborao de conhecimentos) e da extenso (ao-reflexo com a comunidade). A

indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso ocorre atravs da articulao das

diferentes reas do conhecimento com a inovao cientfica e tecnolgica, promovendo a

insero e interao do IFRS nos planos local, regional, nacional e internacional.

4.1. Polticas de Ensino

A Educao Profissional articula, sob a perspectiva da totalidade, sntese de mltiplas

relaes, sem dicotomia entre conhecimentos gerais e especficos, os seguintes conceitos:

trabalho, cultura, cincia e tecnologia (IFRS, 2014b, p. 107).

A verticalizao do ensino pressupe que todos os sujeitos envolvidos no processo

educacional atuem em diferentes nveis e modalidades, compartilhando os espaos

pedaggicos, estabelecendo itinerrios formativos, por meio de aes integradas entre

ensino, pesquisa e extenso. Dessa forma, entende-se que a atuao em diferentes nveis e

modalidades permite aos sujeitos envolvidos no processo educacional a reconstruo de seus

saberes por meio da dialogicidade, possibilitando a reflexo constante sobre o agir

pedaggico.

O IFRS concebe o currculo em uma perspectiva ampliada, que contempla as diversas

experincias de aprendizagem, os esforos pedaggicos e as intenes educativas (IFRS,

2014b, p. 110). O currculo compreendido como uma construo coletiva que aponta uma

intencionalidade do ato educativo que leva em considerao a compreenso filosfica,

sociolgica e epistemolgica relacionada ao mundo do trabalho. O desenvolvimento curricular

parte da premissa de uma educao inclusiva, que perpassa aos processos avaliativos, s

prticas de ensino e ao perfil do egresso.

4.2. Polticas de Pesquisa e Inovao

As polticas de pesquisa e inovao do IFRS, explicitadas no PDI (IFRS, 2014b),

pautam-se nas finalidades e objetivos preconizados na Lei de criao dos Institutos Federais,

fomentam a realizao de pesquisas aplicadas, estimulam o desenvolvimento de solues

tcnicas e tecnolgicas, alm de criar mecanismos para estender seus benefcios sua regio

de abrangncia, sem descuidar do alcance nacional e internacional. Da mesma forma, as

polticas de pesquisa do IFRS buscam o alinhamento com o Plano Nacional de Ps-

Graduao (PNPG) 2011-2020 (CAPES, 2010), o qual define as novas diretrizes, estratgias

e metas para dar continuidade e avanar nas propostas para poltica de ps-graduao e

pesquisa no Brasil. Tais polticas alinham-se ao documento Estratgia Nacional de Cincia,

Tecnologia e Inovao 2012-2015 (MCTI, 2012), o qual define a Poltica Nacional de Cincia,

Tecnologia e Inovao, com o objetivo de situar o Brasil na vanguarda do conhecimento

cientfico e tecnolgico.

Para isso, o IFRS busca priorizar a realizao de projetos de pesquisa e programas

de cooperao e intercmbio direcionados implementao de aes tcnico-cientficas, para

a execuo de atividades de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnolgico e inovao com

vistas ao atendimento das demandas locais, regionais e nacionais. Nesse intuito, estabelece

e mantm intercmbio com instituies cientficas nacionais e internacionais, visando firmar

19

contatos e convnios sistemticos na rea da pesquisa educacional, promovendo o

intercmbio entre pesquisadores e estudantes, alm do desenvolvimento de projetos comuns.

4.3. Polticas de Ps-Graduao

As polticas de Ps-Graduao do IFRS buscam assegurar a necessria articulao

entre cincia, tecnologia e cultura, e entre ensino, pesquisa e extenso, tendo em vista o

compromisso de contribuir para o desenvolvimento nacional, com destaque sua atuao no

plano local e regional, conforme prev o PDI (IFRS, 2014b, p. 123). O IFRS vem buscando,

portanto, ofertar uma educao que possibilite aos indivduos gerar conhecimentos a partir de

uma prtica interativa com a realidade, permitindo-lhes problematizar o conhecido, investigar

o no conhecido para poder compreend-lo e influenciar a trajetria dos destinos de seu lcus

de forma a se tornarem credenciados a ter uma presena substantiva a favor do

desenvolvimento local e regional (IFRS, 2014b, p. 124). A Ps-Graduao representa um

sistema de cursos que se superpe graduao com objetivos mais amplos e aprofundados

de formao cientfica ou cultural. O ensino de Ps-Graduao no IFRS vem sendo

implantado nos formatos lato sensu e stricto sensu, respeitado o princpio da aplicabilidade

investigativa.

4.4. Polticas de Extenso

A ao extensionista compreendida, no contexto do IFRS, como prtica acadmica

que interliga o prprio Instituto, nas suas atividades de ensino e pesquisa, com as demandas

da comunidade, possibilitando a formao de profissionais aptos a exercerem a sua

cidadania, a contriburem e a humanizarem o mundo do trabalho. O IFRS, por meio da

extenso, contribui para o desenvolvimento socioeconmico e cultural da regio, articulando

teoria e prtica e produzindo novos saberes.

O Campus Caxias do Sul entende que a extenso fortalece a sua relao com a

comunidade, porque propicia a participao institucional em aes sociais que priorizam a

superao das condies de desigualdade e excluso. Neste sentido, o Curso de Licenciatura

em Matemtica busca oportunizar por meio de projetos a interao dos estudantes nas

diferentes realidades educacionais.

5. Concepo Poltico-Pedaggica do Curso

Nesta seo justifica-se a existncia do curso em questo, apresentam-se seus

objetivos, as formas de ingresso, o perfil profissional do egresso, os princpios filosficos e

pedaggicos do curso, a estrutura curricular, os contedos curriculares, a metodologia, as

atividades prticas de ensino, o estgio curricular supervisionado, as atividades

complementares, o trabalho de concluso de curso, a avaliao do processo ensino

aprendizagem2, o aproveitamento de estudos e certificao de conhecimentos, as polticas de

apoio ao discente, as tecnologias de informao e comunicao no processo ensino

2 Neste texto, o termo ensino aprendizagem entendido como um processo dialtico, dinmico, que envolve o professor e o estudante em um constante movimento de transformao e construo do conhecimento.

20

aprendizagem, as aes decorrentes dos processos de avaliao do curso, a integrao com

as redes pblicas de ensino, a articulao com os ncleos NAPNE, NEABI e NEPGS, o

colegiado, o ncleo docente estruturante, o quadro de pessoal, os e diplomas, e a

infraestrutura.

5.1. Justificativa

O presente Projeto Pedaggico de Curso se insere dentro de uma proposta de

formao de professores conforme preconiza a Lei 11.892 de 29 de dezembro de 2008

(BRASIL, 2008c), que instituiu os Institutos Federais de Educao Cincia e Tecnologia. Em

sua essncia, a referida Lei traz, como um de seus objetivos, a oferta de cursos de formao

docente em nvel de licenciatura, com vistas formao de professores para a Educao

Bsica, sobretudo nas reas de cincias e Matemtica. Ao encontro disso, a fim de oportunizar

um itinerrio formativo de profissionais em uma das reas especficas apontadas pela Lei

que o Campus Caxias do Sul, de acordo com as deliberaes da audincia pblica realizada

na Cmara de Vereadores de Caxias do Sul em 20 de maro de 2009, que deu origem e base

aos cursos ofertados no Campus, apresenta a proposta de oferta do curso de Licenciatura em

Matemtica.

A formao inicial de professores para a Educao Bsica, conforme a Lei de

Diretrizes e Bases da Educao (BRASIL, 1996) e a Resoluo CNE/CP n 02/2015 (BRASIL,

2015), constitui-se de um processo dinmico e intencional direcionado melhoria permanente

da qualidade social da educao. Nessa perspectiva, o curso de Licenciatura em Matemtica

apresenta-se como um espao formativo para o desenvolvimento de profissionais crticos e

articulados com o contexto educacional, em suas dimenses sociais, culturais, econmicas e

tecnolgicas, que atuem de forma tica e cidad frente s diversidades do mundo

contemporneo.

Ao analisar a realidade educacional brasileira, com base no relatrio Escassez de

professores no Ensino Mdio: Propostas estruturais e emergenciais, produzido pela

Comisso Especial do Conselho Nacional de Educao/ Cmara de Educao Bsica (RUIZ

et al., 2007), e nos estudos apresentados pelo INEP (2013), percebe-se a necessidade de

formao de professores, especialmente no campo das cincias da natureza, priorizando a

oferta de cursos de formao nestas reas, em mbito de Licenciatura. A partir disso e do

contexto no qual o Campus Caxias do Sul est inserido, constata-se que a proposta deste

curso contribui para a implantao das polticas educacionais, em especial, para a

concretizao da Meta 15, do PNE (BRASIL, 2014b), que explicita a garantia de poltica

nacional de formao de profissionais da educao, para que todos que atuem na Educao

Bsica possuam a formao especfica na rea em que atuam, obtida em cursos de

licenciatura.

A regio de insero do IFRS Campus Caxias do Sul, delimitada pelo Conselho

Regional de Desenvolvimento da Serra (COREDE Serra) tem apenas trs ofertas de cursos

de Licenciatura em Matemtica, na modalidade presencial. Duas ofertas so propostas pelo

IFRS, sendo uma no Campus Bento Gonalves (turno noite) e esta no Campus Caxias do Sul

(turno integral manh e noite). Alm disso, na cidade sede, uma universidade comunitria

mantm tal proposta de formao no turno vespertino-noite.

21

Sob estas perspectivas, o compromisso firmado pelo Campus Caxias do Sul, com a

oferta do Curso de Licenciatura em Matemtica, no turno integral (manh e noite), se sustenta

na demanda regional e no atendimento das polticas pblicas que norteiam a educao no

Brasil. Por fim, com o comprometimento de que a Matemtica ensinada e aprendida nas

escolas seja um dos instrumentos de melhoria do desenvolvimento nacional, regional e local,

e estimule a melhoria da qualidade social, que se justifica o Curso de Licenciatura de

Matemtica no IFRS Campus Caxias do Sul.

5.2. Objetivo Geral

O objetivo do curso de Licenciatura em Matemtica do Campus Caxias do Sul

oportunizar a formao de professores de Matemtica para a Educao Bsica capazes de

compreender e transformar a realidade a partir de princpios de cidadania, democracia e tica.

5.3. Objetivos Especficos

O curso de Licenciatura em Matemtica ofertado pelo Campus Caxias do Sul incentiva

o desenvolvimento de um conjunto de conhecimentos relativos aos contedos especficos da

Matemtica e ao processo ensino aprendizagem, a fim de que os estudantes reelaborem

saberes considerando a realidade social, os objetivos da escola bsica, o cotidiano escolar e

as experincias da escola, e efetivando-os na prxis educativa.

Tendo por referncia a Lei 9.394 (BRASIL, 1996, Art. 43), as Diretrizes Curriculares

Nacionais da Matemtica (BRASIL, 2003), a Resoluo CNE/CP n 02/2015 e demais

legislaes vigentes, o curso objetiva:

Oportunizar a constituio do professor frente ao seu papel social nas diversas

realidades;

Desenvolver conhecimentos matemticos com vistas ao exerccio da cidadania

atravs de processo ensino aprendizagem;

Estimular a criao cultural e o desenvolvimento do esprito cientfico e do

pensamento reflexivo, com vistas a uma formao continuada;

Incentivar o trabalho de pesquisa e investigao cientfica, visando o

desenvolvimento da cincia e da tecnologia e da criao e difuso da cultura;

Promover a divulgao de conhecimentos culturais, cientficos e tcnicos que

constituem patrimnio da humanidade e comunicar o saber atravs do ensino, de

publicaes ou de outras formas de comunicao;

Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os

nacionais e regionais, por meio da extenso, com vistas difuso da cultura e da

pesquisa cientfica e tecnolgica geradas na Instituio, estabelecendo uma relao

de reciprocidade com a comunidade.

5.4. Formas de Ingresso

A Poltica de Ingresso Discente do IFRS (IFRS, 2014b, p. 193) o conjunto de

princpios e diretrizes que estabelecem a concepo, a organizao, as competncias e o

modo de funcionamento dos diferentes rgos para a implantao de aes que promovam

22

o ingresso de novos estudantes, em consonncia com a Lei 11892 (BRASIL, 2008c), com o

Projeto Pedaggico Institucional (IFRS, 2011), com o Plano de Desenvolvimento Institucional

do IFRS (IFRS, 2014b), com a Poltica de Aes Afirmativas do IFRS (IFRS, 2014a), com a

Poltica de Assistncia Estudantil (IFRS, 2013) e de acordo com as demais legislaes

vigentes. O Sistema de Ingresso segue as determinaes da Lei 12.711 (BRASIL, 2012b), do

Decreto 7.824 (BRASIL, 2012c) e da Portaria Normativa n 18 de 11/10/2012 do Ministrio da

Educao (BRASIL, 2012d).

Conforme a Poltica de Ingresso Discente, as formas de ingresso aos cursos

superiores de graduao, dentre eles, ao curso de Licenciatura em Matemtica, se d atravs

da nota obtida no Exame Nacional de Ensino Mdio (Enem), atravs da inscrio no Sistema

de Seleo Unificada (Sisu) e por processo de ingresso prprio.

Alm disso, o acesso ao Curso de Licenciatura em Matemtica poder se dar mediante

Ingresso de Diplomado, Ingresso de Estudante Visitante e Ingresso via Transferncia. Tais

processos so regulamentados pela Organizao Didtica do IFRS e por Editais Especficos.

Destinam-se 40 vagas anuais para o Curso de Licenciatura em Matemtica no Campus

Caxias do Sul.

5.5. Perfil Profissional do Egresso

O egresso do Curso de Licenciatura em Matemtica dever possuir um conjunto de

informaes e habilidades composto pela pluralidade de conhecimentos resultado do projeto

pedaggico e do itinerrio formativo vivenciado em sua constituio docente, fundamentado

nos princpios de interdisciplinaridade, contextualizao, democratizao, pertinncia e

relevncia social, tica e sensibilidade afetiva e esttica, conforme preconizam as diretrizes

para os cursos de licenciatura (BRASIL, 2015, Art. 7) de modo a lhe permitir:

I - o conhecimento da instituio educativa como organizao complexa na

funo de promover a educao para e na cidadania;

II - a pesquisa, a anlise e a aplicao dos resultados de investigaes de

interesse da rea educacional e especfica;

III - a atuao profissional no ensino, na gesto de processos educativos e

na organizao e gesto de instituies de Educao Bsica.

Para tanto, o egresso do curso de Licenciatura em Matemtica dever estar apto a:

Atuar com tica e compromisso com vistas construo de uma sociedade justa,

equnime e igualitria;

Compreender o seu papel na formao dos estudantes da Educao Bsica a partir

de uma concepo ampla e contextualizada de ensino, e de processos de

aprendizagem e desenvolvimento destes, incluindo aqueles que no tiveram

oportunidade de escolarizao na idade prpria;

Trabalhar na promoo da aprendizagem e do desenvolvimento de sujeitos em

diferentes fases do desenvolvimento humano nas etapas e modalidades da

Educao Bsica;

23

Dominar os contedos especficos e pedaggicos e as abordagens terico

metodolgicas do seu ensino, de forma interdisciplinar e adequada s diferentes

fases do desenvolvimento humano;

Relacionar a linguagem dos meios de comunicao educao, nos processos

didtico-pedaggicos, por meio do uso de diferentes tecnologias de informao e

comunicao para o desenvolvimento da aprendizagem;

Promover e facilitar relaes de cooperao entre a escola, a famlia e a

comunidade;

Identificar questes e problemas socioculturais e educacionais, com postura

investigativa, integrativa e propositiva em face da pluralidade e diversidade das

formas de bem viver3.

Atuar na gesto e organizao das instituies de Educao Bsica, planejando,

executando, acompanhando e avaliando polticas, projetos e programas

educacionais;

Participar da gesto das instituies de Educao Bsica, contribuindo para a

elaborao, implementao, coordenao, acompanhamento e avaliao do

projeto pedaggico;

Realizar pesquisas que proporcionem conhecimento sobre os estudantes e sua

realidade sociocultural, sobre processos de ensinar e de aprender, sobre propostas

curriculares e sobre organizao do trabalho educativo e prticas pedaggicas,

entre outros;

Utilizar instrumentos de pesquisa adequados para a construo de conhecimentos

pedaggicos e cientficos, objetivando a reflexo sobre a prpria prtica e a

discusso e disseminao desses conhecimentos;

Estudar e compreender criticamente a legislao educacional vigente, como

componente de formao fundamental para o exerccio da docncia;

Atuar como agentes interculturais para a valorizao e o estudo de temas

especficos relevantes.

No que se refere ao perfil do educador matemtico, o licenciado em Matemtica dever

ter as seguintes capacidades:

Expressar-se escrita e oralmente com clareza e preciso;

Trabalhar em equipes multidisciplinares;

Compreender, criticar e utilizar novas ideias e tecnologias para a resoluo de

problemas;

Aprender a aprender;

Identificar, formular e resolver problemas na sua rea de aplicao, utilizando rigor

lgico-cientfico na anlise da situao-problema;

Estabelecer relaes entre a Matemtica e as outras reas do conhecimento;

Conhecer questes contemporneas;

Participar de programas de formao continuada;

3 Trata-se de uma nova forma de compreender as relaes do ser humano com a natureza, que no seja instituda por um modelo de crescimento econmico desenfreado. Com isto, no se est querendo dizer que o desenvolvimento deva ser combatido, ou que o progresso tenha de ser rejeitado. A ideia do bem viver surge como princpio fundamental para uma convivncia harmnica do ser humano com a natureza (ARON, 2015).

24

Realizar estudos de ps-graduao;

Elaborar propostas de ensino de Matemtica para a Educao Bsica;

Analisar, selecionar e produzir materiais didticos;

Analisar criticamente propostas curriculares de Matemtica para a Educao

Bsica;

Desenvolver estratgias de ensino que favoream a criatividade, a autonomia e a

flexibilidade do pensamento matemtico dos estudantes, dando nfase aos

conceitos matemticos;

Perceber a prtica docente de Matemtica como um processo dinmico, carregado

de incertezas e conflitos, um espao de criao e reflexo, onde novos

conhecimentos so gerados e modificados continuamente;

Contribuir para a realizao de projetos coletivos em ambientes educativos.

5.6. Princpios Filosficos e Pedaggicos do Curso, Relacionados ao PPI, ao

PDI e Organizao Didtica do IFRS

O ser humano um ser relacional em realidades concretas. nesta teia que o mesmo

se constitui enquanto tal, pautado pelas relaes de trabalho. Isso implica reconhecer que o

ser vivente, por no nascer pronto e acabado, necessita aprender, a todo instante, a tornar-

se humano. Dessa forma, a humanidade desse ser emerge a partir da educao. Portanto,

inerente a todo ser humano, est a necessidade de ser educado.

Para Morin (1970), o ser humano extraordinariamente complexo, unindo, em si,

dialgica e recursivamente, vrios componentes mantenedores sempre de contradio, de

ambiguidade e de incerteza. A dificuldade em compreender esse ser reside, portanto, na

inadequao de metodologias que o reduzem a um s componente, a uma s dimenso. A

insistncia em tentar pensar o humano de maneira disjuntiva a partir de uma lgica binria do

tudo ou do nada acaba por inviabilizar uma apreenso mais ampla da prpria ideia de

humanidade. O ser humano , simultaneamente, tudo o que se pode afirmar e negar sobre

ele, sempre de modo antagonicamente complementar.

Morin (1970) desenvolve uma concepo antropolgica biocultural que funde e

ultrapassa, de forma transdisciplinar, os dois campos epistemolgicos paralelos e fechados,

em si mesmos, sobre a natureza biolgica e sociocultural do ser humano: o biologismo e o

antropologismo. Ao compreender que o desenvolvimento biolgico do ser humano ocorreu

por um processo simbitico com a cultura de forma simultnea e nica, Morin (1970, p. 56)

prope a juno epistemolgica entre natureza/cultura, animal/homem.

Para Santos (2008, p. 29), a juno epistemolgica, no ser humano, implica na

capacidade de inventar a sociedade, instituindo as figuras que a compem e que dotam a

prxis humana de todo o seu significado. Nesse sentido, importante salientar que o ser

humano

[...] no nasce pronto nem segue uma lgica determinada, do dever ser, ele

sempre um projeto em construo, um vir-a-ser, uma possibilidade. Por ser

uma possibilidade que ele ir constituir-se com o que emergir do

imaginrio radical e instituinte. A imaginao radical que ir permitir ao ser

humano criar as suas instituies e signific-las a sua maneira, fazendo e

25

refazendo suas histrias sociais, suas experincias, ao mesmo tempo que se

relaciona com o mundo, com os outros e consigo mesmo. (SANTOS, 2008,

p. 31).

A partir dessa concepo antropolgica e ontolgica, as prticas educativas devem

vislumbrar o ser humano em sua omnilateralidade4 e multidimensionalidade, contemplando-o

fsica, emocional e racionalmente. Essas prticas devem estar associadas,

permanentemente, s relaes estabelecidas na famlia, nos segmentos sociais e no mundo

do trabalho. Devem incorporar a participao poltica e cultural. Devem, por fim, ser decisivas

na tessitura de um vir-a-ser social e individual. Para Aranha (2000, p. 126), a formao

omnilateral reivindicada pela concepo de uma educao para o trabalho como princpio

educativo e por uma escola unitria, como meio para o desenvolvimento e a emancipao do

sujeito. Assim se entendendo, deve-se buscar a autonomia, a autorrealizao e a

emancipao como atributos da capacidade humana de produzir o seu projeto existencial.

Entender a si prprio nessa busca se consolida a partir da construo de uma compreenso

de si em funo da autopercepo e da percepo do outro, de forma a posicionar-se diante

das demandas do tempo no exerccio fundamental da liberdade e da criticidade, buscando

transformar-se.

A educao, no decorrer da histria, tem ocorrido em tempos, espaos e territrios

delimitados pelas relaes do mundo do trabalho. A intencionalidade da educao produz

processos de aprendizagem com vistas a uma sociedade constituda pelo ser humano, em

classes sociais, que busca, por meio do trabalho, uma cincia e tecnologia que avana na

perspectiva da democracia e cidadania dos seres humanos autnomos e livres.

Nesse sentido pretende-se superar a dicotomia entre o trabalho manual e o trabalho

intelectual, propondo processos formativos unitrios e omnilaterais. Ou seja, prope-se uma

formao que considere o desenvolvimento de todas as dimenses humanas e no apenas

os saberes necessrios para a adaptao do trabalhador aos ditames do mercado. Em suas

dinmicas formativas, a instruo profissional e a instruo bsica so compreendidas como

unitrias e necessrias plena humanizao. Nesse redimensionamento, a noo de

politecnia5 no deve ser confundida com a multiplicidade de tcnicas ou de qualificaes. A

politecnia deve ser entendida como elemento associado ao desenvolvimento intelectual,

psicolgico, cientfico e cultural (multilateral ou omnilateral) dos sujeitos. Ainda nessa

perspectiva, a concepo de educao politcnica requer uma viso social de mundo

completamente distinta daquela que, hegemonicamente, se configura em uma sociedade

marcada pela lgica do mercado.

4 Etimologicamente, omnilateralidade significa a educao integral (omni = todo + lateralidade = lado). Ou seja, uma formao plena e profunda que compreende a educao dos indivduos humanos a fim de plenamente se desenvolverem. Marx revelara a possibilidade de constituio do ser omnilateral como uma formao na qual seria possvel o desenvolvimento das amplas capacidades do ser social, alicerada no trabalho livre e associado. Para Gramsci, o conceito de omnilateralidade parte da formao politcnica e se fundamenta no trplice vrtice educao intelectual, educao corporal e educao tecnolgica, formando, assim, a educao unitria (GONZALEZ, 1996). 5 Entende-se politecnia, segundo Machado (1992, p. 19), como o [...] domnio da tcnica em nvel intelectual e a possibilidade de um trabalho flexvel com a recomposio de tarefas a nvel criativo. Supe a ultrapassagem de um conhecimento meramente emprico, ao requerer o recurso a formas de pensamento mais abstratas. Vai alm de uma formao simplesmente tcnica ao pressupor um perfil amplo de trabalhador, consciente, capaz de atuar criticamente em atividade de carter criador e de buscar com autonomia os conhecimentos necessrios ao seu progressivo aperfeioamento.

26

A educao escolar, com base nos fundamentos expostos, aliada s mudanas

paradigmticas econmicas e produtivas, d nfase nos processos de construo, gesto e

disseminao dos conhecimentos politcnicos pautados na omnilateralidade, no exerccio

amplo da criatividade da imaginao humana e na liberdade de se definir o modo como a vida

em sociedade se realiza. O acesso informao, mediado pela anlise crtica, pode criar

oportunidades de se constituir um experimento de sociedade na qual os sujeitos possam

desfrutar de uma maior conscincia de sua cidadania e sejam capazes de reagir s

desigualdades socioeconmicas, construindo uma realidade do bem viver.

5.7. Estrutura Curricular

O curso de Licenciatura em Matemtica, conforme preconiza a Resoluo CNE/CP n

02/2015 (BRASIL, 2015), est organizado por componente curricular, considerando a

formao para o exerccio integrado e indissocivel da docncia na Educao Bsica, que

inclui o ensino e a gesto dos processos educativos escolares e no escolares e a produo

e difuso do conhecimento cientfico, tecnolgico e educacional. A matriz proposta neste

Projeto Pedaggico apresenta o itinerrio formativo do estudante no curso e est estruturada

por meio da garantia da base comum nacional prevista nas orientaes curriculares,

constituindo-se de 3.260 (trs mil e duzentas e sessenta) horas de efetivo trabalho acadmico

distribudas ao longo de 8 (oito) semestres, compreendendo:

i. 444 (quatrocentas e quarenta e quatro) horas de prtica como componente

curricular, distribudas ao longo do processo formativo;

ii. 415 (quatrocentas e quinze) horas dedicadas ao estgio supervisionado, na rea

de formao e atuao na Educao Bsica;

iii. 2.201 (duas mil e duzentas e uma) horas dedicadas s atividades formativas

estruturadas pelos ncleos I e II explicitados na sequncia;

iv. 200 (duzentas) horas de atividades terico-prticas de aprofundamento em reas

especficas de interesse dos estudantes, definido no ncleo III e explicitados na

sequncia, por meio da iniciao cientfica, da iniciao docncia, da extenso,

da monitoria, entre outras.

Os componentes curriculares esto vinculados aos ncleos de formao I, II e III,

explicitados na Resoluo CNE/CP n 02/2015 (BRASIL, 2015), respeitando a diversidade

nacional e regional proposta neste projeto.

I. Ncleo de estudos de formao geral, das reas especficas e interdisciplinares, e

do campo educacional, seus fundamentos e metodologias, e das diversas

realidades educacionais;

II. Ncleo de aprofundamento e diversificao de estudos das reas de atuao

profissional, incluindo os contedos especficos;

III. Ncleo de estudos integradores para enriquecimento curricular.

27

5.7.1. Ncleo de Formao I

Tabela 5 Componentes curriculares do ncleo de formao I.

Semestre Componente Curricular Carga horria

(horas)

Perodos

semanais

(50 minutos cada)

I Psicologia da Educao 50 3

I Didtica Geral 66 4

II Filosofia e Sociologia da Educao 66 4

II Legislao da Educao Bsica e

Educao de Jovens e Adultos 66 4

II Educao Inclusiva 50 3

III Educao em Direitos Humanos 33 2

III Currculo, Planejamento e Avaliao 66 4

III Histria da Educao 66 4

IV Pesquisa em Educao Matemtica 33 2

V Tendncias em Educao Matemtica 50 3

V Fsica I 66 4

VI Fsica A 66 4

VIII Libras 66 4

VIII Educao e Tecnologias da

Informao e Comunicao 33 2

Total 777

Prticas de Ensino

I Geometria Plana 16 1

II Geometria Espacial 16 1

II Matemtica Elementar II 16 1

III Aritmtica 16 1

III Prticas de Ensino da Matemtica I 50 3

IV Laboratrio de Ensino de Matemtica I 66 4

IV Anlise Combinatria 16 1

V Prticas de Ensino da Matemtica II 50 3

VI Laboratrio de Ensino de Matemtica II 66 4

VI Prticas de Ensino da Matemtica III 50 3

VII Laboratrio de Ensino de Matemtica III 66 4

VIII Probabilidade e Estatstica 16 1

Total 444

28

Estgios Supervisionados

V Estgio I 83 5

VII Estgio II 166 10

VIII Estgio III 166 10

Total 415

5.7.2. Ncleo de Formao II

Tabela 6 Componentes curriculares do ncleo de formao II.

Semestre Componente Curricular Carga horria

(horas)

Perodos semanais

(50 minutos cada)

I Matemtica Elementar I 66 4

I Geometria Plana 50 3

I Geometria Analtica 66 4

II Geometria Espacial 50 3

II Matemtica Elementar II 67 4

III Clculo Diferencial e Integral I 66 4

III lgebra Linear 66 4

III Aritmtica 50 3

IV Clculo Diferencial e Integral II 66 4

IV lgebra I 66 4

IV Anlise Combinatria 34 2

IV Softwares Educacionais no Ensino

de Matemtica 50 3

V Clculo Diferencial e Integral III 66 4

V lgebra II 66 4

VI Equaes Diferenciais I 66 4

VI Anlise Real I 66 4

VII Equaes Diferenciais II 33 2

VII Clculo Numrico 66 4

VII Anlise Real II 66 4

VII Trabalho de Concluso de Curso 16 1

VIII Histria da Matemtica 50 3

VIII Probabilidade e Estatstica 34 2

Total 1226

29

5.7.3. Componentes Curriculares Optativos

As disciplinas optativas complementam os ncleos de formao I e II, e oferecem uma

oportunidade de aprofundamento ou de direcionamento de estudo em rea especfica de

interesse. O estudante dever integralizar 198 horas ao longo da formao. As disciplinas

optativas sero ofertadas dentre as listadas a seguir, conforme disponibilidade do corpo

docente.

Tabela 7 Componentes curriculares dos ncleos de formao I e II.

Semestre Componente curricular Carga horria

(horas)

Perodos semanais

(50 minutos cada)

II Optativa I 66 4

VI Optativa II 66 4

VIII Optativa III 66 4

Total 198

As disciplinas optativas a serem ofertadas esto listadas na tabela a seguir.

Tabela 8 Componentes curriculares optativos.

Componente curricular Pr-requisitos Carga horria

(horas)

Perodos semanais

(50 minutos cada)

lgebra Linear II lgebra Linear 66 4

Desenho Geomtrico e

Noes de Geometria

Descritiva

Geometria

Plana 66 4

Educao, Diversidade e

Sexualidade 66 4

Educao Financeira 66 4

Identidade Docente 66 4

Matemtica Computacional

lgebra Linear

e Matemtica

Elementar I

66 4

Matemtica Financeira 66 4

Medida na Reta Anlise II 66 4

Tpicos em Resoluo

Numrica de Equaes

Diferenciais

Equaes

Diferenciais II,

Clculo

Numrico

66 4

5.7.4. Ncleo de Formao III

So destinadas 200 (duzentas) horas de atividades terico-prticas de

aprofundamento em reas especficas de interesse dos estudantes, por meio da

iniciao cientfica, da iniciao docncia, de extenso, entre outras, conforme

30

Regulamento das Atividades Complementares do Curso de Licenciatura em

Matemtica do IFRS, Campus Caxias do Sul (Anexo II).

5.7.5. Matriz Curricular

Tabela 9 Matriz curricular.

Semestre Componente

curricular

Carga

horria

(horas)

Carga

horria

de

Prtica

de

Ensino

(horas)

Carga

horria

total

(horas)

Carga

horria

total

(hora-

aula)

Perodos

semanais

(50

minutos

cada)

I Matemtica Elementar I 66 66 80 4

I Geometria Plana 50 16 66 80 4

I Geometria Analtica 66 66 80 4

I Psicologia da Educao 50 50 60 3

I Didtica Geral 66 66 80 4

II Matemtica Elementar II 67 16 83 100 5

II Geometria Espacial 50 16 66 80 4

II Filosofia e Sociologia da

Educao 66 66

80 4

II

Legislao da Educao

Bsica e Educao de

Jovens e Adultos

66 66

80

4

II Educao Inclusiva 50 50 60 3

II Optativa I 66 66 80 4

III Clculo Diferencial e

Integral I 66 66 80 4

III lgebra Linear 66 66 80 4

III Aritmtica 50 16 66 80 4

III Educao em Direitos

Humanos 33 33 40 2

III Currculo, Planejamento

e Avaliao 66 66 80 4

III Prticas de Ensino da

Matemtica I 50 50 60 3

III Histria da Educao 66 66 80 4

IV Clculo Diferencial e

Integral II 66 66

80 4

IV lgebra I 66 66 80 4

IV Anlise Combinatria 34 16 50 60 3

31

IV

Softwares Educacionais

no Ensino de

Matemtica

50 50 60 3

IV Pesquisa em Educao

Matemtica 33 33 40 2

IV Laboratrio de Ensino

de Matemtica I 66 66

80 4

V Clculo Diferencial e

Integral III 66 66

80 4

V lgebra II 66 66 80 4

V Fsica I 66 66 80 4

V Tendncias em

Educao Matemtica 50 50 60 3

V Prticas de Ensino da

Matemtica II 50 50 60 3

V Estgio I 83 83 100 5

VI Equaes Diferenciais I 66 66 80 4

VI Anlise Real I 66 66 80 4

VI Fsica A 66 66 80 4

VI Laboratrio de Ensino

da Matemtica II 66 66

80 4

VI Prticas de Ensino da

Matemtica III 50 50 60 3

VI Optativa II 66 66 80 4

VII Equaes Diferenciais II 33 33 40 2

VII Clculo Numrico 66 66 80 4

VII Anlise Real II 66 66 80 4

VII Laboratrio de Ensino

da Matemtica III 66 66

80 4

VII Estgio II 166 166 200 10

VII Trabalho de Concluso

de Curso 16 16 20 1

VIII Histria da Matemtica 50 50 60 3

VIII Probabilidade e

Estatstica 34 16 50 60 3

VIII Libras 66 66 80 4

VIII

Educao e Tecnologias

da Informao e

Comunicao

33 33 40 2

VIII Estgio III 166 166 200 10

VIII Optativa III 66 66 80 4

32

* O ENADE componente curricular obrigatrio, conforme Lei n 10861, de 14

de abril de 2004.

Atividades complementares 200

Total 3260

Tabela 10 Quadro sntese.

Descrio Carga horria (horas)

Componentes curriculares obrigatrios 2862

Componentes curriculares optativos 198

Atividades complementares 200

Total 3260

33

5.7.6. Representao Grfica da Matriz Curricular

1

SE

ME

ST

RE

Matemtica

Elementar I

66h

Geometria

Plana

66h

Geometria

Analtica

66h

Psicologia

da Educao

50h

Didtica

Geral

66h

Matemtica

Elementar II

83h

Geometria

Espacial

66h

Filosofia e

Sociologia

da Educao

66h

Legislao

da Educao

Bsica e

Educao de

Jovens e

Adultos

66h

Educao

Inclusiva

50h

Optativa I

66h

Clculo

Diferencial e

Integral I

66h

lgebra

Linear

66h

Aritmtica

66h

Educao

em Direitos

Humanos

33h

Currculo,

Planejamento

e Avaliao

66h

Prticas de

Ensino da

Matemtica I

50h

Histria da

Educao

66h

Clculo

Diferencial e

Integral II

66h

lgebra I

66h

Anlise

Combinatria

50h

Softwares

Educacionais

no Ensino de

Matemtica

50h

Pesquisa em

Educao

Matemtica

33h

Laboratrio

de Ensino de

Matemtica I

66h

Clculo

Diferencial e

Integral III

66h

lgebra II

66h

Fsica I

66h

Tendncias

em Educao

Matemtica

50h

Prticas de

Ensino da

Matemtica II

50h

Estgio I

83h

Equaes

Diferenciais I

66h

Anlise Real

I

66h

Fsica A

66h

Laboratrio de

Ensino de

Matemtica II

66h

Prticas de

Ensino da

Matemtica III

50h

Optativa II

66h

Equaes

Diferenciais II

33h

Clculo

Numrico

66h

Anlise

Real II

66h

Laboratrio de

Ensino de

Matemtica III

66h

Estgio II

166h

Trabalho de

Concluso

de Curso

16h

Histria da

Matemtica

50h

Probabilidade

e Estatstica

50h

Libras

66h

Educao e

Tecnologias da

Informao e

Comunicao

33h

Estgio III

166h

Optativa III

66h

2

SE

ME

ST

RE

3

SE

ME

ST

RE

4

SE

ME

ST

RE

5

SE

ME

ST

RE

6

SE

ME

ST

RE

7

SE

ME

ST

RE

8

SE

ME

ST

RE

Atividades Complementares

200hENADE

34

5.8. Programa por Componente Curricular

5.8.1. Primeiro Semestre

1. Matemtica Elementar I (66 horas)

Pr-requisitos:

Objetivo geral: Introduzir noes do formalismo matemtico, bem como proporcionar uma reconstruo do conceito de nmeros reais e nmeros complexos. Estudar as propriedades dos conjuntos numricos. Proporcionar ao estudante o desenvolvimento da sua capacidade de argumentao matemtica.

Ementa: Introduo ao formalismo matemtico. Demonstraes por induo, contraposio, absurdo. Noes da reta Euclidiana. Conjuntos numricos (N, Z, Q, R-Q, R, C).

Bibliografia bsica [1] RIPOLL, Jaime Bruck; RIPOLL, Cydara Cavedon; SILVEIRA, Jose Francisco Porto da. Nmeros Racionais, Reais e Complexos. 2. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2011. [2] IEZZI, Gelson; MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de Matemtica Elementar: conjuntos, funes. v. 1., 9. ed. So Paulo: Atual, 2013. [3] LIMA, Elon Lages; et al. A Matemtica do Ensino Mdio. v. 1., 9. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2006.

Bibliografia complementar [1] MORAES FILHO, Daniel Cordeiro de. Manual de Redao Matemtica. Rio de Janeiro: SBM, 2009. [2] FIGUEIREDO, Djairo Guedes de. Nmeros Irracionais e Transcendentes. Rio de Janeiro: SBM, 2008. [3] NIVEN, Ivan. Nmeros: racionais e irracionais. Rio de Janeiro: SBM, 2008. [4] ANDRADE, Jose Fernandes Silva. Tpicos Especiais de lgebra. Rio de Janeiro: SBM, 2008. [5] NETO, Antonio Caminha Muniz. Tpicos de Matemtica Elementar: nmeros reais. v. 1. Rio de Janeiro: SBM, 2006.

2. Geometria Plana (66 horas)

Pr-requisitos:

Objetivo geral: Desenvolver as capacidades do estudante de observao e representao dos objetos geomtricos e fsicos. Oportunizar a construo de vocabulrio preciso em geometria. Incit-los ao rigor lgico nos pensamentos dedutivo e indutivo. Fornecer ao estudante uma bagagem de conhecimento que lhes permita resolver problemas de geometria ou relacionados a esta rea, oportunizando a interlocuo dos conceitos construdos na disciplina com a prtica de ensino, em mbito de Educao Bsica.

Ementa: Postulados de Euclides. Pontos, retas, ngulos. Tringulos congruentes, construes com rgua e compasso. Tringulos semelhantes. Funes trigonomtricas de ngulos. Crculos. Lugares geomtricos. Polgonos.

Bibliografia bsica [1] DOLCE, Osvaldo; POMPEU, Jos N. Fundamentos de Matemtica Elementar. v. 9. So Paulo: Atual, 2011. [2] BARBOSA, Joo Lucas M. Geometria Euclidiana Plana. Rio de Janeiro: SBM, 1997. [3] WAGNER, Eduardo. Construes Geomtricas. Rio de Janeiro: SBM, 1998.

Bibliografia complementar [1] BARBANTI, Luciano. Matemtica Superior. So Paulo: Pioneira, 1999. [2] MAIO, Waldemar; CHIUMMO, Ana. Geometrias: geometria analtica e vetorial euclidianas e no-euclidianas. Rio de Janeiro: LTC. 2008.

35

[3] LIMA, Elon L. Medida e Forma em Geometria. Rio de Janeiro: SBM, 2009. [4] HELLMEISTER, Ana Catarina P. Geometria em Sala de Aula. Rio de Janeiro: SBM, 2008. [5] MLODINOW, Leonard. A janela de Euclides. So Paulo: Gerao, 2004.

3. Geometria Analtica (66 horas)

Pr-requisitos:

Objetivo geral: Proporcionar ao estudante situaes onde ele seja estimulado a discutir e resolver problemas geomtricos fazendo uso de raciocnios analticos. Estimular o desenvolvimento da visualizao, espacial e plana, proveniente de problemas analticos.

Ementa: Vetores no plano e no espao. Bases. Produto escalar. Projeo ortogonal. Produto vetorial. Produto misto. Reta. Plano. Distncias. Rotaes no plano. Cnicas.

Bibliografia bsica [1] CAMARGO, Ivan de; BOULOS, Paulo. Geometria Analtica: um tratamento vetorial. 3. ed. So Paulo: Pearson, 2010. [2] IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemtica Elementar: geometria analtica. v. 7., 5. ed. So Paulo: Atual, 2005. [3] LIMA, Elon Lages; et al. A Matemtica do Ensino Mdio. 6. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2006. 3 v.

Bibliografia complementar [1] WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analtica, So Paulo: Makron books, 2000. [2] CONDE, Antnio. Geometria Analtica. So Paulo: Atlas, 2004. [3] STEINBRUCH, Alfredo; WINTERLE, Paulo. Geometria Analtica. So Paulo: Makron Books, 1987. [4] VENTURI, J. Cnicas e Qudricas. Curitiba: Unificado, 1994. [5] MAIO, Waldemar; CHIUMMO, Ana. Geometrias: geometria analtica e vetorial euclidianas e no-euclidianas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

4. Psicologia da Educao (50 horas)

Pr-requisitos:

Objetivo geral: Formar profissionais da educao bsica capazes de compreender as contribuies da psicologia para a educao, com base em uma abordagem das teorias psicolgicas dos processos de aprendizagem e de desenvolvimento humano pautada nas relaes e no contexto.

Ementa: As contribuies do campo da Psicologia para a Educao. Teorias psicolgicas acerca dos processos de aprendizagem e de desenvolvimento humano e suas implicaes na escolarizao. Indissociabilidade dos aspectos cognitivo, afetivo, moral, social, motor e de linguagem nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento humano. Estudo das relaes entre Psicologia e Sociedade. Relaes entre natureza e cultura, sujeito e sociedade, afetividade e cognio, pensamento e linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. A formao do indivduo nas relaes sociais: famlia, escola e sociedade.

Bibliografia bsica [1] FVERO, Maria Helena. Psicologia e conhecimento: subsdios da psicologia do desenvolvimento para a anlise de ensinar e aprender. Braslia: Universidade de Braslia, 2005. [2] GOULART, Iris Barbosa. Psicologia da Educao: fundamentos tericos e aplicaes prtica pedaggica. Petrpolis, RJ: Vozes, 2011. [3] LA TAILLE, Yves de OLIVEIRA, Marta Kohl DANTAS, Heloisa. Piaget, Wallon, Vygotsky: teorias psicogenticas em discusso. So Paulo: Summus, 1992.

Bibliografia complementar [1] AQUINO, Julio Groppa (Org.). Indisciplina na Escola: alternativas tericas e prticas. So Paulo: Summus, 1996.

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[2] COLL, Csar et al. Desenvolvimento psicolgico e educao: psicologia na educao. Porto Alegre: Artes Mdicas, 2004. [3] LIBNEO, Jos Carlos. P