PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - COLEGIO ESTADUAL … · 2012-02-10 · 7.1 Princípios da...

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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA MARLI QUEIROZ AZEVEDO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CURITIBA 2012

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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA MARLI QUEIROZ AZEVEDO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

CURITIBA 2012

“Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo; exige reflexão crítica sobre a prática; exige a convicção de que a mudança é possível, exige comprometimento... ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo.” Paulo Freire Pedagogia da Autonomia

SUMÁRIO

1 – IDENTIFICAÇÃO .................................................................................................................. 04 2 – ENTIDADE MANTENEDORA ............................................................................................... 04 3 – HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO ................................................................................ 04 4 – CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR ........................................................... 05 Síntese que subsidiará a efetivação das ações do Projeto Político Pedagógico nos anos

de 2012 e 2013.....................................................................................................................

10 5 – CARACTERIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA ..................................................................... 17 5.1 Estrutura Física .............................................................................................................. 17 5.2 Funcionamento .............................................................................................................. 18 5.3 Horários de Funcionamento .......................................................................................... 19 5.4 Distribuição de anos/turmas .......................................................................................... 19 5.5 Recursos Humanos ....................................................................................................... 21 6 – MARCO CONCEITUAL ........................................................................................................ 24 6.1 Concepção de Infância .................................................................................................. 25 6.2 Pressupostos Filosóficos e Princípios Didático-Pedagógicos....................................... 27 6.3 Pressupostos Filosóficos .............................................................................................. 28 6.4 Princípio do Desenvolvimento e da Aprendizagem ....................................................... 30 7 – PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS ........................................................................................ 32 7.1 Princípios da Avaliação .................................................................................................. 34 7.2 Avaliação ........................................................................................................................ 36 7.3 Sistema de Avaliação ..................................................................................................... 37 7.4 Conflitos e contradições na prática docente na escola ................................................. 38 7.5 Conselho de Classe ....................................................................................................... 40 7.5.1 Objetivo ................................................................................................................ 40 7.6 Organização .................................................................................................................. 42 7.6.1 Organização do tempo do professor ................................................................... 42 7.6.2 Formação continuada para os professores ......................................................... 42 7.7 Inclusão Social ............................................................................................................... 43 7.7.1 Alunos com necessidades Educacionais Especiais ............................................ 44 7.8 Princípios da Gestão Escolar ........................................................................................ 44

8 – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO APLICADAS À EDUCAÇÃO ...................................................................................................................

47 9 – CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA ...................................... 48 10 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...................................................................................... 49 11 – EDUCAÇÃO FISCAL .............................................................................................. 49 12 – EDUCAÇÃO INCLUSIVA ........................................................................................ 50 13 – CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO ............................................................................ 51 Referências ............................................................................................................ 54

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1-IDENTIFICAÇÃO

Colégio Estadual Professora Marli Queiroz Azevedo

Endereço: Rua Cyro Correia Pereira nº 3506. Vitória Régia - Cidade Industrial – Curitiba –

Paraná. CEP:81.460-050. Fone/Fax: 3347-2602/ 3569-3073.

2-ENTIDADE MANTENEDORA

Secretaria de Estado da Educação.

3-HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO

O Colégio Estadual Professora Marli Queiroz Azevedo, com ensino fundamental e

médio, foi construído no ano de 2005, em decorrência da demanda da comunidade local,

cujo bairro encontrava-se em crescente expansão.

Suas atividades iniciaram-se em janeiro do ano de 2006, tendo como diretor o

professor Vanderlei Barbosa da Silva e como diretor auxiliar o professor Anderson José

da Silva.

A escola funciona em três períodos, pela manhã oferta o ensino fundamental e o

ensino médio; à tarde, o ensino fundamental; e à noite o ensino médio e o ensino

fundamental regular (destinado para jovens e adultos que não tiveram acesso a esta

etapa da escolarização na idade própria).

A comunidade escolar se caracteriza por famílias que estão se estabelecendo no

local, oriundas de outros bairros, outras cidades e estados, as quais estão contribuindo

para o crescimento e desenvolvimento do loteamento Vitória Régia.

O colégio recebeu o nome da professora Marli Queiroz Azevedo, homenageada

pela atuação como regente na rede estadual de ensino, que nasceu em Curitiba em 26 de

janeiro de 1947 e faleceu na mesma cidade em 09 de abril de 2003. Era filha de Ary

Camargo de Queiroz e Diva Veloso Queiroz. Casada, desde 1971, com o engenheiro Ney

Fernando Perracini de Azevedo. Mãe de três filhos, Ney, Ana Lúcia e Cassiano. Teve três

netos: Leonardo, Henrique e Marina.

Estudou no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, diplomando-se na Escola Normal

dessa instituição, em 1966, quando iniciou, como estagiária, sua carreira no magistério.

Foi nomeada para o quadro de docentes do Estado do Paraná, por habilitação em

concurso, em 1970. Formou-se em Letras/Português pela Universidade Federal do

Paraná. Concluiu o curso de especialização em Interdisciplinaridade na Escola.

Na sua carreira, atuou como regente na Escola Estadual Dom Ático Eusébio da

Rocha, no Colégio Estadual João Loyola, na Escola Paroquial São Francisco de Paula, na

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Escola Estadual Bom Pastor e no Colégio Estadual Professor Cleto, atuando como

professora de Português e inclusive, por alguns anos, como Secretária e Supervisora

Educacional.

Além das atividades profissionais, teve intensa ação comunitária. Por vários anos,

colaborou como Diretora Social da Associação de Pais e Mestres do Colégio Marista

Santa Maria. No Instituo de Engenharia do Paraná e na Associação Brasileira dos

Engenheiros Civis coordenou programas de atividades para as esposas de engenheiros.

Participou também de campanhas e atividades assistenciais do Rotary Club de Curitiba.

Com seu sorriso permanente e sua alegria contagiante, Marli Queiroz Azevedo foi

um exemplo de educadora e merece ser lembrada também por suas virtudes pessoais,

pois sempre transmitiu otimismo e semeou bondade, harmonia e paz.

4-CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

A sociedade brasileira convive com inúmeras situações de injustiça e má

distribuição de renda.

Com o avanço dos ideais neoliberais na década de 90, acentuou-se ainda mais o

distanciamento de condições financeiras entre ricos e pobres, a valorização do ter, do

consumismo, do individualismo e da competitividade, aumentando ainda mais essa visível

má distribuição de renda.

O Brasil teve a intervenção de mecanismos intervencionistas como o FMI e o

Banco Mundial em diversos setores, entre eles no setor da educação, essa subserviência

do governo brasileiro à economia mundial, repercutiu de forma decisiva nas políticas por

ele adotadas para os setores em questão.

No processo histórico brasileiro as tentativas de implementação de políticas

educacionais dentro de uma diversidade regional e cultural tem se mostrado insuficiente

pelo fato de se tratar apenas de programas de governos, seja na esfera Federal ou

Estadual. São necessárias políticas públicas de educação independentes das mudanças

de governos, de modo que o processo educacional nacional, e principalmente nos

Estados, tenha continuidade e não seja prejudicado.

Considera-se, neste contexto, que a escola tem a incumbência de contribuir para o

desenvolvimento pleno do cidadão. Assim, o processo educacional não pode sofrer

apenas interferências pontuais dos governos, mas necessita de mudanças efetivas.

Os profissionais desempenham diversas funções de acordo com a necessidade

diária da escola. Essa falta de definições nos papéis desses profissionais atrapalha o

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andamento harmonioso da escola.

Para fazer a caracterização da comunidade atendida pela escola, utilizou-se um

questionário com perguntas abertas e fechadas, aplicado a todos os alunos do noturno,

com a faixa etária entre 15 a 50 anos. Aos pais dos alunos do diurno foi entregue um

questionário, porém, nem todos responderam, considera-se assim os resultados por

amostragem. Resultados obtidos com alunos do período noturno: sua idade esta entre 15

a 20 anos, 69%; de 15 a 21 anos, 4%; de 16 a 30 anos, 13%, de 36 a 50 anos, 10%.

Quando perguntados se trabalham as respostas ficaram bem equilibradas, sendo

o maior percentual de alunos que trabalham.

Entre os alunos que trabalham a maioria possui trabalhos diversificados como:

estágios, babás, entre outros. Trabalho fixo com carteira assinada, 19%, temporário; 18%,

autônomo, 5%; outros, 34%.

A maioria dos alunos mora com os pais: 34%, com a mãe; 9%, pai 3%; avós 8%,

mãe 9%.

A casa é construída em: alvenaria, 59%; madeira, 20%; mista e outros, 12%.

A maioria dos alunos moram em casas próprias: casa própria 64%, alugada 12%-

financiada e outros 18%.

A maioria das residências estão localizadas nas proximidades da escola, Vitoria

Régia, 79%.

Renda familiar entre 4 e 5 salários mínimos, 1%; 1 salário mínimo, 14%; e 2 a 3

salários mínimos, 49%.

Em relação à avaliação da aprendizagem, os alunos consideram que deve ocorrer

por meio de diversos instrumentos como provas, trabalhos, e outras atividades cotidianas,

ainda, deve oportunizar a retomada de conteúdos, porém, não de forma padronizada.

Os alunos observaram que acontece a recuperação paralela, que deve ser

realizada por todos os professores logo após cada avaliação ou trabalho, contemplando

os mesmos conteúdos trabalhados no bimestre, devendo ser oportunizada a todos os

alunos e não somente aos que tiraram notas baixas.

Com relação aos problemas de evasão e repetência, os alunos responderam que

podem ser minimizados com a comunicação aos pais ou responsáveis (quando da

ocorrência de faltas consecutivas), maior conscientização dos alunos da importância dos

estudos, melhorar a qualidade das aulas, oportunizar atividades recreativas aos alunos,

envolver os alunos em projetos sociais e incentivar grupos de estudo.

A disciplina na sala de aula e na escola (segundo os alunos) pode ser melhorada

da seguinte forma: maior respeito entre os alunos e para com os professores, advertir na

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hora certa; maior diálogo entre pais, professores e alunos; maior participação dos alunos

nas aulas e conscientização da importância da boa convivência.

Para os alunos, problemas de faltas e atrasos podem ser minimizados com: maior

interação e comunicação da família com a escola, exigência de justificativas coerentes,

maior rigor com a tolerância de atrasos, imposição de limites nas atitudes incorretas de

alguns alunos; maior conscientização entre os alunos, bater dois sinais de entrada, não

tolerando a entrada após o segundo sinal.

Para os alunos a participação da comunidade na escola deve se dar por meio de

ações como o projeto amigos da escola e grêmio estudantil, que auxiliam no cuidado com

o patrimônio da escola; com a promoção de eventos para atrair a comunidade; na

organização de reuniões com pais para repasse do rendimento dos alunos; na promoção

de eventos como feiras e exposições para que haja valorização da cultura, com a

participação da comunidade.

Os alunos solicitam atividades esportivas e culturais, que podem ser realizadas na

semana de jogos, com campeonatos de vôlei, futebol e handebol, com premiação; feira de

ciências e recreação.

Desejam que a escola se organize de forma que cada membro da comunidade

escolar cumpra a sua função.

Ainda, que o trabalho da direção seja enérgico, presente, participativo,

acompanhando as atividades da escola, que trabalhe em prol do aluno.

Com relação ao trabalho da equipe pedagógica, solicitam que o atendimento seja

realizado por meio do diálogo, compreensão, colocando limites, além de contar com o

auxílio de profissionais especializados, através de encaminhamentos à Rede de Proteção.

A biblioteca da escola conta com acervo diversificado e está sendo ampliado

gradativamente.

O atendimento na secretaria, de acordo com algumas observações, deve ocorrer

com educação e simpatia.

A merenda escolar é considerada excelente.

Os alunos enfatizaram a importância de preservar a limpeza e a higiene no

ambiente escolar. Nesse sentido, consideram que podem contribuir com a limpeza

jogando o lixo nas lixeiras; puxando a descarga dos banheiros depois de usar; não

riscando as paredes; devolvendo os utensílios de merenda na cozinha; cuidando das

carteiras; realizando um trabalho de conscientização com os colegas.

Em relação à estrutura física foram realizados reparos e melhorias na pintura, nas

calçadas, nos pisos, bebedouros, torneiras, janelas e portas, na iluminação, instalação de

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grades nas principais vias de acesso do público, a fim de minimizar a falta de segurança

característica da região; e o muro decorado pelos grafiteiros do bairro. Nos 18 meses

anteriores ao início de 2012, a Unidade de Ensino tem melhorado significativamente em

relação à infraestrutura, com adequações nos espaços internos e externos, aquisição de

equipamentos para o laboratório (materiais de Ciências/Química/Biologia e Física),

instalação de câmeras de segurança, portões de ferro, alambrado sobre o muro,

instalação de mesas de xadrez e pingue-pongue no pátio; adequação de espaço para

estacionamento, pintura nas salas de aula, implementação de horta, entre outros.

Entre as determinações e normas que consideram relevantes que sejam mais

exigidas para propiciar o avanço da aprendizagem estão o cumprimento dos horários por

professores e alunos, e cumprimento dos demais deveres por parte dos alunos.

A Equipe Docente, além de participar da comissão de elaboração do Projeto

Político Pedagógico foram consultados por meio de questionários.

Em suas respostas sugerem que o processo de planejamento seja realizado a

partir de reuniões periódicas (bimestrais), que contemple a realidade da escola,

integrando os três períodos, de forma participativa e interdisciplinar.

Com relação à metodologia, desejam que seja executada com recursos

tecnológicos e materiais adequados, que proporcionem informações atualizadas, que

auxiliem no favorecimento da construção da cidadania dos alunos, tornando os alunos

críticos e reflexivos. Para tanto, os professores destacaram a importância de formações

continuadas adequadas, ainda, enfatizaram a necessidade de participação efetiva dos

colegas nas formações existentes.

A avaliação deverá ser diagnóstica, processual, contínua, cumulativa, somativa e

qualitativa, diversificando as formas de executá-la (pesquisas, trabalhos em sala,

exercícios, trabalhos em grupo e individuais, atividades no caderno, projetos e atividades

extraclasse). Os professores enfatizaram a importância do pré-conselho de classe junto à

equipe pedagógica. O Conselho de Classe deve ter critérios previamente discutidos em

reunião pedagógica e definidos para os três turnos de funcionamento do colégio. A

entrega de boletins com notas bimestrais deve ser adequada, preferencialmente, em

horários compatíveis com o turno de trabalho do professor.

Para minimizar os problemas de evasão e repetência é necessário motivar e

estimular os alunos mostrando a importância e a necessidade do estudo, trabalhando a

valorização individual (auto estima), e a escola como espaço comunitário.

Para que a disciplina seja satisfatória na sala de aula e na escola, os documentos:

Regimento Escolar, Projeto Político Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular e Plano

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de Trabalho Docente devem estar em consonância, serem norteadores de todas as ações

e cumpridos por toda a Comunidade Escolar, alunos professores, funcionários equipe

pedagógica e direção.

Quanto às faltas e atrasos de professores, estes sugerem que, ao prever esse tipo

de situação, cada um deve deixar (com a Equipe Pedagógica) as devidas orientações e

atividades para serem aplicadas nas turmas. Caso as faltas e atrasos ocorram em

excesso, esse tipo de ocorrência deve ser registrado em ata.

O trabalho voluntário deve ser incentivado, esperam uma comunidade atuante,

participativa, desenvolvendo projetos comunitários, participando de reuniões e eventos

que beneficiem a escola.

Ainda, a comunidade escolar quer que a estrutura e a organização da escola sejam

descentralizadas, sendo o papel de cada um claro e específico, dividindo as tarefas em

busca dos mesmos objetivos. Desejam uma Direção democrática, comprometida,

presente na escola, com horários flexíveis aos períodos de funcionamento, além

administrar os recursos financeiros com transparência.

Os recursos financeiros devem ser geridos com a devida prestação de contas,

reunião para definição de gastos dos recursos públicos, priorizando as necessidades da

escola. A APMF e Conselho Escolar deverão manter a sua participação e

responsabilidade no que se refere às tomadas de decisões, informado os demais

segmentos da escola. Esses órgãos devem ser constituídos com eleições da comunidade

escolar conforme previsto no estatuto próprio.

Os funcionários também foram consultados por meio de reuniões e preenchimentos

de questionário. Afirmaram que a atuação dos funcionários é fundamental na promoção

de melhorarias na disciplina e nas formas de comunicação.

Foi apontado o problema de faltas e atrasos, cuja superação pode ocorrer com a

responsabilidade e o compromisso de cada profissional no sentido de que haja mais

colaboração quando a ausência de um ou outro funcionário se fizer necessária.

Destacaram a necessidade de intensificar a participação da comunidade, que pode

contribuir com boas ideias, mutirões, realização de cursos e projetos voluntários.

Quanto à organização da estrutura escolar indicam que deve ser funcionar de

forma igualitária nos três turnos; o trabalho da direção deve ser participativo, atuante e

humano; a equipe pedagógica deve trabalhar em consonância nos três períodos,

articulando ações entre professores, alunos e direção.

A merenda continuará sendo servida de acordo com os produtos disponibilizados

pela Mantenedora, podendo ser acrescentados alguns alimentos adquiridos com cota

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específica do fundo rotativo e doações do comércio e da comunidade local.

Em relação aos recursos materiais, consideram que devem ser utilizados com

consciência, evitando desperdícios.

Ainda, observaram melhorias na parte física: manutenção, reparos, instalação de

fotocélula na iluminação externa, entre outras necessidades que surgem com o tempo.

O fechamento dos questionários dos funcionários teve sugestões de melhorias.

Apontaram que falta ainda uma ampliação para o espaço da Secretaria, armários para

uma melhor organização de documentos; armários com chave para guardar produtos de

limpeza; armários para guardar objetos pessoais; cobertura da quadra de esportes; troca

e manutenção da fiação elétrica, e melhorias na rede hidráulica.

Com os pais dos alunos também foi realizada uma pesquisa e constatou-se que as

famílias na sua grande maioria moram em casas próprias, como o terreno financiado pela

construtora instalada no bairro, com renda familiar que varia entre média e baixa,

possuindo eletrodomésticos básicos (geladeira, fogão máquina de lavar roupas, rádio,

televisor, dvd e outros), linha de telefone fixa e celulares, poucos possuem eletrônicos

como computadores e câmeras digitais; acesso a Internet; a minoria possui carro próprio,

sendo grande parte dos veículos financiados.

Quanto à religião predomina a Cristã, sendo grande parte católica, mas com

acentuado índice de famílias evangélicas.

A escolaridade dos pais e /ou responsáveis é na maioria Ensino Fundamental

completo, alguns com ensino Médio concluído e poucos com Ensino Superior.

Como sugestões para compor o Projeto Político Pedagógico, os pais contribuíram

expressivamente, apontando as seguintes necessidades:

- Melhorias na organização interna da escola: faltas e cumprimento de horários por

professores e funcionários;

- Reuniões periódicas com os seguintes fins: melhorar a comunicação e a tomada

de decisões em conjunto;

- Articular ações visando a melhoria da segurança na escola;

- Conservação e limpeza do prédio;

- Livros didáticos para todos os alunos;

- Trabalho de conscientização para o uso do uniforme;

- Laboratório de informática acessível aos alunos.

Síntese que subsidiará a efetivação das ações do Projeto Político Pedagógico

e Regimento Escolar nos anos de 2012 e 2013.

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REGIMENTO ESCOLAR PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

DOCENTE/

PLANEJAMENTO

Anual, por disciplina, com

conteúdos estruturantes,

básicos e específicos.

O artigo 36 do Regimento

Escolar direciona o trabalho

do docente.

Anual (elencando conteúdos

estruturantes, básicos e específicos)

Diretrizes Curriculares da Educação

Básica da Secretaria do Estado da

Educação do Paraná, e o Plano de

Trabalho Docente por bimestre com

replanejamento no início do 3ª

Bimestre.

- No início do ano letivo fica

estabelecido o planejamento bimestral

conforme o Regimento ou PPP.

- Dificuldade: no início do ano letivo

algumas disciplinas ficam sem o

professor até que seja encaminhado

(após a contratação pelo Processo

Seletivo Simplificado). Esses

profissionais não participam da

Semana Pedagógica ou Formação

Continuada, a maioria desconhece as

DCEs, conteúdos estruturantes,

básicos e especifícos; expectativas de

aprendizagem, metodologias, sistemas

de avaliação e recuperação paralela.

- Fica determinado que a partir do ano

2012, o planejamento deverá ser

elaborado por professores de cada

área do conhecimento. Mesmo que

ainda não tenha sido encaminhado o

professor (pela Mantenedora) para

assumir determinado ano, o

planejamento deverá ser elaborado

pelos colegas da área, de modo que

professor(a) receberá o documento

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quando chegar ao Estabelecimento de

Ensino.

- O planejamento irá nortear o trabalho

pedagógico nos três períodos:

matutino, vespertino e noturno.

- Organização diária: o professor(a)

deverá prever e providenciar, durante a

hora atividade, os materiais

necessários para as aulas, como fitas

adesivas, cartolinas, pincéis atômicos,

livros, entre outros. Deverá apanhá-los

antes do horário de início das aulas ou

no intervalo, não deverá buscar ou

encaminhar alunos até o bloco

administrativo ou biblioteca (para

buscar os materiais) durante os

horários das aulas.

Caso necessário, deverá solicitar (com

antecedência) que os alunos e alunas

tragam certos materiais para as aulas.

- O professor deixará (com a Equipe

Pedagógica), atividades e materiais

prontos para serem aplicados nas

turmas, referentes ao(s) dia(s) que

precise faltar, a fim de que os

estudantes não fiquem com déficit de

conteúdos.

ORGANIZAÇÃO

DO TRABALHO

ESCOLAR

Bimestral Cronograma mensal abrangendo

atendimento aos professores, alunos e

pais.

Os perfis profissionais são

diversos:

Existem pessoas

comprometidas com o

Aperfeiçoamento por meio da

formação continuada, promoção de

aulas com atividades diversificadas e

contextualizadas. Essa formação

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METODOLOGIA

processo de ensino e

aprendizagem, seja com

postura tradicionalista ou

progressista;

Alguns profissionais

demonstram disposição e

entusiasmo, apesar da falta

de experiência, da

insegurança e de preparo.

Principais dificuldades:

profissionais que apresentam

falta de planejamento

adequado das aulas, além de

falta de entendimento da

diferença entre método e

metodologia. Ainda,

resistência em aprimorar

seus conhecimentos com a

vivência da realidade da sala

de aula.

continuada deve abranger todos os

profissionais, independente de serem

estatutários ou não.

Toda a estrutura física deve estar

disponível para que os professores

utilizem para ministrar suas aulas,

sendo que alguns espaços precisam

de agendamento prévio. Nesses

casos, o professor deve apresentar um

breve projeto, comunicar (com

antecedência mínima de uma semana)

à equipe pedagógica e à direção

quando precisar utilizar outro espaço

do Estabelecimento de Ensino que não

seja a sala de aula.

O planejamento das aulas deve

corresponder aos objetivos dos

conteúdos a serem ministrados. O

professor(a) deve ter autonomia para

utilizar materiais que entender

necessários (inclusive utilização de

carimbos no caderno dos alunos e

outras premiações condizentes com os

resultados do trabalho pedagógico).

O professor poderá solicitar (com

antecedência) que os alunos (as)tragam

certos materiais para serem utilizados nas

aulas.

AVALIAÇÃO

Contemplada no Regimento

Interno na seção X, páginas

35 e 36, artigos 98, 99, 100,

101, 102, 103, 104, 105, 106,

107, 108, 109, 110, 111, 112,

113, 114, 115, 116, 117.

O artigo100 seguir o adendo

Diagnóstica, tem a finalidade de

diagnosticar a situação real do aluno,

possibilitando intervenções com

metodologias adequadas, visando o

sucesso na aprendizagem.

Processual, fim de que seja

acompanhada a evolução do processo

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de 05 de janeiro de 2009,

Sistema de avaliação e

Recuperação Paralela.

de aprendizagem.

Contínua, que diz respeito à

avalização do dia a dia do aluno em

sala de aula.

Cumulativa, o aluno fará provas e/ou

trabalhos sobre os conteúdos de cada

bimestre, obtendo notas parciais que

ficam acumuladas. Ao final deste, será

oportunizada a recuperação dos

conteúdos. Após a recuperação,

prevalecerá a nota mais alta (de cada

atividade avaliativa) para composição

da nota final.

Somativa, valorização de cada avanço

do aluno, a fim de efetivar sua

promoção ao atingir os objetivos

propostos. O professor(a) utilizará

diversos recursos a fim de diversificar

a prática avaliativa.

Em vigor o adendo de 05 de janeiro de

2009 do Regimento Interno.

CONSELHO DE

CLASSE

Artigos 23, 24, 25, 26, 27,

28, 29,30 e 31 da Seção IV,

página 09 do Regimento

Escolar;

Após o cumprimento do

previsto no Parágrafo Único

do Artigo 24, a Equipe

Pedagógica deverá realizar

devolutiva aos professores

sobre os encaminhamentos

realizados.

Artigo27- os professores

solicitam que representantes

Realização de pré-conselho com o

professor da disciplina e a equipe

pedagógica (ficha específica para

alunos);

O Conselho de Classe ocorre

bimestral, com a participação dos

professores,(as) equipe pedagógica,

secretária e direção;

Os critérios para deverão ser seguidos

em todos os turnos de funcionamento

da escola;

Posteriormente agenda-se uma data

entrega de boletins para os

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dos alunos de cada sala de

aula, preparados

previamente pelo professor

representante de turma,

participem das reuniões do

pré-conselho.

- O artigo 34 inciso XII

Reuniões com pais e alunos

são consideradas “efetivo

trabalho pedagógico”,

quando ocorrerem fora do

período de trabalho do

professor (no período da

noite, por exemplo), devem

ser consideradas como hora

atividade.

responsáveis pelos alunos(as);

Caso necessário, os professores(as)

solicitarão agendamento de reuniões

com os responsáveis pelos alunos em

cada turma.

RECUPERAÇÃO Simultânea, realizada no

decorrer das aulas.

Concomitante, realizada no decorrer

das aulas e no final do bimestre após a

retomada de conteúdos.

EQUIPE

PEDAGÓGICA

Deverá cumprir o previsto

nos artigos 32,33 e 34 do

Regimento Escolar em vigor.

No artigo 34 foram

acrescentados três incisos.

XXXIII- Assessorar os

professores do CELEM e

acompanhar as turmas,

quando o Estabelecimento

de Ensino ofertar o ensino

extracurricular, plurilinguístico

de Língua Estrangeira

Moderna;

XXXIV- Acompanhar a

O trabalho pedagógico deve ser

encaminhado igualmente nos três

turnos de funcionamento do

Estabelecimento de Ensino;

Deverá ocorrer a articulação de ações

em conjunto com professores, pais,

alunos e direção visando avanços

positivos no processo de ensino e

aprendizagem, considerando os artigos

32,33 e 34, incisos XXXIII, XXXIV,

XXXV do Regimento Interno.

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frequência escolar dos

alunos, informando as

famílias e encaminhando-os

aos órgãos competentes

quando necessário;

XXXV- Acionar os serviços

de proteção à criança e ao

adolescente sempre que

houver necessidade de

encaminhamentos.

DIREÇÃO Cumprir os artigos da seção

II, páginas 16,17, 18 e 19.

Acompanhar o trabalho

administrativo;

Deve promover uma Gestão

Democrática;

- Organizar os horários a fim de atuar

em todos os turnos de funcionamento

do Estabelecimento de Ensino, de

modo que a comunicação seja

efetivada, com informações coerentes

nos três períodos, manhã, tarde e

noite.

- Realizar a prestação de contas e

disponibilizar cópia idêntica para ser

arquivada na escola.

- Disponibilizar tabelas de receitas e

despesas em edital.

SECRETARIA/

BIBLIOTECA

Cumprir os artigos da seção

VII, páginas 17, 18 19,20,21e

22.Artigos,37,38,39,40,41,42,

43,44

Capacitação com participação no Pró

Funcionário ;

ROTATIVIDADE E

FALTAS DE

PROFESSORES E

FUNCIONÁRIOS

Grande número de faltas

e/ou rotatividade de

professores.

Cumprir o artigo 31,

inciso,III,Seção IV página

Organização do quadro de

professores; atividades extras para os

alunos quando da ausência do

professor; registro em livro ata do

excesso de faltas e/ou atrasos sem

17

10. justificativa; elaboração de um efetivo

cronograma de reposição.

PARTICIPAÇAO

DA COMUNIDADE

ESCOLAR

Cumprir os Artigos da seção I

página 05. Artigos,

09,10,11,12,13,14,15.

Participação da comunidade escolar no

acompanhamento do processo de

aprendizagem dos alunos; projetos

comunitários , APMF, Conselho Escolar

e demais eventos que beneficiem a

escola.

LIMPEZA DA

ESCOLA

Cumprir os artigos da Seção

VIII, página 22,23,24 e

25.artigos 45,46,47,48.

Conscientização e participação dos

alunos na preservação e cuidados com

os espaços escolares.

RECURSOS

FINANCEIROS

A direção deverá cumprir os

incisos VII,VIII,e Ix do artigo

18, seção II, página 7.

Cumprir o mesmo artigo do Regimento

escolar.

PARTICIPAÇÃO

DA COMUNIDADE

Pouca participação e

envolvimento.

Participativa, atuante, envolvida em

projetos comunitários como clube de

mães, promovendo reuniões e eventos

que beneficiem a escola.

ATIVIDADES

ESPORTIVAS E

CULTURAIS

Nas aulas de educação física

e eventuais atividades

extracurriculares.

Previstas em calendário escolar no

final de cada semestre, com a

participação e envolvimento de toda a

comunidade escolar. Um evento de

dois dias para jogos e outro de dois

dias para feita interdisciplinar de

trabalhos escolares com mostra aberta

para a Comunidade.

5 CARACTERIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA

5.1 Estrutura Física

A escola conta com:

20 Salas de Aula

01 Refeitório

18

01 Laboratório Física/Química/Biologia

01 Laboratório de informática

01 Biblioteca

01 Sala de múltiplo uso

01 Sala de apoio

Secretaria

Sala de Direção

Sala de Vice-Direção

Sala da Equipe Pedagógica

01 Cozinha

01 Sala de Professores

06 Banheiros para alunos

02 Banheiros para professores

01 Casa de Caseiro

01 Quadra Poliesportiva/aberta

01 pátio

01 Pátio Coberto

5.2 Funcionamento

A partir de 2012, o Ensino Fundamental do Colégio Estadual Profª Marli Queiroz

Azevedo E.F.M., terá 9 anos, de acordo com a Lei Federal.

O Novo Ensino Fundamental, tão divulgado na mídia, nem é tão novo, pois o texto

da lei Federal nº9394, de dezembro de 1996, permitia, mas não obrigava as escolas a

implantá-lo.

Na prática, para escolas que possuem os dois segmentos, se trata de uma

mudança de nomenclatura, já que a última etapa da Educação Infantil foi incorporada ao

Ensino Fundamental. Resolução nº03 de 03/08/2005.

19

A antecipação de matrícula no Ensino Fundamental aos 6 anos, implica na

ampliação para 9 anos de duração, sem interferir na idade de conclusão 14 anos. A

nomenclatura utilizada no quadro é o padrão que se encontra no texto da lei federal.

Creche

Pré Escola

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano

Até 3 anos

4 a 5 anos

6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos

11 anos

12 anos

13 anos

14 anos

Ed. Infaltil de 0 a 5 anos

Ensino Fundamental dos 6 aos 14 anos

5.3 Horários de Funcionamento

O Colégio Estadual Marli Queiroz de Azevedo, apresenta funcionamento

distribuído em três turnos:

PRIMEIRO TURNO MANHÃ: DAS 07:30h ÀS 11:55h

1ª aula 07:30h às 08:20h

2ª aula 08:20h às 09:10h

3ª aula 0910h às 10:00h

Intervalo 10:00h às 10:15h

4ª aula 10:15h às 11:05h

5ª aula 11:00h às 11:55h

SEGUNDO TURNO TARDE: DAS 13:15h ÀS 17:40h

1ª aula 13:15h às 14:05h

2ª aula 14:05h às 14:55h

3ª aula 14:55h às 15:45h

Intervalo 15:45h às 16:00h

4ª aula 16:00h às 16:50h

5ª aula 16:50h às 17:40h

20

TERCEIRO TURNO NOITE: DAS 19:00h ÀS 23:00h

1ª aula 19:00h às 19:45h

2ª aula 19:45h às 20:30h

3ª aula 20:30h às 21:15h

Intervalo 21:15h às 21:30h

4ª aula 21:30h às 22:15h

5ª aula 22:15h às 23:00h

5.4 Distribuição de anos e turmas:

PLANEJADAS PARA O ANO LETIVO DE 2012

CÓD. ENSINO TURNO ANO/ SÉRIE

TURMAS MATRICULAS

9000 41- ENSINO MEDIO 1-MANHA 1º 6 211

2º 3 124

3º 2 95

5-NOITE 1 º 1 40

2 º 1 40

3 º 2 80

4000 32-ENSINO FUNDAMENTAL - SÉRIES FINAIS

1-MANHA 7ª 1 36

8 ª 7 240

3-TARDE 5 ª 8 240

6º 6 203

7 ª 6 216

5-NOITE 6 ª 1 35

6 º 1 35

7ª 1 35

8ª 1 35

7002 CELEM - ESPANHOL 5-NOITE 1º 1 30

2 º 1 30

21

MODALIDADE NÚMERO DE MATRÍCULAS POR TURNO

MANHA TARDE NOITE

PROGRAMAS 100 - -

ENSINO FUNDAMNETAL 8 12 4

ENSINO MEDIO 11 - 4

CELEM 2

SALA DE APOIO -

TOTAL DE SALAS OCUPADAS

19 12 10

TOTAL DE SALAS DE AULA 20

MEDIDA DAS SALAS 45 m² cada

5.5 Recursos Humanos

A estrutura organizacional do estabelecimento possui a seguinte composição:

Conselho Escolar – É um órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva,

avaliativa e fiscalizadora sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e

administrativo do estabelecimento de ensino, de acordo com a legislação educacional

vigente e orientações da SEED. É composto por representantes da comunidade escolar,

sendo presidido pelo(a) diretor(a) da escola.

Equipe da direção – A direção escolar é composta pelo diretor(a) e diretor(a)

auxiliar, escolhidos democraticamente entre os componentes da comunidade escolar,

conforme legislação em vigor, é responsável pela efetivação da gestão democrática, e a

de assegurar a efetiva ação definida no Projeto Político-Pedagógico da escola.

Direção Geral TÂNIA MARIA SUGAMOSTO HENNEQUIN

Direção Auxiliar AMANDA DOS SANTOS COPPI

Equipe Pedagógica – Responsável pela coordenação, implantação e

implementação na escola das Diretrizes Curriculares definidas no Projeto Político-

Pedagógico e no Regimento Escolar, de acordo com a política educacional e orientações

oriundas da Secretaria de Estado da Educação.

Equipe Pedagógica: ROSI MARGARETE BASSA, JORGE FERNANDES JUNIOR,

ROSANGELA ALVES DE GODOY GREGORIO.

22

Equipe Docente – A equipe docente é constituída por professores habilitados.

ADENILSON DO NASCIMENTO

ALESSANDRA MARAGNO

ALINE CONCEIÇÃO DA COSTA

AMANDA DOS SANTOS COPPI

ANA MARIA DA SILVA PEREZ

ANA PAULA DA SILVA

ANDERSON DALL AGNOL

ANDERSON JOSE DA SILVA

ANDRESSA CAROLINE BARBOSA

ANESIA ROSANA SANTAREM

ANTONINHO GARBIN

ANTONIO CARLOS DE SOUZA GUSMÃO

ARARE DE AZAMBUJA VILANOVA JUNIOR

CARLOS DANIEL CHAVES

CELENE CRISTINA MARTINS DUARTE

CELSO RODRIGUES LEITE

CICERO ARNALDO BOSSI

CLAUDIO APARECIDO DE SOUZA

DILSON CORREA

DONALDO SCHREOEDER

EDVALDO TEIXEIRA SOARES

ENERGINA AMARO DE ZOUZA MACEDO

FABRICIO VICENTE DE MELO

FERNANDA DO ROCIO NARDIN

FERNANDO MANOEL FAUSTINO DA CONCEIÇÃO

FRANCIELE FATIMA DOS SANTOS

GILBERTO BRANDAL JUNIOR

GISELE CORREA LOPES

HELENO BRODBECK DO ROSÁRIO

ISMAEL CAMELO DA SILVA

IVANI DO AMARAL FRANÇA

JAQUELINE XAVIER DE OLIEIRA

JEAN FREITAS DE CARVALHO

JEAN LONIS MACEDO

23

JOÃO CARLOS KOTVISKI

JOEL PEREIRA DOS SANTOS

JONATAS RODRIGUES MEDEIROS

JOSE RICARDO DOLENGA COELHO

JOSIANE DE FATIMA GAY COLLIN

JUSSARA COSTA

LUANA DOS SANTOS SILVA

LUCELIA MARIA BREGOCHI

LUCIANNE EBERT

MARIA INES CAMPOS RODRIGUES DA COSTA

MARICI RAMOS MULLER

MONICA APARECIDA CARDOSO

MONICA COSTA DOS SANTOS

OSMAR VILELA

PRISCILA SANTA BARBARA DOS SANTOS

REGIANE DIAS DE SOUZA

ROBSON MORAIS PASSOS

ROBSON STIGAR

RONALDO DOS SANTOS FILHO

ROSIMAR MARTINS PIO

RUPSON WALTER DE OLIVEIRA

SILVANE DOS SANTOS

SUELI SANTOS SCREMIN

THAIS DE MORAES GELINI

VAGNER JORGE NECKEL

Equipe Técnico-Administrativa – Funcionárias que atuam na secretaria,

biblioteca e laboratório de Informática da escola.

Secretária MARIA RUDI NOGUEIRA

Funcionários –

ALTAMIR MARTINS ALVES

ELIANA ALVES DOS SANTOS

JEAN PAULO DOS SANTOS

MARIANE BATISTA MENI

24

Equipe Auxiliar Operacional – Funcionários(as) encarregados(as) da

conservação, manutenção, preservação, segurança e da alimentação escolar sendo

coordenados e supervisionados pela direção da mesma.

Funcionários –

ANTONIO GONÇALVES FAGUNDES

IRIA HERR

MACIMAR BUENO

RENATA ROCHA VIEIRA

RONALDO

SANDRA MARIA DA SILVA

Órgãos complementares – APMF (associação de Pais, Mestre e Funcionários) –

é o órgão de representação dos pais, mestres e funcionário que se organiza e trabalha

em prol da escola, sem caráter político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos,

possui Estatuto próprio. Grêmio Estudantil – é o órgão de representação dos alunos, com

o objetivo de defender os interesses individuais e coletivos dos mesmos, como: incentivo

às culturas literárias, artísticas e desportivas, também possui Estatuto próprio.

6 MARCO CONCEITUAL

A educação diante do contexto atual encontra-se fragilizada. É preciso, no entanto

ter clareza sobre algumas concepções que direcionam o trabalho dos educadores, com

responsabilidade e objetivos claros. Portanto, a reorganização do Projeto Político

Pedagógico do Colégio Estadual Profª Marli Queiroz Azevedo E.F.M., tem como

compromisso construir e definir conceitos possibilitando a todos os envolvidos refletir

sobre a teoria e a prática.

A situação posta para a escola, hoje reflete as questões postas a sociedade em

geral, pos vivemos uma situação conflitante frente à aceleração da história, da ciência, da

tecnologia da informação e das comunicações, impulsionando-nos a definição de

caminhos.

Neste contexto precisamos refletir e definir claramente a função social da escola e

da sociedade, estando ainda inserida entre a polarização conservação/transformação.

O homem nasce na sociedade, mas não nasce social. Socializa-se através do

processo educacional. Isto quer dizer também que o homem nasce homem, mas somente

enquanto possibilidade que, para realizar-se necessita de uma aprendizagem, dentro de

25

um adequado contexto social. Por isso a humanidade inventou tantas formas especificas

de educação.

Dentro dessa história a escola nasceu depois do advento capitalista com duas

claras intenções: uma com escolas bem estruturadas e com bons professores. Este

modelo de escola possuia cunho privado para formar as elites governantes e detentoras

do capital; já o outro modelo era público com condições suficientes apenas para uma

educação básica para os trabalhadores braçais entendessem e atuassem no processo de

produção de bens e capitais, servindo elites.

Foi em meio a esta condição social que os trabalhadores passaram a se organizar

e reinvidicar direitos, incluindo também o direito a uma escola de qualidade.

Junto à organização dos trabalhadores muitos educadores se unem a eles e

passam a elaborar propostas para uma escola e uma educação de qualidade para a

classe trabalhadora. Era necessário que os trabalhadores tivessem acesso aos

conteúdos ciêntificos e fossem preparados para intervir no processo histórico no meio

social em que vivem, ou seja, como cidadãos, sujeitos políticos, com direitos e deveres e

com poder de intervir nos destinos da sociedade.

Hoje a teoria pedagógica que mais claramente apresenta uma proposta neste

sentido e a teoria Histórica-Crítica, que além de refletir as várias correntes pedagógicas

que procuram traçar caminhos para a escola pública, oferece uma proposta dialética

articulando conteúdo ciêntífico com a vivência do aluno no seu contexto.

6.1 Concepção de infância

Concepção de infância como fase distinta da vida adulta, ganha destaque o

historiador francês Ariès. Em seus estudos, Ariès analisa diferentes significados atribuído

à infância, em especial nos séculos XVII e XVIII. Segundo este autor, até o fim da Idade

Média não existia um sentimento de infância como etapa específica da vida humana,

portanto com características e necessidades próprias. Ariès afirma que é no fim da Idade

Média que se inicia um processo de mudança , pois a infância passa a ser encarada

como sinônimo de fragilidade e ingenuidade, sendo alvo de atenção dos adultos. Já no

século XVIII. A concepção sobre a infância passa pelo disciplinamento e pela moral ,

exercidas especialmente por um processo educacional impulsionado pela Igreja e pelo

Estado. Esta concepção marca a educação das crianças, particularmente no período do

capitalismo industrial, no século XIX. Embora com ressalvas, sua pesquisa é considerada

relevante pelo fato de que contribui para a compreensão da infância como um conceito

construído historicamente.

26

Afirmar que a infância é um conceito construído historicamente significa

compreender que esta é uma condição da criança, é uma fase da vida distinta da fase

adulta (KUHLMANN,1998). Significa reconhecer que esta condição da criança, a infância,

é resultado de determinações sociais mais amplas do âmbito político, econômico, social,

histórico e cultural. Significa ainda considerar, no contexto da práxis pedagógica, que a

criança emite opiniões e desejos de acordo com as experiências forjadas nos diferentes

grupos sociais e de classe social ao qual pertence. Portanto, é importante perceber que a

“as crianças concretas, na sua materialidade, no seu nascer, no seu viver ou morrer,

expressam a inevitabilidade da história e nela se fazem presentes, nos seus mais

diferentes momentos”(KUHLMANN, 1998, p. 32).

Para KRAMER (1995) o conceito de infância se diferencia conforme a posição da criança

e de sua família na estrutura socioeconômica em que se inserem. Portanto, não há uma

concepção infantil homogênea, uma vez que as crianças e suas famílias estão

submetidas a processos desiguais de socialização e de condições objetivas de vida.

Nesse sentido, cabe à escola, reconhecer estes sujeitos como capazes de aprender os

diferentes conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados como

conteúdos pela escola, respeitando a singularidade da infância.

Algumas singularidades que marcam esta fase da vida explicitam as formas que as

crianças desenvolvem, na interação social, para aprender e relacionar-se com o mundo: a

grande capacidade de aprender; a dependência em relação ao adulto, oque exige

proteção e cuidados; o desenvolvimento da autonomia e autocuidados; o intenso

desenvolvimento físico motor; a ação simbólica sobre o mundo e o desenvolvimento de

múltiplas linguagens; o brincar como forma privilegiada de apropriar-se da cultura; a

construção da identidade, por meio do estabelecimento de laços sociais e afetivos

(FARIA&SALLES, 2007).

Pode-se afirmar que tem ocorrido avanços nos estudos sobre a infância à medida

que se destaca esta etapa da vida humana como uma construção social, o que supera as

compreensões de caráter inatista, pois se compreende que a aprendizagem se dá na

interação social, não estando condicionada pela maturação biológica.

A concepção de infância e de desenvolvimento infantil como construção histórica

foi uma das grandes contribuições dos estudos de Vygostsky (2007) que, ao analisar o

desenvolvimento humano privilegia a interação social na formação da inteligência e das

características essencialmente humanas. Em outras palavras, nos tornamos humanos a

partir da interação com outros seres humanos. É, portanto “ a partir de sua inserção num

dado contexto cultural, de sua interação com membros de seu grupo e de sua

27

participação em práticas sociais historicamente construídas, que a criança incorpora

ativamente as formas de comportamento já consolidadas na experiência humana”

(REGO, 1995, p. 55). Os estudos de Vygostsky (2007) indicam que é importante analisar

criticamente o contexto social, a fim de compreender com que criança se está

trabalhando, quais suas necessidades e como possibilitar que todas as crianças se

apropriem dos conteúdos organizados no currículo escolar. Isso significa, por exemplo,

que, se vivemos numa sociedade letrada, espera-se que todas as pessoas, na idade

socialmente reconhecida como adequada , asseguradas as condições para se apropriar

deste conhecimento.

A compreensão da infância como historicamente situada implica que a escola, em

seu conjunto, efetive um trabalho articulado e com unidade de propósitos educativos.

Estes propósitos orientarão o trabalho desenvolvido pelos professores, portanto devem

ser discutidos e compreendidos pelo conjunto dos profissionais da unidade escolar, além

de devidamente sistematizados na proposta pedagógica.

Embora se apresentem ainda grandes desafios para que os direitos sociais da

infância materializem-se plenamente, hoje se sabe que o ser humano, antes mesmo do

nascimento, tem direitos historicamente conquistados e determinados legalmente. A

Constituição de 1988, por exemplo, no art. 208, ao exigir a obrigatoriedade da educação

infantil por parte do Estado, indica o reconhecimento da criança como cidadã, como

pessoa em processo de desenvolvimento e o seu direito de ser educada. Estes direitos

vem estendendo-se à medida que a sociedade se reorganiza e mobiliza, reivindicando

outras ou melhores formas de educar.

Uma das ações nessa direção se efetiva no âmbito da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná que, com embasamento na legislação vigente e objetivando

contribuir para a reorganização do Ensino Fundamental nos municípios do Estado,

organiza as orientações pedagógicas para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental de

nove anos.

6.2 Pressupostos Filosóficos e Princípios Didático-Pedagógicos

Os pressupostos filosóficos e princípios didático-pedagógicos constituem-se em um

consenso da Comunidade Escolar sobre a visão da realidade mais global em que a

escola está inserida e sobre as concepções de ações e de características que deve ter a

instituição e a sociedade. Expressam, portanto o ideal a ser almejado por todos, a partir

da realidade definida.

28

6.3 Pressupostos Filosóficos

O homem é entendido como um ser sócio-histórico, que se diferencia dos animais

por possuir a capacidade de extrapolar os limites do sensorial e transformar a si mesmo e

à natureza no processo de interação social, quando desenvolve a linguagem, a

consciência racional e cria instrumentos e técnicas de produção de meios para sua

existência. Desta forma, o homem produz coletivamente a realidade e, portanto, sua

própria existência.

“As relações sociais que constituem a realidade humana, num dado momento

histórico, determinam no indivíduo a sua consciência, daí afirmamos que o homem é um

ser sócio-histórico: é produzido no interior de relações sociais”. (Currículo Básico).

Sociedade é definida como a forma segundo a qual a realidade é produzida por um

conjunto de homens que se relacionam para organizar seu modo de vida e satisfazer suas

necessidades em determinado espaço e tempo.

Entretanto, apesar de todas as conquistas científicas e avanços tecnológicos, o

homem pratica uma vida em sociedade das mais injustas. As desigualdades são

alimentadas pelos donos do poder. O desemprego, a miséria e a degradação do ambiente

crescente fazem com que as condições de vida percam sua qualidade progressivamente.

As pessoas que detêm o poder, aliadas aos interesses de determinados grupos,

comandam a economia e o acesso à cultura, ditando as regras a serem seguidas pelo

resto da população que pela segregação não vivem o direito do pleno exercício da

cidadania, sendo expropriados da oportunidade de realizar suas aspirações de uma vida

melhor.

O modelo de desenvolvimento que vivemos hoje vem trazendo consequências

sociais e ambientais que repercutem e repercutirão não só na qualidade de vida local

como a de todo o planeta. A globalização, a reforma constitucional, o uso desequilibrado

dos recursos naturais, países que resistem e mantêm tradições que flagelam, negando-se

a respeitar o que já foi conquistado/estipulado, colocam em jogo os direitos humanos e a

sobrevivência na Terra.

É necessário conhecer e discutir, cuidando para não colocar o poder e a economia

como centro do mundo em detrimento das pessoas e da natureza. A educação é fator

preponderante para reverter a situação que aí está porque pode formar cidadãos críticos

e questionadores da política de mercado global, da visão de mundo que se traduz nas

atitudes e modo de vida de cada um, dos modelos científicos e industriais centrados no

ser humano e que dão à natureza apenas um valor instrumental e de uso.

Ao promover uma consciência ecológica sistêmica, que redimensiona a relação

29

entre os homens e destes com a natureza, a educação possibilitará a nova visão do

mundo como uma rede de fenômenos interdependentes na qual o homem está inserido e

necessita interagir e atuar de forma equilibrada. Para que ocorra este equilíbrio é preciso

repensar os padrões de vida, desenvolver outras relações sociais, combater o

desperdício, produzir e utilizar as novas tecnologias de forma coerente, desenvolver

novos padrões de consumo e criar uma sociedade que viabiliza soluções para os

problemas ambientais.

Educar é, portanto, inserir o aluno no âmbito de três práticas: produtivas, sociais e

culturais, fazendo com que através delas ele possa superar as condições em que se

encontra.

Almejamos uma sociedade mais justa e igualitária, baseada nos princípios

democráticos, onde o cidadão seja respeitado sem preconceitos (raça, sexo, religião,

posição social.), e tenha direito a uma vida digna (emprego, salário, moradia, escola,

saúde, lazer...). Queremos, portanto, formar pessoas que se apropriem do saber e

possam modificar-se e modificar a realidade em que estão inseridas para melhorar suas

condições de vida. Que sejam construtoras de sua história, autônomas, críticas, que

interfiram nos mecanismos de funcionamento social, que sejam responsáveis por si

mesmo e pelo coletivo.

A escola, instituição responsável pela educação formal, pode vir a ser a grande

transformadora da sociedade se conseguir sair do conformismo a que foi atrelada, livrar-

se de preconceitos e cumprir sua função social com uma prática voltada para a formação

do verdadeiro cidadão, possibilitando ao aluno a aprendizagem através do exercício das

relações humanas que estão ao seu alcance. Atualmente, percebemos que ainda não

está preparada para utilizar procedimentos adequados ao trabalhar com as

transformações do mundo, as diferenças sociais e acompanhar o crescente

desenvolvimento científico e tecnológico. É preciso, pois, qualificá-la e ampliar o acesso e

permanência nela, como forma de reapropriação do saber à grande parte da população e

de resgate da qualidade de vida que todos almejam.

A escola estará executando o projeto social de melhorar qualitativamente a

formação do seu aluno ao promover, através de ações pedagógicas planejadas, as

condições necessárias para que ele possa compreender a realidade em que vive como

produção humana e compreender-se “sujeito da história com capacidade de agir nela

porque pensa, porque reflete sobre a realidade”. (Currículo Básico).

O processo de constituição da dimensão humana do indivíduo implica a aquisição

de conteúdos significativos de uma sociedade; conteúdos que tenham significado no

30

processo humano de produção da realidade e que remetem à compreensão do modo de

constituição dessa realidade.

O professor, como investigador, estimulador, mediador, articulador e condutor do

processo pedagógico tem um papel decisivo que se constitui da intencionalidade de

ensinar de modo que todos os alunos aprendam, promovendo o exercício das relações

sociais, instigando o raciocínio, propondo questões que levem à reflexão e à investigação,

questionando, explicando e desenvolvendo a capacidade de compreensão da realidade.

“Se sonhamos com uma sociedade menos agressiva, menos injusta, menos violenta, mais humana, o nosso testemunho deve ser o de quem, dizendo não a qualquer possibilidade em face dos fatos, defende a capacidade do ser humano em avaliar, de compreender, de escolher, de decidir e, finalmente, de intervir no mundo”. (FREIRE, P. 1997, p. 58-59).

6.4 Princípio do Desenvolvimento e da Aprendizagem

A teoria vem subsidiando a compreensão dos educadores desta escola sobre como

se dá o desenvolvimento e a aprendizagem humana, tem como principal representante

L.S. Vygotski. Segundo ele, a mente do homem é delineada pelas condições sociais e

históricas em que vive, envolvendo os conteúdos de determinada época e o

desenvolvimento das estruturas psíquicas. O trabalho, principal atividade humana, é

mediado pela linguagem que possibilita a capacidade de simbolizar e operar

racionalmente.

Funções psicológicas superiores (abstração, generalização, memória,

desenvolvimento da vontade e atenção voluntária) se desenvolvem na relação da criança

com os adultos ou amigos mais experientes. Elas existem inicialmente no plano social e

depois no psicológico. A internalização dessas funções constituem o psiquismo humano.

Vygostski elabora o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal que

compreende os níveis: real – o que a criança é capaz de fazer sozinha – e potencial – o

que é capaz de fazer com a ajuda de recursos auxiliares oferecidos por outros mais

experientes. A ZDP é o espaço compreendido entre os dois níveis e que configura

capacidades que emergem e crescem de modo partilhado. As aprendizagens vão gerando

as consolidações de funções abrindo zonas de desenvolvimento. Portanto, quanto maior

aprendizagem, mais desenvolvimento.

A origem social dos processos psicológicos superiores, parte do reconhecimento de

duas linhas de desenvolvimento qualitativamente diferentes e de distintas origens. São

elas: os processos elementares, que são de origem biológica; os processos psicológicos

superiores, ou seja aspectos humanos da conduta, que são de origem histórica, sócio

cultural.

31

Os aspectos humanos da conduta não são de origem biológica, não são inatos, não

resultam do indivíduo isolado; originam-se nas relações entre os seres humanos,

especialmente nas relações da criança com o adulto ou com seus pares experientes.

A internalização é definida como a “reconstrução interna de uma operação externa”,

como um processo que consiste numa série de transformações:

a) uma operação que, inicialmente representa uma atividade externa, se reconstrói

e começa a ocorrer internamente;

b) um processo interpessoal, ou interpsíquico, se transforma em intrapessoal, ou

intrapsíquico;

c) transformação de um processo interpessoal em um processo intrapessoal é o

resultado de uma prolongada série de processos evolutivos.

A origem social dos processos psicológicos superiores, permite compreender as

diferenças entre as aprendizagens espontâneas ou cotidianas e as aprendizagens

reflexivas ou científicas.

Ambas as formas de aprendizagem são sociais e se originam na relação com o

adulto, porém em diferentes contextos. Os primeiros têm lugar na família e no meio mais

imediato, os outros se produzem na escola. As aprendizagens espontâneas ocorrem na

experiência habitual, e dão lugar a pensamentos imediatos que a criança pode expressar

normalmente, porém não pode definir.

A aprendizagem científica, no outro extremo, requer procedimento analítico,

integrado num sistema de conceitos. Inicia-se com as primeiras reflexões que as crianças

realizam com os conhecimentos simbólicos que têm lugar na escola.

Ambos se relacionam e influem constantemente. O conhecimento vivo é ponto de

partida do conhecimento científico e este, dialeticamente, dá lugar ao melhor

conhecimento da realidade que lhe deu origem.

O processo de internalização que se inicia desde que a criança nasce, determina

que a infância seja o centro da pré-história dos processos psíquicos superiores e das

aprendizagens, e que a escola intervém essencialmente para o desenvolvimento dos

processos psicológicos superiores. Embora, em determinados meios, as crianças se

relacionam precocemente com os simbolismos de escrita e aritmética, comprova-se que a

grande maioria só atinge seus conhecimentos reflexivos quando passa a frequentar a

escola e se coloca sob a intervenção do professor, o qual, por sua vez, não pode

desconhecer os conhecimentos socialmente adquiridos pelos alunos antes de ingressar

na instituição escolar.

É precisamente durante os três primeiros anos de etapa escolar que as funções

32

intelectuais superiores, cujos traços fundamentais são o conhecimento reflexivo e o

controle deliberativo, passam ao primeiro plano do processo de desenvolvimento. A

atenção, previamente involuntária, se converte em voluntária, e aos poucos passa a

depender do próprio pensamento da criança; a memória mecânica se transforma em

memória lógica guiada pelo significado, e agora pode ser utilizada deliberadamente pela

criança. Embora a criança avance no seu conhecimento e no seu domínio, não tem

consciência de suas operações conceituais, porque para poder submeter uma função ao

controle intelectual voluntário, primeiro devemos possui-la. Ao ingressar na escola, a

criança deverá aprender a controlar conscientemente as funções que possui.

A educação escolar tem um papel decisivo ao fazer com que a criança tenha

consciência de seu próprio processo mental. Os conceitos científicos, com sua hierarquia

sistemática de inter-relações, parecem ser o meio dentro do qual se desenvolvem em

uma primeira etapa o conhecimento e as habilidades transferíveis a outros conceitos e

outras áreas do pensamento. A consciência reflexiva chega à criança através dos

conceitos científicos.

A aprendizagem se antepõe ao desenvolvimento e o promove. Em lugar de

restringir o ensino, aguardando o desenvolvimento ou de substituir os conteúdos por

exercícios destinados a desenvolver as operações mentais, os conteúdos escolares, seu

conhecimento reflexivo e o controle voluntário dele mesmo, desenvolvem os processos

psíquicos superiores. A educação formal, sistemática, intencional, com conteúdos

orientados para seus fins, adquire assim, uma hierarquia e aparece como imprescindível

para alcançar a plenitude humana.

7 PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

É fundamental ao educador conhecer a organização e a lógica própria de cada

área para que possa selecionar e sistematizar os conteúdos essenciais, representativos

do saber cultural e científico que tenham valor formativo e que sejam significativos para os

alunos com os quais trabalha.

Ao vincular os conteúdos, a história, a prática social global e os contextos

presentes na vida pessoal do aluno para que ele possa compreendê-los como produzidos

pelos homens e utilizar tais conhecimentos na cultura em que está inserido, promove-se a

contextualização, possibilitando a relação teoria e prática, dando significado ao

conhecimento.

O domínio dos conteúdos, o conhecimento das características sociais e do

desenvolvimento cognitivo dos alunos é que vai possibilitar o estabelecimento da melhor

33

forma de ensinar.

Selecionados os conteúdos significativos, deve-se proceder a escolha de uma

metodologia adequada, que, tendo claro as expectativas da aprendizagem serem

atingidas, parta do conhecimento da realidade, necessidades e interesses do grupo no

sentido de motivá-lo dando significado ao objeto de estudo. Depois, é necessário que o

aluno atue, experimente, critique, manipule, ou seja, interaja com o objeto de estudo,

buscando conhecê-lo em suas múltiplas relações constitutivas, resgatando-se a prática

social que deu origem ao conhecimento em questão.

A interdisciplinaridade, baseada no diálogo entre todas as áreas do conhecimento,

na problematização, no exercício investigativo, na reflexão crítica de alunos e professores

sobre problemas vividos ou percebidos é uma forma apropriada de se trabalhar na escola,

pois é norteada por atitudes como colaboração, respeito, pluralismo, participação e

extinção dos privilégios.

A mediação do professor entre o conhecimento e o aluno, não deve ocorrer através

do fornecimento do conhecimento pronto, mas da proposta e acompanhamento às

atividades de pesquisa, experimentação, seminários, debates, estudo do meio e aulas

expositivas (buscando não priorizá-las, mas sim a exposição dialogada). Assim, o aluno

vai sistematizando o conhecimento, elaborando e reelaborando, em interações com o

grupo e o professor, sua própria síntese. Através da possibilidade de expressão desta

síntese é que ele poderá demonstrar os vários níveis de relações que conseguiu

estabelecer a respeito deste conhecimento.

A qualidade do trabalho, envolvendo toda a escola, professores e alunos, depende,

portanto, de uma sistematização em nível de planejamento (tanto o individual como o

coletivo) quando o conhecimento – saber científico ou as práticas sociais – converte-se

em conteúdo curricular, transformando-se em objeto de ensino. Fazendo então a

transposição didática do conhecimento, quando devem ser indicadas as metas a alcançar,

definidos e selecionados os conteúdos, aspectos ou temas que devem ser mais ou menos

enfatizados, distribuídos os conteúdos no tempo para organizar uma sequencia de

conceitos e relações, métodos de trabalho, atividades, recursos, critérios para avaliação,

instrumentos para verificação, momentos de verificação, análise e retomada. Ele deve ser

flexível e estar calcado nas concepções da escola. Poderá ser retomado, realimentado ou

modificado, dependendo dos resultados (constatações e decisões) obtidos em momentos

de avaliação, considerando-se os critérios estabelecidos.

O trabalho escolar deve ser planejado de forma que sejam utilizados

produtivamente todos os momentos do processo de aprendizagem, possibilitando o

34

desenvolvimento dos diferentes níveis cognitivos apresentados entre os alunos. Deve

haver, também, a garantia da continuidade sistemática do trabalho, através da integração

entre todos os educadores da escola, evitando interrupções, repetições ou lacunas devido

à troca de professores durante o ano ou de um ano para outro.

Para o planejamento periódico do professor precisam ser considerados:as

possíveis relações dos conteúdos das áreas com os fatos, fenômenos, necessidades,

temas, movimentos da atualidade, características dos alunos e da comunidade; as

possíveis articulações entre os conteúdos das áreas do conhecimento; as possibilidades

de uso das novas linguagens e tecnologias; a possibilidade da diversificação e

potencialização do uso de materiais e recursos didáticos disponíveis ou que poderão ser

produzidos; as situações didáticas específicas e as mais apropriadas, vinculando-as aos

temas sociais e aos contextos relevantes da aprendizagem, buscando a contextualização;

os contextos, abordagens e problemáticas adequadas aos diferentes níveis de

desenvolvimento dos alunos; as diferentes possibilidades de organização do tempo,

espaço e de agrupamento de alunos; a possibilidade de utilizar diferentes estratégias de

aprendizagem levando em conta os conteúdos ainda não apropriados por alguns alunos

diferenciadamente e conteúdos ainda não apropriados por grupos de alunos; os que não

foram trabalhados suficientemente com toda a turma no bimestre ou no ano anterior; os

conteúdos selecionados para o prosseguimento do programa da série; as diferentes

estratégias para verificação da aprendizagem; análise dos dados e resultados registrados

durante verificações e as possíveis intervenções didáticas e retomadas.

“... fazer planejamento é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala

de aula, perceber as necessidades, ressignificar o trabalho, buscar formas de

enfrentamento e comprometer-se com a transformação da prática.” (Celso Vasconcellos,

1995, p. 59).

7.1 Princípios da Avaliação

Segundo a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96, artigo 24,

inciso V, a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

- avaliação diagnóstica, processual, contínua e cumulativa do desempenho do

aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados

ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

obrigatoriedade dos estudos de recuperação, de preferência paralelos ao

período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas

instituições de ensino em seus regimentos. O aluno não alcançando o objetivo na

35

recuperação paralela poderá fazer a 2ª ou 3ª recuperação com instrumentos diferentes e

retomada de conteúdos. O professor deve estar atento a avaliação processual e contínua.

A função da avaliação não é medir com uma nota e ponto final, mas sim se ela cresceu

aprendendo. O professor tem por obrigação evitar, de todas as maneiras possíveis, a

repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa de desempenho satisfatório

de todos. O objetivo maior do Colégio é o de garantir que os alunos assimilem o

conhecimento necessário à preparação para cidadão com mais conhecimento,

criatividade, adaptação a situações diferentes. Na escola democrática devemos caminhar

para uma educação em que o conhecimento seja um processo de descobertas

mediatizado pelo diálogo entre professor e aluno.

De acordo com a Deliberação 007/99, do Conselho Estadual de Educação do

Paraná, torna-se importante destacar os seguintes elementos quanto à avaliação:

a) instrumento de diagnóstico que permite ao professor interpretar dados do seu

próprio trabalho, aperfeiçoar o processo, diagnosticar resultados e atribuir valor.

b) Promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e

métodos.

c) Novas alternativas para o planejamento do ensino.

d) A avaliação acompanha o aluno em diversas situações de aprendizagem.

e) Técnica e instrumentos diversificados.

f) Relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal

sobre a memorização

g) diagnóstica, processual, contínua, cumulativa e somativa.

h) O resultado final deve expressar a totalidade do aproveitamento escolar.

A avaliação tem como função informar ao aluno e ao professor sobre o conteúdo, a

metodologia e a aprendizagem relativa ao que foi trabalhado.

Deve, portanto, ser vista como um meio e não como um fim em si mesmo; como

um dos recursos para o acompanhamento e orientação do processo educativo, tanto na

prática pedagógica do professor como na dinâmica da escola. Prevê o estabelecimento

de critérios claros para nortearem a metodologia, a seleção de atividades para verificação,

o registro, a análise, a intervenção, a revisão do planejamento e a retomada das ações

planejadas.

É preciso que todo o processo avaliativo seja conscientemente vinculado à

concepção de ensino que permeia a prática pedagógica e as decisões metodológicas

tomadas a partir da concepção, tendo sempre claro o que de fato deve ser ensinado, para

saber o que avaliar.

36

Como ressalta Gandin “avaliar é sempre julgar a realidade, para o que é

imprescindível comparar alguma situação, fato ou elemento da realidade, com um padrão,

prévia ou concomitantemente expresso ou subentendido... O processo de planejamento

inclui o processo de avaliação, ele é um processo ao que se junta a ação para mudar o

que não esteja de acordo com o ideal” (1994, p. 115).

Algumas características da avaliação são sintetizadas da seguinte forma: reflete

valores, concepções e por consequência, os objetivos, conteúdos e métodos; possibilita a

revisão do planejamento e seu redimensionamento; possibilita o conhecimento das

individualidades para programação e realimentação do trabalho; envolve continuidade e

temporalidade; auxilia a percepção do professor no que se refere a sua “práxis”; envolve

objetividade tanto em relação ao professor quanto aos alunos. Segundo Luckesi “a

avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula

com um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de ensino...” (2005, p.85).

7.2 Avaliação

A verificação do rendimento escolar permanece sob a responsabilidade da escola

por instrumentos previstos no Regimento Escolar e observadas as diretrizes da lei, que

incluem: Avaliação diagnóstica, processual, contínua cumulativa e somativa, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do

ano sobre os de provas e pesquisas.

A lei, ao estabelecer a necessidade de uma relação entre aspectos quantitativos e

qualitativos, com a prevalência dos últimos em relação aos primeiros nos processos de

avaliação:

A letra “a” do Inciso V, do Artigo 24 da LDB, diz que:

V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os

de eventuais provas finais.

Analisando o Inciso V do Art. 24, letra “a”, interpreta-se que a avaliação das

atividades discentes devem contemplar múltiplas formas e procedimentos. São múltiplas

formas através das quais os seres humanos, cada um na sua particularidade, aprendem e

demonstram que aprenderam, porque são infinitos os caminhos que os mesmos utilizam

para se apossarem do saber, do conhecimento.

O Art. 12 diz que:

“Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu

37

sistema de ensino, terão a incumbência de:

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica”

Interpreta-se que o processo de verificação da aprendizagem é um dos elementos

de maior importância, decidir sobre formas e procedimentos a serem utilizados na

avaliação da aprendizagem dos alunos.

A avaliação não pode se restringir ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do

aluno, é compreendida como um conjunto de atuações que têm a função de alimentar,

sustentar e orientar a intervenção pedagógica. Avaliação contínua é sistematicamente

através da interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno. Possibilita

conhecer o quanto ele se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o

professor tem em determinados momentos da escolaridade, em função da intervenção

pedagógica realizada. A avaliação das aprendizagens só pode ocorrer se estas forem

relacionadas com as oportunidades que foram oferecidas, analisando a adequação das

situações didáticas propostas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que

estão em condições de enfrentar.

A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre a

sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos

que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo de

aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de

consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para a reorganização de

seu investimento na tarefa de aprender. Trabalhar a avaliação nessa perspectiva e em

todas estas dimensões, requer que esta ocorra sistematicamente durante todo o processo

de ensino-aprendizagem e não somente após o fechamento de etapas do trabalho, como

é o habitual. Isto possibilita ajustes constantes, num mecanismo de regulação do

processo de ensino e aprendizagem, que contribui efetivamente para que a tarefa

educativa tenha sucesso.

Para que a avaliação contínua diagnóstica e processual é importante ter claro que

isso não implica a instauração de um longo período, que acabe por se destacar do

processo de aprendizagem que está em curso, no qual o professor não avança em suas

propostas, perdendo o escasso e precioso tempo escolar de que dispõe. A avaliação pode

se realizar no interior mesmo de um processo de ensino e aprendizagem, já que os

alunos põem inevitavelmente em jogo seus conhecimentos prévios ao enfrentar qualquer

situação didática. A avaliação contínua do processo acaba por subsidiar a avaliação final,

isto é, se o professor acompanha o aluno sistematicamente ao longo do processo pode

saber, em determinados momentos, o que o aluno já aprendeu sobre os conteúdos

38

trabalhados.

A avaliação intenciona averiguar a relação entre a construção do conhecimento por

parte dos alunos e os objetivos a que o professor se propôs, é indispensável para se

saber se todos os alunos estão aprendendo e quais condições estão sendo ou não

favoráveis. A avaliação não pode ser um momento para estigmatizar os alunos; utilizar a

avaliação como instrumento para o desenvolvimento das atividades didáticas requer que

ela não seja interpretada como um momento estático, mas como momento de observação

de um processo dinâmico.

Para obter informações em relação aos processos de aprendizagem, é necessário

considerar a importância de uma diversidade de instrumentos e situações, para

possibilitar por um lado, avaliar as diferentes capacidades e conteúdos curriculares em

jogo e por outro contrastar os dados obtidos e observar a transferência das

aprendizagens em contextos diferentes. É importante e fundamental a utilização de

diferentes códigos como o verbal, ou seja, oral, o escrito, o gráfico, o numérico, o

pictórico, de forma a se considerar as diferentes aptidões dos alunos. A LDB ampara o

aluno de inclusão, mas o professor não foi preparado para saber trabalhar, isso gera

grande desajuste na sala de aula e retenção do aluno, que, muitas vezes não domina a

escrita suficientemente para expor um raciocínio mais complexo sobre como compreende

um fato histórico, mas pode fazê-lo perfeitamente bem em uma situação de intercâmbio

oral ou como diálogos, entrevistas ou debates.

Observação Sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem dos

alunos, utilizando alguns instrumentos como registros em tabelas, listas de controle, livro

diário, preparação de aula, usar metade desse caderno para suas anotações.

Análise das Produções dos Alunos: considerar a variedade de produções realizadas

pelos alunos, para que se possa ter um quadro real das aprendizagens conquistadas.

Exemplo: se a avaliação se dá sobre a competência dos alunos na produção de textos, se

deve considerar a totalidade dessa produção, que envolve desde os primeiros registros

escritos no caderno, no início do respectivo bimestre.

Atividades Específicas para a Avaliação: os alunos devem ter objetividade ao expor

sobre um tema, ao responder uma pergunta. Para isso é importante, em primeiro lugar,

garantir que sejam semelhantes às situações de aprendizagem comumente estruturadas

em sala de aula, isto é, que não se diferenciem, em sua estrutura, das atividades que já

foram realizadas; em segundo lugar, deixar claro para os alunos o que se pretende

avaliar, pois inevitavelmente, estarão mais atentos a estes aspectos.

O aluno deve ter clareza dos conteúdos e do grau de expectativa da aprendizagem

39

que se espera mais terão condições de desenvolver, com a ajuda do professor,

estratégias pessoais e recursos para vencer dificuldades.

O aluno não é só o “objeto” de um processo de avaliação a ser realizado pelo

professor, mas o aluno é também “sujeito” de sua própria avaliação. A avaliação, apesar

de ser responsabilidade do professor, não deve ser considerada função exclusiva deste:

delegá-la aos alunos em determinados momentos, é uma condição didática necessária

para que estes construam instrumentos de auto-regulação para as diferentes

aprendizagens. A auto avaliação é uma situação de aprendizagem em que o aluno

desenvolve estratégias de análise e interpretação de suas produções e dos diferentes

procedimentos para se auto-avaliar. O aprendizado, passa a ser mais importante, porque

é central para a construção da autonomia dos alunos, cumpre o papel de contribuir com a

objetividade desejada na avaliação, uma vez que esta só poderá ser construída com a

coordenação dos diferentes pontos de vista, tanto do aluno, quanto do professor. O

professor deverá a cada início de bimestre passar para os alunos o conteúdo estruturante,

o básico e os específicos, que serão trabalhados naquele bimestre, conforme a disciplina

informar e orientar como serão trabalhados e prevendo tanto as provas que é de valor 5,0

(cinco vírgula zero), dividido no mínimo em duas e os trabalhos que é de valor 5,0 (cinco

vírgula zero), no mínimo em dois a cada bimestre conforme o Artigo 100 do Regimento

Escolar com o Adendo neste sistema de avaliação. O aluno terá direito de saber o dia da

prova, o conteúdo que será cobrado e valor. O professor deverá prever suas aulas no

bimestre para ter um trabalho ajustado com o aluno no seu tempo certo. O Artigo 12

contempla: inciso IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; isso

entende-se que o desempenho do aluno depende do cumprimento do plano de trabalho

que deve ser cumprido, é dever não só das escolas privadas, mas públicas também.

Os trabalhos devem ser entregues na data prevista, dentro do assunto de aula e dos

conteúdos que estão na preleção , com valor e seguir os passos como deve ser feito:

capa, introdução, tema, bibliografia e conclusão. O professor deve verificar se tem a fonte

de pesquisa na biblioteca do colégio, quantos livros têm e informar a bibliotecária que os

alunos irão usar esses livros para pesquisa, que deve ser individual e manuscrito. O

trabalho de dupla ou grupo somente pode ser feito em sala de aula. A recuperação tem os

princípios que devem ser seguidos.

Os incisos IV e IX do Artigo 3º, chamam a atenção para a tolerância que deve haver

por parte da escola e dos educadores com aqueles alunos que em algum momento do

processo ensino-aprendizagem não tiveram as necessárias condições para aprender o

que deveriam ter aprendido no tempo e com os métodos determinados pela escola e

40

pelos seus profissionais.

O inciso IV do Artigo 3º da LDB, defende que o ensino deve ter como princípios o

“respeito à liberdade e apreço à tolerância”, devem ser entendidos como valores

humanos, e que, portanto são fundamentais à educação.

Respeitar o limite do aluno com todos os seus direitos conforme o Artigo 206 da

Constituição Federal, Inciso I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na

escola; também está no Inciso I da LDB, Artigo 3º . O inciso IX deste artigo, “garantia de

padrão de qualidade”, na LDB e na Constituição Federal, Artigo 206, Inciso VII. Ao se

referir às incumbências da escolas e dos docentes a lei recomenda “prover meios para

recuperação dos alunos de menor rendimento” - Inciso V, do Artigo 12, afirma que é dever

das escolas (públicas e privadas). As escolas privadas oferecem recuperação efetiva dos

conteúdos ministrados no decorrer do ano. A escola pública não oferece devido a

mudanças de governo e contenção de despesas, professores sem qualificação e preparo

para o trabalho. Os docentes, que devem “zelar pela aprendizagem dos alunos”. Artigo

13, Inciso III; que é a função do professor zelar pela aprendizagem do aluno. No Artigo 13,

Inciso IV : estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento. É

importante lembrar que no Artigo 12, Inciso V é diferente do Inciso IV do Artigo 13, pois

esse limita-se ao processo educativo realizado dentro da sala de aula, existe a diferença

da escola privada e pública no Artigo 12. No Artigo 24, letra “e” do Inciso V, a verificação

do rendimento escolar observará os seguintes critérios: aliena “e”: obrigatoriedade de

estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de

baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus

regimentos; abre precedente alínea “a” Inciso V.

Quanto a Recuperação Paralela Concomitante

Conclui-se desse modo, que não é correto realizar a recuperação somente das

provas, o que visa recuperar são os conteúdos que o aluno ainda não aprendeu e não

somente a nota. A nota deve ser a expressão da qualidade do que o aluno aprendeu e

não resultado com fim em si mesmo: classificar quem sabe e quem não sabe. O que se

denomina “trabalho” que seria pesquisa é um instrumento de avaliação ou recuperação

tão importante quanto a prova deve constituir em mais um elemento que permite ao

professor analisar de que forma os alunos estão se apropriando dos conteúdos. Quando

bem elaborados, com roteiros e critérios claros, os trabalhos permitem, e isto é o mais

importante, analisar a “atividade critica, a capacidade de síntese e a elaboração pessoal”

41

dos alunos.

Ter em vista os instrumentos e os encaminhamentos metodológicos utilizados no

processo avaliativo e que ações semelhantes ainda serão necessárias – recuperação,

para que o “pleno desenvolvimento do educando” seja realmente efetivo, um direito

assegurado, e não apenas parte, do discurso presente em todos os referenciais teóricos e

legais, incluindo-se ai o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar do

estabelecimento de ensino.

CONCEPÇÕES ATUAIS EM RELAÇÃO À AVALIAÇÃO

Na última década, a avaliação educacional passou a ocupar lugar central nas

políticas públicas de educação no Brasil, em documentos oficiais sobre as diretrizes para

a educação básica, fundamental e médio. Do ponto de vista teórico, ampliou-se bastante

o conjunto de referências sobre ações e estratégias de avaliação, em todas as formas de

organização escolar do processo de ensino-aprendizagem.

Em relação ao segmento escolar mais comprometido com a alfabetização

compreendido pelos três anos de escolaridade, a avaliação assume uma dimensão

formadora fundamental.

Nessa perspectiva, duas dimensões têm sido associadas às ações avaliativas:

1. a dimensão técnica ou burocrática da avaliação tem como função a regulação dos

recortes dos tempos escolares (seja um ciclo ou uma série), apresentando um caráter

classificatório, somativo, controlador, com o objetivo de certificação ou de atendimento ao

registro formal exigido pela instituição e pelo sistema. Envolve sistemas fechados,

dominantes em nossa tradição pedagógica, traduzidos em resultados quantitativos que

determinam a promoção ou a reprovação dos alunos.

A dimensão formativa ou continuada da avaliação tem uma função diagnóstica

processual, descritiva e qualitativa capaz de indicar os níveis já consolidados pelo aluno,

suas dificuldades ao longo do processo e as estratégias de intervenções necessárias a

seus avanços. Envolve sistemas mais abertos de avaliação a serviço das orientações das

aprendizagens dos alunos e não apenas do registro burocrático de seus resultados.

Artigo 24

Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de

acordo com as seguintes regras comuns:

42

I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um

mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos

exames finais, quando houver;

II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino

fundamental, pode ser feita:

a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase

anterior, na própria escola;

b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;

c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela

escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua

inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de

ensino;

III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento

escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a seqüência do

currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino;

IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com

níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras,

artes, ou outros componentes curriculares;

V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os

de eventuais provas finais;

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;

c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do

aprendizado;

d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período

letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições

de ensino em seus regimentos;

VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu

regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de

setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação;

VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de

conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as

especificações cabíveis.

43

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E MONITORAMENTO

Avaliar significa, na forma dicionarizada valorar, estimular o valor ou o

merecimento. É um processo, regulado por valores, que marcarão as concepções sobre o

processo de ensino-aprendizagem.

O conjunto de iniciativas ou procedimentos que utilizamos para avaliar é entendido

como uma ação avaliativa.

Na concepção de avaliação que estamos enfatizando como reguladora e

orientadora do processo de aprendizagem, duas funções ou ações avaliativas são

inseparáveis: o diagnóstico e monitoramento.

A função diagnóstica da avaliação busca responder a duas questões centrais:

a) com quais capacidades (ou conhecimentos e atitudes), o aluno inicia

determinado processo de aprendizagem, em um ciclo;

b) até que ponto o aluno aprendeu e cumpriu metas estabelecidas em termos de

capacidades esperadas, em determinado nível de escolaridade?

Dependendo das respostas desejadas, a avaliação diagnóstica pode ser utilizada

tanto no início de um ano letivo, quando se inicia determinado ciclo, como ao final de um

ciclo.

No processo de alfabetização, a função diagnóstica tem como objetivo o

conhecimento de cada criança e do perfil de toda uma turma, no que se refere a seus

desempenhos ao longo da aprendizagem e à identificação de seus progressos, suas

dificuldades e descompassos em relação às metas esperadas.

Monitorar o processo de alfabetização significa acompanhar e intervir na aprendizagem, para reorientar o ensino e resgatar o sucesso dos alunos.

Utilização de Critérios Observáveis nas Propostas de Avaliação

Não se pode tomar como referência apenas o desempenho dos alunos entre

si, mas principalmente a análise do progresso de cada aluno, tendo em vista a trajetória

particular de sua aprendizagem

Uma mesma conduta, por mais observável que seja, poderá estar sinalizando

progressão em alguns contextos e não em outros, tendo em vista um mesmo critério de

avaliação.

Também na perspectiva da correção dos erros dos alunos, deve prevalecer a

44

indicação de elementos “observáveis” aos olhos dos educandos e dos familiares, para

que estes saibam objetivamente, em quais aspectos podem auxiliar seus filhos em casa.

Mas o que significa transformar o erro do aluno em algo “observável”?

Comecemos pelo que não é uma ajuda neste processo. Uma correção vaga, feita

pelo professor ou pela professora, nas produções dos alunos como, por exemplo, apenas

riscar uma resposta considerada errada, ou inserir um ponto de interrogação em uma

parte do texto produzido, sem que sejam apontados indicadores explícitos que reorientem

o aluno em sua revisão, assim não estará contribuindo para a localização de problemas

ou para a reelaboração de atividades.

Quanto ao desenvolvimento ou não na faixa etária é importante. É um nível de

grande significado pedagógico, que diz respeito a um conceito já incorporado no discurso

pedagógico atual: a Zona de Desenvolvimento Proximal, uma das noções centrais das

abordagens sócio-internacionistas de desenvolvimento e aprendizagem.

A “Zona de Desenvolvimento Proximal” é um conceito desenvolvido pelo psicólogo soviético Vygotsky (1896 – 1934), de grande importância para o ensino e a aprendizagem. Este processo é analisado por esse teórico como a “distância entre o que já se encontra consolidado no desenvolvimento da criança e os desempenhos possíveis ou as capacidades que ela poderá vir a desenvolver pela mediação de outros mais experientes ou com maior domínio em determinados conceitos ou habilidades, seja criança, adolescente ou adulto.

Esta concepção é fundamental na discussão da avaliação, pois as intervenções

do(a) professor(a) a partir das dificuldades do aluno serão as mediações capazes de

ajudá-lo a avançar.

Estratégias de Intervenção na Aprendizagem dos Alunos – O Tempo

A ampliação do tempo escolar destinado à alfabetização ao letramento, não pode

deixar invisível o tempo das aprendizagens dos alunos. Esse tempo deve ser traduzido,

de forma observável, em capacidades consolidadas ao final do processo. Por isso, exige

monitoramento constante.

Com base nas avaliações diagnósticas, alguns encaminhamentos podem ser

propostos:

reagrupamento dos alunos na própria classe em horários específicos, para a realização

de atividades monitoradas pelo(a) professor(a) em certos grupos, enquanto outros

realizam atividades com maior nível de autonomia;

reagrupamento de alunos em dias e horários previamente combinados, podendo envolver

45

alunos de turmas diversas, para atendimento de atividades diferenciadas, acompanhadas

ou monitoradas por professores(as) diferentes;

atendimento de necessidades específicas dos alunos por meio de políticas públicas,

sendo a saúde.

O Tempo da Leitura

Muitos professores(as) resolvem ler nos últimos minutos que ainda têm para estar

em sala de aula com os alunos, por considerarem seu dever, ao final do dia, já foi

cumprido. E nesse caso, talvez esperando que essa possa ser uma maneira mais

descontraída de encerrar o dia, acabam demonstrando, com sua atitude, que a leitura de

histórias em voz alta é algo pouco importante, que não merece atenção já que pode ser

realizada mesmo em condições adversas, como as interrupções, a dispersão e o

esvaziamento da classe.

O fato de orientarmos nossos alunos para que guardem todos os materiais na

mochila, para depois ouvirem a história a ser lida, indicia às crianças que essa leitura não

será seguida de exercícios, o que as coloca, em certa medida, fora das tarefas próprias

da aula.

O Tempo da Escrita na Sala de Aula

A relação com a escrita é interessante para o aluno, eles chegam desejosos de

aprender, ansiosos por escrever e ler.

Planejamento e Interesse dos Alunos Devem se Relacionar

Verificamos que a resolução dos exercícios contidos nos livros didáticos ocupa a

maior parte do tempo das aulas. Resulta dai uma ideia de que trabalhando o livro didático

não se faz necessário um planejamento cuidadoso, detalhado, ou ainda, de que não se

faz necessário planejar “aula a aula”. Já que tudo parece tão previsto, tão pronto e

acabado em suas páginas, mesmo com o livro didático como nosso material de trabalho

permanente, o planejamento e a organização do nosso trabalho são essenciais. Ler os

textos, os exercícios, selecionar páginas, inverter a ordem das unidades, acrescentar

ideias, levar uma música ou um filme relacionados a um conhecimento abordado no livro,

questionar dizeres ali presentes, são posturas que requerem uma atitude diferente

daquela de somente escrever no caderno.

Quando o(a) professor(a) opta por escrever apenas o número da unidade a que

corresponde o trabalho, mostra com essa atitude que o planejamento se reduz somente a

46

uma aceitação do livro didático, tal como ele é. O livro didático não se traduz como

planejamento em si, ele pode vir a compor parte desse. Os alunos têm o direito ao acesso

e domínio do conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, porém a

maneira de trabalharmos com esse conhecimento é que pode ser distinta daquilo que

vem definido e posto pelos livros.

Planejamento Também é Instrumento de Avaliação

Afora o uso do planejamento como um instrumento que organiza a semana com

intencionalidade, também podemos tomá-lo como material de coleta de informações e de

organização sobre a semana que acabou. O planejamento semanal ou quinzenal é uma

importante ferramenta para o(a) professor(a).

É necessário que o professor planeje e pratique uma sequência didática. Uma

série de atividades envolvendo um mesmo conteúdo, com ordem crescente de

dificuldades, planejadas para possibilitar o desenvolvimento da próxima.

O objetivo é ensinar conteúdos que exijam tempo para aprender e

aprofundamento gradual, como o reconhecimento das características de uma paisagem

brasileira em Geografia, uma série de experiências para observar a ação de micro-

organismos em Ciências ou a leitura da obra de um autor de Língua Portuguesa. A

organização é prever a ordem em que as atividades serão propostas, os objetivos, os

conteúdos, os materiais, as etapas do desenvolvimento, a duração e a maneira como será

feita a avaliação.

Como usar: a maioria dos conteúdos exige tempo para aprender; por isso a

sequencia didática é a modalidade organizativa mais presente no planejamento. Escolher

os conteúdos mais importantes, organizar o ano, garantindo a continuidade e distribuição

durante o ano. O número de atividades de cada sequência é variado, assim como o

tempo de duração. O professor deve ter um caderno ou outro documento para anotar as

dificuldades e fazer anotações, como por exemplo, comentários dos alunos, perguntas e

dúvidas levantadas por eles, conteúdos a serem pesquisados, informações para

checagem, entre outros.

O professor deve ter consciência de que o tempo de fazer e aprender é muito

importante para o aluno. Sendo cinquenta minutos a hora/aula, tudo deve ser planejado,

sobra tempo para alguns alunos e para outros falta; cada um tem seu tempo de fazer. O

professor deve aguardar as respostas dos educandos, e perdem a oportunidade de

acompanhar a estrutura de raciocínio espontânea de seus alunos. Com a concepção das

respostas “certas” e sem o incentivo para pesquisa pessoal, o estudante acaba por ter sua

47

atividade dirigida e canalizada sem a preocupação de pensar.

Frequência

Artigo 24, Inciso VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o

disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a

frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação;

O controle da frequência escolar de seus alunos se torna uma de suas funções

básicas. A exigência de que o aluno frequente pelo menos “setenta e cinco por cento do

total de horas letivas”. A disciplina de uma ou duas aulas semanais é necessário passar a

coordenação pedagógica a falta. Faz a diferença a ausência do aluno, pois geralmente as

aulas são avaliadas e até mesmo porque conta com 5 faltas consecutivas ou 7 alternadas

para encaminhamentos.

7.3 Sistema de Avaliação

A avaliação constará de no mínimo duas provas, que somadas, terão valor

equivalente à metade da nota trimestral 5,0(cinco vírgula zero) com recuperação

concomitante sendo os mesmos valores, com retomada de conteúdo e a outra metade

5,0(cinco virgula zero) será distribuída em dois ou mais instrumentos avaliativos

diversificados, com recuperação pontual sendo prova, valor 5,0(cinco virgula zero).A

retomada de conteúdos será feita duas semanas antes de terminar o trimestre.

Observações:

Para cada prova o aluno terá o direito a recuperação com retomada de

conteúdos (independente da nota);

As atividades em grupos, duplas ou individuais feitas em sala de aula, devem

ser apresentadas sempre que solicitadas para serem vistadas pelo

professor(a);

Os trabalhos para casa devem ser individuais e o professor verificar se há

fonte de pesquisa na biblioteca;

Tarefas não apresentadas na data solicitada não serão vistadas (aceitas) pelo

professor(a). As tarefas geralmente são exercícios do livro que deverão ser

copiados e resolvidos no caderno. O aluno deve trazer o livro, pois faz parte

48

do material didático e tarefas pela metade ou não realizadas não serão

aceitas.

Em caso de falta, o aluno deve, na próxima aula, apresentar justificativa da

falta, bem como as atividades realizadas. Não serão aceita atividades em dias

seguintes;

Em caso de falta em dia de prova, o aluno deverá solicitar 2ª chamada,

mediante atestado médico, no prazo de 24 horas (Regimento Escolar);

Em caso de falta sem justificativa, o aluno deve responsabilizar-se

inteiramente pelo conteúdo perdido. Assim como, é de sua inteira

responsabilidade a interação de avisos, conteúdos, trabalhos ou outra

atividade em sala.

Todos serão contemplados com baixo rendimento, justificando a falta com

atestado médico ou justificativa do responsável vindo ao colégio.

Obs. O aluno que se recusar a fazer a prova ou trabalhos estando em sala de

aula será passado para a equipe pedagógica para chamar os responsáveis,

registrando em ata e tomando as devidas providencias conforme o Estatuto da

Criança e Adolescente.

7.4 Conflitos e contradições na prática docente na escola

Ao observar e analisar a política “escola para todos”, se percebe o problema

estrutural no qual o sistema educacional está inserido: o corpo docente enfrenta o

resultado das condições sócio-político e econômica decorrentes da história e da

região:

alunos que não conseguem conviver no coletivo;

agravamento da agressividade e indisciplina;

desrespeito generalizado a toda forma de autoridade;

poucos são “modelos” de família, pois muitos são criados por avós, tios,

primos e até vizinhos;

carência afetiva, auto-estima e valorização de si mesmo em declínio;

defasagem de aprendizagem, gerando desinteresse em aprender os

conteúdos que a escola tem para ensinar;

distanciamento da escola em relação aos pais de alunos ou outros segmentos

sociais ( integração insatisfatória entre escola e comunidade escolar);

49

alunos com variação de faixa etária retidos na série.

Ato Infracional – é todo aquele que se caracteriza como conduta prevista como

crime ou contravenção na Legislação Penal.

Ato de Indisciplina – corresponde ao comportamento que compromete a

convivência democrática e ordeira do ambiente escolar e que não tipifica crime ou

contravenção. Aos atos de indisciplina são aplicadas Medidas Pedagógicas Disciplinares.

Em se verificando o ato infracional devem, os responsáveis pela instituição, fazer

os devidos registros e comunicar as autoridades competentes, permitindo a devida

apuração. Havendo prática de ato infracional por crianças menores de doze (12) anos

(ECA – Art. 105), o caso deve ser encaminhado ao Conselho Tutelar ou Juizado da

Infância, desencadeando os procedimentos para a aplicação de Medidas de Proteção.

Caso o ato infracional seja cometido por adolescentes, maiores de doze (12) e menores

de dezoito (18) anos, há de ser encaminhado à Delegacia Especializada ou ao Promotor

de Justiça, permitindo assim a instauração do procedimento destinado à apuração do Ato

Infracional, do qual poderá resultar aplicação de Medida Sócio-Educativa. O que a escola

pode fazer é o registro dos acontecimentos, os encaminhamentos necessários e a

comunicação aos responsáveis legais pelo estudante que está sob sua responsabilidade.

A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente não determinam a

suspensão da continuidade dos estudos, nem mesmo quando o adolescente recebe

medida sócio-educativa de restrição ou privação de liberdade, pois lhe é garantido o

direito de receber escolarização.

Em se verificando o Ato de Indisciplina (convém lembrar, que o aluno é titular do

direito fundamental à Educação, com respeito à inviolabilidade da integridade física,

psíquica e moral, tendo obrigação de cumprir determinados deveres), aplicam-se as

Medidas Pedagógicas Disciplinares com o devido registro e ciência de seu responsável

legal.

A autoridade competente para a aplicação das Medidas Pedagógicas Disciplinares

previstas no Regimento Escolar é o Diretor do Estabelecimento de Ensino. Ao professor

faculta-se a aplicação de uma “chamada de atenção na sala de aula”, conscientizando-o

de mudança de sua conduta. Inclui-se aqui o esclarecimento quanto a impossibilidade de

o professor submeter a criança ou o adolescente a vexame ou constrangimento, como

também ao desrespeito por uso de expressões ofensivas (ECA – Art. 5º, 53º e 56º).

Medidas Pedagógicas Disciplinares – compensação pelo dano quando o estudante:

picha ou danifica patrimônio público;

retração verbal ou escrita quando ocorre a ofensa a honra de colegas de

50

classe, professores e funcionários do estabelecimento de ensino; ou quando

ocorre a exposição da imagem sem autorização (internet, celulares e outros);

ameaça de morte ou mandar matar o professor (a);

constranger o professor, gravando e filmando a aula;

não fazer as atividades e perturbar o trabalho do professor e dos colegas que

querem aprender;

excitando os colegas a fazer bagunça na sala de aula, correndo, gritando,

dançando, para filmar o professor que não consegue explicar o conteúdo;

a mudança de turma ou turno buscando uma melhor adaptação no contexto

escolar (para oficializar o remanejamento deve-se fazer uma reunião com os

professores da turma, direção, equipe pedagógica e secretária).

a elaboração e estudo de textos pertinentes aos atos praticados;

visita a crianças, adolescentes e idosos internados em unidades hospitalares

mobilizando a atitude solidária.

Observação:

Essas Medidas Disciplinares só serão admissíveis quando não violarem o direito

fundamental das crianças e adolescentes, vez que esses estão em formação e em

desenvolvimento e todos os procedimentos devem ser acompanhados pelo responsável

legal do aluno. A escola deve aprender com os desafios e se capacitar para melhor

desenvolver um trabalho preventivo e solidário contando com a comunidade escolar para

enfrentar o seu cotidiano.

Estudantes “comportados”, “indisciplinados”, “problemáticos”, merecem tratamento

igualitário e o respeito da permanência na instituição escolar para que possa ter acesso à

cultura, ao esporte, ao conhecimento e ao convívio mútuo estabelecido no espaço

educativo.

7.5 Conselho de Classe

Conselho de Classe é uma reunião avaliativa em que diversos especialistas

envolvidos no processo ensino-aprendizagem discutem acerca da aprendizagem dos

alunos, o desempenho dos docentes, os resultados das estratégias de ensino

empregadas, a adequação da organização curricular e outros aspectos referentes a esse

processo, a fim de avaliá-lo coletivamente, mediante diversos pontos de vista.

51

7.5.1 Objetivo

O conselho de classe é uma oportunidade de reunir os professores com o objetivo

de refletir sobre a aprendizagem dos alunos e o processo de ensino. Seu objetivo é

favorecer uma avaliação mais completa do estudante e do próprio trabalho docente,

proporcionando um espaço de reflexão sobre o trabalho que está sendo realizado e

possibilitando a tomada de decisão para um novo fazer pedagógico, favorecendo

mudanças para estratégias mais adequadas à aprendizagem de cada turma e/ou aluno.

No Conselho de Classe, mais do que decidir se os alunos serão aprovados ou não,

objetiva-se encontrar os pontos de dificuldade tanto dos alunos quanto da própria

instituição de ensino na figura de seus professores e organização escolar.

Nele deve haver uma discussão coletiva onde serão apontadas dificuldades de

alunos, professores e instituição de ensino, a fim de buscar melhorias para o processo

ensino-aprendizagem. Ele é um espaço democrático de construção de alternativas para o

desenvolvimento da instituição de ensino e das estratégias para o atendimento aos que

nela estudam.

Os requisitos para o Conselho de Classe, enquanto instrumento de avaliação,

requer que os alunos estejam sendo constantemente observados pelos professores e

demais especialistas que compõem os profissionais da instituição de ensino.Para isso, a

avaliação deve ser cotidiana, pois todo o dia, toda a semana, até o final do semestre ou

ano, cada aluno deve estar sendo percebido pelos professores que trabalham com ele. Ao

observar, diagnosticar e registrar, saberes sendo extraídos sobre cada aluno de forma a

enquadrá-lo dentro de uma determinada categoria de desenvolvimento que define alvos a

serem alcançados por todos.

A equipe pedagógica deve ter em emente os alvos educacionais a serem

desenvolvidas e avaliados no processo de aprendizagem dos alunos. Esse alvos devem

abranger atitudes de participação, respeito e responsabilidade;construção de

conhecimento e apreensão de conteúdos e conceitos; e formação do caráter e da

cidadania.

Nesta prática avaliativa, cada aluno deve ser visto individualmente, em suas

singularidades de comportamentos, aprendizagens e histórias particulares.

O Conselho e Classe, para cumprir sua função, exige dos professores um olhar

cotidiano detalhado sobre cada indivíduo para que, durante a reunião, possam contar,

explicar, lembrar e definir, a partir daquilo que observaram e obtiveram como informação

sobre a aprendizagem, o desenvolvimento e a história de vida de cada aluno, assim como

52

tipo de progressão adequada para cada um deles.

A equipe pedagógica deve ter em mente que o processo de avaliar possui,

basicamente, três passos:

Conhecer o nível de desempenho inicial doa aluno (constatação da realidade);

Analisar o progresso do aluno comparando seu nível inicial de desempenho com o

nível atual, considerando o que é essencial e importante de ser aprendido e desenvolvido

ao longo do processo educativo(qualificação da aprendizagem);

Tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.

Fundamental é ter consciência de que só se pode avaliar o que foi ensinado e que

a evolução do aluno, seu progresso entre o nível inicial e atual, é o que importa.

Desta forma, é necessário que enquanto os alunos têm seu desenvolvimento

avaliado, os professores também reflitam sobre a necessidade de reformular as práticas

educativas a fim de levar sugestões para somar às reflexões que serão realizadas durante

o Conselho de Classe.

7.6 Organização

Participam os professores, pedagogos(as), e em determinados casos, alunos e/ou

seus representantes, todo mundo participa. O objetivo é compartilhar informações sobre a

classe e sobre cada aluno para embasar a tomada de decisões para a melhoria do

processo ensino-aprendizagem.

7.6.1 Organização do tempo do professor

A hora atividade de modo geral é realizada de forma individual, sendo impossível

realizar por disciplina. Durante o período são desenvolvidos: elaboração e estratégias de

planejamento de aula, preparativo de atividades diversas como: atividades digitadas,

transparências, textos complementares, planejamento para utilização da TV pendrive e do

Laboratório de Informática, pesquisas no Portal Dia a Dia Educação, correção e

elaboração de tarefas, trabalhos, avaliações, registro de notas e conteúdos no Livro

Registro, verificação e acompanhamento dos planejamentos, troca de informações entre

os professores, equipe pedagógica, secretaria e direção, reflexão e planejamento das

práticas de projetos extras da escola, atendimento aos pais e outros assuntos de

interesse do professor.

Momento importante para preparar atividades diferenciadas aos alunos com

dificuldades de acompanhar na sala as explicações e fazer. Todas essas ações são

53

registradas em folhas mensais supervisionadas pela Equipe Pedagógica.

7.6.2 Formação Continuada para os Professores

Para que a construção do conhecimento seja eficaz e fortalecida é necessário à

formação continuada dos profissionais da educação. Essa capacitação é importante,

porém, no decorrer do ano, percebe-se que há necessidade de mais orientações/estudos,

pois a prática na sala no dia a dia, necessita de mais encontros, troca de ideias e

experiências.

Cabe também à escola desenvolver um programa de formação contínua para os

professores, oferecendo subsídios teóricos e metodológicos que versem sobre o papel e o

compromisso da escola, bem como o compromisso do educador no desenvolvimento do

trabalho docente e seu compromisso social. O colégio também procura trabalhar as

dificuldades dos professores na Hora-atividade. Devido a falta de professores no colégio

não é possível fazer por disciplina, é necessário adequar o horário que os professores

podem, pois eles também trabalham em outra escolas.

7.7 Inclusão Social

Inclusão social é o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em

seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e simultaneamente,

estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui,

então, em processo bilateral nos quais as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade busca,

em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de

oportunidades para todos. (Sassaki, 1993. p. 3).

A inclusão escolar não é um processo em si mesmo, dissociado de outros

igualmente sociais. A escola, juntamente com outras instituições sociais está engajada na

luta pela inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais e de outros grupos

minoritários em situação de desvantagem. Aos meninos e meninas de rua, filhos de

catadores de recicláveis, aos que abandonaram a escola precocemente, aos que têm

doenças crônicas, aos encarcerados, às prostitutas, aos analfabetos, ao LGBT, às

populações nômades, às minorias linguísticas, aos negros quilombolas, indígenas,

ciganos, aos desempregados, às crianças e adolescentes oriundos das camadas

populares pobres ou miseráveis com ou sem dificuldades de aprendizagem. Para que

54

aconteça realmente a inclusão social, é necessário que coloquemos em prática os

princípios da aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a

convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem da cooperação. A inclusão

social, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade

através de transformações.

7.7.1 Alunos e alunas com necessidades educacionais especiais

A educação inclusiva se caracteriza como uma política de justiça social que

alcança alunos com necessidades educacionais especiais, tornando-se o conceito mais

amplo que é a Declaração da Salamanca (1994). O princípio fundamental desta linha de

ação é que as escolas devem acolher todas as crianças, independentes de suas

condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e linguísticas. A expressão

necessidades educacionais pode ser utilizada para referir-se a crianças e adolescentes

cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou suas dificuldades para

aprender, esta associação às dificuldades de aprendizagem não necessariamente se

vincula à deficiência.

O termo surgiu para substituir as expressões deficientes, excepcionais,

subnormais, superdotados, incapacitados. Falar em necessidades educacionais especiais,

deixa portanto, de se pensar nas dificuldades específicas dos alunos e passa a significar

o que a escola pode fazer para dar resposta as suas necessidades de um modo geral,

como aos que apresentam necessidades específicas muito diferente dos demais,

consideram-se os alunos de modo geral, como possíveis de necessitar mesmo que

temporariamente, de atenção, específica e requer um tratamento diversificado dentro do

mesmo currículo. A escola precisa de um currículo dinâmico e flexível, que possa atender

a todos e que propicie seu progresso, respeitando suas diferenças individuais e

valorizando suas capacidades.

Nossa escola buscará apoio incondicional (fazendo adaptações se necessárias)

para tornar o processo de aprendizagem satisfatório para todos, pois a educação inclusiva

coloca como meta para a escola, o sucesso de todos, independentes do nível de

desempenho que cada pessoa seja capaz de alcançar, porque apostar na educação

inclusiva é acreditar que seremos capazes de contribuir para uma transformação social

que trate efetivamente a todos dentro dos princípios de igualdade da solidariedade e da

convivência respeitosa entre os indivíduos.

55

7.8 Princípios da Gestão Escolar

A gestão democrática é um princípio relevante na Constituição e abrange as

dimensões pedagógicas, administrativas e financeiras. Inclui a ampla participação dos

representantes da comunidade nas decisões e ações desenvolvidas pela escola.

Aprender a respeitar as diferenças entre os cidadãos, a não aceitar as

desigualdades sociais e possibilitar que cada pessoa possa demonstrar e ser atendida

nas suas necessidades e potencialidades.

A gestão escolar democrática do ensino público representa um avanço para a

democracia no País, pois traduz a participação cidadã da comunidade nas decisões da

instituição escolar. É um modelo de administração que entende a gestão participativa na

escola pública como instrumento de legitimação do sistema escolar.

No campo educacional, a democracia deve ser o princípio norteador de todas as

ações da escola e deve se configurar como base das ações pedagógico-administrativas.

Nesse contexto, a sociedade atual, caracterizada por novas condutas e

determinações econômicas, tecnológicas, sociais, políticas e culturais, exige a efetivação

de um ensino de qualidade como direito de todos os cidadãos.

A escola, ao efetivar um ensino de qualidade, instrumento de emancipação,

assume a responsabilidade social de formar integralmente seus alunos. O

desenvolvimento de prática pedagógica democrática é parte da construção de um sistema

político que respeita os direitos individuais e coletivos de todos. Isso ocorre por meio de

ações pautadas nos conceitos de autonomia, interculturalismo, inclusão e diversidade, em

processos de participação e de cooperação na construção de uma sociedade mais justa e

igualitária. Tais conceitos, detalhados a seguir, caracterizam e revelam o princípio da

Gestão Democrática do Processo Pedagógico.

Autonomia nas unidades educacionais envolve as dimensões: pedagógica (projeto

político-pedagógico, planejamento, avaliação, organização dos tempos escolares),

administrativa (como, por exemplo, horário de funcionamento da escola, divulgação de

informações), implicando em direitos, deveres, compromissos e responsabilidades de

todos os segmentos da comunidade escolar e local.

A participação efetiva da coletividade na atividade educativa pressupõe

transparência nas decisões, representatividade e participação política. As instituições

educacionais devem apresentar espaço para que a diversidade e o cultivo de ideias se

manifestem, possibilitando que diferentes instâncias da comunidade educacional reflitam

56

e participem de decisões relativas à socialização do conhecimento e à formação dos

estudantes.

Portanto, se a escola tem como um de seus principais objetivos propiciar aos

estudantes uma educação que conduza à cidadania deve desenvolver relações

horizontais de cooperação e solidariedade entre todos os envolvidos no processo

pedagógico.

Nesse cenário, o processo cooperativo de ensino-aprendizagem caracteriza-se

como um dos aspectos essenciais para o modo de vida democrático. A cooperação é

compreendida como um dos processos que decorre da vida em sociedade e tem

características como o respeito às diferenças, possibilitando a resolução positiva de

conflitos, o que favorece e permite a concretização de objetivos coletivos.

O respeito às diferenças concretiza-se no respeito à diversidade, característica de

todas as sociedades. Educar na diversidade significa formar indivíduos capazes de

conviverem numa em sociedade cada vez mais divergente, propiciando a superação das

diferentes formas de exclusão.

A inclusão de todos no ambiente escolar, independente de fatores como raça,

religião, classe econômica, cultura ou capacidade de aprendizagem, é essencial para a

efetivação de uma sociedade mais democrática, responsável e solidária.

O Conselho de Escola promove essa inclusão ao propiciar a participação e a

valorização dos diferentes segmentos escolares – alunos, pais ou responsáveis,

professores, funcionários, instituições auxiliares e comunitárias. É por meio dele que se

traduzem as decisões coletivas que auxiliarem e contribuem no enfretamento de

situações que interferem pontualmente nos aspectos pedagógicos e administrativos da

escola.

As ações que favorecem o diálogo de conteúdos e vivências resultam em prática

educativa que promove e favorece a relação entre pessoas de culturas diferentes

enquanto membros de sociedade histórica, caracterizada culturalmente. Isso implica em

mudanças profundas na prática pedagógica, de modo particular na escola, que deve

propiciar oportunidades educativas da todos, respeitando e integrando a diversidade de

sujeitos. Para tanto, é importante desenvolver processos educativos, metodologias e

instrumentos pedagógicos, que deem sustentação à complexidade das relações humanas

entre indivíduos e culturas diferentes.

A gestão escolar, portanto, está associado ao fortalecimento da democratização do

processo pedagógico, à participação responsável de todos nas decisões necessárias,

mediante em compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez mais

57

significativos, ao propiciar estratégias para o alcance da qualidade e equidade do

processo educativo e, fundamental, favorecer a efetivação do compromisso social da

escola em prol do melhor desempenho dos seus alunos.

8 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO APLICADAS À

EDUCAÇÃO

A escola, como instituição voltada para democratização do conhecimento e

formação de cidadãos, hoje, numa sociedade globalizada, deve tratar as tecnologias de

informação e comunicação em seus Projetos Pedagógicos, como instrumento

fundamental de uma educação comprometida com o desenvolvimento da autonomia

intelectual do aluno da escola pública, proporcionando a inserção do aluno no mundo

tecnológico.

As escolas estarão contribuindo para uma sociedade que perpetue o estado de

direito democrático, que edifique instituições que preservem a justiça e os direitos

constitucionais e que permita a todos o acesso aos bens materiais e culturais produzidos

pela humanidade.

É importante que a equipe pedagógica e administrativa e a comunidade escolar

compreendam que essas novas ferramentas levam a escola a uma (re) configuração do

trabalho pedagógico escolar, uma nova forma de (re) construção do conhecimento e de

(re) organização do tempo e do espaço escolar:

- Criando condições de desenvolver no aluno o interesse pela pesquisa, pelo

trabalho coletivo, pelo domínio dos fundamentos das ciências contemporâneas,

possibilitando-lhe a compreensão e os elementos mínimos para a análise crítica das

diversas mídias.

- Aprendendo a utilizar a tecnologia da informação e comunicação para que os

alunos se apropriem criticamente dos dados dispersos e diversos. Selecionando,

analisando e discernindo os aspectos que traduzem os elementos de uma verdade sobre

determinado conhecimento.

- Lembrando que o conhecimento é uma construção, que não há verdade definitiva,

que é preciso buscar sempre uma religação entre os saberes para uma compreensão

maior da realidade.

- Superando as limitações das disciplinas escolares e estabelecendo um diálogo

entre elas, na busca de uma visão mais completa do conhecimento das coisas e dos

fenômenos (naturais e/ou sociais). A prática interdisciplinar deve ser o começo de uma

nova concepção de ensino e aprendizagem na escola do século XXI.

58

- Aprendendo a vivência democrática, o exercício do convívio com as divergências,

com a diversidade, cultivando o respeito ético pela vida humana e pelo ecossistema.

- O uso do computador nas escolas pode contribuir para o desenvolvimento da

oralidade, da leitura e da escrita, proporcionando um sistema de representação de ideias.

Cria situações significativas de aprendizagem, vinculadas à utilização de diversos

recursos e softwares educacionais, promovendo a leitura e a escrita e o desenvolvimento

lógico-matemático.

Em falando de mídias, a televisão e o vídeo são tecnologias de comunicação que

articulam a lógica, a intuição, a imaginação e a razão, desenvolvendo múltiplas

habilidades e competências requeridas pelas complexas relações sociais e culturais.

A educação escolar precisa compreender e incorporar novas linguagens,

desvelando seus códigos e possibilitando o domínio de expressão e da leitura de

possíveis manipulações que se ocultam nos meandros das imagens e dos movimentos. É

importante educar as novas gerações para o uso democrático, progressista e participativo

das tecnologias.

Também se aprende no trabalho com a imagem, com os sons, com movimento e

com as diversas manifestações/linguagens produzidas pela subjetividade humana. Os

estudantes de hoje são influenciados permanente pela mídia televisiva, pelos outdoors,

pelas ondas do rádio, pelos filmes computadorizados. Portanto, estão mergulhados num

mundo de ambiguidades entre as narrativas virtuais e as contradições da prática social.

É preciso criar espaços e tempos escolares que organizem e planejem

pedagogicamente a incorporação da linguagem audiovisual em nosso cotidiano escola. É

preciso que construamos uma pedagogia das mídias. É preciso que percebamos que

nosso aluno poderá desenvolver-se ainda mais, a partir de demandas pela sociedade do

conhecimento, se possibilitarmos novos caminhos de (re) construção e apropriação dos

saberes. A televisão e o Vídeo na Escola. A escola precisa observar o que está

acontecendo nos meios de comunicação e mostra-lo na sala de aula, discutindo o com os

alunos, ajudando os a que percebam os aspectos positivos e negativos das abordagens

sobre cada assunto. Fazer releituras de alguns programas em cada área do

conhecimento, e ajuda-los a avançar sem imposições nem maniqueísmos (bem x mal).

9 CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA

De acordo com a Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que altera a Lei nº 9.394

de 20 de dezembro de 1996:

59

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira.

A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e

Indígena nos currículos da Educação Básica trata-se de decisão política, com fortes

repercussões pedagógicas, inclusive na formação de professores. Com esta medida,

reconhece-se que é preciso valorizar devidamente a história e a cultura de seu povo,

buscando reparar danos que se repetem há cinco séculos, à sua identidade e seus

direitos.

A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira,

africana e indígena, não se restringe a essa população; ao contrário, diz respeito a todos

os brasileiros, uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma

sociedade multicultural, capazes de construir uma nação democrática. Em vista disso, as

ações a serem realizadas em todas as áreas têm como base filosófica e pedagógica o

princípio da consciência política e histórica da Diversidade.

10 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A ação de transformar a natureza está diretamente relacionada com o crescente

desenvolvimento das funções e habilidades que caracterizam a condição humana, se

chega a conclusão que os seres humanos são responsáveis simultaneamente pelas

consequências que o modo de organização e suas condições de existência tem na

realização humana de todos e de cada um deles.

22 de março – Dia Mundial da Água

15 de abril – Dia da Conservação do Solo

05 de junho – Dia Internacional do Meio Ambiente

28 de julho – Dia do Agricultor

21 a 27 de setembro – Semana da Árvore

24 de novembro – Dia do Rio

60

11 EDUCAÇÃO FISCAL

Com as mudanças que ocorre em todas as áreas: sociais, culturais, científicas,

tecnológicas, institucionais e do capital humano. Urge que se desenvolva na escola um

trabalho voltado para a Educação Fiscal, visando a conscientização da sociedade quanto

a função do estado de arrecadar impostos e ao dever do cidadão contribuinte de pagar

tributo. Entretanto, a Educação Fiscal não é apenas isso; é, principalmente, um desafio,

pois se trata de um processo de inserção de valores na sociedade, como o de percepção

do tributo que assegura o desenvolvimento econômico e social, e como devido

conhecimento de seu conceito, sua função e sua aplicação.

12 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Em nossa sociedade ainda há momentos de séria rejeição ao diferente, impedindo-

o de sentir-se, de perceber-se e de respeitar-se como pessoa. A educação, ao adotar a

diretriz inclusiva no exercício de seu papel socializador e pedagógico proporciona uma

abertura solidária e sem preconceitos, fazendo com que todos percebam-se como dignos

e iguais na vida social.

A inclusão escolar constitui uma proposta que representa valores simbólicos

importantes, condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades educacionais

para todos, mas encontra ainda sérias resistências. Estas se manifestam, principalmente,

contra a ideia de que todos devem ter acesso garantido à escola comum. A dignidade, os

direitos individuais e coletivos garantidos pela Constituição Federal impõem às

autoridades e à sociedade brasileira a obrigatoriedade de efetivar e essa política, como

um direito público subjetivo, para o qual os recursos humanos e materiais devem ser

canalizados, atingindo, necessariamente, toda a educação básica.

O propósito exige ações práticas e viáveis, que tenham como fundamento uma

política específica, em âmbito nacional, orientada para a inclusão dos serviços de

educação especial na educação regular. Operacionalizar a inclusão escolar de modo que

todos os alunos, independente de classe, raça, gênero, características individuais ou

necessidades educacionais especiais, possam aprender juntos em uma escola pública de

qualidade, é o grande desafio a ser enfrentado, numa clara demonstração de respeito à

diferença e compromisso com a promoção dos direitos humanos.

61

Manter o aluno com necessidades educacionais especiais na rede regular de

ensino não consiste apenas na permanência física desses alunos junto aos demais

educandos, mas representa a ousadia de rever concepções e paradigmas, bem como

desenvolver estratégias de comunicação que favoreçam a aprendizagem, respeitando

suas diferenças e atendendo suas necessidades.

A consciência do direito de constituir uma identidade própria e do reconhecimento

da identidade do outro traduz-se no direito às diferenças, assegurando oportunidades

diferenciadas, tantas quantas forem necessárias, com vistas à busca da igualdade. O

princípio da equidade reconhece a diferença e a necessidade de haver condições

diferenciadas para o processo educacional.

Como exemplo dessa afirmativa, pode-se registrar o direito à igualdade de

oportunidades de acesso ao currículo escolar. Se cada criança ou jovem com

necessidades educacionais especiais tiver acesso ao conjunto de conhecimentos

socialmente elaborados e reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania,

será um passo decisivo para a constituição de uma sociedade mais justa e solidária.

A educação tem hoje, portanto, um grande desafio: garantir o acesso aos

conteúdos básicos que a escolarização deve proporcionar a todos os indivíduos, inclusive

àqueles com necessidades educacionais especiais, particularmente alunos que

apresentam altas habilidades, precocidade, superdotação: condutas típicas de síndromes/

quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; portadores de deficiências, ou seja,

alunos que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais,

decorrentes de fatores genéticos, inatos ou ambientais, de caráter temporário ou

permanente.

O convívio escolar também permite a efetivação das relações de respeito,

identidade e dignidade. Assim, é sensato pensar que as regras que organizam a

convivência social de forma justa, respeitosa, solidária têm grandes chances de aí serem

seguidas.

Dessa forma, não é o aluno que se amolda ou se adapta à escola, mas é ela que,

consciente de sua função, coloca-se à disposição do aluno, tornando-se um espaço

inclusivo.

13 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO

O currículo é uma construção social, um fenômeno histórico resultante de um

processo dinâmico, sujeito às múltiplas influências: práticas políticas, sociais, culturais e

62

pedagógicas do interior da escola, da comunidade e do mundo. É uma manifestação

cultural construída na prática pedagógica de forma coletiva.

É o currículo que, através de sua função socializadora, revela a intenção educativa

da escola e a concepção subjacente ao processo que constitui o fazer pedagógico, pois a

configuração curricular da escola é o resultado das tomadas de decisões marcadas por

aspectos internos e externos à sua organização.

O processo histórico vivido na atualidade requer a superação da linearidade da

organização curricular. Isso porque essa organização tornou-se insuficiente na busca de

suprir as necessidades de uma nova consciência reflexiva acerca do mundo, pois o

enfrentamento de nossa realidade sugere uma organização curricular sistêmica e inter-

relacional que ultrapasse a visão uniforme do conhecimento.

No currículo, os enfoques de análise devem ser múltiplos, envolvendo a totalidade

do conhecimento, com os diferentes focos das áreas do conhecimento articulados, como

lentes para a leitura da realidade, como uma rede de relações entrelaçadas entre si com

vistas à aprendizagem e à proposição de soluções para os problemas que se apresentam.

Nessa estrutura, o currículo torna-se um processo dinâmico de construção de

saberes, em que práticas e possibilidades se articulam e se completam, numa interação

dialógica de auto-organização e de permanente adaptação de práticas para que se efetive

a aprendizagem.

A organização desse currículo é, portanto, ponto de partida e resultado de relações

de troca e inúmeras experiências de integração, de investigação. Não se trata, porém de

conceber currículo como sinônimo de um conjunto de conhecimentos predeterminados

que se enquadram em disciplinas “cientificamente” definidas e delimitadas, que

aprisionam e reduzem os conhecimentos da cultura humana em modelos daquilo que

será vivenciado na escola num dado espaço e tempo igualmente rígidos.

O currículo deve ser entendido para além de sua forma e estrutura, caracterizando-

se por um conjunto de ações que cooperam para a formação humana nas múltiplas

dimensões que a constituem.

A escola precisa estar sintonizada com a complexidade de sociedade,

interconectada com os movimentos sociais, culturais, políticos, econômicos, éticos,

étnicos raciais e históricos. Movimentos que devem se tornar objetos de estudo, para que

os alunos possam desenvolver habilidades, conhecimentos e competências que lhes

dêem subsídios para serem cada vez mais capazes de analisar, refletir e atuar em face da

realidade em que vivem, para que não somente possam descrever o mundo que os

rodeia, mas sim transformá-lo no sentido de uma configuração mais justa e respeitosa dos

63

ciclos da vida de todas as espécies e gerações.

Para isso, a escola precisa organizar os conteúdos curriculares de forma mais

ampla, não se restringindo somente aos conteúdos de natureza conceitual (fatos e

conceitos), mas também incorporando à prática pedagógica, conteúdos de natureza

procedimental e atitudinal (valores e normas).

Uma proposta pedagógica curricular é um caminho, não é um lugar. Tem uma

direção, um sentido, um para quê, tem objetivos. (Kramer, 1999).

14 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

O conhecimento é um dos elementos centrais do currículo e sua produção

constitui-se condição indispensável para que os saberes historicamente e socialmente

produzidos possam ser apreendidos, criticados e reconstruídos por todos e todas os

estudantes.

Daí a necessidade de um ensino ativo e efetivo, com um professor(a)

comprometido(a), que conheça bem, escolha, organize e trabalhe os conhecimentos a

serem apreendidos pelos alunos(as) .Uma educação de qualidade deve propiciar ao

aluno(a) ir além das referências presentes em seu mundo cotidiano, assumindo-o e

ampliando-o, transformando-se, assim, em um sujeito ativo na mudança de seu contexto.

Sendo o conhecimento um processo humano, histórico, incessante, de busca de

compreensão, de organização, de transformação do mundo vivido e sempre provisório,

tem origem na prática do homem e nos processos de transformação da natureza. E,

também, uma ação humana atrelada ao desejo de saber. Só o homem, por ser pensante,

pode ser sujeito: somente ele pode desejar a mudança, porque só a ele lhe falta a

plenitude.

Considerando que a dúvida possibilita a construção do conhecimento, durante o

movimento pela busca de respostas se instaura o desejo de aprender. Nesse processo

serão envolvidos simultaneamente um sujeito que conhece, um objeto a ser conhecido,

um modo particular de abordagem do sujeito em relação ao objeto e uma transformação,

tanto do sujeito, quanto do objeto. É necessário, aqui, entender o objeto como realidade

socialmente construída e compartilhada.

A teoria dialética do conhecimento, por nós entendida, pressupõe a construção

recíproca, entre o sujeito e o objeto, já que é pela práxis do homem sobre o mundo, que

tanto o homem se modificam e se movimentam. Baseados na teoria dialética do

64

conhecimento, nossa ação educativa deverá levar em conta que:

-a prática social é a fonte do conhecimento;

-a teoria deve estar a serviço de e para uma ação transformadora;

-a prática social é o critério de verdade e o fim do processo de conhecimento.

Respeitar a caminhada de cada sujeito de um determinado grupo é uma

aprendizagem necessária e fundamental numa vivência de uma perspectiva

interdisciplinar, sendo necessário eliminar as barreiras que se criam entre as pessoas

para o estabelecimento de uma relação dialógica.

A opção de organização curricular, a partir de uma concepção de conhecimento

interdisciplinar possibilita uma relação significativa entre conhecimento e realidade;

desmantela uma abordagem curricular burocraticamente pré- estabelecida; envolve o

educador na prática de construir o currículo;determina uma relação dialética entre

realidade local e o contexto mais amplo.

Uma atitude interdisciplinar estabelece uma nova relação entre currículo,

conteúdos e realidade. Os conteúdos serão selecionados e desenvolvidos numa

concepção onde se pressupõe que currículo e realidade interagem, influenciando-se

mutuamente; os conteúdos escolares passam a ter significação uma vez que estes têm a

ver com os sujeitos envolvidos, e passam a ser selecionados e desenvolvidos pelo

professor com maior apropriação.

O que se pretende em uma atitude interdisciplinar não é anular a contribuição de cada

ciências, em detrimento de outras igualmente importantes.Convém ressaltar que as

contribuições e trocas de vão além de integração dos conteúdos das diferentes áreas de

conhecimento, o que implica em reorganização curricular.

Na interdisciplinaridade ter-se á uma relação de reciprocidade, de mutualidade que

possibilitará o diálogo entre os interessados, proporcionando trocas generalizadas de

informações e de criticas contribuindo para uma reorganização do meio cientifico e

institucional a serviço da sociedade e do homem.

A qualificação, a formação e ampliação dos conhecimento envolvidos nesse

processo, ao tratar do conhecimento de uma maneira unificada, cria a possibilidade de um

entendimento melhor da realidade, contribuindo para a desalienação dos envolvidos,

provocando, desta forma, a interação entre os sujeitos e, ao mesmo tempo, sendo

condição necessária para sua própria efetivação.

65

15 CONCEPÇÃO DE SALA DE APOIO

A Secretaria do Estado do Paraná (SEED) implantou no ano de 2004 o programa

denominado “Sala de Apoio à Aprendizagem”. De acordo com a resolução

371/2008,art.1º, a Secretaria da Educação do Estado do Paraná está investindo na

implantação da Sala de Apoio à Aprendizagem para atender aos alunos do 6º ano (5ª

série) do Ensino Fundamental que freqüentam as escolas estaduais e apresentam

dificuldades de aprendizagem com o objetivo de diminuir os índices de reprovação e

evasão nesta série.

Os documentos que instruíram e regulamentaram a criação das Salas de Apoio à

Aprendizagem foram a LDBEN nº9394/96, com o princípio de flexibilidade, referente à

função do sistema de ensino de criar condições favoráveis para que o direito do aluno à

aprendizagem seja garantido, o parecer CNE nº 04/98, a deliberação nº 007/99-CEE e a

Resolução Secretarial nº371/2008.Segundo a instrução nº 022/2008 existem alguns

critérios para a abertura e organização das Salas de Apoio:destinam-se às disciplinas de

Língua Portuguesa e Matemática, são oferecidas na proporção de uma sala de apoio para

cada três turmas de 5ª série, quatro horas semanais por disciplina, uma hora atividade

para o professor e sua oferta deverá ser para no máximo 15 alunos, no turno contrário ao

qual os alunos estão matriculados.O objetivo principal das salas de apoio é o

enfrentamento das dificuldades apresentadas pelos alunos, com relação à aprendizagem

de Língua Portuguesa (oralidade, leitura, escrita) e Matemática(formas espaciais e

quantidades nas suas operações básicas e elementares).

A instrução nº022/2008-SUED/SEED aborda a função de cada profissional

responsável pelo funcionamento das Salas de Apoio.Ressaltasse a atribuição dos

professores regentes aos quais compete o trabalho de diagnosticar as dificuldades dos

alunos e encaminhar, enquanto aos professores da sala de apoio compete elaborar e

desenvolver o plano de trabalho, além de registrar os documentos relativos aos alunos,

participar de conselho de classe e ajudar a decidir sobre a permanência ou não do aluno

na sala de apoio.

A legislação que normatiza o trabalho na sala de apoio apresenta alguns aspectos

que sugerem reflexão:o modo como os professores são selecionados para atuarem na

sala de apoio, a ausência de preocupação com teorias sustentadoras do trabalho com

dificuldades de aprendizagem, ênfase aos aspectos administrativos em detrimento do

âmbito pedagógico, a estrutura física das escolas como definidora da condição ou não de

oferta das salas de apoio, as atribuições do professor da sala de apoio e a avaliação dos

66

alunos pelos professores das salas regulares e da sala de apoio, tanto para o

encaminhamento como para a saída do programa.

16 PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO - FNDE

A Concepção de educação integral presente na Portaria Normativa Interministerial

nº 17/2007, que institui o Programa Mais Educação, integrante do Plano de

Desenvolvimento da Educação (PDE), divulgado à sociedade brasileira em 24 de abril de

2007. O estudo tem por justificativa a importância que a temática da educação integral

vem conquistando no contexto das políticas educacionais públicas recentes com

conseqüente necessidade de aprofundamento sobre o tema. Para alcançarmos os

objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, que respaldou as

considerações sobre os caminhos da educação integral no Brasil, do início do século XX

até aos dias atuais, e uma pesquisa documental, que possibilitou perceber o

desenvolvimento do ordenamento jurídico que contempla a educação integral.

A análise da Portaria Normativa Interministerial nº 17 foi realizada por meio de

análise de Conteúdo, desenvolvida por Bardin (1977), que possibilitou a emergência de

categorias de análise que fundamentaram a compreensão da concepção de educação

integral do Programa Mais Educação. Emergiram à pesquisa oito categorias:1- tempo

escolar;2-ações socioeducativas;3-espaço educativo;4-ações integradas;5-

intersetorialidade;6-assistência social; 7-diversidade;8-formação integral.Constatou-se

que o Programa prevê a oferta de educação integral em jornada ampliada, por meio da

realização de atividades socioeducativas no contraturno escolar, realizadas no espaço

intra, inter ou extraescolar.

O Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007,

aumentou a oferta educativa nas escolas públicas por meio de atividades optativas que

foram agrupadas em macrocampos como acompanhamento pedagógico, meio ambiente,

esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção

da saúde, educomunicação, educação cientifica e educação econômica.

A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e

Diversidade (SECAD/MEC), em parceria com a Secretaria de Educação Básica

(SEB/MEC) e com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. Sua

operacionalização é feita por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O programa visa fomentar atividades para melhorar o ambiente escolar, tendo

67

como base estudos desenvolvidos pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância

(UNICEF), utilizando os resultados da Prova Brasil de 2005. Nesses estudos destacou-se

o uso do “Índice de Efeito Escola – IEE”, indicador do impacto que a escola pode ter na

vida e no aprendizado do estudante, cruzando-se informações socioeconômicas do

município no qual a escola está localizada.

Por esse motivo a área de atuação do programa foi demarcada inicialmente para

atender, em caráter prioritário, as escolas que apresentam baixo Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), situadas em capitais e regiões

metropolitanas.

As atividades tiveram início em 2008, com a participação de 1.380 escolas, em 55

municípios, nos 27 estados para beneficiar 386 mil estudantes. Em 2009, houve a

ampliação para 5 mil escolas, 126 municípios, de todos os estados e no Distrito Federal

com o atendimento previsto a 1,5 milhão de estudantes, inscritos pelas redes de ensino,

por meio de formulário eletrônico de captação de dados gerados pelo Sistema Integrado

de Planejamento, Orçamento e Finanças do Ministério da Educação (SIMEC). Em 2010, a

meta atendeu 10 mil escolas nas capitais, regiões metropolitanas, definidas pelo IBGE- e

cidades com mais de 163 mil habitantes, para beneficiar três milhões de estudantes.

Para o desenvolvimento de cada atividade, o governo federal repassa recursos

para ressarcimento de monitores, materiais de consumo e de apoio segundo as

atividades.As escolas beneficiárias também recebem conjuntos de instrumentos musicais

e rádio escolar, dentre outros; e referência de valores para equipamentos e materiais que

podem ser adquiridos pela própria escola com os recursos repassados.

17 CONCEPÇÃO DE LETRAMENTO

A palavra é nova em nossa língua e surgiu com a autora Mary Kato em 1986 em

seu livro “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística”, sendo em seguida

usada em diversos livros, muitos de educação.

O termo letramento surgiu porque apareceu um fato novo para o qual

precisávamos de um nome, um fenômeno que não existia antes. Fomos buscar a palavra

letramento na palavra inglesa literacy que significa condição de ser letrado.Essa palavra é

do mesmo campo semântico que a palavra inglesa literate, que significa pessoa que

domina a leitura e a escrita. Pessoa letrada é aquela que aprende a ler e a escrever e

que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se em práticas sociais de leitura

68

e de escrita, ou seja, que faz uso freqüente e competente da leitura e escrita. A pessoa

letrada passa a ter uma outra condição social e cultural, muda o seu lugar social, seu

modo de viver, sua inserção na cultura e conseqüentemente uma forma de pensar

diferente.

Letramento é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de

leitura e de escrita. É o estado ou a condição que adquire um grupo social, ou um

indivíduo, como conseqüência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas

sociais.Apropriar-se da escrita é torna-la própria, ou seja, assumi-la como propriedade.

Um indivíduo alfabetizado, não é necessariamente um indivíduo letrado, pois ser letrado

implica em usar socialmente a leitura e a escritura e responder às demandas sociais de

leitura e de escrita.

Uma estudante norte-americana, de origem asiática, Kate M. Chong, escreveu um

poema chamado O que é Letramento em 1996.Nele, a autora afirma que letramento não é

alfabetização, mas que é prazer, é lazer, é informar-se através da leitura, é usar a leitura

para seguir instruções, é ler histórias que nos levam a lugares desconhecidos, é usar a

escrita para se orientar no mundo, é descobrir-se a si mesmo pela leitura e pela escrita.O

poema mostra que letramento é muito mais que alfabetização, é um estado, uma

condição de quem se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e

escritura.

Mas afinal, por que surgiu a palavra letramento? Palavras novas aparecem quando

novas idéias, novos fenômenos surgem. À medida que o analfabetismo vai sendo

superado, que a sociedade vai se tornando cada vez mais grafocêntrica(centrada na

escrita), um novo fenômeno se evidencia: o de que não basta apenas aprender a ler e a

escrever, mas, sobretudo, adquirir competência para usar a leitura e a escrita, para

envolver-se com práticas sociais de escrita.

Nesse contexto, faz-se necessário alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e

escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo

se torne, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado.

Letramento envolve leitura. Ler é um conjunto de habilidades, de comportamentos

e conhecimentos. Escrever, também é um conjunto de habilidades e de comportamentos,

de conhecimentos que compõem o processo de produção do conhecimento. Nessa

perspectiva, há diferentes tipos e níveis de letramento, dependendo das necessidades,

das demandas, do indivíduo, do seu meio, do contexto social e cultural.O letramento é

considerado como responsável pro produzir resultados importantes no desenvolvimento

cognitivo e econômico, mobilidade social, progresso profissional e cidadania.

69

Nessa concepção, letramento é essencialmente um conjunto de práticas

socialmente construídas que envolvem a leitura e a escritura, geradas por processos

sociais mais amplos, e responsáveis por reforçar ou questionar valores, tradições e

formas de distribuição do poder presentes nos contextos sociais.

O autor Paulo Freire foi pioneiro na idéia revolucionária de letramento ao afirmar

que ao se tornar alfabetizado, o sujeito teria um meio para tomar consciência da sua

realidade e de transforma-la.Para Freire, letramento tanto poderia ser um meio para a

libertação, como para a sua domesticação, dependendo do contexto ideológico em que

ocorre. Em diferentes momentos históricos, a concepção de letramento modificou-se ao

longo do tempo.Houve diferentes usos do letramento, dependendo das crenças e valores

nas práticas sociais de cada época. Há, diferentes conceitos de letramento, conceitos que

variam segundo as necessidades e condições sociais específicas de determinado

momento histórico e de determinado estágio de desenvolvimento.

A diferença de letramento e alfabetização.

Analfabeto é aquele que é privado do alfabeto, a que falta o alfabeto, ou seja,

aquele que não conhece o alfabeto, que não sabe ler e nem escrever.Analfabetismo é o

modo de proceder como analfabeto. Alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e

escrever. Alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar alfabeto.

18 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

Quando tratamos de Equipe Multidisciplinar não podemos deixar de falar em

interdisciplinaridade. Segundo Severino (1989) a interdisciplinaridade implica no plano

prático operacional em que se estabelece mecanismos e estratégias de efetivação de um

diálogo solidário científico. A interdisciplinaridade é fundamental num regime de

cooperação, possibilitando o diálogo entre diversas áreas, o que leva a uma interação,

condição indispensável para efetivação do trabalho em equipe.

No ano de 2011, foi efetivada a Lei nº 10.639/03 não sendo só uma tarefa dos

professores negros, mas de todos os segmentos. O primeiro aspecto a ser observado por

todos os educadores e funcionários foi a recuperação do orgulho de ser negro, a busca de

uma pedagogia de auto-estima elevada, ao contrário da pedagogia da reiteração da

inferioridade. As abordagens do negro foram feitas de maneira positiva, dentro da cultura

Africana. Os professores trabalharam a África antes da diáspora; dos conhecimentos em

arquitetura, navegação, medicina, ciência, filosofia, matemática, geometria,agricultura,

utilização do ferro, e também da África atual.

O trabalho também ficou não somente com a Equipe Multidisciplinar, como os

70

professores trabalharem em suas aulas. Foi feito um cronograma para os quatro

bimestres.Ficou assim dividido.1ª Bimestre, fevereiro e março, os temas foram com o

Carnaval- Descobrindo o significado do Carnaval o povo mais atuante, as regiões e

algumas manifestação folclórica, maracatu, frevo, Baianas. 2ª Bimestre, abril, maio, junho

e julho,Comemoração 13 de maio- Estética Africana- Biotipos; Trajes e Ornamentos,

Pinturas de Tassili; Arte de Ndelele, Casas e Mesquita de Djenne;3ª Bimestre-

julho,agosto,setembro-Arte de Zulu, Padrões decorativos, código das cores, Países da

África que contribuem com a cultura para o Brasil.4ª bimestre-outubro,

novembro,dezembro.Poesias, máscaras Africanas e Consciência Negra. Foi um trabalho

satisfatório, pois todos os professores conseguiram contribuir, divulgando a cultura Afro-

Brasileira e Africana. No dia treze de maio tivemos um trabalho interessante, ressaltando

o trabalho de relevância para o Paraná.Foi feito uma abordagem de auto-conhecimento

iniciando pela escravidão e sua abolição.Destacou a importância do afrodescendente

desde a culinária até a confecção de tijolos e telhas de argila(nos coxos) pela mulher

negra. A participação efetiva da Comunidade Afrodescendente na construção sócio-

política do Brasil pós-abolição.Resgate histórico dos valores, direitos e conquistas dos

negros, destacando suas potencialidades eminentes.Desde Zumbi dos Palmares,

sangrando-se líder físico e moral de seu tempo, até os artistas contemporâneos da

música, dos esportes, no cinema e em todas as áreas de atuação. No Paraná, destaque

para a Poesia de Emiliano, a engenharia dos engenheiros Rebouças, que mesmo negros

conquistaram o direito de construir a estrada férrea de Paranaguá aos extremos do

Estado.Lembrança à Grande Otelo (nível Nacional) e Odelair Rodrigues (no teatro),

Ronald Pinheiro(na dança) e por fim, foi solicitado em trabalho enfatizando as

personalidades afrodescendentes da atualidade, nas várias vertentes artísticas e a

criação de um tribal africano como identidade pessoal.

19 CONCEPÇÃO DE CIDADANIA

A concepção de cidadania requer a consideração do conceito da palavra cidadão,

que, de acordo com o dicionário Aurélio, é o indivíduo no gozo de seus direitos civis e

políticos. A partir dessa definição, conclui-se que, para exercer a cidadania (desfrutar de

um direito ou cumprir um dever) é necessário que o indivíduo seja consciente da sua

condição de cidadão.

A cidadania está relacionada ao nível de conhecimento e de conscientização que o

indivíduo tem de seus direitos e deveres, dos mecanismos para efetivá-los e do nível de

71

organização que a sociedade possa ter para fazer valer os direitos.

Nesse sentido, o papel da escola é fundamental no sentido de tornar acessível aos

indivíduos os conhecimentos necessários para o desencadeamento do processo de

construção da cidadania.

De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, a organização do

currículo escolar demanda uma educação comprometida com a cidadania, pautada nos

princípios de dignidade humana, igualdade de direitos, participação e co-responsabilidade

pela vida social.

A contribuição da escola para o fortalecimento da cidadania ocorre quando o aluno

passa a produzir conhecimentos, apropria-se dos significados dos conteúdos,

ultrapassando o senso comum de maneira crítica e criativa, procurando conhecer a

realidade onde está inserido, e, gradualmente agindo para melhorá-la.

20 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

A avaliação será realizada periodicamente, preferencialmente na Semana

Pedagógica do início do ano letivo. Não resta dúvida que a avaliação do Projeto Político

Pedagógico é uma das ações fundamentais para a garantia do êxito do projeto, pois o foi

construído e realimentado com todos os segmentos da escola.

Assim como é de fundamental importância o conhecimento da realidade na qual a

Instituição está inserida, acompanhar as atividades e realizar reflexões em grupo, com

base em dados concretos sobre como a escola se organiza para colocar em ação o

Projeto Político Pedagógico. A avaliação do Projeto Político Pedagógico, numa visão

crítica, parte da necessidade de se conhecer a realidade escolar, busca visão crítica,

parte da necessidade de se conhecer a realidade escolar, busca explicar e compreender

criticamente as causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas

mudanças e se esforça para propor ações alternativas.

A avaliação tem um compromisso mais amplo do que a mera eficiência e eficácia

das propostas conservadoras. Acompanhar e avaliar o Projeto Político Pedagógico é

avaliar os resultados da própria organização do trabalho pedagógico.

Considerando a avaliação dessa forma, é possível salientar dois pontos

importantes. Primeiro, a avaliação é um ato dinâmico que qualifica e oferece subsídios ao

Projeto Político Pedagógico.Segundo ela imprime uma direção às ações dos educadores

e educandos.

72

A avaliação geral do desempenho dos docentes, pedagogos e funcionários se fará

através do desempenho de sua função, que deverá ser pautada no conteúdo do Projeto

Político Pedagógico.

Para os professores(as), estão previstos os critérios de pontualidade, respeito,

cidadania, interação com os pares da mesma disciplina (um dos itens principais para

elaborar o Plano de Trabalho Docente, sendo realizado igualmente para os três

períodos, matutino, vespertino e noturno). Em relação aos conteúdos, não se deve

trabalhar o conteúdo em branco, ou seja, registrar o conteúdo do plano de trabalho

docente, mas trabalhar outro que considera interessante ou outro que não foi

devidamente planejado, por não ter aproveitado adequadamente a hora atividade. É

importante seguir uma sequência didática para o conteúdo, não utilizar o livro didático

para que o aluno faça apenas cópias; não deixar de explicar algum conteúdo, utilizar

filmes que não sejam relacionados aos conteúdos que estão sendo trabalhados, quando

da utilização do filme, realizar recortes, pausar para fazer observações e apontamentos

que auxiliem na interpretação dos assuntos. Mesmo quando da utilização do próprio

pendrive (ou vídeo) é necessário informar à equipe pedagógica.

Em relação ao cotidiano da sala de aula, o professor deve manter a disciplina a

ordem e a disciplina, receber os alunos na sala de aula na entrada inicial e na entrada do

intervalo, e retirar-se somente após todos os alunos terem saído da sala. Não manter

conversas com seus pares no corredor enquanto os alunos estão realizando atividades

(lendo ou trabalhando em duplas ou grupos), pois o professor é o mediador neste

momento e deve estar disponível para tirar as possíveis dúvidas, assim como orientar os

alunos(as) que apresentam dificuldades.

Não colocar o aluno para fora de sala de aula, se necessário, pedir ajuda à

educadora que fica no corredor do bloco, para que acompanhe o aluno(a) até a sala da

equipe pedagógica.

A hora atividade é momento de refletir e repensar o que não está dando certo,

trocar idéias com os pares de sua disciplina. Ainda, é o momento para manter o Livro de

Registro de Classe atualizado (pois, por exemplo, é o documento que pode ser utilizado

para informar aos familiares se o aluno compareceu ou se “gazeou” aula).

Os professores devem seguir rigorosamente o PTD (plano de trabalho docente),

utilizar e zelar pelos materiais existentes no Colégio. O Plano Trabalho Docente é

elaborado com base na Proposta Curricular Pedagógica, devendo ser utilizados os

materiais disponíveis para cada disciplina, como Biologia, Ciências, Física, Química e

Matemática que possuem materiais disponíveis no Laboratório de Ciências, de acordo

73

com o Conteúdo Estruturante. Para as disciplinas de Língua Portuguesa, Inglês, História,

Geografia, Arte, sociologia, Filosofia, Ensino Religioso há um vasto acervo de materiais na

Biblioteca, dvd’s, livros, mapas, banner’s, entre outros. Para a disciplina de Educação

Física verificar o material disponível, fazer o cronograma de horários para utilização da

quadra e da sala de jogos. Obs.: Todos os alunos deverão ter atividades durante todo o

tempo que estiverem no interior da escola (devidamente uniformizado e de tênis).

A avaliação do professor(a), será feita a partir do primeiro dia letivo, pontuando

todas suas responsabilidades para o bom desempenho de seu trabalho, sendo a

qualidade de ensino que é a prioridade. Deverão realizar conversas, entrevistas

individuais ou em grupos, perguntando aos alunos sobre sua percepção do

desenvolvimento das aulas, bem como apontando possíveis dificuldades, para que o

professor(a) seja orientado pela equipe pedagógica a melhorar e ou/replanejar.

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